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Uma contribuição à 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública

Brasília, DF2009

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Luiz Inácio Lula da SilvaPresidente da República

José Alencar Gomes da SilvaVice Presidente da República

Nilcéa FreireMinistra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

Teresa Cristina Nascimento SousaSecretária Adjunta

Lourdes BandeiraSubsecretária de Planejamento

Aparecida GonçalvesSubsecretária de Monitoramento e Ações Temáticas

Sonia Malheiros MiguelSubsecretária de Articulação Institucional

Cíntia RodriguesChefe de Gabinete

Odisséia Pinto de CarvalhoAssessora Especial

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© 2009. Presidência da República. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

Distribuição gratuita. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.

Tiragem: 7.000 exemplares

Elaboração, distribuição e informações:

Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres – Presidência da República

Via N1 Leste s/n, Pavilhão das Metas, Praça dos Três Poderes

Zona Cívica Administrativa – CEP: 70.150-908, Brasília-DF

Telefones: (61) 3411.4246 / 3411.4330

Fax: (061) [email protected]/spmulheres

Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher

Edição:Aparecida GonçalvesAne Rosenir Teixeira da Cruz

Organização:Carolina Marra

Capa:Cristina Pape

Revisão:Nana Caetano

Projeto Gráfico:Jheison Henrick

CTP, Impressão e Acabamento:Cidade Gráfica e Editora Ltda

B823s

Brasil. Presidência da República. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.Mulheres: Diálogos sobre Segurança Pública: Uma contribuição à 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública / editado por Aparecida Gonçalves, Ane Rosenir Teixeira da Cruz; organização Carolina Marra – Brasília: SPM, 2009.

24 p. : il.1. Segurança Pública 2. Mulheres I. Título II. 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública

CDU 351.78

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Mulheres – Diálogos sobre Segurança Pública:

Uma contribuição à 1ª Conferência Nacional de

Segurança Pública ...................................................... 11

Introdução ................................................................. 13

Princípios ................................................................... 17

Diretrizes ................................................................... 17

Gestão democrática, controle social e externo,

integração e federalismo:........................................... 17

Valorização profissional e otimização das

condições de trabalho: ............................................... 19

Repressão qualificada da criminalidade: .................. 19

Prevenção social do crime e das violências e

construção da paz: ..................................................... 20

Diretrizes para o Sistema Penitenciário: ................... 21

Diretrizes para o sistema de prevenção,

atendimentos emergenciais e acidentes: ................... 22

Perfil das Partipantes ................................................. 23

Sumário

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7Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

Realização

Coordenação Geral

Facilitação dos Encontros e Subcoordenação

Projeto audiovisual e exposição

Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República: Ministra Nilcéa Freire.

Subsecretária de Enfrentamento à Violência contra a Mulher da SPM/PR: Aparecida Gonçalves

Gerente de Projetos: Ane Cruz

Rebouças e Associados:

Diretora: Nádia Rebouças

Equipe: Nídia Carvalho, Ana Amélia Duarte, Sandra Del Solda-to, Luiz Gaulia, Yara de Souza Barros, Juliana Duarte, Jaqueline Teixeira e Priscila Menezes

Supervisão Geral - Lourdinha Antonioli

Produção: Instituto Magna Mater

Coordenação das equipes de registro: Patrícia Mourão e José Antonio Medeiros

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Especialistas

Parceiras nos Estados

RJ/ Rio de Janeiro:

SP/ São Paulo :

MG/Belo Horizonte:

Coordenação: João Trajano Sento-Sé

Andréa Maria Silveira – Rio de Janeiro

Bárbara Musumeci Soares – São Paulo

Pedro Strozenberg – Belo Horizonte

Nara Pavão – Recife

José Luiz Ratton – Recife

Guaracy Mingardi – Salvador

Maria Claudia Coelho – Belém

Luiz Eduardo Soares – Canoas

Superintendência de Direitos da Mulher:

Superintendente: Cecília Soares

Equipe: Tânia Almeida, Rosângela Castro, Odilon Barbosa e Maria Helena Garcia

Secretaria de Administração Penitenciária: Cláudia Bezerra e Márcia Badaró

Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres de Teresópolis:

Norma Suely Gomes dos Santos

Conselho Estadual da Condição Feminina de São Paulo:

Presidenta: Rosmary Correa

Equipe: Luciana Cappello Ferraz de Oliveira, Maria do Rosá-rio Silveiro Buono, Eliana Hadad Soares Falque, Meire Nogueira Ferreira Rocha.

Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres:

Coordenadora: Maria Virgília Rosa

Coordenadora do Centro de Referência “Risoleta Neves”: Maria Isabel de Andrade Beraldo

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9Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

PE/Recife:

BA/Salvador:

PA/Belém:

RS/Canoas:

Secretaria Estadual da Mulher:

Secretária: Cristina Buarque

Secretária Executiva de Enfrentamento à Violência de Gênero: Lucidalva Nascimento

Coordenadora de Programas: Vanja Lúcia Bormann de Souza Lira

Secretaria de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia:

Secretária: Luiza Bairros

Superintendente de Política para as Mulheres: Valdecir Pedreira do Nascimento

Coordenadoras: Ligia Margarida Gomes de Jesus, Emanuelle Freitas Góes, Neidjane Gonçalves dos Santos

Equipe: Daniele Bitencourt do Carmo, Fabiana Leonel de Cas-tro, Célia Maria Meneses, Maria Sandra dos Santos, Elaine San-tos Oliveira e Eva Cardoso Borges.

Coordenadoria Estadual de Promoção dos Direitos da Mulher do Pará/ Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos:

Coordenadora: Márcia Jorge

Assessora: Silvana Palheta.

Superintendência Penitenciária da Secretaria de Segurança Pú-blica do Pará: Ivete Brabo Lia Menezes, Geralda Borcem

Coordenadoria Municipal de Políticas para as Mulheres da Pre-feitura de Canoas:

Coordenadora: Maria Aparecida Flores de Lima

Assessoras: Marília Verona e Jacira Teresinha Dias Ruiz.

Agradecimentos às 213 mulheres que participaram dos Diálogos e deram um exemplo de cidadania, esperança e compromisso com a construção da Cultura de Paz.

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11Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

Mulheres – Diálogos sobre Segurança Pública

Uma contribuição à 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública

Segundo diferentes pesquisas, as mulheres são a minoria entre os responsáveis e/ou envolvidos com os crimes consi-derados mais violentos e em todo o mundo, elas representam apenas cerca de10% da população carcerária. No entanto, são as mulheres que protagonizam o maior número de iniciativas ou movimentos na busca de soluções para a violência. Elas são a maioria nas associações de familiares de vítimas da violência, na defesa dos direitos da população carcerária, nas demandas de promoção da justiça e na apuração dos crimes cometidos por agentes do estado. Elas falam e atuam como mães, esposas, filhas, irmãs, companheiras e também como vítimas das vio-lências perpetradas tanto no espaço público como no espaço de convívio íntimo e familiar.

Assim, se não há algo diferente a dizer sobre violência e segurança pública, as mulheres, certamente, têm o que dizer.

Foi desta convicção que partimos ao decidir empreender a iniciativa “Mulheres – Diálogos sobre Segurança Pública”. Nosso ponto de partida foi o reconhecimento de que as vulnerabilida-des, as possibilidades de saída e proteção e as necessidades de segurança são diferentes quando se trata de homens ou mulhe-res; que homens e mulheres são agentes de conflito e de paz e perpetradores e vítimas de violências de modos diversos.

Reunimos donas de casa, empresárias, presidiárias, estu-dantes, professoras, delegadas, profissionais liberais; mulheres com os mais diferentes níveis de instrução, classes sociais, faixa etária, religião, orientação sexual, estado civil em sete municí-pios brasileiros, de diferentes regiões do país – a saber: Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Salvador (BA), Belém (PA) e Canoas (RS) - que apontaram a violência em todos os lugares: na rua, no trânsito, na escola, na política, no futebol e na família e se deram conta de que o con-ceito de “segurança pública” ainda é, para a maioria delas, uma abstração. Apesar disso, elas aceitaram o desafio de dialogar e contribuir para garantir uma intervenção qualificada e exclusiva das mulheres na I Conferência Nacional de Segurança Pública em agosto de 2009, em Brasília.

