um norte para portugal
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Moção de Estratégia Global de Tiago Loureiro ao IV Congresso Distrital do Porto da Juventude Popular.TRANSCRIPT
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Subscritor: TIAGO LOUREIRO
Moção de Estratégia Global VI Congresso Distrital do Porto da Juventude Popular
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«No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses
juntos falam de Portugal inteiro. Os nortenhos não falam do Norte como se
o Norte fosse um segundo país. Não haja enganos. Não falam do Norte para
separá-lo de Portugal. Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de
Portugal. Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de
outro que constitui Portugal. Mas o Norte é onde Portugal começa. Depois
do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo.»
MEC
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Índice
UM DISTRITO COM NORTE | 9
Fazer Distrito | 10
Implantação | 11
Reconhecimento | 13
Formação Política | 14
Comunicação | 15
UM NORTE DE IDEIAS | 19
Estado e Constituição | 20
Depois da Troika | 22
Sistema Político | 22
Economia e Emprego | 24
Inovação e Empreendedorismo | 26
Agricultura | 27
Transportes e Infraestruturas | 28
Turismo | 30
Cultura e Património | 30
Solidariedade e Acção Social | 31
Educação | 32
UM PORTO PARA O NORTE | 35
O Porto e o Noroeste peninsular | 35
Regionalização | 36
Conselho Metropolitano do Porto | 37
Reforma Administrativa e Gestão Autárquica | 37
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A Distrital do Porto da Juventude Popular tem uma identidade e uma História ímpares. Uma
identidade intrinsecamente ligada à génese das gentes do distrito, transbordante de um
carácter inabalável e convicções fortes. Uma História desenhada à custa do trabalho bem feito
e da superação das dificuldades impostas, apanágio da evolução da região. Em suma, uma
Distrital à imagem do distrito.
Sendo aquela que está há mais tempo em actividade, a Distrital do Porto construiu um
património único dentro da Juventude Popular, destacando-se como a mais marcante
estrutura distrital do país, acolhendo no seu seio militantes e concelhias de excelência. Na
verdade, o distrito do Porto sempre se apresentou como grande palco onde se
desenvolveram vários dos melhores militantes da Juventude Popular, desde os mais
destacados dirigentes concelhios, distritais e nacionais, até relevantes figuras do plano
político nacional, passando por presidentes nacionais exemplares. Militantes esses que se
desenvolveram em algumas das concelhias de maior excelência da Juventude Popular, nas
quais se habituaram a não ter medo de marcar a agenda política e a serem inflexíveis na
defesa de ideias e convicções.
Foi também a marcar a actualidade política do distrito e do país que a Distrital do Porto se
destacou. Ao longo dos anos, foram inúmeros os contributos dados com a marca de qualidade
das suas ideias e a força das sua convicções, na defesa do distrito do Porto, da região Norte e
do país. Nunca nos deixamos adormecer pelo comodismo das meias-tintas, nem nos deixamos
aprisionar por lealdades partidárias cegas. Sempre nos batemos contra o centralismo e o
socialismo que nos querem fazer acreditar serem fatalidades inevitáveis para o país.
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Este é o património de uma Distrital que já foi liderada por referências que o personificaram
tão bem como o Pedro Moutinho, a Vera Rodrigues ou o João Ribeirinho Soares. Um
património que deve ser preservado e melhorado. Por isso, não nos proponhos liderar a
Distrital do Porto para representar a amena continuidade de tudo o que de bom tem sido
feito. Iniciamos esta caminhada para procurar a evolução que começa num ponto de partida
de excelência. Essa é a missão a que nos propomos pela Juventude Popular, pelo distrito do
Porto e por Portugal.
Com orgulho do passado e os olhos postos no futuro, vamos ajudar a construir um Norte para
Portugal!
Fazer Distrito
Apesar de esta moção servir formalmente para sustentar uma candidatura aos orgãos
distritais e o propor ideias para o seu funcionamento nos próximos dois anos, a sua verdadeira
pretensão é abordar estrategicamente o distrito, compreendido como a soma de todos os
agentes que nele fazem JP: os militantes, as concelhia e a Distrital propriamente dita. É
inspirados no já abordado legado histórico do distrito que acreditamos fazer todo o sentido
promover uma visão integrada entre esses três agentes, proporcionando um trabalho de
equipa que promova sinergias positivas e uma maior eficácia no funcionamento de cada um,
ao mesmo tempo que conduz a uma constante aprendizagem mútua.
Nesse sentido, a Distrital do Porto deverá ser a representação fiel do princípio da
subsidariedade, historicamente enraizado nos princípios da Juventude Popular, e dispensar a
sua presença onde as concelhias podem chegar, preferindo uma acção de facilitadora e
motivadora das estruturas locais e seus dirigentes e militantes.
Rejeitamos, por isso, que as concelhias e a Distrital sigam caminhos divergentes. Preferimos
que sejam companheiros de viagem, tendo a certeza que juntos seremos melhores. A Distrital
deverá ter sempre na primeira linha das suas prioridades a preocupação em perceber as
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dificuldades das concelhias, em prestar o auxílio necessário e em motivar e propor actividades
e parcerias.
O que se pretende não é fazer a Distrital imiscuir-se nos assuntos concelhios – o bom princípio
da autonomia entre os diferentes orgãos assim desaconselha – mas antes fazer a Distrital
estar sempre pronta a reagir, a propor e a ajudar.
Esta visão integrada do funcionamento do distrito e o acompanhamento proposto têm como
finalidade promover a existência de dirigentes motivados, estruturas concelhias com uma
actividade fluente e a constante renovação dos orgãos concelhios, afanstando problemas de
implantação. Acreditamos que a melhor forma de captar e fixar jovens militantes é através do
gosto pelo trabalho bem feito e o orgulho que daí emana.
Sendo esta a atitude que pretendemos assumir, dando espaço às concelhias para serem os
actores principais no distrito, não deixaremos de actuar muito directamente em áreas tão
fundamentais como a implantação da estrutura, o reconhecimento do território e a formação
política.
Implantação
O distrito do Porto sempre foi uma referência de implantação da Juventude Popular. Com
mais de 4.500 militantes, a única estrutura distrital que esteve permanentemente eleita ao
longo dos últimos anos largos, uma concelhia que se destaca sistematicamente como a maior
a nível nacional e uma série de outras que têm verificado um crescimento exponencial nos
tempos mais recentes, o distrito do Porto tem contribuído de forma excepcional para o
crescimento da Juventude Popular.
