umbanda e uma crenca espiritapdf.pdf

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481 481 481 481 481 FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 24, n. 4, p. 481-491, out./dez. 2014. UMBANDA É DE CRENÇA ESPÍRITA* VALDIR AQUINO ZITZKE** D esde o início do século XX, espiritismo e umbanda têm apresentado divergências e semelhanças, dependendo do olhar de cada analista ou estudioso nos assuntos, seja em termos da utilização ou negação de ritos, procedimentos ou simbolismos, mas oque de fato as coloca em termos de igualdade é o fenomeno do mediunismo e o seu uso ou direcionamento para a caridade ao próximo, encarnado ou não. Neste artigo, pretendemos mirar no processo de apresentação das doutrinaspara evidenciar que existem mais semelhanças que divergências entre ambas as propostas filosó- Resumo: espiritismo e umbanda têm mais pontos em comum do que contrários, se consideramos que a hierofania da revelação da umbanda se dá no contexto interno de uma sessão de trabalho espírita. Se, ao mesmo tempo em que os espíritas não aceitavam entidades como pretos-velhos em suas sessões, a manifestação de uma delas no seu contexto de trabalho, acontecendo pelo fenômeno da incorporação inconsciente, no mesmo mediunismo suas propostas de trabalho e discursos são diferentes. O objetivo deste trabalho é evidenciar que existem mais pontos em comuns entre espiritismo e umbanda do que pontos divergentes: a essência do mediunismo é a mesma, diferenciando em ritos e discursos. Enquanto o espiritismo se apresenta como uma doutrina que possui uma filosofia e se fundamente na ciência positiva vigente, a umbanda, na sua revelação, se apresenta enquanto culto, também com uma filosofia, e ambas se distan- ciam das religiões estabelecidas, indo na direção do fenômeno do espírito e do mediunismo, tendo como orientação maior Jesus, o Cristo. A fundamentação deste trabalho se baseia na análise dos contextos de formação ou revelação destas doutrinas, o científico, relacionado ao espiritismo e o simbólico, à umbanda. Palavras-chave: Umbanda. Espiritismo. Ciência. Simbolismo. * Recebido em: 02.09.2014. Aprovado em: 29.09.2014. ** Doutor em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor adjunto da Universi- dade Federal do Tocantins. E-mail: [email protected].

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  • 481481481481481FRAGMENTOS DE CULTURA, Goinia, v. 24, n. 4, p. 481-491, out./dez. 2014.

    UMBANDA DE CRENAESPRITA*

    VALDIR AQUINO ZITZKE**

    Desde o incio do sculo XX, espiritismo e umbanda tm apresentado divergncias e semelhanas, dependendo do olhar de cada analista ou estudioso nos assuntos, seja em termos da utilizao ou negao de ritos, procedimentos ou simbolismos, mas oque de fato as coloca em termos de igualdade o fenomeno do mediunismo e o seu uso ou direcionamento para a caridade ao prximo, encarnado ou no.

    Neste artigo, pretendemos mirar no processo de apresentao das doutrinaspara evidenciar que existem mais semelhanas que divergncias entre ambas as propostas filos-

    Resumo: espiritismo e umbanda tm mais pontos em comum do que contrrios, se consideramos que a hierofania da revelao da umbanda se d no contexto interno de uma sesso de trabalho esprita. Se, ao mesmo tempo em que os espritas no aceitavam entidades como pretos-velhos em suas sesses, a manifestao de uma delas no seu contexto de trabalho, acontecendo pelo fenmeno da incorporao inconsciente, no mesmo mediunismo suas propostas de trabalho e discursos so diferentes. O objetivo deste trabalho evidenciar que existem mais pontos em comuns entre espiritismo e umbanda do que pontos divergentes: a essncia do mediunismo a mesma, diferenciando em ritos e discursos. Enquanto o espiritismo se apresenta como uma doutrina que possui uma filosofia e se fundamente na cincia positiva vigente, a umbanda, na sua revelao, se apresenta enquanto culto, tambm com uma filosofia, e ambas se distan-ciam das religies estabelecidas, indo na direo do fenmeno do esprito e do mediunismo, tendo como orientao maior Jesus, o Cristo. A fundamentao deste trabalho se baseia na anlise dos contextos de formao ou revelao destas doutrinas, o cientfico, relacionado ao espiritismo e o simblico, umbanda.

    Palavras-chave: Umbanda. Espiritismo. Cincia. Simbolismo.

