unidades morfo estruturais do ceará

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT PROFESSOR(A): GOMES CURSO: GEOGRAFIA-BACHARELADO DISCIPLINA: GEOMORFOLOGIA BRUNO NOGUEIRA MESQUITA TRABALHO: UNIDADES MORFO-ESTRUTURAIS DO ESTADO DO CEARÁ FORTALEZA-CEARÁ 2014

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Estuda as Unidades Morfo estruturais do Ceara

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Page 1: Unidades Morfo Estruturais Do Ceará

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT

PROFESSOR(A): GOMES

CURSO: GEOGRAFIA-BACHARELADO

DISCIPLINA: GEOMORFOLOGIA

BRUNO NOGUEIRA MESQUITA

TRABALHO: UNIDADES MORFO-ESTRUTURAIS DO ESTADO DO CEARÁ

FORTALEZA-CEARÁ

2014

Page 2: Unidades Morfo Estruturais Do Ceará

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tratará sobre as unidades morfo-estruturais do Ceará, trabalho pautado em 3 domínios principais também possui subdivisões visando apresentar algumas características de cada um deles. O território cearense apresenta diferentes paisagens, fruto da dinâmica entre os componentes da natureza e também desses com o homem, sendo de grande importância de estudo.

Page 3: Unidades Morfo Estruturais Do Ceará

DESENVOLVIMENTO

1º: Domínio dos depósitos sedimentares cenozóicos – planícies fluviais, formas litorâneas e tabuleiros.

Planície Fluvial: São constituídas por áreas amplas resultantes da acumulação fluvial, são consideradas áreas de diferenciação regional nos sertões semiáridos, por abrigarem melhores condições de solo e disponibilidade hídrica, são áreas sujeitas a inundações periódicas, estando situadas nas bordas do rios.

Acompanham longitudinalmente os maiores coletores de drenagem, Jaguaribe, Banabuiú, Curu, entre outros, em geral são rios com nascentes situada nos maciços residuais, drenando em grande parte terrenos do embasamento cristalino. As planícies fluviais por suas potencialidades naturais, se tornam ambientes de excessão nas depressões sertanejas semiáridas.

Formas Litorâneas: a faixa litorânea do Ceará possui 573km de extensão apresentando traços avançados de retificação onde só são interrompidos em alguns locais que possuem pontas que se projetam para o mar como as de Mucuripe, Pécem, Jericoacoara entre outras, ou também por pequenas reentrâncias correspondentes aos estuários de rios como Jaguaribe Cocó dentre outros.

O que mais identifica a faixa litorânea do Ceará é um extensivo cordão de dunas que reflete a ação predominante da dinâmica éolica, possuindo dunas fixas e móveis, as dunas móveis possuem uma altura de 30 a 50 metros com uma coloração amarelo-esbranquiçado são dunas mais recentes, já as dunas fixas possuem alturas menores e algumas já chegaram a ser dissipadas, apresentam areias com tons vermelho amarelados, e são revestidas por vegetação.

Para completar existem as planícies flúvio-marinhas que são dotadas de características que as individualizam, decorrem do processo combinatório entre os agentes fluviais e oceânicos Possui ocorrência frequente de estuários e um bom potencial de recursos hídricos subterrâneos. Apresentando-se como ambiente fortemente instável.

Tabuleiros pré-litorâneos: Representam a faixa de transição entre o domínio das terras altas e da planície costeira, moldados nos sedimentos mio-pleistocênico da Formação Barreiras. Sua distribuição é ao longo da linha de costa estando situados na retaguarda da frente marinha, sendo interrompidos pelos estuários dos rios que atingem o litoral. Sua forma de relevo é tabular e é dissecado pelos riachos litorâneos de vales alongados e fundo chato. Penetram cerca de 40 km no interior do continente e tem altitude media de 30 a 50 metros, raramente ultrapassando 80 metros. Muitas vezes, chegam ao litoral, constituindo falésias mortas ou vivas.

Page 4: Unidades Morfo Estruturais Do Ceará

2º: Domínio das bacias sedimentares paleo-mezozóicas – chapada do Araripe, chapada do Apodí, e Planalto da Ibiapaba.

Chapada do Araripe: Apresenta-se como uma mesa, cujo eixo maior se dispõe de leste para oeste com extensão da ordem de 170-180 km. De norte para sul, a largura não passa de 70 km, com altitude entre 850-900 m, abrange a porção meridional do Estado, fazendo limites com os estados de Pernambuco e Piauí.

O latossolo, vermelho amarelo é a classe predominante de solo, sendo recoberto por manchas de cerrado. A chapada do Araripe, constitui, em suma, uma superfície de relevo tabuliforme desenvolvida em estruturas concordantes horizontes e/ou sub-horizontais seccionada pela superfície de erosão.

Chapada do Apodi: Os solos possuem alta fertilidade natural e topografias favoráveis, além de um bom potencial de águas subterrâneas. Apesar disto, possui baixo potencial de águas superficiais e inexistência de locais propícios aos barramentos dos rios.

A Chapada do Apodi está enquadrada na Bacia Potiguar (Fig. 03), datada do Cretáceo inferior, e que cobre uma área de aproximadamente 340 Km no sentido E-W por 120 Km no sentido N-S. Trata-se de área sedimentar de origem marinha.

Conforme Soares et. al. (2003), localizada na porção mais oriental do nordeste do Brasil, a bacia Potiguar, na qual está inserida a Chapada do Apodi, abrange em suas porções emersas (22.500 km2) e submersas (26.500 km2), parte dos estados do Rio Grande do Norte e Ceará e suas respectivas plataformas continentais. Esta bacia tem limites a sul, leste e oeste com rochas do embasamento cristalino, ao norte com o Oceano Atlântico (isóbata de 2000m) e a noroeste com o alto de Fortaleza, que a separa da bacia do Ceará.

Planalto da Ibiapaba: O Planalto da Bacia Sedimentar do Piauí-Maranhão atualmente recebe o nome de Planalto Ibiapaba se inicia a 40 km do litoral cearense estendendo-se de norte a sul em sua porção oriental, limitando-se com o estado do Piauí. Apresenta latitude 3 ° 51 12 S e longitude 41 ° 5 10 W, com 110 km de serra e altitudes que variam de 800 a 1.100m. Nos períodos quentes do ano, quando todo o Nordeste está em torno de 34 a 40 graus, a Ibiapaba se refastela com uma temperatura que é a metade a menos daquelas. Fazem parte da Chapada de Ibiapaba as cidades de Viçosa do Ceará, Ipu, Guaraciaba do Norte, Carnaubal, São Benedito, Ibiapina, Ubajara e Tianguá. De acesso fácil, as cidade são todas interligadas por rodovias asfaltadas e próximas, umas das outras.

O Planalto Sedimentar da Ibiapaba compreende a área abrangida pela porção oriental da Bacia Sedimentar do Parnaíba. Esta unidade geomorfológica é composta de rochas sedimentares da Formação Serra Grande (Siluro-Devoniano) com litologia arenítica. Constitui-se um planalto sedimentar do tipo cuestiforme.

A ocorrência de chuvas orográficas no setor setentrional do Planalto potencializa a existência de um verdadeiro enclave de mata úmida no meio semiárido. No sentido oeste e para o sul, a semiaridez configura-se como o principal condicionante ambiental denotando um recobrimento vegetacional de “carrascos” e caatingas.

Page 5: Unidades Morfo Estruturais Do Ceará

3º :Domínio dos escudos e maciços antigos – planaltos residuais e depressão sertaneja.

Depressões Sertanejas: A Depressão Sertaneja encontra-se embutida entre os planaltos sedimentares ou entre os maciços residuais cristalinos. Na Depressão Sertaneja surgem os "Campos de Inselbergs", principalmente nas cidades de Irauçuba e Quixadá. A planície mais rebaixada da Depressão Sertaneja corresponde às Planícies Fluviais, sendo os rios de maior representatividade Jaguaribe, Coreaú e Acaraú

A semi-aridez é intensa. O período seco tem duração de 6 a 8 meses e as médias térmicas máximas registradas durante os dias situam-se entre 32 e 33º C e a média das mínimas em 23ºC durante às noites. Dada à baixa umidade (inferior a 70%) a amplitude térmica é mais elevada. O regime pluviométrico é de 400 a 800 milímetros por ano. As caatingas possuem expressiva distribuição, tendo como bio indicador a Jurema Preta, típica do Bioma Caatinga.

Planaltos Residuais: Esta unidade é constituída por áreas serranas dispersas pela depressão sertaneja e localizadas próximas ao litoral, possuindo níveis altimétricos entre 600-900m. Os relevos são fortemente dissecados e possui uma rede fluvial densa com padrão dendrítico. Possuem argissolo vermelho-amarelo nos relevos colinosos e nas lombadas com fertilidade natural variando de média a alta. Nas vertentes mais íngremes e nas cristas ocorrem solos rasos e afloramentos rochosos. Possuem revestimento vegetal formado por matas pluvio-nebulares remanescentes e um uso agrícola com lavouras variadas (cafeicultura, bananicultura, horticultura).

São chamadas de enclaves úmidos, com representativa área de concentração vegetal, fontes e quedas d’águas. As serras de maior destaque são :Meruoca, Baturité, Pacatuba e Maranguape.

Page 6: Unidades Morfo Estruturais Do Ceará

CONCLUSÃO

O trabalho aqui exposto se propôs a explicar sobre as unidades morfo-estruturais do cerará, buscando o entendimento dos componentes que se relacionam ao longo do território cearense. Entender e reconhecer tais componentes fornece subsídios para um melhor planejamento territorial, visto que, traz informações básicas para direcionar as atividades de uso e ocupação da terra, assim como os tipos de exploração dos recursos naturais de determinada área. Além de expor o grau de degradação dos sistemas ambientais, identificando suas causas e tentando corrigir os problemas.

Page 7: Unidades Morfo Estruturais Do Ceará

BIBLIOGRAFIA.

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DAS UNIDADES MORFO-ESTRUTURAIS DO ESTADO DO CEARÁ.

Revista de Geologia (nº 1). Fortaleza: Edições Universidade Federal do Ceará, 1988.

TRICART, Jean. Ecodinâmica. IBGE. Diretoria Técnica: SUPREN, 1977.

CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL DO PLANALTO CUESTIFORME DA IBIAPABA – CEARÁ

REVISTA GEONORTE, Edição Especial, V.2, N.4, p.301 – 309, 2012.

DA TEORIA À PRÁTICA AS UNIDADES GEOAMBIENTAIS E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O PLANEJAMENTO TERRITORIAL CEARENSE.

VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física

II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física

Universidade de Coimbra, Maio de 2010

Gledson Bezerra Magalhães e Edson Vicente da Silva