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v^á /TVOV ftx y** 30* * NOS BAIRROS Anol-N.M Federação das Associações de Moradores de São João de Meriti Julho/88 ^IB^iJ Eleições Municipais e o Movimento Aproximam-se as eleições Municipais 88. Eleições para a Prefeitura e para a Câmara de Vereadores. Os Partidos, com seus candi- datos, iniciam a mobilização da campanha eleitoral. A cidade começa a agitar-se em vista às eleições. Essas eleições, porém, acontecem num quadro político difícil para a população: estamos diante de uma das maio- res crises sociais e políticas do país. Nós, do Movimento Popular Organizado, Associações de Moradores e Federação, estamos muito atentos a esse processo eleito- ral. Temos a obrigação de acompanhar e par- ticipar dele decisivamente. Entendemos que eleições, livres e democráticas fazem avançar a consièiência de que somos cidadãos respon- sáveis ífrela construção da democracia na Cidade. Embora as condições, as regras do jogo eleitoral, sejam desfavoráveis aos parti- dos e candidatos populares, chegou a hora de somar-mos forças e dar- mos mais um passo na conquista da cidadania e na luta pelas trans- formações sociais. O Movimento Popular em Meriti, pela persistência em suas lutas, pela sua organiza- ção de base, e pela clareza de seu papel na cidade tem consciência de seu peso político nessas eleições que se aproximam. Iremos influir decisivamente no futuro político do Município. A ABM, por ser parte do Movimento Po- pular, e não um partido político, não apresen- ta candidatos, não irá eleger prefeito e nem vereadores. Mas as bases do movimento, nossos militantes, saberão dicernir quais partidos e quais candidatos, por sua prática e propostas, querem servir-se do movimento de forma populista e clientelista e quais parti- dos e candidatos se comprometem com as causas e lutas populares. A atual administração Municipal tem-se demonstrado incompetente em responder as aspirações e reinvidicações do Movimento Popular Organizado. Mais do que isso: tem se aliado aos interesses conservadores da cidade em detrimento às soluções dos graves pro- blemas da população, a lama, o lixo, saúde, transporte, saneamento, habitação e educa- ção... Quanto ao Estado (Governo Moreira) a forma como realiza obras no Município é uma afronta a dignidade do povo. A direção da nossa Federação, com suas Associações filiadas, vem levando atualmente algumas lutas da maior importância para a melhoria das condições de vida da popula- ção meritiense: saneamento básico, saúde, educação, habitação, entre outras. Essas lutas, pela forma como estão sendo travadas, significam que a população organizada está apontando soluções alternativas e quer tomar em suas mãos o controle e a gestão desse processo. Nessas lutas, através de diálogo e do confronto com o Estado, vamos descobrindo que encontraremos soluções reais e funda- mentais para os problemas da população se desempenharmos corretamente nosso papel de pressão, se mobilizando de forma organiza- da com a população e exigindo com firmeza, nossos direitos. Considerando a importância das eleições Municipais de novembro próximo a ABM irá realizar seminários e debates, inclusive com candidatos que querem vir somar forças e colocar-se a serviços das lutas e causas po- pulares. Concluindo: as soluções os problemas por parte dos poderes públicos estão demorando. As eleições se aproximam. Chegou a hora de mobilizarmos a população e irmos novamente às ruas denunciar a incompetência dos pode- res públicos e exigir sem demora solução para a calamidade que vivemos. Novamente o Bloco da ABM na Rua Reunião de Preparação da Caravana Saneamento Básico: Encarte Especial No Jardim Metrópole, Abandono é Total (P.4) Entrevista com Ury Gomes Machado (Pág. 3)

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v^á /TVOV ftx y** 30* *

NOS BAIRROS

Anol-N.M Federação das Associações de Moradores de São João de Meriti Julho/88

^IB^iJ Eleições Municipais e o Movimento Aproximam-se as eleições Municipais 88.

Eleições para a Prefeitura e para a Câmara de Vereadores. Os Partidos, com seus candi- datos, iniciam a mobilização da campanha eleitoral. A cidade começa a agitar-se em vista às eleições. Essas eleições, porém, acontecem num quadro político difícil para a população: estamos diante de uma das maio- res crises sociais e políticas do país.

Nós, do Movimento Popular Organizado, Associações de Moradores e Federação, estamos muito atentos a esse processo eleito- ral. Temos a obrigação de acompanhar e par- ticipar dele decisivamente. Entendemos que eleições, livres e democráticas fazem avançar a consièiência de que somos cidadãos respon- sáveis ífrela construção da democracia na Cidade. Embora as condições, as regras do jogo eleitoral, sejam desfavoráveis aos parti- dos e candidatos populares, chegou a hora de somar-mos forças e dar- mos mais um passo na conquista da cidadania e na luta pelas trans- formações sociais.

O Movimento Popular em Meriti, pela persistência em suas lutas, pela sua organiza- ção de base, e pela clareza de seu papel na cidade tem consciência de seu peso político nessas eleições que se aproximam. Iremos influir decisivamente no futuro político do Município.

A ABM, por ser parte do Movimento Po- pular, e não um partido político, não apresen- ta candidatos, não irá eleger prefeito e nem vereadores. Mas as bases do movimento, nossos militantes, saberão dicernir quais partidos e quais candidatos, por sua prática e propostas, querem servir-se do movimento de forma populista e clientelista e quais parti- dos e candidatos se comprometem com as causas e lutas populares.

A atual administração Municipal tem-se demonstrado incompetente em responder as

aspirações e reinvidicações do Movimento Popular Organizado. Mais do que isso: tem se aliado aos interesses conservadores da cidade em detrimento às soluções dos graves pro- blemas da população, a lama, o lixo, saúde, transporte, saneamento, habitação e educa- ção... Quanto ao Estado (Governo Moreira) a forma como realiza obras no Município é uma afronta a dignidade do povo.

A direção da nossa Federação, com suas Associações filiadas, vem levando atualmente algumas lutas da maior importância para a melhoria das condições de vida da popula- ção meritiense: saneamento básico, saúde, educação, habitação, entre outras. Essas lutas, pela forma como estão sendo travadas, significam que a população organizada está apontando soluções alternativas e quer tomar em suas mãos o controle e a gestão desse processo.

Nessas lutas, através de diálogo e do confronto com o Estado, vamos descobrindo que só encontraremos soluções reais e funda- mentais para os problemas da população se desempenharmos corretamente nosso papel de pressão, se mobilizando de forma organiza- da com a população e exigindo com firmeza, nossos direitos.

Considerando a importância das eleições Municipais de novembro próximo a ABM irá realizar seminários e debates, inclusive com candidatos que querem vir somar forças e colocar-se a serviços das lutas e causas po- pulares.

Concluindo: as soluções os problemas por parte dos poderes públicos estão demorando. As eleições se aproximam. Chegou a hora de mobilizarmos a população e irmos novamente às ruas denunciar a incompetência dos pode- res públicos e exigir sem demora solução para a calamidade que vivemos.

Novamente o Bloco da ABM na Rua

Reunião de Preparação da Caravana Saneamento

Básico: •

Encarte Especial

No Jardim Metrópole, Abandono é Total (P.4)

Entrevista com Ury Gomes Machado (Pág. 3)

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ABM denuncia Caos da Saúde em Meríti A luta do movimento po-

pular na questão da saúde em São João de Meritl é uma lar- ga caminhada que envolve o levantamento de informações, pesquisa, reuniões, debates ea luta concreta pelas reivindica- ções populares. A Federação ABM tem o papel de coorde- nar e dirigir essas lutas, e as vitórias e conquistas, ainda que insuficientes, já podem ser constatadas. O Projeto S.O.S. Baixada, iniciado em 1987, possibilitou a construção de 4 unidades mistas lambulatóriò e urgência) em São João de Meriti, já prontas para o fun- cionamento mas ainda não inauguradas. O esqueleto de Vilar dos Teles, antiga reivin- dicação da população, vai ser aproveitado e já iniciaram as obras para a construção de um PAM-PU (atendimento médi- co e urgência) para a popula- ção. E a luta pela construção I do primeiro Hospital Público de São João de Meriti já traz

como resultado a definição do terreno em Vilar dos Teles.

