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REFERENCIAL TÉCNICO Produtos florestais não lenhosos Grupo Unifloresta Unimadeiras

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REFERENCIAL

TECNICO

REFERENCIAL TÉCNICO

Produtos florestais não lenhosos

Grupo Unifloresta

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Referencial técnico de produtos florestais não lenhosos do Grupo Unifloresta . Revisão 05 . Data: 05.10.2015 Elaborado por: GC . Aprovado por: AD . Documento sujeito a revisões . Página 1 de 89

INDICE GERAL

Pág.

2 1 Definições e abreviaturas

5 2 Objetivo

6 3 Introdução

7 4 Responsabilidade de gestão

8 5 Planeamento das atividades

9 6 Rastreabilidade

10 7 Meios e recursos de segurança coletiva

11 8 Meios e recursos de segurança individual

12 9 Principais riscos das atividades e respetivas causas

14 10 Caraterização geral dos produtos florestais não lenhoso

16 11 Proibição da colheita

17 12 Regras gerais para colheita de produtos silvestres

19 13 Plantas aromáticas, medicinais e condimentares

27 14 Cogumelos

40 15 Frutos silvestres

42 16 Resina

48 17 Cortiça

53 18 Mel

73 19 Sementes florestais

75 20 Produção em viveiro na Unidade de Gestão Florestal

89 21 Registo das alterações

Referencial técnico de produtos florestais não lenhosos do Grupo Unifloresta . Revisão 05 . Data: 05.10.2015 Elaborado por: GC . Aprovado por: AD . Documento sujeito a revisões . Página 2 de 89

1. DEFINIÇÕES E ABREVIATURAS

Alimentação artificial - Administração de alimento pelo apicultor tendo por objetivo reforçar as

provisões ou estimular o desenvolvimento da colónia.

Apiário - Conjunto de colónias de abelhas nas condições adequadas de produção, incluindo o local de

assentamento e respetivas infraestruturas, pertencente ao mesmo apicultor, em que as colónias não

distem da primeira à última mais de 100 metros.

Apiário comum - local de assentamento de colónias de abelhas que pertencem a vários apicultores que

acordaram nessa partilha, com determinação de parte, e que não distem da primeira à última mais de

100 metros.

Apicultor - Pessoa singular ou coletiva que possua uma exploração apícola.

Atividade apícola - Detenção de exploração apícola, com finalidade de obtenção de produtos apícolas,

reprodução e multiplicação de enxames, polinização, didática, científica ou outra.

Autoridade sanitária veterinária nacional - Direção-Geral de Veterinária (DGV).

Colmeia - Suporte físico em que os quadros de sustentação dos favos são amovíveis, que pode ou não

albergar uma colónia e a sua produção.

Colónia - Enxame, suporte físico e respetivos materiais biológicos por si produzidos.

Cortiço - Suporte físico desprovido de quadros para fixação dos favos, sendo estes inamovíveis, que

pode ou não albergar uma colónia e a sua produção.

Colheita - Ação levada a cabo pelos membros (ou pelos seus trabalhadores ou prestadores de serviços)

que consiste na colheita dos produtos do solo, na propriedade.

DGV – Direção Geral de Veterinária.

Enxame - População de abelhas que corresponde à futura unidade produtiva, com potencialidade de

sobrevivência, produção e reprodução autónomas em meio natural, sem qualquer suporte físico.

Exploração apícola - Conjunto de um ou mais apiários, incluindo as respetivas infraestruturas de apoio

pertencentes ao mesmo apicultor, com exclusão dos locais de extração de mel.

Ferida - Conjunto das renovas (abertura de um pequeno corte no tronco da árvore).

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Gema - Resina que foi submetida a um processo de depuração das impurezas.

Grupo - Grupo Unifloresta.

HMF - Hidroximetilfurfural.

Incisão - Processo de abertura de corte no tronco da árvore, realizado com ferramentas específicas.

Membro - Membro do Grupo Unifloresta.

Núcleo - colmeia de quadros móveis com capacidade superior a três quadros e inferior a seis quadros.

Nucléolo - Colmeia de quadros móveis com capacidade máxima até três quadros cujo objetivo é a

multiplicação de colónias ou a fecundação;

Plantas Apícolas (melíferas) - Plantas que atraem as abelhas que dela recolhem o néctar e o pólen

para a alimentação da colmeia e para a produção de mel e de geleia. São exemplo destas plantas a urze,

o rosmaninho e o alecrim.

Plantas Aromáticas - Plantas que possuem óleos essenciais em estruturas especializadas, tais como o

eucalipto, hortelã, alfazema, etc.

Plantas Condimentares - Plantas que, pelas suas caraterísticas organolépticas, são utilizadas na

confeção de alimentos.

Plantas Medicinais - Plantas que, em um ou em mais dos seus órgãos, contenham substâncias que

possam ser utilizadas com finalidade terapêutica ou que possam ser percursores para hemissíntese

químico-farmacêutica.

Plantas Silvestres - Toda a planta nativa, não introduzida pelo homem, que cresce de forma espontânea

numa área natural, não cultivada.

Unidade de Gestão Florestal - Conjunto de propriedades florestais do Grupo Unifloresta, certificadas

pelos sistemas de gestão florestal FSC e PEFC.

Quadro - Caixilho que suporta o favo.

Resina - Exsudação natural das coníferas, resultante de um corte ou ferida no tronco da árvore e que

serve para as proteger contra as “agressões” exteriores do meio.

Resinagem - Extração de um produto de secreção (resina), própria das espécies resinosas.

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Resinagem à morte - Modalidade de resinagem que corresponde ao aproveitamento da resina nos

últimos anos anteriores ao corte da árvore. Só é permitida realizar-se durante 4 anos e nas árvores que

tenham perímetro à altura do peito (PAP), medido a 1.30 cm, superior 63 cm.

Resinagem à vida - Modalidade de resinagem que só é permitida a partir de PAP (perímetro à altura do

peito) superior a 80 cm.

Renova - Após o início da operação de resinagem, que consiste na abertura de um pequeno corte no

tronco da árvore, e tratamento com pasta, seguem-se, ao longo da campanha, sucessivos cortes - as

incisões, até atingir o tamanho máximo permitido para cada ferida.

Resineiros – Trabalhadores/ Membros que executam os trabalhos de exploração da resina, a montagem

dos equipamentos (como exemplo, bicas, púcaros, etc.) as renovas e respetivos tratamentos e, no final,

fazem a desmontagem e limpeza.

Transumância - Metodologia de atividade apícola com recurso a transporte para aproveitamento de

produções específicas ou melhores florações.

UGF - Unidade de gestão florestal do grupo Unifloresta.

Zona controlada - Área geográfica reconhecida pela autoridade sanitária veterinária nacional e que

cumpre os requisitos previstos na lei.

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2. OBJETIVO

O objetivo do presente documento é definir as regras gerais de gestão das atividades relacionadas com

a produção, propagação e colheita de produtos florestais não lenhosos na unidade de gestão florestal do

Grupo Unifloresta, nomeadamente:

· cogumelos e frutos silvestres

· plantas aromáticas, medicinais e condimentares silvestres,

· resina,

· cortiça,

· mel,

· sementes, plantas e partes de plantas produzidas em viveiro, na Unidade de Gestão Florestal,

de acordo com a legislação vigente, o Guia de Boas Práticas Florestais, a Lista de Produtos Proibidos e

Permitidos do FSC, assim como a restantes documentação interna desenvolvida e os seguintes

referenciais aplicáveis ao Grupo Unifloresta:

Princípios e Critérios do FSC - Forest Stewardship Council.

FSC-STD- 40-004a_V2-1_EN-FSC Product Classification.

NP 4406:2014 – Norma Portuguesa para a Gestão Florestal Sustentável.

Encontram-se excluídas do âmbito deste Referencial Técnico os aspetos relacionados com as atividades

de transformação e/ou embalamento e posterior comercialização.

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3. INTRODUÇÃO

Apesar da produção de rolaria constituir a principal atividade económica do Grupo Unifloresta, a gestão

balanceada dos recursos silvestres presentes na unidade de gestão florestal é um valioso contributo

para o equilíbrio dos ecossistemas e para a sustentabilidade ambiental, social e económica da Unidade

de Gestão Florestal do Grupo.

O modelo de gestão dos recursos silvestres assenta, basicamente, numa metodologia de inventariação

dos recursos representativos, monitorização, acompanhamento das atividades, verificação do

cumprimento da legislação, das boas práticas florestais e das as regras internas do Grupo, assim como

dos impactes causados na unidade de gestão florestal.

A unidade de gestão florestal abrange regiões de todo o país, reunindo uma variedade de ecossistemas

com uma elevada biodiversidade de plantas, frutos e fungos, alguns com valor comercial significativo.

Neste âmbito, e numa base de gestão multifuncional da floresta, o Grupo Unifloresta pode explorar um

conjunto de recursos florestais autóctones não lenhosos, que apresentam um elevado potencial de

qualidade e de valor estratégico, numa perspetiva de aproveitamento sustentável dos recursos florestais.

Porque a floresta é um património coletivo, a multiplicidade dos seus recursos deve ser visto à luz do

bem comum, da sustentabilidade do meio-ambiente e da certeza de assegurar resultados positivos nos

dois lados do binómio intervenção/conservação.

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4. RESPONSABILIDADE DE GESTÃO

O membro do Grupo é responsável pela gestão, metodologia de trabalho selecionada, ações

desenvolvidas pelos seus trabalhadores e/ou prestadores de serviços, assim como pelo controlo das

atividades.

Verificado o incumprimento das regras aplicáveis, poderá o Técnico da Unimadeiras, ou alguém por ela

designado, solicitar a suspensão dos trabalhos em curso, definir ações corretivas ou de correção da não

conformidade verificada, suspender a entrega de guias para a comercialização do produto certificado,

entre outras ações eventualmente aplicáveis.

Caso se verifique o não cumprimento reiterado e doloso das regras ou a não implementação das ações

corretivas ou de correção definidas, são aplicadas as ações previstas no Manual de Gestão do Grupo

Unifloresta.

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5. PLANEAMENTO DAS ATIVIDADES

Os trabalhos desenvolvidos na unidade de gestão florestal exigem uma planificação rigorosa, de forma

a atingir níveis adequados de proteção do meio-ambiente, de produtividade, qualidade e segurança no

trabalho.

Para o cumprimento dos requisitos, devem ser cumpridos os seguintes passos:

1. Identificação dos trabalhos a executar.

2. Informação à Administração do grupo dos seguintes dados (se e quando aplicáveis):

· Identificação da propriedade/ parcela intervencionada/ tipo de trabalho a realizar.

· Data de início e de fim previsto dos trabalhos.

· Tipo de produto.

· Tipo de produto, origem, custo e quantidades a plantar/intervencionar.

· Produtividade obtida.

3. Verificação dos limites de parcelas.

4. Preparação dos locais de trabalho.

5. Preparação do local de transferência dos produtos, de acordo com as caraterísticas do terreno.

6. Verificação dos acessos e eventuais trabalhos necessários para melhoria dos mesmos.

7. Verificação da adequabilidade de equipamentos, máquinas, ferramentas e produtos.

8. Identificação dos trabalhadores, de acordo com a experiência e formação necessárias para a

realização dos trabalhos.

9. Definição dos métodos de trabalho e verificação da adequabilidade das técnicas e metodologias

de trabalho a aplicar.

10. Identificação dos principais riscos e medidas de prevenção relacionadas com os trabalhos a

executar.

11. Identificação dos equipamentos de proteção individual necessários à tarefa a desenvolver.

12. Verificação de potenciais impactes económicos, ambientais, sociais, entre outros, e definição/

implementação de medidas preventivas adequadas.

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6. RASTREABILIDADE

A rastreabilidade dos produtos florestais não lenhosos produzidos na unidade de gestão florestal do

Grupo Unifloresta é uma questão que deve ser assegurada em todas as etapas e por todas as partes

envolvidas.

Os trabalhadores ou prestadores de serviços envolvidos devem estar informados acerca das regras do

Grupo, nomeadamente da proibição da mistura de produtos certificados com produtos não certificados,

durante qualquer uma das fases do processo.

As sementes, filamentos (micélios) de fungo, plantas, partes de plantas ou outras utilizadas no cultivo

devem possuir registos da origem.

Estes registos devem manter-se arquivados e disponíveis para consulta por parte de vistoriadores ou

auditores.

Quando recolhidos, os produtos devem permanecer devidamente separados de outros provenientes de

outras áreas certificadas e de áreas não certificadas.

As quantidades colhidas em cada produção, os métodos utilizados, os trabalhadores ou prestadores de

serviços envolvidos, os custos de produção, as receitas obtidas e o destinatário final devem ser

registados.

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7. MEIOS E RECURSOS DE SEGURANÇA COLETIVA

O Grupo Unifloresta definiu um conjunto de regras de aplicação obrigatória, com o objetivo de minimizar

ou eliminar riscos e garantir a segurança das pessoas envolvidas.

No local onde decorrem trabalhos relacionados com produtos florestais não lenhosos devem permanecer

(em local do conhecimento de todos os envolvidos e em perfeitas condições de uso) os seguintes meios

mínimos, sempre que a natureza dos trabalhos assim o justificar:

· Caixa de primeiros-socorros.

· Telemóvel ou rádio de comunicações.

· Nas carrinhas ou veículos: 1 extintor de 2 Kg.

· Aparadeira de óleos.

· Vários sacos de plástico resistente.

· Sinalização de segurança: triângulo e fita de sinalização vermelha e branca.

· Um machado e uma enxada.

· Mapa da propriedade intervencionada, com indicação dos caminhos de emergência.

· Plano de Emergência Florestal.

· Requisitos Gerais para Prestadores de Serviços Florestais.

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8. MEIOS E RECURSOS DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são de uso obrigatório por lei e destinam-se à proteção

contra riscos capazes de ameaçar a sua segurança e a saúde dos trabalhadores.

São uma ferramenta útil, que deve ser utilizada sempre que a atividade acarrete riscos inerentes ao

processo.

Devem ser sempre utilizados os Equipamentos de Proteção Individual adequados à especificidade e de

acordo com o risco de cada operação.

Na tabela seguinte referem-se os principais equipamentos a serem utilizados, de acordo com cada

operação.

Co

lhe

ita

pla

nta

s

Pro

du

çã

o

pla

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s

Co

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Tra

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lho

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viv

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o

Ap

lic

ão

fito

fárm

aco

s

Botas com biqueira de aço e rasto

antiderrapante x x x x x x x x x

Luvas de proteção x x x x x x x x x

Capacete de proteção x x x

Arnês de segurança x

Óculos de proteção visual

x x x x

Fato-macaco x

Polainas ou calças de entretela de

motosserrista x

Proteção auditiva (abafadores de ruído ou

protetores auriculares) x

Macacão de apicultor, cor clara

x

Botas de cano alto, borracha ou couro, cor

clara, lisa e não rugoso x

Máscara de apicultor, cor clara

x

Máscara x x

Avental x x

Roupa resistente x x x x x x x x x x

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9. PRINCIPAIS RISCOS DAS ATIVIDADES E RESPETIVAS CAUSAS

Atividade Principais riscos Causas

Colheita e produção de plantas aromáticas, medicinais e condimentares.

▪ Desequilíbrio na vegetação.

▪ Queda.

▪ Cortes, contusões e morte, em

casos extremos.

▪ Excesso de esforço físico.

▪ Incêndio.

▪ Não utilização do equipamento de segurança ou

utilização do equipamento em mau estado.

▪ Manipulação inadequada da ferramenta

▪ Punhos e locais para agarrar das ferramentas em

mau estado de conservação.

▪ Má postura e forma de trabalho inadequada.

▪ Condições climatéricas inadequadas ao

desenvolvimento do trabalho.

▪ Vestuário inadequado às condições climatéricas.

▪ Incêndio florestal nas imediações do local de

trabalho.

▪ Ferramenta mal arrumada.

Colheita e produção de cogumelos

▪ Desequilíbrio na vegetação.

▪ Queda.

▪ Cortes, contusões e morte, em

casos extremos.

▪ Excesso de esforço físico.

▪ Incêndio.

▪ Não utilização do equipamento de segurança ou em

mau estado.

▪ Manipulação inadequada da ferramenta

▪ Punhos e locais para agarrar das ferramentas em

mau estado de conservação.

▪ Má postura e forma de trabalho inadequada.

▪ Condições climatéricas inadequadas ao

desenvolvimento do trabalho.

▪ Vestuário inadequado às condições climatéricas.

▪ Incêndio florestal nas imediações do local de

trabalho.

▪ Ferramenta mal arrumada.

Colheita de frutos e bagas silvestres

▪ Queda do trabalhador.

▪ Cortes, contusões e morte, em

casos extremos.

▪ Stress térmico, por calor.

▪ Incêndio.

▪ Excesso de esforço físico.

▪ Desequilíbrio na vegetação e ferramenta mal

arrumada.

▪ Queda da árvore pela não utilização do equipamento

de segurança ou por este se encontrar em mau

estado.

▪ Vertigens.

▪ Manipulação inadequada da ferramenta.

▪ Punhos e locais para agarrar das ferramentas em

mau estado de conservação.

▪ Forma de trabalho inadequada.

▪ Altas temperaturas no local de trabalho.

▪ Vestuário inadequado às condições climáticas.

▪ Incêndio florestal nas imediações do local de

trabalho.

Resinagem

▪ Posturas de trabalho

inadequadas.

▪ Quedas e contusões.

▪ Golpes e cortes com ferramenta.

▪ Intoxicação causada por produtos

químicos.

▪ Irritações e queimaduras.

▪ Riscos associados ao contacto

com animais (cortes, picadelas,

transmissão de doenças).

▪ Manipulação manual de cargas.

Irregularidade do terreno.

▪ Má orientação do trabalho, ferramenta mal arrumada.

▪ Forma de trabalho inadequada.

▪ Contacto acidental com substâncias químicas de pH

extremo.

▪ Ausência ou utilização incorreta dos Equipamentos

de Proteção Individual.

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Atividade Principais riscos Causas

Descortiçamento

▪ Desequilíbrio na vegetação.

▪ Queda.

▪ Cortes, contusões e morte, em

casos extremos.

▪ Excesso de esforço físico.

▪ Incêndio.

▪ Não utilização do equipamento de segurança ou

utilização do equipamento em mau estado.

▪ Manipulação inadequada da ferramenta

▪ Punhos e locais para agarrar das ferramentas em mau

estado de conservação.

▪ Má postura e forma de trabalho inadequada.

▪ Condições climatéricas inadequadas ao

desenvolvimento do trabalho.

▪ Vestuário inadequado às condições climatéricas.

▪ Incêndio florestal nas imediações do local de trabalho.

Produção de mel

▪ Posturas de trabalho não

adequadas.

▪ Ataque de abelhas ao apicultor e

a pessoas estranhas

▪ Desequilíbrio na vegetação.

▪ Quedas e contusões.

▪Intoxicação causada por produtos

químicos.

▪ Ferramentas manuais inadequada, em mau estado ou

mal arrumada.

▪ Não utilização do equipamento de segurança ou

utilização do equipamento em mau estado.

▪ Topografia muito acidentada.

▪ Condições climatéricas (calor, temperatura, humidade,

etc.) desfavoráveis às práticas apícolas.

▪ Falta de consciencialização e pouca formação.

▪ Localização inadequada e/ou má distribuição do

apiário.

▪ Desconhecimento das normas de segurança.

▪ Utilização de substâncias tóxicas que causem irritação

para as abelhas e/ou apicultor no fumigador.

▪ Má localização das colmeias.

Produção em viveiro na UGF

▪ Desequilíbrio.

▪ Queda e fraturas.

▪ Cortes, contusões e, em casos

extremos, morte.

▪ Excesso de esforço físico.

▪ Intoxicação com fitofármacos.

▪ Mau posicionamento.

▪ Mal-estar e tonturas devido à

defumação.

▪ Não utilização do equipamento de segurança ou

utilização em mau estado.

▪ Posição ergonómica correta.

▪ Manipulação inadequada das ferramentas.

▪ Locais de passagem impedidos ou escorregadios.

▪ Local de trabalho desorganizado.

▪ Não cumprimento das instruções de segurança dos

produtos fitofármacos.

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10. CARATERIZAÇÃO GERAL PRODUTOS FLORESTAIS NÃO LENHOSOS

A unidade de gestão florestal está associada a um conjunto de produtos florestais não lenhosos e

serviços de grande importância, potenciando a criação de emprego no meio rural, a recuperação de

ecossistemas degradados, uma maior vigilância dos espaços florestais e a obtenção de um vasto leque

de benefícios em termos produtivos, económicos, sociais e de conservação.

A tabela seguinte ilustra os variados serviços e produtos florestais não lenhosos presentes ou possíveis

de existir na unidade de gestão florestal:

Origem Produtos Principais aplicações Principais objetivos da colheita

Estrato arbóreo

Produtos lenhosos

Industria de celulose, aglomerados, MDF, Pellets, Energia. Artesanato. Mobiliário de Interior e Exterior. Carpintaria.

