uma classe social é um grupo de pessoas que têm status social similar segundo critérios diversos

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Uma classe social é um grupo de pessoas que têm status social similar segundo critérios diversos, especialmente o econômico . Diferencia-se da casta social na medida em que ao membro de uma dada casta normalmente é impossível mudar de status. Segundo a óptica marxista , em praticamente toda sociedade, seja ela pré-capitalista ou caracterizada por um capitalismo desenvolvido, existe a classe dominante, que controla direta ou indiretamente o Estado , e as classes dominadas por aquela, reproduzida inexoravelmente por uma estrutura social implantada pela classe dominante. Segundo a mesma visão de mundo, a história da humanidade é a sucessão das lutas de classes , de forma que sempre que uma classe dominada passa a assumir o papel de classe dominante, surge em seu lugar uma nova classe dominada, e aquela impõe a sua estrutura social mais adequada para a perpetuação da exploração. A divisão da sociedade em classes é consequência dos diferentes papeis que os grupos sociais têm no processo de produção, seguindo a teoria de Karl Marx. É do papel ocupado por cada classe que depende o nível de fortuna e de rendimento, o género de vida e numerosas características culturais das diferentes classes. Classe social define-se como conjunto de agentes sociais nas mesmas condições no processo de produção e que têm afinidades políticas e ideológicas. A partir da Idade Contemporânea , com o desenvolvimento do sistema capitalista industrial (e mesmo do pós-industrial), normalmente existe a noção de que as classes sociais, em diversos países, podem ser dividas em três níveis diferentes, dentro dos quais há subníveis. Atualmente, a estratificação das classes sociais segue a convenção baixa, média e alta, sendo que as duas primeiras designam o estrato da população com pouca capacidade financeira, tipicamente com dificuldades económicas, e a última possui grande margem financeira.

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Page 1: Uma classe social é um grupo de pessoas que têm status social similar segundo critérios diversos

Uma classe social é um grupo de pessoas que têm status social similar segundo critérios diversos, especialmente o econômico. Diferencia-se da casta social na medida em que ao membro de uma dada casta normalmente é impossível mudar de status.

Segundo a óptica marxista, em praticamente toda sociedade, seja ela pré-capitalista ou caracterizada por um capitalismo desenvolvido, existe a classe dominante, que controla direta ou indiretamente o Estado, e as classes dominadas por aquela, reproduzida inexoravelmente por uma estrutura social implantada pela classe dominante. Segundo a mesma visão de mundo, a história da humanidade é a sucessão das lutas de classes, de forma que sempre que uma classe dominada passa a assumir o papel de classe dominante, surge em seu lugar uma nova classe dominada, e aquela impõe a sua estrutura social mais adequada para a perpetuação da exploração.

A divisão da sociedade em classes é consequência dos diferentes papeis que os grupos sociais têm no processo de produção, seguindo a teoria de Karl Marx. É do papel ocupado por cada classe que depende o nível de fortuna e de rendimento, o género de vida e numerosas características culturais das diferentes classes. Classe social define-se como conjunto de agentes sociais nas mesmas condições no processo de produção e que têm afinidades políticas e ideológicas.

A partir da Idade Contemporânea, com o desenvolvimento do sistema capitalista industrial (e mesmo do pós-industrial), normalmente existe a noção de que as classes sociais, em diversos países, podem ser dividas em três níveis diferentes, dentro dos quais há subníveis. Atualmente, a estratificação das classes sociais segue a convenção baixa, média e alta, sendo que as duas primeiras designam o estrato da população com pouca capacidade financeira, tipicamente com dificuldades económicas, e a última possui grande margem financeira.

A classe média é, portanto, o estrato considerado mais comum e mais numeroso, que, embora não sofra de dificuldades, não vive propriamente com grande margem financeira. Nota-se, porém, que, nos países de Terceiro Mundo, a classe média é uma minoria e a classe baixa é a maioria da população. Desta interpretação, é possível encontrar outras classes, de acordo a Fundação Getúlio Vargas, entretanto a avaliação ideal seria por bens disponíveis e não pela renda. Já o DIEESE utiliza uma classificação por salários mínimos.

Até 1 Salário Mínimo De 1 a 2 Salários Mínimos

De 2 a 3 Salários Mínimos

De 3 a 5 Salários Mínimos

De 5 a 10 Salários Mínimos

De 10 a 20 Salários Mínimos

Mais de 20 Salários Mínimos

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Classes sociais no Brasil

São freqüentes as análises sobre a organização das classes socioeconômicas no Brasil. Atualmente, observa-se no país uma estrutura social típica de qualquer nação capitalista contemporânea, com três classes distintas. Justamente como qualquer nação desenvolvimento, o maior contingente populacional se encontra classificado como parte das classes sociais mais baixas.

Embora sejam vistas como uma instituição social já antiga, as classes sociais tais como as conhecemos no Brasil atual tem suas origens datadas do início dos anos cinqüenta, quando o país passou a vivenciar um verdadeiro boom de crescimento econômico que duraria até o final dos anos setenta. Foi exatamente esse furor econômico que possibilitou a criação de algo até então inédito na história do país, a classe média brasileira.

Em uma rápida análise da organização dessas classes no país, percebe-se a seguinte distribuição:

Vista dos Jardins, reduto paulistano das classes mais abastadas.

A classe mais abastada e com maior poder de renda, é composta de quatro grupos sociais distintos, sendo que há exceções, por que existem famílias nobres (elite tradicional, ilustres e que detinham grande fortuna antigamente), portanto, as pessoas que pertencem a este grupo, embora não tenham um ganho mensal altíssimo como os empresários de sucesso, estes participam de associações elitistas, tem um status social elevado e vivem na classe alta. Os grupos sociais da classe social mais abastada são:

1. os que dirigem diretamente a maquinaria capitalista do país. Composto por grandes empresários, grandes banqueiros, grandes acionistas, grandes fazendeiros, grandes industriais, etc.