    * Recebido em: 02.09.2014. Aprovado em: 29.09.2014.** Doutor em Cincias Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor adjunto da Universi-

    dade Federal do Tocantins. E-mail: [email protected].

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    ficas e doutrinrias, alm de apontar que o surgimento de ambas as doutrinas se deu num contexto muito semelhante de intensidade dos fenmenos medinicos: de um lado, os fen-menos que motivaram Kardec a estud-los em profundidade, resultando na sua Codificao e, de outro, a umbanda, que revelada no contexto brasileiro repleto de misticismo e cultos de influncia africana. Pretendemos, a partir disso, ir alm da descrio histrica e a compara-o doutrinria, mas afirmar que, embora diferentes na apresentao, so semelhantes na sua essncia de autoria Divina e nas mensagens aos seus pblicos distintos.

    Em se tratando do espiritismo, percebemos que o mesmo est compreendido pela sociedade em sua doutrina e filosofia, estando organicamente estruturado em federaes, com normativas, orientaes, estudos, procedimentos e ritos prprios. A umbanda, ao contrrio, precisa ser analisado a partir de novos olhares para que se possa entender o que este termo encerra e o que se prope revelar. Ela traz consigo certos elementos simblicos que precisam ser entendidos, analisados, para que se possa diferencia-la de outros eventos de cunho espiri-tualista que vingavam e ainda vingam no Brasil, com fundo marcadamente africanista. No se trata aqui, do carter excludente, mas de uma opo metodolgica de anlise.

    Muito embora a umbanda tenha sido revelada num contexto em que as religies de matriz africana se disseminavam nem certas cidades, como o Rio de Janeiro, temos uma grande influncia do espiritismo num pano de fundo, com cenrio marcadamente catlico que sero analisados do ponto de vista do simblico.

    So estas trs matrizes que influenciam a umbanda, o que no significa sincretismo nem raiz africana ou kardecista, mas, ao contrrio, constituem-na como um espao sagrado democrtico onde elementos destas trs matrizes pudessem fazer parte, includos e se mani-festar, tendo como base os ensinamentos marcadamente cristos.

    O PROCESSO DE CODIFICAO DO ESPIRITISMO

    Depois que a Reforma Protestante havia libertado a humanidade dos domnios da Igreja (Sculos XVI e XVII) e que os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade ampliaram a percepo e a compreenso do mundo dos seres humanos, formou-se um clima muito pro-pcio fermentao de ideais renovadores. Foi neste perodo que se iniciaram as primeiras manifestaes de Espritos, chamando a ateno dos seres humanos de ento e preparando o terreno para o advento do Consolador.

    Ao longo do sculo XIX, eclodiram muitos fenmenos espritas e, embora ofi cial-mbora oficial-mente os espritas tomem o ano de 1848, com o fenmeno de Hydesville, como o incio do espiritismo, preciso reconhecer que antes disso existiram pessoas que precisam ser citadas, pela sua capacidade de produzir fenmenos ligados s coisas espirituais (GBM, 2010).

    Entre elas, est o vidente sueco Emmanuel Swedenborg, grande autoridade em Fsica e Astronomia, autor de importantes trabalhos sobre as mars e determinao das la-titudes. Zoologista, anatomista, financista e poltico, era ainda engenheiro de minas, com grande conhecimento em metalurgia. O desabrochar de seu potencial medinico deu-se em abril de 1744, em Londres, onde, por vinte e sete anos, desenvolveu seu trabalho e deixou relatos extraordinrios de suas experincias com o mundo espiritual. Afirmava que ao redor do planeta havia se formado uma densa nuvem devido ao psiquismo grosseiro da humanida-de, antecipando, talvez, aos ensinamentos sobre os fludos que a Doutrina Esprita trouxe ao mundo (GBM, 2010).

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    Outra pessoa tambm importante neste cenrio Andrew Jackson Davis, nascido em 1826, em New York que, ao contrrio de Swedenborg, que foi educado entre a nobreza sueca, era catlico e profundo estudioso da Bblia, era um jovem sem cultura, nascido em meio pobre, me com tendncias visionrias aliadas superstio e o pai trabalhava com cou-ros. Nos ltimos anos de infncia, comearam a se desenvolver os poderes psquicos de Davis.

    Davis representou um importante papel no comeo da revelao esprita, preparan-do o terreno antes que se iniciasse o trabalho dos Espritos superiores. Quando explodiu o acontecimento de Hydesville, ele j o conhecia desde o incio, atravs de revelaes medini-cas. Morreu em 1910, aos oitenta e quatro anos de idade (GBM, 2010).

