um norte para portugal

40
1/40

Upload: um-norte-para-portugal

Post on 18-Mar-2016

213 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Moção de Estratégia Global de Tiago Loureiro ao IV Congresso Distrital do Porto da Juventude Popular.

TRANSCRIPT

Page 1: Um Norte para Portugal

1/40

Page 2: Um Norte para Portugal

2/40

Page 3: Um Norte para Portugal

3/40

Subscritor: TIAGO LOUREIRO

Moção de Estratégia Global VI Congresso Distrital do Porto da Juventude Popular

Page 4: Um Norte para Portugal

4/40

Page 5: Um Norte para Portugal

5/40

«No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses

juntos falam de Portugal inteiro. Os nortenhos não falam do Norte como se

o Norte fosse um segundo país. Não haja enganos. Não falam do Norte para

separá-lo de Portugal. Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de

Portugal. Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de

outro que constitui Portugal. Mas o Norte é onde Portugal começa. Depois

do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo.»

MEC

Page 6: Um Norte para Portugal

6/40

Page 7: Um Norte para Portugal

7/40

Índice

UM DISTRITO COM NORTE | 9

Fazer Distrito | 10

Implantação | 11

Reconhecimento | 13

Formação Política | 14

Comunicação | 15

UM NORTE DE IDEIAS | 19

Estado e Constituição | 20

Depois da Troika | 22

Sistema Político | 22

Economia e Emprego | 24

Inovação e Empreendedorismo | 26

Agricultura | 27

Transportes e Infraestruturas | 28

Turismo | 30

Cultura e Património | 30

Solidariedade e Acção Social | 31

Educação | 32

UM PORTO PARA O NORTE | 35

O Porto e o Noroeste peninsular | 35

Regionalização | 36

Conselho Metropolitano do Porto | 37

Reforma Administrativa e Gestão Autárquica | 37

Page 8: Um Norte para Portugal

8/40

Page 9: Um Norte para Portugal

9/40

A Distrital do Porto da Juventude Popular tem uma identidade e uma História ímpares. Uma

identidade intrinsecamente ligada à génese das gentes do distrito, transbordante de um

carácter inabalável e convicções fortes. Uma História desenhada à custa do trabalho bem feito

e da superação das dificuldades impostas, apanágio da evolução da região. Em suma, uma

Distrital à imagem do distrito.

Sendo aquela que está há mais tempo em actividade, a Distrital do Porto construiu um

património único dentro da Juventude Popular, destacando-se como a mais marcante

estrutura distrital do país, acolhendo no seu seio militantes e concelhias de excelência. Na

verdade, o distrito do Porto sempre se apresentou como grande palco onde se

desenvolveram vários dos melhores militantes da Juventude Popular, desde os mais

destacados dirigentes concelhios, distritais e nacionais, até relevantes figuras do plano

político nacional, passando por presidentes nacionais exemplares. Militantes esses que se

desenvolveram em algumas das concelhias de maior excelência da Juventude Popular, nas

quais se habituaram a não ter medo de marcar a agenda política e a serem inflexíveis na

defesa de ideias e convicções.

Foi também a marcar a actualidade política do distrito e do país que a Distrital do Porto se

destacou. Ao longo dos anos, foram inúmeros os contributos dados com a marca de qualidade

das suas ideias e a força das sua convicções, na defesa do distrito do Porto, da região Norte e

do país. Nunca nos deixamos adormecer pelo comodismo das meias-tintas, nem nos deixamos

aprisionar por lealdades partidárias cegas. Sempre nos batemos contra o centralismo e o

socialismo que nos querem fazer acreditar serem fatalidades inevitáveis para o país.

Page 10: Um Norte para Portugal

10/40

Este é o património de uma Distrital que já foi liderada por referências que o personificaram

tão bem como o Pedro Moutinho, a Vera Rodrigues ou o João Ribeirinho Soares. Um

património que deve ser preservado e melhorado. Por isso, não nos proponhos liderar a

Distrital do Porto para representar a amena continuidade de tudo o que de bom tem sido

feito. Iniciamos esta caminhada para procurar a evolução que começa num ponto de partida

de excelência. Essa é a missão a que nos propomos pela Juventude Popular, pelo distrito do

Porto e por Portugal.

Com orgulho do passado e os olhos postos no futuro, vamos ajudar a construir um Norte para

Portugal!

Fazer Distrito

Apesar de esta moção servir formalmente para sustentar uma candidatura aos orgãos

distritais e o propor ideias para o seu funcionamento nos próximos dois anos, a sua verdadeira

pretensão é abordar estrategicamente o distrito, compreendido como a soma de todos os

agentes que nele fazem JP: os militantes, as concelhia e a Distrital propriamente dita. É

inspirados no já abordado legado histórico do distrito que acreditamos fazer todo o sentido

promover uma visão integrada entre esses três agentes, proporcionando um trabalho de

equipa que promova sinergias positivas e uma maior eficácia no funcionamento de cada um,

ao mesmo tempo que conduz a uma constante aprendizagem mútua.

Nesse sentido, a Distrital do Porto deverá ser a representação fiel do princípio da

subsidariedade, historicamente enraizado nos princípios da Juventude Popular, e dispensar a

sua presença onde as concelhias podem chegar, preferindo uma acção de facilitadora e

motivadora das estruturas locais e seus dirigentes e militantes.

Rejeitamos, por isso, que as concelhias e a Distrital sigam caminhos divergentes. Preferimos

que sejam companheiros de viagem, tendo a certeza que juntos seremos melhores. A Distrital

deverá ter sempre na primeira linha das suas prioridades a preocupação em perceber as

Page 11: Um Norte para Portugal

11/40

dificuldades das concelhias, em prestar o auxílio necessário e em motivar e propor actividades

e parcerias.

O que se pretende não é fazer a Distrital imiscuir-se nos assuntos concelhios – o bom princípio

da autonomia entre os diferentes orgãos assim desaconselha – mas antes fazer a Distrital

estar sempre pronta a reagir, a propor e a ajudar.

Esta visão integrada do funcionamento do distrito e o acompanhamento proposto têm como

finalidade promover a existência de dirigentes motivados, estruturas concelhias com uma

actividade fluente e a constante renovação dos orgãos concelhios, afanstando problemas de

implantação. Acreditamos que a melhor forma de captar e fixar jovens militantes é através do

gosto pelo trabalho bem feito e o orgulho que daí emana.