Consumo próprio. Venda ao consumidor final.

Biomassa florestal. Cascas. Outros resíduos de exploração florestal.

Industria de celulose, aglomerados, MDF, Pellets, Energia.

Artesanato.

Consumo próprio. Venda ao consumidor final. Venda a retalhistas

Frutos florestais Culinária. Produção de sementes e plantas em viveiro.

Consumo próprio. Venda ao consumidor final. Venda a retalhistas.

Pinhas Artesanato. Consumo doméstico. Venda ao consumidor final. Venda a retalhistas.

Resina Produção de colas e outros compostos químicos. Artesanato.

Venda ao consumidor final. Venda a retalhistas.

Cortiça Industria corticeira. Artesanato.

Venda a retalhistas. Venda ao consumidor final.

Estrato arbustivo

Raízes e cascas Industria de celulose, aglomerados, MDF, Pellets, Energia. Artesanato.

Venda a retalhistas. Venda ao consumidor final.

Frutos silvestres (medronho, amora, etc.)

Culinária Consumo próprio. Venda ao consumidor final. Venda a retalhistas.

Plantas/partes de aromáticas, medicinais, condimentares

Culinária. Indústria farmacêutica. Produção de sementes e plantas em viveiro.

Consumo próprio. Venda ao consumidor final. Venda a retalhistas.

Flores silvestres

Arranjos florais Artesanato Culinária Produção de sementes e plantas de viveiro.

Consumo próprio. Venda ao consumidor final.

Espargos e outras plantas silvestres comestíveis

Culinária. Produção de sementes e plantas em viveiro.

Consumo próprio. Venda ao consumidor final. Venda a retalhistas.

Ramos Artesanato. Mobiliário diverso.

Consumo próprio. Venda ao consumidor final. Venda a retalhistas.

Folhas

Óleos essenciais e aromáticos. Chás e infusões.

Consumo próprio. Venda ao consumidor final. Venda a retalhistas.

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Origem Produtos Principais aplicações Principais objetivos da colheita

Fungos

Cogumelos silvestres comestíveis

Culinária. Produção de plantas em viveiro.

Consumo próprio. Venda ao consumidor final. Venda a retalhistas.

Trufas e túberas Culinária. Produção de plantas em viveiro.

Consumo próprio. Venda ao consumidor final. Venda a retalhistas.

Cogumelos silvestres para fins não culinários (medicinais, etc.)

Industria farmacêutica. Produção de plantas em viveiro.

Consumo próprio. Venda ao consumidor final. Venda a retalhistas.

Origem Animal

Fauna silvestre (caça) Culinária. Consumo próprio. Venda ao consumidor final.

Produtos apícolas (mel, geleia real, pólen, própolis, etc.)

Culinária. Consumo próprio. Venda ao consumidor final. Venda a retalhistas.

Silvo-pastorícia/ Pastoreio (carne, lã, queijo, etc.)

Culinária. Indústria têxtil

Consumo próprio. Venda ao consumidor final. Venda a retalhistas.

Pesca Culinária. Consumo próprio. Venda ao consumidor final.

Serviços do ecossistema

Sequestro de carbono.

Proteção do solo, regularização dos recursos hídricos.

Paisagem.

Proteção recursos hídricos.

Turismo e lazer.

Atividades lúdico-pedagógicas.

Foram definidos metodologias, padrões de gestão e de manutenção, assim como a gama de produtos

produzidos na unidade de gestão florestal e abrangidos pelo âmbito da certificação do Grupo Unifloresta,

tendo por base o padrão estabelecido para produtos florestais não lenhosos.

Referencial técnico de produtos florestais não lenhosos do Grupo Unifloresta . Revisão 05 . Data: 05.10.2015 Elaborado por: GC . Aprovado por: AD . Documento sujeito a revisões . Página 16 de 89

11. PROIBIÇÃO DE COLHEITA

Não é permitido efetuar colheita de produtos silvestres:

Espécies protegidas por lei.

Espécies RELAP (Espécies raras, endémicas, localizadas, ameaçadas ou em perigo de

extinção).

Espécies que não se reproduzem com facilidade ou de crescimento lento e que, pela sua

fragilidade, podem ser irreversivelmente danificadas pela atividade de colheita.

Quando se encontrem em áreas definidas como de conservação, cuja colheita tenha sido

desaconselhada pela Administração do Grupo.

Que tenham sido tratados com qualquer químico de síntese (fertilizante, pesticida, reguladores

de crescimento ou aditivos).

Plantas visivelmente debilitadas ou danificadas.

Plantas com sintomas de pragas ou doenças (neste caso, a Administração do Grupo deverá ser

informada).

Espécies espontâneas que crescem junto a povoamentos, jardins, caminhos, bermas de

estradas, zonas industriais ou similares.

De acordo com definição do Técnico Florestal da Unimadeiras, ou outros por ela nomeado.

Outras situações definidas na legislação em vigor.

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12. REGRAS GERAIS PARA A COLHEITA DE PRODUTOS SILVESTRES

Por norma, qualquer cidadão pode proceder à colheita de produtos silvestres, desde que possua a idade

mínima legal prevista no código do trabalho, assim como formação e conhecimentos suficientes, de forma

a assegurar a tarefa de forma sustentável e com a segurança necessária para o consumidor.

Para além disto, existe um leque de regras que devem ser cumpridas por todos os envolvidos na

atividade, tais como:

Ter informado a Administração do Grupo Unifloresta acerca do início da atividade de colheita,

com antecedência mínima preferencial de 1 mês.

Os métodos de colheita selecionados devem minimizar os impactes causados na área de

atuação, devendo proporcionar todas as condições para a satisfatória regeneração das espécies

intervencionadas

A atividade de colheita de plantas silvestres deve obedecer, entre outras eventuais, à legislação,

normas e regras internas definidas para Grupo Unifloresta.

A colheita deve ser feita em período do ano específico, de acordo com cada espécie, de forma

a assegurar a devida qualidade para a sua utilização.

A colheita não deve implicar a diminuição significativa da espécie na área de atuação.

Mesmo tratando-se de plantas diferentes, deve evitar-se a colheita no mesmo local e em

períodos muito curtos de tempo.

Devem permanecer intactas um número satisfatório de espécies, de forma a ser assegurada a

sobrevivência e a reprodução das espécies intervencionadas.

A colheita deve ser feita em plantas adultas.

Deve prevenir-se a possibilidade de danos mecânicos e de compactação do solo e da flora

existente. Neste caso, é sempre preferível que a colheita se processe através de um número

reduzido de pessoas.

A colheita deve ser efetuada apenas nas partes da planta a serem utilizadas. Deve assegurar-

se que apenas se recolhe a quantidade e a parte específica da planta a ser utilizada.

Em cada nova colheita de uma determinada espécie, deve selecionar-se uma nova área de

colheita, não incidindo na mesma área mais do que uma vez por época.

Na colheita, devem ser evitadas condições de solo húmido, orvalhos, chuva ou elevada

humidade relativa do ar. Sempre que verificadas as condições ideais, a colheita deve ser

realizada de manhã, sem orvalho e em plantas que não foram sujeitas a precipitação na noite

anterior.

Todos os instrumentos de corte (tesouras, facas, foices, etc.) devem ser limpos e desinfetados

entre colheitas.

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A colheita de produtos silvestres deve ser realizada de forma aleatória, devendo recolher-se, por

norma, apenas 1/3 das plantas por uma determinada área e por espécie presente.

Relativamente aos limites máximos de colheita, foram definidos os seguintes:

Parte da planta a recolher Percentagem máxima permitida de colheita

Folhas 30% das folhas de cada planta

Flores 70% das flores de cada planta

Raízes ou bolbos 20% da população, com nova colheita somente após 3 épocas

Sementes ou frutos 70 a 80% das existências

O membro deve registar e informar a Administração do Grupo acerca dos dados da colheita efetuada,

quando significativa, nomeadamente:

Identificação da parcela/propriedade intervencionada.

Data do fim da atividade de colheita.

Quantidade colhida, por espécie.

Custos com a atividade/ receita obtida.

Nome dos envolvidos na atividade.

Sintomas de pragas ou doenças identificados.

Eventuais reclamações de Partes Interessadas, durante a realização dos trabalhos.

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13. PLANTAS AROMÁTICA, MEDICINAIS E CONDIMENTARES

13.1. Colheita

A colheita de plantas aromáticas, medicinais e condimentares silvestres é uma atividade de grande

importância na sociedade atual, com especial relevância:

Ao nível da comunidade rural, com uma tradição secular no aproveitamento de plantas para a

alimentação e para medicina tradicional.

Ao nível da comunidade urbana, que consome as plantas de uma forma direta ou em produtos

confecionados com recurso a essas plantas, com crescente apetência para os produtos gourmet.

Ao nível das empresas ligadas ao comércio ou à transformação das plantas, principalmente se

tivermos em conta o aumento do interesse que as plantas aromática, medicinais e condimentares

têm suscitado nos últimos anos nos consumidores finais.

As principais plantas aromáticas, medicinais e condimentares silvestres presentes na unidade de gestão

florestal são as seguintes:

Tipo Nome vulgar Nome cientifico

Plantas silvestres condimentares

Tomilho Thymus spp.

Manjerico e manjericão Ocimum spp.

Alecrim Rosmarinus officinalis

Louro Laurus nobilis

Cerefólio Anthriscus cerefolium

Milefólio Achillea millefolium

Estragão Artemisia dracunculus

Poejo e hortelãs Mentha spp.

Orégão Origanum vulgare

Carqueja Baccharis trimera

Plantas silvestres aromáticas Rosmaninho Lavandula stoechas

Lavanda-comum Lavandula sp.

Urzes Erica spp.

Plantas silvestres medicinais Cidreira Melissa officinalis

Poejo e hortelãs Mentha spp.

Alecrim Rosmarinus officinalis

Pilriteiro Crateagus monogyna

Verbena Aloysia citrodora; Lippia citrodora

Louro Laurus nobilis

Hipericão Hypericum androsaemum e Hypericum perforatum

Tília Tilia spp.

Tomilho Thymus spp.

Erva doce Pimpinella anisum

Carqueja Baccharis trimera

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Tipo Nome vulgar Nome cientifico

Herbáceas silvestres comestíveis

Beldroega Portulaca oleracea L.

Umbigo de vénus Umbilicus rupestres

Gilbardeira* Ruscus aculeatus

Orelhas-de-lebre Stachys byzantina

Agrião Nasturtium officinale R.

Flores silvestres comestíveis Flor de Lúcia lima Aloysia citrodora

Flor de Manjericão Roxo Ocimum basilicum 'Purpurescens’

Amor-Perfeito Viola tricolor, Viola spp.

Rosas Rosa spp.

*Colheita muito condicionada

13.2. Principais regras de manuseamento e acondicionamento

Todo o processo de manuseamento e acondicionamento de plantas deve processar-se de acordo com

as regras de higiene dos recursos envolvidos e de segurança das pessoas.

As instalações devem cumprir as regras de higiene e limpeza recomendadas, ao abrigo da legislação

vigente.

Os recipientes utilizados na colheita devem ser substituídos ou bem limpos e desinfetados, de forma a

assegurar a não contaminação. Quando não utilizados, devem ser mantidos secos, afastados e gado,

animais domésticos, pragas ou roedores.

As plantas colhidas não devem entrar ou permanecer em contacto direto com o solo, ficar expostas à luz

solar direta, à chuva, pó, insetos ou animais.

Durante este processo, qualquer identificação de pragas ou doenças deve ser comunicada à

Administração do grupo.

As pessoas envolvidas deverão utilizar os recipientes e os Equipamentos de Proteção Individual

adequados, nomeadamente: botas de borracha, luvas, vestiário e recipientes higienizados.

13.3. Produção

As plantas aromáticas, condimentares e medicinais constituem recursos naturais com alguma expressão

em algumas unidades de gestão florestal do Grupo.

A preservação, utilização e a produção destas plantas em espaço florestal (nomeadamente através do

adensamento) enquadra-se numa estratégia de preservação da diversidade biológica e de exploração

económica, constituindo uma mais-valia socioeconómica para os Membros do Grupo.

Existem diversas metodologias de propagação das plantas nos espaços florestais, nomeadamente:

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Por estaca

É um dos métodos de propagação de plantas mais utilizado.

Muitas plantas, inclusive, só são multiplicadas através deste método, ou porque produzem sementes

pouco férteis ou porque raramente produzem sementes.

Nas estacas herbáceas o enraizamento tende a ser fácil, exigindo, no

entanto, algum controlo ambiental.

Estas estacas são preparadas a partir de caules herbáceos, com cerca

de 7 a 10 cm, frequentemente com folhas.

O enraizamento pode requerer humidade relativa.

Sob condições adequadas, o enraizamento é rápido, com elevada

percentagem de sucesso. A utilização de promotores do enraizamento

não é indispensável, mas melhora a uniformidade da distribuição das

raízes.

Por raiz

É um método muito utilizado para propagação vegetativa de plantas (açafrão, etc.).

Esta técnica, também chamada de divisão de rizomas, ou divisão

de plantas, como o próprio nome indica, consiste em dividir uma

planta matriz em vários pedaços para transformá-la em várias

mudas.

Requer cuidados adicionais para não danificar nem

comprometer o seu sistema radicular.

A metodologia a aplicar deve ser a seguinte:

Em primeiro lugar deve verificar-se se a planta não apresenta sinais de doenças ou pragas.

Com uma enxada ou sacho, deve proceder-se à remoção completa da planta, com especial cuidado

para não danificar a própria planta ou plantas vizinhas que se pretendam preservar.

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Remover o excesso de terra, de forma a facilitar a visualização do sistema radicular.

Observar o local onde deverá ser recortada, de forma que cada parte permaneça com um número

de brotação não inferior a três.

Na posse de uma tesoura de jardim ou qualquer outro instrumento cortante adequado, proceder à

separação da planta, sem danificar demasiadamente os rizomas, além do necessário.

Na maioria dos casos, a nova muda já poderá ser transplantada para o local definitivo, no terreno.

Caso contrário, deverá colocar-se em vasos ou outros recipientes, num local à sombra, suspenso e não

assente no chão.

Se necessário, proceder a regas frequentes, sem encharcamentos.

Após a emissão de brotos e folhas, as novas plantas poderão ser plantadas no local definitiva.

Por sementes

A realização da sementeira no terreno é uma etapa

crucial, devendo ser feita com cautela e por pessoas com

experiência e conhecedoras das técnicas e da

propriedade.

A semeadura deve ser feita com o solo pouco úmido, mas

não muito seco.

É preferivel colocar um pouco de sementes em cada espaço, separando-se o solo apenas o suficiente

para cobrir as sementes.

Para sementes maiores, pode cavar-se uma pequena linha, de acordo com a profundidade

recomendada, colocando as sementes com o espaço desejado e cobrindo o local com terra, sem exercer

pressão em demasia.

Normalmente, nem todas as sementes germinam. Para não ficarem espaços vazios, é recomendado que

sejam colocadas várias sementes em cada espaço, de forma a, posteriormente, retirar a que estiver pior.

Essa seleção das melhores plantas, chama-se “desbaste”.

A germinação pode demorar entre uma semana e, por vezes alguns meses. Assim, pode ser necessário

que, durante esse tempo, se mantenha o solo húmido.

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13.4. Regras de plantação

Na plantação de plantas que se pretende colher, não deve proceder-se à plantação:

Na faixa de proteção às linhas de água.

Nas bermas de estradas ou de caminhos.

A menos de 500 metros de industrias que efetuem emissões gasosas.

Em terrenos onde se exerçam atividade agrícolas em que sejam utilizados químicos, assim

como nos terrenos imediatamente adjacentes.

Outros locais onde a plantação possa comprometer os valore de conservação já existentes.

13.5. Plantas mais frequentemente utilizadas

Tomilho

Arbusto perene, família das Labiadas, que chega aos 30 cm e floresce no Verão.

Deve ser plantado em solo alcalino, bem drenado e numa área com sol.

Propagar por semente ou por estaca no verão e por divisão na primavera.

Hortelã

Pertence à família das Labiadas, é uma planta herbácea, vivaz, muito rústica com 30 a 90 cm de altura,

possuindo rizomas subterrâneos. Prefere áreas com solo leve, rico e húmido, com sol ou sombra parcial

e protegido no verão. Semear ou plantar por divisão na primavera.

Funcho

Herbácea perene, família das umbelíferas. Bem adaptado em solos leves, húmidos e locais quentes e

propaga-se por divisão das raízes ou por semente na primavera.

Transplantar quando pequena e dar compasso de 50 cm.

Cor verde-acinzentado e flores amarelo-acastanhado.

Alecrim

Prefere solos bem arejados.

Exposição ao sol, com proteção dos ventos. Floração no início primavera (abril – junho).

Propaga-se por estaca ou mergulhia.

Plantar com intervalos de 60 – 90 cm. Pode atingir os dois metros.

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Camomila

Pertence à família das Compostas.

Matricaria chamomilla, camomila vulgar e Anthemis nobilis, macela ou camomila romana com aroma

agradável, semelhante a maçã.

Perene vigorosa, rastejante, formando tapete, resistente à seca.

Bem adaptada a solos bem arejados e medianamente argilosos, com sol.

Realizar a sementeira na primavera.

Dividir as variedades vivazes na primavera e no outono e plantar com um compasso de 45 cm como

aromáticas, de 10 cm, se utilizada em relvados e plantas com 5 cm.

Alfazema

Lavandula angustifólia Miller.

Lavandula stoechas L., o rosmaninho.

É um subarbusto vivaz, da família das Labiadas.

Gosta de solos arenosos, secos e bem drenados. Pode crescente entre 0,60 cm a 1 metro de altura.

Produz flores azul-violáceo de julho a agosto, em espiga.

Propaga-se por estaca com 10 a 20 cm no outono e primavera e por sementeira.

Plantar em lugar soalheiro seco e arejado com compasso de 30 x 40 cm.

Orégão

Planta vivaz herbácea, da família das labiadas, pode alcançar 70 cm de altura.

É uma planta rizomatosa, que apresenta um crescimento bastante ramificado na parte superior.

As folhas são de cor verdes escuras e as flores rosa-púrpura.

A espécie espontânea tem floração branca.

A época de floração vai de fins de maio até à primeira quinzena de julho.

A colheita é feita no início da floração.

Propaga-se por semente, estaca ou por divisão de pés, esta realizada no outono ou início de primavera,

para permitir um maior desenvolvimento vegetativo.

Lúcia-lima

É um arbusto vivaz, pertencente à família das Verbenáceas, muito aromático.

Possui folhas ovadas e verticiladas.

A floração inicia em maio prologando-se até outubro dependendo dos cortes.

Prefere solo bem arejado e alcalino.

Solos pobres originam plantas mais fortes, capazes de sobreviver aos invernos frios

Por sementeira, na primavera, por estacas, cortadas de ramos no final da primavera, abaixo do nó-

A plantação deve ser feita com intervalos de um metro.

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Hipericão

Cultura vivaz, da família das Gutíferas, com 10 a 90 cm, lenhosa na base, conhecido por Erva de S.

João.

O hipericão do Gerês (Hypericum androsaemum L.) tem um porte maior 0,30 cm a 1 metro.

Aparece em terrenos incultos, bosques meio sombrios, normalmente calcários.

A multiplicação, faz-se por sementeira na primavera em tabuleiros, divisão das raízes na primavera,

estacas cortadas no verão.

Cultivar em solos soalheiros, pouca sombra e bem drenados.

Plantar no outono ou primavera e podar no final do inverno.

A floração vai de junho a setembro.

As partes utilizadas são as folhas e as sumidades floridas.

Valeriana

Perene vigorosa que atinge por vezes 1,2 metros de altura.

É uma planta de porte majestoso, folhagem graciosa e flores pequenas e numerosas.

Semear na primavera em local definitivo.

Tolera locais com sol ou com sombra.

Erva Cidreira

Perene e resistente da família das Labiadas.

Fragrância a limão. Quando em condições favoráveis, o tamanho varia entre 30 a 80 cm.

Prefere solos leves, ricos, húmidos e bem fertilizados.

Prefere climas temperados quentes e húmidos, locais semi-sombreados.

Cultivada nos climas moderados, floresce na primavera e em condições favoráveis, floresce todo o ano.

A luz intensa amarelece as folhas e reduz a intensidade da sua fragrância.

Resiste ao frio rigoroso do Inverno, quase desaparecendo.

Salvia

Também designada de Erva Santa, é um subarbusto vivaz com 30 a 75 cm de altura.

Pertence à família das labiadas.

Bem adaptada a solos ricos e drenados, leves, secos e alcalinos.

Prefere clima temperado, com sol e abrigado dos ventos.

Propaga-se na primavera-verão por estaca e por estaca em julho, cada 4-5 anos.

Auto propaga-se ou por estaca em junho e julho, por sementeira no início da primavera, em abril e maio.

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Coentros

Prefere solos ricos e leves, expostos ao sol.

Semear no outono e, se em local definitivo, no início da primavera, distante do local onde se encontra o

funcho.

