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Csitri U fittoi BIBLIOTE Uma História de Um Agricultor Vou contar como era a vida na roça antigamente Todos plantavam de tudo Todos viviam contente Ninguém comprava adubos Nem máquinas nem semente Todo mundo tinha terra Ninguém estava carente. Usavam recursos próprios Não existia financiamento Porque em primeiro lugar Era o próprio alimento Mas com o novo sistema Vejam como é que fico Não trabalho mais pra mim Trabalho para o rico. Estão me considerando A máquina do chão Eu sou um alvo perfeito Da chamada exploração Além de sofrer eu sou Somente um quebra galho Pra vocês eu vou contar Pra quem é que eu trabalho. Pra comercialização Para a fábrica de leite A fábrica da ração e A fábrica de azeite Para a fábrica de álcool Combustível do momento Eu mantenho a exportação E pago financiamento Não era muito dinheiro O valor do financiamento Pra pagar no fim do ano Com juros de cem por cento. Com o negócio fechado Sai do banco contente Gastei parte do dinheiro Em adubos e semente A outra parte investi No plantio e na limpeza Ainda sobrou um pouco Pra cobrir outras despesas. Durante dias e meses Trabalhei com muito gosto Custou o calo das mãos Custou o suor do rosto A roça tava plantada Depois de muito sofrer me restava esperar Pela hora de colher Mas na hora da colheita Vejam só, me acontecer Desabou um temporal E nada pude colher Fui correndo para o banco Para explicar o problema Mas tramaram contra mim Um derradeiro esquema. Disseram que não foi A chuva que destruiu E que foi mal preparada A terra para o plantiu Eu cai numa armadilha Que a culpa era toda minha Feita pelos opressores E nada tinha a ver A exemplo de milhares E ficariam com a terra De amigos agricultores Pois não podiam perder. Eu fiquei convencido Da idéia do momento Pedi que me dessem um prazo Que pra poder ganhar mais Pra pagar essa quantia Tem que ter financiamento. Me deram um curto tempo De apenas 15 dias Vejam o que me aconteceu Eu sai desesperado Quando eu fui financiar Para ver se a terra vendia A minha terra inteira Pois com o dinheiro dela Eu tive que hipotecar Eu pagava e sobraria. De repente apareceu Em minha frente um doutor Que explorando ofereceu Bem menos que o valor Tive que vender a terra Por menos do que custou Deu pra pagar o banco E pra mim nada sobrou. Quando a crise apertou Eu fui honesto e franco Vendi a única terra Pra poder pagar o banco Comprando por preço baixo 0 ricaço deu um bote E pra mim agricultor Não sobrou nem para um lote. Tive que vir para a cidade Pois não tinha onde morar Fui em busca de emprego E não pude encontrar Estava com a família Passando fome e sem lar Foi embaixo da ponte Que eu tive que morar. Hoje lembro com saudades O lugar onde nasci Vejo transformada em granja A terra em que vivi Aonde eu trabalhava Derramando meu suor Hoje vejo trabalhando Uma frota de trator. Caro amigo agricultor Escute um conselho meu Pense bem antes de agir Não faça assim como eu Não dependa dos ricaços Pra fazer a plantação Dependa sim de seus braços E verás a solução. Riuiuc Ribeiro dos Santos I armacia Apoio Oito

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Csitri U fittoi

BIBLIOTE

Uma História de Um Agricultor Vou contar como era a vida Lá na roça antigamente Todos plantavam de tudo Todos viviam contente Ninguém comprava adubos Nem máquinas nem semente Todo mundo tinha terra Ninguém estava carente.

Usavam recursos próprios Não existia financiamento Porque em primeiro lugar Era o próprio alimento Mas com o novo sistema Vejam só como é que fico Não trabalho mais pra mim Trabalho só para o rico.

Estão me considerando A máquina lá do chão Eu sou um alvo perfeito Da chamada exploração Além de sofrer eu sou Somente um quebra galho Pra vocês eu vou contar Pra quem é que eu trabalho.

Pra comercialização Para a fábrica de leite A fábrica da ração e A fábrica de azeite Para a fábrica de álcool Combustível do momento Eu mantenho a exportação E pago financiamento

Não era muito dinheiro O valor do financiamento Pra pagar no fim do ano Com juros de cem por cento.

Com o negócio fechado Sai do banco contente Gastei parte do dinheiro Em adubos e semente A outra parte investi No plantio e na limpeza Ainda sobrou um pouco Pra cobrir outras despesas.

Durante dias e meses Trabalhei com muito gosto Custou o calo das mãos Custou o suor do rosto A roça tava plantada Depois de muito sofrer Só me restava esperar Pela hora de colher

Mas na hora da colheita Vejam só, me acontecer Desabou um temporal E nada pude colher Fui correndo para o banco Para explicar o problema Mas tramaram contra mim Um derradeiro esquema.

Disseram que não foi A chuva que destruiu E que foi mal preparada A terra para o plantiu

Eu cai numa armadilha Que a culpa era toda minha

Feita pelos opressores E nada tinha a ver

A exemplo de milhares E ficariam com a terra

De amigos agricultores Pois não podiam perder.