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Entre suas semelhanças e diferenças, elas exerceram a to-lerância, exploraram o medo e a dor, procuraram o significado de família e limite, clamaram por educação, respeito e seguran-ça. Foram, fundamentalmente, solidárias e dispostas a contri-buir para construção de uma cultura de paz. E a complexidade do “olhar” destas mulheres no decorrer dos Diálogos reitera que as violências não são, apenas, uma questão “de polícia” e sim de “políticas”. Políticas de educação, saúde, habitação, de promo-ção da igualdade e respeito à diversidade, de acesso à justiça e segurança cidadã.

Uma boa Conferência a todas e todos.

Ministra Nilcéa Freire

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13Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

Introdução

Embora atinja a todas as pessoas, a violência é um tema historicamente tratado por homens, assim as mulheres tra-zem um novo olhar, mais amplo e mais complexo à questão da segurança pública. Para as mulheres, a violência é ori-ginada e potencializada por preconceitos, discriminações, impunidade, crenças e valores da sociedade e sua solução envolve ampla mudança cultural. Assim, segurança pública não é apenas uma questão “de polícia”, embora a polícia e a justiça sejam fundamentais nesse processo, mas é também uma questão de saúde pública, família e educação. O pa-pel da mídia – tanto do jornalismo, quanto da publicidade e do entretenimento – é visto como chave no processo de construção de uma Cultura de Paz. A banalização da violên-cia e o reforço aos estereótipos e preconceitos estimulam o aumento da criminalidade e da violência. É necessário e ur-gente discutir de forma ética e democrática o envolvimento da mídia na questão da segurança pública.

Além dos temas citados acima, os seguintes problemas foram bastante discutidos pelas mulheres: violência policial; tráfico e uso de drogas; fiscalização e punição – criminal e administrativa – das instâncias legislativa, executiva e ju-diciária; sistema penitenciário; ampla divulgação das ações e políticas de prevenção e atendimento; envolvimento das comunidades e da sociedade em geral em todas as etapas das políticas públicas; mais investimentos nas políticas de promoção à equidade de gênero; valorização do trabalho policial; entre outros.

Desde uma perspectiva de gênero, entendemos que a segurança pública está diretamente ligada ao desenvolvi-mento humano e à qualidade de vida em um amplo sentido. Para garantir a segurança pública deve-se ter como norte a consolidação dos direitos humanos. Dar voz às mulheres é uma estratégia democrática de construir uma nova visão sobre a segurança pública, que considere a complexidade do problema e a multiplicidade de estratégias que precisam ser desenvolvidas de forma articulada para enfrentá-lo.

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A seguir, apresentaremos as propostas levantadas pelas participantes no decorrer do “Mulheres -Diálogos sobre Se-gurança Pública”. A partir dessa participação inicia-se o pro-cesso de inclusão de uma perspectiva de gênero em todos os âmbitos de reforma do Sistema de Segurança Pública. As propostas das mulheres levam em consideração tanto suas próprias necessidades quanto da população em geral, pois para elas não se trata apenas que resolver os problemas que atingem especificamente as mulheres, mas de transformar a sociedade construindo uma Cultura de Paz.

Para as mulheres, o enfrentamento dos problemas de Segurança Pública precisa ser realizado em conjunto com ações em outras áreas, especialmente a saúde e a educação, que garantam a plena cidadania e desenvolvimento. O pro-blema é visto como amplo, complexo e multifatorial, por-tanto, suas soluções também o são. Outro aspecto conside-rado chave é a construção de estratégias de aproximação en-tre o poder público e a sociedade civil. “A comunidade sabe”, afirma uma das participantes, a comunidade conhece seus problemas, sabe quem está envolvido com a criminalidade e pode contribuir de forma eficaz para seu enfrentamento. Neste sentido, tocam em um ponto crucial: quando são de-senhadas e implementadas as políticas públicas muitas vezes não são feitas análises do contexto e às vezes uma “boa pro-posta” gera mais violência. Isso evidencia a importância de projetos como estes “diálogos”, que buscam construir pro-postas a partir da participação direta das beneficiárias. Além disso, o fortalecimento dos laços comunitários e das redes sociais rompe com o isolamento, que é terreno propício para que a violência se instaure, tornando-se um mecanismo de prevenção e saída da situação de violência. Assim, a im-plementação de políticas públicas nesta área deve considerar as realidades locais, por meio de análise de contexto e do envolvimento da comunidade no processo, a fim de garantir sua eficácia e eficiência.