Cominhos

Local abrigado do sol.

Prefere solos arejados e ricos.

Semear em local definitivo.

Semear em local quente no fim da primavera.

Salsa

Semear na primavera ou no verão.

Prefere solos ricos e húmidos.

Semear após choque térmico ao sol ou meia sombra.

Estragão

Prefere solo ricos, leves e secos, abrigados do sol.

Propagação por raízes e por semente na primavera, por estaca no verão.

Plantar com compasso de 30-45cm.

Aneto

Anual rústica, da família das Apiáceas.

Semear em local definitivo na primavera/verão.

Prefere solos ricos, com boa drenagem, ao sol e protegido dos ventos.

Compasso de plantação 25-30 cm, podendo atingir 1,5 metros de altura.

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14. COGUMELOS

14.1. Colheita

A apanha de cogumelos silvestres comestíveis é uma tradição bastante enraizada em Portugal, com

uma dinâmica comercial relevante e em franca expansão.

Na unidade de gestão florestal do Grupo, sobretudo nas áreas de conservação, existe uma grande

variedade de fungos que produzem cogumelos, sendo que muitos deles são comestíveis e alguns muito

apreciados em culinária.

Outros são tóxicos e, alguns destes, até mortais.

Os cogumelos são um excelente alimento que, particularmente nos anos mais recentes, tem vindo a

ganhar apreciadores, aumentando, assim, a pressão sobre a procura.

Devido à inexistência de fiscalização e, não raras vezes, ao desconhecimento das atividades de colheita

por parte do proprietário, o desaparecimento de alguns ecossistemas florestais pode pôr em risco a

sustentabilidade de algumas espécies de cogumelos silvestres.

Para que este recurso seja sustentável, torna-se necessário implementar algumas medidas de grande

importância, identificadas no presente documento.

Para além das regras gerais definidas para a colheita de outros produtos silvestres, no caso da apanha

de cogumelos, trufas e túberas devem ser cumpridos os seguintes preceitos:

Devem ser utilizados equipamentos, roupas e calçado adequado às condições da vegetação do

local da colheita e que assegurem as condições de higiene do processo.

Qualquer pessoa que proceda à colheita de cogumelos silvestres deve ter conhecimentos

suficientes e experiência na diferenciação das espécies, de forma a assegurar que não há

colheita de espécies toxicas e, eventualmente, mortais.

Os cogumelos conhecem-se um a um pelas suas caraterísticas particulares.

É preciso avaliá-los individualmente, sempre com a ajuda de quem os conhece bem.

Em caso de dúvida na identificação dos cogumelos, não colher nem comer.

Quando se pretende colher uma determinada espécie, a colheita deve ser apenas dessa espécie

e de nenhuma outra.

Ao pretender colher outras espécies, deverá saber-se conhecê-las bem, efetuando a colheita

apenas nas quantidades a consumir e em bom estado.

Referencial técnico de produtos florestais não lenhosos do Grupo Unifloresta . Revisão 05 . Data: 05.10.2015 Elaborado por: GC . Aprovado por: AD . Documento sujeito a revisões . Página 28 de 89

A colheita deve ser realizada à mão, cortando o cogumelo ao nível do solo e evitando a

destruição local do micélio, que poderá produzir outros cogumelos no mesmo local e no mesmo

ano.

O uso de ferramentas ou utensílios que removam e revolvam o solo e/ou a folhada deverão ser

excluídos na colheita de todos e quaisquer cogumelos.

Deverá tapar-se o espaço aberto com solo provocando uma ligeira compactação.

Não devem ser colhidos cogumelos muito jovens, nem em fase avançada de maturação.

Por um lado, os cogumelos jovens são mais difíceis de identificar e ainda não libertaram os

esporos; por outro lado, os cogumelos comestíveis em estado adiantado de maturação podem

ser indigestos, devendo deixar-se no local sem perturbação para que dissemine os seus esporos,

garantindo a propagação da espécie no desenvolvimento de novos micélios.

Durante o processo de colheita, não devem ser realizadas ações passiveis de destruir outras

espécies existentes no terreno, uma vez que todas têm uma importante função ecológica.

No caso de cogumelos comestíveis não apreciados, devem deixar-se intactos uma vez que

interessarão a outros que os apreciam.

Os cogumelos não comestíveis e os venenosos também têm funções ecológicas benéficas para

a floresta e para o ambiente, dado que alguns deles participam na remoção de alguns produtos

contaminantes.

Para o transporte dos cogumelos deverá utilizar-se um cesto de vime. Para além de permitir o

arejamento, o cesto também permite a disseminação dos esporos libertos pelos cogumelos

colhidos.

O uso de latas, baldes e sacos de plástico é proibido.

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14.2. Principais espécies de cogumelos silvestres tóxicos e mortais de Portugal

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14.3. Principais espécies de cogumelos silvestres comestíveis de Portugal

Agaricus arvenses - Bola de neve

Amanita caesarea - Amanita dos césares

Amanita lepiotóides - Silarcas

Amanita ponderosa - Silarca poderosa

Amanita rubescens - Amanita vinosa

Auricularia auricula-judae - Orelha de Judas

Boletus aereus - Boleto negro

Boletus chrysenteron - Boleto de carne amarela

Boletus edulis - Cepe de Bordéus

Boletus lutens - Boleto

Clathrus ruber - Clatus vermelho

Clitocybe gibba - Clitocibe

Coprinus comatus - Coprino cabeluso

Helvella lacunosa - Orelhas de gato

Lactarius deliciosus - Sancha

Lactarius rugatus - Lactário enrugado

Lactarius semisanguifluus - Lactário

Leccinum corsicum - Tortulho de esponja amarela

Lepista nuda - Pé violeta

Leucoagaricus leucothites - Leucoagárico

Macrolepiota procera - Frades

Morchella esculenta - Pantorras

Psalliota arvenis - Tortulho dos cavalos

Psalliota campestris - Tortulhos alentejanos

Russula cyanoxantha - Russula azul

Sarcodom imbricatus - Gigante dos pinhais

Tricholoma equestre - Míscaro amarelo

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14.4. Produção em espaço florestal

O aproveitamento das potencialidades dos espaços florestais da unidade de gestão florestal do Grupo

Unifloresta está particularmente associado aos sistemas multifuncionais da floresta, constituindo um

fator relevante para a diversificação das atividades das propriedades, para o aumento da dinâmica

económica da atividade e para o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais.

A promoção da utilização dos recursos associados aos espaços florestais é, também, um forte indutor

da produção de bens e serviços proporcionados pelo ecossistema, maximizando as suas funções

protetoras e sociais e perpetuando a memória das tradições das populações.

Alguns espaços florestais do Grupo, nomeadamente áreas com plantações de espécies de crescimento

lento, oferecem condições ideais ao cultivo e bom desenvolvimento de cogumelos, quer em pequena

escala (para consumo próprio), quer de uma forma mais intensiva (para comercialização).

Os principais tipos de cogumelos com uma rede de escoamento comercial bem implementada em

Portugal são os seguintes:

Nome Principais caraterísticas

Cogumelo branco (Champignon)

Agaricus bisporus

O champignon é um cogumelo comestível da família das agaricáceas, género Agaricus, pertencente à espécie Agaricus bisporus ou A. bitorquis, A. campestris, entre outras. Existe na natureza, essencialmente em prados, quando a humidade é elevada e as temperaturas são baixas, geralmente no fim do verão, com as primeira chuvas. Quando maduros, apresentam um chapéu em forma de concha, com uma colcoração entre o beje e o cinzento-escuro. O seu tamanho varia de 5 a 20 cm de diâmetro, com um aroma e textura agradáveis.

Cogumelo shiitake

(Cogumelo preto do Japão)

Lentinula edodes

O shiitake, Lentinula edodes é um cogumelo comestível nativo do leste da Ásia.

Atualmente é dos cogumelos comestível mais consumidos no mundo,

incorporado desde há muito nos hábitos alimentares dos povos asiáticos.

Recentemente, foi introduzido para produção e consumo nos países ocidentais.

É nutritivo, rico em proteínas, contendo em relação à matéria seca 17,5% de

proteínas, com aminoácidos essenciais. Possui substâncias com propriedades

medicinais, nomeadamente para o tratamento e controle de pressão arterial,

redução do nível de colesterol, fortalecimento do sistema imunológico, e inibição

do desenvolvimento de tumores, vírus e bactérias.

Cogumelo castanho

(Pleorotus Spp)

O Cogumelo ostra - Pleorotus Spp - é um dos cogumelos mais difundidos no

mundo. O chapéu é pequeno, castanho e esférico. O pé cresce ramificado, é castanho e tem entre 5 e oito centímetros de altura. A carne é doce e de travo amanteigada a noz. É nativo da China e do Japão.

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Estes cogumelos podem ser produzidos na propriedade florestal, quer através da produção em tronco

de árvores (apenas com recurso a árvores provenientes de propriedade certificada), quer através de

adensamento e micorrização artificial na floresta.

a) Produção em troncos

A produção de cogumelos em troncos de árvores é uma técnica ancestral e é adequada para uma vasta

gama de espécies.

O período de incubação pode ir de 6 a 18 meses, dependendo da espécie de cogumelo e da madeira

utilizada.

Em condições normais, a duração da produção pode-se estender até aos 6 anos.

Esta técnica é também a que exige menos controlo do substrato – os troncos de madeira.

Uma das espécies comestíveis mais cultivada em troncos de madeira é o Shiitake (lentinula edodes).

A produtividade de outras espécies, tal como o Pleurotus, é geralmente mais baixa do que a produzida

através de outros métodos, necessitando, ainda, de um espaço de tempo maior para o processo de

incubação.

Na produção de cogumelos em tronco deve ter-se em consideração alguns fatores essenciais, tais como:

a região do país,

a escolha de uma espécie de cogumelo que frutifique a uma temperatura próxima da temperatura

atmosférica ao ar livre da região onde vai ser criado,

as caraterísticas do terreno, do solo e do espaço envolvente,

as espécies e idades de árvores existentes na propriedade certificada, que se pretendem utilizar

para a cultura dos cogumelos.

Para produção de cogumelos em tronco, apenas poderão ser utilizadas árvores provenientes de uma

propriedade certificada.

Das espécies de cogumelos mais comuns, as seguintes espécies são as que apresentam uma melhor

adaptação à cultura em troncos de árvores na floresta:

· Shiitake (Lentinus edodes)

· Cogumelo do Cardo (Pleurotus eryngií)

· Cogumelo do Choupo (Agrocybe aegerita)

· Enokitake (Flammulina velutipes)

· Juba de Leão (Hericium erinaceus)

· Nameko (Pholiota nameko)

· Reishi (Garvoderma lucidum)

· Repolga (Pleurotus ostreatus)

· Repolga Cor-de-Rosa (Pleurotus djamor)

· Repolga Setas (Pleurotus pulmonarius)

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A produção em troncos pode ser dividida nas seguintes fases:

1. Seleção das árvores (provenientes da própria propriedade)

2. Furação dos troncos

3. Inoculação dos troncos

4. Fecho dos furos com parafina líquida ou outra substância isolante

5. Incubação dos troncos

6. Frutificação

7. Colheita

8. Fase de descanso dos troncos

Seleção das árvores

A madeira mais adequada é, nomeadamente, sobreiro, carvalho, castanheiro, eucalipto e choupo.

No entanto, dependendo das espécies de cogumelos a utilizar, poderão ser usados troncos de outras

árvores, tais como amieiro, bétula, ou outras.

Não devem ser utilizados troncos de espécies de resinosas ou fruteiras.

Os troncos a inocular devem apresentar-se perfeitamente sãos, sem vestígios de deterioração por

fungos, sem partes ressequidas, com casca lisa e grossa e ser cortados cerca de 2 a 3 semanas antes

de se realizar a inoculação.

A casca deve manter-se completamente intacta, de forma a evitar eventuais infeções e contaminações

por bactérias e fungos patogénicos.

Até ao momento da sua utilização, os troncos cortados devem permanecer em posição horizontal e num

local com sombra, de forma a evitar o contacto com o sol, o que pode provocar o desprendimento da

casca.

Regra geral, a dimensão dos troncos pode variar entre:

· Diâmetro: 10 cm - 25 cm.

· Comprimento: 70 cm - 1 metro.

·

O tamanho ideal dos troncos é de 10 - 25 cm de diâmetro e 1 metro de comprimento.

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Furação dos troncos e inoculação

Deve ser realizada uma série de furos nos troncos, com recurso de uma broca, sem provocar danos na

casca adjacente aos furos.

Perfurar a 1,5 a 2 cm de profundidade do tronco

e com um diâmetro de 8 mm, com distâncias

entre 20 a 30 cm no sentido longitudinal e 6 a 12

cm no sentido transversal.

O nº de furos a realizar nos troncos pode ser

seguida pela seguinte fórmula:

N.º de furos = (Diâmetro tronco/3) x (Comprimento

tronco/20).

A inoculação dos troncos consiste em introduzir o inoculante nos furos realizados com a broca, com

recurso ao inoculador.

O crescimento do micélio dentro dos troncos acompanha o sentido das fibras da madeira, pelo que o

crescimento é mais rápido no sentido do comprimento do tronco e menor no sentido da largura.

Deve assegurar-se uma boa higiene das mãos dos trabalhadores e dos utensílios que irão entrar em

contacto com o inoculante, sendo aconselhável a lavagem com água e sabão e, posteriormente, com

álcool.

A inoculação deve ser realizada logo após a furação dos troncos, de forma a evitar que os furos

permaneçam expostos aos contaminantes do ar e que ressequem.

De forma a diminuir a exposição a más posturas físicas aos trabalhadores que realizam o trabalho, este

deverá ser realizado em série, pelo menos com o recurso a três pessoas: uma responsável pela furação

dos troncos, outra pela inoculação e a terceira pelo fecho dos furos com parafina líquida ou outra

substância isolante, tal como o flinkcoat ou cera.

De um modo geral, o consumo aproximado de inoculante é o seguinte:

· 10 litros para 100 troncos de metros x 10 cm diâmetro.

· 15 litros para 100 troncos de 1 metros x 15 cm de diâmetro.

Preferencialmente, a inoculação deve ser realizada no outono.

O fecho dos furos deve ser feito assegurando o completo preenchimento do furo, com o objetivo de

impedir a penetração de contaminantes externos, a infiltração de água e a secagem do inoculante.

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No caso de utilização de parafina, esta deve encontrar-se a uma temperatura entre 115 ºC e 120 °C.

Temperaturas mais elevadas podem potenciar a evaporação e a formação de fumos tóxicos, com o

perigo de ignição de um foco de incendio na floresta.

Deve ser evitado o derrame de parafina no solo.

Para recolher o excesso de parafina em excesso ou para evitar o derrame aquando da sua aplicação,

deve cobrir o chão do local com uma folha metálica.

No caso de derrame no solo, a parafina deve ser recolhida para sacos plástico resistente ou outros

recipientes adequados e encaminhados para a entidade competente.

Incubação

O local de incubação na propriedade deve ser sombrio, com uma

temperatura amena e ventilação média.

Os troncos devem ficar alinhados na horizontal, uns sobre os

outros, nunca ultrapassando 1,5 metros de altura, cobrindo-se, se

necessário, com um plástico escuro.

A distribuição da humidade numa pilha tende a deixar as partes

mais baixas e centrais com maior teor de humidade, pelo que os

troncos mais finos devem ser colocados nas partes mais baixas

e mais centrais da pilha, pois ressecam mais facilmente.

O chão onde assentam os troncos deve ser revestidos com cascalho ou outro produto adequado, de

forma a evitar a lama no local.

A cada 2 meses, ou noutra frequência inferior se considerado adequado, deve proceder-se à alteração

da posição dos troncos na pilha, passando os que se encontrem na parte de baixo para a parte de cima

e vice-versa e procedendo à rotação de 180° de todos os troncos.

Este procedimento pretende uniformizar a humidade na pilha.

Adicionalmente, deve ter-se em especial atenção os pontos de contacto entre os troncos.

Não raras vezes o micélio “solda” as cascas dos dois troncos neste locais, originando o desprendimento

de pedaços de casca.

Assim, e com o objetivo de evitar a perda de casca, deve manusear-se os troncos com atenção redobrada

nestes pontos.

A temperatura ótima de incubação situa-se entre 20ºC a 25ºC.

A humidade da madeira deve situar-se entre 35% e 55% e a humidade relativa entre 75% e 80%.

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Nos períodos mais quentes e secos, como no verão, nunca deixar secar os troncos por completo,

enquanto que no inverno, ou em alturas mais frias e chuvosas, deve evitar-se o encharcamento do

terreno, se necessário assentando os troncos em tijolos.

O período de incubação pode durar de 6 meses a 1 ano.

O crescimento de micélio no tronco prossegue com a decomposição da madeira pelo fungo para obter

os nutrientes necessários para a fase seguinte, a frutificação.

Frutificação

Com o amadurecimento do tronco inoculado, a frutificação ocorre de

forma espontânea, geralmente após alguns dias chuvosos ou

diminuição da temperatura ambiente.

Sem intervenção humana, este período corresponde à chegada do

outono.

A frutificação e visível através do aparecimento de pequenas

protuberâncias sob a casca (primórdios do cogumelo).

Quando manuseados corretamente, os troncos podem produzir durante 2 a 6 anos, em 8 a 12 ciclos de

produção. O rendimento desta técnica situa-se entre os 10 % a 15% do peso da madeira utilizada.

À medida que o teor de nutriente decresce, a quantidade de cogumelos produzida também sofre uma

redução, até ao ponto em que não se verifica mais nenhuma germinação.

Nessa altura, os troncos devem ser retirados do local de produção, uma vez que que favorecem a criação

de pragas (fungos e insetos) que podem comprometer a restante produção.

Essa madeira pode ser utilizada como matéria orgânica para enriquecimento do solo, permanecendo em

locais estratégicos na propriedade.

Colheita

A colheita deverá ser realizada quando 50% a 60% do chapéu estiver aberto.

O cogumelo deve ser colhido apenas com as mãos, segurando pelo pé com uma ligeira torção até que

se tenha desprendido, tendo em atenção que não deve ser retirada nenhuma parte da casca do tronco.

Durante o processo de colheita, devem tomar-se todos os cuidados para que não ocorram danos ou

impactes na vegetação e nos habitats existentes na propriedade onde se encontram os troncos.

A data de início dos trabalhos deverá ser comunicada à Administração do Grupo.

Os cogumelos colhidos devem ser limpos de restos de casca das árvores, colocados em recipiente

plásticos cobertos com filme de PVC aderente e armazenados no frio até ao destino ou utilização final.

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Descanso dos troncos

Depois de se proceder à colheita, os troncos devem permanecer 40 a 60 dias em descanso, preparando-

se para um novo processo de indução e colheita.

Durante esse período de descanso, o micélio absorve mais nutrientes dos troncos, preparando uma

nova produção.

Quando o tronco estiver esgotado, a sua casca já terá soltado quase por completo e a madeira ficará

apodrecida ao ponto que qualquer batida fará com que se quebre muito facilmente, devendo então ser

rejeitado.

b) Produção por micorrização artificial

As micorrizas

As Micorrizas são pseudo-hifas, adaptações de alguns fungos unicelulares que se multiplicam,

permanecendo unidos, semelhante a hifas (filamentos que formam o micélio dos fungos e o micobionte

dos líquenes) com função de adaptação ao meio submetido.

As micorrizas formam-se quando as hifas de um determinado

fungo invadem as raízes de uma outra planta.

As hifas vão auxiliar as raízes da planta na função de

absorção de água e sais minerais do solo, já que aumentam

consideravelmente a superfície de absorção.

Deste modo as plantas podem absorver mais água e adaptar-

se a climas mais secos.

Os fungos, em troca dos seus serviços, recebem da planta os fotoassimilados (carboidratos) que

necessitam para a sua sobrevivência e que não conseguem sintetizar, pois não possuem clorofila

As micorrizas podem ser divididas em dois grupos: endomicorrizas, onde o fungo se encontra

principalmente no interior das raízes e as ectomicorrizas, onde o fungo se desenvolve à superfície da

raiz.

Com a exceção de algumas espécies, as plantas agrícolas e hortícolas formam micorrizas arbusculares.

Algumas árvores florestais também formam esse tipo de micorriza.

No entanto, a grande maioria das espécies florestais formam ectomicorrizas.

Existe um vasto leque de cogumelos comestíveis cujo desenvolvimento está associado a determinadas

árvores, tais como o pinheiro, o castanheiro, o sobreiro, a aveleira, a azinheira e o carvalho.

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Estas são as espécies mais utilizadas na produção de cogumelos por micorrização em Portugal.

A micorrização pode ser realizada através da compra de árvores já micorrizadas ou da realização da

micorrização num povoamento já instalado.

No cultivo de trufas e cogumelos, é importante ter-se em atenção a situação geográfica e clima da

propriedade, de forma a decidir qual o cultivo mais adequado. É fundamental também realizar uma

análise física e química ao solo de forma a determinar a viabilidade do cultivo.

