uma experiência da ciência pela vida

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UMA EXPERIÊNCIA DA Ciência PELA Vida

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Page 1: Uma Experiência da Ciência pela Vida

UMA EXPERIÊNCIA

DA Ciência

PELA Vida

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EXPERIÊNCIACIÊNCIA

PELADA

VIDA

UMA

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U M A E X P E R I Ê N C I A D A C I Ê N C I A P E L A V I D A

O Brasil é uma grande potência ambiental e nos é solicitado fazer jus a essa posição. Uma das questões que está em debate no mundo é a necessidade de se pre-servar o meio ambiente para que ele possa assegurar os ecossistemas e garantir nossa sobrevivência. A busca pela sustentabilidade se fundamenta numa premissa básica que exige o equilíbrio dinâmico e interdependente da natureza, integrado harmonica-mente ao desenvolvimento humano.

Nesta perspectiva, a escola é o espaço privilegiado para a construção deste conhecimento, posto que não se deve pensar no ensino de Ciências como propedêuti-co, voltado apenas para o futuro distante. A criança não é cidadã apenas do amanhã, mas já é cidadã hoje e, nesse sentido, conhecer Ciência é ampliar a sua possibilidade presente de participação social e desenvolvimento mental, viabilizando sua capacidade plena de exercício da cidadania.

Assim, é possível favorecer o desenvolvimento de postura reflexiva e investi-gativa, de interação, ou seja, de não aceitação, a priori, de ideias e informações, inclusive, dos modelos científicos, colaborando para a construção da autonomia de pensamento e de ação com visão crítica da realidade.

Refletindo sobre as questões acima, e com o intuito de encontrar vias para abrir caminhos novos ou contribuir com eles para um futuro diferente, uma empresa: a Bayer – reconhecida por seus avanços científicos – uma organização do 3º setor: a Fundação Abrinq – Save The Children – que há 20 anos promove a defesa dos direitos e o exercício da cidadania de crianças e adolescentes e a Fundação Julita – que atua em ações sociais e educacionais na zona Sul de São Paulo, com a parceria das Secretarias municipal e esta-dual de educação, reuniram-se para realizar este projeto em quatro escolas, no distrito da Capela do Socorro, que tem importância metropolitana, pois seus mananciais contribuem com cerca de 30% da água potável que abastece o município de São Paulo.

Porém, a região apresenta sérios problemas ambientais resultantes das precárias condições de moradia de grande parte da população, da ausência de infraestrutura e de serviços urbanos adequados, do desmatamento indiscriminado e da poluição das águas.

É essa a razão pela qual realizamos este projeto, e agora queremos compartilhar formas, caminhos, aprendizagens, práticas, espaços de atuação e trocas com a crença de que há muitas maneiras de se promover uma nova consciência.

A P R E S E N TA Ç Ã O D O P R O J E T O

S U M Á R I O Introdução 6

I – Por que estudar Ciências? 7II – O Projeto PontocomCiência – PPCOM 8III – Aprendizagens a partir da metodologia do Projeto 30IV – Considerações finais 31V – Caixa de ferramentas 32

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Uma experiência, um desafio que desmistificasse o estudo das Ciências foi o alvo a ser atingido. O diferencial do Projeto PontocomCiência - PPCOM foi a busca por meios de se alcançar tal objetivo com a soma de várias metodologias que não se confrontavam, porém complementavam-se.

Este registro visa contribuir com uma prática educativa voltada ao estudo das Ciências numa perspectiva de integração entre a natureza e os seres humanos, conside-rando como foco a mudança de comportamento aliada às perspectivas de melhoria da qualidade de vida das pessoas e das comunidades.

Esperamos, com isso, que esta publicação possa garantir a memória das apren-dizagens e ações implementadas no projeto, multiplicar as metodologias utilizadas no seu desenvolvimento e apontar os desafios e implicações voltadas ao desenvolvimento de projetos envolvidos com a temática.

“Se planejarmos para um ano, plantamos arroz.Se planejamos para dez anos, plantamos árvores.Se planejamos para cem anos, preparamos pessoas” antigo ditado chinês

I. Por que estudar Ciências?Mostrar a Ciência como um conhecimento que colabora para a compreensão

do mundo e suas transformações, para o reconhecimento do homem como parte do universo e como indivíduo, é a meta que se propõe para o ensino da área na escola fundamental. A apropriação de seus conceitos e procedimentos pode contribuir para o questionamento do que se vê e se ouve, para a ampliação das explicações acerca dos fenômenos da natureza, para a compreensão e valoração dos modos de intervir na natureza e de utilizar harmonicamente os seus recursos.

O estudo das Ciências possibilita ao ser humano trilhar por caminhos fascinan-tes do conhecimento ilimitado e mutável. Diante da constante evolução tecnológica e científica, há a necessidade de preparar a sociedade para a era do conhecimento e da informação. Este foi um dos objetivos do Projeto PontocomCiência.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’s – são uma referência para a

educação no país, orientando e direcionando os critérios do ensino. Segundo eles, “numa sociedade em que se convive com a supervalorização do conhecimento cientí-fico e com a crescente intervenção da tecnologia no dia a dia, não é possível pensar na formação de um cidadão crítico à margem do saber científico”.

É também, aqui, que buscamos a referência para a integração deste saber com o que os PCN’s denominam “Temas Transversais”, cuja complexidade e amplitude não cabe a uma única disciplina desenvolver.

A questão ambiental, como exemplo de tema transversal e também tema es-colhido para integrar a multiplicidade deste projeto, pode e deve ser trabalhada e discutida de forma interdisciplinar, participativa, comunitária, criativa e valorizadora da ação, auxiliando na formação da própria cidadania.

I N T R O D U Ç Ã O

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8 91 Fonte: IBGE

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II. O Projeto PontocomCiência - PPCOMO PPCOM foi concebido com o intuito de despertar nas crianças e adolescen-

tes o interesse pela Ciência e Pesquisa contribuindo, assim, para o desenvolvimento socioambiental da região da Capela do Socorro, foco geográfico do projeto devido a sua importância metropolitana, já que seus mananciais contribuem com cerca de 30% da água potável que abastece o município de São Paulo e cerca de 90% de seu território estão inseridos em área de proteção aos mananciais.

A Capela do Socorro está situada ao sul da cidade e possui 134 Km² de superfície, é formada pelos distritos de Socorro, Cidade Dutra e Grajaú, com po-pulação de 672.901 (2008)1.

Diante de seu histórico de ocupação irregular, rápido crescimento populacional e da falta de planejamento, a Capela do Socorro apresenta sérios problemas ambientais, precárias condições de moradia de grande parte da população, ausência de infraestrutura e de serviços urbanos adequados, desmatamento indiscriminado e poluição das águas. Es-timativas apontam a existência de aproximadamente 200 bairros irregulares e 220 favelas.