    O caso das irms Fox (1848), no vilarejo de Hydesville, estado de New York, Esta-dos Unidos, comeou a atrair a ateno do mundo quando comearam a acontecer estranhos rudos nas paredes, com indcios de serem provenientes de uma inteligncia oculta desejando se comunicar. Tudo levava a crer que as irms, de 11 e 14 anos, eram o centro do fenmeno paranormal, que acabou transformando a casa em ponto de atrao para curiosos, que se di-vertiam observando as jovens ordenarem a uma suposta inteligncia invisvel, que produzisse pancadas nas tbuas da parede (GBM, 2010).

    Outro fenmeno medinico, quase concomitante ao das irms Fox, despertou a ateno das massas. Tratava-se de Daniel Dunglas Home, que nasceu em uma pequena aldeia na Esccia e viveu entre os anos de 1833 e 1886, que se tornou conhecido na poca pelos fe-nmenos paranormais que provocava sua volta. Foras invisveis se manifestavam, chegando a algumas ocasies a levant-lo do cho. Home foi considerado o mais surpreendente mdium de todos os tempos. Embora no fosse esprita, atribua a responsabilidade dos fenmenos aos Espritos, o que contribuiu para popularizao do Espiritismo nos nobres sales da Amrica e da Europa. Kardec faz comentrios sobre ele em sua obra, analisando os fenmenos que para ele, eram autnticas provas da existncia de imortalidade da alma (GBM, 2010).

    Na Frana, em 1850, surgiu uma espcie de brincadeira denominada mesa falan-te ou mesa girante, que tomou conta dos sales festivos da poca. Constitua-se de uma pequena mesa redonda, de trs ps, em torno da qual se sentavam as pessoas para promover as manifestaes das foras sobrenaturais. As mos dos presentes eram pousadas sobre a su-perfcie da mesa que, atravs de um fenmeno de efeitos fsicos, saltava sobre seus ps, girava seu tampo e produzia pancadas. Atravs de um cdigo alfabtico semelhante ao usado pelas irms Fox, era possvel conversar com o invisvel. Houve uma espcie de febre ao redor dessa brincadeira, onde a sociedade francesa se divertia em perguntar amenidades mesa.

    Foi neste contexto que Allan Kardec, um professor francs, estudioso do magnetis-mo e interessado pelo estudo das manifestaes espirituais, depois de informado por um ami-go que se tratava de interveno dos espritos, participou de uma dessas reunies. Comeou a questionar para encontrar respostas lgicas que explicassem o fato de objetos inertes emitirem mensagens inteligentes. Admirava-se com as manifestaes e acreditava que por detrs delas existia uma causa inteligente responsvel pelos movimentos, ao que foi informado que aque-las foras invisveis que se manifestavam nas sesses eram as almas de homens que j haviam vivido na Terra (GBM, 2010).

    O processo da Codificao Esprita se iniciou em 1855, atravs de um mecanismo denominado cesta-pio, um mecanismo parecido com as mesas girantes, com a participao de duas mdiuns de 14 e 16 anos, na casa da famlia Baudin. Kardec pronunciava as perguntas aos Espritos desencarnados, que as respondiam por meio da escrita medinica. medida que

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    as perguntas eram respondidas ele percebia que estava diante de uma estrutura doutrinria e se preparou para publicar o que mais tarde se transformou na primeira obra da Codificao Esprita. Todo o trabalho oriundo destas pesquisas era revisado vrias vezes, de modo a se evitar erros ou interpretaes dbias (GBM, 2010).

    A REVELAO DA UMBANDA

    Utilizamos como base da revelao da umbanda no Brasil a transcrio de uma fita gravada em 1971 por Lilian Ribeiro (de domnio pblico) durante uma palestra onde Zlio Fernandino de Moraes, ento com 80 anos, contou como foi a revelao da umbanda no Brasil, sob a inspirao do Caboclo das 7 Encruzilhadas. Este relato est presente em muitas obras umbandistas e de conhecimento pblico, em todo ou em parte. Nesta gravao Zlio conta, entre outras coisas, como foi que comeou a Umbanda no Brasil e quem foi o Caboclo das 7 Encruzilhadas.

    Antes, porm, vamos contextualizar a vida de Zlio por julgarmos pertinente saber-mos mais sobre este personagem to importante. Nascido em 10 de abril de 1892, no bairro das Neves, municpio de So Gonalo (RJ), vinte e sete anos aps a chegada do kardecismo no Brasil (1865), quatro anos aps a Abolio da Escravatura, em 13 de maio de 1988, e trs da Proclamao da Repblica, em 15 de novembro de 1889. Um cenrio, no mnimo, inte-ressante, dado sua complexidade social.