Mesmo nos momentos mais negros da JP e do CDS, em que as vitórias nos fugiam e a
militância arrefecia, a Juventude Popular do distrito do Porto sempre mostrou o Norte ao
país, mantendo um constante crescimento dos seus cadernos de militância, uma larga maioria
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de estruturas em actividade contínua, sendo, muitas vezes, o pilar que sustentou a Juventude
Popular e a manteve de cabeça erguida e pronta para a luta.
Para além da referência em número de militantes, o distrito do Porto tem funcionado como
uma referência para a Juventude Popular pela qualidade dos mesmos. A qualidade intelectual
e política dos militantes do distrito é reconhecida em todo o país, bem como a sua insuperável
capacidade de trabalho. Por isso, é no distrito do Porto que a Juventude Popular encontra
alguns dos melhores transmissores da sua mensagem e dos seus valores.
Dito isto, é fácil verificar que no distrito do Porto existe um largo património de implantação
da Juventude Popular obedecendo a princípios que valorizem não só a quantidade mas
também a qualidade dos militantes. Será, por isso, importante promover uma política de
implantação da estrutura acompanhada de uma forte actividade de reconhecimento do
território e daqueles que, no terreno, mais capacidade têm para servir a JP, bem como
incentivar e criar condições para uma efectiva formação política e ideológica dos militantes,
com especial incidência nos mais jovens.
PROPOSTAS:
Divisão do distrito por áreas de intervenção, de diferentes prioridades e obedecendo a
diferentes critérios;
Agilizar os processo de filiação e agendamento de eleições e plenários concelhios online;
Disponibilizar o know-how e os meios logísticos e pessoais requeridos pelas concelhias para
apoio à filiação e integração de novos militantes;
Criação do Manual de Acolhimento para novos militantes;
Realização de um mínimo de dois Conselhos Nacionais por cada ano de mandato, no qual
sejam abordados os casos de sucesso de implantação no distrito, colocadas as dúvidas das
concelhias e apresentadas propostas para uma melhoria contínua de processos.
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Reconhecimento
A captação e a integração de militantes e a qualidade da sua acção e intervenção política são
armas fundamentais para o sucesso de qualquer estrutura. No entanto, nada é mais valioso do
que o conhecimento da área em que se actua, os seus focos problemáticos e os seus casos de
sucesso. Nenhuma Distrital será um digno represepresentando do distrito do Porto se não
procurar fazer um investimento profundo no reconhecimento de todos os 18 concelhos que o
compõem.
O distrito do Porto apresenta uma malha de concelhos muito heterogénea. Com efeito, o
litoral do distrito apresenta amplas diferenças relativamente ao seu interior, as suas zonas
urbanas contrastam significativamente com as suas zonas rurais, e a proximidade com outros
distritos marcam diferenças culturais visiveis nos quatro cantos do distrito. Também as
necessidades e os talentos das populações variam de concelho para concelho, conferindo ao
distrito uma multiplicidade de vivências e urgências. Por isso, a Distrital do Porto
comprometer-se-á com uma missão importantíssima: percorrer os 18 concelhos do distrito,
dedicando-lhes a atenção adequada para ficar a conhecer o que de mais relevante ele nos
tiver a transmitir e para ficar habilitado a propôr soluções. As concelhias terão um papel de
destaque nesta ambição, pois representarão o guia mais indicado para nos levarem por estas
viagens na sua terra.
Com este tipo de iniciativa, para além de dotar a Distrital de um conhecimento profundo da
realidade do distrito, pretende-se ajudar as concelhias a conhecer na perfeição a realidade do
seu concelho e a ganhar visibilidade junto das populações locais.
A produção de relatórios onde sejam vertidas as conclusões destes roteis será o passo final
destas iniciativas. Esses relatórios, que esquematizem uma análise SWOT de cada concelho,
servirá de documento de trabalho às concelhias e à Distrital. De pequeno relatório em
pequeno relatório, queremos chegar ao final do mandato com um completo manual que
retrate o distrito com 18 capítulos estruturados e completos
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PROPOSTAS:
Percorrer roteiros de reconhecimento em cada concelho;
Acompanhar de forma regular a actualidade do distrital e de cada um dos seus concelhos;
Reunir com entidades públicas e privadas em cada concelho, no distrito e na região;
Acompanhar o trabalho dos autarcas da Juventude Popular e do CDS.
Formação Política
É sabido por todos que a imagem pública das jotas não é a mais favorável. Inspirada por
alguns maus exemplos, a opinião de que a jotas são centros de emprego público e compostas
por jovens acríticos que seguem os ditames dos mais velhos enquanto agitam bandeiras foi
fazendo o seu caminho. Pela sua parte, a Juventude Popular sempre se apresentou como a
negação dessa concepção. Com efeito, somos provavelmente a organização política de
juventude que ao longo da sua história mais valorizou o debate político e ideológico, bem
como a formação política e intelectual dos seus militantes. A ajuda e a solidariedade
prestadas ao partido a cada dia é uma missão a que a JP sempre respondeu afirmativamente,
e nunca esqueceu que ao fazer chegar formação de excelência aos seus militantes estaria a
construir quadros de excelência para o futuro do partido, realidade que se nota nos orgãos do
CDS, na sua bancada parlamentar e até no governo, onde se descobre com facilidade a
presença de vários ex-militantes da Juventude Popular.
A ideologia e o sentido crítico sempre foram uma marca JP. O distrito do Porto sempre foi
particularmente representativo dessa marca. Por isso, em termos de formação política e
ideológica, queremos continuar a servir de referência dentro de uma organização que
representa, ela própria, um papel de referência nesse campo.
A Distrital do Porto deverá ser um promotor de formação política junto das concelhias, ao
mesmo tempo que a priveligia no seu plano de actividades. Por isso, vamos querer promover
com regularidade a realização de tertúlias e conferências para discussão de temas da
actualidade política e incluir o debate político nos Conselhos Distritais, bem como fazer
chegar aos militantes do distrito uma boa soma de formação política, ideológica e histórica de
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base, escolhendo sempre os melhores oradores e os melhores conteúdos, para melhor
alcançarmos o nosso objectico: formar e não formatar.