Não deve ser aplicado qualquer inseticida ou pesticida no local da micorrização.

As zonas micorrizadas não devem ser aradas nos anos seguintes à micorrização.

Se necessário, realizar uma limpeza superficial da vegetação rasteira.

Principais espécies de cogumelos comestíveis micorrizadas

Sancha (Lactarius deliciosus)

Espécie de produção de baixo risco, associada a várias espécies

de Pinus sp., nomeadamente pinheiro bravo, pinheiro manso e

pinheiro silvestre.

Prefere solos francos, sendo de evitar zonas muito declivosas.

A produção inicia-se aos 3 anos, apresentando um aumento

progressivo de produção ao longo do tempo.

Espécie autóctone, muito comum em Portugal, frutificando na primavera e no outono.

Apresenta uma produção média de 300Kg/ ha.

Nos pinhais selvagens, partilha o seu espaço com muitos outros cogumelos, desde os comestíveis de

menor valor aos não comestíveis e venenosos.

No cultivo em plantações artificiais, esta espécie é claramente a dominante, podendo, assim, ter controlo

sobre a sua produtividade.

Prolifera facilmente em solos ácidos, embora possa também ocorrer em solos calcários.

Para plantações de Sancha deve colocar-se as plantas de 3m x 3m (1.100 plantas por hectare) até 4m

x 4m (625 plantas por hectare).

É aconselhável a rega manual nos primeiros anos e o uso de protetores, que podem ser naturais e

orgânicos, de forma a abrigar as plantas jovens de fauna selvagem.

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Boleto (Boletus edulis)

O Boletus é um fungo micorrízico e, por tal, vive associado a

raízes de certas árvores adultas, tais como castanheiros,

carvalhos, pinheiros, sobreiros, faias, entre outras.

Aparece sob o coberto dos soutos, em particular devido à sua

folhagem em decomposição e nos terrenos de giestas a Norte

do distrito de Viseu.

Os campos para o cultivo de Boletus necessitam de estar localizados em zonas que apresentem pH

ácido (pH <5,5), de textura variável e com solos pobres.

Atinge com facilidade 25 cm de altura.

Apresenta um chapéu hemisférico espesso e largo de cor castanha, assente sob um pé grosso de cor

branca com estrias acastanhadas junto ao chapéu.

A produção está diretamente relacionada com as condições climatéricas e com o sistema agroflorestal

implementado sendo muito produtivo em condições ideais.

A frutificação inicia-se após o segundo ano, podendo obter-se produções entre 100 e 200 kg/ha/ano em

alguns soutos e entre 100 a 400 em pinhais de Pinus sylvestris com precipitação superior a 650mm.

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15. FRUTOS SILVESTRES

A utilização de frutos e bagas silvestres para consumo humano, na sua forma simples ou para a produção

de produtos transformados (aguardente, doces, compotas, etc.) é uma atividade secular e transversal a

toda a população rural.

A exploração sustentável destes produtos nas Unidade de Gestão Florestal passa por uma gestão

adequada dos mesmos e do respeito pelas espécies e habitats envolventes.

15.1. Lista dos principais frutos e bagas silvestres

Medronho Alfarroba Maçã brava Noz

Avelã Ginginha-de-rei Castanha Pera brava

Pinhão Bolota Cereja brava Amora brava

Morango silvestre Amendoa

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15.2. Requisitos gerais de segurança na colheita

A colheita de frutos florestais silvestres com vista ao seu processamento ou conservação para posterior

utilização é uma atividade que, regra geral, realiza-se em árvores em pé e acarreta alguns riscos.

Só devem subir às árvores os trabalhadores com experiência na atividade e que tenham um nível de

conhecimento considerado adequado das técnicas de escalada a árvores, nomeadamente a utilização

do equipamento de trabalho e de proteção individual adequados.

Para esta atividades, são requeridos os seguintes cuidados:

Os trabalhadores devem utilizar o equipamento de proteção individual necessário e respeitar

todas as normas de segurança de escalada e descida de árvores.

A colheita de frutos silvestres com subida às árvores não deve ser realizada por uma só pessoa.

Devem participar na atividade, pelo menos, duas pessoas, devendo todos ter um conhecimento

adequado de técnicas de primeiros socorros.

A colheita deverá ser realizada pelo número mínimo de pessoas necessárias para o efeito, de

forma a evitar eventuais danos e impactos causado na área.

Os trabalhadores que realizam a subida às árvores devem possuir boa resistência física,

agilidade, ausência de vertigens e capacidades psicomotoras que permitam operar em altura.

Na colheita em árvores em pé, deve fazer-se uma avaliação das condições climáticas, não se

devendo colher em condições adversas, tais como nevoeiro, vento, gelo ou chuva, por colocar

em risco a segurança dos trabalhadores.

Os operadores que sobem às árvores devem conhecer as diferentes caraterísticas das espécies

e saber identificar, de imediato, a diferença entre madeira viva e madeira morta.

As escadas que se utilizam para subir às árvores devem possuir base antiderrapante. Antes da

utilização, deve verificar-se o seu estado.

A apanha de frutos apenas deverá ocorrer apenas se os frutos estiverem suficientemente

maduros e se a quantidade compensar o esforço e o tempo despendido neste tipo de operação.

Quando se trata de frutos grandes, estes deverão ser cortados individualmente, evitando que

caiam no chão.

No caso de frutos pequenos, deverão ser apanhados individualmente ou em raminhos e

colocados em sacolas que os operadores transportam consigo.

Durante o trabalho realizado pelo trabalhador que permanece na árvore, nenhum outro

trabalhador deve permanecer na área por baixo da copa da árvore.

Sempre que o trabalhador que permanece na árvore tiver necessidade de deixar cair um objeto,

deverá avisar as pessoas que permanecem no solo.

Durante o trabalho, não devem ser causados danos na árvore intervencionada.

A descida da árvore deverá ser feita de forma lenta e cuidadosa.

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16. RESINA

A resina é um líquido viscoso, transparente e pegajoso, de cor amarela acastanhada, produzida por

algumas árvores resinosas, tais como os pinheiros, quando sofrem algum dano ou ferida no tronco.

Ao sair naturalmente do interior do tronco para o exterior, tapa e cicatriza a ferida, protegendo a árvore,

uma vez que, em contacto com o ar, fica dura, quebradiça e forma cristais.

Da resina é extraída a aguarrás (terebentina) e pez (colofónia de gema), usados como matéria-prima

para fabrico de vários produtos e derivados, entre outros:

Solventes e diluentes para tintas e vernizes

Aglomerantes

Vernizes de óleo

Colas e adesivos

Produtos de limpeza

Sabão

Linóleos

Perfumes e cremes

Incensos

Pastilhas

A resinagem consiste na realização de

cortes no tronco da árvore, o que provoca a

produção e libertação de resina, que será

recolhida num recipiente preso à árvore.

Ao método tradicional de resinagem, ou seja, sem recurso ao uso de estimulantes, denomina-se

“sistema do púcaro”.

Este consiste em realizar um corte no pinheiro, encaixando um púcaro nessa cavidade. A goma escorre

para o púcaro e, posteriormente, o resineiro recolhe a goma acumulada. Este método pode implicar o

enfraquecimento da árvore e uma maior vulnerabilidade ao ataque de doenças e à ação de insetos.

O método mais moderno consiste na obtenção da resina através da aplicação de estimulantes no corte

realizado no pinheiro, designadamente pasta sulfúrica.

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Esta pasta sulfúrica mantém-se eficaz durante cerca de quatro semana, período durante o qual é

libertado, de forma contínua, ácido para a árvore.

Para além destes, existe o método da extração hermética, com recursos a furos no tronco da árvore,

onde são inseridos tubos metálicos e, a estes, são hermeticamente adaptados sacos de plástico de

polietileno de alta densidade em substituição dos púcaros.

Atualmente, este método não se verifica na Unidade de Gestão Florestal.

O método mais utilizado na Unidade de Gestão Florestal é o que recorre ao uso de estimulantes, de

acordo com os princípios de exploração racional, em árvores de pinheiro (bravo e manso) aptas para o

efeito. No entanto, cabe ao proprietário optar pela utilização, ou não, de reagentes químicos na extração

da gema.

16.1. Modalidade de extração da resina

A modalidade a utilizar - à vida ou à morte - depende da finalidade a dar à madeira das árvores resinadas.

Na Unidade de Gestão foram identificadas as seguintes modalidades:

Pode ser praticada à vida, em pinheiros a explorar a longo prazo, com mais de

80 cm de perímetro e a 1,30 metros do solo.

De uma forma mais intensiva, pode ser praticada à morte, apenas nos últimos anos de vida da árvore,

a retirar em desbaste ou corte final, durante um período máximo de 4 anos e em árvores com mais de

63 cm de perímetro e a 1,30 metros do solo.

Em média, um pinheiro pode produzir cerca de 2 kg de resina por ferida.

Anualmente, e em condições normais, um pinheiro médio atinge uma produção máxima de 4 kg.

Resinagem à vida

Perímetro (1,30 metros do solo)

Número de fiadas de feridas

< 0,80 metros Não é permitida a resinagem

0,80 a 1,10 metros Uma nova fiada só pode ser iniciada depois de explorada a anterior.

> 1,10 metros Nos primeiros 4 anos. Uma nova fiada só poderá ser iniciada após terminada a exploração das anteriores.

Resinagem à morte

Perímetro (1,30 metros do solo)

Número de fiadas de feridas

≥ 0,63 metros. Apenas pinheiros a cortar no máximo em 4 anos.

O máximo possível, devendo ser respeitada uma distância entre fiadas. Carece de autorização e deve respeitar todas as disposições estabelecidas na lei.

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16.2. Metodologias de exploração de resina

a) Época da resinagem

A resinagem é efetuada no período de 1 de março a 30 de novembro, com um pico no verão, altura em

que a produção de resina é maior, devido à maior intensidade de calor.

O descasque da árvore pode ser iniciado em fevereiro.

Anualmente, é realizado um novo corte, sempre acima do anterior.

b) Principais ferramentas utilizadas

Nome Função

Descascadeira Ferramenta de cabo comprido, com uma espécie de lâmina de dois gumes, que serve para alisar a casca (descarrasque) na zona onde se vai fazer a ferida no tronco da árvore.

Ferro de renova americano

Ferramenta de cabo comprido com uma lâmina especial na ponta, utilizada para fazer as renovas (feridas).

Riscador Utilizado para riscar (marcar) no tronco os bordos laterais da ferida, que limitam a zona onde se vai tirar a casca.

Mete bicas Ferramenta usada fazer a fenda no tronco da árvore, onde vai ser colocada e enterrada a bica. Pode ser curvo (para bicas curvas) ou direito (para bicas direitas).

Raspadeira Ferramenta de cabo longo, com uma lâmina na ponta usada para raspar e retirar, no final da campanha, a resina seca (raspa) que ficou agarrada às feridas.

Pulverizador Frasco com tampa tipo borrifador, usado para pulverizar e tratar a ferida com o ácido para provocar a libertação da resina.

Púcaro Vaso de barro ou plástico utilizado para colher a resina que escorre da ferida. É preso ao tronco com um prego. Atualmente, também são utilizados sacos de plástico.

Espátula Pequena pá plana, usada para ajudar a retirar a resina dos púcaros, durante a operação de colheita da resina (colha).

Bica Placa ou lâmina de metal que se crava no tronco, logo abaixo da ferida executada, e que serve para encaminhar a resina que vai escorrendo para o púcaro. Pode ser curva ou direita.

Pedra de afiar Utilizada para afiar as lâminas das ferramentas de corte.

Lata de colha Bilha grande utilizada para recolher a resina dos púcaros e transportá-la para os bidões.

Maço Martelo de madeira, que serve para bater no cabo do mete bicas quando se faz o entalhe para colocar a bica no tronco da árvore.

Serapilheira Esteira que serve para recolher a resina seca (raspa) das árvores

Arranca bicas Espécie de alicate usado para retirar as bicas das árvores no final de cada campanha ou período de resinagem.

Machado Ferramenta que serve para auxiliar ou para fazer o descasque.

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c) Etapas do processo de resinagem

Atividade Descrição

Descasque (ou descarrasque)

Consiste na retirada de uma porção de casca do tronco do pinheiro, onde, posteriormente, será feita a ferida, alisando-a com uma descarrascadeira. Esta atividade pode ser feita em fevereiro.

Riscagem Marcação do local onde vai ser feita a ferida com o auxílio do riscador. O riscador utilizado limita a largura da ferida, que deverá ter entre 10 e 12 centímetros.

Montagem do serviço

Com o auxílio do mete-bicas e do maço, é colocada e fixada uma peça de metal (bica) ao tronco, na parte de baixo da zona que se acabou de preparar. Esta peça tem a função de encaminhar corretamente a resina que vai sendo libertada pela árvore, para o recipiente de barro ou de plástico (púcaro) que se pendura logo por baixo.

Execução da ferida (renovas)

Preparação da ferida com o ferro de renova americano. É realizada uma ferida por ano. Ao longo do período de resinagem anual, vai retirando, aproximadamente quinzenalmente, pequenas porções da casca que fica agarrada ao tronco (renovas), destapando-se a madeira. Cada ferida é composta por várias renovas.

Aplicação do ácido Usando um pulverizador, deve untar-se a renova com um ácido específico para o efeito. Este irá provocar e acelerar a produção de resina.

Colha

Como auxílio de uma espátula, faz-se a colheita da resina que, entretanto foi escorrendo e enchendo os púcaros e recolhe-se para dentro de uma lata (lata de colha). No final junta-se toda a colha em bidões, onde irá ser transportada para o destino final.

Raspagem

No final a campanha, é necessário limpar as feridas que ficaram cobertas de resina seca (raspa), de cor esbranquiçada, que solidificou e ficou agarrada. Com a raspadeira, retira-se e colhe-se para dentro de uma serapilheira, par depois ser juntada em bidões, onde irá ser transportada para o destino final.

Desmontagem do serviço

Com o auxílio do arranca-bicas, retira-se todo o material da árvore: bica, púcaro ou outro recipiente de colheita e pregos. O material só deverá ser recolocado na próxima companha, a partir do dia 1 de março.

d) Modelos de gestão

Regra geral, os modelos de silvicultura do pinheiro-bravo adotados e que preveem como forma de

exploração o corte final aos 45/50 anos, não consideram a resinagem à vida, pelo facto de não se

atingirem os diâmetros mínimos exigidos legalmente para o processo da resinagem à vida.

A distribuição irregular da resina acumulada na base do tronco até, pelo menos, cerca de 1, 30 metros,

e a disposição das várias feridas, quer no exterior, quer no interior da secção do tronco, provocam

múltiplas dificuldades do aproveitamento das árvores resinadas à vida para serração ou folha,

constituindo sempre causa de desperdício, que geralmente passa dos 30% do tronco.

A modalidade de resinagem à vida é, por isso mesmo, dificilmente compatível com o aproveitamento da

madeira para serração.

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De uma maneira geral, quando o objetivo de produção for a obtenção de madeira de qualidade, a

modalidade de resinagem deverá ser à morte, constituindo a resina um produto secundário.

Quando não for possível evitar a produção de madeira de baixa qualidade, com utilização do lenho para

trituração ou biomassa, a opção pela modalidade de resinagem à vida torna-se admissível, uma vez que

permite uma antecipação de rendimentos ao proprietário florestal.

A adoção da resinagem à vida será viável quando a finalidade da madeira for a trituração, enquanto que

a produção de madeira para serração exigirá que apenas se proceda à resinagem à morte.

e) Regras gerais

As operações de extração de resina só devem ser realizadas por trabalhadores com experiência e/ou

qualificados.

Utilizar sempre os Equipamentos de Segurança Individual adequados.

Os pinheiros de perímetro inferior a 0,80 metros, medido a 1,30 metros do solo, não podem ser

resinados.

Nos pinheiros de perímetro igual ou inferior a 1,10 metros, somente poderá explorar-se uma fiada de

feridas, sendo proibida a realização de uma nova fiada sem que a anterior esteja completamente

explorada.

Nos pinheiros de perímetro superior a 1,10 metros, poderão ser exploradas, em simultâneo, as duas

primeiras fiadas durante o período inicial de exploração de resina (quatro anos), sendo proibida a

realização de novas fiadas sem que as anteriores estejam completamente exploradas.

As feridas não podem exceder as seguintes dimensões, medidas da origem dos tecidos vermelhos

da casca, em linha reta e segundo a sua maior extensão:

Ano Largura

(cm)

Altura (cm) Profundidade (cm)

Resinagem com recurso a ácidos ou

outros estimulantes

Resinagem com renovas (interessando

o lenho) e sem aplicação de estimulantes

Resinagem com recurso a ácidos

ou outros estimulantes

Resinagem com renovas

(interessando o lenho) e sem aplicação de estimulantes

1º ano 12 50 50 0 1

2º ano 12 50 55 0 1

3º ano 12 50 55 0 1

4º ano 10 45 60 0 1

• Para estes valores há uma tolerância de 2 cm no caso de já terem sido exploradas 3 fiadas completas • Nos casos de

resinagem à morte é permitida uma tolerância de 3 cm.

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As feridas devem iniciar-se na base do tronco, a uma distância do solo não superior a 0,20 metros

e prolongadas nas campanhas futuras, formando fiada ou faixa contínua no sentido do eixo da

árvores, até completar o 4º ano de exploração de resina.

Deverá respeitar-se uma distância mínima de 0,10 metros entre as fiadas, que deverão ser

abertas à maior distância possível das anteriores, sem perder de vista o objetivo do melhor

aproveitamento da árvore.

Não deverá ser iniciada uma nova exploração de fiadas nos mesmos ou noutros pinheiros, com

o abandono da exploração de outras ainda não concluídas.

Não é permitido reexplorar feridas abertas em campanhas anteriores ou explorar, em simultâneo,

mais de uma ferida na mesma linha, no sentido do eixo da árvore.

A atividade de exploração de resina não pode causar danos em áreas de conservação ou causar

outros impactes negativos significativos nas propriedades.

Todas as atividades poderão ser suspensas pela Administração do Grupo, caso se verifique uma

não conformidade grave, ou a concomitância de várias não

conformidades menores, de acordo com a legislação vigente, as normas aplicáveis ou as regras

internas do Grupo Unifloresta, e até que a normalidade seja reposta.

O início dos trabalhos deverá ser comunicado à Administração do Grupo, preferencialmente com

um mês de antecedência.

As propriedades que se pretenderem submeter à ação de resinagem deverão ser devidamente

identificadas pelo Membro do Grupo.

As propriedades que se pretender resinar árvores deverão cumprir todos os pressupostos legais

e normativos, nomeadamente os decorrentes das ações que terão de ser praticadas nos

pinheiros a resinar.

Durante os trabalhos de resinagem, deve assegurar-se a utilização dos Equipamentos de

Proteção Individual.

O trabalho de exploração de resina carece de um planeamento eficaz, devendo considerar-se,

nomeadamente:

A divisão do pinhal em parcelas relativamente homogéneas, quanto ao declive;

A área total da propriedade;

O acidentado do terreno;

A distância média entre árvores aptas à resinagem;

O inventário de cada parcela (número de feridas e de pinheiros);

O espaçamento das renovas;

O número de renovas por ferida;

A distância entre parcelas exploradas.

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17. CORTIÇA

A cortiça é a casca do sobreiro (Quercus suber L).

É uma matéria-prima natural, leve, praticamente impermeável a líquidos e a gases, elástica,

compressível, isolante térmico e acústico, e muito resistente ao atrito.

Além disso, é 100% biodegradável, renovável e reciclável.

O descortiçamento consiste em desprender a cortiça da árvore do sobreiro

vivo, sem provocar danos no entrecasco.

Pode ser realizada manualmente ou através de meios mecânicos.

O primeiro descortiçamento ocorre quando o sobreiro tem 25 anos e

desde que o tronco tenha atingido um perímetro de 70 centímetros,

medidos a 1,5 metros do solo.

Os descortiçamentos posteriores são feitos com um intervalo de, pelo

menos, nove anos entre si.

Ao longo da sua vida, o sobreiro pode ser descortiçado cerca de 17 vezes,

com intervalos de pelo menos nove anos, o que significa que a exploração de cortiça durará, em média,

150 anos.

O primeiro descortiçamento chama-se desbóia e dele obtém-se a cortiça virgem, que apresenta uma

estrutura muito irregular e uma dureza que a torna difícil de trabalhar.

Nove anos depois, aquando do segundo descortiçamento, a cortiça, designada de secundeira, já tem

uma estrutura regular, menos dura.

A cortiça destas duas primeiras extrações não é apta para o fabrico de rolhas, por exemplo, sendo

utilizada noutras aplicações, tais como isolamentos, pavimentos, objetos decorativos, entre outros.

A partir do terceiro descortiçamento obtém-se a cortiça amadia ou de reprodução.

Esta apresenta uma estrutura regular, com costas e barriga lisas, e com as caraterísticas ideais para

todas as aplicações possíveis.

