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boletim informativo #75 NOVEMBRO 2009 ACIDI, I.P. DIAS DA DIVERSIDADE UMA EUROPA SEM DISCRIMINAÇÃO REDE CLAII A INTEGRAÇÃO A NÍVEL LOCAL EMPREENDEDORISMO IMIGRANTE AS MELHORES IDEIAS DE NEGÓCIO

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boletim informativo #75Novembro 2009

ACIDI, I.P.

DIAS DA DIverSIDADe

UMA EUROPA SEM DISCRIMINAÇÃO

reDe CLAII

A INTEGRAÇÃO A NÍVEL LOCAL

emPreeNDeDorISmo ImIGrANTe

AS MELhORES IDEIAS DE NEGóCIO

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BI.novemBro.09#75 2

# eDITorIAL

rosário Farmhouse

Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural

Comecemos com o lançamento do Programa de Empreendedorismo Imigrante (PEI), co-financiado pelo Fundo Europeu de Nacionais de Países Terceiros (FEINPT), cujo principal objectivo consiste em fomentar atitudes empreendedoras junto das comunidades imigrantes. Imigrar é, por si só, um acto empreendedor, de quem dese-nha objectivos e tenta alcançá-los, de quem luta por uma vida melhor, por um futuro mais próspero para si e para a sua família.

Este projecto, que visa formar 120 potenciais empreende-dores e criar 30 novos negócios, teve como ponto de partida o concurso “Ideias de Negócio”, ao qual concorreram 134 projectos provenientes dos vários pontos do país, apresen-tando ideias de negócio originais, confirmando assim a criatividade inata dos imigrantes.

Mas este projecto é mais ambicioso, vai continuar a acom-panhar os potenciais empreendedores com um Programa de Mentores voluntários que, lado a lado, irão ajudar à implementação de pequenos negócios.

Numa outra vertente de respostas concretas e inova-doras, desta feita à plena integração das comunidades ciganas, desenvolvemos o Projecto-piloto de Mediadores

Municipais. Tendo como objectivo a criação de pontes com as comunidades ciganas, este projecto conta com a parceria de 15 municípios e 15 entidades da sociedade civil que se associaram ao ACIDI para fazer a diferença na construção de uma sociedade mais plural, onde todos têm as mesmas oportunidades, os mesmos direitos e os mesmos deveres.

O projecto engloba, numa primeira fase, a formação dos mediadores ciganos propostos pelos parceiros locais, tendo em vista a futura mediação em contextos municipais vul-neráveis.

Com a certeza de que a inovação social só acontece com a atitude empreendedora de cada um, o ACIDI mantém-se firme na procura de soluções criativas, em prol da plena integração.

Com o Ano europeu da Criatividade e Inovação a

terminar, destacam-se alguns projectos inovadores

que o ACIDI promoveu no decurso deste ano,

sempre em parceria com outras entidades.

Inovação e Criatividade nas respostas aos imigrantes e às comunidades ciganas

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Pedro Silva Pereira

Ministro da Presidência

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Uma polítICa de ImIgração de referênCIaO recente relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Desenvolvimento Humano (“Ultrapassar Barreiras: Mobilidade e Desenvolvimento Humano”), de 2009, aponta Portugal como o país do Mundo que tem a melhor política de integração dos imigrantes. Feita a com-paração internacional, com base nos pareceres técnicos de peritos de 42 países, o relatório apresenta Portugal como um exemplo de generosidade e boas práticas. Este é um facto que merece bem a atenção da sociedade portuguesa. Afinal, não é todos os dias que ficamos a saber que Portugal se tornou campeão do Mundo nalguma coisa. O relatório da ONU não se limita a confirmar a avaliação positiva que é já frequente nos relatórios das instituições internacionais, com particular destaque para o MIPEX (Índice de Políticas de Integração de Migrantes), publicado em 2007 pelo prestigiado Migration Policy Group, que colo-cou Portugal em segundo lugar entre 28 Países desenvolvi-dos. Trata-se, agora, de um reconhecimento internacional de muito especial significado político, porque é feito pela ONU no exacto momento em que esta organização convoca as atenções do Mundo para os desafios e as orientações que devem nortear as políticas de imigração, tendo em vista o desenvolvimento humano à escala global. Que Portugal seja apontado, neste contexto, como uma referência exem-plar é, naturalmente, um motivo de orgulho e satisfação para todos os que trabalham na política de imigração e, creio, para todos os portugueses e as próprias comunidades imigrantes. Nos últimos anos, o Governo tomou as iniciativas neces-sárias para afirmar a política de integração dos imigrantes como um dos pilares da nova geração de políticas sociais, orientada para a coesão social e a igualdade de oportu-nidades. Como tenho dito, um País com a experiência de Portugal não pode desejar para os imigrantes que acolhe nada menos do que aquilo que exige para os seus emigran-tes espalhados pelo Mundo. Por isso, com alguma ousadia, mas também com sentido das responsabilidades, fizemos o que devíamos: aprová-mos uma nova e mais justa lei da nacionalidade e uma nova e mais humanista lei de estrangeiros; adoptámos um plano para a integração dos imigrantes, com medidas concretas em todas as áreas; reforçámos o apoio aos imigrantes, através do Alto Comissariado para a Imigração e o Diálogo Intercultural e dos seus centros de atendimento; mais do que duplicámos a rede de centros locais de apoio aos imi-grantes; lançámos a 4ª Geração do Programa Escolhas, com

mais investimento e mais pro-jectos apoiados; promovemos o sucesso escolar entre as crian-ças e jovens imigrantes; criá-mos o Programa Português para Todos, demos novas oportuni-dades de formação profissional e desenvolvemos uma rede de apoio ao emprego; intensificá-mos a fiscalização para comba-ter a exploração dos trabalha-dores migrantes e o tráfico de seres humanos; assegurámos o acesso aos direitos sociais, incluindo ao abono de família e à saúde; quase triplicámos o apoio financeiro aos projec-tos das associações de imigrantes e valorizámos, ao longo do percurso, a sua participação. Tudo isto preservando sempre um ambiente de paz social e de receptividade da opinião pública à integração dos imigrantes, que contrasta flagrantemente com as fracturas sociais que este tema sus-cita por essa Europa fora.Há mais a fazer? Certamente. Temos ainda, e porventura teremos sempre, muitos problemas para resolver. Nessa medida, este reconhecimento internacional deve ser visto, sobretudo, como um incentivo a fazer mais. E é essa, segu-ramente, a determinação do novo Governo, que acaba de iniciar funções.Mas o mais importante significado deste relatório da ONU transcende em muito a circunstância portuguesa. Ao apon-tar a nossa política de integração dos imigrantes como uma referência exemplar, a ONU deixa também um importante recado político para o desenvolvimento das políticas de imigração em todo o Mundo e também na Europa. Uma política de imigração pode ser simultaneamente respon-sável e justa. Em causa, afinal, estão aqueles que tendem a atribuir ao insuficiente controlo das fronteiras certos problemas de integração de imigrantes que muitas vezes não são mais do que sintomas da insuficiência das suas políticas sociais. Neste debate difícil, que a crise económica mundial não favorece, a voz de Portugal tem sido sempre uma voz activa, traduzindo uma sensibilidade humanista e uma experiência reconhecida. É essa voz que fica agora mais reforçada.

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UNIverSIDADe DoS AçoreS

77 alunos estrangeIros em 2009 A Universidade dos Açores recebeu neste ano lectivo, ao abrigo da mobilidade estudantil, 77 alunos estrangeiros, o que

representa mais 38 por cento do que no ano anterior, revelou no dia 15 de Outubro a academia açoriana. Os 77 alunos

recebidos este ano no quadro do Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida, subprograma Erasmus e de outras ini-

ciativas de cooperação com instituições externas são originários de estabelecimentos de ensino superior da Alemanha,

Brasil, Bulgária, Espanha, Eslováquia, Grécia, Itália, Lituânia, Polónia, República Checa, Roménia e Turquia.

No âmbito dos mesmos programas, refere a Agência Lusa, a Universidade dos Açores tem este ano a estudar no estran-

geiro 52 alunos, o que representa mais 44 por cento do que no ano lectivo 2008/2009. Estes alunos encontram-se em

universidades da Bélgica, Brasil, Eslováquia, Espanha, França, Itália, Lituânia, Polónia, Reino Unido e Turquia.

Está a decorrer um concurso para a atribuição de bolsas de investigação, através do Programa Ciência Global, a investigadores de

Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e Timor-Leste. As bolsas destinam-se a programas de investigação a

realizar em instituições científicas e universidades portuguesas, em associação com instituições de ensino, investigação ou desenvolvi-

mento dos países referidos. Os candidatos devem remeter currículo e carta de motivação para a Fundação para a Ciência e a Tecnologia

até 15 de Novembro de 2009.

O Programa Ciência Global é lançado no âmbito da preparação do Centro UNESCO para as Ciências no âmbito da CPLP, iniciativa apre-

sentada por Portugal junto da UNESCO com o apoio e a participação de todos os países da CPLP. Reunidos em Lisboa em 29 de Agosto de

2009, os ministros responsáveis pala Ciência e pelo Ensino Superior de cada um dos países da CPLP decidiram apoiar e acompanhar a

criação de um Centro UNESCO para a formação avançada em Ciências, como entidade distribuída, aliando formação científica avançada

de alto nível, educação para a responsabilidade científica, comunicação pública da Ciência, conhecimento das condições da actividade

científica no país de origem, participação em redes e projectos internacionais e avaliação científica independente.

