unidade v sangue sangue - foa.unesp.br · 2222---- contagem global dos leucÓcitos contagem global...

36
1 UNIDADE V SANGUE SANGUE SANGUE SANGUE O sangue constitui uma mistura polifásica, contida no interior dos vasos sangüíneos, que se caracteriza por uma fase líquida (plasma), onde se encontram células (elementos figurados) em suspensão e substâncias dissolvidas. Estes elementos figurados são constituídos pelas hemácias, leucócitos e plaquetas (trombócitos). As hemácias ocupam um volume no sangue cuja porcentagem está entre 40 a 55% no homem e 38 a 48% na mulher. Quanto ao número, as hemácias são encontradas por mm 3 de sangue, de 4,5 a 6,0 milhões no homem e de 4,0 a 5,5, milhões na mulher. Usando o líquido de Hayem, o bicloreto de mercúrio de sua composição provoca a lise dos leucócitos e juntamente com os outros solutos mantém a solução isotônica. O número de leucócitos, em relação às hemácias, é consideravelmente menor: 5.000 a 10.000/mm 3 de sangue. Usando o líquido de Turck, o ácido acético existente em sua composição, provoca a lise das hemácias enquanto que a violeta genciana confere uma ligeira coloração aos leucócitos. O conhecimento dos diversos tipos de leucócitos, número por mm 3 de sangue e sua fórmula leucocitária tem grande importância na clínica. O número dos diversos tipos ou a fórmula leucocitária, normalmente, se apresenta: VALORES NORMAIS PARA MAIORES DE 13 ANOS (SEGUNDO P.JANINI) LEUCÓCITOS % N.º/mm 3 (5.000-10.000) Neutrófilos 60 - 70 3.500 – 6.300 a) metamielócitos 0 – 1 0-50 b) bastonetes 2 – 4 180 – 300 c) segmentados 58 – 66 3.250 – 6.000 Eosinófilos 2 – 4 100 – 240 Basófilos 0 – 1 25 – 80 Linfócitos 20 – 30 1.200 – 2.000 Monócitos 4 – 8 150 – 600

Upload: duongdiep

Post on 09-Nov-2018

227 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

UNIDADE V

SANGUE SANGUE SANGUE SANGUE

O sangue constitui uma mistura polifásica, contida no interior dos vasos sangüíneos, que se caracteriza por uma fase líquida (plasma), onde se encontram células (elementos figurados) em suspensão e substâncias dissolvidas. Estes elementos figurados são constituídos pelas hemácias, leucócitos e plaquetas (trombócitos). As hemácias ocupam um volume no sangue cuja porcentagem está entre 40 a 55% no homem e 38 a 48% na mulher. Quanto ao número, as hemácias são encontradas por mm3 de sangue, de 4,5 a 6,0 milhões no homem e de 4,0 a 5,5, milhões na mulher. Usando o líquido de Hayem, o bicloreto de mercúrio de sua composição provoca a lise dos leucócitos e juntamente com os outros solutos mantém a solução isotônica. O número de leucócitos, em relação às hemácias, é consideravelmente menor: 5.000 a 10.000/mm3 de sangue. Usando o líquido de Turck, o ácido acético existente em sua composição, provoca a lise das hemácias enquanto que a violeta genciana confere uma ligeira coloração aos leucócitos. O conhecimento dos diversos tipos de leucócitos, número por mm3 de sangue e sua fórmula leucocitária tem grande importância na clínica. O número dos diversos tipos ou a fórmula leucocitária, normalmente, se apresenta:

VALORES NORMAIS PARA MAIORES DE 13 ANOS (SEGUNDO P.JANINI)

LEUCÓCITOS % N.º/mm 3 (5.000-10.000)

Neutrófilos 60 - 70 3.500 – 6.300 a) metamielócitos 0 – 1 0-50 b) bastonetes 2 – 4 180 – 300 c) segmentados 58 – 66 3.250 – 6.000 Eosinófilos 2 – 4 100 – 240 Basófilos 0 – 1 25 – 80 Linfócitos 20 – 30 1.200 – 2.000 Monócitos 4 – 8 150 – 600

2

1.1.1.1. CONTAGEM DAS HEMÁCIASCONTAGEM DAS HEMÁCIASCONTAGEM DAS HEMÁCIASCONTAGEM DAS HEMÁCIAS

� Objetivos: 1. Conhecer uma das técnicas usadas para a contagem das hemácias. 2. Familiarizar o aluno com o número normal de hemácias. � Materiais e Soluções: Materiais: câmara de Neubauer, microlanceta descartável, lamínula, microscópio, pipeta diluidora de Thoma para hemácia, algodão. CÂMARA DE NEUBAUER , também conhecida como hemocitômetro, é uma lâmina grossa de uso microscópico, com formato retangular e normalmente de vidro, com uma depressão no centro, utilizada para fazer contagem de células por unidade de volume de uma suspensão. Podem ser contadas as células sanguíneas, tais como hemácias e leucócitos, assim como células oriundas de outros procedimentos invasivos para investigação de determinadas patologias.

Câmara de Neubauer Soluções: álcool 70% e líquido de Hayem

COMPOSIÇÃO DO LÍQUIDO DE HAYEM

Substância Quantidade Bicloreto de mercúrio 0,25 g

Cloreto de sódio 0,50 g Sulfato de sódio 2,5 g

Água destilada 100 ml

3

Observe a Câmara (no microscópio): a plataforma central é 0,1 mm mais baixa do que as laterais. Esta plataforma central, por sua vez, é dividida em 2 segmentos, tendo cada um, uma área reticulada de 9 mm2, apresentando 9 quadrados grandes e iguais. Observando o quadrado grande central, o qual tem uma área de 1 mm2, nota-se que está dividido em 25 quadrados médios separados por linha dupla/tripla e que cada um destes quadrados está, por sua vez, dividido em 16 quadradinhos, o que resulta haver no mm2 central 400 quadrinhos (16 x 25 = 400).

� Técnica: 1. Coloque a lamínula sobre a câmara de Neubauer, apoiando-se sobre

as 2 plataformas laterais. 2. Faça a assepsia da polpa digital com álcool e deixe secar. Puncione-a

com a microlanceta descartável. 3. Aspire, imediatamente com a pipeta do Thoma, parte da gota de

sangue formada na extremidade do dedo até a marca de 0,5 mm3. A seguir, limpe a extremidade da pipeta com algodão e aspire o líquido de Hayem até a marca 101, evitando a perda, por menor que seja, do sangue colhido.

4

Pipeta de Thoma para contagem de hemácias e leucócitos

4. Feche a extremidade livre da pipeta com o dedo indicador e agite a

pipeta com movimentos delicados durante 1 a 2 minutos para homogeneizar a mistura.

5. Sopre a pipeta, desprezando as duas primeiras gotas. Deixe então formar na extremidade da pipeta aproximadamente meia gota e coloque-a no segmento da plataforma central, entre este e a lamínula. Proceda da mesma forma para o segmento oposto da plataforma central.