PROPOSTAS:
Sensibilizar as estruturas concelhias para a importância da formação política;
Apoiar as estruturas concelhias na realização de eventos de formação política;
Elaborar e divulgar documentos de interesse formativo;
Realização regular de tertúlias para discussão de temas da actualidade política;
Definir um ciclo de formação política de base (história e ideologia);
Promover o debate e e a discussão ideológica nos Conselhos Distritais;
Reactivar o Fórum Portuscalle.
Comunicação
Nos últimos dois anos, a Distrital do Porto deu passos significativos rumo ao aperfeiçoamento
da sua forma de comunicar e no aproveitamento dos novos canais de informção e
socialização. Criou-se um novo website, mais simples e funcional; foi concebida a primeira
página da estrutura no Facebook que, através de um constante trabalho de divulgação e de
uma utilização eficaz, atingiu mais de 450 seguidores; criaram-se postais virtuais de promoção
do distrito ou para servir de veículo para as mensagens e propostas emanadas pela estrutura;
apostou-se em campanhas virais nas redes sociais para chegar mais facilmente aos diferentes
públicos-alvo; profissionalizou-se o método de concepção e publicação de comunicados de
imprensa. Todos estes passos culminaram na chegada a um ponto merecido: a Distrital do
Porto chegou a mais gente, deu mais voz e protagonismo às suas propostas, criou uma marca
reconhecida e fez as manchetes na comunicação social regional e nacional.
neste âmbito importa, por isso, não perder o Norte e seguir o rumo. Perante os passos, muitos
deles pioneiros e inovadores, dados nos últimos dois anos, procuraremos aperfeiçoar e
desenvolver os canais já existentes, apostando na criação de novos veículos de comuniação.
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Num distrito como o Porto, em que a acatividade distrital e concelhia é uma realiadde
constante e que oferece ao público constantes novidades, faz todo o sentido a existência de
um fórum onde toda a informação de relevo possa estar acatualizada para consunta. Para
isso, é nosso propósito criar uma plataforma online, em formato de website, que sirva de
portal do distrito, onde todas as notícias da JP no distrito serão agregadas e actualizadas,
bem como toda a informação institucional pertinente.
Apostaremos seriamente no aproveitamento cada vez mais eficaz das novas plataformas
online, como as redes sociais, não só pela facilidade e economia da sua utilização, mas
sobretudo porque é, hoje em dia, o instrumento mais utilizado pelos jovens para acederem à
informação.
Para uma geração de última geração, na apenas uma Distrital que alinhne pelo mesmo
diapasão fará sentido.
PROPOSTAS:
Concepção de um portal para o distrito, que agregue a informação mais relevante da
Distrital e das concelhias;
Criação de um modelo de website low-cost a disponibilizar a todas as concelhias do distrito
que pretendam utilizar para construção de um sítio na internet;
Aumento dos seguidores nas redes sociais mais significativas, como o Facebook e o Twitter;
Continuar a evoluir na forma de aproveitamento das redes sociais para propagação de
informação.
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Num distrito em que a Juventude Popular se habituou a ter militantes com massa crítica em
abundância e qualidade, importará guardar as boas práticas de intervenção política que as
anteriores estruturas distritais nos deixam como parte do seu legado. O acompanhamento da
actualidade política nacional e, em particular, daquilo que mais respeito diga ao distrito e à
região, através de tomadas de posição assertivas e da apresentação de propostas conscientes,
será uma prática constante. O nosso inconformismo não nos deixará ficar calados, a nossa
responsabilidade impor-nos-á a apresentação de contributos válidos e a nossa convicção
levar-nos-á a exigir sermos ouvidos. Só esta JP de inconformismo, ideias e convicção serve ao
Norte e ao país.
A Distrital do Porto da Juventude Popular habituou-se a marcar a sua intervenção política ao
ritmo dos principais acontecimentos que se foram destacando na actualidade política nacional
e distrital. Sem medo de ter opinião, sempre nos obrigamos a mostrar o nosso Norte. Não
obstante esse escrutínio rigoroso, o foco da nossa intervenção política não se poderá esgotar
nos produtos da espuma dos dias. Por isso, comprometemo-nos com alguns eixos
programáticos a que daremos destaque ao longo dos próximos dois anos. Um compromisso
feito de estudo para identificação de problemas e potencialidades, complementado com a
apresentação de propostas para aclarar caminhos e indicar soluções. Assim sendo,
comprometemo-nos a colocar na ordem do dia temas tão estruturantes como a a reforma do
Estado e a Constituição; matérias tão importantes a economia, a inovação e o emprego;
preocupações tão prementes como a solidariedade e a acção social; comprometemo-nos a
continuar a estudar e a intervir em temas de grande impacto para a região como a mobilidade,
os transportes e as infraestruturas; comprometemo-nos a contribuir para o fomento de
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tesouros do distrito como o turismo, a cultura e o património; e comprometemo-nos a
debater o potencial da interacção de todas as regiões do Noroeste peninsular como motor de
desenvolvimento e o papel estratégico que o distrito do Porto deve desempenhar nesse
processo. Apenas seguindo estes eixos programáticos poderemos colocar o distrito nos eixos
e construir um Norte para Portugal!
Estado e Constituição
Em 1974, depois de fechado o capítulo da nossa História marcada pelo autoritarismo do
Estado Novo, Portugal começou a escrever um novo capítulo sobre aquilo que viria a ser o
autorismo do défice e da dívida a que o socialismo, no qual mergulhamos de cabeça e bem
fundo, nos condenou. Cumpriu-se o desígnio inscrito no preambulo da Constituição e o país
caminhou alegremente rumo ao socialsmo. Mas, ao mesmo tempo, não evitou caminhar rumo
à ruína e à bancarrota, condenando os portugueses, quase 40 anos depois, a uma penosa
factura, que pesa particularmente nas gerações mais jovens, não deixando já de fora aquelas
que ainda nem sequer nasceram. Mais de 30 anos movidos a princípios errados conduziram a
mais três décadas de decisões falhadas.
