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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CINCIAS BIOLGICAS
DEPARTAMENTO DE BOTNICA LABORATRIO DE ANATOMIA VEGETAL
Morfo-anatomia foliar comparativa de
espcies conhecidas como espinheira-santa:
Maytenus ilicifolia Mart.,
Sorocea bonplandii Baillon e
Zollernia ilicifolia Vog.
Andresa Vieira Machado
Florianpolis, fevereiro de 2002.
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Morfo-anatomia foliar comparativa de espcies conhecidas como espinheira-santa:
Maytenus ilicifolia Mart., Sorocea bonplandii Baillon e Zollernia ilicifolia Vog.
Andresa Vieira Machado
Trabalho de concluso de curso apresentado ao Curso de Graduao em Cincias Biolgicas da Universidade Federal de Santa Catarina, para
obteno do Grau de Bacharel em Cincias Biolgicas.
Orientadora: Dra. Marisa Santos
Florianpolis, fevereiro de 2002.
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SUMRIO
INTRODUO ........................................................................................................................1
OBJETIVOS .............................................................................................................................5 OBJETIVOS GERAIS .............................................................................................................................................. 5 OBJETIVOS ESPECFICOS ...................................................................................................................................... 5
MATERIAIS E MTODOS....................................................................................................6
RESULTADOS E DISCUSSO..............................................................................................9 1. MORFOLOGIA FOLIAR...................................................................................................................................... 9 2. ANATOMIA FOLIAR........................................................................................................................................ 13
2.1. Lmina foliar ........................................................................................................................................ 13 2.1.1. Caracterizao geral ........................................................................................................................................13 2.1.2. Epiderme .........................................................................................................................................................13 2.1.3. Mesofilo ..........................................................................................................................................................16 2.1.4. Nervura Mediana.............................................................................................................................................17 2.1.6. Bordo...............................................................................................................................................................19
2.2. Pecolo .................................................................................................................................................. 19
CONCLUSES.......................................................................................................................21
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................24
ILUSTRAES......................................................................................................................27
ANEXOS.................................................................... ERRO! INDICADOR NO DEFINIDO.
RESUMO
Espinheira-santa uma planta conhecida na medicina popular por suas
propriedades tnicas e balsmicas. Maytenus ilicifolia Mart. Ex Reiss (Celastraceae) a
verdadeira espinheira-santa, entretanto, duas outras espcies, Sorocea bonplandii Baillon
(Moraceae) e Zollernia ilicifolia Vog. (Leguminosae Papilionoideae), so freqentemente
confundidas, no Sul do Brasil, devido semelhana morfolgica das folhas. O conhecimento
morfo-anatmico das folhas pode contribuir com a identificao taxonmica das trs espcies,
fator indispensvel para pesquisas referentes ao uso fitoterpico e ao controle de qualidade. O
estudo foi realizado em microscopia ptica, usando material fresco e fixado em glutaraldedo
2,5%, desidratado em srie etlica e includo em hidroximetacrilato ou parafina. Para as
anlises em microscpio eletrnico de varredura algumas amostras, depois de desidratadas em
srie etlica, foram imersas em HMDS para total secagem. Foram feitos cortes paradrmicos e
transversais na regio mdia da lmina foliar e transversais e longitudinais no pecolo. Testes
histoqumicos foram empregados para identificao da natureza qumica das estruturas. A
folha de M. ilicifolia do tipo oblonga estreita, com pice atenuado, enquanto a de S.
bonplandii obovada oblongolanceolada, com pice acuminado, e a de Z. ilicifolia elptica
estreita, com pice obtuso. Outras caractersticas morfolgicas da lmina foliar como: ngulo
de divergncia das nervuras secundrias, ngulo de origem das nervuras tercirias, as
terminaes de nervuras e as arolas, tambm podem ser utilizadas como ferramentas para
diferenciao taxonmica. De modo a complementar a caracterizao morfo-anatmica das
folhas, foram feitas as seguintes anlises quantitativas: determinao de ndice estomtico,
medidas de espessura de membrana cuticular e do mesofilo. Nas trs espcies as folhas so
dorsiventrais e hipoestomticas. O mesofilo constitudo de parnquimas palidico e
esponjoso, mas apenas Z. ilicifolia apresenta hipoderme na face adaxial. Os estmatos so do
tipo paractico em M. ilicifolia e Z. ilicifolia e do tipo anomoctico em S. bonplandii.