2. os que gravitam em torno desse núcleo principal. Composto de diretores, assessores e gerentes de grandes empresas e indústrias em geral, e também de donos de empresas que assessoram as maiores.

3. os altos funcionários do Estado. Composto por juízes, desembargadores, funcionários bem situados dentro dos três poderes, presidentes de empresas estatais, promotores, políticos, professores universitários bem graduados, funcionários estatais eleitos, militares de alto escalão, etc.

4. os que sobrevivem dos gastos dos quatro grupos, ou seja, aqueles que prestam serviços indiretamente ou atendem diretamente a classe mais abastada, e pelo seu ganho, pertencem a ela. Tendo suas variações, como profissionais liberais

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bem-qualificados ou que ocupam funções políticas e/ou de direção. Composto por médicos, advogados, engenheiros e arquitetos conceituados, proprietários de bares chiques, de clubes, de academias caras, de colégios particulares, de cursos de línguas conceituados, de construtoras famosas e tradicionais, especialistas, etc.

Tendo as suas exceções.

Panorama de um bairro de classe média da cidade de São Paulo.

É com base na alta renda desses grupos sociais que se forma uma nova camada de clientes. Discu

Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 — Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista.

O pensamento de Marx influencia várias áreas, tais como Filosofia, Geografia, História, Direito, Sociologia, Literatura, Pedagogia, Ciência Política, Antropologia, Biologia, Psicologia, Economia, Teologia, Comunicação, Administração, Design, Arquitetura, e outras. Em uma pesquisa realizada pela Radio 4, da BBC, em 2005, foi eleito o maior filósofo de todos os tempos.[1]

Marx foi o último de sete filhos, de uma família de origem judaica de classe média da cidade de Tréveris, na época no Reino da Prússia. Sua mãe, Henri Pressburg (1771–1840), era judia holandesa e seu pai, Herschel Marx (1759–1834), um advogado e conselheiro de Justiça. Herschel descende de uma família de rabinos, mas se converteu ao cristianismo luterano em função das restrições impostas à presença de membros de etnia judaica no serviço público, quando Marx ainda tinha seis anos.[2] Seus irmãos eram Sophie (d. 1883), Hermann (1819-1842), Henriette (1820-1856), Louise (1821-1893), Emilie (adotado por seus pais), Caroline (1824-1847) e Eduard (1834-1837).Em 1830, Marx iniciou seus estudos no Liceu Friedrich Wilhelm, em Tréveris, ano em que eclodiram revoluções em diversos países europeus. Ingressou mais tarde na Universidade de Bonn para estudar Direito, transferindo-se no ano seguinte para a Universidade de Berlim, onde o filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel, cuja obra exerceu grande influência sobre Marx, foi professor e reitor.[2] Em Berlim, Marx ingressou no Clube dos Doutores, que era liderado por Bruno Bauer. Ali perdeu

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interesse pelo Direito e se voltou para a Filosofia, tendo participado ativamente do movimento dos Jovens Hegelianos. Seu pai faleceu neste mesmo ano.[2] Em 1841, obteve o título de doutor em Filosofia com uma tese sobre as "Diferenças da filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro".[2] Impedido de seguir uma carreira acadêmica,[3] tornou-se, em 1842, redator-chefe da Gazeta Renana (Rheinische Zeitung), um jornal da província de Colônia;[4] conheceu Friedrich Engels neste mesmo ano, durante visita deste a redação Envolvimento político

Em 1843, a Gazeta Renana foi fechada após publicar uma série de ataques ao governo prussiano. Tendo perdido o seu emprego de redator-chefe, Marx mudou-se para Paris. Lá assumiu a direção da publicação Anais Franco-Alemães e foi apresentado a diversas sociedades secretas de socialistas. Antes ainda da sua mudança para Paris, Marx casou-se, no dia 19 de junho de 1843, com Jenny von Westphalen,[2] a filha de um barão da Prússia com a qual mantinha noivado desde o início dos seus estudos universitários.[5] (Noivado que foi mantido em sigilo durante anos, pois as famílias Marx e Westphalen não concordavam com a união.[6])

Esposa de Marx, Jenny von Westphalen.

Do casamento de Marx com Jenny von Westphalen, nasceram cinco filhos: Franziska, Edgar, Eleanor, Laura, Jenny Longuet e Guido, além de um natimorto. Ao que consta, Franziska, Edgar e Guido morreram na infância, provavelmente pelas péssimas condições materiais a que a família estava submetida.[7] Marx também teve um filho nascido de sua relação amorosa com a militante socialista e empregada da família Marx, Helena Demuth. Solicitado por Marx, Engels assumiu a paternidade da criança, Frederick Delemuth, e pagando uma pensão, entregou-o a uma família de um bairro proletário de Londres [8]

No tratamento pessoal — Leandro Konder ressalta — Marx foi produto de seu tempo: "Antes de poder contestar a sociedade capitalista Marx pertencia a ela, estava espiritualmente mais enraizado no solo da sua cultura do que admitiria", e que diante dos padrões da Inglaterra vitoriana mostrou: "traços típicos das limitações de seu

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tempo". Como moças aristocráticas, suas filhas tinham aulas de piano, canto e desenho, mesmo que não tivessem desenvoltura para tais atividades artísticas.[8]

Também em 1843, Marx conheceu a Liga dos Justos (que mais tarde tornar-se-ia Liga dos Comunistas). Em 1844, Friedrich Inglês visitou Marx em Paris por alguns dias. A amizade e o trabalho conjunto entre ambos, que se iniciou nesse período, só seriam interrompidos com a morte de Marx.[5] Na mesma época, Marx também se encontrou com Proudhon, com quem teve discussões polêmicas e muitas divergências. E conheceu rapidamente Bakunin, então refugiado do czarismo russo e militante socialista. No seu período em Paris, Marx intensificou os seus estudos sobre economia política, os socialistas utópicos franceses e a história da França, produzindo reflexões que resultaram nos Manuscritos de Paris, mais conhecidos como Manuscritos Econômico-Filosóficos. De acordo com Engels, foi nesse período que Marx aderiu às ideias socialistas.