Sendo esta a atitude que pretendemos assumir, dando espaço às concelhias para serem os

actores principais no distrito, não deixaremos de actuar muito directamente em áreas tão

fundamentais como a implantação da estrutura, o reconhecimento do território e a formação

política.

Implantação

O distrito do Porto sempre foi uma referência de implantação da Juventude Popular. Com

mais de 4.500 militantes, a única estrutura distrital que esteve permanentemente eleita ao

longo dos últimos anos largos, uma concelhia que se destaca sistematicamente como a maior

a nível nacional e uma série de outras que têm verificado um crescimento exponencial nos

tempos mais recentes, o distrito do Porto tem contribuído de forma excepcional para o

crescimento da Juventude Popular.

Mesmo nos momentos mais negros da JP e do CDS, em que as vitórias nos fugiam e a

militância arrefecia, a Juventude Popular do distrito do Porto sempre mostrou o Norte ao

país, mantendo um constante crescimento dos seus cadernos de militância, uma larga maioria

Page 12: Um Norte para Portugal

12/40

de estruturas em actividade contínua, sendo, muitas vezes, o pilar que sustentou a Juventude

Popular e a manteve de cabeça erguida e pronta para a luta.

Para além da referência em número de militantes, o distrito do Porto tem funcionado como

uma referência para a Juventude Popular pela qualidade dos mesmos. A qualidade intelectual

e política dos militantes do distrito é reconhecida em todo o país, bem como a sua insuperável

capacidade de trabalho. Por isso, é no distrito do Porto que a Juventude Popular encontra

alguns dos melhores transmissores da sua mensagem e dos seus valores.

Dito isto, é fácil verificar que no distrito do Porto existe um largo património de implantação

da Juventude Popular obedecendo a princípios que valorizem não só a quantidade mas

também a qualidade dos militantes. Será, por isso, importante promover uma política de

implantação da estrutura acompanhada de uma forte actividade de reconhecimento do

território e daqueles que, no terreno, mais capacidade têm para servir a JP, bem como

incentivar e criar condições para uma efectiva formação política e ideológica dos militantes,

com especial incidência nos mais jovens.

PROPOSTAS:

Divisão do distrito por áreas de intervenção, de diferentes prioridades e obedecendo a

diferentes critérios;

Agilizar os processo de filiação e agendamento de eleições e plenários concelhios online;

Disponibilizar o know-how e os meios logísticos e pessoais requeridos pelas concelhias para

apoio à filiação e integração de novos militantes;

Criação do Manual de Acolhimento para novos militantes;

Realização de um mínimo de dois Conselhos Nacionais por cada ano de mandato, no qual

sejam abordados os casos de sucesso de implantação no distrito, colocadas as dúvidas das

concelhias e apresentadas propostas para uma melhoria contínua de processos.

Page 13: Um Norte para Portugal

13/40

Reconhecimento

A captação e a integração de militantes e a qualidade da sua acção e intervenção política são

armas fundamentais para o sucesso de qualquer estrutura. No entanto, nada é mais valioso do

que o conhecimento da área em que se actua, os seus focos problemáticos e os seus casos de

sucesso. Nenhuma Distrital será um digno represepresentando do distrito do Porto se não

procurar fazer um investimento profundo no reconhecimento de todos os 18 concelhos que o

compõem.

O distrito do Porto apresenta uma malha de concelhos muito heterogénea. Com efeito, o

litoral do distrito apresenta amplas diferenças relativamente ao seu interior, as suas zonas

urbanas contrastam significativamente com as suas zonas rurais, e a proximidade com outros

distritos marcam diferenças culturais visiveis nos quatro cantos do distrito. Também as

necessidades e os talentos das populações variam de concelho para concelho, conferindo ao

distrito uma multiplicidade de vivências e urgências. Por isso, a Distrital do Porto

comprometer-se-á com uma missão importantíssima: percorrer os 18 concelhos do distrito,

dedicando-lhes a atenção adequada para ficar a conhecer o que de mais relevante ele nos

tiver a transmitir e para ficar habilitado a propôr soluções. As concelhias terão um papel de

destaque nesta ambição, pois representarão o guia mais indicado para nos levarem por estas

viagens na sua terra.

Com este tipo de iniciativa, para além de dotar a Distrital de um conhecimento profundo da

realidade do distrito, pretende-se ajudar as concelhias a conhecer na perfeição a realidade do

seu concelho e a ganhar visibilidade junto das populações locais.

A produção de relatórios onde sejam vertidas as conclusões destes roteis será o passo final

destas iniciativas. Esses relatórios, que esquematizem uma análise SWOT de cada concelho,

servirá de documento de trabalho às concelhias e à Distrital. De pequeno relatório em

pequeno relatório, queremos chegar ao final do mandato com um completo manual que

retrate o distrito com 18 capítulos estruturados e completos

Page 14: Um Norte para Portugal

14/40

PROPOSTAS:

Percorrer roteiros de reconhecimento em cada concelho;

Acompanhar de forma regular a actualidade do distrital e de cada um dos seus concelhos;

Reunir com entidades públicas e privadas em cada concelho, no distrito e na região;

Acompanhar o trabalho dos autarcas da Juventude Popular e do CDS.

Formação Política

É sabido por todos que a imagem pública das jotas não é a mais favorável. Inspirada por

alguns maus exemplos, a opinião de que a jotas são centros de emprego público e compostas

por jovens acríticos que seguem os ditames dos mais velhos enquanto agitam bandeiras foi

fazendo o seu caminho. Pela sua parte, a Juventude Popular sempre se apresentou como a

negação dessa concepção. Com efeito, somos provavelmente a organização política de

juventude que ao longo da sua história mais valorizou o debate político e ideológico, bem

como a formação política e intelectual dos seus militantes. A ajuda e a solidariedade

prestadas ao partido a cada dia é uma missão a que a JP sempre respondeu afirmativamente,

e nunca esqueceu que ao fazer chegar formação de excelência aos seus militantes estaria a

construir quadros de excelência para o futuro do partido, realidade que se nota nos orgãos do

CDS, na sua bancada parlamentar e até no governo, onde se descobre com facilidade a

presença de vários ex-militantes da Juventude Popular.

A ideologia e o sentido crítico sempre foram uma marca JP. O distrito do Porto sempre foi

particularmente representativo dessa marca. Por isso, em termos de formação política e

ideológica, queremos continuar a servir de referência dentro de uma organização que

representa, ela própria, um papel de referência nesse campo.

