uma folha um livro ss01 - wordpress.com · com a condição de não alterar o formato e de manter...

cinco poemas deAlcimar Souza Lima retrato somos nós quando éramos outros

2

indo sou

1

angústias são braços debruçados em

varandas vazias

3

não há cola que cole instantes

4

memória não é o passado

é o presente passado a limpo

em mergulho no furo do futuro

5

AlcimarSouza Lima

(1952,SãoPaulo,Brasil)époetaeensaísta,

médicopsiquiatraepsicanalista.

Estescincomicro-poemasfazempartedosseus

doisúltimoslivrospublicados,CasadasCoisase

PaisagensInteriores.Poetadacondensaçãode

palavras,temmicro-poemasconstituídosporduas

palavras,algopioneironaliteraturabrasileira.

Nocampodosensaiospublicou,em1996,olivro

Pulsões,umaorquestraçãopsicanalíticano

compassoentreocorpoeoobjecto.Em1998,foi

convidadopelofilósofofrancêsEdgarMorinpara

escrevereapresentarnoCongressosobreo

PensamentoComplexooensaioPsicanáliseeComplexidadeumaConexãoPossível.Estecongresso

aconteceunacidadedoRiodeJaneiro.Publicou

tambémoensaioAcontecimentoeLinguagem,em

2010.OlivroEscolacomodesejoemovimentofoi

escritoporsiepelaescritoraEsmériaRovai,em

2015.ÉmembrodaAcademiaSãoJosédos

CamposdeLetras.

UMA FOLHA UM LIVRO SS01 ã

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UMA FOLHA UM LIVRO SSO1 Uma folha um livro é uma publicação origami com o

propósito de fomentar a poesia e a leitura. Para

descarregar, partilhar, imprimir e levar para onde quiser,

com a condição de não alterar o formato e de manter os

créditos correspondentes.

Instruções: imprima a folha, dobre pela metade de forma

vertical, estique a folha novamente e faças três dobras

horizontais, uma delas pela metade e outras duas da

margem até ao centro, desta forma, tem marcada a folha

em oito oitavos. Faça um corte seguindo a linha horizontal

que divide a folha que está marcada com linhas de corte,

estique a folha e dobre horizontalmente, abra a folha pelo

centro e dobre de modo que a página 1 fique de frente

para a 2, volte a dobrar, de modo que a 4 fique de frente

para a 3 e a 6 para a 5, desta maneira, a capa e a

contracapa ficam a cobrir o interior. Remarque a dobra

que fica entre ambas e já está! Tem o seu libro origami!

Mais instruções e exemplares desta colecção em

https://unahojaunlibro.wordpress.com

Ideia original e editor principal: Jorge Contreras Herrera

Editora da colecção lusofonia: Sandra Santos

cinco poemas deIsabel de Sá SECRETO SUICÍDIO

Olho-te através da poalha doirada do rosto.Sei que é a primeira vez, que não conhecias ador desta morte. Digo-te que desistas destesecreto suicídio.

Falas do sentimento que nasceu de um erro eafasto o lençol para ver a cor fulva no centrodo teu corpo. És desconhecida de ti.

Não é possível reconhecer a penetração deum corpo. Ninguém sabe exactamente ondeo seu corpo penetra outro, nem que parte doespírito é atingida ao fixar um rosto.

2

NO INFERNO DO AMOR

A poeira luminosa dos teus olhos espalhasobre mim um prodígio de palavras.Somos tu e eu no inferno do amor. Napele macia, nesse corpo onde o amoraprende a ser crescente, o que me atrai éo desejo de o penetrar em toda aintimidade. Peço-te carícias, procuro adissipação da dor ao tocar essa pétala decarne. Escrevo o livro onde sabemosexistir uma espécie de morte .

1

Ascoisasquenosacontecemnocontactocomosnossossemelhantestêmvindoafazerpartedaescrita,talcomoocaosalgumasvezespertenceaomeupensamento.Procuroaíntimafissuraondeaalmaacabarápordividir-se.Nãopossoaindasaberdequeladoficarei,"Entãosereiumecoeumasombra",vivereiadúvidaatéqueumsinalmeiluminearazão.

3

CONFLITODEPALAVRAS

Écomoumlaçoquemeprendeati,estepoema.Nossoscorposvivemdeumpacto,deumfabulosoeclaroconflitodepalavras.PensonosversosdeKeats,anarrativadissipaassombras.Nãosouquemescreveaminhahistória.Háummovimentoobscuroentreavidaeaarte."Todaaminhaobranãopassadeumexercício",afirmaçãovulgardaquelequeescreve.Sóolivrointeressa,aessêncialiteráriadoseucorpo.

