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Publicação BIMESTRAL N.º 247 maio-junho 2017 ISSN 0871-5688 O PREÇO - 0,10 (IVA incluído) P. e Dário Balula Chaves [email protected] Um coração grande para amar O mês de junho, dedicado ao Coração de Jesus, tem para os Missionários Combonianos e para a Família Combo- niana um significado muito especial. A devoção ao Coração de Jesus faz parte da espiritualidade e do carisma combo- niano. São Daniel Comboni escreveu: «Confiando naquele Coração Sacratís- simo, sinto-me cada vez mais disposto a sofrer e a morrer por Jesus Cristo e pela salvação dos povos infelizes da África Central.» Quatro dimensões do carisma comboniano Nós, Combonianos, olhando para Co- ração de Jesus, fazemos nossas as Suas atitudes mais profundas: a sua entrega incondicional a Deus, a universalidade do seu amor pelo mundo e a sua com- paixão perante o sofrimento humano. A contemplação do coração trespassado de Cristo é um estímulo a trabalhar pela libertação integral das pessoas e a ter a caridade fraterna como distintivo da família comboniana. Outros aspetos importantes do ca- risma comboniano são o mistério da Cruz, a opção pelos pobres e a anima- ção missionária da Igreja local. Foi a contemplação do mistério da Cruz que deu força a Comboni para enfrentar todos os obstáculos, convencido de que «as obras de Deus nascem e crescem aos pés do Calvário». Comboni fez uma opção clara pelos «mais necessitados e abandonados», que naquele tempo eram os povos da África. Ele tinha a certeza de que era para isso que Deus o chamava. Ele foi também um grande anima- dor missionário da Igreja na Europa e procurou missionários de diferentes nacionalidades para que a sua obra fosse realizada sob o signo da universalidade, uma obra «católica, e não espanhola, ou francesa, ou alemã, ou italiana», como ele escreveu. Fiéis ao carisma de S. Comboni O mundo mudou, mas os desafios são os mesmos. Os «mais necessitados e abandonados» são os pobres de todo o Alan Bastos Estátua do Sagrado Coração de Jesus no Santuário de Fátima mundo, os explorados, os prófugos, os refugiados, as vítimas da guerra, que batem às portas da Europa à espera de serem acolhidos. Como Família Com- boniana, não podemos ficar indiferentes perante toda esta multidão de gente condenada a uma vida sem dignidade. «O missionário é o irmão universal», dizia São João Paulo II.

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Page 1: Um coração grande para amar - Missionários Combonianos · dario.balula@gmail.com ... jogo da concorrência não bastam para ... No seu instinto de fé pura, os pasto-

Publicação BIMESTRAL

N.º 247 maio-junho 2017

ISSN 0871-5688 PREÇO - 0,10 (IVA incluído)

P.e Dário Balula [email protected]

Um coração grande para amar

O mês de junho, dedicado ao Coração de Jesus, tem para os Missionários

Combonianos e para a Família Combo-niana um signi'cado muito especial. A devoção ao Coração de Jesus faz parte da espiritualidade e do carisma combo-niano. São Daniel Comboni escreveu: «Con'ando naquele Coração Sacratís-simo, sinto-me cada vez mais disposto a sofrer e a morrer por Jesus Cristo e pela salvação dos povos infelizes da África Central.»

Quatro dimensões do carisma combonianoNós, Combonianos, olhando para Co-ração de Jesus, fazemos nossas as Suas atitudes mais profundas: a sua entrega incondicional a Deus, a universalidade do seu amor pelo mundo e a sua com-paixão perante o sofrimento humano. A contemplação do coração trespassado de Cristo é um estímulo a trabalhar pela libertação integral das pessoas e a ter a caridade fraterna como distintivo da família comboniana.

Outros aspetos importantes do ca-risma comboniano são o mistério da Cruz, a opção pelos pobres e a anima-ção missionária da Igreja local. Foi a contemplação do mistério da Cruz que deu força a Comboni para enfrentar todos os obstáculos, convencido de que «as obras de Deus nascem e crescem aos pés do Calvário».

Comboni fez uma opção clara pelos «mais necessitados e abandonados», que naquele tempo eram os povos da África. Ele tinha a certeza de que era para isso que Deus o chamava.

Ele foi também um grande anima-dor missionário da Igreja na Europa

e procurou missionários de diferentes nacionalidades para que a sua obra fosse realizada sob o signo da universalidade, uma obra «católica, e não espanhola, ou francesa, ou alemã, ou italiana», como ele escreveu.

