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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC - SP Ligia Maria Teixeira de Faria Brezolin Uma Proposta para Aplicação de Mapas Conceituais ao Processo de Ensino-Aprendizagem de Computação PROGRAMA DE MESTRADO TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA E DESIGN DIGITAL SÃO PAULO 2010

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC - SP

Ligia Maria Teixeira de Faria Brezolin

Uma Proposta para Aplicação de Mapas Conceituais ao Processo de Ensino-Aprendizagem

de Computação

PROGRAMA DE MESTRADO

TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA E DESIGN DIGITAL

SÃO PAULO

2010

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Ligia Maria Teixeira de Faria Brezolin

Uma Proposta para Aplicação de Mapas Conceituais ao Processo de Ensino-Aprendizagem

de Computação

SÃO PAULO

2010

Dissertação apresentada à Banca

Examinadora da Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo, como exigência

parcial para obtenção do título de Mestre

em Tecnologias da Inteligência e Design

Digital.

Orientador: Prof. Doutor Fernando Antonio

de Castro Giorno.

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Ficha Catalográfica

Brezolin, Ligia Maria T. de Faria

Uma proposta para aplicação de Mapas Conceituais ao processo de ensino-

aprendizagem de Computação – São Paulo, 2010.

138f.

Orientador: Prof. Dr.Fernando Antonio de Castro Giorno.

Dissertação (Mestrado em Tecnologias da Inteligência e Design Digital) –

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2010.

Contém bibliografias e ilustrações.

1. Inteligência Artificial. 2. Engenharia de Software Orientada a Objeto. 3. Métodos Quantitativos. 4. Pensamento Sistêmico.

Giorno, Fernando, orient. II. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. III.Titulo.

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BANCA EXAMINADORA

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu esposo Warner pelo total apoio, compreensão e carinho.

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Agradecimentos

À Deus, pela luz, que me ilumina todos os passos, pela família que me deu e a realização de mais esse sonho. Ao meu orientador Giorno, pelos valiosos ensinamentos, compreensão e paciência, bem como pelo apoio amigo durante toda a pesquisa. Ao meu esposo Warner pelo amor, paciência, compreensão e total incentivo. Meu companheiro em todos os momentos! À minha querida mãe Maria Eugênia por ser tão especial, me amar e me conduzir sempre. À minha mãe e minha sogra Ivani por me abençoarem todos os dias, e de um modo especial nas viagens que fiz para o mestrado. Vocês são muito especiais! Ao meu sogro Antonio e esposo pela paciência por tantas esperas nas madrugadas frias. À minha irmã Luciana pelas palavras de incentivo e carinho. À minha prima Ana Margarida pelas companhias de almoço. Ao Leopoldo, Claudia, Aníbal, Anelise, Patrícia, Daisy e demais colegas do UNISAL que acreditaram em minha capacidade profissional e sempre deram palavras de incentivo. De modo especial ao Leopoldo pela amizade e pelas sugestões para a pesquisa. À Edna pela total acolhida, gentileza e dedicação nos serviços prestados. A todos os professores do TIDD que foram sempre um exemplo de dedicação e profissionalismo. Ao meu padrinho Pe. Aloísio Teixeira (in memoriam) por ser meu anjo da guarda desde o meu nascimento. Tenho certeza que ele está feliz com mais esse passo dado em minha vida. A CAPES pela cessão de uma bolsa de estudos tornando possível a concretização deste trabalho. A todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente com o desenvolvimento deste trabalho.

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Resumo

Esta pesquisa consiste numa proposta para aplicação de Mapas Conceituais no

Ensino Superior de Computação em duas vertentes: na integração vertical e

horizontal das disciplinas que compõe a grade curricular, bem como na

aprendizagem do aluno levando-o a uma aprendizagem significativa. Destaca-se o

Ensino Superior como um desafio em adotar técnicas que possam ser um fator

potencial no aprendizado do aluno, pois permitirá estudar e aprender os conteúdos

das disciplinas de um modo mais agradável. O estudo baseou-se na análise

qualitativa, tomando como referencial teórico Ausubel, Novak, Gowin, Gagné,

Piaget e Bruner. São abordados conceitos relacionados ao ensino-aprendizagem,

destacando-se a Teoria Cognitivista de Aprendizagem e Mapas Conceituais. A

pesquisa foi efetivada no curso de Ciência da Computação do UNISAL – Centro

Universitário Salesiano de São Paulo – Unidade de Ensino de Lorena, abordando a

disciplina Linguagem de Programação Orientada a Objeto. Participaram a professora

e os alunos do primeiro ano (segundo semestre) do curso. Foram desenvolvidas

atividades relacionadas com os conteúdos da disciplina e o uso de Mapas

Conceituais através do software CMapTools e análise da evolução dos mapas

desenvolvidos pelos alunos. Os resultados mostraram que a implementação da

técnica de Mapas Conceituais no ensino da Computação se constituiu numa ação

potencialmente facilitadora de aprendizagem, além de possibilitar essa ocorrência

nas demais disciplinas do curso.

Palavras-chave: Mapas Conceituais; Aprendizagem Significativa; Computação

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Abstract

This research is a proposal for the application of concept maps in Higher Education

Computing in two aspects: the integration of disciplines that make up the curriculum,

as well as in students’ learning, leading them to a meaningful learning. Higher

education is seen as a challenge in creating techniques that can be a potential factor

in student learning in a way they could study and learn the subjects’ contents in a

more enjoyable way. The study was based on the qualitative analysis, having as a

theoretical reference Ausubel, Novak, Gowin, Gagné, Piaget and Bruner. The

concepts related to teaching and learning are discussed, highlighting the cognitive

theory of learning and concept maps. The research was carried out in Computing

Science Course at UNISAL - Centro Universitário Salesiano de São Paulo – Unidade

de Ensino de Lorena, in the subject Object-Oriented Programming Language. The

teacher and the students of first year (second semester) course were the subjects of

the research. The activities related to the course contents and the use of concept

maps across the CmapTools software and analysis of the maps developed by the

students were carried out during the research. The results showed that the

implementation of the concept maps technique in the teaching of computing was a

potential learning facilitator action as well as to allow this occurrence in other

disciplines of the course.

Keywords: Concept maps, Meaningful Learning, Computer

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 -Estrutura do trabalho ............................................................................................................. 22

Figura 2- Fatores que podem influenciar na aprendizagem ................................................................. 26

Figura 3 - Principais teóricos cognitivistas ............................................................................................ 32

Figura 4 -Fases da aprendizagem de Gagné ....................................................................................... 34

Figura 5- Conceitos básicos da teoria de Ausubel................................................................................ 43

Figura 6-Exemplo de Mapa Conceitual ................................................................................................. 44

Figura 7- Arquitetura geral do sistema.................................................................................................. 50

Figura 8-Ambiente Virtual gerado a partir de um Mapa Conceitual...................................................... 51

Figura 9- Mapa Conceitual - Conceitos abordados em Lógica de Programação ................................. 52

Figura 10 - Etapas da metodologia de pesquisa................................................................................... 56

Figura 11- Organização dos materiais de pesquisa.............................................................................. 62

Figura 12- Mapa Conceitual sobre a trajetória profissional do aluno.................................................... 66

Figura 13- Mapa Conceitual desenvolvido no segundo encontro......................................................... 68

Figura 14-Mapa Conceitual desenvolvido no quarto encontro ............................................................. 70

Figura 15- Mapa Conceitual sobre Matrizes desenvolvido pelo aluno ................................................. 71

Figura 16- Mapa Conceitual desenvolvido por um aluno a partir do estudo do conteúdo da disciplina

de Linguagem de Programação Orientada à Objeto ............................................................................ 72

Figura 17- Mapa Conceitual da Grade Curricular do Curso ................................................................. 84

Figura 18- Exemplo de atribuição dos conceitos na disciplina ............................................................. 85

Figura 19 - Relação dos conceitos no Mapa Conceitual ...................................................................... 87

Figura 20 - Exemplo de Mapa Conceitual............................................................................................. 88

Figura 21- Etapa 4 – Construção do Mapa Conceitual ......................................................................... 92

Figura 22- Etapa 6 – Conexão de conceitos no Mapa Conceitual........................................................ 93

Figura 23- Etapa 8 – Interconexão do Mapa Conceitual ...................................................................... 94

Figura 24- Etapa 9 – Exemplificação do Mapa Conceitual ................................................................... 94

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Mapeamento na aprendizagem ............................................................................................ 45

Tabela 2- Calendário para desenvolvimento da pesquisa.................................................................... 61

Tabela 3- Atribuição de pesos para o questionário de satisfação de aprendizagem .......................... 73

Tabela 4- Legenda para análise dos Mapas Conceituais..................................................................... 75

Tabela 5- Classificação dos mapas quanto aos princípios da Aprendizagem Significativa ................. 76

Tabela 6- Participação dos alunos nos encontros ................................................................................ 77

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Tipos de aprendizagem........................................................................................................ 38

Quadro 2 - Formas de Aprendizagem................................................................................................... 38

Quadro 3- Etapas de execução na construção dos Mapas Conceituais .............................................. 89

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Alunos que participaram do encontro 1................................................................................ 63

Gráfico 2- Grau de dificuldade encontrado na disciplina ...................................................................... 63

Gráfico 3- Compreensão dos comandos e sintaxes da disciplina ........................................................ 64

Gráfico 4- Importância da disciplina na grade curricular....................................................................... 64

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LISTA DE SIGLAS

DAMA Desempenho Acadêmico e Metodologias Aplicadas FATEA Faculdade Teresa D’Ávila LPOO Linguagem de Programação Orientada a Objeto PPC Projeto Pedagógico do Curso SBC Sociedade Brasileira de Computação UNISAL Centro Universitário Salesiano de São Paulo

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO...................................................................................17

1.1 Motivação ........................................................................................................17

1.2 Objetivos de Pesquisa .....................................................................................20

1.3 Resultado esperado e contribuições................................................................21

1.4 Estrutura do Trabalho ......................................................................................22

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTOS E ESTADO DA ARTE ..........................................25

2.1. Fundamentos..................................................................................................25

2.1.1 O que é Aprender?....................................................................................25

2.2 O aprender na perspectiva curricular...............................................................27

2.2.1 Aprender a conhecer.................................................................................28

2.2.2 Aprender a fazer........................................................................................28

2.2.3 Aprender a conviver ..................................................................................28

2.2.4 Aprender a ser ..........................................................................................29

2.3 Sociedade do Conhecimento..........................................................................30

2.4 Teorias de Aprendizagem................................................................................31

2.4.1 Teoria Cognitivista de Aprendizagem.......................................................32

2.5 Aprendizagem Significativa de Ausubel...........................................................37

2.5.1 Mapas Conceituais....................................................................................41

2.5.2 Como construir o Mapa Conceitual ..........................................................42

2.5.3 A transformação da informação em conhecimento ..................................44

2.6 Estado da Arte ............................................................................................47

CAPITULO 3 MÉTODO DE PESQUISA.................................................................55

3.1 Participantes ....................................................................................................56

3.2 A amostra .......................................................................................................57

3.3 Instrumentos da pesquisa...............................................................................58

3.4 O uso do software CmapTools ........................................................................58

3.5 Procedimentos da pesquisa.............................................................................59

3.5.1 Etapa 1 – Planejamento ............................................................................60

3.5.2 Etapa 2 – Desenvolvimento das atividades...............................................61

3.5.2.1 Primeiro encontro ...................................................................................62

3.5.2.2 Segundo encontro ..................................................................................67

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3.5.2.3 Terceiro encontro ...................................................................................69

3.5.2.4 Quarto encontro .....................................................................................70

3.5.2.5 Quinto encontro......................................................................................72

3.5.2.6 Sexto encontro .......................................................................................73

3.6 Análise da evolução dos Mapas Conceituais..................................................73

3.7 Resultados alcançados...................................................................................77

CAPITULO 4 UMA PROPOSTA PARA A TÉCNICA DE MAPAS CONCEITUAIS

NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE COMPUTAÇÃO ...............................................80

4.1 Introdução ...................................................................................................80

4.2 Projeto Pedagógico do Curso - PPC ..............................................................81

4.3 A proposta .......................................................................................................82

4.3.1 O Mapa Conceitual e a estrutura curricular do curso ...................................82

4.3.2 O Mapa Conceitual e o acompanhamento da aprendizagem .....................85

4.4 Elementos da proposta: Mapa Conceitual ......................................................86

4.4.1 Exposição do termo “Mapa Conceitual” ...........................................................86

4.4.2 Uso dos “conceitos”.............................................................................................87

4.4.3 Metodologia para construção do Mapa Conceitual ........................................88

4.4.4 Avaliação...............................................................................................................95

CAPITULO 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................97

REFERÊNCIAS.........................................................................................................99

APÊNDICE A - Questionário de Satisfação de Aprendizagem............................105

APÊNDICE B – Resultado do questionário sobre a satisfação da técnica de Mapas

Conceituais ..........................................................................................................106

APÊNDICE C – Evolução dos Mapas Conceituais realizados pelos alunos........107

ANEXO A - Softwares para construção de Mapas Conceituais...........................112

ANEXO B – Tutorial do software Cmap Tools .....................................................117

ANEXO C – Plano de curso da disciplina de Linguagem de Programação

Orientada a Objeto ..............................................................................................128

ANEXO D – Carta de esclarecimento da pesquisa..............................................131

ANEXO E – Termo de consentimento livre e esclarecido....................................132

ANEXO F – Curso Ciência da Computação e grade curricular............................134

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Mapa Conceitual – Elementos fundam

entais da dissertação

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CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

1.1 Motivação

Nos dias atuais, percebe-se que o Ensino Superior está cada vez mais

demandando novas técnicas de ensino para favorecer o processo de ensino-

aprendizagem. Muitos recursos diferenciados são trabalhados com o estudante, tais

como: uso dos ambientes virtuais de aprendizagem, educação a distância, uso de

fóruns, chats, multimídias, entre outros. Nesse contexto de constantes tentativas

para tornar o ensino mais atrativo, percebe-se que alguns recursos podem trazer

bons resultados na aprendizagem enquanto outros ainda precisam ser melhor

trabalhados pelo professor/estudante para atingir o objetivo proposto. O

planejamento de ensino, o uso de técnicas apropriadas de ensino-aprendizagem, a

preparação do professor e a motivação do estudante são fundamentais nesse

processo.

Na área da computação, isso não é muito diferente. A aprendizagem do

estudante é cercada de técnicas digitais que tem o objetivo de tornar o aprendizado

mais atrativo e dinâmico. Nessas técnicas, pode-se encontrar o uso de softwares

específicos para a disciplina, ambientes virtuais para hospedagem de material

didático do professor, entre outros. Nesse contexto, o professor precisa trabalhar

essas técnicas digitais a fim de que o estudante consiga compreender o conteúdo

desenvolvido, minimizando as frequentes dificuldades de aprendizagem.

A exigência do mercado de trabalho e da sociedade faz com que as

universidades, cada dia mais, invistam em suas técnicas, em seus projetos

pedagógicos, nas suas ações, e na busca de qualidade visando a formação integral

do estudante. É preciso ter a consciência desta formação, pois será um diferencial

da universidade para a vida profissional do aluno.

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Um trabalho desenvolvido pelo grupo de Pesquisa DAMA1 (Desempenho

Acadêmico e Metodologias Aplicadas), tendo como tema Hábitos de Estudo em

Estudantes da Educação Superior, revelou que os alunos do curso de Graduação

em Ciência da Computação do UNISAL2 – Centro Universitário Salesiano de São

Paulo – Unidade de Ensino de Lorena, necessitam de diferentes técnicas de ensino

adotadas pelos professores para se sentirem motivados. Nessa concepção, buscam-

se duas questões pertinentes em relação à aprendizagem:

Como tornar a aprendizagem significativa para o aluno?

Como fazer com que o aluno envolva-se com o assunto a ser tratado de um

modo satisfatório?

É preciso considerar que nem sempre as estruturas cognitivas dos alunos

estão preparadas para a construção de conhecimento, principalmente nas

disciplinas específicas do curso de Ciência da Computação. É possível verificar que

cada aluno tem uma bagagem intelectual de conhecimentos prévios e de

ferramentas mentais que podem facilitar ou dificultar o novo aprendizado. Nesse

sentido, o desafio para o professor é verificar quais sentidos os alunos atribuem,

nas suas construções individuais e aos conceitos, e assim intervir no processo,

colocando em prática técnicas que consistem em formas de se aprender. Nesse

processo, o papel do professor possui importância ímpar na busca de técnicas que

possam levar a construção do conhecimento, bem como o envolvimento do aluno.

Com a intervenção do professor na abordagem de técnicas de ensino para a

aprendizagem e a participação efetiva do aluno nesse processo poder-se-á

considerar uma aprendizagem significativa. Assim, para intervir nesse processo

buscando facilitar o aprendizado do aluno e o ensino mais agradável, motivou-se a

adoção da técnica de Mapas Conceituais para o ensino-aprendizagem no curso de

Computação.

Mapas Conceituais, também conhecidos como Mapas Mentais ou Mapas

Cognitivos, constituem uma técnica de apoio para organizar o pensamento, dando

1 Grupo de pesquisa DAMA (Desempenho Acadêmico e Metodologias Aplicadas), cadastro no CNPq (Ministério da Ciência e Tecnologia) foi fundado em 2005 no UNISAL – Lorena. 2 Disponível em: <http://www.unisal.br>

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uma visão geral de um assunto, auxiliando na resolução de problemas, na

concentração, no planejamento e na comunicação. No que se refere às suas

funcionalidades, pode-se perceber que possui usos diversos e variados.

O Mapa Conceitual permite elucidar a estrutura do processo de produção de

determinado conhecimento, bem como facilitar a aprendizagem significativa em sala

de aula.

Muitas empresas adotam o uso de Mapas Mentais para coordenação de

reuniões relativas a tópicos específicos, na solução de problemas e no

desenvolvimento de projetos, visando compartilhar informações de um modo

dinâmico. Segundo Ontoria et al. (2004, p.47), Mapas Mentais contribuem em

diferentes aspectos, como: exprimem o pensamento com palavras e imagens;

hierarquizam e categorizam as informações; promovem a aprendizagem, de forma a

estimular os órgãos sensoriais; e mantêm compromisso com o “cérebro total ou

global”.

Muitas pessoas utilizam Mapas Conceituais para fins pessoais, como realizar

uma compra, uma viagem, um evento, o roteiro de uma palestra, entre outros.

Segundo Buzan (2005), o Mapa Conceitual é utilizado por milhões de pessoas no

mundo dos negócios, e a grande vantagem em utilizá-lo numa apresentação é que

mantém a atenção constantemente voltada para o conjunto completo de conceitos

envolvidos, possibilitando acrescentar e retirar informações dinamicamente,

abordando os pontos principais que se quer aprender e comunicar.

Na Educação, os Mapas Conceituais tem uma função especial ao permitir o

aluno lembrar o conteúdo da disciplina de uma maneira melhor e possibilitar

organizar os pensamentos. O aluno terá mais agilidade e eficiência, tornando o

estudo e o desenvolvimento da disciplina mais prazeroso e agradável. A técnica

pode ser aplicada em todas as disciplinas que compõem a matriz curricular do curso,

pois potencializa a capacidade de aprender a aprender, a pensar e a estudar.

O conceito de Mapas Conceituais surgiu pela primeira vez por Joseph

Novak em 1960 e têm sua origem nos estudos David Ausubel que visa uma

aprendizagem significativa. Com o emprego dessa técnica, pode-se observar que o

ponto de partida de formulação dos mapas são os conhecimentos prévios dos

alunos sobre uma determinada ação, e as relações significativas entre conceitos,

o que constitui um recurso para aprendizagem (NOVAK; GOWIN, 1984).

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1.2 Objetivos de Pesquisa

O objetivo geral desta pesquisa consiste em elaborar uma proposta para

utilização de Mapas Conceituais na aprendizagem do aluno em disciplinas

específicas em cursos superiores de Ciência da Computação.

Os objetivos específicos que norteiam o trabalho são:

1. Analisar como os Mapas Conceituais podem contribuir na

aprendizagem do aluno.

2. Identificar como os Mapas Conceituais podem contribuir nas atividades

educativas do professor em sala de aula.

A justificativa do trabalho está centrada na dificuldade do uso de técnicas de

ensino-aprendizagem de um modo geral e, especificamente, no curso de Ciência da

Computação além do aluno não visualizar a importância da integração das

disciplinas que compõem a grade curricular.

