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Unidade Auditada: CENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S/A Exercício: 2011 Processo: 00218.000940/2012-03 Município - UF: Rio de Janeiro - RJ Relatório nº: 201203811 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Análise Gerencial Senhor Chefe da CGU-Regional/RJ, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201203811, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pela CENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S/A - ELETROBRAS consolidando as informações sobre a gestão do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica - ELETROBRAS CEPEL e da Conta de Consumo de Combustíveis - CCC, e agregando a gestão do Fundo de Reserva Global de Reversão - RGR e da Conta de Desenvolvimento Energético -CDE. 1. Introdução Os trabalhos de campo conclusivos foram realizados no período de 10/05/2012 a 29/06/2012, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela Unidade Auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames. Não houve, no exercício de 2011, por parte da ELETROBRAS, atos de gestão relacionados aos itens 11 - Avaliação dos registros de passivos sem prévia previsão orçamentária -, 12 - Avaliação da conformidade da manutenção do registro de valores em restos a pagar não processados -, 17 - Avaliação objetiva sobre a gestão do patrimônio imobiliário de responsabilidade da UJ classificado como ?Bens de Uso Especial? de propriedade da União ou locado de terceiros - e 18 - Avaliação da gestão da unidade jurisdicionada sobre as renúncias tributárias praticadas - da parte "A" do Anexo III da DN TCU nº 117/2011. 1 de 75

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Unidade Auditada: CENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S/AExercício: 2011Processo: 00218.000940/2012-03Município - UF: Rio de Janeiro - RJRelatório nº: 201203811UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Análise Gerencial

Senhor Chefe da CGU-Regional/RJ,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201203811, e consoante oestabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001,apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pelaCENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S/A - ELETROBRAS consolidando as informações sobre agestão do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica - ELETROBRAS CEPEL e da Conta de Consumo deCombustíveis - CCC, e agregando a gestão do Fundo de Reserva Global de Reversão - RGR e da Contade Desenvolvimento Energético -CDE.

1. Introdução

Os trabalhos de campo conclusivos foram realizados no período de 10/05/2012 a 29/06/2012, por meiode testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partirda apresentação do processo de contas pela Unidade Auditada, em estrita observância às normas deauditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.

Não houve, no exercício de 2011, por parte da ELETROBRAS, atos de gestão relacionados aos itens 11- Avaliação dos registros de passivos sem prévia previsão orçamentária -, 12 - Avaliação daconformidade da manutenção do registro de valores em restos a pagar não processados -, 17 - Avaliaçãoobjetiva sobre a gestão do patrimônio imobiliário de responsabilidade da UJ classificado como ?Bens deUso Especial? de propriedade da União ou locado de terceiros - e 18 - Avaliação da gestão da unidadejurisdicionada sobre as renúncias tributárias praticadas - da parte "A" do Anexo III da DN TCU nº117/2011.

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2. Resultados dos trabalhos

Em acordo com o que estabelece o Anexo III da DN-TCU-117/2011, e em face dos exames realizados,efetuamos as seguintes análises:

2.1 Avaliação da Conformidade das Peças

Verificou-se que a unidade jurisdicionada elaborou todas as peças a ela atribuídas pelas normas doTribunal de Contas da União para o exercício de referência. As peças contemplam, ainda, os formatos econteúdos obrigatórios nos termos da DN TCU nº 108/2010, da DN TCU nº 117/2011 e da Portaria-TCUnº 123/2011.

No entanto, cumpre ressaltar que as demonstrações da ELETROBRAS DISTRIBUIÇÃO ACRE,referentes ao exercício 2011, não foram encerradas a tempo de serem consolidadas pela ELETROBRAS.Em seu Relatório de Gestão, a holding esclareceu que a falta das demonstrações contábeis de suacontrolada não prejudica o teor das informações contidas em seus relatórios consolidados, em face desua baixa materialidade e relevância.

2.2 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão

Por força do estabelecido no Anexo I da Decisão Normativa TCU n.º 110/2010, a Centrais ElétricasBrasileiras S/A - ELETROBRAS apresentou seu processo de Prestação de Contas, referente aoexercício de 2011, consolidando as informações sobre a gestão do Centro de Pesquisas de EnergiaElétrica – ELETROBRAS CEPEL e da Conta de Consumo de Combustíveis - CCC, e agregando agestão do Fundo de Reserva Global de Reversão - RGR e da Conta de Desenvolvimento Energético-CDE.

Assim, o presente relatório contempla as informações referentes à ELETROBRAS, aos fundos setoriaispor ela geridos e à ELETROBRAS CEPEL.

ELETROBRAS

A ELETROBRAS é uma empresa de economia mista vinculada ao Ministério de Minas e Energia -MME que, na condição de holding, controla grande parte dos sistemas de geração e transmissão deenergia elétrica do Brasil, por intermédio de seis subsidiárias: ELETROBRAS CHESF, ELETROBRASFURNAS, ELETROBRAS ELETROSUL, ELETROBRAS ELETRONORTE, ELETROBRAS CGTEE EELETROBRAS ELETRONUCLEAR.

A holding controla a Eletrobras Participações S.A. – ELETROBRAS ELETROPAR, é mantenedora doCentro de Pesquisas de Energia Elétrica e detém 50% das ações de ITAIPU BINACIONAL.

Além disso, atua na área de distribuição de energia por meio de seis empresas: ELETROBRASAMAZONAS ENERGIA, ELETROBRAS DISTRIBUIÇÃO ACRE, ELETROBRAS DISTRIBUIÇÃORORAIMA, ELETROBRAS DISTRIBUIÇÃO RONDÔNIA, ELETROBRAS DISTRIBUIÇÃO PIAUÍ EELETROBRAS DISTRIBUIÇÃO ALAGOAS.

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Em dezembro de 2011, a ELETROBRAS assumiu o controle da CELG Distribuição S/A, localizada noestado de Goiás.

Nos termos do artigo 4º de seu Estatuto Social, a ELETROBRAS tem como objeto social, dentre outros,o desenvolvimento de atividades relacionadas à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, aparticipação na formulação da política energética no País, à concessão de financiamentos às empresasem que tenha participação acionária, à colaboração técnico-administrativa com o Ministério de Minas eEnergia e ao patrocínio de pesquisas de interesse do setor energético.

Em resumo, é missão estatutária da ELETROBRAS atuar como holding do setor elétrico e ser o “braço”do governo federal na implementação de políticas públicas neste setor.

As atividades das empresas integrantes do sistema ELETROBRAS concentram-se majoritariamente emtrês segmentos de negócio: Geração, Transmissão e Distribuição de energia.

Segundo informações constantes em seu sítio eletrônico, em posição de julho de 2012, a ELETROBRASpossui 37 usinas hidrelétricas, 127 termelétricas e duas termonucleares e dois parques eólicos, querepresentam 36% da capacidade nacional para geração de energia elétrica.

No negócio Transmissão, ainda segundo informações constantes do sítio eletrônico, em posição de julhode 2012, a auditada possui 55% das linhas de transmissão no País, com 61 mil quilômetros de extensão.Destaca-se o fato de que 95% destas linhas de transmissão são propriedade do Grupo ELETROBRAS e5% foram conquistadas em leilões através de parcerias denominadas Sociedade de Propósito Específico– SPE.

As seis distribuidoras de energia controladas têm atuação nos estados da região norte e nordeste e sãoadministradas de forma centralizada pela Diretoria de Distribuição da ELETROBRAS.

Consta do Relatório de Administração, referente ao exercício 2011, que o segmento geração éresponsável por 56% das receitas auferidas pela ELETROBRAS no exercício e os segmentostransmissão e distribuição respondem, respectivamente, por 24% e 16%.

Quadro - Receita por Segmento de negócio – 2011 - Consolidado

Negócio R$ milhões %

Geração 19.263 56

Transmissão 8.356 24

Distribuição 5.442 16

Outros 1.187 3

Fonte: Relatório de Administração referente ao exercício 2011(adaptado)

Neste diapasão, as empresas do sistema que apresentaram maiores receitas foram as geradoras e

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transmissoras, subsidiárias da ELETROBRAS.

Dentre as subsidiárias, a ELETROBRAS FURNAS apresentou a maior receita, representando 23,62% dototal, seguida pela ELETROBRAS CHESF e pela ELETROBRAS ELETRONORTE, que responderam,respectivamente por 17,06% e 16,82%.

Dentre as controladas, destacamos as receitas auferidas pela ELETROBRAS DISTRIBUIDORAAMAZONAS e pela ELETROBRAS DISTRIBUIDORA PIAUI, que responderam, respectivamente por4,93% e 2,46% do total.

Quadro - Receita Operacional – 2011

Empresa R$ milhões %

Furnas 7728 23,62%

Chesf 5582 17,06%

Eletronorte 5503 16,82%

Itaipu 3652 11,16%

Holding 2607 7,97%

Eletronuclear 1815 5,55%

ED Amazonas 1612 4,93%

Eletrosul 1360 4,16%

ED Piaui 805 2,46%

ED Alagoas 753 2,30%

ED Rondonia 734 2,24%

CGTEE 550 1,68%

Eletropar 20 0,06%

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Empresa R$ milhões %

Total 32721 100%

Fonte: Relatório de Administração referente ao exercício 2011(adaptado)

Os investimentos da ELETROBRAS, no exercício sob exame, foram, também segundo o Relatório deAdministração, direcionados, em sua maioria, ao negócio geração, conforme quadro a seguir:

Quadro - Investimentos por Segmento - 2011

Negócio R$ milhões

Investimentos Próprios

Geração 2587,7

Transmissão 2319,8

Distribuição 597,1

Manutenção - Geração 431,3

Manutenção - Transmissão 193,9

Manutenção - Distribuição 183,9

Outros(pesquisa, ambiental) 461,5

Subtotal 1 6775,2

Inversões Financeiras em Parcerias

Geração 2109,1

Transmissão 994,6

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Negócio R$ milhões

Subtotal 2 3103,7

Total 9878,9

Fonte: Relatório de Administração referente ao exercício 2011

Os investimentos programados para 2012 totalizam, segundo informa o Relatório de Administração 13bilhões de reais e incluem os seguintes empreendimentos:

- Eletrobras Furnas: Usina Hidrelétrica de Batalha e Usina Hidrelétrica de Simplício;

-?Eletrobras Eletronuclear: Usina Termonuclear de Angra III;

-?Eletrobras Eletrosul: Usina Hidrelétrica São Domingos e Usina Hidrelétrica Passo São João;

-?Eletrobras Eletronorte: Reforços e melhorias no Sistema de Transmissão da Região Norte;

-?Eletrobras Chesf: Irrigação de lotes na área de reassentamento na Usina Hidrelétrica de Itaparica,implantação do parque de geração de energia eólica Casa Nova, ampliação do Sistema de Transmissãode energia elétrica na região Nordeste, Implantação das Subestações Suape II, Suape III, Recife II ePirapama II;

-?Eletrobras CGTEE: Usina Termelétrica Candiota III.

Desde o exercício de 2009, a ELETROBRAS vem buscando sedimentar sua posição de holding, tendoadotado iniciativas com o objetivo de estabelecer as diretrizes a serem seguidas pelas suas subsidiárias.Tal postura baseia-se na prerrogativa constante do Estatuto Social da empresa, que estabelece que "assubsidiárias obedecerão às normas administrativas, financeiras, técnicas e contábeis, tanto quantopossível, uniformes, estabelecidas pela ELETROBRAS".

Desde então, as empresas controladas passaram a adotar, de forma integrada com a controladora,estratégias de gestão, Política de Gestão de Pessoas e Política de Comunicação, bem como código deética único.

Foi, ainda, estipulado pela holding o Contrato de Metas de Desempenho Empresarial – CMDE, o qualfoi assinado por todas as empresas controladas. O referido instrumento teve por objetivo estabelecerindicadores que permitam à ELETROBRAS avaliar o desempenho de suas subsidiárias.

Em 2010, a Empresa concluiu a elaboração do Plano Estratégico do Sistema Eletrobras 2010-2020 e doPlano Diretor de Negócios para o período 2010-2014. Dando continuidade ao processo de Planejamentoe Gestão do Sistema Eletrobras, destacamos como aspecto positivo das realizações concernentes aoexercício de 2011, as seguintes iniciativas:

- Consolidação e atualização dos Planos Diretores de Negócios do Sistema Eletrobras para o período2011-2015: por recomendação do Conselho de Administração da Eletrobras, a atividade deComercialização foi incorporada ao segmento de negócio Geração, e a gestão de Programas de Governoe Fundos Setoriais foi considerada como um eixo de atuação em volume a parte.

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- Elaboração do Plano Diretor de Gestão do Sistema Eletrobras: sistematização e acompanhamento dasações associadas ao cumprimento dos Objetivos Estratégicos de Gestão e Competências, estabelecidosno Plano Estratégico do Sistema Eletrobras 2010-2020.

- Elaboração da estrutura dos Planos de Negócios para cada empresa Eletrobras: em novembro de 2011,foi elaborada proposta de arquitetura básica para o Plano de Negócios 2012-2016 de cada uma dasempresas Eletrobras.

PROGRAMAS DE GOVERNO

Constam, do Processo de Contas, as metas e os resultados da execução das ações governamentaisvinculadas, dentre outros, aos seguintes Programas de Governo: 1046, 1042 e 0273, selecionados emdecorrência de seu vínculo direto à missão institucional da empresa e por estarem diretamente atreladosaos fundos geridos e agregados às contas, os quais se desdobram em ações.

Destacamos, a seguir, os objetivos dos Programas em questão:

Quadro - Objetivos dos Programas - ELETROBRAS

Programa Objetivo

1046

Programa Nacional de Conservação

de

Energia Elétrica – Procel Reduzir o desperdício e promover o uso eficiente dos insumos.

1042 Energia nos Sistemas Isolados Ampliar a oferta nos sistemas isolados ainda existentes.

0273 Luz para Todos

Promover o acesso à energia elétrica para famílias de baixo

poder aquisitivo localizadas na área rural e atender demandas

comunitárias de escolas, postos de saúde e sistemas de

bombeamento d'água, seja por meio de extensão de redes ou de

atendimento descentralizado.

Fonte: SIGPLAN.

O quadro a seguir contém os resultados físicos e financeiros obtidos pela ELETROBRAS ao longo doexercício de 2011 no que diz respeito aos recursos investidos na realização das ações finalísticasvinculadas aos programas listados acima.

Quadro - Execução Física e Financeira das Ações - ELETROBRAS.

1046 - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - PROCEL

Ação 9649 - Iluminação Pública Eficiente - RELUZ

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Meta Previsão ExecuçãoExecução/Previsão

Atos e Fatos queprejudicaram odesempenho

ProvidênciasAdotadas

Física 50.000 pontos 223.948 pontos 447%

Não há Não se aplica Financeira R$ 15.000.000,00 R$ 91.284.587,18 608%

1042 - Energia nos Sistemas Isolados

Ação 7F43 - Implantação de Redes de Ramais Termelétricos(gasoduto)

Meta Previsão Execução Execução/Previsão

Atos e Fatos queprejudicaram odesempenho

ProvidênciasAdotadas

Física 2 2 100%

Não há Não se aplica Financeira - -

0273 - Luz para Todos

Ação 9642 - Promoção da Universalização do Acesso à Energia

Meta Previsão Execução Execução/Previsão

Atos e Fatos queprejudicaram odesempenho

ProvidênciasAdotadas

Física - 223.692 ligações -

Não há Não se aplica Financeira - 862.532.002,66 -

Fonte’: Relatório de Gestão 2011 e SIGPLAN.

A ELETROBRAS informou que “até 12/2010 foram executados fisicamente 98% da Ação 7F43,restando 2% para 2011” e que último aporte financeiro realizado pela Eletrobras ao Convênio, referenteà Ação 7F43, foi realizado em 12/2010”.

O Plano Plurianual 2008-2011 só contemplou, para a Ação 9642 – Promoção da Universalização doAcesso à Energia, metas físicas/financeiras para o exercício de 2008 e em consequência disso, o SIGPlan

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só disponibilizou montantes previstos para as metas físicas/financeiras da Ação 9642, para o exercício de2008, ficando os anos de 2009, 2010 e 2011 sem previsão de valores.

O Programa Luz para Todos foi prorrogado até o ano de 2010 pelo Decreto n.º 6.442, de 25/04/2008, eaté o ano de 2011 pelo Decreto n.º 7.324, de 05/10/2010. Posteriormente, o Decreto n.º 7.520, de08/07/2011, instituiu o Programa Luz para Todos, para o período 2011 a 2014.

Conforme informações prestadas pela ELETROBRAS, “o Programa Luz para Todos atendeu mais de2,9 milhões de domicílios, até dezembro de 2011, sendo 247.862 somente em 2011.”

Na execução dos mencionados programas de governo a ELETROBRAS utiliza-se dos recursos dosFundos Setoriais, em especial da RGR e da CDE, que representaram 70% da verba destinada aoPrograma Luz Para Todos. Consta, do Relatório de Gestão, que, no exercício sob exame, aELETROBRAS liberou, com recursos da RGR, R$ 55 milhões para projetos do PROCEL RELUZ.

Diante do exposto, podemos afirmar que a ELETROBRAS vem cumprindo a contento seu papel naexecução dos programas de governo finalísticos.

ELETROBRAS CEPEL

O Centro de Pesquisa de Energia Elétrica - ELETROBRAS CEPEL é uma associação civil sem finslucrativos pertencente ao Orçamento de Investimentos, sendo responsável, no exercício de 2011, apenaspela execução da ação 2745 - Pesquisa de Tecnologia Avançada no Campo dos Equipamentos eSistemas Elétricos, que faz parte do programa governamental 0476 - Desenvolvimento Tecnológico doSetor de Energia.

O objetivo deste programa de governo é apoiar o desenvolvimento e a difusão de tecnologiasrelacionadas ao setor energético. Já a ação "Pesquisa de Tecnologia Avançada no Campo dosequipamentos e Sistemas Elétricos" visa desenvolver novas tecnologias e aperfeiçoar as existentes nasáreas de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, bem como atender àsociedade, investindo recursos em programas governamentais estratégicos, visando à melhoria daqualidade de vida das comunidades desassistidas e da sociedade de forma mais ampla.

Do ponto de vista orçamentário, a Lei n.º 12.580/2011 aprovou o Orçamento de Investimentos para asEmpresas Estatais para o exercício de 2011, contemplando a ELETROBRAS CEPEL com o valor de R$24.000.000,00 (vinte e quatro milhões de reais).

Verificamos que a realização financeira do orçamento de investimento ficou em 59%, ou seja, R$14.096.175,00 (catorze milhões, noventa e seis mil e cento e setenta e cinco reais), conformedemonstrado no quadro abaixo.

Quadro - Execução Financeira - CEPEL

0476 - Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia

2745 - Pesquisa de Tecnologia Avançada no Campo dos Equipamentos e Sistemas Elétricos

Meta Previsão ExecuçãoExecução/Previsão

Atos e Fatos que prejudicaram odesempenho

ProvidênciasAdotadas

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0476 - Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia

Financeira 24.000.000,00 14.096.175,00 59%

Em função da complexidade e

ineditismo, que resultam em prazos

maiores nas fases de Especificações,

Projetos e Licitações, as aquisições

dos equipamentos, bem como a

realização das obras de Infraestrutura

Laboratorial apresentaram uma

realização moderada.

Reprogramação

para o

exercício 2012.

Fonte: Relatório de Gestão 2011 e SIGPLAN.

* informados os valores do orçamento ajustados: LOA + Cred.

Segundo informações constantes do Relatório de Gestão, o investimento referente ao exercício de 2011possuía características de duração contínua e teve o seu orçamento dirigido a aquisições deequipamentos e sistemas, em constante avanço tecnológico, e à atualização e ampliação de suainfraestrutura Laboratorial. Em função da complexidade e ineditismo relacionados às atividadesnecessárias à operacionalização do investimento, foram necessários prazos maiores nas fases deEspecificações, Projetos e Licitações..

Pelas análises efetivadas e informações apresentadas no Relatório de Gestão, consideramos justificada aexecução apresentada pela ELETROBRAS CEPEL referente ao exercício de 2011.

FUNDOS GERIDOS

Em relação aos fundos geridos pela ELETROBRAS, destacamos que não há prévio estabelecimento demetas físicas ou financeiras a serem atingidas no exercício, não sendo possível, portanto, avaliar odesempenho sob estes aspectos.

Especificamente no que se refere à gestão da CDE e da RGR, analisamos 25 contratos definanciamento/subvenção, que representam 6,1 % do total pactuado, totalizando R$ 471,7 milhões,firmados com 18 empresas, sendo seis companhias subsidiárias da ELETROBRAS. Entendemos que osprojetos atendem às finalidade impostas pelos normativos que regulamentam a CDE e a RGR, emespecial no que se refere ao enquadramento dos projetos nas hipóteses prevista em lei, bem como naslinhas de crédito previamente aprovadas pelo Conselho de Administração.