Neste cenário, o projeto foi implementado no ambiente escolar, pois entendeu tratar-se de um espaço para o fomento de iniciativas de forma articulada com a comunida-de e com isso estabelecer uma relação de compartilhamento de ações e resultados.

O Projeto PontocomCiência contribuiu para o desenvolvimento de uma cultura de respeito, cuidado e responsabilidade com o meio ambiente na região, agregando con-teúdos de ciência, pesquisa e educação ambiental às aprendizagens adquiridas pelos alunos no contexto escolar. Além disso, multiplicou os saberes aprendidos à comunidade.

Estimulou o interesse pela ciência e o espírito investigativo em aproximadamente 410 alunos que passaram pelo projeto nos seus 18 meses de duração, além de incitar ações de protagonismo, entre alunos, professores e comunidade local por meio das in-formações multiplicadas, baseadas nas soluções encontradas e que foram apresentadas

nas duas feiras de ciências que ocorreram durante o período.Complementou o currículo escolar por meio de oficinas acerca de questões ambien-

tais em quatro escolas de ensino fundamental da região, sendo duas escolas municipais e duas estaduais. Os encontros ocorreram no contraturno escolar, com duas horas de duração, duas vezes por semana. Cada grupo formado por aproximadamente 20 alunos participou do projeto durante 2 meses, totalizando 32 horas de trabalho.

Quanto ao perfil dos alunos das escolas participantes, heterogeneidade é um bom conceito, pois alguns vinham dos bairros vizinhos, próximos da escola e que, portanto pos-suíam um nível socioeconômico mais elevado, pois o entorno das escolas é formado por moradias de classe média em sua maioria. Porém, nesta composição, uma grande parte dos alunos migravam de bairros mais distantes, locais mais pobres e para isso, necessitavam de transporte público. Muitas vezes demoravam cerca de hora para chegar à escola. Grande parte deles pertenciam a uma classe socioeconômica mais baixa. O fato de percorrerem longas distâncias, diariamente, residia no fato de buscarem escolas com melhor nível de qualidade de ensino e, fugirem do alto índice de violência nas escolas de seus bairros.

A faixa etária requerida para o projeto compreendeu alunos de 8 a 14 anos, mas devido à solicitação de uma das escolas participantes, houve a inclusão de alunos do ensino médio, ampliando a faixa etária para até 18 anos.

E foi justamente esta riqueza na diversidade social, econômica, cultural, etária e cognitiva, somada à multiplicidade metodológica que fizeram do projeto, além de uma experimentação, um modelo relevante para ser copiado e ampliado, com vistas a abranger outras escolas, quiçá, até, uma política de ensino, tornando a permanência nas escolas um querer dos próprios alunos.

1. Diagnóstico Ambiental - Saídas de CampoNosso nível de atenção aos eventos está muito condicionado aos nossos interes-

ses e, a mídia de massa exerce forte influência na forma como enxergamos o mundo. Nas grandes cidades, a poluição visual e a sonora colaboram com a composição

das nossas percepções. Sendo assim, há de se trabalhar no sentido contrário, buscando des-pertar o olhar e o interesse crítico pelos eventos ao nosso redor. Talvez consigamos diminuir o grau de baixa percepção e contribuir para a formação ou transformação de sujeitos mais conscientes no nosso meio. É requisito fundamental para o desenvolvimento de um cientis-ta, de um pesquisador, seja ele um curioso pelas ciências exatas, humanas ou sociais, um olhar crítico e questionador sobre os acontecimentos e o mundo. Afinal, é consenso entre os grandes pensadores que muito mais importante que dar respostas, está a competência em formular boas perguntas! Capacitar-se para isso, apesar de simples, não é tão comum em nossa sociedade. Basta atentarmos para o quadro social, ambiental, político e econômico e o quanto nos movimentamos no sentido de mudar para melhor esse panorama.

Portanto, propiciar a mudança do “olhar” sobre o mundo é tão importante quan-to oferecer conhecimento e, nesse sentido, o PPCOM foi terreno fértil nestas práticas.

Para isso, os locais de encontros do projeto não foram padrões. O uso das “salas de aula” não fazia parte do cotidiano dos alunos; a sala de aula do projeto era o meio, os espaços abertos – local onde foi possível observar os fenômenos e assim trabalhar o interesse por eles.

Estudos de campo, as atividades de observação do entorno da Capela do Socor-ro fizeram-se frequentes, incluindo as visitas à Represa Guarapiranga, a qual faz parte do

Capela do Socorro no detalhe do

mapa do Município de São Paulo

Planejamento do diagnóstico ambiental

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contexto cultural e ambiental dos alunos e a prática do “olhar”, do diagnóstico ambiental da região a que pertencem, aflorava cada vez mais o interesse pelo projeto.

Na execução do PPCOM, a partir do momento em que um tema fosse esco-lhido, que um objetivo fosse desenhado, outros elementos importantes também eram agregados, favorecendo, assim, a amplitude do diagnóstico ambiental. Neste contex-to, as visitas a locais que de alguma maneira viessem somar ao conhecimento foi muito importante para o processo de construção dos projetos, sem deixar de considerar a motivação que este tipo de atividade causou nos alunos.

Alguns exemplos de locais visitados de acordo com o tema:

Água e EnergiaETA Guaraú - Estação de Tratamento de Água da SABESPProjeto Navega São Paulo – Navegação em trecho poluído do Rio TietêNascente e Barragem do Rio Tietê – SalesópolisSolo Sagrado do GuarapirangaEspetáculo das Águas – Represa GuarapirangaParque do Guarapiranga

LixoCoopercaps – Cooperativa de Triagem de Recicláveis da Capela do SocorroParque do Guarapiranga

SustentabilidadeCasa dos HólonsProjeto Dedinho Verde

TecnologiasCIENTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da USPCatavento Cultural e Educacional

Cada tema foi desmembrado de acordo com o projeto desenvolvido. Veja o exemplo de um tema e uma de suas ramificações:

Tema: ÁguaProjeto: Efeito do cultivo de plantas comestíveis com águas do Tietê

Uma ferramenta importante e que esteve presente desde os primeiros encontros do projeto foram as câmeras digitais de foto e vídeo que eram disponibilizadas aos alunos sempre no início de cada encontro para que pudessem registrar os encontros e seus olhares sobre os fenômenos.

Dentro do seu cronograma, as oficinas de Foto e Vídeo contribuíram positiva-mente para a avaliação dos educadores. A partir das imagens foi possível observar a mudança do “olhar”, dos interesses dos grupos e também aperfeiçoar o uso das tecnologias de registro e suas nuances, portanto as imagens e vídeos que eternizaram o projeto são seu próprio reflexo. As abordagens sobre água, horta e lixo tiveram maior incidência nos diagnósticos e, portanto onde ocorreu maior produção, gerando diferentes abordagens sobre o mesmo tema. Vale destaque para o tema “horta” que foi um ponto forte no desenvolvimento do projeto.