6. Leve a lâmina ao microscópio, mantendo a platina do mesmo na

horizontal. Focalize o retículo, inicialmente com a objetiva de menor aumento e verifique se ocorre distribuição homogênea das hemácias. Caso positivo passe para o aumento médio. No caso de não ter distribuição homogênea, focalize o retículo do outro lado. Também não ocorrendo distribuição homogênea lave a câmara com água

5

corrente. Passe álcool e deixe secar, repetindo a seguir o procedimento para encher a câmara (item 5).

7. Conte as hemácias existentes em 5 dos 25 quadrados médios,ou seja, as hemácias existentes em 80 quadrinhos, lembrando que cada quadrado médio é separado do vizinho por dupla ou tripla linha que contém 16 quadrinhos. É normal contar um de cada canto e o mais central de todos. Nesta contagem de hemácias, para cada um dos quadrados médios, as hemácias situadas sobre as linhas duplas esquerda e superior são contadas, enquanto que as situadas sobre as linhas duplas direita e inferior são excluídas. Anote a contagem no esquema do retículo de Neubauer

Cálculo do número de hemácias por mm 3 de sangue

Retículo de Neubauer

6

Área para contagem de hemácias por mm3 de sangue

1- Você contou as hemácias contidas em 5 quadrados médios, e como

existem 25, portanto contou apenas 1/5 do mm2. Para o valor total deverá multiplicar por 5.

2- A altura da câmara na qual se encontram as hemácias é de 0,1 de mm, portanto para 1 mm de altura devemos multiplicar por 10.

3- A diluição feita foi de 200 vezes, portanto no sangue a concentração de hemácias é 200 vezes maior.

Conclui-se que o número de hemácias, por mm3 de sangue, é obtido,

multiplicando a soma das hemácias dos 5 quadrados médios por 10.000 (5 x 10 x 200 = 10.000), ou seja, simplesmente acrescentando 4 zeros à soma de hemácias contadas por 5 quadrados médios. � Estudo Orientado: ♦ Mostrar o resultado e descrever procedimento para contagem das

hemácias. Qual a faixa normal para o homem e mulher acima de 12 anos?

♦ Quais as finalidades do líquido Hayem? ♦ Para diluirmos 200 vezes, devemos aspirar 0,5 mm3 de sangue e

completar com líquido de Hayem até a marca 101 mm3 da pipeta. ♦ Quais são as causas de erro que podem ocorrer neste método de

contagem?

7

2222---- CONTAGEM GLOBAL DOS LEUCÓCITOS CONTAGEM GLOBAL DOS LEUCÓCITOS CONTAGEM GLOBAL DOS LEUCÓCITOS CONTAGEM GLOBAL DOS LEUCÓCITOS

� Objetivos: 1. Conhecer uma técnica para determinar o número de leucócitos no

sangue. 2. Familiarizar o aluno com o número normal de leucócitos no sangue. � Materiais e Soluções: Materiais: Câmara de Neubauer (Hemocitômetro), microlanceta descartável, lamínula, microscópio, pipeta diluidora para leucócitos � Soluções: álcool 70% e líquido de Turck.

Composição do líquido de Turck

Substância Quantidade Ácido acético glacial 1 ml

Violeta de genciana a 1% 1 ml Água destilada 100 ml

� Técnica:

1- Após a limpeza e realizada a assepsia da polpa digital com álcool, deixe o álcool secar e puncione-a com a microlanceta.

2- Colete 0,5 mm3 de sangue na micropipeta para leucócitos, limpe imediamente a sua extremidade com algodão e aspire o líquido de Turck até a marca 11 da pipeta.

3- Fechando a extremidade livre da pipeta com o dedo indicador, homogeneize a mistura mediante sucessivas inversões da pipeta.

4- A técnica para a preparação da câmara é idêntica àquela usada para a contagem de hemácias.

5- Como o número de leucócitos é muito reduzido, recomenda-se contar os leucócitos contidos nos 4 quadrados grandes, dos nove que formam o retículo, tendo cada 1 mm2. Os escolhidos são um de cada canto do retículo, tendo 16 quadrados médios por mm2.

8

Cálculo do número de leucócitos por mm 3 de sangue

1- Você contou os leucócitos contidos em 4 mm2, como lhe interessa

apenas o valor médio por mm2, deverá dividir o número total de leucócitos por 4.

2- A altura da câmara é de 0,1 de mm, portanto para a obtenção da altura de 1 mm deverá multiplicar por 10.

3- A diluição processada foi de 20 vezes, portanto o número de leucócitos no sangue é 20 vezes maior.

Disto tudo você conclui que deverá multiplicar o número de leucócitos contados nos 4 quadrados grandes por 50, isto é, nº x 10 x 20 = nº x 50 4 � Estudo Orientado: ♦ Qual é o número de leucócitos encontrado? Está dentro da faixa

normal? ♦ Por que a diluição nesta técnica é de apenas 20 vezes? ♦ Quais as finalidades do líquido de Turck nesta técnica? ♦ Quais são as funções dos leucócitos?

9

3333---- ERITROSSEDIMENTAÇÃO ERITROSSEDIMENTAÇÃO ERITROSSEDIMENTAÇÃO ERITROSSEDIMENTAÇÃO

A eritrossedimentação ou teste da velocidade de sedimentação das hemácias (VHS) é empregado como indicador de doenças inflamatórias ou infecciosas e até mesmo da condição geral de saúde ou doença. Atualmente, mesmo com a disponibilidade de exames complementares mais sofisticados, a VHS continua sendo solicitada com muita freqüência pelos reumatologistas, que o utilizam no diagnóstico e no acompanhamento clínico de doenças como a artrite reumatóide, o lúpus eritematoso sistêmico e a doença reumática. A VHS também tem utilidade para outros especialistas que estejam atuando em localidades com recursos laboratoriais mais precários.

O método de Wintrobe utiliza um tubo de hematócrito, preenchido com amostra de sangue venoso colhido em oxalato.

A velocidade com que as hemácias sedimentam no tubo de hematócrito depende do volume e da forma dos eritrócitos e das proteínas do plasma. A VHS não mede a viscosidade sangüínea, mas é influenciado por proteínas plasmáticas na seguinte escala comparativa de valores: fibrinogênio, β-globulina, α e γ-globulinas e albumina. Fatores que reduzem a sedimentação das hemácias incluem a rigidez e alterações morfológicas celulares. Fatores que aumentam a VHS incluem estados de hemodiluição (anemias agudas ou crônicas), e a eventual presença de proteínas plasmáticas anormais (mieloma múltiplo) e de alto peso molecular.

Ao deixar um sangue incoagulável em repouso, as hemácias começam a se depositar por serem mais densas, seguindo-se os leucócitos e plaquetas, estas muito lentamente. É um teste inespecífico na documentação de processo inflamatório, infeccioso ou neoplásico, servindo também para inferência de sua intensidade e, considerando-se as limitações, da resposta à terapêutica. Valor de VSH muito elevado (>80 mm/h) raramente é o único indicador de neoplasias, inflamações ou infecções graves.