Observamos que, regra geral, os contratos analisados são padronizados e aderem aos normativosvigentes, em especial no que se refere às cláusulas referentes aos juros, taxa de administração, carência,amortização, reajuste, comissão de reserva de crédito, juros de mora e multa; entretanto, identificamosalguns casos em que foi dado tratamento diferenciado a algumas empresas, não sendo estabelecidascláusulas de multa por atraso de pagamento e comissão de reserva de crédito.

Ressalta-se que, em dezembro de 2011, a ELETROBRAS aprovou, em seu Conselho de Administração,a atualização das Condições Gerais dos Contratos de Financiamento(CGCF), que visa a padronizaçãodas cláusulas contratuais.

A seguir, um breve relato da gestão dos Fundos do Setor Elétrico no exercício sob exame:

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a) Conta de Desenvolvimento Energético

Criada pela Lei n.º 10.438/2002, com duração de 25 anos, a CDE visa ao “desenvolvimento energéticodos Estados e a competitividade da energia produzida a partir de fontes eólica, pequenas centraishidrelétricas, biomassa, gás natural e carvão mineral nacional, nas áreas atendidas pelos sistemasinterligados, promover a universalização do serviço de energia elétrica em todo o território nacional egarantir recursos para atendimento à subvenção econômica destinada à modicidade da tarifa defornecimento de energia elétrica aos consumidores finais integrantes da Subclasse Residencial BaixaRenda”.(art.13 da Lei n.º 10.438/2002)

Por força do disposto no artigo 42 do Decreto n.º 4541/2002, a Agência Nacional de Energia Elétrica-ANEEL publica, periodicamente, a previsão dos recursos a serem arrecadados para o financiamento daCDE. A Resolução Homologatória ANEEL n.º 921/2009, definiu a previsão de valores destinados aocusteio da CDE, no exercício 2011.

São fontes de financiamento da CDE, segundo o artigo 28 do Decreto n.º 4541/2002:

1- os pagamentos efetuados pelas concessionárias de energia elétrica pelo uso do bem público;

2- os pagamentos das multas aplicadas pela ANEEL; e

3- os pagamentos das cotas anuais pagas pelos agentes que comercializam energia elétrica com oconsumidor final.

Além das fontes anteriormente citadas, com o advento da Lei n.º 10.438/2002, o Fundo de Uso do BemPúblico - UBP caminhou para a extinção, tendo sido determinado pelo Decreto n.º 4541/2002 que osrecursos arrecadados a título de UBP, a partir da data de publicação da Lei n.º 10.438/2002, fossemcreditados na conta-corrente referente à CDE.

Nos termos do artigo 43 do Decreto n.º 4541/2002, é competência da ELETROBRAS: a realização “damovimentação da CDE de modo a não obter nenhuma vantagem ou prejuízo econômico ou financeiro esem assumir compromissos ou riscos incompatíveis com a sua condição de designada para movimentaros créditos e débitos da CDE” e o gerenciamento da “utilização dos recursos da CDE nos reembolsosdos custos de combustíveis” nos empreendimentos termelétricos que utilizem carvão mineral nacional enas usinas enquadradas no § 2o do art. 11 da Lei n.º 9.648, de 1998.

Para gestão da CDE, a ELETROBRAS movimenta os recursos em conta-corrente utilizadaespecificamente para este fim.

No exercício de 2011, foram arrecadados R$ 3.747 milhões, oriundos de diversas fontes definanciamento.

Quadro - Fontes de Financiamento CDE R$ mil

Fonte de Financiamento R$ Participação %

Arrecadação de cotas 3.109.380,8 83,0

UBP 360.867,6 9,6

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Fonte de Financiamento R$ Participação %

Multas ANEEL 139.931,4 3,7

Parcelamentos 53.682,9 1,4

Rendimento de Aplicações 63.989,5 1,7

Outras Fontes 19.433,5 0,5

Total 3.747.285,7 100,0

Fonte: Relatório de Gestão 2011

Observa-se que as principais fontes de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético, no exercíciode 2011, foram os pagamentos das cotas anuais pagas pelos agentes que comercializam energia elétricacom o consumidor final, representando 83,0 % do total arrecadado.

Os recursos da CDE, nos termos da Lei n.º 10.438/2002 c/c o Decreto n.º 4.541/2002, serão destinados,principalmente, ao desenvolvimento da universalização do serviço de energia elétrica em todo territórionacional, à subvenção econômica destinada à modicidade tarifária para a subclasse baixa renda e aocusteio das usinas termelétricas que utilizam carvão mineral como combustível. A universalização doserviço e a subvenção para a subclasse de baixa renda são ações alinhadas ao Programa Luz Para Todos,coordenado pelo Ministério de Minas e Energia -MME e operacionalizado pela ELETROBRAS.

A Empresa informou que a programação da aplicação dos recursos destinados ao Programa Luz ParaTodos é efetuada pelo MME por intermédio da assinatura dos Termos de Compromisso, firmados com osEstados e agentes executores e que a aplicação dos recursos acontece “de acordo com a velocidade deexecução das obras contratadas e a feitura de novos contratos”. Ressaltou, também, que os recursosdestinados ao custeio das usinas termelétricas que utilizam carvão mineral, foram orientados, noexercício de 2011, pelo Ofício n.º 228/2011-SEE-MME.

Ressalte-se que os procedimentos para o reembolso referente à utilização de carvão mineral sãoestipulados pela Resolução Normativa ANEEL n.º 129/2004.

No que se refere aos gastos com baixa renda, a aplicação dos recursos se dá mensalmente, orientadapelos Despachos emitidos pela ANEEL, que determina o quantum a ser reembolsado às concessionáriade energia.

Foram aplicados, no exercício sob exame, R$ 3.084 milhões.

Quadro - APLICAÇÕES DOS RECURSOS DA CDE R$ mil

Aplicação dos Recursos R$ Participação %

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Aplicação dos Recursos R$ Participação %

Baixa Renda 1.410.408,5 45,7

Universalização 1.078.834,7 35,0

Carvão 582.853,0 18,9

Outros 11.683,6 0,4

Total 3.083.779,8 100,0

Fonte: Relatório de Gestão 2011

Observa-se que os recursos destinados ao Programa Luz Para Todos, utilizados sob a forma desubvenção econômica, representaram cerca de 80,7% das aplicações da CDE, sendo 45,7% referentes àsubvenção para a subclasse baixa renda e 35,0 % destinados à subvenção para a universalização dosserviços mediante a pactuação de contratos para a realização de obras.

Na aquisição de carvão mineral foram aplicados 18,9 % dos recursos e os 0,4 % restantes foramdestinados basicamente a regularizações efetuadas e transferências para conta de RO (recursosordinários), conforme informação constante da Prestação de Contas da Presidência da República 2011.

b) Reserva Global de Reversão – RGR

A RGR foi criada pelo Decreto n.º 41.019/1957 com a finalidade de prover recursos para reversão,encampação, expansão e melhoria dos serviços públicos de energia elétrica, e ficará extinta ao final doexercício de 2035, nos termos da Medida Provisória n.º 517/2010, que alterou o artigo 8º da Lei n.º40.438/2002.

No exercício de 2011, foram arrecadados R$ 1.703 milhões, referentes às cotas devidas pelosconcessionários. Entretanto, somando este valor às outras fontes de financiamento, especialmente aorendimento das aplicações financeiras e aos recursos referentes às amortizações efetuadas, arrecadou-seR$ 3.712 milhões.

A RGR tem com fonte de financiamento o pagamento das parcelas quinzenais das cotas anuais dereversão devidas pelos concessionários de serviço público de energia elétrica, conforme fixação anualefetuada pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.

Quadro - Fontes de Financiamento RGR R$ mil

Fonte de Financiamento R$ Participação %

Arrecadação de cotas 1.703.807,1 45,9

13 de 75

Fonte de Financiamento R$ Participação %

Juros de Reversão 11.598,2 0,3

Parcelamentos 13.356,1 0,4

Amortizações 1.029.585.4 27,7

Rendimento de Aplicações 953.920,2 25,7

Outras Fontes 150,3 0,0

Total 3.712.417,3 100,0

Fonte: Relatório de Gestão 2011

Por força do artigo 47 do Decreto n.º 4541/2002, compete à Eletrobrás a programação da aplicação dosrecursos da RGR, observado o planejamento do setor elétrico e as diretrizes governamentais, nos limitesimpostos pela Lei n.º 5.655/71 e sua alterações, que exige que os recursos da Reserva Global deReversão sejam aplicados, inclusive sob a forma de financiamento:

1- na expansão dos serviços de distribuição de energia elétrica em áreas urbanas e rurais de baixa rendae para o combate ao desperdício de energia elétrica;

2- para instalações de produção a partir de fontes alternativas de energia, de termelétricas associadas apequenas centrais hidrelétricas e para conclusão de obras já iniciadas de geração termonuclear;

3- para estudos de inventário e viabilidade de aproveitamento de potenciais hidráulicos;

4- para implantação de centrais geradoras de potência até 5.000 kW, destinadas exclusivamente aoserviço público em comunidades populacionais atendidas por sistema elétrico isolado; e

5- para desenvolver e implantar programas destinados ao combate ao desperdício e ao uso eficiente deenergia elétrica.

De acordo com informações prestadas pela Empresa, uma vez recebido o pedido de financiamento ousubvenção com recursos da RGR, os processos são analisados pela área técnica, encaminhados paraapreciação do Ministério de Minas e Energia- MME e submetidos à Aprovação do Conselho deAdministração.

A aplicação dos recursos se dá sob demanda das empresas do setor, norteados, segundo informação daELETROBRAS, pelo planejamento do setor elétrico – elaborado pela EPE.

Foram aplicados, no exercício sob exame, R$ 1.436 milhões.

Quadro - APLICAÇÃO DOS RECURSOS DA RGR R$ mil

14 de 75

Aplicação dos Recursos R$ Participação %

Financiamentos 1.376.451,2 95,8

Programa Luz para Todos 224.158,7 15,6

Programa Reluz 54593,8 3,8

Obras em Geração de Energia 684.919,7 47,7

Obras em Transmissão de Energia 370.331,4 25,8

Obras em Distribuição de Energia 35.190,1 2,4

Recuperação de Parques Térmicos 7.257,5 0,5

Repasses MME 51.584,3 3,6

Outros 8.480,5 0,6

Total 1.436.516,00 100,0

Fonte: Relatório de Gestão 2011

Os financiamentos concedidos representaram cerca de 95% das aplicações da RGR no exercício 2011,distribuídos entre empresas do setor de elétrico, sendo elas geradoras, transmissoras ou distribuidoras,pertencentes ou não ao grupo ELETROBRAS.

Destaque-se que os financiamentos destinados à execução do Programa Luz Para Todos, juntamentecom os destinados às obras de geração e transmissão, responderam por 89% do total aplicado noexercício.

Merece destaque o contrato no valor de R$ 890 milhões, firmado, no exercício 2011, entre a holding e aELETRONUCLEAR, destinado ao negócio geração e financiado com recursos da Reserva Global deReversão.

Por força do disposto no §6º, artigo 4º, da Lei n.º 5.655/71, foram destinados 3% dos recursosarrecadados ao Ministério de Minas e Energia, para custeio de estudos e pesquisas.

c) Conta de Consumo de Combustíveis – CCC

Criada pelo Decreto n.º 73.102/1973, a CCC visa ao “rateio dos ônus e vantagens do consumo de

15 de 75

combustíveis fósseis para geração de energia termoelétrica. Esse tipo de geração de energia apresentacustos superiores à geração hidroelétrica, na medida em que requer a utilização de combustíveis, como oóleo combustível, óleo diesel, gás natural e carvão mineral”. (item 3.3.3 da Prestação de Contas daPresidência da República no exercício 2011)

No exercício 2011, foram arrecadados R$ 6.465 milhões, sendo 90,5% deste recurso financiado pelascotas devidas pelos concessionários de serviço público de energia elétrica.

Quadro - Fontes de Financiamento CCC R$ mil

Fonte de Financiamento R$ Participação %

Arrecadação de cotas 5.852.124 90,5

Parcelamentos 238.155 3,7

Rendimento de Aplicações 100.506 1,6

Outras Fontes 277.256 4,3

Total 6.465.041 100,0

Fonte: Relatório de Gestão 2011

Foram aplicados, no exercício sob exame, R$ 5.325 milhões.

Quadro - Aplicações CCC

Aplicação dos Recursos R$ Participação %

Combustíveis 5.121.737 96,2

Outros 203.807 3,8

Total 5.325.544 100,0

Fonte: Relatório de Gestão 2011

Os recursos repassados a título de reembolso referente ao custeio dos combustíveis utilizados na geraçãotermelétrica representaram cerca de 96,2% das aplicações da CCC; às sub-rogações foram destinados3,8% do total aplicado.

A ELETROBRAS informou que está previsto para o mês de dezembro de 2012, a realização de

16 de 75

procedimento licitatório para aquisição de combustíveis que atenderá a 164 usinas termelétricas.

2.3 Avaliação dos Indicadores de Gestão da UJ

Constatamos, mediante avaliação do Relatório de Gestão, que a ELETROBRAS não possui indicadorescapazes de avaliar seu desempenho na execução de seu objeto social, em especial no que se refere à suaatuação enquanto holding e na execução da função governo sob sua responsabilidade, em especial noque se refere à definição de estratégias e direcionamento do setor elétrico, em descumprimento ao item02-D do ANEXO II da Decisão Normativa - TCU n.º 107/2010. Entretanto, consta do Relatório deGestão a seguinte informação: “No que tange à Eletrobras Holding, ao longo de 2011 foi definido opainel de indicadores cujas metas serão definidas entre a Diretoria Executiva e aprovadas pelo Conselhode Administração(representantes dos Acionistas).”

Destaque-se que a ausência de indicadores institucionais foi objeto de constatação na gestão 2010,estando a implementação da recomendação expedida sendo acompanhada mediante o Plano deProvidências Permanente - PPP da Empresa.

Em relação ao CEPEL, identificamos, no Relatório de Gestão, o indicador de qualidade, "Indice deSatisfação dos Clientes Externos" que permite uma constante avaliação e aperfeiçoamento dos trabalhosdesenvolvidos para os serviços prestados pelos laboratórios de ensaio e de calibração.

A fonte de dados do índice é realizada por sistema informatizado, com acesso controlado por login, queencaminha a pesquisa de satisfação para todos os clientes, via mensagem eletrônica.

O tratamento dos dados é realizado pela Atividade de Qualidade.

Quadro – Indicadores de Gestão Analisados - CEPEL

Tipo

de

indicador

Área da

gestão

Nome do

Indicador

Descrição do

Indicador

Fórmula

de

cálculo

Comple-

tude

validade

Acess.

Compre-

ensão

Compara-

bilidade

Audita

bilidade

Econo-

micidade

Institucional Operacional

Pesquisa de

Satisfação dos

Clientes

Externos

Os serviços

prestados pelos

laboratórios de

ensaio e de

calibração são

avaliados por

meio

de uma pesquisa

de

Média ponderada dos

itens: a)

Atendimento quando nos

procurou; b) Agilidade na

emissão da proposta; c)

Período

marcado pelo laboratório

para a

realização do serviço; d)

Sim Sim Sim Sim Sim

17 de 75

Tipo

de

indicador

Área da

gestão

Nome do

Indicador

Descrição do

Indicador

Fórmula

de

cálculo

Comple-

tude

validade

Acess.

Compre-

ensão

Compara-

bilidade

Audita

bilidade

Econo-

micidade

satisfação de

clientes externos,

que tem como

objetivo avaliar a

satisfação de

clientes e obter

sugestões e

críticas

que permitam a

constante

melhoria

dos serviços

prestados.

Qualidade do serviço

técnico

realizado (mão de obra,

equipamentos);

e)Qualidade da

apresentação do relatório

de

ensaio/Certificado de

calibração; f) Conteúdo do

relatório de

ensaio/certificado

de calibração; e g)Prazo

de

entrega

(Itens do questionário

Clientes

Externos dos

Laboratórios)

Fonte: Relatório de Gestão 2011

No âmbito dos fundos setoriais, não existem indicadores de desempenho estruturados, situação estatambém apontada com relação às contas de 2010 e acompanhada no PPP da Empresa.

2.4 Avaliação da Gestão de Recursos Humanos

O quantitativo de pessoal, por categoria funcional, da Unidade Jurisdicionada, referente ao exercício emexame, no montante de 1.624 empregados, trouxe a seguinte situação, ilustrada no gráfico abaixo:

18 de 75

Fonte: informações da UJ

Quanto à regularidade dos processos de cessão e requisição efetuados pela ELETROBRAS, verificamosquatro processos de cessão, com valor anual representativo de 5,27% do total, e quatro processos derequisição de funcionários, representativos de 2,04%, onde foram verificadas informações acerca dadata da cessão/requisição, identificação do ato autorizativo, identificação da entidadecedente/requisitante, responsabilidade pela remuneração e comprovação do ressarcimento no exercíciode 2011.

A partir dos exames realizados nesse aspecto, opinamos pela adequabilidade da política de cessão erequisição dos funcionários.

No que se refere à análise da folha de pagamento, os exames recaíram sobre o adicional extraordinário.Verificou-se uma percepção significativa de horas extras com habitualidade, da ordem de 50% de todo ovalor pago em 2011 naquela rubrica.

No que tange ao cadastramento dos atos de admissão de funcionários da empresa, constatamos quetodos os atos de admissão realizados, no ano de 2011, foram devidamente cadastrados no SISAC,respeitando a determinação da IN/TCU n.º 55/2007.

Quadro: Quantitativo de Atos Cadastrados no SISAC

Quantidade de atos de admissão emitidos em 2011.Quantidade de atos cujo prazo do art.7º da IN 55 foiatendido.

56 56

19 de 75

Fonte: Informações prestadas pela UJ e SISAC

A equipe de auditoria não fez análise do cumprimento do disposto no § 1º do art. 11 da IN TCU nº55/2007 em razão da não aplicabilidade de tal dispositivo à unidade jurisdicionada cuja gestão está sobexame.

Pelo exposto, entendemos que a unidade em apreço realiza um gestão de pessoal satisfatória, excetoquanto ao pagamento de horas extras.

2.5 Avaliação do Funcionamento do Sistema de Controle Interno da UJ

Com base nas informações levantadas, na documentação e nas manifestações apresentadas,confeccionamos a seguinte análise sintética demostrada no quadro a seguir.

Quadro: Análise sobre a Autoavalição Realizada pela UJ e da Equipe de Auditoria sobre aAvaliação Realizada

Componentes da estrutura deControle Interno

Auto avaliação do gestor* Avaliação da Equipe de auditoria

Ambiente de Controle Neutro Adequada

Avaliação de Risco Parcialmente válida Adequada

Informação e Comunicação Neutro Adequada

Monitoramento Neutro Adequada

Fonte: Análises realizadas, Relatório de Gestão. e Resposta à Solicitação de Auditoria nº 201203811/019.

* Dados preenchidos a partir da média ponderada das questões respondidas no quadro A.9.1 do Relatório de Gestão.

Em relação ao quesito ambiente de controle, a entidade apresentou justificativas para considera-loneutro informando que “não existem pesquisas que avaliem a percepção dos mecanismos gerais decontroles internos por parte dos empregados” e que “os procedimentos e instruções não são totalmentepadronizados e formalizados, não podendo, portanto, ser informada com precisão a proporção exata deatendimento”.

Ademais, verificamos que as conclusões desta equipe de auditoria se coadunam com a auto-avaliaçãorealizada pela Empresa em seu Relatório de Gestão, acerca dos aspectos de seu Sistema de ControleInterno (Quadro A.9.1 da Portaria TCU n.º 277/10).

Foi realizada a análise da estrutura de controles internos relativa à área de licitações e contratos e àgestão dos fundos setoriais. A seguir apresentamos um quadro com a síntese dos resultados das análisesrealizadas

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Quadro: Análise das Áreas Selecionadas

Área Selecionada Estrutura de controles internos administrativos

Licitações Adequada

Gestão dos Fundos Setoriais Adequada

Fonte: Análises realizadas.

Em termos de macroprocessos e processos de negócio da ELETROBRAS, encontra-se emdesenvolvimento um projeto visando à Construção da Arquitetura de Processos das empresasELETROBRAS, com participação de todas as empresas do Grupo, com previsão de conclusão em22/01/2013. No exercício de 2011, portanto, a Empresa não possuía macroprocessos e processos denegócio mapeados.

Observamos, no entanto, que a Empresa possui mapeados, no âmbito da Lei Sarbanes-Oxley – SOX,processos de negócios que fazem parte do escopo da Certificação SOX, contemplando o monitoramentodos controles que possam ter impacto nas demonstrações contábeis da empresa, sem foco nos controlessobre os objetivos operacionais.

A auditoria interna da holding, com auxílio de consultoria externa, aplicou no exercício 2011 testes daadministração nos controles internos das seguintes empresas do grupo: Eletrobras Holding, EletrobrasFurnas, Eletrobras Chesf, Eletrobras Eletronorte, Eletrobras Eletrosul, Eletrobras Eletronuclear,Eletrobras Amazonas Energia e Itaipu Binacional, selecionadas devido à sua representatividade. Dos1.443 controles testados, 446 foram considerados ineficazes.