Uma parte da formação deverá, em princípio, realizar-se no país de origem. O programa visa formar capacidades científicas de alto nível,

contribuir para combater a fuga de cérebros e reforçar a cooperação científica internacional sustentável.

Mais informações:

Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)

Av. D. Carlos I, 126 – 1249-074 Lisboa

E-mail: [email protected]

Vai realizar-se no dia 12 de Dezembro, no Auditório Multimédia do Instituto de Educação da Universidade do Minho, no Campus de

Gualtar, o Seminário “Mediação Socioeducativa: contextos e actores”. São objectivos deste Seminário reflectir sobre a identidade profis-

sional e perfil dos mediadores socioeducativos, partilhar e divulgar experiências de mediação socioeducativa, nomeadamente mediação

EFA e intercultural, e promover oportunidades de formação na área da mediação socioeducativa.

Mais informações:

Email:[email protected]

Telefone: 253 604 222 / 253 604 608

BI.novemBro.09#75 4

Breves

ProGrAmA CIêNCIA GLobAL

UNIverSIDADe Do mINho

Bolsas de InvestIgação

semInárIo de medIação socIoeducatIva

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A Santa Casa da Misericórdia de Lis-

boa, a Câmara Municipal de Lisboa e

o ACIDI, juntamente com um conjun-

to vasto de parceiros, levam a cabo, de

16 de Novembro a 4 de Dezembro, três

Roteiros de Saúde para Imigrantes na

Ameixoeira, Lumiar e Alta de Lisboa.

De 16 a 20 de Novembro serão promo-

vidas as Acessibilidades, seguindo-se

a Saúde Materno-Infantil de 13 a 27 de

Novembro. Finalmente, de 30 de No-

vembro a 4 de Dezembro será a vez das

Doenças Respiratórias. Pretende-se, com estes roteiros de saúde

para imigrantes, abordar a equidade no acesso, a importância do

acompanhamento das grávidas e do desenvolvimento das crian-

ças, a utilização adequada dos recursos, a racionalidade do uso

dos serviços de saúde por parte dos imigrantes e a necessidade da

5

roteIros de saúde para ImIgrantesLISboA

Breves

comunIcar para melhor IntervIrmeSTrADo em ComUNICAção em SAúDe

promoção da saúde no campo das questões respiratórias.

Para levar a cabo as estratégias de promoção da saúde, tornam-se

fundamentais as parcerias que incluem diferentes actores sociais.

Para uma maior eficácia e resultados deste programa, pretende-

se difundir informação útil em diversas línguas (português,

russo, ucraniano, hindu, chinês e árabe) sobre os recursos de

saúde disponíveis (cuidados de saúde primários e hospitalares) e

desenvolver um conjunto de actividades de promoção e educação

para a saúde. Estas incluirão sessões de sensibilização, difusão e

realização de rastreios locais, tanto nas instituições como nas uni-

dades móveis, exposições sobre os temas envolvidos e palestras e

debates dedicados ao tema da saúde. Deste modo, será possível

proporcionar um ambiente de confraternização e de confiança

entre os parceiros locais e os imigrantes que participem no roteiro

e contribuir para avaliar o impacto deste tipo de intervenção na

população imigrante.

Mais informações em: www.acidi.gov.pt

No âmbito das actividades de formação da Universidade Aberta, está em curso

uma nova edição do mestrado em Comunicação em Saúde: Saber Comunicar para

Melhor Intervir em Saúde. O mestrado é coordenado por Natália Ramos e por Ana

Paula Cordeiro, professoras do Departamento de Ciências Sociais e de Gestão da

Universidade Aberta e investigadoras do Centro de Estudos das Migrações e das

Relações Interculturais (CEMRI). Teorias da comunicação relacional, saúde, cultu-

ra e desenvolvimento, diversidades culturais e saúde comunitária são alguns dos

temas abordados.

Este mestrado tem como objectivos fornecer uma qualificação que proporcione

competências e instrumentos para a implementação de políticas e práticas de

comunicação e de inovação em saúde, em diferentes sectores de actividade. Deste

modo, os profissionais estarão aptos a proporcionar uma melhor compreensão e

intervenção face às novas problemáticas da sociedade contemporânea e às novas

configurações no campo da saúde e da comunicação. Poderão ainda desenvolver

competências teóricas, metodológicas e instrumentais em matéria de comunica-

ção, de educação, de políticas e de estratégias para a saúde. Estas serão aplicáveis

ao nível da intervenção prática/profissional e da investigação no domínio da

saúde, em contextos multiculturais, educativos, sociais, organizacionais, clínicos

e dos media.

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BI.novemBro.09#75 6

PArCerIA eSPeCIAL Com Ue

O Governo cabo-verdiano já começou a trabalhar com Espanha os eixos fundamentais da

Parceria Especial Cabo Verde/União Europeia, disse o primeiro-ministro José Maria Neves,

citado no dia 12 de Outubro pela agência noticiosa Inforpress. Espanha vai assumir a presi-

dência da UE no primeiro semestre de 2010 e o chefe do Governo cabo-verdiano acredita que,

durante o mandato espanhol, vão ser consolidadas as bases para a construção de uma parceria

eficaz. A estabilidade e segurança, a sociedade de informação e a integração regional são con-

siderados por José Maria Neves como os eixos fundamentais da parceria.

A vice-presidente do governo espanhol, Maria Teresa Fernández de la Vega, disse que Espanha

vai aproveitar a presidência da UE para impulsionar um pacto europeu para o emprego e

qualidade. O primeiro-ministro cabo-verdiano vê neste pacto uma solução para os grandes

problemas enfrentados pelas comunidades imigradas na Europa. Segundo José Maria Neves,

o governo espanhol tem assumido a facilitação de vistos, a discussão bilateral e medidas polí-

ticas para uma melhor integração dos imigrantes.

caBo verde e espanha dIscutem eIxos

WeLCome

os ImIgrantes no cInema

O realizador francês Philippe Lioret,

um veterano do cinema, aborda o con-

fronto entre dois mundos diferentes

no seu novo filme Welcome. Esta obra

conta a história do professor de natação

Simon (Vincent Lindon), que se torna

amigo do jovem refugiado curdo Bilal

(Firat Ayverdi), que pretende atraves-

sar o Canal da Mancha a nado. Os dois

são motivados pelo amor: Bilal preten-

de reencontrar-se com a namorada em

Inglaterra, Simon quer impressionar a sua mulher, que lhe pediu o

divórcio, com a sua generosidade.

O filme surgiu da vontade de Lioret em contar a história de um

refugiado com o percurso interrompido mesmo antes de chegar ao

destino final. O realizador escolheu Calais como cenário porque

é literalmente possível avistar o destino do outro lado do mar, e

logo após começar a investigar o tema compreendeu o potencial

dramático da história.

Lioret realizou as investigações para o filme em Calais e nou-

tros locais. Foi necessário um casting exaustivo para finalmente

encontrar Ayverdi para o papel de Bilal, com 17 anos. O realiza-

dor explicou que no início chegou a duvidar da possibilidade da

existência de alguém que soubesse falar curdo e ao mesmo tempo

conseguisse participar no filme, mas quando conheceu Ayverdi

soube que era a pessoa ideal para o papel.

Breves

PorTUGAL e GUINé-bISSAU

cooperação em questões mIgratórIasAs Problemáticas Migratórias foram discutidas entre os dias 13

e 16 de Outubro pela Direcção Geral de Migração e Fronteiras

(DGMF) da Guiné-Bissau, com o apoio de Portugal. Durante três

dias, os funcionários da DGMF abordaram temas como a ética

dos funcionários enquanto agentes de Estado no desempenho das

suas funções profissionais, falsificação de documentos e controlo

de fronteiras, tendo em conta os acordos com várias organizações

e o controlo das fronteiras marítima e aérea. O Serviço de Estran-

geiros e Fronteiras (SEF) de Portugal deu, desde 2005, vários cursos

de formação a agentes guineenses, tendo destacado este ano para a

Guiné-Bissau um inspector português em permanência. Uma coo-

peração considerada, pelo director-geral de Migração e Fronteiras

guineense, Adelino Cabral, como relevante para a capacitação de

agentes.

Conforme refere a notícia da Agência Lusa, além da cooperação

bilateral com a Direcção Geral de Migração e Fronteiras da Guiné-

Bissau, Portugal coopera também com a Polícia de Ordem Pública

(POP) e a Polícia Judiciária (PJ), que estão também a realizar

acções de formação apoiadas pela cooperação portuguesa.