Fiéis ao carisma de S. ComboniO mundo mudou, mas os desa'os são os mesmos. Os «mais necessitados e abandonados» são os pobres de todo o

Ala

n B

asto

s

Estátua do Sagrado Coração de Jesus no Santuário de Fátima

mundo, os explorados, os prófugos, os refugiados, as vítimas da guerra, que batem às portas da Europa à espera de serem acolhidos. Como Família Com-boniana, não podemos 'car indiferentes perante toda esta multidão de gente condenada a uma vida sem dignidade. «O missionário é o irmão universal», dizia São João Paulo II.

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2 FAMÍLIA COMBONIANA

JUSTIÇA E PAZ

Desenvolvimento integral dos povos

Ir. Bernardino Frutuoso

Estamos a celebrar o cinquentenário da publicação da encíclica Populorum

Progressio [O desenvolvimento dos povos], promulgada por Paulo VI em 26 de março de 1967. Este importan-te documento surge num momento histórico de mudanças sociais rápidas e profundas. A economia, um pouco por todo o planeta, tem um desen-volvimento inédito. No entanto, ao mesmo tempo, crescia a desigualdade e a pobreza ao interior desses mesmos países e em muitas outras nações no planeta, sobretudo do Sul do mundo.

A Igreja seguia com atenção o de-senvolvimento dos povos e conhecia a situação dos marginalizados. Assim o reconheceu Paulo VI durante a missa que celebrou para os camponeses colombianos, em agosto de 1968, em Bogotá: «Conhecemos as condições da vossa existência: condições de miséria para muitos de vós, às vezes inferiores à exigência normal da vida humana. Agora estais a escutar-nos em silên-cio, mas ouvimos o grito que sobe do vosso sofrimento e da maior parte da humanidade.»

A Populorum Progressio tem presen-te esta realidade de pobreza e injustiça e explicita que «o desenvolvimento não se reduz a um simples crescimento económico. Para ser autêntico, deve ser integral, quer dizer, promover todos os homens e o homem todo». O crescimento económico é positivo, mas «só a iniciativa individual e o simples jogo da concorrência não bastam para assegurar o êxito do desenvolvimento». O autêntico desenvolvimento existe

quando se centra no ser humano, pen-sando no bem comum e com espírito de solidariedade. Todavia, cada povo deve ser artí+ce do seu desenvolvimen-to, em diálogo com as outras nações. O desenvolvimento é, assim, «o novo nome da paz».

Actualidade da mensagem

Hoje, cinquenta anos depois da Po-

pulorum Progressio, continua a ser evidente como o mercado e o cresci-mento económico não geram, por si sós, o desenvolvimento humano inte-gral. Ainda se a pobreza global se tem reduzido (agora 10,7 % da população mundial vivem em pobreza extrema), as desigualdades têm vindo a aumentar e essa discrepância tenderá a aumentar nos próximos anos. Em 2017, segundo

um relatório que a ONG Oxfam apre-sentou ao Fórum Económico Mundial, os 1 % mais ricos têm uma riqueza superior à do resto do planeta. Só oito pessoas têm tanto como metade da população mundial.

O Papa Francisco denunciou no passado mês de abril a existência de uma «dramática desigualdade entre os que têm muito e os que nada têm» e pe-diu que sejam aplicadas modalidades justas de distribuição de riqueza. «Só a via da integração dos povos permite à humanidade um futuro de paz e de esperança», disse o papa durante a audiência aos participantes de um seminário organizado pelo dicastério dedicado ao desenvolvimento humano.

Ao celebrar os 50 anos da Populorum Progressio, que defendeu o

desenvolvimento de «todos os homens e do homem todo», continua a ser

necessário apelar a que sejam aplicadas no mundo modalidades justas de

distribuição da riqueza.Lusa

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FAMÍLIA COMBONIANA 3

para a missão em portugal e na europa

P.e Claudino Gomes [email protected]

Os Cenáculos surgiram como resposta à necessidade de se partilhar com os leigos o impulso para a mis-são, que S. Daniel Comboni recebeu na sua união com Jesus Cruci+cado. O Coração de Jesus ardia pela sede do Pai de dar a «água viva» do Seu amor à África Central, sequiosa de respeito, dignidade e vida. Partilhou-a com S. Comboni e ele sentiu-se impelido a ir «estreitar no seus braços e dar o beijo de paz e de amor» àqueles «seus infelizes irmãos» escravizados (Escritos, 2742), ao mesmo tempo que trabalhava e sofria, orava e fazia orar pela «regeneração» da África. Dizia S. Comboni que «a omnipotência da oração é a nossa força» (Escritos, 1969).