17.1. Descortiçamento

O descortiçamento - ou despela do sobreiro - é um processo ancestral que deve ser feito por

descorticadores com experiência e formação, com o objetivo de não provocar danos na árvore.

É realizado nos meses de Verão, de entre Maio e Agosto, por ser a altura do ano em que o sobreiro dá

melhor a cortiça.

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Executa-se em cinco etapas:

Abrir: Golpeia-se a cortiça no sentido vertical, escolhendo a fenda mais profunda do enguiado

(as ranhuras da casca). Ao mesmo tempo, torce-se o gume do machado para separar a prancha

do entrecasco. É possível calcular o grau de dificuldade de cada extração pelo "toque" do

machado. Ao aplicar-se o gume do machado sobre a prancha, ouve-se um som oco caraterístico

do rasgamento. Neste caso, o grau de dificuldade é menor.

Separar: De seguida, separa-se a prancha com a introdução do gume do machado entre a

barriga da prancha e o entrecasco.

Após isto, executa-se um movimento de torção do machado entre o tronco e a cortiça que se

pretende separar.

Traçar: Com um corte horizontal delimita-se o tamanho da prancha de cortiça a sair e aquela

que fica na árvore. Durante a traçagem, são frequentes as sequelas deixadas no entrecasco e,

por vezes, estas mutilações acabam por alterar a geometria do tronco.

Extrair: A prancha é cuidadosamente retirada da árvore para não partir. Quanto maiores forem

as pranchas extraídas, maior será o seu valor comercial. Retirada a primeira prancha, repetem-

se estas operações para libertar todo o tronco.

Descalçar: Após a extração das pranchas, mantém-se aderentes alguns fragmentos de cortiça

junto à base do tronco. Para retirar os possíveis parasitas que existam nos calços do sobreiro, o

descortiçador dá algumas pancadas com o olho do machado.

Por fim, marca-se a árvore, usando o último algarismo do ano em que foi realizada a extração, com tinta

branca indelével.

Período de repouso. Após o descortiçamento, as pranchas de cortiça são empilhadas no estaleiro ou

nas instalações do cliente final.

Aí, devem permanecer ao ar livre, ao sol e à chuva.

No entanto, todas as pilhas são formadas tendo em conta regras próprias e muito restritas (definidas pelo

Código Internacional de Práticas Rolheiras - CIPR), de forma a permitir a estabilização da cortiça.

Devem ser empilhadas sobre materiais que não contaminem a cortiça e que evitem o contacto desta com

o solo.

A madeira, por exemplo, é expressamente proibida por poder transmitir fungos.

Durante este período de repouso dá-se a maturação da matéria-prima e a cortiça estabiliza-se.

Segundo o Código Internacional de Práticas Rolheiras, o tempo de repouso das pranchas nunca deve

ser inferior a seis meses.

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17.2. Principais cuidados na atividade de descortiçamento

Por forma a não debilitar as árvores, existem leis governamentais que regulam o descortiçamento dos

sobreiros, nomeadamente o Decreto Lei N.º 169/2001, que estabelece medidas de proteção ao sobreiro

e à azinheira.

No entanto, se ele for feito em árvores saudáveis e se o tirador for um trabalhador experiente e com a

formação adequada à função, é capaz de descortiçar com os devidos cuidados, deforma a que os

sobreiros voltem a criar cortiça para se protegerem e, assim recuperar forças.

Os principais cuidados no descortiçamento são os seguintes:

Não ferir a parte de dentro dos sobreiros com o machado.

Não transportar no machado doenças de outras árvores para árvores que estão boas de saúde.

Depois de descortiçar sobreiros com suspeitas de estarem doentes, o tirador deve desinfetar o

machado.

Não tirar demasiada cortiça de cada sobreiro.

17.3. Planeamento da segurança do trabalho

Como na generalidade dos trabalhos em espaço florestal, o descortiçamento deve ser realizado em

grupo, nunca por um só trabalhador no terreno.

A área e os sobreiros devem ser analisados antes do início da tarefa, de modo a identificar eventuais

riscos e implementar as respetivas medidas.

As ferramentas e máquinas devem ser as adequadas e estar boas condições de manutenção e os

Equipamentos de Proteção Individual devem ser adequados à tarefa e encontrar-se em boas condições.

Devem manter-se no terreno, no mínimo: caixa de primeiros socorros, mapa da propriedade, lista de

telefones de emergência e telemóvel ou rádio de comunicação.

17.4. Extração manual de cortiça

Verificar o estado das máquinas e ferramentas antes de iniciar o trabalho e substituir ou consertar

em caso de sinal de desgaste ou mau funcionamento.

Utilizar as ferramenta adequadas a cada tarefa.

No descortiçamento, não golpear nenhuma superfície com a machada sem ser a cortiça.

O transporte da machada na mão deve ser realizado pelo “pescoço”, com a lâmina dirigida para

a frente e, sempre que possível, com o gume protegido.

Deve manter-se uma distância de segurança para com os restantes trabalhadores.

Os objetos contundentes deverão ser mantidos afastados, a uma distância de segurança do

corpo dos operadores e do dos seus colegas de trabalho.

Só podem realizar trabalhos de descortiçamento os trabalhadores qualificados e autorizados,

não devendo, em situação alguma, os trabalhadores em formação trabalhar sozinhos.

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Quando em trabalhos de descortiçamento nos ares e no fuste, devem realizá-lo em locais

diferentes da árvore, avisando o de cima dos desprendimentos da cortiça.

O trabalhador que sobe à árvore não transporta a machada. Ela deverá ser entregue pelo

trabalhador que fica no solo, realizando-se a operação inversa ao descer.

Tanto a subir como a descer, deve assegurar-se que a escada encontra-se firmemente

posicionada e poderá ser amparada por outro trabalhador sempre que necessário.

17.5. Extração mecânica de cortiça:

Manter uma distância de segurança superior a 2 metros do operador que efetua o trabalho.

Assegurar a manutenção correta e periódica das máquinas a utilizar.

Só podem trabalhar com as máquinas os trabalhadores qualificados e autorizados.

Em deslocações entre árvores, manter as serras com o dispositivo de segurança acionado.

Não trabalhar em posição de desequilíbrio.

17.6. Requisitos legais gerais:

Não é permitida a desbóia de sobreiros cujo perímetro do tronco, medido sobre a cortiça, a 1,3

metros do solo, seja inferior a 70 cm (à exceção de casos devidamente aprovados pelas

Entidades Competentes).

A altura do descortiçamento nos sobreiros (distância medida ao longo do fuste e das pernadas)

em que a despela se limita ao fuste, não pode exceder os seguintes múltiplos do perímetro do

tronco, medido sobre a cortiça, a 1,3 metros do solo:

a) Duas vezes, no caso de árvores produtoras apenas de cortiça virgem.

b) Duas vezes e meia, no caso de árvores já produtoras de secundeira mas ainda não de

amadia.

c) Três vezes, no caso de árvores já produtoras de amadia.

Nos casos em que a altura de descortiçamento, calculada com base no critério definido

anteriormente, é superior à altura do fuste, a diferença entre estas duas alturas, dividida pelo

número de pernadas, determina o comprimento máximo de descortiçamento em cada pernada.

Não é permitida a extração de cortiça em fustes e pernadas cujo perímetro, medido sobre a

cortiça no limite superior do descortiçamento, é inferior a 70 cm.

Não é permitida a extração de cortiça amadia ou secundeira com menos de nove anos de

criação, podendo, excecionalmente e mediante requerimento fundamentado, a entidade

competente autorizar a extração de cortiça, nas seguintes condições:

a) Com oito anos de criação, para tornar exequível o ordenamento da exploração da

cortiça, nomeadamente o afolhamento das tiragens e a supressão de meças, desde que

a quantidade a extrair nestas condições não ultrapasse 10% da quantidade total de

cortiça a retirar nesse ano no montado em causa.

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A extração por meças só é permitida nos sobreiros cujo descortiçamento já era efetuado por este

processo em data anterior a Maio de 1988.

No ato da extração é obrigatória a inscrição, com tinta branca indelével e sobre a superfície

explorada dos sobreiros, do algarismo das unidades do ano da tiragem da cortiça. No caso de a

extração ocorrer em manchas ou folhas, apenas é obrigatória a marcação dos sobreiros que as

delimitam.

É obrigatória a declaração (em modelos de impresso a fornecer pelos serviços centrais e

regionais) da cortiça virgem, secundeira ou amadia extraída ou comercializada em cru.

Para o efeito, existem dois modelos de impresso, a preencher em duplicado:

a) Manifesto de produção suberícola», destinado a produtores de cortiça em cru, quer esta

se destine a venda quer a autoconsumo, que deve ser preenchido um por cada prédio e

concelho e remetido pelo produtor até 31 de Dezembro do ano da extração.

b) Manifesto de participação de compra e venda de cortiça», destinado a compradores e

vendedores de cortiça em cru, que deverá acompanhar a cortiça ao longo de todo o

circuito de comercialização, desde o produtor ao utilizador final, seja este industrial ou

exportador, e ser por este remetido de imediato à Entidade Competente.

Os legítimos possuidores dos montados de sobro e azinho são responsáveis pela sua

manutenção em boas condições vegetativas, através de uma gestão ativa e de uma correta

exploração.

É proibida qualquer operação que mutile ou danifique exemplares de sobreiro ou azinheira, bem

como quaisquer ações que conduzam ao seu perecimento ou evidente depreciação,

nomeadamente as ações de descortiçamento que provocam danos no entrecasco.

17.7. Principal equipamento utilizado no descortiçamento

Método manual Método mecânico

Machada

Pedra de afiar

Escada

Desinfetante

Produto de cicatrização

Tinta e pincéis

Motosserra para extração da cortiça

Serra de extração da cortiça

Machada

Escadas

Desinfetante

Produto de cicatrização

Tinta e pincéis

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18. MEL

A apicultura é uma atividade económica que abrange milhares de produtores em Portugal e que

representa uma fatia importante na economia nacional e, principalmente, regional.

Em Portugal existem as seguintes denominações de origem geográfica de mel reconhecidas, onde este

é produzido de acordo com as regras de produção, extração, embalagem e conservação do produto:

Serra da Lousã

Parque de Montesinho

Serra d’Aire

Albufeira de Castelo do Bode

Ribatejo Norte (Bairro e Alto Nabão)

Terras Altas do Minho

Terra Quente

Serra de Monchique

Barroso

Alentejo

Açores

No Grupo Unifloresta, a produção de mel é um complemento da produção florestal, sendo praticada por

um número ainda limitado de produtores.

Os principais tipos de mel produzidos na Unidade de Gestão Florestal são os seguintes:

Eucalipto

Rosmaninho

Urze

Multiflora

O mel varia em função das caraterísticas e da localização geográfica da flora melífera de onde é extraído

o néctar, assim como dos tipos das abelhas produtoras.

O mel unifloral provêm de uma espécie vegetal mais visitada pelas abelhas, sendo impossível impedir

que ocorram misturas com mel proveniente de floras secundárias.

Dado que a origem floral está intimamente associada a aspetos organoléticos, tais como a cor e o sabor,

utiliza-se este parâmetro para a tipificação do mel.

Os méis de denominação de origem geográfica e os méis florais estão ligados à apicultura não

transumante que pode permitir ao produtor obter preços mais elevados no mercado, contribuindo para

aumentar a rentabilidade da exploração.

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18.1. Principal legislação aplicável

Como resposta às exigências do mercado, a apicultura tem evoluído para a profissionalização da

atividade, determinando o cumprimento de todo um conjunto de requisitos e da legislação aplicável.

É mantida uma lista atualizada de toda a legislação aplicável à atividade de apicultura, disponível a todos

os Membros do Grupo Unifloresta.

A principal legislação nacional aplicável à apicultura é a seguinte:

Decreto-Lei nº 1/2007 de 2 de janeiro

Decreto-Lei nº 203/2005 de 25 de novembro

Decreto-Lei nº 214/2003 de 18 de setembro

Despacho nº 14536/2006 de 10 de julho

Portaria nº 349/2004 de 1 de abril

Despacho Normativo nº 23/2008 de 18 de abril

Portaria nº 699/2008 de 29 de julho

Portaria nº 821/2008 de 8 de agosto

Despacho Normativo nº 24/2009 de 3 de julho

Decreto-Lei nº 148/2008 de 29 de julho

Despacho Normativo nº 11/2010 de 20 de abril

Regulamento (CE) nº 852/2004 de 29 de abril

Regulamento (CE) nº 853/2004 de 29 de abril

18.2. Principais requisitos da atividade

As condições de funcionamento dos locais de extração e processamento de mel destinado ao consumo

humano são regulados pela legislação vigente, nomeadamente no que respeitas às condições e às boas

práticas de higiene, de forma a assegurar-se o controlo dos riscos na produção primária e operações

conexas (transporte, armazenagem e manuseamento de produtos de produção primária produzidos no

local de produção).

Para efeitos de aprovação da atividade, os locais de extração e processamento de produtos apícolas são

classificados como:

Unidades de produção primária: (realização de operações conexas - transporte,

armazenagem e manuseamento de produtos de produção primária produzidos no local de

produção) em mel ou outros produtos apícolas provenientes da sua própria exploração, com

destino a:

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. Estabelecimento.

. Venda ou cedência, a qualquer título, ao consumidor final ou ao comércio a retalho local, nos

limites do distrito de implantação da unidade, ou em representações temporárias de produtos

regionais, até uma quantidade máxima a definir por portaria do Ministério da Agricultura.

Estabelecimentos: (extração ou processamento de mel ou outros produtos apícolas, com

destino à introdução no mercado).

As Unidade de Produção primária necessitam de registo na Direcção-Geral de Veterinária (DGV).

A estas Unidade é-lhes atribuído um número de registo coincidente com o número de apicultor atribuído

nos termos do Decreto-Lei nº 203/2005, de 25 de Novembro.

O processo de registo de unidade de produção primária inicia-se com a apresentação de um

requerimento nos serviços da Direção Geral de Veterinária.

As unidades de produção primária devem cumprir os requisitos de instalação e funcionamento previstos

no anexo I do Regulamento (CE) nº 852/2004.

O licenciamento dos estabelecimentos de extração e processamento de produtos apícolas deve respeitar

os requisitos estabelecidos no anexo I do Regulamento (CE) nº 852/2004 no Decreto-Lei nº 69/2003.

A aprovação é concedida no âmbito dos respetivos processos de licenciamento.

O mel ou outros restantes produtos apícolas destinados ao consumo humano só podem ser

comercializados se forem provenientes de unidades de produção primária ou estabelecimentos, de

acordo com a legislação em vigor.

A rotulagem dos produtos finais devem conter:

O número de registo, quando sejam provenientes de unidades de produção primária; ou

A marca de identificação prevista no artigo 5.o do Regulamento (CE) nº 853/2004, quando sejam

provenientes de estabelecimentos.

O país de origem dos lotes.

A fiscalização do cumprimento das normas do presente decreto-lei compete à Autoridade de Segurança

Alimentar e Económica (ASAE).

São requisitos mínimos para a atividade de apicultor

Registo de Apicultor – O exercício da atividade apícola carece de registo prévio na Direção Geral

de Veterinária.

O registo é efetuado mediante entrega na Direção Regional de Agricultura de declaração de

modelo a aprovar por despacho do Diretor-Geral de Veterinária.

O número de registo de Apicultor é atribuído automaticamente pela aplicação informática no ato

de registo inicial do apicultor e deve permanecer bem visível, junto aos apiários.

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Registo dos apiários - Todos os apicultores registados são obrigados a efetuar a declaração de

existência de apiários até ao final do mês de Junho, onde descriminam todo o efetivo de colónias

que possuem nos apiários.

Declaração Semestral de Existências - o exercício da atividade apícola carece de registo e

declaração semestral de existências, de acordo com o Art. 4º do Decreto-Lei n.º 37/2000 de 14

de Março.

18.3. Raças de Abelhas Melíferas

As abelhas melíferas não só produzem o mel como também são responsáveis pela polinização de

inúmeras espécies.

Existem diversas raças com diferentes caraterísticas e adaptadas às mais diversas condições ambientais

onde se inserem:

Apis mellifera mellifera (abelha real, alemã, comum ou negra)

Originárias do Norte da Europa e Centro-oeste da Rússia, estendendo-se até a Península Ibérica.

Abelhas grandes e escuras com poucas listas amarelas.

Possuem língua curta (5,7 a 6,4 mm), o que dificulta o trabalho em flores profundas.

Quando nervosas e irritadas, tornam-se agressivas com facilidade caso a gestão seja inadequada.

Produtivas e prolíferas, adaptam-se com facilidade a diferentes ambientes principalmente em regiões

húmidas.

Apis mellifera ligustica (abelha italiana)

Originárias da Itália, apresenta coloração amarela intensa; produtivas e muito mansas, são as abelhas

mais populares entre apicultores de todo o mundo.

Apesar de serem menores que as A. m. mellifera, têm a língua mais comprida (6,3 a 6,6 mm).

Possuem sentido de orientação fraco, razão pela qual entram nas colmeias erradas com frequência.

Constroem favos rapidamente e são mais propensas ao saque do que abelhas de outras raças europeias.

Apis mellifera caucasica

Originárias do Vale do Cáucaso, na Rússia, caraterizam-se pela coloração cinza-escura, com aspeto

azulado, pelos curtos e língua comprida (pode chegar a 7 mm).

Considerada a raça mais mansa e bastante produtiva.

Enxameiam com facilidade e usam muita própolis. Bastante sensíveis à Nosema apis.

Apis mellifera carnica (abelha carnica)

Originárias do Sudeste dos Alpes da Áustria, Nordeste da Iugoslávia e Vale do Danúbio.

Assemelham-se muito com a abelha negra, tendo o abdómen cinza ou acastanhado.

Pouco propolisadoras, mansas, tolerantes a doenças e bastante produtivas.

Adaptam-se facilmente a diferentes climas e possuem uma tendência maior a enxamearem.

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Apis mellifera scutellata (abelha africana)

Originárias do Leste da África, são mais produtivas e muito mais agressivas.

São menores e constroem alvéolos de operárias menores que as abelhas europeias.

Sendo assim, as operárias possuem um ciclo de desenvolvimento menor (18,5 a 19 dias) em relação às

europeias (21 dias), o que lhe confere vantagem na produção e na tolerância ao ácaro do gênero Varroa.

Possuem visão mais desenvolvida.

Os ataques são, geralmente, em massa, persistentes e sucessivos, podendo estimular a agressividade

de operárias de colmeias vizinhas.

Ao contrário das europeias que armazenam muito alimento, elas convertem o alimento rapidamente em

cria, aumentando a população e liberando vários enxames reprodutivos.

Migram facilmente se a competição for alta ou se as condições ambientais não forem favoráveis.

Outras raças de abelhas

Na lista seguinte referem-se outras raças de abelhas Apis melífera, assim como o seu local de

ocorrência.

Raça Ocorrência mais frequente

Apis mellifera adami Creta

Apis mellifera andansonii Costa Oeste da África

Apis mellifera anatolica Turquia até Oeste do Irão

Apis mellifera armenica Arménia

Apis mellifera capennsis Sul da África do Sul

Apis mellifera cecropia Sul da Grécia

Apis mellifera cypria Mediterrâneo central e Sudoeste da Europa

Apis mellifera intermissa Líbia até Marrocos

Apis mellifera jemenetica Somália, Uganda, Sudão

Apis mellifera lamarckii Egito, Sudão e Vale do Nilo

Apis mellifera litórea Costa Leste da África

Apis mellifera macedonica Norte da Grécia

Apis mellifera major Marrocos

Apis mellifera meda Turquia até o oeste do Irão

Apis mellifera nubica África

Apis mellifera remipes Região caucasiana

Apis mellifera sahariensis Argélia

Apis mellifera siciliana Sicília

Apis mellifera syriaca Palestina e Síria

Apis mellifera unicolor Madagáscar

Apis mellifera yementica Yemen e Oman

Apis mellifera litorea Costa leste da África

Apis mellifera monticola Tanzânia, em altitude entre 1500 e 3100 m

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18.4. Composição e funcionamento do enxame

A raça de abelhas Apis melífera, a espécie utilizada em Portugal para a produção de mel, é uma abelha

social, de origem europeia, cujas obreiras medem entre 12 e 13 mm de comprimento e apresentam pelos

do tórax mais escuros.

A abelha comum ocidental é originária da Ásia e da Europa e foi introduzida na América por ingleses e

espanhóis.

Vive em colónias permanentes, formadas por uma «rainha» ou «abelha-mestra» (no máximo, e muito

excecionalmente, duas), obreiras (entre 10 mil e 15 mil) e entre 500 e 1.500 zangões, os machos. As

fêmeas diferenciam-se dos machos por possuírem ferrão.

A abelha rainha

A função da abelha rainha é a postura de ovos (1500 a 2000 por dia) e a manutenção da ordem social

na colmeia.