Todas essas vitórias ainda não atendem a necessidade do quadro caótico da saúde no nosso município, como pode ser constatado pela pesquisa da médica da Universidade Fe- deral do Rio de Janeiro (UFRJ) publicada numa revista de saú- de e lançada no dia 12 de ju- nho numa atividade da ABM. E sem levar em conta toda essa realidade, numa postura des- respeitosa e autoritária, o INAMPS cancelou a interven- ção no PU de São João Mateus, acarretando no fechamento dessa unidade e na ausência de posto de atendimento de ur- gência à população de inúme- ros bairros. A ABM lançou nota pública onde implica e- denuncia os fatos. Reproduzi- mos na íntegra o conteúdo dessa nota.

O PU de São Mateus per- tence ao SESE-Serviço de Assistência Social Evangélica,

— e estava sob intervenção do INAMPS há mais de um ano devido às péssimas condições de atendimento à população. Omovimento popular insisten- temente, reivindicou sua en- campação junto a Prefeitura durante este período, para me- lhorar a qualidade do seu servi- ço, mas não foi atendido.

Meses atrás | o INAMPS, numa postura autoritária' e desrespeitosa com a comuni- dade, cancelou a intervenção, acarretando o fechamento des- sa unidade, pois seus funcioná- rios não recebiam pagamento há cerca de três meses.

Assim a população ficou sem o seu único posto de ur- gência médica, onde ocorriam cerca de 14.000 atendimentos por mês, conforme estatísticas da própria unidade.

A medida paliativa adotada pelas CIMs - João de Meriti foi de ampliar o atendimento em algumas Casas de Saúde, não resolvendo o problema, já

que elas não estão aparelhadas com equipe profissional e re- cursos materiais para o atendi- mento de demanda de urgên- cia e emergência geral. Uma dessas Casas de Saúde já foi fe" chada pela CIMs, devida a sua péssima qualidade de atendi- mento e condições sanitárias.

A população, por outro lado tem o direito e a necessi- dade de ter um Pronto Socor- ro com equipe profissional de urgência e emergência com ambulância durante 24 horas perto do local de moradia.

O movimento popular re- pudia este ato, e propõe que a Sacretaria Estadual de Saúde, responsável maior pela saúde no Estado, intervenha nesta unidade de saúde, até que as quatro unidades mistas cons- truídas no município funcio- nem, já que estão prontas e com todo seu equipamento, dependendo apenas de recur- sos humanos, cujo concurso está sendo viabilizado.

Não é justo que a popula- ção carente de São Mateus, Tomazinho, Humaitá, Éden, Vila Norma, etc —, cerca de 200.000 pessoas, fique privada deste atendimento ou tenha que se deslocar para outros bairros considerando-se ainda, as péssimas condições de trans- portes, especialmente à noite, quando é escasso ou inexisten- te.

É fundamental que conti- nuemos a luta pelo rápido fun- cionamento das quatro unida- des, que se agilize a construção do PAM—PU definitivo no "Esqueleto" do Vilar dos Te- les, e que se de início a cons- trução do Hospital Público. Em tempo: o movimento de- nuncia ainda que o Centro de Saúde de São João, Anibal Viriato está há 3 anos com o Raio X quebrado e há 6 meses não tem tratamento dentário por falta de agulhas nos apa- relhos. Exigimos providências.

Municípalízação da Educação O Congresso de Educação

de S.J. de Meriti, realizado em 1987, apontou como priorida- de a criaçáo de um Conselho Popular Municipal de Educa- çâb com o objetivo de enca- minhar a luta pela educação em nosso município.

Foram indicados os seguin- tes setores para compor o Con- selho: ABM, CEP, Movimento Negro, IPELCI, SESC, SEMEC (Secretaria Municipal de Edu- cação), NEC (Núcleo de Edu- cação Comunitárial e Sindica- to dos Professores (condicio- nado a ter uma Delegacia em Meriti), ficando aberto a pos-

sibilidade da participação de outros grupos que atuem na área de educação.

0 Conselho vem se reunin- do e realizou uma Plenária so- bre a Municipalização do Ensi- no, assunto hoje extremamen- te polêmico, no CIEP Lima Barreto, no dia 21 de maio, com a participçáo de cerca dt 200 pessoas.

Participaram na mesa de de- bates representantes do Estado (prof. Silvia Barreto Nigro- monte — Conselho Diretor do PROMURJ); Município (Prof? Gênesis Pereira — Secretário Municipal de Educação), CEP

EXPEDIENTE ABM NOS BAIRROS - Órgão oficial da Federação das

Associações de Moradores de São João de Meriti. Rua Lufs Alves Cavalcante, 25, Vilar dos Teles, São João de Meriti, RJ-25500. Diretoria: Presidente: Sérgio Luiz Bonato Vice-Presidente: Ury Gomes Machado Secretária: Lúcia Helena Pereira Vice-Secretário: Décio França Tesoureira: Maria Adelaide da Silva Vice-Tesoureiro: Adelar Pedro de David Diretor-Saneamento: Francisco Silva Rosemar Dias Diretor-Transporte: Raimundo Soares Luiz Aguiar Diretor-Saúde: Angelina Galizi Januário Figueiredo Diretor-Educação: Maria da Conceição Carvalho (Nalu) Geni de Oliveira Formação: João Bosco Alberto Luiz da Silva Feminino: Maria de Fátima Quintiliano Zeelância Cândido Imprensa: marla Bernadete Travassos Cultura: Edvaldo Ramos Abastecimento: José Francisco de Almeida Conselho Fiscal: efetivos — Vanildo Moretti, Edson Mesquita, Heleno Macedo. Suplentes: Jorge Luiz Santos, Murilo Furtado, Valdevino Costa.;

Ano 1 - N° 5 - Julho 88 Redação • Fotografia: equipe da abm / Assessor ia:

ABM/

ABM / Atsessoria: Júnior (fase) Diagramação: Argemiro Zager Composição, montagem • impressão: Tribuna da Imprensa S/A Tiragem: 10 mil exemplares

(Profa. Maria Luiza Bode -Pre- sidente CEP-Meriti), ABM (Sérgio Luiz Bonato - Presi- dente) e do Conselho Popular Municipal de Educação (Maria da Conceição Rosa (Nalu) - Diretora de Educação da ABM) e Iclea Lajes de Melo (Diretora do CEP-Meriti).

Hoje a discussão da Muni- cipalização se amplia à nível nacional. No Estado do Rio de Janeiro já foram municipa- lizados 16 municípios com um total de 306 escolas. O Estado defende a municipalização da Educação como prioridade, através do PROMURJ (Progra-

ma de Municipalização do En- sino de 1° Grau do Estado do Rio de Janeiro).

A Prefeitura se posiciona à favor da Municipalização des- de que o Estado assuma tare- fas que o município não tem condições de assumir. O CEP Estadual é contra a Municipa- lização, avaliando que por trás do discurso vindo do Es- tado de Descentralização e De- mocratização, há o interesse na desmobilização do profes- sorado e da socialização da po- breza.

A ABM, embora ainda não tenha definido uma posição.

ressaltou a importância de se aprofundar a discussão com a população destacando que a Municipalização do Ensino não deve estar necessariamente restrita ao PROMURJ e expôs como está o processo de dis- cussão sobre a Municipalização da Saúde. As propostas enca- minhadas e aprovadas na Ple- nária foram as seguintes: — que o Conselho Popular Municipal de Educação realize atividades para aprofundar uma discussão que leve a um definição sobre a Municipali- zação do Ensino em S.J. Meri- ti;

— exigir da Prefeitura de Me- riti compromisso de que as de- cisões referentes à Educação, incluindo a Municipalização, sejam definidas pelo Conselho; — agilizar o processo de con- solidação do conselho e reco- nhecê-lo juridicamente.

a Prefeitura se comprome- teu diante da Plenária que qual- quer decisão referente à Edu- cação e especificamente à Mu- nicipalização, só será tomada de acordo com a posição do Conselho Popular Municipal de Educação, reconhecido como órgão máximo de deci- são no município.

