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Dicas Profissionais

Ao jogar tinta, chocolatee outros produtos sobrecorpos de modelos e decelebridades, GabrielWickbold consegue imagensúnicas e de grande impacto

e sensual

Uma criação fotográfica

POR LIVIA CAPELI

O fotógrafo Gabriel Wickboldusa tinta guache nas suasproduções, pois ela não é

tóxica e sai com facilidade

E le tem apenas 25 anos e já realizou a fantasiade muitos marmanjos: lambuzar, dos pés à ca-beça, o corpo de beldades como Adriane Ga-

listeu, Didi Wagner, Adriana Bombom e Fernanda PaesLeme. Para isso, usou ingredientes como tinta, urucum,chocolate e tudo mais que possa ser colorido e que geremovimento na foto.

O trabalho autoral faz parte da série intitulada SexualColor, criada pelo fotógrafo paulista Gabriel Wickbold(isso mesmo, igual à marca dos pães). Sem abusar doPhotoshop e com a ajuda das célebres curvas das mo-delos, consegue um resultado fotográfico muito criativo,peculiar e, acima de tudo, bem melado.

A ideia de atirar tinta em corpos nus nasceu em2009, quando o fotógrafo atendeu ao pedido de umamigo – o DJ Gabriel Menezes, filho de Jorge Ben Jor– que mostrou uma imagem como referência para umretrato. A foto, porém, contava com alguém jogandotinta no fundo da imagem, e não no modelo.

“Fui a uma papelaria e descobri que a tinta guachenão é prejudicial à saúde e sai da pele com facilidade.‘Algumas crianças até comem um pouquinho’, me ga-rantiu o atendente. Comprei, então, alguns potes epintei o DJ todo de azul. Depois, colocamos tinta laranjaem um balde e jogamos nele. Foi assim que tudo co-meçou”, explica Gabriel Wickbold.

coloridaGabriel Wickbold

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Umas das diversas imagensrealizadas para o catálogo de uma

grife de roupas, que mantém amesma linguagem da produção

autoral de Gabriel Wickbold

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Com o resultado positivo doprimeiro trabalho, Gabriel co-meçou a fundir cores e sensuali-dade em uma mesma linguagem:convidou algumas modelos eusou a técnica de pintura corpo-ral com aerógrafo (air brush) paratingir os corpos desnudos. Napaleta de cores, referências deartistas como Frida Kahlo, Jack-son Pollock e o fotógrafo DavidLachapelle.

A primeira celebridade a po-sar para Sexual Color foi AdrianeGalisteu. “Já tinha um contatocom ela devido a uma campanhapublicitária que realizei. Bastoumostrar meu trabalho autoralaos assessores dela para a Adrianeaceitar a proposta”, diz.

Galisteu ficou três horas parater o corpo pintado com air brush(e outras duas para tirar toda apintura). O fotógrafo usou re-cursos naturais, como galhos decoqueiro, areia e colorau que, acada movimento incorporadocom a iluminação (vinda da partede trás da cena), provocaram umefeito inusitado.

Congelando um instanteDepois da experiência com

a apresentadora e a repercussãona imprensa, o leque de Gabrielabriu ainda mais para as famosas,que se ofereceram para os en-

O retrato do DJ GabrielMenezes, primeiro

trabalho com as tintas, oqual inspirou o fotógrafo

A série Sexual Color começoumeio por acaso:a partir de umpedido do DJGabriel Menezes,filho do cantor Jorge Ben Jor

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Dicas Profissionaissaios: a cantora Paula Lima e asatrizes Adriana Bombom e Fer-nanda Souza, são algumas dasestrelas que deram um “empur-rãozinho” ao nome de Gabriel(se não nas páginas de revistasde arte, pelo menos nas de fofo-ca, como ele mesmo cita).

“Todas elas acharam a expe-riência incrível, pois ninguém seimagina coberto por tintas ao serfotografado em estúdio. As pes-soas acham que é um lugar paraglamour. Porém, a tinta revelapersonagens”, afirma ele.

Gabriel conta que o interes-sante é notar a reação de cadamodelo, que está muito ligadaao produto que ele escolhe paraatirar. “Se for um banho de cho-colate, por exemplo, a expressãoé de prazer. Mas a maioria daspessoas tende a retrair a face nomomento que jogo o líquido”,informa ele.

Mas como ele faz para con-gelar todos os líquidos em plenosplash? Gabriel explica que usaflashes e geradores da marcaBroncolor (modelo Grafitti A4,um gerador de 3.200 joules), quecontam com recurso speed light,ou seja, eles têm a capacidade deignorar a velocidade de sincro-nismo da câmera para uso comflash de estúdio (que geralmenteé 1/125s ou 1/250s), sendo ca-pazes de gerar disparos com altasvelocidades de sincronismo, de-vido ao carregamento rápido eà baixa potência da carga – comousualmente pode ser feito comos flashes de câmera, que têmpotência baixa e tempo de du-ração bem rápido.