2. HortasA experiência da horta nas escolas do projeto foi iniciada com o objetivo de

proporcionar às crianças e jovens uma prática de aprendizagem das diversas lingua-gens das ciências e de amplo espectro, laboratório vivo e de fácil apropriação da aproximação da realidade.

A horta é composta por sistemas vivos com pleno potencial didático. A visão sistêmica da natureza e de seus fenômenos tem ocupado a vanguarda do pensamento científico. Sua base é formada pela tríade: rede, reciclagem e fluxo energético.

O entendimento destes fenômenos e suas interações é perfeitamente compreen-sível no universo das crianças, pois elas o vivenciam a todo momento. Explorar essa afinidade natural, possibilitar meios para que este entendimento floresça favorecem o

Acima, visita ao Projeto Navega São Paulo. Abaixo, ETA

Guaraú – Estação de Tratamento de Água da Sabesp

Acima, visita ao Parque do Guarapiranga. Abaixo, prática de aprendizagem na Oficina Horta

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desenvolvimento de pensamento científico nas crianças. Durante todo o processo, várias ciências podem ser desvendadas à luz da práti-

ca, como a geometria do desenho, espaçamento de cada muda, área a ser plantada, quantidade e períodos de regas, estações do ano e suas influências no plantio, observa-ção de fenômenos maiores e suas relações com a horta, como os pontos cardinais e a influência da movimentação solar no desenvolvimento das plantas, direção dos ventos e das águas da chuva, declividade do solo, escoamento, infiltração e permeabilidade do solo, ecologia do solo (microbiologia), transformações químicas causadas pelas bacté-rias e fungos, germinação, fototropismo, fotossíntese, composição nutricional dos alimen-tos, nutrição e alimentação saudável, ciclo da água, do carbono, do nitrogênio, e muito mais. A lista é enorme e pode ser elaborada no currículo escolar, partindo do micro para o macro no que concerne aos fenômenos, de ciclos como cultivo, colheita, manutenção, compostagem e reciclagem, para sistemas maiores como o fluxo energético da teia da vida, os ciclos do carbono, da água e do nitrogênio.

As hortas foram experimentos científicos que proporcionaram importantes co-nhecimentos a respeito das ciências naturais e ambientais.

3. Concurso de RedaçãoAs primeiras iniciativas foram concursos de redação, envolvendo o total de

3.100 alunos. Apesar de o Projeto focar, prioritariamente, a faixa etária de 8 a 14 anos, os concursos envolveram a comunidade para a questão ambiental. Assim, os alu-nos do Ensino Médio e do EJA – Educação de Jovens e Adultos – também participaram. Os temas escolhidos para as redações foram “A importância do Saneamento Básico para a Represa Guarapiranga” e “Carta de Amor à Natureza da Capela do Socorro”.

No encerramento das atividades de 2009, foi realizado, pelo segundo ano consecutivo, o Concurso de Redação envolvendo mais de 3.000 alunos das escolas Dom Duarte e Almeida Jr. Desta vez o tema foi único: “5Rs – recusar, repensar, reduzir, reutilizar e reciclar”.

4. Feira de Ciências A divulgação científica confere aos pesquisadores (aqui cabe aos profissionais

e aspirantes) a valorização de seu estudo e proporciona à comunidade (científica ou escolar) acesso ao conhecimento gerado.

Certamente, as feiras de ciências são eventos importantes para a escola e espe-cialmente para os alunos, porque ao exporem seus trabalhos e verificarem o interesse que eles despertam nas pessoas com seus experimentos, ao notarem que são valoriza-dos, consequentemente os resultados são muito positivos: autoestima e autoconfiança, além de estímulo para a continuidade da investigação e do estudo.

Também se faz necessário citar que, para muitos alunos, falar em público é uma grande barreira e ultrapassá-la é outro grande desafio favorecido e incentivado por um evento como este.

O PPCOM, primando pelo acesso das crianças ao estudo de ciências na prática, preocupou-se, também, com a divulgação de todos os trabalhos gerados durante as oficinas.

No primeiro ano, houve uma feira de ciências entre as duas escolas que até então eram contempladas pelo projeto. A feira foi desenvolvida em uma das escolas e teve os seguintes projetos apresentados:• HortaemgarrafasPETeemcanteiro• Produtosdelimpezaecológicos• Terrário(Ciclodaágua)• Maquetesobrecomposteiraereciclagemderesíduossólidos• Filtrobiológicoparatratamentodeáguascinzas• Brinquedoseartesanatoscommateriaisreutilizados• MaquetedaRepresaGuarapiranga

Já no segundo ano, houve uma grande feira de ciências onde as quatro escolas participantes se uniram para expor seus trabalhos dentro da empresa Bayer. Contando com aproximadamente 250 visitantes, a exposição dos 28 experimentos foi para todos uma cele-bração do conhecimento e da divulgação científica. Vale a pena destacar os experimentos:

Germinação de sementes

Teste pH da água

Pigmentos Naturais

Fermentação

Produtos de limpeza ecológicos

Fazer a germinação de sementes em sementeiras, observando o tempo de crescimento e fatores que influenciam na germinação.

Demonstrar o potencial hidrogeniônico (pH) das águas do Tietê em situações diferentes (água potável, tratada e contaminada).

Extração de pigmentos naturais de elementos vegetais.

Observar e analisar a reação do Saccharomyces cervisiae (fermento biológico) sob diferentes condições. Aprender sobre a respiração anaeróbica.

Fazer produtos de limpeza caseiros que agridem menos o meio ambiente.

Acima, prática de aprendizagem na Oficina Horta.

Abaixo, I Concurso de Redação – EE Dom Duarte (2008)

Ao alto, o processo formativo. Acima, a experiência na I Feira de Ciênciass

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Nesta grande festa pela ciência, também foi possível ver trabalhos de outros alunos das escolas e as crianças puderam se divertir com os experimentos trazidos pela equipe do CIENTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da USP.

Outras duas grandes surpresas reservadas para este dia especial foram a expo-sição do acervo fotográfico do projeto e a exibição dos vídeos. Ambos são registros feitos pelas mãos dos próprios alunos: a exposição fotográfica arrancou suspiros dos pais, professores e comunidade, pelo encantamento no olhar de cada um que passou pelo projeto e a exibição dos filmes emocionou todos ao retratar os momentos de aprendizado, de alegria e descontração durante a execução das atividades.

