um estudo de caso sobre a implantaÇÃo … · o método “faça a sua casa dentro do seu...
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UM ESTUDO DE CASO SOBRE A
IMPLANTAÇÃO SISTEMÁTICA DA GESTÃO DE
INOVAÇÃO NO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL
alice jales rodrigues (UNP )
Priscilla Ciarlini Delgado de Campos (UNP )
KLEBER JACINTO (UFRN )
Kalline Pinheiro da camara (UFRN )
FELIPE LIRA FORMIGA ANDRADE (UNP )
Este projeto tem como objetivo apontar uma nova gestão sistemática que
adota uma diretriz inovadora dentro do mercado da construção civil. Está
fundamentado em planejamento estratégico e inovador que abrange uma
classe mercadológica exigente e especifica. O estudo faz uma apreciação
entre mudanças e estratégicas diferenciadas que transportam o cliente para
dentro do processo produtivo, deixando-o participante principal na linha de
montagem da sua própria casa. Utiliza um empreendimento já finalizado,
para analise e estudo em identificar a viabilidade da aplicação da nova
ferramenta dentro de um projeto já criado. Avalia desde seu projeto inicial a
ser aplicado no sistema “Makeroom”, onde enfatiza valores orçamentais e
verifica a existência de vantagens competitivas sustentáveis para empresa na
busca pela realização das exigências e necessidades do cliente.
Palavras-chaves: Inovação, construção civil e makeroom
XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10
Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.
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1. Introdução
No Brasil, a construção civil aponta crescimentos consideráveis capazes de atingir 5% do PIB
brasileiro, onde afeta diretamente o meio ambiente dado que os resíduos provenientes da
construção civil são cinco vezes maiores do que as outras indústrias, de acordo com ABDI-
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (2009). Isso se deve a diversos fatores, mas
principalmente no aumento do poder de compra da população e à facilidade de acesso ao
crédito imobiliário que abriu leques para um aumento em atividades da construção civil, num
mercado em que participam grandes e pequenos empreendedores sem distinção.
A geração dos Resíduos da Construção Civil (RCC) nas cidades brasileiras de grande e médio
porte corresponde aproximadamente 61% da massa dos resíduos sólidos urbanos. É
perceptível que o setor da construção civil se afasta cada vez mais do desenvolvimento
sustentável. Surge a necessidade de envolver este setor estratégico e inovador para
empregar/desenvolver técnicas de planejamento e controle da produção contínuo, que
assegurem as exigências do cliente e a qualidade dos bens e serviços oferecidos, mas que
também minimizem os desperdícios de matéria-prima. A área de controle da produção tem
exigido estruturas e comportamentos diferenciais nos processos produtivos e nos
procedimentos administrativos e gerenciais, a fim de criar soluções que aprimorem os
processos, a qualidade e que, inclusive, reduzam os custos dos produtos. (Pinto, 1999)
Utilizar métodos inovadores de comercialização e dar alternativas de modelagem para o
futuro proprietário de imóveis agrega diferencial da concorrência entre os empreendimentos.
Neste contexto, o construtor na tentativa de atender às novas exigências do consumidor, tem
buscado soluções de customização que vão além da simples troca de móveis, pisos e pinturas,
mas abrange a plena adequação dos espaços internos e o uso de métodos construtivos rápidos
e que geram menos RCC sem, contudo, perder em qualidade e requinte.
O método “faça a sua casa dentro do seu apartamento”, denominado de “MakeRoom”, e que é
descrito neste trabalho, surge como ideia oferecer ao futuro morador possíveis mudanças na
variabilidade, flexibilidade e sustentabilidade no momento da escolha do apartamento e a
distribuição de seus espaços internos, com as limitações técnicas e estruturais inerentes deste
tipo de habitação, mas com ampla gama de possibilidades, a um custo inferior ao método de
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construção e reforma utilizado na atualidade. O MakeRoom é uma proposta de planejamento
de produção, controle e qualidade que envolve o comprador desde a criação do projeto
arquitetônico até a escolha dos detalhes e materiais de acabamento. Seu diferencial está em
atender aos requisitos estabelecidos pelos clientes, sem afastá-lo das tomadas de decisão.