O fotógrafo diz que costumautilizar velocidade de 1/6000spara conseguir congelar o im-pacto do líquido no rosto ou no

Para congelar líquidos, penas, pó eoutros produtos em pleno splash econseguir imagens impactantes, Gabrielutiliza um recurso especial disponívelnos flashes suíços da Broncolor

A apresentadora AdrianeGalisteu, fotografada com uma boa dose de urucum,galhos de coqueiro e areia: aofinal, ela adorou a experiência

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O fotógrafo trabalhacom velocidade de até

1/6000s de sincronismode flash para conseguir

registros como este

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Dicas ProfissionaisA apresentadora Didi

Wagner: o Photoshop éusado apenas para

trabalhar a temperaturade cor, saturação e brilho

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corpo dos modelos. Mesmo queo reflexo humano não tenha arapidez exigida por fenômenosque acontecem em frações de se-gundo, ele afirma que não usanenhum mecanismo eletrônicopara o acionamento automáticoda câmera durante os disparos.O segredo para o sucesso de Ga-briel é pura tentativa e erro.

“Conto até três e meu assis-tente joga a tinta enquanto euclico. Se não der certo, jogamosde novo até obter um resultadosatisfatório. Esse é um trabalhototalmente despretensioso e,quanto mais tinta jogada no mo-delo, mais efeitos eu consigo emais diferenciado o resultado fi-ca”, explica o fotógrafo.

Plumas e paetêsGabriel – que usa uma Canon

EOS 5D Mark II com objetivas50 mm f/1.4 e 100 mm f/2.8 ma-

cro – diz que o trabalho é baseadoem muita pesquisa. Ele não deixade ter uma busca incessante pormateriais e maquiagens que pos-sam proporcionar textura e im-pacto visual nas fotos. “Meu tra-balho tomou tal proporção porcausa desses estudos, que envol-vem desde leitura de revistas na-cionais e estrangeiras, até ir àscompras em lugares como a Rua25 de Março, o Mercado Muni-cipal e o bairro do Brás, na regiãocentral de São Paulo. Isso ajudaa enriquecer meu acervo, tantofísico, quanto criativo, com pro-dutos bem coloridos”, diz. Ga-briel conta que gosta de atirar atinta a partir de copos, jarras ebaldes, o que também cria efeitos.

“É comum eu lançar mão deelementos como suco de pêssego,plumas, madeira, areia colorida,fumaça, paetês e purpurina (ima-gine só a lambança que tudo isso

Acima, a atriz Fernanda Paes Leme: Wickbold não usa nenhum dispositivoespecial para disparar a câmera; o sucesso do trabalho é pura tentativa eerro – quanto mais guache é jogado nos modelos, melhor fica o resultado

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faz). Fiz até mesmo alguns inves-timentos em maquiagens usadaspelo Cirque du Soleil”, diz.

A opção em trabalhar comfundos escuros e com a luz po-sicionada de maneira a destacaro líquido, pó, grãos ou penas emmovimento também é importan-te para proporcionar o resultadoideal. Além disso, o fotógraforeconhece que o uso do Photo -shop é constante, não como fer-ramenta para forjar o efeito dolíquido batendo na pele, e simcomo um recurso para controlara temperatura da cor, o brilho ea saturação da imagem.

A colheita dos frutos da sérieSexual Color começou:Gabrielfoi contratado recentemente poruma grife curitibana para levara linguagem autoral para a co-mercial ao elaborar fotos paraum catálogo de moda, que mis-tura jeans e as explosões de coresda tinta guache.

“Acredito que estudar é mui-to importante para quem querter sucesso. Não apenas aqueleestudo de frequentar uma escola,mas também o de ter acesso abons livros e reportagens sobrearte e fotografia. Mas o essencialé ter dentro de si a vontade deousar e a liberdade de produzirmaterial sem as amarras da per-feição. Esta é a veia original detodo fotógrafo que deseja se des-tacar naquilo que faz”, afirmaGabriel Wickbold. Ele diz quejá está preparando a série SexualColor para ser exibida em gale-rias espalhadas pelo mundo.

Além da tinta guache, o trabalho de Gabriel envolve arremesso de líquidos como suco de pêssego...

O fotógrafo exploramateriais comosuco, colorau,plumas, chocolatederretido, paetês epurpurina: muitacoisa vem da Rua25 de Março e doBrás, em São Paulo

Sem muito interesse pelos negócios da família(não é à toa que ele tem o sobrenome Wickbold),Gabriel é um profissional da nova geração: in-quieto, digital e ligado às novas redes sociais. For-mado em Rádio e TV pela FAAP, ele começou afotografar seriamente quando ganhou de presenteuma Canon EOS 20D e percorreu o Brasil bus-cando retratos de rostos anônimos. Como fotó-grafo autodidata, já tem no portfólio campanhaspublicitárias e gente famosa. E não para por aí:ainda sobra energia para produzir filmes e áudiona agência de ideias dele, a Trio (triost.com.br).Conheça mais em gabrielwickbold.com.br.

DE OVELHA DESGARRADA A FOTÓGRAFO AUTODIDATA

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... e calda de chocolatequente, como nesta foto:ele conseguiu captar oexato momento em que olíquido exala fumaça

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