A Distrital do Porto deverá ser um promotor de formação política junto das concelhias, ao

mesmo tempo que a priveligia no seu plano de actividades. Por isso, vamos querer promover

com regularidade a realização de tertúlias e conferências para discussão de temas da

actualidade política e incluir o debate político nos Conselhos Distritais, bem como fazer

chegar aos militantes do distrito uma boa soma de formação política, ideológica e histórica de

Page 15: Um Norte para Portugal

15/40

base, escolhendo sempre os melhores oradores e os melhores conteúdos, para melhor

alcançarmos o nosso objectico: formar e não formatar.

PROPOSTAS:

Sensibilizar as estruturas concelhias para a importância da formação política;

Apoiar as estruturas concelhias na realização de eventos de formação política;

Elaborar e divulgar documentos de interesse formativo;

Realização regular de tertúlias para discussão de temas da actualidade política;

Definir um ciclo de formação política de base (história e ideologia);

Promover o debate e e a discussão ideológica nos Conselhos Distritais;

Reactivar o Fórum Portuscalle.

Comunicação

Nos últimos dois anos, a Distrital do Porto deu passos significativos rumo ao aperfeiçoamento

da sua forma de comunicar e no aproveitamento dos novos canais de informção e

socialização. Criou-se um novo website, mais simples e funcional; foi concebida a primeira

página da estrutura no Facebook que, através de um constante trabalho de divulgação e de

uma utilização eficaz, atingiu mais de 450 seguidores; criaram-se postais virtuais de promoção

do distrito ou para servir de veículo para as mensagens e propostas emanadas pela estrutura;

apostou-se em campanhas virais nas redes sociais para chegar mais facilmente aos diferentes

públicos-alvo; profissionalizou-se o método de concepção e publicação de comunicados de

imprensa. Todos estes passos culminaram na chegada a um ponto merecido: a Distrital do

Porto chegou a mais gente, deu mais voz e protagonismo às suas propostas, criou uma marca

reconhecida e fez as manchetes na comunicação social regional e nacional.

neste âmbito importa, por isso, não perder o Norte e seguir o rumo. Perante os passos, muitos

deles pioneiros e inovadores, dados nos últimos dois anos, procuraremos aperfeiçoar e

desenvolver os canais já existentes, apostando na criação de novos veículos de comuniação.

Page 16: Um Norte para Portugal

16/40

Num distrito como o Porto, em que a acatividade distrital e concelhia é uma realiadde

constante e que oferece ao público constantes novidades, faz todo o sentido a existência de

um fórum onde toda a informação de relevo possa estar acatualizada para consunta. Para

isso, é nosso propósito criar uma plataforma online, em formato de website, que sirva de

portal do distrito, onde todas as notícias da JP no distrito serão agregadas e actualizadas,

bem como toda a informação institucional pertinente.

Apostaremos seriamente no aproveitamento cada vez mais eficaz das novas plataformas

online, como as redes sociais, não só pela facilidade e economia da sua utilização, mas

sobretudo porque é, hoje em dia, o instrumento mais utilizado pelos jovens para acederem à

informação.

Para uma geração de última geração, na apenas uma Distrital que alinhne pelo mesmo

diapasão fará sentido.

PROPOSTAS:

Concepção de um portal para o distrito, que agregue a informação mais relevante da

Distrital e das concelhias;

Criação de um modelo de website low-cost a disponibilizar a todas as concelhias do distrito

que pretendam utilizar para construção de um sítio na internet;

Aumento dos seguidores nas redes sociais mais significativas, como o Facebook e o Twitter;

Continuar a evoluir na forma de aproveitamento das redes sociais para propagação de

informação.

Page 17: Um Norte para Portugal

17/40

Page 18: Um Norte para Portugal

18/40

Page 19: Um Norte para Portugal

19/40

Num distrito em que a Juventude Popular se habituou a ter militantes com massa crítica em

abundância e qualidade, importará guardar as boas práticas de intervenção política que as

anteriores estruturas distritais nos deixam como parte do seu legado. O acompanhamento da

actualidade política nacional e, em particular, daquilo que mais respeito diga ao distrito e à

região, através de tomadas de posição assertivas e da apresentação de propostas conscientes,

será uma prática constante. O nosso inconformismo não nos deixará ficar calados, a nossa

responsabilidade impor-nos-á a apresentação de contributos válidos e a nossa convicção

levar-nos-á a exigir sermos ouvidos. Só esta JP de inconformismo, ideias e convicção serve ao

Norte e ao país.

A Distrital do Porto da Juventude Popular habituou-se a marcar a sua intervenção política ao

ritmo dos principais acontecimentos que se foram destacando na actualidade política nacional

e distrital. Sem medo de ter opinião, sempre nos obrigamos a mostrar o nosso Norte. Não

obstante esse escrutínio rigoroso, o foco da nossa intervenção política não se poderá esgotar

nos produtos da espuma dos dias. Por isso, comprometemo-nos com alguns eixos

programáticos a que daremos destaque ao longo dos próximos dois anos. Um compromisso

feito de estudo para identificação de problemas e potencialidades, complementado com a

apresentação de propostas para aclarar caminhos e indicar soluções. Assim sendo,

comprometemo-nos a colocar na ordem do dia temas tão estruturantes como a a reforma do

Estado e a Constituição; matérias tão importantes a economia, a inovação e o emprego;

preocupações tão prementes como a solidariedade e a acção social; comprometemo-nos a

continuar a estudar e a intervir em temas de grande impacto para a região como a mobilidade,

os transportes e as infraestruturas; comprometemo-nos a contribuir para o fomento de

Page 20: Um Norte para Portugal

20/40

tesouros do distrito como o turismo, a cultura e o património; e comprometemo-nos a

debater o potencial da interacção de todas as regiões do Noroeste peninsular como motor de

desenvolvimento e o papel estratégico que o distrito do Porto deve desempenhar nesse

processo. Apenas seguindo estes eixos programáticos poderemos colocar o distrito nos eixos

e construir um Norte para Portugal!

Estado e Constituição

Em 1974, depois de fechado o capítulo da nossa História marcada pelo autoritarismo do

Estado Novo, Portugal começou a escrever um novo capítulo sobre aquilo que viria a ser o

autorismo do défice e da dívida a que o socialismo, no qual mergulhamos de cabeça e bem

fundo, nos condenou. Cumpriu-se o desígnio inscrito no preambulo da Constituição e o país

caminhou alegremente rumo ao socialsmo. Mas, ao mesmo tempo, não evitou caminhar rumo

à ruína e à bancarrota, condenando os portugueses, quase 40 anos depois, a uma penosa

factura, que pesa particularmente nas gerações mais jovens, não deixando já de fora aquelas

que ainda nem sequer nasceram. Mais de 30 anos movidos a princípios errados conduziram a

mais três décadas de decisões falhadas.

