uem - preparação de trabalhadores para as atividades espíritas

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P P r r e e p p a a r r a a ç ç ã ã o o d d e e T T r r a a b b a a l l h h a a d d o o r r e e s s p p a a r r a a a a s s A A t t i i v v i i d d a a d d e e s s E E s s p p í í r r i i t t a a s s Evangelho “...dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, \\\se desfará; mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la, para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus.” (Atos, 5: 38-39)

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Page 1: UEM - Preparação de Trabalhadores Para as Atividades Espíritas

SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 1

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PPrreeppaarraaççããoo ddee

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aaccoonntteeççaa sseerrddeess ttaammbbéémm aacchhaaddooss ccoommbbaatteennddoo ccoonnttrraa DDeeuuss..”” ((AAttooss,, 55:: 3388--3399))

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 2

APRESENTAÇÃO

“E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde euestiver estejais vós também.” (João, 14:3)

O objetivo deste curso é apresentar, aos trabalhadores, uma definição das atividadesdesenvolvidas nos Centros Espíritas, sob uma ótica educativa, de forma a oferecer subsídiosao entendimento essencial da divulgação e da vivência doutrinária.

Ao invés de ter um caráter substitutivo das demais propostas de estudos doutrinários, visareforçá-las através da apresentação de um conteúdo simples e de fácil assimilação acerca da baseDoutrinária-Evangélica, associando-as, didaticamente, com às atividades práticas dos CentrosEspíritas.

POR QUÊ ?

“Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? (I Corintios, 14:8)

Diante da Campanha de Divulgação do Espiritismo, lançada e aprovada pelo ConselhoFederativo Nacional em novembro de 1996, que tem por objetivo tornar a Doutrina Espírita maisdivulgada e melhor praticada, espera-se que um número cada vez maior de pessoas procure osCentros Espíritas em busca do esclarecimento e do consolo que a Doutrina coloca ao alcance e aserviço de todos.

Em face dessa demanda, os Centros Espíritas precisam preparar-se para corresponder àsaspirações e programações do Mais Alto, traçadas pela Espiritualidade Superior para esta hora,bem como atender de forma adequada a todos aqueles que batem às suas portas.

Sentimos que isto só será possível se os Centros Espíritas prepararem trabalhadoresqualificados e em número suficiente para que o Movimento Espírita esteja cada vez mais próximo darevivescência do Cristianismo Primitivo sob a égide da Doutrina dos Espíritos.

A União Espírita Mineira, através do DESDE/SPTAE (Setor de Preparação deTrabalhadores para as Atividades Espíritas), consciente desta realidade, oferece, neste singelotrabalho, reflexões que objetivam, em seu nascedouro, aproximar cada vez mais as diversasfrentes com vistas à capacitação ordenada do trabalhador.

COMO ?

Através de Cursos de Preparação de Trabalhadores para Atividades Espíritas,permanentemente aplicado nos Centros Espíritas.

O curso, aqui proposto, promove simultaneamente o aprofundamento do conhecimento daDoutrina dos Espíritos, das diretrizes que norteiam o Movimento Espírita, a Unificação, a Estruturado Centro Espírita, o Perfil do Trabalhador Espírita, a importância do Trabalho em Equipe e a Filosofiadas diversas frentes de trabalho dos Centros Espíritas sob uma ótica educativa. Propõe ainda analisarpassagens do Evangelho relativas aos temas a serem estudados, sulcando a terra do coração comvistas a uma interpretação minuciosa em Espírito e Vida.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 3

PÚBLICO ALVO

“Porque não pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somosvossos servos por amor de Jesus.” - (II Coríntios, 4:5)

Atendendo ao “Projeto 1868” constante em Obras Póstumas, objetiva-se “fazer adeptosesclarecidos”. A fundamentação do trabalho não visa substituir as frentes de estudos mas, aocontrário, reforçá-las, pois, sem as mesmas, a unidade de princípios ficaria deficitária. O móvelmaior é criar mais uma frente de estudo que atenda tanto ao público neófito, quanto ao públicoESDE e outros cursos de Doutrina Espírita. Também ter por objetivo sensibilizar os trabalhadoresengajados nas atividades levadas a efeito no empirismo do dia-a-dia dos Centros Espíritas,apontando os caminhos que atendam a uma orientação prudente e segura, respeitando etapase aptidões bem como a engrenagem dos nossos Centros Espíritas.

CONTINUIDADE

“E a um deu cinco talentos e a outro dois e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade...”(Mateus, 25:15)

Depois de ter freqüentado todo o curso de Preparação de Trabalhadores para asAtividades Espíritas – PTAE -, os trabalhadores deverão ser encaminhados aos diversosdepartamentos ou setores do Centro Espírita. Assim poderão ser amparados e fortalecidos pelaexperiência dos que já trabalham nestes departamentos, como também ser capacitados dentroda área de aptidão individual, consolidando, na intimidade de suas mentes e corações,concepções doutrinárias mais próximas às premissas da Codificação Espírita e das conclusõese proposições do Conselho Federativo Nacional.

PROPOSTA DE UM TRABALHO UNIFICADO

Quando divulgamos a importância da unificação, depreendemos que ela deveria começardentro da casa espírita.

As nossas Casas, em função da necessidade de organização e trabalho, possuemDepartamentos/Setores, em que atuam trabalhadores especializados no atendimento a públicosespecíficos. Entretanto, a divisão do trabalho em departamentos gera, muitas vezes, atuaçõesisoladas que ocasionam dificuldades de comunicação e falta de interação levando à formaçãofragmentada do todo.

A integração é importante

Cada setor utiliza metodologias e recursos específicos para o atendimento ao seu público,isto é ponto pacífico, mas, quando se tem maior troca de experiências, o fortalecimento éinequívoco.

Como o Evangelho é uma proposta educativa, sua dinâmica deverá ser aplicada emdosagens gradativas a fim de despertar o ser para o amor. Assim, os trabalhadores do Evangelhodevem ser orientados a compreender a essência dos objetivos de forma clara, a fim de que omecanismo de trabalho em grupo contribua para o crescimento decisivo das casas ou instituições.Dessa forma, teremos todos falando a mesma linguagem, encurtando caminhos, gerandoatribuições, em síntese, unindo para unificar.

Administração Colegiada

É fundamental que os objetivos de cada setor de trabalho do Centro Espírita sejamdebatidos e analisados em coerência com os princípios e propostas da Doutrina Espírita. Nessavisão, as Casas Espíritas poderão incentivar a estruturação de um trabalho colegiado.

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O trabalho colegiado consiste na troca de experiências entre os diversos departamentosem clima de fraternidade, não só na forma, mas essencialmente na vivência dos postulados doCristo, visando à unificação das metodologias (guardando as especificidades) e objetivando umbom andamento das engrenagens dos trabalhos.

Esta é a proposta deste curso: integrar toda a engrenagem do Centro Espírita, para queas etapas da Trajetória Educativa, que será apresentada, sejam percorridas por todos ostrabalhadores, incentivada por uma estrutura colegiada consciente.

Esse é o clima que propomos nesta nova Era que se inicia.

“... vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.” (I Coríntios, 12:12)

Obs.: Na proposta de trabalho em grupo, não podemos esquecer da necessidade de adotar alguns cuidadospara não engessar as estruturas, obliterando o nascimento dos valores individuais. Os talentos do discípulodo Cristo devem ser estimulados, pois são potencialidades que estão adormecidas pela Sabedoria Divinae que, no momento em que desabrocham, trazem consigo verdadeiras laçadas de evolução queengrandecem o seareiro, bem como o próprio grupo.

CONCLUSÃO - À CAMINHO DA LUZ

“...Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (João, 8:12)

Que os Benfeitores Espirituais possam auxiliar você, querido amigo, no instante deviajar neste Curso, a perceber a importância da manutenção e da continuidade das atividadesde aprendizado Cristão dentro de Nossos Centros Espíritas.

Ficaremos vibrando para que você, após a viagem através desse material, consigaangariar recursos para oferecer ao trabalho do Movimento Espírita, pois toda viagem no amornos aproxima da Verdade.

“...Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (João, 8:12)

PROGRAMAÇÃO

Este Curso, inicialmente, deverá ter a duração de vinte e oito reuniões, de uma hora e meiacada uma, para divulgação do conteúdo e da aplicação de técnicas adequadas ao público.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 5

Sugerimos que a metodologia a ser aplicada seja a mesma do Estudo Sistematizado daDoutrina Espírita, partindo do pressuposto de que um dos públicos alvo será o público do próprioESDE, não descartando a possibilidade da técnica da exposição dialogada.

Este trabalho não subtrai do multiplicador (pessoa que está aplicando o Curso), oaprofundamento do estudo dos diversos temas mas, ao contrário, estimula-o a atender tanto àsnecessidades do grupo como às suas próprias.

Para maior rendimento na aplicação de cada uma das Unidades, sugerimos as seguintesetapas:

a) Estudar minuciosamente todas as passagens do Evangelho, procurando mostrarao grupo a importância da interpretação das mesmas.

b) Enriquecer o tema através de pesquisas em outras obras espíritas (Codificação,Obras subsidiárias etc..).

c) Analisar as técnicas para aplicação dos temas de forma a não ferir a purezadoutrinária;

d) Planejar, em uma seqüência lógica, a apresentação do conteúdo;e) Distribuir cronologicamente o tempo para execução;f) Preparar o material com antecedência e de acordo com o número previsto de participantes;g) Avaliar a apresentação do conteúdo e os recursos utilizados sempre que finalizar a

aplicação de cada sub-unidade.h) Sempre que possível, distribuir cópia do capítulo estudado, incentivando os participantesao estudo aprofundado da Codificação.

“... Se te afeiçoas, assim, aos ideaisde aprimoramento e progresso,

não te afastes do trabalhoque renova, do estudo que aperfeiçoa,

do perdão que ilumina,do sacrifício que enobrece

e da bondade que santifica...”

(Emmanuel–Francisco Candido.Xavier – Palavras de Vida Eterna – Lição: Melhorar para Progredir)

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N.º aulas Data SUB - UNIDADES LINHA PROGRAMÁTICAI – UNIDADE DOUTRINA ESPÍRITA E O EVANGELHO DE JESUS1 Sub.01 As Três Revelações..................................................................pag.07

2 Sub.02 O Caráter da Revelação Espírita....................................................09

3 Sub.03 Estrutura Didática do Livro dos Espíritos...................................12

4 Sub.04 Necessidade do Estudo Doutrinário...............................................19

5 Sub.05 Os Princípios Fundamentais da Doutrina Espírita........................22

6 Sub.06 A Bíblia...............................................................................................26

7 Sub.07 O Evangelho de Jesus.....................................................................29

II – UNIDADE O CENTRO ESPÍRITA8 Sub.01 Allan Kardec e o Projeto 1868....................................................339Sub.02 Estrutura Organizacional............................................................39

10 Sub.03 O Trabalhador Espírita................................................................49

III - UNIDADE TRABALHOEM EQUIPE11 Sub.01Trabalho em Equipe...........................................................................5312 Sub.02Aprendendo a Trabalhar em Equipe..............................................60

13 Sub.03 Importância do Trabalho em Equipe no Espiritismo.................6614 Sub.04Dinâmica de um Trabalho Espírita Construtivo..........................69

IV – UNIDADE TAREFASEDUCATIVAS15 Sub.01Educação Segundo Espiritismo.................................................7716 Sub.02Atendimento e Recepção Fraterna na Casa Espírita................82

17 Sub.03 Reuniões de Assist. Divulg. e EstudoDoutrinário....................8718Sub.04 Evangelização daInfância..............................................................8919Sub.05 Evangelização Juvenil Espírita...................................................9520 Sub.06

Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita...............................10121 Sub.07

Estudo Minucioso do Evangelho de Jesus............................10222 Sub.08

Estudo do Esperanto.................................................................112

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 7

23Sub.09 Assistência e Promoção Social Espírita..................................121

24 Sub.10 Atividades Mediúnicas- Aspectos Históricos econceitos....125

25Atividades Mediúnicas – Reuniões..........................................127

26 Sub.11 Estudo do Evangelho no Lar...................................................132

V - UNIDADEMOVIMENTO ESPÍRITA E A UNIFICAÇÃO

27Sub.01 História do Movimento Espírita no Brasil................................137

28 Sub.02 Movimento Espírita e aUnificação...........................................139

I – UNIDADE

A DOUTRINA ESPÍRITA E O EVANGELHO DE JESUS

SUB.01 – As Três Revelações.

1. Introdução.

“Até agora, a Humanidade recebeu a Grande Revelação em três aspectos essenciais: Moiséstrouxe a missão da Justiça, o Evangelho, a revelação insuperável do Amor, e o Espiritismo, emsua feição de Cristianismo Redivivo, traz, por sua vez, a sublime tarefa da Verdade. No centrodas três revelações encontra-se Jesus Cristo, como fundamento de toda a luz e de toda asabedoria. É que, com o Amor, a Lei manifestou-se na Terra com o seu esplendor máximo; aJustiça e a Verdade que nada mais são que os instrumentos divinos de sua exteriorização, comaquele Cordeiro de Deus, alma da redenção da Humanidade. A Justiça, portanto, lhe aplainouos caminhos, e a Verdade, conseguintemente, esclarece seus divinos ensinamentos. Eis porque,com o Espiritismo simbolizando a Terceira Revelação da Lei, o homem terreno se prepara,aguardando as sublimadas realizações de seu futuro espiritual, nos milênios porvindouros.”

(Emmanuel, Francisco Cândido Xavier, O Consolador, item 271)

2. As Três Revelações.

2.1. A Primeira Revelação.

“Na lei mosaica, há duas partes distintas: a lei de Deus, promulgada no Monte Sinai, e a leicivil ou disciplinar, decretada por Moisés. Uma é invariável; a outra, apropriada aos costumes eao caráter do povo, se modifica com o tempo.”

(O Evangelho Segundo o Espiritismo. capítulo 1.item 2, edição IDE)

“No quadro de valores da educação religiosa das criaturas, o Velho Testamento, apesarde suas expressões altamente simbólicas, poucas vezes acessíveis ao raciocínio comum, deveser considerado como a pedra angular, ou como a fonte máter da revelação divina.”

(Emmanuel, Francisco Cândido Xavier, O Consolador, item 267)

“Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça.” - (Mateus, 6:33)

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2.2. A Segunda Revelação.

“O Velho Testamento é a revelação da Lei. O Novo é a revelação do Amor. O primeiroconsubstancia as elevadas experiências dos homens de Deus que procuravam a visão verdadeirado Pai e de sua Casa de infinitas maravilhas. O Segundo representa a mensagem de Deus atodos os que O buscam no caminho do mundo.”

(Emmanuel. F. C.- Xavier. Coletânea do Além, O Velho e o Novo Testamento, pag. 108)

“Moisés instalara o princípio da Justiça, coordenando a vida e influenciando-a de forapara dentro. Jesus inaugurou na Terra o princípio do Amor, a exteriorizar-se do coração, dedentro para fora, traçando-lhe a rota para Deus.”

(André Luiz/F.C.Xavier e W. Vieira. Evolução em Dois Mundos, capítulo 20 da primeira parte )

“Moisés não vos deu o pão do Céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do Céu.” - (João, 6:32)

2.3. A Terceira Revelação

“Com o leite vos criei, e não com manjar, porque ainda não podieis, nem ainda agora podeis.” (I Coríntios, 3:2)

“A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamentotem-na no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é o fruto do ensino dado, não por um homem, e sim pelosEspíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de umamultidão inumerável de intermediários. É, de certa maneira, um ser coletivo formado pelo conjuntodos seres do mundo espiritual, cada um dos quais traz o tributo de suas luzes aos homens, paralhes tornar conhecido esse mundo e a sorte que os espera.”

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 1, item 6, edição FEB)

“O Espiritismo, partindo das próprias palavras do Cristo, como este partiu das de Moisés,é conseqüência direta da sua doutrina. À idéia vaga da vida futura, acrescenta a revelação daexistência do mundo invisível (...). Define os laços que unem a alma ao corpo (..). Pelo Espiritismo,o homem sabe donde vem, para onde vai, por que está na Terra, por que sofre temporariamentee vê por toda parte a justiça de Deus.(...)”

(Allan Kardec, A Gênese, FEB, capítulo 1, item 30)

“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel eVerdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeçahavia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. E estava vestidode uma veste salpicada de sangue; e o nome pela qual se chama é a Palavra de Deus. E seguiam-no osexércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro.”

(Apocalipse, 19:11-14)

3. Avaliação.

O monitor avaliará como bom aproveitamento, se todos compreenderem a importância dasRevelações Divinas, e como elas possuem uma função didática, manifestando-se gradativamenteà Humanidade.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 9

“Com o leite vos criei,

e não com manjar,

porque ainda não podieis,

nem ainda agora podeis.”

(I Coríntios, 3:2)

I - UNIDADE.

A DOUTRINA ESPÍRITA E O EVANGELHO DE JESUS.

A primeira unidade tem como objetivo principal, trabalhar os fundamentos da Doutrina Espíritae a importância do Evangelho, como fonte de orientações imprescindíveis para o crescimentoindividual do trabalhador dentro das tarefas nas Casas Espíritas.

Visamos valorizar os estudos doutrinários como a base de sustentação do trabalho na CasaEspírita. São aulas rápidas e introdutórias, partindo do princípio de que os participantes destecurso são pessoas já integradas nas Casas Espíritas ou vivendo um processo de integração.

SUB.02 - O CARÁTER DA REVELAÇÃO ESPÍRITA.

1. Conceito.

“É o conjunto de princípios e leis revelados pelos Espíritos Superiores, contidos nas obras deAllan Kardec, que constituem a Codificação Espírita: O Livros dos Espíritos, O Livro dos Médiuns,O Evangelho S. Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.”

(CFN-FEB, Apostila “PTAE” item “Doutrina Espírita”, subitem “O Que é”)

Conceito esboçado na Codificação:

“O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis,a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Eleno-lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forçasvivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos atéhoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. É aessas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e daí vem que muito do que eledisse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O Espiritismo é a chave com oauxílio da qual tudo se explica de modo fácil.”

(Allan Kardec – “O Evangelho S. Espiritismo”, cap.I, item 5, FEB)

Jesus a Porta : Associação entre a chave, a porta e as ovelhas.

(...) “Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. Todos quantos vieram antes de mim sãoladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá e achará pastagens. (...) Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e dasminhas ovelhas sou conhecido.”

(João, 10: 7 – 9 e 14) 2. Espiritismo: Revelação Divina

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“Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.” - (I João, 4:6)

Numa palavra “o que caracteriza a revelação espírita é ser divina a sua origem e da iniciativados Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem”.

(Allan Kardec - “A Gênese”, pag.20, FEB, 25ª Edição, Brasília-DF)

A Revelação é atual.

“Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, senovas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele semodificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará”.

(A Gênese , cap. 1, item 55)

3. Abrangência do Espiritismo.

“O Espiritismo evangélico é o Consolador prometido por Jesus, que pela voz dos seresredimidos, espalham as luzes divinas por toda a Terra, restabelecendo a verdade e levantandoo véu que cobre os ensinamentos na sua feição de Cristianismo redivivo, afim de que os homensdespertem para a era grandiosa da compreensão espiritual com o Cristo.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – O Consolador, perg. 352)

“Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas quando vier aqueleEspírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo oque tiver ouvido, e vos anunciará o que irá de vir.”

(João, 16:12 e 13) 4. O Tríplice Aspecto da Doutrina Espírita.

O Espiritismo possui um tríplice aspecto, apresentando enfoque:

Científico: “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas asépocas da humanidade;”

(Allan Kardec - O Evangelho Segundo Espiritismo, Cap. XIX, item 7)

Filosófico: “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei;”

(F. Thiesen, Zeus Wantuil, Pesquisa Bibliográfica e Ensinos de Interpretação - Vol. III, A. Kardec, pgs.140 e148)

Religioso: “Fora da caridade não há salvação.”(Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.XV)

“Antes crescei na graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador, Jesus-Cristo.”(II Pedro, 3:18)

5. Objetivo do Espiritismo.

“Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimentaao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantesa estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos. Eu vos digo, emverdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas noseu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.”

(Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo, Prefácio – Espírito de Verdade) A Religião do Amor.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 11

“Religião é o sentimento Divino, cujas exteriorizações são sempre o Amor, nas expressõesmais sublimes. Enquanto a Ciência e a Filosofia operam o trabalho da experimentação e doraciocínio, a Religião edifica e ilumina os sentimentos.As primeiras se irmanam na Sabedoria, asegunda personifica o Amor, as duas asas divinas com que a alma humana penetrará, um dia,nos pórticos sagrados da espiritualidade.”

( O Consolador – Emmanuel/F.C.Xavier – questão 260 – FEB)

“Não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade.” (I João, 3:18)

6. O Espiritismo como o Consolador Prometido.

“Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento dascoisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atraipara os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.”

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VI item 4)

“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinarátodas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” (João, 14:26)

7. Avaliação.

O estudo será considerado satisfatório, se todos os participantes compreenderem aimportância do caráter da Revelação Espírita em seu tríplice aspecto.

“Mas aquele Consolador,

o Espírito Santo, que o Pai

enviará em meu nome,

esse vos ensinará todas

as coisas, e vos fará lembrar

de tudo quanto vos tenho dito.”

(João, 14:26)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 12

I – UNIDADE.

A DOUTRINA ESPÍRITA E O EVANGELHO DE JESUS.

SUB. 03 – ESTRUTURA DIDÁTICA DO LIVRO DOS ESPÍRITOS

“Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas quenela estão escritas; porque o tempo está próximo.”

(Apocalipse, 1:3)

“Este livro é o repositório de seus ensinos [dos Espíritos]. ...Só a ordem e a distribuiçãometódica das matérias, assim como as notas e a forma de algumas partes da redação constituemobra daquele que recebeu a missão de os publicar.”

(Kardec, Allan. Prolegômenos. O Livro dos Espíritos)

1. Introdução

“As expressões “ordem” e “distribuição metódica” que sublinhamos no texto em epígrafe sãopor demais sugestivas. O Codificador da Doutrina Espírita, judiciosamente caracterizado como“o bom senso encarnado”, certamente teve a preocupação de apresentar a obra fundamentalda Codificação Espírita dentro de uma sistemática que fosse, ao mesmo tempo, filosófica, lógicae didaticamente muito bem estruturada.

(Discurso pronunciado por Camille Flammarion. In: Kardec, Allan. Obras Póstumas.)

Fornecer subsídios para uma análise cuidadosa da Tábua das Matérias, isto é, do índice de“O Livro dos Espíritos” (L.E.), com o objetivo de explicitar uma lógica subjacente à ordem e àdistribuição metódica das matérias, constitui o propósito principal deste nosso trabalho.

Apresentaremos nossa análise de “O Livro dos Espíritos” em duas etapas.

Na primeira etapa, daremos uma visão da estrutura geral da obra, levando em consideraçãoa sua divisão da estrutura geral da obra, levando em consideração a sua divisão em quatropartes (ou livros ).

Isto é, apresentaremos argumentos que justificam essa divisão em quatro partes. De fato, foiprovavelmente essa divisão em quatro partes. De fato, foi provavelmente essa divisão que deuorigem ao Pentateuco Espírita. As outras quatro obras fundamentais nasceram como umdesenvolvimento de cada uma das partes de “O Livro dos Espíritos”.

Na segunda etapa, discutiremos cada uma das quatro partes, procurando mostrar de queforma se pode visualizar uma estrutura interna subjacente a cada uma delas. A partir dessaestrutura interna, pode-se justificar a ordem proposta por Kardec para os capítulos constituintesda obra. Considere, por exemplo, a segunda parte “Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos”.Como justificar a ordem apresentada para os seus onze capítulos?

Não temos a intenção - e, na verdade, nem podemos tê-la - de passar a idéia de que aestrutura que estamos propondo para a obra “O Livro dos Espíritos” seja aquela pensada porKardec. Pretendemos tão-somente desenvolver conceitos formulados na CodificaçãoKardequiana, na esperança de fornecer contribuições para o estudo da estrutura lógica damonumental obra “O Livro dos Espíritos”.

Cabe manter sempre presente a assertiva de Kardec:

“O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro.”

(Kardec, Allan. Introdução ao estudo da D.Espírita. O Livro dos Espíritos.)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 13

2. 1ª Etapa: A estrutura Geral.

“Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciênciaspositivas, aplicando o método experimental. Fatos novos se apresentam, que não podem serexplicados pelas leis conhecidas; ele os observa, compara, analisa e, remontando dos efeitosàs causas, chega à lei que os rege; depois, deduz-lhes as conseqüências e busca as aplicaçõesúteis.”

(Allan Kardec, Caráter da revelação espírita. A Gênese)

Não é nosso propósito discutir o método científico utilizado por Allan Kardec. “A Excelênciametodológica do Espiritismo”- a tese de que o Espiritismo ajusta-se perfeitamente aos critériosmodernos para a caracterização de uma ciência - foi criteriosamente explorada por Chiberni,em vários artigos publicados em Reformador.(5Chibeni, S.Seno. A excelência metodológica do Espiritismo. Reformador. Nov./ 1988, pp.328-33 e dez./1988, pp. 373-

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As quatro fases, que sublinhamos no texto de Kardec acima, sobre o meio de elaboração doEspiritismo, podem ser utilizadas para abstrairmos uma forma didática de apresentação de umadoutrina de caráter científico.

Deve ficar bem claro, desde agora, que não estaremos propondo um método científico deelaboração do Espiritismo. Estaremos apenas sugerindo uma forma, didaticamente adequada,para a apresentação (ou exposição) da Doutrina Espírita.

A primeira fase. - fatos novos se apresentam - sugere que, primeiramente, deve ser definidoou escolhido o objeto a ser estudado. Escolhe-se o universo ou o domínio a ser examinado.Delimita-se o campo de atuação da ciência em estudo.

A segunda fase. - Observação, Comparação e Análise - sugere que se deve, a partir daescolha anteriormente realizada, apresentar uma análise detalhada do universo ou do domínioa ser estudado. Nessa análise, todos os conceitos fundamentais são explicitados, tendo emvista a formulação das leis.

A terceira fase. - Formulação das leis - sugere que leis reguladoras do universo em examedevem ser formuladas, levando-se em conta a análise apresentada na segunda fase.

A quarta fase. - Dedução das conseqüências e busca de aplicações úteis - sugere o que sepode obter da aplicação das leis formuladas sobre os indivíduos do domínio.

Podemos agora formular a seguinte estrutura didática geral para “O Livro dos Espíritos”:

2.1. A Primeira Fase.

A 1ª fase (escolha do objeto de estudo) corresponde à parte primeira “Das causas primárias”

Deus e os dois elementos gerais do universo, matéria e espírito, constituem a trindadeuniversal.

Sobre a Divindade vale ressaltar:

“Deus existe; disso não podeis duvidar e é o essencial. Crede-me, não vades além. Nãovos percais num labirinto donde não lograríeis sair. Isso não vos tornaria melhores, antes umpouco mais orgulhosos, pois que acreditaríeis saber, quando na realidade nada saberíeis...”

(Allan Kardec - O Livro dos Espíritos, perg.14.)

Por isso mesmo, Deus não deve, e não pode ser o objeto principal de estudo do Espiritismo.“Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus? Não; falta-lhe para isso o sentido.”

(Allan Kardec - O Livro dos Espíritos, perg.10)

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“Não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus. Para compreendê-lo, aindanos falta o sentido próprio, que só se adquire por meio da completa depuração do Espírito”.

(A Gênese, cap. II, ítem XI.)

A matéria, por sua vez, é o objeto de estudo das ciências ordinárias. Resta ao Espiritismoestudar, do ponto de vista moral, o segundo e mais importante elemento geral do universo: oespírito. “Assim como a Ciência propriamente dita tem por objeto o estudo das leis do princípiomaterial, o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual.”

(A Gênese, cap.I, item 16.)

Definindo o objeto, deve-se examiná-lo detalhadamente. O que será feito na 2ªparte.

2.2. A Segunda Fase.

A 2ª fase (análise detalhada do domínio escolhido) corresponde à parte segunda “Domundo espírita ou mundo dos Espíritos”

Os conceitos fundamentais acerca do princípio inteligente - Espírito - são examinados: aorigem e natureza dos Espíritos, sua forma e ubiqüidade; o Perispírito; as diferentes ordens deEspíritos; a progressão dos Espíritos; a encarnação e reencarnação dos Espíritos; a vida Espírita;a emancipação da alma; a intervenção dos Espíritos no mundo corporal, etc.

Com isso, todos os conceitos necessários à compreensão das leis que regulam a vidamoral do Espírito foram analisados. A descrição pormenorizada das Leis Morais é apresentadana 3ºª parte.

2.3. A Terceira Fase

A 3ª fase (formulação das leis) corresponde à parte terceira “Das leis morais”

“As leis divinas, que é o que compreendem no seu âmbito? Concernem a alguma outracoisa, que não somente ao procedimento moral?

Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o autor de tudo. O sábioestuda as leis da matéria, o homem de bem estuda e pratica as da alma.”

(Allan Kardec - O Livro dos Espíritos, perg.617.)

As Leis Morais regulam a conduta dos Espíritos. As leis físicas regulam o mundomaterial. Através da mediunidade, pode-se verificar a ação da lei moral na vida de umEspírito. Através da experimentação, em laboratório, testa-se uma lei física. Em ambos oscasos, a experimentação (pela mediunidade ou no laboratório) permite dizer que a leiproposta não é pura especulação filosófica.

As conseqüências, para o espírito, do cumprimento ou não das Leis Morais são analisadasna 4ª parte.

2.4. A Quarta Fase

A 4ª fase (dedução das conseqüências) corresponde à parte quarta “Das esperanças econsolações”

Do cumprimento ou não das leis decorrem, necessariamente, as penas e gozos terrestresou as penas e gozos futuros.

“Todas as nossas ações estão submetidas às leis de Deus. Nenhuma há, por maisinsignificante que nos pareça, que não possa ser uma violação daquelas leis. Se sofremos asconseqüências dessa violação, só nos devemos queixar de nós mesmos, que desse modo nosfazemos os causadores da nossa felicidade, ou da nossa infelicidade futura.”

(Allan Kardec - O Livro dos Espíritos, perg.964.)

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2.5. Obras Fundamentais

Cada uma das partes de “O Livro dos Espíritos” deu origem às outras quatro obrasfundamentais:

Parte primeira “Das causas primárias” - A Gênese, os Milagres e as Predições segundo oEspiritismo (1868);

Parte segunda “Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos” - L. dos Médiuns (1861);

Parte terceira “Das leis morais” - O Evangelho segundo o Espiritismo - (1864/1865);

Parte quarta “Das esperanças e consolações” - O Céu e o Inferno ou a Justiça DivinaSegundo o Espiritismo ( 1865)

3. 2ª Etapa – Estrutura Didática das partes do Livro dos Espíritos.

2ª Etapa: A estrutura didática de cada uma das partes de “O Livro dos Espíritos”

3.1. 1ª parte – Das Causas Primárias

A estrutura didática da 1ª parte “Das Causas Primárias”

Deus, “a causa primária de todas as coisas”, dá origem aos dois elementos gerais douniverso: espírito (“princípio inteligente do universo”) e matéria (“agente, intermediário com oauxílio do qual e sobre o qual atua o espírito”). Da ação do espírito sobre a matéria, segundo alei divina, surge a criação. Dentre todas criações destaca-se a criação dos seres vivos, cuja vida“é um efeito devido à ação de um agente (princípio vital) sobre a matéria”. “Esse agente, sem amatéria, não é vida, do mesmo modo que a matéria não pode viver sem esse agente.”

(Allan Kardec – Livro dos Espíritos, Pergs.1,22,23 e 63.) Esquematicamente ver abaixo:

Parte Primeira:

Das Causas Primárias

1º Capítulo : De Deus 2º Capítulo : Dos Elementos Gerais do Universo 3ºCapítulo : Da Criação 4º Capítulo : Do Princípio Vital

3.2. 2ª parte – Do Mundo Espírita ou dos Espíritos

A estrutura da 2ª parte: “Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos”Os Espíritos constituem o “mundo dos Espíritos ou das inteligências incorpóreas”. O mundo

corporal e o mundo dos Espíritos “são independentes; contudo, é incessante a correlação entreambos, porquanto um sobre o outro incessantemente reagem” (L.E.perg.86). Sendo o Espíritoo elemento inteligente comum aos dois mundos, corporal e espiritual, ele pode ser encontradoem estados ou situações possíveis, com respeito a esses dois mundos.

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3.3. 3ª parte – Das Leis Morais

A estrutura da 3ª parte: “Das Leis Morais”Nesta parte são apresentadas as respostas para as três indagações:

O que é Lei Moral?

Quais são as Leis Morais?

Como praticar as Leis Morais?

No capítulo I “Da Lei Divina ou Natural”, a primeira indagação acima encontra a suaresposta: “Entre as leis divinas, umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta: asleis físicas, cujo estudo pertence ao domínio da Ciência. As outras dizem respeito especialmenteao homem considerado em si mesmo e nas suas relações com Deus e com os semelhantes.Contêm as regras da vida da alma: são as leis morais.”

(Allan Kardec – Livro dos Espíritos, perg.617.)

A resposta para a segunda pergunta “Quais são as Leis Morais?”, é apresentada noscapítulos II até XI. A forma didática de como as leis morais formam propostas pode ser encontradana parte sublinhada abaixo, as leis morais devem estabelecer todos os deveres do homem paracom Deus, para consigo mesmo e para com o seu próximo. Ver esquematização :

As Leis Morais

Estabelecem todos os deveres do homem:

1º - para com Deus;2º - para consigo mesmo; e3º - para com o próximo.

Os deveres do homem, na sua relação com Deus, são estabelecidos nas duas primeirasleis morais: Adoração (cap.II) e Trabalho (cap. III). Através da adoração - “elevação do pensamentoa Deus” - e do trabalho (“toda ocupação útil”) o homem aproxima-se de Deus. Da adoração, decerta forma, decorre o trabalho, já que “Deus, modelo de amor e caridade, nunca esteve inativo”.

(L.E. pergs.649,675 e 21 respectivamente.)

Os deveres do homem para consigo mesmo são estabelecidos nas três leis seguintes :

Reprodução, Conservação e Destruição (capítulos IV,V e VI, respectivamente).

Pela reprodução o homem dá origem à vida corporal na Terra. Deve ser esse o seu primeirodever para consigo mesmo (ou para com a espécie): garantir a existência do mundo corporal.Depois, deve manter a própria vida, pela sua conservação. Da conservação decorre, em certosentido, a destruição: “Para se alimentarem os seres vivos reciprocamente se destroem. (...)”

(L.E. 728 a )Os deveres do homem para com o seu próximo são estabelecidos nas leis: Sociedade

(cap. VII), Progresso (cap. VIII), Igualdade (cap. IX) e Liberdade (cap.X).Da vida em sociedade (onde, e apenas onde, a fraternidade pode estabelecer-se) decorre

o progresso, e este tem por fim a igualdade e a liberdade, conseqüências naturais do progressosocial alcançado. “Considerada do ponto de vista da sua importância para a realização dafelicidade social, a fraternidade está na primeira linha: é a base. Sem ela, não poderiam existira igualdade, nem a liberdade séria. A igualdade decorre da fraternidade e a liberdade éconseqüência das duas outras.”

(Allan Kardec– Obras Póstumas – cap. Liberdade, igualdade e fraternidade, 3º parágrafo)

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As nove leis morais estabelecidas por Kardec - Adoração, Trabalho, reprodução,Conservação, Destruição, Sociedade, Progresso, Igualdade e Liberdade - resumem todos osdeveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o seu próximo.

A décima e última lei moral “Da lei de justiça, de amor e de caridade” (cap. XI) resumetodas as outras. Deus (Justiça), por amor, criou o homem e este, para bem viver com o seupróximo, deve praticar a caridade.

“Essa divisão da lei de Deus em dez partes é a de Moisés e de natureza a abranger todasas circunstâncias da vida, o que é essencial. Podes, pois, adotá-la, sem que, por isso, tenhaqualquer coisa de absoluta, como não o tem nenhum dos outros sistemas de classificação, quetodos dependem do prisma pelo qual se considere o que quer que seja. A última lei é a maisimportante, por ser a que faculta ao homem adiantar-se mais na vida espiritual. Visto que resumetodas as outras.” (L.E. perg.648)

A resposta para a terceira indagação, “ Como praticar as leis morais?”, é apresentada nodécimo segundo e último capítulo: “Da perfeição moral”. Nesse capítulo encontramos um dosmais belos estudos sobre a personalidade humana. Após examinar em profundidade o homem(as virtudes e vícios, as paixões, o egoísmo e os caracteres do homem de bem), apresenta oconhecimento de si mesmo como a “chave do progresso individual”. Examinai o que pudestester obrado contra Deus, depois contra vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. Asrespostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal queprecisa ser curado.” (L.E.pergs.919, 919a)

3.4. 4ª parte – Das Esperanças e Consolações

A estrutura da 4ª parte: “Das esperanças e consolações”

Considerando que a ação dos Espíritos ocorre nos dois lados da vida, mundo corporal emundo espiritual, as conseqüências do cumprimento ou não das leis morais devem ser, também,estabelecidas nesses dois mundos.

No capítulo I, “Das penas e gozos terrenos”, são apresentadas as conseqüências documprimento ou não das leis morais, no mundo corporal.

No segundo capítulo, “Das penas e gozos futuros”, são examinadas as conseqüências documprimento ou não das leis morais, no mundo espiritual. Esquematicamente:

PARTE QUARTA: DAS ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES.

1º - Cap. I. – Das Penas e Gozos Terrenos

2º - Cap. II. – Das Penas e Gozos Futuros.”(Fonte: Todo a matéria fora divulgada no Reformador – Jul/1997 – C.D.B.Massi )

4. Avaliação.

Será considerado bom o aproveitamento nesta sub-unidade, se todos os participantesvisualizarem a importância do “Livro dos Espíritos”, sua didática, e principalmente a importânciada sua aplicabilidade na vida pessoal, e na estrutura organizacional de tudo na vida.

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“Mas nos dias da voz do sétimo anjo,quando tocar a sua trombeta,

se cumprirá o segredo de Deus,como anunciou aos profetas, seus servos.

E a voz que eu do céu tinha ouvido tornou a falar comigo, e disse:

Vai, e toma o livrinho aberto da mãodo anjo que está em pé sobre o mar

sobre e sobre a terra. E fui ao anjo, dizendo-lhe:Dá-me o livrinho. E ele disse-me: Toma-o,e come-o, e ele fará amargo o teu ventre,

mas na tua boca será doce como mel.E tomei o livrinho da mão do anjo,

e comi-o; e na minha boca era doce como mel;e, havendo-o comido, o meu ventre ficou amargo.

E ele disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas e reis.”

(Apocalipse, 10: 7-11)

I – UNIDADE.

A DOUTRINA ESPÍRITA E O EVANGELHO DE JESUS.

SUB.04 - Necessidade do Estudo Doutrinário.

1. Necessidade do Estudo da Doutrina Espírita.

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João, 14:6)

A formação de Allan Kardec como educador demonstra a providência da Espiritualidadepara a preparação daquele que seria o codificador de uma Doutrina de caráter reeducativo eque necessitaria de recursos didáticos em sua divulgação.

A preocupação do Codificador fica evidenciada na introdução de “O Livro dos Espíritos”, noitem VIII:

“Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita, que nos lança desúbito numa ordem de coisas tão novas quão grandes, só pode ser feito com utilidade porhomens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade dechegar a um resultado. Não sabemos como dar esses qualificativos aos que julgam a priori,levianamente, sem tudo ter visto; que não imprimem a seus estudos a continuidade, a regularidadee o recolhimento indispensáveis.”

( Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Introdução, item VIII )

No documento “Projeto - 1868”, publicado em “Obras Póstumas”, Kardec sugere um curso -não somente um “estudo”:

“Um curso regular de Espiritismo seria professado com o fim de desenvolver os princípios daCiência e de difundir o gosto pelos estudos sérios. Esse curso teria a vantagem de fundar aunidade de princípios, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de espalhar as idéias espíritas e

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de desenvolver grande número de médiuns. Considero esse curso como de natureza a exercercapital influência sobre o futuro do Espiritismo e sobre suas conseqüências.”

(Allan Kardec, Obras Póstumas, “Projeto 1868”).

“Espiritas: amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdadesse encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana.”

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo VI, item 5, edição IDE)

2. Estudo e Libertação.

O conhecimento da Verdade nos prepara para a prática, a ação, o trabalho, cumprindo aseqüência de semeadura, cultivo e colheita sugerida por Jesus na parábola do semeador.

“E ajuntou-se muita gente ao pé dele, de sorte que, entrando num barco, se assentou; e toda a multidãoestava em pé na praia. E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu asemear. E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na; e outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terrafunda; Mas, vindo o sol queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz. E outra caiu entre espinhos, e osespinhos cresceram, e sufocaram-na. E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessentae outro a trinta. quem tem ouvidos para ouvir, ouça.”

(Mateus, 13:2 a 9 )

Sendo constante a necessidade de estudar, e o praticar como conseqüência do estudo,recordamos Jesus, que nos ensina sobre a direção equilibrado que podemos dar a nossa asceseespiritual :

“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem prudente,que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deramcom ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. E todo aquele queouve estas minhas palavras e não as pratica, será comparado a um homem insensato, que edificou a suacasa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contraaquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína”.

(Mateus 7:24 a 27)

Reflexão sobre a passagem:

Essa passagem nos faz pensar sobre a necessidade de estudarmos metodicamente a DoutrinaEspírita. Consultando o dicionário Aurélio, encontramos: Prudente: “que tem ou revela prudência;moderado, comedido. Cauteloso, previdente, precavido. Circunspecto, sensato; judicioso,cordato, ponderado.” Temos aí então, uma gama extraordinária de posturas que podemosadotar, em vista das diversas situações que atuam sobre nós e sobre a nossa casa espírita,quando erguemos nossa casa sobre a rocha.

O fato de sermos espíritas, não significa a eliminação da possibilidade de enfrentarmosproblemas - que são as chuvas, os ventos, os rios transbordando. Que situações são essas?Doenças difíceis, situações financeiras delicadas, perda de emprego, dificuldades com entesqueridos, calúnias e outras situações que nos entristecem. Se não conhecemos a DoutrinaEspírita, podemos até atribuir-lhe a origem desses males. “Desde que comecei a freqüentar oCentro Espírita, esses problemas apareceram...”. Ou, “freqüento reuniões públicas, sou médium,faço tarefas, e ainda me aparecem essas dificuldades”. Muitas vezes, diante dessas questões,a pessoa abandona o movimento espírita, não quer saber mais do espiritismo...

Na nossa casa espírita, também nos deparamos com chuvas, rios, ventos. É a necessidadepremente da obra material e a falta de recursos. A ausência de trabalhadores suficientes para

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as responsabilidades cada vez maiores dos trabalhos a serem realizados. É o companheiro quefalha na sua conduta moral. É o líder que tem que se afastar da casa, seja por mudança decidade ou mesmo desencarne. E muitas outras situações pelas quais, aqueles que edificaram acasa na areia, culpam os espíritas ou o espiritismo e, novamente, abandonam a doutrinaconsoladora.

O interessante é que, exatamente neste momento, o Espiritismo, o Consolador Prometido,poderia auxiliá-los, mostrando as origens dos problemas, tudo de acordo com a Lei de Amor eJustiça, com a reencarnação, com o livre-arbítrio, com a lei de causa e efeito, com a evoluçãoespiritual...

E como erguemos a nossa casa sobre a areia? Quando acreditamos apenas pelo ouvir dizernas palestras, pela leitura rápida de obras espíritas. Quando nos deixamos levar pela opiniãode fulano ou sicrano. Quando, enfim, não refletimos seriamente sobre os ensinos doutrinários.

Daí a necessidade de erguermos nossa casa (seja nossa vida ou a casa espírita) sobre arocha. Pois a rocha é firmeza. E se temos firmeza quanto aos conceitos doutrinários, vamosenfrentar os rios, as chuvas e os ventos e não seremos derrubados. Vamos entender os motivosdaquelas dificuldades e saber como enfrentá-las. Reconhecer, inclusive, que são passageiras,conquanto não saibamos a sua duração.

Mas sobre qual rocha ergueremos nossa Casa? Sobre a base, que é Kardec. Pois temos queconhecer a obra básica da codificação, para que a nossa base doutrinária seja sólida. Não ésem razão que Allan Kardec se preocupou em editar livros que possibilitassem o livre exame e,consequentemente, a solidificação do nosso conhecimento doutrinário.

