uma introdução à teosofia - planos da manifestação

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- 1 - UMA INTRODUÇÃO À TEOSOFIA Planos da Manifestação Por Afonso Celso L. Wanderley O ser humano, os demais seres e tudo quanto existe, são constituídos de uma infinidade de combinações de matéria-energia, de todos os graus de densidade e complexidade. Cada uma dessas combinações ou graus de matéria-energia são representativos de um nível particular da Consciência-Energia em escala cósmica, presente em toda manifestação universal. A tradição oriental fornece uma visão ordenada e simplificada deste fato, apresentando os diversos níveis de consciência-energia estratificados em camadas, e obedecendo à lei da diferenciação e densidades crescentes ou, reciprocamente, da unificação (identificação ao Uno) e sutilização crescentes. Dessa forma, situa-se o plano mais denso (o físico-sólido) em um extremo da escala, caracterizado pela máxima diferenciação de formas, densidade e Ignorância (imersão da Consciência na Matéria), e no outro extremo, o plano divino, o plano da unidade, caracterizado pela máxima sutilização da matéria-energia, indistinção de formas e máxima plenitude de Ser (emersão da Consciência na Matéria). Do nível mais denso, diferenciado, para o mais sutil, é fornecido o seguinte esquema, constituído de 7 planos: o plano físico (sólido, líquido, gasoso, 1o. a 4o. etérico) o plano astral (vital ou emocional, das energias nervosas e emocionais) o plano mental ou Manásico (das energias de pensamento ou mentais) o plano intuicional ou Búdico (das energias psíquicas ou de alma) o plano espiritual ou Átmico (onde se manifestam as essências espirituais) o plano monádico ou Anupadaka (onde se manifestam as mônadas, redutos últimos das individualidades espirituais) o plano divino ou Adi

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Page 1: Uma Introdução à Teosofia - Planos da Manifestação

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UMA INTRODUÇÃO À TEOSOFIA

Planos da Manifestação

Por Afonso Celso L. Wanderley

O ser humano, os demais seres e tudo quanto existe, são constituídos de uma infinidade de

combinações de matéria-energia, de todos os graus de densidade e complexidade. Cada uma

dessas combinações ou graus de matéria-energia são representativos de um nível particular da

Consciência-Energia em escala cósmica, presente em toda manifestação universal.

A tradição oriental fornece uma visão ordenada e simplificada deste fato, apresentando os

diversos níveis de consciência-energia estratificados em camadas, e obedecendo à lei da

diferenciação e densidades crescentes ou, reciprocamente, da unificação (identificação ao Uno) e

sutilização crescentes. Dessa forma, situa-se o plano mais denso (o físico-sólido) em um extremo

da escala, caracterizado pela máxima diferenciação de formas, densidade e Ignorância (imersão

da Consciência na Matéria), e no outro extremo, o plano divino, o plano da unidade,

caracterizado pela máxima sutilização da matéria-energia, indistinção de formas e máxima

plenitude de Ser (emersão da Consciência na Matéria).

Do nível mais denso, diferenciado, para o mais sutil, é fornecido o seguinte esquema, constituído

de 7 planos:

• o plano físico (sólido, líquido, gasoso, 1o. a 4o. etérico)

• o plano astral (vital ou emocional, das energias nervosas e emocionais)

• o plano mental ou Manásico (das energias de pensamento ou mentais)

• o plano intuicional ou Búdico (das energias psíquicas ou de alma)

• o plano espiritual ou Átmico (onde se manifestam as essências espirituais)

• o plano monádico ou Anupadaka (onde se manifestam as mônadas, redutos últimos das

individualidades espirituais)

• o plano divino ou Adi

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Embora todos os fenômenos cósmicos envolvam processos simultâneos nos diversos planos ou

níveis de matéria-energia, cada plano pode ser visto como possuidor de um determinado

conjunto de leis ou princípios de operação e envolvendo em "seu espaço" todas as realidades

energéticas desse plano. Esta visão analítica, em separado, para cada plano, facilita uma

abordagem "científica" dos processos e princípios característicos do plano, bastante útil no

treinamento mágico ou ocultista. Diz-se, porém, que todos os planos estão submetidos a uma Lei

de Manifestação única, modificando-se apenas seu aspecto externo em conformidade com o

meio ou plano de manifestação. Este é o fundamento do Princípio da Analogia ou

Correspondência, aplicável a todos os processos e em todos os planos da Manifestação.