A VHS pode aumentar em condições fisiológicas, incluindo a menstruação, a gravidez e o envelhecimento. Sabe-se que a VHS é influenciado por níveis de hematócrito, hemoglobina, saturação de transferrina e ferro sérico.

� Objetivos:

10

1. Conhecer uma das técnicas usadas para determinar a eritrossedimentação.

2. Familiarizar o aluno com os valores normais da eritrossedimentação e discutir a importância dos seus valores no diagnóstico.

� Materiais e Soluções : Materiais: 1 seringa de 10 ml, agulha esterilizada, pedaço de tubo de látex (garrote), tubo de ensaio, porta-tubos, algodão, seringa com tubo fino de polietileno ou pipeta de Pasteur, tubo para eritrossedimentação (tubo de hematócrito de Wintrobe) e suporte para o tubo de hematócrito. Soluções: álcool 70% e mistura anticoagulante de Wintrobe.

Solução anticoagulante

Substância Quantidade Oxalato de potássio 0,8 g

Oxalato de amônia 1,2 g Água destilada 100 ml

O método escolhido por nós para determinar a eritrossedimentação (hemossedimentação) é o de Wintrobe.

No dia anterior ao experimento, devemos pipetar 0,5 ml da solução de Wintrobe num tubo de ensaio e colocá-lo na estufa com uma temperatura de 60ºC a fim de evaporar a água e assim obter uma mistura seca de oxalato de amônia (6 mg) e oxalato de potássio (4 mg).

Colher 5 ml de sangue, puncionando a veia do paciente usando agulha esterilizada. Retire a agulha da seringa e imediatamente transfira o sangue para o tubo que contém a mistura seca de anticoagulante. Inverta suavemente o tubo várias vezes até dissolver a mistura anticoagulante. � Técnica: 1. Retire o sangue, após agitá-lo, do tubo de ensaio com a seringa que

contenha a cânula de polietileno ou use uma pipeta de Pasteur.

11

2. Introduza a extremidade desta cânula até o fundo do tubo para eritrossedimentação e despeje o sangue em seu interior, à medida que irá retirando-a, e sem deixar ar, até a marca O (zero). Caso passe a marca O, faça uma ponta de algodão e absorva o excesso de sangue.

3. Disponha verticalmente o tubo no suporte e anote o tempo. 4. Decorrida uma hora, faça a leitura (na escala descendente). Valores

da eritrossedimentação até 6,5 mm para o homem e até 15 mm para a mulher, na primeira hora, são considerados normais, estando o hematócrito normal.

� Estudo Orientado: ♦ Qual o valor encontrado para a eritrossedimentação? Encontra-se

dentro da faixa normal? ♦ Quais são os principais fatores que provocam aumento na velocidade

de sedimentação das hemácias? ♦ O que poderá estar indicando valores aumentados na

eritrossedimentação (tipos de patogenia, estado fisiológico)? ♦ Qual a importância da eritrossedimentação no prognóstico de uma

patogenia? ♦ Por que o oxalato de amônia e o oxalato de potássio impedem a

coagulação do sangue.

4444---- DETERMINAÇÃO DO HEMATÓCRITO DETERMINAÇÃO DO HEMATÓCRITO DETERMINAÇÃO DO HEMATÓCRITO DETERMINAÇÃO DO HEMATÓCRITO

O hematócrito (Ht) representa um dos mais importantes exames da série vermelha. É um exame rápido, de boa reprodutibilidade e preciso, que exige pequena quantidade de sangue para seu processamento. O hematócrito corresponde ao volume ocupado pelos eritrócitos contidos numa certa quantidade de sangue total. Atualmente, a técnica do microhematócrito, desenvolvida em tubos capilares, é a mais difundida.

12

� Objetivos: 1. Conhecer uma técnica que possibilite determinar o volume ocupado

pelas hemácias numa amostra de sangue. 2. Possibilitar ao aluno calcular o volume médio das hemácias. � Materiais: Seringa com tubo fino de polietileno ou pipeta de Pasteur, tubo de hematócrito de Wintrobe e algodão. � Técnica: 1. Use o mesmo sangue colhido no experimento anterior. O frasco que

contém o sangue, deve ser invertido, várias vezes, a fim de que as hemácias fiquem uniformemente distribuídas no plasma.

2. Colha e encha o tubo de hematócrito até à marca zero como foi feito na técnica de eritrossedimentação.

3. Centrifugue a 3000 rotações por minuto durante 30 minutos. 4. Transcorrido este tempo, leia na escala ascendente, expressa no

tubo, o volume ocupado pelas hemácias. � Estudo Orientado: ♦ Qual o valor do hematócrito? Os valores encontrados para o

hematócrito estão dentro da faixa normal? Qual a importância em se conhecer o hematócrito?

♦ No sangue centrifugado (como este do hematócrito) qual a ordem de deposição dos elementos figurados? Como se apresenta a cor do plasma?

♦ Sabendo-se que volume globular médio (VGM) é o volume médio de cada hemácia, calcule-o para este sangue.

Fórmula: VGM =

milhões de hemácias por mm 3

♦ Quanto ao volume encontrado, as hemácias são: microcíticas, macrocíticas ou normocíticas?

hematócrito x 10

13

5555----DOSAGEM DE HEMOGLOBINADOSAGEM DE HEMOGLOBINADOSAGEM DE HEMOGLOBINADOSAGEM DE HEMOGLOBINA

Dado importante a conhecer sobre as hemácias é o seu conteúdo de Hemoglobina (Hg). Esta proteína é indispensável para o transporte de 02 e CO2. O teor de hemoglobina é expresso em g/100 ml de sangue ou em porcentagem de um valor pré-fixado. O valor porcentual tem importância para calcular o valor globular (VG), também conhecido por índice de cor ou índice colorimétrico. O valor globular é um índice entre a porcentagem de hemoglobina do sangue e a porcentagem do número de hemácias. Este dado é importante porque em quase todas as anemias se encontra alterado para mais ou para menos. Índice na faixa normal (0,9 a 1,1), as hemácias são ditas normocrômicas, acima desta hipercrômicas e abaixo hipocrômicas. Há vários métodos para se fazer a dosagem de hemoglobina. Usaremos a técnica de Sahli, que se fundamenta no método colorimétrico.

Hemoglobinômetro de Sahli

OBS.: Para a dosagem da hemoglobina use amostra do mesmo

sangue colhido para a eritrossedimentação � Objetivos:

14

1. Conhecer uma técnica que possibilite dosar a hemoglobina do sangue.

2. Possibilitar ao aluno calcular a quantidade de hemoglobina por hemácia.

� Materiais e Soluções: Materiais: Pipeta de Sahli e acessórios, algodão. Soluções: HCl 0,1N; água destilada.