Assim, teremos como parte de nossa vida a assertiva de Kardec, inscrita no frontispício de OEvangelho Segundo o Espiritismo: “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente arazão, em todas as épocas da Humanidade.”

Por isso, o estudo constante da doutrina espírita, não é nenhuma novidade preconizadapelos órgãos unificadores, pelos centros espíritas ou por Kardec. É muito mais uma necessidadejá apontada pelo próprio Mestre dos Mestres. Saibamos, então, como erguer e edificar a nossacasa.

3. Avaliação

Será avaliado pelo monitor como de bom aproveitamento, se o grupo assimilar a necessidadede estudar permanentemente a Doutrina Espírita, como a base de sustentação para as atividadesespíritas.

*****

“E aconteceu que,

concluindo Jesus este discurso,

a multidão se admirou da sua doutrina;

porquanto os ensinava como tendo autoridade;

e não como os escribas.”

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(Mateus 7:28 e 29)

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I – UNIDADE.

A DOUTRINA ESPÍRITA E O EVANGELHO DE JESUS.

SUB.05 – Princípios Fundamentais e a Vivência Doutrinária.

Nesta sub-unidade o enfoque principal é a discussão sobre os princípios fundamentais daDoutrina Espírita e a importância da sua correlação com o Evangelho do Nosso Senhor JesusCristo, visando à verdadeira sensibilização dos corações.

1. Princípios Fundamentais da Doutrina Espírita

“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel eVerdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeçahavia muitos diademas..”

(Apocalipse, 19:11-12)

1.1 Deus.

“É a Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”.(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Parte 1, cap.1)

“Pai nosso, que estás nos céus”. ( Mateus 6:9)

1.2. Jesus.

“Guia e modelo mais perfeito para o homem”.(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos perg.625)

“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”. (João, 8:12)

1.3. Espírito

“(...) os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundomaterial.” - (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, perg.76)

“Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei;Deus o sabe) foi arrebatado até ao terceiro céu”. (II Coríntios, 12:2)

1.4. Perispírito.“Substância semi-material que serve de primeiro envoltório ao Espirito e liga a alma ao

corpo.” - (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos. Cap. II. item 135, comentário de Allan Kardec)

“E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres.Semeia-se corpo animal ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual”.

(I Coríntios, 15:40 e 44)

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1.5. Evolução.

“Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deudeterminada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente àperfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que elesencontram a pura e eterna felicidade.”

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, cap.I, item 115)

“(...) nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber.”(Mateus. 10:26)

“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, eglorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”.

(Mateus. 5:16)

1.6. Livre Arbítrio

“O homem tem a liberdade de pensar e de agir. Sem o livre-arbítrio, ele seria máquina.”(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, cap. X, item 843)

“Disse, então, Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra.(...)” (Lucas, 1:38)

“(...) Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;” (Mateus, 16:24)

1.7. Causa e Efeito

“Deus tem suas leis a regerem todas as vossas ações. Se as violais, vossa é a culpa. Apunição é o resultado da infração à lei.”

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, cap. II, item 964)

“(...) e então dará a cada um segundo as suas obras.” (Mateus, 16:27)

1.8. Reencarnação

“(...) consiste em admitir para o Espírito muitas existências sucessivas”, “para expiação eaprimoramento progressivo da humanidade. Sem isto, onde a justiça?”

(Allan Kardec, O Livro dos Espírito, cap. IV, itens 171 e 167)

“(...) Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não podeentrar no reino de Deus”. (João, 3:5)

1.9. Pluralidade dos Mundos Habitados

“Deus povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos esses seres para o objetivofinal da Providência. Acreditar que só os haja no planeta que habitamos fora duvidar da sabedoriade Deus, que não fez coisa alguma inútil. Certo, a esses mundos há de ele ter dado umadestinação mais séria do que a de nos recrearem a vista. Aliás, nada há, nem na posição, nemno volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de que ela gozedo privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de milhões de mundossemelhantes.”

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, cap. I, item 55)

“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar.” (João 14:2)

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1.10. Imortalidade da Alma

“A existência dos Espíritos não tem fim.”(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, cap. I, item 83)

“E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. E Pedro, tomando a palavra, disse aJesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um paraMoisés, e um para Elias”. (Mt.,17: 3 e 4)

1.11. Vida Futura

“(...) O sentimento de uma existência melhor reside no foro íntimo de todos os homens (...)A vida futura implica a conservação da nossa individualidade, após a morte”.

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, cap.II, item 959)

“(...) O meu reino não é deste mundo... (...)” (João, 18:36)

1.12. Plano Espiritual

“O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente atudo”. (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Introdução, item VI)

“(...) o qual, na verdade, em outro tempo, foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, masmanifestado, nestes últimos tempos, por amor de vós;(...) “

(I Pedro 1, 20)

1.13. Mediunidade

“Faculdade inerente ao homem. Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influênciados Espíritos é, por esse fato, médium”.

(Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, item 159 – capítulo XIV)

“E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e osvossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visões, e os vossos velhossonharão sonhos;(...)” (Atos, 2:17)

1.14. Influência dos Espíritos em Nossas Vidas

“Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vosdirigem.” “(...) Tendes muitos deles de contínuo a vosso lado, observando-vos e sobre vós atuando,sem o perceberdes (..)

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, cap.IX e I , itens 459 e 87)

“(...) Qual é o teu nome ? (...) Legião é o meu nome, porque Somos muitos”. (Marcos, 5:9)

1.15. Ação dos Espíritos nos Fenômenos da Natureza

“Deus não exerce ação direta sobre a matéria”. - (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos item 536)

“Os Espíritos são uma das potências da natureza e os instrumentos de que Deus se servepara execução dos seus desígnios providenciais”.

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos. item 87)

“E eis que no mar se levantou uma tempestade, tão grande que o barco era coberto pelas ondas (...)Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança”.

(Mateus. 8:24 e 26)

2. Conhecimento e a Prática Espírita

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“(...) A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer.”(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos,cap.11, item 659)

“Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos; Nem de alforges para o caminho, nemduas túnicas, nem alparcas, nem bordão; porque digno é o operário do seu alimento.”

(Mateus 10: 9 e 10)

“E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: Oreino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão; Ei-lo aqui, ou, Ei-lo ali, por que eis que o reinode Deus está entre vós”.

(Lucas, 17:20 e 21)

“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.”( I Corintios 12:7)

O Espiritismo respeita todas as religiões, valoriza todos os esforços para a prática do bem etrabalha pela confraternização entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor,nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem debem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 3)

“Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elasouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.”

(João, 10:16)

Para adorar a Deus em Espírito e Verdade, a Doutrina Espírita e o Evangelho de Jesus sãoas ferramentas necessárias e suficientes, se bem estudadas e assimiladas, para a verdadeiraprática espírita.

“É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a AllanKardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismosdeprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios.

(...) Amor de Jesus sobre todos, Verdade de Kardec para todos.”

(B.Menezes. F.C.Xavier. “Unificação”, C. Espírita Cristã em 20/04/1963. em Uberaba, MG)

3. Conclusão

“Assim, o estudo do mecanismo vivencial, de nós mesmos, de Deus, com toda acorrespondência que interliga esses temas, torna-se dever de quantos abraçamos o Consoladorprometido por Jesus.” (Bezerra de Menezes – Anotações de Servidor – Wagner G.Paixão)

4. Avaliação

Será avaliado pelo monitor como de bom aproveitamento, se o grupo assimilar a importânciados princípios básicos da Doutrina Espírita e a vivência do Evangelho.

“Então disse Jesus aos seus discípulos:Se alguém quer vir após mim,

renuncie-se a si mesmo, tome sobre-se a sua cruz, e siga-me.”

( Mateus, 16:24 )

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I – UNIDADE.

A DOUTRINA ESPÍRITA E O EVANGELHO DE JESUS.

SUB.06 – A Bíblia.

Nesta sub-unidade será apresentada a Bíblia. Estrutura dos livros, a sua importância nocontexto histórico, e o seu sentido espiritual.

1. A Bíblia.

1.1. Origem.

Foi no seio do povo hebreu que nasceu a Bíblia.O termo grego donde provém a palavra Bíblia significava originariamente: os Livros. Em

Latim, este termo transformou-se num singular e passou a designar exclusivamente coleçãodos textos que formam a Sagrada Escritura.

A Bíblia completa contém 69 escritos (71 ou 72 - conforme diversas maneiras de contar),obras de numerosos autores, tendo cada um deles caracteres próprios.

Os títulos destes livros lembram por vezes o nome dos seus autores, outras vezes o nomedos seus destinatários ou ainda os assuntos que neles são tratados. É-nos desconhecido onome de muitos desses autores; alguns escritos são o produto de uma colaboração ou constituemuma coleção de textos antigos compilados posteriormente. Os autores bíblicos viveram emlugares e em ambientes muito diversos. Cada um deles imprimiu na sua obra traços muitocaracterísticos de sua personalidade.

1.2. As Divisões da Bíblia.

Divide-se a Bíblia em duas grandes partes, chamadas respectivamente ANTIGO e NOVOTESTAMENTOS, sendo:

• 1ª parte: Antigo Testamento (AT) - 42 livros

• 2ª parte: Novo Testamento (NT) - 27 livros

1.2.1. O Antigo Testamento.

A coleção dos livros do Antigo Testamento originou-se no seio da comunidade dosJudeus que a foram ajuntando no decorrer de sua história. Dividiram-na em três partes:

1.2.1.1. A Lei (Torá).

Contém os cinco livros (chamados mais tarde de “O Pentateuco”, que significa oscinco volumes), formando o núcleo fundamental da Bíblia. Esses cinco livros são o Gênesis, oÊxodo, o Levítico, o Números e o Deuteronômío. Escritos por Moisés.

1.2.1.2. Os Profetas.

Os judeus compreendiam por esse título não somente os livros que hoje sãodenominados Profetas, mas também a maioria dos escritos que hoje costumamos chamar LivrosHistóricos.

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1.2.1.3. Os Escritos.

Os judeus denominavam por esse nome os livros dos Salmos, dos Provérbios, deJó, do Cântico dos Cânticos, de Rute, das lamentações, do Eclesíastes, de Ester, de Daniel, deEsdras e Neemias com as Crônicas.

É a essa divisão que se refere o divino Mestre quando mais de uma vez (p. ex. Mat.22, 40) falou “A Lei e os Profetas”.

Essa coleção já estava terminada no segundo século antes de nossa era.Nessa mesma época os Judeus já estavam, em parte, dispersos pelo mundo. Uma

importante colônia judaica vivia então no Egito, nomeadamente em Alexandria, onde se falavacomumente a língua grega. A Bíblia foi então traduzida para o grego. Alguns escritos recenteslhe foram acrescentados sem que os judeus de Jerusalém os reconhecessem como inspirados.São os seguintes livros: Tobias e Judite alguns suplementos dos Livros de Daniel e de Éster, oslivros da Sabedoria e do Eclesiástico, Baruc e a Carta de Jeremias, que se lê hoje no últimocapítulo de Baruc. A igreja Cristã admitiu-os como inspirados da mesma forma que aos outroslivros.

No tempo da Reforma, os Protestantes, depois de terem hesitado por algum tempo,decidiram não mais admiti-los nas suas Bíblias, pelo simples fato de não fazerem parte da Bíbliahebraica primitiva. Daí a diferença que há ainda hoje entre as edições protestantes e as ediçõescatólicas da Bíblia. Quanto ao Novo Testamento não há diferença alguma.

A Bíblia divide os 46 livros do Antigo Testamento do seguinte modo (alguns contam44 livros, Jeremias, Lamentações e Baruc):

1. Pentateuco: Os cinco livros iniciais escritos por Moisés: Gênesis, Êxodo, Levítico,Números, Deuteronômio.

2. Os Livros Históricos: Josué, Juizes, Rute, os dois Livros de Samuel, os doisLivros dos Reis, os dois Livros das Crônicas ou Paralipômenos, os dois Livros de Esdras eNeemías, os três livros de Tobias, Judite e Ester e, por fim, os dois Livros dos Macabeus.

3. Os Livros Sapienciais: Jó, os Salmos, os Provérbios, o Eclesiastes, o Cânticodos Cânticos, o Livros da Sabedoria e o Eclesiástico.

4. Os Livros Proféticos, designados pelo nome dos Profetas: Isaías, Jeremias(ao qual se acrescentam as Lamentações e Baruc), Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias,Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

1.2.2. O Novo Testamento.

A coleção dos Livros do Novo Testamento começou a formar-se na segunda metadedo primeiro século na nossa era. Seus 27 livros são assim distribuídos:

1. Cinco livros Históricos: Os Evangelhos segundo Mateus, Marcos, Lucas e João, eos Atos dos Apóstolos.

2. Vinte e uma cartas dos Apóstolos: Paulo escreveu 14 cartas: 1 aos Romanos, 2aos Coríntios, 1 aos Gálatas, 1 aos Efésisos, 1 aos Filipenses, 1 aos Colossenses, 2 aosTessalonicenses, 2 a Timóteo, 1 a Tito, 1 a Filemon e 1 aos Hebreus. As outras cartas são asseguintes: 1 de Tiago, 2 de Pedro, 3 de João de Judas.

3. Um livro Profético: O Apocalipse de João.

As duas coleções que formam a Bíblia foram sendo traduzidas do grego para o latimdesde o segundo século da nossa era. Mas a tradução latina mais espalhada é a que fez SãoJerônimo, à base dos textos originais hebraicos e gregos, no fim do quarto século, denominada“Vulgata” (Vulgarizada).

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1.3. O Sentido Espiritual da Bíblia

O Velho e o Novo Testamento

“Entre o Velho e o Novo Testamento encontram-se diferenças profundas e singulares, quese revelam, muitas vezes, como fortes contrastes aos espíritos observadores, ansiosos pelasequações imediatas da experiência religiosa.

O Velho Testamento é a revelação da Lei. O Novo é a revelação do Amor. O primeiroconsubstancia as elevadas experiências dos homens de Deus, que procuravam a visão verdadeirado Pai e de sua Casa de infinitas maravilhas. O segundo representa a mensagem de Deus atodos os que O buscam no caminho do mundo.

Com o primeiro, o homem bateu à porta da moradia paternal, perseguido pelas aflições,que lhes flagelavam a alma, atribulado com os problemas torturantes da vida. O Evangelho é aporta que se abriu, para que os filhos amorosos fossem recebidos. No Velho Testamento, aestrada é longa e, vezes sem conta, as criaturas humanas desfaleceram, entre os sofrimentose as perplexidade. No Novo, é a estrela da manhã espiritual, resplandecendo de amor infinitono céu de uma nova compreensão.

No primeiro, é o esforço humano. O Evangelho é a resposta divina.A Bíblia reúne o Trabalho Santificador e a Coroa da Alegria.O Profeta é o Operário. Jesus é o Salário na Revelação Maior. Eis porque, com o Cristo,

se estabeleceu o caminho depois da procura torturante. E é por esse caminho que a alma dohomem se libertará da Babilônia do mal, que sempre lançou o incêndio no mundo, em todos ostempos.

A Bíblia, desse modo, é o divino encontro dos filhos da Terra com o seu Pai. Suas imagenssão profundas e sagradas. De suas palavras, nem uma só se perderá.

Um dia, no cimo do monte da redenção, os homens entregar-se-ão, de braços abertos, aoseu Salvador e Mestre. Então, nessa hora sublime, resplandecerá, para todas as consciênciasda Terra, a Palavra de Deus.”

(Emmanuel, F.Cândido Xavier, Coletânea do Além, O Velho e o Novo Testamento, p. 108)

2. Avaliação.

Será considerado de bom aproveitamento o estudo, se todos compreenderem a didáticaproposta na Bíblia e o simbolismo que nela está contido.

****“E por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu

digo?”

(Lucas, 6:46)

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I – UNIDADE.

A DOUTRINA ESPÍRITA E O EVANGELHO DE JESUS.

SUB.07 – O Evangelho de Jesus.

1. A Importância do Evangelho.

“Diante deste código divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos os cultospodem reunir-se, estandarte sob o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suascrenças, porquanto jamais ele constitui matéria das disputas religiosas, que sempre e por todaa parte se originaram das questões dogmáticas. Aliás, se o discutissem, nele teriam as seitasencontrando sua própria condenação, visto que, na maioria, elas se agarram mais à parte místicado que à moral, que exige de cada um a reforma de si mesmo. Para os homens, em particular,constitui aquele código uma regra de proceder que abrange todas as circunstâncias da vidaprivada e da vida pública, o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na maisrigorosa justiça. É, finalmente e acima de tudo, o roteiro infalível para a felicidade vindoura, olevantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura.”

(Allan Kardec, O Evangelho S. Espiritismo – Introdução – FEB)

Evangelho o Remédio para a Humanidade na Visão de Bezerra de Menezes

(...) “Para extinguir a chaga da ignorância, que acalenta a miséria; para dissipar a sombra dacobiça, que gera a ilusão; para exterminar o monstro do egoísmo, que promove a guerra; paraanular o verme do desespero, que promove a loucura, e para remover o charco do crime, quecarreia o infortúnio, o único remédio eficiente é o Evangelho de Jesus no coração humano.

Sejamos, assim, valorosos, estendendo a Doutrina Espírita que o desentranha da letra, naconstrução da Humanidade Nova, irradiando a influência e a inspiração do Divino Mestre, pelaemoção e pela idéia, pela diretriz e pela conduta, pela palavra e pelo exemplo e, parafraseandoo conceito inolvidável de Allan Kardec, em torno da caridade, proclamemos aos problemas domundo:

Fora do Cristo não há solução.”(Bezerra de Menezes, Francisco Cândido. Xavier, O Espírito da Verdade, cap. 1)

(...) Extraordinária missão cabe ao espiritismo: reumanizar a sociedade moderna; trazer devolta Jesus, para que os homens compreendam, por definitivo, o sentido do amor e as suasnaturais conseqüências; a fraternidade, o respeito à ordem e aos direitos de todos os seresconscientes.

(...) Espiritismo sem Jesus, meus filhos não vai além de simples comunicação com as almasdos chamados defuntos. Espiritismo sem Evangelho não deixa de ser manifestação do velhofenômeno metapsiquista ou das modernas conquistas da parapsicologia e das demais doutrinasque a sucederam.

O Evangelho é diretriz de segurança, embora muitas vezes se diga que o Evangelho temsido motivo de lutas aguerridas, evocando as horas tristes das Cruzadas, do Santo Oficio, daSanta Inquisição. Convém recordarmos que não se trata da palavra de Jesus, senão da doentiaadaptação dos espíritos infelizes que a esgrimiram a beneficio da denominação terrestre, afavor das suas injunções políticas e com os objetivos do gozo no próprio Planeta.” (...)

(B. Menezes, D.P. Franco na Reunião do CFN. no dia 08-11 - 1998, cm Brasília - DF)

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2. O Evangelho e a Doutrina dos Espíritos.

Pensamento de Emmanuel sobre o aspecto religioso do Espiritismo:“Todos aqueles que negam a feição religiosa do Espiritismo, recusando-lhe a posição de

Cristianismo Restaurado, decerto, ainda não abarcaram, em considerações mais amplas, aessência evangélica em que se lhe estruturam os princípios, nos mais íntimos fundamentos.

Examinemos, pela rama, alguns dos pontos mais importante de formação do TestamentoKardequiano:

“O Livros dos Espíritos”, que se popularizou com mil e dezoito questões, sabiamenteexplanadas, não obstante os primores filosóficos de que se compõe, é um código deresponsabilidade moral, iniciado com duas proposições, acerca de Deus e do Infinito, e rematadocom outras duas, que se reportam ao reino de Cristo nos corações e ao reinado do bem, nocaminho dos homens.

“O Livro dos Médiuns”, volume de metodologia para o intercâmbio entre encarnados edesencarnados, apresenta, de entrada, valiosa argumentação, alusiva à existência do MundoEspiritual, e reúne, no encerramento, diversas comunicações de individualidades desencarnadas,ao mesmo tempo que nos convida a exame sério e imparcial de todas as mensagens recolhidasdo além, por via mediúnica, salientando-se que a primeira página a seleção exposta começacom significativa advertência de Agostinho: “Confiai na bondade de Deus e sede bastanteclarividentes para perceberdes os preparativos da vida nova que ele vos destina.”

“O Evangelho segundo o Espiritismo” abre as próprias elucidações com judiciososapontamentos, em torno de Moisés e da Lei Antiga, compendiando, em seguida, os ensinos deJesus, em todo o texto, para concluir, alinhando comovedores poemas de exaltação à prece.

“O Céu e o Inferno”, tomo de cogitações francamente religiosas, segundo a definição dotitulo, começa analisando o porvir humano, do ponto de vista espiritual, e termina com o ditadode José, o cego, espírito de evolução mediana que encarece a necessidade do sofrimento noserviço expiatório da consciência culpada e destaca a excelência da reencarnação, na JustiçaDivina.

“A Gênese”, o livro final da Codificação e que enfeixa arrojadas teses de ciência e filosofia,enfileira dezoito capítulos, com mais de cem artigos, dos quais mais da terça parte se referemexclusivamente a passagens e lições do Divino Mestre, acrescendo notar que a obra principiaaceitando o Espiritismo em sua missão de Consolador Prometido, com a função de explicar edesenvolver as instruções do Cristo, e despede-se com admiráveis reflexões sobre a geraçãonova e a regeneração da Humanidade.

Cremos de boa fé que todos os companheiros, propositadamente distanciados da tarefareligiosa do Espiritismo, assim procedem, diligenciando imunizar-nos contra a superstição e ofanatismo, que a plataforma libertadora da própria Doutrina Espírita nos obriga a remover, mas,sinceramente, não entendemos a Nova Revelação sem o Cristianismo, a espinha dorsal emque se apoia. Isso acontece, porque, se após dezenove séculos de teologia arbitrária, nãochegaríamos a compreender agora, no mundo, o Evangelho e Jesus Cristo, sem Allan Kardec,manda a lógica se proclame que o Espiritismo e Allan Kardec se baseiam em Jesus Cristo, deponta a ponta.”

(Emmanuel, Francisco Cândido Xavier, Opinião Espírita, Evangelho e Espiritismo)

Allan Kardec falando sobre o Evangelho Segundo Espiritismo.

Pergunta - “Que pensais da nova obra em que trabalho neste momento?” Resposta - “Esselivro de doutrina terá considerável influência, pois que explana questões capitais, e não só omundo religioso encontrará nele as máximas que lhe são necessárias, como também a vidaprática das nações haurirá dele instruções excelentes. (...) lança pois, a semente que te confiamos(...)”

(Allan Kardec, Obras Póstumas, Imitação do Evangelho, pag.307)

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3. O Evangelho e o Futuro

O Evangelho e sua permanente atualidade“O Céu e a Terra passarão, mas as minhas palavras não passarão.” (Mateus, 24:35)

“As palavras de Jesus não passarão, porque serão verdadeiras em todos os tempos. Seráeterno o seu código de moral, porque consagra as condições do bem que conduz o homem aoseu destino eterno. Mas, terão as suas palavras chegado até nós puras de toda ganga e defalsas interpretações? Apreenderam-lhes o espirito todas as seitas cristãs? Nenhuma as terádesviado do verdadeiro sentido, em conseqüência dos preconceitos e da ignorância das leis daNatureza? Nenhuma as transformou em instrumento de dominação para servir às suas ambiçõese aos seus interesses materiais, em degrau, não para se elevar ao céu, mas para elevar-se naTerra? Terão todas adotado como regra de proceder a prática das virtudes, prática da qual fezJesus condição expressa de salvação? Estarão todas isentas das apóstrofes que ele dirigiu aosfariseus de seu tempo? Todas, finalmente, serão, assim em teoria, como na prática, expressãopura da sua doutrina?

Sendo uma só, e única, a Verdade não pode achar-se contida em afirmações contrárias eJesus não pretendeu imprimir duplo sentido às suas palavras. Se, pois, as diferentes seitas secontradizem; se umas consideram verdadeiro o que outras condenam como heresias, impossívelé que todas estejam com a verdade. Se todas houverem apreendido o sentido verdadeiro doensino evangélico, todas se teriam encontrado no mesmo terreno e não existiriam seitas.

O que não passará é o verdadeiro sentido das palavras de Jesus; o que passará é o que oshomens construíram sobre o sentido falso que deram a essas mesmas palavras.

Tendo por missão transmitir aos homens o pensamento de Deus, somente a sua doutrina,em toda a pureza, pode exprimir este pensamento. Por isso foi que Ele disse:

Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada.”(Allan Kardec, A Gênese, cap. XXVII, item 26)

Conforme nos ensina os Benfeitores chegará o dia em que todos os povos irãoconhecer e viver em Espírito e Verdade o Evangelho de Jesus

“Raças e povos ainda existem que o (Jesus) desconhecem, porém, não ignoram a lei deamor da sua doutrina, porque todos os homens receberam, nas mais remotas plagas do orbe,as irradiações do seu espirito misericordioso, através das palavras inspiradas dos seusmensageiros.

O Evangelho do Divino Mestre ainda encontrará, por algum tempo, a resistência das trevas.A má-fé, a ignorância, a simonia, o império da força conspirarão contra Ele, mas tempo virá emque a sua ascendência será reconhecida. Nos dias de flagelo e de provações coletivas, é paraa sua luz eterna que a humanidade se voltará, tomada de esperança. Então, novamente seouvirão as palavras benditas do Sermão da Montanha, e através das planícies, dos montes edos vales, o homem conhecerá o caminho, a verdade e a vida.”

(Emmanuel, Francisco Cândido Xavier, “Emmanuel”, cap. II, O Evangelho e o Futuro)

4. O Espiritismo e o Movimento Regenerador da HumanidadeO Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará desta renovação

uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitudede suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto, do quequalquer outra doutrina, a secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneodesse movimento. Surgiu na hora em que podia ser de utilidade, visto que também para ele ostempos são chegados. Se viera mais cedo, teria esbarrado em obstáculos insuperáveis; houverainevitavelmente sucumbido, porque, satisfeitos com o que tinham, os homens ainda não sentiriamfalta do que lhes traz. Hoje, nascido com as idéias que fermentam, encontra preparado o terrenopara recebê-lo. Os espíritos cansados da dúvida e da incerteza, horrorizados com o abismo que selhes abre à frente, o acolhem como âncora de salvação e consolação suprema.”

(Allan Kardec, A Gênese, cap. XXVIII, item 25)

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5. A Missão do Brasil “Terra do Evangelho”

É de Ismael, Guia Espiritual da Nação Brasileira, a primeira manifestação clara a respeito damissão espiritual do Brasil, através do notável médium Frederico Júnior, do “Grupo Confúcio”,fundado em 1873, da qual extraímos os seguintes trechos, para conhecimento das geraçõesmais jovens de espíritas:

“O Brasil tem a missão de Cristianizar. É a terra da Promissão. A Terra de todos. A Terra defraternidade. A Terra de Jesus. A Terra do Evangelho.

Na Era Nova e próxima abrigará um povo diferente pelos costumes cristãos. Cumpre ao queouve os arautos do espaço, que convocam os homens de boa vontade para o preparo da NovaEra, reconhecer em Jesus o Chefe Espiritual. (...)

A Missão dos Espíritas no Brasil é divulgar o Evangelho. Os que quiserem bem cumprir odever, a que se obrigaram antes de nascer, deverão, pois, reunir-se debaixo deste Pálio Trinitário:Deus, Cristo e Caridade. Onde estiver esta bandeira, aí estarei eu, ISMAEL.”

(Ismael, Frederico Júnior, “Reformador”, Jul/1996)

6. Avaliação

Ao final do estudo, os participantes da reunião deverão compreender a atualidade doEvangelho de Jesus e a missão do Brasil como o coração do mundo e a pátria do Evangelho.

****

“Eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, comoroupa, envelhecerão.”

(Hebreus, 1:11)

****

II UNIDADE.

O CENTRO ESPÍRITA.

O objetivo desta unidade, é apresentar a importância do Centro Espírita como célulaagregadora dos espíritas, e o núcleo organizador das diversas frentes de trabalho e divulgaçãoda Doutrina Espírita.

SUB.01 - Allan Kardec e o Projeto 1868

1. Allan Kardec e o Projeto 1868

Com o advento da Codificação Espírita, Allan Kardec percebe a importância de organizar osmeios de divulgação da Doutrina para evitar os mesmos problemas ocorridos no Cristianismo.Assim iniciamos este módulo com alguns pensamentos dele, visando um desenvolvimento dasidéias e apresentando o Centro Espírita sem perda da idéia inicial.

“Um dos maiores obstáculos capazes de retardar a propagação da Doutrina seria a falta deunidade. O único meio de evitá-la, senão quanto a o presente, pelo menos quanto ao futuro, éformulá-la em todas as suas partes e até nos mais mínimos detalhes, com tanta precisão eclareza, que impossível se torne qualquer interpretação divergente. (...)”

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 32

“Somente o Espiritismo, bem entendido e bem compreendido, pode remediar esse estado decoisas e tornar-se, conforme disseram os Espíritos, a grande alavanca da transformação daHumanidade.” (...)

“A Sociedade (Espírita) tem necessariamente que exercer grande influência, conforme odisseram os próprios Espíritos; sua ação, porém, não será, em realidade, eficiente, senão quandoela servir de centro e de ponto de ligação donde parta um ensinamento preponderante sobre aopinião pública.”

(Allan Kardec – Obras Póstumas – Projeto 1868 – FEB)

1.1. O Centro como um Estabelecimento Central

“Mais urgente seria prover a Sociedade de um local convenientemente situado e dispostopara as reuniões e recepções. Sem lhe dar um luxo desnecessário e, ao demais, sem cabimento,precisaria que nada aí denotasse penúria, mas apresentasse um aspecto tal, que as pessoasde distinção pudesse estar lá sem se considerarem muito diminuídas.”

(Allan Kardec – Obras Póstumas – Projeto 1868 – FEB)

1.2. Esquema do “PROJETO 1868” de Allan Kardec

DIRETRIZES - CONSEQUÊNCIAS:

Compreensão correta do Espiritismo.Edificação do Espiritismo em bases sólidas, livre do arbítrio das interpretações.Propagação do Espiritismo de forma prudente.Conhecimento doutrinário pureza e unidade doutrinárias.Neutralização dos antagonismos e habilidade na administração de conflitos doutrinários.

2. O CENTRO ESPÍRITA

2.1. Conceito

“Escola benemérita, o templo espírita é um lar de luz, aberto à instrução geral para oentendimento das leis que regem os fenômenos da evolução e do destino.”

(Emmanuel/ F.C.Xavier – Educandário de Luz – Instrução Espírita)

“...é uma escola onde podemos aprender e ensinar, plantar o bem e recolher-lhe as graças,aprimorar-nos e aperfeiçoar os outros, na senda eterna”.

(Emmanuel/ F.C.Xavier – Educandário de Luz - O Centro Espírita)

Sob outro aspecto, o Centro é Posto de socorro espiritual e material. Acolhe desde acriança que reclama diretriz no Bem, até os velhos necessitados ou não de assistência efraternidade. É templo, é recanto de paz, acolhendo os desesperados, os angus-tiados e osrevoltados.

(FEB, Movimento Espírita, pág. 8O)

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“(...) é, para todos estes desencantados, o refúgio e a consolação. É o oásis de paz e deesperança onde esperam encontrar Jesus de braços abertos, para a doce e suave Comunhãoda fraternidade e da alegria”.

(Martins Peralva, Estudando a Mediunidade, cap.41)

“O templo é local previamente escolhido para encontro com as forças superiores.”(André Luiz, Waldo Vieira, Conduta Espírita, cap.11)

“E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o Evangelho doReino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.” (Mateus, 4: 23)

2.2. A adequação do Centro Espírita para atender suas finalidades.

Esse é o título do documento aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da FederaçãoEspírita Brasileira na reunião realizada nos dias 1º a 3º de outubro de 1977 e publicada noopúsculo “Orientação ao Centro Espírita”. Sem prejuízo à análise do documento original,destacamos o seguinte sobre o Centro Espírita:

A - desempenha papel relevante na divulgação do Espiritismo e no atendimento a todosos que nele buscam orientação e amparo;

“Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados, que Eu vos aliviarei.Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e

encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”(Mt 11: 28-30)

B - deve ser um núcleo de estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho, com base noEvangelho de Jesus, à luz da Doutrina Espírita;

“Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque Eu o sou.”(João 13:13)

C - deve ser compreendido como a casa de uma grande família, onde as crianças, osjovens, os adultos e os idosos tenham oportunidade de conviver, estudar e trabalhar;

“Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falaráde si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir.”

(João 16:13)

D - deve proporcionar aos seus freqüentadores oportunidade de exercitar o seuaprimoramento íntimo pela vivência do Evangelho em seus trabalhos, tais como os de estudo,de orientação, de assistência espiritual e de assistência social;

“... a fé sem as obras é morta .” (Tiago, 2:20)

E - deve criar condições para um eficiente atendimento a todos os que o procuram como propósito de obter orientação, esclarecimento, ajuda ou consolação;

“E foram ter com ele ao templo cegos e coxos, e os curou.” (Mateus, 21: 14)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 34

F - precisa manter-se em um clima de ordem, de respeito mútuo, de harmonia, defraternidade e de trabalho, minimizando divergências e procurando superar o personalismoindividual ou de grupo, a bem do trabalho doutrinário, propiciando a união de seus freqüentadoresna vivência da recomendação de Jesus: “Amai-vos uns aos outros”;

“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.” (João,16:13)

G - deve caracterizar-se pela simplicidade própria das primeiras Casas do Cristianismonascente, com a total ausência de imagens, paramentos, símbolos, rituais, sacramentos ououtras quaisquer manifestações exteriores, tais como batizados e casamentos;

“Ajuntai tesouros nos céu...” (Mateus, 6:20)

“Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem oreino de Deus com aparências exteriores.”

(Lucas, 17:20)

H - deve organizar-se não apenas para desenvolver com eficiência as suas atividadesbá-sicas, mas também para cumprir as suas obrigações legais;

“Tudo quanto pois quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque estaé a lei, e os profetas.” (Mateus, 7:12)

I - como unidade fundamental do Movimento Espírita que é, deve manter um clima deentendimento, de harmonia e de fraternidade com relação aos demais Centros Espíritas,procurando unir-se a todos com o propósito de confraternizar, de permutar experiências para oaprimoramento das próprias atividades e de promover realizações em comum;

“Porque nenhum de nós vive para si...” (Romanos, 14:7)

2.3. Recomenda os Centros Espíritas observarem as diretrizes:

I - Orientação:

Reconhecer que a vivência do Evangelho de Jesus-Cristo é o objetivo a ser atingido pelaHumanidade.

“Consideremos uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras.” (Hebreus, 10:24)

II - Atividades básicas da Casa Espírita:

A - promover, com vistas ao aprimoramento íntimo de seus freqüentadores, o estudometódico e sistemático e a explanação:

1 - da Doutrina Espírita no seu tríplice aspecto - científico, filosófico e religioso -,consubstanciada na Codificação Kardequiana;

2 - do Evangelho, segundo a Doutrina Espírita;

B - promover a evangelização da criança, à luz da Doutrina Espírita;

C - incentivar e orientar o jovem para o estudo e a prática da Doutrina Espírita e favorecer-lhe a integração nas tarefas do Centro Espírita;

D - promover a divulgação da Doutrina Espírita, também através do livro;

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 35

E - promover o estudo da mediunidade, visando oferecer orientação segura para asatividades mediúnicas;

F - realizar atividades de assistência espiritual, mediante a utilização dos recursosoferecidos pela Doutrina Espírita, inclusive através de reuniões mediúnicas privativas dedesobsessão;

G - manter um trabalho de atendimento fraterno, através do diálogo, com orientação eesclarecimento às pessoas que buscam o Centro Espírita;

H - promover o serviço de assistência social espírita, assegurando suas característicasbeneficentes, preventivas e promocionais, conjugando a ajuda material e espiritual, fazendocom que este serviço se desenvolva concomitantemente com o atendimento às necessidadesde evangelização;

I - incentivar e orientar a instituição do Culto do Evangelho no Lar.

III -Atividades administrativas, o CFN recomenda ao Centro Espírita:

A - manter organização própria, segundo as normas legais vigentes, compatíveis com amaior ou menor complexidade de cada Centro e estruturada de modo a atender às finalidadesdo Movimento Espírita;

B - estabelecer metas para o Centro Espírita em suas diversas áreas de atividade,planejando periodicamente suas tarefas e avaliando seus resultados;

C - facilitar a efetiva participação dos freqüentadores nas atividades do Centro Espírita;

D - estimular o processo de trabalho em equipe;

E - dotar o Centro Espírita de locais e ambientes adequados, de modo a atender, emprimeiro lugar, às atividades prioritárias;

F - zelar para que as atividades exercidas em função do Movimento Espírita sejamgratuitas, vedada qualquer espécie de remuneração;

G - não envolver o Centro Espírita em quaisquer atividades incompatíveis com a DoutrinaEspírita;

H - aceitar somente auxílios, doações, contribuições e subvenções, bem como firmarconvênios de qualquer natureza e procedência desvinculados de quaisquer compromissos quedesfigurem o caráter espírita da Instituição ou que impeçam o normal desenvolvimento de suasatividades, em prejuízo das finalidades doutrinárias, preservando, assim, a total independênciaadministrativa da Entidade.

IV - Atividades de Comunicação:

A - promover a difusão do livro espírita;

B - utilizar os meios de comunicação - inclusive jornais, revistas, boletins informativos evolantes de mensagens, rádio e televisão - na difusão da Doutrina Espírita e do Evangelho, demaneira condizente com os seus princípios;

C- incentivar o estudo e a divulgação do Esperanto como instrumento neutro defraternidade entre os homens e povos do mundo.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 36

V – Atividades de Unificação:

A - participar efetivamente das atividades do movimento de unificação;

B - conjugar esforços e somar experiências com as demais Instituições Espíritas de umamesma localidade ou região de modo a evitar paralelismo ou duplicidade de realizações.

(Do opúsculo “Orientação ao Centro Espírita” - FEB - 4ª edição- 1996)

“Bem-aventurados os pobres de Espíri-to, porque deles é o reino dos Céus; bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; bem-aventurados, os misericordiosos,porque alcançarão misericórdia. (Mateus, 5: 3,4 e 7)

“Curai os enfermos,

limpai os leprosos,

ressuscitai os mortos,

expulsai, os demônios;

de graça recebestes,

de graça dai.”

(Mateus,10:8)

II – UNIDADE.

O CENTRO ESPÍRITA.

SUB.02 - Estrutura Organizacional.

1. Estrutura Organizacional do Centro Espírita:

1.1. As reuniões:

Dentro do propósito de melhor conhecer o Centro Espírita, seus objetivos, sua organizaçãoe os documentos norteadores de suas atividades, indicamos o estudo do documento “Orientaçãoao Centro Espírita”, aprovado pelo CFN da FEB em julho de 1980, onde uma série de orientaçõessão oferecidas a título de sugestão e subsídio às atividades dos Centros Espíritas que, em

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 37

função de suas realidades próprias, poderão adotá-las parcial ou totalmente, bem como adaptá-las às suas necessidades”.

O referido documento trata das seguintes atividades dos Centros Espíritas:

I Reunião de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita;II Reunião de Estudo Doutrinário;III Reunião de Divulgação Doutrinária;IV Reunião de Assistência Espiritual;V Reunião de Estudo e Educação da Mediunidade;VI Reunião de Desobsessão;VII Evangelização da Infância;VIII Reunião de Estudos Doutrinários e Atividades da Mocidade ou Juventude Espírita;IX Serviço Assistencial Espírita;X Divulgação e Comunicação;XI Culto do Evangelho no Lar;XII Atividades de Unificação do Movimento Espírita;XIII Reunião de Trabalhadores do Centro Espírita;XIV Reunião Comemorativa;XV Recomendações Gerais.”

(Do opúsculo “Orientação ao Centro Espírita” - FEB -edição- 1996)

Vale a pena, ainda, consultar o Manual de Orientação ao Centro Espírita, pois o mesmoexplica como realizar as tarefas propostas.

“(...) Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios einstruídos e as revelaste aos pequeninos.” (...)

“Vinde a mim, todos que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meujugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossaalma. Por que o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.”

(Mateus, 11,25 28-30)

1.2. Os Departamentos:

É de extrema importância que o Centro Espírita se organize em Departamentos, emfunção de suas necessidades e realidades para melhor cumprimento dos objetivos de seutrabalho, devidamente estabelecidos nas reuniões com a diretoria. É indispensável à organizaçãodas atividades de cada departamento por meio de um regimento seguro. Algumas áreas podemser sugeridas:

I – Departamento de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita

Objetivo: Divulgar a Campanha do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita.

Funções:- Estudar sistematicamente a Doutrina Espírita e o Evangelho de Jesus, em clima fraterno,

aprofundando os estudos das obras da Codificação Espírita, buscando vivenciar estesensinamentos.

- Organizar e orientar na estruturação do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita.- Incentivar a implantação de Grupos de Estudos Sistematizado da Doutrina Espírita.- Apoiar a manutenção de Grupos de ESDE já implantados.- Acompanhar à aplicação da metodologia proposta para o Estudos Sistematizados da

Doutrina Espírita, visando a sua não descaracterização.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 38

II – Setor de Preparação de Trabalhadores para as Atividades Espíritas

Objetivo: Divulgar a filosofia da Preparação de Trabalhadores para as Atividades naCasa Espírita.

Funções:

- Acompanhar a aplicação da metodologia proposta para os cursos.- Trabalhar em parceria com os demais setores, para o aprimoramento e integração das

filosofias.-III – Setor de Estudo do Evangelho

Objetivo: Divulgar o estudo minucioso do Evangelho à Luz da Doutrina Espírita.

Funções:

- Divulgar a necessidade do Estudo do Evangelho.- Incentivar, orientar e apoiar a formação de grupos de Estudo do Evangelho.- Promover o aprimoramento pedagógico dos que atuam nas coordenações do estudo do

Evangelho.

IV - Departamento de Assistência e Promoção Social Espírita

Objetivo: Difundir a filosofia de Assistência e Promoção Social ensinada e vivenciada porJesus.

Funções:

- Trabalhar para o fortalecimento das atividades de Assistência e Promoção Social Espíritacom base na Codificação e no Evangelho de Jesus.

- Desenvolver atividades que visem incentivar, orientar, apoiar, e integrar os trabalhadoresespíritas nas tarefas de Assistência Social.

- Atender e promover o indivíduo e a família espírita no aspecto bio-físico-sócio-espiritual,à luz da Doutrina Espírita, possibilitando-lhes refletir na grandeza da Codificação Kardequianae conscientizando-os quanto as possibilidades de mudanças, tanto na vida exterior como nainterior;

- Promover o hábito de estudo dos trabalhadores de assistência social, incentivando-os areuniões de estudo da Doutrina Espírita e do Evangelho de Jesus, para que possam realizarsuas atividades com eficiência e eficácia.

- Orientar e acompanhar os coordenadores das diversas atividades assistenciais a fazeremplanejamentos, objetivando melhor e preparando corretamente os voluntários e as própriasatividades;

- Analisar, junto à Coordenação ou diretoria da Casa, a possibilidade de utilização derecursos financeiros externos, desde que não firam a pureza doutrinária;

- Procurar conhecer a realidade sócio-econômica e espiritual do assistido para melhoratendê-lo e promovê-lo socialmente e libertá-lo espiritualmente.

- Usar de espírito de fraternidade e de respeito à dignidade das pessoas atendidas naCasa Espírita, caso haja necessidade de levantamento de dados pessoais e familiares.

- Organizar e treinar equipes de trabalhadores e voluntários;- Promover unificação dos diversos departamentos da Casa Espírita;

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 39

- Orientar as atividades assistenciais que requerem receiturário e/ou distribuição deremédios, para manterem um profissional habilitado (médico).

- Avaliar periodicamente todas as atividades de assistência social da casa espírita,permitindo melhorar a qualidade do trabalho e do trabalhador.

- Adequar o trabalhador espírita na tarefa que mais se adapte para que possa realizá-lacom alegria e disposição..

V – Setor de Família

Objetivo:Promover atividades de orientação à família com base no Evangelho de Jesus e na Doutrina

Espírita, destacando sua função educadora e regeneradora e valorizando-a no processo deedificação moral do homem.