As mulheres, em consonância com as discussões da 1ª CONSEG promovida pelo Ministério da Justiça, apontam

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15Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

que a segurança pública deve contemplar um espectro mais amplo do que a repressão à criminalidade, desenvolvendo políticas intersetoriais e integradas que tenham em vista a prevenção à criminalidade, a melhoria das condições de vida da população em todos os âmbitos, o fortalecimento dos laços comunitários e a valorização profissional das/os servi-dores da área. Além disso, para as mulheres, uma política de segurança pública eficaz deve se balizar numa perspectiva de gênero, considerando seu impacto tanto para homens e para mulheres, e de direitos humanos. Outro aspecto considera-do fundamental por elas é a garantia da inclusão das mulhe-res nas instâncias de participação social sobre segurança pú-blica e a ampliação do número de mulheres nas corporações e nos cargos de alto escalão das policias e da justiça.

Frente ao que foi exposto, apesar das diferenças meto-dológicas em relação àquelas propostas para as Conferências Livres da 1ª CONSEG, é possível destacarmos os princípios e diretrizes discutidos de modo mais significativo nas sete regiões metropolitanas envolvidas nos “Diálogos sobre Se-gurança Pública”, que apresentaremos a seguir.

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17Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

Princípios

Diretrizes

Gestão democrática, controle social e externo, integração e federalismo:

1. A segurança pública deve se basear em uma perspectiva de gênero e de direitos humanos.

2. As políticas de segurança pública devem ser intersetoriais e integradas.

3. As políticas de segurança pública devem priorizar a preven-ção, focando a família, a comunidade, a escola e a saúde.

4. As políticas de segurança pública devem ser realizadas em conjunto com a comunidade, garantindo a participação das mulheres e respeitando as realidades locais.

5. A segurança pública deve estar relacionada às condições de vida da população em todos os âmbitos.

6. A construção de uma Cultura de Paz deve estar pautada no direito às diferenças, na equidade e na liberdade.

7. As políticas de segurança pública devem incluir entre suas prioridades o enfrentamento à violência doméstica.

A seguir apresentaremos as diretrizes levantadas pelas participantes dos “Diálogos sobre Segurança Pública”, de acordo com os eixos temáticos da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública. Entre todas as propostas que surgiram nos grupos, serão apresentadas aquelas que apareceram em maior número de mu-nicípios envolvidos no processo e que mereceram mais destaque nas falas das participantes.

1. Estimular a elaboração de ações e programas integrados en-tre os diferentes setores, organismos e níveis de governo.

2. Auditar por amostragem aleatória a declaração anual de bens dos profissionais de segurança pública e definir regras para monitoramento do sistema bancário, visando rastrear gran-des quantias depositadas.

3. Incentivar o fortalecimento dos Conselhos de Segurança Pú-blica e ampliação da participação da sociedade civil, garan-tindo a participação das mulheres.

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4. Incentivar a melhoria do desempenho dos policiais civis e militares, por meio de constante monitoramento de suas performances no trato com a população, combatendo a vio-lência policial.

5. Redefinir e aumentar o rigor da fiscalização interna (corre-gedoria) e externa (ministério público, justiça etc.) da atu-ação policial.

6. Garantir investigação isenta e minuciosa dos autos de resis-tência (mortes causadas por policiais durante o confronto sob alegação de resistência do indivíduo).

7. Fortalecer e divulgar amplamente os canais de denúncia de má atuação policial e garantia de anonimato dos denunciantes.