Quadro – Controles Testados x Controles Ineficazes por Empresa

Empresa

Total de ControlesPrioritários

Testados

ControlesPrioritáriosIneficazes

% de ControlesPrioritários Ineficazes

Eletrobras Holding 182 51 28%

CHESF 218 42 19%

Eletronorte 275 95 35%

Eletronuclear 159 41 26%

21 de 75

Empresa

Total de ControlesPrioritários

Testados

ControlesPrioritáriosIneficazes

% de ControlesPrioritários Ineficazes

Eletrosul 122 12 10%

Furnas 226 114 50%

Itaipu Binacional 125 27 22%

Amazonas Energia 136 64 47%

TOTAL 1443 446 31%

Fonte: Relatório Final – Testes da Administração dos controles internos.

Foi identificado que as fraquezas materiais reportadas no relatório 20- F de 20/10/2011, referente aoexercício 2010, se mantiveram no exercício 2011, o que reflete a incapacidade das empresasELETROBRAS em mitigar os riscos identificados. Foram 20 as potenciais fraquezas materiaisidentificadas pelas auditorias internas, dentre as quais oito já haviam sido apontadas no exercício 2010pela auditoria externa.

A entidade certificadora – auditoria externa, por sua vez, identificou, no exercício sob exame, novefraquezas materiais, das quais oito permanecem por três exercícios.

Em relação à persistência das fraquezas apontadas tanto nos testes da administração quanto nostrabalhos realizados pela entidade certificadora, a ELETROBRAS informou que, apesar de não tereliminado as fraquezas apontadas, houve um fortalecimento qualitativo na evolução de cada “gap”.

Em que pesem as deficiências relatadas, entendemos que o sistema de controle interno existente naELETROBRAS contribui para mitigar os riscos.

2.6 Avaliação da Sustentabilidade Ambiental em Aquisições de Bens e Serviços

De acordo com o quadro de sustentabilidade ambiental apresentado em seu Relatório de Gestão, aELETROBRAS aderiu a seis das 13 práticas de gestão sustentável listadas. Os quesitos não atendidospela empresa, segundo o relatório, foram:

- aquisição de bens/produtos passíveis de reutilização, reciclagem ou reabastecimento.

- aquisição de bens ou produtos reciclados.

- aquisições, nos últimos cinco anos, de materiais produzidos com menor consumo de matéria prima emaior quantidade de insumos recicláveis.

22 de 75

- critérios de sustentabilidade ambiental em licitações que levem em consideração os processos deextração ou fabricação, utilização e descarte dos produtos e matérias primas.

- implementação, nos projetos básicos e executivos relativos às contratações de obras e serviços deengenharia, de exigências que levem à economia da manutenção e operacionalização da edificação, àredução do consumo de energia e água e à utilização de tecnologias e materiais que reduzam o impactoambiental.

- aplicação de critérios de sustentabilidade ambiental em licitações que levem em consideração osprocessos de extração ou fabricação, utilização e descarte dos produtos e matérias primas.

- campanhas de conscientização da necessidade de proteção do meio ambiente e preservação derecursos naturais voltadas para os seus servidores.

Convém ressaltar que a UJ, pela sua natureza, não possui a obrigatoriedade de aderir a legislação desustentabilidade ambiental, notadamente a Instrução Normativa nº 1/2010 e a Portaria nº 2/2010, ambasda Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento eGestão. Todavia, a empresa ressaltou que a adesão às práticas retromencionadas, exceto as campanhasde conscientização ambiental, necessitava de regulamentação, o que só ocorreu com o advento doDecreto n.º 7.746, publicado em 2012.

No que tange às campanhas de conscientização, o comitê de sustentabilidade da empresa asseverou queatualmente não vêm realizando eventos dessa natureza.

Por fim, a ELETROBRAS promove serviços de coleta seletiva desde 2007. Para tanto, a empresa utilizao método “Blue Box”, que consiste na separação entre resíduos recicláveis limpos e resíduosnão-recicláveis e recicláveis sujos sem distinção do tipo de material. O método adotado leva emconsideração a análise da rotina dos colaboradores na empresa e adequação à rotina de trabalho dascooperativas/associações de catadores.

PROCEL

Para a avaliação dos resultados do Programa de Eficiência Energética – PROCEL, a equipe de auditoriaselecionou os seguintes indicadores de resultado:

Consumo nacional de energia elétrica

Energia elétrica economizada; e

Emissão de CO2 equivalente evitada: quantidade de gás carbônico que deixou de ser lançada naatmosfera por ocasião da economia de energia elétrica.

Fazendo-se uma relação entre o consumo nacional e a quantidade economizada, obteve-se a seguintesituação, ilustrada abaixo, a qual reflete a representatividade da economia em relação ao consumo e seucomportamento ao longo dos anos:

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Fonte: EPE, PROCEL

O gráfico acima evidencia a evolução da representatividade da economia energética, apontando umadesaceleração deste crescimento a partir de 2010. A linha de tendência prevê que um aumento de 0,5%,ocorrido entre 2007 e 2010, volte a ocorrer somente a a partir de 2016.

Com relação ao comportamento dos níveis de CO2, observa-se tendência de diminuição da emissão,podendo atingir o patamar de 300 Mil T de emissão CO2 evitada em 2015.

24 de 75

Fonte: MCT, PROCEL

2.7 Avaliação da Gestão de Tecnologia da Informação

Avaliamos a estrutura de Tecnologia da Informação – TI da Empresa quanto aos aspectos abaixodetalhados:

a) Planejamento Estratégico de TI

A ELETROBRAS não possui Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação - PETI aprovadopela alta administração, baseado em análise de riscos, com o envolvimento de representantes de todas asáreas da Empresa e alinhado ao Planejamento Estratégico Institucional - PEI. A Empresa possui, apenas,o Planejamento Estratégico do Departamento de Tecnologia da Informação, o qual estabelece asdiretrizes do Departamento de TI.

Evidenciamos, porém, a existência de Comitê de Informática, denominado Comitê Estratégico deTecnologia da Informação e Processos Organizacionais da ELETROBRAS – Cotipo.

A ausência de um Planejamento Estratégico de TI traz o risco, atenuado pela existência de um Comitêde Informática ativo, de que soluções equivocadas sejam adotadas, o que pode gerar custos financeiros eoperacionais, contrariando os princípios constitucionais de eficiência e da economicidade afetos àAdministração Pública.

A situação, detectada desde a auditoria anual de contas referente ao exercício de 2010 e tambémrefletida no Acórdão TCU n.º 1.328/2012 – Plenário, está sendo saneada pela Empresa e vem sendoobjeto de acompanhamento pelo Plano de Providências Permanente, com a previsão de conclusão nopresente exercício.

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Concluímos, portanto, ser insuficiente o quesito planejamento de TI no âmbito da ELETROBRAS.

b) Política de Segurança da Informação

A ELETROBRAS possui três unidades internas relacionadas à Segurança da Informação: oDepartamento de Tecnologia da Informação – DAI, responsável pela Política de Segurança da Empresa;a Divisão de Planejamento, Controle e Gestão de TI - DAIG, subordinada ao DAI, responsável pelacoordenação das ações relacionadas à contínua atualização e cumprimento do Plano de Segurança deTecnologia da Informação e Telecomunicação de Dados e VoIP na ELETROBRAS; e o Comitê deSegurança em Tecnologia da Informação – CSTI, com atribuições de gerenciamento do Plano deSegurança de Tecnologia da Informação e definição das estratégias.

Desde o exercício de 2007, a Empresa possui Plano de Segurança da Informação aprovadocontemplando conceitos e princípios adotados, detalhamento das responsabilidades. A Empresa nãopossui, porém, Política de Segurança da Informação.

No âmbito do formulário de referencia 2012, versão brasileira do 20-F, foi identificada falha material(alta relevância) na gestão de TI da Eletrobrás decorrente de falta de projeto adequado e manutenção depolíticas de tecnologia da informação eficazes, incluindo aqueles relacionados com a segregação defunções, a segurança e o acesso aos programas de aplicação financeira e dados. O TCU, em auditoriaoperacional realizada na Empresa, conforme Acórdão n.º 1.328/2012 – Plenário, identificouimpropriedades análogas às registradas no formulário de referencia 2012. Foi relatado que a direção daELETROBRAS não aprovou e publicou política de segurança da informação e que a Empresa nãopossui política de controle de acesso em conformidade com o que dispõem a Norma Complementar07/IN01/DSIC/GSI/PR e as boas práticas da Norma Técnica ABNT NBR ISO/IEC 27.002:2005.

A ELETROBRAS já iniciou as providências de modo a elaborar a Política de Segurança da Informaçãoe Telecomunicações da ELETROBRAS holding, assim como normas e procedimentos a ela associados,tendo sido determinada, em reunião de Diretoria, a disseminação das diretrizes para as Empresas doGrupo.

Concluímos, portanto, ser insuficiente o quesito de segurança da informação no âmbito daELETROBRAS.

c) Recursos Humanos de TI

A ELETROBRAS possui 104 empregados próprios, 25 de nível médio, e os demais com nível superiorcompleto, e 16 terceiros, 14 de nível médio e os demais superior completo.

Os empregados próprios da ELETROBRAS atuam com exclusividade em todas as atividadesrelacionadas à TI na empresa, à exceção da atividade de Suporte, estando as suas formaçõesacadêmicas, a maior parte diretamente ou indiretamente relacionada à TI, coerentes com as atividadesdesenvolvidas. Entendemos que a distribuição apresentada pela Empresa demonstra estar atrelada aopessoal próprio a execução das atividades críticas à gestão, estando os terceiros atrelados a atividadestípicas de terceirização.

d) Desenvolvimento e Produção de Sistemas

No âmbito do desenvolvimento de sistemas, a ELETROBRAS permaneceu utilizando, no exercício de2011, um conjunto de documentos contemplando desde o ciclo de atendimento a uma demanda para odesenvolvimento de um determinado sistema e o processo de atendimento de solicitações de serviços deinformatização de processos até especificações relacionadas ao desenvolvimento, conforme sua

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Disciplina de Desenvolvimento de Sistemas – DDS. Estes documentos, juntamente com outroscomplementares, constituem-se na metodologia de desenvolvimento de sistemas da ELETROBRAS.

O TCU, na auditoria operacional anteriormente citada, identificou falhas na execução do processo degestão de mudanças nos sistemas de informação da Eletrobras, em especial nas mudanças rotineiras nosistema. No presente trabalho, no entanto, limitamo-nos a verificar a existência de metodologia desistemas e a previsão de gerência de mudanças no documento, o que foi evidenciado e consideradoadequado.

Quanto à definição de acordo de níveis de serviço no âmbito interno, a ELETROBRAS faz usoadequadamente do instrumento e possui controles para sua avaliação, o que foi demonstrado para oscontratos ECE-528/2009, ECE-561/2010, ECE-583/2010 e ECE-629/2010. Destacamos, porém, que oTCU, no âmbito do Acórdão n.º 1.328/2012 – Plenário, identificou falhas relacionadas a definição deníveis minimos de serviços em contratos que não fizeram parte do escopo da presente auditoria.

Com base no escopo analisado, consideramos adequada a metodologia de desenvolvimento de sistemas eo gerenciamento de acordo de níveis de serviço adotados pela ELETROBRAS.

e) Contratação e Gestão de Bens e Serviços de TI

A ELETROBRAS possui 204 soluções de TI, 39% desenvolvidas externamente e 61% internamente.Observa-se que o maior quantitativo de sistemas está atrelado a terceiros e equipe externa.Considerando que há pacotes adquiridos externamente e que se referem a soluções de TI contratadasque interferem na gestão da empresa, relacionadas ao ambiente de negócios e processos críticos, aEmpresa adota como medidas para evitar a dependência de terceiros e garantir a continuidade donegócio: a atuação em conjunto com os consultores externos, garantindo o conhecimento do processo denegócio implementado no SAP; e o registro de toda documentação técnica e funcional no SolutionManager. Consideramos adequadas as providências adotadas.

A Empresa possui processo de trabalho formalizado para contratação de bens e serviços de TI,conforme o item 3.8 do documento denominado “EAG-10 – Contratações de Bens, Materiais, Obras eServiços”, aprovado pela Resolução de Diretoria n.º 872/2009.

Verificamos, ainda, considerando os critérios de criticidade e materialidade, os procedimentos adotadospela Empresa, no âmbito dos contratos ECE-DAC-735/2011 e ECE-DAC-767/2011, os quaisrepresentam 56,7% do total contratado em 2011 em termos de valor e 38,6% do total pago, para aefetiva transferência de conhecimentos.

Entendemos que a ELETROBRAS possui procedimentos específicos de contratação relacionados a TI,efetua a gestão de suas soluções com vistas a garantir a continuidade do negócio e adota procedimentosadequados de modo a garantir a transferência de conhecimento no âmbito dos contratos celebrados.

As conclusões acima relatadas coadunam-se com a informação apresentada pelo gestor quando dopreenchimento do quadro “Gestão de TI da UJ” constante do Relatório de Gestão, exceto quanto aoquesito de planejamento estratégico de TI, que o gestor considerou totalmente válido, e ao nível departicipação de terceirização de bens e serviços de TI em relação ao desenvolvimento próprio, ondeconsta, no Relatório de Gestão, o percentual de 27%, diferente do percentual de 39% obtido medianterelação de soluções apresentada pela Empresa.

Com relação ao quesito de planejamento estratégico, a Empresa considerou, ao preencher o quadro, oPlanejamento Estratégico do Departamento de Tecnologia da Informação. Entendemos, porém, que aEmpresa não possui Planejamento Estratégico de TI. Acerca do nível de participação, o percentualinformado no quadro do Relatório de Gestão considerou apenas as soluções desenvolvidas através do

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contrato de fábrica de software. Na relação de soluções de TI enviada em atendimento ao item 12 daSolicitação n.º 201203811/04, também foram consideradas como “desenvolvidas externamente” assoluções adquiridas prontas, ao que se atribuiu a divergência apontada.

2.8 Avaliação da Situação das Transferências Voluntárias

A avaliação das transferências voluntárias na UJ em 2011 contemplou o seguinte escopo de exame:

Quadro - TRANSFERÊNCIAS CONCEDIDAS

Quantidade total detransferências no exercício

Volume de recursos total detransferência no exercício

% da Quantidadeanalisado

% do volume derecursos analisados

29 8.162.283,96 6,89 9,06

Fonte: Relatório de Gestão.

Visando à verificação do atendimento às exigências impostas para realização de transferênciasvoluntárias, estabelecidas nos artigos 11 e 25 da Lei de Responsabilidade Fiscal, não identificamosconvênios em vigor celebrados com entidades instituidoras de tributos.

No que se refere aos procedimentos de acompanhamento, fiscalização e de verificação das prestações decontas das transferências, selecionamos os convênios ECV-DTC-002/2011 e ECV-290/2009. Pela análiseda amostra selecionada, observou-se que os controles adotados pela empresa permitiram umacompanhamento tempestivo dos empreendimentos, envolvendo a totalidade dos objetos avençados.Também foi observada consistência no que concerne às rotinas de análise empregadas na verificação dasprestações de contas.

Segundo informações repassadas pela empresa, não houve TCE – Tomada de Contas Especial noexercício de 2011.

Com a finalidade de avaliar quanto à objetividade os critérios adotados para a aferição da qualificaçãotécnica e capacidade operacional para o chamamento público de convenentes entidades privadas semfins lucrativos, questionamos a UJ acerca da seleção das proponentes. A ELETROBRAS ressaltou quenão forma realizados chamamentos públicos para seleção de convenentes em 2011.

No que tange ao registro dos contratos no SIASG, verificou-se, por amostragem não probabilística porjulgamento, que as informações referentes aos contratos analisados encontravam-se regularmentecadastradas no sistema, apresentando seus valores atualizados.

Por outro lado, os dados relativos aos convênios examinados não constavam no SICONV - Sistema deGestão de Convênios. Segundo a empresa, a falta de registro deve-se a uma incompatibilidade entre seussistemas corporativos e o sistema SISCONV do SERPRO, o que a impede de transmitir suasinformações. Ressalta-se, ainda, a existência de questionamento quanto à obrigatoriedade uma vez que aEmpresa se utiliza de recursos próprios nas transferências celebradas.

Em face do exposto, é possível afirmar que os mecanismos de controle e acompanhamento dastransferências voluntárias apresentam desempenho adequado.

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2.9 Avaliação da Regularidade dos Processos Licitatórios da UJ

A verificação da conformidade da gestão de suprimentos de bens e serviços obedeceu ao seguinteescopo:

Quadro: Modalidades Executadas no Exercício

Tipo de Aquisição debens/serviços

Volume de recursos doexercício

% Valor sobretotal

Volume derecursos analisado

% Valor dosrecursosanalisados

Pregão 74.268.434,29 53% 17.265.996,00 23%

Convite - - -

Concorrência - - -

Tomada de Preços 2.296.422,86 2% 1.310.037,00 57%

Dispensa de licitação 54.253.772,75 39% 5.806.109,00 11%

Inexigível 9.599.276,57 7% 1.100.000,00 11%

Total geral 140.417.906,47 100% 25.482.142,00 18%

Fonte: Informações disponibilizadas pela empresa e análises realizadas.

Observamos que, em 2011, foram utilizados mais recursos financeiros em contratações por PregãoEletrônico e Dispensa de Licitação.

A seguir, apresentamos os resultados das análises efetuadas sobre os processos de aquisições:

Quadro: Processos licitatórios analisados

Número do processoLicitatório

Contratada e seu CNPJ Valor

Oport. eConveniê. domotivo daLic.

Modalidadeda Licitação.

P.E. DAC nº 23/2011 -

2011.0264

Alston Grid Energia Ltda – CNPJ

05.356.949/0003-0417.265.996,00 adequada devida

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Fonte: Análises realizadas

Quadro: Processos de Dispensa de Licitação

Número do processoLicitatório

Contratada e seu CNPJ Valor Fund. da dispensa

2011.0394Fundação Instituto de Administração – CNPJ

44.315.919/0001-402.870.800,00 adequado

2011.0241Fundação Instituto de Administração – CNPJ

44.315.919/0001-402.935.309,00 adequado

Fonte: Análises realizadas

Quadro: Processos de Inexigibilidade de Licitação

Número do processoLicitatório

Contratada e seu CNPJ ValorFund. dainexigibilidade

2011.0161Marcelo Galvão Associados – CNPJ

02.347.022/0001-581.100.000,00 adequado

Fonte: Análises realizadas

Destaque-se que a realização de procedimentos licitatórios não se aplicam aos Fundos Setoriaisadministrados pela Centráis Elétricas Brasileiras, que transfere seus recursos à terceiros mediantefinanciamento ou subvenção. Especificamente em relação à Conta de Consumo de Combustíveis - CCC,a ELETROBRAS informou que está prevista, para o mês de dezembro de 2012 a realização deprocedimento licitatório para a aquisição de combustíveis com recursos da CCC.

Em decorrência da ausência de critérios estatísticos quando da seleção da amostra, o resultado do examelimita-se ao escopo dos processos licitatórios analisados.

2.10 Avaliação da Gestão de Passivos sem Previsão Orçamentária

A ELETROBRAS não apresentou saldos contábeis em contas relacionadas a reconhecimento depassivos por insuficiência de créditos ou recursos.

2.11 Avaliação da Conformidade da Manutenção de Restos a Pagar

Em seu Relatório de Gestão, item 4, a Empresa informou não se aplicar a ela a situação.

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2.12 Avaliação da Entrega e do Tratamento das Declarações de Bens e Rendas

Os controles internos instituídos pela holding mostraram-se adequados no que tange à cobrança e aotratamento da entrega de declarações de bens e rendas, tendo sido efetivada amostragem quanto àentrega pelos seus dirigentes, referentes ao exercício de 2011. Da amostragem efetuada, identificamosque dois dirigentes não entregaram a declaração no exercício.

Quadro: Verificação da Entrega das Declarações

Amostra de servidores comobrigatoriedade de apresentar adeclaração de bens e rendas

Total de declarações efetivamenteapresentadas

% de declarações apresentadas

11 9 81,8

Fonte: Resultado de inspeção física.

Instada a se manifestar, a auditada apresentou o Memorando Circular DAG-086/2012 que solicita aosdirigentes da ELETROBRAS a entrega de suas declarações de bens e rendas referentes ao exercício2011. Adicionalmente a ELETROBRAS informou que, após nova cobrança, um dos dirigentes entregaraa declaração e o outro estaria providenciando a entrega. No âmbito da Empresa, portanto, evidenciamosque foram adotadas as providências pertinentes.

2.13 Avaliação da Gestão de Bens Imóveis de Uso Especial

De acordo com o Relatório de Gestão referente ao exercício 2011, o item não se aplica à UJ.

2.14 Avaliação da Gestão Sobre as Renúncias Tributárias

A Unidade informou não possuir renúncias tributárias sob sua gestão.