Funções:- Desenvolver atividades que se refiram a orientação e a vivência em família, em conjunto

com os demais setores da Casa Espírita.- Promover a difusão do pensamento espírita-cristão com relação à vivência em família

através do desenvolvimento de temário específico.- Promover campanhas sobre o Culto do Evangelho no Lar.- Promover eventos de esclarecimento e valorização da vivência em família.- Incentivar a organização e realização de encontros fraternos da família espírita pela

Casa Espírita ou órgãos de unificação.

VI – Departamento de Orientação Mediúnica

Objetivo:Organizar e orientar o estudo da mediunidade, a educação mediúnica e o seu exercício,

segundo a Codificação de Allan Kardec.

Funções:- Estudar sistematicamente a Mediunidade à luz da Doutrina Espírita e do Evangelho de

Jesus, em clima fraterno, buscando vivenciar estes ensinamentos.- Incentivar a implantação e apoiar a manutenção de Grupos de Estudos de Mediunidade,

que visem à prática mediúnica de acordo com a Codificação Espírita.- Incentivar a implantação e apoiar a manutenção de Reuniões Mediúnicas (estudo teórico

e prático), que se fundamentem na Codificação Espírita.

VII - Departamento de Esperanto

Objetivo:Divulgar o estudo do Esperanto como instrumento da divulgação da Doutrina Espírita.

Funções:- Manter a tríade Evangelho, Espiritismo e Esperanto no desenvolvimento das tarefas

de ensino, utilização e divulgação da língua internacional no seio do Movimento Espírita, emíntima ligação com os demais setores e departamentos das Casas Espíritas;

- Apoiar a criação e formação de núcleos, setores ou departamentos de Esperanto eminstituições espíritas;

- Promover o aprimoramento pedagógico dos que atuam no ensino do Esperanto noâmbito da Casa Espírita;

- Manter, incentivar e orientar o relacionamento com o movimento esperantista neutro;- Colaborar na divulgação internacional do Espiritismo por meio do Esperanto.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 40

VIII – Departamento da Infância e Juventude

OBJETIVO:Organizar e orientar o ensino Evangélico doutrinário Espírita da criança e do Jovem

FUNÇÕES:- Levar às crianças e aos jovens os conhecimentos do Espiritismo e o estímulo à sua

vivência.- Estruturar-se em setores: infância e juventude, sendo coordenado por um Diretor,

assessorado por tantos coordenadores quantos sejam os setores nele criados (mínimo de 2).- Trabalhar para o fortalecimento do Movimento Espírita no que se refere às atividades de

Evangelização da criança e do jovem, com base na Codificação e no Evangelho de Jesus.- Desenvolver atividades que visem incentivar, orientar, apoiar e integrar os trabalhadores

espíritas nas tarefas do DIJ.- Promover o aprimoramento psico-pedagógico dos que atuam como evangelizadores na

Infância e Juventude.

IX- Departamento de Comunicação Social Espírita

Objetivo:Desenvolver atividades para divulgação da Doutrina Espírita.

Funções:- Promover a difusão do Espiritismo, levando em consideração os públicos interno e externo,

com o propósito de informar, esclarecer e consolar, evitando-se qualquer forma impositiva aocolocar a mensagem espírita aos públicos em referência.

- Atender às necessidades de divulgação interna e externa dos diversos departamentos esetores da Casa Espírita.

1.2.1. Regimento InternoRegimento Interno de cada departamento é um documento auxiliar, que estrutura suas

atividades, conscientizando a respeito de deveres e responsabilidades dos trabalhadores; bemcomo estabelece as diretrizes básicas que nortearão os trabalhos, de cada um.

“E agora vos digo: dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou estaobra é de homens, se desfará, mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdestambém achados combatendo contra Deus”. - (Atos, 5: 38 e 39)

“...A Constituição do Espiritismo, regularizando o estado das coisas, terá por efeito

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 41

“No turbilhão dos conflitos que asfixiam as melhores aspirações do povo, é necessário sejamoso apoio fraterno providencial de quantos se colocam em busca de um roteiro para as esferasmais altas”.

(Emmanuel / F.C.Xavier - Roteiro. – 3/952)

“A manjedoura assinalava o ponto inicial da lição salvadora do Cristo, como a dizer que ahumildade representa a chave de todas as virtudes”.

(Emmanuel/F.C.Xavier – A Caminho da Luz)

“Bem aventurados os aflitos, pois que serão consolados.” (Mateus, 5:4)

Há vários caminhos pelos quais uma pessoa pode entrar em uma casa espírita, citamosespecialmente: Reunião Pública, Tratamento Espiritual, Evangelização Infanto-Juvenil, ServiçoAssistencial.

“Não basta a certeza de que a vida continua infinita, além da morte. É necessário clarear ocaminho.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Nosso Livro)

Neste momento ela recebe as primeiras informações sobre o Espiritismo, através de livros,palestras, reuniões públicas.

“A palavra de Jesus é a do convite ao banquete de luz eterna e de amor imortal.”(Emmanuel/F.C.Xavier –Livro Coletânea do Além)

Participação em Atividades – Formação da Base Doutrinária.

Quando a pessoa torna-se um freqüentador da Casa Espírita, vai tendo informaçõesfundamentais sobre a Doutrina Espírita, estabelecendo um processo de estudo com metodologiasvariadas. Esta formação da base doutrinária se dá pela Evangelização infanto-juvenil, peloEstudo Sistematizado da Doutrina Espírita e pelos Cursos sobre assuntos Doutrinários.

“Um curso regular de Espiritismo seria professado com o fim de desenvolver os princípios daciência e de difundir o gosto pelos estudos sérios.Esse curso teria a vantagem de fundar aunidade de princípios, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de espalhar as idéias Espíritas ede desenvolver grande número de médiuns. Considero esse curso como de natureza a exercercapital influência sobre o futuro do espiritismo e sobre suas conseqüências.”

(Allan Kardec – Obras Póstumas - Projeto 1868 – O Ensino Espírita)

“O estudo meditado das obras de Allan Kardec, a nosso ver, é o passo mais seguro paraquem deseja iniciar-se no conhecimento do Espiritismo.”

(Francisco Cândido Xavier – Livro Evangelho de Chico Xavier – C.A. Baccelli)

Despertar para o Trabalho – Preparação de Trabalhadores

O indivíduo quer ser mais que um freqüentador. Deseja participar das tarefas, dosDepartamentos, Coordenações, Equipes. É preciso que seja orientado sobre as qualidadesque necessita desenvolver para desempenhar bem as atividades e assumir responsabilidades.Necessita saber a dinâmica, as normas de organização e funcionamento da Casa Espírita. É omomento da sensibilização e de Preparação de Trabalhadores para Atividades Espíritas. Seráorientado, por exemplo, sobre Liderança, Delegação de Responsabilidade, Equipe de Trabalho,filosofia de trabalho da Casa Espírita, Movimento Espírita, Unificação e outros temas.

“Nós, no Espiritismo, somos aquela parcela de cristãos chamados a compreender e trabalhar.Não temos qualquer coisa contra os companheiros nossos que acreditam de outro modo. Allan

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 42

Kardec abriu-nos um caminho muito vasto. Não se sabe de mensagem alguma em que fossemoschamados a mostrar santidade; mas existem numerosos convites à cooperação, ao trabalho...”

(Francisco Cândido Xavier – Livro Evangelho de Chico Xavier – C.A Baccelli)

Colaborador na Área Específica – Treinamento para os Trabalhadores

Dadas as orientações gerais, é o momento em que o trabalhador receberá treinamento eorientação para cooperar em atividades específicas: evangelização, juventude, mediunidade,esperanto, assistência social e outras. O importante é que o trabalhador, faça a sua escolhareferente ao setor de atuação, de acordo com sua aptidões.

“Cada dia pode ser, na Terra, abençoado serviço de preparação para o céu.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Do Além para você)

“A caridade é um exercício espiritual...Quem pratica o bem, coloca em movimento as forçasda alma. Quando os espíritos nos recomendam, com insistência, a prática da caridade, elesestão nos orientando no sentido de nossa própria evolução; não se trata apenas de uma indicaçãoética, mas de profundo significado filosófico...”

“Na caridade eu sempre encontrei mais conforto para mim mesmo do que o possível confortoque pudesse ter proporcionado a alguém. O Espiritismo sem a caridade viva e atuante, porparte dos companheiros de ideal, seria um corpo filosófico de bela expressão, no entantodestituído de vitalidade e completamente vazio de espírito...”

(Francisco Cândido Xavier – Livro Evangelho de Chico Xavier – C.A Baccelli)

Continuidade e Sustentação

A continuidade do aprendizado doutrinário e o aperfeiçoamento de suas atividades na casaespírita demandam estudo constante.

“Avança hoje na estrada pedregosa das obrigações retamente cumpridas e, amanhã, em tedespedindo do corpo escuro da carne, teu coração, convertido em estrela de amor, será comJesus um marco celeste, orientando as almas perdidas, no vale das sombras para que atinjamcontigo a glória do Eterno Bem.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Mensagens Esparças)

O Estudo Minucioso do Evangelho à Luz do Espiritismo poderá ser a sustentação permanentepara o colaborador, pois as reflexões que faz nos Grupos de Estudo seriam colocadas emprática em sua vida e nas tarefas que realiza.

“O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades emotivas ouconhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler paraatender a Deus, cumprindo-lhe a Divina Vontade.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Fonte Viva)

“O centro espírita deve ser tocado como uma escola, ou seja, devemos estar dentro delepara aprender... Não é só para mediunidade, para o passe ou para a desobsessão...Precisamosestudar as lições de Jesus, nas interpretações de Allan Kardec, e vivenciá-las, cuidando de nósmesmos, de nossa necessária renovação íntima...Espiritismo não é fé cega, não é fanatismo.Precisamos dialogar, trocar idéias... Nada de polêmicas em torno deste ou daquele texto. O queé essencial no Evangelho está mais do que claro! ...”

(Francisco Cândido Xavier – Livro Evangelho de Chico Xavier – C.A Baccelli)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 43

***

“Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz oseu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto

ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.”

“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vosnomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; afim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo

conceda.” (João, 15:15-16)

3. O CENTRO ESPÍRITA E A MISSÃO DO ESPÍRITO ISMAEL.

No primeiro grupo espírita registrado no Rio de Janeiro, Grupo Confúcio, foi recebida umamensagem do Espírito Ismael falando a respeito de sua missão como condutor do Espiritismoem terras brasileiras.

“Atendendo aos seus rogos reiterados, a palavra do Mestre se faz ouvir, esclarecendo o seuemissário dileto:”

“Ismael - disse-lhe o Senhor - concentraremos agora todos os nossos esforços a fim de quese unifiquem os meus discípulos encarnados para a organização da obra impessoal e comumque iniciaste na Terra. Na pátria dos meus ensinamentos, o Espiritismo será o Cristianismorevivido na sua primeira pureza, e faz-se mister coordenar todos os elementos da causa generosada Verdade e da Luz, para os triunfos do Evangelho. Procurarás, entre todas as agremiaçõesda doutrina, aquela que possa reunir em seu seio todos os agrupamentos; colocarás aí a tuacélula, a fim de que todas as mentalidades postas na direção dos trabalhos evangélicos estejamafinadas pelo diapasão da tua serenidade e do teu devotamento à minha seara. E como asatividades humanas constituem, em todos os tempos, um oceano de inquietude, a caridadepura deverá ser a âncora da tua obra, ligada para sempre ao fundo dos corações, no marimenso das instabilidades humanas. A caridade valerá mais que todas as ciências e filosofias,no transcurso das eras, e será com ela que conseguirás consolidar a tua Casa e a tua obra.”(...)

(Humberto de Campos, Francisco C. Xavier, Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, capítulo 28)

Para melhor orientação quanto à organização da casa espírita, recomendamos a leitura ea análise dos seguintes documentos e textos:

O Livro dos Médiuns – Das Reuniões e das Sociedades EspíritaManual de Administração das Instituições Espíritas Orientação ao Centro Espírita.

4. Reflexão.

“Constitui-nos a nós espíritas de ambos os planos da Vida, bênção e honra a vinculação aospostulados da Codificação Espírita, mas também sobre nós repousam as responsabilidadesgraves em torno de como utilizaremos da concessão superior para torná-la aceita pelas multidõesnecessitadas de paz, perdidas no báratro de si mesmas, ansiosas por encontrar o rumo”.

(B. de Menezes – D. P. Franco – Mensagem ao C.F.N / 97 – A Unificação dos Espíritas é trabalho para todos osdias.)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 44

“...Jesus chamou a equipe de apóstolos que lhe asseguraram cobertura à obra redentora,não para incensar-se e nem para encerrá-los em torres de marfim, mas para erguê-los à condiçãode amigos fiéis, capazes de abençoar, instruir e servir ao povo, que, em todas as latitudes daTerra, lhe constitui a amorosa família do coração.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Educandário de Luz )

“Disse-vos isso por parábolas;chega, porém, a hora em que vosnão falarei mais por parábolas,

mas abertamente vos falareiacerca do Pai.”

(João, 16:25)

II – UNIDADE.

O CENTRO ESPÍRITA.

SUB.03 - O Trabalhador.

1. Trabalhador Espírita.

1.1. Trabalho:

1.1.1. Definição:

Aplicação das forças e faculdades hu-manas para alcançar um determinado fim;Atividade coordenada, de caráter físico e/ou intelectual, necessária à realização de qualquertarefa, serviço ou empreendimento...

(Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

“Trabalho é toda ocupação útil.”(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Parte 3, cap. 3, perg.675)

“O trabalho é Lei da Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade e acivilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.”

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos Parte 3, cap. 3, perg.674 )

“O trabalho é a honra, é a dignidade do ser humano. (...) é também um grande consolador,é um preservativo salutar contra as nossas aflições, contra as nossas tristezas. Acalma asangústias do nosso espírito e fecunda a nossa inteligência.(...) é sempre um refúgio seguro naprova, um verdadeiro amigo na tribulação. (...) é a comunhão dos seres.”

(León Denis - Depois da Morte, cap. 52 )

“E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.”(João, 5: 17)

1.1.2. Finalidade:

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 45

“O trabalho reajusta as forças do espirito”(Emmanuel, Francisco Cândido Xavier, Dicionário da Alma, verbete: Trabalho)

“O homem quintessencia o espírito pelo trabalho e tu sabes que só mediante o trabalhodo corpo o Espirito adquire conhecimentos.”

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Prolegômenos, pág. 49-50. FEB.)

“Por ordem de Deus, os Espíritos trabalham pelo progresso de todos, sem exceção.Fazei o mesmo, vós outros, espiritas.”

(São Luiz, Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, Parte 2, cap. 31, item Vl)

“É pelo trabalho que nos despojamos, pouco a pouco, de nossas imperfeições.(...)aprimoramos faculdades e crescemos em conhecimento e sublimação, através do serviço...”

(André Luiz, Francisco Cândido Xavier, Entre a Terra e o Céu, cap. 8, pag 53)

“Disse Deus ao homem: Tirarás da Terra o seu alimento, com o suor do teu rosto.Admirável figura, que pinta a condição em que ele se encontra neste mundo, tem de progredirem tudo, pelo esforço do trabalho. Se lhe dessem as coisas inteiramente prontas de que lheserviria a inteligência? Seria como um estudante cujos deveres um outro faça.”

(Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, cap.: XXVI, item 294, sub-item 28.)

“Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serãoacrescentadas.”(Mateus, 6:33)

1.1.3. Preparação:

“Esforço e prece completam-se no todo da atividade espiritual.”“A criatura que apenas trabalhasse, sem método e sem descanso, acabaria desesperada

em horrível secura do coração; aquela que apenas se mantivesse genuflexa estaria ameaçadade sucumbir pela paralisia e ociosidade”.

“A oração ilumina o trabalho, e a ação é como um livro de luz na vida espiritualizada.”“Cuida de seus deveres porque para isso permaneces no mundo, mas nunca te esqueças

desse monte, localizado em teus sentimentos mais nobres, a fim de orares” à parte “, recordandoo Senhor.”

(Emmanuel, Francisco Cândido Xavier, Caminho, Verdade e Vida, Cap. 6)

“Muitas vezes, até, uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numamesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo adiantamento.”(Allan Kardec, Evangelho Segundo O Espiritismo, cap. IV, item 18)

“Ele, pois, trabalha por necessidade, por gosto e por dever, obedecendo, desse modo,aos desígnios da Providencia que, para tal fim, o pôs na Terra.”

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. II, item 6)

“Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse esem outro móvel, senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do quetiverem esperado. Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: “Trabalhemos juntos e unamos osnossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada obra”, porquanto o Senhorlhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aosvossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!”

(O Espírito da Verdade, Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo cap. XX, item 5)

“Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, aqual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou.” (João, 6:27)

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1.1.3.a. - Preparação Moral do Trabalhador Espírita

...”Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual aciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educaçãointelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros esim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educaçãoé o conjunto dos hábitos adquiridos...”

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Parte 3, cap.III, perg. 685 a)

“A revolução que se apresta é antes moral do que material. Os grandes Espíritos,mensageiros divinos, sopram a fé, para que todos vós, obreiros esclarecidos e ardorosos, façaisouvir a vossa voz humilde, porquanto sois o grão de areia; mas, sem grãos de areia, não existiriamas montanhas. Assim, pois, que estas palavras - “Somos pequenos” -careçam para vós designificação. A cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. Não constrói a formiga oedifício de sua república e imperceptíveis animálculos não elevam continentes? Começou anova cruzada. Apóstolos da paz universal, que não de uma guerra, modernos São Bernardos,olhai e marchai para frente; a lei dos mundos é a do progresso.”

(Fénelon, Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 1, item 10) “A moral sem as ações é o mesmo que a semente sem o trabalho...”

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Parte 3, cap.XII, perg. 905)

1.1.3.b - Preparação Intelectual do Trabalhador Espírita:

“Dissemos que o Espiritismo é toda uma ciência, toda uma filosofia. Quem, pois,seriamente queira conhecê-lo deve, como primeira condição, dispor-se a um estudo sério epersuadir-se de que ele não pode, como nenhuma outra ciência, ser aprendido a brincar.”

(Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, Parte 1, cap. III, item 18)

“Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita, que noslança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão grande, só pode ser feito com utilidadepor homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontadede chegar a um resultado.”

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, introdução - item VIII)

“O estudo sério do Espiritismo leva precisamente o homem a se desembaraçar detodas as superstições ridículas.”

(Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, Parte 2, cap.VI, item 100)

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (João, 8:32)

2. Características do Trabalhador Espírita:

A. “São pessoas que, compreendendo a importância da Doutrina Espírita e os benefíciosque ela traz para a Humanidade em geral e para os homens em particular, empenham-se emservir na tarefa de promover o seu estudo, a sua difusão e a sua prática, de forma espontânea,voluntária, consciente e gratuita.

“Aproxima-se o tempo em que se cumprirá as coisas anunciadas para a transformação dahumanidade. Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo da Senhor, com desinteressee sem outro móvel senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do quetiverem esperado.”

(O Espírito de Verdade, Allan Kardec, O Evangelho Segundo O Espiritismo, cap.xx, item 5)

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B. Procuram conhecer e estudar, de forma programada, metódica, sistematizada eaprofundada, os princípios fundamentais da Doutrina Espírita, contidos nas obras de CodificaçãoKardequiana, que servem de base ao trabalho que deve ser realizado.

“Allan Kardec, nos estudos, nas cogitações, nas atividades, nas obras, a fim de que anassa fé não se faça hipnose, pela qual a domínio da sombra se estabelece sobre as mentesmais fracas, acorrentadas a séculos de ilusão e sofrimento”.

(Bezerra de Menezes, Reformador - Dezembro / 1975)

C. Compreendem e respeitam as diferentes opiniões que possam existir entre companheirose instituições; destacam, cultivam e valorizam os pontos afins existentes no trabalho conjunto; efortalecem os laços de união pela prática da fraternidade autêntica, para que o trabalho dedifusão da Doutrina seja feito sem retardamento.

“Ditosos os que hajam dito a seus irmãos:“Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre

acabada a obra; porquanto o Senhor lhes dirá: ‘Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vósque soubestes impor silêncio às vossas rivalidades e às vossas discórdias, a fim de que daí nãoviesse dano para a abra!”

(Espirito de Verdade, Allan Kardec, O Evangelho Segundo O Espiritismo, Cap., item 5)

D. Observam que, na tarefa de estudo, difusão e prática do Espiritismo, o interesse doMovimento Espírita estará sempre acima do interesse das casas espíritas; e o interesse destas,acima dos interesses pessoais.

“Em cada templo, o mais forte deve ser escudo para o mais fraco, o mais esclarecido, a luzpara o menos esclarecido, e sempre e sempre seja o sofredor o mais protegido e o mais auxiliado,como entre os que menos sofram seja o maior aquele que se fizer o servidor de todas, conformea observação do Mentor Divino.”

(Bezerra de Menezes, Reformador - Dez / 1975)

E. Compreendem que a tarefa do trabalhador espírita é a de promover a Doutrina, esforçando-se para não se promover através da Doutrina.

“Lembra-te que os Bons Espíritas só dispensam assistência aos que servem a Deus comhumildade e desinteresse e que repudiam a todo aquele que busca na senda do Céu um degraupara conquistar as coisas da Terra; que se afastam do orgulhoso e do ambicioso”.

(Os Espíritos Superiores, Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Prolegômenos)

F. Observam que nas atividades espíritas, o servidor espírita estará sempre a serviço doCristo, sob a orientação dos Espíritos Superiores, trabalhando na própria regeneração e naregeneração da Humanidade.

“Ele (o Espiritismo) é, pois, obra do Cristo, que (ele mesmo) preside, conforme igualmente oanunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra.”

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo, O Espiritismo, cap.l, item 7)

G. Observam que nas atividades espíritas, o trabalhador espírita encontrará, constantemente,oportunidades para realizar o seu próprio aprimoramento.

“Reconhece-se O verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços queemprega para domar suas inclinações más”.

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo O Espiritismo, cap. XVII, item 4)

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H. Reconhecem que compete aos trabalhadores espíritas realizarem bem a tarefa que lhesfor confiada, assumindo com ânimo os encargos dela decorrentes, sem apego a cargos oufunções, que devem ser entendidos tão somente como oportunidades de prestação de serviçosà Doutrina Espírita e a si mesmos; nunca como espaço de destaque pessoal.

“Bem sabeis que pelos príncipes dos Gentios são estes dominados e que os grandes exercem autoridadesobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vossoserviçal; E qualquer entre vós quiser ser o primeiro seja vosso servo; Bem como o filho do homem nãoveio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos”. (Mateus, 20: 25 a 28)

I. Avaliam, permanentemente, o próprio trabalho, verificando:

1. se estão sendo fiéis aos princípios da Doutrina Espírita contidos nas obras básicas deAllan Kardec, nas atividades do seu estudo, da sua difusão e da sua prática;

2. se estão correspondendo aos investimentos tanto espirituais como materiais de que foramalvo, realizados pela Providência Divina.”

“Seja Allan Kardec, não apenas crido ou sentido, apregoado ou manifestado, a nossa bandeira,mas suficientemente vivido, sofrido, chorado e realizado em nossas próprias vidas”.

( Bezerra de Menezes, Reformador - Dez / 1975)(CFN-FEB, Apostila “PTAE”, item, Características Ideais dos Trabalhadores Espiritas)

3. Perfil Básico do Trabalhador Espírita:

3.a. O Homem de Bem

“O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, nasua maior pureza.”

(Allan Kardec, Evangelho Segundo, O Espiritismo, cap. XVII, item 3)

É muito difícil encontrar na Terra um trabalhador com todas as características citadas notexto “O Homem de Bem”, inserido no Evangelho S. Espiritismo. Devemos refletir no que significaa oportunidade de trabalhar para conquistar passo a passo as virtudes que o caracterizam.

“O piso desta conquista é o raciocínio claro e límpido, que a Doutrina Espírita, em revelandoas Leis Cósmicas, promove e estimula. Seu apogeu está no movimento emocional, dentro dasaquisições que os ensinamentos de Jesus prodigalizam.”

(Emmanuel/Wagner G.Paixão – Em Espírito e Verdade – pág.116/UEM)

3.b. Os Bons Espíritas

Porfiemos no bem

“Bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, o Espiritismo leva aos resultados acimaexpostos, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um omesmo é que outro. O Espiritismo não institui nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens

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a inteligência e a prática da do Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidamou vacilam..”

(Allan Kardec, Evangelho Segundo Espiritismo cap.XVII, item 4)

“Caminhamos, em conjunto, para a espiritualização da vida na Terra, sem o que vossoplaneta não ascenderia no concerto dos mundos que expressam a magnificência de Deus.Desvesti-vos da materialidade e do interesse pessoal, a fim de que vossa integração com asVerdades Celestiais seja motivo de graça e apoio para aqueles que vos seguem da retaguarda.”

(Emmanuel/Wagner G. Paixão – Em Espírito e Verdade – pág.116/UEM)

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“Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.”(João, 14:18)

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III - UNIDADE.

TRABALHO EM EQUIPE

SUB.01 - Trabalho em Equipe

1. Trabalho em Equipe.

“Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.”(Mateus 18:20)

2. Trabalhar em Grupo.

Introdução.

“Na sociedade moderna todos nós devemos saber como trabalhar em grupo e com grupos.Escola, Clube, Empresa, o centro espírita etc

“E Jesus, respondendo, disse-lhes: tende fé em Deus.” (Marcos, 11:12)

De que maneira os grupos influenciam nossas vidas.

Em qualquer fase da vida moderna defrontamos com o resultado do esforço de um grupo.Vejamos... as escolas, a rede hospitalar, o comércio, etc... todas elas resultam do trabalho

dedicado de pessoas reunidas, em grupos.(Cada dia, cada hora, em nossa sociedade, grupos de pessoas tomam decisões que são

fundamentais para o nosso bem estar.)Pertencer a grupos ou lidar com eles..., é uma experiência tão rotineira que, muitas vezes,

não paramos para analisar a sua formação ou o seu funcionamento.Os grupos influenciam o aprendizado, modificam atitudes, valores e padrões e

comportamentos de seus membros.(Fazer parte de um grupo modifica, até mesmo, os objetivos de um indivíduo.)

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“Ora, vós sois o corpo do Cristo e seus membros em particular.” (I Coríntios, 12:27)

Qual a razão de um Grupo ?

Para satisfazer sua próprias necessidades de: aprender com os outros, de partilhar idéias esentimentos, de conseguir melhor entrosamento com as pessoas e com o mundo.

Depois de integrado, o indivíduo dá-se conta de que, nem sempre, conseguiu sua completarealização. Entretanto o grupo pode lhe oferecer novos objetivos aos quais se apega e continua alutar.

Há pessoas que participam integralmente de um grupo enquanto outras, ficam sempre à parte.O envolvimento no trabalho do grupo está intimamente ligado ao ambiente psíquico com que foi

acolhido inicialmente.” (Apostila Liderança - Infância/UEM)

“E ele disse-lhes: vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco; porque havia muitos queiam e vinham e não tinham tempo para comer.” (Marcos, 6:31)

3. Conceito de Grupo.

“Quando várias pessoas se reúnem para realizar uma tarefa, visando a um objetivo comum,constituem um grupo”. Quando várias pessoas se reúnem para estudar a Doutrina Espírita, visandoo seu conhecimento, constituem um Grupo de Estudos.

O grupo é a forma mais adequada para o processo de comunicação.O grupo força a comunicação.A comunicação expõe a intimidade psíquica.No grupo o indivíduo tende a ser mais sensível à lógica de uma argumentação, ao mesmo

tempo que pode ver destruídas as contradições de um ponto de vista ilógico. “Não é o bastanteensinar ao homem uma especialidade. Por ela, ele pode vir a ser útil, mas não uma personalidadeharmoniosa e desenvolvida”.

(Apostila ESTUDO SISTEMATIZADO DA DOUTRINA ESPÍRITA. Federação Espírita do Rio Grande do Sul)(Apostila RELAÇÕES INTERPESSOAIS – CEMIG)

“Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da famíliada fé.” (Gálatas, 6:10)

4. Discussão no Grupo.

“Discutir é debater, examinar, investigar, tendo em vista razões pró e contra.”

“A forma de comunicação do grupo é a Discussão. A discussão força o grupo a ver o problemasob todos os seus ângulos, em decorrência da diversidade de experiências e da forma dereflexão dos membros da equipe.”

(Apostila RELAÇÕES INTERPESSOAIS – CEMIG)

“Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe: vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudoo que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti.” (Marcos, 5:19)

5. Identificação de tipos de Grupo.

- “Ato ou efeito de identificar-se. Reconhecimento duma coisa ou dum indivíduo como ospróprios. Tornar idêntico. Determinar a identidade de. Tomar o caráter de”. Ao trabalharmos comum grupo, é necessário que façamos a sua identificação, adequando o trabalho às suasnecessidades.

“Eis que eu vos digo: Levantai os vosso olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa.” (João, 4:35)

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HOMOGÊNEO - neste grupo, as partes são ou estão solidamente e/ou estreitamente ligadas.A harmonia espelha a integração dos participantes. Manter e incentivar a homogeneidade nogrupo visará o crescimento dos integrantes, consequentemente do grupo.

“Se andarmos na luz como Ele está, temos comunhão uns com os outros...” (João, 1:7)

HETEROGÊNEO - compõem-se de diferente natureza, os integrantes deste grupo. Deve-seprocurar identificar as características de cada participante para possibilitar o convívio e apreservação da identidade de cada um, procurando aproximar uns dos outros reduzindo asdiferenças.

“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto,e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda.

(João, 15:16) DINÂMICO - no grupo onde as características dos integrantes sejam: o movimento, a

diligência, deve-se incentivar estas qualidades, procurando, contudo, aproveita-las e direcioná-las para promoção do equilíbrio nas atividades individuais e coletivas.

“E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.”(I Coríntios, 12:6)

PASSIVO - neste grupo os integrantes já identificados pela inércia ou pela ação daacomodação, devem ser direcionados para as atividades socializadoras no campo individual oucoletivo, já que cada um de nós integrantes do grupo somos importantes e temos algo a contribuirpara o grupo.

“Para alumiar os que estão assentados em trevas e sombra de morte, a fim de dirigir os nossos péspelo caminho da paz.” (Lucas, 1:79)

PRODUTIVO - ( eficiente/eficaz) a produtividade do grupo decorre:

• da competência dos membros do grupo

“Lembrai-vos da palavra que vos disse: não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim meperseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardarem a minha palavra, também guardarão a vossa.”

(João, 15:20)

• da solidariedade presente nas suas relações interpessoais.

“O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” - (João, 15:12)

Os grupos não nascem, se fazem. Há que aprender a atuar em grupos, atuando em grupos.O grupo maduro surge quando seus membros adquirem habilidade de transformá-lo em um

conjunto efetivamente produtivo, pois crescendo dentro dele, alcançaram a condição de membrosmaduros.

Obter a maturidade do grupo é parte da tarefa educativa, que requer esforço constante. Hánecessidade de auxiliar os grupos a se formarem, o que implica em conhecer suas leis e suastécnicas.

“Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto e assim tornar-vos-eis meus discípulos.”(João, 15:8)

INTELECTUALIZADO - percebe-se que os integrantes deste grupo possuem os dotes doespírito no que tange a inteligência, faculdade que, bem orientada, pode conduzir e ajudarmuito no aprendizado geral. Cabe destacar o cuidado que se deve ter para que este grupo nãose torne uma elite e nem os seus integrantes se sintam ensoberbados pelo que possuem. O

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evangelho como conduta de vida será o apoio constante aos integrantes deste grupo, comonecessidade de todos nós.

“E peço isto: que a vossa caridade abunde mais e mais em ciência e em todo o conhecimento.”(Filipenses, 1:9)

5.1. PERCEPÇÃO -

“Adquirir conhecimento de; pelos sentidos. Formar idéia de; compreender. Ouvir. Ver bem.Ver ao longe”. Quando conseguimos compreender e procuramos enxergar ao longe, detectamosa presença de forças positivas e forças negativas no grupo.

“E ele respondeu: Como poderei entender se alguém me não ensinar?” - (Atos, 8:31)

FORÇAS POSITIVAS - Cada pessoa traz para o grupo sua realidade individual que édinamizada no todo ou em parte pela situação grupal. Traz conhecimentos, valores, hábitos,atitudes que passam a ser projetados no grupo. Quando essas forças favorecem o crescimento,a produtividade do grupo, diz-se que são forças positivas. Entusiasmo, otimismo, confiança, porexemplo, são forças positivas capazes de favorecer o crescimento do grupo.

“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras eglorifiquem o vosso Pai que está nos céus.” - (Mateus, 5:16)

FORÇAS NEGATIVAS - Existem também forças negativas que perturbam e bloqueiam aprodutividade do grupo. Angústias, frustrações e inibições, por exemplo, são forças queprejudicam o alcance dos objetivos do grupo.

“Vê, pois, que a luz que há em ti não sejam trevas.” - (Lucas, 11:35)

Percebidas essas forças, poderemos adequar o trabalho para que alcancemos:

EFICIÊNCIA - considera-se eficiente o grupo cujo relacionamento de seus membros épredominantemente afetivo e cordial, no qual a maioria manifesta uma atitude decomprometimento para com o objetivo a concretizar, compreendendo claramente o que deveser feito para alcançar a meta. É necessário que o grupo seja distensionado, onde os participantessintam-se confortáveis, abertos à troca de experiência e dispostos a colaborar.

“Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feitotudo, ficar firmes.” - (Efésios, 6:13)

COESÃO - a coesão grupal é a força que mantém os participantes de um grupo unidos eharmônicos em torno de objetivos mutuamente aceitos e partilhados. A coesão do grupo estáestreitamente ligada à liderança no grupo. Dificilmente um grupo sentir-se-á coeso sem liderança,o que torna importante, nos Grupos de Estudo da Doutrina Espírita, as figuras do Coordenadore/ou do Monitor.

“E disse-lhes: Ide vós também para a vinha e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram.”(Mateus, 20:12)

5.2. Motivação.

“Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.”( I Tessalonicenses, 5:18)

O que faz vibrar?O que estamos fazendo para que sejamos felizes?

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Algumas interrogações iniciais sobre motivação nos levam a refletir sobre as nossasnecessidades.

Tão logo as necessidades sejam satisfeitas, buscamos outras necessidades. Daí surge amotivação para alcançarmos nossos objetivos.

* Considerando a “equipe” como reunião de pessoas para executarem, juntas, uma tarefa,pensamos logo em alguém para coordenar o seu desenvolvimento.”

(Apostila RELAÇÕES INTERPESSOAIS – CEMIG)6. Liderança

6.1. Conceito.

“Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida através do processoda comunicação humana à consecução de um ou de diversos objetivos específicos”.

“O comportamento de Liderança ( que envolve funções como planejar, dar informações,avaliar, arbitrar, controlar, recompensar, estimular, punir, etc) deve ajudar o grupo a atingir osseus objetivos, ou, em outras palavras, a satisfazer suas necessidades”.

“Líder é aquele que possui alguns traços específicos de personalidade que o distinguemdas demais pessoas. Assim, o Líder apresenta características marcantes de personalidadeatravés das quais pode influenciar o comportamento das demais pessoas”.

“Assim, o indivíduo que possa dar maior assistência e orientação ao grupo (escolher ouajudar ao grupo a escolher as melhores soluções para seus problemas), para atingir um estadosatisfatório, tem maiores possibilidades de ser considerado seu líder”.

“O Líder surge como um meio para a consecução dos objetivos desejados por um grupo.E o grupo pode selecionar, eleger, aceitar espontaneamente um indivíduo como Líder, porqueele possui e controla os meios”.

(Manual de Treinamento de Coordenadores e Monitores do DESDE/UEM)

“Tudo posso naquele que me fortalece.” (Filipenses, 4:13)

* Todo homem é líder. Não existe uma só pessoa cuja papel seja sempre o de obedecer,sem exercer algum tipo de autoridade.

Dependendo do grupo onde está integrado as pessoas passam de líderes a liderados.

Sabe por quê?

No trabalho, você é liderado mas em sua casa, é o líder! Ou vice-verça. Os comportamentosde liderança podem ser aprimorados e todos os membros de um grupo podem exercê-la.

6.2. O líder surge:

“Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu.” (João, 21:22)

1. – abrindo seu próprio caminho, por suas qualidades. Este é considerado o “lídernato”. Entretanto só exercerá a liderança se as circunstâncias lhe forem propícias.

2. – escolhido pelo grupo porque existe um processo de identificação entre seuselementos.

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3. – indicado por um poder superior. É o processo mais comum de liderança. É odiretor da escola, do hospital, do Centro Espírita. Torna-se líder porque foi indicado paradesempenhar este papel. Se o indivíduo não é “líder nato” terá muito o que aprender!

O que é necessário para ser líder de grupo ?

Inspirar confiança às pessoas.

“Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens.”(Filipenses, 2:7)

O líder precisa ter um certo número de qualidades. A primeira delas, o adequadoconhecimento dos instrumentos técnicos e processos com os quais os membros da equipetrabalham para ampliar a capacidade de produção da mesma.

Habilidade para estabelecer uma organização.Estruturar o trabalho de maneira apropriada favorecendo uma adequação de tendências

e facilidades dos membros da equipe às tarefas planejadas. Transmitir de maneira clara osobjetivos, idéias e decisões.

Favorecer o trabalho de todos os membros para que atinjam as metas propostas, demaneira eficiente.

Persistência.Acreditar no que pretende realizar; ter firmeza na busca de caminhos e experimentar

alternativas para atingir os objetivos propostos.Disposição para ouvirOuvir os companheiros com intenção de aproveitar o ponto de vista de quem fala, da

melhor maneira.A tarefa do líder de grupo é ajudar os membros a aprenderem a trabalhar juntos para

obtenção de seus objetivos. (Apostila DIJ/SI – 07/91)

6.3. O Líder Ideal

O Livro dos Espíritos - Questão 625Traços de personalidade que definem o bom Líder:

Traços físicos: Energia e Aparência.

Energia: “E admiravam-se da sua doutrina, porque a sua palavra era com autoridade.” (Lc., 4:32)

Aparência: “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo oteu corpo terá luz.” (Mt ., 6: 22)

Traços Intelectuais: adaptabilidade, entusiasmo e autoconfiança.

Adaptabilidade: “Ele, porém, respondendo, lhe disse: Mestre, tudo isso guardei desde a minhamocidade. E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, e vende tudo quantotens, e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me.” (Mc 10:20 e 21)

Autoconfiança: “E ele lhes disse: Mas vós quem dizeis que eu sou? E, repondendo Pedro, lhedisse; Tu és o Cristo.” (Marcos, 8:29)

Entusiasmo: “E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meiodos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.E todos os que o ouviram admiravam a sua inteligência erespostas.” (Lc 2:46 e 47)

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Traços Sociais: colaboração, habilidades interpessoais e administrativa:

Colaboração: “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, epregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.” (Mt 9:35)

Habilidades Interpessoais: “Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terraautoridade para perdoar pecados disse então ao paralítico: Levanta-te, toma a tua cama e vai para tuacasa.” (Mt 9: 6)

Habilidades Administrativa: “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a simesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” - (Lc 9:23)

Traços Relacionados com a tarefa: impulso de realização, persistência e iniciativa.

Impulso de realização: “... não é mister que vão; dai-lhe vós de comer. Então, eles lhe disseram:Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. E ele disse: Trazei-mos aqui. Tendo mandado que amultidão se assentasse sobre a erva, tomou o cinco pães e os dois peixes, e, erguendo os olhos ao céu,os abençoou, e, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos, à multidão.”

(Mt 14:16-19)

Persistência: “E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarradose errantes como ovelhas que não têm pastor.” (Mt 9:36)

Iniciativa: “E Jesus lhe disse: Eu irei e lhe darei saúde.” (Mt 8:7)

(Manual de Treinamento de Coordenadores e Monitores do DESDE/UEM)Apostila LIDERANÇA DE REUNIÕES. Instituto Cultural Newton de Paiva Ferreira. 1974

WEIL, Pierre. RELAÇÕES HUMANAS. NA FAMÍLIA E NO TRABALHO. Petrópolis, Vozes, 1989Apostila TÉCNICAS DE CHEFIA. ICNPF - Faculdade Ciência Contábeis e Administrativas. 1974

*****

“ Porque semmim nada

podeis fazer.” (João, 15:5.)

***** III – UNIDADE.

TRABALHO EM EQUIPE

SUB.02 – Aprendendo a Trabalhar em Equipe

1. Conceito

Equipe: conjunto ou grupo de pessoas que se aplicam a uma tarefa ou trabalho.(Aurélio Buarque Holanda Ferreira, “Dicionário da Língua Portuguesa”)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 56

“Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante da de seusmembros e formam como que um feixe. Ora, este feixe tanto mais força terá quanto maishomogêneo for.”

(Allan Kardec, O Livro dos Médiuns -Cap. 29 Item331).”

“Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”.(Mateus, 18:20)

A Pesca Maravilhosa e o Trabalhador (Lucas, 5: 1-11)

2. Aspectos Essenciais

Uma equipe de trabalho possui características bastante específicas que a distinguem deuma outra equipe qualquer.

Seus membros deverão resolver suas dificuldades pessoais e de relacionamento, encontrarforças para prosseguir, harmonizar os compromissos comuns com as tarefas diárias e aprendercomo melhorar a qualidade do trabalho.

Quando uma equipe funciona de forma harmoniosa, seus membros conseguem concentrar-se em sua meta principal de melhorar a dinâmica do trabalho. Diferentemente, uma equipe quenão consegue criar relacionamento positivos entre seus membros perderá tempo em disputaspelo controle e em discussões intermináveis que não trarão nenhum resultado.

O desenvolvimento das habilidades do grupo - necessária à consecução das metas - requer,como ponto de partida, a compreensão daquilo que existe por trás da maioria dos problemas.

(Allan Kardec, Obras Póstumas, Constituição do Espiritismo, item 8)

“Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga.” (Marcos, 4:28)

3. Características e Vantagens de uma Equipe Espírita

3.1. Características:

• Sinceridade• Diálogo• Respeito ao próximo• Responsabilidade• Espírito de Fraternidade• Espírito de Equipe

“Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz: há um só corpo e um só Espírito,como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação.”

(Efésios, 4:3-4)

3.2. Vantagens do Trabalho no Grupo Espírita:• Esclarecimento para permuta de idéias• Correção de visões e posições doutrinárias• Estímulo ao estudo• Auto – educação• Sustentação de forças• Auto – conhecimento“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são

um só corpo, assim é Cristo também.” ( I Coríntios, 12:12)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 57

“Você deve saber que:

As equipes diferem de muitas maneiras: quanto aos objetivos, organização, tipo demembros, etc...

Toda equipe exige uma estrutura de arranjos internos, de interações de seus membros,das atividades individuais dentro e fora do grupo de trabalho.

O que você deve ter em mente para formar sua equipe:

Número de participantes: entre 5 e 7 pessoas.Os números impares oferecem maior probabilidade de êxito que os pares, porque dificulta

a formação de sub-grupos e na hora das decisões facilitam a resolução de problemas.Definição clara de tarefas e responsabilidades, da posição de cada membro do grupo em

relação aos outros.Se você procurar no Evangelho de Marcos 3:13 encontrará a maneira como Jesus formou

sua equipe de doze apóstolosEm Lucas 10:1 Moisés saiu com doze tribos para dirigir o povo judeu à Terra Prometida.André Luiz relata a delegação de responsabilidade por parte do orientador :

“Nesse instante, nosso orientador fez algumas recomendações. Designou colegas para achefia de turmas de aprendizado, estabeleceu programas de serviço e notificou que voltaríamosà colônia, diariamente”.

(Os Mensageiros – cap. 14 – André Luiz/F.C.Xavier)(Apostila de Liderança da Infância – UEM)

“E ele lhes disse: Lançai a rede para a banda da direita do barco e achareis.” (João, 21:6)

4. O Participante Eficiente de uma Equipe“Aceita a importância do trabalho desenvolvido pela equipe, adotando seus objetivos.Relaciona-se bem com todas as pessoas, embora tenham, muitas vezes, pontos de vista

diferentes.Realiza a parte do trabalho que lhe compete e ajuda os demais.Assume uma atitude otimista, procura destacar os pontos positivos e evita comentar as falhas

de maneira destrutiva.Está pronto a mudar suas atitudes, diante da experiência e do pensamento dos membros da

equipe.Sobre equipes, leia ainda: No Mundo Maior – cap.1 / Obreiros da Vida Eterna – cap.3

“Sem intercâmbio, não evoluiremos; sem debate, a lição mora estanque no poço dainexperiência, até que o tempo lhe imponha a renovação. Trabalhemos servindo e sirvamosestudando e aprendendo. E guardemos a convicção de que, na Bênção do Senhor, estamos eestaremos todos reunidos uns com os outros, hoje quanto amanhã, agora e sempre.”