Temos a responsabilidade de orar

Os COM recebem do Coração sedento do Cruci+cado (cf. Jo 4, 7; 19, 28) o dom e a responsabilidade da oração missionária.

O Catecismo da Igreja Católica en-sina que, embora seja «o homem um mendigo (um sequioso) de Deus […] o primeiro a nos procurar é Jesus; é Ele que nos pede de beber» (CaIC, 2559-61).

A nossa oração é o encontro da sede de Deus com a nossa sede. A nossa

oração de súplica é uma resposta ao Deus Vivo, que Se lamentou: «Eles abandonaram-Me a Mim, que sou nas-cente de água viva, para irem escavar cisternas rachadas» (Jr 2, 13)».

A oração missionária é recebermos em nós o desejo in+nito que Deus tem de praticar a misericórdia em cada pes-soa e, em resposta, apresentarmos ao Pai, pelo Coração do Filho, a sede que atormenta os que bebem das «cisternas rachadas» e as vítimas da injustiça.

Oração e penitência pelo mundo

O Anjo e Nossa Senhora são mensagei-ros enviados por Deus Misericordioso para nos falar da Sua sede apaixonada. Asseguram que Ele quer saciar a nossa sede de felicidade e vida. As ideologias do materialismo ateu, o ódio à fé, a «economia que mata» (A Alegria do

Evangelho, 53), a violência e a guerra são respostas falsas, «fogo do inferno» e água em «cisternas rachadas».

A oração de Fátimaé missionáriaOs Cenáculos de Oração

Missionária (COM) vivem

o âmago da mensagem

de Fátima quando,

pela oração e sacrifício

frequentes, são meio

pelo qual Deus sacia a

sede humana do amor

que dá vida.

No seu instinto de fé pura, os pasto-rinhos assumem a sede que atormenta o coração de Deus e a que atormenta a humanidade «sem esperança e sem Deus, no mundo» (Ef 2, 12) e parti-lham da sede de Jesus Crucificado, oferecendo a sede de água «por amor de Jesus e pela conversão dos peca-dores». A sua oração é resposta do amor de Deus à sede humana – desejo profundo – de amor que dá vida. Isso é verdadeiro, seja na oração de adoração e súplica «meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não creem…», seja no terço quotidiano «pela paz e a conversão dos pecadores», seja ainda na oração ao “Bom Jesus” para que nos livre do «fogo do inferno». É verdadeiro também na oferenda dos sofrimentos do dia a dia (penitência) pela mesma intenção salvadora.

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Nossa Senhora pediu aos pastorinhos que rezassem o terço pela paz no mundo e a

conversão dos pecadores

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linha direta

Queremos agradecer a Deus pe-los 70 anos da presença e da vida dos Combonianos em Portugal. Quere-mos agradecer, de modo especial, aos combonianos que, com as suas vidas, escreveram as belas páginas desta história e que daqui partiram para outras paragens de além-mar.

Queremos agradecer aos pri-meiros confrades que tiveram a inspiração de vir para Portugal para partilhar, com a Igreja e a sociedade portuguesas, o carisma missionário do nosso pai e fundador, S. Da-niel Comboni. Sim, agradecemos aos confrades que deram início a esta presença, tais como os padres Giovanni Cotta, Giorgio Ferrero e Ernesto Calderola, e, depois, a todos os outros que deram continuidade a esta obra maravilhosa, alistando tantas vocações combonianas entre os rapazes e jovens portugueses, que se tornaram uma grande bênção para a missão e para as Igrejas e os povos para onde foram enviados.

Agradecemos a cada um dos confrades portugueses pelo seu «sim» ao Senhor Jesus, pela sua proximidade a São Daniel Comboni e pela sua paixão pela missão, no seio do Povo de Deus. Os confrades de origem portuguesa serviram o

Na comemoração dos

70 anos de presença

dos Missionários

Combonianos em

Portugal, o P.e Tesfaye

Tadesse, superior-geral

do Instituto, agradece

a Deus e a cada um

dos protagonistas

desta história.