LUS

A

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Breves

7

O Português para Todos é uma iniciativa que visa o desenvolvimen-

to de cursos de português básico e de português técnico dirigidos

à população imigrante e co-financiados pelo Fundo Social

Europeu. Neste âmbito, os cursos de português básico (nível

A2) relevam para efeitos de acesso à nacionalidade, autori-

zação de residência permanente e estatuto de residente de

longa duração. Foi publicada, no passado dia 15 de Outubro

de 2009, a Portaria 1262/2009 que cria os cursos de Por-

tuguês para Falantes de Outras Línguas, assim como as

regras a que obedece a sua leccionação e certificação, e

que é aplicável, portanto, aos cursos PPT já realizados

e actualmente a decorrer em todos os centros de em-

prego e formação do IEFP, bem nas escolas da rede pública de todo o

país, e noutras entidades que realizaram parcerias com aquelas en-

tidades para a prossecução de cursos PPT nas suas instalações

O documento destaca que conhecer a língua do país de aco-

lhimento não é apenas uma condição necessária e indis-

pensável para se ser autónomo, é também, e sobretudo,

condição de desenvolvimento pessoal, familiar, cultural e

profissional. O texto explica que o conhecimento da língua

portuguesa é preciso para aceder ao mercado de trabalho,

encontrar alojamento, pedir autorização de permanência, poder

acompanhar a escolaridade dos filhos, aceder aos cuidados

de saúde, compreender e participar na vida social, política

e cultural.

ProGrAmA PorTUGUêS PArA ToDoS – PPT

regulamentação e certIfIcação dos cursos

O Serviço de Tradução Telefónica (STT) é um serviço que o ACIDI

disponibiliza desde Junho de 2006, procurando promover a inte-

gração dos imigrantes e favorecendo a efectiva comunicação entre

entidades e cidadãos que não dominam o português, aos quais,

por vezes, a questão linguística surge

como um obstáculo.

Através do número da Linha SOS

Imigrante, 808 257 257 (ou 21 810 61 91

conforme o contacto seja estabelecida

através da rede fixa ou da rede móvel), é

possível aceder a um operador do Serviço

que, depois de encontrar o tradutor para

a língua solicitada, coloca o mesmo em

contacto, em formato de conferência

telefónica (entidade-tradutor-imigrante).

Desde a sua abertura e até final de

Setembro de 2009 o STT, recorrendo a

uma bolsa que conta, actualmente, com

52 tradutores que falam 61 línguas, rece-

beu cerca de 1.464 chamadas, sendo de

salientar o grande aumento da procura

que tem vindo a ocorrer em 2009 (quando

comparamos o período homólogo com

2008, de Janeiro a Setembro, constata-se

um acréscimo de 166% no número de

chamadas recebidas).

ServIço De TrADUção TeLeFóNICo – STT

faCIlItar a ComUnICação, promover a Integração

Os pedidos de tradução chegam de todo o país, sendo o distrito de

Lisboa, como expectável atendendo ao maior número de cidadãos

imigrantes, o que regista um maior número de pedidos.

Ao longo dos anos de funcionamento do Serviço, tem-se constata-

do que as instituições que mais recorrem

ao mesmo, para além dos próprios gabi-

netes dos Centros Nacionais de Apoio

ao Imigrante, são os próprios imigran-

tes que precisam de uma informação

mas não dominam a língua portugue-

sa, seguidos pelos organismos ligados à

Saúde (Hospitais e Centros de Saúde) e

dos órgãos Policiais (GNR e PSP).

Em 2009, por exemplo, o Serviço já rece-

beu 27 pedidos de diferentes línguas,

sendo os idiomas mais solicitados o chi-

nês (mandarim), o russo, o romeno, o

hindi, o ucraniano e o inglês.

A curto prazo, atendendo ao número

crescente de pedidos e tentando ir de

encontro ao feed-back obtido junto das

diferentes entidades, está previsto o alar-

gamento do horário actual do Serviço (de

2ª a 6º feira, das 10h00 ás 18h00, para de

2ª a 6ª feira das 8h30 ás 20h30).

PptPORTUGUÊS PARA TODOS

LOGOTIPOVERSÃO POSTIVO A CORES

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BI.novemBro.09#75 8

SemINárIo SUL

ImIgração e tráfIco de seres humanosNo âmbito das actividades do Projecto “SUL – Unidade de Apoio à Vítima Imigrante”,

desenvolvido pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), realiza-se em

Portimão, de 18 a 20 de Novembro, um seminário dedicado ao tema “Imigração e Tráfico

de Seres Humanos”. Imigração em Portugal, vulnerabilidade e processos de integração,

enquadramento legal e situação do tráfico de seres humanos, boas práticas e metodo-

logia de intervenção no campo da discriminação são algumas das questões em debate.

Serão ainda abordados o papel do associativismo na prevenção, a exploração laboral de

imigrantes, o apoio a imigrantes vítimas de crime, o estatuto das vítimas em processo penal e as experiências de cooperação no Reino Unido,

Itália e Portugal.

O encontro conta com um workshop sobre vulnerabilidade da população imigrante, que contempla questões como a violência doméstica con-

tra mulheres imigrantes, imigração irregular, discriminação e mutilação genital feminina. Um outro workshop terá como temas as formas de

intervenção no domínio do tráfico de seres humanos, nomeadamente o papel dos media na disseminação de informação, os papéis da pre-

venção e da investigação e o apoio a vítimas de crime.

A Agência Europeia para os Direitos

Fundamentais (FRA) apresentou em Julho o

relatório “Child Trafficking in the European

Union - Challenges, perspectives and good

practices”. Este documento reúne informação

sobre a situação do tráfico de crianças nos vinte

e sete Estados-membros da União Europeia,

com base em relatórios de cada país, desenvol-

vidos em 2008 pela FRALEX, uma rede europeia

de especialistas em legislação. Fontes, fiabilidade e acessibilidade

dos dados sobre tráfico de crianças, medidas internacionais e euro-

peias de combate ao tráfico de pessoas, perspectiva comparada

sobre a legislação e as políticas de prevenção e protecção nos dife-

rentes países, programas e boas práticas são algumas das questões

analisadas.

O relatório sobre Portugal foi realizado de Maio a Julho de 2008 por

Alexandre Sousa Pinheiro, Dinamene de Freitas e Inês Marinho,

no âmbito da FRALEX. O trabalho foi desenvolvido através de

consultas à equipa do projecto “Cooperação, Acção, Investigação e

Mundivisão” (CAIM). sobre tráfico de seres humanos, consulta de

sítios na Internet, análise do enquadramento legal português nesta

matéria e consulta de representantes da polícia, de organizações

não-governamentais e de organismos ministeriais.

O relatório sobre Portugal encontra-se disponível na Internet em:

http://fra.europa.eu

TráFICo De CrIANçAS NA eUroPA

desafIos, perspectIvas e Boas prátIcas

PROGRAMA PROVISÓRIO

18 Novembro 14h00

Registo

14h30 Abertura Rosário Farmhouse | Alta-Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural

Joaquim Pedro Oliveira | Director Nacional Adjunto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras

Luís Neves | Director Nacional Adjunto da Policia Judiciária

Manuel Albano | Coordenador do I Plano Nacional do Combate ao Tráfico de Seres Humanos

Joana Marques Vidal | Presidente da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima

15h45 Sessão Plenária 1 | Imigração – vulnerabilidade e integração

Imigração em Portugal (integração) – Observatório da imigração TSH em Portugal – Observatório do Tráfico de Seres Humanos | Paulo Machado Vulnerabilidade e problemas conexos – ACIDI | Duarte Miranda Mendes

16h45 Coffee break

17h00 Workshop 1 | Vulnerabilidade da população Imigrante

Problemática específica da violência doméstica em mulheres imigrantes – APAV | Marta Pita

Problemáticas específicas de imigrantes irregulares – CNAI Algarve

A imigração e a discriminação – APAV – UAVIDRE | Rui Cortez Mutilação genital feminina – ACIDI | Carla Martingo

Fim do primeiro dia

Breves

CoImbrA

semInárIo saúde e IntegraçãoNo âmbito da Comemoração do 34º Aniversário da Independência

da República de Angola, a Saúde em Português e a Casa de Angola

em Coimbra organizaram o Seminário “Saúde e Integração: Novas

Realidades, Oportunidades e Desafios”, que incluiu duas sessões ple-

nárias subordinadas às temáticas “Saúde e Migrações” e “Integração

e Interculturalidade”. Esta última contou com a presença de Duarte

Miranda Mendes, Chefe do Gabinete da Alta Comissária para a Imi-

gração e Diálogo Intercultural, que se pronunciou sobre Direitos Hu-

manos dos Migrantes e Cidadania Global: a Integração dos Imigran-

tes Angolanos nos vários quadrantes (social, político, económico).

O evento teve lugar no dia 6 de Novembro no Instituto Português

da Juventude, em Coimbra e pretendeu ser um espaço de reflexão

e de debate sobre áreas fundamentais no quadro das relações de

cooperação entre Portugal e Angola, designadamente saúde, direitos

humanos e economia.

Child Trafficking

in the European Union Challenges, perspectives

and good practices

European Union Agency for Fundamental Rights

FRA - European Union Agency for Fundamental RightsA-1040 Wien, Schwarzenbergplatz 11Tel.: +43 1 580 30 - 0Fax: +43 1 580 30 - 693E-Mail: [email protected]://fra.europa.eu

TK-78-09-854-EN

-C

Child Trafficking in the European U

nion – Challenges, perspectives and good practices

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9

BrevesSemINárIo

a dIversIdade como factor de competItIvIdade

No dia 19 de Novembro realiza-se na Representação da Comissão

Europeia em Portugal, no Largo Jean Monnet, o seminário “A Ges-

tão da Diversidade como factor de competitividade: o contributo dos

imigrantes”. Os cidadãos estrangeiros são em Portugal, actualmen-

te, cerca de 5% de população total e cerca de 8% da população activa.