De Paris, Marx ajudou a editar uma publicação de pequena circulação chamada Vorwärts!, que contestava o regime político alemão da época. Por conta disto, Marx foi expulso da França em 1845 a pedido do governo prussiano. Migrou então para Bruxelas, para onde Engels também viajou.[5] Entre outros escritos, a dupla redigiu na Bélgica o Manifesto comunista. Em 1848, Marx foi expulso de Bruxelas pelo governo belga. Junto com Engels, mudou-se para Colônia, onde fundam o jornal Nova Gazeta Renana.[2] Após ataques às autoridades locais publicados no jornal, Marx foi expulso de Colônia em 1849. Até 1848, Marx viveu confortavelmente com a renda oriunda de seus trabalhos, seu salário e presentes de amigos e aliados, além da herança legada por seu pai.[6] Entretanto, em 1849 Marx e sua família enfrentaram grave crise financeira; após superarem dificuldades conseguiram chegar a Paris, mas o governo francês proibiu-os de fixar residência em seu território. Graças, então, a uma campanha de arrecadação de donativos promovida por Ferdinand Lassalle na Alemanha, Marx e família conseguem migrar para Londres, onde fixaram residência definitiva.

Morte

Tumba de Karl Marx no Cemitério de Highgate, Londres.

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Encontrando-se deprimido por conta da morte de sua esposa, ocorrida em Dezembro de 1881, Marx desenvolveu, em consequência dos problemas de saúde que suportou ao longo de toda a vida, bronquite e pleurisia, que causaram o seu falecimento em 1883. Foi enterrado na condição de apátrida,[9] no Cemitério de Highgate, em Londres.[2]Muitos dos amigos mais próximos de Marx prestaram

homenagem ao seu funeral, incluíndo Wilhelm Liebknecht e Friedrich Engels. O último declamou as seguintes palavra A mais-valia

Ver artigo principal: Mais-valia

O conceito de Mais-valia foi empregado por Karl Marx para explicar a obtenção dos lucros no sistema capitalista. Para Marx o trabalho gera a riqueza, portanto, a mais-valia seria o valor extra da mercadoria, a diferença entre o que o empregado produz e o que ele recebe. Os operários em determinada produção produzem bens (ex: 100 carros num mês), se dividirmos o valor dos carros pelo trabalho realizado dos operários teremos o valor do trabalho de cada operário. Entretanto os carros são vendidos por um preço maior, esta diferença é o lucro do proprietário da fábrica, a esta diferença Marx chama de valor excedente ou maior, ou mais-valia.(Singer, Paul. Marx – Economia in: Coleção Grandes Cientistas Sociais; Vol 31.)

s:

Karl Marx foi o primeiro pensador econômico que criticou a dinâmica do modelo capitalista. Escreveu um tratado de três volumes sobre todos os economistas existentes, que foi publicado como Teoria da Mais-Valia e, posteriormente, incorporado à obra O Capital, obra mais importante do autor. A teoria maxista da mais-valia pode ser compreendida da seguinte forma: suponhanhamos que um funcionário leve 2 horas para fabricar um par de calçados. Nesse período ele produz o suficiente para pagar todo o seu trabalho. Mas, ele permanece mais tempo na fábrica, produzindo mais de um par de calçados e recebendo o equivalente à confecção de apenas um. Em uma jornada de 8

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horas, por exemplo, são produzidos 4 pares de calçados. O custo de cada par continua o mesmo, assim também como o salário do proletário. Com isso, conclui-se que ele trabalha 6 horas de graça, reduzindo o custo do produto e aumentando os lucros do patrão. Esse valor a mais (mais-valia) é apropriado pelo capitalista e constitui o que Karl Marx chama de "Mais-Valia Absoluta". Além do operário permanecer mais tempo na fábrica o patrão pode aumentar a produtividade com a aplicação de tecnologia. Dessa forma, o funcionário produz ainda mais. Porém o seu salário não aumenta na mesma proporção. Surge assim, a "Mais-Valia Relativa". Com esse conceito Marx define a exploração capitalista.

No século XIX, o desenvolvimento da economia capitalista foi capaz de determinar uma curiosa

situação. Mesmo produzindo riquezas em um patamar astronômico, o capitalismo ainda estava

cercado por desigualdades que indicavam a diferença social e econômica das classes burguesa e

operária. Com isso, observamos que muitos intelectuais responderam a essa contradição com

explicações ou propostas que resolveriam tal discrepância.

Entre esses intelectuais, o filósofo alemão Karl Marx apontou que esse abismo socioeconômico

poderia ser explicado pela teoria da mais-valia. Segundo esse pensador, a miséria se perpetuava no

mundo capitalista mediante os baixos salários oferecidos aos operários como um todo. Mais do que

uma simples opção, o baixo salário era parte integrante dos instrumentos que garantiam os lucros

almejados pela empresa.

Sendo assim, Marx indicou que o salário destinado a um trabalhador poderia ser pago com as

riquezas que ele produz, por exemplo, ao longo de dez dias de um mês. Contudo, segundo o

contrato de trabalho, o operário seria obrigado a cumprir os demais vinte dias restantes para

receber o seu salário de forma integral. Dessa forma, o dono da empresa pagaria o valor

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equivalente a dez dias trabalhados e receberia gratuitamente a riqueza produzida nos vinte dias

restantes.