(Bezerra de Menezes/F.C.Xavier – Reformador 04/1977)

“Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” (João, 13:17)(Apostila de Liderança da Infância – UEM)

5. Como conhecer sua Equipe de Trabalho.

Conhecemos o nosso grupo, observando, ouvindo, discutindo e pensando juntos com todosos elementos.

Você poderá aprender muito sobre o grupo, escutando o que as pessoas dizem sobre ele.De vez em quando, escreva suas impressões sobre o progresso de sua equipe ou sobre os

pontos mais fracos que precisam ser trabalhados.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 58

O grupo se desenvolve à medida que se torna mais eficiente, criativo, no nível da tarefa.Os ajustamentos entre as pessoas são complexos e dependem de amadurecimento para

atingir uma fase produtiva.

“Nenhum de nós procure destaque injustificável. Na direção ou na subalternidade, baste-noso privilégio de cumprir o dever que a vida nos assinala, discernindo e elucidando, mas auxiliandoe amando sempre. O coração, motor da vida orgânica, trabalha oculto e Deus, que é para nóso Anônimo Divino, palpita em cada ser, sem jamais individualizar-se na luz do bem.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Educandário de Luz – Conjunto)

“Pai, aqueles que me destes quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo...” (João,17:24)

6. O grupo é eficiente quando:

• Seus membros estiverem integrados.• Tiverem relações interpessoais duradouras.• Os membros se sentirem que um completa o outro.• O líder é um elemento catalizador das preferências e coordenador das atividades do

grupo.• Os elementos sentirem que “pensam” em grupo.• O dirigente de uma equipe precisa conhecer a estrutura da personalidade dos membros

que compõem o grupo e as causas determinantes de comportamentos e reação.• Para que uma equipe funcione harmoniozamente é necessário que seus membros

estejam conscientes dos papéis dos seus participantes. É comum as pessoas procurarem formarpares com outras que tenham gênio ou temperamento semelhantes. Assim, uma pessoa tímidaprocura outra pessoa tímida – então, a timidez se torna ainda mais forte, e assim por diante. Éimportante que o grupo esteja atento para não alimentar estes acordos ou favorecer o fechamentodo grupo ao ingresso de novos elementos.

“Administrar amparando e obedecer, efetuando o melhor!...Em tudo, compreender que omodo mais eficiente de pedir é trabalhar e que o processo mais justo de recomendar é fazer,mas trabalhar e fazer, sem tristeza e sem revolta, entendendo que benfeitorias e providênciassão recursos preciosos para nós mesmos. Em todas as empresas do bem, somos complementosnaturais uns dos outros. O Universo é sustentado na base da equipe. Uma constelação é famíliade sóis. Um átomo é agregado de partículas.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Educandário de Luz – Conjunto)

‘O Espírito de Verdade – uma conclamação :“Armem-se a vossa falange de decisão e coragem! Mãos à obra! O arado está pronto; a terra

espera; arai!”(Allan Kardec – ESE – cap. XX, item 40)

Observação:

“Nos trabalhos de emergência, destinados à preparação de colaboradores ativos, tenha umquadro suplementar para auxiliar...”

(Os Mensageiros – André Luiz/F.C.Xavier – cap.II)

7. Problemas Comuns de um Grupo

Muitas pessoas realizam um bom trabalho quando as coisas correm bem.

7.1 E quando as coisas se tornam difíceis?

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 59

A maioria dos problemas pode ser enfrentada e resolvida pelo líder e pela equipe, juntos.Se o grupo aceita o fato de ter problemas, procura analisar e compreender suas razões,

então é possível, encontrar uma solução adequada.

7.2 Vamos refletir sobre alguns problemas?

7.2.1.Problema de conduta individual e relacionamento pessoalAlgumas pessoas procuram o trabalho em equipe para resolver sentimentos pessoais,

tais como: rancor, queixas, buscas de auto afirmação, etc....O líder deve procurar, através de conversas particulares ou em equipe transformar

sentimentos negativos em força de trabalho coletivo, em vontade de realização grupal impedindo,assim, que os sentimentos pessoais interfiram negativamente no grupo. Afinal, pessoas assimestão carentes de atenção e reconhecimento.

“Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes da aflições do Cristo.” (I Pedro, 4:13)

7.2.2. Falta de liderança

Freqüentemente, o líder é indicado por um dirigente e não possui a devida experiênciapara conduzir um trabalho em equipe. Suas indecisões em momentos importantes levam osmembros do grupo à insegurança ou má vontade na colaboração com a tarefa.

Se você é líder, pense “em casa”, ore, peça auxílio aos Espíritos protetores da tarefamas, NUNCA PENSE frente ao grupo. Você é visto como o orientador dos trabalhos. Discutaposições a serem tomadas; não demonstre insegurança para tomar posições.

“E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos e orai, para que não entreis emtentação.”

(Lucas, 22:46) 7.2.3. Formação de pequenos Grupos

Em equipes grandes, os elementos agrupam-se formando pequenos grupos que, como tempo, adquirem força e podem minar seu trabalho. Prefira sempre trabalhar com equipespequenas.

7.2.4.Conflitos

“Jesus, porém, lhe disse: Amigo, a que viestes? – Então, aproximando-se, lançaram mão deJesus e o prenderam.” (Mateus, 26:50)

Conflitos e divergências são inerentes a toda situação democrática de um trabalho emequipe.

Muitas vezes os conflitos surgem em decorrência das diferenças existentes entre seusmembros. Quando essas diferenças afloram, surgem os conflitos que, na maioria das vezes,podem se tornar em fator de progresso para a equipe.

O ideal é que as diferenças existentes sejam discutidas, analisadas e resolvidas pelaspessoas envolvidas.

Procure identificar os pontos de acordo para estabelecer o princípio do entendimento.Determine exatamente onde residem os desentendimentos e sugira soluções parciais

aceitáveis. Não entre para resolver o assunto; encaminhe a discussão para que as pessoasenvolvidas proponham as soluções definitivas.

Após resolvido um conflito, jamais permita que se volte a discuti-lo.

Você descobrirá que é muito melhor para a equipe ter programa pequeno, mas bemexecutado, do que ser muito ambicioso e planejar trabalhos que jamais serão concluídos.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 60

“Pois se nem ainda podeis fazer as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?” (Lucas, 12:26)

8. Planejamento.

“Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda não é chegado o meu tempo, mas o vosso tempo está pronto.”(João, 7:6)

Para que suas reuniões sejam produtivas observe os seguintes pontos:Horário e local determinados para as reuniões.Preparação de uma pauta com os assuntos mais importantes para serem discutidos.Colocação clara dos objetivos a serem atingidos em cada assunto.Definição das linhas que nortearão o trabalho.Determinação de tarefas e definição de papéis.Tomada de decisões e fixação de prazos para nomeação.Avaliação do desempenho dos membros da equipe.Você poderá verificar que a maioria das pessoas do grupo deseja trabalhar, assumir

responsabilidades – ser um membro atuante.Você descobrirá que os grupos desejam e necessitam de alguma forma de organização

embora, tanto melhor, quanto mais simples for.

8.1. Atenção

Os grupos desejam liderança, mas não desejam ser forçados, dominados, receber ordensou comparações com outras organizações semelhantes.

Todo grupo tem fases boas e ruins. Um grupo é constituído por seres humanos, individuais,com forças e fraquezas, não podendo ser mais forte que os indivíduos que o compõem.

“Ai de vós, quando todos os homens de vós, disserem bem, porque assim faziam seus pais aosfalsos profetas.” (Lucas, 6:26)

9. Como avaliar as realizações do grupo?

“De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” - (Romanos, 14:12)

A avaliação ajuda a verificar se o programa planejado está correto ou precisa ser revisto.Uma boa avaliação impede, muitas vezes, o aparecimento de problemas de funcionamento

do grupo.Inicialmente, como responsável pela equipe, procure criar um ambiente favorável à análise

das atividades que vêm sendo desempenhadas pelo Grupo. É importante que os membros daequipe queiram examinar o próprio trabalho.

A freqüência com que se analisa as tarefas desempenhadas é fundamental na formação dohábito de avaliar o trabalho como um todo. A elaboração de relatórios, cronogramas, atas equestionários ajudam a desenvolver o hábito de auto avaliação.

Quando o grupo adquire hábito de desenvolver um trabalho sistemático de avaliação, procureadotar uma maneira lógica de planejar e efetuar essa tarefa. Siga os passos descritos abaixo:

1) Primeiro, exponha claramente os objetivos da tarefa.

2) Determine as responsabilidades de cada membro da equipe. Formule claramente asetapas a serem desenvolvidas.

3) Fixe prazos para realização do trabalho.

4) Incentive as anotações sobre o desenvolvimento da tarefa. Registre fatos que possamauxiliar nas etapas posteriores.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 61

5) Terminada a tarefa leve o grupo a julgar até que ponto os objetivos propostos foramatingidos.

6) A reformulação ou não do trabalho surgirá naturalmente, como consequência daconclusão de cada tarefa.

FINALMENTE...

Quando você tiver adquirido experiência no trabalho de liderar equipes, sorrirá, interiormente,após uma reunião bem sucedida.

“Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram;quem comer este pão viverá para sempre.”

“O espírito é o que vivifica, a carne nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida.” (João, 6:57e 63)

Lembrar-se-á o quanto teve de aprender e quanto tempo despendeu preparando-se para arealização de cada tarefa.

Ninguém adquire habilidade em liderança de grupo sem esforço ou experiência contínua.Cada vez mais você poderá se aperfeiçoar através do trabalho e da experiência.

“Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim quem de mim se alimentar tambémviverá por mim.” (João, 6:57)

Para obter seu próprio crescimento procure:

1) Observar, cuidadosamente, a atuação de outros líderes de equipe.

2) Procure muito material de leitura; mantenha-se atualizado sobre os assuntos.

3) Registre os aspectos interessantes do trabalho de sua equipe. Em pouco tempo vocêterá muito material para avaliar sua atuação.

4) Participe de conferências, seminários, programas de treinamento com objetivos dedesenvolver lideranças.

5) Ajude as pessoas a adquirir a habilidade de liderança.

6) Quando você conhecer todas as respostas, você não terá mais utilidade para nenhumgrupo

7) Para ser de real utilidade a uma equipe você deve encontrar satisfe, a no seu trabalho.O que garante isto é ter muitas perguntas sem respostas.

(Apostila de Liderança do DIJ/UEM)

III – UNIDADE.

TRABALHO EM EQUIPE

SUB.03 – Importância do Trabalho em Equipe no Espiritismo

1. Comprometimento com o Lema:

Iniciamos a terceira subunidade ressaltando a indicativa do Espírito de Verdade, como lemapara todas as frentes de trabalho em Equipe no Espiritismo.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 62

“Fora da caridade não há salvação”(Allan Kardec,O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 15)

2. Desenvolver de Forma Consciente os Talentos Recebidos.

“Melhorar para progredir – eis a senha da evolução.

Não olvides que os talentos de Deus são iguais para todos, competindo a nós outros asolução do problema alusivo à capacidade de recebê-los. (...)

Lembra-te de que o Senhor nos concede tudo aquilo de que necessitamos para comungar-Lhe a glória divina, entretanto, não te esqueças de que as dádivas do Criador se fixam, nosseres da Criação, conforme a capacidade de cada um.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Palavras de Vida Eterna – Melhorar para Progredir)

“E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, eausentou-se logo para longe”. (Mateus, 25:15)

3. Propiciar Condições que Auxiliem a Reforma Íntima com a Ajuda Mútua.

“Dez homens unidos por um pensamento comum são mais fortes do que cem que não seentendam”

(Allan Kardec, Obras Póstumas - Constituição do Espiritismo)

“Não nos esqueçamos de que nossos pensamentos, palavras, atitudes e ações constituemmoldes mentais para os que nos acompanham.

Cada dia, por nossa vez, sofremos a influência alheia na construção do próprio destino.E, como recebemos conforme atraímos, e colhemos segundo plantamos, é imprescindível

saibamos fornecer o melhor de nós, a fim de que os outros nos proporcionem o melhor de simesmos. (...) Somos uma equipe de trabalhadores, agindo em perfeita interdependência. Daqualidade de nosso esforço nasce o êxito ou surge o fracasso do conjunto.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Fonte Viva – No Esforço Comum)

“Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?” (II Coríntios, 5:6)

4. Favorecer o Enriquecimento e a Qualidade do Trabalho.Procurar sempre melhorias no aspecto do dinamismo do trabalho, pois as consequências,

em se tratando de qualidade, são naturais.

(...) Abracemos o serviço da educação e da bondade, com alicerces na disciplina do Cristo,que é para nós outros, o Engenheiro Celeste, e tracemos novos caminhos de evolução e deentendimento, em que as almas se aproximem na exaltação da alegria e na ascensão doprogresso.

Não importa sejamos hoje artífices sem nome. Vale o serviço feito.Humilde réstia de luz que acendermos envolver-nos-á em seu clarão e a pequenina semente

de fraternidade que venhamos a lançar no solo da vida abençoar-nos-á com seus frutos.(Emmanuel/F.C.Xavier – Palavras de Vida Eterna – Aprimoremos)

“Não extingais o Espírito.” - ( I Tessalonicenses, 5:19)

5. Promover a Participação para o Conseqüente Aumento da Produtividade

Envolver a todos permanentemente, para que o aumento da produtividade aconteça, eque todos se sintam úteis.

“Porque a qualquer que tiver será dado e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado” - (Mateus, 25:29)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 63

(...) “a exortação de Allan Kardec em torno do Trabalho é de uma eficácia incomum, porqueo trabalho edificante é mecanismo de oração transcendental e a mente que trabalha situa-se nadefensiva. À solidariedade é como uma usina que produz a força positiva do amor, e, como oamor é a causa motriz do universo, aquele que se afervora à mecânica da solidariedade sintonizacom os instrutores da ordem, que dirigem o orbe. E a Tolerância, que é a manifestação dessemesmo amor em forma de piedade edificante, transforma se em couraça de luz, vigorosa emaleável, capaz de destruir os petardos do ódio ultriz ou os projéteis do desejo desordenado,por quanto, na tolerância fraternal, se anulam as vibrações negativas desta ou daqueleprocedência.

(Manuel Philomeno de Miranda, Divaldo Franco, Nos bastidores da Obsessão, Examinando a Obsesssão)

“E chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas e disse-lhes: negociai até que eu venha.”(Lucas, 19:13)

6. Criar Ambiente Favorável para desenvolvimento do Processo de Parceria

Dar o próprio exemplo realizando tarefas em conjunto com os demais participantes,demonstrando o comprometimento com os objetivos, para que seja possível a observação dosvalores despertos ou que estarão despertando em cada um e, com isso, ter mais condiçõespara delegar responsabilidades, que é de muita valia no processo de crescimento daindividualidade e do grupo.

“Recordemos na palavra de Jesus que ‘a casa dividida rui’, todavia ninguém pode arrebatarum feixe de varas que se agregam numa união de forças.”

(Bezerra de Menezes Reformador-Dez/1980)

“E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” (João, 5,17)

7. Preparar Novos Trabalhadores

O processo de preparação de novos trabalhadores é meta de toda a liderança conscientedas responsabilidades da engrenagem da vida. Ninguém é insubstituível.

“Em cada templo, o mais forte deve ser escudo para o mais fraco, o mais esclarecido, a luzpara o menos esclarecido, e sempre e sempre seja o sofredor o mais protegido e o mais auxiliado,como entre os que menos sofram seja o maior aquele que se fizer o servidor de todos, conformea observação do Mentor Divino.”

(Bezerra de Menezes, Reformador- Dez/75)

“E Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a suaobra.”

(João, 4:34)

8. Especializar os Trabalhadores nas Áreas

Comprometimento com a implantação de cursos de especialização nas Casas Espíritas, paraoferecer oportunidades da escolha da atividade afim e o aprimoramento do trabalhador nasfrentes de trabalho.

“A Lei de Trabalho, com a divisão e a especialização nas tarefas, prepondera nos maishumildes elementos, nos mais variados setores da Natureza. Essa árvore curará enfermidades,aquela outra produzirá frutos: Há pedras que contribuem na construção do lar; outras existemcalcando os caminhos.”

(Emmanuel, Francisco Candido Xavier, Pão Nosso, cap 04)

“E depois disso designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante da sua face, de dois emdois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir.”

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 64

(Lucas, 10:1)

9. Favorecer o Fluxo de informações.

“E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus.” (Mateus, 10:7)

Facilitar a chegada de informações para o trabalhador quanto a decisões da coordenaçãosobre as atividades da Casa Espírita, e ou, divulgação das atividades que estiverem acontecendono Movimento Espírita, visando sempre a melhora do conjunto, trabalhador & trabalho.

“A abnegação, que é sacrifício pela felicidade alheia, sublima o espírito.” (Emmanuel / F.C.Xavier - Pensamento e Vida)

“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna”.(Mateus, 5:37)

10. Agilizar a Solução de Problemas e Tomadas de Decisão.

Evitar projetar para o futuro a resolução das dificuldades e problemas do caminho.“Importa seguir sempre, em busca da edificação espiritual definitiva. Indispensável caminhar,

vencendo obstáculos e sombras, transformando todas as dores e dificuldades em degraus deascensão.”

(Emmanuel, Francisco Cândido Xavier, Pão Nosso, cap.20)

“Disse-lhes, pois, Jesus:

Ainda não é chegado o meu tempo,

mas o vosso tempo, sempre está pronto.”

(João, 7:6)

III - UNIDADE.

TRABALHO EM EQUIPE.

SUB.04 – Dinâmica de um Trabalho Espírita Construtivo

A dinâmica do trabalho é de extrema importância para a vitalidade e progresso, gerandooportunidade do intercâmbio entre os trabalhadores.

“Na verdade, na verdade vos digo que se alguém receber o que eu enviar, me recebe a mim, e quemme recebe a mim recebe aquele que me enviou.” - (João, 13:20)

“Não vos conclamamos à inércia, ao parasitismo, à aceitação tácita, sem a discussão ou oexame das informações. Convidamo-vos à verdadeira dinâmica do amor.”

(Bezerra de Menezes Reformador –Fev 1976)

O convite de Bezerra à dinâmica do amor traz consigo reflexões quanto a praticidade no diaa dia da Casa Espírita.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 65

“Sempre devemos, irmãos, dar graças a Deus por vós, como é de razão, porque a vossa fé crescemuitíssimo, e a caridade de cada um de vós aumenta de uns para com os outros.

(II Tessalonicenses, 1:3)

1. Necessidade do retorno de informações e experiências.

É importante trabalhar na conscientização de toda a equipe, sobre a importância do retornodas informações, como portador de valores a serem aproveitados no processo educativo dosenvolvidos.

Lembrando que todo processo de sensibilização se faz necessário à divulgação sistemática,mas cautelosa, respeitando o entendimento dos participantes.

“Mas nada quis fazer sem o teu parecer, para que o teu benefício não fosse por obrigação, e sim delivrede.” - (Filemon, 1:14)

“Clareando a definição, comparemos a caridade, nascendo das profundezas da alma, com afonte que se derrama espontânea, das entranhas da terra. A fonte pode ser volumosa ou escassa,reta ou sinuosa, jorrar da montanha ou descambar na planície, saciar monstros ou dar de beberàs aves do céu, tudo dependendo da estrutura, do clima, do solo ou das circunstâncias em quese movimente. Em qualquer ângulo que se mostre, pode o sentimento louvar-lhe a beleza eexaltar-lhe a utilidade que fertiliza glebas, acalenta vidas, garante lares, multiplica flores e retrataas estrelas, mas, se nessa ou naquela fonte, aparecem culturas do esquistossomo, é necessárioque o raciocínio intervenha e, para o bem geral, lhe impeça o uso.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Opinião Espírita – Caridade e Raciocínio)

“Unamo-nos, amemo-nos, realmente, e dirimamos as nossas dúvidas, retificando asnossas opiniões, as nossas dificuldades e os nossos pontos de vista, diante da mensagemclara e sublime da Doutrina com que Allan Kardec enriquece a nova era, (...)”

(Bezerra de Menezes Reformador- Fev /1976)

2. Aprendendo a trabalhar com o “Retorno”

Não basta apenas a conscientização sobre a importância do retorno das informações, aslideranças devem se preparar para lidar com ele de forma positiva.

Abaixo será esboçado pensamentos que nos aproximam do Evangelho, que se aplicado nadinâmica do dia a dia, auxiliará efetiva e afetivamente na construção íntima e por conseqüêncianos resultados do trabalho da equipe.

Ser descritivo e equilibrado

“Todos somos chamados, de vez em vez, a administrar a verdade, aqui e ali, entretanto, averdade, no fundo, é conhecimento e conhecimento solicita dosagem para servir. (...) Toleraracessórios, sem transigir com o essencial.

Dosear a verdade, sem estimular a mentira.Amparar o bem sem encorajar o mal.Compreensão nobre, mas equilíbrio sempre.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Opinião Espírita – Equilíbrio Sempre)

Dar para receber“Faremos hoje o bem a que aspiramos receber.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 66

Alimentaremos para com os semelhantes os sentimentos que esperamos alimentem elespara conosco.

Pensaremos acerca do próximo somente aquilo que estimamos pense o próximo quanto anós.

Falaremos as palavras que gostaríamos de ouvir.Retificaremos em nós tudo o que nos desagrade nos outros.Respeitaremos a tarefa do companheiro como aguardamos respeito para a responsabilidade

que nos pesa nos ombros.Consideraremos o tempo, o trabalho, a opinião e a família do vizinho tão preciosos quanto os

nossos.”(...)(Emmanuel/F.C.Xavier – Opinião Espírita – Tempo da Regra Áurea)

Ser benevolente.

“Traduzindo benevolência por fator de equilíbrio, nas relações humanas, vale confrontar asatitudes infelizes como os obstáculos pesados que afligem o espírito, na caminhada terrestre.

Aprendamos a sinonímia de ordem moral, no dicionário simples da natureza:

Crítica destrutiva – labareda sonora.

Azedume – estrada barrenta.

Irritação – atoleiro comprido.

Indiferença – garoa gelada.

Cólera – desastre à vista.

Calúnia – estocada mortal.

Sarcasmo – pedrada a esmo.

Injúria – espinho infecto.

Queixa repetida – tiririca renitente.

Conversa desnecessária – vento inútil.

Preconceito – fruto bichado.

Gabolice – poeira grossa.

Lisonja – veneno doce.

Engrossamento – armadilha pronta.

Aspereza – casca espinhosa. Pornografia – pântano aberto.

Despeito – serpente oculta.

Melindre – verme dourado.

Inveja – larva em penca.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 67

Pessimismo – chuva de fel.

Espiritualmente, somos filtros do que somos.

Cada pessoa recebe aquilo que distribui.

Se esperamos pela indulgência alheia, consignemos as manifestações que nos pareçamindesejáveis e, evitando-as com segurança, saberemos cultivar a benevolência, no trato com opróximo, para que a benevolência nos seja auxílio incessante, através dos outros.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Opinião Espírita – Benevolência)

3. Saiba como Receber “Retorno”

Saber ouvir é um dos pontos principais no trato com o retorno incentivado.

Sugerimos utilizar o texto de Emmanuel F.C.Xavier – Livro: Opinião Espírita – SaberOuvir

4. O Que se Deve Evitar Num Grupo.

• Julgamento• Egoísmo• Vaidade Pessoal• Maledicência• Irresponsabilidade• Individualismo/Personalismo

“Façamos semelhante observação e verificaremos, sem dificuldade, se estamossimplesmente na Doutrina Espírita ou se a Doutrina Espírita já está claramente em nós.”

(Emmanuel, Francisco Candido Xavier – Educandário de Luz – No Grupo Espírita)

“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.”(Mateus, 18:20)

5. Desenvolvimento de Equipes de Trabalho.

Reflexão sobre os textos

Grupo em Crise - (Emmanuel, Francisco Candido Xavier, Segue-me)Em Equipe Espírita - (Emmanuel, Francisco Candido Xavier, Segue-me)Conjunto - (Emmanuel, F. C. Xavier, “Educandário de Luz” cap. 5)

6. Procedimentos para Atendimento às Metas do Trabalho Espírita.

Implementar os procedimento para atender os objetivos do trabalho, é tarefa impostergável,pois sem eles o trabalho fica estanque.

(...) é preciso sentir a necessidade do bem de todos para que saibamos desejar com acerto;desejar com acerto para pensar honestamente; pensar honestamente para falar aproveitando;falar aproveitando para estudar com clareza; estudar com clareza para aprender comentendimento; aprender com entendimento para conhecer discernindo; conhecer discernindopara ensinar com bondade; ensinar com bondade para analisar com justiça e analisar comjustiça para trabalhar em louvor ao bem, porque, em verdade, todos somos diariamenteconstrangidos à ação e pelo que fazemos é que cada um de nós decide quanto ao própriodestino, criando para si mesmo a inquietude descida à treva ou a sublime ascensão à luz.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 68

(Emmanuel/F.C.Xavier – Palavras de V.Eterna – Ação)

“Portanto meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis, e sempre abundantes na obra do Senhor,sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão. (I Coríntios, 15:58)

6.1. Clareza na Definição das Metas da Equipe

“E, indo, pregai, dizendo: É chegado reino dos céus”. - (Mateus. 10 :7)

Uma equipe trabalha melhor quando todos compreendem sua finalidade e suas metas.Se houver confusões ou discordâncias ela deve trabalhar para resolver as questões.

“Sirvamos ao bem, simplificando o caminho, de vez que a vitória real é a vitória detodos, convictos de que não precisamos gastar as possibilidades da existência emexpectativa e tensão, porquanto, se estivermos em Cristo, tudo quanto de que necessitamosserá feito em nosso favor, no momento oportuno.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Palavras de V.Eterna – Êxito)

“Se vós estiverdes em mim e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o quequiserdes, e vos será feito.” - (João, 15:7)

6.2. Um Plano de Melhoria.

Planos de melhoria ajudam a equipe determinar que tipos de recomendação, assistência,treinamento, materiais e outros recursos que podem ser necessários. Orientam a equipe nadeterminação da programação e identificação de marcos. Os planos de melhoria sãodesenvolvidos a partir de estratégias que incorporam a abordagem científica, tarefa que podeser difícil para equipe novas.

“O Trabalho é alguma coisa mais importante e influente no progresso espiritual. É darmosalgo de nós, em favor de outrem, em forma de solidariedade e criação, porque o trabalho quenão cria, nem opera renovações, é insulamento, a nos confinar nos estreitos limites do egoísmoesterilizante.

(Martins Peralva, O Pensamento de Emmanuel, pag.240)

“Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses, 3:14)

6.3. Papéis Claramente Definidos.

As equipes operarão mais eficazmente se aproveitarem as aptidões de cada um e setodos os membros compreenderem suas obrigações e souberem por quais questões e tarefassão responsáveis.

“(...)mas cada um tem de Deus o seu próprio Dom, um duma maneira e outro doutra.” ( I Corintios, 7:7)

“Ainda mesmo que te sintas em lugar impróprio às tuas aptidões e mesmo que as tuasatividades pareçam sem qualquer importância, lembra-te de que a Lei do Senhor te colocapresente na condição em que podes produzir melhor e aprender com mais segurança.

Tens, assim, a tua obra particular e intransferível na execução do plano universal de Deus.Não aspires, desse modo, a assumir, de imediato, as responsabilidades daqueles que se

encontram espostos à multidão, a pretexto de desempenhares mandato especial, ante aProvidência Divina. (...)

Tua obra de hoje é o serviço que o Senhor te deu hoje a realizar. Faze-o do melhor modo,recordando que, apesar da grandeza divina do nosso Divino Mestre, foi ele, um dia, na Terra,humilde criança, constituindo obra de abnegação e de amor para os braços de pobre mãe,recolhida temporariamente à estrebaria, sem conforto e sem lar.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Palavras de V.Eterna – Tua Obra)

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“Mas prove cada um a sua própria obra e terá glória só em si mesmo e não noutro.”(Gálatas, 6:4)

6.4. Comunicação Clara.

Tomadas de decisões produtivas dependem da maneira como a informação circula entreos membros da equipe.

“A vossa palavra seja sempre agradável temperada com sal, para que saibais como vos convémresponder a cada um.” - (Colossenses, 4:6)

“A palavra é vigoroso fio da sugestão.É por ela que recolhemos o ensinamento dos grandes orientadores da Humanidade, na

tradição oral, mas igualmente com ela recebemos toda espécie de informações no plano evolutivoem que se nos apresenta a luta diária.

Por isso mesmo, se é importante saber como falas, é mais importante saber como ouves,porquanto, segundo ouvimos, nossa frase semeará bálsamo ou veneno, paz ou discórdia, trevaou luz. (...)”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Palavras de V.Eterna- Palavra Falada)

“Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja desaber-se e vir à luz. Vede, pois, como ouvis.” - (Lucas, 8:17-18)

6.5 Comportamento Saudáveis da Equipe.

As equipes devem incentivar todos os seus membros a usar técnicas e práticas fraternasque tornem os trabalhos mais eficazes.

“O trabalho é a honra, é a dignidade do ser humano. (...) é também um grandeconsolador, é um preservativo salutar contra nossas aflições, contra as nossas tristezas.Acalma as angústias do nosso espírito e fecunda a nossa inteligência.(...) é sempre umrefúgio seguro na prova, um verdadeiro amigo na tribulação. (...)é a comunhão dos seres.”

(Léon Denis, Depois da Morte,cap.52)

“Vós, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos de entranhas de misericórdia, debenignidade, humildades, mansidão, longanimidade.” (Colossenses, 3:12)

6.6. Procedimento de Decisão Bem Definidos.

Analisando-se o processo de tomada de decisão de uma equipe, deve-se sempre estarconsciente dos diferentes modos pelos quais ela chega a decisões.

“Somente o Espiritismo, bem entendido e bem compreendido, pode (...)tornar-se, conformedisseram os Espíritos, a grande alavanca da transformação da Humanidade.”

(Allan Kardec, Obras Póstumas - Projeto 1868)

“E disse-lhe: Respondestes bem; faze isso, e viverás.” - (Lucas, 10:28)

6.7. Participação Equilibrada

Como todo membro da equipe tem interesse nas realizações do grupo, todos devemparticipar de discussões e decisões, ter o mesmo comprometimento com o êxito do projeto econtribuir com suas aptidões.

“Ditosos os que hajam dito a seus irmãos:

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 70

‘Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar,encontre acabada a obra’, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde à mim, vós que sois bonsservidores, vós que soubestes impor silêncio às vossas rivalidades e às vossas discórdias, a fimde que daí não viesse dano para a obra!”

(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap.20 - Item 5)

“O qual se deu à si mesmo por nós, para nos remir de toda a iniquidade e purificar para si umpovo seu especial, zeloso de boas obras.” - (Tito,2:13)

6.8. Regras Básicas Estabelecidas

Os grupos estabelecem, invariavelmente, regras básicas (ou “normas”) para o que seráaceito, ou não, no grupo. As lideranças devem ter o cuidado para lidar com as possíveisdificuldades geradas internamente, procurando quebrar as barreiras que surjam, abrindo asportas para as inovações positivas ou de caráter evolucional.

“A revelação divina, significando o que a Humanidade possui de melhor, é cooperação daespiritualidade sublime, trazida às criaturas pelos colaboradores de Jesus, através daexemplificação, dos atos e das palavras dos homens retos que, a golpes de esforço próprio,quebram o círculo de vulgaridades que os rodeia, tornando-se instrumentos de renovaçãonecessária.

A faculdade intuitiva é instituição universal. Através de seus recursos, recebe o homemterrestre as vibrações da vida mais alta, em contribuições religiosas, filosóficas, artísticas ecientíficas, apliando conquistas sentimentais e culturais, colaboração essa que se verifica sempre,não pela vontade da criatura, mas pela concessão de Deus.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Caminho V.Vida – Intuição)

“Porque a profecia jamais foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos deDeus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” - (II Pedro, 1:21)

6.9. Consciência do Processo de Trabalho Espírita

Como um ideal, todos os membros da equipe devem estar conscientes do processo detrabalho em grupo - como a equipe trabalha em conjunto - além de prestar atenção aos objetivoscristãos.

“Solidários seremos união. Separados uns dos outros, seremos pontos de vista. Juntos,alcançaremos a realização dos nossos propósitos. Distanciados entre nós, continuaremos àprocura do trabalho com que já nos encontramos honrados pela Divina providência.”

(Bezerra de Meneses Reformador-Dez l980)

“Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.” - (I Coríntios, 14:40)

6.10. Fidelidade à Pureza Doutrinária

As distorções, problemas e dificuldades que se verificam no Movimento Espírita decorrem,basicamente, da diversidade e dos diferentes níveis de conhecimento e de compreensão daDoutrina Espírita, que os próprios espíritas apresentam.

Allan Kardec visualizava estes possíveis problemas

“Um dos maiores obstáculos capazes de retardar a propagação da Doutrina seria a faltade unidade. O único meio de evitá-la, senão quanto ao presente, pelo menos quanto ao futuro,

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 71

é formulá-la em todas as suas partes e até nos mais mínimos detalhes, com tanta precisão eclareza, que impossível se torne qualquer interpretação divergente.”

(Allan Kardec – Obras Póstumas – Projeto 1868)

As distorções, problemas e dificuldades do Movimento Espírita poderão ser superadas:no estudo aprofundado da Doutrina Espírita, na prática integral dos seus ensinos e no esforçoconstante para vencer o personalismo individual e de grupo.

(CFN-FEB, Apostila “Preparação de Trabalhadores p/Atividades Espíritas”, Distorções e dificuldades)

Emmanuel alerta para o Cuidado de Si.

“Ter cuidado consigo mesmo é trabalhar na salvação própria e na redenção alheia. Esseo caminho lógico para a aquisição de valores eternos.

Circunscrever-se o aprendiz aos excessos teóricos, furtando-se às edificações do serviço,é descansar nas margens do trabalho, situando-se, pouco a pouco, no terreno ingrato da críticasatânica sobre o que não foi objeto de sua atenção e de sua experiência.”

(Emmanuel/F.C.Xavier – Caminho Verdade e Vida)

“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina: persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás,tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” - ( I Timóteo, 4:16)

7. Conclusão.

Um dos principais benefícios do trabalho em equipe é o crescimento individual das qualida-desdas criaturas, que, na convivência entre as pessoas que lutam por um mesmo ideal, surge deforma espontânea.

Sem aplicação contínua da boa vontade perseverante, lutando para conquistarmos acompreensão e o entendimento, não se consegue atingir os objetivos de um trabalho em equipe.

Allan Kardec e a Sociedade

P. Procurando a Sociedade, não fará o homem mais do que obedecer a um sentimentopessoal, ou há nesse sentimento algum providencial objetivo de ordem mais geral?

R.”O homem tem que progredir. Insulado, não lhe é isto possível, por não dispor de todas asfaculdades. Falta-lhe o contacto com os outros homens. No insulamento, ele se embrutece eestiola.”

Homem nenhum possui faculdades completas. Mediante a união social é que elas umas às outras secompletam, para lhe assegurarem o bem-estar e o progresso. Por isso é que, precisando uns dos outros,os homens foram feitos para viver em sociedade e não insulados.

(Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos -Pergunta 768)

“Se permanecerdes em mim e

as minhas palavras permanecerem em vós,

pedireis o que quiserdes,

e vos será feito.” -

(João, 15:7)

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IV – UNIDADE.

TAREFAS EDUCATIVAS

SUB.01 - Educação Segundo o Espiritismo

O objetivo deste módulo é apresentar aspectos das Tarefa Espíritas sob uma ótica educacional.

1. INTRODUÇÃO.

“Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciênciaeconômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual,mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à queconsiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é oconjunto dos hábitos adquiridos.

Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitosde ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o queé respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis.A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida podecurar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos.

(Allan Kardec - Livro dos Espíritos – perg.685)

“.... é rebuscando a causa primeira dos instintos e das inclinações inatas que sedescobrirão os meios mais eficazes de combater os maus e desenvolver os bons. Quando estacausa for conhecida, a educação possuirá a mais poderosa alavanca moralizadora que jamaisteve.”

(Allan Kardec – Revista Espírita – Junho 1866 )

“Fundando-se o egoísmo no sentimento do interesse pessoal, bem difícil parece extirpá-lointeiramente do coração humano. Chegar-se-á a consegui-lo?

“À medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão àscoisas materiais. Depois, necessário é que se reformem as instituições humanas que o entretême excitam. Isso depende da educação.”

(Allan Kardec - O Livro dos Espíritos – perg.914)

“Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenhoguardado os mandamentos do Pai, e permaneço no seu amor.” “O meu mandamento é este: Que vosameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” - (João 15:10 e 12)

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2. CONCEITO.

Educar: Estimular, desenvolver e orientar as aptidões do indivíduo, de acordo com os ideaisde uma sociedade determinada; aperfeiçoar e desenvolver as faculdades físicas, intelectuais emorais de; ensinar; instruir; domesticar, adestrar.

Educação: Instrução; civilização; formação das faculdades intelectuais; polidez, cortesia.Pedagogia: ciência da educação; conjunto de doutrinas e princípios que visam a um programa

de ação; estudo de idéias de educação, seguindo determinada concepção de vida, e dos meiosmais eficientes de realizá-los.

“A educação é base para a vida em comunidade, por meio de legítimos processos deaprendizagem que fomentam as motivações de crescimento e evolução do indivíduo.

Não apenas um preparo para a vida, mediante a transferência de conhecimentos pelosmétodos da aprendizagem. Antes é um processo de desenvolvimento de ex-periências, no qualeducador e educando desdobram as aptidões inatas, aprimorando-as como recursos para autilização consciente, nas múltiplas oportunidades da existência.

Objetivada como intercâmbio de aprendizagens, merece considerá-la nas matérias, nosmétodos e fins, quando se restringe à instrução. Não somente a formar hábitos e desenvolver ointelecto, deve dedicar-se a educação, mas, sobretudo, realizar um continuum permanente, emque as experiências por não cessarem se fixam ou se reformulam, tendo em conta asnecessidades da convivência em sociedade e da auto-realização do educando.

Os métodos na experiência educacional devem ser consentâneos às condições mentais eemocionais do aprendiz. Em vez de se lhe impingir, por meio do processo repetitivo, osconhecimentos adquiridos, o educador há de motivá-lo às próprias descobertas, com elecrescendo, de modo que a sua contribuição não seja o resultado do “pronto e concluído”, processoque, segundo a experiência de alguns, “deu certo até aqui”.

Na aplicação dos métodos e escolha das matérias merece considerar as qualidades doeducador, sejam de natureza intelectual ou emocional e psicológica, como de caráter afetivo ousentimental.

Os fins, sem dúvida, estão além das linhas da escolaridade. Erguem-se como permanenteetapa a culminar na razão do crescimento do indivíduo, sempre além, até transcender-se narealidade espiritual do porvir.” (...)

(Joanna de Angelis / D.P.Franco – Livro Estudos Espíritas)

3. FINALIDADES DA EDUCAÇÃO.

“...brilhe a vossa luz...” - (Mateus , 5:16)

Auxiliar o Educando no processo da sua evolução constante, para que ele despertenaturalmente os seus valores individuais, em vista da eternidade, se tornando um futuro educador.

“(...). Dissemos que o Espiritismo é toda uma ciência, toda uma filosofia. Quem, pois,seriamente queira conhecê-lo deve, como primeira condição, dispor-se a um estudo sério epersuadir-se de que ele não pode, como nenhuma outra ciência, ser aprendido a brincar.”

(Allan Kardec – Livro dos Médiuns - capítulo III - Do Método)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 74

4. APLICAÇÃO.

“(...) . A educação, convenientemente entendida, constitui a chave do progresso moral. Quandose conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de manejar as inteligências,conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam plantas novas. Essa arte, porém,exige muito tato, muita experiência e profunda observação.. (...)”

(Allan Kardec - O Livro dos Espíritos – perg.917- Comentário)

“Em verdade vos digo que quando fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim ofizestes.” - (Mateus, 25:40)

“(...) a educação, com o cultivo da inteligência e com o aperfeiçoamento do campo íntimo,em exaltação de conhecimento e bondade, saber e virtude, não será conseguida tão-só à forçade instrução, que se imponha de fora para dentro, mas sim com a consciente adesão da vontadeque, em se consagrando ao bem por si própria, sem constrangimento de qualquer natureza,pode libertar e polir o coração, nele plasmando a face cristalina da alma, capaz de refletir a VidaGloriosa e transformar, conseqüentemente, o cérebro em preciosa usina de energia superior,projetando reflexos de beleza e sublimação.”

(Emmanuel / F.C.Xavier – Pensamento e Vida – Lição 5 – Educação)

“Considera o que te digo, por que o Senhor te dará entendimento em tudo.” - (II Timóteo, 2:7 )

5. EVOLUÇÃO DA COMPREENSÃO.

“ (...) Que meio de verificação se pode ter, para conhecer a verdade? “Para se discernir doerro a verdade, preciso se faz que as respostas sejam aprofundadas e meditadas longa eseriamente. E um estudo completo a fazer-se. Para isso, é necessário tempo, como para estudartodas as coisas. “Estudai, comparai, aprofundai. Incessantemente vos dizemos que oconhecimento da verdade só a esse preço se obtém. Como quereríeis chegar à verdade, quandotudo interpretais segundo as vossas idéias acanhadas, que, no entanto, tomais por grandesidéias? Longe, porém, não está o dia em que o ensino dos Espíritos será por toda parte uniforme,assim nas minúcias, como nos pontos principais. A missão deles é destruir o erro, mas isso nãose pode efetuar senão gradativamente.”

(Allan Kardec – Livro dos Médiuns – capítulo 27)

6. A PEDAGOGIA E A DIDÁTICA DE JESUS.

“Vinde a mim...” - (Mateus, 11:28)

“Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia emodelo?

“Jesus.”Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar

na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressãomais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra,o Espírito Divino o animava.”

(Allan Kardec - O Livro dos Espíritos – Questão 625 )

“Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque Eu o sou.” (João 13:13)

6.1. A PEDAGOGIA DO AMOR

“O coração que compreende e ajuda, supera em grandeza a inteligência que estuda eensina.”

( Emmanuel / F.C.Xavier – Dicionário da Alma – perg.92)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 75

“Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.”

“Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas ovelhas sou conhecido.”

(João 10: 11 e 14)Educar o coração: fazer brotar o amor a Deus e ao próximo.

Educar a cabeça: Formação da inteligência.

Educar as mãos: Desenvolver agilidade, saúde e a harmonia.

(Pestalozzi – Livro Allan Kardec – Zeus Vantuil Vol.I)

6.2. JESUS E SUAS PARÁBOLAS

“Falo-lhes por parábolas, porque não estão em condições de compreender certas coisas.Eles vêem, olham, ouvem, mas não entendem. Fora, pois, inútil tudo dizer-lhes, por enquanto.Digo-o, porém, a vós, porque dado vos foi compreender estes mistérios.” Jesus procedia com opovo, como se faz com crianças cujas idéias ainda se não desenvolveram. Desse modo, indicao verdadeiro sentido da sentença: “Não se deve pôr a candeia debaixo do alqueire, mas sobreo candeeiro, a fim de que todos os que entrem a possam ver.” Tal sentença não significa que sedeva revelar inconsideradamente todas as coisas. Todo ensinamento deve ser proporcionado àinteligência daquele a quem se queira instruir, porquanto há pessoas a quem uma luz por demaisviva deslumbraria, sem as esclarecer.”

(Allan Kardec – Evangelho S. Espiritismo XXIV, item 4)

“Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando vier aqueleEspírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo oque tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.”

(João 16:12 e 13)

“É digno de nota e bastante significativo o Divino Instrutor e Guia da Humanidade teremprega-do parábolas como processo de ensinar e instruir os seus discípulos.

De fato, o método parabólico é eminentemente pedagógico, porque, apelando para oraciocínio, força o educando a pensar e refletir, pondo, destarte, em atividade a Razão, essa luzque Deus acende em nosso espírito a fim de que, usando-a sempre, a tornemos cada vez maisintensa e brilhante.”