Nascido no fervor pós-revolucionário, alimentado no advento do cavaquismo e amadurecido

no frenesim esbanjador de Guterres e Sócrates, o monstro ganhou dimensões que não mais

podemos suportar e tomou conta das nossas vidas. A construção de um Estado demasiado

oneroso sobre os contribuintes e a teimosia de acreditar que tudo pode ficar na mesma,

foram conduzindo sistematicamente a défices assombrosos e um nível de dívida

incomportável, de tal forma que vivemos hoje sob a triste sombra da vergonha da intervenção

externa. A opção pelo socialismo, matou aos poucos a nossa Liberdade e conduziu-nos à

servidão.

Está fácil de ver que precisamos urgentemente de reduzir o peso do Estado para aliviar a

economia mas, em vez disso, temos andado a emagrecer a economia para deixar o Estado

Page 21: Um Norte para Portugal

21/40

imaculadamente na mesma. E numa altura em que tanto se fala em equidade e falta dela, esta

é a iniquidade que está por resolver num país com um povo que não quer mais austeridade

mas também não quer menos Estado, um poder político que não mexe nos interesses

instalados e corta a sério onde é preciso, e uma Constituição que parece servir apenas um

propósito: tornar irreversível a caminhada do país rumo à insustentabilidade.

É por isso que assumimos um compromisso antes de todos os outros: contribuir para a

superação do socialismo em nome da Liberdade. Um compromisso que nos leva a exigir que o

Estado deixe a arrogância paternalista de nos dizer que sabe melhor do que nós aquilo para

que serve o nosso dinheiro, o nosso esforço e a nossa Liberdade.

Num cenário em que o Tribunal Constitucional tem tomado tantas vezes o lugar de

protagonista, não nos coibiremos de contribuir para a reinvindicação de uma nova

Constituição que a Juventude Popular, através do seu deputado e da sua Comissão Política

Nacional, já começou. Queremos uma Constituição que defenda as gerações futuras das

loucuras vertidas nas decisões de quem hoje nos governa. Num momento em que os

portugueses são chamados a promover uma forçada adaptação aos novos tempos que

vivemos, a lei fundamental do país não pode ficar àquem dessa adaptação. Queremos uma

Constituição à medida da actualidade e não com o perfume do pós-25 de Abril, que a torna

num instrumento de imobilidade do país e de definhamento dos seus cidadãos.

DEFENDEMOS:

Um Estado que viva dentro das suas possibilidades e que deixe os cidadãos livres para

promover as suas escolhas;

Uma reforma do Estado que o torne mais equilibrado e menos oneroso par as populações;

Reflexão profunda sobre o funcionamento e a reforma dos sector da Educação, da Saúde e

da Segurança Social;

Uma nova Constituição que, entre outras coisas, imponha limites ao défice e à dívida

pública, bem como à carga fiscal.

Page 22: Um Norte para Portugal

22/40

Depois da Troika

Em quase quatro décadas de democracia, Portugal experimentou por três vezes o amargo

sabor do vexame e do sofrimento que um resgate externo representa. Estamos, por isso,

solidários com o actual Governo na caminhada dolorosa pela sustentabilidade das contas

públicas e pela solvência do país, para que se cumpra o objectivo de recuperarmos a soberania

plena em meados de 2014. Mas mais do que o esforço para dispensarmos os favores alheios

em breve, exigimos a este ou a qualquer outro governo que assuma o compromisso de criar

bases sustentáveis para que nunca mais uma geração de portugueses seja condenada a passar

pela treva do protectorado.

Por isso mesmo, os três anos de presença da Troika em Portugal não poderão ficar para a

história como um paliativo que resolveu um problema circunstancial. Este momento, que

tantos sacrifícios impõe aos portugueses, deve ser recordado no futuro como o momento em

que resolvemos problemas estruturais graves, lançando as bases de um Estado sustentável,

que não dá mais do que pode nem tira mais do que deve.

A saída da Troika, desejável a tão breve prazo quando possível, deve ser mais do que um

momento de alívio. Deve ser um momento de convicção para assumir a reforma que conduza

a menos impostos, que nos leve a menos estado e que nos garanta mais Liberdade.

Sistema Político

É tida como verdade quase incontestável que as novas gerações estão afastados da política.

Uma opinião que vai ganhando contornos de dogma tal é a frequência com que a lemos em

artigos de opinião ou ouvimos na boca dos comentadores políticos que enchem as grelhas de

programas nos canais televisivos. Contestamos essa tese. Em nosso entender, os mais jovens

não estão afastados da polítca mas sim dos partidos e dos velhos métodos que os mesmos,

insistentemente, recusam renovar.

Page 23: Um Norte para Portugal

23/40

Com efeito, usando os mesmos jornais e as mesmas televisões em que ouvimos

repetidamente a opinião referida, percebemos que são sobretudo os jovens vêm

protagonizando algumas das manifestações políticas que - concorde-se ounão com o seu

conteúdo e forma - têm marcado os últimos tempos da actualidade política. Não nos

esquecemos, por exemplo, a força brutal das manifestações da chamada Geração à Rasca,

marcadas pela presença massiva de jovens. Por outro lado, quando viajamos pelas ondas da

internet, descobrimos novas formas de comunicação impregnadas, entre outras, de opinião

política de muitos jovens. Ligando uma coisa à outra, não ignoramos também a força das

redes sociais como forma de mobilização de massas para iniciativas políticas.

Acreditamos, por isso, que os jovens não estão afastados da política mas sim dos velhos

métodos de fazer política. Acreditamos também que para a maioria dos jovens das gerações

mais novas os partidos políticos representam parte desses velhos métodos, o que conduz a

uma falta de identificação com as suas estruturas.

É, por isso, elementar que se faça uma profunda reflexão dentro dos partidos, de forma a

perceber onde é que a sua forma de actuar não se adequam à actualidade e de que forma

poderão evoluir de modo a corresponder às expecetativas dos eleitores, nomeadamente os

mais jovens. Entendemos que o CDS deve ser pioneiro nesse debate e que a JP tem um papel

fundamental a desempenhar nessa caminhada.

Reconhecida e orgulhosamente institucionalistas, entendemos que a democracia

representativa é mais eficaz e funcional do que a luta das ruas. Por sentir que a primeira está a

perder a sua credibilidade e a perder, por isso, espaço para demonstrações mais ou menos

expontâneas que, apesar de muitas vezes vistosas, pouco de construtivo acrescentam,

apontamos esta necessidade de reformar o sistema como algo de prioritário para a vitalidade

da nossa democracia.