Essa modalidade de “mais-valia” era reconhecida pelo pensamento econômico marxista como a

“mais-valia absoluta”. Paralelo a esse tipo de exploração, ocorria a “mais-valia relativa”, instalada

pelo processo de modernização tecnológico do ambiente fabril. Nesse caso, o trabalhador

adequava o exercício de suas funções ao uso de um novo maquinário capaz de produzir mais

riquezas em um período de tempo cada vez menor.

Nesse caso, o trabalhador recebia o mesmo salário para desempenhar uma função análoga ou, em

alguns casos, ainda mais simples. Graças à nova máquina ou técnica de produção utilizada, o dono

da empresa necessitava de um número de dias ainda menor para cobrir o custo com o salário do

trabalhador. Assim, ficava sendo necessários, por exemplo, apenas cinco dias trabalhados para que

ele pudesse pagar pelo mesmo salário mensal que devia ao seu empregado.

A exposição dessa teoria foi um dos meios pelos quais Karl Marx provou que as relações de trabalho

no mundo capitalista tinham caráter exploratório. Dessa forma, ele condensava mais um

argumento favorável à oposição de interesses existentes na relação entre burguesia e proletariado.

Além disso, essa mesma tese serviu de base para que vários operários lutassem pela obtenção de

melhores salários e condições mais dignas de trabalho.

Este trabalho tem por objetivo, demonstrar como a questão do trabalho é elaborada em Marx, permeando todos os demais sentidos de sua obra; a busca da compreensão da força motriz do Capitalismo tanto como ela se apresenta a sociedade, como para Marx; a contraposição dos sentidos.

Para Marx, o homem é o primeiro ser que conquistou certa liberdade de movimentos em face da natureza. Através dos instintos e das forças naturais em geral, a natureza dita aos animais o comportamento que eles devem ter para sobreviver. O homem entretanto, graças ao seu trabalho, conseguiu dominar em parte, as forças da natureza, colocando-as a seu serviço.

"Como criador de valores de uso, como trabalho útil, é o trabalho, por isso, uma condição de existência do homem, independente de todas as formas de sociedade, eterna necessidade natural de mediação do metabolismo entre homem e natureza e, portanto, da vida humana."

Os animais também trabalham e produzem, porem somente para atender as exigências práticas imediatas, exigências materiais diretas dos mesmos ou de seus filhotes portanto, não podendo ser livres ao trabalharem, pois a atividade dos mesmos é determinada unicamente pelo instinto ou pela experiência limitada que podem ter.

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O que ocorre ao homem é diferente. Anterior a realização de seu trabalho, o homem é capaz de projetá-lo, ou seja, a capacidade de definir meios diversos que possibilitam o alcance de seu objetivo, possuindo a livre escolha da alternativa que melhor se adeqüe a seus meios e procura segui-los.

Justamente porque o trabalho humano pode ser diferente do trabalho dos animais é que o homem modifica a natureza de acordo com suas possibilidades. O que Marx observa na História é a evolução gradativa do trabalho, naquilo que corresponde a evolução do homem e a necessidade de suprir suas necessidades frente ao meio.

"Uma formação social nunca perece antes que estejam desenvolvidas todas as forças produtivas para as quais ela é suficientemente desenvolvida, e novas relações de produção mais adiantadas jamais tomarão o lugar, antes que suas condições materiais de existência tenham sido geradas no seio da mesma velha sociedade. É por isso que a humanidade só se propõe as tarefas que pode resolver, pois, se se considera mais atentamente, se chegará a conclusão de que a própria tarefa só aparece onde as condições materiais de sua solução já existem, ou, pelo menos, são captadas no processo de seu devir."

Para aumentar o seu poder sobre a natureza, o homem passa a utilizar instrumentos, acrescenta meios artificiais de ação aos meios naturais de seu organismo multiplicando-se enormemente a capacidade do trabalho humano de transformar o próprio homem.

O desenvolvimento do trabalho criador aparece, assim, aos olhos de Marx, como uma condição necessária para que o homem seja cada vez mais livre, mais dono de si próprio. Contudo Marx verifica que em sua contemporâniedade, o trabalho assumiu características diferentes das anteriormente pensadas: os homens que produzem os bens materiais, alguns indispensáveis a sua própria existência, porém, não se realizam como seres humanos em suas atividades.

Se no trabalho encontramos o sentido de transformação dos bens necessários a espécie, e é o trabalho o fomentador de seu progresso, como pode transformar-se em grilhão? Para conseguimos compreender este antagonismo, devemos prestar atenção no caráter do trabalho em nossa sociedade que exterioriza-se sob a forma da mercadoria.

"A riqueza de uma sociedade em que domina o modo de produção capitalista aparece como uma "imensa coleção de mercadorias", e a mercadoria individual como sua forma elementar."

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Karl Marx

Em Marx, a análise do papel da mercadoria dentro do sistema capitalista é que permite determinar o caráter do trabalho no mesmo. Busca compreender a especificidade da mercadoria dentro do sistema, e, principalmente a que se deve seu valor; especifica dois tipos de valores: aquele no qual se encontra agregado o valor do trabalho em si, mas que de certa forma, abstraí-se na aquisição do produto, e seu valor de uso que parece aos olhos do comprador como o determinante de seu preço.

O trabalho é o caráter específico que aparece no valor da mercadoria, e, ao que interessa a esta análise, confere a mercadoria a propriedade que transita em todos entendimentos de valor que a mesma possa ter: "que é a de serem produtos do trabalho."