O seu contributo é visível e importante para o país a vários níveis,

entre eles o económico. Aqui a diversidade e a gestão dessa diver-

sidade colocam grandes desafios, tanto em termos de força laboral

como também em termos de competitividade nos mercados interno

e externo.

Com este Seminário pretende-se divulgar os instrumentos e boas praticas existentes na área da ética empresarial e responsabilidade

social, promotores da diversidade ao nível da nacionalidade, pertença étnica ou convicção religiosa, gizando-se linhas orientadoras para

os benefícios da integração dos imigrantes enquanto factor de competitividade.

O seminário contará com a presença de Rosário Farmhouse, Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, e de Margarida

Marques, Chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal.

A participação é livre, mediante inscrição prévia, até ao dia 17 de Novembro, através do telefone 21 810 61 70 ou do e-mail: seminarios@

acidi.gov.pt.

eSTUDo

as comunIdades cIganas e a saúdeAs doenças respiratórias, como a asma e a bronquite, são as que mais afectam a comunidade cigana e estão relacionadas com as más

condições de habitabilidade, concluiu um estudo elaborado pela Rede Europeia Anti-Pobreza - Portugal e apresentado no Porto no dia

22 de Outubro. Conforme explicou à agência Lusa Sandra Araújo, coordenadora técnica

nacional da rede e uma das responsáveis pelo trabalho, 52 por cento dos inquiridos vivem

em condições insalubres, em bairros ou em acampamentos.

Os dados foram apresentados no seminário “As Comunidades Ciganas e a Saúde: um

primeiro retrato nacional”, realizado no âmbito de um projecto europeu, desenvolvido

desde Novembro de 2007 em parceria com seis países da União Europeia. O objectivo foi

conhecer indicadores de saúde das comunidades ciganas em Portugal e estabelecer uma

primeira comparação com a população em geral. Foi realizado um questionário a 367

famílias (1.673 pessoas), distribuídas por 12 distritos. A maioria da população inquirida

considera a sua saúde boa (82 por cento) e as doenças que mais prevalecem são a asma

e bronquite (25 por cento), seguidas do colesterol elevado (15 por cento) e tensão arterial

alta (11 por cento).

Do ponto de vista sócio-demográfico, Sandra Araújo salientou que se trata de uma popu-

lação extremamente jovem, com uma pirâmide etária bastante diferente da portuguesa.

Cerca de 60 por cento da população tem até 24 anos, englobando 39,7 por cento de crian-

ças com menos de 15 anos de idade.

Esta investigadora salientou ainda que, feito o diagnóstico, o próximo passo é fazer che-

gar as conclusões aos decisores políticos, no sentido de procurar influenciar as medidas

políticas dirigidas às comunidades ciganas.

LUS

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BI.novemBro.09#75 10

Ángeles Caso, nascida em Gijón em 1959, foi a grande vencedora do Prémio Planeta 2009, com o livro “Contra

el Viento”, que conta a historia de uma jovem oriunda de Cabo Verde em Portugal e Espanha. Segundo uma

notícia do Diário Digital de 16 de Outubro, esta é uma das distinções literárias mais importantes de Espanha,

com um prémio monetário de 601 mil euros.

Conforme referiu a escritora, o livro é uma novela de homenagem às heroínas do século XXI, neste caso as

mulheres cabo-verdianas imigrantes, que vêm às nossas casas para ajudar a cuidar dos nossos filhos e de nós,

para que possamos seguir as nossas vidas. Ángeles Caso garante que o livro tem um final feliz e a intervenção

de muitas mulheres. Na cerimónia de entrega do prémio, explicou que a personagem da novela é inspirada

numa empregada cabo-verdiana que ajudou a cuidar da sua filha.

O jornalista e escritor alemão Guenter Wallraff, famoso pelas reportagens “undercover”, apre-

sentou no dia 14 de Outubro, na Feira do Livro de Frankfurt, o seu último livro, em que volta a

denunciar a exploração de trabalhadores imigrantes por algumas firmas do seu país. O novo livro

de Wallraff chama-se “Aus der schönen neuen Welt. Expeditionen ins Landesinnere” (Do Belo e

Novo Mundo – expedições ao Interior do País) e expõe os preconceitos contra estrangeiros exis-

tentes na sociedade germânica.

Conforme referiu a Agência Lusa, para a sua nova série de reportagens chegou a pintar a cara,

transformando-se num alemão de raça negra que tentou sem êxito alugar um apartamento ou

arranjar trabalho. O autor conta que o seu disfarce lhe valeu ofensas racistas e olhares deprecia-

tivos quando andava pelas ruas. O jornalista denuncia também a exploração laboral em firmas

alemãs. Wallraff, com 67 anos, trabalhou com outra identidade numa padaria, num centro de

atendimento telefónico, nos caminhos-de-ferro e numa cadeia internacional de cafés.

O dramaturgo espanhol Paco Bezerra conquistou no dia 15 de Outubro o Prémio Nacional de Literatura Dramática de Espanha, com a

peça “Dentro de la Tierra”. O jovem dramaturgo alude nesta peça às degradantes condições de trabalho e à exploração de que são vítimas

os imigrantes em Almería. O galardão, com uma dotação de 20 mil euros, atribuído pelo ministério da Cultura espanhol, distingue a

melhor obra de literatura dramática publicada em castelhano ou em qualquer outra das línguas oficiais de Espanha. O júri, presidido pelo

director-geral do Livro, Rogelio Blanco, tinha também a participação de Rubén Ruibal, o vencedor da edição anterior.

Paco Bezerra, escritor e actor, nasceu na província de Almería em 1978 e publicou já diversas obras de teatro, algumas das quais premia-

das. “Dentro de la Tierra” já em 2007, tinha sido distinguida com o Prémio de Teatro para Novos Autores Calderón de la Barca. Como actor,

Bezerra foi protagonista da curta-metragem “Ricardo Piezas descatalogadas” e participou em “La pesadilla”, de Rafael G. Gosálbez, “Um

eléctrico chamado desejo”, de Tennessee Williams, e “A night out”, de Harold Pinter.

peça de ImIgrantes receBe prémIo

BreveseSPANhA

lIvro premIado conta hIstórIa de caBo-verdIana

ALemANhA

peça soBre ImIgrantes receBe prémIo

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Uma rede em movImento

ENCONTRO CLAII

Nos próximos dias 25 e 26 de Novembro irá ter lugar em Évora mais um Encontro Anual da Rede de Centros Locais de Apoio à Integração

de Imigrantes – CLAII, que reunirá os cerca de 146 técnicos/as que actualmente se encontram afectos às organizações que a nível local são

responsáveis pela sua dinamização, num total de 85 CLAII existentes de norte a sul e Açores.

Com o objectivo de fomentar a proximidade entre todos os intervenientes – instituições envolvidas (53 autarquias e 38 entidades da

sociedade civil) e respectivos técnicos – que são parte nas parcerias de cooperação que a nível local permitem, em articulação com o

ACIDI, acolher e integrar os cidadãos imigrantes dispersos por todo o país, este encontro terá como pano de fundo os novos desafios que

se colocaram à REDE em 2009.

Assim, e tendo por referência o trabalho desenvolvido pelos CLAII na área da “Promoção da interculturalidade a nível municipal”,

pretende-se identificar e aprofundar um conjunto de boas práticas em áreas-chave da integração dos imigrantes, a saber: Educação/

Formação, Mercado de Trabalho, Saúde, Sensibilização da Opinião Pública, Participação na Vida Local, Cultura e Desporto e Acesso a

Recursos Sociais/Jurídicos.

Ir ao enContro do púBlIcoFEIRA DO LIVRO NO CNAI

Diariamente, o Centro de Documentação do ACIDI recebe inú-

meras solicitações de investigadores, estudantes, jornalistas e

outros, interessados em publicações sobre a temática da Imigração

e do Diálogo Intercultural em Portugal.

Visando dar a conhecer e partilhar o enorme espólio relativo a esta

área, o ACIDI organizou a I edição da Feira do Livro, que teve lugar

no dia 14 de Outubro, no Auditório do Centro Nacional de Apoio ao

Imigrante (CNAI) de Lisboa.

A iniciativa foi um sucesso, tendo constituído uma oportunidade

única de tomar contacto com uma variedade de publicações e

suportes informativos disponibilizados gratuitamente.

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Está em curso em Portugal um projecto pioneiro de solidariedade.

A água embalada Earth Water é o único produto no mundo com o

selo do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados

(ACNUR), revertendo os seus lucros a favor do programa de ajuda de

água daquela instituição. A nível nacional, a Earth Water é um pro-

jecto que conta com a colaboração da Tetra Pak, do Continente, da

Central Cervejas e Bebidas, da MSTF Partners, do Grupo GCI e da

Fundação Luís Figo.

Com o preço de venda ao público de 59 cêntimos, a embalagem de

Earth Water diz no rótulo que oferece 100% dos seus lucros mundiais

ao programa de ajuda de água da ACNUR, apresentando, mais abai-

xo, o slogan “A água que vale água”.