As antigas escrituras hindus relatam ainda que os 7 planos mencionados acima constituem o

Sub-Plano Cósmico Físico, havendo mais seis planos cósmicos em escala crescente de

sutilização de energias e poder de consciência. Esta afirmação tanto pode ser considerada em

caráter simbólico, sugerindo a infinitude da Criação, como em caráter objetivo, apontando para

realidades apenas acessíveis atualmente à imaginação humana.

O homem, seus Corpos e Chacras

O homem reproduz em escala microscópica o universo com seus planos e subplanos, realizando

através das transformações e processos de sua própria vida, uma réplica ou paródia de

acontecimentos planetários e cósmicos, e em sincronismo com estes. Eis o verdadeiro alcance da

assertiva de que “... o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus".

Diz-se, portanto, que o homem possui 7 corpos correspondentes aos respectivos planos de

consciência-energia cósmicos. A Personalidade do homem ("eu inferior") é constituída pelas

energias dos planos físico, vital (ou astral) e mental inferior. Os planos mental superior,

intuicional (ou búdico) e espiritual (ou átmico) fornecem as energias e materiais constitutivos da

Tríada Espiritual ("eu superior"). No plano monádico (Anupadaka) residem as mônadas

individuais que são os reflexos individualizados dos três Aspectos do Logos1: Vontade-Poder,

Amor-Sabedoria e Inteligência Ativa.

1 Logos, em um sentido bem simplificado, significa a Divindade Manifestada. Assim temos, por exemplo, o Logos Planetário que é a Divindade Manifestada para os planetas e, dentre eles, o Planeta Terra; ou então o Logos Solar que é a Divindade Manifestada para todo o Sistema Solar, e assim por diante [nota acrescentada ao texto do autor para fins de esclarecimento].

Page 3: Uma Introdução à Teosofia - Planos da Manifestação

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A tradição oriental enfoca especial atenção à formação do Corpo Causal no plano mental

superior, responsável pelo acúmulo das experiências vivenciais através das diversas encarnações,

sendo esse corpo o veículo primário da alma reencarnante.

Cada corpo do homem possui - em analogia ao que ocorre no corpo físico - os órgãos e sistemas

especializados necessários a sua vitalização e troca de energias com os demais corpos e espaço

exterior.

No corpo físico, em seus níveis mais sutis (etéricos), existe uma complexa rede de canais

(meridianos) e vórtices (chacras) de energia, responsáveis pela incessante troca e processamento

das energias provenientes dos diversos planos de consciência-energia, através dos respectivos

corpos ou planos do ser.

Dentre a enorme quantidade de vórtices existentes no complexo energético humano -

responsáveis pela entrada (aferentes) ou saída (deferentes) de energia - destacam-se por seu

tamanho e importância 7 chacras, conhecidos na tradição esotérica como Chacras Magnos. Esses

vórtices se apresentam como "flores energéticas" ligadas à medula espinhal por um "talo"

(conduto energético).

CHACRA MAGNO

LOCALIZAÇÃO FUNÇÃO OU CONEXÃO

ENERGÉTICA

YANTRA ELEMENTO

1 Fundamental (Muladhara)

Base da espinha dorsal (cóccix)

Energia sexual (kundalini), plano físico

Quadrado Terra

2 Esplênico (Svadisthana)

Baço e plexo nervoso acima do sexo

Plano etérico Meia Lua Água

3 Umbilical (Manipura)

Plexo Solar Astral inferior Triângulo ascendente

Fogo

4 Cardíaco (Anahata)

Centro nervoso do coração

Astral superior e psíquico Dois triângulos entrelaçados

Ar

5 Laríngeo (Vishuddha)

Garganta, glândula tireóide

Expressão intelectual, plano mental inferior

Círculo Éter

6 Frontal (Ajna)

Entre as sobrancelhas, hipófise

Plano mental superior Pentágono Manas

7 Coronário (Sahasrara)

Topo do crânio Plano intuicional e espiritual

Circunferência Budhi

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Globos, Cadeias, Rondas e Sistemas

Os planetas não existem isoladamente. Cada planeta pertence a um conjunto de globos,

intimamente coligados, constituindo uma cadeia.