A enchente levou as promessas A catástrofe que se abateu

sobre São João de Meriti du- rante fevereiro último aconte- ceu por causa da falta de pla- nejamento e pela omissão das autoridades, o que permite a ocupação de áreas perigosas como encostas de morros ou margens de Rios.

Os dados são alarmantes. Foram 31 bairros atingidos, sendo os mais afetados: Jardim Nòia, Jardim Paraíso, Vilar dos Teles, São Mateus e Éden. Chegou-se a 4.175 pessoas de- sabrigados.

Durante 40 dias de enchen- tes o Comitê de Solidariedade formado pela ABM Igreja Católica e Prefeitura segura- ram o desespero e a dor daque- kes que perderam tudo. Passa- dos os piores dias, come- çaram a surgir propostas por parte dos Governos Federal e Estadual para recuperação de 6.000 km de redes de água e esgoto na Baixada e a constru- ção das casas em regime de mutirão remunerado. Este pro- grama de Ação Integrada cus- taria US$ 1 bilhão, de acordo com matéria publicada no jor- nal do Comércio dia 9/04688.

O Estado repassou 15.000 OTN's (Cz$ 12 milhões) que representam 10% do valor to- tal de 150.000 OTN's que se- riam destinados à construção de 500 casas para o desabriga- dos em S. João.

Destes, 10% já foram distri- buídos entre 150 famílias mais atingidas, em cheques de Cz$ 41.000,00. Outro fato real é que já se havia criado uma situação insustentável: após quase três meses das chuvas alguns ClEPs continuavam ser- vindo de casa aos desabriga- dos, impedindo assim que as crianças pudessem retornar às aulas.

Enquanto isso, continua- ram as negociações. A última notícia divulgada foi que até junho o Rio de Janeiro rece- beria US$ 400 milhões em financiamentos da Caixa Eco- nômica Federal e do Banco Mundial para aplicação em reconstrução de casas popula- res e obras públicas (4.05.88 -O Globo).

Em São João, além da ne- cessidade de recursos a serem destinados às obras, a prefeitu- ra ainda não decidiu que ter-

renos serão desapropriados: Até agora muitas promessas foram feitas, mas poucas ações concretas do poder público surgiram. A situação exige res- postas imediatas.

Toda essa situação poderia no entanto ter sido evitada se òs governos passados tivessem atendido as reivindicações do movimento popular, que já exigia saneamento básico, lim- peza dos rios, canalização das águas pluvias. No entanto, o relacionamento do poder pú- blico com a população meriti- ense sempre foi de desrespeito a sua cidadania, ao seu direito a ter uma vida de qualidade e de participar das decisões que dizem respeito a vida da cidade.

A luta da ABM é para que a prefeitura libere já os terre- nos e para que os governos Estadual e Federal liberem re- cursos para a construção das casas populares. Só o povo unido e organizado em associa- ções de moradores poderá ga- rantir o cumprimento desses compromissos e a conquista plena dos nossos direitos, da nossa cidadania.

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Em Foco: Ury Gomes Machado

URY GOMES MACHADC-iTanos, mo- rador do bairro Itapua, presidente da Fe- deração ABM durante 1985/87, atual vice-presidente da ABM e presidente a Associação de Moradores do Bairro Itapuã e Adjacências. Ury tem um pas- sado de luta no sindicato dos Petrolei- ros do Rio de Janeiro, e uma história de comprometimento coma consolidação da federação ABM em São João de Meriti. Nessa trajetória, Ury tem se revelado co- mo uma das maiores lideranças munici- pais, de grande firmeza e grande esperan- ça na transformação de São João de Me- riti num município onde a cidadania seja exercida pela população através da sua participação direta nas decisões e dos seus direitos respeitados. É esta sua luta. Neste número de ABM nos Bairros, tra- zemos uma entrevista exclusiva com este grande líder meritiense. ABM — Ury, há uma certa opinião popu- lar, inclusive que é compartilhada por inúmeros técnicos, de que a Baixada Fluminense não tem jeito. Você, que tem uma longa luta aqui na cidade, acredita realmente que a Baixada tem jeito? Ury — Claro, a Baixada não só tem jeito, como nós estamos provando isso na prá- tica a partir da nossa luta, da"nossa mobi- lização, das nossas conquistas. Nós esta- mos mostrando que só com a participa- ção ativa da população nas suas associa- ções e organizações é possível reverter em definitivo o quadro de abandono e miséria em que o povo se encontra, con- quistando uma real qualidade de vida que se traduz em saneamento básico, saúde, habitação, educação, lazer, trans- porte e em todos os serviços essenciais para o desenvolvimento de uma vida digna. Ury - Na luta pela saúde, essencial np nosso município que não possui um hos- pital público, muitas são as vitórias, ape- sar de serem ainda insuficientes dentro da nossa realidade. Para citar algumas conquistas: nós conseguimos o aproveita- mento do esqueleto de Vilar dos Teles, onde está sendo construído uma unidade mista para o atendimento a população através do Projeto S.O.S. Baixada conse- gui a construção de quatro unidades bá- sicas de saúde na cidade e a definição do terreno em Vilar dos Teles para a constru-

ção do Hospital Público. Ainda tem o Convênio da Ações Integradas de Saúde com a Associação de Caridade e Hospital de São João de Meriti que torna essa uni- dade universal e gratuita (todos têm di- reito sem pagar nada). ABM — A luta pela saúde está diretamen- te ligada peto saneamento básico que tem sido a prioridade da ABM desde seu pri- meiro Congresso em 1983. Neste mo- mente as obras acontecem em diversos bairros, mas estão causando muitos transtornos aos moradores. O que está ocorrendo? Ury — Muitos são os problemas na ver- dade. O mais grave é que a CEDAE, res- ponsável pelas obras, não está estrutura- da para acompanhar e fiscalizar as emprei- teiras e o volume de obras que está sen- do feito. As empreiteiras executam o serviço de forma irresponsável e a con- seqüência são as ruas e os bairros intran- sitáveis, os buracos e a lama. 0 sanea- mento em muitos locais já está inclusive danificado, e em outros, para fazer escoar as águas da chuva, os próprios moradores são obrigados a destruir a instalação. Na verdade, a CEDAE e Governo do Estado estão empurrando as obras com a barriga, estão tratando os cidadãos meritienses com desrespeito, com irresponsabilidade. ABM - O que é preciso fazer? Ury — É preciso acompanhar as obras para que ao finalizar o serviço em uma rua, as empreiteiras a deixem em condi- ções dignas de moradia. Mais do que isso, o que o movimento reinvidica é a execu- ção do saneamento básico, entendido como esgotamento, escoamento de águas pluviais, macro-drenagem dos rios, trata- mento do esgoto, manutenção do sistema, urbanização das ruas e recolhimento do lixo. Nós temos direitos como cidadãos. O que o governo tem feito não é o sanea- mento básico como está dizendo na televisão e anunciando nas p(acas,mas apenas o esgotamento sanitário. ABM - Qual a perspectiva de urbaniza- ção da cidade? Ury — Nós vivemos um momento muito importante, que é a luta pelo saneamento básico e o início das obras em diversos bairros. Neste momento o movimento trava uma importante batalha para que o saneamento básico seja implantado de