Ao iniciar o curso de graduação em Ciência da Computação, o aluno se

depara com disciplinas relacionadas ao raciocínio lógico e programação, sendo um

principal obstáculo para muitos alunos. Essas disciplinas normalmente são vistas

nas séries iniciais do curso, onde o aluno precisa desenvolver seu raciocínio lógico e

propor soluções de problemas. Para Nobre (2002), o professor que leciona

disciplinas relacionadas a programação, vivencia algumas dificuldades, como:

- Conhecer as habilidades de seus alunos;

- Trabalhar a capacidade de abstração do aluno;

- Solucionar os problemas através de técnicas;

- Favorecer o auxilio e colaboração entre os alunos.

Para Maltempi e Valente (2000), programar é definido como:

uma atividade que tem como fundamento o desenvolvimento de algoritmos, que é a parte criativa do processo de programação, ficando a execução (reprodução de passos) para ser realizada pelo computador. A tarefa de construir algoritmos inibe a memorização e reprodução de informações e requer raciocínio lógico, reflexão, pesquisa e envolvimento do aluno com o problema a ser modelado. Outras disciplinas, tais como Cálculo e Lógica Matemática, também requerem essas mesmas atitudes dos alunos.

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Há uma tendência de se observar que essas disciplinas consideradas

complexas e inseridas no início da grade curricular do curso, muitas vezes são

responsáveis pelo alto índice de reprovação e evasão. Para minimizar essas

dificuldades, vem sendo realizado estudos práticos na construção de ferramentas e

propostas de metodologias para facilitar o processo de ensino e aprendizagem

nessa área.

A partir de um trabalho desenvolvido por Pereira Junior e Rapkiewicz

(2004), é apresentada uma amostra das investigações acerca do processo de

ensino e aprendizagem de Linguagem de Programação. Esses autores analisaram

105 artigos sobre o tema, chegando à conclusão que as soluções para essas

dificuldades estão no uso das metodologias e ferramentas computacionais bem

como nas relações entre elas.

1.3 Resultado esperado e contribuições

Com a proposta de utilização da técnica de Mapas Conceituais no Ensino da

Computação, espera-se contribuir no processo de ensino-aprendizagem, em

particular na disciplina de Linguagem de Programação Orientada a Objeto,

estimulando o aluno na aquisição de conhecimento, tornando os conteúdos

abordados mais significativos. Nesse contexto, a utilização e interação com o

software específico para criação de Mapas Conceituais permitirá a elaboração de

um ambiente de aprendizagem mais agradável.

Faz-se importante retomar às questões norteadoras que são citadas

anteriormente, como:

- A utilização de Mapas Conceituais contribui na interação de aprendizagem

do aluno?

- A utilização de Mapas Conceituais contribui nas atividades educativas do

professor em sala de aula?

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1.4 Estrutura do Trabalho

Figura 1 -Estrutura do trabalho

A pesquisa está estruturada em 5 capítulos sendo:

Capítulo 1- Introdução

Neste capitulo apresenta-se o contexto onde está inserido o problema de

pesquisa, os principais objetivos, justificativas, envolvendo as questões

fundamentais. São elas: Como tornar a aprendizagem significativa para o aluno?

Como fazer com que o aluno envolva-se com o assunto a ser tratado de um modo

satisfatório? Destaca-se a aprendizagem no Ensino Superior do curso de Ciência da

Computação, com um desafio em adotar técnicas que possam ser um fator potencial

no aprendizado do aluno, pois permitirá estudar e aprender os conteúdos das

disciplinas de um modo mais agradável e fácil de memorizar.

Capítulo 2 – Fundamentos e Estado da Arte

Nesse capítulo fundamenta-se a pesquisa com referenciais teóricos que

constitui o alicerce para o desenvolvimento da técnica proposta, bem como análise

de artigos e dissertações com foco na área de Computação. São abordados

conceitos relacionados ao ensino-aprendizagem, como: “o que é o Aprender”, o

“Aprender” na perspectiva curricular, Sociedade do Conhecimento, Teorias de

Aprendizagem, destacando-se a Teoria Cognitivista de Aprendizagem. Outros

conceitos abordados estão relacionados aos objetivos na aprendizagem, a

psicologia genética de Piaget, a aprendizagem por descobrimento de Bruner, e de

modo especial a Aprendizagem significativa desenvolvida por David Ausubel e a

elaboração de Mapas Conceituais.

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Capítulo 3 – Método de Pesquisa

Neste capítulo apresenta-se a aplicação do método de pesquisa realizado

com alunos ingressantes no curso superior de Ciência da Computação no UNISAL –

Centro Universitário Salesiano de São Paulo, Unidade de Ensino de Lorena, por

meio da análise descritiva e evolução dos Mapas Conceituais. O desenvolvimento

da técnica compreende: o planejamento da aula, a atividade com os recursos sobre

os Mapas Conceituais, a observação do pesquisador e aplicação do questionário

aos alunos. À partir dos resultados levantados na pesquisa, é realizada a coleta de

dados que servirá especificamente para analisar como a técnica contribuiu no

aprendizado do aluno.

Capítulo 4 – Uma Proposta para Aplicação de Mapas Conceituais ao

Processo de Ensino-Aprendizagem de Computação

Neste capítulo apresenta-se a proposta com objetivo de trabalhar com a

técnica de Mapas Conceituais, como uma estratégia metodológica para o professor

utilizar em sala de aula, para o acompanhamento de aprendizagem dos alunos, bem

como para integração das disciplinas da grade curricular do curso.

Capítulo 5 – Considerações finais

Neste capítulo são apresentadas as considerações finais da pesquisa,

destacando as contribuições, as observações obtidas a partir das análises da

evolução dos Mapas Conceituais e os desafios encontrados a partir do

desenvolvimento da proposta de aplicação dos Mapas Conceituais no curso de

Ciência da Computação. A partir dos resultados alcançados, serão feitas propostas

para trabalhos futuros.

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CAPÍTULO 2 FUNDAMENTOS E ESTADO DA ARTE

2.1. Fundamentos

2.1.1 O que é Aprender?

O termo “aprender” para muitas pessoas pode significar memorizar regras,

fórmulas matemáticas, textos, conteúdos de livros, entre outros.

Para Barbosa3 (2008), aprender não é uma recepção de conhecimentos, mas

uma ativa e constante mudança de conduta ou comportamento do ser humano.

Como grande parte de nossos comportamentos foi aprendido, torna-se possível

mudá-las. O aprender consiste em coletar e utilizar as experiências que podem

servir para que nosso comportamento possa se adaptar ao ambiente e, deste modo,

podendo ser aplicado diante das necessidades individuais e sociais.

São vários os meios de se aprender, como:

- Métodos de pensar e atuar.

- Aptidão e habilidades manuais.

- Costumes e comportamentos.

- Experiências intuitivas: necessidades, atitudes.

Segundo Barbosa4 (2008), o êxito da aprendizagem depende de muitos

fatores, e para melhor visualização, os fatores envolvidos e seus exemplos podem

ser representados conforme mostra a figura 2:

3 Barbosa, tutor do Curso de Extensão Universitária – Aprendizagem Cooperativa, oferecido em 2008 pelo Nead – Núcleo de Educação à distância. 4 Fonte: http://www.nead.unisal.br. Acesso em jun.2009.

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Figura 2- Fatores que podem influenciar na aprendizagem5

Os fatores que podem influenciar na aprendizagem podem ser trabalhados.

Desta forma, para diminuir ou ampliar a sua influência, é importante que se

observem as condições necessárias para aprendizagem a serem geradas pelo

processo de ensino, além da observação dos níveis de aprendizagem e a forma

como isso ocorre.

Pode-se destacar que:

- Cada nível e passo de aprendizagem tem uma relação com o passo seguinte.

- O processo posterior sempre exigirá do estudante um nível de complexidade

maior.

- O processo de aprendizagem não avança linearmente, mas ciclicamente.

- O tamanho do próximo passo depende de como serão planejadas as

situações de aprendizagem.

Acrescentando-se a ideia de Lerner (1969, p.462),

5 Fonte: http://www.nead.unisal.br. Acesso em jun.2009.

SÓCIO-CULTURAL

PESSOAL

OBJETIVO

Grau de motivação Talento Conhecimentos prévios Estágio de desenvolvimento Expressividade Grau de socialização

Conteúdo (Grau de dificuldade) Processo Métodos Meios Estrutura do ambiente educacional

Zona de residência (Campo, cidade) Meio ambiente Lar, família Número de irmãos Condições sociais Relações em grupos

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Uma vez que a aprendizagem é o objetivo a que se dedicam as escolas, parece evidente que o conhecimento da natureza geral da aprendizagem e as condições sob as quais ela ocorre mais prontamente são requisitos essenciais para uma compreensão total da criança como um aluno na sala de aula. [...] Um bom conhecimento da parte do professor sobre a aprendizagem contribui para a situação da aprendizagem.

2.2 O aprender na perspectiva curricular

Para Niquini (1996, p.40), o estudo sobre o aprender "não é hoje privilégio

dos filósofos, é uma necessidade de todas as pessoas envolvidas, para entender

como acontece o processo da aprendizagem, como o aprendiz constrói seus

conhecimentos".

O ensino, frente ao amplo índice de informação que se dá através de

diferentes recursos tecnológicos, precisará fazer com que a qualidade dessas

informações sejam transmitidas de modo cada vez mais satisfatório. É necessário

que as aprendizagens se concentrem em

aprender a conhecer, quer dizer, adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer para poder influir sobre o próprio entorno; aprender a viver juntos para participar e cooperar com os demais em todas as atividades humanas; por último aprender a ser, um processo fundamental que recolhe elementos dos três anteriores. (DELORS, 1998).

Neste conceito de aprender exposto por Delors (1998), fica evidente a

importância dos conhecidos “pilares na educação6”, representados pelo: aprender a

conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.

À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo

complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permite

navegar através dele.

6 Termo proposto no relatório da UNESCO de Educação para o século XXI. Os pilares se constituem em: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. Disponível em: http://www.brasilia.unesco.org/. Acesso em set.2009.

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2.2.1 Aprender a conhecer

Este termo também conhecido como aprender a aprender – é a meta que

desafia a educação, a partir das transformações ocorridas pela sociedade. O

aprender a conhecer está relacionado com a área cognitiva dos estudantes. Neste

contexto, é importante destacar quais conhecimentos devem ser aprendidos. A

descoberta de novos conhecimentos de modo independente é considerada mais

significativa para os estudantes.

Para Delors (1998), este tipo de aprendizagem consiste, para cada pessoa,

em aprender a compreender o mundo que lhe rodeia, ao menos suficientemente

para viver com dignidade, desenvolver suas capacidades profissionais e de

comunicação com os outros.

Aprender a compreender o mundo contribuirá para com o aumento dos

conhecimentos, além de experiências individuais e sociais.

2.2.2 Aprender a fazer

O aprender a fazer é o mesmo conceito que teoria e prática, isto é, são

consideradas ações que se completam, podendo ocorrer até simultaneamente. Está

relacionado com a área psicomotora, ou seja, com as competências e habilidades

que devem desenvolver o aluno. Os conhecimentos por si só não solucionam nada,

é o fazer que contribui para definir a problemática social.

2.2.3 Aprender a conviver

O aprender a conviver nada mais é do que a relação de viver juntos, tendo em

mente formar-se, continuadamente, para atuar na sociedade cada vez mais

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desigual. A escola tem que intervir com as outras forças da sociedade no sentido de

poder eliminar toda forma de discriminação, e incentivar a descoberta do outro.

Neste contexto, segundo Delors (1998), a educação tem uma dupla missão:

ensinar a diversidade da espécie humana e contribuir a uma compreensão dos

semelhantes e à interdependência entre todos os seres humanos.

2.2.4 Aprender a ser

O termo aprender a ser está relacionado à busca de uma subjetividade que

faça diferença no já construído, além de garantir uma identificação forte o suficiente

para conviver com as diferenças.

Muitas vezes vivencia-se esse tipo de fator ocorrendo nas empresas ou nas

áreas acadêmicas através da valorização do trabalho em grupo (equipe) e o

compartilhar das tarefas.

Sob o ponto de vista de Teles (1990), essas formas de aprendizagens citadas

são elementos básicos na formação da pessoa humana, tendo o homem a

capacidade de aprender e, aprender de várias formas; porém, o aprendizado

realmente existiu quando há uma mudança em seu comportamento, como resultado

da experiência.

De acordo com Forgus (1971), a aprendizagem é definida como o processo

pelo qual a informação é adquirida através da experiência e se torna parte do

armazenamento de fatos do organismo. A percepção é um conjunto composto pela

aprendizagem e o pensamento (atividade por meio de raciocínio, com base em uma

linguagem, realizada pelo organismo para a resolução de problemas) na função de

extrair informação.

Para Forgus (1971), o armazenamento da informação durante a

aprendizagem só pode ser bem realizado se a informação a ser armazenada,

aprendida, for bem extraída do ambiente; e quanto mais se aprende mais fácil se

torna a extração da informação, pois modelos são criados e se tornam base para

futuras aquisições de informação. Nesse relato, é evidente a importância de

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armazenamento de informação durante a aprendizagem, e o resultado é proveniente

do modo como essas informações foram transmitidas.

2.3 Sociedade do Conhecimento

Atualmente, o avanço tecnológico e o fluxo de informação, especialmente na

educação, têm trazido novos desafios aos educadores de diversas áreas, com

destaque especial na área de Ciência da Computação.

Nesse sentido, Okada e Almeida (2004) manifestam a importância em saber

como encontrar essas informações:

[...] esse fluxo de informação pode ser definido como estarmos diante de um oceano de informações que se modificam a cada segundo. Isso requer uma reflexão constante para atualização necessária sem nos perdermos nesse dilúvio caótico de dados. Esse cansaço e vazio nos conduzem às mudanças. A quantidade inassimilável, atualização constante e diversidade de dados mostram que dominar um assunto não é mais deter todas as informações, mas, sim, saber onde e como encontrá-las. (OKADA; ALMEIDA, 2004, p.109).

Para o autor, frente a esse fluxo de informação, pode-se verificar que a

educação do futuro será cada vez mais complexa, pois incorporará dimensões antes

menos integradas ou visíveis como as competências intelectuais, afetivas e

éticas.

Para Moran (1995), o espaço físico da sala de aula é ocupado por

espaços presenciais, virtuais e profissionais; o professor como centro da

informação para incorporar novos papéis como os de mediador, de facilitador,

de gestor, de mobilizador; e o aluno para incorporar o conceito de

aprendizagem colaborativa.

Nesse cenário, verifica-se que a aprendizagem e o conhecimento coletivo

estão se tornando cada vez mais importantes na sociedade do conhecimento.

Segundo Pérez (2008), na nova sociedade, a aprendizagem substitui o

ensino: deve haver uma nova compreensão do conhecimento (dinâmico), e o

desenvolvimento sistemático de novas formas de aprender a aprender.

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Para Puga (2006), o modo de se promover a aprendizagem consiste em

colocar o aluno em confronto direto com situações questionadoras, quando há

participação efetiva dele nesse processo, quando ele mesmo escolhe suas próprias

direções ou realiza problemas que lhe dizem respeito, decidindo sobre as ações

que deverão ser seguidas.

Segundo Almeida (1998), cabe ao professor assumir a mediação das

interações professor-aluno-computador de modo que o aluno possa construir o seu

conhecimento em um ambiente desafiador, em que o computador auxilia o professor

a promover o desenvolvimento da autonomia, da criatividade, da criticidade e da

auto-estima do aluno.

Muitas dessas ações metodológicas vêm sendo discutidas, no sentido de

promover alternativas que possibilitem sempre a construção do conhecimento.

2.4 Teorias de Aprendizagem

Para Moreira (1999), uma teoria é uma tentativa de sistematizar uma área de

conhecimento, uma maneira particular de ver os fatos, de explicar hipóteses, de

resolver problemas.

Segundo Hill (1981), a teoria de aprendizagem deve apresentar três funções

que são essenciais, como:

1. Constituir uma forma de abordar a área do conhecimento; um modo de

análise, exposição e orientação sobre o que é aprendizagem.

2. Representar um esforço para integrar uma grande quantidade de

conhecimento adquirido sobre os princípios fundamentais da aprendizagem.

3. Realizar uma tentativa criadora de explicar como se processa a

aprendizagem e compreender o processo de seu funcionamento numa determinada

maneira.

De um modo geral, pode-se ressaltar que as teorias de aprendizagem visam o

reconhecimento da dinâmica que envolve o ensino e o aprendizado e buscam a

relação entre o conhecimento que o indivíduo já possui e o novo conhecimento.

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Segundo Cavellucci (2003), a aprendizagem acontece por meio de uma

construção individual e singular. Nesta construção são atribuídos e/ou negociados

significados, formados conceitos e isto ocorre por meio de processos mentais, que

dependem das estruturas e dos repertórios cognitivos e emocionais do sujeito,

incluindo as próprias preferências e estratégias de aprendizagem. Tais estruturas e

repertórios vão sendo aperfeiçoados ao longo da vida e estão intrinsecamente

relacionados a um contexto mais amplo, o do desenvolvimento cognitivo e

emocional do sujeito, isto é, ao modo como ele se relaciona com suas próprias

ideias, emoções e sentimentos, à forma singular como recebe e processa

informações, vê, sente e se relaciona com o mundo e com outras pessoas em um

ambiente social. Nesse contexto, situa-se a Teoria Cognitivista de Aprendizagem.

2.4.1 Teoria Cognitivista de Aprendizagem

Na teoria cognitivista, a aprendizagem consiste de um processo de

modificação (transformação ou melhoramento) individual. Esse processo ocorre com

uma intencionalidade do indivíduo que aprende, que utiliza na relação com seu meio

suas aprendizagens prévias e experiências de uma maneira totalmente ativa. Nesse

contexto, os principais teóricos cognitivistas que serão abordados nessa pesquisa

são: Gagné, Piaget, Bruner e Ausubel – conforme figura 3.

Figura 3 - Principais teóricos cognitivistas

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2.4.1.1 Os objetivos na aprendizagem: Gagné

Gagné (1974) exprime uma atenção maior nos processos da aprendizagem

que irão alterar o comportamento da pessoa. A atenção aponta para o fato de que

os processos precisam compreender o fenômeno da aprendizagem que ocorre a

partir de transformações, como input (processo de aprendizagem) e output (output –

modificação do comportamento). A esse fato, Moreira (1985) faz uma comparação

do processo com as operações de um computador (GAGNE apud MOREIRA,1985,

p.112 ).

Com vistas a sintetizar alguns aspectos na teoria de Gagné, é observável a

ênfase nas habilidades intelectuais do individuo que definem o “saber como” em

uma informação. Assim as habilidades serão ordenadas e relacionadas entre si, de

acordo com a complexidade da operação mental.

Gagné (1974 apud ALMEIDA 2005) reconhece a utilização de estratégias

cognitivas, ou seja, as capacidades previamente adquiridas pelo individuo como

fundamentais para incidir a aprendizagem. Desse modo, é importante que os

educadores utilizem de certos elementos externos para viabilizar uma aprendizagem

efetiva.

Nesse sentido, Galvis (1992) destaca as fases que constituem o ato de

aprendizagem de Gagné, enfatizando a aprendizagem como um processo de

mudança nas capacidades do indivíduo, mediante a sua interação com seu meio

(físico, social, psicológico).

A figura 4 mostra as fases que constituem o ato de aprendizagem de Gagné

segundo Galvis (1992).

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Figura 4 -Fases da aprendizagem de Gagné

Fonte: Galvis,1992

É interessante observar que Gagné reflete sobre a necessidade de ter como

referência para o processo educacional as capacidades dos alunos e o que se deve

ensinar. Assim, propõe a formulação de objetivos nos processos educativos

escolares. A educação gira em torno dos objetivos, que devem ser bem formulados,

definidos e passíveis de avaliação, o que permitirá determinar se aconteceu ou não

aprendizagem.

Segundo suas ideias, conhecer previamente os resultados que devem ser

alcançados (objetivos) é um elemento motivador muito importante. Para que exista

aprendizagem, são necessárias duas condições: os sucessos internos (motivação,

desenvolvimento intelectual) e os sucessos externos (processos de ensino-

aprendizagem, estímulos, recursos, desempenho docente). Essas duas condições

devem ser modificáveis e permanentes.