(Pedro de Camargo – Vinícius – Mestre na Educação)

7. O TRABALHADOR – EDUCADOR.

“E ele, dando-lhe a mão a levantou...” (Atos, 9:41)

“Não se espantem os adeptos com esta palavra - ensino. Não constitui ensino unicamente oque é dado do púlpito ou da tribuna. Há também o da simples conversação. Ensina todo aqueleque procura persuadir a outro, seja pelo processo das explicações, seja pelo das experiências.O que desejamos é que seu esforço produza frutos e é por isto que julgamos de nosso deverdar alguns conselhos, de que poderão igualmente aproveitar os que queiram instruir-se por simesmos. Uns e outros, seguindo-os, acharão meio de chegar com mais segurança e prestezaao fim visado.”

(Allan Kardec – Livro dos Médiuns cap. III - DO MÉTODO)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 76

“A tarefa não é tão difícil quanto vos possa parecer. Não exige o saber do mundo. Podemdesempenhá-la assim o ignorante como o sábio, e o Espiritismo lhe facilita o desempenho,dando a conhecer a causa das imperfeições da alma humana.”

(Allan Kardec – Evangelho S. Espiritismo cap. XIV, item 9)

“Nisto é glorificado meu Pai, que deis muitos frutos; e assim sereis meus discípulos.”(João, 15:8)

7.1.VIRTUDE A SEREM CONQUISTADAS

Autoridade Moral, Religiosidade, Equilíbrio, Lucidez Espiritual, Capacidade de Observação,Humildade, Paciência, Firmeza e Energia, Entusiasmo pelo Saber.

“Estender o coração pelas mãos vale mais que estender as idéias através da boca”(Emmanuel – pag. 91 do livro Dicionário da Alma)

“Porque sem mim nada podeis fazer.” - (João 15:5)

7.2. EDUCADOR – EDUCANDO.

“Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se melhoram “passandopelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esta melhora se efetua por meio da “encarnação,que é imposta a uns como expiação, a outros como missão. A vida material é “uma prova quelhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a absoluta “perfeição moral.”

(Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Introdução, item VI)

“Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquendo-medas coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, peloprêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.”

(Filipenses, 3:13 e 14)

“A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir,por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É-lhes necessária,a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimentoda inteligência.

“Para ver se de algum

modo posso chegar

a ressurreição.”

(Filipenses, 3:11)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 77

IV – UNIDADE.

TAREFAS EDUCATIVAS

SUB.02 - Tarefas Educativas – Atendimento e Recepção na CasaEspírita

1. Atendimento e Recepção na Casa Espírita

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai hámuitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar.” (João 14 1:2)

Visando atender a um dos principais objetivos do Consolador Prometido, as Casas Espíritasdevem se conscientizar quanto a importância de estruturarem e qualificarem as suas recepçõese, acolher de um forma fraterna aqueles que estiverem chegando em suas dependências.

1.1. Conceitos

Consolador: S.m. Aquele que consola.

“Tu tens a palavra de vida eterna.” - (João, 6:68)

Consolar: V.t.d. Aliviar ou suavizar a aflição, o sofrimento, o padecimento de.

“Disse Jesus “: Mas aquele Consolador, o Espírito Santo que meu Pai vos enviará em meunome, vos esclarecerá e vos fará lembrar tudo quanto vos tenho dito”.

Mostremos que o Mestre não se reporta a acontecimento cósmico em desacordo com asleis naturais, e sim à Doutrina Espírita, pela qual os Espíritos santificados na evolução voltam aomundo, aclarando as sendas da vida e reafirmando o que ele próprio nos ensinou.”

(Emmanuel/F.C.Xavier - Seara dos Médiuns – Cap. Expliquemos )

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco.”(João 14:16).

1.2. Motivos para a procura da Casa Espírita

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 78

• desejo de fazer uma visita e, se possível, integrar-se às atividades;• desejo de receber assistência material e/ou espiritual;• desejo de instrução, trabalho e evangelização;• convite/curiosidade.

“O Espiritismo progrediu principalmente depois que foi sendo mais bem compreendido nasua essência íntima, depois que lhe perceberam o alcance, porque tange a corda mais sensíveldo homem: a da sua felicidade, mesmo neste mundo. Aí a causa da sua propagação, o segredoda força que o fará triunfar. Enquanto a sua influência não atinge as massas, ele vai felicitandoos que o compreendem. Mesmo os que nenhum fenômeno têm testemunhado, dizem: à parteesses fenômenos, há a filosofia, que me explica o que NENHUMA OUTRA me havia explicado.Nela encontro, por meio unicamente do raciocínio, uma solução racional para os problemas queno mais alto grau interessam ao meu futuro. Ela me dá calma, firmeza, confiança; livra-me dotormento da incerteza. Ao lado de tudo isto, secundária se torna a questão dos fatos materiais.”

(Allan Kardec - O Livro dos Espíritos – Conclusão)

“(...) Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios einstruídos e as revelaste aos pequeninos.” (...)

“Vinde a mim, todos que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis

descanso para a vossa alma.Por que o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.”

(Mateus, 11,25 28-30)

2. RECEPÇÃO .

2.1. Conceitos.

“Ato ou efeito de receber; em dias determinados, visitas”, na Casa Espírita. (Dic. Aurélio)

“Sou o grande médico das almas e venho trazer-vos o remédio que vos há de curar. Osfracos, sofredores e os enfermos são os meus filhos prediletos.”

(Allan Kardec – E.S.E. – cap.VI)

“No turbilhão dos conflitos que asfixiam as melhores aspirações do povo, é necessáriosejamos o apoio fraterno o providencial de quantos se colocam em busca de um roteiro para asesferas mais altas”.

(Emmanuel / F.C.Xavier - Roteiro. – 3/952)

“A manjedoura assinalava o ponto inicial da lição salvadora do Cristo, como a dizer que ahumildade representa a chave de todas as virtudes.

(Emmanuel/F.C.Xavier – A Caminho da Luz)

“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.” (João

10:9) 2.2. Forma de Recepção

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 79

Consiste na valorização integral de quem chega, eliminando distâncias e falsas posiçõeshierárquicas.

“Quando o aprendiz da Boa Nova receber a visita de Jesus e dos emissários divinos, noplano interno, então a discórdia e o sectarismo terão desaparecido do continente sublime dafé.”

(Emmanuel / F.C.Xavier – Vinha de Luz)

“Não vos esqueçais da hospitalidade, porque, por ela, alguns, não sabendo hospedaram anjos.” (Hebreus, 13:2)

2.2.1. Entrevista.

Identificação de problemas, carências ou aspirações, orientando ou encaminhando-opara atividades adequada.

“A luta e o trabalho são tão imprescindíveis ao aperfeiçoamento do espírito, como pãomaterial é indispensável à manutenção do corpo físico. É trabalhando e lutando, sofrendo eaprendendo, que a alma adquire as experiências necessárias na sua marcha para a perfeição.”

(Emmanuel / F.C.Xavier - Consolador)

“Quem tem ouvidos de ouvir, que ouça.” - (Mateus, 11:15)

2.2.2. Encaminhamento

Apresentação para os coordenadores, oferecendo os recursos da casa nas áreas deestudo, trabalho e/ou orientação.

“O afeto, a confiança e a ternura devem ser tão espontâneos quanto as águas cristalinasde um manancial.” (Emmanuel / F.C.Xavier - Ave Cristo)

“ Mas a sabedoria que vem do alto é primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratávelcheia de misericórdia e de bons frutos...” - (Tiago, 3:17)

2.2.3. Acompanhamento

Não se deve deixar o visitante entregue a si próprio.

“Toda modificação para melhor reclama luta, tanto quanto qualquer ascensão exigeesforço.” (Emmanuel / F.C.Xavier - Vinha de Luz)

“Não desanimemos de fazer o bem, pois, a seu tempo ceifaremos, se não desfalecemos.”(Gálatas, 6:9)

2.2.4. Integração

O trabalho é lei natural da vida. Efetiva colaboração do recepcionado, se possível e sefor de sua vontade, para desempenhar atividades na Casa Espírita mediante o devido preparo.

“Não se reveste o ensinamento de Jesus de quaisquer fórmulas complicadas. Guardandoembora o devido respeito a todas as escolas de revelação da fé com os seus colégios iniciáticos,notamos que o Senhor desce da Altura, a fim de libertar o templo do coração humano para asublimidade do amor e do conhecimento.”

(Emmanuel / F.C.Xavier - Roteiro.)

“Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo.” (Allan Kardec - Espírito de Verdade – E.S.E, cap. 6, item 5)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 80

“ Disse-lhes Jesus: desatai-o e deixai-o ir.” - ( João, 11:44)

2.3. Orientação ao Trabalhador

“E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, orecebeu em sua casa;” (...) “Marta, porém, andava distraída em muitos serviços, (...)” “E, respondendoJesus, disse-lhe: Marta Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas.” “Mas uma só é necessária;e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.” (Lucas, 10:38 a 42)

“Constitui-nos a nós espíritas de ambos os planos da Vida, bênção e honra a vinculaçãoaos postulados da Codificação Espírita, mas também sobre nós repousam as responsabilidadesgraves em torno de como utilizaremos da concessão superior para torná-la aceita pelas multidõesnecessitadas de paz, perdidas no báratro de si mesmas, ansiosas por encontrar o rumo”.

(B. de Menezes – D.P.Franco – Mens. ao C.F.N./ 97 – Intitulada A Unificação dos Espíritas é trabalho para todos os dias.)

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”“...aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas,

porque eu vou para meu Pai. “Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. Se me amardes,guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fiqueconvosco para sempre”. (João,14:6,12, 14-16)

“...Jesus chamou a equipe de apóstolos que lhe asseguraram cobertura à obra redentora,não para incensar-se e nem para encerrá-los em torres de marfim, mas para erguê-los à condiçãode amigos fiéis, capazes de abençoar, instruir e servir ao povo, que, em todas as latitudes daTerra, lhe constitui a amorosa família do coração.”

(Emmanuel-F.C.Xavier- Educandário de Luz)

Amar o próximo como a si mesmo, é respeitá-lo.

“De onde vens, irmão?O rapaz admirou-se de tanta afabilidade e delicadeza, num homem a quem via pela primeira

vez. Por que lhe dava o título familiar, reservado ao círculo mais íntimo dos que nasciam sob omesmo teto?

Por que me chamais irmão, se não me conheceis? – interrogou comovido.Mas o interpelado, renovando o sorriso generoso, acrescentava:Somos todos uma grande família em Cristo Jesus.”

(Emmanuel / F.C.Xavier – Paulo e Estevão – pág. 58) (DAS/DCSE/UEM)

“Disse-vos isso por parábolas;

chega, porém,

a hora em que vos não falarei mais por parábolas,

mas abertamente vos falarei acerca do Pai.”

(João, 16:25)

TEXTO PARA EXERCÍCIOS

JESUS, O MESTRE (Pedro de Camargo – Vinícius – Mestre na Educação)

EDUCAÇÃO ESPÍRITA

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 81

(Revista A Reencarnação nº 416 FERGS - Benedita Fernandes Página psicografada pelo médium D. P.Franco, em Araguaçu, SP)

EDUCA (Emmanuel / F.C.Xavier - Fonte Viva – Lição 30)CARIDADE(Fabiano de Cristo – F.Cândido Xavier – Falando a Terra)(Allan Kardec, Obras Póstumas – Liberdade, Igualdade e Fraternidade )SEJA VOLUNTÁRIO(Caibar Schutel- O Espírito da Verdade – Lição 58 – FEB)Mediunidade e dever(Emmanuel / F.C.Xavier – Religião dos Espíritos)Ante a mediunidade(Emmanuel / F.C.Xavier – Seara dos Médiuns)Em tarefa espíritaMédium inesquecível(Emmanuel / F.C.Xavier – Seara dos Médiuns)

MEDIUNIDADE E JESUS(Eurípedes Barsanulfo /Francisco C. Xavier – O Espírito da Verdade)

*****

“Porque a terra que embebe a chuva, que caimuitas vezes sobre ela, e produz erva proveitosapara aqueles por quem é lavrada, recebe abênção de Deus.” (Hebreus, 6:7)

*****

IV - UNIDADE.

TAREFAS EDUCATIVAS

SUB.03 – Atividades de Ensino Espírita

“Toda escritura divinamente inspirada é proveitosa” - (II Timóteo, 3:16)

1. Reuniões de Explanação do Evangelho à Luz da Doutrina Espírita

“Mas a graça foi dada a cada um de nós, segundo a medida do dom do Cristo.” (Paulo – Efésios, 4:7)

1.1.Objetivos

“Destina-se à explanação evangélica à luz da Doutrina Espírita, aplicação de passes eatendimento fraterno através do diálogo para as pessoas que procuram e frequentam os núcleosespíritas em busca de esclarecimento, orientação, ajuda e assistência espiritual e moral.”

(Orientação do Centro Espírita)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 82

“Várias maneiras há de fazer-se a caridade, (…) Vós, espíritas, podeis sê-lo (caridosos)na vossa maneira de proceder para com os que não pensam como vós, induzindo os menosesclarecidos a crer, mas sem os chocar, sem investir contra as suas convicções e, sim, atraindo-os amavelmente às nossas reuniões, onde poderão ouvir-nos e onde saberemos descobrir nosseus corações a brecha para neles penetrarmos. Eis aí um dos aspectos da caridade.”

Cárita (ESE, Cap. XIII, item 14)

1.2. Fundamentação

“Vinde a mim, todos vós …” - Jesus ( Mateus XI, 28 a 30 – E.S.E VI – 1)

“Meus filhos, na máxima: “Fora da Caridade não há salvação, estão encerrados os destinosdos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão empaz; no céu, porque os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor.”

(Paulo, o apóstolo ESE – XV – 10)

“Essas reuniões, conforme o seu próprio nome indica, desenvolvem as atividadesde:

• Explanação do Evangelho à luz da Doutrina Espírita objetivando o esclarecimento, aorientação e o aprimoramento moral de seus freqüentadores;

• Aplicação de Passes objetivando a mobilização de recursos espirituais, fraternais esolidários destinados às pessoas necessitadas de assistência espiritual e moral; e

• Atendimento Fraterno através do Diálogo objetivando atender às pessoas que procuramo Centro Espírita buscando orientação, esclarecimento e amparo para as suas necessidadesespirituais e morais.

Essas atividades devem ser realizadas de forma integrada, mesmo que ocorram em diasdiferentes e em salas separadas.

2. Reunião de Divulgação Doutrinária

“Não sai da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, paraque dê graça aos que a ouvem.” - (Efésios, 4:29)

Objetivos: Essa reunião é destinada a palestras ou conferências, para divulgação doEspiritismo, no seu tríplice aspecto.

Essa exposições podem ser proferidas por integrantes do Centro, ou, se possível, porexpositores de outra instituição Espírita, visando, neste caso, ao intercâmbio e à troca deexperiência.” (Orientação ao Centro Espírita–FEB/CFN)

3. Reunião de Estudo Doutrinário

“Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.” - (Tito, 2:1)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 83

“Objetivos: Essa reunião pública objetiva o estudo organizado e permanente da DoutrinaEspírita, baseado na Codificação Kardequiana, com programação previamente elaborada.

Visa a levar seus freqüentadores a empreender a reforma íntima, atentando-se para oesclarecimento de Allan Kardec quando afirma no item 4 do cap.XVII de “O Evangelho S.Espiritismo”: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforçosque emprega para domar suas inclinações más.”

(Orientação ao Centro Espírita – FEB/CFN)

Incentivar a preparação dos freqüentadores para participarem dos trabalhos no Centro Espírita.

“Método: através de palestras (podem ser dialogadas), apoiada no tríplice aspecto daDoutrina.”

(Orientação ao Centro Espírita–FEB/CFN)

4. Avaliação

Avaliar junto aos participantes, se todos compreenderam os objetivos das atividades, bemcomo sua importância para os trabalhadores no que tange ao crescimento pessoal.

IV – UNIDADE.

TAREFAS EDUCATIVAS

SUB.04 – Atividades de Ensino Espírita –

Evangelização da Infância

“Evangelizar é um ato de transmitir o Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita.”(SI/DIJ-UEM)

“Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque deles é o reino de Deus.” - (Lucas, 18:16)

a- “Todo Centro Espírita e outras Instituições Espíritas que lidem com crianças deverãopromover a evangelização da infância, com o objetivo de educar e iluminar a mente infantilatravés da Doutrina Espírita.” (Orientação ao Centro Espírita)

b- “Em razão da necessidade de base espiritual na edificação da nova humanidade do TerceiroMilênio, a Espiritualidade vem agindo de forma intensiva, através de todos os recursos disponíveis,no sentido de promover o esclarecimento das mentes infantis.” (SI/DIJ-UEM)

c- “É assim que, em váris frentes no seio da atividade espírita, o processo da Evangelizaçãotem alcançado notória ressonância, oferecendo deste modo condições para que a mensagemde Jesus alcance o maior número possível de criaturas.” (SI/DIJ-UEM)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 84

“A Evangelização Espírita infanto-juvenil tem como sublime objetivo contribuir para a formaçãoda sociedade constituída pelos Homens de bem, dos quais nos fala o Evangelho S. Espiritismo,no seu cap. XVII – Sede Perfeitos.” (SI/DIJ-UEM)

Visão dos Espíritos na Codificação

“Qual, para este, a utilidade de passar pelo estado de infância?“Encarnado, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais

acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o quedevem contribuir os incumbidos de educá-lo.” (Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Questão 383)

“A infância ainda tem outra utilidade. Os Espíritos só entram na vida corporal para seaperfeiçoarem, para se melhorarem. A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveisaos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los progredir. Nessa fase é que se lhespode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais,missão sagrada de que terão de dar contas. “Assim, portanto, a infância é não só útil, necessária,indispensável, mas também conseqüência natural das leis que Deus estabeleceu e que regemo Universo.” (Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Questão 385 – Nota)

“Vede, não desprezeis alguns destes pequeninos...” - (Mateus,18:10)

Com Emmanuel:

‘109 – O período infantil é o mais importante para a tarefa educativa? - O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos.Até aos sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência

que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele ea matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-semais suscetível de renovar o caráter e estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípiosde responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar.

Eis por que o lar é tão importante para a edificação do homem, e por que tão profunda é amissão da mulher perante as leis divinas.

Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais,os processos de educação moral, que formam o caráter, tornando-se mais difíceis com aintegração do Espírito por parte das energias paternais, os processos de educação moral, queformam o caráter, tornam-se mais difíceis com a integração do Espírito em seu mundo orgânicomaterial, e, atingida a maioridade, se a educação não se houver feito no lar, então, só o processoviolento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas,porquanto a alma reencarnada terá retomado todo o seu patrimônio nocivo do pretérito e reincidiránas mesmas quedas, se lhe faltou a luz interior dos sagrados princípios educativos.”

(Emmanuel – F.C.Xavier O Consolador – item 109)

Objetivos específicos

• “promover a integração do evangelizando: consigo mesmo; com o próximo e com Deus.

• Propiciar ao evangelizando o estudo:

Da lei natural que rege o universo;Da natureza e do destino dos Espíritos

• Dar ao evangelizando a oportunidade de perceber-se como homem integral, crítico,consciente, participativo, herdeiro de si mesmo, cidadão do Universo, agente de transformaçãodo seu meio, rumo a toda perfeição de que é suscetível” (SI/DIJ-UEM)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 85

Obs.: Esses objetivos resumem os princípios do Espiritismo e expõem suasconseqüências morais.

2. Metodologia

“Instrui ao menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Provérbio, 22:6)

A Evangelização transcende a simples transmissão de normas ou indicativas morais desuperfície, pois:

!a instrução apenas informa"a educação forma o caráter#Mas só a Evangelização transforma

(...)”Os métodos na experiência educacional devem ser consentâneos às condições mentaise emocionais do aprendiz. Em vez de se lhe impingir, por meio do processo repetitivo, osconhecimentos adquiridos, o educador há de motivá-lo às próprias descobertas, com elecrescendo, de modo que a sua contribuição não seja o resultado do “pronto e concluído”, processoque, segundo a experiência de alguns, “deu certo até aqui”.

Na aplicação dos métodos e escolha das matérias merece considerar as qualidades doeducador, sejam de natureza intelectual ou emocional e psicológica, como de caráter afetivo ousentimental.

Os fins, sem dúvida, estão além das linhas da escolaridades. Ergue-se como permanenteetapa a culminar na razão do crescimento do indivíduo, sempre além, até transcender-se narealidade espiritual do porvir.

A criança não é um “adulto miniaturizado”, nem uma “cera plástica”, facilmente moldável.Trata-se de um espírito em recomeço, momentaneamente em esquecimento das realizações

positivas e negativas que traz das vidas pretéritas, empenhado na conquista da felicidade. (...)(...) Com a escola progressiva, porém, surgiu mais ampla visão, em torno da problemática da

educação, e o educando passou a merecer o necessário respeito, de modo a desdobrarpossibilidades próprias, fomentando intercâmbios experiências a benefício de mais valiosaaprendizagem.

Não mais a fixidez tradicional, porém os métodos móveis da oportunidade criativa.Atualizada através de experiências de liberdade exagerada – graças à técnica da enfática da

própria liberdade -, vem pecando pela libertinagem que enseja, porquanto, em se fundamentandoem filosofias materialistas, não percebe no educando um espírito em árdua luta de evolução,mas um corpo e uma mente novos a armazenarem num cérebro em formação e desenvolvimentoa herança cultural do passado e as aquisições do presente, com hora marcada para oaniquilamento, após a transposição do portal do túmulo...” (...)

(Joanna de Ângelis – D P Franco – SOS Família)Ensinar

(...) Os que ensinam verdadeiramente entendem o divino valor das palavras, conhecem oelevado preço das aquisições espirituais, não criticam porque sabem quanto é preciso e difícil oesforço pessoal, não dão conselhos senão quando requisitados a isso, por que cientes dequanto é fácil falar e quão penoso agir entre as incompreensões do mundo, sempre prontos a

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 86

defender os outros, silenciam quanto à própria defesa por compreenderem que pertencem aDeus.”

(Emmanuel – F.C.Xavier – Luz no Caminho)Conteúdo

(...) Tenha, pois, cuidado com seus pequenos, sem exercer um policiamento neurótico, masfiltrando os conteúdos que os alcançam nessa fase.

É muito natural e compreensível que você queira ensinar a seus pequenos coisas “engraçadas”que ficarão muito bem nas expressões infantis. Não se esqueça, porém, que a sua criança é umEspírito milenário, que terá acordados seus fulcros íntimos, engrandecidos ou torpes, deconformidade com os estímulos que lhe dê.”

(J.Raul Teixeira – Vereda Familiar)

3. Programa de Estudo

“(...) Espiritismo é forte porque assenta sobre as próprias bases da religião: Deus, a alma, aspenas e as recompensas futuras; sobretudo, porque mostra que essas penas e recompensassão corolários naturais da vida terrestre e, ainda, porque, no quadro que apresenta do futuro,nada há que a razão mais exigente possa recusar. (...)”

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, item 5, perg.484)

O programa de Evangelização Espírita da Infância e da Juventude está integralmente baseadona Codificação Espírita e nas lições do Evangelho de Jesus Cristo, aliando os alicerces científicose filosóficos da Doutrina à moral evangélica expressa por Jesus e reconhecida, de maneiraincontestável pelo Codificador Allan Kardec.

Na parte referente às experiências de aprendizagem, que constituem o ponto alto de todo otrabalho educacional, o Currículo proposto pelo DIJ-FEB diz: “Experiências de aprendizagemsão situações simuladas que se planejam com o fim de favorecer a aprendizagem.” Portanto,nas experiências de aprendizagem, a ênfase é dada a situações práticas que favorecem aoeducando a associação natural dos conhecimentos adquiridos com aquelas que a vida lheapresenta. Centrado no educando, o Currículo seleciona conteúdos e sugere práticas eprocedimentos didáticos específicos para cada faixa etária. As crianças de várias idades e osadolescentes recebem tratamento compatível com o seu desenvolvimento biopsicossocial eespiritual.

Acreditamos que um programa de ensino cujas bases estão alicerçadas nas lições doEvangelho e nos fundamentos do Espiritismo tem condições, se bem aplicado, de oferecer aosEspíritos que se encontram neste mundo, na fase da infância e da adolescência, os recursosnecessários ao seu auto-aprimoramento, levando-os a desenvolver o raciocínio e a inteligênciae a burilar os sentimentos.

4. Escola de Evangelização Espírita

Cada agrupamento espírita apresenta características próprias, gravitando sua organização,ora em torno de uma única pessoa, ora em torno de uma equipe diretiva. Os agrupamentos queatendem a periferia, em pouco se assemelham às centrais, baseando-se tal afirmação nascaracterísticas e necessidades dos freqüentadores.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 87

Assim sendo, reuniremos algumas normas que consideramos fundamentais na organizaçãoda E.E.E.

Equipe Diretiva

A Escola de Evangelização Espírita deverá ser dirigida por uma equipe, com uma orientaçãodoutrinária-evangélica - (ver unidade Trabalho em Equipe)

Os Ciclos

A Escola Espírita de Evangelização contará com a participação de crianças na faixa etária de03 a 12 anos, que serão assim distribuídas:

Evangelizadores

É importante que o evangelizador tenha bons conhecimentos da Doutrina Espírita, procurandotrabalhar a sua reforma íntima (ver subunidade Trabalhador Espírita).

Não existe limite de idade para o evangelizador exercer sua tarefa, o importante é a boavontade de aprender, o entusiasmo e a dedicação, a especialização e o interesse, o devotamentoe a continuidade e a disciplina e a renovação, uma vez que, no trato com criança e com o jovem,o esforço renovador pela evangelização jamais prescindirá da força da exemplificação queensina.

Reflexão com Bezerra de Menezes

“Nossas crianças – a promessa de um futuro melhor para a Terra – muito sofrem se a LuzDivina do Evangelho – compreendido em espírito, sentido em verdade, e aplicado em louvor aDeus – não se torna o ingrediente que nos reuna para a vida integral, em que os valores eternosda sabedoria e do bem são veiculados e estabelecem bom ânimo e fé, esperança e riquezamoral.”

(Bezerra de Menezes – W.G.Paixão – Anotações de Servidor/UEM – Notas da Evangelização Infantil)

Reunião de Pais

Toda E.E.E. deverá estruturar uma reunião de estudos para os pais, se possível, no mesmohorário da evangelização infantil.

O programa de trabalho para os pais deverá ser o mesmo direcionado às crianças. Dessaforma haverá maior oportunidade para os pais acompanharem seus filhos, solidificando orelacionamento entre pais e filhos.

“Não padece dúvida que qualquer semeadura das lições de Jesus é proveitosa e responderáno tempo, pelas circunstâncias; contudo, esse serviço dos Templos Cristãos ganha forma econsistência por dentro dos corações infantis se há conjugação de esforços na empreitada, porparte dos pais e familiares outros.

Não olvidemos, meus filhos, que o serviço é complexo e exige nossa participação consciente.”(Bezerra de Menezes – W.G.Paixão – Anotações de Servidor/UEM– Notas da Evangelização Infantil)

5. O Centro Espírita e a Evangelização com vistas ao futuro

“Esquecer a infância e a juventude será desprezar o futuro.”(Emmanuel/F.C.Xavier – Reformador, 10/1982)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 88

“Existe um freqüentador diferenciado no Centro Espírita, que requer um estudo específico. Éo freqüentador Infantil, tão importante quanto qualquer outro freqüentador que, nesta fase desua reencarnação, merece ter um estudo diferenciado.

Por isso é importante que a direção do Centro Espírita esteja preparada e consciente daimportância da Escola Espírita de Evangelização.

Os dirigentes dos Centros Espíritas devem estar conscientes de que, preparando-as, estarãodando continuidade à Doutrina, para o futuro.” (SI/DIJ-UEM)

6 . Conclusão.

A senda do trabalhador da Evangelização é rica de oportunidades de crescimento tanto emnível de inteligência como no adestramento dos valores do coração.

7. Avaliação

Este estudo será considerado de bom aproveitamento, se os conceitos forem bem discutidos,se os participantes compreenderem que a Evangelização é tarefa muito importante tanto para omovimento espírita como para o futuro do Planeta Terra.

“É necessário que Ele

cresça e que eu diminua.”

(João, 3:30)

IV – UNIDADE.

TAREFAS EDUCATIVAS

SUB.05 – Atividades de Ensino Espírita

Reunião de Estudos Doutrinários e Atividades da Juventude Espírita “E, na verdade, toda correção, no presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois,

produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” - (Hebreus, 12:11)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 89

“Que é o que motiva a mudança que se opera no caráter do indivíduo em certa idade,especialmente ao sair da adolescência? É que o Espírito se modifica?

“É que o Espírito retoma a natureza que lhe é própria e se mostra qual era.” Se um filho setorna homem de bem, não obstante a negligência ou os maus exemplos de seus pais, tiramestes daí algum proveito? “Deus é justo.”

(Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Questões 385 e 583 a.)

As reuniões da Juventude no Centro Espírita são uma necessidade imperiosa na vida daInstituição, porquanto, além de oferecerem aos jovens condições adequadas de estudo eaprendizagem da Doutrina Espírita, já os familiarizam com as atividades do Centro, preparando-os para os encargos que deverão assumir no futuro.

1. Conceito

Juventude Espírita é um grupo de adolescentes e jovens espíritas que se reúnem em prol doobjetivo comum de estudar a Doutrina Espírita e o Evangelho de Jesus e vivenciar estesensinamentos através do trabalho espírita-cristão.

Congregará jovens com idade aproximada entre 13 e 25 anos.

2. Objetivo Geral

“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente,que edificou a sua casa sobre a rocha”. - (Mateus, 7:24).

Proporcionar a conscientização do adolescente e do jovem da necessidade do estudosistemático do Evangelho de Jesus, da Doutrina Espírita e do trabalho de assistência espírita-cristã, como requisitos básicos para renovação das suas questões íntimas, visando suacristianização e maturação espiritual.

3. Metodologia de Ensino

“E a um deu cinco talentos e a outro dois e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade...”(Mateus, 25:15)

“As atividades pedagógicas do presente e do futuro terão de se caracterizar pela sua feiçãoevangélica e espiritista, se quiserem colaborar no grandioso edifício do progresso humano”.

(Emmanuel - F.C.Xavier - Dissertações Mediúnicas)

Os adultos têm interesses, necessidades, objetivos e experiências diferentes das dos jovens.Esta é uma das razões pelas quais convém que se propiciem aos moços condições de estudonum clima que possa corresponder às suas reais necessidades, despertando, destarte, maiorinteresse pelo estudo e pelo convívio no Centro Espírita.

Os conteúdos a serem repassados aos jovens devem contemplar, além do conjunto dosconhecimentos doutrinários, também os hábitos, as atitudes, as habilidades e os valores aserem desenvolvidos e vivenciados pelos evangelizandos.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 90

O método adotado deve considerar o raciocínio e a reflexão, permitindo ao evangelizandoelaborar as próprias conclusões, incorporando-as definitivamente ao seu patrimônio pessoal.

Em razão disso, sugere-se uma metodologia que propicie a participação ativa dosevangelizandos por meio de: problematização, debate, exposição interativo-dialogada, pesquisa,experimentação, trabalho em grupo, dramatização, construção de modelos, estudo do meio,seminário, apresentação de aulas pelos alunos, artes cênicas (música, teatro e suas modalidade),artes plásticas (desenho, pintura, modelagem, etc.), e outros procedimentos que estejam deacordo com essa mesma orientação metodológica.

Para que se alcance todos os objetivos propostos, as atividades da Juventudedeverão ser:

• D i n â m i c a s e d e s a f i a d o r a s - q u e d e s p e r t e m o i n t e r e s s e e a c u r i o s i d a d e p r o p o r c i o n a n d o a p a r t i c i p a ç ã o a t i v a d o j o v e m , l e v a n d o - o a a p l i c a ç ã o d e s o l u ç õ e s e v a n g é l i c o - d o u t r i n á r i a s p a r ar e s o l v e r o s p r o b l e m a s c o t i d i a n o s . • S i g n i f i c a t i v a s - q u e p o s s a m s e r c o m p r e e n d i d a s e a s s i m i l a d a s p e l o e v a n g e l i z a n d o . • E n c a d e a d a s

- q u e o b e d e ç a m a u m a d e t e r m i n a d a s e q ü ê n c i a g r a d a t i v a , d o m a i s f á c i l p a r a o m a i s d i f í c i l , d o m a i s s i m p l e s p a r a o m a i s c o m p l e x o , d a p a r t e p a r a o t o d o , d o p r ó x i m o p a r a

o d i s t a n t e , d o c o n h e c i d o p a r a o d e s c o n h e c i d o , d o c o n c r e t o p a r a o a b s t r a t o . • I n d i v i d u a i s - q u e e s t e j a m a o n í v e l d e c a d a e v a n g e l i z a n d o e m p a r t i c u l a r, p e r m i t i n d o o a t e n d i m e n t o à s d i f e r e n ç a s i n d i v i d u a i s . • G r u p a i s

- q u e p r o p o r c i o n e m a o e v a n g e l i z a n d o a t i v i d a d e s c o m o u t r o s e v a n g e l i z a n d o s , f a c i l i t a n d o o p r o c e s s o d e c o n v i v ê n c i a f r a t e r n a .

A d o ç ã o d e v a r i a d a s t é c n i c a s r e c o m e n d a d a s p e l a d i d á t i c a , a f i m d e o f e r e c e r m a i o r m o t i v a ç ã o e m e l h o r f i x a ç ã o d o e n s i n a m e n t o . ( O r i e n t a ç ã o a o C e n t r o E s p í r i t a – F E B / C F N )

“ A s a t i v i d a d e s p e d a g ó g i c a s d o p r e s e n t e e d o f u t u r o t e r ã o d e s e c a r a c t e r i z a r p e l a s u a f e i ç ã o e v a n g é l i c a e e s p i r i t i s t a , s e q u i s e r e m c o l a b o r a r n o g r a n d i o s o e d i f í c i o d o p r o g r e s s o h u m a n o . ”

( E m m a n u e l – F . C . X a v i e r – D i s s e r t a ç õ e s m e d i ú n i c a s )

“ R e n o v a r a s m a t é r i a s t r a t a d a s n o s p r o g r a m a s d e e v a n g e l i z a ç ã o , s e g u n d o o r i e n t a ç õ e s a t u a l i z a d a s . O E s p i r i t i s m o p r o g r i d e s e m p r e . D e d i c a r a t e n ç ã o c o n s t a n t e à m e l h o r i a d o s p r o c e s s o s p e d a g ó g i c o s , n o s e n t i d o d e o f e r e c e r a o s p e q u e n i n o s v i a j o r e s r e c é m - c h e g a d o s d a E s p i r i t u a l i d a d e a r e m e m o r a ç ã o n e c e s s á r i a d a q u i l o

q u e a p r e n d e r a m e d o s c o m p r o m i s s o s q u e a s s u m i r a m a n t e s d o p r o c e s s o r e e n c a r n a t ó r i o . Q u e m

a p r e n d e p o d e e n s i n a r e q u e m e n s i n a a p e r f e i ç o a o a p r e n d i z a d o . D i s p o r o p r o b l e m a d a e d u c a ç ã o c o m J e s u s , a c i m a d o s i n t e r e s s e s d e s o c i e d a d e s e n ú c l e o s , u n i f i c a n d o , s e m p r e q u e p o s s í v e l , o s t r a b a l h o s e s p a r s o s , i m p r i m i n d o m a i o r r e l e v o à s o b r a s d e

e v a n g e l i z a ç ã o , n o p r e p a r o e s s e n c i a l d o f u t u r o . A e d u c a ç ã o d a a l m a é a a l m a d a e d u c a ç ã o . ” ( A n d r é L u i z – W . V i e i r a – C o n d u t a E s p í r i t a )

4 . E s t r u t u r a e F u n c i o n a m e n t o

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 91

4.1 Coordenação:

“Portanto, ide e ensinai...” – (Mateus, 28:19)

Com o objetivo de manter a unidade de trabalho, deve a Evangelização do Jovem estarsob a direção de um coordenador-geral ou de uma estrutura colegiada, que orientará esupervisionará o planejamento das atividades e a sua execução.

É desejável que os elementos que ocupam essa função possuam e desenvolvamdeterminadas características tais como:

! Conhecimento Evangélico-doutrinário que atenda pelo menos ao nível do 3º Ciclo.! Necessidades, características e recursos do movimento Espírita em geral.! Técnicas de liderança, se possível.! Organização administrativa da Casa à qual pertença.! Habilidades para:

“Porque se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis noconhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.”- (II Pedro, 1;8)

4.2 - Formação de equipe:

“Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de simesmo, se não permanecer na videira, assim nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.”

(João, 15:4)

A equipe de trabalhadores da Evangelização Espírita do Jovem deve ser composta, namedida do possível, dos seguintes integrantes: um coordenador geral de Juventude, umcoordenador para cada ciclo, que são encarregados de conduzir as reuniões realizadas com osjovens, e, dependendo do tamanho da juventude, comissões de apoio como: secretaria, estudos,integração, e artística, - que podem ser compostas pelos próprios jovens que freqüentam aJuventude Espírita.

Essa equipe deverá ser preparada por meio de cursos e treinamentos específicos, a fimde que possa adquirir os conhecimentos pedagógicos e administrativos necessários à execuçãode sua tarefa. Essa preparação, contudo, deve ser contínua, para que esteja em condições deenfrentar os constantes desafios do processo educativo.

4.3 - Organização das turmas:

“Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que plantou”. -(Eclesiastes, 3:2).

As turmas de jovens devem ser organizadas observando-se a proximidade das faixasetárias, com vistas à compreensão dos conteúdos estudados. Integrarão a Juventude Espíritatodos os adolescentes e jovens na faixa etária de 13 a 25 anos, divididos em três ciclos, asaber:

1º Ciclo - Constitui-se de adolescentes na faixa etária de 13 a 15 anos2º Ciclo - Constituí-se de adolescentes na faixa etária de 16 a 17 anos3º Ciclo - Constituí-se de adolescentes na faixa etária de 18 a 25 anos

4.4 - Desenvolvimento:

“Mas, faça-se tudo decentemente e com ordem.” - ( I Coríntios, 14:10)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 92

• As reuniões de Evangelização Espírita para jovem devem ser realizadas uma vez porsemana, em dia e horários fixos que mais se adaptem às necessidades dos participantes, nãodevendo o seu tempo de duração exceder a duas horas.

• Como toda reunião da Casa Espírita a reunião de Juventude deve ser iniciada e encerradacom uma prece.

• Deve ser adotado um programa de estudo sistematizado para a evangelização espíritado Jovem. Pode-se recorrer aos órgãos de unificação para obter linhas programáticas previamenteelaboradas, como por exemplo, Grade Curricular associada ao Currículo para Escolas deEvangelização Espírita Infanto Juvenil e respectivas apostilas da FEB, além do ConteúdoProgramático para Juventude Espírita da UEM/SJ.

4.5 – Atividade Socializadora:

“Tu, porém, fala o que convém a sã doutrina”. - (Tito, 2:1).

São atividades de cunho educativo evangélico-doutrinário mantidas pela Mocidade,diferente daquelas essenciais de estudo e trabalho, tendo o objetivo de colaborar nodiscernimento favorável a convivência e relacionamento permitindo a expansão da criatividade.

É planejada previamente e sua organização devem ficar a cargo do Coordenador daComissão em conjunto com a Coordenação Geral.

Exemplo de atividade socializadoras:

Arte (canto, poesia, teatro);Encontros de Estudos;Confraternizações;Campanhas de Assistência Social;Murais.

4.6 – Aspectos psicológicos do adolescente e do jovem:

“Entesourando para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar averdadeira vida.”

(I Timóteo, 6:19)

“...Mocidade é semente que germina à luz de cada experiência e frutifica ao calor de cadaesperança. Mocidade é contínuo aprimoramento do espírito que triunfa das expressões doprimitivismo brutal e se projeta para o porvir, à conquista dos patrimônios imortais.”

(Rubens Romanelli- Primado do espírito)

1. A juventude é um período de vida humana inserido entre puberdade e adolescência, momentoem que a glândula pineal – Epífise – retoma suas atividades, trazendo ao mundo emocional efísico dos jovens, mudanças e sensações até então desconhecidas. Diante destas forças ojovem se vê em conflito entre o aprendizado e os horizontes que surgem.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 93

2. É característico dos jovens, neste período, buscar ídolos e referenciais externos, por issofaz-se imprescindível auxiliá-lo.

3. Síntese da psicologia juvenil:

a. Aspectos físicos e biológicos: Explosão do crescimento físico, transformações na estruturae proporção corporais e desenvolvimento dos caracteres sexuais primários e secundários.

b. Aspectos afetivos: Busca de auto-afirmação. O jovem se questiona consciente ouinconsciente sobre o seu eu. Questiona as figuras de autoridade e os papéis que o indivíduodesempenha na sociedade. Com isso ele visa a própria autonomia e a conquista de um estilode vida.

c. Aspectos Religiosos: O jovem vivencia períodos místicos e períodos de um ateísmo absoluto.É natural que, junto com a busca obsessiva da religião, ocorra o abandono dela sempreacompanhado de críticas severas aos ideais religiosos.

d. Aspectos Sociais: Busca afirmar sua identidade, procura ser diferente. Busca estabeleceruma relação amadurecida com o grupo a que pertence e com a sociedade em geral.

e. Aspectos Sexuais: O que representava controle orgânico é fonte criadora e válvula deescapamento. A glândula pineal reajusta-se ao contato orgânico e reabre seus mundosmaravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. Entrega-se a criatura arecapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixões vividas noutra época, quereaparecem sob fortes impulsos.

f. Aspectos Intelectuais: Os jovens são mais aptos para participar de discussões, aumenta aextensão de seu vocabulário, de memorizar e de se concentrar durante períodos de tempo maislongos. Apresenta condições mais amadurecida, e interesse crescente em compreender a si eaos outros.

Diante destas situações cabe ao evangelizador o papel de mediador, estimulando no jovemo interesse e a participação na tarefa espírita e o conhecimento da mensagem evangélico-doutrinária.

5. Observações:

“Aprendi a contentar-me com o que tenho.” - (Filipenses, 4:11)

• Nas reuniões de Evangelização Espírita para jovens não haverá atividades mediúnicas.Os jovens que necessitarem de assistências nessas áreas serão atendidos em reuniõesespecíficas, de acordo com as normas e organização do grupo, centro ou sociedade espírita.

• As atividades artísticas desenvolvidas pelos jovens terão apenas objetivos pedagógicosou de divulgação do Espiritismo

O trabalho de Evangelização Espírita para Jovens deve ser objeto de constante avaliaçãopara manter-se dentro dos objetivos estabelecidos pelo grupo, centro ou sociedade espírita.

“O moço poderá e fará muito se o espírito envelhecido na experiência não o desamparar notrabalho. Nada de novo conseguirá erigir, caso não se valha dos esforços que lhe precederamas atividades. Em tudo, dependerá de seus antecessores”.

(Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida - cap. 151).

6. Avaliação

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Será considerado de bom aproveitamento se os participantes compreenderem a necessidadeimperiosa na vida da Instituição da Juventude, as adequações de estudo e aprendizagem daDoutrina Espírita ao jovem, a integração paulatina dos mesmos nas atividades do Centro comvistas a preparação para os encargos que deverão assumir no futuro e, por fim, os aspectoseducativos que o trabalho oferece.

IV – UNIDADE.

TAREFAS EDUCATIVAS

SUB.06 – Atividades de Ensino Espírita

Reunião de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita

1. Objetivo

Esta sub-unidade tem como objetivo principal, expor o que é Estudo Sistematizado da DoutrinaEspírita - ESDE, as suas características e a metodologia aplicada, bem como as conseqüênciasno processo de educação e formação de trabalhadores para o movimento espírita.

2. Projeto 1868

Para iniciar a temática, reportaremos a preocupação de Allan Kardec quanto a divulgaçãodo Espiritismo, e os meios de a popularizar constante em Obras Póstumas – Projeto 1868.

Ensino Espírita

“Um curso regular de Espiritismo seria professado com o fim de desenvolver os princípios daCiência e de difundir o gosto pelos estudos sérios. Esse curso teria a vantagem de fundar aunidade de princípios, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de espalhar as idéias Espíritas ede desenvolver grande número de médiuns. Considero esse curso como de natureza a exercercapital influência sobre o futuro do espiritismo e sobre suas conseqüências.” (...) (Grifossão nossos)

Percebemos, com o auxílio do Pedagogo de Lyon, a importância de estudar a Doutrina Espíritaem suas bases. O ESDE (Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita) proporciona, na atualidade,os meios pedagógicos fundamentais para seguirmos o Caminho efetivo e afetivo das DivinasPegadas do Rabi da Galiléia, ao encontro da Verdade e da Vida Eterna nos planos dos corações.