fato, e isto significa também atingir a urbanização, que é um componente des- ta luta. Há diversas perspectivas nesta luta, por exemplo, empréstimos feitos ao BIRD, ou convênios da Prefeitura com o governo do Estado e com o governo federal. Mas esta perspectiva só poderá ser garantida com a luta ativa e fortale- cida do movimento popular. ABM — A luta do saneamento básico é hoje levada pelo conjunto do movimento na baixada. Qual é o significado dessa articulação? Ury — Eu diria que a união e articulação das federações MAB em Nova Iguaçu, MUB em Caxias, ABM em Meriti e o Mo- vimento de Nilópolis é o maior fator po- lítico do movimento organizado que aconteceu durante essa trajetória. É o Comitê Político da Baixada que consegue ordenar e estruturar a luta pelo sanea- mento básico e hoje também a luta pela habitação e pela saúde. ABM — Há perspectivas para que essa união da baixada avance para outras lutas? Ury — Há perspectivas concretas e este é nosso objetivo, a luta pela cidadania na baixada fluminense ABM — Nessa luta o movimento tem se fortalecido? Ury — Como eu já disse os resultados são muitos. Nós estamos construindo uma nova cidade. E um desses resultados é que o movimento popular está crescen- do e se fortalecendo. Só este ano são, talvez, 25 novas associações de morado- res fundadas. Hoje a ABM congrega cer- ca de 75 associações de moradores funcionando ooncretamente. Nós esta- mos forjando uma nova democracia,

e quando eu digo isso é porque entendo que a democracia não é um valor pronto, acabado, mas a nossa democracia, a de- mocracia poDular, está sendo construída concretamente, no dia-a-dia, pelo movi- mento, pela ABM. A democracia para nos também significa ter acesso a uma efetiva qualidade de" vida, e nesse sentido, nossa luta altera significadamente a qualidade de vida de São João de Meriti. ABM — Já que você falou em democracia, como você vê as eleições municipais desse ano? Ury — No movimento, os moradores aprendem que não adianta trocar o voto por um favor, porque depois vão ter co- mo vereadores ou como prefeito pessoas que não representam os interesses popu- lares e aí as decisões são tomadas contra os próprios moradores. Por isso eu vejo nesse momento eleitoral um momento importante para refletir: o que foi que a câmara dos vereadores fez? 0 que foi que a prefeitura fez? Nós precisamos votar em candidatos que tenham compromissos com o movimento, que estejam partici- pando ativamente deste movimento, para que representem os interesses populares e para que a população tenha o efetivo controle da sua ação parlamentar. Aqui em São João de Meriti nós temos a expe- riência de vários prefeitos cassados por corrupção e de vereadores comprometi- dos com essa corrupção. Não será neles que a população irá votar. São nos parti- dos e nos candidatos com compromissos populares que a população deverá confiar o seu voto e cobrar sua participação nas decisões dos seus mandatos. E hora de mudar. E os candidatos populares são um dos caminhos para mudar Menti.

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Jardim Metrópole Sonha em Virar Cidade Mestre Aurélio define Me-

trópole como cidade principal ou capital de pronvfncia. O bairro Jardim Metrópole, em São João de Meriti, mais parece lugarejo do interior: as ruas confundem-se com o mato e se transformam em trilhas para cabras, galinhas ciscam vermes dentro das va- las abertas e a pouca água que os moradores retiram dos po- ços feitos no quintal pode estar contaminada pelo esgo- to que corre a menos de um metro das casas.

Nas cidades interioranas existem as famosas praças com coreto e banda de música que reúnem a população para ouvir a retreta. No Metrópole, exis- tem duas praças: uma perto do Departamento de Polícia, que serve como estacionamen- to para carros, e a Praça Sut- américa, inaugurada em 1955, onde o mato cobre o que res- tou dos bancos de cimento.

"Esta praça vive cheia de mato e lama. Quando chove', as crianças que vêm da Rua Telefônica são obrigadas a dar a volta para chegar ao Ciep do bairro. A Prefeitura alega que a rua faz parte da área de servidão da torre da Light, e, por isso, não promove me- lhorias, mas sabe cobrar im- postos", reclamou a ex-presi- dente da associação do bairro, Maria dos Santos, conhecida como Cota.

A Prefeitura Municipal ini- ciou algumas obras no bairro,

porém, assim como começou, parou de repente. Trabalhado- res do OSPU colocaram mani- Ihas na Rua Dário Marques acima do nível e, agora a rua enche. Há dois anos e meio a AM reinvidica a drenagem e a pavimentação da Avenida do Comércio, como parte do chamado "Metrópole-Botâni- co". A verba saiu em 86 e a obra seria executada pelo Esta- do, porém a prefeitura assu- miu o projeto. "Eles não me- xeram nas manilhas, jogaram escória industrial e pó de pe- dra, no entanto, a verba foi liberada para asfallamento", afirmou Cota.

Depois de tempestades, o canal auxiliar do Sarapuí de- volve para as ruas o esgoto e a água pluvial. Há seis meses atrás o ex-diretor do departa- mento de Serviços Públicos e Urbanos (DSPU), Generoso Guedes, alegou que somente depois que o canal auxiliar do Sarapuí for drenado a si- tuação do bairro melhorará. "Podemos fazer obras na Praça Sulamérica, pof exemplo, mas enquanto não se drenar o ca- nal, de nada adianta, porque ela continuará alagando", jus- tificou Generoso.

Outro grave problema do Jardim Metrópole, além das valas abertas e do lixo é o abastecimento de água. Em janeiro deste ano os "metro- politanos" viveram momentos difíceis. "Na segunda semana de janeiro ficamos três dias

Os moradores colocaram cascalho na rua para atravessar o lixo

sem água. Quem tem cisterna armazenou, porque a água não tinha pressão suficiente para subir á caixa. Para cozinhar, apelamos para água de poço", relembrou a ex-presidente da associação.

Na época, o chefe do dis-

trito de Águas da Cedae, Carlos Castro, argumentou que a falta d'água acontecia em todo o Estado por causa do calor. Ele afirmou que o dis- trito solicitou acréscimo de 1,8 metros de água por segun- do para o verão de 89 e a ins-

talação de hidròmetros para controlar o uso abusivo. Atual- mente, a população continua convivendo com o problema. Às terças e quartas os morado- res da parte alta têm água na torneira, já os que vivem na parte baixa, só aos sábados e

domingos", disse Fátima Quin- tiliano, integrante da associa- ção e diretora da ABM.

Pouca água no cano, muita água nas ruas. Depois de uma chuvarada a.Avenida do Co- mércio e as ruas transversais viram um rio caldaloso cujas águas invadem peixarias, lojas e obrigam a diretora do Colégio Sandra Maria, única escola pública do bairro, a mandar as crianças de volta para casa. "O prefeito não to- ma providências, só sabe co- brar. O alvará passou de Cz$ 300 para Cz$ 4 mil este ano", esbravejou Valdejan Batista, dono da Foto Metrópoles, na Avenida do Comércio, que ficou com problemas na colu- na de tanto empurrar água pa- ra fora de sua loja com rodo.

Lazer no Metrópole signifi- ca campo metropolitano. "Ele é a única diversão do bairro, mas quando está cheio, não podemos jogar bola. Depois da chuva, além da água, nos sujeitamos a enfrentar ratos e cobras", reclamou Antônio Jorge Souza.

Transporte e saúde são duas outras prioridades na luta da associação de moradores. Os metropolitanos só contam com as empresas de ônibus Regina (que vai para Caxias) e Flores. "São poucos e pas- sam lotados", comentou Cota. No começo do ano, foram detectados 15 casos de hanse- níase na área.

Rodo Trio de Ouro

Tamba e Raimundo, juntos na luta por melhorias no Rodo

"As ruas do bairro Rodo estão em péssimo estado, estão intransitáveis, nem os carros nem o caminhão de gás passam mais". Quem faz esta

denúncia é o presidente da Associação de Moradores do Rodo, Tambatajá de Souza Magalhães, o Tamba. As prin- cipais lutas da Associação

atualmente são a colocação de manilhas nas ruas e a reforma na sede, que fica na rua Porto Alegre 309. Entre as ruas mais danificadas, além da rua da associação, estão as ruas Fernandes de Queiroz, Dona Clara, Assis Guedes e Alameda do Delta.