Pipeta de Sahli

� Técnica: 1. Coloque ácido clorídrico (HCl 0.1N) até a marca 2 do tubo do

Hemoglobinômetro. 2. Agite o sangue do frasco e aspire-o com a micropipeta até preencher

20 µl. Limpe com algodão todo sangue que fica fora do tubo capilar. 3. Transfira o sangue da micropipeta para o tubo com HCl. Mediante

várias sucções e sopros, lave o capilar da micropipeta com o próprio ácido clorídrico do tubo.

4. Deixe a mistura repousar por 5 minutos para que a hemoglobina reaja com o ácido, formando o cloridrato de hematina.

5. Decorrido este tempo, adicione gota a gota água destilada, enquanto agita a mistura com um bastão de vidro. O procedimento deve continuar até que a solução fique com idêntica coloração dos tubos vizinhos, contidos no Hemoglobinômetro.

6. Faça a leitura na escala impressa no próprio tubo, expressando a concentração de hemoglobina em g/100 ml de sangue e em porcentagem (%). São considerados valores normais nesta técnica: entre 13,8 a 17,3 g/100 ml de sangue.

15

� Estudo Orientado: ♦ Quais os valores encontrados (em g/100 ml e em %) e a implicação

grave para o organismo, estando anormalmente reduzida a taxa de hemoglobina?

♦ Discuta os erros que podem ocorrer na aplicação deste técnica. ♦ Determine a hemoglobina globular média (HGM), isto é, a massa

média de hemoglobina contida em cada hemácia. Use a fórmula simplificada.

HGM = milhões de hemá cias por mm 3

Os valores normais estão compreendidos entre 27 a 32 µg. ♦ Determine o valor globular (VG) o qual é obtido dividindo a

porcentagem de hemoglobina pela porcentagem do número de hemácias (5 milhões = 100%). A fórmula simplifica é:

VG = milhões de hemácias por mm 3 x 20 ♦ Quanto ao VG encontrado as hemácias são hipocrômicas,

normocrômicas ou hipercrômicas?

6666---- TESTES HEMOSTÁTICOS PRELIMINARES TESTES HEMOSTÁTICOS PRELIMINARES TESTES HEMOSTÁTICOS PRELIMINARES TESTES HEMOSTÁTICOS PRELIMINARES

� Objetivos: 1. Conhecer as técnicas de testes preliminares que nos dão informações

sobre as condições hemostáticas do paciente. 2. Familiarizar o aluno com os valores normais do tempo de sangria,

prova da fragilidade vascular e tempo de coagulação.

hemoglobina (g) x 10

% de hemoglobina

16

� Materiais e Soluções: Materiais: microlanceta descartável, algodão, tubos capilares com 1 mm de diâmetro e 8 cm de comprimento, papel de filtro, cronômetro, esfigmomanômetro, estetoscópio, seringa (5 ml) com agulha 25x6 esterilizada, garrote, 2 tubos de ensaio (11x100 mm) e banho-maria a 37ºC com porta-tubos de ensaio. Soluções: álcool 70%.

6a 6a 6a 6a ---- TEMPO DE SANGRIA (TS) TEMPO DE SANGRIA (TS) TEMPO DE SANGRIA (TS) TEMPO DE SANGRIA (TS)

O Tempo de Sangria é um teste indicativo de distúrbios plaquetários e de alterações da integridade vascular. As alterações mais evidentes do Tempo de Sangria são encontradas nas púrpuras trombocitopênicas. O TS se duplica em pessoas que ingerem 0.5 grama de aspirina (ácido acetilsalicílico)

� Técnica: O método em que se baseia é o de N.W. Duke. 1. Faça a assepsia da polpa digital com algodão embebido em álcool

70% e deixe o álcool evaporar. 2. Puncione a polpa digital com a microlanceta descartável. 3. Assim que puncionar, marque o tempo. A cada 30 segundos, absorva

o sangue exteriorizado com papel de filtro, sem contudo tocar na lesão com o papel. Caso não saia sangue, deve repetir a punção com mais profundidade.

4. Anote o tempo decorrido para cessar o sangramento. Valores: normais até 4 minutos.

INTERPRETAÇÃO

A negatividade do resultado não é uma certeza absoluta da ausência de distúrbios vasculares ou plaquetários.

Causas de erros: � Lesão pouco profunda; � Uso de lanceta que provoca trituração dos tecidos; � Resfriamento intenso da região que fora lancetada; � Ter esfregado demasiadamente a região que fora lancetada; � Lesão de pequenos vasos arteriais.

17

Alterações na coagulação não afetam o TS, mesmo no caso de hipofibrinogenemia, hemofilia ou tratamento com heparina. Por outro lado, o mecanismo da coagulação, mesmo estando normal, se mostra incapaz de estancar rapidamente uma hemorragia por lesões feitas com objetos pontiagudos. Por que a coagulação se mostra incapaz? Possivelmente porque há necessidade de diminuir o fluxo sangüíneo, seja pela adesão e agregação plaquetária, seja pela constrição dos vasos lesados.

6b 6b 6b 6b ---- PROVA DA FRAGILIDADE VASCULAR OU PROVA DO PROVA DA FRAGILIDADE VASCULAR OU PROVA DO PROVA DA FRAGILIDADE VASCULAR OU PROVA DO PROVA DA FRAGILIDADE VASCULAR OU PROVA DO

LAÇO (PL)LAÇO (PL)LAÇO (PL)LAÇO (PL)

A PL Informa-nos a respeito da capacidade dos pequenos vasos se conservarem intactos frente a uma ação traumática. A prova consiste em determinar a resistência capilar sob condições de hipóxia e pressão capilar aumentada artificialmente pelo manguito do aparelho de pressão arterial. Nos casos de alterações da permeabilidade capilar, há passagem de células sanguíneas para os tecidos, demonstrada pelo aparecimento de petéquias (pontos hemorrágicos) na pele e mucosa.

A PL deve ser realizada na triagem de paciente com suspeita de dengue e que não apresente sangramento espontâneo. É de vital importância, pois pode ser a única manifestação hemorrágica de casos complicados ou febre hemorrágica, podendo representar a presença de plaquetopenia ou de fragilidade capilar. Fragilidade capilar aumentada surge nas plaquetopenias, alterações funcionais das plaquetas e alterações vasculares, no escorbuto, diabete melito, em certos processos infecciosos e alérgicos, na hipofibrinogenemia e em tratamentos prolongados com anticoagulantes. A suspeita de uma plaquetopenia pode ser confirmada ou rejeitada mediante a contagem de plaquetas por mm3 de sangue, cujo valor normal se situa entre 140.000 a 440.000 por mm3 de sangue.