Nascido no fervor pós-revolucionário, alimentado no advento do cavaquismo e amadurecido
no frenesim esbanjador de Guterres e Sócrates, o monstro ganhou dimensões que não mais
podemos suportar e tomou conta das nossas vidas. A construção de um Estado demasiado
oneroso sobre os contribuintes e a teimosia de acreditar que tudo pode ficar na mesma,
foram conduzindo sistematicamente a défices assombrosos e um nível de dívida
incomportável, de tal forma que vivemos hoje sob a triste sombra da vergonha da intervenção
externa. A opção pelo socialismo, matou aos poucos a nossa Liberdade e conduziu-nos à
servidão.
Está fácil de ver que precisamos urgentemente de reduzir o peso do Estado para aliviar a
economia mas, em vez disso, temos andado a emagrecer a economia para deixar o Estado
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imaculadamente na mesma. E numa altura em que tanto se fala em equidade e falta dela, esta
é a iniquidade que está por resolver num país com um povo que não quer mais austeridade
mas também não quer menos Estado, um poder político que não mexe nos interesses
instalados e corta a sério onde é preciso, e uma Constituição que parece servir apenas um
propósito: tornar irreversível a caminhada do país rumo à insustentabilidade.
É por isso que assumimos um compromisso antes de todos os outros: contribuir para a
superação do socialismo em nome da Liberdade. Um compromisso que nos leva a exigir que o
Estado deixe a arrogância paternalista de nos dizer que sabe melhor do que nós aquilo para
que serve o nosso dinheiro, o nosso esforço e a nossa Liberdade.
Num cenário em que o Tribunal Constitucional tem tomado tantas vezes o lugar de
protagonista, não nos coibiremos de contribuir para a reinvindicação de uma nova
Constituição que a Juventude Popular, através do seu deputado e da sua Comissão Política
Nacional, já começou. Queremos uma Constituição que defenda as gerações futuras das
loucuras vertidas nas decisões de quem hoje nos governa. Num momento em que os
portugueses são chamados a promover uma forçada adaptação aos novos tempos que
vivemos, a lei fundamental do país não pode ficar àquem dessa adaptação. Queremos uma
Constituição à medida da actualidade e não com o perfume do pós-25 de Abril, que a torna
num instrumento de imobilidade do país e de definhamento dos seus cidadãos.
DEFENDEMOS:
Um Estado que viva dentro das suas possibilidades e que deixe os cidadãos livres para
promover as suas escolhas;
Uma reforma do Estado que o torne mais equilibrado e menos oneroso par as populações;
Reflexão profunda sobre o funcionamento e a reforma dos sector da Educação, da Saúde e
da Segurança Social;
Uma nova Constituição que, entre outras coisas, imponha limites ao défice e à dívida
pública, bem como à carga fiscal.
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Depois da Troika
Em quase quatro décadas de democracia, Portugal experimentou por três vezes o amargo
sabor do vexame e do sofrimento que um resgate externo representa. Estamos, por isso,
solidários com o actual Governo na caminhada dolorosa pela sustentabilidade das contas
públicas e pela solvência do país, para que se cumpra o objectivo de recuperarmos a soberania
plena em meados de 2014. Mas mais do que o esforço para dispensarmos os favores alheios
em breve, exigimos a este ou a qualquer outro governo que assuma o compromisso de criar
bases sustentáveis para que nunca mais uma geração de portugueses seja condenada a passar
pela treva do protectorado.
Por isso mesmo, os três anos de presença da Troika em Portugal não poderão ficar para a
história como um paliativo que resolveu um problema circunstancial. Este momento, que
tantos sacrifícios impõe aos portugueses, deve ser recordado no futuro como o momento em
que resolvemos problemas estruturais graves, lançando as bases de um Estado sustentável,
que não dá mais do que pode nem tira mais do que deve.
A saída da Troika, desejável a tão breve prazo quando possível, deve ser mais do que um
momento de alívio. Deve ser um momento de convicção para assumir a reforma que conduza
a menos impostos, que nos leve a menos estado e que nos garanta mais Liberdade.
Sistema Político
É tida como verdade quase incontestável que as novas gerações estão afastados da política.
Uma opinião que vai ganhando contornos de dogma tal é a frequência com que a lemos em
artigos de opinião ou ouvimos na boca dos comentadores políticos que enchem as grelhas de
programas nos canais televisivos. Contestamos essa tese. Em nosso entender, os mais jovens
não estão afastados da polítca mas sim dos partidos e dos velhos métodos que os mesmos,
insistentemente, recusam renovar.
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Com efeito, usando os mesmos jornais e as mesmas televisões em que ouvimos
repetidamente a opinião referida, percebemos que são sobretudo os jovens vêm
protagonizando algumas das manifestações políticas que - concorde-se ounão com o seu
conteúdo e forma - têm marcado os últimos tempos da actualidade política. Não nos
esquecemos, por exemplo, a força brutal das manifestações da chamada Geração à Rasca,
marcadas pela presença massiva de jovens. Por outro lado, quando viajamos pelas ondas da
internet, descobrimos novas formas de comunicação impregnadas, entre outras, de opinião
política de muitos jovens. Ligando uma coisa à outra, não ignoramos também a força das
redes sociais como forma de mobilização de massas para iniciativas políticas.
Acreditamos, por isso, que os jovens não estão afastados da política mas sim dos velhos
métodos de fazer política. Acreditamos também que para a maioria dos jovens das gerações
mais novas os partidos políticos representam parte desses velhos métodos, o que conduz a
uma falta de identificação com as suas estruturas.
É, por isso, elementar que se faça uma profunda reflexão dentro dos partidos, de forma a
perceber onde é que a sua forma de actuar não se adequam à actualidade e de que forma
poderão evoluir de modo a corresponder às expecetativas dos eleitores, nomeadamente os
mais jovens. Entendemos que o CDS deve ser pioneiro nesse debate e que a JP tem um papel
fundamental a desempenhar nessa caminhada.
Reconhecida e orgulhosamente institucionalistas, entendemos que a democracia
representativa é mais eficaz e funcional do que a luta das ruas. Por sentir que a primeira está a
perder a sua credibilidade e a perder, por isso, espaço para demonstrações mais ou menos
expontâneas que, apesar de muitas vezes vistosas, pouco de construtivo acrescentam,
apontamos esta necessidade de reformar o sistema como algo de prioritário para a vitalidade
da nossa democracia.