Cada cadeia possui 7 globos, denominados convencionalmente de A a G. Cada globo encontra-se

num nível de consciência-energia cósmico, havendo do globo A até o globo D da cadeia um

mergulho nos níveis mais densos, e do globo D ao G uma emergência aos níveis mais sutis.

O globo D de toda cadeia representa o "ponto de retorno" e o momento onde o equilíbrio de

forças ascendentes e descendentes se torna mais complexo.

A vida se manifesta apenas num globo de cada vez e seqüencialmente do globo A ao G da cadeia.

A cada ativação vital de um globo denomina-se período global ou mundial.

A cada circuito completo da Energia de Vida através dos 7 globos de uma cadeia, denomina-se

ronda (= 7 períodos globais).

Ao final de cada ronda (ativação do globo G da cadeia), segue-se uma nova ronda com a

ativação do globo A.

O processo se repete até a sétima ronda, quando cada globo é ativado 7 vezes ( 49 períodos

globais).

Após a sétima ronda, a cadeia tem um período de repouso (= desintegração = pralaia da cadeia =

"desencarne" do Logos da cadeia).

Dá-se após isso uma nova manifestação da cadeia, seguindo a mesma lei de ativação dos globos

de uma cadeia pela ronda, isto é, formam-se sucessivamente 7 cadeias, havendo um mergulho

gradual na matéria até a quarta cadeia e, a partir daí, um retorno aos planos mais sutis.

O conjunto das 7 cadeias manifestadas sucessivamente no tempo, constituem um esquema

evolutivo (= 7 períodos de cadeia = 49 rondas = 343 períodos globais).

Page 5: Uma Introdução à Teosofia - Planos da Manifestação

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O nosso Logos Solar sustenta em seu sistema 10 esquemas evolutivos, que se encontram em

diferentes estágios de evolução, sendo o mais adiantado o Esquema Venusiano (na 5a. cadeia)

seguido pelo Terrestre e Netuniano (ambos na 4a. cadeia). A 5a. cadeia venusiana encontra-se na

7a. ronda, enquanto a 4a. cadeia terrestre encontra-se no meio da 4a. ronda (ativação do globo D,

a Terra).

Não se conhece com precisão o destino do nosso Logos Solar após o completo desenvolvimento

dos 10 esquemas evolutivos que sustenta. Quando todas as sétimas cadeias de cada esquema

tiverem sido atravessadas pela 7a. ronda, provavelmente o Logos Solar entrará num período de

repouso (= desintegração = pralaia do sistema = "desencarne" do Logos Solar). Pela Lei da

Correspondência, o Logos Solar voltará então a se manifestar em um nível diferente de

consciência-energia, assim como fazem as cadeias ao longo de um esquema evolutivo.

É interessante salientar que os 7 planos que atualmente servem de campo para a evolução do

nosso sistema solar correspondem ao Sub-Plano Físico em escala cósmica, o que permite

entrever-se a existência de processos evolutivos nos sub-planos cósmicos superiores, ou mais

sutis.

As Raças e Sub-Raças

Em cada período de ativação de um globo (período mundial) a vida evolui em 7 estágios ou raças

sucessivas, havendo em cada estágio ou raça a ativação de determinado nível de consciência-

energia nas formas de vida em evolução.

Cada raça pode ser dividida em 7 fases ou sub-raças, sucessivas ou simultâneas no tempo. Cada

sub-raça possui um período de nascimento ou instalação, crescimento ou progresso até a

plenitude, e ocaso, correspondendo em parte às civilizações historicamente conhecidas.

A substituição de uma sub-raça pela sub-raça seguinte ocorre através de dominação pela sub-raça

sucessora ou cataclisma que abate total ou parcialmente a sub-raça antecessora, funcionando

ambos os mecanismos como um "Dia do Juízo" (de 4a. ordem) que "fecha a porta" aos

indivíduos inabilitados para o próximo ciclo evolutivo.

Page 6: Uma Introdução à Teosofia - Planos da Manifestação

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A nível de raça, ocorre processo semelhante sendo o "Dia do Juízo" (de 3a. ordem) normalmente

acompanhado de grande cataclisma envolvendo continentais extensões de terra. Nessas ocasiões,

submergem as terras mais povoadas pela raça em declínio e emergem territórios que servirão de

berço de desenvolvimento para a nova raça que se instala.