Para fazer o teste da prova do laço deve-se desenhar, no antebraço, um quadrado com 2,5 cm em cada lado e depois seguir estes passos:

18

� Técnica: 1. Observe a porção anterior do braço, procurando pigmentações que

possam ser confundidas com petéquias. 2. Determinar o valor médio da pressão arterial do paciente com o

esfigmomanômetro [PAM = PD + (PS-PD)/3]. Coloque o manguito no braço do paciente e insufla-o, até a pressão atingir o valor médio (em geral entre 80 e 90 mmHg), porém nunca acima de 100 mmHg, mesmo no hipertenso.

3. Esperar 5 minutos com o manguito insuflado (3 min em crianças). 4. Decorrido este tempo, desinsuflar e retirar o manguito, deixando

normalizar a circulação por 2 minutos. 5. Usando uma boa iluminação, conte o número de petéquias surgidas na porção anterior do braço, abaixo da posição que fora colocado o manguito, inclusive na mão. O resultado da prova do laço é considerado positivo quando surgem mais de 20 pontinhos vermelhos dentro do quadrado marcado na pele. Em pessoas normais podem ocorrer até 10 petéquias, sendo considerado negativo. Acima deste valor, quanto mais petéquias surgirem, maior indicação da fragilidade vascular.

19

Esquema dos possíveis resultados da prova de fragilidade vascular.

6c 6c 6c 6c ---- TEMPO DE COAGULAÇÃO EM HUMANOS (TC) TEMPO DE COAGULAÇÃO EM HUMANOS (TC) TEMPO DE COAGULAÇÃO EM HUMANOS (TC) TEMPO DE COAGULAÇÃO EM HUMANOS (TC)

(método de Sabrazés)

Para uma avaliação global do mecanismo da coagulação há vários métodos. O método de Sabrazés ou do tubo capilar para determinação do tempo de coagulação (TC) é de fácil execução.

20

O método do tubo capilar (Sabrazés), consiste em avaliar o tempo decorrido entre a coleta do sangue (preencher um tubo capilar) e a formação do cilindro de fibrina. Normalmente, o tempo de coagulação por tal método varia de 2 a 8 minutos. Essa prova representa um estudo global da coagulação, não discriminando qual fator está comprometido. É um método de baixa sensibilidade, com a possibilidade de ser normal, mesmo em presença de coagulopatias, como, por exemplo, hemofilia leve. � Técnica: 1. Faça a assepsia da polpa digital com álcool e deixe o álcool evaporar. 2. Puncione a polpa com a microlanceta descartável. 3. Anote no cronômetro o momento em que o sangue surge no dedo. 4. Toque a gota de sangue exteriorizada com uma das extremidades do

tubo capilar, mantendo-o na posição horizontal até preencher no mínimo, metade do tubo com sangue.

5. Decorridos 2 minutos, começe a quebrar, em uma das extremidades, o tubo de 1 em 1 minuto até observar o aparecimento de filamentos de fibrina quando separadas as porções quebradas.

� Estudo Orientado: ♦ Quais os valores de TS, PL e TC obtidos? ♦ Quais os possíveis defeitos na hemostasia para resultar um valor

aumentado no TC, porém não nos valores do TS e da PL? ♦ Quando o valor do TC está normal, mas os valores do TS e da PL

estão aumentados, que alterações possíveis podem originar tais resultados?

♦ Obtidos TS e TC, com valores normais porém com valores de PL positivos, em que defeitos hemostáticos pode-se pensar?

♦ Apresentando o teste positivo para TC e PL, mas negativo (normal) para TS que possíveis alterações poderão estar ocorrendo?

OBS.: É conveniente ressaltar que uma análise, contando apenas

com estes 3 testes, não fica além da afirmação de um possível defeito.

21

UNIDADE VUNIDADE VUNIDADE VUNIDADE VIIII ---- SISTEMA SISTEMA SISTEMA SISTEMA CARDIOVASCULAR CARDIOVASCULAR CARDIOVASCULAR CARDIOVASCULAR

CARACTERÍSTICAS DO PULSO ARTERIALCARACTERÍSTICAS DO PULSO ARTERIALCARACTERÍSTICAS DO PULSO ARTERIALCARACTERÍSTICAS DO PULSO ARTERIAL � Objetivos: 1. Analisar pela palpação, as características do pulso. 2. Relacionar a onda de pulso com a atividade cardíaca. 3. Verificar a velocidade de propagação da onda de pulso. � Técnica 1- Coloque os dedos indicador, médio e anular sobre a artéria radial,

entre o rádio e o tendão. Esta artéria se encontra lateralmente no pulso (mesmo lado do dedo polegar). O dedo indicador deve ficar na parte proximal (mais perto do coração).

2- Localize na região, a melhor posição para observação da onda pulsátil.

� Seqüência Experimental: 1. Determine a freqüência cardíaca (nº de pulsações por minuto - bpm) ♦ Qual o valor da freqüência de pulso e descreva como se apresentam

as demais propriedades? ♦ Qual a causa da onda de pulso? ♦ Qual a propriedade do pulso e como se altera frente a variações da

pressão diferencial? 2. Observe a propagação (velocidade) da onda de pulso. Essa manobra

é feita pelo operador, colocando os dedos indicador, médio e anular de sua mão direita sobre a artéria carótida (na borda interna do músculo esternocleidomastóido, lateralmente e num plano mais profundo da traquéia). Com os dedos correspondentes da mão esquerda, observe o pulso radial direito.

22

♦ Qual a velocidade do sangue e da onda pulsátil num indivíduo jovem e em repouso?

♦ Qual a diferença de aparecimento da onda de pulso entre a carótida e a radial? Por que?

3. Solicite ao paciente para se exercitar (pular em apenas um pé, 25

vezes). ♦ Como se comportam as propriedades do pulso logo após o exercício

em relação a situação de repouso? 4. Determine a freqüência cardíaca nas posições em pé, sentado e

deitado. 5. Explique as diferenças encontradas. 6. Diminua o retorno venoso pelo aumento da pressão intratorácica

(manobra de Valsalva) e anote as diferenças nas propriedades do pulso, durante a manobra.

♦ Explique as causas das alterações.

MÉTODOS INDIRETOS PARA A DETERMINAÇÃO DAMÉTODOS INDIRETOS PARA A DETERMINAÇÃO DAMÉTODOS INDIRETOS PARA A DETERMINAÇÃO DAMÉTODOS INDIRETOS PARA A DETERMINAÇÃO DA

PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DO HOMEMPRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DO HOMEMPRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DO HOMEMPRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DO HOMEM

Atenção: Na tomada clínica da pressão arterial, deve-se ter em mente que alguns fatores podem afetar a exatidão e a estabilidade das cifras de pressão arterial por ocasião de sua determinação, tais como: 1) Ansiedade: influencia as cifras de pressão arterial elevando tanto a

máxima quanto a mínima e aumentando a flutuação destas cifras em múltiplas leituras. Assim o efeito da ansiedade é reduzido repousando e tranqüilizando o voluntário entre as leituras, que devem ser feitas pelo menos em número de três.

2) Em pessoas cujo reflexo compensador de alterações da pressão

arterial está perfeito, a posição ereta dá leituras mais altas. Deve-se inicialmente tomar a PA com o voluntário deitado ou sentado.