    As diferentes manifestaes de espritos que se apresentavam na forma de ndios e pretos-velhos vinham acontecendo de forma cada vez mais frequente em diversas casas e espaos onde se verificava o fenmeno do mediunismo. No interior das religies de matriz africana foram essas manifestaes que deram origem a muitas outras manifestaes como Tor, Pajelana, Catimb, Candombl, Jurema, entre outras.

    J no ambiente Kardecista esses espritos no encontraram a mesma receptividade nos praticantes. Temos aqui, um cenrio astral onde diferentes espritos buscavam um meio mais adequado para resolver estas questes. Estes espritos foram denominados por Matta e Silva (2013) de Confraria dos Espritos, constituda dos espritos mais antigos e elevados do planeta e foram os primeiros a conseguir esgotar os seus carmas individuais pelas inmeras reencarnaes na Terra. Neste momento, deu-se o incio da organizao e a preparao do terreno para o advento de uma nova doutrina, incluindo a preparao espiritual do jovem Zlio Fernandino de Moraes.

    No dia 15 de novembro de 1908, Zlio foi levado por familiares Federao Esp-rita de Niteri para atendimento por motivos que, supunham seus familiares, eram de sade. Convidado para sentar-se mesa de trabalho, Zlio foi tomado por uma fora estranha e afirmou: aqui est faltando uma flor!. Dizendo isso, saiu da sala e dirigiu-se ao jardim onde colheu uma flor e, retornando, colocou-a sobre a mesa. Logo em seguida ao incio dos traba-lhos comearam a se manifestar, num processo de transe e possesso, espritos de ndios e de ancios que afirmaram terem sido escravos.

    O diretor dos trabalhos, no aceitando tais manifestaes, exigiu que os espritos em manifestao se retirassem, pois os considerava insuficientemente evoludos para os tra-balhos que se faziam necessrios naquele recinto. Zlio, tomado pelo processo medinico, pergunta por que repelem a presena desses espritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Ou, por outro lado, seria pelas suas origens sociais pela da cor da pele. Identifi-

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    cou-se como um caboclo brasileiro. Ao ser inquirido por um mdium vidente que percebia ali vestes sacerdotais, explicou que viam nele os restos de uma existncia anterior, quando foi padre. E que foi encaminhado quele local em nome de Santo Agostinho e seu nome, em outra reencarnao, tinha sido Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria, foi sacrificado na fogueira da inquisio por haver previsto o terremoto que destruiu Lisboa em 1755. Com-pletou informando que na ltima existncia fsica, Deus concedeu-me o privilgio de nascer como um caboclo brasileiro.

    Perguntado seu nome, disse chamar-se do Caboclo das Sete Encruzilhadas, pois para ele no existiriam caminhos fechados. Venho trazer a Umbanda, um novo culto que harmonizar as famlias e que h de perdurar at o final dos sculos, finalizou.

    Questionado se j no havia religies suficientes na Terra para ele viesse inaugurar mais uma, respondeu, conforme consta na entrevista:

    Deus, em Sua infinita bondade, estabeleceu na morte o grande nivelador universal. Rico ou po-bre, poderoso ou humilde, todos se tornam iguais na morte, mas vocs, homens preconceituosos, no contentes em estabelecer diferenas entre os vivos, procuram levar estas mesmas diferenas at mesmo alm da barreira da morte. Por que no podem nos visitar estes humildes trabalhadores do espao, se apesar de no haverem sido pessoas importantes na Terra, tambm trazem importantes mensagens do alm? Por que o no aos caboclos e pretos-velhos? Acaso no foram eles tambm filhos do mesmo Deus?

    Antes de se retirar, informou que no dia seguinte na casa de seu mdium, haveria uma mesa posta a toda e qualquer entidade que quisesse ou precisasse se manifestar indepen-dente daquilo que haja sido em vida. Todos seriam ouvidos, e aqueles espritos que souberem mais ensinariam aqueles que sabiam menos, e a nenhum seria negada esta possibilidade, pois era a vontade de deus.