Em quase quatro décadas de democracia, nunca como hoje pareceu tão necessário pensar o

regime, a forma de fazer política e a maneira de actuar dos seus agentes. Nunca como hoje, o

sistema esteve tão perto do total descrédito. Deixar tudo na mesma não é solução e só nos

conduzirá à eminência de soluções improvisadas e perigosas. Compete aos mais audazes

Page 24: Um Norte para Portugal

24/40

começar e pugnar por um debate e uma reforma que ainda incomoda e assusta muita gente

nos partidos. Que essa audácia seja a nossa!

DEFENDEMOS:

Uma reflexão profunda dentro da Juventude Popular e do CDS sobre o seu funcionamento

e o do sistema de partidos em Portugal;

A introdução de debates sobre sistemas alternativos de representação democrática que

promova uma maior proximidade entre eleitores e eleitos;

A possibilidade de candidatura de listas independentes à Assembleia da República.

Economia e Emprego

O distrito do Porto, à semelhança do resto do país, enfrenta uma situação económica débil

que se traduz numa elevada taxa de desemprego, com especial incidência nos jovens. Com

efeito, a elevada taxa de desemprego e, em particular, a gritante taxa de desemprego jovem

verificada a nível nacional, ganham uma dimensão ainda mais assustadora quando falamos do

distrito do Porto. Para além disso, assistimos no distrito a uma elevada taxa de mortalidade

infantil das empresas. Paralelamente, o nosso distrito tem assistido ao desaparecimento da

classe média, assim como dos pequenos e médios empresários que sempre constituíram a

base empresarial do nosso distrito. Como se estes problemas por si só não constituíssem um

problema, a região Norte e o distrito do Porto em particular, enfrentam o peso de uma

máquina burocrática e centralista que nos rege a partir de Lisboa e que seca todo o país que

sobra para lá dos limites da capita e que destrói a livre iniciativa tão característica das gentes

do Norte. Muitas das empresas que um dia floresciam no distrito, acabaram por fechar portas,

ou, no caso daquelas que tiveram a sorte de não chegar a esse ponto, deslocalizaram-se para

Lisboa ou para o estrangeiro.

Apesar de sabermos que não é fácil fazê-lo enquanto mantivermos a condição de

dependência face à vontade dos nossos parceiros internacionais, a Distrital do Porto manterá

Page 25: Um Norte para Portugal

25/40

como prioridade a obrigação de pugnar pela defesa convicta de políticas fiscais amigas das

empresas, que torne o país e o distrito competitivos e capazes de atrair investimento. Para

além da eliminação da asfixia fiscal recorrente, é importante lutarmos para derrubar as

barreiras à livre iniciativa, ao empreendedorismo e à inovação.

Queremos também debater os espartilhos em que vive o mercado laboral português. A

legislação demasiado preocupada com a perenidade dos postos de trabalho existentes tem

uma grave influênia na escassez de novos postos de trabalho criados. A fágil dinâmica do

mercado de trabalho imposta pelas leis que o regem, não permitem a renovação de quadros,

deixando muitos jovens qualificados e com vontade de trabalhar às portas de um contrato de

trabalho e atirados para situações de frágil afirmação no mercado e retardamento da sua

emancipação. Não podemos continuar a perpetuar a imobilidade do mercado de trabalho

português e condenar os jovens a uma espera longa e desmotivante por uma oportunidade.

Só assim daremos uma resposta efectiva ao declínio económico do país e ao flagelo do

desemprego, realidades que afligem uma boa parte da população do distrito. Mais iniciativa,

mais liberdade, mais economia: assim se faz um Norte para Portugal.

DEFENDEMOS:

A redução sustentada da carga fiscal, assim que as limitações impostas pela intervenção

externa desaparecerem;

Reformar a lei laboral tornando-a mais flexível e liberalizando o mercado laboral;

Promover a melhoria da qualificação profissional dos desempregados, de forma a facilitar a

sua entrada no mercado laboral e permitir que possam responder aos desafios da actualidade;

Promover uma ligação entre a oferta de cursos profissionais e as necessidades das

empresas, de forma a reduzir o desemprego jovem;

Desburocratização dos serviços públicos de forma a torna-los mais rápidos e eficientes,

permitindo assim que estes deixem de ser um entrave à iniciativa privada.

Page 26: Um Norte para Portugal

26/40

Inovação e Empreendedorismo

O distrito do Porto sempre desempenhou um papel de liderança neste tema. A inovação

industrital protagonizada pelos grandes industriais do Norte em tempos passados está bem

documentada, e os novos tempos trouxeram ao distrito o advento da inovação tecnológica

em força, abordada de forma permantente e eficaz em vários centros tecnológicos e por todo

o tipo de empresas nascidas da força da iniciativa nortenha. No entanto, ainda muito há a

fazer numa área que merece ser acarinhada e olhada como uma fonte de um potencial

tremento.

Para lá de um incentivo permantente e da remoção das barreiras borucráticas aos jovens

inovadores, o aproximar de relações entre as Universidades e as empresas do sitrito é um

ponto fundamental para um incremento do investimento em inovação por parte do sector

privado. A malha de universidades e politécnicos é extensa no distrito e o seu capital humano

e intelectual representa um recurso de valor incalculável e que não se encontra, hoje,

totalmente aproveirado

Assiste-se, no distrito e no país, a uma fuga dos nossos melhores cérebros para fora

da região e, num largo número de casos, para fora do país. Iniciativas que apoiem o

estreitar de relações entre a academia e o mundo empresarial, o apoio a

start-ups e jovens com inciativa, devem estar na primeira linha das nossas mais entusiásticas

saudações.

Esta é uma área de terreno fértil e pouco explorado, pelo que os jovens empreen-

dedores do distrito devem ser chamados a cumprir a sua missão no terreno, sendo

para isso fundamental desmantelar todo o tipo de barreiras administrativas, borucráticas

e fiscais absurdas com que muitas vezes a sua iniciativa esbarra, desdperdição o talento e a

valia de empreendedores e seus projectos.

