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Universidade Estadual de Maringá 12 a 14 de Junho de 2013
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UMA ANÁLISE DA POLÍTICA PÚBLICA DE EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL PARANAENSE: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
DO RELATÓRIO DE ESTÁGIO PÓS-DOUTORAL
DEITOS, Roberto Antonio (PPGE/UNIOESTE/GEPPES)
LARA, Angela Mara de Barros (PPE/UEM/GEPPEIN)
Apoio e Financiamento: FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA/SETI/Governo do Paraná
1. Introdução
A problemática que envolve o estudo da política pública para a educação
profissional tem sido uma das preocupações de nossos estudos nos últimos anos. Na
elaboração da dissertação de mestrado1 estudamos a questão do ensino médio e
profissional no Estado do Paraná ao analisarmos as propostas educacionais
desencadeadas pelo PROEM – Programa Expansão, Melhoria e Inovação no Ensino
Médio do Estado do Paraná.
Em decorrência dos estudos realizados na elaboração da dissertação de
mestrado, para compreendermos a política educacional paranaense implementada com o
PROEM, e também estudos posteriormente promovidos pelo grupo de pesquisa na
UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná2, percebemos a necessidade de
1 Dissertação de Mestrado, sob a orientação da Professora Dra. Maria Elizabete Sampaio Prado Xavier, defendida em março/2000 na FE/Unicamp, intitulada O PROEM e seus vínculos com o BID/BIRD: os motivos financeiros e as razões ideológicas da política educacional paranaense para o ensino médio e profissional (1995-1999)”, publicada sob o título Ensino médio e profissional e seus vínculos com o BID/BIRD – os motivos financeiros e as razões ideológicas da política educacional, Edunioeste, 2000. 2 GPPS - Grupo de Pesquisa em Políticas Sociais da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste. Em uma pesquisa desenvolvida neste grupo, que tratou da política educacional para o ensino fundamental, médio e profissional no Paraná, com financiamento do CNPq, resultou, dentre outros, no artigo de NOGUEIRA, Francis Mary Guimarães, FIGUEIREDO, Ireni Marilene Zago e DEITOS, Roberto Antonio. A implementação de políticas para o ensino fundamental, médio e profissional no Paraná nos anos 90: o PQE/PROEM e as orientações do BIRD/BID. In: NOGUEIRA, Francis Mary Guimarães (Org.) et al. Estado e políticas sociais no Brasil. Cascavel, PR: Edunioeste, 2001, p. 123-174; e em artigo, dentre outros, de DEITOS, Roberto Antonio. A política educacional paranaense para o ensino médio e profissional (1995-2002): o PROEM e as recomendações do BID e Banco Mundial. In: NOGUEIRA, Francis Mary Guimarães e RIZZOTTO, Maria Lucia Frizon (Orgs.) et al. Estado e políticas sociais: Brasil-Paraná. Cascavel, PR: Edunioeste, 2003, (p. 101-118). 238 p.; verificava-se que
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continuar estudando a política educacional nacional para o ensino médio e profissional.
O desenvolvimento do doutoramento, concluído em 2005, na Faculdade de Educação da
UNICAMP, resultou na elaboração da minha tese de doutorado intitulada “O capital
financeiro e a educação no Brasil”3, sob a orientação da professora Dra. Maria
Elizabete Sampaio Prado Xavier. Ainda durante o processo de doutoramento, em 2001-
2006, participamos do projeto de cooperação acadêmica intitulado “Educação e
formulação de subsídios, estudos e avaliação em políticas sociais: uma contribuição
para o desenvolvimento regional”. Projeto este ancorado no Programa de Qualificação
Institucional – PQI da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –
CAPES, Ministério da Educação4. As atividades oriundas do Projeto de Cooperação
possibilitaram, portanto, o doutoramento de professores da Unioeste e a integração das
instituições, grupos de pesquisas e pesquisadores envolvidos5. Esse processo
possibilitou, dentre outras atividades, a produção da Coletânea intitulada “Estado,
o processo que envolvia a política educacional paranaense para a educação básica expressava o movimento da recíproca contribuição na implementação da reforma do Estado brasileiro e das políticas (neo)liberais nacionais. 3 Tese de Doutorado intitulada O capital financeiro e a educação no Brasil. (Orientadora: Profa. Dra. Maria Elizabete Sampaio Prado Xavier), fevereiro de 2005. Faculdade de Educação da UNICAMP, disponível em: www.unicamp.br/FE/Biblioteca/Acervo Digital. 4 Projeto este que envolveu institucional e academicamente, a IES-Origem, no caso, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Campus de Cascavel, vinculado ao Grupo de Pesquisa em Políticas Sociais – GPPS, tendo como coordenadora a professora Francis Mary Guimarães Nogueira, e a IES/Cooperante, no caso, a Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, tendo como coordenador o professor Luis Enrique Aguilar, e desenvolvido no âmbito dos Grupos: HISTEDBR – Grupo de Pesquisas em História, Sociedade e Educação no Brasil, com sede nacional na Unicamp/FE, coordenado pelo professor Dermeval Saviani e coordenação executiva do professor Dr. Claudinei José Lombardi; LAPPLANE – Laboratório de Políticas Públicas e Planejamento Educacional, coordenado pelo professor Newton Antonio Pacciulli Bryan, e o PRAESA – Laboratório de Estudos e Pesquisas em Práticas de Educação e Saúde, coordenado pela professora Maria Helena Salgado Bagnato. Estes Grupos da Unicamp/FE acolheram para o processo de doutoramento os professores da Unioeste: Rosa Maria Rodrigues, doutorado em educação, área: Ensino, Avaliação e Formação de Professores, Grupo Praesa; Roberto Antonio Deitos, doutorado em educação, área: História, Filosofia e Educação, Grupo Histedbr; Ireni Marilene Zago Figueiredo, doutorado em educação, área: História, Filosofia e Educação - Grupo Histedbr; Isaura Monica Souza Zanardini, doutorado em educação, área: História, Filosofia e Educação, Grupo Histedbr; Maria Lúcia Melo de Souza Deitos, doutorado em educação, área: Políticas de Educação e Sistemas Educativos, Grupo Lapplane. 5 Participaram de atividades de intercâmbio na Unioeste os professores pesquisadores da Unicamp/FE: Maria Elizabete Sampaio Prado Xavier; Maria Helena Salgado Bagnato; Newton Antonio Paciulli Bryan e José Luís Sanfelice. Também participou de atividades de intercâmbio na Unioeste o professor pesquisador Décio Saes, da Faculdade de Educação e Letras da Universidade Metodista de São Paulo e da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado. Participaram de atividades de intercâmbio na Unicamp as professoras pesquisadoras Francis Mary Guimarães Nogueira e Maria Lucia Frizon Rizzotto.