Este estudo avalia o sistema convencional de construção e de oferta para venda de
apartamentos, faz comparativos entre orçamentos e possíveis benefícios a serem obtidos se o
MakeRoom for agregado à oferta e construção, entre eles a sustentabilidade, custo,
flexibilidade e qualidade dos serviços e inovação para competir dentro do mercado da
construção civil.
2. Referencial teórico
2.1. Técnicas inovadoras
A indústria da construção civil é uma das principais molas propulsoras da economia mundial.
No Brasil, ela é responsável por 63% da formação bruta de capital fixo e 15% do PIB. Além
disso, movimenta por volta de 400 bilhões de reais por ano, sendo responsável por mais de
2,2 milhões de empregos diretos. E ainda, vários empregos indiretos. (CBIC, 2012) (Câmara
Brasileira da Indústria da Construção)
Apesar de sua importância para o desenvolvimento do país, a construção civil é apontada
como uma das indústrias que mais impactam o meio ambiente. O setor consome 2/3 da
madeira natural e cerca de 50% dos recursos naturais do planeta, sendo grande parte de
recursos não renováveis. Além da extração, o processo produtivo também é bastante nocivo.
A fabricação de cimento, por exemplo, é responsável por 8% do total de emissões de Gases de
efeito estufa, além de um alto índice desperdício e mau aproveitamento dos insumos
(ANTUNES, 2009).
Algumas ações, como o uso de tintas sem solvente, melhor distribuição de condicionadores e
entradas naturais de ar, a inibição do uso desnecessário e simultâneo dos elevadores e a
utilização de energia solar para geração de energia elétrica e aquecimento de água, podem
fazer uma grande diferença e vem sendo pouco a pouco implementadas tanto em obras novas
como adaptadas a obras antigas. Este tipo de investimento não só caracteriza uma empresa
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como preocupada com a situação do planeta, mas também passam esta imagem para o
público, sendo assim, uma legislação mais clara e uma desburocratização são fundamentais
para uma construção civil cada vez mais alinhada com as necessidades do nosso mundo, e o
Comitê Brasileiro de Construção Saudável (CBCS) é uma alternativa necessária para que os
padrões brasileiros sejam melhores entendidos e aproveitados e sua viabilização já vem sendo
discutida (MAIA NETO, 2014).
2.2. Mercado imobiliário
2.2.1. Competitividade no setor imobiliário
Para Porter (1993), o conceito mais adequado para competitividade é a produtividade. A
participação das empresas no mercado depende da capacidade das mesmas em atingir altos
níveis de produtividade e aumentá-la cada vez mais. A estratégia competitiva de uma empresa
deve aparecer a partir da abrangência das regras da concorrência que definem a atratividade
de uma indústria.
Porter (1986), ainda declara que a essência de uma estratégia competitiva consiste em
relacionar a empresa com o seu ambiente. A estrutura organizacional tem uma forte influência
na determinação das regras competitivas assim como das estratégias potencialmente
disponíveis à empresa. Forças externas afetam as empresas. O que irá distingui-las é a
habilidade destas em lidar com essas forças. O cenário emergente da competitividade global
exige, portanto, ações proativas que objetivem a superação das cinco forças competitivas
básicas: a entrada de novos concorrentes; a ameaça de produtos substitutos; o poder de
negociação dos fornecedores; o poder de negociação dos compradores; e o grau de rivalidade
entre os concorrentes (MONTEIRO; REIS, 2014).
Além das regras de competitividade, no mercado imobiliário outros fatores devem ser levados
em consideração na hora de conquistar o cliente. As empresas devem estudar e entender os
seus clientes, procurando saber quais seus interesses e prioridades no momento da compra.
Ser competitivo não é só superar o mercado já existente, mas sim, inová-lo. A oferta feita por
uma empresa imobiliária deve ser intencional e personalizada, ou seja, oferecer exatamente o
que o cliente procura, baseando-se em fatores como: idade, número de pessoas na família,
tempo que passa em casa e planos para o futuro.