Page 27: Um Norte para Portugal

27/40

Agricultura

Quando falamos em procurar formas de promover o desenvolvimento económico no distrito

do Porto, nada fará mais sentido do que pensarmos em revitalizar o sector agrícola e

desenvolver as suas potencialidades. Com efeito, o sector primário, tão esquecido e

enfraquecido nos últimos anos, encontra no distrito do porto condições excepcionais para

retomar um papel de liderança. De resto, no distrito do Porto encontramos ainda uma forte

presença de zonas rurais e propriedades agrícola em abundância em todos os concelhos com a

excepção do Porto mais urbanizado.

Percebe-se, então, que o distrito junta boas condições e recursos naturais adequados a uma

tradição agrícola profunda, combinação essa que deve ser aproveitada e desenvolvida.

A criação de condições adequadas para o desenvolvimento deste sector representará

benefícios claros como o reequilíbrio da nossa balança alimentar e contributos para o

crescimento económico do país, mas também será uma fonte de novas oportunidades para os

jovens empreenderem e criarem oportunidades de negócio, representando uma alternativa

para aqueles que vivem na aflição do desemprego.

Para além destes benefícios, lembrar a importância da agricultura é também

lembrar a importância do interior do distrito. Se é verdade que a paisagem agrícola

domina partes importantes da generaliade do distrito, não é menos verdade

que esse predominio se verifica mais no interior do mesmo. Apostar na agrícultura

será, por isso mesmo, apostar no crescimento económico do interior do distrito,

bem como na fixação e atração de pessoas para essas zonas, representando

ganhos económicos e demográficos.

Page 28: Um Norte para Portugal

28/40

Infraestruturas e Transportes

Efectivada a privatização em bloco da ANA, algo a que a Juventude Popular do Distrito

sempre se opôs vigorosamente, importa continuar a acompanhar a gestão do Aeroporto

Francisco Sá Carneiro e pugnar pelos interesses concretos do aeroporto, da cidade e da

região. De igual forma, o Porto de Leixões continua a requerer a maior das atenções quanto à

possibilidade dum processo de privatização que não cumpra com estes interesses.

Tanto o Aeroporto Francisco Sá Carneiro como o Porto de Leixões tornaram-se, ao longo dos

anos, vectores de excelência de gestão que se pode encontrar no Norte e que importam

replicar. Com efeito, o Porto de Leixões, responsável por cerca de 25% de todo o comércio

internacional porqutuguês e porta de saída fundamental de uma percentagem muito

significativa das nossas exportações, tem representado uma ajuda inestimável ao reequilibro

da nossa balança comercial, bem como um factor de incremento fundamental no nosso

desenvolvimento económico. Acresce a esta capacidade de contribuir para a economia, uma

enorme capacidade de trabalho. Se é verdade que somos confrontados frequentemente com

notícias de greves em vários dos portos portugueses, no caso do Porto de Leixões verificamos

uma actividade ininterrupta.

Já o Aeroporto Francisco Sá Carneiro colecciona elogios de boas práticas e referências de um

dos melhores aeroportos da Europa. Com o advento das low-cost e o seu bom

aproveitamentom, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro reforçou a sua posição de excelência no

mercado português, contribuinde decisivamente para a economia em geral, mas para o

turismo da região em particular.

Por tudo isto, estas duas infraestruturas representam um papel fundamental para o distrito

na recepção de pessoas e no envio de mercadorias, funcionando como duas plataformas de

excelência para as empresas locais, principalmente aquelas que apresentam uma vocação

exportadora e uma vontade de se internacionalizarem.

A Distrital do Porto não se cansou de batalhar no sentido de precaver a autnomia da gestão

de ambas as infraestruturas no contexto da privatização da ANA e da construção de uma

Page 29: Um Norte para Portugal

29/40

hipotética holding dos portos portugueses. Se no caso do Aeroporto Francisco Sá Carneiro

não fomos bem sucedidos e restar-nos-á a postura vigilante relativamente ao futuro, no caso

do Porto de Leixões continuaremos a bater o pé às forças centralistas que pretenderem

trocar a sua autonomia por mais um gabinete em Lisboa.

Para além disto, não se pode duvidar, hoje em dia, que é com uma maior funcionalidade e

acessibilidade do sistema de transportes que os próprios conceitos de desenvolvimento

sustentável de qualquer área metropolitana passam a ser mais tangíveis. É por isso vital

questionarmo-nos sobre a eficácia do modelo de gestão de empresas de transportes públicos

que tem estado em vigor e, responsavelmente, apresentar possíveis soluções. Situações em

que duas ou mais empresas públicas - com prejuízos de operação anuais e com considerável

dívidas acumuladas - concorrem entre si a preços artificialmente fixados, devem merecer uma

reflexão e abordagem séria.

É ainda nossa intenção promover estudos sobre a melhor forma de compatibilizar dois

cenários de justiça que, no âmbito da eliminação das antigas SCUT, nunca foi tido em conta:

por um lado, a prática do princípio do utilizador-pagador, por outro a salvaguarda das

populações servidas por essas vias, nos casos em que as mesmas tenham sido construídas

sobre aquilo que hoje poderiam ser as alternativas à viagem em auto-estradas que, tendo sido

construídas para serem utilizadas sem custos, mudaram essa sua forma de funcionamento.

DEFENDEMOS:

Privatização das empresas públicas existente no Norte do país, tendo sempre em atenção o

superior interesse da região e a concorrência inter-regiões;

Manutenção da autonomia da gestão do Porto de Leixões nas contra qualquer tentativa

centralista de agregar a gestão dos portos portugueses;

Acompanhamento do processo de concessão da ANA e suas consequências para o

Aeroporto Francisco Sá Carneiro;

Conciliação entre o princípio do utilizador-pagador e a justiça para as populações

autóctones no âmbito das antigas SCUT.

Page 30: Um Norte para Portugal

30/40

Turismo

Sendo um dos poucos sectores económicos que regista números positivos no nosso país, o

turismo tem com o distrito do Porto e a região Norte uma forte relação, tendo neles um palco

privilegiado para o seu desenvolvimento e permitindo explorar um importante filão de

desenvolvimento e crescimento económico. Teremos, por isso, a iniciativa de lançar o debate

sobre o desenvolvimento deste sector e apresentar propostas e contributos para o seu

melhor aproveitamento. Tendo sempre em conta três pontos relevantes no turismo do

distrito, como a ampla zona balnear entre a Póvoa de Varzim e Vila Nova de Gaia, o Rio Douro

e a histórica cidade do Porto, e também focos importantes como o turismo religioso e

cultural, presentes um pouco por todo o distrito, defenderemos a segmentação do mercado

turístico e a criação de novos nichos de mercado como um factor crítico para potenciar o

sector e como forma de permitir aos mais jovens darem asas à sua veia empreendedora e

criarem riqueza e emprego. Para tudo isto, armas como a cultura e o património, pontos

fortes do distrito e seus factores diferenciadores relativamente a outras regiões, deverão ser

tidos em conta, numa visão integrada, já que para criar mais riqueza para o distrito e para o

país, nada melhor do que utilizar as riquezas naturais já existentes e trabalha-las.