Actualmente morrem seis mil pessoas no mundo por dia por falta

de água potável. Com quatro cêntimos, o ACNUR consegue fornecer

água a um refugiado por um dia.

Mais informações na Internet em:

http://earth-water.org/

BI.novemBro.09#75 12

BeBer à solIdarIedade eArTh WATer

o graffItI Como forma de arte Nomen, Mosaik e Rough estiveram entre os 50 graffiters portu-

gueses e estrangeiros que nos dias 17 e 18 de Outubro pintaram

a parede da antiga fábrica Mundet, no Seixal, no âmbito do 6.º

Seixal Graffiti. Além dos portugueses Nomen e Mosaik (de Oeiras),

a iniciativa contou também com a participação de Ram (de Sintra)

e dos Leg Crew (Klit, Times, Mar), de Almada. No que se refere aos

estrangeiros, estiveram presentes os britânicos System e Rough

(que em meados dos anos 1980 pintou um graffiti num painel de

madeira no Armazém 22, em Lisboa), o holandês Nash e o espa-

nhol Sonsi, referiu a Agência Lusa. Além destes profissionais dos

graffiti, a organização contou ainda com a participação de artistas

da zona do Algarve, Braga, Porto, Leiria e Caldas da Rainha.

À edição deste ano do Seixal Graffiti associou-se o Meeting of

Styles, uma rede internacional de artistas e fãs de graffiti que

começou na Alemanha em 2002 e visa criar uma comunidade de

arte. A primeira vez que Portugal integrou o Meeting of Styles foi

em 2003 nas Caldas da Rainha. Vasco Teixeira Rodrigues, repre-

sentante desta rede em Portugal, disse que a organização prevê

continuar associada ao Seixal Graffiti por esta ser a única autar-

quia que promove um evento sobre arte de rua. Neste momento,

o Meeting of Styles realiza-se em 25 países, na maioria europeus.

O 6.º Seixal Graffiti foi organizado pela Câmara Municipal do

Seixal, em simultâneo com animação musical e exibições de des-

portos radicais.

SeIxAL

Breves

LUS

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Uma rede no caminho da consolidação

do acolhimento e integração dos imigrantes a nível local. Assim, também em Janeiro passado, o ACIDI lançou o convite aos CLAII para uma vez mais integrarem um pro-jecto conjunto de “Promoção da Interculturalidade a nível Municipal” no âmbito do FEINPT, contribuindo por esta via para uma integração ainda mais efectiva dos imigran-tes na sociedade portuguesa, bem como para a melhoria dos processos de integração dos imigrantes, incentivando movimentos de interacção positiva com a população autóc-tone.As 25 entidades envolvidas integram um total de 154 actividades a desenvolver até Março 2010, distribuídas por um conjunto de 6 domínios: Educação (58), Mercado de Trabalho (48), Acolhimento Inicial de Imigrantes (17), Sensibilização da Opinião Pública (50), Participação na

Vida Local (31) e ainda em Outras (12), com um investimento total de 560.186,89 €.Porque o desafio da promoção da intercul-turalidade é um processo de aprendizagem que reside justamente num envolvimento muito forte e sistemático do maior número de agentes e de instituições públicas e pri-vadas, está prevista a publicação de um “Guia de Boas Práticas para a Integração Local dos Imigrantes”, que reunirá todos os contributos gerados pela própria Rede, enquanto instrumento de apoio à actua-ção sustentada dos técnicos e dirigentes na área da Interculturalidade.

Apostar na formação dos técnicos pela inovaçãoAs múltiplas valências que cada CLAII desenvolve de forma integrada, tecendo parcerias locais que permitam agilizar respostas capazes de bem acolher e melhor integrar, são o desafio constante para os 146 técnicos da Rede.A relevância do seu papel no funcionamento da Rede determinou, de forma inequívoca, a necessidade do ACIDI investir na sua valorização e capacitação, através de um Curso de Pós-Graduação em “Planeamento e Mediação em Contextos Multiculturais”, cuja docência e certificação está a cargo da Universidade Católica Portuguesa, em regime B-learning, permitindo a maior participação possível de uma Rede dispersa de norte a sul e Açores.Os resultados alcançados, seja pelo número de atendimen-tos, seja pela capacidade de mobilização dos CLAII em prol de uma integração efectiva, enchem de orgulho uma Rede que por tudo isto, está de Parabéns!

Quando em Maio de 2007 foi criado o Plano para a Integração dos Imigrantes - PII (em vigor até Dezembro 2009), na sua Medida 2 previa-se o alargamento e consolidação da Rede CLAII. Contando hoje com 85 Centros (47 autarquias / 32 sociedade civil / 6 tripartidos), a Rede ultrapassou todas as metas previstas no PII, quer em termos de n.º de CLAII (80 até final 2008), quer no que se refere ao n.º de atendimentos (só entre Janeiro e Setembro de 2009 os CLAII efectuaram 46.877 atendimentos, i.e., mais do que duplicaram a metas prevista no PII - 20.000/ano), quer ainda no que respeita ao grau de satisfação dos utentes, 92,1% vs mais de 60% previstos no PII.Nesta análise, é de salientar o aumento da participação do poder local, mas também é de evidenciar o número cada vez maior de associações de imigrantes (10) que têm vindo a constituir CLAII em parceria com o ACIDI.Se efectivamente o ano de 2008 foi um ano de expansão da Rede, o ano de 2009 marca definitivamente uma nova etapa na vida dos CLAII. Assim, cumprindo as metas do PII rumo à consolidação, mas também res-pondendo às necessidades identificadas no seio da própria Rede, urgia promover novos recursos capazes de conferir susten-tabilidade à intervenção dos CLAII:

Conhecer mais a realidade local para agir melhorEm Janeiro de 2009 o ACIDI lançou um novo desafio à Rede CLAII, o de se associar a um projecto conjunto, no âmbito do Fundo Europeu para a Integração de Nacionais de Países Terceiros - FEINPT, tendo em vista a realização de estudos que permitam um maior conhe-cimento da situação imigratória a nível local, conferindo assim uma maior sustentabilidade à intervenção dos par-ceiros locais na área do acolhimento e integração.Em resposta, 21 Estudos Locais serão realizados até Maio de 2010 e um Estudo Comparativo de abrangência Nacional, caracterizador da imigração em Portugal, será publicado no 2º semestre do mesmo ano, num investimento total de 325.629,81 euros.

Fomentar a interculturalidade em prol da integração a nível localRico em desafios, o ano de 2009 trouxe também o reforço de novos recursos para a Rede na área da Interculturalidade, enquanto estratégia de apoio ao processo multivectorial

Paula Moura, Coordenadora da Rede CLAII

Centros Locais de Apoio à Integração de Imigrantes - CLAII

Se o ano de 2008 foi um ano de expansão da rede,

o ano de 2009 marca definitivamente uma nova etapa na vida dos CLAII.

# oPINIão CLAII

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Concurso de Ideias de negócio

A sessão enquadrou-se no Projecto de Promoção do Empre-endedorismo Imigrante (PEI), uma iniciativa lançada este ano pelo ACIDI e co-financiada pelo Fundo Europeu para a Integração dos Nacionais de Países Terceiros (FEINPT), que tem como objectivo fomentar atitudes empreendedo-ras junto das comunidades imigrantes, com especial en-foque naquelas que residem em bairros de maior vulnera-bilidade. São parceiros deste projecto dez entidades locais promotoras da Rede GIP Imigrante (Gabinete de Inserção Profissional), enquanto parceiros privilegiados e próximos das comunidades imigrantes, que actuam em zonas geo-gráficas específicas e chegam a um número mais elevado de pessoas. O Concurso de Ideias de Negócio foi lançado no dia 16 de Junho deste ano, com o objectivo de mobilizar, estimular e dinamizar os potenciais empreendedores para a partici-pação neste projecto. Além de serem atribuídos prémios às três melhores ideias de negócio, todos os candidatos foram desafiados a participar nos grupos locais de formação, no âmbito do apoio à criação de um negócio próprio.Foram apresentadas 134 candidaturas, das quais foram se-leccionadas numa primeira fase as 29 melhores e numa se-gunda fase as três melhores ideias de negócio. Na primeira fase, foram constituídos Júris Locais para selecção das três melhores ideias de negócio ao nível local e, na segunda fase, foi constituído um Júri Nacional, para selecção das três me-lhores ideias ao nível nacional. O Júri Nacional foi consti-tuído por representantes do ACIDI, IAPMEI, IEFP e ANDC.O Projecto PEI pretende promover a formação de 120 poten-ciais empreendedores e a criação de 30 novos negócios. Até à data, frequentaram a formação 53 potenciais empreende-dores e foram criados três novos negócios. Esta iniciativa está orçamentada em 90 mil euros.

Programa de Mentores Como complemento da formação dos potenciais empre-endedores, pretende-se implementar um Programa de Mentores com o objectivo de proporcionar um apoio mais prático aos empreendedores, através da colaboração volun-tária de executivos, empresários e profissionais experientes

Projecto de Promoção do empreendedorismo Imigrante

No dia 15 de Outubro, o ACIDI promoveu uma sessão pública de apresentação dos vencedores do

Concurso de Ideias de Negócio, bem como a Apresentação do Programa de Mentores, no Auditório

do Centro Nacional de Apoio ao Imigrante, em Lisboa.

que conhecem o mercado e a gestão de empresas.Estão em desenvolvimento contactos com o sector empre-sarial e de formação de executivos, com o objectivo de anga-riação de mentores para os empreendedores com ideias de negócio viáveis e em fase de implementação. Nesta sessão foi apresentado o Programa de Mentores e a respectiva página online - www.empreendedorismoimigrante.com - que permitirá o matching entre empreendedores imigrantes e futuros mentores. Pretende-se a angariação de 40 mentores – o que significa 40 executivos, empresários ou profissionais experientes envolvidos activamente na promoção da inte-gração social e profissional de imigrantes empreendedores, alargando assim a sua rede social e aprendendo com o seu espírito empreendedor único.

Projecto ENGAGE A sessão incluiu a assinatura de um protocolo de colabora-ção com o GRACE para o lançamento do projecto ENGAGE. Trata-se de uma iniciativa de voluntariado empresarial, a nível europeu, liderada pelo Business in the Community (BITC), uma organização inglesa dedicada à promoção de boas práticas empresariais no âmbito da Responsabilidade Social, que em Portugal será implementada pelo GRACE no Bairro de Santa Filomena, na Amadora. O projecto conta com a parceria do ACIDI, do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado e da Associação Espaço Jovem. Este será um programa de voluntariado empresarial que envolverá funcionários das empresas associadas do GRACE e permitirá aos jovens beneficiários percepcionar o mundo para além do bairro em que vivem, preparando-se para a vida activa numa perspectiva de integração e de exercício de cidadania.

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Marcos Ferreira, natural do Brasil 1º prémio (Prémio Viabilidade, no valor de 5.0003) Projecto: Construção Civil e pequenas reparações domésticas

A minha ideia foi montar uma empresa para trabalhar com pessoas da terceira idade, por-que aqui em Portugal há muitas pessoas mais velhas que não têm apoio. Como trabalho na construção civil há dez anos, quis montar uma empresa nessa área, mas não para fazer o que as grandes empresas fazem, porque essas não têm interesse nenhum em trabalhar com coisas pequenas. Por exemplo, uma grande constru-tora não tem interesse em fazer uma pintura ou trocar uma tomada, porque não é rentável. Eu vou justamente apostar naquilo em que as grandes empresas não têm interesse. Sinceramente, não esperava o primeiro lugar. A minha ideia foi participar e se tivesse tido o terceiro lugar tinha ficado muito contente. Mas calhou o primeiro, fico mais contente ainda. Vou investir na empresa, comprar uma carrinha em segunda mão e o restante vou guardar, porque nunca se sabe.

Vasile Daniel Ciorcas, natural da Roménia 2º prémio (Prémio Inovação, no valor de 2.5003) Projecto: Sistemas de controlo e monitorização à distância de habitações com recurso às tecnologias de informação

A minha ideia de negócio está relacionada com tecnologias de informação e é o controlo de segundas habitações via Internet. Consiste em implementar vários sistemas de aquecimento, controlo de rega, controlo das luzes de uma casa, interligar todos esses sistemas num com-putador local e conseguir aceder a todos os sis-temas da casa via Internet, através de uma pá-gina web. Deste modo, uma pessoa que esteja na China consegue desligar as luzes da casa ou programar a rega. Vou também disponibilizar um sistema automático para tratar dos animais de estimação, porque até agora não encontrei no mercado nenhuma solução desse tipo. Tan-to para os animais como para as casas, vou ainda implementar um sistema de vigilância. Receber o prémio foi emocionante e foi uma satisfação a minha ideia ter chegado até este nível. Tudo isto me conferiu maior confiança e força para ir para a frente.

Rita Cássia Costa, natural do Brasil3º prémio (Prémio Originalidade, no valor de 1.0003) Projecto: Coaching de Idosos

Apresentei um projecto voltado para os idosos, porque normalmente as pessoas não se preo-cupam tanto com esta questão. Achei interes-sante não só promover uma melhor qualidade de vida nas questões de saúde, mas também trabalhar na perspectiva de a pessoa se voltar a integrar na sociedade e se sentir ligada às pessoas à sua volta. Fiquei muito feliz e muito orgulhosa de ter che-gado a esta fase, porque este é um projecto que já tem um tempo. Já penso em trabalhar com idosos há muito e sempre acreditei na minha ideia, independentemente do prémio, mas fiquei feliz por ter sido considerada original. Foi muito surpreendente e foi uma coisa maravilhosa, porque não esperava que existisse um apoio tão grande ao imigrante e principalmente a empreendedores.

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a europa contra a discriminação

“Dias da Diversidade” foi uma iniciativa que pretendeu envolver os cidadãos neste tema, convidando-os a par-ticipar em actividades através das quais puderam com-preender as questões em torno da discriminação e da diversidade. As actividades foram programadas para criar um espírito aberto entre os participantes, de forma a con-tribuir para a promoção de um melhor entendimento sobre a diversidade.Com o slogan “Promova a igualdade – faça a diferença!”, os “Dias da Diversidade” passaram tam-bém, para além de Portugal, por Chipre, Luxemburgo e Suécia. Entre as actividades que decorreram durante o evento, o Ping-Pong em cadeira de rodas teve como objec-tivo convidar os visitantes a jogar ping-pong numa cadeira de rodas, de forma a viver a sensação de ter uma deficiência física. Com o “Mosaico pela Diversidade”, os participantes tiraram fotografias com uma máquina de revelação instantânea, que foram colocadas num mural fotográ-fico com a mensagem: “Não perca tempo a descobrir as diferenças. Somos tod@s responsáveis”, numa clara alusão ao conhecido jogo “Descubra as Diferenças”. Por seu lado, o “Quizz Electrónico Anti-Discriminação” continha perguntas de resposta imediata, sendo atribuídos pré-mios aos vencedores. Finalmente, o “Baú do Compromisso” serviu de depósito para as mensagens dos visitantes, com ideias para combater a discriminação, comentários, mensagens de encorajamento e outras. Os Dias da Diversidade incluíram ainda actuações musi-cais (danças africanas, ciganas e ucranianas, rap e hip-hop), tradução in loco, em que tradutores estiveram à disposição dos visitantes para traduzir e dialogar em várias línguas, incluindo um intérprete de braille, um intérprete de linguagem gestual e workshops e jogos educativos. Paralelamente às actividades, um stand da Comissão Europeia apresentou as principais iniciativas que têm sido implementadas ao abrigo da campanha “Pela Diversidade. Contra a Discriminação”. O stand do ACIDI marcou pre-

BI.novemBro.09#75 16

O Centro Comercial Colombo, em Lisboa, recebeu de 15 a 18 de Outubro o evento “Dias da Diversidade”, no âmbito da campanha europeia “Pela Diversidade. Contra a Discriminação”. Esta iniciativa englobou diversas actividades organizadas em parceria com ONG’s, parceiros sociais e organismos públicos nas áreas da diversidade e discrimi-nação.

D I A S D A D I v e r S I D A D e

os Dias da Diversidade,

que decorreram no Centro

Comercial Colombo, em

Lisboa, englobaram várias

iniciativas com o objectivo

de alertar e sensibilizar

para as várias formas

de discriminação com

base na origem étnica,

religião, idade, deficiência

e orientação sexual, que

continuam a existir nas

sociedades portuguesa e

europeias.

sença, prestando informação com o apoio de materiais informativos, bem como de representantes do Serviço de Tradução Telefónico (STT), tradutores em várias línguas. Outros stands foram ocupados por ONGs, parceiros sociais e organismos públicos, para promoção das actividades e esclarecimento das suas áreas de actuação. O evento foi divulgado junto dos públicos alvo e da popu-lação em geral de várias formas, incluindo acções web 2.0. O dia 14 de Outubro, que antecedeu o evento, foi marcado

na blogosfera nacional com uma cam-panha que apelou a mensagens sobre a Diversidade, através do lançamento de um blog intitulado “Diversity Call to Action Blog Day”. No que se refere a redes sociais, foram criados perfis no Facebook, Hi5 e Twitter.

Campanha “Pela diversidade. Contra a discriminação” A Direcção-Geral do Emprego, dos Assuntos Sociais e da Igualdade de Oportunidades da Comissão Europeia desenvolve, desde 2003, uma campanha de informação pan-europeia sobre o com-bate à discriminação com base na origem étnica, religião ou crença, idade, deficiên-cia e orientação sexual. A campanha “Pela diversidade. Contra a discriminação.” destina-se a informar as pessoas sobre

os seus direitos ao abrigo da legislação comunitária contra a discriminação, a promover os benefícios positivos da diversidade no local de trabalho e a fornecer contactos de organizações a vítimas de discriminação. Para que a cam-panha seja eficaz em todos os 27 Estados-membros da UE, é coordenada através de uma estrutura única de Grupos de Trabalho Nacionais (GTN) que reúnem especialistas em discriminação de vários sectores e organizações, na sua maioria oriundos de ONGs, sindicatos, organismos para a igualdade e organismos governamentais. Muitas das acti-vidades realizadas ao abrigo da campanha são organizadas a nível nacional e local em cada um dos Estados-membros da UE, com apoio a nível europeu.