Na Terra encontra-se atualmente em desenvolvimento a 5a. sub-raça (a Teutônica) da 5a. raça-

raiz (a Ariana). A maioria de seus habitantes, entretanto, pertencem à 4a. raça-raiz (a Atlante), os

quais, por merecimento, ganharam direito a continuar com seu processo evolutivo (sem

interrupção) ao lado da raça ariana, após o "Dia do Juízo" que submergiu a Atlântida, berço da

4a. raça-raiz (processo que se iniciou em cerca de 75.025 a.C. até 9.564 a.C, quando submergiu

Posêidonis, a capital da civilização atlante).

As raças e sub-raças são introduzidas no cenário mundial através de transformações ou

alterações no código genético (ADN) dos seres, promovidas pelo acúmulo de experiência

individual e/ou manipulação direta por entidades ou devas que trabalham sob a orientação do

Manu da raça-raiz (Ser responsável pela evolução das formas de vida em seu aspecto

instrumental).

Uma raça-raiz pode abranger várias etnias, porém cada etnia corresponde a uma sub-raça de uma

raça-raiz.

RAÇA RAIZ (Primeira) ETÉRICA PROTOPLASMÁTICA NÍVEL MANIFESTAÇÃO Etérico CONTINENTE OCUPADO Shivetadvipa (Deserto de Gobi) SUB-RAÇAS ETNIA DOMINANTE REFERÊNCIAS Chhayas: corpos amorfos, assexuados (reprodução por expansão

e gemação), etéricos imensos ÉON, ERA, PERÍODOGEOLÓGICO

Éon Arqueano e Proterozóico. Período Pré-Cambriano (até 570 x 106 anos)

RAÇA RAIZ (Segunda) HIPERBOREA NÍVEL MANIFESTAÇÃO Físico CONTINENTE OCUPADO Plaksha (Ásia do Norte) SUB-RAÇAS ETNIA DOMINANTE REFERÊNCIAS “Sacos de Mingau” – Andróginos, reprodução por extensão ÉON, ERA, PERÍODOGEOLÓGICO

Éon Fanerozóico – Era Paleozóica – Período Cambriano a Permiano (até 235 x 106 anos)

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RAÇA RAIZ (Terceira) LEMURIANA NÍVEL MANIFESTAÇÃO Físico CONTINENTE OCUPADO Shalmali ou Lemúria (Mar do Sul) SUB-RAÇAS ETNIA DOMINANTE Negra REFERÊNCIAS Evolução dos “nascidos do suor” aos cíclopes, separação de

sexos, chegada dos Senhores de Vênus, inclinação do eixo da Terra.

ÉON, ERA, PERÍODOGEOLÓGICO

Éon Fanerozóico – Era Mesozóica e Cenozóica – Períodos Triássico e Terciário Paleogênico (até 16 x 106 anos)

RAÇA RAIZ (Quarta) ATLANTE NÍVEL MANIFESTAÇÃO Físico CONTINENTE OCUPADO Atlântida (Oceano Atlântico) SUB-RAÇAS / ETNIA DOMINANTE

1. Ramoahal (Vermelha) 2. Tlavatli (Vermelha) 3. Tolteca (Vermelha) 4. Turiana (Amarela) 5. Semítica (Amarela) 6. Acadiana (Amarela) 7. Mongólica (Amarela)

REFERÊNCIAS Homem Furfooz, Homem de Cromagnum, Incas, Maias, Astecas e Egípcios

ÉON, ERA, PERÍODOGEOLÓGICO

Éon Fanerozóico – Era Cenozóica – Período Terciário a Quaternário Pleistocênico (até 10.000 anos)

RAÇA RAIZ (Quinta) ARIANA NÍVEL MANIFESTAÇÃO Físico CONTINENTE OCUPADO Graunsha (Eurásia, América e Austrália) SUB-RAÇAS / ETNIA DOMINANTE

1. Hindu (Branca) 2. Ário-semítica (Branca) 3. Iraniana (Branca) 4. Céltica (Branca) 5. Teutônica (Branca) 6. 7.

REFERÊNCIAS (correspondente a cada sub-raça)

1. Início em cerca de 60.000 aC 2. Início em cerca de 40.000 aC 3. Início em cerca de 30.000 aC 4. Início em cerca de 20.000 aC 5. Início em cerca de 20.000 aC 6. 7.