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2.3. Inovações tecnológicas
2.3.1. Benefícios das inovações na construção civil
As inovações tecnológicas surgiram de modo a atender às novas exigências do mercado, que
abrangem qualidade, agilidade, atendimento às necessidades do cliente, flexibilidade e
desenvolvimento sustentável das construções. As ferramentas de tecnologia da informação
auxiliam o atendimento dessas inovações. Estas convergem para um novo paradigma de
projeto, em que na fase de concepção são considerados todos os elementos do ciclo de vida da
edificação, incluindo os profissionais envolvidos, departamentos organizacionais, aspectos da
produção, operação, manutenção e demolição. Nesse modelo holístico, são também
analisados os aspectos da inserção da edificação no ambiente e seu impacto, contribuindo para
o desenvolvimento sustentável das construções. As ações de arquitetos e engenheiros têm um
papel relevante para aplicar os conceitos apresentados à produção do ambiente construído.
Desta forma o profissional poderá implementar as inovações, atender de modo competitivo às
demandas do mercado e trazer benefícios ao meio ambiente, ao homem e ao desenvolvimento
econômico e tecnológico (AZUMA, 2007).
2.4. O uso de materiais sustentáveis
Para realização da missão sustentável na construção civil, é necessária a utilização de técnicas
de inovação. Um exemplo que se pode ter é o aumento da resistência mecânica do concreto
pela redução da porosidade existente, através do auxílio de superplastificantes ou pelo
preenchimento desses poros com micro sílica. Com esse tipo de melhoria, menos
manutenções, correções e retrabalhos serão realizados, gerando uma economia em cadeia de
materiais, mão de obra e geração de resíduos.
O fluxo de materiais é um fator primordial para a economia da construção civil. A matéria-
prima natural é extraída e passa por uma série de transformações industriais, além de
transportes, montagem, manutenção e desmontagem final. Em cada uma dessas etapas são
gerados resíduos e para chegar ao produto final, a quantidade de resíduos gerados é
absurdamente maior do que o produto acabado. Para a produção do cobre, por exemplo, a
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cada 1 g produzido são gerados 99 g de resíduos de mineração. Devido a isso, a segregação de
materiais é de suma importância, pois, a coleta seletiva auxilia na diminuição dos resíduos
gerados através das vendas de materiais para a reciclagem (AGOPYAN; JOHN, 2011).
3. Metodologia
Para realização desse artigo foi feito um estudo por meio da revisão da literatura,
pesquisa/consultoria na área da construção civil, em construtoras e parceria com arquitetos
paisagistas, com o compromisso de reunir informações reais e possíveis para condensar os
resultados da proposta apresentada.
O estudo bibliográfico reuniu livros, artigos e projetos estruturais e arquitetônicos aplicados à
indústria da construção civil e a estratégias de mercado inovador. O levantamento
orçamentário, projetos e delimitação e padrões estabelecidos foram extraídos de um
empreendimento já construído, para confirmar a viabilidade do processo e o uso do seu
projeto estrutural, com a finalidade de unificar a ideia de inovação abordada.
As informações e levantamento sobre os benefícios para a aplicação de uma ideia viável foi
baseada na possibilidade de realizar um empreendimento “a cara do dono”. “Makeroom”, que
significa “fazer vão” ou “fazer sala”, se tornou “possível” com base em estudos estruturais e
arquitetônicos.
Na primeira parte do estudo, é abordado qual seria a atuação do cliente dentro do processo. A
importância da escolha, a aceitação do mercado na criação de um novo modelo de
empreendimentos, com contato direto do comprador com a empresa e a obra.
No segundo momento, aborda o estudo de viabilidade do projeto, baseados no projeto
estrutural e planilhas de custos de uma edificação real, já construída e comercializada em
Mossoró/RN. Os custos do empreendimento foram calculados de acordo com dados extraídos
do SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa De Custos e Índices Da Construção Civil, 2013).
