uma forma ambientalmente correta de se gerenciar paradas ... paradas gerais.pdf · caldeira...

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Tatiana Tatiana Heid Furley Heid Furley (APLYSIA Ass. e Cons. Ltda) (APLYSIA Ass. e Cons. Ltda) Alberto Carvalho de Oliveira Filho (ARACRUZ Celulose S.A) Alberto Carvalho de Oliveira Filho (ARACRUZ Celulose S.A) Emilio Sérgio Montenegro (Gerenciamento e Licenciamento Ambiental) Emilio Sérgio Montenegro (Gerenciamento e Licenciamento Ambiental) São Paulo, Julho de 2003 São Paulo, Julho de 2003 Uma forma ambientalmente Uma forma ambientalmente correta de se Gerenciar Paradas correta de se Gerenciar Paradas Gerais na ind Gerais na ind ú ú stria de celulose stria de celulose

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TatianaTatiana Heid Furley Heid Furley (APLYSIA Ass. e Cons. Ltda) (APLYSIA Ass. e Cons. Ltda)Alberto Carvalho de Oliveira Filho (ARACRUZ Celulose S.A)Alberto Carvalho de Oliveira Filho (ARACRUZ Celulose S.A)

Emilio Sérgio Montenegro (Gerenciamento e Licenciamento Ambiental)Emilio Sérgio Montenegro (Gerenciamento e Licenciamento Ambiental)

São Paulo, Julho de 2003São Paulo, Julho de 2003

Uma forma ambientalmenteUma forma ambientalmente

correta de se Gerenciar Paradascorreta de se Gerenciar Paradas

Gerais na indGerais na ind úústria de celulosestria de celulose

ARACRUZ CELULOSE S.A.ARACRUZ CELULOSE S.A.ARACRUZ CELULOSE S.A.

PRODUTO - POLPA DE CELULOSEPRODUTO - POLPA DE CELULOSE

STDSTD ECFECF ACFACF

UTILIZAÇÃO DA CELULOSEUTILIZAÇÃO DA CELULOSE

Papéis SanitáriosPapéis Sanitários 48 %48 %

Papéis EspeciaisPapéis Especiais 25 %25 %

Papéis RevestidosPapéis Revestidos 16 %16 %

Papéis Não-revestidosPapéis Não-revestidos 11 %11 %

PRODUÇÃO DE CELULOSEPRODUÇÃO DE CELULOSEPRODUÇÃO DE CELULOSE

•• Tratamento prim Tratamento prim áário dos efluentesrio dos efluentes alcalinos com fibras; alcalinos com fibras;

•• Neutraliza Neutraliza çãção de efluentes o de efluentes áácidos;cidos;

•• Tratamento biol Tratamento biol óógico secundgico secund áário.rio.

TRATAMENTO DE EFLUENTESTRATAMENTO DE EFLUENTESTRATAMENTO DE EFLUENTES

Três Três decantadores decantadores primários paraprimários pararemo ção de fibras do efluente alcalinoremo ção de fibras do efluente alcalino

TRATAMENTO PRIM ÁRIOTRATAMENTO PRIM ÁRIOTRATAMENTO PRIM ÁRIO

TRATAMENTO PRIM ÁRIOTRATAMENTO PRIM ÁRIOTRATAMENTO PRIM ÁRIO

Tanque de misturas : efluente Tanque de misturas : efluente áácido, efluentecido, efluentealcalino clarificado, efluente domalcalino clarificado, efluente dom ééstico.stico.ElevatElevat óória de efluentes (bombas parafuso)ria de efluentes (bombas parafuso)

TRATAMENTO SECUND ÁRIOTRATAMENTO SECUND ÁRIOTRATAMENTO SECUND ÁRIO

MICRORGANISMOS DA ETEMICRORGANISMOS DA ETEMICRORGANISMOS DA ETE

Floco biológico Protozoário

EFLUENTES TÓXICOSEFLUENTES TÓXICOSEFLUENTES TÓXICOS

Efluente das Caldeiras (licor)

Efluente das Evaporações (ECC)

Efluente do Digestor

Efluente Ácido e Alcalino do Branqueamento

24 77

-0 0

515

97

343 1829 13

370174

5,7pH

73 76

120

7,335

pHºC

190

9360 m3/h

Aeradores 83

7,14636

EFLUENTES

EVAPORAÇÃO

Fluxo

CALDEIRA RECUPERAÇÃO

CAUSTIFICAÇÃO

PÁTIO

CA'S / TG'S

DESMI

CAM.MISTURA

EMISSÁRIO

TRAT.SECUNDÁRIO

L.EMERGÊNCIA

DIGESTOR/DEPURAÇÃO

BRANQUEAMENTO

SECAGEM

EAL

PLANTA QUÍMICA

EAC

EFC

ECC

Cond.

m3/h mS/cm

"A"

"B"

"C"mS/cm

Fluxo Cond.