A rainha adulta possui praticamente o dobro do tamanho de uma operária e é a única fêmea fértil da

colmeia, apresentando o aparelho reprodutor bem desenvolvido. Inibe o funcionamento do aparelho

reprodutor das obreiras, impedindo-as de fazer postura de ovos, não fecundados.

O nascimento da rainha

A alimentação das larvas que eclodem de ovos fecundados é idêntica até aos 2 dias de idade, tanto no

caso de virem a originar uma rainha como uma obreira.

É feita exclusivamente com geleia real e só depois começa a diferenciar-se, sendo as rainhas

alimentadas com crescentes quantidades de geleia real, até à operculação do alvéolo (neste caso, real),

enquanto que as larvas de obreira começarão a ser alimentadas com uma mistura de geleia real, mel e

pólen.

A alimentação da rainha virgem é feita essencialmente de mel, passando depois a ser sobretudo à base

de geleia real após a fecundação.

Alguns dias após o seu nascimento (6 a 14), realiza um ou mais voos nupciais (até 3), durante os quais

é fecundada por vários zângãos (entre 7 a 12), armazenando todo o esperma na espermateca, para

posteriormente fecundar a maior parte dos ovos que vai pôr ao longo da sua vida.

Reprodução

São condições ideais para a fecundação: céu limpo, ausência de ventos fortes e temperatura a rondar

os 20ºC. Após o último voo de fecundação, leva algum tempo até fazer uma postura correta e viável.

Se não for fecundada até aos 20 dias, é provável que seja uma má rainha (pouco vigorosa e duradoura),

o que pode suceder devido a mau tempo, deformação nas asas ou patas da rainha que a impedem de

fazer voos com sucesso.

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Feromonas produzidas pelas rainhas

A feromona da glândula mandibular atrai zângãos para o acasalamento, mantém a unidade da colmeia,

inibe o desenvolvimento dos ovários das operárias e a produção de rainhas.

A feromona das glândulas epidermais contribui para a atração das operárias e age em sinergia com a

feromona da glândula mandibular.

A feromona de trilha ajuda a evitar a produção de novas rainhas.

A obreira

Uma operária nasce de um ovo fecundado e vive de um a quatro meses dependendo do esgotamento

físico (maior na época da colheita de néctar).

São responsáveis por todas as tarefas da colmeia.

De acordo com a idade executam tarefas diferentes, cronologicamente divididas; colheita de alimento,

organização do enxame, construção de favos de cera, alimentação de larvas e da rainha, defesa,

ventilação e limpeza da colmeia e processamento do mel.

O zangão

O zangão nasce de um ovo não fecundado, não tem ferrão e sua única função é fecundar uma rainha

virgem, morrendo logo após.

18.5. A aquisição de enxames

O enxame deve ser de origem conhecida e a sua aquisição deve ser realizada em local especializado,

devendo guardar-se o comprovativo de compra durante, no mínimo, o período de vigência do certificado

de gestão florestal do Grupo Unifloresta.

Na aquisição de enxames devem ser cumpridos os seguintes requisitos:

Certificar-se do estado sanitário do enxame.

Não capturar ou adquirir enxames de origem desconhecida.

Manter os enxames adquiridos de “quarentena” antes de os introduzir no apiário.

Certificar-se da vitalidade da rainha.

Preferir enxames de núcleos em detrimento dos de cortiços.

Adquirir apenas exames num local com qualidade assegurada e consultoria em apicultura.

18.6. A alimentação de enxames

Não administrar alimento às colónias em produção/época de colheita de néctar.

Não utilizar mel de origem desconhecida ou que possa ser proveniente de colmeias doentes.

Na alimentação de outono deve usar-se 2 kg de açúcar e 1l de água por cada kg de mel que se

deseja fornecer à colónia.

Na alimentação de inverno deve evitar-se alimentos líquidos, pois favorecem um aumento da

humidade no interior da colmeia. Recorrer a um alimento pastoso (mel/açúcar) ou sólido (candy).

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Na alimentação de primavera, caso a colónia não possua reservas, deve-se alimentá-la (colónias

fracas ou enxames pequenos dos quais não se espere produção).

Esta a alimentação pode ainda servir como estimula para a rainha fazer a postura.

18.7. Produtos das abelhas e derivados do mel

Mel - As abelhas alimentam-se de pólen e de mel. As obreiras recolhem o néctar das flores para

fazer o mel. O néctar é armazenado no estômago que converte a sacarose em glicose e frutose.

Na colmeia, este é depositado nos favos e ventilado com as asas para evaporar a água. Quando

resta menos de 18% de água, passa a chamar-se mel e a abelha sela o favo. O sabor e a cor do

mel variam conforme a planta que predomina na zona das colmeias.

De acordo com a origem, mel existe nos tons mais claros (rico em néctar de flor de laranjeira)

aos tons mais escuros (mel de urze).

Pólen - Quando a abelha obreira visita a flor recolhe-o e acumula-o nas patas traseiras. Na

colmeia, regurgita néctar para formar uma massa que armazena em favos de pólen. O apicultor

recolhe o pólen no caça-pólen à entrada da colmeia. É usado em produtos dietéticos e como

suplemento alimentar dos atletas.

Própolis - As obreiras recolhem resina das árvores para fazer o própolis.

É usado para “envernizar” as células e para calafetar o interior da colmeia, contra o vento e a

chuva. O Própolis é recolhido colocando uma rede sob a tampa da colmeia.

É utilizado na medicina natural como antibiótico e cicatrizante.

Cera - Segregada no abdómen das abelhas obreiras, serve para construir e selar os favos do

mel, do pólen e onde crescem as larvas. Quando o mel é extraído, recolhe-se a cera.

Geleia real - As larvas são alimentadas com mel e pólen. A geleia real é rica em mel e secreções

das abelhas jovens, usada para alimentar a rainha durante toda a vida e as outras abelhas nos

seus primeiros 3 dias. Para a sua extração, o apicultor simula a perda da rainha, o que estimula

a produção de geleia real. É usada em medicina natural.

Veneno das abelhas - Para defender a colmeia, as obreiras usam o ferrão, com farpas ligado ao

saco de veneno. As obreiras, quando ferram, deixam o ferrão com o saco que pulsa injetando o

veneno. O veneno é usado em produtos de medicina natural. A sua colheita faz-se numa rampa

de vidro eletrificada. Quando as abelhas aí pousam, levam pequenos choques e libertam o

veneno. O ferrão não penetra no vidro e a abelha não morre.

Produtos manipulados - A partir dos produtos das abelhas, obtém-se outros derivados, tais como,

tintura de própolis, mel com própolis, cápsulas de própolis, unguento com veneno de abelha,

hidromel, licor de mel, aguardente de mel, vinagre de mel, sabonete com própolis, mel ou geleia

real, velas, entre outros.

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18.8. Implantação dos apiários

Os apiários devem ser implantados:

No mínimo, a 50 metros da via pública (à exceção de caminhos agrícolas ou florestais).

No mínimo, a 100 metros de qualquer edificação em utilização (à exceção das edificações

destinadas à atividade do apícola).

Distantes de centros urbanos, zonas industriais, aterros, incinerados de lixo, etc.

Em locais de fácil acesso a veículos e pessoas.

Em terreno plano, com frente limpa, evitando-se áreas elevadas (de forma a evitar a ação

negativa dos ventos fortes).

Fora das faixas de proteção às linhas de água.

Outros locais, de acordo com o Técnico Florestal do Grupo ou outro por ela designado.

18.9. Densidade de implantação

O número máximo de colmeias por apiário é de 100 (uma colmeia móvel equivale a 1,6 núcleo ou cortiço).

As colmeias devem ser instaladas respeitando as seguintes distâncias:

Categoria, de acordo com o número de colmeias móveis por apiário

Distância mínima de instalação do apiário mais próximo

Entre 1 e 10 100 metros

Entre 11 e 30 400 metros

Entre 31 e 100 800 metros

O número de colmeias por apiário e apiário comum tem, como limite máximo, 100 colónias, à exceção

dos apiários implantados em culturas instaladas, enquanto durarem as respetivas florações.

Relativamente à distância entre apiários de diferentes categorias, deverá considerar-se a menor distância

definida para o apiário da categoria de maior dimensão.

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18.10. Calendarização das principais atividades

Mês Principais atividades a desenvolver

1.

Época relativamente calma.

Manter uma certa vigilância no colmeal (pelo menos 1 vez por semana) e retirar as colónias mortas.

Registar a floração.

Estinhar os cortiços e limpeza dos apiários.

2.

Inspeção do fim de inverno:

Abertura da colmeia com o auxilio do fumigador e da alavanca, escolhendo um dia calmo e quente.

Limpeza da cabeça dos quadros com o auxílio da alavanca.

Verificação dos quadros, tendo em especial atenção ao estado das ceras e à criação, sobretudo se é

regular, operculada, com ovos e larvas nas diversas idades e sãs.

Nesta fase, não é necessário verificar a rainha.

Centrar os quadros de criação no ninho.

Substituição do estrado por um limpo.

Fecho da colmeia, administração de alimento líquido (à razão de 1kg de açúcar x 1L de água) e restantes

preventivos das doenças.

Registar a floração.

Colocação de alças (especialmente se os apiários se encontram no Litoral).

3.

4.

Abril é um mês particularmente crítico para a colmeia.

A instabilidade das condições climatéricas, por vezes com largos períodos de chuva e algum frio, não

permite a saída das abelhas que, entretanto, já aumentaram a sua população, havendo, assim, um maior

consumo de reservas, podendo levá-las á morte pela fome, caso se esgotem as reservas.

Caso esta situação se verifique, deve alimentar-se as abelhas semanalmente (à razão de 1kg de açúcar x

1L de água).

Para além disto, deve:

Proceder-se à inspeção da força das colónias, escolhendo dias calmos e quentes, verificando-se o estado

da criação.

Verificação da existência de alvéolos reais nos quadros do centro, ou se há muitas abelhas.

Eventualmente, proceder-se ao desdobramento ou à colocação de alças.

Caso não tenha sido já realizado, dever-se-á mudar os quadros que estejam bloqueados, velhos ou

bolarentos, tenham cera ressequida.

Vigiar colónias doentes, enviando, se necessário amostras para as entidades competentes. Realizar os

tratamentos indicados para cada caso.

Registar a floração.

5.

Observação do estrado das colónias.

Colocação de Alças.

Substituição dos quadros do ninho, caso se verifique necessário.

Prevenção de enxameações.

Realização de desdobramentos.

Renovação ou estabelecimento de novos apiários.

Registar a floração.

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6.

Colocação de alças nas zonas mais altas.

Verificação atenta das colmeias, de forma a detetar doenças ou orfandades.

Limpeza das ervas dos colmeais, caso ainda não tenha sido realizado.

Nas zonas com floração mais tardia, realização de desdobramentos.

Se as condições climatéricas estiveres favoráveis, vigiar a ocorrência de fogos e o excesso de temperatura.

Registar a floração

7.

Continuação dos trabalhos iniciados em julho, nomeadamente os relacionados, com os fogos, temperatura

excessiva, doenças e orfandade.

Início da extração do mel, especialmente nas zonas onde tenha terminado a floração.

Registar a floração.

8.

Época de colheita de mel. – cresta e extração.

Época de renovação das rainhas das colmeias com fraca produtividade.

Realizar os tratamentos indicados contra a varroa, após a cresta.

Se as condições climatéricas estiveres favoráveis, vigiar a ocorrência de fogos e o excesso de temperatura.

Registar a floração na zona do apiário.

9.

Continuação dos trabalhos de colheita de mel.

Redução da colmeia até ao ninho.

Juntar as colmeias com fraca produtividade às colmeias com boa produtividade, caso não se verifique a

existência de doenças.

Se as condições climatéricas estiveres favoráveis, vigiar a ocorrência de fogos e o excesso de temperatura.

Vigilância em relação a doenças.

Registar a floração.

10.

Inspeção de fim de verão e preparação da colmeia para o inverno, verificando:

a) A presença da rainha (caso não exista, juntar a outra colmeia mais forte).

b) A existência de alimentação suficiente (caso não exista, ministrar à razão de 2 kg de açúcar por

1L de água).

c) Se a colmeia está doente. Neste caso, é sempre preferível eliminá-la.

Proceder ao fecho da colmeia, colocando-a em posição de inverno (inclinada na direção da entrada e com

pesas na tampa exterior.

11. Nas regiões do litoral, inicia-se a época de colheita de néctar e pólen.

Nas regiões do interior, intensificar a vigilância, principalmente em relação à humidade e acidentes.

Reparação dos quadros em mau estado.

Balanço dos resultados anuais (custos e proveitos).

Apresentação dos dados apurados à Administração do grupo. 12.

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18.11. Principais equipamentos/ instrumentos de apicultura

Tipo de equipamentos mais utilizado

Fumigador com proteção Esporão Caldeira

Fole Limpa ranhuras de quadros Soprador de ar

Escova de nylon ou pelo natural

Levanta quadros Crestadeira com formão em

inox

Agitador/ Pá Garfo para desopercular Faca desopercular

Paleta/ colher Descristalizador Alimentadores de colmeia

Colmeias Capta pólen Ninho/ Alça reversível

Telhado colmeia reversível Prancheta agasalho Tinas

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Cera moldada Estrado de madeira Extratores

Prensa Secador de pólen filtros

Quadro Grade excluidora de

rainhas Depósito em inox/chapa de

ferro

Suporte de ferro para bidões Frascos de vidro Bidões de plástico

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18.12. Doenças de declaração obrigatória

De acordo com a zona de localização dos apiários, são de declaração obrigatória à Direção Regional de

Agricultura todos os casos suspeitos ou confirmados das seguintes doenças:

Designação Estatuto sanitário

Loque americana Qualquer estatuto

Loque europeia Qualquer estatuto

Acarapisose Qualquer estatuto

Varroose Qualquer estatuto

Aethinose por Aethina tumida Qualquer estatuto

Tropilaelaps por Tropilaelaps sp. Qualquer estatuto

Ascosferiose Zona controlada

Nosemose Qualquer estatuto

As doenças anteriormente referidas, assim como todas as restantes identificadas, deverão ser

comunicadas à Administração do grupo, logo após a verificação da ocorrência.

De acordo com o grau de severidade, poderá ser necessário ou ser imposto pela entidade competente:

Visita sanitária ou inquérito por parte das entidades competentes.

Delimitação dos locais ou regiões consideradas afetadas.

Restrições e condicionamentos ao trânsito de abelhas, enxames, colónias ou colmeias e seus

produtos, bem como substâncias ou materiais destinados à apicultura que possam representar

risco de introdução de doenças de declaração obrigatória ou outra exótica.

Tratamento, abate e medidas de higiene e desinfeção.

Em caso de visita sanitária os membros deverão fazer evidência do cumprimento das ações definidas.

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18.13. Profilaxia

Em caso de suspeita ou de efetivo aparecimento de doenças das abelhas, devem ser seguidos os

trâmites legais e os requisitos internos do Grupo.

No quadro seguinte encontram-se sumarizadas, para as principais doenças registadas em Portugal, a

profilaxia e o respetivo tratamento.

Nome da doença

Abelhas atingidas

Sintomas mais comuns

Profilaxia aconselhada Tratamento aconselhado

Loque Americana (bactéria) Paenibacilus larvae

Criação

Criação em mosaico. Opérculos deprimidos e fendidos. Larvas viscosas e filante. Cheiro característico a “cola de sapateiro”

Desinfeção de todo o material apícola. Não introduzir cera contaminada. Não alimentar com mel contaminado. Eliminar colonias fracas e muito afetadas.

1. Antibióticos. Existe risco de resíduos, pelo que o mel não deve ser aproveitado. 2 . Tratamento sem antibióticos, do enxame nu.

Loque Europeia (bactéria) Melissococos plutos

Criação

Cheiro acre quando a colmeia é aberta. A larva não é viscosa, não é filante nem adere à parede do alvéolo.

Não abrir as colmeias com tempo frio, húmido ou chuvoso. Desinfetar todo o material apícola e manter a colónia bem desinfetada.

1. Antibióticos. Existe risco de resíduos, pelo que o mel não deve ser aproveitado.

Ascosferiose (fungo) Ascosfera apis

Criação

Criação em mosaico. Larvas mumificadas de cor branco-amarelado e com consistência de giz. Múmias brancas e pretas na tábua de voo e no chão, frente à colmeia.

Combater a humidade. Instalar colmeias ao sol. Levantar os apoios traseiros. Trabalhar com rainhas jovens. Substituição das ceras atingidas. Limpar, desinfetar ou substituir os estrados anualmente.

Desinfeção de todo o material apícola.

Varroose (ácaro) Varroa jacobsoni e Varroa destructor

Criação e abelhas adultas

Criação em mosaico. Larvas mortas, podres e mal cheirosas. Opérculos deformados com manchas brancas.

Tratamento na primavera e no outono.

Acaricidas (amitraz, fluvalinato). Ácidos orgânicos.

Acarapisose (Ácaro) Acarapis Woodi

Abelhas adultas

Alojado nas traqueias das abelhas. Incapacidade de voar. Asas deslocadas. Morte prematura.

Alimentar bem a colmeia ativa. Procurar bons pastos na primavera.

Acaricidas.

Nosemose (protozoário) Nosema apis

Abelhas adultas

Parasita do intestino. Incapacidade de voar. Abdómen dilatado e convulsivo. Diarreia castanha. Morte prematura.

Renovar as ceras velhas. Alimentar abundantemente no outono. Não alimentar com mel contaminado. Desinfetar o mel por aquecimento (60° cerca de 10 minutos).

Desinfeção de todo o material apícola.

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18.14. Zonas controladas

As Zonas Controladas são áreas geográficas reconhecidas pela autoridade sanitária veterinária nacional,

que cumprem os requisitos previstos, nomeadamente, no Decreto-Lei nº 203/2005, onde se procede ao

controlo sistemático das doenças e em que a ausência da doença não foi demonstrada.

As principais vantagens das Zonas Controladas são as seguintes:

As ações sanitárias a implementar são consertadas e simultâneas em todos os apiários da Zona

Controlada.

Melhor adequação à realidade da região e, por conseguinte, à estratégia sanitária a desenvolver.

Os apicultores passam a desempenhar um papel ativo no rastreio das doenças, conjugando

esforços nos seus tratamentos.

Os apicultores podem desenvolver medidas que permitem evitar a entrada e proliferação de

doenças.

Certificação de abelhas e produtos da colmeia nos mercados regionais, nacional e internacional,

nomeadamente através do cumprimento da legislação nacional em vigor e das normas

comunitárias aplicáveis (Diretiva 92/65/CEE) e das recomendações para o comércio

internacional (OIE).

A introdução em Zonas Controladas de abelhas, enxames, materiais ou utensílios destinados à apicultura

carece de prévia autorização das entidades competentes.

Os membros que possuem apiários implantados em zonas controladas deverão cumprir os seguintes

requisitos:

Manter atualizado um registo dos factos de natureza sanitária ocorridos na zona, devendo o

registo ser de modelo a aprovar por entidade competente.

Possuir o boletim do apiário de modelo a provar por entidade competente, do qual conste,

dispostas sequencialmente por data, as operações realizadas no apiário.

Possuir o registo e o boletim de apiários disponíveis e à disposição das entidades competentes,

Técnicos da Unimadeiras ou Auditores, por um período de, pelo menos, 3 anos.

Proceder ao diagnóstico das doenças de declaração obrigatória, relativamente à periodicidade e

metodologias aplicadas.

Adotar as medidas de controlo das doenças de declaração obrigatória, de acordo com o definido

pelas entidade competentes e outras indicadas pelo Técnico Florestal do Grupo ou outro por ela

designado.

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Atualmente existem as seguintes 11 Zonas Controladas e respetivas entidades gestoras:

Lista de Zonas Controladas e Entidades Gestoras Designação da Zona

Controlada Concelhos afetos à Zona

Controlada Entidade Gestora

Zona Controlada da Terra Fria Bragança; Vinhais; Vimioso; Miranda do Douro.

Associação dos Apicultores do Parque Natural de Montesinho BRAGANÇA

Zona Controlada pela Pinus Verde

Oleiros; Fundão; Covilhã. PINUS VERDE - Associação de Desenvolvimento Integrado da Floresta FUNDÃO

Zona Controlada pela Melbandos

Mação; Proença-a-Nova; Sertã; Vila de Rei

MELBANDOS - Cooperativa de Apicultores do Concelho de Mação, CRL. MAÇÃO

Zona Controlada pela Apilegre

Arronches; Crato; Castelo de Vide; Marvão; Monforte; Nisa; Portalegre.

APILEGRE - Associação dos Apicultores do Nordeste Alentejano NISA

Zona Controlada pela Montemormel

Montemor-o-Novo; Alcácer-do-Sal.

MONTEMORMEL - Associação dos Apicultores do Concelho de Montemor-o-Novo MONTEMOR-O-NOVO

Zona Controlada pela Capolib

Montalegre; Boticas.

CAPOLIB – Agrupamento de Apicultores de “Mel do Barroso, DOP” BOTICAS

Zona Controlada pela Montimel

Chaves

MONTIMEL – Cooperativa dos Apicultores do Alto Tâmega, CRL CHAVES

Zona Controlada da Terra Quente

Alfândega da Fé; Macedo de Cavaleiros; Mirandela; Vila Flor.