2.15 Avaliação do Cumprimento das Determinações/Recomendações do TCU

Não houve, no exercício sob exame, determinação expressa para exame pelo Controle Interno daimplementação de determinações e /ou recomendações e/ou alertas nos Acórdãos emitidos para aUnidade sob análise.

2.16 Avaliação do Cumprimento das Recomendações da CGU

Mediante o acompanhamento do Plano de Providências Permanente da Empresa, encaminhado em

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30/01/2012, observamos que restam sete recomendações oriundas da Controladoria - Geral da Uniãopendentes de implementação, cinco delas registradas no Relatório de Auditoria Anual de Contasreferente ao exercício de 2010. As mencionadas recomendações possuem o exercício de 2012 comoprazo para atendimento. Permanecem pendentes os seguintes assuntos tratados no relatórioanteriormente mencionado:

- Elaboração de indicadores de desempenho para a holding - Por meio da Resolução de DiretoriaRES-315/201, foi definido um painel de indicadores para monitoramento do desempenho da Eletrobrasholding e de suas empresas. A definição das metas associadas a esses indicadores depende doestabelecimento de diretrizes e ações que serão conhecidas a partir da conclusão dos Planos de Negócioe de Gestão.

- Elaboração de indicadores de desempenho para os fundos geridos – Encontra-se em fase de estudo.

- Viabilização do cadastramento de convênios no SICONV - Está em andamento, na área de tecnologiada informação, o Estudo de Viabilidade de Execução - EVE - para a referida implantação.

- Elaboração do Planejamento Estratégico de TI – Está sendo providenciada a identificação dasestratégias do Plano de Negócios do Sistema Eletrobras que efetivamente relacionam o processo detecnologia da informação e telecomunicações - TIC, construindo-se, a partir delas, um Plano Diretor deTIC, reunindo as iniciativas de TIC destinadas ao cumprimento dos Objetivos do Plano EstratégicoCorporativo 2010-2020.

2.17 Conteúdo Específico

A ELETROBRAS apresentou informação acerca do seguinte conteúdo específico em seu Relatório deGestão:

- remuneração de dirigentes, em atendimento ao item 12 da parte C do Anexo II da DN TCU n.º108/2010.

- demonstrativo analítico das despesas com ações de publicidade e propaganda, na qualidade de órgãointegrante do Sistema de Comunicação de Governo do Poder Executivo Federal - SICOM, ematendimento ao item 4 da parte C do Anexo II da DN TCU n.º 108/2010.

- informações sobre as entidades fechadas de previdência complementar patrocinadas, em atendimentoao item 36 da parte C do Anexo II da DN TCU n.º 108/2010.

2.18 Ocorrência(s) com dano ou prejuízo:

Entre as análises realizadas pela equipe, não foi constatada ocorrência de dano ao erário.

3. Conclusão

Eventuais questões formais que não tenham causado prejuízo ao erário, quando identificadas, foramdevidamente tratadas por Nota de Auditoria e as providências corretivas a serem adotadas, quando for ocaso, serão incluídas no Plano de Providências Permanente ajustado com a UJ e monitorado pelo

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Controle Interno. Tendo sido abordados os pontos requeridos pela legislação aplicável, submetemos opresente relatório à consideração superior, de modo a possibilitar a emissão do competente Certificadode Auditoria.

Rio de Janeiro/RJ, 14 de agosto de 2012.

Relatório supervisionado e aprovado por:

_____________________________________________________________Chefe da Controladoria Regional da União no Estado do Rio De Janeiro

Achados da Auditoria - nº 201203811

Unidade Auditada: CENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S/AExercício: 2011Processo: 00218.000940/2012-03Município - UF: Rio de Janeiro - RJUCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

1. CONTROLES DA GESTÃO

1.1. Subárea - CONTROLES INTERNOS

1.1.1. Assunto - AVALIAÇÃO DOS CONTROLES INTERNOS

1.1.1.1. Informação

Avaliação sobre o funcionamento do sistema de controle interno das Centrais Elétricas Brasileiras- ELETROBRAS.

Trata-se da avaliação sobre o funcionamento do sistema de controle interno das Centrais ElétricasBrasileiras - ELETROBRAS (holding), nos termos da Decisão Normativa TCU n.º 110/2010.

Foram objeto desta avaliação os aspectos inerentes ao ambiente de controle, à avaliação de risco, àinformação e comunicação e ao monitoramento.

Tendo em vista que os Fundos Setoriais administrados pela ELETROBRAS não dispõem de estruturaadministrativa específica, utilizando-se da estrutura de seu administrador, a avaliação específica dofuncionamento de seus sistemas de controle interno nos termos propostos pelo Tribunal de Contas da

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União insere-se no âmbito da própria ELETROBRAS.

Norteamo-nos pelas orientações constantes da obra Sumário Executivo e Estrutura e Gerenciamento deRiscos na Empresa - Estrutura Integrada: Técnicas de Aplicação(2007)- elaborado pelo Committee ofSponsoring Organizations of the Treadway Commission(COSO), pelos princípios trazidos pelo Códigodas Melhores Práticas de Governança Corporativa (2004), elaborado pelo Instituto Brasileiro deGovernança Corporativa e pela Lei estadunidense Sarbanes-Oxley - SOX(2002).

São base da nossa análise o Relatório de Administração (2011), o Programa de Ações Estratégicas(PAE2009-2012) e o Plano Estratégico do Sistema ELETROBRAS (2010-2020).

a) Ambiente de Controle.

Segundo consta de seu sítio eletrônico oficial, posição julho de 2012:

"A Eletrobras é administrada por seis diretorias: Presidência, Diretoria de Administração,Diretoria de Geração, Diretoria de Transmissão, Diretoria de Distribuição e DiretoriaFinanceira e de Relações com Investidores. Seu Conselho de Administração possui noveintegrantes e o Conselho Fiscal é composto atualmente por cinco titulares e igual número desuplentes. Com o objetivo de atender às exigências da lei americana Sarbanes-Oxley (SOX),uma vez que a empresa possui ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque, oConselho Fiscal foi adaptado, passando a contar com um especialista financeiro entre seusmembros, exercendo a função de Comitê de Auditoria. A Eletrobras tem, ainda, umConselho Consultivo, integrado por sete representantes, reconhecidos por sua experiênciana alta administração do setor elétrico brasileiro.”

Além das Diretorias de Administração e Financeira, destinadas à administração das atividades –meio,para cada área de negócio da ELETROBRAS, seja ela geração, transmissão ou distribuição, existe umadiretoria correspondente.

Os Conselhos Fiscal e de Administração têm suas composições, requisitos e competências previstas emregimentos internos específicos.

Em 25/06/2009, no âmbito da 2.287ª Reunião de Diretoria Executiva, foi emitida a Resolução n.º550/2009, que resolveu criar o Departamento de Gestão de Riscos e Conformidade de Controles - PGA,com a finalidade de "administrar a consolidação de informações para a alta administração sobre sua

exposição a riscos, bem como garantir o ambiente de controles internos em conformidade com os

aspectos regulatórios externos da ELETROBRAS".

Cumpre ressaltar que, para atender às exigências da SOX, a ELETROBRAS, sob a coordenação doPGA, deu início aos trabalhos de mapeamento de processos e controles. Foram mapeados, para as 14empresas integrantes do Sistema ELETROBRAS, 3.200 controles e 255 processos.

No que se refere aos valores éticos institucionais, identificamos que a empresa possui código de ética ede conduta profissional.

Segundo informações prestadas pelo Ouvidor Geral da ELETROBRAS, cabe à Comissão de Ética daELETROBRAS, dentre outras atividades, promover a divulgação dos referidos códigos. Informou,também, que tais documentos foram entregues a todos os funcionários da empresa e que continua a serentregue aos novos funcionários durante a fase de ambientação.

Evidenciamos que os códigos de ética e conduta profissional estão disponíveis no site da empresa.

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Verificamos, ainda, quando da análise dos contratos pactuados pela ELETROBRAS, a existência decláusulas que obrigam aos contratados conhecê-los.

No exercício 2010, foi elaborado o Plano de Gestão Integrada de Pessoas do Sistema.

No que se refere ao desenvolvimento de seu pessoal, destacamos a Universidade Corporativa do SistemaELETROBRAS (Unise), responsável por promover o aprimoramento de seus colaboradores. Entre asrealizações da UNISE, merecem destaque os cursos sobre cultura e ética, relacionamento com aimprensa, licitações e história da ELETROBRAS.

Em março de 2010, foi lançado o Plano Estratégico do Sistema ELETROBRAS, que delineia asPremissas corporativas e sua formulação estratégica. Tal documento faz parte da Transformação doSistema ELETROBRAS, que busca reposicionar a empresa no mercado mundial de energia.

b) Avaliação de Risco.

A Divisão de Gestão de Riscos Corporativos - PGAR, vinculada ao PGA, conforme a Resolução n.º550/2009, possui como atribuição "a identificação e a avaliação dos riscos corporativos".

A ELETROBRAS define, periodicamente, seu Programa de Ações Estratégicas, onde ficam mensuradosseus objetivos, fatores críticos e metas.

O Programa de Ações Estratégicas (PAE 2009-2012) está estruturado segundo os seguintes parâmetros:a) Governança Corporativa; b) Investimentos; c) Internacionalização; d) Gestão Corporativa; e) Gestãode pessoas; e f) Imagem da empresa.

No item governança corporativa, traçou-se o objetivo de melhorar o atendimento aos requisitos desustentabilidade do sistema ELETROBRAS.

Em relação à gestão corporativa, foi eleito como objetivo o alinhamento e a otimização dos processos;merecendo destaque as seguintes metas: a) Obter da certificação SOX; e b) Implementar a gestão deriscos integrada.

Merece destaque a criação da Política de Gestão de Riscos das Empresas ELETROBRAS, aprovadapela Deliberação nº 059/2011, que tem como objetivo “estabelecer princípios, diretrizes e

responsabilidades da gestão de riscos das empresas Eletrobras, bem como orientar os processos de

identificação, avaliação, tratamento, monitoramento e comunicação dos riscos inerentes às atividades,

incorporando a visão de riscos à tomada de decisões estratégicas, em conformidade com as melhores

práticas de mercado".

A auditada destacou como principais marcos da política de gestão de riscos no exercício sob exame: a“criação do Macroprocesso de Riscos e Controles Internos nas empresas Eletrobras de distribuição,

definindo a estrutura operacional nessas empresas. A ação foi necessária à incorporação das mesmas

ao processo de gestão integrada de riscos (iniciada em maio de 2012)”, a “criação da área de riscos e

controles internos em Furnas e a contratação de empresa de consultoria para a implementação da

gestão integrada de riscos na Itapu Binacional” e a “realização de eventos de capacitação, através da

Universidade Corporativa (UNISE), para as áreas de riscos e proprietários dos riscos priorizados,

abrangendo holding e empresas de G+T”.

c) Informação e Comunicação.

A Ouvidoria é um importante canal de comunicação e informação na ELETROBRAS. Segundo consta

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do sítio eletrônico da Empresa, ela é responsável por receber as solicitações dos manifestantes, enviarpara as áreas responsáveis (níveis gerenciais), solicitar resposta das áreas envolvidas e encaminhar aresposta ao manifestante. O atendimento encontra-se informatizado mediante o SOU – Sistema deGestão da Ouvidoria.

Está disponível, no sítio eletrônico da entidade, um canal para encaminhamento de manifestações, sejamelas denúncias, elogios, solicitações e sugestões, com a possibilidade de anonimato para quem o desejar.Há, ainda, na Internet, espaço para acompanhar o andamento da manifestação.

No quesito "comunicação", devemos ressaltar a Política de Comunicação Integrada do Sistema, que temcomo objetivo a promoção da comunicação integrada entre as empresas ELETROBRAS e dessas comseus públicos de relacionamento, de forma alinhada, coordenada, sinérgica, tendo como base asdiretrizes do Planejamento Estratégico e do Código de Ética, visando ampliar a percepção da marca dasempresas ELETROBRAS e a reputação corporativa.

Merece destaque, ainda, o conteúdo da intranet da empresa, que conta com informações acerca dalegislação vigente, bem como dos normativos internos.

d) Monitoramento.

O monitoramento do funcionamento do sistema de controle da ELETROBRAS fica a cargo da Divisãode Gestão do Ambiente de Controles Internos - PGAC, vinculada ao PGA. A Resolução n.º 550/2009atribui à referida divisão a fiscalização do “cumprimento dos planos de ação decorrentes de

oportunidades de melhorias referentes a não-conformidades no ambiente de controles internos".

A existência de uma área específica para o monitoramento do processo garante a independêncianecessária ao seu bom andamento.

Merecem destaque os trabalhos realizados para atender às exigências da Lei Sarbanes-Oxley, que trazempara a empresa a cultura de que o processo de controle deve ser contínuo e dinâmico, do planejamentoao monitoramento, possibilitando a rápida correção de possíveis falhas.

Outro importante ator no processo de monitoramento é a unidade de Auditoria Interna daELETROBRAS, que, rotineiramente, aplica testes nos controles implementados.

A auditoria interna da holding, com auxílio de consultoria externa, aplicou, no exercício 2011, testes daadministração nos controles internos das seguintes empresas do grupo: Eletrobras Holding, EletrobrasFurnas, Eletrobras Chesf, Eletrobras Eletronorte, Eletrobras Eletrosul, Eletrobras Eletronuclear,Eletrobras Amazonas Energia e Itaipu Binacional, selecionadas devido a sua representatividade. Dos1443 controles testados, 446 foram considerados ineficazes.

Quadro – Controles Testados x Controles Ineficazes por Empresa

Empresa

Total de ControlesPrioritários

Testados

ControlesPrioritáriosIneficazes

% de ControlesPrioritários Ineficazes

Eletrobras Holding 182 51 28%

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Empresa

Total de ControlesPrioritários

Testados

ControlesPrioritáriosIneficazes

% de ControlesPrioritários Ineficazes

CHESF 218 42 19%

Eletronorte 275 95 35%

Eletronuclear 159 41 26%

Eletrosul 122 12 10%

Furnas 226 114 50%

Itaipu Binacional 125 27 22%

Amazonas Energia 136 64 47%

TOTAL 1443 446 31%

Fonte: Relatório Final – Testes da Administração dos controles internos.

Foi identificado que as fraquezas materiais reportadas no relatório 20- F de 20/10/2011, referente aoexercício 2010, se mantiveram no exercício 2011, o que reflete a incapacidade das empresasELETROBRAS em mitigar os riscos identificados. Foram 20 as potenciais fraquezas materiaisidentificadas pelas auditorias internas, dentre as quais oito já haviam sido apontadas no exercício 2010pela auditoria externa.

Por sua vez a entidade certificadora – auditoria externa, identificou no exercício sob exame novefraquezas materiais, das quais oito permanecem por três exercícios.

Quadro – Fraquezas materiais (Material Weakness – MW)

Descrição do Issue Observação 2009 2010 2011

Ambiente de Controle Incluindo segregação de funções / acessos x x x

Lançamentos Manuais Totalidade, exatidão e aprovação x x x

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Descrição do Issue Observação 2009 2010 2011

Contingências Totalidade e exatidão dos processos

contabilizados; atualização dos registros;

exatidão dos registros

x x x

Imobilizado Totalidade de adições; Exatidão da

depreciação

x x x

Previdência Complementar Ausência de Controles x x x

Conta de Consumo de

Combustível – CCC

Exatidão na apuração da parcela não

reembolsável pela ANEEL

- - x

Receita Operacional Ausência de Controles x x x

Materiais / Pagamentos Exatidão no cadastro de fornecedores,

bens, vencedores das licitações;

Aprovação(alçadas diferentes da

previstas em instruções normativas);

Pagamentos: Totalidade, exatidão e

aprovação

x x x

USGAAP / IFRS 2009 – USGAAP; 2010 e 2011 - IFRS x x x

Fonte: Apresentação realizada na 383ª Reunião do Conselho Fiscal – Certificação SOX 2011 PWC.(adaptado)

Em relação à persistência das fraquezas apontadas tanto nos testes da administração quanto nostrabalhos realizados pela entidade certificadora, a holding informou que, apesar de não ter eliminado asfraquezas apontadas, houve um fortalecimento qualitativo na evolução de cada item e apresentou asmedidas adotadas para mitigar os riscos, dentre as quais destacamos: 1- a determinação da administraçãopara que as empresas elaborassem uma matriz de segregação de função para os seus processos denegócios; 2- implantação de controles automáticos nos sistemas de gestão das empresas Eletrobras, nosentido de garantir a validações de todos os lançamentos manuais e que todos sejam revisados eaprovados pelos chefes das áreas de contabilidade das empresas Eletrobras; 3- reestruturação das áreasjurídicas das empresas Eletrobras Holding e Eletrobras Furnas; 4- realização de estudos no sentido deconstruir um processo de validação dos números encaminhados pelo Operador Nacional do SistemaElétrico - ONS para a apropriação e faturamentos das empresas de transmissão da Eletrobras.

Em relação à CCC, a holding informou que:

“as empresas Eletrobras estão elaborando um plano de ação para remediação desta fraquezamaterial no CCC – Conta de Consumo Combustível. Através do projeto de melhoria na

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apuração dos valores identificados de reembolso de subvenção da CCC que se encontra emfase de conclusão dos estudos. Uma das iniciativas será a licitação para aquisição docombustível como a responsabilização do contratante em todas as etapas do fornecimento,desde a retirada do combustível na distribuidora, passando pelo armazenamento, pelotransporte até a entrada do combustível na máquina geradora de energia, sendo assimmediremos apenas o combustível consumido por esta máquina geradora, evitando possíveiserros na apuração dos valores consumidos por estas máquinas. Estão sendo realizadasnegociações junto a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL para que encontremosuma solução definitiva para as questões de divergências dos valores apurados no consumodo combustível em relação aos liberados para o reembolso da CCC pela ANEEL”.

e) Controles internos na área de Licitações e Contratos

A Divisão de Licitações e Contratações - DACL é uma gerência subordinada ao Departamento deContratações – DAC e, que, conforme o Manual de Organização da Eletrobras, tem por finalidade“realizar todo o processo administrativo de contratação de bens, materiais, obras e serviços nas

modalidades previstas em lei, exceto dispensa de licitação por valor, além do cadastro de fornecedores

e realizar processos de leilão de bens patrimoniais”.

A Empresa afirmou que segue os procedimentos e rotinas estabelecidos nas diversas instruçõesnormativas que regulam os procedimentos licitatórios e que utiliza “check-lists” com os principaiseventos e documentos necessários para a instrumentalização do processo. O acompanhamento de prazosé realizado no âmbito do sistema SAP.

Segundo a Empresa, as contratações consideradas críticas são gerenciadas “caso a caso, na medida em

que as áreas requisitantes apresentam suas demandas” e que “a criticidade pode se manifestar pela

necessidade de agilizar o encaminhamento do processo ou por pontos de atenção na conformidade do

edital e do contrato com o Projeto Básico ou Termo de Referência ou, ainda, por outras questões

específicas".

O acompanhamento das alterações na legislação pertinente é feito pela Procuradoria Jurídica daEmpresa – PJ.P, principalmente segundo a área,, por intermédio de informes do sítio eletrônicocomprasnet e do acesso ao sítio de consultoria especializada na área de licitações e contratos, ondeconstam as atualizações legais pertinentes.

Vale lembrar que examinamos alguns processos de licitação conduzidos pela Estatal nos quaisidentificamos a discriminação dos valores orçados com base em pesquisa ao mercado, confirmando quea Empresa adota rotinas para realização de análise de mercado abrangente, em especial quanto aospreços praticados e amplitude de fornecedores. Tal verificação se coaduna com a informação prestadapela ELETROBRAS que informou que é realizada:

“pesquisa de preços antes do início de cada contratação feita pela área requisitante e háuma comparação da mesma com o preço praticado durante o processo licitatório. Para as dispensas e inexigibilidade são feitas pesquisas específicas para cada tipo, conformemodalidade. Além de consultas a atas de registros de preços no sistema SIASG.”

No que tange às segregações de funções, a Empresa afirmou que a realização do procedimentolicitatório, da gestão dos contratos e da fiscalização de sua execução são feitas por setores distintos;informou, ainda, que “não tem Comissão Permanente de Licitação, a cada processo é constituída uma

Comissão de licitação” e que “não há impedimento expresso para que a área requisitante indique para

uma Comissão de Licitação, a mesma pessoa que, posteriormente, venha a ser fiscal do contrato".

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Quanto à existência de política de planejamento, de forma a evitar a realização de diferentes processoslicitatórios, em datas próximas, para aquisição de produtos ou contratação de serviços/obras similares emmodalidade inferior ao valor total das necessidades, a Empresa informou que a existência de um únicodepartamento para contratação facilita a administração de processos e que, para alguns produtos, oplanejamento é localizado, como é o caso dos equipamentos de tecnologia da informação, administradospelo DAI.