Em quase quatro décadas de democracia, nunca como hoje pareceu tão necessário pensar o
regime, a forma de fazer política e a maneira de actuar dos seus agentes. Nunca como hoje, o
sistema esteve tão perto do total descrédito. Deixar tudo na mesma não é solução e só nos
conduzirá à eminência de soluções improvisadas e perigosas. Compete aos mais audazes
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começar e pugnar por um debate e uma reforma que ainda incomoda e assusta muita gente
nos partidos. Que essa audácia seja a nossa!
DEFENDEMOS:
Uma reflexão profunda dentro da Juventude Popular e do CDS sobre o seu funcionamento
e o do sistema de partidos em Portugal;
A introdução de debates sobre sistemas alternativos de representação democrática que
promova uma maior proximidade entre eleitores e eleitos;
A possibilidade de candidatura de listas independentes à Assembleia da República.
Economia e Emprego
O distrito do Porto, à semelhança do resto do país, enfrenta uma situação económica débil
que se traduz numa elevada taxa de desemprego, com especial incidência nos jovens. Com
efeito, a elevada taxa de desemprego e, em particular, a gritante taxa de desemprego jovem
verificada a nível nacional, ganham uma dimensão ainda mais assustadora quando falamos do
distrito do Porto. Para além disso, assistimos no distrito a uma elevada taxa de mortalidade
infantil das empresas. Paralelamente, o nosso distrito tem assistido ao desaparecimento da
classe média, assim como dos pequenos e médios empresários que sempre constituíram a
base empresarial do nosso distrito. Como se estes problemas por si só não constituíssem um
problema, a região Norte e o distrito do Porto em particular, enfrentam o peso de uma
máquina burocrática e centralista que nos rege a partir de Lisboa e que seca todo o país que
sobra para lá dos limites da capita e que destrói a livre iniciativa tão característica das gentes
do Norte. Muitas das empresas que um dia floresciam no distrito, acabaram por fechar portas,
ou, no caso daquelas que tiveram a sorte de não chegar a esse ponto, deslocalizaram-se para
Lisboa ou para o estrangeiro.
Apesar de sabermos que não é fácil fazê-lo enquanto mantivermos a condição de
dependência face à vontade dos nossos parceiros internacionais, a Distrital do Porto manterá
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como prioridade a obrigação de pugnar pela defesa convicta de políticas fiscais amigas das
empresas, que torne o país e o distrito competitivos e capazes de atrair investimento. Para
além da eliminação da asfixia fiscal recorrente, é importante lutarmos para derrubar as
barreiras à livre iniciativa, ao empreendedorismo e à inovação.
Queremos também debater os espartilhos em que vive o mercado laboral português. A
legislação demasiado preocupada com a perenidade dos postos de trabalho existentes tem
uma grave influênia na escassez de novos postos de trabalho criados. A fágil dinâmica do
mercado de trabalho imposta pelas leis que o regem, não permitem a renovação de quadros,
deixando muitos jovens qualificados e com vontade de trabalhar às portas de um contrato de
trabalho e atirados para situações de frágil afirmação no mercado e retardamento da sua
emancipação. Não podemos continuar a perpetuar a imobilidade do mercado de trabalho
português e condenar os jovens a uma espera longa e desmotivante por uma oportunidade.
Só assim daremos uma resposta efectiva ao declínio económico do país e ao flagelo do
desemprego, realidades que afligem uma boa parte da população do distrito. Mais iniciativa,
mais liberdade, mais economia: assim se faz um Norte para Portugal.
DEFENDEMOS:
A redução sustentada da carga fiscal, assim que as limitações impostas pela intervenção
externa desaparecerem;
Reformar a lei laboral tornando-a mais flexível e liberalizando o mercado laboral;
Promover a melhoria da qualificação profissional dos desempregados, de forma a facilitar a
sua entrada no mercado laboral e permitir que possam responder aos desafios da actualidade;
Promover uma ligação entre a oferta de cursos profissionais e as necessidades das
empresas, de forma a reduzir o desemprego jovem;
Desburocratização dos serviços públicos de forma a torna-los mais rápidos e eficientes,
permitindo assim que estes deixem de ser um entrave à iniciativa privada.
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Inovação e Empreendedorismo
O distrito do Porto sempre desempenhou um papel de liderança neste tema. A inovação
industrital protagonizada pelos grandes industriais do Norte em tempos passados está bem
documentada, e os novos tempos trouxeram ao distrito o advento da inovação tecnológica
em força, abordada de forma permantente e eficaz em vários centros tecnológicos e por todo
o tipo de empresas nascidas da força da iniciativa nortenha. No entanto, ainda muito há a
fazer numa área que merece ser acarinhada e olhada como uma fonte de um potencial
tremento.
Para lá de um incentivo permantente e da remoção das barreiras borucráticas aos jovens
inovadores, o aproximar de relações entre as Universidades e as empresas do sitrito é um
ponto fundamental para um incremento do investimento em inovação por parte do sector
privado. A malha de universidades e politécnicos é extensa no distrito e o seu capital humano
e intelectual representa um recurso de valor incalculável e que não se encontra, hoje,
totalmente aproveirado
Assiste-se, no distrito e no país, a uma fuga dos nossos melhores cérebros para fora
da região e, num largo número de casos, para fora do país. Iniciativas que apoiem o
estreitar de relações entre a academia e o mundo empresarial, o apoio a
start-ups e jovens com inciativa, devem estar na primeira linha das nossas mais entusiásticas
saudações.
Esta é uma área de terreno fértil e pouco explorado, pelo que os jovens empreen-
dedores do distrito devem ser chamados a cumprir a sua missão no terreno, sendo
para isso fundamental desmantelar todo o tipo de barreiras administrativas, borucráticas
e fiscais absurdas com que muitas vezes a sua iniciativa esbarra, desdperdição o talento e a
valia de empreendedores e seus projectos.
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Agricultura
Quando falamos em procurar formas de promover o desenvolvimento económico no distrito
do Porto, nada fará mais sentido do que pensarmos em revitalizar o sector agrícola e
desenvolver as suas potencialidades. Com efeito, o sector primário, tão esquecido e
enfraquecido nos últimos anos, encontra no distrito do porto condições excepcionais para
retomar um papel de liderança. De resto, no distrito do Porto encontramos ainda uma forte
presença de zonas rurais e propriedades agrícola em abundância em todos os concelhos com a
excepção do Porto mais urbanizado.