Gagné realizou toda uma proposta com relação à formulação dos objetivos

recomendando que sejam considerados:

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- a ação,

- o objeto,

- a situação,

- os instrumentos, e

- as capacidades a aprender.

Na proposta pedagógica de Gagné, resgata-se ainda:

- as diferenças e os ritmos de aprendizagem individuais,

- a utilização de incentivos adequados como forma de auto-

direcionamento dos alunos, e

- o fato de atingir os objetivos como uma forma de os alunos elevarem

sua auto-estima e seu nível de aprendizagem.

2.4.1.2 A Psicologia Genética: Piaget

Destaca-se a psicologia genética, proposta por Jean Piaget, a qual apresenta

como ponto central a cognição do indivíduo.

Para Piaget apud Abib (2003, p.39), o próprio sujeito promove a organização

e assimilação do conhecimento. Ou seja, a construção do conhecimento ocorre

quando acontecem ações físicas ou mentais sobre objetos que, provocando o

desequilíbrio, resultam em assimilação ou, acomodação e a partir dessas ações,

construção do conhecimento.

Nesse contexto, o indivíduo assimila os dados que obtém do exterior e faz

uma adaptação desses dados à estrutura mental já existente. Quando os dados são

adaptados ocorre a acomodação. Piaget acrescenta que os seres são susceptíveis a

constantes mudanças e suas consequentes adaptações, ou seja, tudo o que

aprendemos é influenciado por aquilo que já foi aprendido (NUNES, 2008).

Segundo Nunes (2008), Piaget apresenta as condutas que implicam a relação

entre o sujeito e o mundo que lhe rodeia.

Para Piaget (1982, p.15), a “aprendizagem é um processo normal, harmônico

e progressivo, de exploração, descoberta e reorganização mental, em busca da

equilibração da personalidade”. Ele defende que o ensino deve ser atrativo e estar

de acordo com os interesses das pessoas.

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2.4.1.3 Aprendizagem por Descobrimento: Bruner

Bruner (1986, p.55) coloca como centro do processo de aprendizagem o

descobrimento por parte do sujeito que deseja aprender, em relação com seu meio

ambiente. Sua proposta pode ser descrita como a teoria da conceitualização. Sua

teoria de aprendizagem é vista como um processo ativo do sujeito que aprende –

chamado ensino por descoberta. Nesse contexto, o sujeito aprende, guarda e

organiza a informação recebida. Através dos levantamentos de problemas e

hipóteses verificam-se as descobertas. Essas descobertas constituem a aquisição

do conhecimento e esse será organizado pelo sujeito.

Segundo Tavares e Alarcão (1985, p.103), “o ensino por descoberta

pressupõe atividades de pesquisa, observação, exploração, análise de problemas e

resultados, considerados portanto uma aprendizagem ativa.”

No ensino, a teoria de Bruner leva em consideração a curiosidade do aluno e

o papel do professor como instigador dessa curiosidade. Para ele, o professor deve

basear-se num ensino de estratégias cognitivas ocasionando um desenvolvimento

intelectual, onde possa ocorrer a motivação dos alunos.

Um dado a ser destacado na observação por Bruner (1983) é que a

aprendizagem deve ser compreendida e não memorizada. Ele faz uma relação do

ensino em estar de acordo com o desenvolvimento humano. Desta forma, o

desenvolvimento da aprendizagem seria a partir de elementos mais simples até ser

representado por conceitos mais complexos e abstratos. Essa relação permitirá a

integração de novos conhecimentos e criará condições necessárias para que efetue

a aprendizagem (BRUNER apud TAVARES; ALARCAO, 1985, p.105).

2.4.1.4 Aprendizagem Significativa: Ausubel

A teoria de aprendizagem de David Ausubel (1963) consiste num sistema de

referência para a organização do ensino e preocupa-se com o processo de

compreensão, transformação, armazenamento e uso da informação envolvida na

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cognição. Considera que a estrutura cognitiva de um indivíduo é um complexo

organizado, resultante dos processos cognitivos através dos quais adquire e utiliza o

conhecimento.

Sendo a Aprendizagem Significativa a teoria que fundamenta a proposta da

pesquisa, os conceitos teóricos mencionados serão abordados com maior detalhe

na seção a seguir.

2.5 Aprendizagem Significativa de Ausubel

Na década de 60, David Ausubel apresentou sua teoria de aprendizagem -

denominada Aprendizagem Significativa. Essa teoria consiste num sistema de

referência para a organização do ensino e preocupa-se com o processo de

compreensão, transformação, armazenamento e uso da informação envolvida na

cognição (MOREIRA, 1999).

Para Ausubel (1963), novas ideias e informações podem ser aprendidas e

retidas na medida em que conceitos relevantes e inclusivos estejam

adequadamente claros e disponíveis na estrutura cognitiva do indivíduo e sirvam,

dessa forma, de suporte para novas ideias e conceitos (AUSUBEL et al., 1983).

Em relação a essa estrutura cognitiva, podem ser citados diferentes tipos de

aprendizagem, conforme o quadro 1, onde são apresentados os principais tipos de

aprendizagem bem como os respectivos conceitos.

Ausubel distingue alguns tipos de aprendizagem significativa (AUSUBEL apud

MANRIQUE, 2003, p.144).

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TIPOS CONCEITOS Proposicional

A aprendizagem de proposições captará o significado de novas ideias em forma de proposição. As palavras individualmente são combinadas em uma sentença de tal maneira que a ideia resultante é mais que o conjunto dos significados das palavras componentes (significado composto).

Representacional Corresponde à aprendizagem do significado de símbolos individuais ou do que representam, sendo portanto o tipo mais básico. Consiste na significação de palavras que representam um objeto, acontecimento ou situação, que passam a produzir os mesmos conteúdos cognitivos dos referentes.

Conceitual A aprendizagem conceitual é um tipo particular da representacional, pois conceitos também podem ser representados por símbolos. Soma-se nesse caso quais são os atributos que irá distinguir ou identificar os conceitos, além de ter uma natureza e uma intenção substantiva.

Quadro 1- Tipos de aprendizagem Fonte: Manrique, 2003

Segundo Manrique (2003, p.145), o conteúdo cognitivo resultado da

aprendizagem significativa do tipo proposicional é produto de uma interação, na qual

a ideia da sentença relaciona-se ao conteúdo de subsunçores da estrutura cognitiva

de um indivíduo em particular.

Ausubel propõe três tipos de relação: subordinada, superordenada e

combinatória.

FORMAS CONCEITOS

Subordinada O surgimento de novos significados proposicionais reflete uma relação de inclusão a conceitos mais amplos e gerais existentes na estrutura cognitiva. Algumas vezes o novo conceito serve de apoio a proposições deriváveis ou a proposições já estabelecidas e mais inclusivas (mais abrangentes) da estrutura cognitiva, nesse caso, a aprendizagem chama-se derivativa. Os novos significados são adquiridos por um processo de inclusão correlativa: o novo conceito é uma extensão, elaboração, modificação ou limitação de proposições previamente aprendidas.

Superordenada Consiste em aprender um novo conceito que apresenta uma relação de abrangência com várias ideias estabelecidas na estrutura cognitiva.

Combinatória Consiste na relação entre uma nova ideia e conteúdos da estrutura cognitiva. Nesse caso, novos conceitos não são subordinados a proposições estabelecidas e nem são mais abrangentes para ocorrer aprendizagem superordenada. Por necessitar de generalizações inclusivas e amplamente explanatórias.

Quadro 2 - Formas de Aprendizagem Fonte: Moreira, 1997 apud Manrique, 2003.

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Novak e Gowin (1999) acrescentam a ideia de que a aprendizagem

significativa é um processo em que as novas informações ou os novos

conhecimentos estejam relacionados com um aspecto relevante, existente na

estrutura de conhecimentos de cada indivíduo. Ou seja, esse processo envolve a

interação da nova informação com uma estrutura de conhecimento específico

preexistente, o qual Ausubel define como conceitos subsunçores.

Segundo Menegolla (2006, p.20), ao realizar um contraste com a

aprendizagem significativa, Ausubel define aprendizagem mecânica como sendo a

aprendizagem de novas informações com pouca ou nenhuma relação com conceitos

relevantes existentes na estrutura cognitiva. Nesse cenário, a nova informação é

armazenada de maneira arbitrária. Não há interação entre a nova informação e

aquela já armazenada. O conhecimento assim adquirido fica arbitrariamente

distribuído na estrutura cognitiva, sem ligar-se a conceitos já existentes. Um exemplo

característico de aprendizagem mecânica é a aprendizagem de uma fórmula

matemática e logo em seguida a inserção de exercícios. Como as informações

aprendidas não interagem com informações presentes na estrutura cognitiva, elas

não se tornam significativa para a pessoa.

González (2008) afirma que o modelo emergente construtivista tem se

mostrado muito mais adequado para liberar o potencial criativo dos alunos,

facilitando a aprendizagem significativa, isto é, uma aprendizagem oposta à

memorística por recepção mecânica, que é predominante ainda nos dias de hoje.

Essa aprendizagem capacita os alunos para construírem o seu futuro de forma

criativa e construtiva, sendo mais pró-ativos que reativos.

No que se refere ao papel dos Mapas Conceituais nesse âmbito, o autor

completa,

O marco teórico desenvolvido por Ausubel e por Novak constitui um sólido apoio para o tratamento dos distintos problemas específicos de uma autêntica reforma da Educação. E é no seio desse marco que surgiram as poderosas ferramentas instrucionais como o mapa conceitual (GONZÁLEZ, 2008).

Conhecer essa ferramenta e trazê-la para o dia-a-dia da prática dos docentes

vem de encontro com as necessidades emergentes do atual sistema de ensino.

É importante destacar que Ausubel não vê oposição entre a aprendizagem

mecânica e a significativa, mas as vê relacionadas. Para ele, a aprendizagem

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mecânica é inevitável no caso de conceitos inteiramente novos para o aluno, mas,

posteriormente, ela precisa se transformar em significativa.

De acordo com as definições de Novak (1990), é possível apresentar algumas

vantagens que a aprendizagem significativa tem sobre a aprendizagem mecânica:

- Os conhecimentos adquiridos significativamente ficam retidos na

memória por um período maior de tempo.

- As informações assimiladas resultam num aumento da diferenciação

das idéias que serviram de âncoras, aumentando assim, a capacidade de uma maior

facilitação da subsequente aprendizagem de materiais relacionados.

- As informações que não são recordadas (são esquecidas), após ter

ocorrido a assimilação, ainda deixam um efeito residual no conceito assimilado e, na

verdade, em todo o quadro de conceitos relacionados.

- As informações apreendidas significativamente podem ser aplicadas

numa enorme variedade de novos problemas e contextos. No contexto educacional,

fala-se muito em aprendizagem significativa e construtivismo. Um bom ensino deve

ser construtivista, promover a mudança conceitual e facilitar a aprendizagem

significativa.

Ausubel considera o armazenamento de informações no cérebro humano

como um processo complexo altamente organizado resultante dos processos

cognitivos através dos quais adquire e utiliza o conhecimento. Estrutura cognitiva

significa, portanto, uma estrutura hierárquica de conceitos (AUSUBEL et al., 1983).

Ausubel reconhece que, para uma teoria ser válida, a aprendizagem deve

permitir que a pessoa construa por si só o conhecimento (AUSUBEL et al., 1980).

Assim, é indicado por ele duas condições para que ocorra a aprendizagem

significativa. A primeira refere-se ao material apresentado ao aluno possuir um

caráter bastante significativo. A segunda está relacionada a predisposição do aluno

para aprender. Ambas condições precisam ser consideradas para que a

aprendizagem se torne significativa.

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2.5.1 Mapas Conceituais

Enquanto Ausubel desenvolveu a teoria (Aprendizagem Significativa), Joseph

D. Novak (1977) divulgou a teoria de forma ampla, dando um caráter mais

humanista e contribuiu no desenvolvimento dos Mapas Conceituais como uma forma

de aplicar essa teoria e avaliar o processo de aprendizagem.

Ao criá-los, Novak baseou-se principalmente na premissa de que a teoria de

Aprendizagem Significativa “ocorre quando a tarefa de aprendizagem implica

relacionar, de forma não arbitrária e substantiva (não literal), uma nova informação a

outras com as quais o aluno já esteja familiarizado, e quando o aluno adota uma

estratégia correspondente para assim proceder” (AUSUBEL; NOVAK; HANESIAN,

1983).

Novak e Gowin (1999, p. 23) apresentam os Mapas Conceituais como recurso

que evidencia os conceitos, sua estrutura hierárquica e suas relações. Eles

apontam

“A melhor teoria da aprendizagem que se foca nos conceitos e na aprendizagem proposicional como base em que assenta a construção pelos indivíduos dos seus próprios significados idiossincráticos é a que foi proposta por David Ausubel.” (NOVAK; GOWIN, 1999, p. 23)

Segundo as contribuições de Novak (2003, p.31), o mapa conceitual é uma

ferramenta para organizar e representar conhecimento.

Para Ausubel (2000. p.19), um Mapa Conceitual “é uma representação gráfica

em duas dimensões de um conjunto de conceitos construídos de tal forma que as

relações entre eles sejam evidentes”.

Por ser uma técnica flexível pode ser usada em diversas situações com

inúmeras finalidades, tais como: análise de currículo, técnica didática, recurso de

aprendizagem, meio de avaliação. De um modo especial no ensino, o uso de Mapas

Conceituais pode auxiliar os professores manterem-se mais atentos aos conceitos

chaves e as relações entre eles, tornando mais fácil para o aluno entender o

conceito abordado. O uso dos Mapas Conceituais reforça a compreensão e a

aprendizagem por parte dos alunos (MOREIRA; BUCHWEITZ, 1993).

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Os Mapas Conceituais são diagramas que indicam relações entre conceitos,

podendo ser interpretados como diagramas hierárquicos que procuram evidenciar a

organização conceitual de uma disciplina ou parte dela.

Hoje em dia diversos softwares podem ser encontrados para auxiliar no

desenvolvimento, construção e compartilhamento de Mapas Conceituais. Vários

desses softwares podem ser disponibilizados gratuitamente na Internet. Um quadro

com os principais softwares são mencionados no anexo A desta pesquisa.

2.5.2 Como construir o Mapa Conceitual

Independente da forma para construir o Mapa Conceitual, seja manualmente

ou através de um software específico, é importante a orientação de alguns passos,

como:

- Identificar conceitos-chave genéricos e específicos em relação ao assunto

(tema) a ser trabalhado.

- Verificar a hierarquia dos conceitos (conceitos gerais e conceitos menos

inclusivos).

- Identificar as possíveis relações entre os conceitos identificados

(representadas pelas linhas e seus significados).

Moreira e Masini (1982) salientam a existência dos variados modos de se

elaborar um Mapa Conceitual. Para eles, existem alguns princípios metodológicos a

serem considerados na construção dos mapas, tais como:

- os conceitos devem relacionar-se de forma coerente,

- as palavras de enlace, junto aos conceitos, permitem construir frases com

significado lógico e proposicional (MOREIRA, 1980).

É desejável elaborar os Mapas Conceituais segundo esse ordenamento

lógico, de modo que permitam maiores possibilidades de inter-relações, ou seja, a

estrutura do mapa deve permitir uma leitura de cima para baixo ou de baixo para

cima, explorando relações entre todos os conceitos (COSTAMAGNA, 2001).

Na caracterização dos mapas feito por Novak e Gowin (1984), destaca-se a

ideia de hierarquia, sendo possível distinguir conceitos primários, mais hierárquicos

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e inclusivos, e conceitos secundários, de menor ordem, os quais inclusive podem

estar representados por exemplos específicos.

Os teóricos Moreira e Masini (1982) abordam essa hierarquia conforme ocorre

a aprendizagem significativa: conceitos são desenvolvidos e diferenciados como

resultado de contínuas interações. Essas interações são classificadas como -

diferenciação progressiva e reconciliação integrativa.

- Diferenciação progressiva: ocorre quando o assunto deve ser programado

de forma que as ideias mais gerais e inclusivas da disciplina sejam apresentadas

antes e progressivamente diferenciadas, com a introdução de detalhes

específicos.

- Reconciliação integrativa: consiste na exploração e relação entre as ideias

abordadas, apontando as similaridades e diferenças significativas entre os

conceitos.

Conforme essa definição de Moreira e Masini (1982), é apresentado um

modelo básico para a construção de um Mapa Conceitual. Os conceitos mais gerais

estão localizados na parte superior. Conforme se dirigem para a parte inferior do

mapa, esses conceitos se tornam mais específicos e menos inclusivos, conforme

figura 5.

Figura 5- Conceitos básicos da teoria de Ausubel

Fonte: http://libdigi.unicamp.br. Acesso em julh/2009.

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Como forma de exemplificar o modelo básico para a construção do Mapa

Conceitual, a seguir será apresentado como os conceitos estão ligados (conceito

geral, intermediários e específicos), conforme figura 6.

Figura 6-Exemplo de Mapa Conceitual

Fonte: Extraído de http://mapweb.org/livro/wp-content/uploads/2008/09/cf06f1.jpg. Acesso em julh/2009.

2.5.3 A transformação da informação em conhecimento

A atividade de transformar a informação realizada através de Mapas

Conceituais em conhecimento pode ser considerada uma prática difícil para o aluno

que não está habituado a construir os conceitos de modo gráfico. Segundo OKADA

(2008, p.206), “alguns autores indicam que existem vários aspectos que devem ser

considerados neste processo”.

Os aspectos podem ser definidos como:

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− Planejamento e organização para a construção de mapas do

conhecimento;

− Leitura atenta e visualização gráfica, e

− Interpretação e pensamento argumentativo.

Neste sentido, para concretizar o conhecimento a partir de uma informação

que está sendo trabalhada, o autor propõe algumas recomendações para

professores e alunos na prática pedagógica.

É importante destacar que algumas habilidades são essenciais na elaboração

do Mapa Conceitual:

- escolher dados significativos;

- conectar conhecimentos prévios com novos conceitos;

- agrupar informações relevantes;

- integrar conhecimentos.

A tabela 1 a seguir demonstra os mapeamentos na aprendizagem.

Tabela 1- Mapeamento na aprendizagem

MAPA APRENDIZAGEM MOMENTO

1

MOMENTO

2

MOMENTO

3

MOMENTO

4

ESCOLHER MOMENTO 1 Percepção Identificação Interpretação Entendimento

CONECTAR MOMENTO 2 Reflexo Conhecimento Pensamento Compreensão

AGRUPAR MOMENTO 3 Reação Ação Atuação Interação

INTEGRAR MOMENTO 4 Descoberta Inovação Invenção Reinvenção

Fonte: Okada, 2008 Explicando cada habilidade e a classificação dos momentos propostos por

OKADA (2008, p.206), é inicialmente verificado que,

O planejamento das atividades pedagógicas é importante para despertar a curiosidade epistemológica e a disposição entusiástica do aprendiz para que inicie o aprendizado com mapas.

OKADA (2008, p.200) desenvolve uma estrutura a partir de uma atividade

pedagógica relacionada a um texto para exemplificar o quadro proposto sobre o

mapeamento na aprendizagem.

Para esse autor, o mapeamento na aprendizagem é composto por quatro

momentos, conforme descritos na tabela 1.

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Num primeiro momento a proposta seria desenvolver uma atividade

pedagógica relacionada a um texto, onde o importante seria destacar algumas

questões para que o aluno possa perceber as ideias centrais, permitindo-o escolher

as palavras-chave durante sua leitura. Assim é verificado que com a percepção de

perguntas será ativado o reflexo do aluno em tentar respondê-las.

No segundo momento, o aluno, ao registrar as respostas das questões

sugeridas, conseguirá identificar os elementos para realizar o mapa conceitual.

Desta forma, é possível iniciar as primeiras conexões dos conceitos abordados,

buscando a descoberta de novos conhecimentos. Ou seja, nesse momento, o aluno

consegue identificar ou reconhecer componentes significativos do assunto abordado.

A identificação é feita com base no conhecimento prévio ou experiência anterior,

assim segue-se para a ação de registrar e visualizar o mapa.

No terceiro momento, o aluno consegue interpretar o que percebeu e o que

identificou no conteúdo lido e então, através de pesquisas, agrupar a outros autores

e conceitos e deste modo permitir ancorar significados sobre o novo conceito. O

mapeamento será desenvolvido a partir de orientações do próprio pensamento

critico que possibilita a atuação de aprimorar o mapa.