"A"

"B"

"C"

502657

3,52,4

Fluxo Cond.

866 4,8

"A"

"B"

"C"

5,3

518 12,0

pH

418

252

4,0

6,2

Fluxo

Fluxo

m3/h pH15 %

m3/h mS/cm

pH2,2

295 1,2m3/h pH

399 mS/cm

534m3/h

m³/h pH

m3/h mS/cmm3/h mS/cm

1009 4

"A"

"A"

"B"

Bombas ETE01 02 03 04

m3/h pH

200m3/h

11

213 7,4mS/cm45

"C"

499 18143

61ºC

Decantadores

SISTEMA DE EFLUENTESSISTEMA DE EFLUENTESSISTEMA DE EFLUENTES

OS COMPOSTOS TÓXICOSE AS BACTÉRIAS DA ETEOS COMPOSTOS TÓXICOSOS COMPOSTOS TÓXICOSE AS BACTÉRIAS DA ETEE AS BACTÉRIAS DA ETE

• Segundo Ahtiainen et al. (1996) os constituintesnaturais da madeira, presentes principalmente nolicor, podem ser os responsáveis pela toxicidadeobservada em efluentes ECF e TCF.

• Os ácidos resínicos e seus sub-produtos, porexemplo, são tóxicos (Brumley et al., 1997).

• As dioxinas e os furanos (organoclorados),encontrados em efluentes do branqueamento à basede cloro e/ou dióxido de cloro, são tóxicos (Hewitt etal., 1996).

PARADAS GERAISPARADAS GERAISPARADAS GERAIS

• Necessidade de Parada Geral Programada;

• Drenagens de líquidos e lavagem internas deequipamentos;

• Aracruz 3 paradas gerais por ano;

• Estudos realizados anteriormente comprovaram

que durante as PGs da Aracruz Celulose S.A sãoliberadas concentrações mais altas de

organoclorados, quando este período é comparado

ao de produção normal Furley & Carvalho (2000).

OBJETIVO GERALOBJETIVO GERALOBJETIVO GERAL

Demonstrar a importância ambiental de se fazerum bom gerenciamento das drenagens ocorridasnas PGs;

OBJETIVOS ESPECÍFICOSOBJETIVOS ESPECÍFICOSOBJETIVOS ESPECÍFICOS

•• Demonstrar a toxicidade do efluente gerado naDemonstrar a toxicidade do efluente gerado naPG;PG;

•• Estruturar um plano de gerenciamento deEstruturar um plano de gerenciamento dedrenagens dasdrenagens das PGs PGs;;

•• Avaliar a importância ambiental de um bomAvaliar a importância ambiental de um bomgerenciamento dasgerenciamento das PGs PGs para a qualidade do para a qualidade doefluente;efluente;

•• Avaliar a importância econômica de um bomAvaliar a importância econômica de um bomgerenciamento dasgerenciamento das PGs PGs..

METODOLOGIAMETODOLOGIAMETODOLOGIA

• Teste de bioatividade das bactérias presentes na

ETE;

• Efluente aerado até concentração de 9 mg/L;

• Medição de oxigênio a cada 15 minutos ;

• Tempo total do teste - 200 minutos;

• Controle.

METODOLOGIAMETODOLOGIAMETODOLOGIA

• Plano de gerenciamento detalhado de drenagemnas paradas gerais foi elaborado por especialistasem meio ambiente e demais áreas da fábrica;

• Comparação da qualidade ambiental do efluente(dados químicos como sólidos suspensos, sódio,cor, Demanda Bioquímica de Oxigênio, DemandaQuímica de Oxigênio, AOX, Carbono OrgânicoTotal) foi feita utilizando-se dados de uma paradarealizada em 2000 (sem um programa específicopara drenagens) com uma parada realizada em2001 (com um programa específico de drenagensjá implementado).

RESULTADOS DO CONSUMO DEOXIG ÊNIO PELAS BACT ÉRIAS

RESULTADOS DO CONSUMO DERESULTADOS DO CONSUMO DEOXIG ÊNIO PELAS BACT ÉRIASOXIG ÊNIO PELAS BACT ÉRIAS

0

2

4

6

8

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0 50 100 150 200tempo em minutos

mg/

L

18-jan19-jan22-jan25-jan26-jan29-jan31-jan02-fev07-fev

RESULTADOS E DISCUSSÕESRESULTADOS E DISCUSSÕESRESULTADOS E DISCUSSÕES

O plano de gerenciamento das drenagens foi feito apartir de um cronograma geral de atividades da PG.