Cooperativa de Produtores de Mel da Terra Quente e Frutos Secos, CRL

Zona Controlada da Região de Leiria

Leiria; Batalha; Marinha Grande; Porto de Mós; Figueira da Foz; Montemor-o-Velho; Pombal.

Associação dos Apicultores da Região de Leiria LEIRIA

Zona Controlada pela Meltagus

Castelo Branco; Idanha-a-Nova; Vila Velha de Ródão.

MELTAGUS – Associação de Apicultores do Parque Natural do Tejo Internacional CASTELO BRANCO

Zona Controlada pela Meimoacoop

Belmonte; Penamacor; Sabugal.

MEIMOACOOP, CRL – Cooperativa Agrícola e de Desenvolvimento Rural MEIMOA

As Entidades Gestoras das Zonas Controladas têm como principais responsabilidades:

Concertar as ações sanitárias a implementar em todos os apiários da Zona Controlada.

Divulgar as ações sanitárias a implementar pelos apicultores com apiários na Zona

Controlada.

Desenvolver as ações que permitam identificar e controlar focos de doença.

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a) Trânsito de colónias em zonas controladas

O trânsito e a introdução de abelhas e colónias em Zonas Controladas obedecem a restrições, entre

outras:

Comunicação à DGV (Mod.488/DGV) anexando os resultados de análises laboratoriais realizadas nos 3

meses prévios à deslocação.

A DGV autorizará a deslocação, após análise dos resultados laboratoriais, excetuando se tiverem sido

detetadas doenças de declaração obrigatória que não estejam comprovadamente presentes na Zona

Controlada há mais de um ano.

18.15. Colmeias e enxames

O estado de conservação das colmeias é muito importante, devendo proceder-se ao seu restauro e

pintura ou, se necessário, renovação.

No entanto, é necessário ter atenção aos produtos a utilizar nestas operações, uma vez que tintas e

vernizes protetores da madeira podem constituir um perigo de natureza química, principalmente pela

presença de pesticidas nos vernizes e de metais pesados nas tintas.

Como regra, as colmeias, assim como todos os produtos utilizados, devem ser produzidos com matérias

que não apresentem qualquer risco de contaminação para o ambiente ou para os produtos da apicultura.

As revisões devem ser realizadas com o objetivo de avaliação das condições gerais das colmeias, assim

como a ocorrência de anomalias.

Estas revisões devem ser feitas apenas quando necessárias, por forma a interferir o mínimo possível na

atividade das abelhas.

Caso se verifique necessário fazer a alimentação das abelhas, a água usada no xarope de açúcar deve

ser água potável.

No registo dos apiários devem ser incluídas todas as informação acerca da alimentação artificial,

incluindo tipo de produto, data, quantidades e colmeias onde foi utilizada.

Todos os favos deteriorados (com cor negra e com excreções das abelhas ou outro tipo de sujidades)

devem ser substituídos.

O transporte de alças contaminadas pode causar contaminação cruzada.

Assim, torna-se imprescindível efetuar a limpeza e desinfeção das superfícies do veículo de transporte.

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18.16. Principais riscos associados à produção do mel

Apiário Tipo de perigo Nível

do risco

Medidas

Colmeia/ Enxame

Biológico: contaminação por falta de limpeza e higienização

Médio Proceder às revisões e manutenção adequadas

Químico: contaminação por metais pesados, pesticidas, etc.

Médio Identificar a origem da contaminação (materiais da colmeia, agrícola, industrial, etc.); substituir colmeias; proceder á reinstalação do apiário.

Químico: contaminação por utilização artificial das abelhas (tipo de açúcar selecionado, utilização de água não potável).

Elevado Escolha adequada do momento de introdução da alimentação artificial; Escolha de açúcar adequado e água potável).

Biológico: contaminação por utilização artificial das abelhas (utilização de água não potável).

Elevado Utilização de água potável.

Biológico: ceras contaminadas por fungos.

Elevado Substituição de quadros e ceras.

Químico: contaminação por antibióticos

Elevado Efetuar os tratamentos das abelhas comos produtos e quantidade indicadas pela DGV.

Unidade de extração

Tipo de perigo Nível

do risco

Medidas

Instalações

Biológico: contaminação devido à falta de higiene das instalações; presença de abelhas na unidade de extração.

Elevado Instalações adequadas; instalação de redes nas janelas; procedimentos de higienização adequados.

Equipamentos e utensílios

Químico: contaminação do mel por contacto com superfícies não adequadas a géneros alimentícios.

Elevado Escolha de equipamentos e utensílios em aço inoxidável.

Biológico: contaminação por higienização deficiente dos equipamentos e utensílios.

Elevado Proceder à higienização de equipamentos e utensílios de acordo com o processo de extração.

Extração e acondicionamento

do mel Tipo de perigo

Nível do

risco Medidas

Cresta

Físico: aumento de humidade. Médio Verificar as condições atmosféricas durante a cresta.

Químico: contaminação devido ao fumo usado na cresta.

Elevado Utilização do fumigador apenas para a abertura da colmeia; utilização do soprador para afastar as abelhas das alças cheias.

Químico: contaminação por contacto das alças com produtos químicos durante o transporte.

Elevado Preparação adequada do veículo de transporte.

Químico: aumento do teor de HMF por exposição prolongada ao sol, das alças cheias.

Elevado Programação da colheita e transporte das alças cheias.

Procedimentos de extração

Biológico: contaminação por falta de higienização das superfícies de contacto durante a extração.

Elevado Proceder à higienização de equipamentos e utensílios, de acordo com o processo de extração.

Acondicionamento de mel

Físico: presença de fragmentos de vidro ou outros materiais usados na embalagem.

Médio Proceder à seleção das embalagens.

Químico: aumento do teor em HMF por aquecimento do mel durante o acondicionamento.

Médio Aplicação criteriosa da relação tempo/temperatura.

Biológico: contaminação por falta de higienização das embalagens.

Elevado Proceder à higienização das embalagens.

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18.17. Equipamento de proteção individual do apicultor

A apicultura é uma atividade que requer cuidados especiais, em particular em relação à segurança do

apicultor.

Antes de chegar aos apiários, o apicultor deve estar adequadamente vestido com roupa de proteção

completa (macacão apícola, máscara, botas e luvas), para além do fumigador (que produz fumaça para

o trabalho com abelhas) e o formão (utensílio de metal, com formato de espátula utilizado para abertura

da caixa (desgrudando a tampa), remoção dos caixilhos (quadros), limpeza da colmeia, raspagem da

própolis de peças da colmeia, remoção de traças, etc.).

Por outro lado, é muito importante que o apicultor vá trabalhar nas suas colmeias com a roupa limpa,

sem contaminações de inseticidas ou produtos quimicos.

O equipamento de proteção individual do apicultor é constituído da seguinte forma:

Macacão: deve ser de cor clara, pois as cores escuras podem provocar irritação nas abelhas.

Deve ser em tecido de grosso, em materiais sintéticos (nylon, poliéster, etc.).

Pode ser inteiriço ou ser constituído por duas peças – calça e casaco – com elásticos nas

extremidades, com máscara acoplada, ou não.

Recomenda-se que o macacão seja bem folgado, evitando o contacto do tecido com a pele.

Luvas: podem ser confecionadas em couro, napa ou borracha.

Independentemente do seu material, deve ter-se em especial atenção que as mãos são a área

mais visada pelas abelhas, pelo que o tecido deve ser suficientemente capaz de evitar a inserção

do ferrão da abelha na pele.

Botas: devem ser de cor clara, cano alto e em borracha ou couro.

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19. SEMENTES FLORESTAIS

Colheita

As sementes florestais devem ser colhidas em povoamentos ou pequenos bosquetes, nas árvores mais

centrais e nas que estiverem mais afastadas de árvores mal formadas, em árvores adultas, em bom

estado vegetativo, sem qualquer sinal de pragas ou doenças e que, fenotipicamente, apresentem as

caraterísticas pretendidas para a propagação.

Não deve proceder-se à colheita:

em árvores isoladas ou num conjunto reduzido de árvores, pois o risco de consanguinidade é

muito elevado.

em árvores doentes.

em árvores pouco vigorosas.

em árvores com caraterísticas morfológicas pouco adequadas.

em árvores muito jovens.

nas árvores de bordadura do povoamento, com o objetivo de minimizar os efeitos da polinização

por parte de indivíduos que se encontrem próximos e cujas características sejam indesejáveis.

de frutos ainda não maduros ou doentes.

No caso de sementes encerradas em cápsulas, cones ou gálbulas, a colheita deve ser realizada antes

da abertura natural do invólucro, de forma a não se perderem no solo.

Tratando-se de resinosas/coníferas, a semente deve ser colhida na árvore em pé, com o fruto maduro

mas antes da abertura dos cones.

No caso de semente de folhosas gradas (tais como as dos géneros Aesculus, Castanea, Juglans ou

Quercus), devem ser recolhidas do solo para sacos de rede, com o objetivo de permitir o devido

arejamento.

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Época de colheita

Em condições normais, a época de colheita de sementes deve ser a seguinte:

Mês Calendarização da colheita da semente

Folhosas Resinosas

01 - Pinheiro Manso, Cedro do Bussaco, Pinheiro Larício, Pinheiro Silvestre, Pinheiro Bravo

02 Eucalipto Cedro do Bussaco, Pinheiro Larício, Pinheiro Silvestre, Pinheiro Bravo

03 Eucalipto Cedro do Bussaco, Pinheiro Bravo

04 Eucalipto Pinheiro Bravo

05 Ulmeiro -

06 Ulmeiro -

07 Cerejeira Bétula

-

08 Bétula Pseudotsuga

09 - Abeto, Camecipáris, Picea, Cipreste da Califórnia

10 Amieiro, Carvalho, Castanheiro, Faia, Nogueira

Cedro do Atlas, Cipreste da Califórnia

11 Amieiro, Carvalho, Castanheiro, Faia, Nogueira, Ácer, Freixo, Olaia, Sobreiro, Robínia, Tília

-

12 Ácer, Freixo, Olaia, Sobreiro, Robínia, Tília Pinheiro Manso, Pinheiro Larício, Pinheiro Silvestre, Pinheiro Bravo

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20. PRODUÇÃO EM VIVEIRO NA UNIDADE DE GESTÃO FLORESTAL

Produção

Só podem dedicar-se à produção de materiais de viveiro os Membro previamente licenciados para o

efeito, mediante a atribuição de um título de produtor ou de uma licença de produção, de acordo com os

Decretos Lei nºs 239/92 de 29 de outubro e 33/93 de 12 de fevereiro.

Os produtores são obrigados a facultar o acesso aos seus terrenos e instalações, fechadas ou não, bem

como aos registos de materiais de viveiro e respetivas culturas às entidades estatais competentes e ao

Técnico do Grupo ou outro por ela designado, ou outro por ela designado e a Auditores.

Entre outras, são obrigações dos produtores de materiais de viveiro:

Possuir instalações adequadas à correta conservação dos materiais de viveiro e respeitar e

cumprir as normas estabelecidas no que se refere à sua comercialização.

Notificar o CNPPA (Centro Nacional de Proteção da Produção Agrícolas) das datas de início e

termo das suas atividades e comunicar atempadamente todos os elementos respeitantes à sua

atividade a que estejam legalmente obrigados.

Efetuar e manter registos completos e atualizados de entrada e saída de materiais de viveiro e

facultar a sua consulta aos agentes encarregados do seu controlo.

Aceitar, permitir e facilitar a realização de vistorias por parte do técnico florestal da Unimadeiras,

ou a outro por ela designado, ou dos controlos oficiais das suas instalações (fechadas ou não) e

dos materiais em comercialização, incluindo a colheita de amostras.

Prestar, ao técnico florestal da Unimadeiras, ou a outro por ela designado ou aos agentes

encarregues do controlo, todos os esclarecimentos e informações necessários ao bom

desempenho das suas funções.

Enviar ao Centro Nacional de Proteção da Produção Agrícolas dois exemplares de todos os

catálogos, prospetos e documentos publicitários respeitantes aos materiais de viveiro que

comercializam.

Informar a Administração do grupo Unifloresta, da lista de materiais produzidos e

comercializados, bem como as produções anuais esperadas, quando significativas.

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Enquadramento legal

A legislação sobre produção, certificação e comercialização de plantas, partes de plantas e sementes

encontra-se regulada, essencialmente, pelo Decreto Lei 205/2003 de 12 de setembro e pelos seguintes

diplomas:

Recomendação 2012/90/UE, publicada em 16 de fevereiro. Recomendação da Comissão

Europeia, de 14 de fevereiro de 2012, em matéria de orientações para a apresentação de dados

para a identificação de lotes de Materiais Florestais de Reprodução (MFR) e da informação que

deve constar no rótulo ou documento do fornecedor.

Portaria n.º 1405/2008. D.R. n.º 235, Série I de 2008-12-04

Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, fixa os montantes das taxas

devidas por serviços prestados pela Autoridade Florestal Nacional e revoga a Portaria n.º

469/2001, de 9 de maio.

Despacho n.º 21419/2003 (2.ª série). D.R. n.º 257, Série II de 2003-11-06

Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas - Direcção-Geral das Florestas

Regiões de Proveniência.

Despacho n.º 21418/2003 (2.ª série). D.R. n.º 257, Série II de 2003-11-06

Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas - Direcção-Geral das Florestas

Condições para emissão do Certificado de qualidade externa com base na Declaração do

fornecedor, conforme previsto no número 3 do artigo 35.º do Decreto-Lei n.º 205/2003, de 12 de

setembro.

Despacho n.º 19435/2003 (2.ª série). D.R. n.º 237, Série II de 2003-10-13

Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas - Direcção-Geral das Florestas

Modelo do requerimento para Licenciamento de fornecedores de MFR, modelos da Declaração

de colheita e da Declaração de processamento.

Portaria n.º 1194/2003. D.R. n.º 237, Série I-B de 2003-10-13

Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas

Regulamenta as condições de aplicação das taxas e estabelece o respetivo montante e

condições de pagamento nos termos do artigo 41.º do Decreto-Lei n.º 205/2003, de 12 de

setembro.

Despacho n.º 19300/2003 (2.ª série). D.R. n.º 233, Série II de 2003-10-08

Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas - Direcção-Geral das Florestas

Modelo do título da Licença de fornecedor e do Certificado de qualidade externa de plantas para

arborização.

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Materiais florestais de reprodução

Os materiais florestais de reprodução (MFR), são derivados de materiais de base aprovados nos termos

da legislação em vigor e dividem-se nas seguintes categorias:

▪ Material de fonte identificada, obtido num bosquete ou povoamento localizado numa única região de

proveniência e que satisfaz as seguintes exigências mínimas para a aprovação de materiais de base

destinados à produção de materiais florestais de reprodução a certificar como «fonte identificada»:

Os materiais de base devem ser constituídos por um bosquete (conjunto de árvores situadas

numa determinada área em que a semente é colhida) ou um povoamento (população delimitada

de árvores com uma composição suficientemente uniforme) localizado numa única região de

proveniência. A Entidade Competente decide, em cada caso individual, acerca da necessidade

de uma inspeção formal, com exceção do caso em que o material se destine a um objetivo

florestal específico, situação em que a inspeção formal deve ser efetuada.

O bosquete ou povoamento deve satisfazer os seguintes critérios:

a) A maioria das árvores serem bem conformadas.

b) Não apresentarem sinais de pragas ou doenças.

c) As copas das árvores não estarem muito afastadas.

A região de proveniência, a situação e altitude ou amplitude altitudinal do local ou locais onde os

materiais de reprodução são colhidos devem ser indicados.

Deve ser indicado se os materiais de base são autóctones, não autóctones ou de origem

desconhecida.

No caso de materiais de base não autóctones, a origem deve, se conhecida, ser indicada.

Encontrar-se o material de base, se possível, em condições de fácil acesso, para colheita de

material florestal de reprodução.

Quando o material de base a aprovar se destine exclusivamente à produção de material florestal

de reprodução na forma de partes de plantas, não é necessário que o bosquete ou povoamento

seja formado por árvores bem conformadas; Não apresentarem sinais de pragas ou doenças; As

copas das árvores não estarem muito afastadas.

▪ Material selecionado - Material florestal de reprodução obtido num povoamento localizado numa única

região de proveniência, selecionado fenotipicamente a nível da população e que satisfaz as seguintes

exigências mínimas para a aprovação de materiais de base destinados à produção de materiais florestais

de reprodução a certificar como selecionados:

Origem - Deve ser determinada a origem, quer por provas relativas aos antecedentes, quer por

outros meios adequados, se o povoamento é autóctone, não autóctone ou se a origem é

desconhecida, devendo a origem dos materiais de base não autóctones ser indicada quando for

conhecida.

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Isolamento - os povoamentos devem estar situados suficientemente distantes de outros da

mesma espécie em mau estado ou de povoamentos de uma espécie ou variedade relacionadas

que possam formar híbridos com a espécie em questão.

Deve ser dada especial atenção a esta exigência quando os povoamentos que circundem

povoamentos autóctones forem não autóctones ou de origem desconhecida.

Dimensão da população - os povoamentos devem ser constituídos por um ou mais grupos de

árvores bem distribuídas e suficientemente numerosas para assegurar uma interfecundação

adequada.

Para evitar os efeitos desfavoráveis da consanguinidade, os povoamentos selecionados devem

ser constituídos por um número e densidade suficientes de indivíduos numa área determinada.

Idade e desenvolvimento - os povoamentos devem ser constituídos por árvores de idade ou

estádio de desenvolvimento tais que permitam avaliar claramente os critérios estabelecidos para

a seleção.

Uniformidade - os povoamentos devem apresentar um grau normal de variação individual dos

carateres morfológicos. Sempre que necessário, as árvores inferiores devem ser removidas.

Adaptabilidade - a adaptação às condições ecológicas dominantes na região de proveniência

deve ser evidente.

Sanidade e resistência - as árvores constituintes dos povoamentos devem, de um modo geral,

estar isentas de ataques de organismos prejudiciais e apresentar resistência às condições do

clima e do local onde crescem, exceto no que diz respeito aos danos por poluição.

Produção em volume - para a aprovação dos povoamentos selecionados, a produção, em

volume de madeira, deve ser normalmente superior àquela aceite em condições ecológicas e de

gestão semelhantes.

Qualidade da madeira - a qualidade da madeira deve ser tida em conta e, nalguns casos,

constituir um critério essencial.

Forma ou porte - as árvores constituintes dos povoamentos devem apresentar boas

características morfológicas, especialmente um tronco retilíneo e cilíndrico, ramos de pequenas

dimensões e com boa inserção e boa desramação natural.

Além disso, a proporção de árvores bifurcadas e de árvores com fio espiralado deve ser baixa.

Acesso - Encontrar-se o material de base em condições de fácil acesso para colheita de material

florestal de reprodução.

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Quando o material de base a aprovar se destine exclusivamente à produção de material florestal de

reprodução na forma de partes de plantas, não se aplicam os requisitos dos itens acima correspondentes

ao Isolamento e Dimensão da População.

▪ Material qualificado — material florestal de reprodução obtido em pomares de semente, progenitores

familiares, clones ou misturas clonais, cujos componentes tenham sido fenotipicamente selecionados a

nível individual e que satisfaçam os seguintes requisitos mínimos para a aprovação de materiais de base

destinados à produção de materiais florestais de reprodução a certificar como qualificados, não sendo

necessário que tenham sido realizados ou completados testes:

Pomares de semente:

O tipo, o objetivo, o delineamento dos cruzamentos e a disposição no local de teste, os componentes, o

isolamento e a localização, bem como quaisquer alterações destes aspetos, são aprovados e registados

no organismo oficial.

As famílias ou clones componentes devem ser selecionados pelos seus carateres superiores, devendo

ser dada especial atenção às seguintes exigências:

Idade e desenvolvimento das árvores.

Adaptabilidade das árvores às condições ecológicas dominantes na região de proveniência.

Sanidade e resistência das árvores constituintes dos povoamentos.

Produção de madeira superior àquela aceite em condições ecológicas e de gestão semelhantes.

Qualidade da madeira.

Forma ou porte das árvores constituintes dos povoamentos devem apresentar boas

caraterísticas.

As famílias ou clones componentes devem ser ou ter sido plantados segundo um plano aprovado pelo

organismo oficial e instalados de forma que permita a identificação de cada componente.

Os desbastes realizados em pomares de semente devem ser descritos juntamente com os critérios de

seleção utilizados para a sua realização e registados no organismo oficial.

Os pomares de semente devem ser conduzidos e as sementes colhidas de forma que os objetivos

previstos sejam alcançados.

No caso de pomares de semente destinados à produção de um híbrido artificial, a percentagem de

híbridos nos materiais de reprodução deve ser determinada por um teste de verificação.

Progenitores familiares:

Os progenitores são selecionados pelo seu carater superior, devendo ser dada especial atenção às

exigências definidas no ponto “Pomares de Sementes”.