3) O uso de manguito padrão em pessoas obesas (medindo-se a PA no

braço) dá leituras falsamente altas tanto da PA máxima quanto da mínima. Nestas pessoas as leituras no braço serão exatas quando se usa manguito para coxa.

23

4) Em relação à espessura do membro utilizado, o uso do manguito

muito estreito dá leituras falsamente altas e de manguito muito largos, leituras falsamente baixas. Para que as leituras sejam exatas, a largura do manguito deve ser adequada ao diâmetro do membro utilizado. O manguito deve ser aplicado a um membro de tal forma que fique uniformemente ajustado e completamente desinsulflado. A pressão do manguito deve ser elevada rapidamente até 30 mmHg acima da pressão arterial máxima e a seguir baixada à razão de 2-3 mmHg por segundo.

5) Para se evitar a influência da congestão venosa, em leituras múltiplas

e sucessivas, deve-se entre as leituras, fazer com que a pressão do manguito caia e permaneça em 0 durante vários segundos após a leitura da pressão arterial mínima.

� Objetivos: 1. Estudar os diferentes métodos de medida da pressão arterial no

homem. 2. Determinar pelo método auscultatório, os valores da pressão arterial. 3. Analisar algumas variações fisiológicas da pressão arterial. � Materiais:

Esfigmomanômetro aneróide e estetoscópio. � Técnica: 1- O voluntário deve estar deitado ou confortavelmente sentado. O

braço deve estar perfeitamente relaxado. 2- O manguito (parte do esfigmomanômetro que irá contornar o braço)

deve ser colocado bem ajustado ao braço, com a parte inferior mais ou menos 2,5 cm acima do espaço anti-cubital.

3- O receptor do estetoscópio deve ser colocado levemente sobre uma artéria do espaço anti-cubital, evitando-se qualquer contato com o manguito, pois essa ocorrência poderá mascarar o ruído captado. A posição correta do estetoscópio é determinada pela presença de ruído após inflado o manguito até uma pressão aproximadamente de

24

100 mm Hg (isso para pressões normais). A figura mostra um esquema da posição do aparelho de pressão, bem como os eventos durante a determinação do parâmetro.

Método auscultatório para a determinação da pressão arterial sistólica e diastólica. � Seqüência Experimental: 1- Determine a pressão pelo método palpatório. Por esse método só

podemos medir a pressão sistólica. Coloque o manguito no braço e detecte o pulso radial. Inicie a insuflação do manguito e observe o desaparecimento da pulsação radial (momento que indica a obliteração da artéria pelo manguito). Insufle mais 30 mmHg de pressão no manguito e comece a desinflá-lo lentamente, sem tirar os dedos do pulso radial.

2- Ao reaparecimento do pulso, observe no manômetro o valor e anote. ♦ Qual o valor da pressão sistólica encontrada?

3- Esvazie completamente o manguito antes de fazer uma nova determinação da pressão.

4- Determine a pressão arterial pelo método auscultatório. Coloque o manguito da mesma forma que o especificado no primeiro item.

25

Localize pelo estetoscópio o melhor ponto de ausculta. Insufle o manguito até 30 mmHg acima do desaparecimento do ruído e solte o ar de seu interior lentamente. Ao aparecer o primeiro ruído marque o valor que aparece no manômetro. Esse é o valor da pressão sistólica ou máxima.

5- Na seqüência da desinflação lenta, os ruídos aumentam de intensidade à medida que o valor se aproxima da pressão arterial média. A partir desse momento, os ruídos vão se tornando progressivamente longos e abafados até desaparecer. No momento do desaparecimento do ruído, marque o valor que aparece no manômetro. Esse é o valor da pressão diastólica (ou mínima). Anote os valores das pressões sistólica e diastólica encontradas, pois servirão como dados controles para os testes seguintes.

♦ Qual o valor da pressão diferencial (ou de pulso) que foi encontrado? ♦ Calcule a pressão arterial média e defina-a. ♦ Qual a importância em saber o valor da pressão arterial média? ♦ Sabendo-se os valores da pressão sistólica e da pressão diastólica e

os fatores que nelas influem o que indica a pressão diferencial?

6- Se as pressões obtidas no item 2 foram com o voluntário sentado, determine agora com ele deitado (ou vice-versa). Determine também a pressão com o paciente em pé. Anote os resultados das pressões sistólica e diastólica, em cada situação.

♦ Quais os valores em relação à posição do voluntário? Por que há diferenças?

7- Peça ao voluntário para realizar movimentos respiratórios (inspiração e expiração) amplos e com freqüência elevada durante mais ou menos 20 segundos. Quase ao final do exercício inicie a determinação novamente da pressão arterial na mesma posição determinada antes dos movimentos.

♦ Qual o efeito dessa manobra sobre a pressão arterial? Por que?

8- Solicite ao voluntário exercitar-se, subindo e descendo um degrau (ou um banco) até se cansar. Determine a pressão logo após o exercício.

♦ Quais os valores das pressões sistólica e diastólica? ♦ Explique as causas das variações encontradas.

9- Solicite ao voluntário que realize uma apnéia (parada respiratória) por mais ou menos 25 segundos. Quase ao final desse tempo inicie a determinação da pressão arterial.

♦ Que efeito esta manobra tem sobre a pressão arterial? Por que?

26

ELETROCARDIOGRAMA (ECG)ELETROCARDIOGRAMA (ECG)ELETROCARDIOGRAMA (ECG)ELETROCARDIOGRAMA (ECG)

Introdução

O Eletrocardiograma (ECG) é o registro gráfico da atividade elétrica

do coração. É do conhecimento de todos que as fibras miocárdicas, como

qualquer célula excitável, apresenta potenciais de repouso e de ação.

Como os tecidos circunvizinhos são bons condutores de eletricidade,

temos que esses potenciais podem ser captados na superfície corporal.

Além da padronização do sítio da aplicação dos eletrodos é

necessário, que se execute antes de efetuar o registro do ECG, a

padronização do eletrocardiógrafo, ajustando a sensibilidade para que 1

mv produza uma deflexão vertical de 1 cm e deslocando a chave de

velocidade do papel para a posição de 2,5 cm/s (de modo que 1 cm em

seu eixo horizontal indica 0,4 seg. ). A Figura apresenta a padronização

do eletrocardiógrafo e o registro do ECG em DI, DII e DIII.

O eletrocardiograma normal

27

No eletrocardiograma normal encontramos as seguintes ondas e

intervalos.

Ondas e intervalos

Onda P - despolarização dos átrios. Segmento P–R - espaço do fim da onda P ao início do “Complexo QRS” Significa o retardo que o impulso sofre ao passar pelo nódulo átrio – ventricular; Complexo QRS - formado por três ondas, Q, R e S. Significa a despolarização ventricular; Segmento S–T - espaço entre o fim da onda e o início da onda T. Significa o tempo em que as fibras do miocárdio ventricular permanecem despolarizadas;

Onda T - significa repolarização ventricular; Intervalo T – P - entre o fim da onda T e o início da onda P de outro ciclo cardíaco. Significa o tempo que antecede a próxima sístole.