«O Senhor realiza coisas belas por meio da vida de cada um de nós»

Senhor e o Povo de Deus, no passado e no presente do nosso Instituto, nos mais diversos sectores da pastoral, da formação, da animação missionária e da administração. Estes confrades deram o seu melhor como discípulos missionários nas Igrejas locais, nas comunidades, nas escolas e universi-dades, nas clínicas, nos hospitais e nos meios de comunicação social.

Agradecemos também aos con-frades de outras nacionalidades, e de modo especial aos italianos e espanhóis, que muito contribuíram para a vida da província comboniana portuguesa. Do mesmo modo, agrade-

cemos também aos outros confrades das demais circunscrições da Europa, da América, da África e da Ásia, que passaram por Portugal e que, de algum modo, também +zeram parte da histó-ria destes 70 anos.

Queremos agradecer ainda ao Se-nhor da vida pelos catorze confrades portugueses já falecidos, os quais agora, desde a casa do Pai, continuam a exercer a missão de intercessão por cada um de nós e pela vida do Instituto.

Recordamos ainda os confrades que abandonaram o Instituto e escolheram outras formas de vida. Para eles, deixa-mos aqui uma oração de agradecimen-

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res, colaboradores e amigos pelo seu serviço missionário. Obrigado por nos terem proporcionado os meios para as nossas atividades de evange-lização e animação missionária.

Queremos agradecer às dioceses e às comunidades paroquiais que nos receberam, nos incentivaram e apoiaram a nossa presença e as nossas atividades.

Obrigado, ainda, pelos sinais particulares de vida e de compro-misso ao longo de todos estes anos, tais como a publicação das revistas Além-Mar e Audácia; a animação e a formação missionária de grupos de jovens, como o JIM-Jovens em missão; os Cenáculos de Oração Missionária; o empenho na pastoral paroquial, dando particular atenção aos mais vulneráveis e aos imigran-tes, como é o caso, por exemplo, a presença em Camarate; as atividades realizadas em colaboração com ou-tros institutos religiosos e missioná-rios e com outras organizações civis e religiosas, empenhadas na promoção da justiça social e ambiental, da paz e da reconciliação, e do dialogo entre as diferentes culturas e religiões.

A celebração dos 70 anos de história comboniana, em Portugal, ajuda-nos a preservar a con+ança no Senhor, que continua a incentivar--nos e a realizar coisas belas por meio da vida de cada um de nós e do nosso Instituto. Esperamos e rezamos para que o Senhor continue a suscitar no-vas vocações missionárias, na Igreja portuguesa, e continue a chamar jovens, homens e mulheres, para seguirem a Cristo, na esteira de São Daniel Comboni.

P.e Tesfaye Tadesse,

superior-geral

«O Senhor realiza coisas belas por meio da vida de cada um de nós»

to, porque também eles +zeram parte destes 70 anos de vida comboniana que agora estamos a celebrar. Obrigado pelo que fostes e +zestes pela vida do nosso Instituto. Na mesma linha de pensamento, lembramos todos os que passaram pelos nossos seminários, os ex-seminaristas combonianos, que, hoje, continuam a ser fermento de uma fé missionária, na sociedade por-tuguesa. Continuai a apoiar-nos com a vossa proximidade e amizade, e não percais, nunca, o espírito missionário comboniano.

Agradecemos às Irmãs Missionárias Combonianas pelo facto de, ao longo

destes 70 anos de vida, o Senhor nos ter abençoado e nos ter permitido par-tilhar do mesmo carisma de Comboni e da mesma vocação missionária.

Em Portugal, o carisma de São Daniel Comboni atraiu muitos outros homens e mulheres, leigos e leigas, que se consagraram e dedicaram à missão. Referimo-nos, em particular, às Mis-sionárias Seculares Combonianas e aos Leigos Missionários Combonianos. O nosso obrigado pelo caminho que estamos a percorrer juntos.