    Neste dia, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, atravs do transe de Zlio, definiu o rito do novo culto, que deveria ser bem simples, com cnticos baixos e harmoniosos, roupas de cor branca, proibio de sacrifcios de animais. Dispensou os atabaques e as palmas. Capa-cetes, espadas, cocares, vestimentas de cor, rendas e lams no seriam aceitos. As guias usadas seriam apenas as que determinam a entidade que se manifesta. Os banhos de ervas, os amacis, a concentrao nos ambientes vibratrios da natureza, a par do ensinamento doutrinrio, na base do Evangelho, constituiriam os principais elementos de preparao do mdium.

    A diversidade e a pluralidade em suas manifestaes so caractersticas marcantes da umbanda, fruto de sua origem descentralizada, permitindo, desde seu incio, a introdu-o de elementos regionais em sua ritualstica e liturgia, sem a perda da sua unidade e nem dos seus desgnios de caridade e trabalho aos necessitados (RIVAS NETO, 2008). Para os estudiosos de espiritismo, a miscigenao da umbanda no Brasil, pelas culturas amerndia e africana, pode representar uma aparente desconstruo do Uno sagrado. E foi este trao, mar-cadamente amplo e de cunho regional que levou a um no reconhecimento de suas diversas mani festaes.

    CINCIA E ESPIRITISMO

    O contexto europeu, com seu trao forte iluminista influenciou diretamente na codificao do espiritismo, pelas suas caractersticas histricas deixadas em diferentes insti-

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    tuies (imprensa, estado nao), padres de comportamento (democracia representativa, cultura secular, progresso), poltica (equilbrio dos trs poderes, democracia representativa, contrato social), economia (expansionismo econmico, indstria) e cincia (cincia moderna, declnio da religio, razo histrica, superao do pensamento tradicional).

    A cincia moderna iluminista surge e se organiza em torno dos trabalhos cientficos de Galileu e do clculo e da fsica de Isaac Newton, legitimando o modelo do universo regido por leis matemticas e propiciando o estabelecimento do materialismo cientfico, a cincia objetivista e linear. Esta situao impossibilitava a existncia de qualquer realidade fora do mundo material e objetivo, tidos como a nica dimenso que poderia explicar o mundo, utilizando-se, para isso, da experimentao em laboratrio, do controle de suas variveis e da comprovao das leis que regem os fenmenos naturais, fsicos, biolgicos ou sociais (MA-RALDI, 2011).

    nesse contexto, na Frana, onde o Iluminismo assumiu sua feio intelectual mais vigorosa, que o espiritismo, um tratado epistemolgico, codificado. Em relao natureza do espiritismo, Kardec afirmou que:

    , pois, rigorosamente exato dizer-se que o Espiritismo uma cincia de observao e no produto da imaginao. As cincias s fizeram progressos importantes depois que seus estudos se basearam sobre o mtodo experimental; at ento, acreditou-se que esse mtodo tambm s era aplicvel matria, ao passo que o tambm s coisas metafsicas. (KARDEC, 1990, p. 20)

    Neste cenrio, Kardec no apenas reconhecia a importncia do mtodo positivo para o avano e consolidao da cincia moderna, como tambm desenvolveu procedimentos para emprega-lonos estudos dos fenmenos espritas. Alm disso, submeteu os fatos espritas observao e comparao, classificando-os na escala esprita para encontrar a sua causa racional e aplicou estudo rigoroso das suas vrias hipteses de explicao para manter os con-ceitos espritas dentro de uma racionalizao lgica e coerente. Neste sentido, foi fortemente influenciado pelo racionalismo, experimentalismo e evolucionismo, as principais vertentes do Iluminismo.

    Da mesma forma, as Leis Morais que Kardec apresenta no Livro dos Espritos, tm influncia direta de pensadores como Rousseau (O Contrato Social), Montesquieu (O Esp-rito das Leis), Maquiavel(O Prncipe) e Descartes (O Discurso do Mtodo), alm de Voltaire, Diderot, e muitos outros Iluministas.

    Se, por um lado, a viso sobre a evoluo humana que o espiritismo propicia, com base no sentido das leis, rompendo com a suposta ideia da interveno Divina na histria, se caracteriza por uma abordagem no teolgica do progresso, por outro lado, o espiritismo amplia esta viso ao conceber a evoluo humana por meio de algumas leis naturais, entre elas a reencarnao e a influncia recproca dos diferentes planos da vida, assumindo, assim, uma viso mais naturalista. Kardec transcendeu ao iluminismo ao optar por um modelo episte-molgico de trabalho que estava alm de seu tempo, desenvolvendo, atravs do dilogo com os espritos, uma racionalidade mais ampla e complexa, integrando interpretaes filosficas, dados concretos e objetivos da cincia de sua poca, relatos e descries etnogrficas dos espritos, empatia espiritual e a vivncia de uma conscincia religiosa autntica e profunda (MARALDI, 2011).

