uma aventura do 6º c
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Uma aventura do 6ºC
Num dia em que não tivemos inglês, a turma deslocou-se, efusivamente
e em grande algazarra, para a enorme sala de convívio, uma vez que já
tínhamos combinado, no dia anterior, ocupar o nosso tempo de uma forma
divertida.
Lá fora, o dia apresentava-se imensamente chuvoso e triste, fazendo
antever uma tarde, no interior das instalações da nossa escola, aprisionados
pelo tempo.
A nossa amiga Sara comprometeu-se a trazer o jogo do Monopólio e,
quando abrimos a caixa, de imediato uma luz incandescente e misteriosa
saltou, provocando um remoinho ao nosso redor, tendo nós sido engolidos para
dentro do jogo. As várias notas coloridas e as cartas acompanharam-nos
naquela turbulenta viagem, para uma outra realidade, para um outro mundo.
Demos connosco diminuídos à beira
de gigantescos hotéis vermelhos e casas
verdes. As notas e as cartas, como que por
magia, transformaram-se em nuvens
tempestuosas e rodopiantes que se moviam
em grande velocidade por cima das nossas
cabeças.
Nós, no meio da enorme confusão,
estávamos boquiabertos e estupefactos com o que se passava ao nosso redor.
Olhávamos uns para os outros e era possível ver que o terror estava
estampado no rosto de todos.
Foi então que, de repente, nos apareceu magicamente uma figura idosa
vestida de uma forma requintada e que se apresentou no momento em que já
nos encontrávamos com os pés bem assentes no tabuleiro:
- Bem-vindos ao meu jogo! Eu sou o criador do “Monopólio”. E vou-vos
ensinar, dando-vos dicas sobre a melhor forma de ganhar - informou-nos o
pequeno pigmeu com ar de quem percebia do que falava.
O João interpelou-o e perguntando logo de imediato:
- Certo! Mas, de momento, queremos é saber como podemos sair daqui
e como viemos cá parar…
O homem olhou-nos e esclareceu-nos que, para sairmos, teríamos de
jogar contra as criaturas mágicas que estavam aprisionadas e que, se
perdêssemos, estas seriam libertadas no nosso mundo. Explicou-nos,
igualmente, que volta e meia mandava um feitiço para o nosso mundo por
forma a treinar, na arte da luta, as figuras aprisionadas na cadeia do seu jogo,
há muito tempo, por uma feiticeira malvada, estando ele também nessas
condições.
Nós aceitamos o desafio e empenhámo-nos em aprender, bem e
rapidamente, as regras, para sairmos dali.
Após algumas horas de árduo e intenso treino, que representavam
minutos no nosso mundo, encontrámo-nos preparados para o seu começo.
Foi então que, de dentro dos imóveis começaram a saltar várias
criaturas, ricas de magia: unicórnios, ciclopes, dragões, faunos, centauros,
basiliscos, bucéfalos e grifos, que vinham na nossa direção e, apesar de terem
um aspeto estranho e alguns até medonho, mostraram-se receosos perante a
nossa presença. Tantos anos sem liberdade tinha-os transformado e, para
além de terem perdido as qualidades que lhes são características, revelaram-
se simpáticos e amigos, como que se tivessem sido domados, portanto fáceis
de vencer.
Pediram-nos para que não nos guerreássemos e tornaram-se nossos
aliados, auxiliando-nos a sair do jogo. Pelo nosso lado, pedimos-lhe que,
juntamente com o criador, nos ensinassem as táticas perfeitas para saber jogar
bem.
Após o treino intensivo, as criaturas confessaram-nos que não queriam
sair do jogo, porque adoravam aquele lugar e também não saberiam viver
noutro mundo. Mesmo presas, gostavam de aprender mais técnicas com o
idoso, inventor do jogo que, a partir de agora, os deixaria em liberdade visto as
criaturas fantásticas estarem tão diferentes.
Por seu lado, quando este nos virou costas, deixou cair um mapa
dourado que cintilava sobre o tabuleiro. Nós pegamos nele e estavam lá as
táticas mais misteriosas e fantásticas de grandes mestres do monopólio.
Era a nossa oportunidade para sair do jogo e
regressar à sala de convívio da escola.
O dado foi lançado pela última vez e ficou a
rodopiar no tabuleiro. De repente, este começou a
abanar e as peças caíram. Olhámos para cima, e
vimos umas mãos gigantes a dobrar o tabuleiro. Era
uma funcionária a arrumar o jogo, vendo que não
estava ali ninguém. Mal virou o tabuleiro ao contrário saltaram para o chão os
alunos.
Quando o último aluno saiu, a Sara, que era a pessoa que estava a
sonhar, acordou e ficou um pouco atarantada, começando a fazer perguntas a
toda a turma sobre o que se tinha passado.
Trabalho coletivo realizado pela turma do 6.º C Disciplina de Português- professora Beatriz Silva
Novembro 2014