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Desenvolvimento, Democracia & Políticas Sociais”, envolvendo os participantes deste
processo de cooperação acadêmica6.
Desde 2006 temos uma preocupação que se congrega com a criação do
Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIOESTE e, desse modo, a necessidade
de realizar pesquisas de modo articulado e integrado em redes tem sido uma meta que
todos intentamos nos últimos anos, via convênios e projetos interinstitucionais.
Realizamos em 2005-2006, juntamente com outros colegas da universidade, atividades
de desenvolvimento de pesquisas, num primeiro momento com um projeto de pesquisa
já concluído, intitulado “Estado e política educacional para o ensino médio e
profissional no Paraná e no Brasil (1980 a atualidade)”7; depois criamos, no início de
2006, o Grupo de Estudos e Pesquisas em Política Educacional e Social – GEPPES. O
desenvolvimento de pesquisas vinculadas diretamente ao GEPPES congregou dois
projetos dirigidos diretamente pelos pesquisadores do grupo, envolvendo,
particularmente, as professoras Isaura Monica Souza Zanardini e Ireni Marilene Zago
Figueiredo, juntamente com um conjunto de alunos e pesquisadores colaboradores. O
primeiro, intitulado “Gestão de políticas públicas de educação em municípios do oeste
do Paraná: avaliação dos resultados das políticas públicas de educação (séries iniciais
do ensino fundamental) – 1988-2006”8, coordenado pelo professor Roberto Antonio
Deitos, e o segundo, intitulado “Políticas públicas de educação no Paraná (1990-
2006): uma avaliação da formulação, implementação e da eficiência social para o
ensino médio e a educação profissional”, coordenado pela professora Isaura Monica
Souza Zanardini. Ainda, na mesma direção da problemática sobre a política educacional
com ênfase para a análise do ensino médio e educação profissional, participamos do
projeto intitulado “O ensino médio e a educação profissional no estado do Paraná:
interfaces entre estado e sociedade”, coordenado pela professora Edaguimar Orquizas 6 Na coletânea publicada pela EDUNIOESTE, em 2006, tendo como organizadores Roberto Antonio Deitos e Rosa Maria Rodrigues, conto com um artigo em co-autoria com Maria Elizabete Sampaio Prado Xavier intitulado Estado e política educacional no Brasil. 7 Resultou em artigo intitulado História da política educacional paranaense para o ensino médio e profissional (1995-2002), publicado nos Anais do VII Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas História, Sociedade e Educação no Brasil – HISTEDBR, comemorativo dos 20 anos do HISTEDBR, integrando a publicação Navegando na História da Educação Brasileira, versão on-line. Campinas, SP: Unicamp: Histedbr, 2006. 8 Projeto contou com financiamento da Fundação Araucária – PR e no momento estamos organizando duas coletâneas com os resultados da pesquisa.
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Viriato, que contou com financiamento do CNPq com atividades conjuntas dos grupos
de pesquisa sobre Gestão Escolar (Gpge) e Política Educacional e Social (GEPPES)9.
Desde 2007 tem sido muito proveitosa nossa participação no projeto de pesquisa
entre os Programas da UTPF, UFPR e UNIOESTE, intitulado “Demandas e
Potencialidades do PROEJA no Paraná”, com financiamento da CAPES-SETEC-MEC
no âmbito do Programa PROEJA10. Na mesma direção do foco temática que trata da
educação profissional, em especial no Estado do Paraná em 2011, tratamos da política
pública de educação profissional no Oeste e Sudoeste do Paraná.11
Ainda no âmbito da cooperação acadêmica e pesquisas em rede destacamos o
Acordo de Cooperação Acadêmica Ampla entre os Programas de Pós-Graduação em
Educação do Sul. Dentre os aspectos mais relevantes para o Programa de Pós-
Graduação em Educação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná destaca-se o
Termo de Cooperação Ampla, firmado em 2009 entre os Reitores de Universidades da
Região Sul. O Intercâmbio de cooperação acadêmica vem contribuindo para o
desenvolvimento e a articulação de grupos e pesquisadores. Nessa direção, a pesquisa
de pós-doutorado vinculou-se a Linha de Pesquisa em Políticas e Gestão da Educação
9 Como resultado dos projetos de pesquisa sobre a problemática do ensino médio, educação de jovens e adultos e educação profissional está sendo organizada uma coletânea de artigos. Além disso, em 2008, publicamos a coletânea organizada por Ireni Marilene Zago Figueiredo, Isaura Monica Souza Zanardini e Roberto Antonio Deitos intitulada Educação, políticas sociais e Estado no Brasil, editora EDUNIOESTE, 2008, com financiamento da Fundação Araucária, PR. 10 Projeto este que conta com grupos e pesquisadores, envolvendo diretamente os professores Georgia Sobreira dos Santos Cêa, coordenadora, em 2007-2008, da Equipe/projeto, Edaguimar Orquizas Viriato, atual coordenadora pela UNIOESTE, e Roberto Antonio Deitos, com vinculação ao Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE. Projeto este de iniciativa interinstitucional, com vigência de 2007-2012, aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES/Secretaria de Educação Tecnológica – SETEC, Ministério da Educação, com financiamento para bolsas de mestrado e doutorado e desenvolvimento das atividades. O projeto congrega o Programa de Pós-Graduação em Tecnologia – PPGT da UTFPR, representado pelo coordenador geral professor Domingos Leite Lima Filho e o Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE da UFPR, representado pela professora Mônica Ribeiro da Silva (coordenadora). Vários trabalhos dos pesquisadores já foram publicados em eventos e revistas e três coletâneas foram organizadas com os resultados da pesquisa: a) LIMA FILHO, Domingos Leite; SILVA, Mônica Ribeiro da; DEITOS, Roberto Antonio (Orgs.). PROEJA – Educação Profissional Integrada à EJA: questões políticas, pedagógicas e epistemológicas. 1. ed. Curitiba: Ed. UTFPR, 2011; b) SILVA, Mônica Ribeiro; AMORIM, Mário Lopes; VIRIATO, Edaguimar Orquizas (Orgs.). PROEJA – Educação Profissional Integrada à EJA: entre políticas e práticas. Curitiba: Ed. UTFPR, 2011 e c) ZANARDINI, Isaura Monica Souza; LIMA FILHO, Domingos Leite; SILVA, Mônica Ribeiro da (Orgs.). Produção do Conhecimento no PROEJA: cinco anos de pesquisa. 1. ed. Curitiba: Ed. UTFPR, 2012. 11 A referida pesquisa foi desenvolvida e vinculada ao processo de licença sabática na UNIOESTE, PPGE/GEPPES, Curso de Pedagogia, CECA, campus de Cascavel, em 2011.