3. Desenvolvimento

Observamos que, a cada dia, a necessidade de ações que contemplem os princípios propostospor Kardec nos chamam à responsabilidade de buscarmos e, em certas situações, criarmos

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condições para que os ensinamentos da Doutrina Espirita e do Evangelho cumpram seudestino na sociedade...transformar o homem, no Espírito, pela educação.

A tarefa reeducativa de nossos Espíritos passa pelo aprendizado e a prática de métodos eprincípios que nos coloquem em acordo com a proposta Evangélica, facilitada pela codificaçãoKardequiana. Assim, é fundamental abrirmos espaços para novos conhecimentos, metodologiase ações perenes no estudo e aplicação desses princípios para que não tenhamos de nosarrependermos mais uma vez.

Que fazes de especial? Questiona-nos nossa consciência.

Dado que “a abrangência e a magnitude dos conceitos doutrinários reclamam, portanto,metodologia facilitadora, que permita a um número de estudiosos da Doutrina Espírita, um maisrápido e correto entendimento dos seus princípios, através de estímulo e de orientação didáticapara o estudo metódico de suas obras básicas e suplementares.”

(Reformador, abril 991, p.12, publicação FEB)

É dentro deste cenário, que este trabalho se propõe a discutir didaticamente a importânciade uma Metodologia de Ensino que adeque o E.S.D.E. as necessidades do Espírita, da CasaEspirita e da sociedade.

4. O Que é o ESDE

CONCEITOS

• Estudo: aplicação do espírito para aprender. Trabalhos que precedem a execução deum projeto.

• Estudar: aplicar a inteligência a, para aprender. Dedicar-se à apreciação, analisar. Aplicaro espírito, a memória, a inteligência, para saber ou adquirir instrução ou conhecimento.

• Sistema: disposição das partes ou dos elementos de um todo, coordenados entre si, eque funcionam como estrutura organizada.

• Sistematizado: o que foi metodicamente agrupado, formando um corpo de doutrina.• Estudo Sistematizado: estudo metódico, gradativo, partindo dos conceitos e princípios

mais simples para os mais complexos.• Estudo Sério: “O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá “. Allan

Kardec, Introdução (VIII) de O Livro dos Espíritos.

Corre-nos, pois, o dever de estudar sempre, escolhendo o melhor para que as nossas idéiase exemplos reflitam as idéias e os exemplos dos paladinos da luz.

(Emmanuel. Pensamento e Vida. P. 26.0)

5. Metodologia

5. 1. Kardec e os métodos de ensino espírita.

“O que caracteriza em estudo sério é a continuidade que se lhe dá. Será de admirar quemuitas vezes não se obtenha nenhuma resposta sensata a questões de si mesmas graves, quandopropostas ao acaso e à queima roupa, em meio uma aluvião de outras extravagantes? Demais,sucede freqüentemente que, por complexa, uma questão, para ser elucidada, exige a solução deoutras preliminares ou complementares. Quem deseje tornar-se versado numa ciência tem que aestudar metodicamente, começando pelo princípio e acompanhando o encadeamento e odesenvolvimento das idéias. Que adiantará aquele que, ao acaso, dirigir a um sábio perguntas

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 96

acerca de uma ciência cujas primeiras palavras ignore? Poderá o próprio sábio, por maior que sejaa sua boa vontade, dar-lhe respostas satisfatórias? A resposta isolada, que der, será forçosamenteincompleta e quase sempre, por isso mesmo, ininteligível, ou parecerá absurda e contraditória. Omesmo ocorre em nossas relações com os Espíritos. Quem quiser com eles instruir-se tem que comeles fazer um curso; mas, exatamente como se procede entre nós, deverá escolher seus professorese trabalhar com assiduidade.”

(L.E.- Introdução item VIII)

5. 2. Metodologia – Pestalozzi e Rivail - O discípulo.

MÉTODO – HEURÍSTICO

• simples para o complexo

• contínuo

• participativo

O participante do ESDE “é conduzido a descobrir por si mesmo, tanto quanto possível porseu esforço pessoal, o conteúdo que está ao alcance de sua inteligência, ao invés dele lhe serministrado dogmaticamente pelo método catequético.

• O ensino deve partir dos fatos adquiridos pela observação, pela experiência e pelaanalogia, para daí se extraírem, por indução, os resultados e se chegar a enunciadosgerais que possam servir de base ao raciocínio, dispondo-se esses materiais comordem, sem lacuna, harmoniosamente.

• A arte da educação deve aproximar-se da natureza, e o melhor método é aquele quedela mais se aproximasse.

Princípio: A intuição é a fonte de todos os nossos conhecimentos.

Os princípios basilares da metodologia do ESDE :

a) desenvolvimento da atenção b) formação da consciência c) enobrecimento do coração

Sistema : Esboço do sistema

• A linguagem deve estar ligada à intuição.

• A época de ensinar não é a de julgar e criticar.

• Em cada matéria, o ensino deve começar pelos elementos mais simples, e daí continuargradualmente de acordo com o desenvolvimento do participante, isto é, por sériespsicologicamente encadeadas. (simples p/ complexo, conhecido p/desconhecido).

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• Deve-se insistir bastante tempo em cada ponta da lição, a fim de que o participanteadquira sobre ela o completo domínio e a livre disposição.

• O ensino deve seguir a via do desenvolvimento e evitando a da exposição dogmática.

Obs.: Não obstante adotar o método intuitivo, Rivail achou de bom alvitre não abandonarde todo o ensino abstrato, de maneira que o participante, não encontre dificuldade em se adaptarexclusivamente a um ou a outro ensino

• Evitar toda atitude mecânica, levando o participante a conhecer o fim e a razão de tudoo que faz

• A individualidade do participante deve ser sagrada para o coordenador/monitor.

• O principal fim do ensino não é sobrecarregar o aluno de conhecimentos e talentos, masdesenvolver e intensificar as forças de sua inteligência.

• Ao saber é preciso aliar a ação. Conduzi-lo a trabalhar os sentidos (tato, audição, paladar,olfato, visão) toda a verdade do conteúdo. Em princípio forma a base material do curso.

• As relações entre professor e alunos, sobretudo no que concerne à disciplina, devemser fundadas no amor e por ele governadas.

• A instrução deve constituir o escopo superior da educação.

• Só confiar a memória o conteúdo que já fora assimilado pela inteligência.

A condição essencial da memória é a atenção, a ordem, a inteligência, em suma, o juízo eo espírito crítico. Portanto devem confiar-se à memória conhecimentos claros, bem ordenados efacilmente assimiláveis.

••••• A disciplina do dever, ou melhor, a da afeição, do amor. (Nem emulação, nem medo)”.(Zeus Wantuil – FEB – Allan Kardec )

6. Programa de estudo

Pode ser adotado qualquer programa de estudo, desde que seja seguida a metodologiaexposta, ou seja, que não seja um estudo apenas expositivo.

A Federação Espírita Brasileira editou um programa de estudo que é composto de 6 apostilas,com os aspectos abaixo descritos:

Programa 1 – Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita

Programa 2 – Princípios básicos da Doutrina Espírita

Programa 3 – As Leis Morais

Programa 4 – Aspecto Filosófico

Programa 5 – Método Científico

Programa 6 – Aspecto Religioso

Obs.: O DESDE/UEM aplica as apostilas da FEB desde o seu lançamento em 1983, o quelhe permite indicá-las sem qualquer observação.

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As apostilas são de fácil manuseio e aplicação e pode ser utilizada tanto para um públicoiniciante na Doutrina, quanto para um público mais experiente.

ESDE – Importância para o Movimento

0 ESDE, como previsto por Kardec, chegou na condição de mais uma proposta aglutinadoraem torno da Doutrina Espirita e de todos que se interessam por estudos sérios.

Seus resultados, enumerados no Manual para treinamento de Coordenadores e Monitoresde grupos de ESDE - DESDE-UEM, podem contribuir para:

Prática da Caridade: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivessecaridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.” (I Coríntios 13:1)

Reforma íntima: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”. (Mateus 5:48)

Pureza Doutrinária: “Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode subsistir; seuma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir.” - (Marcos 3:24 e 25)

Desenvolvimento da fé raciocinada: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.(João 8:32)

Favorecimento da Educação Mediúnica: “A respeito dos dons espirituais não quero, irmãos,que sejais ignorantes.” - (I Coríntios 12:1)

Espíritas Conscientes: “Seja porém a tua palavra: Sim, sim; não, não.” - ( Mateus 5:37)

Formação de Expositores da Doutrina: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e, sim,unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e assim transmita graça aos queouvem”. - (Efésios 4:29)

Difusão das idéias espíritas: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meunome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. (João 14:26 )

Em função destes resultados enumerados acima, reafirmamos a condição aglutinadora ou“fundando a unidade de princípios” – Projeto 1868, o que cerca de expectativas a preparaçãodos componentes do DESDE, os quais, além do conhecimento, compreensão e prática dosprincípios doutrinários, devem estar permanentemente compromissados com a melhoriaconstante das suas atividades.

Neste contexto, uma metodologia de ensino adequada apresenta-se como ferramentafacilitadora de suma importância nas atividades do ESDE.

“Conhecer é patrocinar a libertação de nós mesmos, colocando-nos a caminho de novoshorizontes na vida.” (Emmanuel – F.C.Xavier - Pensamento e Vida, p.26)

Bezerra e o ESDE“(...) Um programa de estudo sistematizado da Doutrina Espírita, sem nenhum demérito

para todas as nobres tentativas que têm sido feitas ao largo dos anos, num esforço hercúleopara interessar os neófitos no conhecimento consciente da Nova Revelação, é o programa daatualidade sob a inspiração do Cristo. (...)

(...) “saudamos, neste esforço, quando a Federação Espírita Brasileira se prepara paracelebrar o seu primeiro centenário de tarefas com o Cristo e com Kardec, saudamos, repetimos,esta Era Nova que se inicia com o programa de Estudo Sistematizado da Doutrina, com o nobreesforço de iluminar o homem dos séculos do futuro. (Grifos são nossos)(Mensagem psicofônica de A Bezerra de Menezes, através do Médium D.P.Franco, durante a reunião do CFN –lançamento da campanha permanente do ESDE - , na sede da FEB, na manhã de 27/11/83, em Brasília, D.Federal)

7. Avaliação

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Será considerado de bom aproveitamento o estudo, se os participantes assimilarem aimportância do Estudo Sistematizado da Doutrina (ESDE) e as suas características principais.

IV - UNIDADE.

TAREFAS EDUCATIVAS

SUB.07 – Atividades de Ensino Espírita

Estudos Minucioso do Evangelho de Jesus - EMEJ

1. Objetivo

O Estudo Minucioso do Evangelho de Jesus - EMEJ é uma metodologia para o estudo doNovo Testamento à Luz da Doutrina Espírita. Esta metodologia constitui em analisar,minuciosamente, cada versículo do Novo Testamento para extrair, da letra, a mensagem sublimede Jesus.

2. Desenvolvimento

Quando o Codificador compilou o Evangelho Segundo o Espiritismo, entendendo que Jesus(L.E. 625, E.S.E. 1: 9, GE. 1: 26 e 56) é a única porta para a nossa libertação, ele analisoualgumas passagens do Novo Testamento, à Luz da Doutrina Espírita (E.S.E. Int. I e 1:5). Em suaabordagem ele comentou o sentido geral destas passagens, acrescentando os comentáriosdos espíritos sobre as mesmas, revelando assim, a essência dos ensinamentos do Mestre,outrora ditos em alegorias ou parábolas. Ele também analisou algumas passagens da Bíblia nolivro A Gênese, sempre buscando analisar seu sentido mais geral. Com tal procedimento Kardecdemonstrou que os princípios fundamentais do Espiritismo se encontram na Bíblia e que asmensagens do Cristo devem não apenas serem entendidas, mas vivenciadas (L.E. 627, E.S.E. Int.I).

Emmanuel, por outro lado, também defensor da vivência evangélica (P. N. Pref., F. V. Pref.),abordou o conteúdo do Novo Testamento analisando cada versículo, separadamente. Em suametodologia, muitas vezes ele se concentra no estudo de partes do versículo, de onde eledesvenda os ensinamentos do Mestre. É extraordinária sua capacidade de extrair concisa eclaramente as mensagens encobertas a dois mil anos e que agora se revelam através doEspiritismo. Este trabalho está registrado em sete de seus livros, psicografados por FranciscoCândido Xavier: Pão Nosso, Caminho Verdade e Vida, Vinha de Luz, Fonte Viva, Palavras deVida Eterna, Segue-me e Livro da Esperança.

Inspirados nestas duas abordagens, um grupo de estudiosos espíritas em Belo Horizonte,iniciou, há mais de quarenta anos atrás no Grupo Espírita Emmanuel, o Estudo Minucioso doEvangelho de Jesus - EMEJ. Tal estudo foi então chamado de “Miudinho” objetivando entendercada particularidade dos versículos do Novo Testamento, de onde se pretende extrair osensinamentos de Jesus.

O EMEJ é hoje adotado pela União Espírita Mineira, e sua divulgação é efetivada pelo Setorde Estudo do Evangelho - SEE, objetivando em suas reuniões, seu desenvolvimento, além da

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elaboração de material didático para auxiliar na implantação e desenvolvimento do EMEJ nasCasas Espíritas.

3. O desenvolvimento do - EMEJ

O EMEJ é desenvolvido em uma reunião espírita, cujo objetivo é estudar o Novo Testamentoà Luz da Doutrina Espírita. Esta reunião, feita no Centro Espírita, tem duração entre uma hora auma e meia hora. Portanto ela deve ter um dirigente que coordene os trabalhos, iniciando-os eterminando-os com uma prece. Normalmente, como na maioria das atividades espíritas, odirigente é a pessoa com maior experiência e vivência doutrinária-evangélica. O EMEJ permiteque, utilizando a Doutrina como chave, embalados pelo entusiasmo e vontade de aprenderatravés da troca fraterna de idéias, nos aproximemos novamente de Jesus em forma de estudopormenorizado de Seus ensinamentos, após dois mil anos de sofrimentos morais (L. I., Int.).

Para desenvolver a metodologia proposta no EMEJ considerar alguns pontos:

1. É preciso estar sempre atento para a necessidade do estudo intensivo da Doutrina Espírita,principalmente de seus princípios fundamentais. Não podemos esquecer que o EMEJ propõeentender o Novo Testamento à Luz da Doutrina dos Espíritos e portanto, é imprescindível queela seja a chave para o trabalho, no desvendar dos ensinamentos do Cristo. Lembremos que osresultados do EMEJ não podem ser frutos de personalismo. Em caso de dúvida, a soluçãoestará com Kardec!

2. Não podemos esquecer que o Evangelho é uma Norma de Conduta atual, para cada umde nós. O EMEJ, a exemplo do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, é um estudo metódico,sério, contínuo, visando ampliar nossos conhecimentos sobre o Evangelho de Jesus para quepossamos processar uma profunda reforma na nossa conduta para com o próximo e para comnós mesmos. Não se trata de formar especialistas em história do Cristianismo ou em teologia. OEMEJ deve nos permitir reviver o Cristianismo em sua origem. Devemos entender que o EMEJé antes de tudo, um trabalho de renovação íntima em nós mesmos. Ao estudarmosminuciosamente o Novo Testamento estaremos buscando em Jesus as ferramentas para nossaprópria mudança interior. Nós seremos os primeiros beneficiados por este estudo (P.V.E, 118). Aessência do EMEJ, é permitir que o estudioso do Novo Testamento utilize a Doutrina Espírita,como chave, para extrair da letra, a mensagem de Jesus. Do contrário poderemos nos tornarem excelentes conhecedores da Bíblia, mas totais desconhecedores do Cristo.

4. Material Utilizado no EMEJ

1. Bíblia: O Novo Testamento é o objeto de estudo no EMEJ porém, recomendamos que,quanto possível, o estudioso tenha a Bíblia. Este é o material primário para o empreendimentoaqui proposto. Existem várias traduções bíblicas em português no Brasil. Neste trabalho utilizamosa tradução de João Ferreira de Almeida, editada pela Imprensa Bíblica Brasileira. O manuseioda Bíblia deve ser explicado aos membros da reunião antes do estudo inicial. Apesar do esforçode Kardec em nos conclamar ao estudo do Evangelho de Jesus, a prática demonstra que muitossão os espíritas que ainda não sabem como manuseá-la. Algumas Bíblias, entre as quais aacima mencionada, contêm pequenos números sobrescritos ao lado de algumas palavras. Estesnúmeros remetem o leitor a outros versículos bíblicos, tanto do Velho quanto do Novo Testamento,que estão relacionados ao assunto tratado. Mais detalhes sobre o conteúdo da Bíblia e seumanuseio se encontram no material didático mencionado na introdução deste trabalho.

2. Obras da Codificação: Nunca é demais lembrar que o EMEJ se propõe a interpretar oEvangelho de Jesus à Luz da Doutrina Espírita, portanto é indispensável que tenhamosdisponíveis as obras kardequianas, para consultas sempre que estas se façam necessárias.

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3. Obras de Emmanuel: Como mencionado na introdução Emmanuel é autor de várias obrascontendo a análise de versículos do Novo Testamento. Esta coleção constitui preciosa coletâneade ensinamentos na qual o amigo espiritual nos oferece um roteiro para a análise minuciosa daBoa Nova. Destaca-se o uso de referências práticas que nos permitem entender de forma simplese concreta, conhecimentos profundos do ensinamento do Cristo. Estas obras são portanto,importantes volumes auxiliares que devemos manter, sempre que possível, à disposição paraconsulta durante o EMEJ. A maioria delas contêm um quadro de referências bíblicas que permiteverificar rapidamente, quais os versículos são comentados por Emmanuel.

4.Obras adicionais:a) Dicionários bíblico e da língua portuguesa. O dicionário bíblico assemelha-se a uma

enciclopédia. Ele contêm algumas palavras e expressões bíblicas, seu significado eimportância no tempo de Jesus. Algumas explicações são acompanhadas de ilustrações.

b) A Concordância Bíblica, também conhecida com Chave Bíblica é um livro de referênciasbíblicas onde, dada uma palavra, ela relaciona todos os versículos da Bíblia onde estapalavra é encontrada. Ela é portanto, uma maneira rápida de se localizar na Bíblia umacerta passagem que nos desperte interesse durante a pesquisa.

c) Demais obras subsidiárias da Doutrina como os livros de André Luiz, contêm valiososensinamentos sobre Jesus e sua mensagem na nossa vivência diária.

d) Livros de história e de arqueologia bíblica, enriquecerão o estudo e esclarecerão dúvidassobre a vida e costumes, não apenas do povo judeu, mas dos povos que participaram de suahistória. Entretanto o uso destes livros deve ser feito com extrema cautela e bom senso. Deve-se evitar obras cujo conteúdo contradiga os princípios doutrinários. Deve-se também evitar queo uso de tais livros transforme a reunião do EMEJ em reunião de história bíblica.

5. Metodologia

1. Primeiramente seleciona-se uma passagem ou um versículo do Novo Testamento. A seleçãopode ser uma sugestão do dirigente ou uma escolha dos participantes. Esta seleção dependerádo interesse do grupo e de suas necessidades espirituais. A escolha de uma passagem ouversículo é arbitrária. Como discutido por Kardec (E.S.E., Int.), não é preciso seguir uma ordemcronológica. Ao se esgotar o estudo da seleção em análise, procede-se à nova escolha.

2. Tentar extrair do texto seu:" sentido geral - Analisar o sentido literal do trecho selecionado, bem como situar o contexto

histórico no qual ele está inserido. Para tanto deve-se entender primeiramente o significadoliteral das palavras fazendo uso, se necessário, de um dicionário da língua portuguesa. Algumaspalavras e expressões são típicas da cultura e da época em que Jesus vivia. Neste caso pode-se fazer uso do dicionário bíblico. O Evangelho Segundo o Espiritismo poderá também serutilizado pelo grupo nesta análise. No caso do estudo se iniciar por um único versículo, deve-seprimeiro analisar seu sentido geral dentro da passagem à qual ele pertence.

" sentido particular: Para entender minuciosamente a mensagem de Jesus é preciso sepreocupar com os detalhes. Muitas vezes informações importantes nos passam despercebidaspor que não separamos frases ou palavras para uma análise mais pormenorizada. Ao iniciarmoso estudo de um versículo devemos buscar separar o ensinamento em expressões. Não há umaregra única para a separação das expressões. As frases ou palavras de um mesmo versículopodem ser agrupadas em expressões diferentes por diferentes grupos de estudiosos. De ummodo geral as frases num versículo constituem as expressões mais gerais. Partes de frases,podem constituir expressões menores. Uma dada expressão pode conter muita informação, porisso muitas vezes a análise de uma única palavra pode ser enriquecedora. Devemos entãoanalisar as expressões e destacar posteriormente, palavras isoladas que identifiquem aspectoscomo: personagens, lugar, ambiente, época, tempo, atitudes e gestos, ação, etc... Tambémaqui os dicionários da língua portuguesa e bíblico podem ajudar na pesquisa. O quadro 1 ilustrao uso desta metodologia na análise de um versículo.

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“Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos de salteadores, os quais o despojaram,e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.” - (Lc. 10 : 30)

Palavras isoladas:

ação (verbos): atitudes e gestos personagens lugares e ambientesdescia, caiu, despojaram, um homem Jerusalémespancando-o, se retiraram, deixando-o salteadores Jericó

meio morto

QUADRO 1 - Ilustração da Escolha de Expressões e Palavras Isoladas no EMEJ

Exemplo do EMEJ

Ilustraremos agora os resultados de um estudo evangélico para que o leitor possa apreciaros benefícios do EMEJ.

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” (Mt. 11:28)

Inicialmente precisamos analisar o sentido geral deste versículo e contextuá-lo. Este versículofaz parte da passagem: O Jugo de Jesus em Mt 11: 25 a 30. Esta passagem faz parte de umasérie de instruções, esclarecimentos e exortações à responsabilidade espiritual dadas aosdiscípulos e seus seguidores em geral, que foi iniciada na passagem “A seara e os ceifeiros”,contida em Mt. 9: 35-38. Jesus inicia o ensinamento, aguçando nossa curiosidade ao rendergraças ao Criador pela sabedoria do Pai em confiar sua mensagem aos simples de coração enão aos conhecedores das leis. Ele também nos indica o quanto Ele e o Pai estão próximos,falando-nos de si mesmo. Ele nos convida, cansados e oprimidos, a segui-lo, trabalhando nasua Seara. Nos afirma que seu jugo não é pesado e nos exorta à humildade, porém se proclamahumilde e manso de coração.

Para a análise minuciosa do versículo proposto, podemos dividi-lo em três expressões:

1a expressão: Vinde a mimEsta expressão nos sugere uma oportunidade dada pelo Cristo que se dispõe a nos receber.

E, para tal, devemos nos mobilizar e movimentarmos em direção ao ideal cristão. Vinde é umaação, representada pelo verbo vir. Doutrinariamente esta ação representa mais que uma simplescaminhada, é também um convite à transformação! Esta caminhada e disposição íntima deveser em direção a Jesus. Ele toma a si este compromisso dizendo a mim. É uma garantia Dele,de que estaremos nos encaminhando para um porto seguro. O Cristo nunca foi até alguém semque este tenha primeiramente se predisposto a mobilizar-se, externa ou internamente, no sentidode recebê-Lo. E recebê-Lo, envolve a tomada de posição e a escolha pela mudança, sendoestes pontos essenciais à nossa evolução. Este é um chamamento de Jesus, é um convite!Observemos que o verbo está no imperativo. É como se Jesus nos dissesse: escute! conheçaa verdade! dê o primeiro passo!

2a expressão: todos os que estais cansados e oprimidos

Três pontos se destacam nesta expressão:

1) todos (palavra isolada): O convite é geral para qualquer um que se enquadrar nochamamento. Ninguém será recusado, se quiser ir.

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2) cansados e oprimidos (palavras isoladas): Cansados - talvez todos nós tenhamos motivospara estarmos cansados. Neste mundo de provas e expiações sentimos o peso da repetição denossos erros e de persistir nas más tendências do homem velho. Porém poucos de nós admitema causa do próprio cansaço. E é aí que está a diferença. Jesus nos convida ao despertamento,a abandonarmos os mesmos velhos caminhos que nos afastam do Criador. Oprimidos - A naturezado homem, criado simples e ignorante, não condiz com as atitudes que este vem tomando eassumindo perante o mundo. Muitas vezes nos obrigamos a assumir posições que, se analisadasprofunda e cuidadosamente, não são aquelas que gostaríamos de ter e, acabamos assim poragredir nossa própria consciência. É desta opressão que fala o Cristo. A opressão da filosofiamaterialista e amoral, e muitas vezes imoral, que nós mesmos criamos e sustentamos. E issovai de encontro com a natureza humana, que nunca foi e nunca será violenta, beligerante,agressiva ou imoral. Estas são criações humanas, apoiadas na ignorância de milênios queinsistimos em manter. Na realidade nós somos nossos próprios opressores. Não podemos culpara ninguém por nos sentirmos oprimidos.

3) estais (tempo verbal, ação): A causa do nosso cansaço e opressão se encontra no nossouso indevido do livre-arbítrio. Jesus ressalta este fato ao dizer “todos os que estais ...”. Estarnão é ser! É condição temporária! Só depende de nós, para ser revertida. Sendo assim estaremoscansado e oprimidos apenas durante o tempo que desejarmos, pois só dependerá de nósmudarmos. Observemos que Jesus faz o convite para ir até Ele, aos que estão cansados eoprimidos! Normalmente quando alguém está cansado e oprimido as pessoas vão até esteindivíduo por acreditar que lhe faltam forças para caminhar. A lógica do Cristo, é diferente: Eleconvida àqueles que já se conscientizaram de suas posições de cansados e oprimidos. Sãoestes que conseguem ouvir o chamado, pois estão sedentos de consolo. Quem não se sentecansado ou oprimido, por ainda não ter consciência de seus erros, não conseguirá ir até Jesus.

3a. expressão: e eu vos aliviarei.Novamente Jesus assume para sim a referência do único representante do Criador no nosso

orbe, quando usa o pronome pessoal eu. O que Jesus nos oferece aqui, não é a soluçãogratuita dos nossos problemas. O uso do dicionário da lingua portuguesa nos mostra que aliviaré tornar mais leve, suavizar, minorar, consolar, tornar menos pesado. Todos temos o nosso livre-arbítrio. Ninguém pode caminhar por nós. Recordemos que quando procuramos um médico porcausa de uma forte dor, ele pode nos oferecer o alívio de um analgésico, até que a causa da dorseja identificada e o tratamento da doença seja iniciado. Se como paciente, nos recusarmos aseguir o tratamento, o médico nada poderá fazer, o alívio cesará com a expiração do efeito doremédio e, a dor, voltará.

Com Jesus ocorre situação semelhante. Ele não pode resolver nossos problemas, mas pode,e somente Ele pode, nos oferecer o alívio do entendimento da nossa dor moral, através doconhecimento das verdades espirituais. Muitas vezes assistimos a este tipo de procedimentoem casos de obsessão. A espiritualidade afasta o obsessor para que possamos nos sentiraliviados. Porém a cura efetiva só virá com a nossa predisposição de eliminarmos a causa doproblema. E neste caso o remédio é a caridade e o amor ao semelhante. Quando um obsessoré afastado, o alívio ao obsediado é para que ele possa assumir posições e iniciar sua reformaíntima. A busca de atitudes nobres, e do trabalho em favor do semelhante é que processará atransformação moral em ambos, obsediado e obsessor. Esta análise minuciosa nos ajuda entãoa entender que: Alívio, só em Cristo! Cura efetiva, só em nós mesmos!

6. Conclusão

O EMEJ é uma proposta de estudo para a Casa Espírita que nos permite trazer Jesus para onosso convívio íntimo e concretizar o papel da Doutrina Espírita como Cristianismo Redivivo.Ele tem sido aplicado há mais de quarenta anos e atualmente está sendo divulgado pela CasaMáter do Espiritismo em Minas Gerais, por entendermos que hoje, conhecedores dos PrincípiosDoutrinários, precisamos urgentemente promover nossa reforma íntima diante da Regeneração

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que se avizinha. Aprendemos com Kardec que reforma íntima só se opera com a vivência maispura e profunda da Caridade, fora da qual na há salvação. E sem dúvida alguma, acreditamosque, nenhum espírito, neste orbe que nos acolhe, jamais exerceu tal Caridade como o Cristo.Portanto se como espíritas, queremos sair da esfera da teoria para andarmos nos caminhospedregosos da prática do Amor que nos levarão à perfeição com o Criador, urge que trabalhemos,como nos diz Emmanuel, com Jesus e para Jesus! E para tanto, precisamos entendê-Lo.

7. Avaliação

Será considerado de bom aproveitamento o estudo, se os participantes assimilarem aimportância do EMEJ – como estudo imprescindível a sustentação do Trabalhador Espírita.

Referência BibliográficasA Bíblia, especialmente do Novo Testamento.Allan Kardec, Livro dos Espíritos - L.E., FEB.Allan Kardec, Evangelho Segundo o Espiritismo - E.S.E., FEB.Allan Kardec, A Gênese - GE., FEB.Emmanuel, Pão Nosso - P.N., FEB.Emmanuel, Caminho, Verdade e Vida - C.V.V., FEB.Emmanuel, Opinião Espírita - O.E., FEB.Emmanuel, Fonte Viva - F.V., FEB.Emmanuel, Palavras de Vida Eterna - P.V.E., FEB.Grupo Espírita Emmanuel, Luz Imperecível, UEM.União Espírita Mineira - UEM, O Estudo Minucioso do Evangelho de Jesus - EMEJ, Unidade I: Porque? O

Que? Como? Publicado pela UEM.União Espírita Mineira - UEM, O Estudo Minucioso do Evangelho de Jesus - EMEJ, Unidade II: O Jugo de

Jesus - Mt. 11:25 a 30. Publicado pela UEM.(Apostila do Congresso Internacional de Espiritismo, em Goiânia, 1999, IV.)

IV – UNIDADE.

TAREFAS EDUCATIVAS

SUB.08 – Atividades de Ensino Espírita

Reunião de Estudos do Esperanto

1 – O Movimento Espírita e o Esperanto

Em 1940, Emmanuel ditou, pela psicografia de F. C. Xavier, uma mensagem de apoio aoEsperanto. Muitos de nós, trabalhadores e seguidores da Doutrina dos Espíritos, ainda não nospermitimos pensar ou refletir, seja por falta de estímulos ou mesmo por desconhecimento, sobreos motivos que levaram Emmanuel a brindar o mundo espírita com algumas das páginas maisbrilhantes, esclarecedoras e surpreendentes já escritas sobre a missão do Esperanto. Brilhantespela verve e raciocínio expressos de forma clara, lógica e insofismável, para realçar o papel doEsperanto no acervo de energias renovadoras, objetivando o vindouro milênio; esclarecedoras,por mostrar que a língua auxiliar não veio para destruir as línguas utilizadas no mundo e simpara estimular a união e a fraternidade, propiciando que se estabeleça a permuta dos valores

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universais do pensamento de forma neutra e universalista; finalmente, surpreendente, por rasgaro véu de dúvidas e comodismos daqueles que viam no movimento esperantista algo nebuloso,sem qualquer vínculo com o ideário do Espiritismo.

O espírita, de modo geral, apóia a divulgação do ideal esperantista, mas esse apoio não temsido acompanhado, na maioria das vezes, de qualquer iniciativa de ordem prática, como asimples decisão de conhecer a língua. Tantas décadas já se passaram da admirável comunicaçãode Emmanuel e seu pensamento se reveste, ainda, de impressionante atualidade, haja vista apremente necessidade de se incrementar a idéia de união e fraternidade entre os homens.

1.1 – A necessidade do entendimento comum entre os povos - o porquê doEsperanto.

Em Gênesis, 11: 6–8, no episódio da construção da Torre de Babel, podemos ler:

“Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e agora, nãohaverá restrição para tudo que eles intentavam fazer. Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua paraque não entenda um a língua do outro. Assim, o Senhor os espalhou dali sobre a face da Terra, e cessaramde edificar a cidade”.

Qual o significado simbólico dessa passagem ? Seria o fato de que uma torre tão altacomo o céu representa o desejo da humanidade primitiva de atingir o reino celeste, usando,porém, toda a sua carga de orgulho e poderio material, apesar de ser unida e falar a mesmalíngua ? Esse benefício, no entanto, lhe foi negado. O fato de terem sido espalhados pela Terrasignificaria, acaso, o início da caminhada do homem na senda evolutiva, constituída de lutas edores, mas capaz de desenvolver nele a consciência de sua natureza espiritual e o desejosincero de palmilhar o caminho de volta à Casa do Pai, já despido das ilusões terrenas?

Muito tempo depois, há dois mil anos, Jesus disse aos seus discípulos: “Ide por todo omundo, pregai o Evangelho a toda a criatura”.

Aqui, podemos concluir que o Mestre volta seu pensamento compassivo para toda ahumanidade, dispersa desde os tempos primitivos, para a qual deveria ser levado o seuEvangelho, lição sublime por meio da qual o homem aprende a amar, a se conhecer e empreendera reforma íntima, permitindo a manifestação do seu potencial divino. Com ele, o isolamentohumano seria, certamente, rompido e a humanidade se veria tocada pela fraternidade universal.

Há cerca, ainda, de dois mil anos, ao dar cumprimento à profecia de Jesus de levar oEvangelho a toda a criatura, ultrapassando as fronteiras da Palestina e desenvolvendo esforçoshercúleos ao entrar em contato com os gentios, em visita a povos com diferentes costumes elinguagens, Paulo de Tarso se expressa nestes termos, em Coríntios, 14: 9-11:

“Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderáo que se diz? Porque estareis como que falando ao ar. Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo,e nenhuma delas é sem significação. Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele quefalo, e o que fala será bárbaro para mim”.

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Essa passagem, por si mesma, exprime todo o significado e importância do entendimentoatravés de uma mesma língua. O Império Romano, a exemplo de todas as civilizações daAntigüidade, ao se expandir, impôs a sua língua com o poder das armas. Com a difusão doLatim, as idéias cristãs também puderam se propagar para terras mais distantes. Mas, em suaessência, perderam o vigor e espontaneidade do Cristianismo primitivo, pois não encontraramum terreno neutro onde pudessem vicejar os ideais de amor e fraternidade, que jamais coadunamcom coerção, pressão política e econômica.

Chegamos, porém, ao século XIX. Consultemos o pensamento de um luminar da cultura edo conhecimento daquele período: Allan Kardec. O Codificador do Espiritismo expôs sua opiniãoa respeito do tema que nos chama a atenção, quando abordou, na Revista Espírita, as seguintespalavras de Jesus: “Tenho ainda outras ovelhas que não são desse aprisco; é preciso quetambém a essas eu conduza; elas escutarão a minha voz e haverá um só rebanho e um únicoPastor” (Jo, 10:16). Em seu comentário, ele tece a seguinte consideração:

“(...) Entretanto, a unidade se fará em religião, como já tende a fazer-se socialmente, politicamente,comercialmente, pela queda das barreiras que separam os povos, pela assimilação dos costumes, dosusos, da linguagem. Os povos do Mundo Inteiro já confraternizam, como os das províncias de um mesmoimpério. Pressente-se essa unidade e todos a desejam. Ela se fará por força das coisas, porque há detornar-se uma necessidade, para que se estreitem os laços da fraternidade entre as nações; far-se-á pelodesenvolvimento da razão humana, que se tornará apta a compreender a puerilidade de todas asdissidências; (...)”.

Tais palavras, tão cristalinas, refletem a certeza de Allan Kardec de que caminhamos paraa unidade que se fará em diversos campos da atuação humana, tendo como base a assimilaçãodos costumes, dos usos e da linguagem. Essa opinião aproxima o pensamento do Mestrelionês com o de Luiz Lázaro Zamenhof, que empregou sua energia, pensamento e vida paraderrubar um dos principais obstáculos que mantêm separados os cidadãos desse mundo: abarreira lingüística. Allan Kardec, embora tenha desencarnado antes do lançamento doEsperanto, publicado em 1887, deixou transparecer o mesmo pendor universalista com queZamenhof, o iniciador da língua internacional, usou para impregnar a sua obra do espírito defraternidade e solidariedade humana. É de Zamenhof a seguinte informação:

“Educaram-me como idealista, ensinaram-me que todos os homens são irmãos, entretanto, na ruae por todos os lados, a cada passo, era-me dado ver que não existiam homens: só russos, poloneses,alemães, hebreus”.

Essa era, evidentemente, uma forte alusão à separatividade, cultivada a partir da tendênciade se valorizar com exclusividade os valores culturais de cada povo com ênfase demasiada nosaspectos que diferenciam uma cultura da outra, realçando-se, nesse particular, a diversidadedos idiomas.

Em outro momento, Zamenhof disse: “Uma centena inteira de grandes invenções não farána vida da Humanidade uma revolução tão grande e tão benéfica quanto a adoção de umalíngua internacional.”

1.2 – Objetivos que aproximam o Espiritismo e o Esperanto

À maneira do Espiritismo, cedo o esperantismo veio se estabelecer em terras brasileiras,datando de 1907 a fundação da Liga Brasileira de Esperanto, associação cultural sediada noDistrito Federal, que congrega, federativamente, as associações estaduais e os esperantistasindividuais que a ela aderirem e aceitarem os termos do seu estatuto.

A partir do início do século, esse movimento tem sido sustentado, no Brasil, pelo idealismode muitos que, lançando-se à frente de seu tempo, souberam compreender o ideal de fraternidadeuniversal representado pela introdução do Esperanto nas relações internacionais. Esse era oanseio demonstrado e vivido profundamente pelo Dr. Lázaro Luiz Zamenhof, criador desse

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monumento lingüístico, que não conhece distância nem diferenças de nacionalidade, raças ereligiões.

Essa idéia de fraternidade está implícita nos objetivos estatutários da entidade que congregao movimento esperantista, em nível mundial: a Associação Universal de Esperanto - UEA.Fundada em 1908, a UEA tem como finalidade:

A) divulgar o uso da língua internacional Esperanto;B) trabalhar para a solução do problema lingüístico nas relações internacionais e

facilitar a comunicação internacional;C) tornar mais fácil todos os tipos de relações espirituais e materiais entre os homens,

apesar das diferenças de nacionalidade, de raça, de sexo, de religião, de política ou de língua;D) fazer crescer entre seus membros um forte sentimento de solidariedade, e

desenvolver neles a compreensão e estima por outros povos.

Esses princípios norteiam a atuação dos esperantistas, motivando-os a exercitarem apostura fraterna diante dos irmãos em humanidade.

1.3 – Apoio da Federação Espírita Brasileira

Muitos adeptos do Espiritismo, ao conhecerem o Esperanto e o empregarem em suasrelações, experimentaram não só a sua praticabilidade lingüística, como sua forçaconfraternizadora. Foi natural, portanto, o desejo de fazer dessa língua comum e neutra, jábastante experimentada por número expressivo de pessoas em todo o mundo, um instrumentonecessário para que, no dizer do grande esperantista e espírita, Ismael Gomes Braga, oEspiritismo realize sua gloriosa missão de transformar o mundo. Nesse contexto, trabalhar peladivulgação do Esperanto seria também prestar um serviço à causa espírita.

A literatura espírita, por meio de uma ou outra obra mediúnica, passou a incorporarreferências elogiosas à função do Esperanto como instrumento de intercâmbio lingüístico tambémno plano espiritual, consolidando-se, assim, o clima favorável à associação entre o Espiritismoe o Esperanto.

Foi, certamente, sob essa influência e orientação maior, que a Federação Espírita Brasileirainiciou, já de longa data, um trabalho de divulgação do Esperanto. Destacamos alguns passosimportantes para a construção da ponte entre o Espiritismo e o Esperanto, com base eminformações cronológicas buscadas na revista Reformador, de abril de 1994:

1909 - Reformador de 15 de fevereiro publica um artigo do espírita francês J. CamilleChaigneau em que é reconhecido o valor do idioma e recomendada a sua utilização e divulgaçãonos meios espíritas.

1912 – É ministrado o primeiro curso de Esperanto na Federação Espírita Brasileira, soba direção de José Machado Tosta, espírita devotado e membro ativo, na época, da LigaEsperantista Brasileira.

1937 - Ismael Gomes Braga, com o entusiástico apoio do Presidente da FEB, Dr. GuillonRibeiro, inicia um intenso trabalho de divulgação do Esperanto entre os espíritas, publicandoartigos, editando manuais, dicionários, antologias, cuja edição é mantida até hoje pela FEB.

1938 - Publicação do primeiro livro esperantista da FEB - Esperanto sem Mestre, deFrancisco Valdomiro Lorenz.

1940 - O Espírito Emmanuel traz a sanção do Alto aos esforços da Federação por divulgaro Esperanto entre os espíritas, ditando ao médium Francisco Cândido Xavier a famosa mensagemintitulada A Missão do Esperanto, anunciadora do papel do Esperanto na construção do futurocomo auxiliar do Evangelho e do Espiritismo.

1944 - A FEB publica a obra Vo oj de Poetoj el la Spirita Mondo (Vozes de Poetasdo Mundo Espiritual), mediunicamente recebida por Francisco Valdomiro Lonrenz. Contendopoesias ditadas por Espíritos de poetas ilustres do Esperanto, até mesmo peças do próprioZamenhof, a obra é a primeira produção mediúnica concebida originalmente em Esperanto, dealgum modo constituindo-se no “Parnaso” dos esperantistas.

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1946 - É publicada a primeira edição em Esperanto de O Livro dos Espíritos (La Libro dela Spiritoj), de Allan Kardec. Seguir-se-iam traduções de muitos livros doutrinários que, além deestenderem a luz da Doutrina aos mais longínquos recantos do Planeta, enriqueceriam, também,pelo alto nível de conteúdo e forma, a literatura do idioma.

1959 - Chico Xavier recebe psicograficamente a mensagem O Esperanto como Revelação,ditada pelo Espírito Francisco Valdormiro Lorenz. Essa mensagem confirma uma revelaçãoanteriormente veiculada por Yvonne A. Pereira (Memórias de um Suicida) e pelo próprio Lorenz(Vo oj de Poetoj el la Spirita Mondo), segundo a qual o Esperanto foi criado no mundo espiritualpara solucionar problemas lingüísticos nas esferas invisíveis próximas à Crosta.

1980 - O Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira emite umimportante documento, intitulado Orientação ao Centro Espírita, em que é recomendada ainclusão do Esperanto no programa das atividades dos Centros Espíritas.

1981 - A FEB, pela primeira vez, realiza uma reunião sobre Espiritismo no âmbito de umCongresso Universal de Esperanto, realizado em Brasília-DF.

1987 - A FEB se faz representar no 72º Congresso Universal de Esperanto, em Varsóvia,Polônia, quando se comemorou o Jubileu Centenário da Língua Internacional, ali igualmentereunindo espíritas e não-espíritas em sessão realizada sob seus auspícios.

1988 - É lançada pela FEB a Campanha Nacional para o Estudo Sistematizado doEsperanto, sendo usado material concebido e editado pela Casa.

1989 - A FEB promove, em sua Sede Central de Brasília, o Congresso Internacional deEspiritismo, nele incluindo o Esperanto como língua de trabalho e promovendo um rico programade divulgação por meio de palestras e a instalação de um estande para um serviço de permanenteesclarecimento dos congressistas a respeito do ideal esperantista.

1991 - O Esperanto entra na organização administrativa da Casa de Ismael, graças ànova disposição estatutária que prescreve a criação do Departamento de Esperanto.

1.5 - Mensagens mediúnicas

Como primeira referência, citaremos a mensagem de Erasto, um dos Espíritos da equipeespiritual que deu sustentação à elaboração da Doutrina Espírita. Do texto publicada por AllanKardec, em novembro de 1862, na revista Espírita, que versava sobre a origem da linguagem,destacamos os dois últimos parágrafos:

“Uma vez que os homens primitivos, ajudados pelos missionários do Eterno, emprestarama certos sons especiais outras tantas idéias especiais, foi criada a língua falada; e as modificaçõespor ela sofridas mais tarde o foram sempre em razão do progresso humano. Conseqüentemente,conforme a riqueza da língua, pode estabelecer-se facilmente o grau de civilização atingidopelo povo que a fala. O que posso acrescentar é que a humanidade marcha para uma línguaúnica, como conseqüência forçada de uma comunidade de idéias em moral, em política e,sobretudo, em religião”.