Contudo, em sua análise, ainda sobre o aspecto da mercadoria e trabalho, Marx permite a visualização de um fator característico de nossa sociedade: a descaracterização do produto (mercadoria) como fruto do trabalho humano. Não se conhece quem produziu, apenas o que foi produzido. O valor da mercadoria está em si mesmo e não transcende a isto.

"Ao desaparecer o caráter útil dos produtos do trabalho, desaparece o caráter útil dos trabalhos nele representados, e desaparecem também, portanto, as diferentes formas concretas desses trabalhos, que deixam de diferenciar-se um do outro para reduzir-se em sua totalidade a igual trabalho humano, a trabalho humano abstrato.

Consideremos agora o resíduo dos produtos do trabalho. Não restou deles a não ser a mesma objetividade fantasmagórica, uma simples gelatina de trabalho humano indiferenciado, isto é, do dispêndio de força de trabalho humano, sem consideração pela forma como foi dispendida."

Portanto, um dos determinantes do valor da mercadoria é o trabalho despendido em sua fabricação. Assim sendo, o trabalho não possui a característica de ser reconhecido na compra da mercadoria, porem, no valor da mesma. O trabalho despendido desta forma, tornou-se valor agregado, passando ao aspecto de "venda" da mão de obra, sem a interligação do trabalhador e o produto, surgindo neste meio, o proprietário dos meios de produção. O trabalho tornou-se uma mercadoria, a partir do momento que o trabalhador a vende como única fonte de sua sobrevivência.

"O que essas coisas ainda representam é apenas que em sua produção foi despendida força de trabalho humano, foi acumulado trabalho humano. Como cristalização dessa substância social comum a todas elas, são elas valores, valores mercantis."

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Sendo o exercício do trabalho em qualquer regime econômico sucedido ao longo da História um dispêndio físico de energia, somente sob o regime capitalista vamos encontrar na força de trabalho humana a particularidade de ser fonte de valor. O valor é um fenômeno puramente social; o valor de um produto é portanto, uma função social e não função natural adquirida por representar um valor de uso ou trabalho nos sentidos fisiológicos ou técnico material.

O pensamento econômico evolui no sentido de buscar desvendar as formas sociais de trabalho abstraindo as formas concretas de trabalho. O trabalho abstrato não está compreendido na materialidade, pois sua forma é puramente uma construção social da economia Mercantil Capitalista.

Como o trabalho abstrato é o responsável pela criação de valor em nossa sociedade capitalista, o mesmo fica dependente da expansão e consumação do modo capitalista de produção. Esta necessidade de universalização colocou-se na base do processo histórico que engendra o trabalho abstrato como aquele que cria valor.

Sob este aspecto, e na caracterização do trabalho abstrato como uma espécie de trabalho socialmente igualado, não há no mercado mundial nenhuma outra "mercadoria" capaz de regular o conjunto das diversas economias a não ser o próprio trabalho, e através de Marx , é que conseguimos chegar a esta compreensão.

No sistema atual o trabalhador produz bens que não lhe pertencem e cujo destino, depois de prontos, escapa ao seu controle. O trabalhador, assim, não pode se reconhecer no produto de seu trabalho; não há a percepção daquilo que ele criou como fruto de suas capacidades físicas e mentais, pois se trata de algo que ao trabalhador não terá utilidade alguma. A criação (o produto), se apresenta diante do mesmo como algo estranho e por vezes hostil, e não como o resultado normal de sua atividade e do seu poder de modificar livremente a natureza.

Assim sendo, se o produto do trabalho não pertence ao trabalhador e de certa forma, se defronta com o mesmo de uma forma estranha, isso somente ocorre porque tal produto pertence a outro homem que não o trabalhador. Portanto, quem se apropria de parte do fruto e do próprio trabalho operário ? Marx responde: O capitalista; o proprietário dos meios de produção.

Este trabalho gostaria de alçar vôos mais longínquos, porem, a percepção da falta de embasamento teórico não permite que o autor deste se proponha a escrever aquilo que ainda não compreende em todo seu conjunto. A vontade cede a realidade. Gostaria de

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poder trabalhar com o caráter da alienação e da apropriação da mão de obra por meio da caracterização desta como mercadoria, mas atenho-me ao que compreendo.

Poucos homens tem a compreensão de sua contemporâniedade e por tal, não conseguem atuar de forma determinante dentro do meio em que vivem. Não se atua sobre aquilo que não se conhece, a não ser de forma inconsciente e despretensiosa. Marx conhecia seu tempo e o processo que trazia à mendicância humana deplorável aos homens.

Muito mais do que conhecer, ele se propôs a ensinar, através de sua obra, aquilo que pôde conhecer e desvendar. Mais do que qualquer tese, foi um homem disposto a mudar o mundo em vivia.

Karl Marx

Karl MarxO pensamento de Marx A crítica à razão especulativa Crítica a todas as

formas de idealismo

1.[2.] Karl Marx 1818-1883

o “ Até agora os filósofos não fazem senão interpretar o mundo de diversas maneiras, porém trata-se de transformá-lo”.

Filósofo, economista, homem de ação, foi o criador do socialismo científico e o inspirador da ideologia comunista, chave na história do século XX.

2.[3.] Fontes de seu pensamento o O marxismo se fundamenta em três pilastras fundamentais:

HEGEL ECONOMIA POLÍTICA INGLESA SOCIALISMO UTÓPICO FRANCÊS

3.[4.] INFLUÊNCIA DE HEGEL: MÉTODO DIALÉTICO o A sociedade avança no tempo, através de conflitos e contradições, por meio de

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formas superiores de organização (progresso histórico).