ÉON, ERA, PERÍODOGEOLÓGICO

Éon Fanerozóico – Era Cenozóica – Período Quartenário Holocênico (até a atualidade)

Page 8: Uma Introdução à Teosofia - Planos da Manifestação

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A Hierarquia Oculta

A evolução da vida em cada período global é estimulada e dirigida pelo Logos Planetário através

de um grupo de Seres ou Consciências, harmoniosamente hierarquizados e que constituem os

principais centros da consciência planetária.

Conforme a tradição oriental, a Hierarquia da Terra é composta dos seguintes cargos ou funções:

• o Senhor do Mundo, representante máximo da consciência terrestre, é responsável pela

evolução em todos os reinos (elemental, mineral, vegetal, animal, humano e dévico); está

ligado diretamente ao Primeiro Aspecto do Logos Planetário (Vontade, Consciência e Poder);

• o Senhor Buda, irradiador do Segundo Aspecto do Logos (Amor e Sabedoria) e subordinado

ao Senhor do Mundo, é responsável pela estimulação da consciência interior e exterior das

formas de vida em evolução;

• o Mahachohan, ligado ao Terceiro Aspecto do Logos (Atividade e Ordenação) e

subordinado ao Senhor Buda, é responsável pelo desenvolvimento de todas as formas de

organização e interação da vida em evolução, irradiando Seu poder através de 5 Chohans

(dirigentes de Raio), responsáveis, cada um, pela manifestação da qualidade do Raio

correspondente;

• o Bodhisatva (o Instrutor do Mundo), ligado diretamente ao Senhor Buda, é responsável pelo

desenvolvimento da consciência interior ou espiritual em evolução, sendo o inspirador e

estimulador de todas as grandes religiões; focaliza a energia do Segundo Raio através de um

Chohan especialmente designado para esse trabalho;

• o Manu, diretamente ligado ao Senhor do Mundo, é responsável pela evolução das formas de

vida em seu aspecto instrumental, desenvolvendo características raciais adequadas para a

manifestação cada vez mais completa da consciência divina; focaliza a energia do Primeiro

Raio através de um Chohan especialmente designado para esse trabalho;

Page 9: Uma Introdução à Teosofia - Planos da Manifestação

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• os Chohans de Raio, já citados anteriormente, são responsáveis diretamente pela irradiação e

estimulação, no nível mental superior, das 7 qualidades ou energias correspondentes aos 7

Raios.

Diz-se que o Manu, o Bodhisatva e o Mahachohan são, respectivamente, a Cabeça, o Coração e a

Mão do Senhor do Mundo.

Os diversos cargos da Hierarquia nem sempre são exercidos por consciências pertencentes ao

próprio esquema de evolução planetário, pois nem sempre se encontram seres capacitados para

assunção dessas responsabilidades, havendo a necessidade de auxílio vindo de outros esquemas

evolucionários mais avançados.

Na Terra a Hierarquia é dirigida desde sua fundação, há 16,5 milhões de anos, por um grupo de

seres oriundo do Esquema Venusiano. Esse grupo é chefiado por uma entidade chamada nos

Vedas de Sanat Kumara, o atual Senhor do Mundo. Na tradição ocidental esse evento é citado

pelo profeta Isaías como a chegada do Anjo Lúcifer (o Portador da Luz) oriundo da estrela

Vesper (Vênus) ou estrela Alva - a alva luz da Razão. Possivelmente por inferências errôneas a

partir dessa percepção, as antigas escrituras ocidentais (judaicas) levaram à formação de uma

tradição que situa Lúcifer como anjo caído e responsável pela rebelião da humanidade (raça

adâmica) ante Deus, devido à estimulação exercida por Lúcifer sobre a mente e intelecto

humanos (a Árvore do Conhecimento).

A tradição oriental vê o advento da Mente e Intelecto como estágio indispensável e previsto no

plano de evolução da humanidade, apesar de todo o sofrimento e solidão decorrentes, num

primeiro momento, da conseqüente autoconsciência e individualização (a saída do Éden).

Em cada raça-raiz assumem os postos de Bodhisatva e Manu seres emergentes da própria

evolução do planeta, cujo nível de consciência e constituição psíquica servem adequadamente às

funções do cargo que ocupam e estão em sintonia com o propósito do Logos Planetário.

O cargo do Senhor Buda é exercido atualmente por um Ser oriundo da própria evolução

planetária, cuja última encarnação ficou conhecida entre nós pelo nome de Sidharta Gautama.