A espiritualidade nos tem dispensado, em diversas oportunidades, valiosos esclarecimentossobre o papel do Esperanto, a exemplo da mensagem de Emmanuel anteriormente citada.Nesse sentido, Zamenhof, o grande realizador desse ideal, avulta como um lídimo benfeitor daHumanidade. Os aspectos espirituais de sua missão, planejada ainda no plano invisível, antesde sua encarnação, foram ressaltados em várias mensagens, recebidas por meio de médiunsrespeitados, que seguem seguros princípios evangélicos e doutrinários. Citaremos algumasfontes onde poderão ser buscadas as informações concernentes:

- Esperanto como Revelação - Francisco Valdomiro Lorenz - medium: F. C. Xavier - Institutode Difusão Espírita;

- Memórias de um Suicida - médium: Yvonne A. Pereira - FEB;- Garimpeiros do Além - Ismael Gomes Braga - médium: Maria Cecília Paiva;- A Tragédia de Santa Maria - Bezerra de Menezes - médium: Yvonne A. Pereira;- Além da Morte - Otília Gonçalves - médium: Divaldo Pereira Franco - Editora LEAL;

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- Poema mediúnico: Esperanto - Castro Alves - médium: F. C. Xavier - mensagem recebidaem sessão do Grupo Espírita “Luiz Gonzaga”, em 26 de maio de 1947.

1.6 – Um veículo para a fraternidade universal – a divulgação internacional doEspiritismo

A idéia de unificação e fraternidade universal, entrevistas nas citações acima transcritas,constituem, portanto, uma destinação natural da humanidade. O Espiritismo, na sua feição deTerceira Revelação e de Cristianismo Redivivo, não poderia passar ao largo dessa destinação.Eis porque muitos de seus seguidores, uníssonos com a orientação da Federação EspíritaBrasileira, dão um apoio sincero e decisivo à divulgação do Esperanto. Ao mesmo tempo,conferem-lhe um papel essencial na divulgação do Espiritismo além das fronteiras brasileiras,haja vista que as principais obras doutrinárias e subsidiárias já se encontram vertidas para oidioma internacional, estabelecendo-se, assim, um novo capítulo na história da expansão dosideais renovadores do Espiritismo. Nesse âmbito, o Esperanto já solidifica, também, a sua posiçãode língua comum de trabalho nos encontros espíritas internacionais, aproximando mentes ecorações num clima de fraternidade e solidariedade.

Essas reflexões dão para nós, espíritas, a certeza de que a aceitação do Esperanto, nestemomento, se faz não só desejável, como necessária, uma vez que a Terceira Revelação nãoveio somente para beneficiar a Pátria Brasileira, onde aportou e se estabeleceuespontaneamente, por força de sintonia espiritual, mas também para se constituir em umpatrimônio espiritual da humanidade, momento em que não restam dúvidas a respeito do papelreservado à língua internacional.

2 – Diretrizes para os Trabalhadores Espíritas-Esperantistas

O apoio decisivo da FEB - e da União Espírita Mineira, no âmbito estadual - à divulgação doEsperanto no Brasil, a partir da década de quarenta, explica, de certo modo, o fato de que umagrande porcentagem dos esperantistas brasileiros seja constituída de espíritas, o que sedepreende, facilmente, de avaliações e contatos informais feitos durante os encontros econgressos esperantistas. Isso é um indicativo das possibilidades de uso do Esperanto para adivulgação do Espiritismo. É comum constatar-se que muitos dos adeptos da língua internacionaltornam-se, com o tempo, estudiosos da Doutrina dos Espíritos. Entre os motivos que contribuempara tanto, podemos citar:

1. Os cursos de Esperanto, dirigidos no âmbito de instituições espíritas, normalmente atraempessoas não espíritas, que entram em contato com a doutrina ao longo do curso, tendo em vistaa influência do ambiente e as possíveis relações de novas amizades.2. Os Esperantistas, sejam eles seguidores de qualquer credo religioso ou, mesmo, ateus,começam a ler as obras básicas do Espiritismo em Esperanto, algumas vezes por curiosidade,outras para conhecer as traduções primorosas levadas a efeito por profundos conhecedores dalíngua, a exemplo de Ismael Gomes Braga e Porto Carreiro Neto. Pode nascer, daí, um interessegenuíno em conhecer a Doutrina.3. Existem organizações espíritas-esperantistas cujo objetivo principal é o de enviar,gratuitamente, obras espíritas, a maioria em Esperanto, para adeptos da língua auxiliarinternacional ou para associaçôes esperantistas de outros países. Citamos como exemplo aAssociação Mundo Espírita - AME -, sediada em Brasília, que já remeteu livros espíritas traduzidospara o Esperanto para cerca de 400 associações esperantistas do mundo, englobando 35diferentes títulos. Essa instituição também distribui livros em inglês, francês e espanhol, osquais ela mesmo edita.4. Há instituições espiritistas, a exemplo da Associação Mundo Espírita e do grupo de espíritas-esperantistas associados à Aliança Municipal Espírita de Ipatinga, que disponibilizam a traduçãode obra doutrinária para a língua de esperantistas interessados em divulgá-la em seus respectivospaíses, mas que não dispõem dos recursos necessários para efetuar a edição da obra em

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apreço. Tal tarefa normalmente é contratada junto a esperantistas do país de origem, que utilizamalguma obra já traduzida para o Esperanto como base para versão em sua língua natal. Oscustos do trabalho de tradução e da edição ficam a cargo da instituição brasileira que arrecadarecursos específicos para tal finalidade.5. O Esperanto já está sendo considerado como língua de trabalho a ser utilizada, juntamentecom a língua do país anfitrião, nos Congressos Espíritas Internacionais, realizados de três emtrês anos, sob os auspícios do Conselho Espírita Internacional - CEI.6. Existe uma rede de informação mundial integrada por delegados esperantistas que seprontificam a prestar informações, quando solicitados por outros coidealistas, sobre os assuntosespecíficos de sua “pasta” ou interesse. Muitos dos mais de duzentos delegados esperantistasbrasileiros escolheram o Espiritismo como assunto principal.

2.1 – Diretrizes e propostas para as atividades esperantistas-espíritas

Das diretrizes e propostas existentes em trabalhos já realizados, faremos menção àquelasque mais nos chamaram a atenção por sua abrangência e qualidade. O primeiro CongressoEspírita Mineiro, realizado em junho de 1944, em Belo Horizonte, ofereceu três proposiçõesfavoráveis ao Esperanto:

A) O primeiro Congresso Espírita Mineiro reconhece a necessidade de um língua neutrainternacional para as relações e colaboração fraterna dos espíritas dos diversos países delínguas nacionais diferentes;

B) Reconhece que o Esperanto satisfará cabalmente a essa necessidade, quando estiversuficientemente divulgado entre os espíritas do mundo inteiro;

C) Manifesta o desejo de que todos os espíritas aprendam o Esperanto e se esforcempela sua divulgação.

No opúsculo “Orientação ao Centro Espírita”, o interessado pode retirar diretrizes para asatividades relativas ao Esperanto.

2.2 – Sugestões para atividades Esperantistas-Espíritas

Várias propostas têm sido formuladas para o melhor desenvolvimento das atividadesesperantistas no seio do Movimento Espírita. O Departamento de Esperanto Zamenhof da UniãoEspírita Mineira cita as seguintes proposições e sugestões, recolhidas na prática cotidiana doscursos por ele ministrados e no contato com os companheiros do interior do Estado, acrescidaspelas propostas apresentadas pela revista Reformador, de fevereiro de 1998.

1 – formação de uma equipe que possa sempre dar continuidade aos trabalhos do setorou departamento de Esperanto na casa espírita. Na falta do departamento, ou setor, indicaçãode, no mínimo, uma pessoa que assuma o papel de informador e interlocutor para assuntosreferentes ao Esperanto;

2 - oferecimento permanente de cursos de Esperanto a espíritas e não espíritas;

3 - aliar o estudo da língua ao de obras espíritas; estimular os alunos para a leitura deobras espíritas vertidas para o Esperanto;

4 - desenvolvimento de um trabalho de informação junto à infância e à juventude;

5 - apresentação de palestras nas casas espíritas acerca da importância e da viabilidadedo Esperanto para o futuro da fraternidade universal e sobre o problema lingüístico no planoespiritual;

6 - promover pesquisa na literatura espírita sobre o Esperanto, criar bibliografia de livrosespíritas versando sobre o Esperanto;

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7 - manter intercâmbio com Departamentos ou grupos esperantistas de outras casasespíritas e com os Conselhos Regionais Espíritas - CRE’s -, com as Alianças Municipais Espíritas– AME’s - para divulgar as atividades do departamento ou setor do Esperanto e estimular trabalhoscorrelatos;

8 - tradução para o Esperanto de textos e documentos produzidos por outrosDepartamentos com a finalidade de divulgação e orientação;

9 - leitura de pequenos trechos de mensagens sobre o Esperanto nas reuniões públicas;apresentação de tópicos fáceis da gramática do idioma; indicação dos nomes, em Esperanto,da maior parte dos objetos que fazem parte das dependências do Centro; informações, avisos,convites, em Esperanto, nos locais apropriados dos murais;

10 - divulgação constante de informações úteis sobre o movimento esperantista.

3 – ZAMENHOF - O Criador do Esperanto

Para apresentar, a seguir, um resumo da vida e obra do criador do Esperanto, fomos colherinformações em um pequeno texto biográfico encontrado no livro Al Perfekti”o! (AoAperfeiçoamento!), de Violin Oljanov, acrescentando oportuna referência retirada do artigoZamenhof — Benfeitor da Humanidade, de Affonso Soares, publicado na revista Reformadorde janeiro de 1997.

O problema sobre uma língua internacional se coloca diante da humanidade desde os temposantigos. Em diversos períodos, esse papel foi cumprido pelas línguas grega e latina. Contudo, anecessidade de uma língua internacional, de fácil aprendizado por parte das multidões, cadavez mais se fez sentir na época moderna, quando na Europa começou a se esboçar o processode união das nações, quando mais se intensificou o comércio e, juntamente com ele, as relaçõesrecíprocas, de toda parte, entre os povos.

Ampliava-se em grande escala as relações internacionais no século 19. A evolução da idéiae os experimentos sobre língua internacional conduziram à compreensão de que ela não deveriaser uma das línguas nacionais existentes, mas deveria basear-se sobre elas, retirando-lhes osseus melhores elementos e aqueles que tivessem adquirido uso internacional; ela deveria teruma gramática fácil e um vocabulário não tão grande. Essas qualidades foram vistas no projetodo médico de Varsóvia, Dr. Lázaro Luiz Zamenhof.

L. L. Zamenhof nasceu em 15 de dezembro de 1859 na cidade polonesa Bialistok, anexadaentão ao império russo. O pai, Marcos Zamenhof, era professor de francês e alemão. Em 1873a família mudou-se para Varsóvia, onde o pai recebeu o cargo de inspetor em uma escolaprivada e, posteriormente, de professor no ginásio real.

Zamenhof, depois de um exame com êxito, tornou-se aluno em ginásio clássico, ondeaprendeu as línguas latina e grega, sempre sobressaindo-se como o primeiro da classe. Alémdos estudos ginasianos, interessava-lhe desde a infância o problema de compreensão entre ospovos por meio de uma língua comum. A esse pensamento o conduziu, ainda quando em suacidade natal, a consternadora multiplicidade de línguas e dialetos, o ódio existente entre pessoasde diferentes nacionalidades e os “pogroms” contra as minorias raciais. E agora, no ginásio,precocemente imbuído dos elevados ideais de justiça e fraternidade entre os povos, ele já davaos primeiros passos para a efetivação do seu sonho, já começava a trabalhar para a criação dalíngua internacional.

Após um longo e exaustivo trabalho, depois de muitas alegrias e desesperanças, apareceuem julho de 1887 uma brochura com o título: Doutor Esperanto - Língua internacional - Prefácioe Manual Completo para Russos.

Naquele tempo, Zamenhof já tinha terminado os estudos universitários de medicina etrabalhava como médico. Em seu trabalho muito o ajudou a esposa Klara Zilbernik, com quemele se casara no mesmo ano.

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Relata-nos o ilustre co-idealista Affonso Soares, reportando-se à excelente biografia feitapela escritora e poetisa Marjorie Boulton sobre o autor do Esperanto: “Zamenhof, no exercíciode sua profissão, agia sob o impulso do desprendimento, não obstante haver permanecidosempre pobre. Dos camponeses jamais exigia honorários, chegando mesmo a dar-lhes dinheiroe a pedir de fazendeiros ricos auxílio para o socorro de sua clientela sem recursos. Certa ocasião,após atender a crianças feridas num incêndio, inteirou-se de que o fogo havia destruído apropriedade de seus pais, reduzindo-os a absoluta miséria. Zamenhof deu-lhes todo o dinheiroque possuía, não cuidando em reservar algum para o regresso ao lar em longa viagem. Recorre,para esse fim, a um rico cliente das redondezas, para que lhe empreste o necessário para oregresso.” Inúmeros exemplos como esse permearam a vida de sacrifícios, abnegação edevotamento do mestre polonês.

3.1 - a divulgação mundial do Esperanto

O pseudônimo Dr. Esperanto tornou-se pouco a pouco o nome da própria língua. Como bemdisse Affonso Soares em seu artigo: “o Esperanto logo se espalha pelo mundo, atraindo coraçõesde boa-vontade para um movimento cuja finalidade precípua é a construção de uma ponte atravésda qual se aproximem os homens, separados por milenares barreiras culturais, religiosas, raciais elingüísticas”.

Os primeiros adeptos da nova língua apareceram naturalmente na Rússia. Fundaram-se clubese os esperantistas de nacionalidade russa escreviam muito em Esperanto. Em conjunto com asobras de Zamenhof, formou-se a literatura inicial. Tal atividade era muito importante, porque nãopode existir, de fato, uma língua sem literatura, caso contrário ela estaria morta desde o nascimento,não poderia evoluir.

Já no Segundo Livro, Zamenhof escrevera: “Eu bem sei que a obra de um homem não podeexistir sem erro, mesmo se esse homem for o mais genial e muito mais instruído do que eu. Tudo quefor passível de melhoramentos será aperfeiçoado pelos conselhos do mundo. Eu não quero ser ocriador da língua mas apenas seu iniciador.” Esse nobre relato de Zamenhof é historicamenteimportante, porque ele possibilitou a evolução normal da língua segundo o caminho das línguasnaturais.

Apareceram manuais e jornais em diversos países. A literatura em Esperanto fizera-se maisrica. Vem a lume a tradução de “Hamlet”, feita por Zamenhof, e os versos traduzidos e originais deGrabóvski. Algumas pessoas eminentes, entre elas Leon Tolstoi, exprimiram opinião favorável aoEsperanto. Nasceu e desenvolveu-se rapidamente o movimento na França, graças à atuaçãoabnegada de ilustres franceses, que fundaram, em 1898, uma Sociedade para propaganda doEsperanto. Na Europa o movimento avançava entre outros povos. Da França ele irradiou-se paraoutros países que usam a língua francesa: Bélgica, Algéria, Madagáscar, Canadá. Nos primeirosanos do nosso século já existiam 188 sociedades e muitas gazetas. A literatura esperantista dispunhade cerca de 300 obras. Criava-se o movimento na Inglaterra. Surgiam as condições para ofortalecimento do movimento esperantista internacional.

Cedo o Esperanto se estabeleceu em terras brasileiras, datando de 1907 a fundação da LigaBrasileira de Esperanto, associação cultural, atualmente sediada no Distrito Federal, que visarepresentar o movimento esperantista brasileiro, congregando, federativamente, os esperantistas eas instituições representativas do movimento nos Estados.

As entidades representantes de cada país, a exemplo da Liga, integram a Associação Universalde Esperanto, sediada na Holanda. A idéia de fraternidade está implícita nos objetivos estatutáriosda entidade que congrega o movimento esperantista em nível mundial, como já foi referido.

Por seus elevados objetivos e trabalho, essa entidade esperantista tem tido um reconhecimentointernacional, mantendo, até mesmo, relações consultivas com a UNESCO e, a partir de 1985, com

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a Organização das Nações Unidas — ONU, tendo sido admitida, em 1997, na lista oficial dasorganizações não-governamentais que podem ocasionalmente dar uma contribuição útil, apoiar epropagar os princípios e atividades da referida organização mundial.

A revista oficial da UEA, fundada em 1905, é hoje lida em mais de 115 países, já contando omovimento esperantista com alguns milhões de adeptos pelo mundo afora. No Brasil, existem,provavelmente, algumas dezenas de milhares de anônimos seguidores desse ideal, a grande maioriajá dominando o uso do idioma. Pode-se estipular tal número se considerarmos o fato de já seencontrar na sua 4a. edição o Novo Dicionário Português-Esperanto (com cerca de 540 páginas),editado do 12o. ao 16o. milheiro pela Federação Espírita Brasileira — FEB, ressaltando-se, ainda,que a comunidade esperantista está em franco crescimento, principalmente entre as fileiras espíritas.

3. 2 – Fontes para o Ensino do Esperanto

• ESPERANTO - LÍNGUA INTERNACIONAL, CURSO SEM MESTRE - Newton Monteiro - EdiçõesNosso Lar.

• CURSO BÁSICO DE ESPERANTO - AlDU KAJ LERNU - Sylla Chaves - Associação Paulista deEsperanto.

• MINICURSO DE ESPERANTO - Jair Salles - Associação Esperantista do Rio de Janeiro.• O ESPERANTO CONVERSACIONAL - Jair Salles - Associação Esperantista do Rio de Janeiro.• ESPERANTO SEM MESTRE - Francisco Valdomiro Lorenz - Federação Espírita Brasileira - FEB.• PRIMEIRO MANUAL DE ESPERANTO - Ismael Gomes Braga - FEB.• CURSO DE ESPERANTO - Apostila da União Espírita Mineira.• ILUSTRITA METODO DE ESPERANTO - Editado por Allan Kardec Afonso Costa.• CURSO DE ESPERANTO - Instituto Esperanto de Educação - Belo Horizonte.• GRANDE DICIONÁRIO PORTUGUÊS-ESPERANTO - Allan Kardec Afonso Costa - FEB.• DICIONÁRIO COMPLETO ESPERANTO-PORTUGUÊS - Allan Kardec Afonso Costa - FEB.• DICIONÁRIO ESPERANTO-PORTUGUÊS - Ismael Gomes Braga - FEB.• DICIONÁRIO DO PRINCIPIANTE - Sylla Chaves - Associação Paulista de Esperanto.

4. Avaliação

Será considerado de bom aproveitamento o estudo, se os participantes assimilarem aimportância do Esperanto como uma língua unificadora entre os povos.

IV – UNIDADE.

TAREFAS EDUCATIVAS

SUB.09 - Tarefas Educativas – Assistência e Promoção Social Espírita

1. O que é o S.A.P.S.E. Serviço de Assistência e Promoção Social Espírita:

“ Medita estas coisas, ocupa-te nelas para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos.” (I Timóteo, 4:15)

Compreende-se como sendo a prática da promoção humana por intermédio de programasde valorização, integração e conscientização das criaturas necessitadas, favorecendo-lhesdesenvolvimento de suas potencialidades (quer no campo material, quer no campo espiritual)que lhes permitirão situarem-se no mundo e posicionarem-se frente aos problemas nelesexistentes.

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“O trabalho, em tese, para o ser em processo de evolução, configura-se sob três aspectosprincipais: material, espiritual, moral. Através do trabalho material propriamente dito, dignifica-se o homem no cumprimento dos deveres para consigo mesmo, para com a família que Deuslhe confiou, para com a sociedade de que participa. Pelo trabalho espiritual, exerce a fraternidadecom o próximo e aperfeiçoa-se no conhecimento transcendente da alma imortal. No campo daatividade moral , lutará , simultaneamente, por adquirir qualidades elevadas, ou , se for o caso,por sublimar aquelas com que já se sente aquinhoado.”

“O trabalho assistencial é para o médium em particular e em geral para todos, fator de garantiado amparo de amigos espirituais. “ É ainda um meio eficiente para a manutenção da posturaequilibrada, favorecendo a recuperação da auto confiança e da auto estima do ser, que atravésdo trabalho se sente útil, capaz de interferir melhorando a situação do assistido.

É fundamental na visão espírita de caridade que se faça uma distinção clara entre assistênciasocial espírita e assistencialismo:

- A assistência contempla o homem na totalidade;- A assistência promove a libertação do ser;- A assistência é uma ação transformadora;- A assistência visa ao mediato, embora atenda também o imediato;- A assistência consiste na prática da caridade.

- O assistencialismo fragmenta o homem;- O assistencialismo gera dependência;- O assistencialismo é uma atitude mantenedora;- O assistencialismo atende apenas o imediato;- O assistencialismo promove a esmola.

“ Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos maispequeninos, a mim o fizestes.” - ( Mateus, 25:40)

2. Caridade: Seu Verdadeiro Sentido

“Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?

“Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão dasofensas.”

O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhetodo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destaspalavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos. (...).”

(Allan Kardec - O Livro dos Espíritos, Questão 886.)

I cor 13:1:7 e 13 Mt. 22:34 a 40

Fora da Caridade não há Salvação

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“Meus filhos, na sentença: Fora da caridade não há salvação, estão encerrados os destinosdos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão empaz; no céu, porque os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisaé o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-opara a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, naTerra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, benditos demeu Pai. (...). - Paulo, o apóstolo - O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. XV, item 10. (2)

3. Finalidade Educativa do SAPSE

Deve-se compreender que o Serviço de Assistência e Promoção Social à luz da DoutrinaEspírita visa à educação integral do ser humano.

Todas as criaturas são passivas de educação, pois cada uma traz em si o germe da divindadeque possibilita a aprendizagem e, conseqüentemente, a evolução. Pestalozzi já dizia que “aeducação é o desenvolvimento harmônico de todas as faculdades do indivíduo.”

O “amai-vos uns aos outros”, do Evangelho de Jesus, orienta-nos quanto à postura a adotarperante os semelhantes e, no caso, perante o ser em situação de carência econômico-social:fraternidade, simpatia e respeito, buscando ver nele um irmão em Cristo, para que ele se liguetambém a nós pelos laços da fraternidade. Nesse inter-relacionamento, em que cada um secoloca diante do outro como receptor e doador, inicia-se um processo de intercâmbio e, sobretudo,de auxílio e nutrimento no mais amplo sentido. É um processo eminentemente educativo, emque ambos dão e recebem informações e referenciais, suporte e vibrações de interesse ecompreensão.

O homem transforma-se e adquire forças para se auto-realizar por meio da educação. Quandoconsegue sentir a amplitude do dever e a responsabilidade que tem como ser encarnado, filhode um Deus Generoso, Justo e Bom, passa a colaborar de forma consciente na Obra Divina,desenvolvendo a própria individualidade e o meio a que pertence. (5) O SAPSE apresenta-se,portanto, como um trabalho promocional de renovação social onde se procura sensibilizar oindivíduo e a família, a fim de que empreendam a própria transformação social e espiritual.

No trabalho assistencial espírita, o servidor precisa saber observar e interpretar o olhar, ogestual, o falar, o silenciar do outro, para somente então oferecer-lhe o apoio de que ele necessitana superação de seus problemas.

Aplicação.

“Com base neste programa traçado por Jesus aos seus seguidores, todo Centro Espíritadeverá realizar serviço assistencial espírita, assegurando suas características beneficentes,preventiva, e promocional, conjugando a ajuda material e espiritual, fazendo com que esteserviço se desenvolva concomitantemente com o atendimento às necessidades de evangelização.

Ao Centro Espírita caberá prestar serviços dessa natureza, sem prejuízo das atividades quelhe são prioritárias, ou sejam, as de caráter doutrinário.”

(Orientação ao Centro Espírita – FEB –CFN)

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4. Metodologia de Ação do Serviço Assistencial Espírita

“Então disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas pouco os ceifeiros.”(Mateus, 9:37)

Uma das funções da Doutrina espirita é formar homens de bem e para isto recordamos oEvangelho Segundo o Espiritismo - cap XV item 3 “ toda a moral de Jesus se resume na caridadena humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho . E Jesus entendiacomo caridade - “ Benevolência para com todos Indulgência para as imperfeições dos outros,perdão das ofensas.

Sendo a Doutrina espirita a revivência do evangelho primitivo, temos procurado despertar otrabalhador espírita , no sentido de sensibilizá-lo a procurar no Evangelho de Jesus às respostaspara estes questionamentos, incentivando-os a estudarem a Doutrina Espírita e temosconcordado plenamente que a Parábola do Bom Samaritano traz o método eficaz de atendimentoao assistido de uma forma geral.

Em uma análise , vemos que ainda temos em nós muito do Doutor da Lei, que leva a vida aquestionar o que e como fazer, esquecendo que Jesus faz-nos ver que as respostas se encontramdentro de nós .

Para aplicarmos a metodologia do Bom Samaritano necessário se faz entendermos assituações, as dificuldades do próximo ( ...descia um homem de Jerusalém). A importância destacompreensão é para que não aguardemos mudanças rápidas naquele que se assiste, pois,muitas vezes, desejamos mudanças que ele ainda não está pronto para fazer.

Dessa forma sugere-se que o enfoque esteja na preparação do Trabalhador, que no primeiromomento será atendido como necessitado para posteriormente tornar-se um trabalhador deAssistência Social .

***“...O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e

crede no Evangelho. E, andando junto do mar da Galiléia, viu Simão, e André, seuirmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. E Jesus lhes disse: Vindeapós mim, e eu farei que sejais pescadores de homens. E, deixando logo as suasredes, o seguiram.” (Marcos, 1:15 a 18)

***

5. MÉTODO

“Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.”(Efésios, 4:15)

Diante do próximo necessitado de assistência, que é sempre a pessoa que se encontra maisperto de nós (Fonte Viva – Cap. 126 ), qual deve ser a nossa postura ou procedimento ?

As etapas vencidas pelo Samaritano na Parábola do Bom samaritano –Lucas X versículo 25a 37 - constituem a metodologia de ação do Serviço de Assistência Social e Promoção Espírita.

As atividade assistenciais terão eficácia se procurarmos agir de acordo com o Evangelho deJesus. Para isto é necessário entendê-lo, e para entendê-lo faz-se necessário estudarmos. Daívemos que os Centros Espíritas precisam criar momentos de reflexão, de estudos , não só para

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o assistido , mas também para o trabalhador, levando-o a perceber se dentro desse processode ajuda e encorajando-o a fazer a reforma íntima que todos carecemos.

Fontes de pesquisa:

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

O EVANGELHO

MANUAL DO SAPSE DA FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA

APOSTILAS DO DEPTO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DA UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA

“Aquele que diz permanecer nele,

deve andar como ele andou.”

- (João, 2:6)

IV - UNIDADE.

TAREFAS EDUCATIVAS       SUB.10 - Tarefas Educativas - Atividades Mediúnicas

“Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.” - (I Coríntios, 12:1)

O objetivo principal das 2 (duas) próximas sub-unidades é o de oferecer ao trabalhador umavisão geral quanto à importância da tarefa, e incentivá-lo nas elucubrações quanto às possíveisrealizações dentro da mesma, com vistas a educar as potencialidades anímicas e espirituais.

Serão apresentado os Aspectos Históricos, Fenomenologia, Conceitos, Tipos e as ReuniõesMediúnicas - Conceito, Objetivos e funcionabilidade das Atividades Mediúnicas.

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1. Aspectos Históricos da Mediunidade

“E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e osvossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharãosonhos; e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, eprofetizarão; e farei aparecer prodígios em cima no céu e sinais em baixo na terra: sangue, fogo e vaporde fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes de chegar o grande e glorioso Dia doSenhor; e acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” (Atos, 2:17-21)

“A mediunidade, por ser uma faculdade inerente ao ser humano, tem-se manifestado em

todos os tempos. Rápido exame nos costumes e tradições de todos os remanescentes da vidaprimitiva nos dará conhecimento de que mesmo as mais rudimentares organizações humanas,como os Silvícolas estabeleciam intercâmbio com os “mortos”, evidentemente dentro deprocedimentos analogamente rudimentares. “ Aparições e vozes, fenômenos e revelaçõesmundo espiritual assinalam a marcha das tribos e das povoações do princípio”.

(Emmanuel – F.C.Xavier – Roteiro - lição 24).

Para melhor entendimento quanto ao histórico da mediunidade no nosso mundo,sugerimos a leitura na sua totalidade da lição 24 do livro Roteiro.

“Uma geração vai, e outra geração vem, mas a terra para sempre permanece. E nasce o sol,e põe-se o sol, e volta ao seu lugar donde nasceu. O vento vai para o sul, e faz o seu giro parao norte; continuamente vai girando o vento, e volta fazendo os seus circuitos. Todos os ribeirosvão para o mar, e contudo o mar não se enche; para o lugar para onde os ribeiros vão, para aítornam eles a ir. Todas estas coisas se cansam tanto, que ninguém o pode declarar; os olhosnão se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir. O que foi, isso é o que há de ser, e o que se fez,isso se tornará a fazer; de modo que nada há de novo debaixo do sol.” (Eclesiastes, 1: 4 a 9)

2. Mediunidade: Conceito e Tipos

“Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o espírito que provém de Deus.”(I Coríntios, 2:12)

Conceitos:

a) “Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato,médium. Essa faculdade é inerente ao homem, não constitui, portanto, um privilégio exclusivo.(...) Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica semostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que entãodepende de uma organização mais ou menos sensitiva.”(...)

(Allan Kardec – Livro dos Médiuns – item 159)

b) “(...) Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, oudaquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies demanifestações. As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos,ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; as dos curadores; ados pneumatógrafos; a dos escreventes, ou psicógrafos.”

(Allan Kardec – Livro dos Médiuns – item 159)

c) “Médiuns são pessoas aptas a sentir a influência dos Espíritos e a transmitir os pensamentosdestes.

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(...) Essa faculdade é inerente ao homem (...), donde se segue que poucos são os que nãopossuam um rudimento de tal faculdade (...)”

(Allan Kardec – Obras Póstumas – Manifestações do Espíritos – item 33)

Tipos:“(...) Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela

ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações.As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis;a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos;a dos escreventes, ou psicógrafos.”

(Allan Kardec – Livro dos Médiuns – item 159)

***

“O povo que andava em trevas viu uma grande luz, esobre os que habitavam na região da sombra da morte

resplandeceu a luz.”(Isaías, 9:2)

IV – UNIDADE.

TAREFAS EDUCATIVAS

SUB.11 - Tarefas Educativas – Atividades Mediúnicas - Reuniões

1. Conceito de reunião mediúnica.

“Se andarmos na luz como Ele está, temos comunhão uns com os outros...”( I João, 1:7)

“Uma reunião só é verdadeiramente séria, quando cogita de coisas úteis, com exclusão detodas as demais. Se os que a formam aspiram a obter fenômenos extraordinários, por meracuriosidade, ou passatempo, talvez compareçam Espíritos que os produzam, mas os outros (ossérios) daí se afastarão. Numa palavra, qualquer que seja o caráter de uma reunião, haverásempre Espíritos dispostos a secundar as tendências dos que a componham. Assim, pois, afasta-se do seu objetivo toda reunião séria em que o ensino é substituído pelo divertimento.”

(Allan Kardec – L.Médiuns – cp.29 – item 327)

2. Características de uma reunião mediúnica séria.

“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.”(Romanos, 12:21)

“As principais características são:

a) cogita de coisas úteis, voltadas para o bem;

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b) os participantes esforçam-se para produzir influência moral elevada através de sintonia com osbons Espíritos;

c) condições ambientais favoráveis à manifestação dos bons Espíritos e ao atendimento aossofredores;

d) toda equipe está consciente da necessidade de estudar – para melhor compreender as relaçõesentre os dois planos da vida – bem como de domar as más tendências pela aquisição de valoresmorais;

e) os médiuns portadores de mediunidade ostensiva devem educar-se, evitando durante asmanifestações exprimirem-se em voz muito alta ou baixa, produzirem gesticulações excessivaou usarem linguagem imprópria à seriedade do trabalho;

f) são privativas, jamais públicas, sobretudo se de atendimento a Espíritos sofredores;g) os médiuns e demais participantes conhecem os objetivos da reunião, além de estarem preparados

para a execução da prática mediúnica;h) funciona de forma integrada. “Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades

são a resultante das de seus membros e formam como que um feixe. Ora, esse feixe tanto maisforça terá, quanto mais homogêneo for. (...) Desde que o Espírito é de certo modo atingido pelopensamento, como nós somos pela voz, vinte pessoas, unindo-se com a mesma intenção, terãonecessariamente mais força do que uma só; mas, a fim de que todos esses pensamentosconcorram para o mesmo fim preciso é que vibrem em uníssono; que se confundam, por assimdizer, em um só, o que não pode dar-se sem a concentração;”

i) o número de participantes não deve ser excessivo porque dificulta alcançar a homogeneidadedesejada. Não há nenhum limite absoluto para esse número, porém, quanto maior o númerotanto mais difícil será alcançar a harmonia mental e fluídica. Os grupos menores são maisindicados;

j) a assiduidade, e a pontualidade são condições básicas das reuniões sérias. Por elas seestabelecem ligações morais e fluídicas e de sintonia com o plano espiritual, necessárias àrealização e à continuidade do trabalho. A pontualidade e a regularidade são fundamentaisporque os benfeitores espirituais tendo suas ocupações, podem garantir sua presença e auxílionos dias e hora estabelecidos;

k) ter base evangélico-doutrinária espírita.”(Apostila Estudo e Educação da Mediunidade – FEB – 1ª parte – fundamentação – A. Kardec – L. Médiuns – Das

Reuniões e das Sociedades Espíritas)

3. Objetivos das reuniões mediúnicas

“Vim para que tenhais vida e vida em abundância.” - (João, 10:10)

“O principal objetivo das reuniões mediúnicas é, sem dúvida, atestar a sobrevivência e aindividualidade do Espírito após a morte do corpo físico. Revela igualmente o estado de alegriaou tristeza em que o desencarnado se encontra, em decorrência dos atos cometidos durante aexistência terrena.

As reuniões mediúnicas representam a oportunidade de intercâmbio espiritual entredesencarnados e encarnados. É o momento da observação e da prática do fato mediúnico.

Além da certeza da continuidade da vida, a reunião mediúnica ainda nos permite:

• robustecer a fé na misericórdia de Deus e na Sua justiça;• obter esclarecimento quanto à vida no plano espiritual;• colaborar no socorro aos Espíritos sofredores proporcionando recursos eficazes no

tratamento antiobsessivo e desobsessivo;• receber ajuda dos Espíritos bons e tutelares: esclarecimentos, orientações, consolações

e curas;• comunicar-se com seres queridos já desencarnados;

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• educar as faculdades mediúnicas por meio do intercâmbio com o plano espiritual, doestudo e do relacionamento com os companheiros encarnados;

• a construção de afeições preciosas no plano espiritual, consolidando, assim, as basesda cooperação e da amizades superior;

• o progresso espiritual pela prática da caridade e do amor ao próximo;• o preparo para a reencarnação ou para desencarnação, conforme o plano de vida em

que o Espírito se situe;• o auxílio a encarnados e desencarnados no esforço de libertação das teias da ignorância

e do sofrimento;• a transmissão aos reencarnados de esclarecimentos edificantes oriundos de instrutores

que operam com Jesus na redenção da Humanidade.”(Apostila Estudo e Educação da Mediunidade – FEB – 1ª parte – roteiro 2)

4. Natureza ou gênero das reuniões mediúnicas

“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.”(I Coríntios, 12:7)

“As reuniões mediúnicas segundo o gênero ou natureza são classificadas em frívolas,experimentais e instrutivas.”

(Allan Kardec – Livro dos Médiuns – cap.XXIX, item 324)

a) “As reuniões frívolas se compõem de pessoas que só vêem o lado divertido dasmanifestações, que se divertem com as facécias dos Espíritos levianos, aos quais muito agradaessa espécie de assembléia, a que não faltam por gozarem nelas de toda a liberdade para seexibirem. É nessas reuniões que se perguntam banalidades de toda sorte, que se põe aosEspíritos a predição do futuro, que se lhes põe à prova a perspicácia em adivinhar as idades, ouo que cada um tem no bolso, em revelar segredinhos e mil outras coisas de igual importância.”O simples bom-senso diz que os Espíritos elevados não comparecem às reuniões deste gênero,em que os espectadores não são mais sérios do que os atores.”

(Allan Kardec – Livro dos Médiuns – cap.XXIX, item 325)

b) “Nas reuniões experimentais ocorre a produção de manifestações físicas (transporte,deslocamento de objetos, ruídos, curas e até materializações). Para algumas pessoas estasreuniões oferecem um espetáculo, onde a curiosidade é o sentimento dominante.

(Apostila Estudo e Educação da Mediunidade – FEB – 1ª parte – roteiro 2)

“As reuniões experimentais têm particularmente por objeto a produção das manifestaçõesfísicas. Para muitas pessoas, são um espetáculo mais curioso que instrutivo. Os incrédulossaem delas mais admirados do que convencidos.” (...)

“Nada obstante, as experiências desta ordem trazem uma utilidade, que ninguém ousarianegar, visto terem sido elas que levaram à descoberta das leis que regem o mundo invisível e,para muita gente, constituem podereoso meio de convicção. Sustentamos, porém, que só por sinão logram iniciar a quem quer que seja na ciência espírita, do mesmo modo que a simplesinspeção de um engenhoso mecanismo não torna conhecida a mecânica de quem não lhesaiba as leis.(...).”

(Allan Kardec – Livro dos Médiuns – cap.XXIX, item 326)

c) “As reuniões instrutivas apresentam caráter muito diverso e, como são as em que sepode haurir o verdadeiro ensino, insistiremos mais sobre a condições a que devem satisfazer.

“A primeira de toda é que sejam sérias, na integral acepção da palavra.”(Allan Kardec – Livro dos Médiuns – cap.XXIX, item 327)

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A essas reuniões comparecem os benfeitores espirituais para prestar orientações eesclarecimentos aos encarnados, bem como acompanhar e auxilixar os sofredoresdesencarnados.”

(Apostila Estudo e Educação da Mediunidade – FEB – 1ª parte – roteiro 2)

“(...) Não basta, porém, que se evoquem bons Espíritos; é preciso, como condição expressa,que os assistentes estejam em condições propícias, para que eles assintam em vir. Ora, aassembléias de homens levianos e superficiais, Espíritos superiores não virão, como não viriamquando vivos.(...)

Uma reunião só é verdadeiramente séria quando cogita de coisas úteis, com exclusão detodas as demais. Se os que a formam aspiram a obter fenômenos extraordinários, por meracuriosidade, ou passatempo, talvez compareçam Espíritos que os produzam, mas os outros daíse afastarão. Numa palavra, qualquer que seja o caráter de uma reunião, haverá sempre Espíritosdispostos a secundar as tendências dos que a componham. Assim, pois, afasta-se do seuobjetivo toda reunião séria em que o ensino é substituído pelo divertimento.(...)”

(Allan Kardec – Livro dos Médiuns – cap.XXIX, item 327)

“O fato de alguém possuir mediunidade não fornece garantias de transmitir mensagensinstrutivas dos Espíritos. “A faculdade mediúnica em nada influi para isto: ela mais não é do queum meio de comunicação.”

(Allan Kardec – L.Médiuns – cp.29 – item 232)

“Além do mais, “nem sempre basta que uma assembléia seja séria para receber comunicaçõesde ordem elevada. Há pessoas que nunca riem e cujo coração, nem por isso, é puro. Ora, ocoração, sobretudo, é que atrai os bons Espíritos. Nenhuma condição moral exclui ascomunicações espíritas; os que, porém, estão em más condições, esses se comunicam com osque lhes são semelhantes (...)”

(Allan Kardec – L.Médiuns – cp.29 – item 233)

5. Classificação, finalidades das reuniões mediúnicas

5.1 Reunião de Educação Mediúnica

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; eencontrareis descanso para as vossas almas.” (Mateus, 11:29)

Finalidade: preparar e educar os médiuns para o exercício equilibrado de suas faculdadesmedianímicas, em bases evangélicas e com a segurança que a Doutrina Espírita proporciona.

De caráter privativo, essa reunião também conhecida como reunião de desenvolvimentomediúnico, será freqüentada pelos médiuns em desenvolvimento mediúnico e pela equipe desustentação, previamente composta pelos seus dirigentes.

5.2 Reunião Mista de Estudo e Prática Mediúnica

“Não retribuindo mal por mal, nem injúria por injúria; antes, pelo contrário bendizendo; sabendoque para isto fostes chamados.” - (I Pedro, 3:9)

Finalidade: Estudos evangélico-doutrinários e prática mediúnica. Essa reuniãotambém é conhecida como reunião prática.

De caráter privativo, para os médiuns em atividade e já convenientemente educados eesclarecidos sobre o exercício da mediunidade, além de outros freqüentadores assíduos doGrupo, previamente indicados pelo dirigente e que integrarão a equipe de trabalhos para estareunião.

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Nessa reunião será sempre ressaltada a necessidade de auto-evangelização de todos eparticularmente do médium para melhor servir à Espiritualidade Superior.

Dessa reunião será escolhida a equipe de colaboradores para a reunião deDesobsessão.

5.3 Reunião de Desobsessão

“ Vos sois meus amigos se fizerdes o que eu vos mando.” (João, 15:14)

“Cada templo espírita deve e precisa possuir a sua equipe de servidores da desobsessão,quando não seja destinada a socorrer as vítimas da desorientação espiritual que lhe rondam asportas, para defesa e conservação de si mesma (...).”

(André Luiz/ F.C.Xavier e Waldo Vieira– Desobsessão)

Finalidade: Assistência a encarnados e desencarnados através de auxílio evangélicoàs entidades vinculadas a processos obsessivos individuais ou coletivos.

De caráter privativo, para colaboradores e médiuns que já se encontrem em condiçõesde participar deste tipo de atividades, previamente indicados pela direção da reunião.

5.4 Reunião de Tratamento.

“Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais que vos escreva, porque já vós mesmosestais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros.”

(Tessalonicenses, 4:9)

Finalidade: Cooperar com os irmãos enfermos, através de tratamento espiritual queserá dispensado pela própria espiritualidade.

De caráter privativo, pode contar com a presença dos irmãos que serão assistidos nareunião, desde que o local ofereça acomodações adequadas aos mesmos.

Não devem ser tratados os casos de obsessão.

Limitar o número de enfermos em cada reunião (3 a 7, segundo a possibilidade do local,da equipe, etc.) Além dos presentes, poderão ser anotados outros nomes de enfermos narelação de preces para tratamento à distância.

5.5 Reunião de Orientação.

“Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas.”(João, 10:7)

Finalidade: Orientação acerca de problemas cuja complexidade ultrapasse acapacidade de ajuda por parte da pessoa do Grupo que foi solicitada a cooperar, ou seja, foisolicitado a um integrante do grupo orientar a alguém e este não se sente em condições defazê-lo por transcender sua capacidade. O mesmo recorrerá então a uma orientaçãoespiritual em favor da pessoa carente.

Normalmente são levados à reunião problemas referentes a enfermidades nãodiagnosticadas pela medicina, ou irreversíveis, problemas de natureza psíquica, derelacionamento familiar, etc. Nunca problemas de natureza material ou de interessesimediatistas que são da alçada da própria pessoa resolver.

Dessa reunião são indicados os nomes dos pacientes para a reunião de tratamento,desobsessão, e outras.

6. Avaliação

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Será considerado de bom aproveitamento as Sub-unidades 4 e 5, se os participantesassimilarem a importância da mediunidade e as tarefas, que podem, se bem entendidas,proporcionar um crescimento muito importante ao trabalhador do Cristo.

“E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro,

mas o que tenho, isso te dou.”

(Atos, 3:6)

IV – UNIDADE.

TAREFAS EDUCATIVAS

SUB.12 – Atividades de Ensino Espírita

Estudo do Evangelho no Lar

Objetivo desta sub-unidade é o de conscientizar o trabalhador quanto à importância do Estudodo Evangelho no Lar, não só como mais uma atividade de estudo, mas como fonte de sustentação,de reflexão sobre a vida, e oportunidade para a vivência de momentos fraternos em família.

“Reviver o Cristo nas relações diárias da casa, ressuscitar Jesus pela veiculação do Evangelhoa quantos se abrigam nas dependências do lar, é de transcendental importância num século detantas mudanças sociais.”

(Guillon Ribeiro – J.C.G.Ribeiro – Reformador 11/1977)

1. Conceitos e Objetivos.

“ “Entende-se por Culto do Evangelho a reunião da família em dia e hora certos, para estudodo Evangelho e oração em conjunto.