Criador do Idealismo Absoluto. 1770-1831

4.[5.] ECONOMIA POLÍTICA INGLESA Ricardo, Adam Smith o O valor de um produto se baseia no trabalho que se incorpora ao mesmo, na

quantidade e qualidade do trabalho que foi requerido na sua elaboração.

5.[6.] S OCIALISMO UTÓPICO FRANCÊS Proudhon, Bakunin, Louis Blanc

o Necessidade de ir mais além da sociedade burguesa, das conquistas da Revolução Francesa, através das reformas sucessivas do sistema .

Proudhon Bakunin

6.[7.] VERTENTES DA OBRA DE MARX o Segundo Althusser, filósofo marxista, podemos distinguir duas grandes etapas

em sua obra:

o Marx jovem Teoria da alienação , Reflexão sobre a ideologia

o Marx maduro Materialismo histórico

7.[8.] As Classes Sociais

o As desigualdades sociais são provocadas pelas relações de produção , que no capitalismo se divide em proprietários e não-proprietários dos meios de produção.

8.[9.] As Classes Sociais

o As relações entre as classes são de oposição , antagonismo , exploração e complementaridade .

9.[10.] As Classes Sociais

o Os não-proprietários vendem sua força de trabalho.Os interesses de classe são inconciliáveis (exploração).

10.[11.] As Classes Sociais

o As classes, porém, são complementares .Uma existe por causa da outra .

11.[12.] As Classes Sociais

o Desde o surgimento da propriedade privada, a história do homem é a história da luta de classes.

12.[13.] As Classes Sociais

o Exemplo: ideologia. É a garantia da dominação por parte da classe dominante. Tanto do proletariado, que resiste, tanto pelas formas da classe dominante.

13.[14.] TEORIA DA ALIENAÇÃO FONTES Economia: ato mediante o qual uma pessoa

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transmite a outra a propiedade Hegel: Objetivação do Espírito em sua obra Feuerbach: empobrecimento do homem em Deus

14.[15.] BASES ANTROPOLÓGICAS DA TEORIA DA ALIENAÇÃO

o O homem se mostra, desde suas origens, como um ser ativo e produtivo.

o A capacidade ativa e produtiva do homem se realiza no trabalho.

o Mediante o trabalho, o homem transforma a natureza e se transforma a si mesmo .

15.[16.] BASES ANTROPOLÓGICAS DA TEORIA DA ALIENAÇÃO

o O homem sempre trabalhou em grupo, de forma que o trabalho foi também um instrumento transformador das relações sociais.

o No trabalho o homem se realiza também como espécie, como ser genérico.

o A história do homem é a história do desenvolvimento crescente de suas possibilidades e ao mesmo tempo de uma crescente alienação .

16.[17.] A ALIENAÇÃO NO TRABALHO

o Alienação do produto (despojo)

Ao transformar-se o objeto em produto e introduzir-se no mercado Escapa do controle do trabalhador .

17.[18.] Alienação do trabalho o Alienação do ato de trabalho

. O trabalho na sociedade capitalista não é um fim, não está orientado a propiciar o desenvolvimento do homem. Se não que é um meio para satisfazer as necessidades

biológicas fora do trabalho .

18.[19.] Alienacão do trabalho o Alienação da vida em geral

O trabalho alienado faz com que o trabalhador seja despossuído também da vida da espécie, enquanto a natureza e a cultura, a criatividade lhe são alienadas, ao não ter

aceso ao seu desfrute.

19.[20.] Outras formas de alienação Alienacão econômica Alienação social: As relações sociais se instrumentalizam Alienação política: O Estado está ao serviço das classes exploradoras Alienação religiosa: o explorado se refugia na religião para escapar da miséria

20.[21.] A superação da alienação Sociedade comunista. Suprime a desumanização O principal instrumento para superar a alienação é a luta de classes A classe operaria é a única classe Revolucionária. Não é uma generalização do ter, senão uma realização do

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ser do homem .

21.[22.] QUE IMPORTÂNCIA TEM O PENSAMENTO? TEORIA DAS IDEOLOGIAS

o A consciência é um

o produto social.

Marx sublinhou a dependência que existe entre o pensamento e a vida material e social do homem A forma de vida existente no modo de produção capitalista é a que criou o modo idealista de pensar Serve o pensamento para transformar a realidade?

22.[23.] O caráter enganoso das ideologias Um dos riscos do pensamento é oferecer uma imagen falseada ou sublimada das condições em que se desenvolve a vida humana. Moral Filosofia Religião Toda ideologia trata de justificar e defender os interesses subjetivos dos que formulam o conteúdo ideológico

23.[24.] A crítica das ideologias

o Toda ideologia serve para mascarar a exploração.

o Para mostrar as bases da exploração precisa criticar as ideologias.

A ciência critica de forma racional e objetiva a sociedade, frente às ideologias O materialismo histórico foi a teoria criada por Marx para analisar objetiva e criticamente

as leis sócio-históricas, com a finalidade de promover a mudança social .

24.[25.] Origem histórica do capitalismo o Acumulação primitiva de capital.

o Passagem do artesanato à manufatura.

o Revolução Industrial.

25.[26.] O Salário

o O operário, nada possuindo, vende sua força de trabalho, que se torna mercadoria.

26.[27.] O Salário

o Salário = valor da força de trabalho.

o O salário deve garantir a reprodução das condições de subsistência do trabalhador e sua família.

27.[28.] O Salário

o O salário depende dos bens necessários ao trabalhador, que variam conforme os costumes.

28.[29.] O Salário

o Depende da natureza do trabalho, destreza, habilidade educação e

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treinamento para o trabalho.

29.[30.] Trabalho, valor e lucro

o O Trabalho é uma mercadoria especial para o capitalismo, que ao invés de se desvalorizar, gera riqueza.