Por fim, com base nas informações prestadas e na análise de amostra de processos, podemos inferir queas atividades de controle adotadas nas áreas de Licitações foram realizadas de forma a garantir aregularidade dos processos licitatórios realizados pela Empresa.

f) Controles internos na gestão dos Fundos Setoriais

A administração dos fundos setoriais é a principal atividade executada pela ELETROBRAS no exercícioda função governo, motivo pelo tecemos alguns comentários acerca dos controles internos em suagestão.

A concessão de financiamentos/subvenções com recursos da RGR e da CDE, devido a suamultidisciplinariedade, envolve todas as diretorias da holding.

Identificamos como atividades-chave na aplicação dos recursos dos mencionados fundos as etapas de 1-recepção do projeto, 2- priorização de projetos, 3- análise e aprovação do projeto(técnico-orçamentária),4- análise e aprovação do projeto (econômico-financeira), 5- formalização do instrumento contratual, 6-liberação dos recursos e 7- Fiscalização da execução do projeto.

A empresa informou que, à exceção dos projetos referentes ao Procel e ao Programa Luz para todos, arecepção dos projetos é realizada pela Diretoria Financeira; informou, ainda, que a priorização dosprojetos atende aos ditames legais, que estabelecem destinações específicas.

Baseado nos contratos analisados, entendemos que os projetos atenderam às finalidades impostas pelosnormativos que regulamentam a CDE e a RGR, em especial no que se refere ao enquadramento dosprojetos nas hipóteses previstas em lei, bem como nas linhas de crédito previamente aprovadas peloConselho de Administração.

A análise das questões técnicas fica a cargo dos departamentos especializados em cada negócioenvolvido, a exemplo do Departamento de Engenharia e Meio Ambiente de Transmissão – TEA, doDepartamento de Engenharia de Distribuição – EPD e do Departamento de Engenharia e Gestão deObras de Geração – EGG.

Evidenciamos a existência de manuais que são atualizados periodicamente e que norteiam as análisestécnicas-orçamentárias dos pedidos de financiamento, impondo critérios objetivos de análise e condiçõesmínimas a serem observadas nos projetos, no tocante ao desenho de metas, orçamento, cronogramas ecritérios técnicos.

A avaliação orçamentária fica a cargo do Departamento de Planejamento Orçamentário – DFO e afinanceira do Departamento de Administração de Investimentos – DFI.

O Departamento Jurídico Empresarial – PJE é o responsável pela formalização do instrumentocontratual.

Ressalta-se que, em dezembro de 2011, a ELETROBRAS aprovou em seu Conselho de Administração aatualização das Condições Gerais dos Contratos de Financiamento (CGCF), que norteará a confecção

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dos instrumentos contratuais.

Observamos que, regra geral, os contratos de financiamento analisados são padronizados e aderem aosnormativos vigentes, em especial no que se refere às cláusulas referentes aos juros, taxa deadministração, carência, amortização, reajuste, comissão de reserva de crédito, juros de mora e multa;entretanto, identificamos alguns casos em que foi dado tratamento diferenciado a algumas empresas.

Ressalte-se que, somente após a aprovação do Conselho de Administração, é firmado contrato com asempresas financiadas, cujas cláusulas são norteadas pelas Resoluções de Diretoria Executiva nº.s610/1999, 389/2001, 202/2004, 710/2005, 1070/2006 e 327/2010.

Ao Departamento de Gestão de Capital de Giro – DFG compete a liberação dos recursos.

A fiscalização da execução dos projetos é realizada pelos departamentos de engenharia especializadosno negócio envolvido.

Verificamos, mediante análise dos relatórios de inspeção, que o procedimento de fiscalização daaplicação dos recursos oriundos dos fundos setoriais seguiram as orientações constantes do Manual deProcedimentos Supervisão Procel Reluz e do Manual de Cadastro e Inspeção de Obras, com a realizaçãode visitas in loco, registros fotográficos da supervisão, realização de reunião com os concessionários eavaliação do atendimento às metas e aos cronogramas previamente traçados.

g) Controles internos nos negócios Geração e Transmissão

A auditada deu início, no exercício 2011 ao mapeamento de seus Macroprocessos de negócio e informouque “encontra-se na etapa de validação de modelos preliminares, no que diz respeito aos processos de

geração, comercialização e transmissão de energia elétrica”.

A Diretoria de Geração - DG tem, segundo o manual de organização, a finalidade de “liderar a

expansão dos negócios de geração, bem como avaliar permanentemente a continuidade e a segurança

do sistema de geração de energia elétrica das empresas Eletrobras".

São subordinadas à DG as seguintes áreas:

- Superintendência de Geração – EG;

- Superintendência de Comercialização – EC;

- Superintendência de Engenharia de Distribuição e de Programas Setoriais - EP.

Nota-se que o negócio comercialização de energia elétrica é coordenado pela DG, por intermédio da EG.

Merece destaque o fato de que a Eletrobras Cepel, centro de pesquisas em energia elétrica, estávinculado à Diretoria de Geração.

A Diretoria de Transmissão - DT tem, segundo o manual de organização, a finalidade de “liderar aexpansão do negócio transmissão, bem como avaliar permanentemente a continuidade e a segurança dosistema de transmissão de energia elétrica das empresas Eletrobras”.

São subordinadas à DT as seguintes áreas:

- Assessoria de Coordenação Geral da DT - DTA;

- Departamento de Desenvolvimento de Eficiência Energética - DTD;

41 de 75

- Departamento de Projetos de Eficiência Energética - DTP; e

- Superintendência de Transmissão - ET.

2. GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

2.1. Subárea - REMUNERAÇÃO, BENEFÍCIOS E VANTAGENS

2.1.1. Assunto - CONSISTÊNCIA DOS REGISTROS

2.1.1.1. Constatação

Reincidência no pagamento de hora extra com habitualidade e descumprimento, de forma sistemática, do limite legal de duas horas suplementares fixado pelo art. 59 do DECRETO-LEI n.º5.452 - CLT, resultando no pagamento do montante de R$ 1,0 milhão a 39 empregados, pela nãoimplementação de recomendação da CGU para saneamento da falha apontada em exercíciosanteriores.

Por ocasião dos trabalhos de auditoria de contas da empresa em 2010, observamos a ocorrência depagamentos de horas extras habituais a 26 empregados, contrariando regramento do artigo 59 daConsolidação das Leis do Trabalho – CLT. Naquele ano, foi pago, aos 26 empregados, o valor de RS904,5 mil pela realização de 22,8 mil horas extras.

Apesar das recomendações no sentido de promover a restrição das horas extras, a situação se repetiu em2011, aumentando para 39 o número de funcionários que receberam o adicional com habitualidade, novalor total de R$ 1.002.961,09 (um milhão, dois mil, novecentos e sessenta e um reais e nove centavos).Tal montante representou 50% do total de despesas com o pagamento da rubrica no exercício.

Abaixo, a relação de funcionários, com a quantidade de horas extras acima de 44 horas mensais ecorrespondentes valores recebidos:

Quadro - Horas Extras acima de 44 horas mensais.

Matr Dados jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

10769valor

HE0,00 0,00 0,00 0,00 11231,13 7743,03 0,00 0,00 5604,62 0,00 0,00 0,00

qtd HE 0,00 0,00 0,00 0,00 89,21 68,43 0,00 0,00 44,21 0,00 0,00 0,00

42 de 75

Matr Dados jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

14340valor

HE3112,73 4333,41 0,00 3295,68 5554,08 4127,79 4259,14 5102,68 3900,42 4420,21 4485,47 4976,92

qtd HE 51,00 72,00 0,00 55,00 93,00 70,08 70,17 79,00 60,00 68,00 69,00 75,26

15016valor

HE4584,71 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4883,17 4956,42

qtd HE 55,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 55,00 55,00

16139valor

HE0,00 4412,88 3206,49 3240,88 3923,62 4465,15 3818,16 5379,49 4391,99 0,00 3595,44 4369,13

qtd HE 0,00 66,10 48,05 48,36 58,50 66,57 57,15 75,44 61,50 0,00 50,37 60,36

19836valor

HE3243,72 4368,81 4633,70 0,00 5045,14 4651,44 3989,22 4961,05 4973,16 5705,24 5713,54 5735,30

qtd HE 49,00 66,00 70,00 0,00 76,13 70,16 60,16 70,22 70,32 80,19 80,26 79,33

20156valor

HE2864,34 2884,75 2801,45 0,00 0,00 0,00 2761,88 3130,22 3072,56 0,00 3826,29 3089,38

qtd HE 47,17 47,28 46,04 0,00 0,00 0,00 45,51 48,40 47,18 0,00 58,51 47,00

20289valor

HE3173,26 4027,42 3337,91 3215,27 5063,61 4439,28 3911,53 5317,15 0,00 4888,24 5843,26 6043,15

qtd HE 45,11 57,21 47,32 45,47 72,06 63,13 55,42 71,05 0,00 65,21 78,07 79,36

20305valor

HE0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3183,10 0,00 0,00 3811,25 0,00 0,00 0,00

qtd HE 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 52,29 0,00 0,00 57,38 0,00 0,00 0,00

43 de 75

Matr Dados jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

21956valor

HE0,00 4632,92 6049,64 6878,34 6784,04 6086,77 6148,07 7387,01 0,00 6496,35 7900,49 7303,18

qtd HE 0,00 57,20 70,34 80,14 79,08 71,00 71,43 80,54 0,00 70,37 85,53 78,13

22012valor

HE3080,36 3579,14 3042,56 3120,11 4610,61 4113,77 4150,41 3731,64 3334,00 4764,12 5201,94 4777,01

qtd HE 54,21 63,09 53,41 55,03 81,21 72,35 73,14 61,49 54,49 78,20 85,32 77,23

23598valor

HE0,00 0,00 0,00 0,00 12176,78 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

qtd HE 0,00 0,00 0,00 0,00 96,80 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

25437valor

HE4422,27 5068,34 4700,37 5824,51 6015,18 4935,31 4271,32 5860,66 5657,24 5235,59 5923,23 6332,94

qtd HE 68,50 78,19 72,38 91,83 92,57 75,41 65,30 86,23 86,27 75,23 85,17 89,50

27235valor

HE0,00 0,00 2539,96 0,00 0,00 0,00 0,00 2511,10 0,00 2583,79 2620,53 2672,54

qtd HE 0,00 0,00 47,58 0,00 0,00 0,00 0,00 44,27 0,00 45,01 45,42 45,54

27771valor

HE0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3524,14 4651,32 5215,62 4858,19

qtd HE 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 50,58 67,16 75,26 69,15

28373valor

HE3942,04 5639,43 5039,85 4837,11 4247,78 5881,53 5217,25 4999,25 5006,14 5317,98 5667,16 5890,90

qtd HE 51,10 73,59 67,16 62,41 55,10 76,30 66,85 59,51 60,26 64,40 67,51 69,29

44 de 75

Matr Dados jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

28621valor

HE0,00 2973,04 0,00 0,00 3234,52 0,00 2834,87 0,00 0,00 3166,44 4084,86 4496,81

qtd HE 0,00 47,46 0,00 0,00 51,58 0,00 45,11 0,00 0,00 47,23 61,08 66,18

32102valor

HE2815,93 3465,39 0,00 2635,56 4203,48 3739,04 3630,73 4325,66 3544,84 4031,31 4857,27 4951,43

qtd HE 50,14 61,49 0,00 47,01 74,59 66,42 64,46 72,27 59,22 67,31 81,21 81,03

32144valor

HE3659,53 3824,19 0,00 3454,10 4280,14 3635,62 3651,37 5396,32 0,00 0,00 3875,71 3926,74

qtd HE 46,18 48,23 0,00 44,12 54,09 46,00 47,12 65,06 0,00 0,00 45,41 45,36

32227valor

HE0,00 0,00 0,00 4721,38 4569,00 2410,84 3767,33 4912,68 0,00 0,00 0,00 4794,90

qtd HE 0,00 0,00 0,00 58,25 55,31 47,09 57,32 0,00 0,00 0,00 55,34

34165valor

HE3153,01 2639,72 0,00 2653,30 3174,46 0,00 0,00 3247,25 0,00 0,00 2853,43 2795,32

qtd HE 59,15 48,25 0,00 50,02 58,46 0,00 0,00 55,45 0,00 0,00 49,48 47,24

34728valor

HE3353,00 0,00 3859,32 3970,13 5897,65 3733,11 4576,21 4167,30 3770,79 3593,47 0,00 0,00

qtd HE 65,89 0,00 74,14 76,52 118,62 73,64 91,70 74,39 68,65 64,92 0,00 0,00

34918valor

HE2288,48 0,00 2285,87 2412,79 2595,32 2810,18 2763,69 2567,04 2666,10 2983,65 3612,05 3566,06

qtd HE 48,06 0,00 48,03 50,43 54,33 58,35 57,37 50,15 52,11 58,24 70,42 68,46

45 de 75

Matr Dados jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

36806valor

HE2801,65 3502,87 3190,68 4037,52 4696,51 3838,38 3450,05 4549,03 3589,98 0,00 4107,09 5225,46

qtd HE 47,53 59,52 55,32 70,30 82,16 66,06 58,29 72,24 57,08 0,00 65,22 82,26

37135valor

HE0,00 4024,84 4243,10 3218,46 5095,17 4420,32 4389,31 5205,42 0,00 4861,86 5776,34 6011,94

qtd HE 0,00 59,20 62,33 47,27 75,07 65,10 64,11 71,28 0,00 66,45 79,18 81,19

37556valor

HE0,00 0,00 2463,72 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

qtd HE 0,00 0,00 52,16 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

40030valor

HE0,00 0,00 0,00 3299,92 2785,55 0,00 0,00 0,00 2484,36 0,00 3249,74 2685,85

qtd HE 0,00 0,00 0,00 64,49 57,35 0,00 0,00 0,00 46,84 0,00 59,54 47,54

40048valor

HE0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2232,84 0,00 0,00 2791,59

qtd HE 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 46,00 0,00 0,00 51,30

42960valor

HE0,00 0,00 0,00 2792,24 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

qtd HE 0,00 0,00 0,00 48,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

43323valor

HE5144,56 4962,02 4966,05 4217,98 5053,15 4915,87 4491,95 3975,92 0,00 0,00 4272,78 4826,45

qtd HE 61,77 59,09 59,12 50,17 60,14 58,36 53,33 44,30 0,00 0,00 47,23 52,44

46 de 75

Matr Dados jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

48595valor

HE0,00 0,00 0,00 0,00 5483,58 4083,34 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

qtd HE 0,00 0,00 0,00 0,00 110,83 87,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

49510valor

HE0,00 0,00 0,00 0,00 3831,54 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

qtd HE 0,00 0,00 0,00 0,00 71,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

49742valor

HE0,00 0,00 0,00 0,00 5107,54 3150,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

qtd HE 0,00 0,00 0,00 0,00 104,26 69,59 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

51094valor

HE0,00 0,00 0,00 0,00 2688,75 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

qtd HE 0,00 0,00 0,00 0,00 62,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

52100valor

HE0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2067,90 0,00

qtd HE 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 54,00 0,00

52548valor

HE0,00 0,00 0,00 0,00 4279,27 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

qtd HE 0,00 0,00 0,00 0,00 91,21 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

53793valor

HE0,00 3036,56 3036,56 3518,55 4064,77 3108,73 2786,63 3543,36 3583,59 3441,23 3883,66 3492,86

qtd HE 0,00 56,55 56,55 66,27 76,11 57,44 51,45 61,47 62,29 60,00 67,43 60,00

47 de 75

Matr Dados jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

54668valor

HE0,00 0,00 0,00 0,00 2159,38 3211,97 2267,58 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

qtd HE 0,00 0,00 0,00 0,00 50,46 70,98 45,57 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

58057valor

HE0,00 0,00 0,00 0,00 2872,58 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

qtd HE 0,00 0,00 0,00 0,00 69,66 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

59485valor

HE0,00 0,00 0,00 0,00 2543,78 2559,62 0,00 0,00 1909,92 0,00 0,00 0,00

qtd HE 0,00 0,00 0,00 0,00 63,72 69,78 0,00 0,00 45,90 0,00 0,00 0,00

Total

valor

HE51639,59 67375,73 59397,23 71343,83 143268,11 95244,30 77136,70 90270,23 67057,94 66140,80 103516,97 110570,47

qtd HE 799,81 1020,45 929,93 1111,39 2234,66 1474,45 1190,73 1300,08 1030,28 977,92 1515,62 1563,49

Fonte: Análises realizadas

Causa:

O Diretor de Administração, conforme Manual de Organização da Empresa, aprovado pela Resoluçãon.º1162/2006, de 21/11/2006, tem como função coordenar as atividades referentes a suprimentos eadministração geral, desenvolvimento e gestão de pessoas, informática, organização e documentação eresponsabilidade social.

A situação em apreço vem sendo apontada há diversos exercícios sem que o Diretor de Administraçãoadote as medidas administrativas necessárias à implementação da recomendação exarada pela CGU,havendo inadequação dos mecanismos de gerenciamento e controle utilizados para promover a restriçãoda realização de horas extras no âmbito da ELETROBRAS.

Dentre as circunstâncias, a alternativa mais adequada seria a efetiva ação da Diretoria de Administração,de modo a atender à recomendação da CGU de que fossem utilizados mecanismos de gerenciamento econtrole para promover a restrição da realização de horas extras no âmbito da ELETROBRAS.

Não foram apresentadas evidências de que as horas extras habituais tenham sido praticadas para atendersituação emergencial no resguardo da integridade do patrimônio público ou de pessoas.

48 de 75

A omissão mostra-se contrária aos princípios da efetividade e da eficiência da Administração Pública,não havendo, entretanto, indícios de que se procurou atender interesses próprios ou de terceiros.Destaque-se que tal fato foi objeto de ressalva à gestão dos exercícios 2007, 2008 e 2010.

Manifestação da Unidade Examinada:

Instada a se manifestar, a ELETROBRAS, por meio de sua Divisão de Administração. de Pagamento dePessoal – DAGP, apresentou a seguinte tabela, em resposta à SA 201203811/009:

Matrícula Motivo do pagamento

10769 Encerramento contábil visando a elaboração das Demonstrações Consolidadas do Sistema Eletrobrás

14340Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

15016 Manutenção de computadores e redes prediais

16139Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

19836Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

20156 Manutenção de computadores e redes prediais

20289Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

20305 Atividades inerentes à implantação do projeto SAP

21956Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

22012Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

23598 Encerramento contábil visando a elaboração das Demonstrações Consolidadas do Sistema Eletobrás

25437Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

27235 Manutenção de computadores e redes prediais

27771Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

28373 Manutenção de computadores e redes prediais

28621Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

32102Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

32144 Manutenção de computadores e redes prediais

32227 Manutenção de computadores e redes prediais

34165 Manutenção de computadores e redes prediais

34728Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

49 de 75

Matrícula Motivo do pagamento

34918Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

36806Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

37135Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

37556Não houve pagamento de horas extras superiores às duas diárias. Houve pagamento de horas extras de

vários meses.

40030Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

40048 Motorista da Diretoria do escritório de Brasilília

42960 Encerramento contábil visando a elaboração das Demonstrações Consolidadas do Sistema Eletobrás

43323 Manutenção de computadores e redes prediais

48595 Encerramento contábil visando a elaboração das Demonstrações Consolidadas do Sistema Eletobrás

49510 Encerramento contábil visando a elaboração das Demonstrações Consolidadas do Sistema Eletobrás

49742 Encerramento contábil visando a elaboração das Demonstrações Consolidadas do Sistema Eletobrás

51094 Hora de Percurso In Itinere conf. Solicitação Eletronorte

52100Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

52548 Encerramento contábil visando a elaboração das Demonstrações Consolidadas do Sistema Eletobrás

53793Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se necessário apenas

nos finais de semana.

54668 Encerramento contábil visando a elaboração das Demonstrações Consolidadas do Sistema Eletobrás

58057 Encerramento contábil visando a elaboração das Demonstrações Consolidadas do Sistema Eletobrás

59485 Encerramento contábil visando a elaboração das Demonstrações Consolidadas do Sistema Eletobrás

Quando da reunião de busca conjunta de soluções foi apresentada a seguinte documentação:

E-mail encaminhado pelo Chefe do Departamento de Administração, cujo conteúdo, pela pertinência aoescopo do presente relatório, transcrevemos a seguir:

"O DAA e suas Unidades, atende a toda a demanda de solicitações de serviços deconservação e limpeza, manutenção predial, movimentação patrimonial e demais serviçosde apoio criadas através do Sistema SAP (INTRANET).

Esses serviços são processados e posteriormente operacionalizados junto as empresascontratadas.

Contudo, frequentemente, fora do expediente normal da empresa, (principalmente emfinais de semana e feriados), o DAA e suas Unidades utiliza os colaboradores das empresascontratadas nas diversas demandas solicitadas pelos usuários através de SMP (Serviço deManutenção Predial), além de eventuais contratações, para realização de outros serviçospontuais.