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Afloraindavivajuntoaoverde.Umhomemidosocurvadosobreaterratraziamusgonosdedoseumcaracolnovíssimosuportavaaluz.

5

Isabel de Sá

(1951,Esmoriz,Portugal).LicenciaturaemArtesPlásticas/Pintura,pelaFaculdadedeBelasArtesdaUniversidadedoPorto.Distinguiu-seaolongodasuacarreira,napintura-marcadapordezenasdeexposiçõesindividuais,pelaparticipaçãoemcolectivas,epelosPrémiosNadirAfonso,naBienaldeChaveseBancodeFomento,ambosem1983,etambémnapoesia,tendoumavastaobrapublicadaereunidanumúnicovolumeREPETIROPOEMA,ediçõesQuasi,2005.Estárepresentadana16ªediçãodaHistóriadaLiteraturaPortuguesadeAntónioJoséSaraivaeÓscarLopesenoDicionáriodeLiteraturaPortuguesa,1ªedição,deÁlvaroManuelMachado;HistóriadaLiteraturaPortuguesa(AsCorrentesContemporâneas),7,ÓscarLopeseMariadeFátimaMarinho,2002,Alfa(anos70e80.Poesia)FernandoPintodoAmaralePoemasPortuguesesAntologiadePoesiaPortuguesadoSéc.XIIIaoSéc.XXI.Selecção,organização,introduçãoenotasdeJorgeReis-SáeRuiLage.PrefáciodeVascoGraçaMoura,PortoEditora,2009.


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UMA FOLHA UM LIVRO SSO2 Uma folha um livro é uma publicação origami com opropósito de fomentar a poesia e a leitura. Paradescarregar, partilhar, imprimir e levar para onde quiser,com a condição de não alterar o formato e de manter oscréditos correspondentes.Instruções: imprima a folha, dobre pela metade de formavertical, estique a folha novamente e faças três dobrashorizontais, uma delas pela metade e outras duas damargem até ao centro, desta forma, tem marcada a folhaem oito oitavos. Faça um corte seguindo a linha horizontalque divide a folha que está marcada com linhas de corte,estique a folha e dobre horizontalmente, abra a folha pelocentro e dobre de modo que a página 1 fique de frentepara a 2, volte a dobrar, de modo que a 4 fique de frentepara a 3 e a 6 para a 5, desta maneira, a capa e acontracapa ficam a cobrir o interior. Remarque a dobraque fica entre ambas e já está! Tem o seu libro origami!

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Ideia original e editor principal: Jorge Contreras HerreraEditora da colecção lusofonia: Sandra Santos

PERGUNTA PARA FICAR ALEGRE

Se me lembro dos seus olhos e fico tristenão vou ouvir Sinatra e não vou beber conhaqueque isso aumenta a minha tristeza.Vou ler aquele poema chinês escrito há mil anosque fala das acácias que perdem o cheiroe da insensatez que é amar ou estar lúcido.Depois vou até ao fundo do quintal,contemplo o céu estrelado, enluarado,respiro as acácias, as rosas, os jasmins.Se a vida perdura, único milagre possível,e se o aroma das flores volta após o invernoporque não pensar que coisas simples e pequenas- como o amor ou a tristeza de um homem -tenham solução e que a alegria vai nascerantes de raiar a próxima aurora?

1

cinco poemas deDaniel Francoy MARIA JOSÉ

Maria José porque a mãe era Maria e o pai era José.Maria José que veio a ter um marido José.Maria José desde menina: nem parecia haver um nome de família.Maria José irascível que não quisadotar o sobrenome do marido José.Maria José que sobreviveu a todose quando lhe perguntavam o nome inteiromurmurava a sua caríssima santíssima trindade:Maria José e só.

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AINDA SÃO OS DIAS EM QUE MUITO POUCO É RUÍNA

Ainda são os dias em que muito poucoé ruína –ecoa um sol imensona algazarra das cigarrase a noite de sábado permiteque preparemos coquetéis de verãoe ouçamos Cartola, a sua voze o seu samba triste pairandopor entre as samambaias e no entantotudo são corpos que aindase reconhecem nos espelhosda juventude e acima de tudo o luarcom a sua oculta voz marítimarumorejando dentro das artérias desta alegria persistente.

3

ÚLTIMO ELOGIO DA SUJEIRA

No meu último elogio da sujeira, os homens -míseros, trôpegos, indefensáveis -terão nomes como o flanelinhaque ainda ontem encontrei na Avenida Nove de Julho:Cosmo Cândido da Luz, e não haverácinismo, desprezo ou escárniono gesto de assim chamá-los.

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POEMA PARA PICHAR NO MURO DO BECO

A força e o ingovernável das ervas daninhas está no sol.

5

Daniel Francoy

38anosdeidade,poetabrasileiro.Participoudacolectânea“4PoetasnaNet”(SeteSílabas,2002),donúmero1daRevistaLiterária“Agio”(EditoraArtefacto,2011),dacolectâneadepoemas“mixtape”(doladoesquerdo,2013),doCaderno2eCaderno3(Enfermaria6,2014e2015),alémdecolaborarcomdiversossitesdeliteratura.NoBrasil,estreouemlivrocom“Identidade”(EditoraUrutau,2016),premiadocomaterceiracolocaçãona59aEdiçãodoPrêmioJabuti,nacategoriapoesia.


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A sala vazia os móveis gastos embaladostransportados para longe daqui,um pequeno gesto do que é a solidão.Os móveis ausentes,o corpo na contramão de toda a arrumaçãoos lençóis menos brancos do que ontem,os lençóis desarrumados tornam menos confortávelo corpo.Um eco expande o espasmo de pequenos movimentos,uma sonata um acorde,tudo o que vibra nesse espaço vazio:Nada vinga que não seja silêncio e morte.

1

cinco poemas deFernanda Fatureto

Falharsempreeumpoucomaisessaéaúnicaliçãoenquantotraçomeuepitáfio–geografiaturva,cartografiafalhaporsobreapeledosfatos.Percorreressatrilhadeacidentesepercursosondealinguagemchamaecala,permanentemente.

3

Estar aberto à vida por todos os poros;O pequeno torpor dos diasocupa todas as vias de expressão.Um cântico um grito um alento que vibre o silêncio da entrega.Medir cada passo que alcança a desesperança,recompor a grafia dos tempos mortos –onde o mudo alcance das palavras sela o pacto do sentido.

4

As dobras as vestes a peletecidos finos revestem a orfandade do mundo.A marca humana mancha o discurso como tatuagemPequeno abrigo de significantes.A caligrafia vibra para que se ouça a dorroçar o asfaltotecer correntes que arrastem o abandono do corpofeito trapo pelas calçadas.A pele o sentido as palavrassão belezas que não salvarão o mundo.

5

Fernanda Fatureto

(1982,Brasil).ÉautoradeEnsaiosparaaqueda(Penalux,2017).BacharelemjornalismopelaFaculdadeCásperLíbero.Participadasantologiaspoéticas29deAbril:oversodaviolência;Subversa2eSenhorasObscenas.EstreoucomolivrodepoemasIntimidadeInconfessável(Patuá,2014).PossuipoemasemrevistasliteráriasdoBrasilenasrevistasportuguesasEnfermaria6eInComunidade.fernandafatureto.wordpress.com


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Rever os passos na calçada,– acertar a medida do impossível –

do ensaio que não é mudezapenas lapso que habita o silêncio da cartografiasem medidas.Nas horas mudasinabitadaso quarto espesso reflete o instante no espelhoonde mora meu melhor semblante,ainda sim irreconhecível que corta e fere todas as palavras que não foram ditas.

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cinco poemas deFernando Naporano

Composição Glacial Da Sabedoria

O Livro De Fogo nos degraus do ventolá habitam as palavras imaginadasque jamais serão escritas;no ardor da clarividência >>>a língua da chamana sábia escultura do espírito

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Branco Fixado Em Branco (Sem Moldura Ou Altura)

Céu completamente desamarrado, vem ser meuOssos de sombras, por favor, sustentai meus cabelosMãe-Leite-Prata, alimenta a ternura sem rumoQuase-morte por amar, amar tanto assim essa vida

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Fernando Naporano

Atuoucomoensaísta,críticoejornalistapormaisde25anosnasprincipaisrevistasejornaisdoBrasil.Trabalhouemrádiosegravadoras.ComomúsicopilotouabandaMariaAngélicaNãoMoraMaisAquicomaqualgravoutrêsLps.Escrevepoesiadesdesempre,tem4livroseditadosemaisde10livrosaindainéditos.


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Enfático Hermafrodita Em Linha Reta

Ser a permanência de lugar algumsobretudo pertencer ao não-nenhumcolher papoulas azulíssimas de alegriaegressas dos pântanos & sandâlos das tragédiasao caminhar com a disposição da dúvida;a designação mineral da incerteza alumia,esguia,

a retidão do rosto.

1

Le Couple, Szenes, 1933

A linha sem ninho em leque-decoteamendôa de gesto sem escala gestuala falta de perspectiva é urgente ao amor como o delta invisívelque divide o hermético do incompreensível

2

DestrezaEmInflexãoDeRima

Nasfarpasounabainhaodesejoésuspensoemainda;estounastintasseaalçaécinzaouseacalçaéumatiavizinhadaninha,enterradaabaixodoacima.

4

Quando olho um rio,rio inteiro olha

híbrido,transcendo-me

1

cinco poemas deVasco Cavalcante

entre o meue o teu

exílio,

versoslatejam,

lábiosentrelaçam

mundos

5

Vasco Cavalcante

ParaensedeBelémdoPará,VascoCavalcantefoiumdos

fundadoresdogrupodepoesiaalternativa"Fundode

Gaveta",queestevenaativade1981a1983.Tempoemas

publicadosnasrevistasvirtuais“ZUNÁI”,

“Mallarmargens”,“Escamandro”,“Marinatambalo”,

“Literatura.br”,“PoesiaAvulsa.Em2012participade

umaplaquetedepoemas,lançadapeloCentroCulturalde

SãoPaulo,intitulada"Desvioparaovermelho:treze

poetasbrasileiroscontemporâneos".Noanode2015

publicapelaEditoraPatuá,deSãoPaulo,olivrodepoemas

“SobSilêncio”.Emmarçode2016,épublicadoumartigo

escritopelopoetaPauloNunesepelajornalistaVânia

Torres,narevistasemestraldo"FórumdeLiteratura

BrasileiraContemporânea",daUFRJ,sobreseulivrode

poemas,“SobSilêncio”.Emsetembrode2017,lançaolivro

depoemas“Reversodosdias”,EditoraPatuá/SP.

Foto: Shirley PenaforteUMA FOLHA UM LIVRO SS06

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um dia fez-me poema

rios e maressinuososnos trafegam

assim vivemos,marinhos, entredois mundos

4

rompem-sebarreiras

assumes o lugardo Sol

soas

suo

emminha pele

ardem-severões

3

quando te leiotoda palavranos escreve

por mais que seja terra áridaou desvio,segredos se expõemao docefulgor dosincêndios

2

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cinco poemas deHeduardo Kiesse

5UMA FOLHA UM LIVRO SS07

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HeduardoKiesse

Nasceuem1978,emAngola.FrequentouaFaculdadedeDireitodaUniversidadedeLisboaeélicenciadoemFilosofiapelamesmaUniversidade.ParaHeduardoKiesse,fotografarserve,sobretudo,nãoparaimobilizarinstantesemfolhasdepapel,masparaacompanharatrajectóriadapoesianasuafugadopapelparaoutrossuportestaiscomopedras,bocadosdemadeira,tijolos,parafusos,esferovite,fósforos,botões,folhas,areia,etc.Tudopodeserpoesificável.Aospoemasaquiexpostos,oautorchama-osde"Poemografias"ou"Poetografias".

Cada fotografia minha é uma eternidade provisória na qual tento perpetuar a vida como se a natureza

do tempo fosse meramente elástica.HK

cinco poemas deNydia Bonetti

Opássarono_fio_molhado_dos_meus_olhoscantasol.

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Asfloressecasospássarosseforam.Sequerháventoasoprarcortinas

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Nydia Bonetti

1958,Brasil,engenheiracivilepoeta.Livrospublicados:SUMI-Ê,pelaEditoraPatuá;AntologiaDesvioparaovermelho(Trezepoetasbrasileiroscontemporâneos)ColeçãoPoesiaViva/CCSP;MinimusCantus,ProjetoInstanteEstante/CastelinhoEdições;TempoemaspublicadosnaRevistaZunái,Mallarmargens,Germinaeoutras.PublicadanacoletâneaQASAÊDILAFALASTIN(PoemasparaPalestina/SeloZUNAI,eantologiasdiversas.Lançaaindaem2017seunovolivro,‘debarroepedra’,pelaEditoraUrutau.

5poemas da série –Mimética FaunaUMA FOLHA UM LIVRO SS08

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A cada dia que amanhecedizem partem pássarosdos infinitos ninhos dentro de nós. Hoje, ainda de madrugadaum pássaro vermelho atravessou meus olhos e foirumo ao dia de sol.

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Fogoapagou!—gritavaopássarodaminhainfânciapressagiandoascinzasqueviriam.

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Cumpridoo ritual atávico dos amanhecerespássaro e dia seguempra não voltar.

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