Eventualmente, podemos obter também no ECG, o registro da repolarização atrial (onda Ta) que, normalmente, fica mascarado pelo complexo QRS em virtude de ser de pouca amplitude.

28

Entre os diversos componentes do ECG, vale salientar que é no segmento S – T que se evidencia as deficiências cardíacas como insuficiência coronária, isquemia e enfarto do miocárdio. Este segmento (assim como os outros) é normalmente isoelétrico (linha de base ou de potencial zero) e qualquer desnível pode significar patologia.

Determinação da frequência cardíaca a partir do ECGDeterminação da frequência cardíaca a partir do ECGDeterminação da frequência cardíaca a partir do ECGDeterminação da frequência cardíaca a partir do ECG

A frequência cardíaca é expressa em número de batimentos por minuto (bpm). Ela pode ser calculada contando–se os ciclos num intervalo de tempo determinado (por exemplo 10 seg.) e multiplicando–se esse valor pelo número de partes que esse tempo determinado faz de um minuto. No caso de 10 segundos teremos de multiplicar por 6 (10 x 6 =60 s), de modo a termos a frequência cardíaca (FC) em um minuto. Na velocidade padrão de deslocamento do papel (2,5 cm/s), 3 segundos são representados por 15 quadrados grandes.

Eletrocardiograma e Esforço FísicoEletrocardiograma e Esforço FísicoEletrocardiograma e Esforço FísicoEletrocardiograma e Esforço Físico Durante o esforço físico existe uma maior demanda energética muscular, sendo requerido um grande suprimento de oxigênio para compensa-la, desse modo, o exercício promove grandes alterações no organismo, principalmente nos sistemas cardiovascular e respiratório, primordialmente envolvidos com o transporte de oxigênio. Estes sistemas desenvolvem um aumento funcional para compensar a demanda energética muscular durante o exercício físico. Existem vários testes, todos com a finalidade de avaliar como o organismo reage ao exercício. Geralmente esses utilizam quatro parâmetros principais: freqüência cardíaca, ECG e pressão arterial e freqüência respiratória. � Objetivos: - Reconhecer as ondas, segmentos e intervalos que compõem um ECG normal. - Determinar a frequência cardíaca a partir de um ECG. - Observar as alterações no ECG decorrentes do esforço físico (características da ondas, segmentos, intervalos e freqüência cardíaca). Para tanto, solicita-se ao indivíduo executar exercício físico intenso

29

(exemplo: correr, marinheiro) por um período de no mínimo 3 minutos. Logo em seguida, retorna-se o indivíduo a posição deitada para registro do ECG na derivação que forneceu a maior amplitude da onda R � Procedimento:

O indivíduo deverá permanecer deitado e relaxado. Os eletrodos

serão aplicados na face interna dos membros, tendo-se limpado as superfícies de contato, com a pasta. Utilizam-se eletrodos os quais são conectados ao cabo do eletrocardiógrafo - Analisar o traçado, identificando as ondas P, QRS e T (avaliar

amplitude e duração de cada). - Identificar os segmentos e intervalos. - Calcular a FC antes e após o exercício físico intenso (intervalo R-R)

AUSCULTA DOS RUÍDOS CARDÍACOSAUSCULTA DOS RUÍDOS CARDÍACOSAUSCULTA DOS RUÍDOS CARDÍACOSAUSCULTA DOS RUÍDOS CARDÍACOS � Objetivos: 1. Identificar as características dos ruídos cardíacos audíveis ao

estetoscópio. 2. Analisar o papel das valvas cardíacas na origem dos ruídos. 3. Localizar as principais áreas de ausculta. � Materiais:

Estetoscópio. � Técnica: No tórax desnudo do paciente assinale as áreas de ausculta (locais onde será colocada a membrana do estetoscópio) conforme ilustra a figura 5, obedecendo a seqüência.

Área aórtica : na altura do 2º espaço intercostal direito ao lado do osso esterno; Área pulmonar : 2º espaço intercostal esquerdo ao lado do osso esterno;

30

Área tricúspide : no 4º espaço intercostal esquerdo ao lado do osso esterno (base do apêndice xifóide); Área mitral : situado ao nível do "choque da ponta", ou seja, no quinto espaço intercostal esquerdo em sua intersecção com a linha clavicular média.

Regiões específicas de ausculta dos sons normais e eventuais sopros produzidos pela atividade das valvas cardíacas. � Seqüência Experimental: 1. Usando o estetoscópio, ausculte os ruídos (bulhas) nas áreas

tricúspide e mitral e compare-os. ♦ Observar as características (intensidade e altura) do 1º e 2º ruídos

nessas áreas: Em qual das áreas os ruídos são mais intensos? Por que?

♦ Quais as causas do 1º e 2° ruídos (bulhas) cardíaca s? ♦ Preencha a tabela abaixo, colocando a intensidade (+, ++, +++ ou

++++) de cada ruído em cada área de ausculta.

Áreas Ruídos Mitral Tricúspide Aórtica Pulmonar

1º 2º

31

2. Compare os ruídos da área mitral com o voluntário deitado e sentado. ♦ Descreva e explique as diferenças encontradas. 3. Solicite ao paciente para exercitar-se (pular 25 vezes num pé só).

Ausculte o coração e anote o resultado. ♦ Qual o efeito do exercício nos ruídos cardíacos (intensidade e

altura)? 4. Diminua o retorno venoso no voluntário através da manobra de

Valsalva e observe os ruídos. Essa manobra é conseguida solicitando ao voluntário para, depois de uma inspiração forçada, tentar expulsar o ar dos pulmões, porém, a boca e o nariz fechados.

♦ Explique a diferença nos ruídos durante essa manobra. ♦ Desenhe as curvas de pressão atrial, intraventricular esquerda e

aórtica e o dos ruídos cardíacos (consulte o livro Fisiologia Humana).

OBS.: Todos os elementos do grupo devem realizar a ausculta.

6666----REGULAÇÃO NEURAL DA PRESSÃO ARTERIALREGULAÇÃO NEURAL DA PRESSÃO ARTERIALREGULAÇÃO NEURAL DA PRESSÃO ARTERIALREGULAÇÃO NEURAL DA PRESSÃO ARTERIAL Esta aula prática será executada utilizando o seguinte site: http://rfi.fmrp.usp.br/~fisiocardio/Aula-Regulacao- PA/Roteiro-PA-cao.html INTRODUÇÃO

No tronco cerebral (bulbo) existem estruturas responsáveis

pela regulação da pressão arterial, as quais por meio do balanço

autonômico simpático e parassimpático controlam o débito cardíaco

(DC) e a resistência periférica (RP). Essa regulação envolve

mecanismos sensoriais (fibras aferentes), mecanismos de integração

(centros bulbares e superiores) e eferentes autonômicos, de forma que

qualquer desvio na pressão arterial seja imediatamente corrigido.