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do Programa de Pós-Graduação em Educação da UEM e ao Grupo de Estudos e
Pesquisa em Estado, Políticas Educacionais e Infância (GEPPEIN) da UEM, ao
Programa de Pós-Graduação em Educação UNIOESTE na linha de Pesquisa: Educação,
Políticas Sociais e Estado e ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Política Educacional e
Social (GEPPES).12
Os procedimentos para o desenvolvimento do plano de atividades do processo
investigativo compreendeu o manejo de pesquisa documental e de alguns dados
disponíveis oriundos de instituições representativas dos setores produtivos,
instituições/órgãos estatais, organismos internacionais e universidades, centros e
instituições de pesquisa, tais como: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística; MTE – Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria de Estado do Trabalho
e Assistencial Social do Paraná; SEED – PR - Secretaria de Estado da Educação do
Paraná; MEC – Ministério da Educação; FIEP – Sistema Federação das Indústrias do
Estado do Paraná; IPARDES – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e
Social; BANCO MUNDIAL ou BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e
Desenvolvimento; IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; CEPAL -
Comissão Econômica para a América Latina e Caribe da ONU – Organização das
Nações Unidas; BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento; DIEESE –
Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Socioeconômicos.
12 Agradecimentos: A todos os professores do PPE/UEM/GEPPEIN, na pessoa da professora Angela Mara de Barros Lara, pela pronta acolhida para o desenvolvimento desta pesquisa, possibilitando as condições institucionais e acadêmicas adequadas para o desenvolvimento do trabalho, em especial a coordenação do Programa: professoras Maria Cristina Gomes Machado e Elma Júlia Gonçalves de Carvalho, e as professoras Rosangela Célia Faustino, Terezinha Oliveira, Irizelda Martins de Souza e Silva,Terezinha Galuch, Maria Aparecida Cecílio, Jani Alves da Silva Moreira e aos professores Mário Luis Neves de Azevedo e Cézar de Alencar Arnaut de Toledo, pela oportunidade de convivência em atividades acadêmicas e intelectuais; ao Hugo Alex da Silva e a Márcia Galvão que sempre nos atenderam no PPE com presteza e dedicação; ao PPGE/UNIOESTE/GEPPES, Curso de Pedagogia, CECA – Centro de Educação Comunicação e Artes, Campus de Cascavel e Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, pelo apoio ao processo de liberação para a realização da pesquisa, em especial aos professores do colegiado do PPGE e aos professores Alexandre Felipe Fiuza e Carmen Célia Correia Barradas Bastos, coordenação do Programa; a Sandra Maria Gausmann Köerich, da secretaria do PPGE, sempre prestativa e dedicada; ao CECA, professora Elenita Conegero Pastor Manchope, diretora, e ao Curso de Pedagogia, professor Adrian Alvarez Estrada, coordenador; aos membros do GEPPES/UNIOESTE, em especial, aos professores Isaura Monica Souza Zanardini, João Batista Zanardini, Ireni Marilene Zago Figueiredo e Luiz Fernando Reis pela solidariedade acadêmica e pessoal; à FUNDAÇÃO ARUACÁRIA/SETI/Governo do Paraná, pelo apoio e financiamento à realização da pesquisa; e, em especial, um agradecimento pessoal a Maria Lucia M. Souza Deitos e a Ana Carolina Souza Deitos, pelo apoio incondicional de todas as horas.
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O levantamento de fontes primárias e secundárias foi realizado tomando-se o
foco e o recorte da temática de forma intencional e seletiva para os procedimentos do
levantamento e sistematização das fontes, com prioridade para os dados, documentos e
referências bibliográficas produzidas a partir de 2003, com ênfase direta no tratamento
da política educacional, em especial a política pública para a educação profissional sob
a direção e implementação do Estado, particularmente as dirigidas na esfera estatal pelo
governo do estado do Paraná.
A análise de determinadas referências selecionadas foi realizada através da
consulta a fontes primárias e secundárias que tratam das questões de caracterização,
contexto e proposições sobre a política pública de educação profissional no Brasil e no
Paraná.
Desse modo, com o intuito de dar continuidade à pesquisa no campo da política
educacional, em especial a investigação na direção do estudo da política educacional
paranaense é que examinamos alguns aspectos dos motivos socioeconômicos e políticos
e as razões educacionais e teórico-ideológicas das políticas públicas para a educação
profissional adotadas a partir de 2003, nos governos de Roberto Requião e Beto Richa.