A forma como o aluno irá estruturar o conhecimento pode ser embasado na

teoria de Ausubel.

No quarto momento, a integração da percepção, identificação e interpretação

fazem surgir o entendimento específico. Assim o aluno conseguirá integrar as ideias

em um Mapa Conceitual.

Para OKADA (2008, p.206),

O reflexo (impulsos, condicionamentos, reforços), o conhecimento (teóricos, prático e motivação) e pensamento (raciocínios, intuições, interesse) ampliam o entendimento especifico para uma compreensão plena (razão, ponderação, juízo, disposição entusiástica). A reação, ação e atuação conduzem o aprendiz a uma situação interativa (relações interpessoais e objetivas).

É importante observar que, com os resultados de descobertas significativas,

surge a oportunidade de inovação, representada pelo o que foi descoberto durante o

mapa inicial. A partir daí, a invenção de novas atividades possibilitando o aluno à

criar seus próprios mapas e reinventando novos conceitos.

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OKADA (2008, p.206) conclui destacando que,

A jornada da aprendizagem nos quatro momentos amplia-se quando se utiliza o mapeamento como bússola. E, expande-se à medida que a aprendizagem significativa é consolidada.

MENEGOLLA (2006, p.19) reforça a ideia demonstrando que

Aprender de modo significativo implica a produção de mudanças em conceitos e é sempre o ponto de partida para se continuar aprendendo.

2.6 Estado da Arte

Ao longo deste sub-capitulo serão apresentados alguns trabalhos

relacionados ao uso de Mapas Conceituais. As aplicações realizadas pelos autores

remete ao estado da arte em pesquisas relacionadas a disciplinas do ensino

superior, de modo particular na área de Computação.

O objetivo é citar alguns trabalhos que utilizaram a ferramenta de Mapa

Conceitual na tentativa de promover a aprendizagem significativa no processo

ensino-aprendizagem de Computação.

Através de um levantamento de pesquisa bibliográfica, foram pesquisados e

artigos da SBC – Sociedade Brasileira Computação e dissertações dos últimos 5

anos podendo verificar vários estudos relacionados ao uso de Mapas Conceituais.

Seguem algumas dessas experiências.

Tavares (2005) apresenta um modo de conectar a utilização dos Mapas

Conceituais com animações interativas de forma conjugada. Usando-se uma teoria

científica aceita pela comunidade para explicar determinada situação, é

disponibilizado uma animação que simula a dinâmica da realidade usando um

programa educativo adequado para construir a animação interativa. Cada conceito

de um Mapa Conceitual é explicitado visualmente através da animação conveniente.

O Mapa Conceitual atua como estruturador global do conhecimento que está sendo

estudado com determinada abrangência e a animação interativa examina cada

tópico (ou conceito) do conteúdo passível de ser modelado. Usada isoladamente, a

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animação interativa se caracteriza como um organizador prévio eficiente.

Juntamente com o texto escrito, os dois componentes citados anteriormente

funcionam como suporte para o aprendizado autônomo e também como facilitador

para o aprendizado via Internet. A situação concreta é exemplificada considerando o

texto escrito em formato HTML, os Mapas Conceituais elaborados através do

aplicativo CMap e as animações interativas construídas usando-se o aplicativo

Modellus. Tanto o CMap quanto o Modellus podem ser obtidos gratuitamente na

Internet, e usados livremente para fins não comerciais. O contato inicial do aluno

com o conteúdo instrucional dar-se-á através de mapas e animações elaboradas

por especialistas, a partir disso o aluno constrói o seu conhecimento individualmente

ou de maneira compartilhada com colegas próximos geograficamente ou através da

Internet usando o CMap.

Rocha (2007) defendeu uma tese na UFPA (Universidade Federal do Pará)

sobre a avaliação automática qualitativa de aprendizagem utilizando Mapas

Conceituais. Sua proposta é centrada em Ontologias e Algoritmos Genéticos (AG).

Apesar de ser uma proposta inovadora, ela depende da existência de uma ontologia

para cada questão; ontologia esta que deve sintetizar todas as possíveis respostas

para uma determinada questão. Dada a ontologia, a avaliação qualitativa compara

os Mapas Conceituais do aluno com uma família de Mapas Conceituais gerados

pelo AG relatando os acertos e erros do aluno, bem como tudo o que ele deixou de

relatar no Mapa Conceitual.

Dandolini (2008) fez uma abordagem para o ensino da lógica matemática

através de Mapas Conceituais pois os alunos apresentam grande dificuldade para

abstrair os conhecimentos inerentes a este conteúdo. Observa-se a necessidade

de mudanças na forma pedagógica de trabalhar com os conceitos da lógica e as

relações entre eles, visando um aprendizado significativo; assim, sua abordagem

está concentrada no auxílio de Mapas Conceituais. É visto que uma área importante

que fornece uma base sólida, para o desenvolvimento do raciocino lógico e

abstrato, é Lógica. Além de fornecer subsídios para uma visão integrada das várias

áreas do conhecimento. A proposta de ensino da lógica matemática através de

Mapas Conceituais consistiu inicialmente por uma visão geral sobre a Lógica, desde

suas aplicações e a relação com o curso de Matemática como um todo usando

Mapas Conceituais. Após a visão foi atribuído atividades onde os alunos puderam

elaborar Mapas Conceituais sobre os conteúdos da disciplina e apresentação aos

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demais colegas, professores e tutores. Foi utilizado a ferramenta CmapTools para

construção dos Mapas Conceituais. Para avaliar a proposta, um conjunto de alunos

foi dividido em dois grupos de forma aleatória. Para um dos grupos o curso foi

executado sem o uso de Mapas Conceituais (ou seja, com material impresso,

vídeos e resolução de exercícios). Para o outro grupo foram utilizados os

Mapas Conceituais. Após a atividade foi aplicado uma mesma avaliação aos

dois grupos para medir o desempenho. Os experimentos realizados foram

realizados de forma informal para verificar a viabilidade de execução do projeto,

porém foi constatada uma grande curiosidade e motivação por parte dos alunos

frente à criação dos mapas.

Oliveira (2008) apresenta um sistema para geração automática de

ambientes virtuais voltados para o Ensino a partir da ferramenta cognitiva

Mapa Conceitual. O sistema tem como objetivo oferecer ao professor a possibilidade

da utilização de recursos de Realidade Virtual, com o uso de Mapas Conceituais. É

verificado que as novas tecnologias, como a Inteligência Artificial (IA), Internet e

Realidade Virtual (RV), permitem uma total interatividade em ambientes

educacionais. Dessa forma, a criação de um ambiente artificial para aprendizagem

pode ser um importante aliado para a forma apropriada para aquisição do

conhecimento. A motivação do trabalho do autor é que, a partir da inserção de

um Mapa Conceitual, seja possível a geração automática de um ambiente virtual que

se constitua em uma abstração desse método. Assim, são utilizados os Mapas

Conceituais como metodologia pedagógica para construção do conhecimento. É

apresentado o sistema em duas interfaces: uma disponível ao professor e

outra ao aluno. A interface disponibilizada ao professor permite o acesso aos

cadastros de usuários e de Mapas Conceituais por meio de uma interface 2D.

A interface disponibilizada para o aluno permite percorrer o Mapa Conceitual

obtendo informações sobre o assunto por meio de recursos multimídia

disponibilizados em um ambiente virtual. A interface 3D foi desenvolvida para a

utilização de periféricos não imersivos, como: teclado, mouse e monitor, comuns

à maioria dos computadores pessoais. O sistema verifica quais recursos são

acessados e os conceitos percorridos pelo aluno a cada mudança de sala,

armazenado-os para que o professor possa verificar em que situação o aluno

encontra-se e qual o rendimento do mesmo.

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Figura 7- Arquitetura geral do sistema Fonte: Oliveira, 2008

A Interface 2D (professor) é a abstração do Mapa Conceitual. Nela o

professor poderá acessar um Mapa Conceitual existente armazenado em um

arquivo XML (Extensible Markup Language) ou gerar um novo. O sistema

apresenta o Mapa Conceitual na sua forma gráfica, permitindo ao professor inserir

novos conceitos; a cada conceito criado o professor poderá vincular um ou mais

arquivos para apresentar e ilustrar o conteúdo sobre o assunto. Estes arquivos

podem ser dos tipos texto, imagens, sons e vídeos. A Interface 3D (aluno)

disponibiliza um ambiente virtual gerado a partir do Mapa Conceitual e dos

recursos indicados pelo professor. O aluno, por sua vez, visualiza todo o ambiente

através dos recursos vinculados a cada tópico do Mapa Conceitual. O primeiro

ambiente é a apresentação do próprio Mapa Conceitual, semelhante à

interface utilizada pelo professor para inserção dos Mapas. Na versão do

aluno é disponibilizada apenas a navegação entre os conceitos. Para cada

conceito acessado, o sistema gera automaticamente uma sala virtual com os

recursos multimídia relacionados pelo professor e armazenados no arquivo XML.

O segundo ambiente apresentado gera uma sala virtual a partir do primeiro

conceito do Mapa Conceitual, apresentando um menu com os conceitos

relacionados ao conceito atual e os recursos disponibilizados para apresentação do

conteúdo sobre o assunto. O acesso a novas salas (novos conceitos) é por meio do

menu apresentado dentro de um painel do ambiente. Este painel se constitui em

uma abstração do Mapa Conceitual. Quando o menu é acessado, a nova sala

é gerada e o menu atualizado com os novos links do conceito selecionado,

podendo o aluno retornar aos conceitos já visitados caso necessite.

Interface 2D para acesso aos ambientes do professor e do estudante

Interface 2D professor Interface 3D estudante

Módulo de entrada e Armazenamento do Mapa Conceitual em XML

Módulo gerador do AV dinamicamente conforme o acesso aos conceitos do Mapa Conceitual

Aquisição dos conceitos relativos ao Mapa Conceitual por meio do AV

Verificação do acesso aos recursos visualizados na sala virtual

Verificação dos conceitos percorridos no Mapa Conceitual Módulo de cadastro dos Estudantes e professores

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Figura 8-Ambiente Virtual gerado a partir de um Mapa Conceitual Fonte: Oliveira, 2008

Nesse artigo, foi concluído que a utilização da Realidade Virtual aplicada a

Educação tem sido de grande apoio no processo de ensino/aprendizado, porém

aliada às ferramentas cognitivas, aumenta a verificação de sua atuação no processo

pedagógico e auxilia na elaboração de um ambiente de aprendizagem mais

agradável.

Pimentel (2008) apresenta um trabalho com o uso dos Mapas Conceituais

sobre o Ensino de Algoritmos baseado na Aprendizagem Significativa utilizando o

Ambiente de Avaliação NetEdu. Nesse trabalho, o autor relata a grande dificuldade

de programar pelos alunos, de aprender a sintaxe, a semântica de uma

linguagem de programação, utilizar um ambiente de programação e realizar

testes e depuração de programas. Dessa forma, Pimentel (2008) descreve uma

metodologia para identificação de lacunas de aprendizagem aplicada no Ensino

de Algoritmos. Com o uso de um protótipo de ambiente de avaliação é estabelecido

relações de pré-requisitos entre os conteúdos e conexões com cada unidade de

avaliação. O ambiente permite verificar acertos e erros do aluno em cada conteúdo,

o professor anota o percentual de acerto em cada item avaliado e como

resultado o ambiente permite acompanhar a evolução do desempenho do

aluno em cada conteúdo, em várias avaliações. A relação do Mapa Conceitual no

seu estudo foi apresentar todos os conceitos e todas as relações de pré-requisitos

existentes utilizados no Ensino de Algoritmos. A figura 9 mostra como as relações

entre conceitos construídas com o suporte de Mapas Conceituais

implementadas num ambiente de avaliação formativa da aprendizagem pode

dar suporte a aprendizagem significativa.

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Figura 9- Mapa Conceitual - Conceitos abordados em Lógica de Programação Fonte: Pimentel, 2008

A partir do exposto é possível verificar que a utilização de Mapas Conceituais

é uma técnica implementada por muitas instituições de ensino, sendo importante no

processo de ensino-aprendizagem.

No artigo de Gusmão, Almeida e Venâncio (2009) é apresentada uma técnica

para apoio à identificação de riscos de requisitos em ambientes de

desenvolvimento de software utilizando Mapas Conceituais como ferramenta.

O método proposto serve para expor os possíveis eventos relacionados aos

requisitos do sistema que podem afetar negativamente o projeto, de forma simples e

intuitiva, sem que haja a necessidade de conhecimento denso sobre riscos de

projetos. Segundo os autores, nos últimos anos tem-se observado um aumento

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nos investimentos em conhecimento e práticas de gerenciamento de riscos em

projetos de desenvolvimento de software, objetivando alcançar o sucesso nesses

projetos.

Os Mapas Conceituais são instrumentos utilizados para representar

graficamente o conhecimento adquirido sobre um determinado domínio. A

representação do conhecimento em riscos de requisitos pode ser uma boa

alternativa no processo de identificação destes riscos, quando da análise dos

requisitos, ao tornar mais clara a percepção e compreensão de eventos adversos ao

projeto. Há algumas aplicações interessantes do ponto de vista tecnológico da

técnica de mapeamento de conceitos, como:

- Na Engenharia de Software, na especificação de Requisitos de Software,

Mapas Conceituais podem ser utilizados durante o levantamento dos requisitos do

sistema possibilitando a criação de um canal de comunicação entre os conceitos

que compõem o domínio do sistema e os elementos que irão compor a solução

operacional;

- Em ambientes de Desenvolvimento Distribuído de Software, organizando os

conceitos do software de modo a auxiliar o gerente de projetos a visualizar os

aspectos mais importantes existentes em determinado projeto;

- Na Gestão da Informação e Comunicação, enquanto instrumentos de apoio

no desenvolvimento de habilidades de acesso e uso da informação.

Para os autores, são vários os benefícios do uso de Mapas Conceituais na

identificação de riscos de requisitos, tais como: aprimoração do conhecimento em

riscos pela equipe de desenvolvimento de software; o nível de compreensão da

especificação de cada requisito torna-se melhor, reduzindo a incidência de defeitos e

falhas no produto desenvolvido; os requisitos apresentam semelhanças, o que pode

acarretar em riscos semelhantes, permitindo ao reuso de mapas, agilizando e

amadurecendo mais ainda a atividade de identificação de riscos.

Os autores destacam que a técnica de identificação de riscos através de

Mapas Conceituais pode ser utilizada em conjunto com qualquer abordagem de

gerenciamento de riscos que apresente a atividade de identificação.

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CAPITULO 3 MÉTODO DE PESQUISA

O método não precede a experiência, o método emerge durante a experiência e se apresenta ao final, talvez para uma nova viagem.

Edgar Morin

Neste capitulo é apresentado o método de pesquisa e as ferramentas que

serão utilizadas, tendo como objetivos específicos verificar a contribuição dos

Mapas Conceituais para a aprendizagem nos conceitos relacionados a Linguagem

de Programação Orientada a Objeto e, assim, verificar a evolução dos Mapas

Conceituais a partir de atividades propostas. O uso referente às regras de

desenvolvimento de Mapas Conceituais, bem como os procedimentos utilizados,

baseia-se na teoria de David Ausubel.

Para a aplicação da pesquisa será utilizada a análise qualitativa mostrando a

contribuição dos Mapas Conceituais para o ensino na Computação. Com esse

método será avaliada a aprendizagem dos conceitos trabalhados, com base nos

elementos que definem a aprendizagem como significativa.

Segundo Godoy (1995), a abordagem qualitativa faz parte de questões ou

focos de interesse amplos, que vão se definindo à medida que o estudo se

desenvolve. Nesse caso, envolve a aquisição de dados descritivos sobre lugares,

pessoas e processos interativos, por meio do contato direto do pesquisador com a

situação estudada, procurando compreender os fenômenos, segundo a perspectiva

dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo.

A figura 10 mostra os itens relacionados a cada fase da metodologia de

pesquisa utilizada.

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Figura 10 - Etapas da metodologia de pesquisa

Para operacionalizar a pesquisa, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em

artigos e teses dos últimos 5 anos, conduzindo ao estudo dos fundamentos de

Mapas Conceituais de modo a explicitar sua importância, características, formas de

uso e funcionalidades além das principais aplicações, sobretudo na Educação

Superior.

3.1 Participantes

A pesquisa foi desenvolvida com uma turma de 35 alunos do primeiro ano

(segundo período) do curso superior de Ciência da Computação do UNISAL - Centro

Universitário Salesiano de São Paulo – Unidade de Ensino de Lorena.

Foram realizados 6 encontros de 2 horas/aula cada, nos quais foram

desenvolvidas atividades referentes aos tópicos estudados pela professora que

leciona a disciplina. Nesses encontros foi aplicada a técnica dos Mapas Conceituais

nos exercícios e análise da evolução dos mapas.

Com esse método foi avaliada a aprendizagem dos conceitos trabalhados,

com base nos elementos que definem a aprendizagem como significativa.

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Algumas observações obtidas dos alunos no desenvolvimento das atividades

foram registradas no diário de campo. Essas informações retratam a receptividade

da técnica aplicada e a verificação da aprendizagem na disciplina abordada, além de

mostrar o nível de satisfação e de motivação do aluno.

Os encontros foram realizados em laboratório especifico do curso de Ciência

da Computação no período destinado para a disciplina de Estudos Dirigidos. A

disciplina de Estudos Dirigidos forma o eixo de sustentação do curso assim como

outras categorias pedagógicas, como Atividades Complementares e Trabalho de

Curso. Em todas essas categorias há a exigência da participação do aluno, assim,

não foram encontrados problemas em relação à ausência dos alunos durante os

encontros. Essas categorias pedagógicas citadas buscam propiciar ao aluno a

construção do conhecimento de uma maneira mais sólida e consistente que o

fundamente para a exigente e complexa profissão na área da Computação.

A fim de direcionar a pesquisa, alguns objetivos serão retomados, como:

- Analisar como os Mapas Conceituais podem contribuir na aprendizagem do

aluno.

- Identificar como os Mapas Conceituais podem contribuir nas atividades

educativas do professor em sala de aula.

3.2 A amostra

Apesar de 35 alunos terem participado da pesquisa, foi escolhido

aleatoriamente, um Mapa Conceitual por encontro realizado, e a partir deles, foi

feita a análise do processo de aprendizagem. Essa seleção aleatória garantiu que

os mapas não fossem nem os melhores, nem os piores, mas possíveis

representações conceituais.

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3.3 Instrumentos da pesquisa

Para o desenvolvimento metodológico da pesquisa e consequentemente para

a coleta de dados, foi realizada a seleção dos instrumentos a serem utilizados,

como:

- diário de campo;

- questionários.

O diário de campo realizado em todos os encontros permitiu um maior

controle dos eventos e detalhes que foram ocorrendo no desenvolvimento das

atividades no laboratório, como por exemplo: dúvida do aluno, perguntas em relação

ao software utilizado, as impressões a partir de um exercício realizado.

O uso do questionário foi um importante instrumento utilizado para uma

sondagem inicial para detectar o perfil do aluno e sondagem final para verificar a

opinião dos alunos em relação a técnica utilizada.

Devido à constatação do número de alunos matriculados na turma e a

quantidade de computadores existentes no laboratório, foi necessário que alguns

alunos usassem o seu próprio notebook. Dessa forma, foi enviado para esses

alunos, de modo particular, o material e o software que seriam utilizados durante os

encontros.

Há vários softwares disponíveis para a construção de Mapas Conceituais. O

seu uso potencializa a construção dos mapas devido à prática e flexibilidade dos

recursos tecnológicos. A relação de alguns softwares existentes pode ser

encontrada no Anexo A desta pesquisa.

3.4 O uso do software CmapTools

Para o desenvolvimento das atividades foi escolhido o software CmapTools

devido os diversos recursos que apresenta.

O CmapTools foi desenvolvido pelo Institute for Human & Machine Cognition

(IHMC), é um software livre, em português, com possibilidade de construção de

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Mapas Conceituais. O software possui recursos como imagens, diagramas, áudio,

vídeo, textos, links disponibilizados on-line, entre outros recursos. CmapTools

permite o armazenamento e acesso a Mapas Conceituais distribuídos em diversos

servidores, permitindo o fácil compartilhamento de conhecimento entre sites

geograficamente distantes.

Segundo González (2008), os docentes que declararam usar um software

específico para construir Mapas Conceituais estão usando o Cmap Tools (cerca de

80% deles). Esse dado vem de encontro com algumas das funções didático-

pedagógicas e competências que foram consideradas pela maioria dos docentes,

uma vez que nem todas as ferramentas disponíveis permitem explorá-las.

A fim de facilitar a aprendizagem no software CMapTools, foi desenvolvido um

tutorial com os principais recursos e ferramentas do software para elaboração do

Mapa Conceitual. O tutorial foi disponibilizado para os alunos do curso durante os

encontros.

Os principais tópicos abordados no tutorial foram:

− Acessar o software CmapTools

− Desenvolver o Mapa Conceitual

− Unir conceitos no mapa

− Salvar o Mapa Conceitual

− Exportar o Mapa Conceitual

− Formatar o Mapa Conceitual (Fonte, Objeto, Linha, Cmap)

− Como fechar o software CmapTools

O tutorial com os principais recursos do software CMapTools pode ser

encontrado no Anexo B desta pesquisa.

3.5 Procedimentos da pesquisa

Inicialmente houve um contato formalizado com o coordenador do curso de

Ciência da Computação, no sentido de apresentar a proposta e os objetivos da

pesquisa. Nesse contato foi realizada uma “agenda” com as datas e horários dos

Estudos Dirigidos. Nesse caso, esses encontros foram caracterizados como horas-

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atividade para os alunos. Essas horas-atividade são obrigatórias e inseridas no

histórico escolar do aluno.

Para a efetivação da pesquisa foram realizadas algumas etapas de execução,

como:

- Etapa 1 – Planejamento

- Etapa 2 - Desenvolvimento das atividades

3.5.1 Etapa 1 – Planejamento

A etapa do planejamento consistiu na escolha da disciplina de Linguagem de

Programação Orientada a Objeto que compõe a grade curricular do curso Ciência da

Computação no 1º ano – 2º período. Nessa etapa foi planejado todo

desenvolvimento da aula e os materiais a serem utilizados pelos alunos.

A disciplina de Linguagem de Programação Orientada a Objeto foi escolhida

por ser uma disciplina obrigatória na grade curricular do curso e ser uma disciplina

onde o aluno apresenta dificuldade de assimilação do conteúdo abordado. É

constatado que nas disciplinas que envolvem raciocínio lógico, há reprovação em

grande número dos alunos no curso de Ciência da Computação.

Segundo Santos (2006), a principal causa de reprovação na disciplina de

Programação ou desistência nos cursos de Computação se dá pela falta de

compreensão do raciocínio lógico.

Para Rocha (1991), aprender a programar é um processo difícil e

exigente para a maioria dos alunos.

A disciplina de Linguagem de Programação Orientada a Objeto no curso de

Ciência da Computação no UNISAL possui uma abordagem na linguagem JAVA.

No anexo C é apresentado o plano de curso da disciplina com a ementa, os

principais objetivos e cronograma dos conteúdos.

A linguagem JAVA é vista no curso como um diferencial importante pois

afetará diretamente o perfil do egresso. Além da disciplina são oferecidas ao aluno,

durante o período em que este está realizando sua graduação, a certificação Sun

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na Plataforma Java. As certificações são adequadas para que o egresso possa

mostrar, formalmente, seus conhecimentos, uma vez que a certificação é

considerada como um selo de qualidade, um atestado de competência e um

diferencial absolutamente indispensável para a área de computação. Porém foi

constatado que os alunos que se interessam pelas certificações, são os que estão

cursando a partir do 2º ano (quarto período) do curso.

Nessa etapa também foi realizada uma reunião formal com a professora que

leciona a disciplina para explicar o que consistiria a pesquisa além de ouvir relatos

de sua experiência em relação ao perfil do aluno de 1ano (2º período). Nesse relato,

observou-se que “os alunos possuem muita dificuldade na assimilação dos

conteúdos da disciplina, e essa característica está presente em todos os anos”.

Segundo a professora “já foram adotadas diferentes estratégias de ensino, mesmo

assim em todos os anos é possível verificar alguns alunos reprovados na disciplina.

Os alunos possuem muitas dificuldades em relação ao raciocínio lógico”.

3.5.2 Etapa 2 – Desenvolvimento das atividades

A etapa do desenvolvimento das atividades, também chamada de Encontros,

está relacionada com a forma que procedeu a pesquisa. A fim de não interferir no

calendário acadêmico, o coordenador do curso propôs as datas para

desenvolvimento da pesquisa, conforme tabela 2 a seguir:

Tabela 2- Calendário para desenvolvimento da pesquisa Data lecionada pela professora da

disciplina

Data de execução da

atividade pela pesquisadora

Encontro 1 27 de outubro de 2009 28 de outubro de 2009

Encontro 2 - 29 de outubro de 2009

Encontro 3 03 de novembro de 2009 04 de novembro de 2009

Encontro 4 - 12 de novembro de 2009

Encontro 5 18 de novembro de 2009 19 de novembro de 2009

Encontro 6 24 de novembro de 2009 25 de novembro de 2009

Total 16 h/a professora 12 h/a pesquisadora

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De acordo com o calendário acadêmico da instituição, não foi possível a

realização de um número maior de encontros, pois outros eventos estavam

agendados, como: Mostra Cientifica, Avaliação Institucional, avaliações finais das

disciplinas e apresentação de projetos dos alunos.

Para organização das atividades propostas, foram criadas pastas no

computador nomeadas pelo dia do encontro conforme figura 11. Nessas pastas

foram inseridos os arquivos recebidos pela professora (arquivo em Power Point com

slides do tópico abordado, e um arquivo em Word com a lista de 3 exercícios), um

arquivo com as observações realizadas no encontro (diário de campo), e os

exercícios realizados pelos alunos.

Figura 11- Organização dos materiais de pesquisa

Nessa mesma etapa são descritos os encontros realizados, bem como um

exemplo de Mapa Conceitual realizado pelos alunos.

3.5.2.1 Primeiro encontro

No primeiro encontro, estavam presentes 29 alunos. Explicou-se a proposta

da pesquisa e uma apresentação em Power Point sobre o que consiste os Mapas

Conceituais e a Aprendizagem Significativa, além de vários exemplos relacionados

ao curso de Ciência da Computação. No sentido de formalizar a pesquisa a ser

desenvolvida, inicialmente os alunos receberam uma carta de esclarecimento da

pesquisa, conforme Anexo D, bem como um termo de consentimento livre e

esclarecido - Anexo E. Esses documentos também puderam ser visualizados através

do datashow. Após o recebimento das cartas e termo de consentimento foi realizado

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um questionário inicial.Esse questionário inicial foi proposto com o objetivo de obter

uma sondagem das principais dúvidas existentes dos alunos na disciplina de

Linguagem de Programação Orientada a Objeto, bem como caracterizar os sujeitos

da pesquisa. As questões selecionadas no questionário e o gráfico com as

respectivas respostas dos alunos são apresentados a seguir:

- Sexo do aluno: ( )Masculino ( ) Feminino (Com o objetivo de verificar a quantidade

de alunos que participaram do questionário inicial).

5

24

0

5

10

15

20

25

Feminino

Masculino

Gráfico 1- Alunos que participaram do encontro 1.

- De um modo geral, qual o grau de dificuldade pode ser encontrado na disciplina de

Linguagem de Programação Orientada a Objeto? (Com a intenção de obter

informações a respeito da relação do aluno com a disciplina. Os graus de dificuldade

foram divididos em Alta, Média, Baixa e a opção de Não apresentar dificuldade).

7

14

54

0

2

4

6

8

10

12

14

LPOO

Alta dificuldade

Média dificuldade

Baixa dificuldade

Não apresentadificuldade

Gráfico 2- Grau de dificuldade encontrado na disciplina

- É possível encontrar facilidade ou dificuldade para compreender os comandos e

sintaxes específicas da disciplina? (Com a finalidade de identificar se o aluno possui

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alguma dificuldade para compreender os comandos que são específicos da

disciplina).

9

26

0

5

10

15

20

25

30

Alunos

Facilidade paraentender

Dificuldade paraentender

Gráfico 3- Compreensão dos comandos e sintaxes da disciplina

- Consegue verificar a importância da disciplina estar inclusa na grade curricular do

curso? (Com a finalidade de identificar se o aluno consegue visualizar a integração

de todas disciplinas na grade curricular).

20

9

02468101214161820

Alunos

Vejo a importância

Não consigo ver aimportância

Gráfico 4- Importância da disciplina na grade curricular

- Como você estuda os conteúdos abordados na disciplina Linguagem de

Programação Orientada a Objeto para a realização de uma avaliação? (Com o

objetivo de verificar os principais modos de estudo, tais como: através dos tópicos

vistos em laboratório e material do professor; através de livros, internet, estudo com

colegas, entre outros).

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16

7

12

24

2

0

5

10

15

20

25

30

Alunos

Material do professor

Livros indicados pelaprofessora

Com colegas

Internet

Outros

Gráfico 5- Formas de estudos na disciplina

A partir da análise do questionário inicial, pode-se observar que muitos alunos

do curso de Ciência da Computação possuem dificuldade para compreender os

conceitos abordados na disciplina de Linguagem de Programação Orientada a

Objeto, embora reconheçam a importância de estar inserida na grade curricular.

Como os alunos não haviam tido a experiência de realizar um Mapa

Conceitual, foi solicitado para que eles fizessem um mapa de sua trajetória

profissional. Um exemplo semelhante foi exposto na tela para que os alunos

pudessem visualizar a ideia proposta. Nessa atividade, foi possível obter algumas

informações, tais como: os cursos que os alunos realizaram, os estágios, bolsas

cientificas, empregos, seus sonhos, expectativas, conquistas, entre outros pontos

registrados. Para a realização da atividade foram utilizados lápis/ou caneta e papel.

A seguir na figura 12, um Mapa Conceitual desenvolvido pelo aluno.

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Figura 12- Mapa Conceitual sobre a trajetória profissional do aluno

Nesse primeiro encontro, a partir da sondagem realizada através do

questionário e também da atividade da trajetória profissional através dos mapas

iniciais, foi possível verificar o perfil do aluno do 1º ano do curso de Computação,

conforme demonstrado abaixo:

- a maioria dos alunos que respondeu o questionário é do sexo masculino;

- 14 alunos estão realizando estágio (11 alunos realizam estágios na área da

computação e 03 alunos em outras áreas).

- 12 alunos possuem empregos.

- 3 alunos não realizam estágio e não possuem emprego.

- 6 alunos relataram dependência na disciplina de Linguagem de

Programação realizada no primeiro semestre.

- De modo geral, os sonhos e as expectativas inseridas no Mapa Conceitual

estão relacionados, com: empregos, concurso público, Pós-graduação na área de

computação, MBA em TI, iniciar um negócio próprio, trabalhar na IBM, iniciar uma

certificação em JAVA, estágio na área de computação.

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3.5.2.2 Segundo encontro

No segundo encontro estavam presentes os 35 alunos. Nesse encontro os

alunos tiveram um contato com o software CMapTools onde explicou-se todas as

principais funcionalidades e recursos que seriam úteis para utilização dos Mapas

Conceituais. Foi disponibilizado para cada aluno um tutorial com os recursos do

software, conforme Anexo B.

Após a verificação dos recursos no software CMapTools,foi proposto um

exercício. Nesse exercício, os alunos desenvolveram um Mapa Conceitual indicando

as relações entre os conceitos (linguagem de programação, linguagem de

máquina, código fonte, código executável, compilador, biblioteca de funções,

comandos, variáveis, estruturas de seleção, estruturas de controle, vetores). Essa

atividade foi realizada em dupla formada pelos próprios alunos. Nesse encontro foi

entregue para cada dupla um roteiro para desenvolver o exercício com o uso do

Mapa Conceitual contendo os seguintes passos:

- Passo 1: Identificar os principais conceitos que serão mapeados.

- Passo 2: Ordenar os conceitos iniciando pelos mais gerais, depois os

específicos.

- Passo 3: Ligar os conceitos com linhas, inserindo verbos ou expressões

verbais para auxiliar na compreensão da relação entre os conceitos.

- Passo 4: Discutir o mapa realizado com o colega.

Na figura 13, mostra um Mapa Conceitual desenvolvido pelo aluno.

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Figura 13- Mapa Conceitual desenvolvido no segundo encontro

Nessa atividade proposta, foi possível verificar que os alunos seguiram o

roteiro entregue, porém não foram inseridos verbos ou expressões verbais no mapa

para relacionar um conceito ao outro. Como no início da aula foi apresentado alguns

recursos do software CmapTools, foi possível observar que ao realizar a atividade os

alunos se preocupavam em elaborar o Mapa Conceitual de forma criativa, com cores

diferentes, linhas com espessuras diferenciadas, entre outros.

Segundo Moreira (1987, p.38), “mesmo que os mapas sigam os princípios

ausubelianos de diferenciação progressiva, não devem ser utilizados unicamente de

cima para baixo, ou seja, do conceito mais geral para o mais específico, mas

também no sentido oposto, ou seja, do conceito menos inclusivo para o mais

inclusivo, promovendo assim a reconciliação integrativa. Além disso, complementa o

autor, os mapas devem ser planejados para evidenciar as relações entre as

proposições e conceitos, trazendo à tona similaridades, bem como possíveis

inconsistências reais”. É também chamado a atenção para o uso das frases de

ligação que transmite mais clareza à forma como dois conceitos estão relacionados.

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Moreira (1987, p.38) defende o uso de frases de ligação para a maioria dos

Mapas Conceituais, pois estas facilitam o entendimento das proposições válidas

para a disciplina em estudo.

3.5.2.3 Terceiro encontro

Nesse encontro foi trabalhado o conteúdo abordado no dia anterior com a

professora que leciona a disciplina. Segundo a professora, no decorrer do semestre

a disciplina é separada por módulos e em cada módulo é disponibilizado várias listas

de exercícios, também chamados de “laboratório”. Nessa ocasião, a lista chamava-

se “laboratório 7”. A professora enviou com antecedência o material que seria

desenvolvido com os alunos através de Mapa Conceitual. Nessa aula, o objetivo

consistia em exercitar os conhecimentos sobre Vetores de Objetos.

Os conteúdos abordados pela professora para esse encontro foram:

− Vetores de Objetos

− Sintaxe

− Exemplo

− Declaração do Vetor de Objetos

− Criação do Vetor na Memória

Nessa atividade, a professora insere os principais atributos, métodos e a

aplicação. A aplicação consistia em “Escrever um programa que permita o

cadastramento de um número indefinido de funcionários (deverá ser perguntado ao

usuário o número de funcionários). O programa deve cadastrar todos os

funcionários. No final, o programa deve exibir uma listagem com todos os

funcionários que tiverem salários R$500,00 acima da média dos salários da

empresa.”

Nesse encontro, ao realizar a atividade, um aspecto importante pode ser

destacado: os alunos em duplas, começaram a ler o enunciado do exercício e

elaborar o esboço do Mapa Conceitual.

Na figura 14 exibe o esboço do exercício que foi desenvolvido pelo aluno.

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Figura 14-Mapa Conceitual desenvolvido no quarto encontro

Durante a elaboração do esboço, foi discutido o que seriam os atributos e os

métodos da classe Funcionário, além de algumas observações em relação a

destacar cada classe usando os recursos do software, para que a visualização do

exercício ficasse melhor.

Nesse encontro, pode-se observar que 6 duplas de alunos tentaram realizar o

Mapa Conceitual do exercício inicialmente no papel e depois com a utilização do

software. Esses alunos não conseguiram terminar a atividade no tempo disponível

de 2 h/a. O motivo de não conseguirem terminar no tempo disponível foi devido a

dispersão com os diversos recursos de formatação que o software CmapTools

apresentava; devido a isso, foi solicitado o envio da atividade para o próximo

encontro.

3.5.2.4 Quarto encontro

No quarto encontro foi desenvolvida uma atividade tendo como objetivo

exercitar os conhecimentos sobre Arrays Multidimensionais (Matrizes).

Os conteúdos abordados pela professora para esse encontro foram:

− Arrays Multidimensionais (Matrizes)

− Declarando Arrays Multidimensionais (sintaxe e exemplos)

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− Definindo Arrays Multidimensionais

− Arrays Multidimensionais e a Memória

− Utilizando os Arrays Multidimensionais através dos seus diversos índices

− Exemplos.

Em duplas, escolheram um exercício da lista para desenvolver o Mapa

Conceitual sobre Matrizes.

Figura 15- Mapa Conceitual sobre Matrizes desenvolvido pelo aluno

Nesse encontro um aluno relatou que trabalha em uma agência de marketing,

e precisou mostrar um projeto para o seu diretor. Dessa forma, desenvolveu todo o

projeto através de Mapas Conceituais para apresentação na reunião. Essa prática o

ajudou não só a explicar o conteúdo do projeto, mas ver as ligações existentes nos

principais setores que estariam envolvidos, bem como as atribuições das tarefas

para concretizar o projeto.

Nesse encontro os alunos apresentaram uma reclamação quanto à

dificuldade de encontrar os verbos ou expressões verbais para explicar as relações

entre os conceitos.

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3.5.2.5 Quinto encontro

Participaram do quinto encontro 30 alunos. Para esse encontro o objetivo da

atividade era exercitar os conhecimentos sobre Herança Simples (conteúdo

abordado em um dia anterior pela professora que leciona a disciplina); porém, os

alunos estavam envolvidos com a resolução das listas e estavam preparando essas

listas para estudarem para a avaliação da disciplina que ocorreu na semana

seguinte. Nesse contexto, é apresentado a figura 16 com o Mapa Conceitual de um

dos exercícios realizados pelos alunos, bem como a resolução do mesmo.

Figura 16- Mapa Conceitual desenvolvido por um aluno a partir do estudo do conteúdo da disciplina de Linguagem de Programação Orientada à Objeto

Nesse Mapa Conceitual foi possível observar que o aluno já havia

compreendido como se processaria o conhecimento. Algumas observações foram

feitas pelos alunos em relação a facilidade de visualização do exercício no todo.

Nesse Mapa Conceitual foi observado que o aluno apresentou as ideias e

informações, conforme solicitava a atividade.

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3.5.2.6 Sexto encontro

Finalmente, no último encontro, foi aplicado um questionário conforme

documentado no Apêndice A, com o objetivo de verificar a satisfação dos alunos

com o uso dos Mapas Conceituais na disciplina de Linguagem de Programação

Orientada a Objeto.

O questionário é composto de 10 perguntas com graus diferentes de

concordância compondo uma escala. Essa escala foi atribuída como:

DT = Discordo Totalmente;

DP = Discordo Parcialmente;

NCD = Não Concordo nem Discordo;

CP = Concordo Parcialmente;

CT = Concordo Totalmente.

Para facilitar a coleta de dados do questionário para cada escala foi atribuído

um peso, conforme a tabela 3:

Tabela 3- Atribuição de pesos para o questionário de satisfação de aprendizagem Grau de concordância Pesos

DT = Discordo Totalmente 5

DP = Discordo Parcialmente 4

NCD = Não Concordo nem Discordo 3

CP = Concordo Parcialmente 2

CT = Concordo Totalmente

1

O resultado do questionário pode ser observado no Apêndice B desta

pesquisa.

3.6 Análise da evolução dos Mapas Conceituais

Nesse subcapítulo é realizado uma análise qualitativa dos Mapas Conceituais

realizados pelos alunos. Essa análise foi feita no sentido de verificar o

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entendimento de conceitos, como os alunos estruturam, hierarquizam,

diferenciam, relacionam e integram conceitos de um determinado conteúdo. Dentro

desse contexto é possível analisar se o uso do Mapa Conceitual pode contribuir na

aprendizagem do aluno e nas atividades educativas do professor em sala de aula.

A análise dos Mapas Conceituais construídos pelos alunos permitiu-nos

destacar alguns aspectos conforme descritos a seguir.

Para a elaboração dos Mapas Conceituais, apenas foi sugerido aos alunos

que focassem os conteúdos que já haviam estudado na aula anterior com a

professora da disciplina. Na aula seguinte, chamado por Encontro, os mapas foram

apresentados pelos alunos, momento no qual as relações e os conceitos

apresentados foram discutidos.

Comparando os mapas realizados pelos alunos nos encontros, é possível

verificar que a forma de inserir os conceitos estavam sendo hierarquizados, ou seja,

os conceitos estavam alinhados, sendo os mais gerais no início do Mapa Conceitual

e os demais conceitos abaixo, deixando evidente a importância relativa de cada um.

Embora alguns alunos tenham realizado os exercícios a partir de algum

software que a professora sugeriu, o Mapa Conceitual contribuiu para o raciocínio do

aluno bem como para tentar esboçar o exercício para uma visualização do todo.

Essa visualização do todo e por meio da forma que foi construída (o aluno pensar na

construção do exercício), foi uma maneira do aluno não esquecer do conceito que

estava sendo abordado.

A análise dos mapas foi realizada de acordo com os princípios da

aprendizagem significativa, conforme vistos no Capitulo 2, ou seja, a partir da

hierarquização dos conceitos, da diferenciação progressiva e da reconciliação

integrativa.

Explicando cada categoria temos:

- Hierarquia dos conceitos: será considerado se o aluno desenvolveu o Mapa

Conceitual atribuindo um nível de importância, isto é inserir os conceitos mais gerais

subordinando os menos específicos.

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- Diferenciação progressiva: será analisado se o aluno conseguiu desenvolver em

seu Mapa Conceitual níveis diferentes ou conceitos de igual importância em níveis

iguais.

- Reconciliação integrativa: será analisado se o aluno realizou ligações entre

conceitos de diferentes níveis (ligações cruzadas) no Mapa Conceitual.

Com base nestas especificações, construiu-se a tabela 4 para a análise

destes mapas. Nessa tabela exibe os encontros ocorridos, bem como os princípios

da aprendizagem significativa. Cada mapa foi classificado através dos ícones

conforme tabela 4 a seguir:

Tabela 4- Legenda para análise dos Mapas Conceituais Ícone Significado Explicação

Atende Consiste em atender as especificações da categoria

analisada, ou seja, os conceitos são identificados e

estão de acordo com o tema do mapa proposto.

Atende parcialmente Quando o aluno não conseguir atingir todas as

especificações da categoria analisada. Ou seja,

conceitos são identificados, mas não se relacionam

aos demais conceitos.

Não se aplica Quando o aluno não conseguiu desenvolver o Mapa

Conceitual de acordo com os princípios da

aprendizagem significativa, ou seja, nenhum conceito

relevante foi identificado.

Segue-se na tabela 5 a análise dos Mapas Conceituais realizados nos

encontros.

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Tabela 5- Classificação dos mapas quanto aos princípios da Aprendizagem Significativa Encontro 1 Encontro 2 *** Encontro 3 *** Análise dos

Mapas

Conceituais

Hierarquia dos

conceitos

25 3 1 16 2 - 16 1 -

Diferenciação

progressiva

14 9 6 10 8 - 10 6 1

Reconciliação

integrativa

2 27 - 8 10 - 4 13 -

*** Nos Encontros (2 e 3) as atividades foram desenvolvidas em duplas.

Tabela 5.1- (Continuação)

Encontro 4 *** Encontro 5 *** Encontro 6 Análise dos

Mapas

Conceituais

Hierarquia dos

conceitos

14 2 - 15 - -

Diferenciação

progressiva

7 9 - 9 6 -

Reconciliação

integrativa

2 14 - 8 7 -

Aplicação do

questionário para

verificar a opinião

dos alunos

*** Nos Encontros (4 e 5) as atividades foram desenvolvidas em duplas.

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3.7 Resultados alcançados

Inicialmente foi possível observar que os alunos conseguiram classificar

corretamente alguns termos como conceitos e estabelecer as hierarquias embora o

uso de verbos ou expressões verbais entre os conceitos não existiu. Aos poucos os

alunos utilizaram as setas para ligar os conceitos bem como a utilização dos verbos

ou expressões verbais.

Os alunos responderam muito bem à proposta, embora nem todos tinham

participado da pesquisa. Conforme citado anteriormente, a turma de 1º ano do curso

de Ciência da Computação é composta de 35 alunos, nos quais a participação

ocorreu da seguinte forma, conforme tabela 6:

Tabela 6- Participação dos alunos nos encontros Encontros realizados Quantidade de Alunos

participantes

Encontro 1 29

Encontro 2 35

Encontro 3 34

Encontro 4 32

Encontro 5 30

Encontro 6 30

Quanto à hierarquia dos conceitos, construídos pelos alunos, ressaltamos

que apenas um aluno construiu o mapa de forma linear, ou seja, sem hierarquia

entre os conceitos mapeados.

Fazendo uma comparação com os Mapas Conceituais realizados no Encontro

1 e no Encontro 5, percebeu-se que os alunos se preocuparam em trabalhar todos

os princípios da aprendizagem significativa, com a identificação de conceitos e a

ligação entre os conceitos.

O questionário proposto para o Encontro 6 permitiu verificar como foi

importante a técnica utilizada para os alunos, principalmente como forma de estudo

para a avaliação. O questionário pode ser encontrado no Apêndice A.

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A partir do questionário realizado pelos alunos, pode-se observar que:

− 60% dos alunos acham que uso do Mapa Conceitual facilitou na

aprendizagem dos conteúdos da disciplina Linguagem de Programação

Orientada à Objeto.

− 74% dos alunos encontraram facilidade para construção do Mapa Conceitual

nos exercícios realizados.

− 63% os alunos registraram que o Mapa Conceitual é uma técnica

adequada a ser aplicada nas aulas de Linguagem de Programação

Orientada à Objeto.

− 77% dos alunos acreditam que o uso do Mapa Conceitual pode ser utilizado

nas outras disciplinas do curso.

− 63% acredita que a técnica apresentou-se como uma forma útil para aplicar

em demais áreas de conhecimento.

− 17% dos alunos encontraram facilidade em inserir verbos ou expressões

verbais para ligar os conceitos.

− 63% dos alunos encontraram facilidade para memorizar o exercício através

do Mapa Conceitual.

− 80% dos alunos acham que o aspecto visual do Mapa Conceitual contribui

para facilitar a aprendizagem.

− 77% concordam que o software CmapTools auxiliou na aprendizagem.

− 90% concordam com facilidade de entendimentos nos recursos do software

CmapTools.

Portanto, com base na análise efetuada sobre os Mapas Conceituais

construídos nos encontros e o uso do questionário, pode-se observar uma evolução

na aprendizagem dos alunos. Foi possível perceber que os alunos tiveram um bom

entendimento do conteúdo trabalhado, além de demonstrar uma motivação ao

desenvolver o Mapa Conceitual.

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CAPITULO 4 UMA PROPOSTA PARA A TÉCNICA DE

MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE

COMPUTAÇÃO

No capitulo anterior foi realizado uma aplicação de Mapas Conceituais no

ensino da Computação, em particular na disciplina de Linguagem de Programação

Orientada a Objeto. A partir da técnica aplicada com alunos do 1º ano do curso de

Ciência da Computação, observou-se uma aceitação interessante principalmente na

técnica como forma de estudo. Desta forma será apresentada uma proposta de

pesquisa no sentido de aprimorar o trabalho realizado pelo professor, aluno e

coordenador.

4.1 Introdução

Pode-se verificar que um dos grandes problemas de ensino, em disciplinas do

curso de Computação, é justamente a dificuldade de motivar os alunos, de fazer

com que o aluno se interesse pela disciplina, além de fazê-los entender que o

conteúdo abordado é fundamental como base para outras disciplinas. O aluno não

consegue ver essa estrutura ocorrendo nas disciplinas que compõe o curso. É fato

que essa estrutura fica mais clara para a coordenação que elabora, projeta e realiza

o Projeto Pedagógico do Curso. Muitas vezes, até para o corpo docente essa

estrutura fica complicada de ser compreendida, pois o professor não sabe o que

está sendo trabalhado na disciplina de outro professor.

É necessário que o curso e todo corpo docente vise uma educação centrada

na formação integral do aluno.

Pelizari et al. (2002), contribui no sentido de mostrar que, atualmente se

presencia uma reforma educativa que tem como missão não somente a ordenação

do sistema educativo, mas também a oferta de conteúdos e metodologias de

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aprendizagem. Essa reforma do ensino supõe também a reforma do currículo e, por

conseqüência, dos propósitos e condições para que a educação seja eficaz.

Segundo Pelizari et al. (2002, p.4),

A intervenção educativa precisa, portanto, de uma mudança de ótica substancial, na qual não somente abranja o saber, mas também o saber fazer, não tanto o aprender, como o aprender a aprender. Para isso, é necessário que os rumos da ação educativa incorporem em sua trajetória um conjunto de legalidades processuais.

Nesse contexto, o Projeto Pedagógico do Curso tem um importante papel na

estruturação da proposta.

4.2 Projeto Pedagógico do Curso - PPC

O Projeto Pedagógico do Curso consiste em nortear todo o trabalho do curso

que será realizado no ano letivo. É a expressão mais clara da sua organização

didático-pedagógica e, tanto a administração acadêmica do Coordenador quanto a

ação do Colegiado são responsáveis pela execução, acompanhamento e revisão do

Projeto.

No Projeto Pedagógico do Curso são fundamentados os princípios de missão

e visão, análise das competências e habilidades que o aluno deverá desenvolver,

perfil do egresso, bem como a apresentação da estrutura curricular do curso

composta de ementas e objetivos, associada a uma metodologia adequada para sua

efetiva implementação.

A estrutura curricular ou organização curricular se produz a partir das ações

de todo os envolvidos no processo educativo da instituição.

Desse modo, cada curso da instituição deve ter claro as suas prioridades, e

estabelecer com coerência suas estratégias de trabalho. Através da redação de um

Projeto Político Pedagógico, o curso apresenta publicamente os seus princípios

norteadores, contribuindo para que suas atividades sejam organizadas dentro de

orientações coerentes e fundamentadas.

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4.3 A proposta

A partir do contexto exposto, a proposta consiste em trabalhar com a técnica

dos Mapas Conceituais, como uma estratégia de elaborar e integrar as disciplinas da

grade curricular e acompanhar a aprendizagem do aluno ao longo da disciplina do

curso.

A construção da grade curricular deve ser compreendida não como

enumeração de disciplinas, mas como estabelecimento de um campo de

questionamento de temas relevantes, propício ao amadurecimento intelectual e

motivador para a prática profissional. Sua sustentação depende de um plano de

desenvolvimento de habilidades intelectuais e práticas, esperadas no perfil do

egresso. A racionalização da grade curricular, no Projeto Político Pedagógico de

Curso, deverá levar em conta os modos como as disciplinas se relacionam entre si,

e o papel dessas relações para chegar ao perfil de egresso.

4.3.1 O Mapa Conceitual e a estrutura curricular do curso

O Mapa Conceitual poderá auxiliar no ensino-aprendizagem do aluno

contribuindo desta forma para uma formação integral.

Com a proposta do Mapa Conceitual na estrutura curricular do curso são

apresentadas algumas vantagens. Essas vantagens podem ser apresentadas em 3

perfis diferentes, como: aluno, professor e o coordenador, conforme descritas a

seguir:

Vantagens para o aluno:

− Compreender como está estruturado o curso em que ele estuda.

− Visualizar melhor a relação das disciplinas, verificando a importância de

uma disciplina como base para demais disciplinas que compõe a grade.

− Visualizar as ementas trabalhadas em sala de aula.

− Visualizar melhor o processo pedagógico.

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− Visualizar melhor as metodologias de ensino aplicadas pelos professores.

Vantagens para o professor:

− Visualizar as ementas das disciplinas, verificando a abordagem e

conteúdos dos demais professores que compõe o corpo docente.

− Ter uma visão integrada do curso, sendo possível realizar um melhor

planejamento das aulas.

− Acompanhar a aprendizagem do aluno, assim tornando-a significativa.

− Integrar os conteúdos abordados na disciplina de forma sincronizada.

Dessa forma, o professor estará ligando os conceitos trabalhados com os

alunos através de Mapas Conceituais.

Vantagens para o coordenador:

− Visualizar o curso de forma ampla.

− Acompanhar e avaliar o curso.

− Avaliar as competências e habilidades encontradas no corpo discente.

− Analisar como as conexões do ensino, como curso de extensão, iniciação

científica, e eventos na área da computação, são capazes de tornar o

processo de formação mais produtivo, além de verificar a integração

dessas conexões nas disciplinas da grade curricular.

Todas essas vantagens podem ser elaboradas e disponibilizadas para todo

corpo docente, discente e coordenação, de forma a unificar o ensino aprendizagem.

Para Moreira apud Correia (2008), a utilização dos Mapas Conceituais pode

atender diferentes necessidades do meio escolar, tais como:

Analisar o currículo, estruturar o conteúdo de uma disciplina, organizar os conceitos de uma aula e avaliar a aprendizagem[...]. Além disso, a avaliação por meio de Mapas Conceituais não ocorre com a intenção de testar conhecimentos e atribuir nota aos alunos para classificá-los, mas sim com o objetivo de obter informações sobre o tipo de estrutura que o aluno estabelece para um dado conjunto de conceitos. Os mapas elaborados pelos alunos auxiliam na verificação das alterações nas suas redes cognitivas, por meio da comparação das ligações entre os conceitos antes e depois dos momentos de aprendizagem.

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Portanto, o Mapa Conceitual pode ser visto como uma técnica para a

elaboração do currículo que terá o desafio de promover a integração dos conteúdos,

de forma que os conhecimentos a serem ensinados organizem a sua abrangência e

permitam uma compreensão de totalidade do curso. O acompanhamento de

aprendizagem do aluno será uma importante forma metodológica para alcançar os

objetivos do curso.

A proposta de utilizar o Mapa Conceitual nessa integração dos conteúdos é

apresentado na figura 17:

Figura 17- Mapa Conceitual da Grade Curricular do Curso

Na figura 17 mostra a relação das disciplinas do 1º e 2º Semestre, bem como

a relação entre as ementas. Entretanto para se evitar um mapa muito complexo,

bem como uma sobrecarga cognitiva, sugeri-se o uso de sub-mapas. Estes sub-

mapas devem surgir tanto a partir de um planejamento prévio de mapas

fragmentados, quanto a partir de uma constatação por parte do próprio autor, após

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analisar e observar seu grande número de conceitos e verbos ou expressões

verbais. Deve-se, no entanto, tomar o cuidado para que a fragmentação do mapa

não implique também na fragmentação do entendimento do material apresentado e

na conseqüente perda de compreensão por parte de quem tenta entendê-lo.

4.3.2 O Mapa Conceitual e o acompanhamento da aprendizagem

O acompanhamento da aprendizagem é outro vértice da proposta, que possui

uma grande importância, pois o professor a partir dos Mapas Conceituais poderá

integrar os conceitos da disciplina e apresentar aos alunos, reforçando seu

entendimento na ligação dos conteúdos da disciplina, conforme figura 18.

Figura 18- Exemplo de atribuição dos conceitos na disciplina

O modelo proposto, baseado na integração dos conteúdos da disciplina,

possibilitará uma obtenção de informação mais precisa e de fácil aprendizado,

tornando a aprendizagem significativa para o aluno.

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4.4 Elementos da proposta: Mapa Conceitual

A fim de se trabalhar com a técnica de Mapas Conceituais como estratégia de

elaborar e integrar as disciplinas da grade curricular e acompanhar a aprendizagem

do aluno faz necessário estudar os principais elementos da proposta. Esses

elementos são apresentados como forma de material instrucional dirigido aos

professores do curso de Computação e de outros cursos. Esse material instrucional

desenvolvido foi elaborado para ser aplicado de acordo com o planejamento do

professor. Sugere-se que depois de definidos os tópicos a serem estudados ao

longo do semestre, o professor construa um Mapa Conceitual do semestre e decida

em quais tópicos aplicará a técnica.

Os principais elementos da proposta para inserção dos Mapas Conceituais no

ensino-aprendizagem de Computação podem ser classificados como:

- Exposição do termo “Mapa Conceitual”;

- Uso dos “conceitos”;

- Metodologia para Construção de Mapas Conceituais;

- Avaliação.

Esses elementos são fundamentais para serem aplicados no Mapa

Conceitual.

4.4.1 Exposição do termo “Mapa Conceitual”

É importante no início de cada semestre, o professor realizar uma exposição

do plano de curso de sua disciplina, bem como os tópicos que serão abordados, a

metodologia envolvida, os recursos instrucionais e as bibliografias recomendadas.

A partir do exposto, integrar no plano de curso da disciplina a estratégia de

elaboração de Mapas Conceituais apresentando através de um texto de apoio. É

também uma alternativa na metodologia de trabalho, usar o Mapa Conceitual como

complementar às aulas expositivas, experimentais ou demonstrativas, ou sendo

complementado por elas. Nesse texto devem constar algumas explicações que

envolvem: a definição de Mapa Conceitual, como elaborar um Mapa Conceitual,

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tipos de Mapas Conceituais, principais vantagens de se elaborar um Mapa

Conceitual e exemplos.

Uma vez desenvolvendo essa técnica e implementando na prática

pedagógica do professor, proporcionará o desenvolvimento dos conteúdos de forma

mais clara e dinâmica, de modo que é possível relacionar conteúdos trabalhados em

aulas posteriores, despertando uma maior motivação nos alunos.

Para os alunos, a elaboração de mapas o auxiliará na estruturação do

conhecimento e na retenção e adaptação dos novos conceitos propostos em cada

aula. Servirá como uma poderosa fonte que o motivará a compreender os assuntos

tratados em sala de aula e relacionar com outros assuntos anteriormente

aprendidos.

4.4.2 Uso dos “conceitos”

O uso dos conceitos é de suma importância para o desenvolvimento do Mapa

Conceitual. De modo geral a relação entre dois conceitos acontece por meio de

verbos ou preposições.

Figura 19 - Relação dos conceitos no Mapa Conceitual

O conceito geralmente é expresso por meio de substantivos, podendo ser

representados de forma hierárquica inserindo conceitos mais gerais na parte

superior e mais específicos na parte inferior. Uma outra característica observada é

que podem existir referências cruzadas entre conceitos pertencentes a regiões

distantes dentro do Mapa Conceitual, o que enriquecerá as relações dos próprios

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conceitos. As ligações podem ser unidirecionais, bidirecionais ou simplesmente

associativas.

Na figura 20 é apresentado um exemplo de Mapa Conceitual mostrando a

relação entre o conceito Plano de curso e os elementos que o compõem, como:

Ementa, Objetivo Geral, Objetivos Específicos, Conteúdo programático, Metodologia

de ensino, Recursos instrucionais, Sistema de Avaliação e Bibliografias. O referido

mapa foi construído usando a ferramenta CmapTolls.

Figura 20 - Exemplo de Mapa Conceitual

Conforme apresentado na figura 20, o conceito geral aparece mais em

destaque em relação aos demais conceitos, denominados conceitos específicos.

Todos os conceitos estão relacionados através do verbo de ligação.

4.4.3 Metodologia para construção do Mapa Conceitual

A metodologia para construção do Mapa Conceitual é composta por várias

etapas de execução, podendo ser classificada conforme quadro 3:

ETAPAS DEFINIÇÃO

Etapa 1 IDENTIFICAÇÃO

Etapa 2 ORGANIZAÇÃO

Etapa 3 AVALIAÇÃO

Etapa 4 CONSTRUÇÃO

Etapa 5 HIERARQUIZAÇÃO

Etapa 6 CONEXÃO

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Etapa 7 AVALIAÇÃO

Etapa 8 INTERCONEXÃO

Etapa 9 EXEMPLIFICAÇÃO

Etapa 10 MANUTENÇÃO

Quadro 3- Etapas de execução na construção dos Mapas Conceituais

As etapas de execução são descritas a seguir:

Etapa 1 – IDENTIFICAÇÃO

A etapa 1 – IDENTIFICAÇÃO consiste no planejamento da atividade, bem

como na identificação da questão fundamental que engloba o problema, ou o

domínio de conhecimento que se deseja mapear. Nessa etapa é importante também

a seleção dos materiais a serem utilizados. Uma vez identificado o planejamento da

atividade e a questão inicial, é importante selecionar entre 6 e 10 conceitos que

sejam pertinentes a tal questão. Portanto, essa etapa se caracteriza a partir de uma

pergunta inicial, cuja resposta estará expressa no Mapa Conceitual construído.

Exemplificando:

Questão: “Como estruturar os elementos básicos de uma Instituição?”