32

A aferência dos mecanismos sensoriais periféricos para as

estruturas bulbares no SNC é representada por:

a. fibras pressorreceptoras aórticas e carotídeas, sensíveis às

deformações da parede arterial, causadas pela pressão

intravascular.

b. fibras aferentes da área cárdio-pulmonar, que respondem a

distensões mecânicas daquela região.

c. fibras quimiorreceptoras (na aorta e carótidas) cuja atuação se faz

presente em situações de hipóxia.

As informações fornecidas por esses receptores, tornam

possíveis os ajustes circulatórios momentâneos, por meio de respostas

reflexas. Estas respostas são ainda moduladas, por informações

provindas de estruturas mesencefálicas e corticais, e que estão

envolvidas na adequação da circulação em diferentes estados

comportamentais, como por exemplo o exercício físico.

Com relação à circulação é importante ressaltar que

estímulos aplicados sobre o coração e sobre os vasos (arteríolas),

implicam na alteração da pressão arterial, uma vez que a pressão é

determinada, a cada instante, pelo equilíbrio dinâmico entre a entrada e

a saída de sangue do sistema arterial: a entrada é regulada pelo

coração [DC = volume sistólico (VS) x freqüência cardíaca (FC)] e a

saída, controlada pelo grau de constrição das arteríolas (RP), que

determina a drenagem arteriolar. A pressão arterial é determinada pelo

DC e pela RP (PA = DC x RP).

Os objetivos destes experimentos são:

1. observar as respostas circulatórias às várias manipulações

mecânicas, químicas e neurais no cão, evidenciando alguns

aspectos do controle da pressão arterial e

33

2. analisar as alterações cardiovasculares decorrentes da vagotomia.

Procedimento Experimental

1. Preparação Cirúrgica

O cão é anestesiado por uma mistura de Uretana (600

mg/kg) e Cloralose (60 mg/kg) injetada i.v., precedida, 30 minutos antes,

pela injeção subcutânea de Morfina (2 mg/kg). O animal é colocado em

decúbito dorsal em uma calha de madeira e suas patas fixadas à

mesma.

Após entubar o cão (cânula de plástico) são feitos os

seguintes procedimentos cirúrgicos: o isolamento e canulação da veia

femoral para a administração intravenosa de drogas, o isolamento e

canulação da artéria femoral para o registro da pressão arterial pulsátil,

e a instalação dos eletrodos para o registro eletrocardiográfico (ECG).

Na linha mediana, face ventral do pescoço, é feita uma

incisão longitudinal ampla (cerca de 5 cm) na pele e tecido subcutâneo.

Ainda na linha mediana, e por divulsão com tesoura, a musculatura pré-

traqueal é separada até atingir a traquéia. Ao lado da traquéia, e num

plano um pouco mais profundo, é encontrado, a cada lado, o feixe

vásculo-nervoso do pescoço: o qual é isolado bilateralmente numa

grande extensão. Com cuidado, sem lesar o vago, este é separado da

carótida comum, isolando-a com cordonê, e preparado para ligá-lo e

seccioná-lo, posteriormente.

A artéria femoral canulada é conectada ao transdutor para

registro da pressão arterial, os eletrodos para registro eletrocardiográfico

são conectados ao pré-amplificador e o transdutor para registro da

ventilação são todos conectados ao polígrafo para os registro

34

cardiovasculares e respiratórios [Traçados normais na menor (painel da

esquerda) e na maior (painel da direita) velocidade do papel do

polígrafo]. Nesses traçados podem ser observados os registros

eletrocardiográficos (ECG), pressão arterial pulsátil (PAP), freqüência

cardíaca (FC) e movimentos respiratórios (Resp) de inspiração e

expiração. Antes de cada procedimento experimental é importante

esperar que a pressão e a respiração voltem ao normal (padrão basal),

registrando sempre um novo controle: cada experimento terá seu próprio

registro controle.

2. Seqüência Experimental

2.1. Traçados normais de pressão arterial (PA), respiração e ECG

2.2. Reconhecimento do ECG e influência da respiração sobre a FC

Identifique o registro do ECG e verifique se há alguma

alteração na freqüência de despolarização do coração durante a

inspiração com a respiração?

2.3. Efeitos da Noradrenalina (NOR) e da Acetilcolina (Ach)

sistêmicas

1 mg de NOR

1 mg de Ach

a. O que ocorreu com a PA e com a FC em cada uma das

injeções?

b. Onde atua a NOR? Algum mecanismo reflexo de

regulação da PA é ativado?

35

c. Qual a ação da Ach? Qual é o significado fisiológico esses efeitos da Ach?

2.4. Efeitos da oclusão bilateral das carótidas comuns

Com as pinças apropriadas, faremos a oclusão durante 1

minuto das 2 artérias carótidas comuns simultaneamente.

a. O que ocorreu com a PA e a FC?

b. Esquematize a sucessão de fenômenos que devem ter ocorrido entre a oclusão e as respostas autonômicas que influenciam a pressão arterial.

2.5. Efeitos da Asfixia

A respiração será feita num circuito fechado (saco plástico) durante 2 minutos. a. Ocorreram alterações na PA, na FC e na respiração?

b. Esquematize os mecanismos que entram em ação para produzir

os efeitos observados.

2.6. Efeitos da vagotomia bilateral sobre a FC e a PA

a) Registre o ECG controle. b) Ligue os vagos e secione-os em rápida seqüência. O que ocorreu com a FC? Como explicar essa modificação? Persistem ainda as influências respiratórias sobre a FC? Por quê? c) O que ocorre com a PA?

2.7. Efeitos da NOR e Ach sistêmicas após a Vagotomia

1 mg de NOR

1 mg de Ach

Aguarde sempre a pressão voltar ao normal entre uma injeção e outra.

a. O que ocorreu com a PA e com a FC em cada uma das injeções?

36

b. Onde atua a NOR? Algum mecanismo reflexo de regulação da PA

é ativado? Compare os efeitos da NOR antes e após a vagotomia.

c. Qual a ação da Ach? Qual é o significado fisiológico esses efeitos

da Ach? Compare os efeitos da Ach antes e após a vagotomia.

Explique os diferentes resultados observados após a vagotomia?

2.8. Efeito da oclusão bilateral das carótidas comuns após

vagotomia

Com as mesmas pinças apropriadas, repetimos a oclusão a

oclusão bilateral das 2 artérias carótidas comuns simultaneamente

durante 1 minuto.

a. O que ocorreu com a PA e a FC?

b. Esquematize a sucessão de fenômenos que devem ter

ocorrido entre a oclusão e as respostas autonômicas que influenciam a

pressão arterial.

Compare os efeitos da oclusão bilateral das carótidas comuns antes e após a vagotomia e explique as diferenças.