    Em pleno sculo XIX, Kardec, com sua infidelidade ao paradigma cientificista da sua poca, conseguiu construir uma cincia e uma linguagem novas, com elementos suficien-

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    tes para superar os condicionamentos impostos pela cincia newton-cartesiana, apontando, inclusive, para uma concepo quntica do universo ao descrever as formas de matria cujo grau de eterizao rompia com a fsica corpuscular de Newton. Alm disso, traz em si elemen-tos da tradio do Romantismo, ressignificando o mundo atravs dos valores espirituais, do amor e da fraternidade universais, em cada ser, individualidade e, diferentes de manifestaes da vida (MARALDI, 2011).

    SIMBOLISMO E UMBANDA

    A umbanda que foi revelada no Brasil apresenta uma linguagem simblica, pois grafa, nascida no seio de comunidades pobres e perifricas das cidades brasileiras, constituda de pessoas humildes e analfabetas, ao contrrio do espiritismo que nasce nos sales da nobreza francesa e seio da cincia moderna. Para ser compreendida pelos seus adeptos, como uma for-ma de consolo dureza da vida cotidiana, apropriou-se da linguagem simblica que imperava no interior destas periferias brasileiras, e que frequentavam, via de regra, as diferentes casas que se utilizavam do fenmeno do mediunismo, como forma de oferecer alento e solues aos diferentes tipos de problemas, muitas delas, mediante pagamentos.

    Desta forma, o simbolismo, apreendido pelos sentidos e somados fascinao so-cial pelo fenmeno do mediunismo imperante, to intrnseco gnese do povo brasileiro, com danas, gritos, risos, batuques e cantigas, foi a forma que os espritos da Confraria de Umbanda, segundo Matta e Silva, encontraram para implantar no Brasil o Projeto Terras do Sul, com a reintroduo da Umbanda.

    Muito embora a umbanda tenha sido revelada num contexto em que as religies de matriz africana se disseminavam nem certas cidades, com o Rio de Janeiro temos uma gran-de influencia do espiritismo (kardecismo) num pano de fundo, com cenrio marcadamente catlico.

    Ento, estes trs elementos se constituem no grande cenrio onde a umbanda foi anunciada, influenciando e sendo influenciada por eles ao mesmo tempo, o que no sig-nifica sincretismo nem raiz africana ou kardecista, mas, ao contrrio, um espao sagrado democrtico onde elementos destas trs matrizes pudessem fazer parte, includos e se mani-festar, tendo como base os ensinamentos marcadamente cristos. Neste aspecto, a umbanda se apresenta com carter ecltico, abrangente e universalista, no se restringindo a ser apenas uma religio, embora o seja.

    A Umbanda se constitui num culto eminentemente simblico, e isto se justifica pelo fato de o smbolo estar presente no cotidiano das atividades humanas, tornando-se um trao caracterstico da dimenso humana. No incio do sculo XX, Carl Gustav Jung produ-ziu uma teoria psicanaltica baseada nesta caracterstica humana, apontando para a existncia de imagens simblicas gravadas no inconsciente coletivo, considerando que estas imagens seriam fruto de toda uma herana cultural ancestral, passada atravs de geraes.

    Do ponto de vista espiritualista, elas podem ser interpretadas como as aquisies do esprito ao longo de suas diversas passagens pela matria em pocas distintas da histria da humanidade. Alguns destes smbolos ou imagens alcanam o status de imagens primordiais ou arqutipos, ou seja, imagens que contm em si uma carga representativa passvel de ser reconhecida por qualquer pessoa, em qualquer lugar, e que permitem a construo de uma teia de smbolos amplamente utilizados de forma geral, pelo ser humano.

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    Um smbolo uma representao, mas no uma reproduo. Um smbolo traz em si a capacidade de evocar conceito do objeto que ele representa devido possuir caractersticas em comum, tratando-se de outro tipo de linguagem, coletiva, mais emotiva e mais rica, exprimindo o que no pode ser expresso diretamente no falar corrente. O smbolo aponta para algo que est ausente, representando-o, mas sem apreender todas as suas possibilida-des. O smbolo tem a propriedade excepcional de sintetizar, numa expresso sensvel, todas as influncias do inconsciente e da conscincia, bem como das foras instintivas e espirituais, em conflito ou em vias de se harmonizar no interior de cada homem (CHEVALIER; GHE-ERBRANT, 2001).

