um mundo de dÍnamo · 2020-05-08 · uma caixa fechada na mão. dei um beijo nela e olhei para a...

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Aluno(a): Data: 04/05/2020 5º ANO II Unidade Componente Curricular: Português Professora: EXERCITANDO PORTUGUÊS TEXTO: MINHA MÃE CRIANÇA, de Ana Maria Machado. 1 Cheguei da escola e vi a porta do quarto aberta, a porta do armário aberta, a gaveta aberta, e minha mãe sentada no chão, descalça, toda despenteada, com uma caixa fechada na mão. Dei um beijo nela e olhei para a caixa. Era a coisa mais linda do mundo, toda de madeira, mas madeira de cores diferentes, umas mais claras, outras mais escuras, formando um desenho, uma paisagem, onde tinha um morro, uma casinha, um pinheiro, umas nuvens no céu. Aí minha mãe abriu a caixa e tirou de dentro, bem lá do fundo, um envelope de papel pardo, velho e meio amassado. 2 - Que é que tem aí dentro, mãe? 3 - Nem lembro mais, minha filha. Vamos ver. 4 - Deve ser muita coisa, que o envelope está bem gordinho. 5 E era mesmo. Um monte de retratos. Tinha um com umas pessoas sérias numa praça. Tinha outro com uma família toda, cheia de crianças e até um cachorro, bem debaixo da estátua do Cristo Redentor. Tinha mais um, de uma menina com dois laçarotes de fita na cabeça, no meio de uma planta esquisita, uma espécie de moita em forma de camelo, imagine só. Fiquei espantada: 6 - Como é que pode, mãe, planta que parece bicho? 7 - É que eles cortavam a moita assim, era moda, umas redondinhas, outras em feitio de poltrona, outras com formato de bicho. Era na Praça Paris, um lugar com laguinho e repuxo, chafariz que acendia colorido de noite. Parecia um balão d’água bem aceso no chão. 8 - Como é que você sabe disso tudo? 9 - Eu lembro, minha filha. Essa menina aí sou eu. 10 - Não é possível. Você está brincando... 11 Eu olhava para minha mãe e para o retrato da menina, achava meio gozado aquilo, minha mãe criança, brincando no galho de um camelo, pensando em balão d’água. E era meio esquisito, ela grande ali na minha frente, sentada no chão, explicando coisas, toda animada: 12 - A gente ia de bonde, era ótimo, fresquinho, todo aberto. Às vezes tinha reboque. Quando a gente pagava a passagem, o motorneiro puxava uma cordinha e tocava uma campainha, aí mudava um número numa espécie de relógio que ficava lá no alto e marcava quantas pessoas viajavam no bonde. 13 Eu ficava imaginando como seria aquilo, sabia que bonde era uma espécie de trem de cidade, já tinha visto em filme na televisão, queria saber mais: Colégio DÍNAMO Um mundo de possibilidades 42 anos

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Aluno(a):

Data: 04/05/2020 5º ANO II Unidade

Componente Curricular: Português Professora:

EXERCITANDO PORTUGUÊS

TEXTO: MINHA MÃE CRIANÇA, de Ana Maria Machado.