Eu já fiquei convencido Da idéia do momento Pedi que me dessem um prazo

Que pra poder ganhar mais Pra pagar essa quantia

Tem que ter financiamento. Me deram um curto tempo De apenas 15 dias

Vejam o que me aconteceu Eu sai desesperado

Quando eu fui financiar Para ver se a terra vendia

A minha terra inteira Pois com o dinheiro dela

Eu tive que hipotecar Eu pagava e sobraria.

De repente apareceu Em minha frente um doutor

Que explorando ofereceu

Bem menos que o valor Tive que vender a terra Por menos do que custou

Deu só pra pagar o banco E pra mim nada sobrou.

Quando a crise apertou

Eu fui honesto e franco Vendi a única terra Pra poder pagar o banco Comprando por preço baixo

0 ricaço deu um bote E pra mim agricultor Não sobrou nem para um lote.

Tive que vir para a cidade Pois não tinha onde morar Fui em busca de emprego E não pude encontrar Estava com a família Passando fome e sem lar Foi lá embaixo da ponte Que eu tive que morar.

Hoje lembro com saudades O lugar onde nasci Vejo transformada em granja

A terra em que vivi Aonde eu trabalhava

Derramando meu suor

Hoje vejo trabalhando Uma frota de trator.

Caro amigo agricultor Escute um conselho meu Pense bem antes de agir Não faça assim como eu Não dependa dos ricaços Pra fazer a plantação Dependa sim de seus braços E verás a solução.

Riuiuc Ribeiro dos Santos I armacia Apoio Oito

ASSESOÂE TEM NOYA DIEEÇÁO PÁEÁ 85 No dia 18 de janeiro, deste ano, a ASSESOAR reali-

zou sua vigésima primeira (21?) Assembléia Geral Ordi- nária contando com a participação de associados de 13 municípios da região Sudoeste. Os associados, além de debaterem e darem o encaminhamento necessário aos relatórios e planos de trabalhos da entidade, bem como, ao balanço 84 e ao orçamento 85, procederam a eleição da nova direção da entidade para este ano de 1985. Os associados dos treze (13) municípios tiveram represen- tantes eleitos entre os 12 pequenos produtores que vão dirigir o Departamento Técnico e os 12 que vão dirigir o Departamento Sócio-Cultural. Eleitos os membros dos Departamentos, realizou-se a eleição do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva. A seguir apre- sentamos os nomes dos associados que foram eleitos para dirigir a nossa associação neste ano de 1985.

DEPARTAMENTO SOCIO-CULTURAL

01. José de Sousa Sobrinho (Nova Prata) 02. Agostinho Faust (Eneas Marques) 03. Francisco Sales Quevedo (Pranchita) 04. Domingos Ferreira (Salto do Lontra) 05. Inês Fávero (Francisco Beltrão) 06. Jacinto Brás (Salto do Lontra) 07. Irene Dolinski (Francisco Beltrão) 08. Lidia Leite (Capanema) 09. Antoninho Possan (Dois Vizinhos) 10. Silvino Grando (Ampere) 11. Celso Dutra (Santa Izabel D'Oeste) 12. Dileta Pereira (Planalto)

DEPARTAMENTO TÉCNICO

01. ivo Schneider (Nova Prata) 02. Célia Rosa (Nova Prata) 03. Lúcia Martins (Salto do Lontra) 04. Daniel Meurer (Dois Vizinhos) 05. André Paulo Castanha (Santa Izabel) 06. Ivanir Pazinatto (Quilombo, SC) 07. Carlos Carboni (Capanema) 08. Valmir Santos Pereira (Verê) 09. Osmar V.C. da Silva (Verê) 10. Pedro Valmir Carvalho (Francisco Beltrão) 11. Geraldo Antonelio (Dois Vizinhos) 12. Constantino Libardi (Planalto)

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

01. Domingos Ferreira 02. Agostinho Faust 03. José de Souza Sobrinho 04. Inês Fávero 05. Daniel Meurer 06. Carlos Carboni 07. Ivanir Pazinatto 08. Pedro Valmir Pereira

COOPTADOS

09. Pe. Afonso de Nijs 10. Célio Bonetti

DIRETORIA EXECUTIVA

PRESIDENTE: Daniel Meurer SECRETARIO: Domingos Ferreira TESOUREIRO: Agostinho Faust.

PLANO/85 No dia 25 de janeiro, os eleitos para os diferentes ór-

gãos de direção da ASSESOAR se encontraram na sede para definir o plano de atividades para 1985. Assim:

1. O DEPARTAMENTO SÓCIO-CULTURAL deci- diu encontrar-se nas datas abaixo relacionadas para proce- der os encaminhamentos necessários nas áreas de sua competência:

a) Dia 20 de fevereiro (das 09:00 hs até a noite) para estudar e encaminhar as medidas necessários no atendi- mento ao Movimento Sindical e demais movimentos dos trabalhadores;

b) Dia 3 de abril para se inteirar dos trabalhos em anda- mento e decidir novos encaminhamentos com o quadro social da entidade;

c) Dia 31 de julho para estudar a presença da entidade no assessoramento pastoral;

d) Dia 2 de outubro para uma avaliação das Atividades do Departamento Sócio-Cultural e para dar novos enca- minhamentos a serem considerados no planejamento de 1986.