    No caso da revelao da Umbanda, os smbolos presentes so elementos essenciais no processo de comunicao e, embora alguns sejam amplamente conhecidos, outros s po-dero ser reconhecidos e compreendidos daquele momento em diante e dentro do grupo ou no contexto de um templo espiritualista de umbanda. Estes smbolos que intensificam a relao com o transcendente, com a dimenso espiritual. A representao especfica de cada smbolo, naquele monento, foi convencionada de maneira a que os receptores presentes con-seguissem fazer a interpretao dos seus significados implcitos e atribuir-lhes determinada conotao.

    A flor branca depositada sobre a mesa na Federao Esprita se constituiu no pri-meiro smbolo e precisa ser analisado na perspectiva sistmica: o ambiente kardecista, isento, geralmente, de qualquer tipo de simbologias ou representaes, foi alterado pela presena de uma flor. Sabemos, pela literatura esprita, que o mundo dos espritos o mundo das energias sutis e, nesse momento, a presena da flor alterou em termos energticos ou vibracionais a condio do ambiente, criando as condies necessrias para a manifestao daqueles espritos que at aquele momento no seriam intencionalmente invocados. A flor simbolizou, naquele momento, um elemento mgico de conexo com as energias puras da natureza, representan-do a dimenso astro-magntica das energias movimentadas pelos espritos na Umbanda.

    O segundo smbolo da umbanda que precisa ser analisado nome do Caboclo: representa aquilo que mais importa na Umbanda, a sua prtica, que seria a chave para a iden-tificao dos diferentes espritos na Umbanda, onde cada um utilize nomes que identificariam mais sua funo no astral do que uma personalidade ou um ego. Naquele momento, o nome Caboclo das 7 Encruzilhadas refletia em seu nome a abertura de todos os caminhos espirituais e terrenos para todos os espritos que desejassem trabalhar no novo culto cujas bases foram ali lanadas.

    O nmero 7 presente no nome do Caboclo, para o qual nenhum caminho estaria fechado, pode se referir aos sete caminhos que teria para percorrer no sentido de propagar a Umbanda. A juno destes sete caminhos, a encruzilhada, remete-nos s praas de muitas igrejas das cidades do interior, que oferecem aos fiis sete opes de caminhos para chegar at o templo. Estes caminhos podem se referir aos sete dons do Esprito Santo: Sabedoria, Enten-dimento, Conselho, Fortaleza, Cincia, Piedade e Temor, portanto, completamente distante das interpretaes que qualificavam as entidades da Umbanda como demonacas.

    Em relao Umbanda se constituir num novo culto, temos trs observaes que se fazem importantes para compreenso dos fundamentos da Umbanda: o Caboclo afirmou ser um novo culto e no uma corruptela de alguma j existente, importante para que no se confundisse com outras religies de matriz africana que se verificavam naquele momento histrico; que os pretos-velhos africanos e os ndios nativos (caboclos) no encon-

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    travam campo de ao nos grupamentos kardecistas e que teria na Umbanda este espao de trabalho e que esse seria um culto embasado no Evangelho de Jesus, reconhecendo-o, inclu-sive, como Mestre Supremo.

    Em relao ao ator que anuncia a Umbanda, que se identificou como Caboclo das 7 Encruzilhadas o fato de denominar enviado de Santo Agostinho, um dos doutores da Igreja (Doctor Gratiae), que em outra vida, havia sido um padre jesuta, o que nos leva a considerar a Umbanda enquanto uma religio que acolhe trabalhadores de qualquer religio, irmanados para o bem comum.

    Os pintores da Idade Mdia, com razo, representaram Santo Agostinho tendo em sua mo um corao atravessado por uma flecha. Ele havia dito a Deus que tu atinges meu corao com a flecha de teu amor. O corao simbolizando o amor de Deus por todos, bem como o desejo de conhec-lo e experimentar seu amor Divino. A flecha transpassando o cora-o, de cima para baixo, representa o Esprito de Deus entrando nos coraes. Todos so cha-mados a continuar crescendo na f, na esperana e na caridade, principalmente ao prximo.

    Numa pintura medinica do Caboclo das 7 Encruzilhadas realizada em 1949 pelo mdium vidente Jurandy, o smbolo do corao atravessado pela flecha aparece no seu ombro evidenciando a ligao e o compromisso de Santo Agostinho com a Umbanda, juntamente com o Caboclo das Sete Encruzilhadas. A presena deste Santo importante e decisiva na formao da Umbanda, pois um dos mais importantes telogos e grande inspirador da vida religiosa e do desenvolvimento do cristianismo no ocidente.