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Lyudmyla TkachukEstive presente como intérprete de língua russa, para divulgar o nosso Serviço

de Tradução Telefónica (STT). Além de informação sobre esta linha telefónica,

demos também informação sobre o ACIDI e sobre o CNAI. Apareceram muitas

pessoas interessadas nas diversas actividades e sobre os serviços telefónicos

disponíveis ao público.

Foi muito interessante conhecer outras instituições que, tal como o ACIDI,

trabalham também contra a discriminação e dão apoio às pessoas, e foi tam-

bém interessante ver que não são só os imigrantes que podem ser vítimas de

discriminação, mas às vezes também os portugueses.

As pessoas interessaram-se muito pela CICDR, pelas formas de denunciar

situações de discriminação e por outros tipos de informação, o que mostra

que iniciativas como esta são muito importantes, não só para os estrangeiros

mas também para a comunidade portuguesa.

Elsio Domingos A participação do ACIDI foi virada para os imigrantes e minorias étnicas, dando

a conhecer os nossos projectos e também algumas publicações. À semelhan-

ça de outras instituições, o ACIDI tinha uma banca, onde muitas pessoas se

interessaram pelas informações úteis e pelo CD “Juntos na Diversidade”.

O evento foi visitado por muitos imigrantes, mas também por portugueses,

muitos dos quais para pedir informações e folhetos para amigos que são

imigrantes. Gostei das actuações musicais e também gostei muito de uma

actividade em que se jogava ping-pong em cadeiras de rodas, para se poder

perceber as dificuldades dos deficientes motores.

Thelma Cunha A participação do ACIDI foi positiva, até porque o Alto Comissariado integra a

CICDR, um órgão que combate a discriminação. Esta participação permitiu dar

a conhecer os serviços do ACIDI e toda a dinâmica da instituição, através dos

mediadores presentes e dos vários materiais informativos que distribuímos. O

interesse do público foi grande. Houve muitas perguntas sobre o ACIDI e sobre

a CICDR, por vezes da parte de pessoas que desconheciam a sua existência.

Muitas pessoas quiseram tirar dúvidas sobre questões no âmbito da imigração

e nós complementámos as nossas explicações fornecendo as publicações

existentes.

Houve uma actividade da Comissão Europeia, muito simples, que me desper-

tou o interesse. Os voluntários tiraram fotografias a diversas pessoas para

demonstrar a diversidade e essas fotografias foram afixadas. Foi espantosa

a diversidade cultural que naquele dia apareceu no Colombo, e isso espelhou

um pouco o que é o Portugal intercultural de hoje e o Portugal que se quer

para o futuro.

Lina Wang Com a participação na iniciativa “Dias da Diversidade”, no Colombo, consegui-

mos perceber que, apesar das diferenças, nós trabalhamos todos de maneira

igual. Estive a promover a banca do ACIDI, mostrando os serviços e o apoio

disponibilizados ao imigrante. O público ficou surpreendido com a variedade

de serviço disponibilizados pelo ACIDI e pelo CNAI, que muita gente confunde

com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Com a participação nos “Dias da Diversidade”, foi possível também compreen-

dermos os problemas que enfrentam no dia-a-dia as pessoas com deficiências

físicas, que por vezes são discriminadas por esse motivo. Foi muito interessan-

te a possibilidade de jogar ping-pong em cadeira de rodas para se perceber o

que é ter dificuldades nessa área.

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“a tolerância dos portugueses é exemplar em toda a europa”

por respeito à nossa irmã, a Igreja Católica Romana, mas se as pessoas querem ser ortodoxas, são bem vindas, não

fechamos as portas. Para muitos dos nos-sos emigrantes que estão aqui, longe de casa e da vida familiar, o primeiro impulso para ir à igreja pode não ser a fé, mas, por exemplo, a necessidade de comunicar com os companheiros da sua comunidade, o desejo de encontrar o seu lado social e apoio moral. Viver numa terra estrangeira, em si, já une as pessoas. Mas não há nada que as una como a fé e a Igreja.

Como se estabeleceram os locais de cul-to? Por exemplo, esta igreja da Boa Nova, onde estamos, é propriedade da Igreja Católica portuguesa. Depois da revolução do 25 de Abril, ficou abandonada. Graças a Deus e ao Patriarca de Lisboa, Monsenhor José Policarpo, esta igreja foi cedida à nossa comunidade para que esta pudesse ter um local de culto. Foi um grande gesto de amizade. Temos também a possibili-dade de celebrar nas capelas católicas em Cascais, em Faro e em Setúbal. A situação no Porto é diferente, porque utilizamos, juntamente com a Igreja Luterana Alemã, uma capela no Jardim do Palácio de Cristal que é propriedade do município.

A Capela da Boa nova, em Lisboa, é sufi-ciente para acolher os fiéis? Às vezes, quando temos festas maiores, não é suficiente para todos os fiéis. Mas num domingo normal temos 100 ou 150 pessoas.

Como é o dia-a-dia do culto ortodoxo? Para além dos domingos, celebramos as festas princi-pais, os dias de memória dos grandes santos cristãos e

Desde quando está a Igreja Ortodoxa Russa presente em Portugal? Desde há oito anos, quando o nosso Arcebispo Innokentiy em Paris começou a vir a Portugal para visitar os imigrantes. Já nessa altura a iniciativa de formar uma comunidade ortodoxa russa era dos imi-grantes que viviam aqui.

Como foi o processo de instalação? Na altura, eu era pároco de Madrid, em Espanha, e comecei a visitar os nossos imigrantes em Portugal uma vez por mês. Quando tivemos uma visita do nosso Arcebispo de Paris, houve uma reunião constitutiva da comunidade e escrevemos uma carta ao Patriarca de Moscovo pedin-do o reconhecimento da comunidade de Lisboa. Esta comunidade foi a primeira em Portugal registada no Patriarcado de Moscovo. Depois surgiram outras comu-nidades, no Porto, em Setúbal, em Faro. Há seis anos não havia nenhum, mas hoje em dia temos quatro padres. Também visita-mos as comunidades que estão a formar-se na Madeira, em Elvas, em Chaves, em Castelo Branco etc..

Quem são em Portugal os fiéis da Igreja Ortodoxa Russa? O pico dos fluxos de imigração de países do Leste Europeu teve lugar nos primeiros anos do novo século. Nessa altura, foram constituídas as nossas comunidades em Lisboa, Porto, Faro e Setúbal. Todas elas são multinacionais: russos, ucranianos, bielorussos, moldavos, georgianos, sér-vios, etíopes, guineenses e portugueses, alguns convertidos do ateismo e outros de famílias resul-tantes de casamentos mistos, rezam juntos. Nós não faze-mos proselitismo, não procuramos realizar conversões,

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Padre Arsénio Sokolov

Arsénio Sokolov nasceu em 1968 na região de Kostroma, na cidade de Shar’ya. A partir de 1976, viveu e estudou em Lesosibirsk, na Sibéria Central. Após o serviço militar na mon-gólia, trabalhou como mecânico ferroviário e de caldeiras de água, e estudou no Departa-mento de história da Universi-dade de Tomsk. em 1992, foi ordenado diácono e em 1997 sacerdote e foi nomeado para a Diocese de Krasnoyarsk, em interacção com as instituições penais de Krasnoyarsk. em 1998, graduou-se na Acade-mia Teológica de moscovo. em 1999-2000 estudou no Ins-tituto bíblico em roma. entre 2001 e 2003, foi pároco da comunidade ortodoxa russa em madrid e já visitava Portu-gal uma vez por mês. Tornou-se pároco de Lisboa, nomeado pelo Santo Sínodo da Igreja ortodoxa russa, em 2003 e deste então reside em Lisboa, onde, conforme diz, “a terra acaba e o mar começa”.

# eNTrevISTA

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as Vésperas, aos sábados. Temos um curso bíblico todas as terças feiras, um curso de português... Temos muitas actividades na capela, que está aberta quase todos os dias. Excepto aos domingos, as actividades são à tarde, porque a maioria das pessoas que as frequentam são trabalhadores. Temos muito poucos reformados, quase todos os membros da comunidade trabalham ou estudam. Ainda não conse-guimos ter aulas de russo mas esse é um objectivo para o futuro, porque na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa o custo de aprender russo é alto.

Tem-se falado no regresso de muitos imigrantes de Leste. Como padre desta comunidade, como vê este fenómeno? Nos últimos anos, há uma tendência para os imigrantes de Leste diminuírem. O povo português é muito acolhedor e os nossos imigrantes conseguiram obter residência e alguns até cidadania portuguesa. Com estes documentos vão procurar trabalho do outro lado da fronteira portu-guesa onde o salário é mais alto: Espanha, França, Itália, Bélgica, até Angola... Alguns regressam para a pátria, sobre-tudo os ucranianos. Não é porque não gostem de Portugal, mas porque não podem ganhar muito aqui. O salário em Espanha ou Itália, por exemplo, é duas ou três vezes mais elevado do que em Portugal.