(Orientação ao Centro Espírita–FEB/CFN)

“Quando o Evangelho penetra o lar, o coração abre mais facilmente a porta ao Mestre Divino.”(Emmanuel/F.C.Xavier- Jesus no Lar)

“Quem cultiva o Evangelho em casa, faz da própria casa um templo do Cristo.”(André Luiz/F.C.Xavier – Conduta Espírita)

2. Finalidade

• Estudar “O Evangelho Segundo o Espiritismo” de maneira seqüencial para compreenderas lições de Jesus “em espírito e verdade” e aplicá-las no dia-a-dia.

• Evangelho bem compreendido pode ser mais bem sentido e exemplificado.• Criar o hábito do estudo e da oração em família, fortalecendo a amizade e o sentimento

de fraternidade que deve existir em cada um e unir a todos.• Os corações que vibram unidos fortalecem os laços do amor.• Criar, no ambiente doméstico, momentos de paz e de compreensão, higienizando o Lar

através de pensamentos e sentimentos elevados, o que facilita o amparo dos Mensageiros doBem, que vêm em nome de Jesus.

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• Quando o Cristo entra em casa, o Lar se transforma em templo de Luz.• Fortalecer, nos integrantes do Lar, a coragem e a esperança, a alegria e a boa-vontade

para com todos, necessárias na superação das dificuldades materiais e espirituais.• Vibrações fortificadas no Bem robustecem a alma para as lutas redentoras.

“Quando o Evangelho penetra o lar, o coração abre mais facilmente a porta ao Mestre Divino”(Emmanuel/F.C.Xavier -Jesus no Lar)

“Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam osprimeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essaforma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos.”

Allan Kardec (O Livro dos Espíritos, Questão 774)(Apostila de Formação de Trabalhadores Espíritas CEI)

A Reunião de Estudo do Evangelho no Lar é o encontro da família para o estudo do Evangelhoà luz da Doutrina Espírita e para a oração em conjunto.

É de vital importância para o equilíbrio espiritual da família e a harmonização do ambientedoméstico.

Nessa reunião, além do estudo e das vibrações em conjunto, há a oportunidade da assistênciaespiritual dos amigos Benfeitores que vêm dar amparo espiritual ao Lar e a cada um de seusintegrantes em particular.

3. Organização

• Todos os familiares deverão ser estimulados e motivados a participar da Reunião deEstudo do Evangelho no Lar, inclusive as crianças.

• Se os demais membros da família não puderem ou não quiserem participar do estudo,uma só pessoa poderá realizá-lo, ainda que sozinha, na certeza de que o Lar e os outrosfamiliares serão beneficiados.

• A reunião será semanal, em dia e hora previamente escolhidos.• A reunião deverá ter a duração mínima de 30 min., mas não deve exceder 1 hora. Se

houver a participação de crianças, deve-se optar pelo tempo mínimo.• A pontualidade no início da reunião é imprescindível, e a constância no estudo também.• É recomendado o estudo seqüencial de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, além de

outras páginas evangélicas, com a participação ativa de todos.• Poesias, histórias, cantos ou narrativas espíritas poderão enriquecer a reunião.• Deve-se evitar as manifestações de Espíritos desencarnados.• Deve-se colocar um copo d’água para cada pessoa presente, a fim de ser fluidificada

pelos Benfeitores Espirituais. Sempre que necessário, poderão ser aplicados passes, desdeque haja pessoas com experiência nesse trabalho.

• Além dos familiares, vizinhos e amigos também poderão ser convidados a participar doestudo, inclusive visitantes que estiverem no lar na hora habitual da reunião.

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• É aconselhável escolher um lugar da casa que ofereça privacidade, para evitarem-seinterferências inconvenientes.

• Em especial, no dia da Reunião de Estudo do Evangelho no Lar, o ambiente domésticodeverá ser preservado por meio de atitudes e pensamentos de paz e cordialidade, e deconversações dignas e edificantes.

• Não se permitirão conversações menos dignas nem atitudes inconvenientes, antes,durante ou depois do estudo.

4. Desenvolvimento

• A família reunir-se-á sempre no dia, hora e local escolhido.Antes de se iniciar a reunião,serão distribuídas as tarefas do estudo, escolhendo-se os participantes que farão as preces eas leituras.

4.1. - Prece inicial :

Proferida pelo dirigente ou por quem ele escolher; deverá ser concisa, simples e objetiva,pedindo-se a Deus e ao Plano Maior, bênçãos de paz e alegria (2min.)

4.2.- Leitura e comentário:

De trecho de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e de página evangélico-doutrinária,sempre em seqüência. Poderão ser usados os livros “Vinha de Luz”, “Fonte Viva”, “Caminho,Verdade e Vida”, “Pão Nosso”, de Emmanuel, psicografados por Francisco Cândido Xavier.

É importante que todos participem ativamente dos comentários, contribuindo para esclarecero assunto e enriquecer o aprendizado. (20 a 50 min.) .

4.2.1. Pode-se aproveitar o Culto para o estudo de livros doutrinários, tais como OLivro dos Espíritos, o Que é o Espiritismo (duas ou três perguntas por vez) e outros.

4.2.2. Comparações ou críticas que possam desmerecer pessoas ou religiões, nãodevem ocorrer, todavia outros assuntos do dia-a-dia podem ser apresentados à discussão, como objetivo de analisar o seu conteúdo moral, tais como:a- relacionamento familiar;b- boletim escolar das crianças;c- importância do Culto para a aquisição de valores novos, como a caridade, a humildade, abenevolência, a tolerância, etc.d- necessidade do esforço diário de cada um, no sentido de viver os ensinamentos do Evangelho;etc..e- os comentários devem ser feitos de maneira geral, sem enfatizar os problemas individuais,a fim de que cada um dos presentes absorva os ensinamentos para a sua própria reformainterior.

4.2.3. De todos os assuntos discutidos, deve o dirigente retirar o aspecto moral, alição educativa que possa contribuir para a reflexão e a mudança de comportamento dosparticipantes.

(Apostila – Culto no Lar – Conselho Regional Espírita – CRE 8ª Região – UEM)

4.3. - Vibrações: É a oração pelo lar, pelos familiares e amigos, pelos enfermos,obsidiados, toxicômanos, suicidas, pelos encarnados e desencarnados, e principalmente pelos

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desafetos. Deve-se pedir pelo país, pela paz mundial e por todos os necessitados, e, finalmente,vibrar em benefício dos participantes e da fluidificação das águas. (3min.)

4.4.- Prece de encerramento: Também simples, clara e concisa, em agradecimentoa Deus, a Jesus e aos Amigos Espirituais, pelas bênçãos do estudo e aprendizado e pelaalegria da convivência fraternal. (2min.)”

(Apostila PTAE - CEI) 6. Obstáculos ao Culto

6.1. É comum, na implantação do Culto do Evangelho no Lar, o surgimento de diversosobstáculos na hora de sua realização como se se quisesse por à prova a intenção e a persistênciados interessados. Os mais comuns são os seguintes:

6.1.1 – Visitas inesperadas:A presença de visitas não deverá impedir a realização do Culto, convidando-se os

visitantes a dele participar, se isso lhes aprouver, explicando-se-lhe antes o assunto, comfranqueza e humildade.

6.1.2 – Campainha da porta ou do telefone:Um dos participantes deverá ser escalado para atender em ambos os casos.

Recomenda-se não deixar o telefone fora do gancho. 6.1.3 – Sonolência:Tanto as crianças quanto os adultos sonolentos devem ser orientados para que respirem

fundo, tomem um gole de água, façam uma prece, para que se evitem sugestões hipnóticas. 6.1.4 - Inquietação das crianças:É normal que, de início, as crianças chorem, façam birra, fiquem inquietas, puxem e

mexam em tudo; talvez, a melhor solução, seja ignorar tais procedimentos, motivando-as comlivros e revistas apropriadas, ou dando-lhes algum tipo de responsabilidade na preparação ouna realização do Culto (trazer água, apanhar livros, fazer uma prece, etc.).

6.2 – O Culto como opção definida:

O Culto exige uma opção: ou reservamos um dia e hora exclusivamente para ele, ou nãoconseguiremos implantá-lo. É fundamental, portanto, que o compromisso com ele prevaleçasobre todos os demais interesses.

(Apostila – Culto no Lar – Conselho Regional Espírita – CRE 8ª Região – UEM)

“Entre as paredes do templo familiar, preparamo-nos para a vida com todos.”(Sheilla – F.C.Xavier – Luz no Lar)

7. Observações

• “Considerando-se os altos objetivos e o grande alcance espiritual da Reunião de Estudo doEvangelho no Lar, e tendo em vista os grandes benefícios que ela proporciona ao homem, aolar e à sociedade, é recomendável que o Grupo, Centro ou Sociedade Espírita incentive a suaimplantação em todos os lares, por meio de campanhas de esclarecimento, de orientação e deimplantação.”• Essas campanhas poderão ser divulgadas por todos os meios de comunicação possíveis.”

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• “Equipes devidamente treinadas poderão dar assistência e colaboração a essas reuniões, emsua fase inicial.”

(Apostila PTAE - CEI)

Jesus no Lar é vida para o Lar

Não aguardes que o mundo te leve a certeza do bem invariável. Distende, da tuacasa cristã, a luz do Evangelho para o mundo atormentado.

Quando uma família ora em casa, reunida nas blandícias do Evangelho, toda a ruarecebe o benefício da comunhão com o Alto.

Se alguém num edifício de apartamento, alça aos Céus a prece da comunhão emfamília, todo o edifício se beneficia, qual lâmpada ignorada, acesa na ventania.

Não te afaste da linha direcional do Evangelho entre os teus familiares. Continuaorando fiel, estudando com os teus filhos e com aqueles a quem amas, as diretrizesdo Mestre e, quando possível, debate os problemas que te afligem à luz clara damensagem da Boa Nova e examina as dificuldades que te perturbam ante a inspiraçãoconsoladora de Cristo. Não demandes a rua, nessa noite, senão para os inevitáveisdeveres que não possas adiar. Demora-te no Lar para que o Divino Hóspede aí tambémse possa demorar.

E quando as luzes se apagarem à hora do repouso, ora mais uma vez, comungandocom Ele, como Ele procura fazer, a fim de que, ligado a ti, possas, em casa, uma vezpor semana em sete noites, ter Jesus contigo.

Joanna de Ângelis – D.P.Franco – Messes de Amor

8. Avaliação

Será considerado de bom aproveitamento o estudo, se os participantes assimilarem aimportância do Culto do Evangelho no Lar, a forma de realizá-lo e, principalmente, a possibilidadeda implantação nos lares dos Trabalhadores Espíritas.

“E Todos os do teu povo serão justos, para sempre herdarão a terra: serão renovos por mimplantados, obra das minhas mãos, para que eu seja glorificado.”

(Isaías, 60:21)

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 129

V – UNIDADE.

A UNIFICAÇÃO DO MOVIMENTO ESPÍRITA

SUB.01 - História do Movimento Espírita no Brasil

1. INTRODUÇÃO

“Todo Reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade, ou casa, dividida contra si mesma,não subsistirá”. - (MT 12:25).

BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO

O livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, do Espírito Humberto de Campos,psicografado por F C. Xavier,; Ed. FEB apresenta diversas informações sobre o Brasil e tambémsobre o Movimento Espírita Brasileiro. Destacamos algumas delas, que merecem ser consultadas:

Planejamento Espiritual do Movimento Espírita no Brasil:Prefácio (Palavras de Emmanuel)

Visita de Jesus à Terra do Cruzeiro e Convocação a Helil – Capítulo 1

Descobrimento do Brasil – Capítulo 2

Convocação de Jesus a Ismael – Capítulo 3

Ismael Convoca os Primeiros Trabalhadores – Capítulo 4

Reencarnação de Bezerra de Menezes – Capítulo 22

A Federação Espírita Brasileira – Capítulo 28

Espiritismo no Brasil – Capítulo 29

V – UNIDADE.

A UNIFICAÇÃO DO MOVIMENTO ESPÍRITA .

SUB.02 - Movimento Espírita e a Unificação

1. Kardec e a Unificação:

“Uma Sociedade, onde aqueles sentimentos se achassem partilhados por todos, onde osseus componentes se reunissem com o propósito de se instruírem pelos ensinos dos Espíritose não na expectativa de presenciarem coisas mais ou menos interessantes, ou para fazer cadaum que a sua opinião prevaleça, seria não só viável, mas também indissolúvel. A dificuldade,ainda grande, de reunir crescido número de elementos homogêneos deste ponto de vista, nosleva a dizer que, no interesse dos estudos e por bem da causa mesma, as reuniões espíritasdevem tender antes à multiplicação de pequenos grupos, do que à constituição de grandesaglomerações. Esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se, permutandoobservações, podem, desde já, formar o núcleo da grande família espírita, que um dia consorciará

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 130

todas as opiniões e unirá os homens por um único sentimento: o da fraternidade, trazendo ocunho da caridade cristã.”

(O Livro dos Médiuns, Capítulo XXIX Das Reuniões e das Sociedades Espíritas)

Allan Kardec sintetiza o espírito do Movimento de Unificação ao asseverar claramente aconveniência da multiplicação dos grupos espíritas e um maior relacionamento entre asInstituições Espíritas, para que haja entre elas a salutar troca de experiências.

Da mesma forma que cada Centro Espírita depende do aperfeiçoamento moral de cada umde seus membros e da respectiva participação nas suas diversas atividades, a atividade deunificação depende também de cada Centro Espírita, da sua participação e conseqüenteintegração aos órgãos de unificação local, regional ou estadual. Isso equivale a dizer que oorganismo federativo espírita depende da inter-relação de todas as suas células vitais, para asua existência e auto-sustentação.

O resultado dessa aproximação e convivência fraterna, acarretará, inevitável e forçosamente,o progresso das Instituições Espíritas e, em conseqüência, o fortalecimento do movimento deunificação. Por isso mesmo é conveniente que todo Centro Espírita, organizado de acordo coma Codificação Espírita, participe das atividades de Unificação.

2. MOVIMENTO ESPÍRITA E UNIFICAÇÃO

2.1. Conceitos:

a. “Doutrina Espírita: é o conjunto de princípios básicos codificados por AllanKardec, que constituem o Espiritismo. Esses princípios estão contidos nas obras

fundamentais, que são: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo oEspiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese. Todas as demais obras espíritas, por mais preciosasque sejam ou venham a ser, são e serão obras complementares, sem que isso diminua oextraordinário valor de muitas delas, pois a Doutrina Espírita é, como a definiu o próprioCodificador, essencialmente progressiva.”

b. Movimento Espírita é outra coisa, é o conjunto de atividades desenvolvidasorganizadamente pelos espíritas, para pôr em prática a Doutrina Espírita, através de instituições,encontros fraternos, congressos, palestras, edições de livros, etc. O Movimento Espírita é,portanto, um meio para se aplicar a Doutrina Espírita, em todos os sentidos, para se divulgar osseus princípios e se exercitar a vivência de suas máximas.

A Doutrina Espírita está imune a deturpações, porque qualquer idéia ou conceito que semostre incompatível com os princípios consagrados nas obras da Codificação, poderá ser tudo,menos Espiritismo.

Já o Movimento Espírita, por ser movimento livre de pessoas e instituições humanas, semobrigações de obediência compulsória a hierarquias religiosas que não possuímos, não gozada mesma imunidade, exigindo em razão disso, de cada espírita em particular, e de cada grupoou instituição espírita, uma vigilância permanente, no mais alto sentido, para que nenhumadeturpação comprometa a pureza dos ideais que abraçamos.

A força da Doutrina Espírita está em seus princípios e na sua permanente possibilidadede comprovação. (...)

A razão de ser do Movimento Espírita só pode ser a divulgação e a prática da DoutrinaEspírita. (...) “

(Distinção entre Movimento Espírita e Doutrina Espírita. Apostila MOVIMENTO ESPÍRITA. FEB, 1994)

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“O trabalho de Unificação do Movimento Espírita e de união das Sociedades e dos própriosespíritas é uma atividade-meio que tem por objetivo fortalecer e facilitar a ação do MovimentoEspírita na sua atividade-fim de promover o estudo, a difusão e a prática da Doutrina.”

(O Trabalho de Unificação do Movimento Espírita no Brasil. REFORMADOR, março/91)

“Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel”. - (Mateus, 10:6)

“E fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. Eforam, e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique.”

(Lucas, 5:7)

2.2. Orientação e Execução

O documento “Orientação ao Centro Espírita” é o roteiro seguro para a execução dasatividades no Movimento Espírita.

Vale a pena, ainda, analisar algumas observações de Kardec, de Emmanuel e dos EspíritosSuperiores responsáveis pela Codificação.

“Ocupa-te, cheio de zelo e perseverança do trabalho que empreendestes com o nossoconcurso, pois esse trabalho é nosso. Nele pusemos as bases de um novo edifício que se elevae que um dia há de reunir todos os homens num mesmo sentimento de amor e caridade.” (Allan Kardec - O Livro dos Espíritos, Prolegômenos)

“O essencial é que ajudemos o povo a pensar, a crescer, e a aprimorar-se. Auxiliar atodos, para que todos se beneficiem e se elevem, tanto quanto desejamos melhoria eprosperidade para nós mesmos, constitui para nós a felicidade real e indiscutível. Estendamoso braço, alonguemos o coração e irradiemos entendimento, fraternidade e simpatia, ajudandosem condições. Quando o Cristão pronuncia as sagradas palavras “Pai Nosso”, estáreconhecendo não somente a Paternidade de Deus, mas aceitando também por sua família aHumanidade inteira.”

(Emmanuel, Movimento e Doutrina, Revista O Reformador, Set./1977)

“Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: ‘Trabalhemos juntos e unamos os nossosesforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra’, porque o Senhor lhedirá: “Vinde a mim vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossosciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!’ Mas, ai daquelesque, por efeito das suas descensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestadevirá e eles serão levados no turbilhão!”

(Allan Kardec, Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XX, Os Obreiros do Senhor, item 5 )

“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras eglorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” - (Mateus 5:16)

3. O Centro Espírita é a Unidade Fundamental do Movimento Espírita

“Todas as atividades do Movimento Espírita se desenvolvem a partir do Centro Espírita, célulabase do Estudo e da Prática conjunta dos Princípios Doutrinários. Trataremos dele em especial,por compreender que só o Equilíbrio de cada instituição promoverá o Equilíbrio do Movimentocomo um todo.”

(Federação Espírita Brasileira, Movimento Espírita, pág. 80 )

“Sob outro aspecto, o Centro é posto de socorro, espiritual e material. Acolhe desde a criança,que reclama diretriz no bem, até os velhos, necessitados ou não de assistência e fraternidade.É templo, é recanto de paz, acolhendo os desesperados, os angustiados, os revoltados.”

(FEB, Movimento Espírita, pag.80)

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“Assim acontecerá com os centros gerais do Espiritismo; serão os observatórios do mundoinvisível, que permutarão entre si o que obtiverem de bom e de aplicável aos costumes dosPaíses onde funcionarem, uma vez que os objetivos que eles colimam é o Bem da Humanidadee não a satisfação de Ambições Pessoais.”

( Allan Kardec, O. Póstumas, Constituição do Espiritismo, cap. VI, Amplitude de ação da Comissão central)

“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual.” - (1 Pedro 2:5)

4. Importância do Movimento Espírita

“Importante é levar a mensagem do Espiritismo ao povo com correção e nobreza, elevação edignidade. (Federação Espírita Brasileira, Movimento Espírita, pág. 03)

“...O Brasil não está somente destinado a suprir as necessidades materiais dos povos maispobres do planeta, mas, também, a facultar ao mundo inteiro uma expressão consoladora decrença e de fé raciocinada e a ser o maior celeiro de claridade espirituais do orbe inteiro..”

(Emmanuel, Francisco Cândido Xavier; Brasil, Coração do Mundo e Pátria do Evangelho; Prefácio)

“A árvore do Evangelho semeada há dois mil anos na Palestina, eu a transplantei para oRincão de Santa Cruz, onde o meu olhar se fixa, nutrindo o meu espírito a esperança de quebreve florescerá, estendendo a sua fronde por toda parte e dando frutos sazonados de amor eperdão.” (Espírito da Verdade, Reformador, Abril /1920)

“Numa palavra, o que caracteriza a revelação espírita é ser divina a sua origem e da iniciativados espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem.”

(Allan Kardec, - A Gênese - Cap. 1, item 13 )“E dizia-lhes: Grande é em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da

seara que envie obreiros para sua seara.” - (Lucas, 10:2)

5. Integração no Movimento Espírita

O movimento Espírita mantém-se integrado e fortalecido através do trabalho de unificaçãoque resulta da união fraterna e operacional dos espíritas e dos grupos, centros e demaisinstituições espíritas.

“Não desprezes o dom que há em ti”. - (1 Timóteo 4:14)

6. Datas Significativas do Movimento Espírita no Brasil e do Trabalho deUnificação.

1865 - Fundação do “Grupo Familiar do Espiritismo”, Primeiro Grupo Espírita do Brasil, porLuis Olímpio Teles de Menezes. - Salvador - Bahia - (17/set.)

1869 - Lançamento de “O Eco d’Além Túmulo”, Primeiro Periódico Espírita do Brasil, por LuisOlímpio Teles de Menezes. Salvador - Bahia - (Jul.)

1873 - Fundação do Grupo Confúcio. - Rio de Janeiro - (02/ago.) - Este Grupo foi responsávelpelas primeiras traduções para a língua portuguesa das obras básicas da CodificaçãoKardequiana.

Em seu lugar surgiram a “Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade”, em 26/abril/ 1876, e a “Sociedade Espírita Fraternidade”, em 2/mar. 1880.

188O - Fundação do Grupo Ismael, que posteriormente integrou-se à FEB. - Rio de Janeiro- (15/jul.)

1883 - Lançamento da Revista “Reformador”, que posteriormente passou a ser o periódicodoutrinário da FEB. - Rio de Janeiro - (21/ jan.)

1884 - Fundação da Federação Espírita Brasileira. - Rio de Janeiro - (02/jan.)

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1886 - Bezerra de Menezes faz uma pública manifestação de fé espírita. - Rio de Janeiro -(16/ago.)

No ano seguinte, set./1887, iniciou a publicação de uma série de artigos divulgando oEspiritismo no jornal “O País”, que foi até fins de 1894.

1889 - Bezerra de Menezes assume, pela primeira vez, a Presidência da Federação EspíritaBrasileira. - Rio de Janeiro - (jan)

1889 - Allan Kardec transmite mensagens pelo médium Frederico Júnior, exortando os espíritasbrasileiros ao Estudo, à Caridade e à União. - Rio de Janeiro - (12/fev.)

1889 - Realização de um Congresso Espírita, por iniciativa de Bezerra de Menezes, Presidenteda FEB - Rio de Janeiro - (14/ abr.) - Embora com participação reduzida, este encontro teve omérito de identificar o Sistema Federativo, que preserva a autonomia das instituições que ointegram, como o mais adequado à estruturação do Movimento Espírita do Brasil.

1890 - Organização da Assistência aos Necessitados, mais tarde incorporada à FEB, sendohoje seu Departamento. de Assistência Social - Rio de Janeiro - (jan.)

1895 - Bezerra de Menezes assume, pela segunda vez, a Presidência da Federação EspíritaBrasileira, onde permaneceu até 11/ abril /1900, quando desencarnou, assentando, nesseperíodo, as bases para a união dos espíritas brasileiros - Rio de Janeiro - (03/ ago.)

1904 - Comemoração do Primeiro Centenário de Nascimento de Allan Kardec promovidapela Federação Espírita Brasileira, com a participação de representantes de vários Estados doBrasil. - Rio de Janeiro - (3 a 5/out.). Neste encontro foram aprovadas as “Bases de OrganizaçãoEspírita” estimulando a formação de associações espíritas nas capitais de todos os Estados,para o estudo e a propagação da Doutrina e para a união de todos os núcleos, unicamente como intuito de confraternização e unidade de vistas. (Reformador - jan/1979)

1908 – É fundada a União Espírita Mineira, em Belo Horizonte (24/junho). É fundado tambémo jornal “O Espírita Mineiro”.

1926 - O primeiro Conselho Federativo da FEB era composto por Centros Espíritas de todo oBrasil e reuniu-se duas vezes: em set./ 1926 e out./1933. Primeira reunião do Primeiro ConselhoFederativo da Federação Espírita Brasileira. - Rio de Janeiro - (03 a 08 / out.)

1939 - Instalação da Gráfica da FEB na Av. Passos 30, transferida em 9/set./1948 para a R.Souza Valente, 17. - Rio de Janeiro - (04 / nov.)

1944 – Realizado o I Congresso Espírita Mineiro.1948 - Realização do Congresso Brasileiro de Unificação Espírita. - São Paulo - (31/out. a

03/nov.)1949 - Assinatura do “Pacto Áureo”. - Rio de Janeiro - (05/out.). Com base nesse documento,

firmado com Entidades Federativas Estaduais, a FEB reestruturou o seu órgão federativo quepassou a ser integrado por Entidades representativas dos Movimentos Espíritas dos Estadosdo Brasil, adotando o nome de Conselho Federativo Nacional.

Conselho Federativo Nacional da FEB, criado na forma prevista no Pacto Áureo, foi instalado em1/jan./1950.

Inspirada nas recomendações e nos princípios do Pacto Áureo, foi realizada a Caravana daFraternidade em visita aos Estados do Norte e Nordeste do Brasil (out. a dez/1950)

1952 - Realizado o II Congresso Espírita Mineiro.1958 – Realizado o III Congresso Espírita Mineiro, em Belo Horizonte (22 a 24 de junho),

estabelecendo a organização do movimento espírita em Minas Gerais, coordenado pela UEM. Criadoso COFEMG (Conselho Federativo Espírita de Minas Gerais), os CRE (Conselho Regionais Espíritas)e as AME (Alianças Municipais Espíritas) órgãos auxiliares da União Espírita Mineira.

1962 - Realização Simpósio Espírita Centro Sulino - Curitiba - (20 a 22/abr.). Este foi o primeiroencontro regional de caráter federativo e foi seguido pelos Simpósios Espíritas do Nordeste (Salvador- 1963), dos Estados do Norte (Belém - Jul./1964), Centro-Oeste e Territórios (Goiânia - jul.- ago./1965) e Nacional (CFN/FEB - Rio -out./1 966).

1963 - Bezerra de Menezes transmite a mensagem “Unificação” pelo médium F.C. Xavier,destacando as diretrizes básicas do movimento espírita e do seu trabalho de unificação. - Uberaba- MG - (20/abr.) - (Reformador - dez/75)

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1964 – Realizada a primeira reunião do COFEMG, em Belo Horizonte.1970 - Instalação oficial da Seção - Brasília da Federação Espírita Brasileira, por ocasião da

inauguração do Prédio do Cenáculo- (03/out.)Os Conselhos Zonais deliberavam sobre temas que lhe eram propostos e que permitiram a

aprovação dos documentos “A Adequação do Centro Espírita para o Melhor Atendimento de SuasFinalidades”, “Orientação ao Centro Espírita” e “Diretrizes da Dinamização das Atividades Espíritas”(03/out.)

1975 - O Conselho Federativo Nacional volta a sua atenção ao trabalho de orientação e apoioaos Centros Espíritas. - Brasília - (19 a 21/abr.). Através dos Conselhos Zonais, estuda, no períodode abr/1975 a out./1977, quando é aprovado, o documento “A Adequação do Centro Espírita para oMelhor Atendimento de Suas Finalidades”, que destaca como entender e o que, basicamente, cabeao Centro Espírita realizar. Estuda, no período de out./1977 a Jul./1980, quando é aprovado, odocumento “Orientação ao Centro Espírita”, que oferece sugestões de como realizar suas atividadesbásicas.

1977 - Lançamento da Campanha de Evangelização Espírita da Infância e da Juventude. - Rio deJaneiro - (01 a 03/out)

1978 - Transferência do Conselho Federativo Nacional da FEB para sua sede em Brasília. - (01/jul)

1983 - O Conselho Federativo Nacional aprova o documento “Diretrizes da Dinamização dasAtividades Espíritas”. - Brasília - (25 a 27/nov).Através deste documento, o CFN destaca a importânciae a oportunidade do trabalho de união dos espíritas, oferece sugestões para as atividades dasEntidades Federativas Estaduais e estabelece as diretrizes básicas que norteiam o trabalho federativode unificação do Movimento Espírita.

1983 - Lançamento da Campanha do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita. – Brasília - (25a 27/nov)

1984 - No seu Primeiro Centenário, a Federação Espírita Brasileira transfere sua sede paraBrasília. - (02/jan)

1985 - O Conselho Federativo Nacional transforma os Conselhos Zonais em Comissões Regionais,instaladas a partir de 1986. - Brasília - (01 a 03/nov).As Comissões Regionais trabalham com oobjetivo de colaborar com as Entidades Federativas Estaduais nas suas atividades de apoio aosCentros Espíritas.

1989 - Realiza-se o Congresso Espírita Internacional/89, promovido e realizado pela FederaçãoEspírita Brasileira. - Brasília - (1 a 5/out)

1993 - O CFN lança as Campanhas “Em Defesa da Vida” e “Viver em Família”. – Brasília - (5 a 7/out)

1995 - Realiza-se o 1º Congresso Espírita Mundial promovido pelo Conselho Espírita Internacionale realizado pela Federação Espírita Brasileira. - Brasília - (1 a 5/out)

1996 - O Conselho Federativo Nacional aprova e lança a Campanha de Divulgação do Espiritismo.- Brasília - (8 a 10/nov)

7. A Unificação

7.1. O Pacto Áureo

Em 5 de outubro de 1949, em reunião realizada no Rio de Janeiro, na sede da FederaçãoEspírita Brasileira, foi assinado o documento denominado “Pacto Áureo” que estabelece as atuaisbases de organização federativa do movimento espírita brasileiro, com a criação do ConselhoFederativo Nacional.

Destacamos, abaixo, alguns trechos do documentos, cuja versão completa e informaçõescomplementares podem ser encontradas na Apostila MOVIMENTO ESPÍRITA, editada pela FEB,1994.

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 135

7.2. Diretrizes do CFN

“O trabalho de unificação do Movimento Espírita realizado pelo CFN tem como princípiosbásicos e fundamentais o total respeito e o permanente estímulo à prática da fraternidade, liberdadee responsabilidade que a Doutrina Espírita preconiza, assim como o reconhecimento da autonomiaadministrativa das Instituições que dele participam. (...)

A integração e a participação das Instituições Espíritas no trabalho de unificação realizadopelo CFN são sempre voluntárias e conscientes, com pleno respeito à autonomia de que desfrutamdentro dos princípios fundamentais da Doutrina Espírita. (...)

Todas as atividades de unificação do Movimento Espírita têm por objetivo maior colocar, comsimplicidade e clareza, a mensagem consoladora e orientadora da Doutrina Espírita ao alcance e aserviço de todos, principalmente dos mais simples e dos que mais necessitam, por meio do estudo,da oração e do trabalho, e através da união, do fortalecimento e do aprimoramento das sociedadesespíritas.

O trabalho de unificação do Movimento Espírita reconhece a todos os que dele participam onatural direito à liberdade de pensar, de criar e de agir que a Doutrina Espírita preconiza.

CFN reconhece que a unificação do Movimento Espirita depende da união fraterna e solidáriadas Instituições Espíritas, e que estas, por sua vez, dependem do exercício vivido e praticado doamor fraterno e solidário entre os espíritas.”

(Publicado em REFORMADOR de outubro de 97)

7.3. Entidades Federativas Estaduais que compõem o CFN

Região Norte

AC - Federação Espírita do Estado do AcreAM - Federação Espírita AmazonenseAP - Federação Espírita do AmapáPA - União Espírita ParaenseRO - Federação Espírita de RondôniaRR - Federação Espírita Roraimense

Região Centro

DF - Federação Espírita do distrito FederalES - Federação Espírita do Estado do Espirito SantoGO - Federação Espírita do Estado de GoiásMG - União Espírita MineiraMS - Federação Espírita do Mato Grosso do SulMT - Federação Espírita do Mato GrossoTO - Federação Espírita do Estado do Tocantins

Região SulPR - Federação Espírita do ParanáRJ - União das Sociedades Espírita do Estado do Rio de JaneiroRS - Federação Espírita do Rio Grande do SulSC - Federação Espírita CatarinenseSP - União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo

Região NordesteAL - Federação Espírita do Estado de Alagoas

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 136

BA - -Federação Espírita do Estado da BahiaCE - Federação Espírita do Estado do Ceará

MA - Federação Espírita do Maranhão

PB - Federação Espírita ParaibanaPE - Federação Espírita PernambucanaPI - Federação Espírita PiauienseRN - Federação Espírita do Rio Grande do NorteSE- Federação Espírita do Estado do Sergipe

Entidades Especializadas de Âmbito Nacional.Associação Brasileira de Divulgadores do EspiritismoCruzada dos Militares EspíritasInstituto de Cultura Espírita do BrasilAssociação Brasileira dos Magistrados Espíritas

7.4. O Conselho Espírita Internacional (C.E.I.)

É o organismo resultante da união, em âmbito mundial, das Associações Representativas dosMovimentos Espíritas Nacionais.

A sede do C.E.I. será, rotativamente, a da Entidade Nacional de Unificação a que estejavinculado o Secretário-Geral.

8. Unificação em Minas Gerais.

“3º CONGRESSO Espírita Mineiro. O Congresso, em suas reuniões plenárias, realizadas nosdias 22,23 e 24 de junho de 1958, na sede da União Espírita Mineira, em Belo Horizonte, Estado deMinas Gerais, aprovou :

1º). ORGANIZAÇÃO DO ESPIRITISMO NO ESTADO DE MINAS GERAIS COM VISTAS ÄUNIFICAÇÃO.

1º - Fidelidade soa princípios do Espiritismo, codificado por Allan Kardec, no seu aspecto científico,filosófico e religioso, este à luz do Evangelho de Nossos Senhos Jesus Cristo, acrescidos dacontribuição das obras complementares, consagradas pela concordância com as fontes origináriasda Doutrina.;

2º - Respeito e acatamento ao Conselho Federativo Espírita de Minas Gerais, órgão da UniãoEspírita Mineira, ao qual se filiarão os Conselhos Regionais Espíritas (CRE), cabendo à União EspíritaMineira a direção do Espiritismo no Estado de Minas Gerais.

3º - Em todo município em que houver duas ou mais entidades espíritas, criar-se-á a AliançaMunicipal Espírita (AME) que organizara’, como seu órgão, o Conselho Espírita Municipal, compondo-se de representantes dos Centros e entidades espíritas das cidades e dos distritos.

4º - Organização do Conselho Regional Espírita (CRE) cujos membros serão indicados pelosrepresentantes das Alianças Municipais Espíritas (AME), pertencentes à respectiva região. (...).

Desta forma, é assim organizado o movimento espírita em Minas Gerais:

O CONSELHO FEDERATIVO ESPÍRITA DE MINAS GERAIS (COFEMG)

Órgão da UEM, executa e desenvolve o Plano federativo, preservando a pureza da DoutrinaEspírita, observadas as normas de estruturação das entidades municipais e regionais. Cada CRE

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SETOR DE PREPARAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ATIVIDADES ESPÍRITAS - SPTAE - PÁGINA 137

designa um representante para a composição do Conselho Federativo Espírita de Minas Gerais(COFEMG). (Estatuto da UEM, artigo 51)

O CONSELHO REGIONAL ESPÍRITA (CRE)

É órgão integrante do Esquema Federativo da União Espírita Mineira, nos termos do artigo 44 doseu Estatuto, das resoluções contidas no Pacto Áureo e no III Congresso Espírita Mineiro, realizadoem Belo Horizonte, de 22 a 24 de junho de 1958. O CRE é também o órgão representativo dasALIANÇAS MUNICIPAIS ESPÍRITAS (AMEs) da Região em que estiver localizado, às quais competea sua constituição e manutenção. O CRE tem por finalidade e objetivo promover, incrementar ezelar pelo Movimento de Unificação e pela divulgação do Espiritismo em Minas Gerais. (fonte:Modelo de Estatuto de CRE aprovado pelo COFEMG.)

A ALIANÇA MUNICIPAL ESPÍRITA (AME)

Unidade federativa de âmbito municipal, sem finalidade lucrativa e de duração indeterminada,constituída de acordo com as resoluções do III Congresso Espírita Mineiro, realizado em BeloHorizonte, Minas Gerais, na UEM, no período de 22 a 24 de junho de 1958. São objetivos da AME:

Trabalhar pela UNIFICAÇÃO do movimento espírita do município, com base na CodificaçãoKardequiana e nas obras subsidiárias e complementares.

Congregar todos os Centros, Grupos e Instituições Espíritas do município, que se orientem pelasnormas da Codificação Kardequiana, inscrevendo-os como entidades adesas.

Aceitar adesão de entidades espíritas sediadas em localidades ou municípios vizinhos, quando,no município em que se situarem, ainda não estiver em funcionamento a AME local.

Participar do Conselho Regional Espírita (CRE) a que se acha jurisdicionada. (Fonte: modelo deestatuto da AME, aprovado pelo COFEMG)

9. Departamentos da União Espírita Mineira - UEM

Para realizar o trabalho de Unificação em Minas Gerais, a UEM conta hoje com os seguintesDepartamentos e Setores

DAS – Departamento de Assistência SocialSF - Setor de FamíliaDCSE – Departamento de Comunicação Social EspíritaDESDE – Departamento de Estudo Sistematizado da Doutrina EspíritaSPTAE - Preparação de Trabalhadores para as Atividades EspíritasDEZ – Departamento de Esperanto ZamenhofDIJ – Departamento de Infância e Juventude (com Setor de Infância e Setor de Juventude)DOM – Departamento de Orientação MediúnicaSEE – Setor de Estudo do Evangelho“Ora vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular.” - (I Coríntios, 12:27)

10. Multiplicadores.

O esquema federativo em Minas Gerais propicia:Soma de Esforços (+)Diminuição do personalismo (-)Divisão de Trabalho (/)

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Multiplicação de resultados (*)

Consideramos que a forma ideal de trabalho e relacionamento do sistema federativo emMinas Gerais pode ser demonstrada pelo quadro abaixo:

PROMOÇÃO MULTIPLICADOR PÚBLICO-ALVO

FEB Diretores de Departamentos e Expositores ConvidadosDiretores das Federativas

UEM Departamentos da UEM e Expositores ConvidadosDepartamentos dos CRE

CRE Departamentos do CRE e Expositores ConvidadosDepartamentos das AME

AME Departamentos da AME e Expositores ConvidadosDepartamentos das Casas Espíritas

Centro EspíritaDepartamentos da Casa Espírita e Expositores Convidados

Trabalhadores da Casa Espírita

11. Avaliação

Será considerado de bom aproveitamento se todos os participantes compreenderem aimportância da dinamização e divulgação do Movimento de Unificação do Espiritismo.

CONCLUSÃO

“...dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra éde homens, se desfará; mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la, para que nãoaconteça serdes também achados combatendo contra Deus.” (Atos, 5: 38-39)

A Nova Era é fruto de esforços imensuráveis dos apóstolos da primeira hora, e hojeestamos colhendo os frutos sazonados do sacrifício desses obreiros, sendo o trabalhoda continuidade o que nos compete. Procurando adquirir consciência da hora vigente,poderemos contribuir com uma pequena parcela para a consubstanciação dos valoresno movimento amado.

Falamos muito, discutimos desnecessariamente pontos que já foram trabalhados, e oque fica claro, nas lições do Cristo, é a necessidade de viver, em Espírito e Verdade, oEvangelho. Auxiliados pelo trabalho nas Casas Espíritas, cabe-nos ser elementosfacilitadores do progresso inarredável, lembrando que a nossa construção é muito maiorno campo íntimo, com bases no amor e na alegria de tantas oportunidades recebidas.

Entendemos que cabe a nós espíritas, o dever de divulgar primeiramente o Espiritismopara os simples de coração, principalmente através dos exemplos. Por que não tentar

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auxiliar num processo tão simples em suas engrenagens e que pode se tornar complicadopela não observância dos ensinos do Evangelho?

Amando uns aos outros, com toda certeza estaremos bem próximos para construirjuntos, uma Casa Espírita melhor e, por conseqüência, contribuir para um mundo melhor.

Deixemos os efeitos das posturas incongruentes, abandonemos as discussões estéreis,deitemos fora o sectarismo, o proselitismo, a política religiosa e as posturas austeras efrias.

Unamo-nos em Cristo revivendo o cristianismo no nascedouro, para que os holocaustosíntimos sejam vencidos com dignidade, relembrando os exemplos dos cristãos unidosem prece aguardando o sacrifício no circo.

Hoje esse sacrifício não existe mais, no entanto, é necessário revive-lo para sentirmosque as feras estão dentro de nós, e só com a União de propósitos venceremos e seremosrecebidos por Ele, que é o nosso Único e Verdadeiro Mestre, Unificando os corações.

“Eu sou o caminho, e a verdade e a vida..” - (João, 14:6)

“Disse-vos isso por parábolas;chega, porém,

a hora em que vos não falarei mais por parábolas,mas abertamente vos falarei acerca do Pai.”

(Jo, 16:25)

Notas do Estudo.

Filhos,

Nosso campo mental guarda vasto acervo de possibilidades necessitando beneficiamento, a fimde se revelar consciente e justo, a serviço da evolução.

No afã de assimilar experiências, após tantos anos de aprendizado em níveis primários, quandoas circunstâncias nos conduzem em suas correntes misteriosas e sábias, eis que a cultura variadada Terra – fruto das vivências humanas, em diferentes patamares evolutivos, mais as investidasespirituais da genuína revelação – pulula na palavra, na conduta, nos hábitos, registrados por muitosmeios, a favorecer a permuta de valores que tanto nos alimentam as almas em lutas pelo progresso.

Esse terreno diversificado de troca e integração, a se definir como meio social e cultural deexperiência humana, merece, por isso mesmo, como diminuto universo em expansão, ser estudado,analisado, apropriado no que tem de melhor, dentro dos parâmetros que a consciência desperta jános estabelece ao ser.

Roteiro da Luz .

Conhecer, meus filhos, significa avançar, liberando-se de padrões menores, o que promove acriatura a novo plano de sentimentos e de aspirações superiores.

Estudar, dessarte, faculta-nos a ciência da vida, de nós mesmos, de Deus.Sem a prerrogativa do estudo, que nos ilumina a mente e nos sensibiliza o coração, o viver se

restringiria ao domínio dos instintos brutos, que definem ciclos primitivos de existência, como lei

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primeira da criatura inconsciente fadada a experimentar-se em faixas de submundo, até que seupsiquismo, amanhado, dinamizado por semelhantes registros, apresente-se capaz de maiorassimilação e dedução do que encontre na jornada existencial.

Ante a Obra Espírita.

Como o Espiritismo, a Humanidade atinge o apogeu de suas pesquisas, análises e experiênciasde vulto. Isto, porque a Terceira Revelação Divina, formulada em tríplice aspecto, numa conjugaçãoharmônica, ímpar, entre o Mundo Espiritual e o Mundo Material, representa a base científico-filosóficade uma nova etapa de experiências humanas, em que o aspecto religioso atende, sem quaisquernotas de incoerência ou desarmonia, aos imperativos da ascensão espiritual do Orbe.

Nosso Dever de Espíritas Conscientes.

Assim, o estudo do mecanismo vivencial, de nós mesmos, de Deus, com toda a correspondênciaque interliga esses temas, torna-se dever de quantos abraçamos o Consolador prometido por Jesus.

Se Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade, e a Vida, sem os quais não atingiremos a plenitude emDeus, Allan Kardec e os lídimos seareiros que lhe secundaram fielmente os trabalhos de escol abenefício da Humanidade, consubstanciam, invariavelmente, a chave bendita para aquele acessoao Todo Sábio da Criação.

O estudo, portanto, na abrangência que o caracteriza na Terra, quando não somente leitura, masinterpretação fecunda, e não somente esta, mas viva sensibilização da alma, ser-nos-á lance decisivono plano das aquisições definitivas do Espírito, dotando-o dos instrumentos imprescindíveis à jornada,com a libertação real de suas faculdades por muito tempo atadas às ignorância e aos vícios atávicosdos homens pretensiosos.

Estudar, meus filhos, é viver.

(Anotações de Servidor – Bezerra de Menezes – Psicografado por Wagner G. da Paixão – União EspíritaMineira)