Selecionar conceitos:

1. Corpo docente

2. Corpo discente

3. Instituição

4. Grade curricular

5. Projeto Pedagógico

6. Curso

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Etapa 2 – ORGANIZAÇÃO

A etapa 2 – ORGANIZAÇÃO consiste na ordenação dos conceitos

identificados na etapa anterior. Nessa etapa os conceitos são agrupados por nível

de abrangência. Dessa forma os conceitos mais abrangentes são inseridos no topo

da lista, e os conceitos mais específicos em outras áreas do mapa. Nessa etapa é

preciso também escolher um conjunto de conceitos (palavras-chave) dispondo-os

aleatoriamente no espaço onde o mapa será elaborado.

Exemplificando:

Ordenar os conceitos:

1. Instituição

2. Curso

3. Projeto Pedagógico

4. Grade curricular

5. Corpo docente

6. Corpo discente

Etapa 3 - AVALIAÇÃO

A etapa 3 – AVALIAÇÃO consiste em avaliar a listagem de conceitos e, se

necessário, a adição de outros. Nessa etapa será escolhido um par de conceitos

para estabelecimento das relações entre eles; além de decidir qual a melhor e

escrever uma frase de ligação para esse par de conceitos escolhido. É

importante que todos os conceitos escolhidos tenham, ao menos, uma ligação

com outro conceito. É importante avaliar sempre a lista de conceitos, adicionando

novos conceitos quando necessário.

Exemplificando:

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Avaliar e adicionar novos conceitos:

1. Instituição

2. Curso

3. Projeto Pedagógico

4. Grade curricular

5. Corpo docente

6. Corpo discente

7. Infra-estrutura

8. Serviços administrativos

Etapa 4 - CONSTRUÇÃO

A etapa 4 – CONSTRUÇÃO consiste na forma de elaborar o Mapa

Conceitual, colocando os conceitos mais abrangentes ou gerais no topo. Para a

construção do mapa, o uso de lápis e papel, objetos ou imagens podem auxiliar na

elaboração do mapa. Porém há diferentes softwares que contribuem na elaboração,

contendo diferentes recursos permitindo uma visualização mais sofisticada e criativa.

Com o uso de um software ele permitirá que palavras sejam colocadas dentro de

caixas de texto, de modo a rotular os diferentes conceitos do diagrama. De

modo geral, haverá um, dois, ou no máximo, três conceitos mais gerais no topo do

mapa.

Exemplificando:

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Figura 21- Etapa 4 – Construção do Mapa Conceitual

Etapa 5 – HIERARQUIZAÇÃO

A etapa 5 – HIERARQUIZAÇÃO consiste na seleção de dois, três ou até

mesmo quatro sub-conceitos que serão colocados em um nível abaixo de cada

conceito mais abrangente ou geral, realizando níveis hierárquicos intermediários.

Etapa 6 - CONEXÃO

A etapa 6 – CONEXÃO consiste em ligar os conceitos do mapa com linhas.

As linhas que ligarão dois conceitos devem ser rotuladas com uma ou mais

palavras que indiquem o relacionamento entre tais conceitos, formando

declarações ou proposições válidas. Essas conexões entre os conceitos criam

significados. Assim, a estrutura de significado para um dado assunto ou domínio de

conhecimento, passa a se evidenciar conforme um grande número de ideias

relacionadas que são conectadas umas às outras no mapa. Os conceitos e as

palavras-chave devem sugerir uma proposição que expresse o significado da

relação.

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Exemplificando:

Figura 22- Etapa 6 – Conexão de conceitos no Mapa Conceitual

Etapa 7 – AVALIAÇÃO

A etapa 7 – AVALIAÇÃO consiste em verificar se há necessidade de

alterações na estrutura hierárquica do mapa. A avaliação pode ser realizada quantas

vezes for necessário, de acordo com os novos conhecimentos ou novas percepções,

buscando garantir que conceitos mais abrangentes ou gerais sejam colocados

mais próximos ao topo do mapa.

Etapa 8 – INTERCONEXÃO

A etapa 8 – INTERCONEXÃO é a busca de interligações entre conceitos

em diferentes partes do mapa, ou seja, relações horizontais e cruzadas

conectadas através de linhas rotuladas. Essas Interligações permitem que se

percebam novas e criativas relações no domínio de conhecimento.

Na figura 23 há essa interconexão entre os conceitos “corpo docente” e

“disciplinas”.

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Figura 23- Etapa 8 – Interconexão do Mapa Conceitual

Etapa 9 - EXEMPLIFICAÇÃO

A Etapa 9 – EXEMPLIFICAÇÃO consiste em integrar exemplos anexados e

específicos aos conceitos trabalhados. Em geral, os exemplos ficam na parte inferior

do mapa.

Figura 24- Etapa 9 – Exemplificação do Mapa Conceitual

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Com a utilização de um software, há a possibilidade de anexar arquivos,

imagens, um outro mapa, entre outros recursos para uma melhor visualização.

Etapa 10 - MANUTENÇÃO

A Etapa 10 – MANUTENÇÃO consiste em rever todas as etapas da

elaboração do Mapa Conceitual. Uma proposta para essa etapa seria estabelecer

um diálogo com os alunos tentando perguntar-lhes o que eles puderam constatar na

atividade, as dúvidas, considerações e como o mapa contribuiu na aprendizagem.

Uma vez a realização da atividade sendo trabalhada em grupos, cada grupo poderá

trocar ou apresentar uns para os outros os seus Mapas Conceituais e, então,

contribuir na construção de uma nova versão de Mapa Conceitual.

4.4.4 Avaliação

A avaliação dos Mapas Conceituais é um processo importante pois permitirá

ao professor avaliar diferentes aspectos do processo de ensino-aprendizagem do

aluno, tais como:

- conceitos mal formados;

- habilidade de organização;

- características cognitivas;

- profundidade com que o aluno desenvolve um determinado conteúdo;

- estruturas conceituais; hierarquização, diferenciação e integração de

conceitos. Através da análise individual do Mapa Conceitual construído pelo aluno,

é possível verificar algumas características como, por exemplo, o número de

conceitos representados, o número de ligações entre conceitos, o número de

ligações cruzadas, o número de níveis hierárquicos e o número de exemplos

citados. Ao analisar o Mapa Conceitual o professor deve procurar interpretar a

informação dada pelo aluno no mapa a fim de obter evidências de aprendizagem

significativa.

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CAPITULO 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo elaborar uma proposta de utilização e

aplicação de Mapas Conceituais no curso de Ciência da Computação, auxiliando na

aprendizagem do aluno, além de identificar a contribuição nas atividades educativas

do professor em sala de aula.

A aprendizagem significativa tem se mostrado uma corrente pedagógica

importante, devendo ser considerada no processo de educação em diversas áreas.

A construção dos Mapas Conceituais, enquanto técnica de ensino demonstrou ser

importante como sinalizador dos conceitos apreendidos pelos alunos no processo de

ensino-aprendizagem, além de ser uma forma para memorização do conteúdo

aprendido. A técnica utilizada proporcionou modificações na forma de ensinar, de

avaliar e também de aprender dos alunos. Desta forma, pode-se verificar que o

trabalho teve aspectos qualitativos relevantes em diversos aspectos, principalmente

na satisfação dos alunos em utilizar o Mapa Conceitual para estudar os conteúdos

da disciplina e realizar a avaliação (conforme exposto no Capitulo 3, no Encontro 5).

Esta proposta apresenta importantes desafios teóricos e práticos, pois,

tem como objetivo, a partir de uma técnica, auxiliar na efetividade da educação.

Para que a aprendizagem do aluno seja realmente efetiva é necessário que ele

sinta-se motivado para aprender. Conforme os alunos relataram durante os

encontros realizados, fica mais fácil entender o conteúdo que esta sendo abordado

com o uso dos Mapas Conceituais. Acredita-se que uma forma de tornar a disciplina

atrativa e interessante para os alunos é desenvolver conteúdos com metodologia

diferentes, e estabelecer uma conexão dos conteúdos buscando a

interdisciplinaridade. Essa é uma prática que servirá de motivação e facilidade de

aprendizagem para o aluno.

Nos relatos de Novak e Gowin (1999), é possível verificar que, se o professor

estimular a aprendizagem significativa dos alunos, estará trabalhando com clareza o

papel dos conceitos e as suas relações, a forma de buscar informações, a

construção de conhecimentos e principalmente o aprender a aprender.

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“Uma vez que os Mapas Conceituais constituem uma representação explícita e manifesta dos conceitos e das proposições que uma pessoa possui, eles permitem aos professores e alunos trocar os seus pontos de vista sobre a validade de uma determinada ligação proposicional, ou reconhecer a falta de ligações entre conceitos que sugerem a necessidade de uma nova aprendizagem.” (NOVAK; GOWIN, 1999, p. 35).

Durante o desenvolvimento dos encontros, os alunos demonstraram forte

interesse pelo uso do software CmapTools como ferramenta para construção

dos Mapas Conceituais.

O acompanhamento e a observação encontrada nos encontros com os

alunos, registradas no diário de campo, evidenciou uma evolução favorável do

desempenho dos alunos em termos de construção de conceitos, a partir da

incorporação dos Mapas Conceituais como estratégia para a construção do

conhecimento dos conceitos da disciplina. Alguns relatos dos alunos podem ser

citados, como:

“usei o Mapa Conceitual para estudar para uma prova na semana passada. Ainda não recebi a nota, mas acho que fui bem, pois até hoje lembro dos conteúdos que estudei.”

Aluno A

“tenho usado o Mapa Conceitual no meu trabalho para planejar as minhas tarefas”.

Aluno B

“Gostei da ideia de após ler um livro fazer um Mapa Conceitual. Estou aplicando nos artigos que a professora pede para lermos.”

Aluno C

“Acho que ficou mais fácil para estudar. Após terminar o exercício na disciplina da professora de LPOOI eu fiz o Mapa Conceitual e consegui memorizar todos os passos do exercício.”

Aluno D

“Apesar de nunca ter trabalhado com Mapas

Conceituais, achei a atividade muito interessante.” Aluno E

Como sugestão para trabalhos futuros, o uso dos Mapas Conceituais pode

ser uma estratégia de visualização para toda estrutura acadêmica além de

aprimoramento com possíveis recursos multimídia para apresentação. A inclusão de

animação realizará uma melhor apresentação dos conceitos abordados.

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REFERÊNCIAS

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105

APÊNDICE A - Questionário de Satisfação de Aprendizagem

Questionário para avaliar a satisfação de aprendizagem referente à técnica de Mapas Conceituais para aplicação nos conceitos da disciplina de Linguagem de Programação Orientada a Objeto.

UNISAL – CURSO CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

TURMA: 1º ano Sexo: F ( ) M ( ) Data:___/___/____

I. Questionário de Satisfação de Aprendizagem Para cada uma das questões a seguir, assinale seu grau de concordância segundo a escala: DT = Discordo Totalmente; DP = Discordo Parcialmente; NCD = Não Concordo nem Discordo; CP = Concordo Parcialmente; CT = Concordo Totalmente.

Grau de concordância Questões relacionadas às atividades desenvolvidas nos Encontros DT DP NCD CP CT 1. O uso do Mapa Conceitual facilitou a aprendizagem dos conteúdos da disciplina Linguagem de Programação Orientada à Objeto.

1 2 3 4 5

2. Encontrei facilidade para construção do Mapa Conceitual nos exercícios realizados.

1 2 3 4 5

3. O Mapa Conceitual é uma técnica adequada a ser aplicada nas aulas de Linguagem de Programação Orientada à Objeto.

1 2 3 4 5

4. O Mapa Conceitual pode ser uma técnica possível de se aplicar nas demais disciplinas do curso.

1 2 3 4 5

5. A técnica apresentou-se como uma forma útil para aplicar em demais áreas de conhecimento.

1 2 3 4 5

6. Encontrei facilidade para inserir verbos ou expressões verbais para ligar os conceitos.

1 2 3 4 5

7. Encontrei facilidade para memorizar o exercício através do Mapa Conceitual.

1 2 3 4 5

8. O aspecto visual do Mapa Conceitual contribui para facilitar a minha aprendizagem.

1 2 3 4 5

9. O software CmapTools auxiliou na aprendizagem.

1 2 3 4 5

10.Considero os recursos do software CmapTools de fácil entendimento.

1 2 3 4 5

Obrigada pela participação!

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106

APÊNDICE B – Resultado do questionário sobre a satisfação da técnica de Mapas Conceituais

Alunos

Sexo

F / M

1. O

uso do Mapa

Conceitual facilitou

a

ap

rendizagem

dos

conteú

dos

da

disciplina LP

OO.

2.

Encontrei

facilidade

para

construção

do

Map

a Con

ceitual

nos

exercícios

realizad

os.

3.

O

Mapa

Conceitual é uma

técnica

ad

equa

da

a ser aplicad

a nas

aulas de LP

OO.

4.

O

Mapa

Conceitual po

de

ser

uma

técnica

possível

de

se

aplicar nas dem

ais

disciplinas

do

curso.

5.

A

técnica

apresentou-se

como

uma

form

a útil

para

aplicar

em

demais áreas de

conhecimento.

6.

Encontrei

facilidade

para

inserir

verbos

ou

expressões verbais

para

ligar

os

conceitos.

7.

Encontrei

facilidade

para

mem

orizar

o

exercício

através

do

Mapa

Conceitual.

8.

O

aspecto

visual do

Mapa

Conceitual

contrib

ui

para

facilitar a minha

aprendizagem.

9.

O

software

CmapTools

auxiliou

na

aprendizagem

10.Conside

ro os

recursos

do

software

CmapTools

de

fácil

entendimento

A1

M

5

4

5

5

5

3

4

5

5

5

A2

M

5

4

5

5

5

2

3

5

5

5

A3

M

4

5

5

4

4

3

4

5

5

5

A4

M

3

5

5

4

3

4

5

5

5

5

A5

M

5

5

5

4

5

2

4

5

4

5

A6

F

4

5

5

3

5

4

5

4

5

5

A7

M

5

5

5

5

5

4

4

5

5

5

A8

M

4

5

5

5

5

2

5

4

5

5

A9

M

4

5

5

5

5

4

4

5

5

4

A10

M

4

5

4

5

4

2

5

4

4

5

A11

M

3

5

4

3

5

2

5

4

5

5

A12

M

4

4

4

5

5

4

5

5

5

4

A13

M

5

4

4

5

5

2

5

5

4

5

A14

M

4

5

4

4

5

5

5

5

5

5

A15

M

5

4

4

5

5

5

3

5

4

5

A16

M

4

4

4

4

5

3

5

4

5

5

A17

F

5

5

5

5

5

5

4

5

5

5

A18

M

5

5

5

5

5

4

4

5

4

5

A19

M

4

5

4

5

5

2

5

4

5

5

A20

M

4

5

4

5

5

3

4

5

4

5

A21

M

4

5

4

5

5

2

5

5

5

5

A22

M

5

5

4

5

4

3

5

5

5

5

A23

M

5

5

5

5

4

3

4

5

5

5

A24

F

5

4

5

5

4

2

5

5

5

4

A25

M

5

4

5

5

4

4

5

5

5

5

A26

M

5

5

5

5

4

4

5

5

5

5

A27

M

5

5

5

5

5

4

5

5

5

5

A28

M

5

5

5

5

4

2

5

5

5

5

A29

M

5

5

5

5

4

5

5

5

5

5

A30

M

5

5

5

5

4

5

5

5

4

5

TOTAL

18

22

19

23

19

5 19

24

23

27

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107

APÊNDICE C – Evolução dos Mapas Conceituais realizados pelos

alunos

Mapa Conceitual realizado no Encontro 1

Observação: O Mapa Conceitual foi realizado no papel de acordo com a explicação da

pesquisadora. Nesse mapa realizado pelo aluno, observa-se que o mesmo inseriu

“seu Nome” como sendo o conceito Geral, pois se tratava de escrever sobre “sua

trajetória profissional”. No mapa, o aluno cita os principais eventos que ocorreram

em sua trajetória profissional desde o ano de 2008.

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Mapa Conceitual realizado no Encontro 2

Observação:

É possível observar a forma como o aluno insere os conceitos, porém não foi

inserido verbos ou expressões verbais para relacionar um conceito ao outro. O aluno

apresentou alguns recursos utilizados no software CmapTools, como: cores

diferentes nas linhas que ligam os conceitos, cores diferentes dando importância

para o conceito.

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Mapa Conceitual realizado no Encontro 3

Observação:

É possível observar como foi agrupado os conceitos em ordem de importância (do

geral para os mais específicos). A forma de ligar um conceito ao outro e as cores

diferenciadas no Mapa Conceitual. Ainda nesse encontro o aluno não inseriu verbos

ou expressões verbais. O aluno usou vários recursos do software CmapTools, além

de apresentar uma harmonia entre as formas e as cores.

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Mapa Conceitual realizado no Encontro 4

Observação:

Nesse Mapa Conceitual é possível observar que o aluno apresentou o conteúdo que

foi desenvolvido no Encontro, além de inserir verbos ou expressões verbais para

ligar os conceitos existentes.

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Mapa Conceitual realizado no Encontro 5

Observação:

Nesse M

apa Conceitual é possível observar que o aluno não só apresentou o conteúdo que foi desenvolvido no Encontro, inseriu

alguns verbos ou expressões verbais entre os conceitos, além de cores destacando cada tópico do conteúdo e a resposta do

exercício (destaque em amarelo).

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112

ANEXO A - Softwares para construção de Mapas Conceituais

Okada (2008) relata que o uso de Mapas Conceituais pode ser considerado

como uma estratégia para lidar com os volumes de informações que recebemos.

Nesse foco, verifica-se que a partir da década de 70, surgiram várias terminologias

que descrevem os tipos de mapas existentes. A tabela 1 mostra as principais

definições sobre Mapas Conceituais, bem como os softwares existentes.

TABELA 1 Terminologias e softwares sobre mapas conceituais

Origem Nomenclatura Definição Software

1972 Mapa Conceitual Representação de conceitos e suas relações

através de ligações hierárquicas descritas

por palavras que determinam sentenças ou

proposições válidas estabelecendo assim um

significado dentro de certo domínio de

conhecimento.

CmapTools

1974 Mapa Mental Representações de ideias que emergem

através de palavras chave e suas

associações envolvendo texto, imagem,

cores e conexões especiais com o objetivo

de visualizar, classificar e gerar idéias, ou

estudo, resolução de problemas e tomada de

decisão.

Freemind

1980s Mapa Argumentativo

Representação de raciocínio composto por

uma constelação de pressupostos, razões e

objeções que vão constituindo argumentos

visando esclarecer um determinado assunto.

Reasonable Rationale

1990s Mapa Dialógico Representação da discussão através de um

conjunto de questões ou problemas,

possíveis soluções, respostas, prós e

contras, anotações, referências e conclusões

ou decisões. A conversa é orientada e

configurada através da visualização do

próprio mapa que representa o diálogo.

Compendium

1990s Mapa Web Representações digitalizadas hipertextuais

que representam redes de informações e

documentos da internet.

Nestor Web Cartographer

Fonte: Okada, 2008

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A seguir uma definição e exemplo dos principais softwares para

desenvolvimento de mapas conceituais.

1. Software CmapTools

O Cmap Tools é a ferramenta que permite aos alunos a construção de mapas

conceituais. Esta aplicação é um software livre7 e utiliza a tecnologia JAVA,

permitindo assim a sua utilização em diversas plataformas (MS Windows,

Macintosh OS, etc.). Possui muitas facilidades para o processo de construção

de mapas permitindo, por meio de suas ferramentas, construir e compartilhar

Mapas Conceituais, auxiliando no trabalho individual e colaborativo.

A figura 1, a seguir, apresenta a tela principal do software CmapTools.

Figura 1: Tela principal do software CmapTools

7 O Cmap Tools é um software livre, podendo ser consultado através do site http://cmap.ihmc.us/download.

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114

2. Software Compendium

Okada (2008, p.120) trata o software Compendium8 como utilidade para mapa

hipertextual, criado para gerenciar a informação, gestar o conhecimento, simular

modelos de resolução de problemas, organizar discussões argumentativas através

de mapa. Permite a troca de experiências com várias pessoas, podendo

transformar-se em outros formatos de documentos, permitindo discussões

assíncronas9. O software Compendium apresenta vários recursos para elaboração

de Mapas Conceituais, entre eles destacam-se: vídeo, texto, páginas da web,

figuras, tabelas, gráficos e som.

A figura 2, mostra os principais recursos do software Compendium.