A Associação, que foi fun- dada em 07/09/86, já conquis- tou algumas vitórias no bairro, entre elas: o aluguel da sede; 302 bolsas de estudo em 1987; um pré-escolar que fun- cionou ano passado, atenden- do a 50 crianças; e o Projeto do ticket do leite que atende a 100 famílias. O Vice-Presi dente da Associação, Raimun- do Soares de Souza, é o Dire- tor de Transportes da Federa- do - ABM.

Tamba e Raimundo estão firmes na luta, acreditando numa mudança efetiva da qua- lidade de vida no bairro e no município de São João. E apostam na vitória da popu- lação organizada.

José Francisco, presidente da Associação do Trio de Ouro

A Associação de Moradores de Trio de Ouro e Adjacências também esta lutando junto com a Federação ABM pelo saneamento básico no nosso município. No bairro, esta luta assume concretamente a rein- vidicação da dragagem do ca- nal Sarapuí que liga a Rua Rio de Janeiro à Rua Artur de

Oliveira Costa, bem como a ur- banização de todo bairro. O presidente da associação é o companheiro José Francisco de Almeida, o conhecido Zé do Trio de Ouro. Zé Francis- co informou ao "ABM Nos Bairros" que a luta da asso- ciação já conquistou inúme- ras vitórias para os morado-

res, como por exemplo a urba- nização de um trecho da Rua Rio de Janeiro. No entanto, a reinvidicação é que a urba- nização seja estendida ao res- tante da rua, para a Rua As- suncion e todas as Ruas do Bairro.

A associação está atual- mente desenvolvendo o Proje- to Recriança que atende 200 crianças no bairro com espor- te, cultura e merenda. A coor- denadora do Projeto no Trio de Ouro, Dora, é também diretora de saúde da associa- ção, e importante militante do movimento de bairros. Além do Projeto Recriança a associação participa do Pro- jeto do Ticket de Leite, aten- dendo 200 famílias.

"Para levar avante todas estas lutas, a Associação conta com a participação ativa dos moradores e da comunidade, além de manter um ótimo relacionamento e integração com as igrejas e coi. o esporte no bairro", garante Li Fran- cisco.

ABM exige: Saneamento e Habitação Já! Projeto Educar A federação ABM 'convida

todos os moradores a partici- par da Caravana de Protesto, dia 9 de julho - 10h., partin- do de Nova Iguaçu e percor- rendo Nilópolis, São João de Meriti e Caxias.

Quatro meses após a dra- mática enchente da Baixada Fluminense, milhares de famí- lias permanecem sem casa ou morando em condições sub- humanas, várias foram as pro- inessas e os compromissos as- sumidos pelo Poder Público, mas nada de concreto foi fei- to até agora.

O saneamento básico é ou- tro grande problema vivido pelos moradores. As obras estão sendo feitas com irres- ponsabilidade e as ruas e os bairros são deixados sem con- dições de moradia. O resulta- do é a lama e os buracos. Além disto não está sendo garantido o saneamento bási- co (esgotamento sanitário, lim- peza urbana, urbanização, dre- nagem, etc), mas apenas o esgotamento sanitário, é preci- so também que se estenda as obras a todos os municípios da Baixada.

Exigimos o compromisso assumido pelo Poder Público, no nível federal, estadual e municipal. Todos são co-res- ponsáveis pela situação vivida pela Baixada.

Queremos habitação para as famílias antigidas pela en- chente! Queremos nossas cida- des com saneamento básico e urbanização.

Leve seu carro, traga seu apito, e não se esqueça das faixas e cartazes da sua asso- ciação.

- lOhs. -Praça Nova Iguaçu —

Concentração da Liberdade - Centro

ABM — Fed. Associações de moradores — São João de Meriti MAB — Fed. Associações de moradores — Nova Iguaçu MUB — Fed. Associações de Moradores — Duque de Caxias PRO — Fed. Associações de Moradores — Nilópolis F AME RJ - Fed. Associa- ções de moradores — Rio de Janeiro

O Projeto Educar já tem uma sede. Ela se localiza em cima do Mercado Valente, na «■ Rua da Matriz. Os coordena- dores do projeto em Meriti estão satisfeitos: as 33 turmas já existentes, juntou-se mais uma, de deficientes visuais, que começou dia 27 de junho, na Escola Estadual Murilo Braga, sempre das 19h as21h.

"E difícil trabalhar com deficientes visuais, eles te- mem sair de casa, se expor, mas vamos tentar fazer com que aprender a ler em braile", explicou um dos coordenado-

res, Simão Zanardi. "O pro- blema é maior quando a pes- soa não nasceu cega e tem que se adaptar a essa nova vida".

Divididos em quatro áreas de atuação - Araruama (9 turmas). Parque Alian (8 tur- mas), São Mateus (7 turmas), Vilar dos Teles (7 turmas). Éden (2 turmas) e Centro (1 turma) —, os professores do projeto Educar tentan conci- liar um programa de alfabe- tização patrocinado pelo go- venro federal com a proposta inovadora de educação do professor Paulo Freire.

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S BAIRROS CONGRESSO DA FAMERJ

FOI UM SUCESSO

0 4.° Congresso da FA- MERJ realizado nos dias 2, 3 e 4 de junho na UERJ definiu uma mu- dança nos rumos do Movimento popular no Rio.

PáginaS

EDEMÉ O BAIRRO

SORTEADO DOMES

A Diretoria da Associa- ção de Moradores de EDEM nos faz um rela- to da situação proble- mática do bairro e das lutas que os moradores vem travando.

Veja na página 3

NOTÍCIAS DO CONVÊNIO DA

ABM COM AUFRJ

(Pág4)

-N.08 JULHO/AGOSTO-89

EDITORIAL

Caros leitores. Estávamos ansiosos para que che-

gasse às suas mãos o novo exemplar do jornal ABM NOS BAIRROS. To- dos os que trabalharam na sua con- fecção se esforçaram ao máximo para levar até vocês algo de qualida- de, informativo e fácil de ler. Espe- ramos que pelo menos parte destes objetivos tenha sido cumprida. Aguardamos sugestões e críticas e para isso pretendemos abrir uma seção de cartas dos leitores. Pre- tendemos também, de agora em diante, marcar uma data fixa para a saída do jornal todo mês. Isto garantirá maior organização e sis- tematização do trabalho. Há pou- cas matérias, mas esperamos, todas de boa qualidade. Este número mar- ca uma guinada na forma de fazer nosso jornal; esperamos que vocês gostem do que vão ler. Informação é poder, e este é o objetivo priori- tário do ABM NOS BAIRROS: in- formar para propiciar poder ao po- vo de Meriti, pois assim consegui- remos melhorar o nosso município.

- A REDAÇÃO -

CONSELHO DA ABM

SE REVITALIZA Com a eleição de LIA a presidência e QUI- TÉRIA para a secreta- ria, houve um sopro de renovação no Conse- lho de Representantes da ABM.

Página 4

O DRAMA DA

EDUCAÇÃO CONTINUA

A Diretora de Educação da ABM-Nalu-, relata com detalhes a situa- ção atual do projeto "Alunos residentes" dos CIEPS, destacando a questão do CIEP135

Página 2

CURTAS DO MOVIMENTO

E DO MUNICÍPIO

(Pág4)

MERITIENSES COMEÇAM A DISCUTIR A NOVA LEI ORGÂNICA

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Página 2 ABM nos Bairros

DIÁRIO OFICIAL - PODER EXECUTIVO

Proc. n.o E - 10/131273/ 89 - De acordo com a Dire- toria Técnica Operacional, DE FIRO o pedido da Asso- ciação de Moradores de Ven- da Velha, no sentido de criar o Serviço Complementar de Tomada de Passageiros Cen- tral-Venda Velha (via Parque Araruama) e consequentemen- te cancelar serviço existente Parque Araruama-Central,am- bos da Linha Central-São João de Merití, operado pela

Empresa de TURISMO MA- GELI LTDA.,

(a) MOREIRA FRANCO Governador do Estado

Como podemos ver, final- mente a Associação de Mora- dores da Venda Velha venceu esta batalha e conquistou o ônibus. Ninguém pode negar esta vitória ao Movimento Popular já que o próprio go- vernador reconhece isto.

CONVÊNIO UERJ-CAC A UNIVERSIDADE

NA BAIXADA A Universidade do Es-

tado do Rio de Janeiro — UERJ - poderá dar um importante passo rumo a uma integração com o Movimento Popular; isto porque a UERJ, através da Faculdade de Educa- ção da Baixada Flumi- nense, está elaborando um projeto de convênio com o centro de ativida- des comunitárias de São João de Meriti - CAC, que possibilitará uma ação conjunta das duas entidades no sentido de promover a política edu- cacional na Baixada, bus- cando ainda, propostas alternativas de Educação baseadas no contexto só-

cio-político econômico da região.

Essa experiência, possi- bilitará avanços significa- tivos para as duas entida- des.

O projeto de convênio já está em fase final de elaboração, quando En- tão será encaminhado ao Conselho de Guradores da UERJ, de quem de- penderá a sua homolo- gação.

Isto sem dúvida, afir- mará a única faculdade pública da Baixada Flu minense como ur espaço efetivo de excelência e prestação de serviços á comunidade.

EXPEDIENTE

ABM NOS BAIRROS - órgão oficial da Federação das Associações de Moradores de São João de Meriti - R. Luís Alves Cavalcante, 25 - Vilar dos Teles -SJM/RJ.

DIRETORIA

Presidente- Sérgio Bonato Vice Presidente: Ury Gomes Machado Secretária: Lúcia Helena Pereira Vice-Secretário: Décio França Tesoureira: Maria Adelaide Di-etor saneamento. Francisco Silva e José Francisco Diretor Transporte Raimundo Soares e Luís Aguiar Diretor saúde: Angelina Galizi, Rosemar Dias Januário Figueiredo Diretor Educação: Nalu e Geni de Oliveira Formação: Jorge Florêncio e João Bosco Feminino: Fátima Quintiliano e Zeelándia Cândido Imprensa: Anaita Fulgêncio Cultura: Edvaldo Ramos Abastecimento: Alberto Luiz da Silva Conselho fiscal - Efetivos: Vanildo Moretti, Edson Mes quita e Heleno Macedo - Suplentes: Jorge LuTs, Murilo Furtado e Valdevino Costa COLABORADORES: Sérgio Bonato, Nalu, Márcio Aze- vedo, Diretoria AM EDEM

Ano 3 - n.0 8 JULHO/AGOSTO 89 - Diagramação: Argemiro Zager Impressão: Tribuna da Imprensa Tiragem: 5.000 exemplares.

PROJETO ALUNOS RESIDENTES:

ABANDONANDO AS CRIANÇAS A diretora do CIEP-135 - Lima Barre-

to, Prof.a Altina convocou uma reunião com os responsáveis pelas crianças resi- dentes no dia 03/04/89 e comunicou que devido à falta de verbas para a alimenta- ção estava dispensando as crianças e pediu que as mães as levassem para casa nesse mesmo dia.

As mães deixaram seus filhos no CIEP e recorreram à FE EM, que enviou um docu- mento comunicando que as crianças deve- riam permanecer até o dia 07/04/89, para que pudessem ter tempo de resolver o pro- blema.

No mesmo dia da reunião com as mães a diretora Altina, levou as crianças em suas casas no carro da Polícia.

Os filhos de Maria Helena M. da Cruz foram entregues aos vizinhos, pois esta não se encontrava em casa, não havia che- gado do trabalho.

As mães, revoltadas procuraram a ABM, para que lhes ajudassem a exigir providên- cias das autoridades competentes.

No dia 18/04/89, o assunto foi ampla- mente discutido na Plenária de Educação da ABM e foi dado o encaminhamento da luta pelo regresso das crianças.

REUNIÃO COM A DIRETORIA DO CIEP - 135 (19/04/89): A ABM procurou a Diretora Altina para cobrar providências imediatas para o retorno das crianças. Esta comunicou que a verba para alimentação já havia sido liberada e que assim que re- solvesserfi a burocracia bancária no máxi- mo em uma semana, as crianças poderiam voltar.

Passou-se o prazo e as crianças não vol- taram.

REUNIÃO ABM, DIRETORA DO CIEP, NEC eFEEM: (12/05/89): "As difi- culdades aumentam..." Foi informado que a demora da retirada do empenho da ali- mentação foi devido à greve dos bancá- rios, entretanto estava ocorrendo um fato novo que implicava seriamente no retorno das crianças: o casal residente responsável pela guarda das crianças havia sido transfe- rido e não tinha previsão para a vinda de substitutos.

A ABM RECORRE À SUPERINTEN- DÊNCIA DO PROJETO ALUNO RESI- DENTE ■£ Prof.a. Eliane Lubanco (29/05/ 89): Foi comunicada que a Diretora Alti- na, não havia consultado a FEEM para re- tirar as crianças do CIEP e o fato de tê-las colocado no carro da Polícia, informado também pela própria diretora em docu- mento por ela assinado, foi desaprovado pela Coordenação do Projeto. A carta de- núncia, assinada por mães e testemunhas, entregue pela ABM foi anexada aos docu- mentos da FEEM.

A Prof.a Eliane Lubanco, colocou que o projeto está sendo reformulado e que hoje a sua continuidade depende da regu- lamentação das mães sociais, que estão há muito tempo sem receber.

Estava marcada uma audiência da Se- cretaria de Educação com o Governador onde definiriam o Projeto.

AUDIÊNCIA COM O GOVERNADOR (31/05/89): A discussão do Projeto dos Alunos Residentes foi transferida para o dia 07/06/89. .

No dia 07/06/89, a Secretaria de Edu- cação não colocou na pauta de discussão com o Governador o Projeto dos Alunos Residentes.

Na realidade as crianças estão fora do CIEP, desde o dia 03 de abril e ainda não voltaram, o que implicou seriamente na vida das famílias. Damiana Batista da Sil- va foi obrigada a pedir demissão de seu emprego por não ter onde deixar os filhos; Maria José G. Campista tem que deixar

' seu filho trancado dentro de casa para tra- balhar; uma outra.mãe deixa seu filho com parentes por não ter onde morar...

De acordo com artigo 66 do Regimen- to Interno do CIEP, encontramos o se- guinte: "A condição do aluno residente é transitória e cessa quando o possível nú- cleo familiar, apoiado pelos técnicos da área social, consiga superar as condições que o levaram a recorrer aos serviços do Estado e possa readmitir o respectivo me- nor."

Fica bem evidente que o atendimento só cessa quando o núcleo familiar estiver em condições de receber as crianças. Oue apoio técnico obtiveram essas famílias diante desta situação? Um aviso, nem mesmo com um dia de antecedência para levar seus filhos embora?

Nos Informes Básicos do Projeto Alu- nos Residentes encontramos: "...a inter- nação constitui recurso extremo, que uma vez adotado, implica necessanameme em um trabalho promocional junto à família da criança..."

Será que o trabalho promocional junto às famílias é o de entregar seus filhos na porta de casa em uma viatura da Polícia?

Uma mãe declarou: "Eu agora chego em casa de cabeça baixa, morro de vergo- nha porque os vizinhos acham que meu fi- lho fez alguma coisa que não presta, por- que chegou no carro da Polícia."

Que efeitos sociais e psicológicos cau- sam em uma criança o fato de ser levada da escola em um carro de Polícia? Que conflitos vive esta criança ao saber que de um dia para o outro não têm mais onde fi- car, não têm o que comer?

Passaram-se 2 meses e as justificativas para o impasse no Projeto, já foram desde a burocf-acia bancária até o Governador Moreira Franco.

Como o Governo do Estado pode ser tão insensível e irresponsável, a ponto de deixar faltar comida, não pagar as mães sociais, não definir sobre a continuidade do Projeto, deixando o assunto passar de uma reunião para outra pendurado em uma pauta de discussões?