O objetivo, delineamento dos cruzamentos e sistema de polinização, componentes, isolamento e

localização, bem como quaisquer alterações significativas destes aspetos, devem ser aprovados e

registados no organismo oficial.

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A identidade, número e proporção dos progenitores numa mistura devem ser aprovados e registados no

organismo oficial.

No caso de progenitores destinados à produção de um híbrido artificial, a percentagem de híbridos nos

materiais de reprodução deve ser determinada por um teste de verificação.

Clones:

Os clones são identificáveis por caracteres distintivos aprovados e registados no organismo oficial.

O valor dos clones individuais deve ser estabelecido com base na experiência ou ter sido demonstrado

por uma experimentação suficientemente prolongada.

Os ortetos utilizados para a produção de clones são selecionados pelo seu carater superior, devendo ser

dada especial atenção às seguintes exigências definidas no ponto “Pomares de Sementes”

Mistura clonal:

A mistura clonal deve satisfazer as exigências de todos os itens do ponto anterior.

A identidade, número e proporção dos clones componentes de uma mistura, bem como o método de

seleção e o material original, são aprovados e registados no organismo oficial. Cada mistura deve ter

diversidade genética suficiente.

▪ Material testado - material florestal de reprodução obtido em povoamentos, pomares de semente,

progenitores familiares, clones ou misturas clonais, cuja superioridade tenha sido demonstrada por testes

comparativos ou por uma estimativa da superioridade dos materiais de reprodução efetuada com base

na avaliação genética dos componentes dos materiais de base e que satisfaçam as exigências mínimas

para a aprovação de materiais de base destinados à produção de materiais florestais de reprodução a

certificar como «testados», definidos no Anexo V do Decreto Lei nº 205/2003 de 12 de Setembro.

▪ Espécies e híbridos artificiais autorizados para produção e comercialização

A produção de material de florestal de reprodução destinada a produção e comercialização no território

nacional e no espaço da União Europeia está autorizada para as espécies e híbridos artificiais descritos

na tabela seguinte:

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Abies alba Mill.

Abies cephalonica Loud.

Abies grandis Lindl.

Abies pinsapo Boiss.

Acer platanoides L.

Acer pseudoplatanus L.

Alnus glutinosa Gaertn.

Alnus incana Moench.

Betula pendula Roth.

Betula pubescens Ehrh.

Carpinus betulus L.

Castanea sativa Mill.

Cedrus atlantica Carr.

Cedrus libani A. Richard.

Eucalyptus globulus Labill.

Fagus sylvatica L.

Fraxinus angustifolia Vahl.

Fraxinus excelsior L.

Larix decidua Mill. Larix x eurolepis Henry. Larix kaempferi Carr.

Larix sibirica Ledeb.

Picea abies Karst.

Picea sitchensis Carr.

Pinus brutia Ten.

Pinus canariensis C. Smith.

Pinus cembra L.

Pinus contorta Loud.

Pinus halepensis Mill.

Pinus leucodermis Antoine.

Pinus nigra Arnold.

Pinus radiata D. Don.

Pinus sylvestris L.

Pinus pinaster Ait.

Pinuspinea L.

Populus spp. e híbridos artificiais

entre estas espécies.

Prunus avium L.

Pseudotsuga menziesii Franco.

Quercus cerris L.

Quercus ilex L.

Quercus petraea Liebl.

Quercus pubescens Willd.

Quercus robur L.

Quercus rubra L.

Quercus suber L.

Robinia pseudoacacia L.

Tilia cordata Mill.

Tilia platyphyllos Scop.

De acordo com a legislação em vigor, é igualmente permitida a produção e comercialização em território

nacional de espécies e híbridos artificiais que não constem da lista acima, desde que se verifique o

cumprimento dos requisitos da legislação aplicável em vigor.

▪ Aprovação dos Materiais de Base para produção de material florestal de reprodução

A utilização de materiais de base destinados à produção de material florestal de reprodução carece de

aprovação das entidades competentes, após parecer das Direções Regionais de Agricultura, de acordo

com o disposto no seguinte:

A aprovação dos materiais de base das espécies está dependente da verificação da sua

conformidade com os requisitos mínimos estabelecidos por lei.

A aprovação é solicitada em requerimento escrito a apresentar às Direções Regionais de

Agricultura, pelo produtor dos materiais de base.

A aprovação de materiais de base é concedida por período indeterminado.

Os materiais de base aprovados dentro das categorias «Material selecionado», «Material

qualificado» e «Material testado» estão obrigatoriamente sujeitos a vistorias periódicas

realizadas pelas entidades competentes, destinadas a verificar a manutenção dos pressupostos

da respetiva aprovação.

A aprovação do material de base pode ser revogada a pedido do respetivo produtor e sê-lo-á

sempre que o material deixe de cumprir quaisquer dos pressupostos previstos na Lei.

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▪ Direitos e obrigações do produtor de materiais de base

A aprovação de materiais de base pelas entidades competentes confere ao membro a faculdade

de dispor livremente sobre a utilização do material dentro da categoria de material florestal de

reprodução (de acordo com o Decreto Lei 205/2003) para cuja produção foi aprovado.

O material de propagação de variedades protegidas por um direito de obtentor de variedades

vegetais ao abrigo do Decreto Lei 213/90, de 28 de Junho, que se encontre registado na União

Internacional para a Proteção das Obtenções Vegetais (UPOV), no Instituto Comunitário das

Variedades Vegetais (ICVV) ou no Centro Nacional de Registo de Variedades Protegidas

(CENARVE), só pode ser produzido por fornecedores que comprovadamente estejam

autorizados para o efeito pelo obtentor dessas variedades ou pelo seu legal representante.

Os produtores de materiais de base estão sujeitos às seguintes obrigações:

Conservar a área onde se encontre o material de base em condições de fácil acesso

para a colheita do material florestal de reprodução.

Proceder às operações silvícolas necessárias para manter o material nas melhores

condições de produção.

Acatar as recomendações técnicas relativas ao material de base que, para o efeito, lhe

sejam comunicadas pela Direção Regional de Agricultura.

Comunicar à Direção Regional de Agricultura, no prazo de 30 dias a contar da verificação

do facto respetivo, qualquer alteração relativa ao material de base aprovado ou aos

dados sujeitos a inscrição no Registo Nacional de Materiais de Base (RNMB), nos termos

da lei em vigor.

Respeitar, cumprir e fazer cumprir as normas da legislação reguladora da utilização de

materiais de base destinados à produção de material florestal de reprodução.

Não é permitida a utilização de materiais geneticamente modificados.

▪ Requisitos gerais de comercialização de material florestal de reprodução

Para cada tipo de material de base apenas podem ser comercializadas as categorias de material

florestal de reprodução indicadas no item anterior “Espécies e híbridos artificiais autorizados para

produção e comercialização”.

A comercialização de material florestal de reprodução deve ser obrigatoriamente acompanhada

pelo certificado principal (documento emitido pela entidade competente, destinado a atestar a

identidade do material florestal de reprodução, relativamente ao material de base de que é

derivado).

A comercialização de material florestal de reprodução obedece aos requisitos gerais do Decreto

Lei 205/2003.

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▪ Requisitos de proteção fitossanitária

O material florestal de reprodução está sujeito ao cumprimento das exigências fitossanitárias

estabelecidas nos seguintes Decretos Lei nºs 517/99 de 4 de Dezembro e 172/2002, de 25 de Julho e

demais diplomas regulamentares aplicáveis.

▪ Requisitos de comercialização de material florestal de reprodução

Sem prejuízo do disposto nos artigos seguintes, só é permitida a comercialização de material florestal de

reprodução das espécies listadas anteriormente neste documento, de acordo com o Decreto lei 205/2003

que, cumulativamente, preencham os seguintes requisitos:

Derivem de material de base aprovado nos termos do Decreto Lei acima referido.

Pertençam às categorias «Material de fonte identificada», «Material selecionado», «Material

qualificado» ou «Material testado».

▪ Requisitos de comercialização ao utilizador final de material florestal de reprodução de sobreiro, pinheiro-bravo, pinheiro-manso e eucalipto-glóbulos Dentro do território nacional só é permitida a comercialização junto do utilizador final de material florestal

de reprodução das espécies listadas anteriormente neste documento e que, cumulativamente:

Derivem de material de base aprovado nos termos do presente diploma que cumpram as

exigências estabelecidas do Decreto Lei 205/2003, nomeadamente nos anexos IV (exigências

mínimas para a provação de materiais de base destinados á produção de materiais florestais de

reprodução a certificar como “qualificado”), anexo V (exigências mínimas para a aprovação de

materiais de base destinados à produção de materiais florestais de reprodução a certificar como

“testados”), ou anexo IX (exigências mínimas para a aprovação de materiais de base destinados

à produção de materiais florestais de reprodução a certificar como “selecionados” de sobreiro),

consoante o caso.

Pertençam às categorias «Material selecionado», «Material qualificado» ou «Material testado».

Satisfaçam os requisitos constantes do anexo VII do Decreto Lei 205/2003, no que respeita às

exigências a satisfazer pelos lotes de frutos e sementes das espécies e híbridos artificiais

autorizados para produção e comercialização, listadas anteriormente neste documento.

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▪ Requisitos de comercialização de material florestal de reprodução reproduzidos vegetativamente e híbridos artificiais Só é permitida a comercialização de material florestal de reprodução das espécies e híbridos artificiais

listadas anteriormente neste documento, reproduzidos vegetativamente, bem como de material florestal

de reprodução dos híbridos listados no mesmo documento, desde que, cumulativamente:

Derivem de material de base aprovado.

Cumprem os requisitos legais.

Pertençam às categorias «Material selecionado », «Material qualificado» ou «Material testado».

Por outro lado, só podem ser comercializados os materiais florestais de reprodução das espécies e

híbridos artificiais reproduzidos vegetativamente que, pertencendo à categoria «Material selecionado»,

tiverem sido propagados em grande quantidade a partir de sementes.

▪ Comercialização de plantas para arborização

As plantas para arborização das espécies permitidas só podem ser comercializadas ao utilizador final

desde que estejam certificadas pela Direção Regional de Agricultura, através de um certificado de

qualidade externa.

▪ Identificação do material florestal de reprodução

1 - Durante todas as fases de produção, os materiais florestais de reprodução têm de permanecer

separados, em lote único, por referência à respetiva unidade individual de aprovação, devendo ser

identificados através de etiqueta apropriada que contenha as seguintes indicações:

Número do lote.

Número do certificado principal.

Designação botânica.

Categoria.

Objetivo.

Número de identificação do material de base no Catálogo Nacional de Materiais de Base ou

código de identificação da região de proveniência, consoante o caso.

Região de proveniência quando se trate de materiais florestais de reprodução das categorias

«Material de fonte identificada» ou «Material selecionado», ou, nos demais casos, a identificação

do material de base, quando adequado.

As designações «Origem autóctone», «Origem não autóctone» ou «Origem desconhecida»,

consoante a situação.

Ano de maturação, tratando-se de unidades de sementes.

Tratando-se de plantas para arborização, a idade das plantas, discriminando se as mesmas

foram obtidas de plântulas ou estacas, se foram podadas, repicadas, envasadas ou de raiz nua;

Referencial técnico de produtos florestais não lenhosos do Grupo Unifloresta . Revisão 05 . Data: 05.10.2015 Elaborado por: GC . Aprovado por: AD . Documento sujeito a revisões . Página 85 de 89

2 - Tratando-se de material florestal de reprodução de espécies e híbridos artificiais reproduzidos

vegetativamente, só é permitida a propagação vegetativa subsequente de uma unidade de aprovação

única das categorias «Material selecionado», «Material qualificado» e «Material testado», mediante

autorização da entidade competente e desde que se demonstre que a operação pretendida é

tecnicamente adequada.

3 - O material florestal de reprodução obtido por propagação vegetativa subsequente ao abrigo da

autorização referida no número anterior deve ser identificado como tal em etiqueta apropriada.

4 - Só é permitida a mistura de material florestal de reprodução mediante autorização prévia da entidade

competente e quando:

Se trate de «Material de fonte identificada» ou «Material selecionado» e, dentro de uma única

destas categorias, pertença à mesma região de proveniência e derive de duas ou mais unidades

de aprovação.

Se trate de «Material de fonte identificada» obtido em bosquetes e povoamentos dentro de uma

única região de proveniência, caso em que o novo lote combinado deve ser certificado como

«material florestal de reprodução derivado de um bosquete».

Se trate de material florestal de reprodução proveniente de material de base não autóctone e de

origem desconhecida, caso em que o novo lote combinado deve ser certificado como «material

florestal de reprodução de origem desconhecida».

Se trate de material florestal de reprodução de diferentes anos de maturação obtido a partir de

uma única unidade de aprovação, devendo identificar-se a mistura combinada por referência aos

anos de maturação e à proporção dos materiais de cada ano que compõem a mistura.

▪ Comercialização de unidades de sementes e partes de plantas

1. As unidades de sementes só podem ser comercializadas em embalagens seladas, salvo quando

já semeadas em contentores.

2. É livre a escolha do dispositivo de selagem a utilizar, contando que a embalagem não seja

facilmente deteriorável ou corrompível, nem possível a sua reutilização após abertura.

3. Após a colheita das unidades de semente devem as mesmas ser acondicionadas em embalagem

apropriada onde têm de ser mantidas durante o seu transporte e até ao início do processamento.

4. Na embalagem a que se refere o número anterior são apostas duas etiquetas, uma no seu interior

e outra no exterior, que devem conter as seguintes indicações:

Nome do fornecedor responsável pela colheita e número da respetiva licença.

Designação da espécie, através dos correspondentes nomes botânico e comum.

Número de identificação do material de base no Catálogo Nacional de Materiais de Base.

Data de início e de conclusão da colheita ou da sementeira.

5. No caso de partes de plantas, após a sua colheita, devem as mesmas ser acondicionadas e

comercializadas devidamente seladas, nos termos do indicado no nº 2, e terem aposta uma ou

duas etiquetas (quando aplicável) contendo a informação indicada no nº 4.

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Neste âmbito, a utilização do logo por parte do Membro do grupo está condicionada à apresentação de

uma proposta à Administração do Grupo e consequente autorização por parte da Entidade Certificadora.

▪ Licenças

1 - Podem ser concedidas licenças de fornecedor destinadas à produção, à importação ou à

comercialização de material florestal de reprodução, devendo nas mesmas ser feita menção à atividade

ou atividades a que o respetivo titular se dedica.

2 - Os títulos das licenças devem conter as seguintes indicações:

Número da licença; Tipo de atividade; Nome ou denominação do fornecedor; Endereço da sede do

fornecedor; Datas de emissão e validade; Assinatura da entidade emitente.

3 - Findo o respetivo prazo de validade, a caducidade da licença de fornecedor e quaisquer alterações

relativas aos elementos indicados implicam a obtenção de nova licença.

▪ Obrigações legais dos fornecedores

Constituem obrigações dos fornecedores de material florestal de reprodução, nomeadamente:

Respeitar, cumprir e fazer cumprir as normas previstas na legislação aplicável.

Manter afixado nas respetivas instalações e patente em local bem visível para o público

documento comprovativo do licenciamento de fornecedor e respetivas especificações.

Ter organizada a gestão dos lotes de material florestal de reprodução das espécies, dos híbridos

artificiais e das categorias sob a sua responsabilidade.

Emitir e fazer acompanhar em todos os estádios de comercialização e até ao utilizador final guia

de transporte de todo o material florestal de reprodução comercializado, com menção do número

de certificado correspondente, quando aplicável.

Possuir e manter atualizados livros de registo dos movimentos de material florestal de

reprodução produzidos, vendidos, comprados e importados.

Aceitar, permitir e facilitar a realização das medidas de controlo oficial e colaborar com as

autoridades, fornecendo todas as informações e documentos que lhe forem solicitados, incluindo

os relativos ao movimento de entradas e saídas dos lotes das categorias produzidas, por

referência ao número de certificado, às respetivas datas, quantidades, origens e destinos.

Permitir o livre acesso do Técnico Florestal do Grupo ou outro por ela designado e das entidades

de controlo competentes às respetivas instalações, bem como a consulta dos livros e

documentos relativos à atividade exercida, quando exigíveis.

Possuir planta descritiva do viveiro, quando aplicável, no qual sejam assinaladas

autonomamente as respetivas áreas de produção, atempamento, armazenagem e social.

Comunicar pontualmente à entidade competente, através da Direção Regional de Agricultura,

quaisquer alterações aos elementos respeitantes à atividade licenciada e ao material florestal de

reprodução produzido para comercialização ou comercializado.

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Acatar e dar cumprimento às medidas de controlo que lhes sejam determinadas pela autoridade

competente, designadamente proceder a tratamentos, medidas corretivas ou à destruição do

material florestal de reprodução, nos casos previstos da lei em vigor.

Comunicar anualmente à entidade competente, através da Direção Regional de Agricultura, as

quantidades produzidas e comercializadas de material florestal de reprodução, por espécie e

categoria.

Regras de sanidade no viveiro

Uma gestão correta no viveiro é essencial, de forma a assegurar a sanidade do local.

A exposição a agentes abióticos (frio, geada, vento, calor) e bióticos (fungos insetos, nemátodos)

agressivos, o excesso de irrigação, a adubação e radiação direta após a germinação, assim como a

utilização de produtos não permitidos por lei ou pelo FSC, devem ser evitados.

Como regra geral, os seguintes princípios devem ser tidos em conta:

A postura dos organismos patogénicos na primavera e o excesso de água no outono podem

favorecer o desenvolvimento de pragas e doenças.

Os contentores afetam o desenvolvimento radicular e são uma fonte de contaminação, pelo que

devem ser sistematicamente desinfetados.

A monitorização periódica permite a identificação prematura e atempada de pragas e doenças.

O impacto dessas pragas nos viveiros tem consequências nefastas ao nível da qualidade das

plantas em crescimento, tal como deformações, descoloração das folhas ou agulhas, desfolha,

diminuição do crescimento e, não raras vezes, a morte das plantas.

Como meios de luta contra agentes patogénicos, existem diversos métodos, nomeadamente:

Luta cultural

A luta cultural, quando possível, é sempre preferível a qualquer tipo de luta com a utilização de produtos

químicos.

Deve implementar-se um sistema de inspeções, seleção das sementes/estacas/clones, adubações

corretas, sistemas de rega eficazes, desinfeções regulares do material e das instalações, adequação dos

fatores ambientais em estufa e inspeção e limpeza cuidada da área envolvente do viveiro.

Luta biotécnica

Utilização de feromonas para o controlo e redução da população de agentes nocivos, ou de antiquininas

para a inibição do desenvolvimento da quinina, impedindo o endurecimento protetor dos insetos e, em

consequência, tornando-os vulneráveis aos diversos fatores externos.

Luta biológica

Utilização de inimigos naturais, com o objetivo de controlo e redução dos agentes nocivos.

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Luta química

Luta caraterizada pela utilização de produtos químicos, tais como inseticidas, fungicidas, acaricidas,

nematocidas, ou outros.

A utilização de produtos fitofármacos deve respeitar as indicações do rótulo, a legislação vigente, as boas

práticas florestais, os requisitos da Lista de Produtos Permitidos e Proibidos pelo FSC e o Guia de

Produtos Fitofarmacêuticos (lista dos produtos de venda autorizada).

Os produtos fitofármacos não devem ser utilizados em plantas visivelmente debilitadas, secas ou

excessivamente molhadas, assim como em dias de condições climatéricas adversas, tais como vento e

chuva.

Apenas pessoas com formação adequada podem proceder à aplicação dos produtos fitofármacos.

A utilização destes produtos deve ser antecedida de informação à administração do Grupo Unifloresta.

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21. REGISTO DAS ALTERAÇÕES

Revisão nº Data Secção alterada

Descrição das alterações

00 30.08.2014 - Primeira edição do documento.

01 26.09.2014

8 Inclusão de um ponto específico que reúne todos os EPI’s necessários

ao desenvolvimento das atividades referidas no Referencial.

10.1

Revisão do item 10.1, referente à classificação FSC de NTFPS, com

o objetivo de incluir todos os produtos produzidos na UGF do Grupo

Unifloresta.

19 Inclusão de item específico para a produção de plantas florestais e

ornamentais em viveiro.

20,21 Inclusão de novos itens para referenciação de produtos.

02 27.10.2014 2 Alteração da designação da Norma Portuguesa 4406 para 2014.

03 21.11.2014 - Alteração do formato da capa do documento.

04 03.07.2015 6

Alteração do logo da Unimadeiras para o logo do Grupo Unifloresta.

Clarificação da metodologia de rastreabilidade dos produtos

recolhidos das propriedades.

Revisão da classificação dos produtos FSC e PEFC.

05 05.10.2015 2

Clarificação da aplicação do documento, com inclusão da seguinte

frase: “Encontram-se excluídas do âmbito deste Referencial Técnico

os aspetos relacionados com as atividades de transformação e/ou

embalamento e posterior comercialização”.