Figura 2: Software Compendium - aprendizagem via webconferência Fonte: http://mapweb.org/livro/?page_id=27. Acesso ago/2009

8 O Compendium é um software livre, disponível na web: http://compendium.open.ac.uk/software.html 9 O participante pode contribuir em momentos diferentes uns dos outros.

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115

3. Software Freemind

O software Freemind, criado em 2005 pela Sourceforge.net10, é considerado

software livre desenvolvido em JAVA, que permite mapear pensamento através de

palavras-chave e imagens. A figura 3 mostra um exemplo sobre (Base de

Conhecimento em computação), utilizando o Software Freemind.

Figura 3: tela do software FreeMind Fonte: http://freemind.sourceforge.net/FreeMind-computer-knowledge.png Acesso ago/2009

10 Disponível em: <http://freemind.sourceforge.net/wiki/index.php/Download>

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4. Software Nestor web Cartographer

O software Nestor web Cartographer foi desenvolvido no Centro de Pesquisa

Nacional Cientifica em Lyon-França11 por Romain Zeiliger, possuindo diferentes

recursos, tais como: registro de navegação na internet através de mapas, realiza a

organização de endereços de sites significativos, entre vários outros recursos das

páginas web. O Nestor WebCartographer podendo ser visualizado na Figura 4,

também é considerado software livre.

Figura 4: Software Nestor Web Fonte: Extraído de http://mapweb.org/livro/?page_id=58. Acesso ago/2009

11 Disponível em: <http://www.cnrs.fr/>

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117

ANEXO B – Tutorial do software Cmap Tools

Elaborado por: Prof. Ligia Maria T. de Faria Brezolin

Lorena, 2010

Curso Ciência da Computação DEFINIÇÃO:

Este tutorial apresenta as funções básicas com o objetivo de facilitar o

desenvolvimento da etapa da pesquisa, no qual o aluno será convidado para realizar

os mapas conceituais no laboratório de informática.

As funções que serão trabalhadas são:

1. Acessar o software CmapTools

2. Desenvolver o mapa conceitual

3. Unir conceitos no mapa

4. Salvar o mapa conceitual

5. Exportar o mapa conceitual

6. Formatar o mapa conceitual (Fonte, Objeto, Linha, Cmap)

7. Como fechar o software CmapTools

O CMapTools é um software12 livre para o desenvolvimento de diferentes

Mapas Conceituais. Foi desenvolvido pelo Institute for Human Machine Cognition da

University of West Florida, sob a supervisão do Dr. Alberto J. Cañas. Apresenta

várias ferramentas com o objetivo de representar o conhecimento através de

imagens, sons, textos, entre outros.

Após realizado o download do software, o aluno poderá acessá-lo.

12 Software livre disponível no site http://www.ihmc.us

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1. Acessar o software CmapTools

Para acessar o software, clique uma vez em Iniciar- Programas- IHMC

CmapTools, conforme figura 1 e figura 2.

Figura 1 – Acesso ao software CmapTools

Figura 2 – Iniciando o CmapTols

Ao iniciar o software, aparecerão duas opções para armazenamento dos Mapas

Conceituais construídos. São elas:

- Cmaps em meu Computador: consiste em salvar o arquivo (mapa conceitual) no

local. Faz referência ao local onde os Mapas Conceituais serão salvos, no HD

(winchester local, ou rede).

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- Cmaps Compartilhados em Servidores: consiste em salvar o arquivo (mapa

conceitual) em um servidor na Internet, servidores remotos disponíveis e os seus

respectivos mapas compartilhados. Estes servidores armazenam mapas conceituais

que podem ser acessados por diversos usuários, de qualquer lugar, desde que

estejam com seu computador conectado à internet e tenham instalado o software

CmapTools.

Figura 3 – Visualização dos modos de armazenamento dos mapas conceituais

A partir desse recurso, é permitido a elaboração de linhas de discussão, chat, e

compartilhar os mapas conceituais com várias outras pessoas.

Na figura 4 mostra os servidores disponíveis.

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Figura 4 – Servidores disponíveis

2. Desenvolver o Mapa Conceitual

Para desenvolver um Mapa Conceitual, um clique no menu Arquivo – Novo Cmap

Figura 5 – Iniciando um mapa conceitual

Abrirá uma janela conforme imagem a seguir.

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Figura 6 – Tela principal para iniciar o mapa conceitual

- Conforme sugere o software, é preciso clicar para “criar um conceito”.

- No campo texto “????” digite o nome do novo conceito.

Figura 7 – inserir um conceito

No exemplo a seguir o conceito digitado foi “Curso Ciência da Computação”.

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3. Unir conceitos no mapa

- Uma vez definido os conceitos no Mapa Conceitual, será preciso ligá-los. Conforme

teoria de Ausubel, essa ligação é feita a partir de verbos ou proposições.

- Na figura 8, ao clicar no conceito “Curso Ciência da Computação”, aparecerá sobre

ele um quadro com setas que indicam a ligação para um outro conceito.

Figura 8 – Ligando os conceitos

- Ao clicar nessas setas do primeiro conceito e arrastar até o segundo conceito,

automaticamente, aparecerá o campo para inserir a proposição. Veja a figura 9.

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Figura 9 – Proposição unindo dois conceitos

- A proposição pode ser constituída de dois ou mais termos unidos por uma ou mais

palavras para formar uma unidade semântica (dar um sentido para a ligação dos

conceitos).Na figura 10 exibirá a proposição já inserida no Mapa Conceitual.

Figura 10 – Os conceitos e a proposição

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4. Salvar o mapa conceitual

- Para salvar o Mapa Conceitual, um clique no menu Arquivo – Salvar Cmap.

Automaticamente, aparecerá um quadro conforme figura 11, para digitar um nome

para o arquivo, o local para salvar, bem como o nome do autor. A seguir é

apresentado uma legenda para registro das informações ao salvar o mapa:

Figura 11 – Recurso para salvar o mapa conceitual

Legenda: Local: Local onde será salvo o Mapa. Nome: Nome do Mapa Conceitual. Questão focal: Foco do assunto trabalhado no Mapa. Palavra-chave: Palavras Chaves, que servirão como chaves para buscas por assunto na ferramenta. Devem ser separadas por vírgula. Autor: Nome do autor do Mapa. Organização: Organização. Email: e-mail do autor do Mapa. Após inserir as informações, um clique no botão Salvar.

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5. Exportar o mapa conceitual Ao terminar o trabalho, e salvar o arquivo, o mesmo poderá ser exportado. O CMap Tools exporta os mapas em formato XML/XTM, facilitando na utilização de outros softwares para abrir / editar o arquivo. Um clique no menu Arquivo – Export Cmap As – Image File.

Figura 12 – Exportando o arquivo no CmapTools

6. Formatar o mapa conceitual (Fonte, Objeto, Linha, Cmap) Para formatar o mapa conceitual, um clique no menu Formatar – Estilos.

Automaticamente abrirá um quadro com as opções: Fonte, Objeto, Linha, Cmap.

Figura 13 – Estilos de formatação no CmapTools

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A seguir, a imagem com as respectivas legendas para acessar os estilos. É importante destacar que será necessário selecionar o mapa conceitual (os

conceitos, palavras de enlace ou conexões), para que seja aplicado o efeito

desejado.

Legenda

Nome e tamanho: escolher o tipo de fonte e tamanho desejado. Estilo & Cores: estilo em Negrito ou Itálico e Cor da fonte. Alinhamento de Texto: selecionar a formatação para o texto. Margem: definir o tamanho da margem do texto.

Figura 14 – Estilo “fonte”

Legenda

Cor: Cor da borda. Sombra: Sombra, se desejar colocar no objeto e também pode ser definida a cor. Formato: Forma do objeto. Imagem de Fundo: adicionar uma imagem de fundo para o objeto. Alinhar: habilita várias maneiras para alinhamento dos objetos. Esticar: aproximação ou afastamento entre objetos selecionados.

Figura 15 – Estilo “Objeto”

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Legenda Espessura: espessura da linha. Cor: cor da linha. Formato: forma da linha. Pontas de seta: forma da linha. Estilo: estilo da linha.

Figura 16 – Estilo “Linha”

Legenda Cor: cor de fundo do mapa conceitual. Imagem de Fundo: adicionar uma imagem de fundo para o mapa Conceitual (internet) Escala: dimensão da imagem na horizontal e vertical.

Figura 17 – Estilo “Cmap”

7. Como fechar o software CmapTools Para encerrar o software CmapTools, um clique no menu Arquivo – Sair do

programa.

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ANEXO C – Plano de curso da disciplina de Linguagem de

Programação Orientada a Objeto

Curso: Ciência da Computação

Disciplina: Linguagem de Programação Orientada a Objetos

Prof.: Carga Horária: 72 horas

Turma: 1º Ano – 2º semestre Ano Letivo: 2009

EMENTA:

Apresentação dos conceitos da Orientação a Objetos no que tange à programação,

através da linguagem da programação Java. Será apresentada a estrutura da

Linguagem Java, sua relação com a Orientada a Objeto, sua sintaxe e suas

particularidades.

OBJETIVOS GERAIS:

A disciplina tem como objetivos gerais:

• Apresentar aos alunos os principais conceitos do paradigma de Orientação a

Objetos visando fazê-los compreender a Programação Orientada a Objeto;

• Capacitar os alunos a programar em uma linguagem de programação

Orientada a Objetos – a Linguagem Java – enfatizando as características da

Programação Orientada a Objeto e as particularidades da linguagem.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

A disciplina tem como objetivo específico fazer com que os alunos sejam capazes,

ao final da mesma, de compreender, ler e programar na linguagem de programação

Java.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Agosto Classes e Objetos (Parte 1)

Arrays

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Setembro Classes e Objetos (Parte 2)

Métodos e Atributos

Programação Orientada a Objeto - Herança

Outubro Programação Orientada a Objeto - Herança (cont.)

Programação Orientada a Objeto - Polimorfismo

Novembro Programação Orientada a Objeto - Polimorfismo (cont.)

Tratamento de Exceção

Dezembro Genéricos

METODOLOGIAS DE ENSINO:

Aulas Expositivas

Aulas de Exercício no Laboratório de Computação

RECURSOS INSTRUCIONAIS:

Datashow

Laboratórios de Computação

SISTEMA DE AVALIAÇÃO:

Os alunos deverão realizar três provas – provas escritas ou realizadas no

computador - das quais será obtida a média ponderada da seguinte forma: primeira

prova peso 1, segunda prova peso 1 e terceira prova peso 2.

Média final = (P1x1+P2x1+P3x2)/4

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA:

DEITEL, Harvey M. Java Como Programar - 6a Edição. Prentice Hall Brasil. 2006.

SIERRA, Kath; BATES, Bert. Java - Use a Cabeça. Alta Books, 2005.

LEMAY, Laura. Aprenda em 21 dias - Java. Rio de Janeiro, Campus, 2003.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:

MORGAN, Michael. Java 2 para programadores profissionais: A Solução Definitiva.

Rio de Janeiro, Ciência Moderna, 2000.

Assinaturas:

Professor: ______________________________________

Coordenador do curso: ______________________________________

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ANEXO D – Carta de esclarecimento da pesquisa

Carta de esclarecimento da pesquisa

Prezado participante,

Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa.

Este questionário é a continuação do processo de pesquisa que desenvolvo na

minha dissertação de Mestrado em Tecnologias da Inteligência e Design Digital -

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC SP.

A pesquisa pretende analisar sobre como a técnica de Mapas Conceituais poderá

ser útil para o aprendizado no ensino, especialmente no curso de Ciência da

Computação – UNISAL – Lorena.

Com os resultados obtidos, pretendem-se identificar quais foram às dificuldades e

facilidades encontradas pelos participantes em relação ao desenvolvimento da

técnica.

Agradecemos a sua participação! Pesquisador responsável: Ligia Maria Teixeira de Faria Brezolin Tecnologias da Inteligência e Design Digital – PUC - SP

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ANEXO E – Termo de consentimento livre e esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa. I - INFORMAÇOES SOBRE A PESQUISA

Titulo do Projeto: Uma proposta para aplicação de Mapas Conceituais ao

processo de ensino-aprendizagem de Computação

Curso: Tecnologias da Inteligência e Design Digital – PUC - SP

Pesquisador responsável: Ligia Maria Teixeira de Faria Brezolin

II – EXPLICAÇÕES SOBRE A PESQUISA

Benefícios: utilizar uma técnica que permite a ligação de conceitos já existentes com

conceitos novos, conduzindo a um novo conhecimento de modo visual, além de

facilitar o estudo nas disciplinas consideradas mais complexas.

Sigilo: Será garantido a confidencialidade, a privacidade, o anonimato e o sigilo das

informações obtidas. Os resultados deste estudo poderão ser publicados em artigos

e/ou livros científicos ou apresentados em eventos profissionais.

Riscos e desconfortos: não existem riscos ou desconfortos associados à pesquisa

ou probabilidade de que os sujeitos sofram danos como conseqüência imediata ou

tardia do estudo.

III – ESCLARECIMENTOS SOBRE GARANTIA AOS PARTICIPANTES

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Ficam garantidas aos sujeitos da pesquisa, o acesso a informações relacionadas à

pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas, além da confidencialidade, sigilo e

privacidade na atividade proposta.

IV – CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu, _______________________________________R.G._____________________,

concordo em participar do estudo de pesquisa, como sujeito. Fui devidamente

informado e esclarecido pela pesquisadora Ligia Maria T. F. Brezolin sobre a

pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e

benefícios decorrentes de minha participação. Aceito e autorizo o registro das

informações, assim como o uso destas para futuras publicações, mediante as

condições apresentadas para a realização desta pesquisa.

Lorena / SP, outubro de 2009.

Assinatura do participante Ligia Maria T. F. Brezolin

(Pesquisadora)

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ANEXO F – Curso Ciência da Computação e grade curricular

O Curso de Ciência da Computação do UNISAL está fundamentado em uma

grade curricular constituída por três eixos temáticos comprometidos, de forma

coerente, com os objetivos do curso. Esse compromisso está direcionado para o

desenvolvimento de competências e habilidades no egresso, envolvendo tanto as

necessidades técnico-científicas, quanto às necessidades sociais e humanas

exigidas pelo mercado de trabalho profissional.

A formação acadêmica, orientada para a área técnica cientifica, está em

sintonia com as tendências do mercado atual, com forte destaque para as áreas de

maior demanda ou com demanda crescente de profissionais da informática e as

áreas que estão vivenciando inovações tecnológicas. A estrutura curricular dessa

área abrange os eixos temáticos dos núcleos de formação básica e tecnológica.

O Núcleo de Formação Básica fundamenta, principalmente, o

desenvolvimento na área científica, através de disciplinas com embasamento teórico

computacional, matemático e teoria de autômatos.

O Núcleo de Formação Tecnológica está orientado principalmente para o

desenvolvimento tecnológico da computação. Este núcleo contempla as disciplinas

chaves para o exercício da profissão, tais como: Banco de Dados, Redes de

Computadores, Sistemas Operacionais, Engenharia de Software, Inteligência

Artificial, Computação Gráfica, Processamento de Imagens, Sistemas Distribuídos e

Compiladores.

O último núcleo complementa o perfil do egresso, ampliando sua capacidade

de atuação profissional através da aprendizagem de técnicas para desenvolver

soluções computacionais na área corporativa e também ampliando sua capacidade

de interação com outras profissões e atividades profissionais da sociedade. As

disciplinas que contemplam esse eixo são Empreendedorismo, Sistemas

Inteligentes, Sistemas Integrados de Gestão Empresarial e Plano de Negócios. As

bases para a formação humanística encontram-se nas disciplinas de Antropologia

Religiosa I e II.

A organização curricular envolve a participação dos alunos nas atividades

Aula, Seminários de Computação, Estudos Dirigidos, Semana Cultural, Trabalho de

Curso, Atividades Complementares, Atividades de Extensão.

O currículo mantém uma estrutura e seqüência de disciplinas em três Eixos-

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Temáticos garantindo uma adequada formação científico-tecnológica. As disciplinas

do Eixo de Formação Básica foram distribuídas ao longo dos 4 primeiros períodos

permitindo ao aluno, além da construção do conhecimento básico, a

contextualização com as principais áreas da computação que já vão sendo

apresentadas nos seus conteúdos conceituais desde o 1º período. As disciplinas do

Eixo de Formação Tecnológica foram incluídas, gradativamente, desde o 3º período

e acompanham todo o processo de formação e constituem a sustentação para as

disciplinas do Eixo de Formação Complementar que também, gradativamente, vão

sendo apresentadas desde o 5º período.

A figura 1 e a figura 2, apresentam um fluxograma de integração e

seqüenciamento gradativo do conhecimento teórico prático e habilidades

metodológicas que descrevem o processo de ensino-aprendizagem desenvolvido no

curso com o intuito de alcançar os objetivos planejados.

Figura 1- Fluxograma de Integração entre disciplinas do 1º ao 4º Semestre Fonte:UNISAL, 2009

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136

Figura 2- Fluxograma de Integração entre disciplinas do 5º ao 8º Semestre Fonte:UNISAL, 2009

A seguir a grade curricular do curso de Ciência da Computação do UNISAL.

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Grade curricular do curso de Ciência da Computação Curso: Ciência da Computação

CARGA HORÁRIA

Disciplinas Estágio Atividades Complementares Total Período

Atividades de Ensino - Aprendizagem

Teórica Prática Subtotal

1º Fundamentos Matemáticos para Computação

40 40 40

Introdução a Sistemas Operacionais

40 40 80 80

Circuitos Digitais 80 80 80

Técnicas de Programação 40 40 80 80

Antropologia Religiosa I 40 40 40

Atividades Complementares I ***LIBRAS – 40h (optativa)

55 55

Subtotal 240 80 320 0 55 375

2º Matemática Discreta 80 80 80

Programação Orientada a Objetos I

40 40 80 80

Organização e Arquitetura de Computadores

40 40 80 80

Lógica Matemática e Computacional

40 40 40

Antropologia Religiosa II 40 40 40

Atividades Complementares II 55 55

Subtotal 240 80 320 0 55 375

3º Cálculo e Geometria Analítica I 80 80 80

Estrutura de Dados e Complexidade de Algoritmos I

40 40 80 80

Programação Orientada a Objetos II

40 40 80 80

Banco de Dados I 40 40 80 80

Atividades Complementares III 55 55

Subtotal 200 120 320 0 55 375

4º Cálculo e Geometria Analítica II 80 80 80

Linguagens Formais e Autômatos 30 10 40 40

Estrutura de Dados e Complexidade de Algoritmos II

20 20 40 40

Banco de Dados II 40 40 80 80

Física Aplicada a Computação 40 40 40

Sistemas de Multimídia 20 20 40 40

Atividades Complementares IV 55 55

Subtotal 230 90 320 0 55 375

5º Inteligência Artificial 40 40 80 80

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Engenharia de Software I 60 20 80 80

Redes de Computadores I 40 40 80 80

Computação Gráfica 60 20 80 80

Atividades Complementares V 55 55

Subtotal 200 120 320 0 55 375

6º Redes de Computadores II 40 40 80 80

Engenharia de Software II 60 20 80 80

Sistemas Operacionais 40 40 80 80

Sistemas Inteligentes 40 40 80 80

Atividades Complementares VI 55 55

Subtotal 180 140 320 0 55 375

7º Sistemas Distribuídos 40 40 80 80

Compiladores 30 10 40 40

Programação para Dispositivos Móveis

60 20 80 80

Processamento Digital de Imagem 40 40 80 80

Empreendedorismo 40 40 40

Atividades Complementares VII 55 55

Subtotal 210 110 320 0 55 375

8º Computação Paralela 40 40 80 80

Plano de Negócios 40 40 40

Comércio Eletrônico 40 40 80 80

Sistemas Integrados de Gestão Empresarial

40 40 80 80

Sistemas Hipermídia 30 10 40 40

Atividades Complementares VIII 55 55

Subtotal 190 130 320 0 55 375

Total Geral 1690 870 2560 0 440 3000

*** Atividades Complementares I: Será oferecida a disciplina de LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, como componente curricular optativo, conforme o Decreto nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005.

Resumo CH

Carga Horária Teórica 1690

Carga Horária Prática 870

Carga Horária (Teórica + Prática) 2560

TCC 0

Estágio Supervisionado 0

Atividades Complementares 440

Carga Horária Total do curso 3000

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