4. Sistema makeroom
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O makeroom, aborda um estudo de avaliação de estratégia de desempenho de possuir
capacidade de oferecer uma flexibilidade ao serviço na construção civil no âmbito
habitacional. O sistema aborda ferramentas que aplicadas ao processo criador do
empreendimento possa ser montado e arquitetado junto ao cliente. A partir do projeto
estrutural o cliente já está inserido ao processo. O sistema propõe a compra,
acompanhamento, cadastro e questionamentos sobre o empreendimento e obra estariam
disponíveis de duas maneiras:
Sistema virtual disponibilizaria um login para cada comprador e possíveis compradores. Para
os clientes essa página funcionaria para um acompanhamento fluxo de informações diárias,
status sobre o serviço realizados e um calendário virtual de prazos para cada atividade
executada, implantando na empresa desempenhos atrelados a qualidade, confiabilidade e
flexibilidade no produto final para o cliente. Para os não-clientes, a página também
disponibilizaria projetos pré-elaborados, onde o “cliente-internauta” poderia “montar” seu
próprio apartamento, escolher desde quantidade de cômodos a acabamentos, de acordo com
especificações do empreendimento e assim consultar possíveis orçamentos de quanto ficará o
valor final da obra.
E o sistema convencional (presencial), que trataria de questões contratuais que por exigência
legal ou pactuação entre as partes devam ocorrer presencialmente, onde depois de aprovado o
projeto arquitetônico de cada apartamento, a construtora será responsável por todo
acompanhamento da obra junto ao comprador. Desde detalhes na escolha de material a ser
utilizado, assim como previsão de inicio e término de cada atividade, se necessário, visitas à
obra.
5. O estudo de caso
O projeto estrutural, planta baixa apresentado nesse artigo pertence a um empreendimento já
lançado e habitado, onde o real objetivo é propor possíveis comparações sobre a maneira de
como este prédio foi ofertado aos clientes e quais benefícios ele traria para o cliente e também
para a empresa, caso fosse utilizado com o sistema em análise, o MakeRoom. Já os projetos
arquitetônicos foram modificados com o intuito de explanar alternativas de customização para
o cliente desde projeto inicial.
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5.1. Projeto estrutural original versus projeto estudo
O Projeto estrutural original e de estudo é composto por 14 pilares, 18 vigas com tamanhos
variados e uma laje de 206,65 m². Na planta estrutural existem pilares que não podem ser
removidos, devido à sua importância na estrutura de cada paviemnto, mas ainda assim
possíveis alterações antes de ergue-se traz possibilidades de serem implantadas ideias
escolhidas pelo comprador junto à empresa, agregando diferenciação no mercado.
Figura 1- Projeto original da obra
Fonte: Projeto original fornecido pela construtora de estudo (2012)
A memória de cálculo foi realizada por laje, foram levantados dados da macro estrutura:
Pilares, vigas, laje (concreto estrutural), analisando custos diretos para a construção de apenas
uma laje feita para construção de dois apartamentos. São divididos em dois tipos:
Apartamento tipo 01 (112,17 m²) e o tipo 02 (94,48 m²).
Figura 2 - Gráfico da memória de cálculo da macro estrutura por apartamento
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Fonte: Pesquisa de Campo (2014)
Os cálculos da macro estrutura original equivalem com os dados do estrutural da planta
estudada. A cotação dos preços foi baseada na composição do SINAPI (2013). Os custos
acima resumem o quantitativo gasto no estrutural por apartamento, no caso, dois por andar.
5.2. Projeto sanitário, hidráulico e alvenaria de vedação (externo)
Os cálculos de alvenaria, das instalações sanitárias e das instalações hidráulicas foram feitos
baseando-se no projeto arquitetônico proposto que será elaborado pelo cliente junto ao
profissional, nele é detalhado e apresentado especificações e escolhas de customização.
Abaixo apresentado os custos totais do projeto da macroestrutura que seria igual por laje
independente da modificação de cada comprador.
Os custos de instalações hidráulicas poderão ser alterados, o prédio possui dois shafts
(tubulações aparentes) por apartamentos, que já estavam instalados, isso não significa uma
limitação e sim um custo maior caso o comprador queira alterar quantidade e locais de pias e
vasos.
Tabela 1- Total de custos para macro estrutura por laje
Fonte: Pesquisa de campo, 2014
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Observações:
- Não está incluso o BDI (Bonificação por Despesas Indiretas);
- Não foi considerado outras despesas, como por exemplo esquadrias (portas e janelas), a
participação no valor dos elevadores, etc;
- Não foi considerado o revestimento cerâmico do hall de circulação dos elevadores;
- Não está incluso revestimento da fachada;
- Não está incluso revestimento das alvenarias externas (chapisco, reboco, pintura)
5.3. Projeto de alvenaria externa
A planta original utilizada pelo empreendimento abaixo especifica uma laje com 2
apartamentos de dois tipos distintos e já divididos, embora a proposta do estudo seja
especificar benefícios para o cliente quanto a construir conforme suas escolhas, também abre
leques para escolher além de material de acabamentos a quantidade de cômodos,
diversificação nos tamanhos e localização de cada um.