DEFENDEMOS:

Criação de novos nichos de mercado no como fonte geradora de riqueza e emprego;

Políticas fiscais e legislação amiga do investimento;

Criação de sinergias inter-concelhias e inter-regiões para promover uma maior diversificação da

oerta turística e aumentar o tempo de estadia de turistas no distrito.

Cultura e Património

Definir cultura não é tarefa fácil. Talvez porque a cultura, em si mesma, não encontre uma

definição única. Devemos entender que a cultura vai desde as elites até às camadas mais

Page 31: Um Norte para Portugal

31/40

populares, encontra-se no Porto ou em Baião, mora dentro de um museu ou à mesa de um

restaurante. Por tudo isso, não é difícil identificar o distrito do Porto como um território onde

a cultura floresce com a espontaneidade que lhe é saudável e exerce um papel com um

potencial tremento.

Não acreditamos na função dirigista e na atitude dogmática na atribuição de meios para o

desenvolvimento de alguns em detrimento de outros, com base em critérios subjectivos de

alguns funcionários do Ministério da Cultura ou de uma qualquer entidade autárquica, a que

estamos habituados. Acreditamos, ainda assim, que as entidades públicas têm obrigação de,

estrategicamente, promover o potencial de cada localidade, incentivando e impulsionando a

cultura como um factor de desenvolvimento económico, social e territorial. Uma visão

estratégica que deve conter, dentro de si mesma, a absoluta certeza de que a liberdade de

iniciativa dos agentes promotores e criadores de cultura, é um bem inestimável e um valor

inviolável.

Um distrito como o nosso apresenta um potencial tremendo ao nível do património.

Herdeiros de uma história rica e longa, as marcas desenhadas por ela no distrito são visíveis a

cada viagem através dele. Essa é mais uma perola de inegável valia para a região, que não nos

cansaremos de apontar na hora de contribuir para propostas para um aproveiramento do

nosso potencial em termos túristicos e culturais.

Solidariedade e Acção Social

Num país em que o crescimento económico é uma miragem e o emprego representa um

flagelo que assola muitas famílias, a solidariedade social ganha um relevo extraordinário.

Defenderemos, por isso, que a ajuda a quem mais precisa esteja no topo das prioridades dos

decisores políticos, exigindo também que a mesma seja feita da forma mais eficaz possível,

tendo sempre presente de que o dinheiro público mais não é do que o dinheiro dos

contribuintes. Por isso, recusamos a atitude paternalista que se pratica em Portugal e que diz

Page 32: Um Norte para Portugal

32/40

que apenas ao estado cabe a tarefa de acudir directamente aos mais necessitados,

descurando a gestão de dinheiros que são de todos e as situações de carência diferenciada

que se vivem. Defendemos que o estado deve em primeiro lugar apoiar as instituições

particulares que actuam nesta área, nomeadamente as IPSS e as Misericórdias, ganhando com

isso uma eficácia financeira e social só possível com a intervenção de quem conhece o terreno

e os problemas. Contribuiremos também, com o pequeno espaço de mediatismo que

conseguirmos, para chamar a atenção para acção meritória destas instituições e lembrar as

dificuldades em que vivem, muitas vezes, ironicamente, tão grandes como as das populações

que ajudam. Só é possível encontrarmos um Norte para Portugal se contribuirmos para dar

um Norte a quem mais precisa.

DEFENDEMOS:

A aplicação do princípio da subsidariedade do Estado face aos agentes privados que

promovem a acção social;

As IPSS e demais organizações privadas como as mais bem preparadas instituições de apoio

a quem meias precisa;

Acções de sensibilização para a importância e as dificuldades dos agentes privados deste

sector.

Educação

Ao olhar a educação, devemos encará-la como uma peça fundamental do puzzle de cada um

de nós. Ela é parte fundamental do desenvolvimento de cada indivíduo e deve, por isso,

apresentar uma qualidade tão insuspeita quanto possível. E é aqui que convém perguntar: a

educação oferecida por um Estado que se arroga em educador-mor, ao qual nos fomos

habituando, é a ideal para cumprir essa qualidade? Acreditamos que não. Essa educação de

qualidade não pode nascer de um sistema centralizado,burocrático e caro. As decisões que

carregam um carácter subjectivo e pessoal, ao serem tomadas na obscuridade do Ministério

da Educação para uma enorme rede de escolas, não é eficiente nem pode atingir bons

Page 33: Um Norte para Portugal

33/40

resultados. É necessária portanto, uma educação mais dinâmica, ágil e que conceda a cada um

dos seus integrantes a mais ampla liberdade de escolha.

O aluno, enquanto elo indispensável e principal de cada escola, deve ser chamado a assumir

responsabilidades suas por direito, usufruindo de uma enorme liberdade de movimentos

dentro de um sistema que não deve ser construído para si, mas antes, por si. Um sistema,

portanto, onde a liberdade de escolha não se limite aos ricos, mas se alargue a todos. Esta é a

fórmula para caminharmos rumo à liberdade na aprendizagem. Cada aluno deverá ter a

liberdade de escolher a escola que pretende frequentar e oprojecto educativo que mais lhe

interessa, com a garantia financeira concedida pelo Estado de uma forma mais justa e livre. Às

escolas, acreditamos que deve ser atribuída uma autonomia mais ampla. Cada uma delas

deverá ter a possibilidade de adoptar o seu próprio projecto educativo, gerir autonomamente

os seus serviços, decidir os professores com que contam, sem estar dependentes de

processos quase arbitrários e extremamente complexos, adoptar o modelo de avaliação que

entendam como melhor. Devem ser criados mecanismos para conceder uma autonomia

financeira às escolas e uma capacidade monetária aos alunos, assente em modelos como o

cheque-ensino, medida aliás já defendida publicamente pela Juventude Popular.

DEFENDEMOS:

Introdução de mais liberdade de escolha no sistema público de educação:

Maior autonomia na gestão para as escolas públicas, bem como uma maior diversidade dos

currila apresentados;

Implementação do cheque-ensino.