Tricomas ocorrem em Z. ilicifolia e em S. bonplandii, no tendo sido encontrados em M.
ilicifolia. Destaca-se, ainda, apenas em S. bonplandii, a presena de vasos laticferos
predominantemente associados ao floema. A abertura glandular do dente de M. ilicifolia
possui tricomas, enquanto s de S. bonplandii e Z. ilicifolia so glabras. A forma e disposio
dos tecidos na nervura central, no bordo e no pecolo apresentam caractersticas distintas nas
trs espcies. Os resultados revelaram que algumas caractersticas morfo-anatmicas da
lmina foliar e do pecolo podem ser utilizadas na distino entre as trs espcies.
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INTRODUO
Maytenus ilicifolia Mart. (Celastraceae), popularmente chamada de espinheira-
santa, uma planta nativa do Brasil e largamente cultivada na regio Sul, bem como em
Minas Gerais e So Paulo. um arbusto de at 3 metros de altura, com folhas alternas
persistentes, simples, glabras, coriceas, oblongas a oblongolanceoladas, pice espinhoso,
margem dentada espinhosa. Suas flores so pequenas e esto dispostas em fascculos axilares.
Seu fruto uma cpsula verde ou vermelha (Gupta, 1995).
conhecida na medicina popular por suas propriedades tnicas e balsmicas.
Conforme Simes et al. (1995), suas folhas so utilizadas popularmente como antiasmtica,
anticonceptiva, em tumores estomacais e contra ressaca alcolica (uso interno); como
antissptica em feridas e lceras (uso externo). De acordo com revises feitas por estes
autores, estudos qumicos e farmacolgicos revelam propriedades medicinais da espcie.
Devido a crescente busca do mercado por ervas medicinais e pela desordenada
extrao das mesmas, Maytenus ilicifolia est em perigo de extino (Pavan-Fruehauf, 2000).
De acordo com Reis (1996), o que poucos sabem que na falta das ervas corretas, muitos
colhem plantas parecidas e vendem-nas como se fossem plantas originais. o que acontece
hoje com a espinheira-santa, muito confundida no Sul do Brasil devido semelhana
morfolgica das folhas, com duas outras espcies sem propriedades farmacolgicas
conhecidas, Sorocea bonplandii Baillon (Moraceae) e Zollernia ilicifolia Vog. (Leguminosae
Papilionidae).
Estudos fitoterpicos, conforme Simes e colaboradores (1999), costumam ser
divididos em etapas seqenciais: etapa botnica, relacionada identificao do material de
estudo; etapa farmacutica, etapa de ensaios biolgicos pr-clnicos e etapa clnica. Sendo
que, a primeira etapa, seleo do material testado, como ressaltam estes autores, essencial
para garantir a uniformidade e a estabilidade do produto a ser utilizado durante todo ensaio.
Evans (1996) enfatiza que quando a planta medicinal oferece dificuldades j na fase
preliminar, todo estudo fica comprometido, sendo comum a confuso botnica entre espcies
afins.
Para a identificao das espcies aconselhvel a presena de flores e/ou frutos; a
falta dessas estruturas pode induzir ao erro ou dificultar extremamente o trabalho do botnico.
O mesmo nome popular pode significar diferentes espcies. Na caracterizao de uma
espcie, para sua determinao ou identificao, usualmente inicia-se por observar as
estruturas macroscpicas. Nas anlises de rotina so necessrios conhecimentos bsicos de
botnica, disponibilidade de literatura especializada e, preferencialmente, de material para
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comparao, tais como amostras autnticas, desenhos ou fotos. Os critrios devem basear-se
na descrio dos elementos caractersticos da espcie, sendo, geralmente, desnecessria a
descrio botnica completa. Para tal, conforme Evans (1996), essencial o estabelecimento
de estruturas que permitam a diferenciao entre a espc