5. A gestão compartilhada - Organizando as Feiras de CiênciasFeiras de Ciências não estão limitadas a experimentos. A organização de

uma feira temática é trabalhosa e exige grande empenho e criatividade por parte dos responsáveis.

No PPCOM, a organização das duas feiras de ciências ocorreu por meio de uma gestão compartilhada, de sucesso, nas quais os voluntários da empresa Bayer atuaram em conjunto com os alunos do projeto, educadores e coordenação pedagó-gica das escolas.

Foram muitas horas de dedicação por parte dos voluntários que se empenharam para que estes dois grandes eventos ocorressem de maneira que traduzisse a essência do projeto. Em ambas, o que se testemunhou foram projetos inovadores organização e estética impecáveis, brilho no olhar dos alunos envolvidos, encantamento por parte dos educadores, professores, familiares, comunidade, voluntários e representantes das instituições parceiras.

Todo trabalho, quando compartilhado, possui enorme chance de alcançar resul-tados surpreendentemente positivos, e foi exatamente o que aconteceu!

6. O processo formativoAs escolas contempladas pelo projeto se assemelham apenas em alguns aspec-

tos como, por exemplo, a localização, porém um fator importante de semelhança entre todas foi a empatia com que o PPCOM foi recebido por parte da direção e coordena-ção das escolas. Os educadores do projeto sempre encontraram as portas da escola aberta para construírem suas atividades junto aos alunos com grande flexibilidade e liberdade de atuação.

Das quatro escolas, apenas uma, a Escola Estadual Dom Duarte Leopoldo e Silva – EE Dom Duarte, dispunha de laboratório de ciências. Ela foi contemplada pela empresa Bayer com novos equipamentos de pesquisa, como microscópios, vidrarias, entre outros materiais que compõem um laboratório. Esse fato favoreceu a prática de alguns experimentos, especialmente aqueles que necessitam de materiais específicos de pesquisa. Além disso, nesta escola, era reservado o espaço de uma sala utilizada pela educadora para seus encontros com os alunos. Em todas as esco-las, de modo geral, as educadoras do projeto passaram a ampliar o espaço da sala de aula de aula para os ambientes externos, ao ar livre.

A EE Dom Duarte possui 1.695 alunos e seu espaço é constituído por 42 salas de aula, um laboratório de informática, um laboratório de ciências, uma sala de vídeo, auditório, biblioteca, pátio e quadra de esportes. Está localizada na Avenida de Pinedo, 577 – Socorro – São Paulo – SPSua direção é composta por:• Maria Neide Batista de Castro – Diretora• Cícera Maria Correia da Silva – Assistente de Direção• Elisabeth Esteves Guedes – Coordenadora Pedagógica• Maria do Carmo Ferreira dos Santos Barbosa – Coordenadora Pedagógica

Acima, o processo formativo

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A Escola Municipal de Ensino Fundamental Prof. Almeida Junior – EMEF Almeida Junior possui amplo espaço verde o que facilitou as aulas ao ar livre. Além disso, possuía uma horta abandonada que foi reativada pelo projeto na primeira feira de ciências e que depois virou instrumento didático no PPCOM.Há atualmente 800 alunos, divididos em 33 salas de aula. Possui um laboratório de informática, biblioteca, sala de vídeo, quadra de esportes e pátio.Está situada na Rua Francisco Mendes, 238 – Socorro – São Paulo – SPSua direção é composta por: • Maria Assumpta do Carmo Ferreira – Diretora• Valéria Virgínia Dinis Moreira Lima – Assistente de Direção• Vicentina Munos Aidar – Coordenadora Pedagógica• Edvaldo Cardoso da Silva – Coordenador Pedagógico

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Plácido de Castro – EMEF Plácido de Castro é formada por 847 alunos e 27 salas de aula. Possui um laboratório de informática, uma sala de leitura, uma sala de apoio pedagógico, pátio, quadra de esportes e áreas abertas potenciais para cultivos de plantas. Por isso um destes espaços abertos foi transformado em horta, composta por plantas medicinais, comestíveis e temperos.Situada na Rua Antônio Mesquita Pereira, 78 – Jardim Maria Tereza – São Paulo – SPSua direção é constituída por: • Marisa Virgínia Shiumarine – Diretora• Maria Paula Pereira – Assistente de Direção• Maria Helena Gasparelo – Coordenadora Pedagógica• Marise Dantas de Freitas – Coordenadora Pedagógica

A Escola Estadual Calhim Manuel Abud – EE Calhim Manuel Abud é daquelas escolas que dá gosto de se ver. Flores e plantas se confundem. Sua arquitetura remonta o antigo em seus milhares de “bloquinhos” cor de barro.Frequentada por 1.967 alunos, divididos em 51 salas de aula. A escola possui um laboratório de informática, sala de vídeo, uma biblioteca, pátio, quadra de esportes, muitos jardins, um roseiral, uma horta, uma arena, diversos espaços abertos amplos e verdes. Foi inevitável a construção da horta Mandala em Flor, desenvolvida pelos pequenos alunos do projeto que hoje cuidam carinhosamente das plantas que cultivam. Situada na Rua Oscar Fernandes, s/n – Jardim Veneza – São Paulo – SPSua direção é constituída por: • Marlene Maria Zillo Magnoni – Diretora• Maria Angela S. Torrezam – Vice-diretora• Enedina Aparecida Werdr – Vice-diretora• Vera Ilse S. Alves Pedroso – Coordenadora Pedagógica• Renata Thomazino Rodrigues – Coordenadora Pedagógica• Maria Angélica Figueira Massi – Coordenadora Pedagógica

7. Pedagogia de ProjetosEsta metodologia foi um dos nortes do PPCOM, pois após a ambientação dos

participantes ao contexto do projeto, coube a eles a decisão pelos próximos passos, os seus rumos.

A Pedagogia de Projetos considera que os atores envolvidos possuem as condi-ções necessárias para estruturar a busca por soluções de problemas a partir do momento em que eles foram observados pelo grupo, que de maneira cooperativa encontrará meios de solucioná-los. Evidentemente, o nível de dificuldade ou facilidade das soluções encontradas dependeram do desenvolvimento cognitivo do grupo como um todo.

Passeio Sabor da Fazenda

Pedagogia de projetos exposição de trabalhos

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Na experiência do Projeto PontocomCiência a diversidade caracterizada pelos grupos enriqueceu este processo e todos os projetos desenvolvidos foram construídos coletivamente com base na colaboração.

Considerando que a prática do projeto foi um enlace entre variadas metodolo-gias interessantes e complementares, os educadores puderam experimentar e avaliar resultados significativos e muito positivos quanto à apropriação dos conteúdos apren-didos e às mudanças de comportamento dos envolvidos.

Cada tema escolhido seguiu uma orientação estrutural em seu desenho e exe-cução como descrito abaixo.