8. Criar instâncias seguras de participação da comunidade na fiscalização da atuação policial.

9. Combater efetivamente a corrupção policial e combater as milícias.

10. Combater o assédio sexual e a violência institucional dentro das corporações.

11. Divulgar amplamente leis e serviços existentes no âmbito da segurança pública e garantia dos direitos humanos.

12. Financiamento e gestão da política pública de segurança com acompanhamento rigoroso e transparência na prestação de contas do investimento de recursos públicos.

13. Reestruturar e integrar as Polícias Federal, Estadual e Municipal.

14. Padronizar o sistema de informação em todas as Delegacias e implantar Sistema de Informação Federal Integrado – sis-tematizar mandados de prisão emitidos em todos os estados brasileiros.

15. Incluir indicadores de raça, gênero e orientação sexual em todos os sistemas de informação da Polícia e da Justiça.

16. Especificar nas ocorrências policiais os motivos do crime, quando relativos à homofobia, lesbofobia e baseados no gênero.

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19Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

1. Ampliar o número de mulheres em todas as instâncias da Segurança Pública e nos cargos de comando das Polícias.

2. Investir em programas de humanização da polícia, por meio da realização cursos de treinamento para todos funcionários da segurança pública, incluindo conteúdos relativos à raça/etnia, gênero e orientação sexual, visando melhorar o aten-dimento aos cidadãos.

3. Realizar avaliação anual obrigatória dos profissionais de se-gurança pública, desde o início de suas carreiras, com exa-mes médicos, psicológicos, toxicológicos.

4. Promover cursos específicos para policiais de capacitação e treinamento periódicos para atendimento adequado à população.

5. Revisar e aumentar a carga-horária e os conteúdos relativos aos Direitos Humanos em todas as etapas da formação poli-cial, com atenção especial para gênero, orientação sexual e raça/etnia.

6. Ampliar o atendimento médico e psicológico para policiais em exercício.

7. Criar núcleos de Direitos Humanos e Gênero nas policias civil e militar.

8. Criar estratégias para estimular a dedicação exclusiva de po-liciais e melhorar a remuneração

1. Garantir aplicação da Lei nos casos de adulterações dos lo-cais de crimes.

2. Garantir respeito à comunidade, na incursão abusiva do ca-veirão, coibindo o uso indevido.

3. Ampliar o número de Delegacias de Mulheres e incentivar a aplicação da Norma Técnica de Padronização destes serviços.

4. Garantir a implementação integral da Lei Maria da Penha.

5. Ampliar o número de servidores da justiça.

Valorização profissional e otimização das condições de trabalho:

Repressão qualificada da criminalidade:

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6. Realizar reforma da legislação de processo penal.

7. Implementar Centros de Responsabilização e Educação de Agressores.

1. Desenvolver política pública de segurança com foco na família.

2. Ampliar e fortalecer as polícias comunitárias.

3. Garantir policiamento 24 horas em todos os bairros da cidade.

4. Ampliar os programas de prevenção à exploração sexual de crianças e adolescentes e ao tráfico de mulheres.

5. Garantir maior agilidade no julgamento dos processos da Vara de Órfãos e Sucessões, que envolvem subsistência de famílias.

6. Criar programas de apoio a famílias em situação de vulnerabilidade.

7. Ampliar programas de redução de danos para usuários de álcool e drogas.

8. Ampliar programas de inserção de jovens no mercado de trabalho.

9. Divulgar amplamente leis e serviços existentes no âmbito da segurança pública e garantia dos direitos humanos.

10. Implementar programas de Segurança Pública “sem homofo-bia e sem lesbofobia”.

11. Estruturar e implementar políticas públicas para a difusão de uma Cultura de Paz, incentivando a criação de conselhos de paz nas comunidades.

12. Capacitar professoras/es sobre Segurança Pública e combate à violência na escola.

13. Realizar campanhas em parceria com a mídia contra violên-cia doméstica, homofobia, violência no trânsito, racismo, poluição sonora e campanhas cívicas estimulando a gentileza e a não violência.