1 Cheguei da escola e vi a porta do quarto aberta, a porta do armário aberta, a gaveta aberta, e minha mãe sentada no chão, descalça, toda despenteada, com uma caixa fechada na mão. Dei um beijo nela e olhei para a caixa. Era a coisa mais linda do mundo, toda de madeira, mas madeira de cores diferentes, umas mais claras, outras mais escuras, formando um desenho, uma paisagem, onde tinha um morro, uma casinha, um pinheiro, umas nuvens no céu. Aí minha mãe abriu a caixa e tirou de dentro, bem lá do fundo, um envelope de papel pardo, velho e meio amassado. 2 - Que é que tem aí dentro, mãe? 3 - Nem lembro mais, minha filha. Vamos ver. 4 - Deve ser muita coisa, que o envelope está bem gordinho. 5 E era mesmo. Um monte de retratos. Tinha um com umas pessoas sérias numa praça. Tinha outro com uma família toda, cheia de crianças e até um cachorro, bem debaixo da estátua do Cristo Redentor. Tinha mais um, de uma menina com dois laçarotes de fita na cabeça, no meio de uma planta esquisita, uma espécie de moita em forma de camelo, imagine só. Fiquei espantada: 6 - Como é que pode, mãe, planta que parece bicho? 7 - É que eles cortavam a moita assim, era moda, umas redondinhas, outras em feitio de poltrona, outras com formato de bicho. Era na Praça Paris, um lugar com laguinho e repuxo, chafariz que acendia colorido de noite. Parecia um balão d’água bem aceso no chão. 8 - Como é que você sabe disso tudo? 9 - Eu lembro, minha filha. Essa menina aí sou eu. 10 - Não é possível. Você está brincando... 11 Eu olhava para minha mãe e para o retrato da menina, achava meio gozado aquilo, minha mãe criança, brincando no galho de um camelo, pensando em balão d’água. E era meio esquisito, ela grande ali na minha frente, sentada no chão, explicando coisas, toda animada: 12 - A gente ia de bonde, era ótimo, fresquinho, todo aberto. Às vezes tinha reboque. Quando a gente pagava a passagem, o motorneiro puxava uma cordinha e tocava uma campainha, aí mudava um número numa espécie de relógio que ficava lá no alto e marcava quantas pessoas viajavam no bonde. 13 Eu ficava imaginando como seria aquilo, sabia que bonde era uma espécie de trem de cidade, já tinha visto em filme na televisão, queria saber mais:

Colégio

DÍNAMO Um mundo de possibilidades

42 anos

14 - E quando o motorneiro puxava a cordinha, não tinha que largar o motor? Não era perigoso? 15 Mamãe achou graça: 16 - Não, que ideia! Bonde era a coisa menos perigosa do mundo. E o motorneiro não tinha nada a ver com o motor, ele só cobrava, o nome é que parece...Quem dirigia era o condutor...

(Bisa Bia, Bisa Bel. Rio de Janeiro, Salamandra, 1984. p.8-9) Fonte: Português – Linguagem & Participação, 5ª Série- MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1999, p.126-128.

ESTUDO DAS PALAVRAS

1) Copie as frases, substituindo as palavras destacadas por sinônimos.

a) Terezinha anda meio esquisita, acho que ela está apaixonada pelo João. Terezinha anda meio estranha, acho que ela está apaixonada pelo João.

b) Antigamente, os namorados passeavam em torno do repuxo da praça.

Antigamente, os namorados passeavam em torno do jato de água da praça.

c) A bola foi para dentro de uma moita, atrás do gol.

A bola foi para dentro de uma tufo de capim, atrás do gol.

d) Meu avô Manuel trabalhou muitos anos como motorneiro.

Meu avô Manuel trabalhou muitos anos como cobrador.

e) Algum passageiro esquecera um embrulho de papel pardo no bagageiro. Algum passageiro esquecera um embrulho de papel escuro no bagageiro.

2) Identifique o sentido em que a palavra caixa foi empregada no texto: (X) Recipiente de madeira ou papelão , metal ou outro material; estojo. ( ) Seção de bancos, casas comerciais, repartições públicas. ( ) Pessoa que trabalha no caixa.

3) Observe os sentidos da palavra moda, que estão no quadro, e reescreva as frases, substituindo esta palavra por outra equivalente:

a) A moda agora é vestido curto.

O costume agora é vestido curto.

b) Ele é um grande especialista em moda feminina.

Ele é um grande especialista em arte e técnica do vestuário feminina.

Costume , maneira;

Vontade, capricho;

Arte e técnica do vestuário.

c) Não adianta! Eles querem viver à sua moda.

Não adianta! Eles querem viver à sua maneira.

d) A pizza que escolhemos foi à moda da casa. A pizza que escolhemos foi à capricho / maneira da casa.

