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UFRRJ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
DESENVOLVIMENTO, AGRICULTURA E
SOCIEDADE
MONOGRAFIA
“Sistemas Agrário do Município de Marau”
JOÃO CARLOS BALOTIN
2002
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO,
AGRICULTURA E SOCIEDADE
SISTEMAS AGRÁRIOS DO MUNICÍPIO DE MARAU
JOÃO CARLOS BALOTIN
Sob a Orientação do Professor
Nelson Giordano Delgado
Monografia submetida como requisito
parcial para obtenção do diploma de
Pós-graduação Lato Sensu em Desenvolvimento,
Agricultura e Sociedade
Seropédica, RJ
Novembro de 2002
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO,
AGRICULTURA E SOCIEDADE
JOÃO CARLOS BALOTIN
Monografia submetida ao Curso de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Agricultura e
Sociedade como requisito parcial para obtenção do diploma de Pós-graduação Lato Sensu
em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
MONOGRAFIA APROVADA EM -----/-----/------ (Data da defesa)
Nelson Giordano Delgado ( Ph.D. ) CPDA/UFRRJ
(Orientador)
Nelson Giordano Delgado (Ph.D.) CPDA/UFRRJ
Silvana de Paula (Ph.D.) CPDA/UFRRJ
Nora Beatriz Presno Amodeo (Ph.D.) REDCAPA
SUMÁRIO
Apresentação........................................................................................................1
Avaliação dos Resultados....................................................................................10
Conclusão.............................................................................................................17
Bibliografia...........................................................................................................23
1
APRESENTAÇÃO
A monografia a ser apresentada discute os sistemas agrários, que visam constituir um estudo
analítico e avaliativo dos sistemas de produção do município de Marau RS, no período de fevereiro
de 2001 a dezembro de 2001.
Por sistema agrário, entende-se o modo ou a maneira como os produtores organizam e
exploram seus estabelecimentos ( culturas, criações, trabalho mecanizado ou não, mão-de-obra
familiar ou contratada) visando dar melhor condições econômica para a família.
O interesse neste tema deve-se a possibilidade oferecida de assessorar os produtores rurais na
escolha de um sistema de produção capaz de ter uma boa rentabilidade.
O presente trabalho enfoca o sistema de produção como ponto de partida visando o aumento
da renda dentro da agricultura familiar.
O município de Marau, está localizado na encosta superior do nordeste, com um população
27.766 habitantes, sendo 5.513 residentes no meio rural. Marau foi emancipado pela Lei Estadual n.º
2.550 de 18 de dezembro de 1954 e instalado em 28 de fevereiro de 1955. No meio rural existem
2.100 estabelecimentos rurais. A classificação fundiária do município é agrupadas em três partes: de
0 a 20 ha possui 48,85 % das propriedades, 20 a 50 ha possui 36,39% e com mais de 50 ha possui
14,76% das propriedades. Tendo uma área total de 65.111 ha, desta 42.000 ha são utilizadas no setor
agropecuário. O município é rico em sua agricultura, caracterizado pela conservação de solo e uma
diversificação de culturas . As principais atividades agrícolas desenvolvidas pelos produtores são as
culturas de soja, milho, milho pipoca, trigo, aveia grão fumo e oleicultura; e as atividades pecuárias
são a suinocultura de ciclo completo, a terminação integrada, avicultura de corte e a bovinocultura
de corte e leite.
Em relação à etnia predominante no município é a italiana, grande parte das famílias vieram
da região da serra para se estabelecer no inicio do século XIX. Hoje devido ao parque industrial do
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município é grande o número de famílias que chegam de outros municípios do estado a procura de
emprego.
Atualmente, 99 % das propriedades dispõe de energia elétrica , 85 % das famílias rurais tem
em sua propriedades telefonia rural (celular ou mantida pela prefeitura), fazendo com que os
produtores tenham um bom nível de informação .
A maioria dos produtores rurais exercem agricultura mecanizada e cerca de 80% deles
possuem máquinas agrícolas. Até 1984, a conservação de solo eram praticadas de forma isoladas,
utilizando o terraceamento como solução. Após 1984, houve o advento das microbacias. As práticas
passaram a ser usadas em conjunto, com correção de solo, cobertura, plantio direto, rotação de
culturas e o próprio terraceamanto . Hoje possui 95 % da área agricultável em sistema de
conservação de solo em microbacias hidrográficas.
Quanto à produção de grãos não há problema, pois existe uma boa capacidade de
armazenamento e empresas compradores na região e principalmente há grande consumo na região.
No setor de suínos e frango as integradoras estão instaladas em Marau e Passo Fundo, a produção de
leite toda ela é recolhida por duas cooperativas sediadas no município, que posteriormente repassam
para grandes laticínios, e outra parte da produção fica com dois pequenos laticínios do município.
Através do conhecimento que a equipe municipal da EMATER/ASCAR têm em Marau, a
idéia é fazer um estudo dos sistemas agrários e através destes dados ter um conhecimento da
rentabilidade dos sistemas com o objetivo de orientar os produtores na melhor alternativa, visando a
rentabilidade e a manutenção das famílias no meio rural.
Outro objetivo deste trabalho é obter subsídios para apresentar ao poder público municipal,
através do Conselho Municipal de Agropecuária e Abastecimento sobre as políticas públicas a ser
aplicada no setor da agropecuária. Com o resultado do trabalho pode-se propor atividades que
venham beneficiar os produtores bem como trazerem resultados econômicos para o município, e
também beneficiar aqueles produtores que não têm capacidade e condições de obterem financiamento
juntos as agências bancárias.
Também identificar e analisar os sistemas de produção agropecuária, bem como os diversos
tipos de produção.
O trabalho estará baseado em pesquisa de campo realizada nos meses de fevereiro, março e
abril de 2001, com os produtores dos sistemas produção nas seguintes comunidades rurais de Marau:
Nossa Senhora do Carmo, São Sebastião da Vista Alegre, Três Passos, São Miguel, São Francisco,
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Carrascal, Rodeio dos Tibola, Gramadinho. São Pedro da Boa Vista, São João do Barroso, São João
do Lamaison, São Caetano, Posse Boa Vista, Portão, São José dos Tonial, Rincão da Roça, Aparecida
e Carreta Quebrada.
A idéia é trabalhar com o aumento da renda dos produtores. O trabalho das tipologias dos
sistemas agrários classificando os produtores nos diversos sistemas foi possível visto que, durante o
trabalho de campo realizado nos meses de fevereiro, março e abril de 2001, foram realizadas trinta e
seis entrevistas cujas perguntas contemplam o que cada estabelecimento tem de área total e cultivada
, maquinário, criações, mão-de-obra, custo de produção entre outros itens.
A elaboração das entrevistas seguiu um formulário padrão, ou seja, eram compostas dos
mesmos itens e perguntas, de modo a garantir que não houvesse divergência de dados de campo.
Para que os técnicos das EMATER realizassem o trabalho estes foram treinados no final de
outubro e início de novembro de 2000, no município de Venâncio Aires, treinamento este realizados
por professores da UNIJUÍ, convênio este entre a EMATER e a UNIJUI, para servir de subsídio a
uma pesquisa de campo sobre os sistemas agrários do Rio Grande do Sul. Com este treinamento
realizado e como participei do Curso de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural, aproveitei o
mesmo no trabalho de campo para fazer a monografia final do curso.
O primeiro passo para realização do trabalho uma leitura da paisagem do município com o
auxilio de um professor da UNIJUI orientador do trabalho de campo, onde através de visitas
realizadas no interior do município, procurou-se identificar visualmente e caracterizar as principais
heterogeneidades existente, no que se refere a atividades agrícolas praticadas, tipo de solo, relevo,
vegetação, etc. Dessa forma, pode-se identificar pela leitura da paisagem em três zonas homogêneas
dentro do município.
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Zona 1 – Região de Campo – Esta zona abrange as localidades de Três Passos, Tope e
Carreta Quebrada. Caracterizada por áreas planas e levemente onduladas, solo misto
arenoso/argilosa e uma boa parte coberta de campos nativos onde se desenvolve a pecuária de
corte. Nesta zona se concentram áreas extensiva de lavouras, as granjas de milho e soja (verão )
e trigo ( inverno ),sendo a sua densidade demográfica baixa, com grandes propriedades. A infra-
estrutura nas propriedades é boa com a presença armazéns, silos. O sistema viário é bom com
estradas ensaibradas. De uma maneira geral há um elevado nível de capitalização dos produtores
rurais.
Zona 2 – Região de Floresta Capitalizada – Esta zona atinge as localidades de São João do
Barroso, São João do Lamaison, Cruzinhas, São Miguel, Morangueira, São José dos Rizzi,
Caravágio, São Pedro do Jacuí, São Caetano, São Luiz da Mortandade, Sagrado Coração de Jesus,
Laranjeira, Rodeio dos Tibola, Cachoeirão, Santo Antônio dos Pavan, São Paulo da Cruz, Veado
Pardo, Santa Bárbara, São Sebastião das Vista Alegre, Nova Esperança, São Pedro da Boa Vista,
São José dos Tonial e São Francisco. Caracteriza por relevo levemente ondulado., solo argiloso
com áreas pedregosas. A agricultura é diversificada (grãos, leite, suínos e aves), sendo a
densidade demográfica alta devido a predominância de pequenas e médias propriedades, as quais
tem elevado nível de acumulação. Muitos agricultores mesmo tendo pequenas áreas, dispõe de
mecanização completa ( trator, implementos, automotriz ) e outros dispões de trator e
implementos e contratam o serviços de terceiros para na época da colheita.
Zona 3 – Região de Floresta em Descapitalização – Esta zona compreende as localidades
de Aparecida, Rondon, Carrascal, Pose Boa Vista, Rincão da Roça, São Brás, Santo Agostinho,
Gruta do Rio Marau, Santo Antônio do Planalto, Santo Antônio dos Triches, São Paulo do
Gramado e Gramadinho. Caracteriza pelo relevo ondulado com áreas dobradas, solo argiloso e
áreas com afloramento de rocha. As principais produção de milho, fumo e aviários, presença de
minifúndios, alta densidade demográfica, presença de áreas abandonadas (capoeira). Dentro desta
região existe produtores que se sobressaem as demais, tanto na produção como no capital.
Após o trabalho da leitura da paisagem, realizou-se algumas entrevistas com alguns
moradores mais idosos do meio rural para traçarmos a história agrária de Marau. A história foi
dividida em períodos cronológicos resumindo os acontecimentos destacados pelos produtores em
fatos ecológicos, técnicos e sócio-econômicos.
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Períodos
Fatos Ecológicos Fatos Técnicos Fatos Sócios-
Econômicos
1900 a 1930
Ocupação
(Pecuária
extensiva e
agricultura
de
subsistência)
.
- Derrubada e queima
da mata.
- Sistema de pousio
- Grandes estiagens de
1026 e 1935)
- Roças de milho, feijão,
abóbora e mandioca.
- Porco banha/venda de
excedente de banha.
- Gado comum na região
de campo.
- Uso de tração animal.
- Uso de cargueiro de
mulas para o transporte.
- Chegada de imigrantes
das Colônias Velhas (1ª
família 1875)
- Aquisição de terras de
particulares.
- Construção de Igrejas,
Escolas.
- Comércio de banha com
comerciantes de Sede
Independência (P. Fundo).
- Instalação de Serrarias
1930 a 1960
1ª fase
de
acumulação
Agricultura
comercial
(Porco
banha/trigo)
- Corte de pinheiros.
- Aumento do
desmatamento.
- Grande seca (1942).
- Praga do gafanhoto
(1947).
- Construção barragem
do Capinguí (1950).
- Chuva de granizo.
(1951).
- Controle de pragas
- Aumento da criação de
porco – banha
- Alimentação dos porcos
a base de
milho/mandioca/abóbora.
- Introdução da cultura de
trigo.
- Introdução da trilhadeira
(1951).
- Uso de formicidas e
inseticidas.
- Instalação de moinhos
- Instalação do Frigorífico
Borella (1949).
- Frigoríficos Planaltina e
ZD Costi ( Passo Fundo).
- Emancipação do
município de Marau 1955.
- Comércio de pinheiro
(Madereiras P.Fundo).
- Construção da Estrada
de Ferro.
- Instalação do Curtume
Fuga Couro.
- Venda dormentes
- Abertura do Banco do
Brasil.
- Criação da COOPASSO
Passo Fundo
1960 a 1980
2ª fase
de
acumulação
Modernizaçã
o e
Mecanização
( soja/ trigo/
suinocultura
- Grande nevada (64).
- Intensificação do
desmatamento com
trator de esteira.
- Ocupação dos
campos com lavouras.
- Fertilizantes químicos
e agrotóxicos
- Mecanização (1º trator
1962 importado).
-1ª automotriz 1963
importada.
- Plantio de trigo, soja e
milho.
- Fim porco banha (1970)
e introdução tipo carne.
- Uso de calcário e adubo
químico .
- Introdução da pecuária
de leite (1975).
- Diminuição da pecuária
de corte.
- Início financiamentos
1962.
-Crédito rural subsidiado
-Criação da
COOPEMARAU 1965.
- LAPASA P. FUNDO
(Cooperativa de leite
(75)).
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1980 até
hoje
3ª fase
de
acumulação
Diversifica
ção e
integração
da
agricultura
(suínos/aves/
leite/ grãos).
- Aumento da erosão.
- Início controle erosão
(1984), terraços em
nível, murundum,
cobertura solo.
- Preservação do meio
ambiente,
(Reflorestamento).
- Redução do plantio
trigo e introdução da
cevada.
- Aumento do plantio de
soja e milho.
- Diminuição da
suinocultura.
- Aumento da produção
de leite.
- Introdução de aves.
- Introdução plantio direto
(1992).
- Avicultura Borella
(1980).
- Posto coleta leite
CORLAC (1985).
- Frigorífico Perdigão
- Fábrica de óleo Perdigão
- Perdigão Avicultura
- Frangosul
-COOPROLEITE Marau
Cooperativa de leite
(1993).
- Posto de leite da
COOPERMARAU
(1995).
- Emancipação 4 distritos.
-Êxodo rural (jovens) com
geração de empregos nas
indústrias.
Um sistema agrário é um modo de exploração do meio historicamente constituído, um
sistema de forças de produção, um sistema técnico adaptado às condições bioclimáticas de um
espaço determinado, que responde às condições e necessidades sociais do momento. Um modo de
exploração do meio que é o produto específico do trabalho agrícola, utilizando uma combinação
apropriada de meios de produção inerte e meios vivos para explorar e reproduzir um meio
cultivado, resultante das transformações sucessivas sofrida historicamente pelo meio natural.
Portanto, pode-se definir um sistema agrário como uma combinação das seguintes variáveis
essenciais: O meio cultivado – o meio original e as suas transformações históricas; os
instrumentos de produção - as ferramentas, as máquinas, os materiais biológicos ( plantas,
animais domésticos) e a força de trabalho social que os utiliza; o modo de artificialização do meio
que disso resulta ( a reprodução e a exploração do ecossistema cultivado); a divisão social do
trabalho entre a agricultura, o artesanato e a indústria que permite a reprodução dos instrumentos
de trabalho; os excedentes, que, além das necessidades dos produtores, permitem satisfazer as
necessidades dos outros grupos sociais; as relações de troca entre os ramos associados, as relações
de propriedades e as relações de força que regulam a repartição dos produtos do trabalho ,dos
bens de produção e dos bens de consumo e as relações de troca entre os sistemas; enfim, o
conjunto das idéias e das instituições que permite assumir a reprodução social: produção, relações
de produção e de troca, repartição do produto. (Mazoyer).
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Os produtores trabalham em condições ambientais e sócio-econômicas distintas, mesmo
em regiões pequenas, as diferenças importantes podem existir quanto ao acesso a terra , aos
demais recursos naturais , serviços públicos, aos mercados , recursos financeiros e disponibilidade
de mão-de-obra.
Sistema de produção pode ser definido como uma combinação dos recursos disponíveis
para a obtenção das produções vegetais e animais. Ele pode também ser concebido como uma
combinação de diversos subsistemas produtivos: - os sistemas de culturas das parcelas ou de
grupos de parcelas de terra, tratados de maneira homogênea, com os mesmos itinerários técnicos e
com as mesmas sucessões culturais; - os sistemas de criações de grupos de animais ou fragmentos
de grupos de animais; - os sistemas de processamento dos produtos agrícolas no
estabelecimento.(Defumier)
O sistema de produção agrícola é um modo de combinação entre terra, força e meios de
trabalho para fins de produção vegetal ou animal, comum a um conjunto de explorações. Um
sistema de produção é caracterizado pela natureza dos produtos, da força de trabalho, dos meios
de trabalho utilizados e por suas proporções. (Reboul)
Sistemas de produção refere-se a escolha que os produtores fazer no raciocínio sócio-
econômico das atividades produtivas de culturas , criações, às técnicas , às práticas agrícolas e
econômicas.
Em relação à tipologia dos produtores a bibliografia nos mostra que possuímos os
produtores patronais (capitalistas), os familiares (capitalizados, em capitalização e os
descapitalizados).
Quanto à tipologia dos sistemas de produção pode-se distinguir e agrupar em diferentes
modos de combinação os recursos disponíveis para obter diferentes produção. Revendo a
bibliografia encontra-se uma diversificada tipologia de sistemas de produção, na qual depende da
mão-de-obra disponível dos produtores e também da localização frente ao mercado comprador.
Pois nossa região possui uma gama de agroindústrias (grandes e pequenas), no que se refere as
grandes temos dois frigoríficos de aves, um de suínos, uma fábrica de óleo de soja, uma indústria
de embutidos (salsicharia), duas cooperativas que recebem e resfriam leite, e firmas compradoras
de grãos, fazendo com que o produtor tenha certeza do que ele está produzindo tem mercado
garantido.
As entrevistas foram direcionadas aos produtores representando doze sistemas de
produção no município de Marau RS. Estes produtores e sistemas de produção foram
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selecionados pelos extensionistas do Escritório Municipal da EMATER/ASCAR. Em cada
sistema de produção foram entrevistados três produtores que eram representativos dentro do
sistema. Os produtores selecionados para participarem da pesquisa foram contatados com
antecedência para explicar o processo e ter certeza que os mesmos colaborariam com as
entrevistas. Nas entrevistas foram utilizados um formulário padrão onde eram coletados todos os
dados da propriedade como: área total e área utilizada com culturas e criações, tipos de criações e
culturas, produção e produtividade, tipos e quantidades de insumos utilizados ou consumidos,
mão-de-obra familiar ou contratada, máquinas e equipamentos, se contratava serviços de
terceiros, manutenção familiar, culturas de subsistência, dívidas bancárias ou com terceiros, se
tinha financiamento para custeio agrícola ou pecuário. Os valores das áreas, insumos, produção,
máquinas e equipamentos, animais, foram utilizados dados médios fornecidos pelo comércio local
na época das pesquisa.
Para poder diferenciar os resultados econômicos precisa-se classificar as unidades de
produção, determinando e caracterizando os diferentes tipos de agricultores e sistemas de
produção por eles praticados. Este procedimento proporcionará melhores condições para analisar
e avaliar a capacidade de acumulação e as condições de reprodução dos diferentes sistemas de
produção.
Quando da pesquisa os produtores foram divididos em patronais e familiares e conforme o
sistema de produção :
Categorias Sociais Sistemas de Produção
Zona 1 Patronal
Patronal
Familiar
Grãos (granja) Tração Completa 400 – 600 ha
Grãos – Pecuária de Corte Tração Completa 200 –500 ha Grãos
Tração Completa 70 – 100 ha
Zona 2 Familiar
Familiar
Familiar
Familiar
Familiar
Familiar
Grãos – Aves
Grãos – Aves – Leite
Grãos – Leite
Grãos – Suínos Ciclo Completo
Grãos – Suínos Terminação – Leite
Grãos Tração Completa em Capitalização
Zona 3 Familiar
Familiar
Familiar
Grãos Tração Incompleta em Descapitalização
Fumo – Aves - Leite
Milho - Fumo
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Encontra-se outros sistemas de produção no município utilizado , mas visto que são
poucas famílias que trabalham nestes sistemas e não são representativos, então achamos que não
deveríamos entrevista-los, mas somente citá-los:
Produtores familiares de pecuária de leite;
Produtores familiares de aves de corte;
Produtores familiares de olericultura.
O trabalho de campo para a realização das entrevistas foi realizado nos meses de fevereiro
e março, visto que no máximo eram realizadas duas ou três entrevistas por dia. Após as
entrevistas serem digitadas e tabuladas, foi realizada a sistematização das mesma, obtendo um
modelo padrão para cada sistema de produção.
Quando da realização das entrevista o itinerário técnico foi igual para todos os
produtores, ordenando as perguntas dentro de uma lógica das operações agrícolas de cada espécie
de vegetal plantada e também do manejo dos animais.
Foi realizada a comparação dos sistemas de produção dos agricultores familiares, nesta
avaliação trabalhou-se com as variáveis econômicas, visando o aumento da renda familiar. No
estudo que realizado o pensamento foi buscado no trabalho olhando no enfoque econômico da
pequena propriedade rural familiar buscando soluções de sustentabilidade. Outra parte foi a
comparação entre os diversos sistemas de produção existente no município buscando a
viabilidade do sistema em função da rentabilidade para os produtores.
AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS
O trabalho de avaliação final será baseado na sistema de produção familiar. Comenta-se
sobre os resultados dos produtores patronais, mesmo estes não sendo o público preferencial da
Extensão Rural e também dos programas municipais. Que este trabalho sirva de modelo para
direcionar melhor o trabalho de extensão rural no município de Marau e ser um apoio técnico para
as políticas municipais que o Conselho Municipal de Agropecuária e Abastecimento realizará a
partir de agora.
O primeiro passo a analisar é o zoneamento agroecológico de Marau. O trabalho de
campo nos mostrou a divisão do município em três zonas que em muitas localidades é bem visível
e em outras se confunde. O que se pode dizer é que os agricultores familiares estão presente em
todas as localidade, em algumas em menor escala e em outras sendo a grande maioria. Na Zona
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de Campo, Zona de Floresta Capitalizada e Zona de Floresta em Descapitalização pode-se avaliar
que os sistemas de produção presente mostram alguma diferença sendo que na zona de Floresta
Capitalizada está a maior diversificação dos sistemas de produção.
1.SISTEMA PATRONAL DE GRÃOS:
O sistema patronal de grãos com área entre 400 a 600 ha, mostra produtores que utilizam
mão-de-obra contratada mensal, com completo sistema de produção e armazenagem de grãos
com secadores, são os granjeiros, que detém as melhores áreas de terra no município. Trabalham
com as culturas de soja e milho no verão e trigo e aveia para cobertura do solo no inverno. O
plantio direto é a forma de plantio das culturas. A soja representa uma área de 340 ha com um
rendimento físico de 2.400 kg, o milho é plantado em 180 ha e tem um rendimento físico de 5.400
kg, com culturas de inverno o trigo é semeado em 100 ha com um rendimento físico de 2.400 kg e
o restante da área é plantada a aveia preta para cobertura do solo. Este produtores tem uma renda
agrícola líquida anual média de R$ 123.1260,00, o que faz com que cada vez mais se tornem
prósperos produtores de grãos. São produtores que possuem um excelente nível de vida, muitos
tem um dos filhos que cursou ou está cursando a faculdade de agronomia. São produtores que
têm facilidade em conseguir através das agências bancárias o crédito agrícola. No sistema de
produção são utilizadas altas dosagem de insumos químicos e os equipamentos normalmente são
novos e com sobra de equipamentos nas propriedades. Além da produção para a venda estas
propriedade produzem alimentos para a sua subsistência.
2. SISTEMA DE PRODUÇÃO PATRONAL GRÃOS E PECUÁRIA DE CORTE:
Neste segmento estão os produtores que por algum laço de parentesco vem cultivando a
tradição de seus antecestrais na produção de carne no município. Com a chegada das culturas, no
início trigo; estes produtores que na época eram pecuaristas passaram a produzir também grãos.
Hoje suas propriedade que ficam média de 200 a 500 ha, estão mais plantando do que criando
gado. Os produtores que tem em média um empregado mensal e trabalham com um rebanho
médio de 60 vacas de corte, vendendo anualmente 25 cabeças com peso médio vivo de 400 kg,
tendo uma área de campo nativo de 75 ha. Nas culturas se dedicam ao plantio de 60 ha soja com
um rendimento físico de 2.400 kg e uma área de 40 ha de milho com um rendimento físico de
5.100 kg. No inverno estes produtores plantam uma área de 30 ha de trigo obtendo um
rendimento físico de 2.400 kg/ha e o restante da área plantam aveia preta para alimentação dos
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animais e posteriormente realizarem o plantio direto. São produtores que utilizam uma boa
tecnologia e tem facilidade em obter recursos de crédito agrícola nas agências bancárias. Estes
produtores tem uma renda agrícola média líquida anual de aproximadamente R$ 15.989,00. São
produtores que possuem equipamentos adequados para realizar as tarefas do trabalho, muitos
ainda prestam serviços para outros pequenos produtores. Estão localizados em área produtivas e
terrenos levemente ondulados. Este produtores produzem os alimentos para subsistência de sua
família e a do empregado.
3. SISTEMA FAMILIAR GRÃOS:
O sistema familiar grãos com área não superior a 100 ha está deixando para os produtores
uma boa margem de rendimento, sendo que quando o produtor realiza a rotação de cultura e
plantio de culturas de inverno esta rentabilidade aumenta. A renda agrícola líquida anual média
destas propriedade foi constatada na pesquisa de R$ 18.410,00. Basicamente os produtores
cultivam em média 70 ha de soja com um rendimento de 2.400 kg/ha e 30 ha de milho com um
rendimento de 5.400 kg/ha no verão e 40 ha de trigo com um rendimento de 2.400 kg/ha e o
restante da área permanece coberto com aveia ou azevém no inverno para realizarem o plantio
direto. Buscam com facilidade recursos nas agências bancárias e utilizam uma tecnologia bem
avançada. Estão presentes em reuniões ou trabalhos que visam mostrar as vantagens de novas
tecnologias. São famílias tradicionais que possuíam grandes áreas, mas com o casamento de
filhos foram diminuindo as áreas e hoje estão estabilizados em termos de áreas. Estão em áreas de
boa fertilidade e em terrenos levemente ondulados. Este produtores estão equipados com
maquinaria capaz de realizar todo o seu trabalho e muitas vezes vendem os serviços de máquinas,
principalmente de colheita para os vizinhos. São produtores que têm uma boa experiência no
plantio , toda a mão-de-obra é familiar e utilizam crédito agrícola para realizar o plantio. São
produtores estabilizados financeiramente e com um bom padrão de vida . Estas famílias produzem
os alimento par sua subsistência.
4. SISTEMA FAMILIAR GRÃOS E AVES:
O sistema familiar grãos e aves. A renda agrícola líquida anual média de sistema é de R$
4.101,00. Neste sistema os produtores possuem uma área de propriedade média de 19 ha e que
além do plantio principalmente de soja e milho em áreas não superior a 15 ha têm com
complemento da renda a criação de aves de corte integrados. São produtores que associam a
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atividade da lavoura com a criação de aves , melhorando com adubação orgânica o solo e com
isso aumentando a produtividade de grãos e em conseqüência tendo uma maior rentabilidade. São
produtores que compram serviços de colheita de terceiros, mas tem ainda mão- de-obra familiar.
A grande maioria destes produtores se associaram entre irmãos ou parentes para adquirir em
conjunto o trator e os equipamentos para o trabalho na lavoura. Utilizam o crédito agrícola para
realizarem o plantio e na melhoria das instalações. São ligados a integradora de aves, onde
recebem as aves e alimentação entrando com a mão-de-obra , recebendo no final da entra do lote
de aves um valor financeiro como retorno do trabalho. A cama do aviário é usada com adubação
nas lavouras ou comercializado com outros produtores. A produção de aves está centrada num
aviário com capacidade de alojar 7.000 aves por lote, fazendo em média 6 lotes por ano. Estes
produtores têm na agricultura de subsistência uma forma de evitar o gasto com muito produtos
essenciais na manutenção familiar. Normalmente, planta 8 ha de milho com um rendimento de
4.200 kg/ha e planta também em média 6 ha de soja com um rendimento de 2.520 kg/ha.
5. .SISTEMA FAMILIAR GRÃOS, LEITE E AVES:
O sistema familiar grãos, leite e aves tem uma renda agrícola líquida anual média da
propriedade de R$ 15.513,00. São produtores que possuem uma área média de propriedade de 35
ha e utilizam para a produção de grão soja 15 ha com um rendimento de 2.700 kg/ha e 5 ha
milho com um rendimento médio de 5.400 kg/ha, criam aves integrados e também tem atividade
leiteira como complemento do trabalho. A produção de leite fica ao redor de 10 matrizes com um
rendimento médio de 13 lts leite/vaca/dia, e as pastagens tanto de inverno como de verão são
produzidas com o adubo orgânico e com isso aumenta a rentabilidade da propriedade. ë um
sistema bastante lucrativo e está em franca expansão no município. Ainda produzem silagem para
manter os animais em bom estado durante todo o ano. A capacidade do aviário é de alojar 7.000
aves por lote, sendo realizado 6 lotes por ano. A agricultura de subsistência também está presente
para diminuir os gatos com produtos essenciais na manutenção familiar. Os serviços de colheita
das culturas de verão são realizados por terceiros, e alguns equipamentos utilizados como
ensiladeira e o distribuidor de cama de aviário são adquiridos em conjunto com vizinhos. As áreas
destas propriedades são bem férteis visto a cama de aviário e também os produtores utilizarem
uma boa tecnologia.
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6. SISTEMA FAMILIAR GRÃOS E LEITE:
No sistema familiar grãos e leite, a renda agrícola líquida anual média da propriedade é de
R$ 19.694,00. Neste sistema os produtores tem uma área média 35 ha, sendo que cultivam 17 ha
de soja com um rendimento de 2.460 kg/ha e 5 ha de milho com um rendimento de 5.400 kg/ha,
na atividade leiteira tem me média 12 matrizes , produzindo em torno de 14 lts leite/vaca/dia. São
produtores que têm uma boa produtividade aliada ao baixo custo de produção do leite visto que
todos os insumos são produzidos na propriedade. No inverso usam culturas com azevém e aveia ,
no verão capim italiano e sorgo para alimentação dos bovinos de leite e ainda para complemento
da alimentação dos animais produzem grãos de inverno. Ë uma atividade com ótimo retorno
econômico visto a boa tecnologia usada por este produtores. Também têm na agricultura de
subsistência presente na propriedade fazendo com que os principais produtos essenciais sejam
produzidos pela família. São famílias com ótimas moradias e com uma padrão muito bom de vida,
além de terem as instalações bem organizadas.
7. SISTEMA FAMILIAR GRÃOS TRAÇÃO COMPLETA:
No sistema familiar grãos tração completa a renda agrícola líquida anual média da
propriedade é de R$ 10.975,00. Este sistema encontrado na zona 2 onde as famílias que planta
culturas de verão, são produtores que devido terem pequenas áreas possuem colheitadeira em
parceria com outros produtores. Além da colheita de suas lavouras realizam o serviço para
terceiros. São produtores que possuem uma área média de propriedade de 45 ha e utilizam com
lavouras 35 ha de soja com um rendimento de 2.220 kg/ha e 2 ha de milho com um rendimento
de 3.600 kg/ha. No inverno estas famílias deixam que o azevém nativo desenvolva para
posteriormente fazem o plantio direto das culturas de verão. São pequenos produtores que estão
trabalhando com um margem de renda ainda economicamente viável, mas qualquer frustração de
safra que ocorrer estão a perigo. São famílias com um bom padrão de vida , estabilizadas
financeiramente e a agricultura de subsistência está presente dentro da propriedade visando a e
melhoria alimentar das pessoas. Produzem produtos de subsistência familiar.
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8. SISTEMA FAMILIAR GRÃOS EM DESCAPITALIZAÇÃO:
No sistema familiar grãos em descapitalização as famílias estão basicamente inseridas na
zona 3, onde o solo é mais desfavorável em relação as demais regiões do município. São famílias
que possuem uma área média de propriedade de 25 ha e utilizam com lavouras uma área de 23 ha.
Realizam o plantio de 15 ha de soja com um rendimento de 2.100 kg/ha e 8 ha de milho com um
rendimento de 3.600 kg/ha, onde predomina a cultura da soja no verão, no inverno esta terras
ficam coberta de azevém nativo, normalmente compram serviços de terceiros para a colheita. A
produtividade destas áreas está a baixo da média do município, são famílias que não chegam a
alcançar a renda mínima de manutenção familiar. O número de pessoas por família ficou restrita
ao casal, visto que os filhos(as) deixaram a propriedade e foram para a cidade em busca de
emprego para melhorar a renda familiar. Em termos de agricultura são produtores que não
conseguem busca crédito junto aos bancos, realizando o plantio com os pequenos recurso da
família e com isso não utilizam bem o tecnologia. A renda agrícola líquida anual média é de R$
3.852,00. Também têm na agricultura de subsistência presente na propriedade fazendo com que
os principais produtos essenciais sejam produzidos pela família.
9. SISTEMA FAMILIAR GRÃOS, LEITE, SUÍNOS TERMINADOR:
Neste sistema de produção grãos, leite, suínos terminados as famílias possuem uma área
média de propriedade de 25 ha, e utilizam para a produção de grãos uma área de 13 ha com soja e
um rendimento de 2.700 kg/ha e 3 ha de milho com um rendimento de 4.800 kg/ha. Mantêm um
rebanho leiteiro médio de 12 vacas com um rendimento de 14,5 lts leite/vaca/dia, fazem pastagem
de verão e inverno e utilizam a silagem como complemento da alimentação. Na suinocultura são
integrados, recebendo os animais e a alimentação, e terminando 500 cabeças por ano, recebendo
um valor por suíno terminado. O produtor recebe os suínos com aproximadamente 20 kg e os
mesmos permanecem na propriedade em torno de 4 meses, quando vão para o abate estão
pesando em média 100 kg.. O produtor deve ter as instalações de acordo com as exigências da
integradora. São famílias que com mão-de-obra disponível visto que a atividade leiteira, bem
como a terminação de suínos exige mão-de-obra para realizar as tarefas, sendo que a produção de
grãos estes produtores compram os serviços de colheita. Com a utilização dos dejetos de suínos
nas lavouras, há um aumento na produtividade e também uma diminuição da aquisição de
insumos modernos e com isso aumenta a renda familiar. Este sistema de produção traz um
excelente retorno financeira para as famílias, fazendo com que as mesmas realizem todas as
atividade sem buscar recursos nos agente financeiros. São produtores que possuem uma renda
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agrícola líquida anual média de R$ 15.173,00. Também têm na agricultura de subsistência
presente na propriedade fazendo com que os principais produtos essenciais sejam produzidos pela
família.
10. SISTEMA FAMILIAR GRÃOS E SUÍNOS CICLO COMPLETO:
No sistema familiar grãos e suínos ciclo completo as famílias possuem uma área média de
propriedade de 20 ha, e utilizam 8 ha ha com plantio de soja e um rendimento de 2.700 kg/ha e 8
ha de milho com um rendimento de 5.400 kg/ha, sendo que a cultura do milho é a principal visto
que é utilizada na alimentação dos animais. Este produtores têm em média 8 matrizes , não são
integrados e comercializam a produção para os pequenos frigoríficos ou para as pequenas
agroindústrias da região. São produtores que buscam na produção de grãos altas produtividade e
com isto reduzem o custo da alimentação dos animais. Com a transformação do grão em carne
estas famílias aumentam a rentabilidade da propriedade. Utilizam os dejetos de suínos nas
lavouras e com isso há uma diminuição da aquisição dos adubos químicos para a formação das
lavouras. São famílias que têm um bom padrão de vida, devido ao retorno destas atividades. Tem
uma renda agrícola líquida anual média de R$ 10.327,00. Outra atividade é agricultura de
subsistência presente na propriedade visando a produção de alimentos de subsistência familiar.
11. SISTEMA FAMILIAR FUMO, AVES E LEITE:
No sistema familiar fumo, aves e leite encontram-se pequenos agricultores familiares que
possuem área de propriedade média de 12,5 ha. Cultivam em média 2 ha de fumo com baixa
tecnologia e um rendimento de 1.600 kg/ha. Possuem uma média de 6 vacas leiteiras cruzadas
com um rendimento de 6 lts leite/vaca/dia. Na produção de aves de engorda, os aviários
apresentam uma capacidade de alojar 7.000 aves por lote, sendo feitos 6 lotes por ano. As áreas
de terras são de fertilidade baixa e os produtores utilizam baixa tecnologia para a produção tanto
de fumo como de leite, usando como principal fonte de adubo a cama do aviário. São famílias de
baixa renda . Os rendimentos aferidos com o aviário se tornaram a principal fonte, visto que a
produção de fumo e leite tem um rendimento baixo. É um sistema em que o produtor está no
ponto de corte da renda familiar. Sua renda agrícola líquida anual média de R$ 10.789,00. Outra
atividade da família é agricultura de subsistência na propriedade para a produção de alimentos de
subsistência.