    Em relao s caractersticas dos ritos do novo culto ou religio, que deveriam ser bem simples e, portanto, sem ostentaes de os adereos, com cnticos baixos e inexistncia de tambores, o Caboclo se referia s muitas casas religiosas, muitas de matriz africana, onde existia uma hierarquia manifestada nas roupagens e guias dos seus diretores, conferindo-lhes certo carter de autoridades espirituais, o uso vibrante dos tambores palmas nas sesses de trabalho, com o uso de cocares, capacetes e vestimentas de cor utilizada pelos mdiuns para identificar ou caracterizar a entidade que baixava. Neste sentido, tirava o foco dos ritos e manifestaes materiais direcionando-os para conceitos de irmandade, de igualdade e de simplicidade.

    Na nova religio, a Umbanda, os banhos de ervas, os amacis, a concentrao nos ambientes vibratrios da natureza, a par do ensinamento doutrinrio, na base do Evangelho, constituiriam os principais elementos de preparao do mdium. Este fato evidencia a estreita relao da Umbanda com os stios vibratrios da natureza terrena como ambiente de equil-brio aos mdiuns e a fonte de energia para os trabalhos de magia de trabalho e fundamenta sua doutrina nos Evangelhos, fato que a afasta, claramente, da crena no senso comum, de sua origem africana. Neste sentido, a Umbanda de orientao crstica, tendo Jesus, o Cristo, como seu mentor.

    ALGUMAS CONSIDERAES

    Este primeiro ensaio nos leva a questionar muitos pontos de vista divulgados em re-lao s diferenas entre espiritismo e umbanda, todos relacionados aos seus ritos, entidades, fenmenos e manifestaes medinicas.

    Mas o que nos importa neste momento, verificar que ambas so diferentes lin-guagem de um mesmo Autor, voltada para pblicos (receptores) diferentes e em contextos

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    especficos, exigindo, da mesma forma, linguagens prprias. Assim, no caso do espiritismo, a manifestao divina se deu atravs da linguagem cientifica, num contexto em que a cincia se consolidava e avanava, num crescente progresso humano e material, mostrando certa consistncia cientfica, uma racionalidade analtica e um contedo passvel de verificaes e experimentaes. No caso da umbanda, a opo pela linguagem simblica se deveu pelo prprio cenrio brasileiro, pobre, excludente, mestio e grafo, onde o simbolismo, associado ao sincretismo, legitimava as manifestaes religiosas.

    Dito de outra forma: estruturas lingusticas e elementos ou instrumentos prprios de cada contexto histrico: a linguagem cientfica, baseada no desenvolvimento da razo, a reflexo, a anlise e a concluso, portanto, um mtodo cientfico de compreender o mundo em se tratando de espiritismo; linguagem simblica, baseada na busca da soluo imediata para os problemas da vida (sade, orientao, trabalho) utilizando-se de elementos do coti-diano e disponvel a todas as pessoas: gua, velas, ervas medicinais, fumo (cachimbo), lcool (cachaa), conhecimentos das lunaes, das rezas, ou seja, a magia dos elementos e energias da natureza no caso da umbanda.

    Constituem-se, ambas as doutrinas, nas duas faces da mesma moeda e em conso-nncia com a afirmao de Roger Feraudy, tambm admitimos que no espiritismo, Jesus estudando, na umbanda, Jesus trabalhando.

    UMBANDA BELIEF IS SPIRITIST

    Abstract: Spiritism and Umbanda have more in common than contrary, if we consider that the revelation of the Umbanda hierophany occurs in the internal context of a spiritist session. If, at the same time as the spiritualists would not accept elderly black spirits in their sessions, the manifesta-tion of one of them in their work context, going by the phenomenon of unconscious incorporation, the same mediumship its work proposals and discourses are different. The objective of this work is to show that there are more points in common between spiritualism and Umbanda than divergent ones: The essence of mediumship is the same, the difference is their rites and discourses. While spiri-tualism is presented as a doctrine that has a philosophy and is based on the positive science, Um-banda, in its revelation, presents itself as a cult, also with a philosophy, and both are distant from established religions, going toward the phenomenon of spirit and mediumship, yielding a greater guide Jesus the Christ. The rationale of this work is based on analysis of the contexts of the develop-ment of these doctrine: scientific, related to Spiritism, and the symbolic, related to Umbanda.

    Keywords: Umbanda. Spiritism. Science. Symbolism.

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