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As demandas, tais quais, instalações diversas (Redes estruturadas de voz e dados, Sistemasde refrigeração, elétricas), colocação de vidros em divisórias, modificações de leiaute,limpeza de caixas de gordura, reforma de casa de bombas, reforma de torres de refrigeração,revisão de sistemas de refrigeração tipo cassete, reaperto dos QDL's, teste de gerador doCPD, movimentação de bens patrimoniais, etc, ocorrem fora do expediente normal. Nessesentido, faz-se necessário manter empregados em regime de horas extras, para acompanhare supervisionar os serviços executados.

São realizados, ainda, por 02 (duas) equipes noturnas (na escala 12 x 36 hs), serviços demanutenção preventiva de refrigeração e de telecomunicações, verificação do sistema deinfra estrutura predial que atende ao CPD, desligamento dos self conteined, serviços depintura, serviços de colocação/reparo em gesso, criação e identificação de pontos de rede,troca de tubulações, organização de cabos de rede e elétrica, instalação e troca deluminárias, etc; serviços esses que não podem ser executados durante o expediente normal,por interferirem diretamente no ambiente de trabalho, o que também exige a presença deempregados do DAA, em regime de horas extras, para dar início, monitorar e supervisionara execução dos serviços prestados, com a frequência e os limites estabelecidos pelas normasde trabalho extraordinário." (grifos originais)

E-mail encaminhado pela Coordenadora Geral da Diretoria Financeira para justificativa das horas extrasrelacionadas aos empregados matrícula 36152 e 21881:

"Em relação ao (...) a justificativa para as horas extras é que o Gabinete da DF tem 06assistentes e somente um secretário da empresa que é ele.

A secretária terceirizada encerra o expediente as 17:00 horas.

Os assistentes, por necessidade de trabalho, costumam ficar na empresa até tarde,necessitando do apoio operacional do secretário.

Em relação a (...) que é a única secretária empregada da Diretoria Financeira, a mesma temde permanecer na empresa, à disposição do DF enquanto o mesmo estiver trabalhando,tanto no Rio de Janeiro como no escritório de Brasília para atender suas solicitações."

Memorandos DAG 190/2012 a 196/2012, emitidos em 21/05/2012, com o assunto "Redução depagamento de horas extras" e referência "Relatório de Auditoria n.º 09/2012", os quais continham omesmo conteúdo.

Análise do Controle Interno:

A administração da UJ apresentou suas razões para o pagamento habitual de horas extras, conformequadro a seguir:

Quadro: Compilação de Motivos

MOTIVOSTOTAL PAGO EMHE HABITUAIS

%

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Realização de trabalhos nos finais de semana de manutenção predial na qual faz-se

necessário apenas nos finais de semanaR$ 661.090,06 65,91%

Manutenção de computadores e redes prediais R$ 241.692,58 24,10%

Encerramento contábil visando a elaboração das Demonstrações Consolidadas do

Sistema EletrobrásR$ 83.008,01 8,28%

Atividades inerentes à implantação do projeto SAP R$ 6.994,35 0,70%

Motorista da Diretoria do escritório de Brasília R$ 5.024,43 0,50%

Hora de Percurso In Itinere conf. Solicitação Eletronorte R$ 2.688,75 0,27%

Não houve pagamento de horas extras superiores às duas diárias. Houve

pagamento de horas extras de vários mesesR$ 2.463,72 0,25%

Fonte: Manifestação do auditado.

Entretanto, os principais motivos, quais sejam, atividades de manutenção predial e de sistemas de TI,foram os mesmos apresentados por ocasião dos trabalhos de acompanhamento, registrados no RelatórioCGU nº 201115722. A repetição das alegações sinaliza a ausência de medidas saneadoras da situaçãoora apontada. Práticas como a conscientização dos gestores sobre a pertinência do pagamento de horasextras apenas em situações excepcionais, bem como verificações periódicas quanto à alocação da forçade trabalho, não foram evidenciadas.

Ressalta-se, ainda, que a UJ, conforme registrado no seu Plano de Providências Permanente, destacouque adotaria medidas no sentido de evitar o pagamento habitual.

Quanto à alegação de encerramento contábil, visando à elaboração das Demonstrações Consolidadas,convém frisar que, à luz da Lei n.º 6.404/76, o prazo de conclusão das demonstrações contábeis é de 30de abril. Todavia, observou-se o pagamento de RS 80.215,77 nos meses de maio, junho, julho e setembropara a realização de tal atividade.

Assim sendo, as alegações prestadas mostraram-se inadequadas para justificar o aponte.

Acerca da documentação apresentada quando da reunião de busca, as justificativas demonstram queefetivamente há uma habitualidade no pagamento das horas extras e os Memorandos demonstram açãoexecutada no exercício de 2012, fora do escopo da auditoria.

Recomendações:

Recomendação 1:

Conscientizar internamente os gestores sobre a pertinência do pagamento de horas extras apenas em

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situações excepcionais e dos riscos de autorização fora do permitido em lei.

Recomendação 2:

Fazer verificações periódicas quanto à alocação da força de trabalho contemplando o cruzamento dehoras extras realizadas por unidade organizacional, de modo a implementar atitudes efetivas etempestivas para evitar a realização das horas extras habituais e/ou além do limite diário permitido emlei.

Recomendação 3:

Verificar, de acordo com a legislação, a possibilidade de instituir turnos distintos, bem como jornada detrabalho contemplando o fim de semana no caso de atividades que necessitem ser regularmentedesempenhadas fora da jornada habitual.

Recomendação 4:

Implantar as recomendações acordadas com a CGU, em reunião de busca de soluções, ou, quando for ocaso, renegociar prazos e ações por ocasião da atualização do plano de providências permanente, demodo a não caracterizar omissão ou descumprimento deliberado dos preceitos legais que regulam arealização de horas extraordinárias.

3. INV. DAS EMPRESAS ESTATAIS EM INFRA-ESTRUTURA

3.1. Subárea - MAN/ADEQ AT INFORMÁTICA/INFORMAÇÃO/TELEPROCES

3.1.1. Assunto - PROGRAMAÇÃO DOS OBJETIVOS E METAS

3.1.1.1. Informação

Informação Básica da Ação 4103 - Manutenção e Adequação de Ativos de Informática, Informaçãoe Teleprocessamento.

Trata-se da Ação 4103 - Manutenção e Adequação de Ativos de Informática, Informação eTeleprocessamento, cuja finalidade é realizar despesas com manutenção e adequação e aquisição debens nas áreas de informática, informação e teleprocessamento que prolonguem a vida útil dos ativos dasrespectivas áreas e proporcionem melhor qualidade dos serviços prestados aos usuários, e a forma deexecução se dá por meio de aquisição de bens e serviços de manutenção e adequação de equipamentosdas áreas de informática, informação e teleprocessamento de propriedade das empresas estatais quesejam contabilizados no imobilizado. O montante de recursos executados nesta Ação pelaELETROBRAS, no exercício de 2011, está discriminado na tabela abaixo:

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Tabela – Despesas Executadas – Ação 4103

Ação Governamental Despesas Executadas % das Despesas Executadas do Programa

4103 R$ 1.898.430 1,1%

Fonte: SIGPLAN

3.1.2. Assunto - CONTROLES INTERNOS

3.1.2.1. Informação

Ausência de Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação - TI alinhado aoPlanejamento Estratégico Institucional.

Quando da realização da auditoria anual de contas referente ao exercício de 2010, foi evidenciado quenão existia, na Empresa, Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação – PETI, apenas oplanejamento do Departamento de Tecnologia da Informação – DAI. Naquela oportunidade, foiexpedida recomendação à ELETROBRAS, no intuito de que fosse elaborado o PETI.

Ao longo do exercício de 2011, não foi possível para a Empresa implementar a recomendação exaradaem sua totalidade. Conforme acompanhamento do Plano de Providências Permanente - PPP daELETROBRAS, há previsão de que o atendimento à recomendação em comento ocorra no presenteexercício.

Quanto às ações adotadas para o atendimento à recomendação, transcrevemos, a seguir, manifestaçãoapresentada pela Empresa sobre o seu PPP:

''Providências a serem adotadas: Identificação das estratégias do Plano de Negócios do SistemaEletrobras que efetivamente endereçam o processo de TIC, construindo-se, a partir delas, um PlanoDiretor de TIC, reunindo as iniciativas de TIC destinadas ao cumprimento dos Objetivos do PlanoEstratégico Corporativo 2010-2020. O Plano Diretor de TIC será revisado periodicamente segundo suadinâmica de gestão e homologado, quanto a seu alinhamento estratégico, pelo Cotipo - ComitêEstratégico de Tecnologia da Informação.''

A ELETROBRAS apresentou a versão atualizada do Planejamento Estratégico do Departamento deTecnologia da Informação. O documento mostra-se adequado ao fim a que se propõe, que é estabeleceras diretrizes do Departamento de TI, e contempla, dentre outros, o objetivo estratégico de “Garantircapacitação do quadro de pessoal do departamento”.

A Empresa informou, ainda, que o Comitê Estratégico de Tecnologia da Informação e ProcessosOrganizacionais da ELETROBRAS – Cotipo, cuja criação foi aprovada por intermédio da Resolução deDiretoria n.º 125/2009 alterada pela Resolução de Diretoria n.º 454/2009, permaneceu em vigor durante

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o exercício de 2011 sem alterações normativas. A estrutura do Cotipo contempla representantes dapresidência e de todas as diretorias da Empresa, e, dentre suas atribuições, ressaltamos a de definição deprioridades de investimento e alocação de recursos em projetos relacionados à tecnologia da informação.

3.1.2.2. Informação

Ausência de Política de Segurança da Informação e deficiências de segurança da informaçãoquanto aos programas de aplicação financeira e dados.

A ELETROBRAS possui três unidades internas relacionadas à Segurança da Informação:

- O Departamento de Tecnologia da Informação – DAI da Eletrobras é a unidade responsável pelaPolítica de Segurança da Empresa. Conforme estabelecido no Anexo III à Resolução n.º 592/2008, cabeao DAI: “Elaborar e Administrar o Plano de Segurança de Tecnologia da Informação e Telecomunicaçãode Dados e VoIP da Empresa, os sistemas e os Dados Empresariais”.

- A Divisão de Planejamento, Controle e Gestão de TI - DAIG, subordinada ao DAI, é a responsávelpela coordenação das ações relacionadas à contínua atualização e cumprimento do Plano de Segurançade Tecnologia da Informação e Telecomunicação de Dados e VoIP na ELETROBRAS. A DAIG possuicomo atribuições acordar sobre metodologias e processos específicos para segurança de TIC; apoiariniciativas de segurança de TIC que abrangem toda a organização; e avaliar a adequação e coordenar aimplementação de controles específicos para segurança de TIC em novos sistemas ou serviços.

- O Comitê de Segurança em Tecnologia da Informação – CSTI, por sua vez, é um grupo permanente,sempre formado por técnicos da unidade organizacional responsável pela tecnologia da informaçãocorporativa, com atribuições de gerenciamento do Plano de Segurança de Tecnologia da Informação edefinição das estratégias a serem adotadas em todas as áreas com vista ao estabelecimento de medidasde proteção para adequação dos ambientes de Tecnologia da Informação ao grau de conformidadeinstituído pelo próprio Comitê, com base em normas, padrões e legislação vigente.

A Empresa não possui Política de Segurança da Informação, mas sim o Plano de Segurança daInformação da ELETROBRAS, aprovado mediante a Resolução de Diretoria n.º 957/2007, o qualpermaneceu em vigor, no exercício de 2011, sem alterações normativas. O Plano apresenta conceitos eprincípios adotados, além de conter detalhamento das responsabilidades, inclusive com a nominação deagentes responsáveis pela identificação dos processos afetados por um incidente e execução dosprocedimentos de contingência relacionados. Constam, também, orientações concernentes à Gestão deContinuidade de Negócios, ao Gerenciamento das Operações e Comunicações, e aos Testes deProcedimentos, visando à identificação de falhas. Estabelece, ainda, as normas complementares, internase externas, associadas, sobre Trânsito nas Dependências da Empresa, Intranet, Internet e Serviço deCorreio Eletrônico, Controle de acesso para segurança física de instalações de processamento de dados,entre outros.

Destacamos, ainda, o formulário de referencia 2012, versão brasileira do 20-F, o qual identificou aseguinte falha material (alta relevância) na gestão de TI da Eletrobrás: "falta de projeto adequado emanutenção de políticas de tecnologia da informação eficazes, incluindo aqueles relacionados com asegregação de funções, a segurança e o acesso (conceder e monitorar) aos programas de aplicação

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financeira e dados"

O TCU efetuou um trabalho específico relacionado à segurança da informação no âmbito daELETROBRAS, conforme Acórdão n.º 1.328/2012 – Plenário, tendo identificado algumasimpropriedades concernentes à segurança da informação em TI, correlatas à falha material identificadano formulário de referência 2012, abaixo destacadas:

“CONTROLES DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO RELACIONADOS AO ERP

(...) A direção da Eletrobras não aprovou e publicou política de segurança da informaçãoque estabelecesse o enfoque da empresa para gerenciar a segurança da informação de modoalinhado aos objetivos do negócio.

(...)A Eletrobras não possui política de controle de acesso em conformidade com o quedispõem a Norma Complementar 07/IN01/DSIC/GSI/PR e as boas práticas da NormaTécnica ABNT NBR ISO/IEC 27.002:2005.

(...) Embora a Eletrobras possua procedimentos relacionados à segurança do sistema ERPdocumentados e estabelecidos, foram encontradas duas oportunidades de melhoriarelacionadas ao controle de segurança no acesso ao sistema SAP.”

O TCU, mediante o já citado Acórdão, apresentou as seguintes considerações acerca do tema:

“(...) De acordo com as melhores práticas, a Política de Segurança da Informação (PSI)deve traduzir requisitos de negócio, de risco e conformidade por meio de políticas eprocedimentos de segurança, juntamente com investimentos adequados em serviços,pessoal, software e hardware. A partir das diretrizes estabelecidas na PSI, deve serelaborado um plano de segurança de tecnologia de informação que leve em consideração ainfraestrutura de TI e a cultura de segurança.

O plano de segurança de TI da Eletrobras definiu apenas procedimentos e investimentospara garantia da segurança dos ativos de TI da empresa. Dessa forma, pode-se dizer que oplano de segurança de TI da Eletrobras não contempla todos os aspectos que caracterizamuma política de segurança da informação, conforme explicitado no item anterior.

(...) A comparação da abrangência e das responsabilidades estabelecidas pelo Plano deSegurança de TI (...) com a estrutura e as atribuições definidas pelos manuais deorganização encaminhados (...) mostrou que esse plano está desatualizado porque nãoespelha a estrutura organizacional atual do DAI (...).

(...) A narrativa de processo de controle de acesso lógico não representa uma política decontrole de acesso, pois só foi aprovada no âmbito do DAI e não contém todas asinformações recomendadas pelo item 11.1.1 da Norma Técnica ABNT NBR ISO/IEC27.002:2005, além de estar em desconformidade com os itens 2.4 a 2.6 da NormaComplementar 07/IN01/DSIC/GSI/PR. Portanto, a Eletrobras não possui política decontrole de acesso vigente.

(...) Entretanto, embora existam procedimentos documentados e estabelecidos, foramencontradas duas falhas relacionadas com a concessão de acesso de usuário ao sistema.

(...) De acordo com a narrativa do processo de controle de acesso lógico (...), oprocedimento de concessão de perfis de acesso ao sistema ERP acontece com base emtrocas de mensagens de correio eletrônico entre usuários: gerente, PROJ-SAP-Perfil,

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analista funcional de TI, área gestora do perfil, PROJ-SAP-Basis e colaborador.

Dessa forma, as atividades de solicitação, análise, homologação e atribuição de perfil deacesso ao sistema SAP ficam registradas em mensagens de correio eletrônico.

Esse tipo de registro dificulta a rastreabilidade e a análise crítica periódica das concessõesde perfis de acesso, pois a busca em mensagens de correio eletrônico é um procedimentocustoso, ineficiente e inseguro, dada a dificuldade de sua operacionalização.

Além disso, a narrativa não descreve qualquer controle para obrigar que todas as atividadesprevistas sejam realizadas. Dessa forma, por exemplo, é possível que um perfil de acessoseja concedido sem que haja homologação pela área gestora.

Essas deficiências poderiam ser sanadas com a utilização de ferramenta ou sistema quedisponibilizasse repositório único com informações estruturadas sobre as atividades degerenciamento de acesso de usuário ao sistema para garantir que todo o fluxo descrito nanarrativa fosse obrigatoriamente executado.

(...) O perfil SAP_ALL permite acesso ilimitado porque contém todas as autorizações dosistema SAP. Isso significa dizer que um usuário com esse perfil pode realizar qualquertarefa ou transação no sistema SAP. Por esse motivo, a própria SAP, em texto extraído deseu website, orienta que seja criada uma única conta de usuário com esse perfil, que essaconta não seja atribuída a uma pessoa em particular, que a sua senha seja armazenada deforma segura e secreta e que somente seja utilizada em situações de emergência (...).

Registre-se que a Eletrobras já utiliza procedimento similar para contas com perfil desuperusuário, conforme descrição encontrada no item 1.2 do documento de narrativa doprocesso de controle de acesso lógico (...).

(...) Desse modo, não é sem motivo que a Norma Complementar 7 do Gabinete deSegurança Institucional da Presidência da República, em seu item 5.3.1, estabelece aseguinte diretriz para controle de acesso lógico aos ativos de informação: "Respeitar oprincípio do menor privilégio para configurar as credenciais ou contas de acesso dosusuários aos ativos de informação".

Há falhas na aplicação de controles de segurança relacionadas ao acesso do sistema ERP,devido a deficiências nos procedimentos de concessão de acesso e à existência de usuárioscom perfil de acesso ilimitado, em desacordo, respectivamente, com o que estabelecem asmelhores práticas contidas nos itens 11.2 e 11.3 da Norma Técnica ABNT NBR ISO/IEC27.002:2005.”

Para o saneamento das questões, o TCU efetuou as seguintes determinações à Empresa:

“9.1. determinar à Eletrobras, com fundamento no art. 43, inciso I, da Lei nº 8.443/92, que:

(...) 9.1.2. elabore e aprove formalmente política de segurança da informação, ematendimento à Norma Complementar nº 3 do Gabinete de Segurança Institucional daPresidência da República, observando as práticas do item 5 da Norma Técnica ABNT NBRISO/IEC 27.002:2005 e à semelhança das orientações do Cobit 4.1, DS5.2 - Plano deSegurança de Tecnologia da Informação (TI);

9.1.3. elabore e aprove formalmente política de controle de acesso, em atendimento àNorma Complementar nº 7 do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da

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República, observando as práticas do item 11.1 da Norma Técnica ABNT NBR ISO/IEC27.002:2005.”

A Empresa já iniciou as medidas necessárias ao cumprimento do item 9.1.2, conforme evidenciado emata de reunião do CSTI, onde foi apresentado um balanço das ações de Segurança da Informação naELETROBRAS e decidido que, a partir de então, as ações de segurança de tecnologia da informaçãodeveriam se alinhar às diretrizes de segurança propostas pelo Subcomitê de Segurança do Comitê deTecnologia da Informação, Automação e Telecomunicação do Sistema Eletrobras - Cotise, as quaisforam aprovadas pelo Cotise, por intermédio da Decisão n.º 045/2011, e pela Diretoria Executiva daELETROBRAS, conforme Resolução n.º 953/2011. A partir das aprovações e com base nas diretrizespropostas, iniciou-se a elaboração da Política de Segurança da Informação e Telecomunicações daELETROBRAS holding, assim como normas e procedimentos a ela associados. A Resolução n.º953/2011, além de aprovar as diretrizes, determinou a disseminação das diretrizes para as Empresas doGrupo, além de ter determinado aos Diretores, na qualidade de conselheiros das Empresas do Grupo,que orientem a elaboração de uma Política de Segurança em TIC em cada uma das Empresas.

Em pronunciamento ao Relatório Preliminar, por intermédio do documento CTA-CA-71/2012, de07/08/2012, a Empresa apresentou as seguintes considerações acerca das impropriedades apontadas peloTCU:

"Cabe esclarecer que a Divisão de Gestão de Documentos Normativos (DAON), daEletrobras, estabeleceu, conforme a norma EOM-01 - DOCUMENTOS NORMATIVOS,os conceitos relacionados aos normativos da Eletrobras, divididos em Política, Norma,Procedimento e Instrução de Trabalho, conforme a seguir:

- Política

Documento que se destina ao estabelecimento de princípios, critérios e competências nosentido de prover orientações estabelecidas pela empresa para o alcance das metas eobjetivos organizacionais. As políticas podem ser internas, quando aplicáveis apenas naEletrobras holding, ou integradas, quando válidas para todas as empresas Eletrobras.

- Norma

Documento que descreve conceitos, diretrizes e competências referentes à implementação eao controle dos processos da empresa.

- Procedimento

Documento descritivo, originário ou não de uma norma, que detalha as rotinas dosprocessos da empresa, definindo a área responsável por cada etapa do processo.

- Instrução de trabalho

Documento descritivo que detalha os passos, ações, transações, meios e modos necessáriosà operacionalização dos processos da empresa.