Percebe-se, então, que o distrito junta boas condições e recursos naturais adequados a uma
tradição agrícola profunda, combinação essa que deve ser aproveitada e desenvolvida.
A criação de condições adequadas para o desenvolvimento deste sector representará
benefícios claros como o reequilíbrio da nossa balança alimentar e contributos para o
crescimento económico do país, mas também será uma fonte de novas oportunidades para os
jovens empreenderem e criarem oportunidades de negócio, representando uma alternativa
para aqueles que vivem na aflição do desemprego.
Para além destes benefícios, lembrar a importância da agricultura é também
lembrar a importância do interior do distrito. Se é verdade que a paisagem agrícola
domina partes importantes da generaliade do distrito, não é menos verdade
que esse predominio se verifica mais no interior do mesmo. Apostar na agrícultura
será, por isso mesmo, apostar no crescimento económico do interior do distrito,
bem como na fixação e atração de pessoas para essas zonas, representando
ganhos económicos e demográficos.
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Infraestruturas e Transportes
Efectivada a privatização em bloco da ANA, algo a que a Juventude Popular do Distrito
sempre se opôs vigorosamente, importa continuar a acompanhar a gestão do Aeroporto
Francisco Sá Carneiro e pugnar pelos interesses concretos do aeroporto, da cidade e da
região. De igual forma, o Porto de Leixões continua a requerer a maior das atenções quanto à
possibilidade dum processo de privatização que não cumpra com estes interesses.
Tanto o Aeroporto Francisco Sá Carneiro como o Porto de Leixões tornaram-se, ao longo dos
anos, vectores de excelência de gestão que se pode encontrar no Norte e que importam
replicar. Com efeito, o Porto de Leixões, responsável por cerca de 25% de todo o comércio
internacional porqutuguês e porta de saída fundamental de uma percentagem muito
significativa das nossas exportações, tem representado uma ajuda inestimável ao reequilibro
da nossa balança comercial, bem como um factor de incremento fundamental no nosso
desenvolvimento económico. Acresce a esta capacidade de contribuir para a economia, uma
enorme capacidade de trabalho. Se é verdade que somos confrontados frequentemente com
notícias de greves em vários dos portos portugueses, no caso do Porto de Leixões verificamos
uma actividade ininterrupta.
Já o Aeroporto Francisco Sá Carneiro colecciona elogios de boas práticas e referências de um
dos melhores aeroportos da Europa. Com o advento das low-cost e o seu bom
aproveitamentom, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro reforçou a sua posição de excelência no
mercado português, contribuinde decisivamente para a economia em geral, mas para o
turismo da região em particular.
Por tudo isto, estas duas infraestruturas representam um papel fundamental para o distrito
na recepção de pessoas e no envio de mercadorias, funcionando como duas plataformas de
excelência para as empresas locais, principalmente aquelas que apresentam uma vocação
exportadora e uma vontade de se internacionalizarem.
A Distrital do Porto não se cansou de batalhar no sentido de precaver a autnomia da gestão
de ambas as infraestruturas no contexto da privatização da ANA e da construção de uma
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hipotética holding dos portos portugueses. Se no caso do Aeroporto Francisco Sá Carneiro
não fomos bem sucedidos e restar-nos-á a postura vigilante relativamente ao futuro, no caso
do Porto de Leixões continuaremos a bater o pé às forças centralistas que pretenderem
trocar a sua autonomia por mais um gabinete em Lisboa.
Para além disto, não se pode duvidar, hoje em dia, que é com uma maior funcionalidade e
acessibilidade do sistema de transportes que os próprios conceitos de desenvolvimento
sustentável de qualquer área metropolitana passam a ser mais tangíveis. É por isso vital
questionarmo-nos sobre a eficácia do modelo de gestão de empresas de transportes públicos
que tem estado em vigor e, responsavelmente, apresentar possíveis soluções. Situações em
que duas ou mais empresas públicas - com prejuízos de operação anuais e com considerável
dívidas acumuladas - concorrem entre si a preços artificialmente fixados, devem merecer uma
reflexão e abordagem séria.
É ainda nossa intenção promover estudos sobre a melhor forma de compatibilizar dois
cenários de justiça que, no âmbito da eliminação das antigas SCUT, nunca foi tido em conta:
por um lado, a prática do princípio do utilizador-pagador, por outro a salvaguarda das
populações servidas por essas vias, nos casos em que as mesmas tenham sido construídas
sobre aquilo que hoje poderiam ser as alternativas à viagem em auto-estradas que, tendo sido
construídas para serem utilizadas sem custos, mudaram essa sua forma de funcionamento.
DEFENDEMOS:
Privatização das empresas públicas existente no Norte do país, tendo sempre em atenção o
superior interesse da região e a concorrência inter-regiões;
Manutenção da autonomia da gestão do Porto de Leixões nas contra qualquer tentativa
centralista de agregar a gestão dos portos portugueses;
Acompanhamento do processo de concessão da ANA e suas consequências para o
Aeroporto Francisco Sá Carneiro;
Conciliação entre o princípio do utilizador-pagador e a justiça para as populações
autóctones no âmbito das antigas SCUT.
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Turismo
Sendo um dos poucos sectores económicos que regista números positivos no nosso país, o
turismo tem com o distrito do Porto e a região Norte uma forte relação, tendo neles um palco
privilegiado para o seu desenvolvimento e permitindo explorar um importante filão de
desenvolvimento e crescimento económico. Teremos, por isso, a iniciativa de lançar o debate
sobre o desenvolvimento deste sector e apresentar propostas e contributos para o seu
melhor aproveitamento. Tendo sempre em conta três pontos relevantes no turismo do
distrito, como a ampla zona balnear entre a Póvoa de Varzim e Vila Nova de Gaia, o Rio Douro
e a histórica cidade do Porto, e também focos importantes como o turismo religioso e
cultural, presentes um pouco por todo o distrito, defenderemos a segmentação do mercado
turístico e a criação de novos nichos de mercado como um factor crítico para potenciar o
sector e como forma de permitir aos mais jovens darem asas à sua veia empreendedora e
criarem riqueza e emprego. Para tudo isto, armas como a cultura e o património, pontos
fortes do distrito e seus factores diferenciadores relativamente a outras regiões, deverão ser
tidos em conta, numa visão integrada, já que para criar mais riqueza para o distrito e para o
país, nada melhor do que utilizar as riquezas naturais já existentes e trabalha-las.