30.[31.] Trabalho, valor e lucro

o Assim, no valor de uma mercadoria incorpora-se o valor do tempo de trabalho de todos os que nela trabalharam.

31.[32.] Trabalho, valor e lucro

o Para Marx, o trabalha ‘reaviva’ algo morto. No valor de uma mercadoria incorpora-se o tempo de trabalho necessário à produção.

32.[33.] Trabalho, valor e lucro

o Para lucrar, não bastaria aumentar o preço do produto (ficaria irreal ao mercado, mais caro do que custou para ser produzido).

33.[34.] Mais-valia

o Para lucrar, o capitalista se apropria daquilo que o proletário produziu, porém não ‘embolsou’. É no salário que se lucra.

34.[35.] Mais-valia

o Uma coisa é o valor da força de trabalho, outra é quanto esse trabalho rende ao capitalista.

35.[36.] Mais-valia

o Quanto mais mecanizada, menos importante é o trabalho; a força de trabalho vale menos, mas se produz mais. E lucra-se mais.

36.[37.] O MATERIALISMO HISTÓRICO

Mediante esta teoria Marx quis explicar o desenvolvimento histórico desde a óptica da classe trabalhadora, para promover a transformação social.

o Método de explicação A dialética

História como o desenvolvimento do Espírito História como luta de classes Hegel Marx IDEALISMO MATERIALISMO

37.[38.] MARCO DE COMPREENSÃO DO HISTÓRICO o A história não pode ser considerada como uma coleção de fatos isolados. O

social deve ser estudado como uma totalidade concreta, à luz de um modelo teórico abstrato, o modo de produção.

TOTALIDADE SOCIAL CONCRETA (Formação social) TOTALIDADE ABSTRATA (Modo de

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produção)

38.[39.] O MODO DE PRODUÇÃO Modelo teórico que estuda o social como um conjunto deestruturas articuladas e onde o econômico é determinante enm última instância Superestrutura ideológica Superestrutura jurídico política Infraestrutura económica

39.[40.] A INFRAESTRUTURA ECONÔMICA

o A Infraestrutura econômica de uma sociedade é a forma como essa totalidade social organiza la produção material de bens, a distribução e o consumo.

Da forma como os homens produzem mediante o trabalho os bens materiais, depende a organização que adotam a distribução e o consumo. Consumo Distribução Produção

40.[41.] A PRODUCÃO DE BENS o As distintas formas que adotam a produção de bens nos diferentes modos de

produção dependem:

FORÇAS PRODUTIVA S RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO Quantidade de bens e riqueza social que uma comunidade é capaz de produzir em um momento dado São as que se

estabelecem entre os homens na esfera econômica, quando trabalham

41.[42.] As relações sociais de produção Se sustentam nas relações de propriedade Se manifestam em todas as esferas da vida social Determinam as classes sociais

42.[43.] Tipos de relações sociais de produção

o Relações de exploração Relações de cooperação

Baseadas na propriedade privada dos meios de produção Baseadas na propriedade social dos meios de produção

o Relações de escravidão o Relações de servidão

o Relações capitalistas

o Sociedades primitivas

o Futura sociedade sem classes

43.[44.] As forças produtivas

o Dependem

Relações sociais de produção Dos meios de trabalho e sobretudo da tecnologia Crescimento das forças produtivas Mudança nas relações sociais de produção

Modificação da totalidade social

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44.[45.] A superestrutura jurídico-política o Conteúdo

Instituições e leis Estado A máxima expressão do Espírito objetivo de um povo Instrumento de dominação das classes hegemônicas sobre as classes oprimidas Marx

Hegel

45.[46.] A mudança histórica o A contradição no interior da totalidade social é o motor da mudança tanto em

Hegel como em Marx

As contradições têm lugar na esfera do pensamento. Arrancam na infraestrutura e se expressam em todas as esferas da totalidade social. Hegel Marx

46.[47.] Os Meios de Produção na História A forma de apropriação do trabalho excedente por parte dos homens livres se realiza através do direito de cidadania.. A apropriação do trabalho alheio se realiza pelo senhor feudal através dos tributos e ds prestações pessoais Os donos dos meios de produção se apropriam do trabalho excedente dos assalariados através da mais-valia . Se haveria de caraterizar pela propriedade coletiva dos meios de produção. Escravista Feudal Capitalista Socialista

47.[48.] Crítica à Marx

o Levou à uma nova análise da sociedade.

o Relacionou realidade, filosofia e ciência.

o Analisando de forma concreta cada sociedade, conseguiu realizar abstrações.

48.[49.] Crítica à Marx

o Pensa as realidades de forma universalista.

o A ciência só não seria ideológica se inserir no contexto das relações de produção.

49.[50.] Crítica à Marx

o Sociedades não são doentes, são relações de conflito.

o Na prática, porém, suas conclusões não se mostraram completamente corretas. Afinal de contas, é apenas ciência, provisória portanto

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Durante a vida de Marx, suas ideias receberam pouca atenção de outros estudiosos. Talvez o maior interesse tenha se verificado na Rússia, onde, em 1872, foi publicada a primeira tradução do Tomo I d'O Capital. Na Alemanha, a teoria de Marx foi ignorada durante bastante tempo, até que em 1879 um alemão estudioso da Economia Política, Adolph Wagner, comentou o trabalho de Marx ao longo de uma obra intitulada Allgemeine oder theoretische Volkswirthschaftslehre. A partir de então, os escritos de Marx começaram a atrair cada vez mais atenção.[14]

Nos primeiros anos após a morte de Marx, sua teoria obteve crescente influência intelectual e política sobre os movimentos operários (ao final do século XIX, o principal locus de debate da teoria era o Partido Social-Democrata alemão) e, em menor proporção, sobre os círculos acadêmicos ligados às ciências humanas – notadamente na Universidade de Viena e na Universidade de Roma, primeiras instituições acadêmicas a oferecerem cursos voltados para o estudo de Marx.[14]

Marx foi herdeiro da filosofia alemã, considerado ao lado de Kant e Hegel um de seus grandes representantes. Foi um dos maiores (para muitos, o maior) pensadores de todos os tempos, tendo uma produção teórica com a extensão e densidade de um Aristóteles, de quem era um admirador. Como filósofo, se posiciona muito mais numa supra-filosofia, em que "realizar" a filosofia é antes "aboli-la", ou ao realizá-la, ela e a realidade se transformam na práxis, a união entre teoria e prática.[carece de fontes?]