2. O DEPARTAMENTO TÉCNICO organizou o se- guinte programa para ser desenvolvido neste ano de 1985; dedicando sua atenção para os programas sobre Formação Profissional (Monitores Agrícolas, Experimentação Agrí- cola, Casas Familiares Rurais e Associativismo): a) Dia 13 de fevereiro; b) Dia 3 de abril; c) Dia 12 de junho (com a presença de todo o Conselho

de Administração) d) Dia 3 de julho; e) Dia 4 de setembro.

3. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

— Reuniões ordinárias em todas as primeiras quintas- feiras de cada mês;

— A Diretoria Executiva atenderá a entidade por rodízio (cada um dará normalmente a quinta e a sexta-feira de sua semana). Exemplo o Presidente vai dar a pri- meira semana de fevereiro, o Secretário vai atender a entidade na segunda semana e o Tesoureiro na ter- ceira semana voltando ao Presidente a outra semana...

Página Técnica

CERCAS SEGURAS

Uma cerca convencional de arame na propriedade ru- ral pode-se transformar de uma hora para outra em inde- sejável e perigosa cerca elétrica, causando até acidentes fatais. Isso acontece quando um fio de rede arrebenta e cai sobre os fios de arame que, por conduzirem energia, acabam deixando a cerca eletreficada em toda sua exten- são. Pode-se resolver o problema seccionando cerca nos locais onde haja possibilidade de ocorrer rompimento de fios ou seja, embaixo e do lado das redes de eletrici-

dade.

QUANDO A CERCA PASSAR POR BAIXO DA REDE ELÉTRICA A parte a ser seccionada precisa ter 20 metros e deve ser aterrada

-20 metros-

Corno se pode ver o desenho acima, deixa-se parte de cerca isolada, devendo esse segmento ter uma extensão de 20 metros no ponto onde a cerca passa por baixo da rede.

Quando a cerca corre paralela à rede elétrica e numa distância inferior a 15 m, também se recomenda seccioná- la, mas em módulos de 250 m.

Nos dois casos, é indispensável o aterramento da parte seccionada, por meio de um fio terra ligando a cerca a uma haste metálica (de 3 metros de comprimento) enfia- da verticalmente no chão e a 1 m de profundidade.

Fonte: Jornal o Sitiante.

HIGIENE E SAÚDE NA ROÇA

Não é difícil construir uma privada do tipo fossa seca na roça. Primeiro é preciso escolher o local onde será instalada a "casinha". Ela deve ficar nos fundos da mora- dia e embaixo da fonte de água, em lugar livre de enchen- tes. Anote estas distâncias: a pelo menos 15 m da casa e a 10 m também do córrego ou lago. Cave um buraco nessa área, de 80 cm x 80 cm com 2 m de profundidade, cuidando para não atingir o lençol de água. Em seguida, faça uma base forte de madeira, colocando-a, como moldura, sobre o buraco. Essa base serve para colocar o assoalho e dar mais resistência. Depois soque terra ao redor da base, a fim de evitar que as águas da enxurrada destruam as beiradas do buraco. Aí é hora de construir a casinha propriamente dita, começando pela armação, presos os sarrafos na base de madeira. As paredes são de tábuas de madeira, pregadas no sentido vertical. Um

espaço de 15 cm entre as paredes e o telhado permite a entrada de claridade e ar. Em seguida faça o assoalho com madeira (1m x 1m), pregando-o na base. Pintar o assoalho com óleo queimado é bom pois ajuda a conser- vá-lo por mais tempo. As medidas básicas são indicadas no desenho. Para fazer a cobertura da casinha, use telhas de barro ou zinco, deixando um beirai de 30 cm em todos os lados, como proteção das paredes. Para maior higiene e comodidade da família, é bom construir um assento e colocar uma tampa, evitando com isso entrada de moscas.

^

MODELO DE PRIVADA TIPO FOSSA SECA

Cobertura de telha de barro ou zinco com beirai de 0,30 m

em todos os lados

A casinha pode dar um pouco de trabalho, mas compen- sa em termos de higiene e saúde das pessoas que vivem no sítio. Entretanto, para conservar essas condições, é preciso manter a privada limpa, usando água e sabão na lavagem do assoalho e do assento. Contra o mau cheiro, o melhor é jogar na fossa, diariamente, um pouco de cal ou cinza. Toda vez que a casinha for usada, os papéis utilizados devem ser jogados no buraco. A tampa deve ser fechada, evitando a entrada de insetos, bem como a porta. Para melhor conservação, pinte as paredes da ca- sinha com cal, por dentro e por fora. E depois de muito uso, quando o buraco estiver quase cheio, abra novo buraco, em outro lugar, e leve a casinha para lá, não esquecendo de cobrir com terra aquele que deixou de ser

utilizado. Fonte: Jornal do Sitiante.

Movimento Sindical

14 CONGRESSO NACIONAL DOS SEM TERRA A questão da terra no Brasil é das mais graves. O tra-

balhador rural passa por muito sofrimento. A terra está

na mão de quem não precisa dela para trabalhar. Ter

um pedaço de terra é a vontade de muitos trabalhadores,

mas as dificuldades encontradas para isso são muitas:

diante disso os trabalhadores sem terra, sentem que é

preciso se unir e lutar juntos para conquistar a REFOR-

MA AGRARIA. Para lutar por isso nasceu o MOVIMEN-

TO DOS AGRICULTORES SEM TERRA, em todo o

Brasil.

O 19 CONGRESSO NACIONAL DOS SEM TERRA

quer unir e integrar as lutas pela conquista da terra. Vai

servir também, para se discutir os problemas que os sem

terra enfrentam. Também para mostrar a opinião públi-

ca e os direitos dos trabalhos.

O Congresso trará uma boa conscientização, mesmo

para aqueles que temem o poder do latifundiário, eles

entrarão firmes na luta ao perceberem que não estão so-

zinhos na luta pela terra — á o que pensa Jandir Basso

da Comissão Estadual dos Sem Terra.

A escolha de quem vai ao Congresso se fez da seguin-

te maneira:

— Tem que ser sem terra;

— Tem que estar integrado na luta.

Aos estados do sul, já mais organizados (RS, SC,

PR, SP, MS) terão 150 delegados por estado. Os estados

do RJ, ES, MD, BA e GO terão 30 delegados cada. Os

demais terão 15 representantes. Só o Piauí ainda não

havia confirmado a presença.

Virão também representantes de outras organizações

internacionais, como a Nicarágua, Peru, República Do-

minicana, México e Bolívia. Bem como os Países Eu-

ropeus.

A nossa região será uma das bem representadas no

Estado. Cada município onde o MASTES estiver orga-

nizado irão 2 delegados, e ao mesmo tempo foram

escolhidos 12 pessoas para trabalharem na segurança

do Congresso.

Irão também representantes dos Ilhéus que foram

reassentados pelo INCRA em Clevelândia e Palmas,

que irão denunciar as dificuldades pelas quais estão

passando.

Nos dias 18 e 19 de janeiro todos estes representantes

se reuniram para prepararem a sua participação no Con-

gresso, se discutiu também as propostas que o MASTES

vai levar.

Com o IP CONGRESSO NACIONAL DOS TRABA-

LHADORES SEM TERRA, acreditamos que crescerá

o número dos sem terra conscientes de que a terra é de

quem planta, que o latifúndio é roubo acobertado pela

lei, e que a verdadeira Reforma Agrária controlada

pelo índio e pelo trabalhador é verdadeira justiça social.

1® CONGRESSO NACIONAL Í DOS TRABALHADORES

RURAIS SEM TERRA

I terra para quem nela trabalha

Curitiba • paranà • brasil 29 a 31 de janeiro de 1985

Juventude em Desafio

Nossa Escola 9 Nossa Casa Casas Familiares Rurais (C. F. Rs )

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HISTÓRICO (continuação)

... já conscientes das responsabilidades que tal pro-

posta exigiria, os pais e alguns jovens, decidiram repartir

as tarefas, ou seja, organizados em pequenos grupos (co-

missões), dividiam e assumiam conjuntamente pequenos

compromissos práticos, como:

1. Explicação e preparação (conscientização), das fa-

mílias e comunidades vizinhas, interessadas em assumir

concretamente (Formando a Associação), tal proposta educativa;

2. Fazer um levantamento prático dos alunos, que

possuiam as mínimas condições básicas para participar

da escola, e que pré-decidiram permanecer na roça com

os pais, e que estivessem dentro da faixa de idade de 13

a 14 anos, acima;

3. Execução de um levantamento da Realidade sócio-

econômica (preços, comercialiação, produção, créditos

agrícolas, dependências, exploração. . .), enfrentada pe-

los agricultores, e que isso servisse de base e princípio

para os Pais e Monitores, montar o currículo básico,

elaborar os conteúdos, adaptar as disciplinas necessárias,

bem como organizar e dinamizar a Metodologia (como

fazer), apropriada à realidade e vivência de cada aluno;

4. Como se manter? Esta era a preocupação da Asso-

ciação (pais), que passaram a criar formas de "sobrevi-

vência", como por exemplo: a) a formação de Comitês

para arrecadações; b) realizações promocionais (festas,

jogos, diversões. . .);

5. Uma outra preocupação era a preparação orgâni-

ca de um quadro ativo de Monitores (professores), que

em unidade com às famílias, com a escola e com a comu-

nidade, fossem capazes de coordenar, abordar e dinamizar

integralmente os métodos, as técnicas, e os conteúdos, de

acordo com os traços de cada localidade, de acordo com

o estágio de desenvolvimento de cada comunidade e de

acordo com as características particulares de cada aluno.

Porém na França, a repercussão positiva desta propos-

ta educativa, foi tão forte que em 1938—45, com a influ-

ência da II grande Guerra Mundial, o regime francês (sob

direção do ditador "De Gaule") fechou de uma vez por

todas, o cerco das reinvindicações e organizações popula-

res, obrigando-as a viver e atuar na clandestinidade, prin-

cipalmente a Ação Católica Rural (A.C.R.).

No entanto, o projeto de escola não parou por aí,

mas sentiu-se forçado (para escapar da perseguição), a

assumir um novo caráter, resultando com isso, na criação

de um novo modelo chamado de "Método Ativo de

Profissionalização Agrícola". Onde, além de uma com-

pleta e recheada formação humana, moral e política, pro-

porcionaria ao mesmo tempo, uma formação que atingi-

ria diretamente a dimensão técnico-profissional, e que

na verdade, colaborasse na prática à lida profissional do

trabalhador rural.

Nesse espaço de tempo, entre 1948-60, criou-se na

França, uma média de 300 a 350 escolas, surgindo daí a

"Associação Nacional das Casas Familiares Rurais".

Atualmente existem aproximadamente umas 500 esco-

las em funcionamento na França.

Somente a partir de 1962, às CF.Rs, expandiram-se

internacionalmente, atingindo a Espanha, Senegal e Itá-

lia. E aqui a Itália se sobressai frente as demais, pelo

fato de ter encarnado dentro de seu processo de restaura-

ção um modelo alternativo de desenvolvimento coopera-

tivista; com muito êxito, distribuindo bem suas terras

(formação da pequena e média propriedade) e com pro-

gramas de incentivo ao pequeno produtor, tanto para

aumentar a quantidade e qualidade da produção, quanto

para conseguir uma melhoria na comercialização dos pro-

dutos. Frente a esta realidade, cria-se na Itália, "Institu-

tos de Profissionalização", para preparação de: horticul-

tores, fruticultores (viticultores), técnicos em mecânica,

campeiro, capataz rural, etc, obtendo-se com isso, óti-

mos resultados na esfera técnico-agrícoia.

Se tal projeto ou proposta educativa obtiver êxito e

respaldo popular num país europeu, obterá o mesmo num país latino-americano? Talvez sim, talvez não.

Mas no entanto a tentativa surtiu efeitos; e em 1964,

(ninguém esquece esta data tão romântica) quando os

tambores de guerra ecoavam uivos de segurança, o povo

brasileiro engolia em seco o destino trágico e bárbaro da

espúria invasão estrangeira. Invasão esta, que até hoje

reserva o direito de acariciar-nos como um povo "bon-

zinho", "pacifico", rei do "futebol e do samba", que

antes de deitar, dorme com o "rosário na mão", e que

jamais esquece de pagar as dívidas contraídas. Esta foi

a realidade, aliás, a coincente reaUdade, que Pe. Humber-

to Pietrogrande, encontrou no Brasil, nos seus mais ne-

gros anos de ditadura e repressão militar. Frente a reali-

dade de dependência e exploração, principalmente do

homem do campo, Pe. Humberto, juntamente com

uma equipe de assessoria, buscam adaptar e ajustar a

proposta de CF.Rs, no então, futuro "país da Demo- cracia". . .

(continuação no próximo n9)

Sabino.

Notícias

MAIORIA QUER CONSTITUINTE E DIRETAS-85

A maioria dos eleitores (68,8 por cento) consultados

esta semana em seis capitais do país concordam com a

proposta apresentada pela Folha em editorial de pri-

meira página, segundo o qual o próximo presidente de-

veria convocar, no mais curto prazo possível, eleições

para legitimar o mandato presidencial e uma ASSEM-

BLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE. A proporção

dos "sim" variou de 58,8 por cento em Curitiba a

75,9 por cento em São Paulo.

(F.SP - 20/12/84).

"EU MATEI MAIS DE CEM"

"Eu me considero mais que o Lampião porque não

sei se ele matou mais do que eu. Já matei mais de cem,

e me considero mais apoiado que o Lampião: tenho

mais tropa e sou mais querido. "Quintino" fez essa de-

claração no final do ano passado para a revista Afinal.

Na ocasião ele disse também que, se moresse "mais de

30 "Quintinos" ficarão em meu lugar para comandar o

gatilho, mas esta terra nós não vamos perder". E o

"novo Lampião" acabou sendo morto, aos 38 anos de

idade, aclamado como o "libertador" das 10 mil famí-

lias de colonos, pequenos comerciantes e índios que

ocupam gleba Cidapar - reivindicada por nove empre-

sas que pretendem ali explorar minérios, madeira e bor-

racha. "Quintino" foi morto no dia 04 de janeiro deste

ano por um destacamento de 20 soldados da Polícia

Militar, enquanto participava de uma festa de aniver-

sário.

Já tem dez anos esse conflito, definido pelo governo

paraense, Jader Barbalho (PMDB - PA), como "o

maior problema fundiário do Estado". "Quintino"

era lavrador e suas terras foram tomadas por um fazen-

deiro. Segundo ele, não adiantou recorrer à polícia

nem à justiça. E, depois que um posseiro foi morto,

resolveu tornar-se um "justiceiro" : matou o primeiro

de uma série de fazendeiros que seriam suas vítimas.

Desde então, "Quintino" passou a viver escondido na

mata da região, comandando uma "tropa" que, segundo

ele, tinha 50 homens, protegidos e sustentados pelos

posseiros. (F. SP - 06.oi.85)

NO TERCEIRO MUNDO, 40 MIL CRIANÇAS

MORREM POR DIA

Aproximadamente quarenta mil crianças morrem por

dia — quinze milhões por ano — na América do Sul, Áfri-

ca e Ásia por falta de serviços médicos elementares. A

escassez de vacinas em geral e de soros contra desidrata-

ção consumiram 4,5 milhões de vidas infantis na África

em 1984, numa ação muito mais fulminante que a da

fome. (Por falta de alimentos, morreram neste ano um

milhão de crianças no continente Africano). Esses dados

fazem parte do relatório anual da UNICEF, o órgão da

ONU de auxílio à infância.

(F. SP - 20.01.85).

OS EXCELENTES LUCROS DA SADÍA E DA CEVAL

De janeiro a dezembro de 1984, a SADIA teve lucro

líquido de 80 bilhões de cruzeiros.

De fevereiro a julho, a CEVAL lucrou 34 bilhões.

Lucros excelentes nesta época em que a economia

brasileira está atravessando a pior crise das últimas dé-

cadas.

Aliás, a CEVAL ocupa o sétimo lugar entre as maiores

exportadoras brasileiras, grandes beneficiárias deste siste-

ma capitalista implantado no Brasil. E agora comprou

um pedaço da CONTRUJUf.

"Cooperativismo" é isso aí. (CAMP - Boletim Econômico n? 4 janeiro/85).

^^^^^^^^^■B

Aniversário da Proclamação Universal dos Direitos Humanos

Reproduzimos aqui o discurso de madre Cristina So- dré.

"Reunimo-nos nesta Casa, para marcar mais um ani- versário da Proclamação Universal dos Direitos Humanos, num mundo dividido por agudas contradições. De fato, se por um lado, afirmar que todas as pessoas tem um ina- lienável direito de ter direitos é repetir uma verdade que não é transparente numa sociedade de classe, estrutural- mente programada para ser o rolo opressor. É não é outra a estrutura da sociedade brasileira, onde assustado- ramente cresce o número de irmãos nossos sem ter direito a ter direitos. Senão, vejamos:

SEM DIREITO ao direito de comer, cresce o número de irmãos nossos, morrendo de fome, em meio a grandes plantações, estocando para exportações, com vistas a adquirir divisas que amorteçam os juros de uma dívida externa que o povo nunca contraiu, mas que com a pró- pria fome, ele é que é obrigado a pagar. É o drama de uma sociedade onde a fome de muitos alimenta a abastan- ça de poucas mesas previlegiadas.

SEM Dl REITO ao direito à habitação, cresce o núme- ro de irmãos nossos desumanamente amontoados em fa- velas, porões, cortiços, denunciando ao mundo que o BNH é mais uma das arapucas para esvaziar o bolso do trabalhador em benefício da corrupção e que o verdadei- ro desafio de uma reforma urbana é projeto só pensável em regimes socialistas.

SEM DIREITO ao direito de estudar, cresce o número de irmãos nossos obrigados a se matricularem na escola da marginalidade, de onde saem com diploma de bandi- dos, dolorosamente habilitados apenas para morrerem atrás das grades ou atrás da rota de inumanos "Cabos Brunos". Destino injusto de uma juventude que, sem cul- pa própria, paga o preço de uma sociedade de classes, on- de o pobre não tem, direito a ter direitos.

SEM DIREITO ao direito de trabalhar, cresce o nú- mero de irmãos nossos sem trabalho, num país onde tudo está por se trabalhado, mas que foi posto em recessão programada em benefício dos agiotas internacionais e das grandes fortunas e grandes corruptos nacionais. E isto por conta de uma incompetente e irresponsável po- lítica econômica que vendeu nossa soberania e "Deu Fim" ao país.

SEM DIREITO ao direito à terra, cresce o número dos sem terra, cada vez mais conscientes de que a terra é de quem planta e não de quem paga, que o latifúndio é o roubo acobertado pela lei, e que a verdadeira reforma agrária controlada pelo índio e pelo trabalhador é exi- gência da mais elementar justiça social. "A TERRA DE DEUS É A TERRA DOS IRMÃOS", dirá a Campanha da Fraternidade, e que ela nos aproxime dos primeiros cristãos, onde tudo era comum a todos.