DEFENDEMOS:
Criação de novos nichos de mercado no como fonte geradora de riqueza e emprego;
Políticas fiscais e legislação amiga do investimento;
Criação de sinergias inter-concelhias e inter-regiões para promover uma maior diversificação da
oerta turística e aumentar o tempo de estadia de turistas no distrito.
Cultura e Património
Definir cultura não é tarefa fácil. Talvez porque a cultura, em si mesma, não encontre uma
definição única. Devemos entender que a cultura vai desde as elites até às camadas mais
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populares, encontra-se no Porto ou em Baião, mora dentro de um museu ou à mesa de um
restaurante. Por tudo isso, não é difícil identificar o distrito do Porto como um território onde
a cultura floresce com a espontaneidade que lhe é saudável e exerce um papel com um
potencial tremento.
Não acreditamos na função dirigista e na atitude dogmática na atribuição de meios para o
desenvolvimento de alguns em detrimento de outros, com base em critérios subjectivos de
alguns funcionários do Ministério da Cultura ou de uma qualquer entidade autárquica, a que
estamos habituados. Acreditamos, ainda assim, que as entidades públicas têm obrigação de,
estrategicamente, promover o potencial de cada localidade, incentivando e impulsionando a
cultura como um factor de desenvolvimento económico, social e territorial. Uma visão
estratégica que deve conter, dentro de si mesma, a absoluta certeza de que a liberdade de
iniciativa dos agentes promotores e criadores de cultura, é um bem inestimável e um valor
inviolável.
Um distrito como o nosso apresenta um potencial tremendo ao nível do património.
Herdeiros de uma história rica e longa, as marcas desenhadas por ela no distrito são visíveis a
cada viagem através dele. Essa é mais uma perola de inegável valia para a região, que não nos
cansaremos de apontar na hora de contribuir para propostas para um aproveiramento do
nosso potencial em termos túristicos e culturais.
Solidariedade e Acção Social
Num país em que o crescimento económico é uma miragem e o emprego representa um
flagelo que assola muitas famílias, a solidariedade social ganha um relevo extraordinário.
Defenderemos, por isso, que a ajuda a quem mais precisa esteja no topo das prioridades dos
decisores políticos, exigindo também que a mesma seja feita da forma mais eficaz possível,
tendo sempre presente de que o dinheiro público mais não é do que o dinheiro dos
contribuintes. Por isso, recusamos a atitude paternalista que se pratica em Portugal e que diz
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que apenas ao estado cabe a tarefa de acudir directamente aos mais necessitados,
descurando a gestão de dinheiros que são de todos e as situações de carência diferenciada
que se vivem. Defendemos que o estado deve em primeiro lugar apoiar as instituições
particulares que actuam nesta área, nomeadamente as IPSS e as Misericórdias, ganhando com
isso uma eficácia financeira e social só possível com a intervenção de quem conhece o terreno
e os problemas. Contribuiremos também, com o pequeno espaço de mediatismo que
conseguirmos, para chamar a atenção para acção meritória destas instituições e lembrar as
dificuldades em que vivem, muitas vezes, ironicamente, tão grandes como as das populações
que ajudam. Só é possível encontrarmos um Norte para Portugal se contribuirmos para dar
um Norte a quem mais precisa.
DEFENDEMOS:
A aplicação do princípio da subsidariedade do Estado face aos agentes privados que
promovem a acção social;
As IPSS e demais organizações privadas como as mais bem preparadas instituições de apoio
a quem meias precisa;
Acções de sensibilização para a importância e as dificuldades dos agentes privados deste
sector.
Educação
Ao olhar a educação, devemos encará-la como uma peça fundamental do puzzle de cada um
de nós. Ela é parte fundamental do desenvolvimento de cada indivíduo e deve, por isso,
apresentar uma qualidade tão insuspeita quanto possível. E é aqui que convém perguntar: a
educação oferecida por um Estado que se arroga em educador-mor, ao qual nos fomos
habituando, é a ideal para cumprir essa qualidade? Acreditamos que não. Essa educação de
qualidade não pode nascer de um sistema centralizado,burocrático e caro. As decisões que
carregam um carácter subjectivo e pessoal, ao serem tomadas na obscuridade do Ministério
da Educação para uma enorme rede de escolas, não é eficiente nem pode atingir bons
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resultados. É necessária portanto, uma educação mais dinâmica, ágil e que conceda a cada um
dos seus integrantes a mais ampla liberdade de escolha.
O aluno, enquanto elo indispensável e principal de cada escola, deve ser chamado a assumir
responsabilidades suas por direito, usufruindo de uma enorme liberdade de movimentos
dentro de um sistema que não deve ser construído para si, mas antes, por si. Um sistema,
portanto, onde a liberdade de escolha não se limite aos ricos, mas se alargue a todos. Esta é a
fórmula para caminharmos rumo à liberdade na aprendizagem. Cada aluno deverá ter a
liberdade de escolher a escola que pretende frequentar e oprojecto educativo que mais lhe
interessa, com a garantia financeira concedida pelo Estado de uma forma mais justa e livre. Às
escolas, acreditamos que deve ser atribuída uma autonomia mais ampla. Cada uma delas
deverá ter a possibilidade de adoptar o seu próprio projecto educativo, gerir autonomamente
os seus serviços, decidir os professores com que contam, sem estar dependentes de
processos quase arbitrários e extremamente complexos, adoptar o modelo de avaliação que
entendam como melhor. Devem ser criados mecanismos para conceder uma autonomia
financeira às escolas e uma capacidade monetária aos alunos, assente em modelos como o
cheque-ensino, medida aliás já defendida publicamente pela Juventude Popular.
DEFENDEMOS:
Introdução de mais liberdade de escolha no sistema público de educação:
Maior autonomia na gestão para as escolas públicas, bem como uma maior diversidade dos
currila apresentados;
Implementação do cheque-ensino.