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Figura 1 – Estrutura Normativa Eletrobras

Em acordo com as referidas definições estabelecidas, o Departamento de Tecnologia daInformação, da Eletrobras, estabelecerá e fará aprovar, no presente exercício, a sua Políticade Segurança da Informação, e, a partir desta, estabelecerá normas derivadas, dentre elas, aNorma de Controle de Acesso.

Ou seja, em alinhamento com a norma EOM-01 - DOCUMENTOS NORMATIVOS, serácriada uma Norma de Controle de Acesso e não uma Política de Controle de Acesso."

Ainda em pronunciamento ao Relatório Preliminar, a Empresa infomou as medidas adotadas para ocumprimento da determinação 9.1.3 do Acórdão n.º 1.328/2012 – Plenário:

"A Empresa já iniciou as medidas necessárias ao cumprimento do item 9.1.3, com aaquisição da ferramenta SAP GRC-Access Control e a abertura de processo licitatório parasua implementação."

Entendemos que a Empresa vem adotando as medidas necessárias ao aprimoramento da segurança dainformação institucional.

3.1.2.3. Informação

Verificação da existência de metodologia de desenvolvimento de sistemas, de avaliações de rotinapara verificação da compatibilidade dos recursos de TI com as necessidades institucionais e degestão de acordos de níveis de serviço das soluções de TI.

No âmbito do desenvolvimento de sistemas, a ELETROBRAS informou que permaneceram em vigor noexercício de 2011, sem alterações, os documentos ETI-02-P24 - Procedimentos para Execução doProcesso de Promoção entre Ambientes de Soluções Informatizadas e ETI-02-P349 - Procedimentospara Execução do Processo de Atendimento de Serviços – PAS. O primeiro documento estabelece ociclo de atendimento a uma demanda para o desenvolvimento de um determinado sistema, contendoindicações: da estrutura de armazenamento de arquivos, sua organização e acessos autorizados; do papeldos agentes envolvidos no processo; da forma de estabelecimento da versão do sistema desenvolvido; edos eventos relacionados às etapas de desenvolvimento, testes e produção. O segundo documentodescreve o processo de atendimento de solicitações de serviços de informatização de processos

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encaminhadas ao Departamento de Tecnologia da Informação pelas áreas usuárias de sistemas deinformação da Empresa e contém detalhamentos relacionados às seis etapas do processo definidas:solicitar, entender, aprovar, planejar, executar e avaliar.

Permaneceu, também, vigente a Disciplina de Desenvolvimento de Sistemas – DDS. A metodologiaprevê cinco fases: levantamento, planejamento, desenvolvimento, testes e implantação/estabilização;descreve cada um dos produtos esperados em cada uma das fases; e os papéis e responsabilidades dosdiversos atores.

Entendemos que o conjunto de documentos apresentados, concernentes ao desenvolvimento desistemas, bem como outros que são citados como complementares, constitui-se na metodologia dedesenvolvimento de sistemas da Eletrobras.

Em termos de procedimento sistemático para verificação da compatibilidade dos recursos de TI com asnecessidades institucionais, a Empresa informou que o Departamento de Tecnologia da Informaçãorealiza, periodicamente, avaliação da capacidade e previsão de expansão baseadas em informaçõesobtidas no monitoramento da infraestrutura de TIC da Empresa. O monitoramento, juntamente comdemandas de novos projetos, fornece insumos para o planejamento da expansão da capacidade, tantoem termos de itens de infraestrutura como de espaço em rede e conexões de rede. Foramdisponibilizados relatórios de avaliação da capacidade produzidos pela área de infraestrutura e Planos deAção e Projetos previstos no Planejamento Estratégico do DAI. Pelas informações e evidênciasapresentadas entendemos que a Empresa possui procedimento sistemático de verificação dacompatibilidade de recursos de TI com as necessidades institucionais.

Quanto à definição de acordo de níveis de serviço, a ELETROBRAS disponibilizou os controles quepossui referentes aos contratos ECE-528/2009, ECE-561/2010, ECE-583/2010 e ECE-629/2010, osquais consideramos adequados.

O TCU efetuou auditoria operacional em tecnologia da informação no âmbito da ELETROBRAS,conforme Acórdão n.º 1.328/2012 – Plenário, tendo identificado algumas impropriedades concernentes àmetodologia de desenvolvimento de sistemas e à utilização de ANS pela Empresa, abaixo destacadas:

“(...)Foram detectadas falhas na execução do processo de gestão de mudanças nos sistemasde informação da Eletrobras, em especial nas mudanças rotineiras no sistema.

(...) constatou-se que não há comitê de gestão de mudanças responsável pela avaliação deimpacto, priorização e autorização das implementações das alterações no sistema, conformepreconizam as boas práticas. A aprovação das solicitações de mudanças é realizada somentepelo gestor responsável pelo sistema (...)

(...)verificou-se também que a classificação das mudanças como emergenciais dá-se pelaausência do gestor responsável pela aprovação da mudança. Entende-se que a ideia demudança emergencial deve se embasar na necessidade imediata da aplicação de umamudança, por motivos como correção de erro que tornou inoperante um sistema ounecessidade urgente de nova funcionalidade.(...)O sistema SAI é o mecanismo de controle e aprovação das mudanças (...). Trata-se deformulário em correio eletrônico (e-mail) desenvolvido na plataforma Outlook quedocumenta a troca de informações do processo de gestão de mudanças.

Percebe-se, na análise do sistema SAI, que a documentação e o fluxo de gestão demudanças são gerenciados por e-mail. O responsável pela promoção das mudanças noambiente de produção baseia-se, unicamente, na existência de aprovação formal do

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responsável, realizada por e-mail, para efetuar a implantação de mudança no ambiente deprodução.

Por meio do sistema SAI, não há como se exigir fluxo formal de avaliação de impacto dasmudanças, comprovação de realização de testes por parte do desenvolvedor, existência detestes realizados pelo solicitante da mudança, dentre outros requisitos de um consistenteprocesso de gerenciamento de mudanças, conforme preconizam as melhores práticasprevistas no processo AI6 do Cobit 4.1.

Outro problema evidenciado na execução do processo de gestão de mudanças foi adificuldade de rastreabilidade das aprovações das mudanças promovidas no ambiente SAP.Como se pode verificar no documento enviado em resposta ao item 7 do ofício mencionadono item 98, existe um identificador único (coluna Request da planilha constante na peça 31)para cada mudança em produção no ambiente SAP.

Contudo, não há como encontrar direta e facilmente no SAI a aprovação que autorizou aimplementação dessa mudança, tendo em vista que não há mecanismos de normalização dosdados (que são salvos em e-mails do Outlook) que permitam tal pesquisa. Caso sejanecessário obter essa informação, deve-se pesquisar na base de e-mails do sistema SAIutilizando como critério as mudanças efetuadas em data próxima à sua implantação emambiente de produção, o que prejudica sobremaneira a auditabilidade do processo.

Outra evidência que corrobora a tese da fragilidade dos controles no processo degerenciamento de mudanças é a presença de 95 mudanças promovidas para o ambiente deprodução SAP sem sucesso (...)

Verificou-se que o modelo de gestão contratual adotado na Eletrobras nos contratosECE-483/2009 e ECE-247/2006 apresenta falhas quanto a justificativas de preços, ausênciade definição de níveis mínimos de serviço, pagamento não vinculado a resultado,mecanismos inadequados de reajuste de preços e na negociação de renovação dos contratos.

(...)Passando à análise da parte do objeto do contrato referente a suporte e manutençãotécnica, quatro aspectos mostram-se incompatíveis com os mais adequados modelos degestão contratual, segundo a jurisprudência mais recente do TCU.

O primeiro deles relaciona-se ao modelo de pagamento não vinculado a resultados praticadonos contratos citados. Os serviços de suporte e manutenção são cobrados com base emporcentagem do valor das licenças contratadas.

Sabe-se que o modelo atual da SAP preconiza cobrança de taxa anual de manutenção esuporte técnico correspondente a 22% do valor total das licenças contratadas, como no casodo contrato ECE-539/2009 (...).

No contrato anterior, segundo informações obtidas em entrevista com os gestores, a taxa demanutenção e suporte correspondia a 17% do valor total das licenças adquiridas. Segundoos gestores, essa porcentagem está sendo anualmente reajustada por meio de aditivoscontratuais até que se alcance a taxa de 22% praticada no contrato ECE-539/2009 (...).

Nota-se, então, que os preços cobrados são ditados pela empresa fornecedora do software evariam de acordo com a capacidade de negociação da contratante. Há também o risco dealteração do valor sem prévia justificativa ou previsão contratual para tal medida, comoocorreu quando houve aumento do percentual de 17%, praticado no início do contrato.

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Para definir os níveis mínimos de serviço exigidos no contrato de suporte e manutenção doERP, a Eletrobras estabeleceu dois parâmetros. Um deles diz respeito ao prazo para aresposta inicial, que varia de acordo com a criticidade do problema reportado. Tem-se, porexemplo, acordado o prazo de resposta inicial de até uma hora para chamados classificadoscom nível alto de criticidade (...).

Tem-se ainda nível de serviço que define o prazo mínimo de resposta de ação corretiva.Esse parâmetro estabelece que "a SAP oferecerá uma solução alternativa ou plano de açãopara resolução" cujo prazo de apresentação também varia de acordo com a criticidade dochamado aberto (...).

Entende-se que esses dois parâmetros são insuficientes para garantir o adequadofuncionamento da solução. Isso porque o primeiro deles diz respeito somente ao prazo deresposta inicial, ou seja, prazo para a empresa fornecedora dizer que recebeu o chamado einiciou os trabalhos para solucionar o problema.

Já o segundo estabelece prazo para que se apresente solução alternativa ou plano de açãopara resolução. No caso de apresentação de plano de ação, não se garante tempo mínimopara que o problema reportado seja resolvido nem para que o sistema volte a funcionarnormalmente.”

Para o saneamento das questões, o TCU emitiu as seguintes determinação e recomendação à Empresa:

“9.1. determinar à Eletrobras, com fundamento no art. 43, inciso I, da Lei nº 8.443/92, que:

9.1.1. estabeleça, por meio de apostilamento ou aditivo ao contrato ECE-483/2009,cláusulas que definam métricas objetivas e critérios de aceitabilidade dos artefatosproduzidos pelas contratadas, conforme o item 9.3.4 do Acórdão 667/2005-TCU-Plenário;

9.2. Recomendar à Eletrobras que:

(....) 9.2.4. aperfeiçoe o processo formal de gestão de mudanças, à semelhança dasorientações do item 12.5.1 da Norma Técnica ABNT NBR ISO/IEC 27.002:2005 e do Cobit4.1, AI6.1 - Padrões e Procedimentos de Mudança, AI6.2 - Avaliação de Impacto,Priorização e Autorização, AI6.3 - Mudanças de Emergência, AI6.4 - Acompanhamento deStatus e Relatórios de Mudanças e AI6.5 - Finalização da Mudança e Documentação;”

Em pronunciamento ao Relatório Preliminar, por intermédio do documento CTA-CA-71/2012, de07/08/2012, a Empresa apresentou as seguintes considerações acerca das impropriedades apontadas peloTCU:

- Sobre o processo de gestão de mudanças.

"Apesar da Divisão de Desenvolvimento de Sistemas - DAID -, do Departamento deTecnologia da Informação da Eletrobras, não ter participado do escopo de análise, valelembrar que o processo de gestão de mudanças é executado formalmente, sendo inclusiveauditado segundo os preceitos de segurança e controle exigidos pela Lei Sarbanes-Oxley.Sendo assim, leva-se a crer que a observação não se refere a qualquer atividade destaunidade organizacional."

- Sobre a ausência de comitê de gestão de mudanças.

"Apesar da Divisão de Desenvolvimento de Sistemas - DAID -, do Departamento de

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Tecnologia da Informação da Eletrobras, não ter participado do escopo de análise, valelembrar que o processo AI6 do Cobit preconiza que as atividades executadas estejamvinculadas à participação de determinados papéis, não existindo, portanto, obrigatoriedadede criação de um comitê formal, conforme a matriz RACI, a seguir:

Ou seja, de certa forma, o controle é parcialmente atendido, considerando-se que:

(a) O analista responsável pela DAID/DAIP realiza o papel do Responsável peloDesenvolvimento;

(b) O analista responsável pela DAIQ/DAII realiza o papel do Responsável pela Operação;

(c) O cliente é o Proprietário do Processo de Negócio;

(d) O Gerente funcional realiza o papel de responsável pela administração de TI;

Restam, ainda, as seguintes pendências:

(a) O CIO, o PMO e o Controle e Conformidade não participam do processo;

(b) Não existe o papel do responsável pela arquitetura.

Por outro lado, o Projeto, ora em curso na empresa, que tem como objetivo implantar asmelhores práticas ITIL introduzirá os ajustes necessários para a solução da eventualpendência."

- Sobre a classificação das mudanças como emergenciais.

"Apesar da Divisão de Desenvolvimento de Sistemas - DAID -, do Departamento deTecnologia da Informação da Eletrobras, não ter participado do escopo da análise, é de sesupor que o TCU não avaliou o Processo de Atendimento de Serviços (PAS), onde asdemandas em primeiro atendimentos são classificadas quanto à sua urgência e importância.Depreende-se que a análise do TCU se refere ao procedimento contingencial, utilizado pelaEletrobras para aprovação de mudanças quando o gestor não está disponível. "

- Sobre a utilização de e-mail para troca de informações.

"Apesar da Divisão de Desenvolvimento de Sistemas - DAID -, do Departamento deTecnologia da Informação da Eletrobras, não ter participado do escopo da análise, oprocesso de controle e aprovação de mudanças, em que pese não atender a todos os

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requisitos, implementa a maioria dos controles necessários, definidos no processo AI6 doCobit, e está em nível de maturidade entre o “Repetível” e “Definido”. Seria altamentedesejável ter conhecimento do nível de maturidade esperado pelo órgão de controle.

Por outro lado, o Projeto, ora em curso na empresa, que tem como objetivo implantar asmelhores práticas ITIL, introduzirá no processo incrementos consideráveis."

- Sobre a presença de 95 mudanças promovidas para o ambiente de produção SAP sem sucesso.

"Apesar da Divisão de Parametrização de Sistemas - DAIP - , do Departamento deTecnologia da Informação da Eletrobras, não ter participado da análise que levou àconclusão da existência de 95 mudanças promovidas no SAP sem sucesso, ressalta-se queeste fato não significa que as mudanças não foram concluídas com sucesso, a partir deanálise e nova promoção para o ambiente de produção."

- Sobre as falhas nos contratos ECE-483/2009 e ECE-247/2006.

"O ECE-247/2006 difere do ECE-483/2009, já que neste último, a fase de suporte técnico(este contrato não trata de manutenção), conforme citado no Acórdão n.º 1.328/2012 –Plenário, é conduzida por meio de demandas originadas por ordens de serviço emitidas pelacontratada, que definem escopo e quantidade de horas necessárias à execução das tarefasali definidas. Portanto, o pagamento é vinculado a resultados."

- Sobre a definição de níveis mínimos de serviços.

"A SAP possui acordos de nível de serviço e penalidades, em caso de descumprimento,conforme o tipo de suporte e manutenção firmado em contrato com os seus clientes. Nocaso da Eletrobras, o serviço é o Enterprise Support, que é um padrão de atendimentoadotado mundialmente pelo mencionado fornecedor, para todos os seus clientes quecontratam este serviço."

Entendemos que o Projeto que se encontra em andamento na Empresa permitirá o aprimoramento dagestão de TI institucional.

Achados da Auditoria - nº 201203857

Unidade Auditada: RESERVA GLOBAL DE REVERSAO/ELETROBRASExercício: 2011Processo: 00218.000940/2012-03Município - UF: Rio de Janeiro - RJUCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

4. Fundos Setoriais

4.1. Subárea - Reserva Global de Reversão/Eletrobras

4.1.1. Assunto - Avaliação De Projetos

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4.1.1.1. Informação

ANÁLISE DA SISTEMÁTICA DE APROVAÇÃO DOS PROJETOS FINANCIADOS COMRECURSOS DOS FUNDOS SETORIAS – RGR e CDE.

Conforme informação prestada pela empresa, foram firmados, nos exercícios 2009, 2010 e 2011, 137contratos de financiamento/subvenção com recursos da Reserva Global de Reversão - RGR e da Contade Desenvolvimento Energético - CDE.

Os contratos dividiram-se entre projetos nas áreas de geração, transmissão, distribuição, Luz para Todos,Reluz e revitalização de parques térmicos e totalizaram cerca de R$ 7,7 bilhões, incluindo os respectivosaditivos, distribuídos entre 61 empresas do setor, incluindo cooperativas de eletrificação rural.

Dez empresas do sistema ELETROBRAS pactuaram no período analisado contratos na monta de R$ 3,3bilhões, cerca de 43% do total, o que parece razoável, posto que, segundo informações constantes dosítio da empresa, as empresas ELETROBRAS respondem por 37% da capacidade de geração do Brasil,57% do total de linhas de transmissão e possui seis distribuidoras estaduais.

QUADRO: CONTRATOS DE FINANCIAMENTO/SUBVENÇÃO FIRMADOS COMEMPRESAS ELETROBRAS(2009-2011)

Empresa Valor (R$)ELETRONUCLEAR 1.071.772.421,08

CEPISA 715.834.916,39

AMAZONAS ENERGIA 593.050.496,87

CEAL 292.632.814,14

ELETROACRE 241.718.968,00

CGTEE 213.609.924,28

CERON 169.587.391,92

BOA VISTA ENERGIA 15.028.500,93

ELETROSUL 7.153.646,40

FURNAS 4.496.800,60

TOTAL 3.324.885.880,61

Fonte: Resposta à Solicitação de Auditoria nº 20115722/009.

Para fins de comparação, das 10 empresas que contrataram maiores valores com a holding, quatropertencem ao grupo ELETROBRAS, representando 45% da monta pactuada.

QUADRO: DEZ EMPRESAS QUE MAIS RECEBERAM RECURSOS DA RGR E CDE

Empresa Valor (R$) %ELETRONUCLEAR 1.071.772.421,08 45,40%

CEPISA 715.834.916,39

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Empresa Valor (R$) %AMAZONAS ENERGIA 593.050.496,87

CEAL 292.632.814,14

SISTEMA ELETROBRAS 2.673.290.648,48CELPA 1.044.349.157,08 54,60%

COELCE 504.866.420,00

CEMAT 496.068.790,00

COELBA 447.669.560,00

CEMAR 395.100.770,84

CELTINS 330.098.536,17

DEMAIS EMPRESAS 3.218.153.234,09TOTAL GERAL 5.891.443.882,57

Fonte: Resposta à Solicitação de Auditoria nº 20115722/009.

Merece destaque o contrato no valor de R$ 890 milhões, firmado, no exercício 2011, entre a holding e aELETRONUCLEAR, destinado ao negócio geração e financiado com recursos da Reserva Global deReversão, que representa 12% do total contratado com as 61 empresas.

Uma vez recebido o pedido de financiamento ou subvenção com recursos da RGR e da CDE, osprocessos são analisados pela área técnica, encaminhados para apreciação do Ministério de Minas eEnergia- MME e submetidos à Aprovação do Conselho de Administração. A aplicação dos recursos sedá sob demanda das empresas do setor, norteados, segundo informação da ELETROBRAS, peloplanejamento do setor – elaborado pela Empresa de pesquisa Energética - EPE.

Constatamos a existência de manuais que são atualizados periodicamente e que norteiam as análisestécnicas-orçamentárias dos pedidos de financiamento, impondo critérios objetivos de análise e condiçõesmínimas a serem observadas nos projetos, no tocante ao desenho de metas, orçamento, cronogramas ecritérios técnicos.

Somente após a aprovação do Conselho de Administração, é firmado contrato com as empresasfinanciadas, cujas cláusulas são norteadas pelas Resoluções de Diretoria Executiva nº.s 610/1999,389/2001, 202/2004, 710/2005, 1070/2006 e 327/2010.

Identificamos que, dos pedidos de financiamento feitos nos exercícios sob análise, cinco foramcancelados, três estão sendo analisados pela área técnica e 44 estão aguardando o posicionamento deMME.

QUADRO: FINANCIAMENTOS CANCELADOS

Nome Programa Data do Pedido Atividade Programa de Governo

AMAZONAS ENERGIA 6ª TRANCHE 15/10/10 Distribuição LPT

CELTINS 5ª TRANCHE 27/10/10 Distribuição LPT

CERIM - SP 2ª TRANCHE 17/12/09 Distribuição LPT

CERR - MCH ANDORINHA 29/11/10 Distribuição PROJETO ESPECIAL

CERR - MCH SURUMU 29/11/10 Distribuição PROJETO ESPECIAL

FONTE: Resposta à Solicitação de Auditoria.

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Questionamos a auditada acerca dos motivos que levaram ao cancelamento dos pedidos definanciamento/ subvenção com recursos dos mencionados fundos, que assim se pronunciou:

“A) AMAZONAS ENERGIA 6ª TRANCHE – A empresa solicitou a retirada do pedidofinanciamento/subvenção(...)