Prevenção social do crime e das violências e construção da paz:

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21Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

14. Criar estratégias para comprometer a mídia com transmis-são de informações e entretenimento que não estimulem práticas discriminatórias e violentas, incentivando uma mí-dia responsável e ética.

15. Criar políticas de garantia de direitos das prostitutas.

16. Ampliar o número de Núcleos de Mediação de Conflitos e de Prevenção à Criminalidade nas comunidades.

17. Ampliar o Programa “Promotoras Legais Populares”.

18. Ampliar e fortalecer a rede de atendimento e proteção a mu-lheres em situação de violência doméstica e familiar.

19. Fortalecer e ampliar políticas de prevenção e combate à violência sexual praticada por autores desconhecidos ou por parentes e conhecidos das vítimas.

1. Reestruturar e ampliar as políticas de ressocialização de pre-sidiárias/os: promover cursos profissionalizantes e encami-nhamento profissional, com geração de renda.

2. Incentivar a criação de cooperativas formadas por ex-presidiárias/os.

3. Garantir e implementar serviços de saúde integral, com equipes multidisciplinares (especialidades médicas, psicolo-gia, odontologia, serviço social).

4. Definir e executar mudanças no Sistema Carcerário: divisão dos/as detentos/as por tipos de infrações.

5. Revisar normas de revista nas visitas aos presos/as.

6. Garantir o direito a visita íntima para as mulheres em situa-ção de prisão independente da orientação sexual.

7. Capacitar servidoras/es e profissionais de segurança para lidar com necessidades específicas das mulheres em situa-ção de prisão, qualificando-os em gênero, raça e orientação sexual.

8. Ampliar programas de acompanhamento psicossocial às fa-mílias de presas/os.

Diretrizes para o Sistema Penitenciário:

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9. Implementar Conselhos Prisionais, com a participação da sociedade civil, de familiares de presas/os, grupos de direi-tos humanos, representantes do sistema prisional, OAB etc.

1. Ampliar as ações da segurança pública junto à educação e ao sistema de saúde.

2. Implementar “Centros de Aconselhamento” em cada bairro ou região, onde atuam profissionais de diferentes áreas: as-sistentes sociais, psicólogos, advogados, que orientam e agi-lizam o atendimento das/os cidadãs/aos.

3. Ampliar programas sobre cidadania, segurança e educação no Trânsito.

4. Fiscalizar e garantir o cumprimento da LEI Nº- 11.705, de 19 de junho de 2008.

Diretrizes para o sistema de prevenção, atendimentos emergenciais e acidentes:

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23Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

Perfil das Partipantes

RJ/ Rio de Janeiro –dias 25 e 26 de Abril de 2009:

SP/ São Paulo –dias 16 e 17 de Maio de 2009

Professoras, Inspetora de Polícia, Psicóloga, Coordenado-ra, Funcionária da Fundação Vale, Conselheira do Conselho das Mulheres da Zona Oeste, Arte Educadora (DJ e Oficineira), Ad-vogada (Militante do Movimento LGBT e integrante da ONG D’Ellas), Presidiária do Bangu, Pedreira, Dona de Casa (vítima de violência), Assessora da Câmara Municipal de Vereadores, Inte-grante do Grupo de Bordadeiras do Morro da Coroa, Empregada Doméstica, Assistente Social, Agricultora, Auxiliar Administrativa, Integrante do Grupo “Mães de Acari”, Adolescente grávida, Con-selheira do CEDIM (soro positiva e deficiente visual), Pescadora, Bordadeira (integrante do Fórum de Mulheres Negras), Mãe de Santo (integrante da Rede Nacional Afro), Enfermeira, Taróloga.

Donas de Casa, Advogadas, Proprietária de Salão de Beleza, Publicitária, Delegadas de Polícia (Conselheira Afrobras), Faxineira, Orientadora do Hospital São Matheus, Diretora Comercial, Egressa do Sistema Penitenciário, Agente Esco-lar, Coordenadora de Cursos das Promotoras Legais Popu-lares, Integrante da ONG Geledès, Diretora Executiva, Au-xiliar de Serviços Gerais e militante da Pastoral da Mulher, Funcionária Pública da Prefeitura de Itaquera, Professora, Comerciária, Policiais Militares, Bombeira, Agente de Se-gurança Penitenciária, Empregada Doméstica, Militantes do Movimento de Mulheres.