O nosso agradecimento carinhoso também aos familiares dos combonia-nos portugueses, e ainda aos benfeito-

1: No dia 27 de abril, houve encontro-

convívio com sacerdotes da diocese de

Viseu

2: O dia 29 de abril foi dedicado aos

jovens, que compareceram em grande

número

3 e 4: O livro Missionários Combonianos

em Portugal: Uma história singular, escrito

pelo P.e Manuel Augusto, foi apresentado

publicamente no dia 28 de abril

5: O Irmão António Martins é o missionário

comboniano português mais antigo

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Jovens em missão (JIM)

FAMÍLIA COMBONIANAPropriedade: Missionários Combonianos do Coração de Jesus Pessoa Colectiva n.º 500139989Diretor: Bernardino Frutuoso (CP 10020)Redação: Fernando Félix (CP 2838)/Carlos Reis (CP 4073)Gra%smo: Luís FerreiraArquivo: Amélia Neves

Redação e Administração: Calç. Eng. Miguel Pais, 91249-120 LISBOARedação: Tel. 213 955 286 E-mail: [email protected]: Manuel Ferreira HortaAdministração: Fax: 213 900 246E-mail: [email protected]

Nº de registo: 104210Depósito legal: 7937/85Impressão:Jorge Fernandes, Lda.Rua Quinta do Conde Mascarenhas, 92825-259 CHARNECA DA CAPARICATiragem: 29.500 exemplares

O meu nome é Rúben Sousa

e tenho 22 anos. Sou de São João

da Madeira e estudante universitário

em Coimbra. Faço parte do grupo

Fé e Missão, que já se tornou

a minha segunda família!

Conheci o JIM-Jovens em Missão e a Família Combonia-na há quase quatro anos. Fui cativado pela sua forma alegre, dinâmica e missionária de estar na Igreja. Enquanto estudava em Lisboa, +z parte do JIM-Sul. Participei nas atividades Semp’ábrir e Missão Mais, e ouvi falar dos bons frutos da caminhada vocacional do grupo Fé e Missão-Norte e da experiência que +zeram em Moçambique no verão de 2015. Então, quando soube que o Fé e Missão-Sul ia arrancar e me convidaram para participar, aderi de imediato.

Entrei para o Fé e Missão com o objetivo de aprofundar a fé e perceber que caminho quer o Senhor que eu siga na vida. Quanto à eventual missão em Moçambique, no início eu pensava: «Não está nos meus planos, mas depois vê-se…» Jesus, porém, é perito em mudar os nossos planos, e é com alegria que hoje digo: «Vou e já tenho a viagem marcada!»

Se mudei de ideias, foi graças àquilo que vivi nos pri-meiros encontros. Em cada +m de semana do Fé e Missão desligo-me das preocupações do dia a dia e +co mais sinto-nizado com Deus. Isso tem-me ajudado bastante a crescer, a perder os medos, a con+ar – de tal modo que o meu «não» inicial se transformou em «sim».

A meses da partida

Eu e todos os meus companheiros do Fé e Missão esta-mos empenhadíssimos na preparação para a missão em Moçambique. Trabalhamos em duas áreas fundamentais. A primeira consiste em encontros de formação especí+ca para a experiência missionária, pois será um mês muito intenso, em que todas as nossas rotinas serão baralhadas. A segunda é o nosso trabalho de angariação de fundos, que visa comparticipar as despesas inerentes à viagem e deixar algum dinheiro à comunidade comboniana de Carapira,

que gentilmente nos acolherá, e que se depara com imensas situações de carência social e humana.

A angariação de fundos é uma tarefa exigente, por vezes até cansativa, mas muito grati+cante, pois +camos com a alma cheia quando nos deparamos com a enorme genero-sidade dos que nos apoiam.

Queremos angariar fundos e dar testemunho da nossa caminhada, de modo a semear em outros jovens a alegria em sermos cristãos. Fazemo-lo em atividades de animação missionária, como a realizada em Coimbra no primeiro +m de semana de abril. Participámos nas eucaristias na capela de S. Miguel e na Sé Nova. Demos a conhecer o nosso projeto missionário e quem quis pôde contribuir com a compra das nossas rifas ou dos artigos religiosos que nós mesmos pintámos à mão. Também organizámos um encontro de divulgação do JIM junto dos estudantes universitários, no Instituto Universitário Justiça e Paz, que decorreu muito bem, graças ao carinho com que fomos acolhidos pela co-munidade universitária de Coimbra, e em particular pelo P.e Paulo Simões, diretor do Secretariado Diocesano da Pastoral Universitária e capelão da universidade.

A concluir, faço um pedido: rezem por nós! Que a vossa oração seja a nossa força para melhor levarmos a cabo este grande desa+o para o qual o Senhor nos chama. Como se diz em Moçambique: «Estamos juntos!»

«Vou em missão e tenho viagem marcada»

Rúben Sousa, de São João da Madeira, é um dos jovens Fé e Missão

de partida para Moçambique para um verão missionário

Alé

m-M

ar