Há muitos que vêm para ficar? Há. Sobretudo as pessoas casadas com autóctones. Os mais integrados, parece-me, são os moldavos, porque facilmente aprendem o português, integram-se e muitos trabalham já na pro-fissão que tinham anteriormente, como professores, engenheiros, etc.. Os ucrania-nos, bielorussos e georgianos são talvez menos integrados, e russos há poucos, porque a situação económica na Rússia é melhor do que em outros países. Alguns vão ficar, e outros partem para outros paí-ses e depois regressam a Portugal, porque é aqui que eles se sentem melhor.

O que os faz gostar de Portugal? O clima, as relações com as pessoas, a tolerância dos portu-gueses, que é exemplar em toda a Europa. Eu vivi em Itália e em Espanha e posso confirmar que o povo português é mais tolerante e que os imigrantes não sentem nenhuma xenofobia. Os filhos dos imigrantes estão também bem acolhidos e têm os mesmos direitos que os filhos dos portu-gueses, nas escolas, na saúde, etc.. Mesmo as pessoas clan-destinas são bem acolhidas e respeitadas e os filhos têm também o direito de estudar e de ter assistência na saúde. O povo português e a Igreja Católica portuguesa ajudam as pessoas a integrar-se e respeitam-nas como elas são. Isto é uma maravilha, na Europa não existe nenhum país tão tolerante como Portugal.

Quais são as principais dificuldades desta comunidade? A falta de trabalho é a maior dificuldade. Temos um terço

dos paroquianos sem trabalho, e quando não têm trabalho não podem também alu-gar casa, não podem satisfazer as neces-sidades básicas. Outra dificuldade para algumas pessoas mais velhas é a língua portuguesa. Há pais dos nossos paroquia-nos que vieram viver com os filhos, com 70 ou 80 anos, para quem é muito difícil falar bem português.

Quais são as actividades de solidariedade da Igreja Ortodoxa em Portugal?

Distribuímos alimentos e sumos nos grandes centros de pessoas sem abrigo, como Santa Apolónia, Xabregas, Cais do Sodré, etc. Quando o fazemos, nunca perguntamos a re-ligião ou a nacionalidade, distribuímos a todos. Dentro da comunidade, esforçamo-nos por dar ajuda material às pes-soas que ficam sem trabalho e sem casa. Cada domingo, há na Capela alimentos para todos e aparecem portugueses, brasileiros, africanos, estónios, que já conhecem este hábi-to e vêm comer connosco. Para nós é uma grande alegria, pois dividir o nosso pão com as pessoas com mais dificul-dades é o mesmo que dividir com Jesus.

Está em Portugal para ficar? Não sei. Eu sou um “soldado” da Igreja, não sou somente padre mas também monge e se a minha Igreja decidir man-dar-me para outro lugar eu tenho de obedecer, mas gosto muito de Portugal.

Para muitos dos nossos emi-grantes, o primeiro impulso para ir à igreja pode não ser a fé, mas, por exemplo, a necessi-dade de comunicar com os com-panheiros da sua comunidade.

Temos muito poucos reforma-dos, quase todos os membros da comunidade trabalham ou estudam.

Capela da Boa Nova, em Lisboa

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TRANSNATIONAL FAMILIES

autores: Harry goulbourne e outros

publisher: routledge (2009)

As comunidades imigrantes, que causam transformações nas socie-dades onde se inserem, são também transformadas por estas. Este livro fornece um panorama sobre a urgên-cia de novos entendimentos sobre as etnicidades, identidades e tipos de famílias de um certo número de

grupos étnicos, tipos familiares e fronteiras nacionais. Baseado em informação recolhida em diversos meios de famílias trans-nacionais e de comunidades minoritárias presentes no Reino Unido, analisa as suas experiências de vida e recorre ao conceito de capital social para explorar a forma como essas famílias conseguem manter laços proximidade com significado. Este trabalho de investigação destina-se tanto a estudantes como a académicos e a decisores políticos.

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# CULTUrA

IMMIGRANT FAMILIES IN CONTEMPORARy SOCIETy

Coordenação: Jennifer e. lansford e outros edição: guilford press (2009)

Os imigrantes enfrentam desafios que os colocam em risco em termos sociais, educacionais, emocionais e de saúde. Neste exaustivo trabalho, diversos académicos das áreas da Psicologia, Medicina, Sociologia, Educação, Direito e Economia abordam temas cruciais, apontando novas pistas para investigação e para intervenções verdadeiramente eficazes que promovam uma maior resiliência social e psicológica. Um livro indispensável para uma audiência multidisciplinar de académicos, decisores políticos, gestores de programas e estudantes que procurem compreender as necessidades urgentes dos filhos de imigrantes e das suas famílias e encorajem uma integração bem sucedida..

ChILDREN OF INTERNATIONAL MIGRANTS IN EUROPE

autores: roger penn e paul lambert edição: palgrave macmillan (2009)

“Children of International Mi-grants in Europe: Comparative Perspectives” realiza uma análise comparativa da situação de cerca de 2.500 crianças na Europa. Centrando-se na Grã-Bretanha, França e Alemanha, examina nove grupos étnico-nacionais, incluin-do paquistaneses e indianos na

Grã-Bretanha, magrebinos em França e turcos na Alemanha. O livro inclui material empírico inovador sobre o uso da linguagem, experiências educacionais, mercado de trabalho, entrada nos países, integração política e comportamentos culturais dos jo-vens adultos. As conclusões apontam para a existência de um processo generalizado de assimilação, a par da manutenção das identidades culturais e religiosas dos países de origem.

TRANSLATING ChILDhOODS

autores: marjorie faulstich orellana e myra Bluebond-langner

edição: rutgers University press (2009)

Apesar de a vida familiar dos imigrantes ter atraído a atenção dos investigado-res, pouco se sabe acerca da geração mais jovem, frequentemente considera-da “invisível”. “Translating Childhoods: Immigrant Youth, Language, and Culture” uma contribuição muito rele-

vante para o estudo dos jovens imigrantes, explora o “traba-lho” por estes realizado enquanto intermediários culturais e linguísticos, assim como o impacto desta contribuição pouco conhecida. Os leitores podem conhecer aqui, pelas palavras das próprias crianças, algumas chaves para a comunicação que os adultos desconhecem. Expandindo a noção de trabalho infantil, as autoras avaliam o papel das crianças enquanto “tradutores” entre línguas e culturas, e a forma como a aprendizagem dos adultos é moldada por esta contribuição.

ACIDI, I.P.Alto Comissariado para a Imigração

e Diálogo Intercultural

o ACIDI, I.P. prossegue atribuições da Presidência do Conselho de ministros, regulado pelo D.L.

nº. 167/2007, de 3 maio

Lisboarua álvaro Coutinho, nº 14-16 1150-025 Lisboa

Tel.: 218 106 100 Fax: 218 106 117LINhA SoS ImIGrANTe: 808 257 257 / 21 810 61 91

[email protected]

www.acidi.gov.pt

BOLETIM INFORMATIVO

Direcçãorosário Farmhouse

Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural

Coordenação da ediçãoelisa Luis

RedacçãoJogo de Letras – edição e Consultoria Unipessoal, Lda.

([email protected])

Designbuilding Factory, S.A. ([email protected])

Colaboraram nesta edição Camila Cardoso FerreiraCatarina reis oliveira

Juliana IorioKattia hernandezLudmila Tkachuk

Lyubov Patravchanmarisa hortaPaula moura

Susana AntunesTatiana Gomes

Fotografia de capaJoão van Zeller

Pré-impressão e ImpressãoTextype – Artes Gráficas, Lda

Tiragem7.000 exemplares

Depósito legal23.456/99

“NóS”Domingos: rTP2 às 9h50

Segunda a Sexta: rTP1 às 6h05

Novembro tem um tema muito especial: porque dar ao outro e servir o próximo? É o que a Colombiana Berta Perez irá parti-lhar connosco, assim como o trabalho da

ONG “Adan”, que coordena em Portugal. A escritora Alexandra Lucas Coelho relata as suas experiências no Afeganistão, recentemente publicadas no “Caderno Afegão”. Não perca ainda a oportunidade de conhecer de perto as mulheres por trás do projecto “Storias de Mindjeris”: um álbum de retratos sobre as histórias de vida, de sobrevivência e de esperança de 25 mulheres guineenses. O director João Drago falará do seu filme “Todos temos o teu fado”, que retrata estrangeiros dos mais diversos origens a cantar fado com uma paixão lusitana. Será ainda divulgada a iniciativa “Roteiros da Saúde para todos os imigrantes” e, no dia 12, a “Charter for Compassion”, uma lista das prioridades mundiais em matéria de diálogo inter-religioso, que nos serão dadas a conhecer por Abdool Karim Vakil, repre-sentante da Comunidade Islâmica em Portugal.

“GENTE COMO NóS”

a o s d o m i n g o s n a t s f, d e p o i s d a s 1 3 h 0 0

O “Gente Como Nós” vai continuar a abrir janelas para o mundo e a experimentar sabores vindos do Brasil, do Leste Europeu e da Ásia… Vamos ter reportagens em lojas e restaurantes típicos. Negócios conduzidos pelos próprios imigrantes, que servem para unir culturas e mostrar o que cada comunidade tem de melhor. Estes espaços, para além de servirem os hábitos de consumo, a cultura e as tradições das comunidades imigrantes, alimentam também o encanto e a curiosidade dos próprios portugueses…