Figura 3 - Projeto alvenaria externa original
Fonte: Projeto original fornecido pela construtora de estudo (2012)
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A customização será exposta nos dois apartamentos para mostrar possíveis escolhas que o
cliente poderá especificar dentro de um prédio que já estava pronto e não atendia a exigência
do consumidor.
5.4. Utilizando o makeroom
O MK aborda a iniciativa da empresa em fazer o seu projeto estrutural e dar opções ao cliente
para “construir sua própria casa”. O empreendimento de estudo foi montado para exemplificar
possíveis modelos viáveis ao prédio com o objetivo não só de inovação agregado a valoração
do produto final, mas também estudar se há viabilidade em possíveis minimizações dos
custos, atrelado a sustentabilidade e facilidade na compra, por fechar negócio com a empresa
quando ainda só existe o projeto estrutural.
Figura 4 - Planta arquitetônica readaptada com a técnica inovadora.
Fonte: Projeto fornecido pela construtora de estudo (2012) adaptado pelos atores.
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A figura acima representa dois tipos de apartamentos customizados, supostamente “escolhido
pelo cliente” e explana diferentes maneiras na criação da planta. O sistema de montagem do
apartamento disponibiliza limites entre os materiais de acabamento propostos para o cliente.
Entre eles está o drywall, utilizado para divisão de todos os cômodos do apartamento. De
acordo com a Resolução CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente), 2011 de n° 431,
o material apresenta resíduos reutilizáveis para outros fins. Constituído de aço galvanizado,
parafusados a chapas de gesso. Torna a obra mais rápida e limpa. Foi escolhido por apresentar
características sustentáveis diferenciando-o dos demais, acrescentando leveza, resistência a
impactos, maior área útil, resistência ao fogo, entre outras.
As delimitações entre quantidade de cômodos dentro da área do apartamento são mínimas, o
cliente faz parte da “função produção” e pode ser responsável pela escolha do tamanho e
localização de cada quarto, banheiro, cozinha e sala. Como também usar da criatividade e
inovar ainda mais criando sala de cinema, biblioteca, sala de dança, estúdios musicais entre
alternativas que seriam inviáveis economicamente sem o sistema.
6. Resultados e discussões
O comparativo entre os custos da macro estrutura de origem e de estudo, são equivalentes,
pois não foram alterados para o caso. Já os custos da micro estrutura (acabamentos) expõe um
comparativo entre o apartamento original tipo 01 (112,17 m²) convencional oferecido pela
empresa e o aplicado a técnica, que possuem mesma dimensões, ilustrado nas figuras
seguintes.
Figura 5 - Apartamento 1 original
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Fonte: Projeto fornecido pela construtora de estudo (2012)
Figura 6 - Apartamento 1 customizado
Fonte: Projeto fornecido pela construtora de estudo (2012).
Como já citado, para análise dos custos e formação de orçamento foi utilizado SINAPI
(2013). As tabelas em anexo detalham cotações de preços nos custos de acabamentos dos dois
apartamentos tipo 01, fazendo um levantamento entre o apto que foi entregue, o que aplica o
novo sistema, respectivamente. Já a tabela 4 detalha cotação de reforma incrementada no
apartamento original, caso seja realizada após a construção do prédio.
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Tabela 4- Custos gastos com reforma do apartamento
original
Fo
nte: Pesquisa de Campo, 2014.
O apartamento original teve um total de 46.307,90 (quarenta e seis mil, trezentos e sete reais e
noventa centavos) de acabamento, onde na sua planta exposta no inicio do trabalho, (figura
02) determina que possui divisão única e delimitada pelo próprio construtor. Já o apartamento
customizado teve um total de 64.068,70 (sessenta e quatro mil, sessenta e oito reais e setenta
centavos) de acabamento, onde o cliente fez possíveis escolhas da quantidade de cômodos,
(números de divisórias), número de luminárias, diferentes tipos de acabamentos em pias,
vasos sanitários, portas e pisos diversos e distintos em cada cômodo. O aumento de um
apartamento pra outro se deu ao fato da qualidade em acabamento e nas múltiplas
possibilidades de escolha na etapa final da obra. Alguns itens os diferenciam e comprovam o
aumento do custo na construção, como a variabilidade de portas e pisos também alocados
como uma possível escolha do cliente aumentou o valor do apartamento customizado. São
alterações baseada em escolhas.