As mudanças socioeconômicas, políticas e educacionais que aconteceram no
mundo e no Brasil intensificaram-se a partir da década de 1990 (cf. BANCO
MUNDIAL, 1997, 2009; LEHER, 1998) e, portanto, geraram intensas transformações
no cenário social e econômico do Estado do Paraná e do país nos últimos anos. Os
setores produtivos alargaram suas escalas e mobilidades produtivas, intensificando a
produção agrícola e do agronegócio, alargando setores comerciais e de serviços, além de
alterações no campo da indústria nos diversos ramos de produção brasileira e,
particularmente, a paranaense. Houve também expressivo aumento populacional,
principalmente em algumas cidades que funcionam como eixos metropolitanos
regionais, abarcando, portanto, expressivas alterações socioeconômicas e educacionais
em todo o Estado do Paraná.
Nesse cenário é que foram implementadas nos últimos anos políticas públicas de
educação profissional dirigidas pela Secretaria de Estado da Educação e pelo Ministério
da Educação em instituições educativas de educação profissional do Estado do Paraná
(cf. ANPEd, 2011; BANCO MUNDIAL, 1998, 2000; BID, 1998; BRASIL, CONAE,
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2010; BRASIL, ANC, 1988; BRASIL, MEC, 1996, 2001, 2006, 2010) . Desse modo,
pretende-se com este estudo verificar as relações/mediações entre o Estado, mercado e
força de trabalho e a política pública de educação profissional, buscando compreender e
examinar os motivos socioeconômicos e políticos e as razões educacionais e teórico-
ideológicas da política educacional paranaense, com ênfase para a implementada a partir
do ano de 2003, particularmente nos governos de Roberto Requião e Beto Richa.
O roteiro expositivo da pesquisa que resultou em relatório final de estágio pós-
doutoral foi organizado da seguinte maneira: 1. Introdução; 2. Trabalho, Estado e
políticas públicas: aspectos socioeconômicos, políticos e teórico-ideológicos para a
implementação de políticas educacionais; 3. Estado e Política Educacional: os motivos
socioeconômicos e políticos e as razões educacionais e teórico-ideológicas da política
pública para a educação profissional no Paraná; 4. Considerações Finais; 5. Referências;
6. Resultados Esperados e atividades desenvolvidas (Anexos). A presente exposição
congrega apenas uma parte da análise dos resultados finais do referido relatório.
2. Algumas considerações do relatório de estágio pós-doutoral sobre a política
pública de educação profissional paranaense
Ao analisar alguns aspectos das proposições sociais e educacionais para a
política educacional no Brasil e particularmente no Estado do Paraná, no período
compreendido de 2003 a 2012, o enfoque e o recorte temático que priorizamos foi a
análise dos motivos socioeconômicos e políticos e das justificativas teórico-ideológicas
e educacionais para a implementação da política pública de educação profissional
paranaense.
As proposições e justificativas que alimentam a racionalidade e funcionalidade
da política educacional sobre os postos de trabalho oferecidos pelo mercado e sobre as
possibilidades oferecidas aos jovens e adultos trabalhadores para a qualificação
profissional, sustentam que os requisitos educacionais e profissionalizantes são
unilateralmente centrais na determinação de ganhos salariais como os de ingresso e
permanência nos postos de trabalho.
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Os motivos socioeconômicas e políticos e as razões teórico-ideológicas e
educacionais para justificar as políticas educacionais implementadas no país de que
“[...] o mercado de trabalho está oferecendo boas oportunidades e melhores salários para
quem tem qualificação [...]” (BRASIL, Programa de rádio “Café com a Presidenta”,
com a Presidenta da República, Dilma Rousseff. Rádio Nacional, 14 de fevereiro de
2011b, s/p.), apresenta forte dispositivo de internalização psico-social e ideológico para
a manutenção de uma política educacional voltada para a formação da força de trabalho
e alinhada sob a tutela dos interesses econômicos e políticos hegemônicos nacionais.
A capacidade operacional e financeira de sustentabilidade estatal com o
desenvolvimento da política nacional de educação profissional pode ser constatada no
gráfico abaixo.
Ocorreu um forte crescimento nos investimentos públicos nos programas, ações
e treinamentos no campo da educação profissional em nível da qualificação inicial e
continuada, dos cursos técnicos e tecnológicos. Os valores orçamentários executados de
2006 a 2011 nos dão a dimensão dos recursos públicos envolvidos, saindo de 2006, de
um patamar de 1,5 bilhões para, em 2011, atingir quase 6 bilhões de reais.
Nota no original: A evolução dos índices apresenta na tabela passou por uma revisão dos cálculos realizados sobre a base primária do Inep, sendo considerados as três modalidades de matrículas no ensino profissional: concomitante, subsequente e integrada. Como não houve revisão do PPA, não foi possível modificar os valores no SIGPlan, por isso a divergência em relação às Avaliacões de Programa realizadas nos anos anteriores.
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Fonte: BRASIL. (Presidente da República: Dilma Rousseff). MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA EXECUTIVA. SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO. Relatório de Avaliação - plano plurianual - 2008-2011. (Avaliação Setorial. Exercício 2012. Ano base 2011). Brasília: MEC, 2012a. Site: www.mec.gov.br, 2012, p. 18.
No quadro a seguir sistematizamos por eixos tecnológicos e seus
correspondentes cursos nas respectivas áreas, e o volume de matrículas realizadas em
2013, em cada curso vinculado aos eixos produtivos paranaenses.