B) CELTINS 5ª TRANCHE – A empresa, (...), informou à Eletrobras que cancelaria asolicitação de financiamento e subvenção. O cancelamento formal foi cobrado através doe-mail a seguir, para o qual ainda não obtivemos resposta(...)

C) CERIM - SP 2ª TRANCHE - Na matéria da Diretoria Financeira da Eletrobras DF280/2010 de 31/08/2010, consta que a empresa em 15/06/2010, por meio dacorrespondência GER/REG.030/2010, comunicou à Eletrobras a decisão pela nãoassinatura do contrato ECFS 300/2010

D) CERR - MCH ANDORINHA - O Ofício nº 226/2011-DPUE/SEE-MME (em anexo)cancelou a aprovação dos anteprojetos das MCHs Andorinha e Surumu, face àimpossibilidade de geração de energia hidrelétrica dentro de terras indígenas.

E) CERR - MCH SURUMU - O Ofício nº 226/2011-DPUE/SEE-MME (em anexo)cancelou a aprovação dos anteprojetos das MCHs Andorinha e Surumu, face àimpossibilidade de geração de energia hidrelétrica dentro de terras indígenas.”

Por fim, baseado nos 25 contratos selecionados para análise, que representam 6,1 % do total pactuado,totalizando R$ 471,7 milhões, firmados com 18 empresas, sendo seis companhias subsidiárias daELETROBRAS, entendemos que os projetos atendem às finalidade impostas pelos normativos queregulamentam a CDE e a RGR, em especial no que se refere ao enquadramento dos projetos nashipóteses prevista em lei, bem como nas linhas de crédito previamente aprovadas pelo Conselho deAdministração.

4.1.1.2. Informação

GESTÃO DOS FUNDOS SETORIAS – RGR e CDE (CLÁUSULAS CONTRATUAIS).

Selecionamos, para análise, 25 contratos – totalizando R$ 471,7 milhões, representando 6,1 % do totalpactuado, firmados com 18 empresas, sendo seis companhias subsidiárias da ELETROBRAS.

As Resoluções de Diretoria Executiva n.ºs 610/1999, 389/2001, 202/2004, 710/2005, 1070/2006 e327/2010 normatizam as cláusulas contratuais inerentes aos contratos de financiamento e subvençãopactuados com os recursos da CDE e da RGR.

QUADRO: CONTRATOS SELECIONADOS PARA ANÁLISE

Contrato Pedido Financ. Data de Assinatura Valor (R$) Beneficiário

ECFS-310/2010 065/2010 07/10/11 92.365.230,00 COELCE

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Contrato Pedido Financ. Data de Assinatura Valor (R$) Beneficiário

ECF-2867/2010 118/2010 12/08/10 60.000.000,00 CEAL

ECF-2940/2011 106/2011 28/07/11 51.686.116,43 CEAL

ECFS-318/2011 165/2010 10/08/11 35.964.410,00 ELETROACRE

ECFS-311/2010 071/2010 09/11/10 35.463.170,00 CEAL

ECF-2819/2010 134/2010 13/07/10 31.451.643,75 CEPISA

ECF-2824/2010 109/2010 28/05/10 28.349.855,66 CERON

ECF-2911/2011 052/2011 18/03/11 27.056.886,69 CERON

ECF-2871/2010 169/2010 28/10/10 22.393.070,00 CELPE

ECF-2820/2010 129/2010 22/06/10 16.248.576,50 ELETROACRE

ECFS-313/2010 008/2011 08/04/11 10.085.970,00 BOA VISTA

ECF-2930/2011 083/2011 23/08/11 9.651.434,33 AMPLA

ECF-2937/2011 084/2011 23/08/11 9.523.430,00 AMPLA

ECF-2849/2010 100/2010 21/05/10 6.639.040,00 COPREL

ECF-2857/2010 110/2010 08/07/10 5.498.260,00 CERTAJA

ECF-2885/2010 045/2011 01/02/11 5.484.600,00 ELETROACRE

ECF-2862/2010 175/2010 13/07/10 5.188.830,02 AMAZONAS

ECF-2853/2010 096/2010 16/06/10 4.945.670,00 CERMISSÕES

ECF-2856/2010 174/2010 15/10/10 3.922.550,00 CERTEL

ECF-2896/2010 039/2011 27/01/11 2.690.163,13 ENERGISA

ECF-2847/2010 082/2010 02/06/10 2.653.680,00 CERTHIL

ECF-2944/2011 088/2011 12/08/11 2.107.270,00 ENERGISA

ECF-2846/2010 095/2010 31/05/10 1.446.570,00 COOPERSUL

ECFS-316/2011 155/2010 11/03/11 524.670,00 CEDRAP

ECFS-319/2011 152/2010 04/08/11 403.920,00 CERCOS

Total 471.745.016,71

Fonte: Resposta à Solicitação de Auditoria nº 09; Contratos.

Observamos que, regra geral, os contratos de financiamento analisados são padronizados e aderem aosnormativos vigentes, em especial no que se refere às cláusulas referentes aos juros, taxa deadministração, carência, amortização, reajuste, comissão de reserva de crédito, juros de mora e multa;entretanto, identificamos alguns casos em que foi dado tratamento diferenciado à algumas empresas,assunto este detalhado em item específico do presente relatório.

4.1.1.3. Constatação

NÃO ESTABELECIMENTO DE CLÁUSULA DE MULTA POR ATRASO DEPAGAMENTO(10%) E COMISSÃO DE RESERVA DE CRÉDITO(1% A.A) EM ALGUNSCONTRATOS ANALISADOS, CARACTERIZANDO TRATAMENTO DIFERENCIADO ADETERMINADAS EMPRESAS.

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Observamos que não foram estabelecidas cláusulas de multa por atraso de pagamento(10%) e Comissãode Reserva de Crédito(1% a.a) em alguns contratos analisados, embora tais dispositivos estivessempresentes nos demais contratos da mesma natureza, o que caracteriza um tratamento diferenciado.

QUADRO: CONTRATOS SEM CLÁUSULA DE MULTA POR ATRASO

Contrato Pedido Financ. Valor (R$)Data de

AssinaturaEmpresa

ECFS-310/2010 065/2010 92.365.230,00 07/10/11 COELCE

ECFS-319/2011 152/2010 403.920,00 04/08/11 CERCOS

ECFS-316/2011 155/2010 524.670,00 11/03/11 CEDRAP

ECFS-311/2010 071/2010 35.463.170,00 09/11/10 CEAL

ECF-2856/2010 174/2010 3.922.550,00 15/10/10 CERTEL

ECF-2857/2010 110/2010 5.498.260,00 08/07/10 CERTAJA

Fonte: Resposta à Solicitação de Auditoria nº 12; Contratos.

QUADRO: CONTRATOS SEM CLÁUSULA DE COMISSÃO DE RESERVA DE CRÉDITO

Contrato Pedido Financ. Valor (R$)Data de

AssinaturaEmpresa

ECF-2937/2011 084/2011 9.523.430,00 23/08/11 AMPLA

ECF-2944/2011 088/2011 2.107.270,00 12/08/11 ENERGISA

ECF-2867/2010 118/2010 60.000.000,00 12/08/10 CEAL

ECF-2930/2011 083/2011 9.651.434,33 23/08/11 AMPLA

Fonte: Resposta à Solicitação de Auditoria nº 12; Contratos.

Causa:

Estabelecimento de tratamento diferenciado a determinadas empresas, convencionando-se, mesmo naausência de normativo com tal orientação, que financiamentos emergenciais dispensassem cláusula dereserva de crédito.

Manifestação da Unidade Examinada:

Em resposta à Solicitação de Auditoria n.º 014, a unidade informou que “os contratos (...)estão sendoaditados para inclusão de clausula de penalidades” e que “as matérias em questão se referem aFinanciamentos Emergenciais, que, devido a sua natureza, não devem possuir cláusula de Comissão deReserva de Crédito.”

Por e-mail, a empresa informou que “a Comissão de Reserva de Crédito se constituía de clausula degestão, cuja aplicação era facultativa e determinada pelo colegiado de diretores – Diretoria Executiva, eaprovada pelo Conselho de Administração da Eletrobras. Atualmente sua adoção já se encontra previstano normativo Condições Gerais dos Contratos de Financiamento.”

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Em resposta à Solicitação de Auditoria n.º 015, a unidade apresentou as seguintes considerações:

“1) Trata-se a Cláusula de Comissão de Reserva de Crédito de um instrumento eficaz degestão de contratos de financiamento, sendo ela incentivadora do cumprimento doscronogramas físico-financeiros acordados nos contratos, agilizando o alcance dos objetivose a execução das metas pactuadas.

A Eletrobras entende ser viável que taxas adicionais de gestão sejam aplicadas nos contratosde financiamento da RGR, inclusive a comissão de reserva de crédito.

2) No Programa Luz para Todos, da mesma forma, visando melhorar a eficiência doscontratos assinados no âmbito desse Programa, o MME e a Eletrobras inseriram estacondição em seus contratos.

Desde então, aos poucos, a Eletrobras, por deliberação de seu Conselho de Administração,começou incluir esta cláusula em seus contratos de repasse dos recursos da RGR. Nosúltimos anos, essa condição passou a integrar todos os contratos assinados, mas de formadeliberativa, sem uma normativa interna.

3) No caso em tela, os contratos ditos emergenciais, destinados à urgente recuperação desistemas de distribuição e transmissão deteriorados por ocorrência de fatores diversos,inclusive climáticos, carecem de condições especiais, pois contém um componente desocorro. As enchentes e desabamentos interromperam ou comprometeram o atendimento àuma parcela expressiva da população localizada nas áreas atingidas.

Dentre as condições especiais encontram-se os perfis de saques, cuja parcela de assinatura(liberação inicial de recursos) deve necessariamente ocorrer em níveis mais elevados; e aredução do custo de captação pela liberação da taxa de comissão de reserva de crédito.

4) Por tratar-se a comissão de reserva de crédito de uma ferramenta de gestão contratual,concomitante com o caráter social dos projetos beneficiados, a Eletrobras, reservando-seseu direito discricionário e administrativo, concedeu os contratos elencados sem a referidataxa, para colaborar na agilidade de alocação, desoneração dos custos de transação econtratação dos recursos.

5) Ressalta-se que em dezembro de 2011, a Eletrobras aprovou em seu Conselho deAdministração a atualização das Condições Gerais dos Contratos de Financiamento(CGCF), bem como efetuou a consolidação das Linhas de Crédito da RGR. Ainda emfevereiro deste ano de 2012 pretende aprovar um contrato padrão a ser aplicado nosfinanhciamentos com recursos da RGR.

Assim, desse momento em diante, a comissão de reserva de crédito será aplicada em todosos tipos de projetos financiados com recursos da RGR, salvo deliberação específica emcontrário de seu Conselho de Administração.

6) Considerando o exposto acima, em resposta ao item 1 (...), informamos abaixo os valoreshipotéticos que seriam cobrados das empresas, caso as concessões tivessem consideradoeste encargo:

Contrato

ECF

PedidoFinanciamento

Valor(R$)

Data deAssinatura

EmpresaParcela deAssinatura

Data daLiberação

CRCEstimado2011 (1%

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a.a.)

2937/2011 084/2011 9.523.430,00 26/05/11 Ampla 2.857.029,00 20/09/11 18.517,78

2944/2011 088/2011 2.107.270,00 12/08/11 Energisa - - -

2867/2010 118/2010 60.000.000,00 12/08/10 Ceal 10.000.000,00 24/09/10 633.333,33

2930/2011 083/2011 9.651.434,33 26/05/11 Ampla 2.895.430,30 20/09/11 17.766,68

Por fim, consideramos que a Eletrobras não deixou de arrecadar valores em comissão dereserva de crédito, visto as concessões elencadas terem ocorrido em caráter excepcional,com algumas das condições financeiras diferenciadas em decorrência do caráter social dosprojetos, atendendo-se todas as questões normativas vigentes. Mesmo assim, caso a CGUjulgue oportuno a aplicação dessa condição nos contratos elencados, efetuaremos arepactuação, mediante aditivo contratual, para a aplicação dessa condição.”

Análise do Controle Interno:

Em relação à Cláusula de Comissão de Reserva de Crédito, observamos que não consta dos normativosda empresa apresentados para esta equipe de auditoria nenhuma previsão para a inclusão desta cláusulanos contratos firmados para financiamento com recursos dos fundos setoriais, entretanto, em apenasquatro dos 30 instrumentos analisados não foi prevista a mencionada taxa.

No que se refere à afirmação de que os contratos referem-se a obras emergenciais, entendemos que, porse tratar de recursos públicos, a Diretoria Executiva da empresa não tem o condão de eximirdeterminadas empresas do pagamento da Comissão de Reserva de Crédito, posto que tal taxa foi impostaaos demais beneficiários dos recursos dos fundos setoriais; ademais, não há normativo com tal previsão.

Destaque-se, ainda, que o normativo “Condições Gerais dos Contratos de Financiamento”, aprovado em06/10/2011, não criou hipóteses de não incidência da Comissão de Reserva de Crédito nos contratos definanciamento a serem futuramente pactuados; ainda que houvesse hipótese de afastamento da aplicaçãoda mencionada condição em determinados contratos, esta deveria ter critérios objetivos.

No caso da ausência de cláusula de multa por atraso, entendemos que o gestor assumiu a ocorrência deerro.

Recomendações:

Recomendação 1:

Avaliar a possibilidade de incluir cláusula de Comissão de Reserva de Crédito nos contratos nºs.ECF-2937/2011, ECF-2944/2011, ECF-2867/2010, ECF-2930/2011, mediante a formalização deaditivos contratuais

Recomendação 2:

Pactuar contratos utilizando condições previstas normativamente para garantir a isonomia de tratamento.

4.1.2. Assunto - Controles Internos

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4.1.2.1. Informação

GESTÃO DOS FUNDOS SETORIAS – RGR e CDE (FISCALIZAÇÃO E CONTROLE).

Selecionamos, para análise, prestações de contas referentes a três contratos – totalizando R$ 3,8milhões, pactuados com recursos da CDE e da RGR, no intuito de verificar a sistemática deacompanhamento e fiscalização dos recursos oriundos destes fundos.

QUADRO: Prestações de Contas selecionadas para Análise

ContratoPedidoFinanc.

Fonte Valor (R$)Data de

AssinaturaEmpresa Status

FiscalizaçãoFinal

ECF-2880/2009 127/2009 RGR 3.392.372,55 27/05/10 EBE Encerrado 05/07/11

ECFS-254/2009 102/2008RGR 128.750,00

18/03/09 CEDRAP Encerrado 23/02/10CDE 154.500,00

ECFS-259/2010 096/2008RGR 70.710,00

26/11/09 CERAÇA Encerrado 13/12/10CDE 123.740,00

Fonte: Resposta à Solicitação de Auditoria nº 09

O contrato n.º ECF-2880/2009 refere-se ao projeto de melhoria da iluminação pública no município deMogi das Cruzes, no âmbito do Programa Reluz, financiado com recursos da Reserva Global deReversão; os demais contratos referem-se ao Programa Luz para Todos, financiados com recursos daRGR e subvencionados com recursos da Conta de Desenvolvimento Energético.

Verificamos, mediante análise dos relatórios de inspeção, que o procedimento de fiscalização daaplicação dos recursos oriundos dos fundos setoriais seguiram as orientações constantes do Manual deProcedimentos Supervisão Procel Reluz e do Manual de Cadastro e Inspeção de Obras, com a realizaçãode visitas in loco, registros fotográficos da supervisão, realização de reunião com os concessionários eavaliação do atendimento às metas e aos cronogramas previamente traçados.

Baseados na documentação apresentada, constatamos que a ELETROBRAS exerce sua funçãofiscalizadora.

Achados da Auditoria - nº 201203860

Unidade Auditada: CONTA CONSUMO DE COMBUST. FOSSEIS/ELETROBRASExercício: 2011Processo: 00218.000940/2012-03Município - UF: Rio de Janeiro - RJUCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

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5. Fundos Setoriais

5.1. Subárea - Consumo de Combustíveis Fósseis/ Eletrobras

5.1.1. Assunto - Processos Licitatórios

5.1.1.1. Informação

GESTÃO DOS FUNDOS SETORIAS - CCC.

No intuito de avaliar a possibilidade de se realizar licitação para compra de combustíveis com recursosda CCC, apresentamos questionamentos à ELETROBRAS que informou que está:

“elaborando o Termo de Referência do Processo Licitatório dos Combustíveis para asEmpresas Distribuidoras de Energia – EDE da Eletrobras”;

E que:

“foram realizadas reuniões preliminares para definições básicas do processo licitatório:empresas participantes, líder do processo, definição do grupo de trabalho para condução docertame, cronograma preliminar, escopo do fornecimento. Atualmente estamos na fase deelaboração do Termo de Referência, onde estamos detalhando todo o escopo defornecimento da licitação”;

Foi apresentado um cronograma para a realização do licitatório, previsto para dezembro de 2012, sobre oqual efetuamos questionamentos acerca dos prazos, tendo solicitado uma reunião para esclarecimentosadicionais, os quais foram sintetizados, conforme a seguir:

"DETALHAMENTO DO CRONOGRAMA:

- Outubro/2011: autorização do presidente para reiniciar o processo licitatório;

- Novembro/2011: visita as EDE e reuniões preliminares para definição de escopo econstituição do grupo de trabalho para condução do processo licitatório;

- Dezembro/2011: início da elaboração do Termo de Referência;

- Janeiro/2012: término da elaboração do Termo de Referência;

- Março/2012: prazo final para aprovação interna do processo licitatório e aprovaçãopreliminar da Diretoria Executiva da Eletrobras;

Comentário: cronograma em dia;

- Maio/2012: prazo final para apresentação do processo licitatório aos órgãosregulamentadores, atualização do certame com os comentários pertinentes, prazo final para

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aprovação do processo licitatório pela Diretoria Executiva da Eletrobras.

Comentário: estamos tentando reduzir esse prazo, mas depende dos comentários dosórgãos regulamentadores, principalmente da ANEEL. A ANEEL precisa validar, depreferência aprovar, o modelo de faturamento (há questões tributárias que devem serobservadas, que não estão claras nas Resoluções do órgão). Além disso, o preço proposto ea forma de reajuste também devem ser validadas.

- Junho/2012: publicação do Edital

- Julho/2012: preparação para visita técnica

- Setembro/2012: prazo final para visita técnica às usinas das EDE pelos participantes (60dias)

- Novembro/2012: prazo final para elaboração da proposta técnica-comercial pelosparticipantes (mínimo de 45 dias)

Comentários:

1) O processo licitatório prevê o fornecimento de óleos combustíveis e lubrificantes paraBoa Vista – RR, 09 localidades no Acre, 32 localidades em Rondônia, 105 localidades nointerior do Amazonas e 18 usinas em Manaus, totalizando 164 usinas termelétricas. Tendoem vista que estamos exigindo maiores responsabilidades que as atuais, principalmenterelacionadas ao meio ambiente, os proponentes devem realizar visitas técnicas paralevantamento das condições gerais de operações das usinas (não é obrigatório, masentendemos ser de extrema relevância).

2) O cronograma inicial prevê 75 dias para preparação e visita técnica a todas localidades.Se pegarmos um período de dois meses de visitas técnicas com vinte dias de trabalho, osproponentes devem visitar uma média de quatro usinas por dia. Como a maior parte dasusinas está em locais com dificuldade de transporte (a maioria tem acesso apenas por viafluvial), o proponente deverá montar no mínimo 4 equipes para realizar os levantamentos doestado geral das instalações.

3) Após o período de visita às usinas, o cronograma inicial prevê 30 dias para elaboraçãoda proposta técnica-comercial. Face à complexidade de atendimento ao edital, ocronograma está prevendo mais 15 dias de prorrogação de prazo, caso solicitado, paratérmino da elaboração da proposta.

- Tendo em vista que a proposta até o momento do processo licitatório está prevendoinvestimento em infraestrutura e prestação de serviços de abastecimento em localidades, oproponente necessitará de um prazo hábil para levantamento de dados como: tributaçãomunicipal, custo da mão-de-obra local, acordos coletivos da categoria na região, preço deobras civis, logística de atendimento à demanda (como levar cimento, concreto, areia,equipamentos, mão-de-obra especializada, etc. para cada usina que necessita deintervenção).

4) Estamos tentando reduzir o prazo estipulado. Uma das estratégias que possivelmenteadotaremos é reduzir o prazo de visita técnica e elaboração da proposta no Edital e quando(ou se) solicitado, prorrogamos o prazo.

- Dezembro/2012: pregão eletrônico

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Comentário: estamos tentando reduzir esse prazo, para final de setembro, masdepende do desdobramento dos assuntos descritos nos comentários acima."

Observa-se, portanto, que, ainda no exercício de 2012, dada a complexidade do processo em questão, acompra de combustíveis ocorrerá de forma direta. Entendemos, no entanto, que a Empresa vemadotando as medidas necessárias para que a compra se dê mediante procedimento licitatório.

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