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12. SISTEMA FAMILIAR FUMO E MILHO:
Neste sistema familiar fumo e milho encontram os pequenos agricultores que possuem
uma área de propriedade média de 8 ha, onde plantam fumo em 2 ha e 4 ha de milho. São áreas
marginais no município , o solo é o mais pobre de todas as áreas, sendo que usam a tecnologia
mínima para o plantio, com isso o rendimento do fumo alcança os 1.400 kg/ha e a de milho
1.800 kg/ha. São produtores que não conseguem buscar nas agências bancárias crédito agrícola e
se apegam nas fumageiras para fazer a lavoura de fumo. Quanto à semente de milho basicamente
é do sistema troca-troca. São famílias mais numerosas, pois a mão-de-obra é utilizada na cultura
do fumo. Estão a baixo do mínimo necessário para manter a família com um padrão de vida
regular. O preparo do solo para plantio de fumo e milho é feito com tração animal. A renda
agrícola líquida anual média é de R$ 3.850,00. São famílias que tem na atividade de agricultura
de subsistência na propriedade outra forma de produzir os alimentos para subsistência familiar.
CONCLUSÃO
O presente estudo permitiu identificar doze diferentes sistemas produção no município de
Marau no Estado do Rio Grande do Sul, que evoluíram e diferenciaram-se ao longo de tempo.
Esta evolução deve-se ao fato principalmente do parque industrial que existe no município
(abatedouro de suínos e aves, cooperativas de leite indústria de óleo).
Ao realizar a leitura da paisagem do município começa-se ver as diferenças quanto do
sistema de produção que existe dentro de cada zona. Na Zona de Campos, estão localizados os
produtores patronais e os agricultores familiares com mais de 70 ha e no máximo 100 ha., este
produtores estão nas áreas consideradas nobre no município e produzem grandes quantidade de
grãos.
Na Zona de Florestas Capitalizadas estão a grande maioria dos produtores familiares,
possuem propriedades não superior a 50 ha e produzem grãos, leite e carne, diversificando suas
propriedades e bem organizados, com isso apresentam um bom padrão de vida, estão localizados
entre as outras duas zonas.
Na Zona de Florestas Descapitalizadas estão também produtores familiares que possuem
áreas mais dobradas e com solo mais pobre em termo de fertilidade, sendo que a cultura do fumo
é a principal alternativa consorciada com milho, leite e aves ( sendo que a avicultura está entrando
agora neste zona). São produtores que apresentam as propriedade bem organizadas.
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Quanto aos sistemas de produção analisar-se-a todos separadamente dando o nosso ponto
de vista em relação à rentabilidade que os produtores estão obtendo neste momento.
1. SISTEMA PATRONAL GRÃOS:
Estudado o sistema de patronal grãos, são os considerados granjeiros, este produtores tem
uma alta rentabilidade em suas propriedades, usam toda a tecnologia disponível no mercado e
realizam um plantio diversificado e com rotação de cultura. Devido terem grande produção de
grãos e a condição de armazenarem os produtos sempre barganha na venda de seus produtos.
Estes produtores possuem assistência técnica própria ou contratada. Os produtores patronais não
são público da extensão rural, mas tem papel importante no desenvolvimento municipal, são os
principais inovadores e sempre buscam o melhor para suas propriedades.
2. SISTEMA PATRONAL GRÃOS E PECUÁRIA DE CORTE:
Outro sistema de produção analisado, considerando que a extensão rural não trabalha com
estes produtores, é o sistema patronal de grãos e pecuária de corte. São produtores que têm uma
boa rentabilidade, mas ainda a pecuária de corte não é muito tecnificada, podendo com uma boa
melhoria nos campos aumentar sua rentabilidade. Possuem a tradição de produzir animais em
campo nativo, são considerados os fazendeiros. São produtores que tem assistência técnica
contratada e utilizam nas lavouras uma boa tecnologia.
3. SISTEMA FAMILIAR GRÃOS:
Os produtores rurais familiares que se enquadraram no sistema de produção familiar
grãos na faixa de 70 a 100 ha, são produtores que têm capacidade de investir nas suas
propriedades, procuram utilizar altas tecnologia e conseguem excelentes resultados, sua
rentabilidade é muito boa. Este produtores também possuem uma área de terra que favorece a
agricultura de grãos, fazem a rotação de cultura, para aumentar a produtividade. Seu parque de
máquinas é bom e além de muitos terem a assistência técnica particular, muitos ainda buscam a
extensão rural para obterem mais conhecimento para aplicar em suas propriedades. São
produtores que buscam inovações e o melhor para suas propriedades.
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4. SISTEMA FAMILIAR GRÃOS E AVES
Os produtores do sistema familiar grãos e aves, são pequenos produtores que começam
associar grãos e carne para aumentar a rentabilidade da propriedade. Eles possuem uma
rentabilidade regular, que poderá ser maior com o aumento do seu aviário e em conseqüência
aumentaria o retorno financeiro. Na produção de grãos, visto serem pequenos produtores, estes
poderiam utilizar mais a cama do aviário e com o tempo passarem a produzir produtos orgânicos
e com isso aumentariam as receitas e baixariam os custos. São produtores que recebem
orientações da extensão rural e das integradoras.
5. SISTEMA FAMILIAR GRÃOS, LEITE E AVES:
Os produtores do sistema familiar grãos, leite e aves estão realizando dentro de suas
propriedade uma integração completa; produzem o alimento dos animais através do uso do adubo
orgânico e adquirem o necessário do adubo químico para complementar a adubação. Estes
produtores estão tendo uma boa rentabilidade pela quantidade de área disponível. Recebem
orientações também da extensão rural e das integradoras. O que este grupo poderia fazer para
aumentar mais ainda a rentabilidade seria aumentar o aviário e através da melhoria das pastagens
aumentar a produtividade de leite e baixaria os custos de produção na atividade leiteira. Os
produtores poderiam engordar os terneiros para serem abatidos, com isso aumentaria a renda na
propriedade, visto que no momento estes animais estão sendo mortos quando nascem pelos
produtores.
6. SISTEMA FAMILIAR GRÃOS E LEITE:
As famílias rurais que estão no sistema de produção de grãos e leite, possuem uma
excelente rentabilidade pela área que utilizam. Recebem a orientação das extensão rural e da
integradora de leite com isso buscam cada vez mais aperfeiçoar os seus conhecimento
principalmente na atividade leiteira. Os produtores poderiam aumentar as produtividades tanto de
grãos com de leite pelo uso de uma boa tecnologia e também fazendo melhoramento das
pastagens para baratear os custos. Outra orientação na parte de leite é o melhoramento do rebanho
com a utilização de inseminação artificial buscando animais de boa produção. Os produtores
poderiam engordar os terneiros para serem abatidos, com isso aumentaria a renda na propriedade,
visto que no momento estes animais estão sendo mortos quando nascem pelos produtores.
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7. SISTEMA FAMILIAR GRÃOS TRAÇÃO COMPLETA:
Os produtores que utilizam o sistema de produção de grãos com tração completa, ainda
estão tendo uma boa rentabilidade, mas devido só o plantio de culturas de verão estarem correndo
o risco de uma frustração. Estes produtores poderiam utilizar um terço de sua áreas no inverno
para o plantio e também como tem uma área média de 45 ha e entrarem em outras atividades para
aumentar a rentabilidade da propriedade. Eles possuem disponível mão-de-obra e máquinas, com
isso também a venda de trabalho poderia ser outra receita para a propriedade. A utilização de
tecnologia para o aumento de produtividade está ao alcance dos produtores, com isso a
propriedade vai se tornando mais competitiva. A assistência técnica particular só procuram
quando da realização de financiamentos bancários, caso contrario sempre procuram a extensão
rural para buscarem informações que possam ser aplicados nas suas propriedades.
8. SISTEMA FAMILIAR GRÃOS EM DESCAPITALIZAÇÃO:
Este grupo de produtores que estão inseridos no sistema familiar de produção grãos em
descapitalização, não têm uma rentabilidade que a família consiga se manter na propriedade. Os
filhos já saíram da propriedade em busca de emprego na cidade e ficou o casal na propriedade.
Normalmente a área gira em torno de 25 ha devido à falta de mão-de-obra plantam culturas de
verão, com baixa tecnologia e com isso a produtividade é baixa. Com estes produtores a extensão
rural está tentando manter eles o meio, através de trabalhos que buscam a auto suficiência na
produção de alimentos para a subsistência. Este produtores como não possuem facilidade de
buscarem crédito junto às agências bancárias, poderiam ser financiados com dinheiro do fundo
municipal rotativo, coordenado pelo Conselho Municipal da Agropecuária e Abastecimento, para
corrigir seu solo e com isso aumentariam a sua produção. Este agricultores se não tiverem uma
política agrícola direcionada para eles, num futuro bem próximo os mesmo tenderão em vender
suas propriedades para virem morar na cidade. Muitos estão somente esperando que chegue a
idade da aposentadoria rural para poderem usufruir da mesma e venderem suas propriedades.
9. SISTEMA FAMILIAR GRÃOS, LEITE E SUÍNOS TERMINADOR:
Os produtores que tem no sistema familiar de produção de grãos, leite e suínos terminador,
tem um excelente rentabilidade de suas propriedades. Estes produtores estão inseridos nas
atividade com mão-de-obra suficiente e dispõe de adubo orgânico proveniente da suinocultura
suficiente para a formação das pastagens para os bovinos leiteiro, com isso diminuiria a aplicação
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de insumos comparados para a produção de alimentos para os bovinos e com isso aumentaria a
produção e baixaria os custo na atividade, aumentando o lucro. Os produtores poderiam engordar
os terneiros para serem abatidos, com isso aumentaria a renda da propriedade, visto que no
momento estes animais estão sendo mortos quando nascem pelos produtores. Este produtores
recebem a orientação das integradoras e procuram a extensão rural informações na parte de
culturas e alimentação bovinos. Outra alternativa para estes produtores seria a produção de grãos
de inverno para alimentação dos bovinos , fazendo que reste o milho para a venda no comércio.
10. SISTEMA FAMILIAR GRÃOS E SUÍNOS CICLO COMPLETO:
Produtores que têm o sistema familiar de produção de grãos e suínos de ciclo completo,
ainda estão tendo uma boa rentabilidade, mesmo nesta época. A produção de grãos,
principalmente o milho, é toda consumida na propriedade. Este produtores deveriam começar a
produzir grãos de inverno para alimentar os suínos e com isso aumentariam a sua rentabilidade,
pois os grãos de invernos o custo de produção é menor e mas épocas de preço mais baixo do quilo
de suíno teriam um alimento mais barato e com o mesmo valor nutritivo.
11. SISTEMA FAMILIAR FUMO, AVES E LEITE:
Os produtores inseridos neste sistema familiar de produção de fumo, aves e leite, são
pequenos proprietários que tinham na fumicultura a principal atividade, mas com o passar do
tempo foram diminuindo a cultura do fumo e partindo para a atividade avícola. A rentabilidade é
boa, pelo motivo da avicultura estar dando bons retornos para este produtores. São famílias que
estão aos poucos saindo da cultura do fumo. Estes produtores também deveria ser ter um projeto
para melhoria do seu rebanho leiteiro, pois são animais de pouca produção leiteira e famílias de
baixa renda. Recebem orientação das integradoras e dificilmente procuram a extensão rural para
trabalhos, localizam-se nas áreas marginais do município e o solo é bastante pobre em fertilidade.
12. SISTEMA FAMILIAR FUMO E MILHO:
Produtores que têm o sistema familiar de produção de fumo e milho como atividades
principais de suas propriedades. A rentabilidade destas famílias é baixa, a sobrevivência vem da
produção de subsistência. São famílias mais numerosas onde existe mão-de-obra disponível. As
suas áreas de terra são de baixa fertilidade e não disponham de recursos para corrigir o solo. Para
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estas famílias deveriam ser disponibilizados recurso do fundo municipal de agropecuário e
abastecimento , através de um projeto , para a produção de produtos orgânicos e com isso
aumentar a renda familiar.
A análise das principais atividades produtivas de cunho comercial implementadas pelos
agricultores locais permite a elaboração de algumas considerações. A atividade leiteira, representa
o maior potencial de expansão no município, além disso a atividade de avicultura de corte está em
franco desenvolvimento, como as integrados procurando novos investidores. Quanto à produção
de grãos quem está melhor são os grandes , médios produtores. A atividade de cultivo do fumo
no município está em decadência visto que é plantada nas propriedades mais descapitalizadas. A
suinocultura vem diminuindo a cada ano que passa, em virtude das integradoras não comprarem
mais animais dos produtores não integrados. Já a atividade de criação extensiva de bovinos não
parece constituir-se , como no passado, uma atividade propulsora da economia local.
Com relação à abordagem metodológica utilizada neste estudo, cabe salientar que o
instrumental permitiu colocar em evidência a importante diversidade de atividades desenvolvidas
pelos produtores. Pode-se encaminhar assim um processo de reflexão sobre as ações e
proposições de desenvolvimento rural mais apropriadas para o município de Marau.
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