Quadro REDE ESTADUAL DO PARANÁ – 2013
EIXOS DAS ÁREAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL. CURSOS OFERTADOS: ENSINO MÉDIO INTEGRADO, SUBSEQUENTE E
PROEJA
Eixos
Modalidades de oferta
Cursos ofertados em 2013
Número de matrículas
Integrado Celulose e Papel 10 Subsequente Açúcar e Álcool
Celulose e Papel Vestuário Biocombustíveis
18 77 38 55
Produção Industrial
Total matrículas Produção Industrial............................ 198
Integrado Agroecologia Agropecuária Florestas Energias
269 4.168
230 49
Subsequente Agropecuária Florestas
409 59
Recursos Naturais
Total matrículas Recursos Naturais.............................. 5.184
Integrado Administração Administração rural Comércio Exterior Contabilidade Logística Recursos Humanos Secretariado Vendas
10.083 100
63 84
351 388 822
93 Subsequente Administração
Comércio Exterior Contabilidade Logística Recursos Humanos Secretariado Transações Imobiliárias Vendas
5.861 71
843 835
1.055 430 311 214
PROEJA Administração Logística Secretariado
26 03 20
Gestão e Negócios
Total matrículas Gestão e Negócios............................ 21.653
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Integrado Meio Ambiente Gestão ambiental Prótese dentária Saúde bucal
2.250 72
153 176
Subsequente Agente comunitário de saúde Cuidados com a pessoa idosa Enfermagem Farmácia Meio Ambiente Nutrição e dietética Prótese dentária Saúde bucal Segurança no trabalho Análises clínicas Gestão ambiental
212 120
2.777 335
1.266 170
62 492
2.951 56 54
PROEJA Enfermagem Imagem Pessoal Segurança no trabalho
141 5
284
Ambiente, Saúde e Segurança
Total de matrículas Ambiente, Saúde e Segurança.....
11.576
Integrado Agroindústria
Alimentos 102 506
Subsequente Agroindústria Alimentos
132 297
Produção Alimentícia
Total de matrículas Produção Alimentícia................... 1.037
Integrado Arte dramática Paisagismo Publicidade
108 45 85
Subsequente Arte dramática Produção de áudio e vídeo
105 55
Produção Cultural e Design
Total de matrículas Produção Cultural e Design.........
398
Integrado Turismo 247 Subsequente Cozinha
Guia de turismo Turismo Eventos Hospedagem
40 151
5 41 12
Hospitalidade e Lazer
Total de matrículas Hospitalidade e Lazer...................
496
Integrado Edificações
Portos 617 122
Subsequente Desenho da Construção Civil Edificações Portos
58 1.264
107 PROEJA Edificações 74
Infraestrutura
Total de matrículas Infraestrutura.................................
2.242
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Integrado Eletromecânica Eletrônica Eletrotécnica Mecânica Mecatrônica Química
685 398
72 41 87
959 Subsequente Eletromecânica
Eletrônica Eletrotécnica Mecânica Mecatrônica Química
579 184 128 105
75 1.128
PROEJA Eletromecânica 81
Controle e Processos Industriais
Total de matrículas Controle e Processos Industriais
4.522
Integrado Informática
Informática para a Internet Rede de computadores Manutenção sup. informática
3.911 72 61 25
Subsequente Informática 2.341 PROEJA Informática 49
Informação e Comunicação
Total de matrículas Informação e Comunicação.........
6.459
Integrado Form.doc.ed.inf. anos in.en.fun 15.830 Subsequente Form.doc.ed.inf. anos in.en.fun 3.464
Formação de Professores Educ. inf. e Séries Iniciais Ensino Fundamental
Total de matrículas Formação de Professores............
19.294
Eixos: 11 Total Geral Estado - Matrículas no Ensino Médio Integrado, Subsequente e PROEJA
73.059
Notas: a) os cursos de Administração rural; Energias; Gestão ambiental e Manutenção de Suprimentos de Informática foram incluídos nos eixos conforme aproximação temática visualizada na lista de cursos do Catálogo Nacional; b) os cursos de Formação Docente para a Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental foram separados dos outros Eixos e por não estarem incluídos na análise do Catálogo Nacional foram inseridos como Eixo Formação de Professores Educ. Inf. E Séries Iniciais Ens. Fundamental (Normal/Magistério). Esta opção foi adotada em razão de que a SEED insere os dados destes cursos nas modalidades Integrado e Subsequente da mesma forma que faz com os outros cursos técnicos, mas não os insere nos eixos tecnológicos, em razão de que a Formação docente recebe outro enquadramento nas diretrizes nacionais e de formação de professores da Educação Básica em programas federais e consequentemente nas esferas estaduais (Organização nossa). Fonte: PARANÁ, SEED. SEED em Números. TABELA 1 – Totais de Escolas, Turmas e Matrículas da Rede Estadual do Paraná. Curitiba, PR, SEED, 2013a. (Geral do Estado do PR). Disponível em: http://www4.pr.gov.br/escolas/numeros/frame_geralturmat.jsp?ano=2013, acessado em 14 de fevereiro de 2013. A rede estadual do Paraná implementou 10 eixos tecnológicos e os cursos
técnicos, na modalidade de ensino médio integrado e subseqüente, para a formação de
professores que não fazem parte do catálogo nacional de cursos técnicos, em razão de
enquadramento em diretrizes nacionais para a formação de professores da educação
infantil e séries iniciais do ensino fundamental em políticas nacionais e estaduais
específicas para esta área de formação profissional. Para fins de sistematização,
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incorporamos a formação de professores nestas modalidades como um eixo formativo.
Dessa forma o Paraná, conta com os 10 eixos tecnológicos e 1 eixo de formação de
professores, totalizando, portanto, a oferta de cursos técnicos da educação profissional
de nível médio em 11 eixos. O total geral na rede estadual do número de matrículas no
ensino médio integrado, subsequente e PROEJA, nos 11 eixos ofertados, somaram
73.059 matrículas no Paraná (cf. PARANÁ, SEED, SDE, DTE, 2013a).