• Antes de se realizar o programa de drenagens, cadaárea deve enviar para o setor de meio ambiente, umcronograma das atividades a serem realizadas, otempo previsto para parada do equipamento, e ovolume a ser drenado;

• O programa de drenagens deve ser feito porespecialistas de meio ambiente em conjunto comdemais áreas e deve ser imparcial;

RESULTADOS E DISCUSSÕESRESULTADOS E DISCUSSÕESRESULTADOS E DISCUSSÕES

• O cronograma das drenagens deve ser feito de formaque estas aconteçam gradativamente do início para ofim do processo evitando que se drene efluentes paralocais que já foram drenados, lavados e se encontramprontos para o início das atividades de manutenção;

• Tem-se como prioridade a neutralização dos efluentes;sendo assim, efluentes ácidos e alcalinos devem serdrenados ao mesmo tempo evitando choques de pH namicrobiologia da ETE e conseqüente diminuição daeficiência do sistema de tratamento, o que poderiacausar impacto ambiental no corpo receptor; alémdisso, deve-se usar a menor quantidade de ácidopossível e capaz de neutralizar o efluente no tratamentoprimário, trazendo benefícios ambientais, financeiros eevitando corrosão das bombas;

RESULTADOS E DISCUSSÕESRESULTADOS E DISCUSSÕESRESULTADOS E DISCUSSÕES

• Um segundo fator muito importante é a vazão dasdrenagens. Deve-se controlar a vazão a fim deevitar afogamento das canaletas de efluente etransbordo para as canaletas de água pluvial, quevão direto para o corpo receptor (recurso hídricomarinho);

•• O tempo de drenagem do volume total de umO tempo de drenagem do volume total de umtanque deve ser estendido, a fim de que se drenetanque deve ser estendido, a fim de que se drenecom a menor vazcom a menor vazãão posso possíível evitando choques navel evitando choques naETE;ETE;

RESULTADOS E DISCUSSÕESRESULTADOS E DISCUSSÕESRESULTADOS E DISCUSSÕES

• Já prevendo o esvaziamento nas PGs, os tanques dacaustificação e spill da linha de pasta, e as torresdos difusores e de pasta marron devem começar aser drenados bem lentamente, antes mesmo que seinicie a PG diminuindo a própria drenagem para aETE, durante a PG, e evitando choques namicrobiologia da ETE;

• Na área do branqueamento, deve-se tentarproduzir o mesmo tipo de produto nas quatrolinhas para possibilitar a transferência de massaentre as máquinas de secagem, evitando que sedrene polpa de celulose para o efluente e altere aqualidade ambiental deste;

RESULTADOS E DISCUSSÕESRESULTADOS E DISCUSSÕESRESULTADOS E DISCUSSÕES

• O nível de licor preto e branco da fábrica deve serreduzido gradativamente antes da PG, para que sedrene a menor quantidade possível durante a PG,diminuindo a chance de haver choques namicrobiologia da ETE;

•• Durante a PG deverDurante a PG deveráá ser feita uma reuni ser feita uma reuniãão dio diááriariade acompanhamento, onde serde acompanhamento, onde serãão passadas aso passadas asinformainforma çõções sobre as drenagens jes sobre as drenagens jáá realizadas e as realizadas e asainda por vir. Alainda por vir. Al éém disso, serm disso, seráá feito o registro feito o registrodidiáário das drenagens no livro de ocorrrio das drenagens no livro de ocorrêênciasnciasambientais;ambientais;

RESULTADOS E DISCUSSÕESRESULTADOS E DISCUSSÕESRESULTADOS E DISCUSSÕES

• Nas primeiras 48 horas de PG deverá ser feitoum acompanhamento contínuo pela equipe demeio ambiente e coordenação;

• Qualquer impasse deve ser resolvido pelocoordenador de fábrica que encontra-se cientede suas responsabilidades ambientais.