Promotora de Justiça, Delegada de Polícia, Funcionária Pública, Egressa do Sistema Penitenciário, Pastora Evangélica, Diarista, Espírita do Centro Espírita “Eduardo Menezes”, Pro-fessoras, Pedagoga, Azuleijista da Construção Civil, Estudantes, Vendedora Autônoma, Cozinheira, Comerciante, Integrante da Associação Lésbica de MG, Promotora da Polícia Comunitária, Artesã, Funcionária Pública do Centro de Saúde Eldorado, Ge-rente Operacional de Telecomunicações, Aposentadas, Empresá-ria ( Vice Presidente da Associação Comercial de MG), Psicólo-gas, Advogada (integrante do Centro de Defesa da Cidadania), Integrante do Grupo Solidariedade BH, Assistente Social, Pros-tituta (integrante da associação das prostitutas de MG).

MG/Belo Horizonte –dias 26 e 27 de Maio de 2009

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RS/Canoas:dias 13 e 14 de Julho de 2009

BA/Salvador:dias 03 e 04 de Junho de 2009

PA/Belém:dias 06 e 07 de Junhode 2009

Funcionária da Caixa Econômica Federal, Desempregadas, Prostituta, Estudantes, Dona de Casa, Auxiliar Administrativa da Secretaria de Saúde, Presidiária da Colônia Penal Feminina, Ar-tesã, Chefe do Núcleo de Formação e Articulação Comunitária da Secretaria Especial da Mulher, Diarista e Militante do MST, Funcionária Pública da Prefeitura de Itamaracá, Babá, Agente de Saúde, Auxiliar Administrativa da Secretaria do Trabalho e De-senvolvimento Social, Estudantes, Delegada de Polícia, Dona de Casa, Monitora de Educação, Instrutora de Cursos da Secretaria de Programas Especiais, Professora.

Dentista Sanitarista, Aposentada, Orientadora Educacio-nal, Costureira, Estudantes, Pesquisadora da UFBA, Desem-pregadas, Donas de Casa, Técnica em Laboratório, Autônoma, Defensoras Pública, Artesã, Soldado da Polícia Civil, Professora, Agente de Crédito do Banco do Brasil, Delegadas de Polícia de DEAM, Mãe de Santo, Comerciante, Recicladora de Lixo.

Assistente Administrativa DAS/SUSIPE, Lavadeira, Pre-sidiária, Desempregadas, Estudantes, Agentes Penitenciárias, Vendedora de Cosméticos, Consultora Jurídica da FUMPARÁ, Feirante do Mercado Municipal Guamá, Artesãs, Delegada de Polícia da DEAM, Professoras, Socióloga da SEJUDH, Motoris-ta de Ônibus, Guarda Municipal, Esteticista Corporal, Auxiliar Administrativo da Assembléia Legislativa, Dona de Casa, Mani-cure, Defensoras Pública, Cozinheira, Dona de Casa, Professora, Merendeira, Escrivã de Polícia, 3ª Sargento do Corpo de Bom-beiros, Enfermeira, Estudantes, Assessora da SEJUDH, Soldado da Polícia Militar, Cobradora de Ônibus.

Sócia da Cooperativa de Alimentos de Canoas, Diarista, Desempregadas, Jornalista e Radialista, Monitora Social de Abri-go Municipal, Guarda Municipal, Auxiliar Administrativa da CA-PIS, Assistente da Delegada da Mulher, Mãe de Santo (Yalorixá), Donas de Casa, Fisioterapeuta, Estudantes, Servente Escolar, Costureira, Produtora de Cercas PVC e Bordadeira, Servidoras Públicas das Prefeituras de Gravataí, Canoas, Alvorada e Esteio, Assessora da Mulher da Prefeitura de Gravataí, Lésbicas, Adoles-cente Grávida.

PE/Recife:dias 30 e 31 de Maiode 2009