A sistematização dos dados totais dos cursos técnicos de nível médio ofertados
na rede estadual do Paraná, em 2013, constante do quadro acima (PARANÁ, SEED,
SDE, DTE, 2013b), revela que o eixo de gestão e negócios, conta com 21.653
matrículas, com destaque para as matrículas no ensino médio integrado que concentrou
55,35% das matrículas e a oferta na modalidade subsequente, com o segundo maior
volume de matrículas neste eixo. A oferta da modalidade PROEJA foi muito baixa,
abarcando apenas 49 matrículas no total.
O segundo eixo com maior volume de matrículas realizadas foi o eixo de
formação de professores que contou com 19.294 matrículas, destas 82,05%
concentraram-se na oferta de ensino médio integrado e a oferta na modalidade
subsequente ficou com 17,95% das matrículas realizadas.
O terceiro eixo com maior volume de ingressos foi o de Ambiente, Saúde e
Segurança, com 11.576 matrículas efetivas. Neste eixo foram realizadas matrículas em
cursos na modalidade de ensino médio integrado, que concentrou o segundo maior
número de matrículas; já a modalidade subsequente concentrou com destaque o maior
número de matrículas, ficando com 73,38% do total de matrículas neste eixo; e a oferta
na modalidade PROEJA com o menor volume de matrículas.
O quarto eixo, Informação e Comunicação, conta com 6.459 matrículas, sendo
que o maior número delas concentra-se nos modalidades de ensino médio integrado
com, 63% das matrículas e a oferta na modalidade subsequente com o segundo volume
de matrículas. A oferta na modalidade PROEJA ficou com apenas 49 matrículas.
O quinto eixo com maior número de matriculados ficou com Recursos Naturais
que concentrou 5.184 matrículas, sendo que a oferta na modalidade de ensino médio
integrado concentrou 90,97% das matrículas; e a modalidade de oferta subsequente
concentrou o restante das matrículas realizadas.
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O sexto eixo com maior número de matriculados é Controle e Processos
Industriais com 4.522 matrículas, concentrando 49,58% das matrículas na modalidade
de ensino médio integrado, e 48,63% na modalidade de oferta subsequente. A oferta na
modalidade PROEJA contou com apenas 81 matrículas.
O sétimo eixo, Infraestrutura, em volume de matriculados atingiu 2.242
matrículas, sendo que os cursos na modalidade de oferta subsequente atingiram 63, 74%
do total de matrículas no eixo, enquanto o ensino médio integrado ficou com 32,96%
das matrículas. A oferta na modalidade PROEJA contou apenas com 74 matrículas em
um único curso.
O oitavo eixo, Produção Alimentícia, atingiu 1.037 matrículas, com 58,63%
ficando para o ensino médio integrado e com 41,37% os cursos na modalidade de oferta
subsequente.
O nono eixo, Hospitalidade e Lazer, contou com 496 matrículas, sendo que a
modalidade de oferta de cursos subsequente atingiu 50,20% e o ensino médio integrado
concentrou 49,80%.
O décimo eixo, Produção Cultural e Design, somou 398 matrículas, ficando o
ensino médio integrado com 59,80% das matrículas e os cursos ofertados na modalidade
subsequente com 40,20%.
O décimo primeiro eixo, Produção Industrial, respondeu por 198 matrículas, os
cursos ofertados na modalidade subseqüente concentraram 94,95% de matrículas,
enquanto o ensino médio integrado ficou com apenas 5,05% das matrículas.
A tabela abaixo, com dados do Brasil, de 2010, apresenta um quadro dos cursos
profissionalizantes mais frequentados na rede pública.
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Fonte: MEC. INEP. Resumo técnico – Censo escolar 2010. Brasília, INEP, revisão 04.02.2011, p. 29.
Mesmo considerando-se o diferencial do ano base de aplicação dos dados, o
Brasil com dados de 2010 e o Paraná com dados de 2013, verifica-se particularidades e
diferenças socioeconômicas e educacionais do Paraná do conjunto do país, mas também
proximidades com alguns cursos ofertados em determinados eixos tecnológicos e
produtivos, apesar das diferenças maiores com relação a alguns estados que contam com
uma relativa concentração industrial e comercial maior que a do Paraná, por exemplo, o
caso do estado de São Paulo.
No caso do Paraná, com base nos dados de 2013, podemos constatar os 10
cursos que concentraram o maior número de matrículas na rede estadual listados no
quadro na seguir.
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Os 10 cursos com maior número de matrículas na educação profissional modalidade de ensino médio integrado e subseqüente
Estado do Paraná – 2013
Curso Matrícula % Total Geral 73.059 100,0 Total 62.448 85,5 Form. doc. ed. inf. anos in. en.
fun. 19.294 26,4
Total 43.154 59.1
Administração 15.944 21,8 Informática 6.301 8,6 Agropecuária 4.577 6,3 Meio ambiente 3.516 4,8 Segurando do Trabalho 3.235 4,4 Enfermagem 2.918 4,0 Química 2.087 2,9 Edificações 1.881 2,6 Recursos Humanos 1.443 2,0 Secretariado 1.252 1,7
Fonte: PARANÁ, SEED. SEED em Números. TABELA 1 – Totais de Escolas, Turmas e Matrículas da Rede Estadual do Paraná. Curitiba, PR, SEED, 2013a (Geral do Estado do PR). (Organização Nossa). Disponível em: http://www4.pr.gov.br/escolas/numeros/frame_geralturmat.jsp?ano=2013, acessado em 14 de fevereiro de 2013.
O curso de formação docente da educação infantil e anos iniciais do ensino
fundamental concentram 26,4% do total de matrículas da educação infantil nas
modalidades de ensino médio integrado e subsequente, considerando-se que o
predomínio das matrículas estão concentradas no ensino médio integrado.
Quanto aos cursos técnicos profissionalizantes de nível médio ofertados na rede
estadual do Paraná, tanto na modalidade de ensino médio integrado, quanto na
modalidade de oferta subsequente, e que fazem parte do conjunto dos eixos
recomendados pelo Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, o curso de Administração
conta com 21,8% do total de matrículas, seguido do curso informática com 8,6% e
agropecuária com 6,3% do total de matrículas na rede estadual.