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A teoria marxista é, substancialmente, uma crítica radical das sociedades capitalistas. Mas é uma crítica que não se limita a teoria em si. Marx, aliás, se posiciona contra qualquer separação drástica entre teoria e prática, entre pensamento e realidade, porque essas dimensões são abstrações mentais (categorias analíticas) que, no plano concreto, real, integram uma mesma totalidade complexa.[15]

O marxismo constitui-se como a concepção materialista da História, longe de qualquer tipo de determinismo, mas compreendendo a predominância da materialidade sobre a ideia, sendo esta possível somente com o desenvolvimento daquela, e a compreensão das coisas em seu movimento, em sua inter-determinação, que é a dialética. Portanto, não é possível entender os conceitos marxianos como forças produtivas, capital, entre outros, sem levar em conta o processo histórico, pois não são conceitos abstratos e sim uma abstração do real, tendo como pressuposto que o real é movimento.[carece de fontes?]

Karl Marx compreende o trabalho como atividade fundante da humanidade. E o trabalho, sendo a centralidade da atividade humana, se desenvolve socialmente, sendo o homem um ser social. Sendo os homens seres sociais, a História, isto é, suas relações de produção e suas relações sociais fundam todo processo de formação da humanidade. Esta compreensão e concepção do homem é radicalmente revolucionárias em todos os sentidos, pois é a partir dela que Marx irá identificar a alienação do trabalho como a alienação fundaste das demais. E com esta base filosófica é que Marx compreende todas as demais ciências, tendo sua compreensão do real influenciado cada dia mais a ciência por suas consistências.

[editar] Influências

Algumas das principais leituras e estudos feitos por Marx são:[16]

A doutrina de Hegel; O materialismo de Feuerbach;

O socialismo utópico francês (representado por Saint-Simon, Louis Blanc e Proudhon);

E a economia política clássica britânica (representada por Adam Smith e David Ricardo).

Ele estudou profundamente todas essas concepções ao mesmo tempo em que as questionou e desenvolveu novos temas, de modo a produzir uma profunda reorientação no debate intelectual europeu.

Influência da doutrina de Hegel

Hegel foi professor da Universidade de Jena, a mesma instituição onde Marx cursou o doutorado. E, em Berlim, Marx teve contato prolongado com as ideias dos Jovens Hegelianos (também referidos como Hegelianos de esquerda). Os dois principais aspectos do sistema de Hegel que influenciaram Marx foram sua filosofia da história e sua concepção dialética.[17]

Para Hegel, nada no mundo é estático, tudo está em constante processo (vir-a-ser); tudo é histórico, portanto. O sujeito desse mundo em movimento é o Espírito do Mundo (ou

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Superalma; ou Consciência Absoluta), que representa a consciência humana geral, comum a todos indivíduos e manifesta na ideia de Deus. A historicidade é concebida enquanto história do progresso da consciência da liberdade. As formas concretas de organização social correspondem a imperativos ditados pela consciência humana, ou seja, a realidade é determinada pelas ideias dos homens, que concebem novas ideias de como deve ser a vida social em função do conflito entre as ideias de liberdade e as ideias de coerção ligadas a condição natural ("selvagem") do homem. O homem se liberta progressivamente de sua condição de existência natural através de um processo de "espiritualização" – reflexão filosófica (ao nível do pensamento, portanto) que conduz o homem a perceber quem é o real sujeito da história.[17][18]

Marx considerou-se um hegeliano de esquerda durante certo tempo, mas rompeu com o grupo e efetuou uma revisão bastante crítica dos conceitos de Hegel após tomar contato com as concepções de Feuerbach. Manteve o entendimento da história enquanto progressão dialética (ou seja, o mundo está em processo graças ao choque permanente entre os opostos; não é estático), mas eliminou o Espírito do Mundo enquanto sujeito ou essência, porque passou a compreender que a origem da realidade social não reside nas ideias, na consciência que os homens têm dela, mas sim na ação concreta (material, portanto) dos homens, portanto no trabalho humano. A existência material precede qualquer pensamento; inexiste possibilidade de pensamento sem existência concreta. Marx inverte, então, a dialética hegeliana, porque coloca a materialidade – e não as ideias – na gênese do movimento histórico que constitui o mundo. Elabora, assim, a dialética materialista (conceito não desenvolvido por Marx, que também costuma ser referida por materialismo dialético).[17][19]

“ A mistificação por que passa a dialética nas mãos de Hegel não o impede de ser o primeiro a apresentar suas formas gerais de movimento, de maneira

ampla e consciente. Em Hegel, a dialética está de cabeça para baixo. É necessária pô-la de cabeça para cima, a fim de descobrir a substância

racional dentro do invólucro místico.[20] ”

A respeito da influência de Hegel sobre Marx, escreveu Lenin que

“ (…) é completamente impossível entender O Capital de Marx, e, em especial, seu primeiro capítulo, sem haver estudado e compreendido a fundo toda a lógica de Hegel. ”