ESTUDO DO TEXTO

NUMERE OS PARÁGRAFOS DO TEXTO.

1) O narrador de uma história pode contá-la em terceira pessoa (visão mais objetiva) ou em

primeira pessoa (visão mais pessoal, mais emotiva). De que ponto de vista foi contada a história que você leu?

A história foi contada em primeira pessoa, do ponto de vista da garotinha.

2) Observando o comportamento da narradora ao entrar em casa, que características

pessoais você percebe nela?

A menina é observadora, carinhosa e sensível. (Percebe a situação, beija a mãe, sente a beleza da caixa, quer compartilhar o momento com a mãe.)

3) De que época são as fotos vistas pela narradora?

São da época em que a mãe da narradora era criança.

4) Por que é difícil para a menina aceitar que sua mãe também fora uma criança?

Porque ela só conhecera a mãe adulta.

5) O que leva a menina a pensar que o bonde era perigoso?

Ela achava que, para puxar a cordinha que acionava o relógio marcador de passageiros, o motorneiro largava o “motor” do bonde.

6) Por que a mãe achou graça na ideia da filha?

Porque a filha associou motor com motorneiro, mas quem dirigia o bonde, na verdade, era o condutor. 7) A mãe da menina não se lembrava do que havia colocado na caixa de madeira, mas

se lembrava perfeitamente da Praça Paris, em sua infância. Como você explica isso?

Algumas lembranças de infância são tão marcantes que permanecem pelo resto de nossas vidas.

8) Coloque as frases em ordem de acordo com o texto.

Cheguei em casa. ( 1 )

Abrimos uma caixa com fotos. ( 3 )

Minha mãe mostrou fotos de quando era menina. ( 4 )

Minha mãe contou passeios do passado. ( 5 )

Vi minha mãe no quarto. ( 2 )

ESTUDO GRAMATICAL

9. Releia o texto e retire dele o que se pede.

DO 10 PARÁGRAFO, RETIRE UM ADJETIVOS QUE CARACTERIZAM:

Gaveta: aberta

A mãe: sentada, descalça e despenteada

Caixa: fechada

Cores da madeira: diferentes, claras e escuras,

Envelope de papel: pardo

DO 50 PARÁGRAFO, RETIRE:

a) Artigo indefinido masculino + substantivo + locução adjetiva

Um monte de retratos

b) Artigo indefinido feminino + substantivo + locução adjetiva

uma espécie de moita

c) Artigo indefinido feminino + substantivo + adjetivo

uma planta esquisita

5 E era mesmo. Um monte de retratos. Tinha um com umas pessoas sérias numa praça. Tinha outro com uma família toda, cheia de crianças e até um cachorro, bem debaixo da estátua do Cristo Redentor. Tinha mais um, de uma menina com dois laçarotes de fita na cabeça, no meio de uma planta esquisita, uma espécie de moita em forma de camelo, imagine só. Fiquei espantada:

1 Cheguei da escola e vi a porta do quarto aberta, a porta do armário aberta, a

gaveta aberta, e minha mãe sentada no chão, descalça, toda despenteada, com

uma caixa fechada na mão. Dei um beijo nela e olhei para a caixa. Era a coisa mais

linda do mundo, toda de madeira, mas madeira de cores diferentes, umas mais

claras, outras mais escuras, formando um desenho, uma paisagem, onde tinha um

morro, uma casinha, um pinheiro, umas nuvens no céu. Aí minha mãe abriu a caixa e

tirou de dentro, bem lá do fundo, um envelope de papel pardo, velho e meio

amassado.

DO 110 PARÁGRAFO, RETIRE PRONOMES:

POSSESSIVO DEMONSTRATIVO PESSOAL RETO

minha aquilo eu, ela

BEIJOS DA PRÓ!

11 Eu olhava para minha mãe e para o retrato da menina, achava meio gozado

aquilo, minha mãe criança, brincando no galho de um camelo, pensando em balão

d’água. E era meio esquisito, ela grande ali na minha frente, sentada no chão,

explicando coisas, toda animada: