um governo em guerra contra a educação e os direitos democráticos da população

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1 Nota oficial UM GOVERNO EM GUERRA CONTRA A EDUCAÇÃO E OS DIREITOS DEMOCRÁTICOS DA POPULAÇÃO Em reunião realizada no último dia 29, em um prédio oficial do governo estadual, a sede da Secretaria Esta- dual de Educação (SEE), com a participação de dezenas de dirigentes regionais de ensino, o representante oficial do governo, chefe do Gabinete da Secretaria da Educa- ção, Fernando Padula, ativo militante do PSDB e que há mais de 15 anos integra os governos tucanos, anunciou que o governo estava declarando “guerra” às ocupações de escolas. Poucos dias depois, de assegurar diante da Justiça e da imprensa que iria buscar um “diálogo” com os vários setores da comunidade escolar, o condutor da reunião clandestina anunciou que “O governo (Alckmin) não está nem titubeando sobre a reorganização das escolas, nem passa na cabeça dele voltar atrás” (conforme áu- dio da reunião divulgado nas redes sociais pela organi- zação Jornalistas Livres). Diante da revolta geral dos usuários da escola pública paulista e da rejeição imensa maioria da população (co- mo foi divulgado até por institutos de pesquisa dirigidos por órgão de imprensa que apoiam as gestões tucanas, como o Datafolha) aos seus planos de “reorganização” da rede estadual – com o fechamento de 94 escolas, centenas de turnos e milhares de salas de aulas e, conse- quente, demissão de dezenas de milhares de educado- res e maior superlotação das salas de aulas – o governo (cujo poder emana do povo e que deveria se submeter à sua vontade) é desmascarado na atitude de conspirar contra a vontade popular e pisotear até mesmo a Cons- tituição Federal para fazer valer seus planos de reduzis os gastos com Educação, a fim de defender os interes- ses dos grandes monopólios (como bancos, empreitei- ras, tubarões do ensino privado etc.) que parasitam o Es- tado e são cada vez mais dependentes da sua política de expropriação da população. Diante da resistência de milhares de alunos, professo- res, pais e funcionários, por meio das ocupações de es- colas e outras formas de mobilização, o governo anun- ciou (e foi tornado público) que vai agir para se impor sobre os que lutam por direitos expressos na Lei como o da “garantia de padrão de qualidade” e ao “acesso ao ensino público e gratuito como um direito subjeti- vo”, expressos na Constituição Federal em seus art. 206 paragrafo VII e art. 208 parágrafo VII-§1º. O Estado ataca também o acesso à educação pública, ao buscar impor a transferência de centenas de milha- res de estudantes para outras escolas, sem levar em con- sideração à possibilidade de acesso destes estudantes às outras escolas, obrigando-os a se deslocarem para longe de suas casas, separando-os dos convívio de muitos de seus atuais professores e amigos. De forma abertamente ilegal, a reunião ainda procla- mou que para impor sua política (anti)educacional pre- tende se valer do aparato policial do Estado (como a PM que está sendo jogada contra estudantes e professores indefesos) e de organizações paraestatais (como grupos de supostos jovens a favor da medida, que são, na reali- dade, jagunços contratados para usar de violência con- tra os estudantes, o comando local da Igreja Católica e até organizações criminosas que as comunidades vêm denunciando que estão atuando contra as ocupações). Na reunião, os dirigentes recebem orientações de co- mo agir em relação às escolas ocupadas e foi feita aber - ta pregação contra entidades representativas dos estu- dantes (como a UMES, UBES) e o Sindicato dos Profes- sores ada rede estadual (APEOESP) – o maior de todo o Pais – contra o qual o governo vem levando adiante uma enorme campanha. Para violar os direitos democráticos (à Educação pú- blica de qualidade, de organização e de manifesta- ção), o Estado aos métodos ilegais – e até clandestinos – dos regimes fascistas contra o povo trabalhador, viola a Constituição e só não sofre nenhum tipo de punição e repreensão pelos seus atos, por que está claramente vin- culado aos setores da direita golpista que dominam o Ju- diciário, os meios de comunicação, as forças armadas e outros pontos nevrálgicos do poder político e econômi- co e que atuam claramente no sentido de dar um golpe no País para colocá-lo integralmente sob o domínio de sua política antipopular e pró-imperialista. Por muito menos afronta à Lei e à vontade popular um governo da esquerda seria levado ao impeachment ou outra forma de intervenção por parte do reacionário po- deres judiciário ou legislativo.

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Page 1: Um governo em guerra contra a educação e os direitos democráticos da população

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Nota oficial

Um governo em gUerra contra a edUcação e os direitos

democráticos da popUlaçãoEm reunião realizada no último dia 29, em um prédio

oficial do governo estadual, a sede da Secretaria Esta-dual de Educação (SEE), com a participação de dezenas de dirigentes regionais de ensino, o representante oficial do governo, chefe do Gabinete da Secretaria da Educa-ção, Fernando Padula, ativo militante do PSDB e que há mais de 15 anos integra os governos tucanos, anunciou que o governo estava declarando “guerra” às ocupações de escolas.

Poucos dias depois, de assegurar diante da Justiça e da imprensa que iria buscar um “diálogo” com os vários setores da comunidade escolar, o condutor da reunião clandestina anunciou que “O governo (Alckmin) não está nem titubeando sobre a reorganização das escolas, nem passa na cabeça dele voltar atrás” (conforme áu-dio da reunião divulgado nas redes sociais pela organi-zação Jornalistas Livres).

Diante da revolta geral dos usuários da escola pública paulista e da rejeição imensa maioria da população (co-mo foi divulgado até por institutos de pesquisa dirigidos por órgão de imprensa que apoiam as gestões tucanas, como o Datafolha) aos seus planos de “reorganização” da rede estadual – com o fechamento de 94 escolas, centenas de turnos e milhares de salas de aulas e, conse-quente, demissão de dezenas de milhares de educado-res e maior superlotação das salas de aulas – o governo (cujo poder emana do povo e que deveria se submeter à sua vontade) é desmascarado na atitude de conspirar contra a vontade popular e pisotear até mesmo a Cons-tituição Federal para fazer valer seus planos de reduzis os gastos com Educação, a fim de defender os interes-ses dos grandes monopólios (como bancos, empreitei-ras, tubarões do ensino privado etc.) que parasitam o Es-tado e são cada vez mais dependentes da sua política de expropriação da população.

Diante da resistência de milhares de alunos, professo-res, pais e funcionários, por meio das ocupações de es-colas e outras formas de mobilização, o governo anun-ciou (e foi tornado público) que vai agir para se impor sobre os que lutam por direitos expressos na Lei como o da “garantia de padrão de qualidade” e ao “acesso ao ensino público e gratuito como um direito subjeti-

vo”, expressos na Constituição Federal em seus art. 206 paragrafo VII e art. 208 parágrafo VII-§1º.

O Estado ataca também o acesso à educação pública, ao buscar impor a transferência de centenas de milha-res de estudantes para outras escolas, sem levar em con-sideração à possibilidade de acesso destes estudantes às outras escolas, obrigando-os a se deslocarem para longe de suas casas, separando-os dos convívio de muitos de seus atuais professores e amigos.

De forma abertamente ilegal, a reunião ainda procla-mou que para impor sua política (anti)educacional pre-tende se valer do aparato policial do Estado (como a PM que está sendo jogada contra estudantes e professores indefesos) e de organizações paraestatais (como grupos de supostos jovens a favor da medida, que são, na reali-dade, jagunços contratados para usar de violência con-tra os estudantes, o comando local da Igreja Católica e até organizações criminosas que as comunidades vêm denunciando que estão atuando contra as ocupações).

Na reunião, os dirigentes recebem orientações de co-mo agir em relação às escolas ocupadas e foi feita aber-ta pregação contra entidades representativas dos estu-dantes (como a UMES, UBES) e o Sindicato dos Profes-sores ada rede estadual (APEOESP) – o maior de todo o Pais – contra o qual o governo vem levando adiante uma enorme campanha.

Para violar os direitos democráticos (à Educação pú-blica de qualidade, de organização e de manifesta-ção), o Estado aos métodos ilegais – e até clandestinos – dos regimes fascistas contra o povo trabalhador, viola a Constituição e só não sofre nenhum tipo de punição e repreensão pelos seus atos, por que está claramente vin-culado aos setores da direita golpista que dominam o Ju-diciário, os meios de comunicação, as forças armadas e outros pontos nevrálgicos do poder político e econômi-co e que atuam claramente no sentido de dar um golpe no País para colocá-lo integralmente sob o domínio de sua política antipopular e pró-imperialista.

Por muito menos afronta à Lei e à vontade popular um governo da esquerda seria levado ao impeachment ou outra forma de intervenção por parte do reacionário po-deres judiciário ou legislativo.

Page 2: Um governo em guerra contra a educação e os direitos democráticos da população

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O governo Alckmin tenta impor em São Paulo uma pequena amostra da ditadura que a direita quer ver “rei-nar” em todo o País com a queda do governo federal e o estabelecimento de um governo pró-imperialista que ponha em execução com muito maior intensidade os planos de “ajustes” que o imperialismo busca impor em todo mundo, por meio de guerras, golpes e todo tipo de violação dos direitos democráticos da maioria da popu-lação.

O PCO denuncia esta ofensiva reacionária e a cons-piração do governo do PSDB contra o povo, se solida-riza e apoia as ocupações e todas as formas de luta da juventude e dos trabalhadores contra o governo Alck-min, sua “reorganização” e sua ditadura contra a po-pulação.

Chamamos à unidade de todas as organizações dos explorados para defender e ampliar esta mobilização. A

se opor aos ataques aos sindicatos, organizações popu-lares e estudantis.

Convoquemos juntos todo os trabalhadores, a juven-tude, os explorados e suas organizações de luta e todos os que se reivindicam da defesa dos direitos democráti-cos do povo para sair às ruas, impedir a agressão covar-de da PM e de outras forças de repressão estatais e pa-raestatais contra estudantes e manifestantes indefesos e fazer valer a vontade popular.

Por mais verbas para Educação, pelo fim da superlo-tação das classes, com um máximo de 25 alunos por sa-la de aula.

Que nenhum professor ou funcionários de escola de-mitido. Que se garanta a reposição das perdas salariais dos educadores. Fim da ditadura nas escolas, com a elei-ção de todos os postos de direção e coordenação pela co-munidade escolar. Fim da repressão aos estudantes.

Direção Nacional do PCO São Paulo, 5 de dezembro de 2015

nº 18/15