• Diagnóstico• Objetivo• Formulaçãodosproblemas• Planejamento• Execução• Avaliação• Divulgaçãodotrabalho

A seguir, um exemplo de um tema de maior incidência nos projetos e que por-tanto teve distintas abordagens.

Diagnóstico local• Problema:Lixo Onde: Ruas Praças Escolas Represa Guarapiranga Rio Pinheiros

• Soluçõesencontradas Conscientização da comunidade escolar (campanhas de sensibilização, envolvimento dos professores da escola para trabalhar o tema em diversas disciplinas). Implantação de Coleta Seletiva na escola envolvida com o tema. Conscientização da comunidade local - campanhas de sensibilização. Levantamento de cooperativas de coleta seletiva locais e contato para parceria com a escola. Mutirão de limpeza da Represa Guarapiranga, conjuntamente com sensibilização do público passante.

• Mudançasatitudinais Grande parte dos alunos de todas as turmas envolvidas no projeto abandonaram completamente ou reduziram consideravelmente o ato de jogar lixo na rua. Cobrança de práticas resolutivas no meio familiar. Mudança nos padrões de consumo por parte dos alunos mais envolvidos com o projeto.

• AlgunsconceitosaprendidosMatéria-primaeManufaturados.- origem, constituição da matéria, processamento e tecnologia aplicada na produção de produtos.

Ciclodevidadosprodutos–donascimentoàmortedosprodutos.- logística, recursos energéticos utilizados na produção de manufaturados, destinação final, tempo de decomposição dos materiais.

Economia–custosenvolvidosemtodacadeiaprodutiva.- extração, produção, comercialização, destinação final – custos e rendas geradas em cada etapa.

Visita ao Projeto Navega São Paulo

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3R´s–Redução,Reúso,Reciclagem.- conhecimento da diferença de cada um dos conceitos.

ImpactoAmbientaldadestinaçãoincorretadolixo.- contaminação da água, ar, solo e seres vivos – efeito cascata da contaminação ambiental.

Alternativas- desenvolvimento de tecnologia verde, empilhamento de funções – reúso, arte - criatividade, consumo consciente.

Algo importante a ser mencionado é a questão de outros valores somados a todo processo de aprendizagem destes conhecimentos. Dentre eles estão:

• Responsabilidade – comprometimento com a pesquisa e desenvolvimento de todas as fases do projeto.• Autonomia – iniciativa de ir além do proposto.• Autenticidade – diante da complexidade dos conteúdos aprendidos e do contexto cultural dos grupos.• Criatividade / inovação – na busca das soluções possíveis. • Observação – afloramento do olhar crítico diante dos fenômenos e amplitude de visão.• Cooperação – espírito de equipe.

8. Projetos das 4 escolasCada turma que passou pelo projeto desenvolveu um tema diferente com

base na observação e no diagnóstico. Por ser o objetivo principal desta publicação divulgar o processo e as metodologias desenvolvidas durante o projeto, não caberá a este espaço a citação e consequente detalhamento de todos os experimentos, mas elegemos um experimento por escola para efeito de amostragem.

EMEF Almeida JuniorFiltroBiológico

Os filtros biológicos são sistemas naturais de purificação da água que, a partir da observação da natureza, foram trazidos à luz do conhecimento humano. Muitos são os lugares neste imenso Brasil em que saneamento básico é desconheci-do até mesmo no nome. Lugares como estes tem seus esgotos expostos a céu aberto e habitantes sujeitos a diversas patologias, além de favorecer a contaminação dos rios e lençóis freáticos.

A busca por soluções simples e pelo seu compartilhamento não é somente um dever daqueles que possuem poder e/ou conhecimento, é uma atitude de generosida-de para com o próximo e fator agregador no desenvolvimento da comunidade local.

ObjetivoConstruir um filtro biológico didático para demonstração de sua eficiência.

JustificativaO conhecimento de tecnologias de fácil aplicação e que seja constituído de elementos acessíveis a todas as camadas da população é de extrema importância, especialmente, quando se trata da qualidade da água, um bem indispensável para a vida no planeta.

MetodologiaO sistema de camadas naturais retira as partículas sólidas da água, realiza a filtragem biológica que estabiliza os níveis de substâncias prejudiciais que se formam na água.Esse sistema pode ser utilizado para tratamento de águas cinzas (águas utilizadas em tanques, pias, chuveiros) que poderão ser reaproveitadas para limpeza, descarga de banheiro e irrigação do jardim.Camadas e Funções• Areia, terra e pedras: Decomposição da matéria orgânica, através do consórcio com bactérias benéficas;• Serragem: Separação das camadas dos filtros;• Carvão ativado: Remoção de cloro e outras impurezas;• Plantas: Filtragem e limpeza da água (absorção de nitrogênio e fósforo).

As camadas do filtro foram montadas em uma caixa de vidro, facilitando sua visuali-zação, bem como a percolação da água. Em sua base, uma mangueira transparente foi conectada em um furo na caixa de vidro com o objetivo da retirada da água após a filtragem.No decorrer dos dias, os alunos experimentaram despejar no filtro águas de diversas naturezas, misturadas com alimentos e outras vezes com produtos químicos como sa-bão e shampoo.

Visita a Coopercaps, cooperativa de triagem de recicláveis

Acima, alunos preparando o experimento do Filtro Biológico

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ResultadosO grupo pôde observar no decorrer dos dias que as águas filtradas saíam do sistema cada vez mais limpas, confirmando o desenvolvimento dos micro-organismos responsá-veis pela decomposição da matéria orgânica.Observaram também que as plantas do sistema nada sofreram, exercendo perfeita-mente suas funções, evaporando água limpa.

De outro lado, um movimento de retorno ao tradicional, aliado a novas tecnolo-gias, vem demonstrando alternativas a este modelo ultrapassado de construção no qual o desperdício e o uso de produtos com altas composições químicas imperam.

Os produtos utilizados nas construções não podem mais fazer parte de um problema quando findar seu ciclo de vida. Portanto, quanto mais próximo do natural um produto for, mais facilmente retornável à natureza. Sua reciclagem, seja natural ou industrial, é favorecida.

Outro ponto importante das construções “sustentáveis” é o uso e a potencializa-ção das energias limpas.

É fato que construir casas a partir dos conceitos sustentáveis é muito mais fácil que implementar tais ações em ambientes construídos. Cada vez mais, novos méto-dos são criados ou ainda os antigos reformulados para que estes ambientes possam ser adaptados.

ObjetivoAmpliar a discussão e o acesso ao conhecimento das tecnologias sustentáveis do setor da construção civil.

JustificativaHá estudos que demonstram uma estreita relação entre a saúde do edifício/casa com a saúde de seus moradores. Uma casa construída a partir de materiais com reduzidos compostos químicos, que preserve também a circulação de outros elementos naturais, transforma-se em um ambiente mais saudável para seus habitantes.Diante das problemáticas ambientais observadas em âmbito global, o uso de tec-nologias limpas que gerem menos detritos é mais um esforço contrário à lógica do modelo tradicional.

MetodologiaO grupo que decidiu por este tema pôde visitar uma casa2 nestes moldes e constatar as práticas referentes a estes conceitos. A partir de então, construíram uma grande maquete onde as tecnologias sustentáveis foram expostas.

ConclusãoO grupo pôde aprender a conjunção entre construções ancestrais, tradicionais e as no-vas tecnologias por construções mais sustentáveis, multiplicando aquilo que visualizaram com seus próprios olhos. Portanto, a exposição da maquete foi feita a partir de algo em que eles não só acreditavam, mas a partir de então, defendiam.A casa ecológica, além de beneficiar o meio ambiente, garante o bem-estar de seu usuário, faz bem para a saúde, para o bolso e para o planeta.

AprendizagemdoProjetoDentre as diversas tecnologias que o grupo pode conhecer estão: • Sistemadecaptação,tratamentoereaproveitamentodeágua. Tratamento das águas cinzas. Captação da água da chuva. Reaproveitamento das águas tratadas e captadas para uso em privadas, regas, limpeza.

Alunos ouvindo explicações enquanto observam construções sustentáveis na Casa dos Hólons

2 Casa visitada: Casa dos Hólons - http://www.13luas.art.br/casadosholons/xps/modules/news/

AprendizagemdoprojetoDurante o período de desenvolvimento do projeto, os alunos se envolveram em diversos temas correlacionados com experimento, aprendendo sobre os decompositores (impor-tância, usos e potenciais biotecnológicos), remediação de impactos ambientais, Reinos Funghi e Monera, meios de cultura. É importante mencionar também que o acesso a este tipo de conhecimento, bem como a sua divulgação, multiplicação desta tão simples e efi-caz tecnologia tem imenso potencial, uma vez que estimula a busca por soluções simples em uma questão tão importante como a do saneamento básico, aspecto importantíssimo relativo a saúde pública.

EE Dom DuarteEcocasaAcasasustentável

Atualmente, as construções são as principais responsáveis pelos impactos causados à natureza, pois consomem mais da metade de toda a energia usada nos países desenvolvidos e produzem mais da metade de todos os gases que vêm modificando o clima.

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• Usodeenergiasalternativas Iluminação natural – uso da orientação solar para o direcionamento das janelas e melhor aproveitamento da luz natural, além do uso de janelas amplas e claraboias.• Tratamentodosresíduos Reciclagem – separação e destinação correta dos resíduos recicláveis. Compostagem – de resíduos orgânicos que podem ser usados nos jardins como adubo.• Produçãodealimentosemjardinscomestíveis Cultivo de hortaliças, medicinais, temperos em diversos tipos de hortas possíveis (mandala, espiral, vertical com garrafas PET).• Usodemateriaisecológicos(atóxicos,recicláveisereutilizáveis) Tintas de terra – produção de variadas cores a partir de terras de locais diferentes. Construções com terra – diversas técnicas de construções com barro (adobe, superadobe, taipa de pilão, pau-a-pique, solo-cimento). Construções com bambus e madeira – estruturas. Telhados verdes – ampliação da área cultivável utilizando os telhados.

EMEF Plácido de CastroBeetlebot

A questão do lixo é, atualmente, alvo de debates entre os governos, empresas e a sociedade devido à urgência em se adotar práticas e políticas de gestão em todas as esferas, dada a falta de espaço físico que os grandes centros enfrentam e os custos exacerbados investidos na destinação desses detritos.

É fato que muito do que jogamos no lixo não é lixo, pois a maior parte daquilo que julgamos “lixo” pode ser reciclado ou reutilizado. Do lixo seco, quase tudo pode ser aproveitado na reciclagem ou no reúso. O lixo úmido, constituído em sua maior

porção de matéria orgânica, pode se transformar, através do processo da composta-gem, em adubo, alimento riquíssimo em nutrientes para as plantas.

Diante da evolução tecnológica, outros resíduos foram surgindo com seus in-trincados componentes compostos de perigosas substâncias. O lixo eletroeletrônico é, hoje em dia, um problema para os departamentos de limpeza pública, pois os aterros sanitários não são preparados para receber este tipo de material.

Outro problema relevante neste quesito, é a questão da realidade de aterros sanitários no Brasil. Em São Paulo, por exemplo, menos da metade dos locais utiliza-dos para destinação final do lixo é de aterros sanitários e mais de 50% dos espaços utilizados para este fim são de lixões.

Diferentemente dos lixões, os aterros sanitários são projetados e implementados seguindo normas rígidas de engenharia para se preservar o solo, o lençol subterrâneo da infiltração do chorume (líquido enegrecido e de forte odor proveniente da decom-posição dos resíduos), evitando, assim, a contaminação dos lençóis de água, o que representaria uma catástrofe, pois “mataria” um rio antes que ele nascesse. Conse-quentemente impactaria toda a cadeia alimentar, porque a água e o ar são elementos essencias na sobrevivência dos seres vivos do planeta. Também, nos aterros sanitários, os gases emitidos pela decomposição dos materiais são recolhidos e tratados para que não poluam ainda mais o ar.

Quando um lixo qualquer é enviado para os lixões, impactos ambientais de larga abrangência podem ocorrer. Se este lixo for eletrônico, o problema é ainda pior, pois os computadores, por exemplo, são constituidos por metais pesados, sendo que em muitos, são encontrados até 17 tipos diferentes destes metais. A partir do momento em que este tipo de material é exposto aos intemperismos, pode contaminar o solo, o ar e a água do local atingindo a cadeia alimentar. Nós, seres humanos, somos fatal-mente atingidos pela contaminação do meio ambiente. É importante mencionar que os

Alunos realizando o tratamento de residuos orgânicos

para compostagem

Alunos realizando a compostagem

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metais pesados, em sua grande maioria, possuem efeito acumulativo, alcançando com isso todos os níveis tróficos que geram problemas graves à saude pública.

A escola é um importante espaço para este tipo de debate e pode ensinar alter-nativas inovadoras para o descarte dos diversos resíduos eletroeletrônicos.

O beetlebot é um robô construído com componentes simples e reaproveitados. Tais componentes podem ser encontrados em computadores quebrados e se transfor-mar em modelo de aprendizagem das ciências físicas e químicas.

ObjetivosConstruir robôs a partir da desconstrução de peças de computadores “obsoletos” com intuito de desmistificar o acesso à tecnologia.Possibilitar o debate sobre o lixo eletroeletrônico, buscando com isso sensibilizar os interessados.