É evidente que não há nenhum interes- se em atender a esses trabalhadores expo- llados deste país que não possuem nem mesmo condições de manter um lar pára seus filhos. Mas a ABM vai continuar esta luta.

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ABM nos Bairros Página 3

ZK1C% FAÍVIERJ 4.° CONGRESSO

A FAMERJ realizou nos dias 2, 3 e 4 de julho o seu AP congresso. Es- te encontro apontou para uma gui- nada nos rumos do movimento no Estado, principalmente porque a di- retoria anterior perdeu a eleição. A vencedora foi a chapa 2 que elegeu como novo presidente o compa- nheiro Sérgio Bonato de São João de Meriti. O jornal ABM NOS BAIRROS pediu a Sérgio que res- pondesse a três perguntas. Abaixo reproduzimos o que Sérgio nos co- locou.

ABM NOS BAIRROS: Como você avalia a mudança de rumos na FAMERJ a partir da eleição da no- va diretoria? SÉRGIO BONATO: Com muita es- perança de que o verdadeiro movi- mento das Associações de Morado- res que existe há 10 anos no Estado do Rio de Janeiro, consiga mostrar sua força e concretizar suas propos- tas; construindo concretamente al- ternativas de solucionar problemas básicos de nossa população que vive sofrendo no Estado do Rio de Ja- neiro.

Não temos dúvida que aqueles que ocupam o poder não querem entender a importância desse movi- mento e tentam destruMo já que eleéamplo, plural, onde todos os ci- dadãos têm direito a participar in- dependentemente de partidos, reli-

gião, cor, sexo ou classe social; no entanto é a população mais sofrida, que vive na periferia ou nas favelas que tem participado mais ativamen.- te das Associações de Moradores. E é com estas AMS prioritariamente que a FAMERJ irá trabalhar, sem, no entanto, discriminar as associa- ções de moradores de bairros de classe média que também têm suas dificuldades, e muito podem con- tribuir com a luta dos bairros po- bres. Outro ponto importante é que esta diretoria tem pessoas dos diver- sos partidos e das diversas regiões do Estado onde o movimento está presente, isso facilita as coisas e possibilitará concretariente um tra- balho representativo e de massa.

ABM NOS BAIRROS: Como fica- rão os trabalhos do movimento po- pular na Baixada a partir da eleição de uma diretoria na FAMERJ com vários militantes que atuam na Bai- xada?

SÉRGIO BONATO: Dos 21 direto- res, 8 são da Baixada, isso porque cerca de 40% das Associações de Moradores filiadas à FAMERJ estão na Baixada Fluminense, que já luta há mais de 10 anos para atingir um estado de vida mais digno para aqueles que nesta região habitam.

Acredito que com esta nova dis- tribuição tudo vai ficar mais fácil

para a Baixada. As diretorias ante- riores da FAMERJ pouco fizeram pela Baixada e a última se desligou totalmente das lutas levadas pelo movimento, principalmente a luta do saneamento e moradia, que são o carro-chefe da luta dos morado- res. Em nossa diretoria o Sanea- mento e a Moradia serão prioridade, tanto é verdade que o primeiro ato da FAMERJ foi para trazer recursos a fim de evitar as enchentes, que en- volve a luta do saneamento básico e da habitação nas principais cidades do Rio de Janeiro.

ÁBM NOS BAIRROS: Quais as prin- cipais diretrizes da nova diretoria da FAMERJ? O que será pricrizado?

SÉRGIO BONATO: Esta pergunta complementa a anterior. As princi- pais diretrizes da FAMERJ em nos- sa gestão serão a nível interno, a descentralização e a interiorização. Isto significa mudar radicalmente a estrutura da FAMERJ que já está ultrapassada. Faremos tudo para iniciar o processo de apoio a criação da Federação Municipal das Asso- ciações de Moradores do Rio e a pa- ridade no conselho intermediário, isto é, cada Federação terá seus re- presentantes não importando o nú- mero de AMs que possua. Tudo isso porque o município do Rio possue 500 AMs e engole a FAMERJ, já

que a cidade não tem uma Federa- ção que enfrente o Poder local, ca- bendo a Federação estadual ocupar este lugar equivocadamente.

A segunda questão será: a nível de prioridade, o congresso elegeu a Moradia como luta comum do Esta- do desdobrando esta luta em 4 frentes: a 1.a é mutuários, um pro- blema que a FAMERJ terá que re- solver imediatamente; a 2.a é a Pos- se da Terra; a 3.a, a legalização de loteamentos e a 4.a é a luta -de in- quilinos e construção de um plano popular de habitação para a popula- ção que ganha até 3 salários míni- mos.

Outro ponto, é a luta do Sanea- mento Básico que é um acompa- nhamento de todo o ciclo da água desde seu nascimento até o trata- mento do esgoto. Para que isso aconteça a FAMERJ irá criar um Bêfnco de Dados sobre Habitação e Meio Ambiente, onde todas as AMs serão informadas e capacitadas para enfrentar esta questão e sugerir al- ternativas ao poder público Fede- ral, Estadual e Municipal.

Acreditamos porém que todas es- tas idéias não serão colocadas em prática se não houver participação das AMs nas discussões e elaboração de um plano através de plenárias abertas a todos.

EDEM - OS PROBLEMAS CONTINUAM... — Associação de Moradores do bairro São

Sebastião de EDEM e adjacências - Data da fundação: 03/11/84 — Sócios contribuintes: 140 - Presidente: OLGA GOMES DA COS-

TA/Vice-Presidente: FRANCISCOZ-Se- cretária: VANDA.

- Local da sede: R. Araci, 1205 (provi- sória).

— Periodicidade das reuniões; Todo 3.° sábado do mês/19í)0h/Salão da Igreja São Sebastião de Edem.

A Associação tem como objetivo a grosso modo, conscientizar os moradores de que o Município tem jeito; depende muito de nós, da nossa luta. Não pode- mos ficar esperando que os políticos cor- ruptos de nosso município façam as coi- sas por nós, haja visto que no ano de 1988, por ocasião das eleições municipais, determinados grupos políticos com inten- ção, de se promover, levantaram a ques- tão de anexar o bairro a Nilópotis. A As- sociação se colocou contra por acreditar que se nos organizarmos conseguiremos transformar o município. Tudo não passa- va, na verdade de um jogo eleitoreiro.

SANEAMENTO BÁSICO - É uma das lutas prioritárias da Associação. O Gover- no estadual iniciou o serviço, mas até hoje não há uma única rua que tenha sido con- cluída; não há manutenção do que já foi feito e por isto as ruas estão piores do que antes do início das obras.

A SAÚDE NO BAIRRO - Temos dis- cutido muito a questão da saúde. Até ho- je nós da Associação não conseguimos en- tender por que a Unidade Mista que esta- va prevista para ser instalada na Rua Ceei (lotes 11 e 13), acabou sendo construída na Roberto Silveira, praticamente fora de Edem. No entanto, não abrimos mão do atendimento aos moradores de Edem na Unidade Mista que sem dúvida alguma é uma conquista do povo organizado.

EDUCAÇÃO - O Projeto Educar es- tá suspenso até liberação da verba. Fo- mos informados que o dinheiro será de- positado no banco em breve e, nesse caso, as aulas retornarão imediatamente. — Quanto ao CIEP: A Diretora convidou re- centemente a Associação para discutir as dificuldades de funcionamento do CIEP. Exemplos: Dos dois vigias, um foi trans- ferido para o 135; Faltam vários profes- sores; Falta merenda; etc. — Quanto à

Escola Ernani do Amaral Peixoto: Ela é a mais antiga escola do município, e por isto faz parte do patrimônio de São João. Infelizmente ela está desativada e não há nenhuma perspectiva de concluir obras ou de retornar às aulas.