Os dez cursos com maior número de matrículas em cursos técnicos de educação
profissional no Paraná concentram 85,5% de todas as matrículas realizadas em 2013 na
rede estadual, o que demonstra a concentração da profissionalização em algumas áreas.
Mesmo com um leque bastante amplo e como já verificamos são 92 cursos
técnicos ofertados, em 2013, sendo que o ensino médio integrado está distribuído em
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407 escolas e 1.784 turmas e 43.334 matrículas, e o ensino ofertado na modalidade
subsequente está distribuído em 493 escolas e 1.167 turmas, 29.042 matrículas, e o
ensino médio na modalidade do PROJEA está distribuído em 24 escolas e 49 turmas e
apenas 683 matrículas (PARANÁ, SEED. SEED em Números, TABELA 1, 2013a),
somente na rede estadual de educação do Paraná, em diversos núcleos educacionais e
municípios. Além dos dados educacionais é interessante considerar o quadro da
população juvenil paranaense que de acordo com dados do Censo de 2010, em grupos
de idade de 10 a 29 anos atingiu 3.619.266 pessoas.
POPULAÇÃO TOTAL E JUVENIL DO PARANÁ – CENSO DE 2010 Grupos de Idade
População Juvenil
Total População Paraná
Percentagem da População Total
10 a 14 909.071 8,7% 15 a 19 928.631 8,9% 20 a 24 901.332 8,6% 25 a 29 880.232 8,4% Total 3.619.266 10.444.526 Fonte: BRASIL. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Sinopse do Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro, IBGE, 2011.
Este quadro populacional da juventude paranaense apresenta uma dimensão do
quadro social e educacional a ser atendido pelas políticas sociais e educacionais
paranaenses.
Em pesquisa realizada pela FIEP – Federação das Indústrias do Estado do
Paraná intitulada Sondagem Industrial 2011/2012, que contou com a participação de
425 empresas industriais paranaenses de todas as regiões do Estado e de todos os
tamanhos, quando manifestaram-se a respeito das formas utilizadas pelas empresas para
absorver a modernização tecnológica, o treinamento dirigido pelas empresas é
predominante para esta finalidade, como podemos verificar no gráfico abaixo.
Predomina o treinamento de funcionários com 82,68% e este treinamento na empresa
correspondente a absorção de 47.09 horas/funcionário/ano treinando seus
funcionários/trabalhadores. (FIEP, SEBRAE/PR, 2011, p. 9).
Percebe-se que as empresas industriais paranaenses (FIEP, SEBRAE/PR, 2011,
p. 9) concentram 60,58% das formas de treinamento do pessoal em treinamento no
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próprio trabalho e cursos internos e o volume de horas/ano para cada funcionário
utilizado pelas empresas corresponde a menos de 50 horas/ano/funcionário para o
treinamento. A terceira opção de treinamento dos funcionários converge para o Sistema,
com mais 25,20%; ficando apenas as outras opções juntas com 14, 21% do destino de
possíveis processos de treinamento dos funcionários das empresas industriais. Um dado
comparativo do processo de formação profissional (cf. PARANÁ, SEED. SEED em
Números, TABELA 1, 2013a) que explicita a correlação com o setor econômico
industrial é o conjunto de matrículas realizadas em 2013 no eixo tecnológico em
produção industrial, que ficou com apenas 0,27% das matrículas e o eixo controle e
processos industriais com 6,18% do total de matrículas na rede estadual do Paraná na
educação profissional.
3. Considerações finais
As condicionalidades socioeconômicas paranaenses acabam determinando,
sempre num movimento de mediações políticas e teórico-ideológicas e educacionais, a
implementação da política pública de educação profissional paranaense que é cercada
por estes fatores que lhe dão sustentabilidade racional e funcionalidade produtiva. Em,
2010, proposições sobre a questão social e educacional no campo dos requerimentos
para a profissionalização já apareciam com ênfase, quando o diagnóstico caracterizava
que,
Apesar de inequívocas melhorias na condição social da população, muitos são os desafios para a política social. Na área educacional, no que se refere à educação básica, há muito que se avançar em termos de garantir o acesso das crianças à educação infantil (creches e pré-escolas). No ensino fundamental, apesar da universalização do acesso, a redução do atraso escolar e a melhoria no nível de proficiência dos estudantes são importantes desafios. Estas questões se colocam também para o ensino médio, sendo que, neste nível, as questões do abandono escolar e da não conclusão desta etapa do ensino atingem um percentual ainda elevado de jovens. [...]. No outro extremo da formação educacional, o crescimento da demanda por trabalho especializado tem colocado desafios à expansão do ensino profissionalizante e de nível superior. (PARANÁ, IPARDES, n. 20, 2010, p. 56)
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Dentre outros, dois aspectos são destacáveis na análise que se apresentava. Um
primeiro tratava da admissão de que os índices de acesso aos bens educacionais ainda
eram relativamente baixos. O segundo aspecto destacava os segmentos sociais com
maiores problemas, com ênfase para a educação infantil, ensino médio com pouco
ingresso e conclusão de jovens e, especialmente, a ênfase na tese do “crescimento da
demanda por trabalho especializado” vinha impondo desafios à expansão do ensino
profissionalizante e superior. Conjugada com a tese da demanda por trabalho
especializado apresentava outra tese oficialmente divulgada a de que,
A educação é apontada como um dos principais fatores que, no médio prazo, contribuem para a redução da pobreza e da desigualdade. [...]. Melhorar a qualidade do ensino e garantir que a totalidade das crianças e jovens possa concluir sua trajetória pela educação básica são condições para dar sustentabilidade a esta trajetória de redução da pobreza no Estado. (PARANÁ, IPARDES, n. 20, 2010, p. 57)
Estes aspectos teórico-ideológicos e educacionais sobre a educação como eixo
preponderante das condicionalidades funcionais e estruturais socioeconômicas para o
atendimento de demandas formativas, redução da pobreza e da desigualdade podem ser
constatadas em outro estudo sobre necessidades formativas e situacionais da força de
trabalho paranaense quando relata que,
Outra constatação diz respeito à crescente exigência por qualificação para a inserção dos jovens no mercado de trabalho, os quais procuram ampliar suas chances, por meio de uma melhor qualificação técnica e/ou tecnológica. O estudo comprovou tal tendência, visto que grande parte dos jovens técnicos, com idade entre 18 e 24 anos, foram contratados em funções que demandam maior qualificação técnica e ou tecnológica, ou seja, na área das ciências físicas, químicas e das engenharias em geral. (PARANÁ, IPARDES. BAPTISTA, MACHADO, 2007, p. 24)
Nesta mesma direção as ações institucionais e políticas atuais estão sendo propostas e encaminhadas no Paraná,
Estamos trabalhando para ampliar a oferta da educação profissional em todas as regiões do Paraná, assegurando melhores oportunidades de trabalho à juventude paranaense e atendendo as demandas do setor
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produtivo de cada região e promovendo o desenvolvimento do estado [...]. (PARANÁ, SEED, FLÁVIO ARNS, secretário da Educação e vice-governador; notícias, 17 de janeiro de 2013c, s/p.).