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Tabela 5- Total quantitativo dos apartamentos
Fonte: Pesquisa de Campo, 2014.
A tabela 5 mostra o quanto seria gasto com uma possível reforma depois que o apartamento é
entregue, e sem seguida a tabela 6 totaliza o gasto geral e diferenciam os dois apartamentos
com um montante de 47.649,70 (quarenta e sete mil, seiscentos e quarenta e nove reais e
setenta centavos) o preço do retrabalho, desperdício de material, insatisfação do cliente são as
causas que comprovam a eficiência de ter um sistema rápido, confiável, inovador e
sustentável dentro da construção civil.
7. Conclusão
O estudo realizado dar ênfase a novas alternativas de inovação para construção civil em se
destacar no mercado adaptando-se a sustentabilidade, a inovação e atendendo as necessidades
dos clientes. A técnica inovadora adequa o custo e a customização como ferramentas base
para atrair o cliente de forma que o menor custo está atribuído à compra do apartamento ainda
na planta, e evitar custos com retrabalhos, numa possível insatisfação do cliente quando
receber o apartamento.
A maioria dos construtores ainda não arrisca em novas alternativas por temer algum tipo de
insatisfação em meio a tanto investimento e a almejar obter ganhos em curto prazo. Quando
se lança um empreendimento se destina ao um único tipo de mercado adaptado ao seu prédio,
por mais rápida que seja as vendas e negociações, o atraso da obra concluída, ou a incerteza
das vendas traz prejuízos ao construtor. E claro, é notório o custo elevado devido à qualidade
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diferenciada de acabamento, porém investindo mais na construção se economiza em custos de
manutenção, repetição de trabalho e desperdícios de matéria prima.
As vantagens na utilização da nova técnica estão atribuídas à facilidade para revenda, onde o
novo proprietário terá múltiplas escolhas entre a remoção de todas as paredes internas,
realocação e abertura para criação de uma “nova casa”. Estabelece a construção um menor
impacto e uma maior sustentabilidade. Evita retrabalhos e consequentemente a diminuição na
geração de entulho/resíduos provenientes desse setor. A estratégia favorece o atendimento as
necessidades dos clientes, tornando-os pilar da ideia inovadora apresentada e oferece um
serviço diferenciado, interligado ao meio ambiente e que dar ganho em confiabilidade e
flexibilidade para o mercado e a clientela.
8. Referencias bibliográficas
AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. Estudo panorama Setorial de
Construção Civil. Relatório. Brasilia, 2010.
AGOPYAN, Vahan; JOHN, Vanderley M.. O Desafio da Sustentabilidade na Construção Civil. 5. ed. São
Paulo: Blucher, 2011
ALVES,Rany; CAVALCANTI,Rafael; CLEMENTINO,Victor Hugo; GOUVEIA Marcelo Victor. IV congresso
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AZUMA, Fabíola. Inovação tecnológica: técnicas e ferramentas aplicadas ao projeto de edificações. 2007.
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LIMA, M.; MEYER, C. O desafio de produzir sobmedida. Exame, São Paulo, n. 852, set. 2005. Disponível em:
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MAIA NETO, Francisco. A sustentabilidade na construção civil. Disponível em:
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PINTO, T. P. Gestão ambiental dos resíduos da construção civil : a experiência do SindusCon-SP. São Paulo:
SindusCon, 2005.47p
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<http://pt.scribd.com/doc/72403813/DRYWALL-Resolucao-CONAMA-431-25-05-2011>.Acesso em: 06 mar.
2014.
9. Anexos
Anexo 1 - Custos gastos no apartamento customizado ainda na planta
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Fonte: Pesquisa de Campo, 2014.
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Anexo 2- Custos com acabamento do apartamento original
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Fonte: Pesquisa de Campo, 2014.