TRANSPORTE - Há uma luta cons- tante; um Abaixo assinado foi enviado ao DETRO em 05 de agosto de 88, reivindi- cando que a linha EDEM/CENTRAL da empresa Magelli se estendesse mais 1200 metros pelo seguinte itinerário: R. Grinal- dina Moreira, R. Araci, com término na Rua Ceei. Até o presente momento ainda não se obteve resposta. O objetivo é bene- ficiar usuários que estão locados neste tre- cho e tem que pegar outro ônibus para chegar até o ponto do Central, caminhar sob chuva ou tarde da noite quando já não há mais ônibus circulando.

LAZER - Temos realizado atividades esportivas com os jovens do bairro. A As- sociação de Moradores improvisou um campo de futebol, fazendo a limpeza de um terreno para as atividades.

A Associação, aproveitando este espa- ço no Jornal da ABM, convida todos do bairro para participar das assembléias ge- rais. É importante que os jovens, os apo- sentados, enfim todos os moradores reco- nheçam a Associação como um espaço importante de união e organização para transformar nosso bairro.

A DIRETORIA

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^ LIA, A NOVA PRESIDENTE DO CONSELHO DE REPRESENTANTES

No último dia 10 de junho o Conselho de Represen- tantes da ABM promoveu algumas mudanças em sua or- ganização. Devido a problemas pessoais dos antigos dire- tores. foi necessária uma nova escolha de presidente e jeccetário. Foram eleitas então, as companheiras Lia íA M do Grande Rio) para a presidência e Quitéria !A VI. do Jardim Metrópole) para a secretaria, Esta mu- dança qualificou mais o conselho. A reportagem de nos- >; jornal esteve na casj da nova presidenta batendo um p-uo, ouvindo, suas opiniões e fazendo perguntas um '^nto ndiscretas. das quais ela soube se sair muito bem.

/IW NOS BAIRROS: Você é uma pessoa que se pode chamar histórica" no movimento, pois participa desde 0 peiodo anterior á fundação da Federação. Tem uma trajetória de lutas da maior importância para São João. A eleição para a presidência do Conselho é uma espécie de coroamento de uma etapa7

1 IA: Sim. Uma nova .tapa na minha militância no Mo- vimento Popuia^

ABM NOS SAIRROS. O Ury. por exemplo, era presu en . tt do Conselho e assumiu a presidência da ABM. Acha que isto é uma perspectiva para vocé?

L:'A Na nossa luta não planejamos alcançar cargos nem posições, as coisas vão acontecendo.

ABM NOS BAIRROS- Você foi candidata a vereadora e foi bem votada Que experiência tirou disso? Pretende se r. indidar de novo' LIA Como experiência, foi um conhecimento maior da

CURTAS MERITIENSES

Por iniciativa do vereador Gênesis Pereii J (PDT) realizou-se no último dia 17/06 no CIEP 135 uma plenária onde se discutiu a importância de a população discutir a Constituinte Munici pai. Este encontro apontou para a formação de um Comitê Constituinte Municipal que tem data marcada para instalação dia 28/07. Na próxima 'jdiçao traremos uma cobertura completa do en centro.

A Frente Brasil Popular formada pelos parti dos PT, PC do B e PSB realizou no último dia 22 07 um showmício na Praça da Matriz com a presença do candidato à Presidência da Repu blica Lufs Inácio Lula da Silva. Lula, na ocasião yara uma platéia de cerca de 5.000 pessoas, enu marou as propostas da Frente Brasil Popular ca íO e'e seja eleito Presidente do Brasil Aguarda mos em São João a presença de outros pres.d»? :i4veis.

Foi fundada no dia 21 05 e já está promoven to jma séne de atividades, a Associação de Apo- ntados de São João de Menti.

Foi um verdadeiro sucesso o 7.° Encontro ln- tereclesia das Comunidades Eclesiais de Base em Duque de Caxias. Durante 5 dias represen tantes das CEBs de todo o Brasil, mais persona íidddes estrangeiras discutiram os rumos da Igre ja Popular na América Latma Eram mais de 2.000 pessoas discutindo a partii da temática "Povo de Deu ■xá América Lc-rind a Caminho da Libertação" <) encontro se rea ;ZOJ de 10 a 14 de julho fto Ginásio Correid Meifr

miséria que se encontra S. J. de Menti. Vi também a confiança que as pessoas depositavam em mim. Quando fui candidata não foi uma coisa programada, aconteceu por causa da conjuntura que exigia a minha participação nesse processo. Caso seja novamente necessário estarei à disposição do meu partido — PT.

ABM NOS BAIRROS Qual a sua avaliação da situação do movimento popular atualmente em São João7

ABM FAZ CONVÊNIO COM UNIVERSIDADE Há aproximadamente dois anos a Univer-

sidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) iniciou um trabalho de assessoria à ABM. A primeira iniciativa foi a realização do diag- nóstico de saúde de São João de Meriti pe- los médicos residentes da Universidade.

CONVÊNIO GUARDA CHUVA - A partir daí surgiu a possibilidade de realizar um convênio que pudesse englobar todas as áreas de interesse do Movimento Popular; e no dia 05 de maio de 89 a ABM realizou um ato público na praça da Matriz com a presença do .Reitor da UFRJ, HORÁCiO MACEDO, do prefeito de Meriti, JOSÉ AMORIM e dos companheiros das Associa- ções de Moradores. Na ocasião, foi assinado um convênio de tipo "Guarda-chuva", que se propõe atender várias áreas de trabalho. O Movimento poderá elaborar projetos es- pecíficos de saúde, educação, habitação, e a Universidade colocará técnicos à disposi- ção para atende àb exigências destes pro- jetos S|

A lungo prazo, existe a idéia da abertu- ra de um campus da UFRJ em São João, oferecendo cursos à comunidade, democra- tizando o saber.

AUTONOMIA - Importante ressaltar é que a Universidade respeita e busca fortale- cer com este tipo de iniciativa, as instâncias e a autonomia do Movimento Popular de São João de Meriti.

LIA: O movimento em S. J. Meriti passa no momento uma fase de evolução, onde as lideranças cresceram e já reivindicam uma mudança geral no quadro político do Brasil.

ABM NOS BAIRROS: O que você gcha do prefeito José Amorim? E dos vereadores?

LIA: Como prefeito ainda não disse a que veio; estou es-

perando o seu trabalho. Quanto aos vereadores, continua a mesma polftica de clientelismo.

ABM NOS BARROS: O que você projeta- o que você es- pera que mude em São João nos próximos anos?

LIA: Muita coisa companheiros, muita coisa. Mas sou realista e sei que nada pode mudar de uma hora para ou- tra. Agora, pelo menos, espero que dentro de alguns anos a cidade ofereça mais conforto aos habitantes. Creio que questões como saneamento, pavimentação das ruas, me- lhores condições de habitação, criação dos espaços de lazer, podem ser agilizados. Para isto é preciso fortalecer a participação popular. E digo mais, será necessário que o povo organizado tenha meios deinfiuir nas decisões do executivo e legislativo municipal.

ABM NOS BAIRROS: Qual será sua contribuição nesse processo? LIA: Continuar junto, lutando com o povo para acabar com a miséria e o clientelismo' para conquistar vitórias. Esta luta que iniciamos há mais de 10 anos irá desembo- car certamente na conquista da cidadania e da cidade pe- lo povo de Meriti. Eu quero estar junto, assistindo e par- ticipando desse processo que vai ser muito bonito.

CURTAS DOS _BAIRROS_

A Associação de Moradores do Jardim Meriti, já de diretoria nova, sob a presidência do compa- nheiro Edson realiza domingo dia 06 de agosto no Colégio Guararapes, às 15 horas, assembléla- geral.

A Regional I realizou uma plenária de Saúde no último dia 09/07 no Colégio Hilton Gama.

Regional III da ABM realizou no dia 24/06 no Colégio Estadual Antônio Gonçalves, plenária de Saúde com presença das várias autoridades da área de Saúde.do Município. Foram discutidas as condições de Saúde em São João. Ficou defi- nida a reivindicação da ampliação do sistema de Saúde na área da Regional.