SEM DIREITO ao direito de votar, condenaram todo o povo brasileiro, traído que foi por uma falsa oposição

interessada em se manter no poder para dar continuida- de ao mesmo modelo sócio-político-econõmico vigente, e impedir que sejam levados a severo julgamento os vinte criminosos anos da ditadura militar. E esta mesma oposi- ção abre enorme frente acolhendo efusivamente em seu seio todos os grandes inimigos do povo, os adesistas pro- fissionais, os irrecuperáveis fisiológicos, acostumados que estão sempre a mudar de time e a embarcarem em qual- quer condução, desde que na tabuleta o endereço seja: PODER. E, na ânsia desse poder, trocam as urnas pelo Colégio, violentando o homem da rua que não abre mão das "DIRETAS JA". E, sem nem mesmo direito a vida cresce o número de indefesos trabalhadores, covarde e impunemente assassinados nas cidades, e mais especial- mente nos campos. Num verdadeiro genocídio, os ex- ploradores "mandantes" pagam pistoleiros que saem à caça do trabalhador, roubando-lhes as terras queimando- Ihes as casas e matando os seus donos. E estes mesmos "mandantes", bandidos de colarinho branco, longe de ocuparem seus lugares nas cadeias, o que ocupam são altos cargos pelas frentes liberais deste país.

E são centenas, são milhares de trabalhadores que com o testemunho do próprio sangue, numa demons- tração insofismável, provam que a luta de classes não é uma categoria marxista. A luta de classes é fruto exclu- sivo de uma exploradora classe dominante que, tudo ten- do, mata ainda para poder mais ter.

Diante deste resumidíssimo quadro, pintado muito aquém das próprias cores, um grito de rebeldia sacode as veias por onde corre o sangue humano, exigindo, dos humanos, um compromisso prático com a luta pelo di- reito do homem sem direitos.

Luta que pode ser levada ao limite do martírio de vidas oferecidas em holocausto. A exemplo da heróica NICARÁGUA, povo profético, que apesar de ensangüen- tado pelo Somoza-Hitler americano, vem anunciando ao mundo a boa nova de uma justa ordem social.

A exemplo de todos os povos que lutam pela sua li- bertação, nosso compromisso maior é com a Revolução Brasileira, aquela revolução que Camilo Torres denomi- nou "Caridade Eficaz" e que o Padre Cardenal chama "Prática de Amor ao Próximo". "Caridade Eficaz", "Amor ao Próximo". Rovolução são coisas que se con- fundem. E sem Caridade Eficaz, sem Amor ao Próximo e sem Revolução, jamais o Brasil emergirá desse desuma- no capitalismo selvagem para se somar aos esforços da América Latina na busca de um modelo socialista mais humano.

Que nosso amor a Deus e amor ao próximo sejam também um compromisso revolucionário e que não anoi- teça do inalienável DIREITO DE TER DIREITOS".

Madre Cristina Sodré Dória Instituto Sedes Sapientiaca.

A DESGRAÇA DO PECADO (ORIGINAL) ENTROU NO

MUNDO

O Coordenador dá as boas vindas aos presentes. Verifica o que o grupo conseguiu colocar em prática daquilo que decidiu. Pode-se fazer uma revi- são da reunião anterior e ver o que o pessoal entendeu ou não do artigo de janeiro. Se for preciso, lembre alguns pontos ou compromissos que foram assumidos.

Na renuião passada nós refletimos sobre a criação do mundo e o mundo que Deus queria. Todos estão lem- brados?

Bem, hoje nós vamos refletir sobre o mal que entrou no mundo, isto é, o pecado, e que nós aprendemos a cha- mar de pecado original. Original quer dizer origem, pecado que está na ori- gem de todos os outros pecados. Mui- tas vezes, lendo a Bíblia, dá a impres- são que quem deu origem ao pecado foram Adão e Eva. Mas isto á o jeito de contar e de escrever daquelas pes- soas que escreveram a Bíblia. Nós te- mos de ver o que está por trás de tudo isso.

No livro do Gênises, cap. 3,1-24. está a fala da serpente. Naqueles tem- pos antigos tinha tipo de gente que considerava a serpente uma deusa. A ela prestava devoção e adoração. No dizer da Bíblia a serpente representa- va a sociedade dos Cananeus. A socie- dade dos Cananeus era mais avançada e mais estudada do que a sociedade de Israel. A sociedade dos Cananeus, que acreditava neste tipo de deusa acabou contaminando a cabeça dos israelistas. Na Bíblia se fala e se lê que Deus criou Adão e Eva e os colocou num jardim chamado "Jardim de Éden". Na épo- ca, quem tinha jardim eram os reis e os poderosos, principalmente nas re- giões mais secas da Palestina. As auto- ridades daquela época, na sociedade dos Cananeus eram os chefes que mandavam em tudo. Falar contra a autoridade era falar contra os deuses. No plano de Deus, junto aos israelitas, não era verdade que falar contra a au- toridade, era falar contra Deus.

A serpente (a sociedade cananéia) começou a fazer todo tipo de tentação para o povo de Israel (Gên. 3,1-4). Je- sus também foi tentado (Lc 4,1-13). A serpente foi dizendo que comer o fru- to (aquilo que a sociedade cananéia apresentava) não faria mal a ninguém. Pelo contrário, quem comesse do fru- to da sociedade cananéia abriria os

olhos e ficariam iguais aos deuses. Ora, comer do fruto que a serpen-

te apresentava significava que as pes- soas, que eram exploradas na época, a- cabariam entranto nas idéias dos gran- des e fariam o que os poderosos fa- ziam: explorar, enganar, tapear, men- tir e passar a conversa. Entrar nas idéias da serpente é ficar grande para poder dominar. Mas, conta a Bíblia, que ao comerem da fruta viram que tinham entrado numa fria e na pior. Perceberam logo que tinham feito o contrário que Deus, nosso Senhor, queria. Diante da Palavra de Deus a gente fica nú mesmo.