JustificativaÉ construído com peças que podem ser encontradas em muitos equipamentos eletrôni-cos obsoletos (sem uso). Os componentes do robô não são programáveis, portanto é um projeto de fácil construção.A produção dos beetlebots pode ser uma simples brincadeira com pilhas e motorzi-nhos, como também um sistema de ensino didático para todas as idades.

MetodologiaOs alunos levaram cd´s velhos para a oficina, enquanto a educadora levou peças de computadores que estavam sem uso. Os alunos desmontaram as peças, conhecendo um pouco a sua constituição física.A ideia principal do projeto foi coletada no site abaixo, de autoria de Jerome Demers. http://www.instructables.com/id/HowtoBuildaRobotTheBeetleBot/Com o auxílio do manual os robôs foram confeccionados e colocados a funcionar

ConclusãoPode-se concluir na prática que o termo “lixo” é designado quando nós, seres huma-nos, não queremos fazer uma análise um pouco mais aprofundada do material em si e suas potencialidades. O grupo concluiu que a redução de lixo no planeta é de fácil aplicação a partir do momento em que mudamos o olhar sobre as coisas. No caso do lixo eletrônico com que eles trabalharam, o material passou de lixo a robô.

AprendizagemdoprojetoO grupo teve acesso à tecnologia brincando, uma maneira bem didática de aprender. Além do mais, os conceitos acerca de reciclagem, reúso, impacto ambiental do lixo eletroeletrônico, robótica, aterros, lixões e lixo foram amplamente trabalhados e assimi-lados como multiplicadores desses conhecimentos entre os colegas da escola.

EE Calhim Manuel Abud Testederesistênciadeplantasàcontaminação

O tema escolhido para este experimento foi “Águas do Tietê” e a partir do estu-do dos diferentes estágios de qualidade em que podemos encontrar as águas do maior rio de São Paulo, o grupo formado por alunos entre 13 e 16 anos, decidiu avaliar o impacto gerado no desenvolvimento das plantas quando expostas à água contamina-da do Tietê. Para isso, utilizaram, como controle de amostra, águas de outras duas fontes do Tietê: uma potável e outra tratada.

ObjetivoAvaliar o comportamento de duas espécies diferentes de plantas comestíveis que foram expostas às águas de diferentes qualidades do Rio Tietê.

JustificativaAo observar espécies vegetais e animais vivendo no entorno do Rio Tietê, na sua por-ção poluída, foram levantados os questionamentos acerca do desenvolvimento destes seres quando expostos a este ambiente. Consequentemente, foi feita a relação de como nós, seres humanos, nos comportamos em ambientes semelhantes.

Visita à Coopercaps, cooperativa de triagem de recicláveis

Diagnóstico para teste de resistência de plantas à contaminação

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MetodologiaDurante setenta e cinco dias, os alunos responsáveis por este experimento praticaram uma metodologia científica para testar a resistência de duas espécies diferentes de plantas em condições muito diferentes em suas regas.Foram utilizadas amostras de manjericão (planta resistente) e salsa (planta suscetível) e montadas três jardineiras com amostras das duas espécies. Cada uma foi regada com água provinda de um local específico:

Água da Nascente do Rio Tietê (água potável) Água do Rio Tietê, recolhida da zona metropolitana de São Paulo (água poluída) Água Tratada da SABESP (é adicionado flúor, cloro e cal)

Durante o período das regas, houve um rodízio de alunos e para isso foi montada uma agenda. Cada dupla era responsável por regar as plantas em dias específicos e ob-servar suas condições gerais, como presença de pragas, crescimento e aspectos que conferissem adaptação ou a falta dela. Eles anotavam as observações que julgavam importantes e repassavam à educadora.

ResultadosNas primeiras semanas, o grupo observou um rápido crescimento das plantas das duas espécies que estavam sendo regadas com a água poluída em detrimento das outras amostras.

No segundo mês, estas mesmas plantas passaram a apresentar presença de pragas como pulgões, fato também observado nas plantas regadas com águas tratadas.

Nas últimas semanas, porém, houve uma recuperação delas, permanecendo apenas alguns pulgões em algumas espécies das duas amostras citadas acima.Não foi observada diferença no desenvolvimento das plantas mais suscetíveis (salsa) em relação às plantas mais resistentes (manjericão).

ConclusãoO uso de águas contaminadas em regas de plantas comestíveis gerou peque-nas mudanças em seu desenvolvimento em relação às plantas controle. Com isso, pode-se concluir que as plantas possuem alto potencial de adaptação à poluição e, diante disso, os alunos concluíram que nem todo alimento que possua aspecto saudável, o é de fato.Outro aspecto importante observado, alvo de discussões entre os alunos, foi o de que as águas tratadas, de alguma maneira, podem influenciar na imunidade das plantas, diante da constatação de pulgões nestas espécies.

Uma conclusão importante a ser mencionada é que este estudo experimental não considerou outras variáveis que deveriam ser testadas para legitimar uma conclusão mais acertada.

AprendizagemdoprojetoEsse projeto foi muito rico em relação à aprendizagem de metodologia científica. Por se tratar de alunos de oitava série, a educadora pôde aprofundar o tema que, muitas vezes, somente é visto na graduação e de maneira teórica. Com isso, os alunos pu-deram vivenciar a metodologia científica na prática, o que facilitou grandemente a as-similação de conceitos como hipótese, objetivo, justificativa, metodologia, discussão, resultados, conclusão, variáveis, disciplina, observação, registro de dados, relatórios de campo, sem deixar de mencionar a aprendizagem acerca de impacto ambiental da poluição e qualidades da água e botânica (fisiologia e ecologia).“Quando o ambiente muda, muitos seres vivos sentem de maneira drástica tal mudan-ça; outros, no entanto, se adaptam.”

Acima, modelo de tratamento de água da Sabesp.

À direita, visita à nascente do Rio Tiête, em São Paulo

Visita ao Projeto Navega São Paulo

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III. Aprendizagens a partir da metodologia do projeto

Como citado anteriormente, o Projeto PontocomCiência foi desenvolvido com base em alguns elementos norteadores e metodologias. Foi justamente esta diversidade experimentada no projeto que fez dele um aprendizado importante para todos os envol-vidos, educadores e educandos, professores, comunidade escolar, famílias e instituições.

É importante também reconhecer que o projeto teve aspectos que julgamos, devam ser melhorados para alcance de resultados ainda mais positivos e duradouros.

Nesse sentido, um dos aspectos observados pelos educadores foi a rápida participação de cada grupo de alunos nas atividades, o que por um lado foi impor-tante, porque contemplou um número maior de estudantes. Por outro, não provocou a profundidade desejada. Muitos alunos não queriam parar o projeto quando ele atingiu seus 16 encontros, momento em que metodologias estavam engrenando na cabeça das crianças, num ápice de conexão entre os alunos e educadores. Quando poderiam construir conhecimentos ainda mais amplos, chegou a hora de parar.

Além disso, outro ponto substancial no que concerne às melhorias a serem desen-volvidas num projeto como este é a construção coletiva com os professores das escolas. Apesar de ser um dos objetivos do PPCOM, essa aproximação não alcançou os efeitos desejados. São diversas as variáveis que justificam esse insucesso: a falta de motivação dos professores diante de seus baixos salários e a necessidade de cumprirem um currícu-lo linear que não promove essa organicidade.

Ficam aqui estas vivências para serem aprimoradas e replicadas de acordo com o perfil de cada local.

IV.ConsideraçõesfinaisOs frutos deste projeto serão colhidos. Alguns, de forma imediata. Outros, da-

qui a algum tempo e há ainda outros, lá na frente, bem lá na frente. O que sabemos é que sementes foram espalhadas e regadas. Algumas já avis-

taram a clareira e passaram a brotar. Há as que aguardarão uma fresta de luz para emergir. Outras dependerão de mais regas para florescer, contudo a sorte foi lançada, como diz o senso popular.

Com base nisso, consideramos jardineiros todos os que direta ou indiretamente contribuíram com o projeto cultivando o espírito investigativo e aguardando uma colhei-ta repleta de consciência, ciência e inúmeras descobertas.

A todos esses jardineiros, a nossa gratidão pelo cultivo das sementes do conhe-cimento, pela difusão da ciência, da preservação do meio ambiente e da vida!

Exposição Feira de Ciências

I Feira de Ciências com a participação do presidente da Bayer (ao centro) Dr. Horstfried Laepple e da gerente executiva da Fundação Abrinq – Save the Children (à esquerda) Denise Cesario. Abaixo, II Feira de Ciências, na sede da Bayer

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V. Caixa de ferramentas BARBOSA,NAJLAV.S.AHortaEscolarDinamizandooCurrículodaEscola.Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) do Ministério de Educação (MEC), Brasília – Brasil: 2007.

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Nossa EquipeSecretaria ExecutivaAdministradora Executiva: Heloisa Helena Silva de OliveiraGerente de Desenvolvimento de Programas e Projetos: Denise Maria CesarioGerente de Desenvolvimento Institucional: Victor Alcântara da GraçaEquipe: Aline Magna Miranda de Oliveira, Ana Paula de Sousa, Letícia Lefevre, Marília Correia dos Santos, Patrícia Maria Antunes, Renato Alves dos Santos e Tatiana de Jesus Pardo Lopes.

Assessoria de MarketingEquipe: Alain Neves Ribeiro de Paula, Cristiane Rodrigues, Flávia Regina Dilello Gomes de Freitas, Gislaine Cristina de Carvalho, Hélio José Perazzolo, Jacqueline Rezende Queiroz, Kátia Gama do Nascimento, Mônica Aparecida de Oliveira Lucas, Tatiana Cristina Molini, Tatiana Pereira Rodrigues, Vanessa Alves Gonçalves, Viviam Carrion e Yeda Mariana Rocha de Magalhães Pereira.

Núcleo de Tecnologia da InformaçãoEquipe: Daniela Maria Fonseca, Ellen Rosa de Paiva, Leandro Piovezan da Silva,Rafael Rodrigo Carneiro Pacheco, Vânia Ferreira Silva Santos.

Núcleo Administrativo-FinanceiroEquipe: Alain Joseph Moujaes, Ana Claudia Pereira, André Luiz de Araújo, Fernanda de Fátima da Silva, Gisele Correa Ghirardelli, Hugo Jucelys Lima dos Santos, Maria do Carmo Neves dos Reis, Maria Dolores de Oliveira, Maristela Bitencourt de Miranda e Paulo Rogério Pires.

Direito à EducaçãoEquipe: Amélia Isabeth Bampi, Arlete Felício Graciano Fernandes, Flávia Ribeiro de Assis, Luciana Martins Domingos, Nelma dos Santos Silva, Priscila Silva dos Santos e Shirlen Aparecida de Lima.

Direito à Proteção EspecialEquipe: Andréia Lavelli, Lilyan Regina Somazz Reis Amorim, Márcia Cristina Pereira da Silva Thomazinho, Marisa Cedro de Oliveira, Michelly Lima Antunes e Pablo Finotti.

Direito à Proteção IntegralEquipe: Andreza Adami, Bárbara Accioly Cotrin de Carvalho, Cinthia Heanna,Emilio Boyago Jardim, Kleber Wilson Valadares Felizardo da Silva, Gerson Lopes Alves, Jacqueline Teixeira de Araújo, Letícia Souto Maior, Lidiane Oliveira Santos e Luis Enrique Tavares Júnior.

Ficha TécnicaTexto: Flavia CremonesiEdição: Amélia Isabeth Bampi e Nelma dos Santos SilvaLeitura crítica:

Denise Maria Cesario Revisão do texto: Cecília Miranda e Tatiana Cristina MoliniFotografia: Acervo Fundação Abrinq Imagens: Shutterstock Projeto gráfico,

diagramação e arte final:

Jorge TothImpressão: NywgrafTiragem: 600 exemplares

E X P E D I E N T E Conselho de AdministraçãoPresidente: Synésio Batista da CostaVice-Presidente: Carlos Antonio TilkianSecretário: Bento José Gonçalves AlcoforadoMembros: Albert Alcouloumbre Júnior, Armando de Queiroz Monteiro Neto, Bento José Gonçalves Alcoforado, Carlos Antonio Tilkian, Cláudio Chen, Daniel Trevisan, David John Currer Morley, Dilson Suplicy Funaro, Eduardo José Bernini, Eliane Pinheiro Belfort Mattos, Elias Landsberger Glik, José Carlos Grubisich, José Eduardo Planas Pañella, José Roberto Nicolau, Kathia Lavin Gamboa Dejean, Lourival Kiçula, Luiz Fernando Brino Guerra, Mauro Antônio Ré, Natania do Carmo, Oliveira Sequeira, Nelson Fazenda, Oscar Pilnik, Otávio Lage de Siqueira Filho, Roberto Oliveira de Lima, Synésio Batista da Costa e Vitor Gonçalo Seravalli.

Conselho FiscalMembros: Audir Queixa Giovanni, Dévora Fischer Treves, Geraldo Zinato, João Carlos Ebert, Mauro Vicente Palandri Arruda e Roberto Moimáz Cardeña.

Conselho ConsultivoPresidente: Rubens NavesMembros: Leoberto Narciso Brancher, Rachel Gevertz,Rubens Naves e Tatiana Belinky.

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