Page 34: Um Norte para Portugal

34/40

Page 35: Um Norte para Portugal

35/40

O Porto no contexto do Noroeste Peninsular

Num país de desigualdades territoriais gritantes, que vive sob a sombra de uma tendência

centralista esmagadora, o Norte tem sofrido uma degradação económica e social sem

paralelo. A região que um dia foi das mais prósperas do país, vê hoje a sua capacidade de

influência constantemente amputada e os seus desejos e vontades frequentemente calados.

Mais do que esperar pela boa vontade dos burocratas do Estado central ou por uma

regionalização eternamente adiada, as gentes do Norte do país devem ganhar consciência

daquilo que os une e trabalhar em conjunto para promover condições para a afirmação da

região e para a melhoria das condições para as suas gentes e para as suas empresas.

Queremos que o distrito do Porto saiba promover e liderar um processo integrado com o

Minho, Trás-os-Montes e a Galiza sobre exploração do património económico, social e cultural

comum e de reflexão e debate sobre os caminhos a percorrer de forma partilhada. Um debate

útil e urgente, que ajudará a fortalecer um Norte a Portugal.

Certos de que o produto da soma dos distritos do Norte do país e da vizinha Galiza resultará

em algo mais do que a mera junção das partes, olhamos com grande esperança para o debate

que aqui se pode fazer, as iniciativas que o mesmo pode produzir e os resultados positivos

que poderá gerar para a região e o país. Animados, também, por recentes declarações de

relevantes e prestigiadas figuras da cena autárquica do Norte do país, acreditamos na

validade destas ideias e na capacidade para ver neste caminho o rumo certo par os povos do

noroeste peninsular.

Page 36: Um Norte para Portugal

36/40

Regionalização

Embora eternamente adiado, por factos mais ou menos relevantes e com desculpas mais ou

menos sérias, o debate sobre a Regionalização voltará à ordem do dia mais tarde ou mais

cedo. Estamos convictos de que esse debate tem sido feito sob uma premissa errada, uma vez

que gira em torno da discussão sobre quem está a favor ou contra a Regionalização. Mas,

perguntamos, a favor ou contra o quê exactamente?

Na verdade, há uma multiplicidade de modelos através dos quais se pode pôr em prática a

Regionalização. E, como em todas as coisas que contemplam várias alternativas, há aquelas

que são boas e aquelas que são más.

No nosso entender, uma Regionalização bem feita não pode ficar-se por uma divisão do mapa

do país em novas unidades administrativas com poucas competências práticas e quase

nenhuma capacidade de influência, para dar abrigo a mais uns quantos políticos profissionais

em final de carreira autárquica. Esse é o rumo que tem sido seguido por alguns dos

defensores da Regionalização. Esse não é o nosso caminho.

Somos defensores do único modelo de Regionalização que faz sentido. Aquele que transfira

inequivocamente amplas competências para as novas regiões, algumas transferidas pelo

Estado central e outras transferidas pelas autarquias. Um modelo que atribua às regiões não

apenas orgãos para eleger, mas capacidade para que eles decidam com total autonomia as

decisões a implementar no território respectivo. Uma Regionalização que se faça à custa de

uma descentralização da receita fiscal e que permita às regiões tomar decisões sobre o

mesmo âmbito. No fundo, um modelo que dê a cada região uma verdadeira capacidade de se

afirmar, governando-se tendo em conta os seus problemas, as suas potencialidades e as suas

opções, e competindo com as demais. Um modelo que respeite a verdadeira utilidade da

Regionalização.

Afirmamo-nos pelas propostas ponderadas e com conteúdo. Não nos chegam as meias-tinas e

as operações de cosmética para se dizer que se fez o que não se fez. Também aqui seremos

consequentes e responsávels, nunca exigindo menos do que o melhor para a região.

Page 37: Um Norte para Portugal

37/40

Conselho Metropolitano do Porto

Uma das alternativas à Regionalização poderá passar por um melhor aproveitamento das

instituições já existentes, como é o caso do Conselho Metropolitano do Porto.

Até hoje, o Conselho Metropolitano do Porto viveu num limbo de alguma indefinição e

impotência, uma vez que as suas competências, aprisionadas entre os interesses do Estado

central e das autoridades autárquicas, nunca o levaram a afirmar utilidade na maioria das

matérias nas quais poderia ter tido uma palavra a dizer.

Vemos com bons olhos a afirmação do Conselho Metropolitano do Porto como uma

autoridade supra-municipal de competências alargadas, transferidas quer do topo da

hierarquia do Estado, quer dos níveis mais infereiores, com um Presidente a ser eleito

directamente pelas populações.

Reafirmamos a nossa preferência por um modelo de Regionalização eficaz mas, se a vontade

dos actores políticos em deixar esta reforma na gaveta se mantiver, entendemos que uma

reformulação do papel do Conselho Metropolitano do Porto pode ser uma alternativa

positiva.

Reforma Administrativa e Gestão Autárquica

As recentes eleições autárquicas serviram de palco para o primeiro teste à reorganização

administrativa do território efectuada como parte do compromisso assumido com a Troika.

Serviram, também, para reforçar algumas das críticas relativas a pontos menos positivos da

dita reorganização.

Com efeito, apesar de sermos favoráveis ao redesenho do mapa autárquico - uma necessidade

antiga - entendemos que o mesmo foi feito sem ter evitado alguns critérios imprecisos e sem

ter tido em consideração algumas diferenças territoriais e demográficas. Não partilhamos do

exagero de quem afirma que esta reforma foi feita “a régua e equadro”, mas entendemos que

Page 38: Um Norte para Portugal

38/40

o facto de se ter concentrado as decisões da reforma em gabinetes técnicos e minesteriais,

acabou por prejudicar a eficácia da medida.

A Distrital do Porto deverá preocupar-se em acompanhar esta nova era nos 18 concelhos do

distrito. Pela primeira vez foram eleitas Assembleias de Freguesia de acordo com os novos

mapas e tal facto tratá novidades políticas e administraticas aos quais estaremos atentos.

Estaremos igualmente atentos á gestão autárquica feita nos concelhos e nas freguesias do

distrito, como vem sendo, de resto, apanágio da estrutura. Seremos particularmente críticos

com executivos despesistas, que não respeitem as populações e os dinheiros públicos,

principalmente numa fase em que os sacríficios são pedidos a toda a gente. Uma das

conclusões de alguns resultados nas últimas eleições autárquicas foi, precisamente, a

penalização de autarcas despesistas. Saibamos interpretar esse sinal e pedir consequências.

Page 39: Um Norte para Portugal

39/40

Page 40: Um Norte para Portugal

40/40