Page 10: Uma Introdução à Teosofia - Planos da Manifestação

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ASPECTO LOGOS

PRIMEIRO ASPECTO

(O PAI)

SEGUNDO ASPECTO

(O FILHO)

TERCEIRO ASPECTO

(O ESPÍRITO SANTO)

CARGO o Senhor do Mundo

o Senhor Buda

NOME Sanat Kumara Sidharta Gautama

CARGO o Manu o Bodhisatva o Mahachohan

NOME Vaisvata Maitreya (o Cristo)

RAIO Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto Sexto Sétimo

CHOHAN2 Mestre Morya Mestre Kut Humi Mestre Veneziano

Mestre Serapis Bey

Mestre Hilarion

Mestre Jesus Mestre Saint Germain

ENERGIA TÍPICA

Força

Poder

Amor

Sabedoria

Inteligência Ativa Adaptabilidade

Beleza Harmonia

Ciência

Exatidão

Devoção Idealismo

Serviço Cerimonial

Dia do Juízo

A idéia ou conceito de "Dia do Juízo", largamente difundido na tradição cristã, possui um

antecedente na tradição oriental, constituindo-se em ambas as tradições a revelação de uma

verdade pertencente à lei de evolução da Vida Universal.

O "Dia do Juízo" ou Dia da Separação, entretanto, não representa um julgamento ou condenação

eternos como enfatizaram indevidamente os monges medievais da igreja católica romana. O "Dia

do Juízo" corresponde a um momento cíclico no período de uma ronda (1a. ordem), globo (2a.

ordem), raça (3a. ordem) ou sub-raça (4a. ordem), quando para determinadas energias ou

emanações de vida é "fechada a porta" de ingresso no próximo ciclo evolutivo, pelo simples fato

de não estarem aptas a cumprirem as exigências do novo ciclo ou, em outras palavras, não serem

"sintonizáveis" à nova vibração.

Esta exclusão, porém, não é definitiva nem corresponde a qualquer tipo de "morte eterna". Trata-

se de um intervalo de repouso, chamado às vezes de "suspensão eônica", em que a alma

desencarnada é retida com seus veículos superiores em estado de dormência, aguardando o

2 Os nomes dos Chohans relacionados pelo autor refere-se ao que foi ensinado originalmente pela tradição esotérica, de modo que algumas escolas formais de ocultismo seguem, ainda hoje, esta estrutura. Uma das correntes esotéricas mais aceitas atualmente definem os Chohans, do primeiro ao sétimo Raios como sendo, respectivamente, El Morya, Confúcio, Rowena, Serapis Bey, Hilarion, Nada e Saint Germain [nota acrescentada ao texto do autor para fins de esclarecimento].

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momento oportuno para uma nova manifestação, condizente com o nível evolutivo ou poder de

realização que tenha alcançado. Essa oportunidade ocorre inexoravelmente em uma próxima

raça-raiz (para um "Dia do Juízo" de 4a. ordem), ou em um próximo período global ("Juízo" de

3a. ordem), ou em uma próxima ronda ("Juízo" de 2a. ordem) ou em uma próxima cadeia

("Juízo" de 1a. ordem).

Enquanto os princípios superiores da individualidade são mantidos em suspensão eônica, os

princípios inferiores são desintegrados nos respectivos níveis de matéria-energia, levando esse

processo tanto tempo quanto seja necessário para dissolver os agregados astrais e mentais

("cascões" psíquicos) dotados do sentido de identidade, porém privados dos núcleos ou centelhas

divinas que os vitalizavam. Foi provavelmente a percepção ou visão desse processo de

desagregação dos princípios inferiores do homem, que levou os monges medievais a concluírem

por morte, danação e inferno eternos para as emanações de vida "reprovadas" no "Dia do Juízo".

Entretanto, a Mônada, a Tríade Espiritual e o Corpo Causal são imunes à desintegração dos

veículos inferiores, e são os meios de cumprimento do onipotente propósito do Logos,

potencializado na Involução e gradualmente revelado na Evolução, até que todas as mônadas

retornem à Seidade como gloriosos Sóis, doadores e sustentadores da Vida Universal, em futuros

mahavantaras (Dias de Brahman, eternidades). Nisto se cumpre a onipotência da Vontade e

Amor divinos. Nisto se cumpre o sempiterno propósito do Bom Pastor, de Quem não se

extraviará uma única e só ovelha no rebanho das miríades de miríades de criaturas...