A tentação era: ter poder, segu- rança, luxo, conforto e prestígio. Isto nos deve fazer lembrar uns anos atrás, e que ainda continua hoje, a serpente vai à rádio, à televisão, toma conta das políticas dos governos e pas- sa às pessoas as suas idéias, como estas: "use adubo, porque com Maná adubando dá . Mato de pé não dá lucro. 0 que dá lucro é lavoura meca- nizada. Não seja bobo trabalhe menos e durma mais. Use o veneno que mata tudo. Não tem problema o banco fi- nancia. Plante semente de milho Car- gil, milho do tamanho do Brasil".

De repente os Adãos e Evas de ho- je vêem que estão nús: milhares de agricultores sem terra (só no sudoeste tem mais de 15.000 famílias); no Para- ná desapareceram mais de 18.000 pe- quenos proprietários; há milhares de desempregados; gente passando fome. Assim dá para ver que quem foi na conversa da serpente acabou ficando pelado (nú). Até parece que a serpen- te disse: façam tudo isso que vocês vão ficar ricos como nós (eu). Seguir a voz da serpente, não se perde apenas bens materiais, mas todos os outros valores da dignidade de uma pessoa humana.

As vezes o pessoal diz: que bom se pudéssemos ter um pedaço de terra. É a saudade do paraíso.

E a serpente continua nos passan- do a conversa: para ser gente é preciso estar na moda, comprando aquilo que a sociedade diz que faz alguém impor- tante. E daí, muita gente fica revolta- da, aborrecida, porque não consegue se vestir e ter as coisas como os mais ricos. Diante das frustações, dá ainda uma palavra de esperança: jogue na loteria que a sorte pode mudar a sua situação. Outros sofrem a tentação de ficar esperando que alguém venha e faça por ele.

A palavra de Deus é que nós cris- tãos trabalhamos para vencer este mundo de pecados e construamos um mundo novo. COORDENADOR: vamos, todos jun- tos, responder às seguintes perguntas:

1. De que maneira a serpente se a- presenta hoje? Que tentações ela faz?

2. Sabemos como Jesus Cristo se portou diante das tentações. Como nós cristãos de hoje nos portamos di- ante da tentação da serpente? Quais são as tentações que aceitamos seguir'?

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PLANTAS MEDICINAIS Algo sobre as alergia.

15 a 20 por cento das pessoas são muito sensíveis a substâncias de ori- gem vegetal, animal ou química. A maioria reage normalmente em con- tacto com as substâncias. Para outras o organismo reage anormalmente e que se minifesta com reações na pele, no nariz, nos olhos, nas orelhas, nos pulmões, nos brônquios e nos intes- tinos; estes são os órgãos mais atingi- dos, mas pode dar-se também nos rins, no fígado, no coração, no cérebro, no sistema circulatório, músculos e arti- culações.

AGAVE - Pita, erva-do-tétano. Esta planta é um dos remédios mais pode- rosos renovadores do organismo, for- talece e limpa o sangue, levanta a pres- são baixa, as gestantes tem nela um chá anti-abortivo, curar a fraqueza do estômago, fígado e rins, reumatismo, combate a sífilis, gonorréia, tétano, fe- ridas leprosas. As folhas em cozimen- to ou macerado em álcool usa-se para lavar os cabelos e dar-lhe mais brilho; bom efeito contra a caspa, em fricções combate o reumatismo. É antídoto do veneno da mandioca.

ALECRIM — Emprega-se muito na de- bilidade cardíaca, é excitante, tônico do coração e do estômago, combate gases, males de fígado, rins e intesti- nos, menstruações irregulares e difí- ceis, estados nervosos e histéricos, é antisséptíco, provoca suor; seu chá é benéfico contra tosse, asma, coquelu- che, gripe, febres, contusões. Em ba- nhos alivia o reumatismo e cura feri- das. O a!ecrim-do-campo tem as mesma propriedades medicinais. Dose normal 5 a 10 g de folhas por litro.

BABOSA - Aloés, - Laxativo, contra a prisão de ventre, resolutivo posto so- bre tumores, um dos melhores remé- dios para o estômago e fígado, febres intestinais, depurativo do sangue, la- var e curar feridas, doenças de pele. Macerado em álcool ou seu cozimento é ótimo remédio contra a caspa, cres- pidão e calvice, e popular xampu para os cabelos. Contra-indicada nos casos de cálculos renais e hemorróidas.

ANGICO — Emprega-se a goma dissol- vida em água quente com mel ou açú- car para as tosses bronquites, asrna e afecções respiratórias. O chá ou xarope da casca combate ainda a diarréia, disenterias e anginas. E é adstringente, depurativo, hemostático e útil nas leucorréias e gonorréias.

Irmão Cir