Os argumentos teórico-ideológicos e educacionais que alimentam os
fundamentos socioeconômicos e políticos do arcabouço programático que sustenta o
receituário governamental e empresarial para a implementação de reformas da política
pública de educação profissional vem sendo disseminado de longa data, particularmente
com ênfase a partir da década de 1990.
Una fuerza de trabajo competente y flexible, capaz de adquirir nuevos conocimientos a medida que las economías cambian, es un requisito necesário para el desarrollo económico y social. La sociedad se beneficia a través de una mayor productividad y de la capacidad para adaptarse a circunstancias y oportunidades económicas cambiantes, y los individuos se benefician a través de mayores ingresos y del aumento de la movilidad para buscar mejores oportunidades de empleo. (BANCO MUNDIAL, 1992, p. 21).13
Não fugindo aos propósitos econômicos e ideológicos, a visão recente de
destacado empresário brasileiro (detentor de uma das maiores fortunas mundiais), ao
falar de questões econômicas, de produtividade das empresas, em reunião realizada no
Palácio do Planalto, manifestava de forma direta e precisa a visão empresarial sobre as
demandas por pessoal qualificado:
Eu acho que, para a economia crescer, evoluir como eu espero que ela vai evoluir, você tem que ter mão de obra qualificada. Contratar pessoas qualificadas no Brasil está caríssimo no momento, há uma demanda grande e pouca oferta. Então, eu acho que nós temos que melhorar nesse sentido. (LEMANN; Jornal O Globo, 16 de janeiro de 2013, s/p.).
Todo o eixo econômico, político e ideológico do discurso do empresariado aqui
manifestado organicamente por um dos seus líderes se articula ao discurso
13 Tradução livre nossa: “Uma força de trabalho competente e flexível, capaz de adquirir novos conhecimentos à medida que as economias mudam, é um requisito necessário para o desenvolvimento econômico e social. A sociedade se beneficia através de uma maior produtividade e da capacidade para adaptar-se a circunstâncias e oportunidades econômicas que mudam, e os indivíduos se beneficiam através de maiores salários e do aumento da mobilidade para buscar melhores oportunidades de emprego.”
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governamental, representado pelo Estado Brasileiro e suas unidades federativas, como o
conjunto de instituições jurídico-estatais e administrativas, é uma clara definição da
funcionalidade que deve ocupar a política educacional nacional e regional na
composição e reprodução da força de trabalho brasileira. Por isso que,
[...]. A contínua expansão do sistema educativo tornar-se-ia – em relação à base do poder político de seus protagonistas – demasiado cara, sobretudo se ele diminui a força de convencimento da autojustificação para o trabalho economicamente produtivo. Da perspectiva do capitalista individual, um sistema educacional que não tem mais em vista a qualificação de uma capacidade de trabalho economicamente utilizável como seu tema exclusivo e que claramente fracassa, além disso, no preenchimento de sua função geral de integração, aparece mais ou menos como uma instituição parasitária de custos muito elevados sem retorno [...]. (OFFE, p. 52-53).
A política pública de educação profissional paranaense está intimamente ligada
aos conteúdos programáticos, aos motivos socioeconômicos e políticos, e às razões
teórico-ideológicas e educacionais que sustentam a política educacional nacional,
atravessada pelo compósito de mediações em âmbito estadual em um processo com
características peculiares e particulares, mas que não rompe com o arcabouço
estruturante que condiciona a política educacional implementada no período de 2003 a
2012, cumprindo a função integradora e articuladora dos interesses socioeconômicos e
políticos regionais articulados organicamente com os interesses nacionais.
A política pública de educação profissional brasileira com a criação do
PRONATEC é, sem dúvida, o alimentador teórico-ideológico e político-funcional da
articulação macro-institucional e econômica e micro econômica e político-institucional
regional (estados/municípios; empresas/setores econômicos) da parceira público-privada
de desenvolvimento da política pública de educação profissional no país e nas unidades
federativas e suas respectivas localidades municipais, além do fomento às instituições
privadas. Os fundamentos socioeconômicos e políticos, teórico-ideológicos e
educacionais da política educacional nessa direção produzem vertiginoso discurso
governamental, empresarial e funcional de que a ineficiência funcional e
profissionalizante de jovens e adultos trabalhadores é mecanismo requerido pela
dinâmica econômica, ao mesmo tempo em que leva os próprios trabalhadores a assumir
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(internalizar) como condição individualizada para a sua
desqualificação/qualificação/escolarização que acaba sendo reforçada e adotada como
condição unilateral para o seu ingresso e permanência no processo produtivo, e para a
sua própria manutenção como força de trabalho.
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