02

468

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1214

01/03/200006 /03/200008 /03/200013 /03/200015 /03/200020 /03/200022 /03/200027 /03/200029 /03/2000

RESULTADOS - S.S., kg/tonRESULTADOS - S.S., kg/RESULTADOS - S.S., kg/tonton

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10

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01/01/200104 /01/200108 /01/200110 /01/200115 /01/200117 /01/200122 /01/200124 /01/200129 /01/200131 /01/2001

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01/03/200004 /03/200007 /03/200010 /03/200013 /03/200016 /03/200019 /03/200022 /03/200025 /03/200028 /03/200031 /03/2000

RESULTADOS - SÓDIO, kg/tonRESULTADOS - SÓDIO, kg/RESULTADOS - SÓDIO, kg/tonton

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01/01/200104 /01/200107 /01/200110 /01/200113 /01/200116 /01/200119 /01/200122 /01/200125 /01/200128 /01/200131 /01/2001

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01/03/200004 /03/200007 /03/200010 /03/200013 /03/200016 /03/200019 /03/200022 /03/200025 /03/200028 /03/200031 /03/2000

RESULTADOS - COR, kg/tonRESULTADOS - COR, kg/RESULTADOS - COR, kg/tonton

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02/03/2000 09/03/2000 16/03/2000 23/03/2000

RESULTADOS - DQO, kg/tonRESULTADOS - DQO, kg/RESULTADOS - DQO, kg/tonton

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04/01/2001 11/01/2001 18/01/2001 25/01/2001

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02/03/2000 09/03/2000 16/03/2000 23/03/2000

RESULTADOS - DBO, kg/tonRESULTADOS - DBO, kg/RESULTADOS - DBO, kg/tonton

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04/01/2001 11/01/2001 18/01/2001 25/01/2001

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101520

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02/03/200007 /03/200009 /03/200014 /03/200016 /03/200021 /03/200023 /03/200028 /03/200030 /03/2000

RESULTADOS - TOC, kg/tonRESULTADOS - TOC, kg/RESULTADOS - TOC, kg/tonton

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02/01/200104 /01/200109 /01/200112 /01/200118 /01/200123 /01/200125 /01/200130 /01/2001

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RESULTADOS - AOX, kg/tonRESULTADOS - AOX, kg/RESULTADOS - AOX, kg/tonton

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02/01/200104 /01/200109 /01/200112 /01/200118 /01/200123 /01/200125 /01/200130 /01/2001

CUSTOSCUSTOSCUSTOS

PG de 2000 PG de 2001

Gastos com Ácido Sulfúrico R$ 36.300 (300 t) R$ 10.900 (90 t)

Gastos hora-extra operadores R$ 0 R$ 1.000

TOTAL DE GASTOS R$ 36.300 R$ 11.900

CONCLUSÕESCONCLUSÕESCONCLUSÕES

• O efluente da Aracruz Celulose, gerado duranteas PGs, mostrou ser tóxico aos microrganismos daETE, assim como relatado em diversos trabalhospublicados por outras empresas de celulose;

• O programa de drenagens de efluentes de PG daAracruz Celulose é fácil de ser implementado,viável técnica e economicamente (houve umaredução em 67% nos gastos direcionados aoefluente); além disso, pode ser aplicado porqualquer outra fábrica que tenharesponsabilidade ambiental;

CONCLUSÕESCONCLUSÕESCONCLUSÕES

• Foram observadas melhorias ambientais em todosos parâmetros químicos monitorados no efluentetratado durante a PG de 2001, quandoimplementado o programa de drenagens;

• O gerenciamento ambiental das drenagensmostrou ser peça fundamental na redução dosimpactos ambientais pelo efluente da AracruzCelulose ao recurso hídrico marinho adjacente;além disso vale também ressaltar a redução futurade gastos com pagamento do despejo industrial nocorpo receptor e com reposição de insumos noprocesso como por exemplo a soda;

• Acredita-se que as causas para a melhoria daqualidade do efluente, quando da implantação doprograma de drenagens sejam: uma menorquantidade de “ carga” poluidora a ser tratada deuma só vez na ETE e um menor choque químicoàs bactérias tratadoras, fazendo com que elasresistam e tratem com uma maior eficiência oefluente;

• O presente trabalho demonstra o esforço daempresa na melhoria contínua da qualidadeambiental, atendendo exigências das normas ISO;

CONCLUSÕESCONCLUSÕESCONCLUSÕES

• O presente trabalho é inovador no sentido de sepreocupar com os aspectos ambientais da fábricaem situação de parada geral, que a princípio podeser entendido como situação em que não seproduz e conseqüentemente não se gera efluentes.Enquanto isso, a grande maioria dos trabalhos sepreocupa com apenas as melhorias ambientaisdurante o período de produção normal deprodução.

CONCLUSÕESCONCLUSÕESCONCLUSÕES