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O Porto no contexto do Noroeste Peninsular
Num país de desigualdades territoriais gritantes, que vive sob a sombra de uma tendência
centralista esmagadora, o Norte tem sofrido uma degradação económica e social sem
paralelo. A região que um dia foi das mais prósperas do país, vê hoje a sua capacidade de
influência constantemente amputada e os seus desejos e vontades frequentemente calados.
Mais do que esperar pela boa vontade dos burocratas do Estado central ou por uma
regionalização eternamente adiada, as gentes do Norte do país devem ganhar consciência
daquilo que os une e trabalhar em conjunto para promover condições para a afirmação da
região e para a melhoria das condições para as suas gentes e para as suas empresas.
Queremos que o distrito do Porto saiba promover e liderar um processo integrado com o
Minho, Trás-os-Montes e a Galiza sobre exploração do património económico, social e cultural
comum e de reflexão e debate sobre os caminhos a percorrer de forma partilhada. Um debate
útil e urgente, que ajudará a fortalecer um Norte a Portugal.
Certos de que o produto da soma dos distritos do Norte do país e da vizinha Galiza resultará
em algo mais do que a mera junção das partes, olhamos com grande esperança para o debate
que aqui se pode fazer, as iniciativas que o mesmo pode produzir e os resultados positivos
que poderá gerar para a região e o país. Animados, também, por recentes declarações de
relevantes e prestigiadas figuras da cena autárquica do Norte do país, acreditamos na
validade destas ideias e na capacidade para ver neste caminho o rumo certo par os povos do
noroeste peninsular.
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Regionalização
Embora eternamente adiado, por factos mais ou menos relevantes e com desculpas mais ou
menos sérias, o debate sobre a Regionalização voltará à ordem do dia mais tarde ou mais
cedo. Estamos convictos de que esse debate tem sido feito sob uma premissa errada, uma vez
que gira em torno da discussão sobre quem está a favor ou contra a Regionalização. Mas,
perguntamos, a favor ou contra o quê exactamente?
Na verdade, há uma multiplicidade de modelos através dos quais se pode pôr em prática a
Regionalização. E, como em todas as coisas que contemplam várias alternativas, há aquelas
que são boas e aquelas que são más.
No nosso entender, uma Regionalização bem feita não pode ficar-se por uma divisão do mapa
do país em novas unidades administrativas com poucas competências práticas e quase
nenhuma capacidade de influência, para dar abrigo a mais uns quantos políticos profissionais
em final de carreira autárquica. Esse é o rumo que tem sido seguido por alguns dos
defensores da Regionalização. Esse não é o nosso caminho.
Somos defensores do único modelo de Regionalização que faz sentido. Aquele que transfira
inequivocamente amplas competências para as novas regiões, algumas transferidas pelo
Estado central e outras transferidas pelas autarquias. Um modelo que atribua às regiões não
apenas orgãos para eleger, mas capacidade para que eles decidam com total autonomia as
decisões a implementar no território respectivo. Uma Regionalização que se faça à custa de
uma descentralização da receita fiscal e que permita às regiões tomar decisões sobre o
mesmo âmbito. No fundo, um modelo que dê a cada região uma verdadeira capacidade de se
afirmar, governando-se tendo em conta os seus problemas, as suas potencialidades e as suas
opções, e competindo com as demais. Um modelo que respeite a verdadeira utilidade da
Regionalização.
Afirmamo-nos pelas propostas ponderadas e com conteúdo. Não nos chegam as meias-tinas e
as operações de cosmética para se dizer que se fez o que não se fez. Também aqui seremos
consequentes e responsávels, nunca exigindo menos do que o melhor para a região.
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Conselho Metropolitano do Porto
Uma das alternativas à Regionalização poderá passar por um melhor aproveitamento das
instituições já existentes, como é o caso do Conselho Metropolitano do Porto.
Até hoje, o Conselho Metropolitano do Porto viveu num limbo de alguma indefinição e
impotência, uma vez que as suas competências, aprisionadas entre os interesses do Estado
central e das autoridades autárquicas, nunca o levaram a afirmar utilidade na maioria das
matérias nas quais poderia ter tido uma palavra a dizer.
Vemos com bons olhos a afirmação do Conselho Metropolitano do Porto como uma
autoridade supra-municipal de competências alargadas, transferidas quer do topo da
hierarquia do Estado, quer dos níveis mais infereiores, com um Presidente a ser eleito
directamente pelas populações.
Reafirmamos a nossa preferência por um modelo de Regionalização eficaz mas, se a vontade
dos actores políticos em deixar esta reforma na gaveta se mantiver, entendemos que uma
reformulação do papel do Conselho Metropolitano do Porto pode ser uma alternativa
positiva.
Reforma Administrativa e Gestão Autárquica
As recentes eleições autárquicas serviram de palco para o primeiro teste à reorganização
administrativa do território efectuada como parte do compromisso assumido com a Troika.
Serviram, também, para reforçar algumas das críticas relativas a pontos menos positivos da
dita reorganização.
Com efeito, apesar de sermos favoráveis ao redesenho do mapa autárquico - uma necessidade
antiga - entendemos que o mesmo foi feito sem ter evitado alguns critérios imprecisos e sem
ter tido em consideração algumas diferenças territoriais e demográficas. Não partilhamos do
exagero de quem afirma que esta reforma foi feita “a régua e equadro”, mas entendemos que
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o facto de se ter concentrado as decisões da reforma em gabinetes técnicos e minesteriais,
acabou por prejudicar a eficácia da medida.
A Distrital do Porto deverá preocupar-se em acompanhar esta nova era nos 18 concelhos do
distrito. Pela primeira vez foram eleitas Assembleias de Freguesia de acordo com os novos
mapas e tal facto tratá novidades políticas e administraticas aos quais estaremos atentos.
Estaremos igualmente atentos á gestão autárquica feita nos concelhos e nas freguesias do
distrito, como vem sendo, de resto, apanágio da estrutura. Seremos particularmente críticos
com executivos despesistas, que não respeitem as populações e os dinheiros públicos,
principalmente numa fase em que os sacríficios são pedidos a toda a gente. Uma das
conclusões de alguns resultados nas últimas eleições autárquicas foi, precisamente, a
penalização de autarcas despesistas. Saibamos interpretar esse sinal e pedir consequências.
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