tutuela x curatela.doc

Upload: marcosfdarocha

Post on 09-Feb-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/22/2019 tutuela x curatela.doc

    1/6

    SEGUNDA-FEIRA, 11 DE JUNHO DE 2012

    Especial do STJ demonstra diferena entre tutela e curatela e aborda a garantia deassistncia aos incapazes de gerir seus prprios bens e direitos

    Um princpio bsico estabelecido na Constituio brasileira o da dignidade da pessoa!umana" # partir dele$ surgem os direitos e garantias fundamentais$ direcionados % proteoe ao bem&estar de todos" Entretanto$ mesmo cercadas de direitos assegurados peloordenamento 'urdico$ algumas pessoas so incapazes de in(oc&los e de gerir seus prpriosinteresses$ por um moti(o permanente ou temporrio" )ara elas$ o Cdigo Ci(il *CC+instituiu a curatela", instituto no se confunde com o da tutela$ pre(isto no artigo -"./0 do CC" , tutor nomeado para responder pelo menor aps o falecimento dos pais ou no caso de ausnciadestes ou$ ainda$ na !iptese de perda do poder familiar" , curador nomeado paraadministrar os interesses do maior incapaz ou impossibilitado$ com respeito aos limitespredeterminados pelo 'uiz$ 1ue dependem do grau e do tipo da incapacidade"#pesar disso$ no 2mbito penal$ poder ser nomeado curador ao menor" 3o 'ulgamento do45C /-"66.$ o ministro 3apoleo 3unes 7aia 8il!o$ ento na 9uinta Turma do SuperiorTribunal de Justia *STJ+ : !o'e ele integra a )rimeira Turma :$ e;plicou 1ue

  • 7/22/2019 tutuela x curatela.doc

    2/6

    3o 'ulgamento do 4Esp -"-/"B6D$ a ministra 3anc #ndrig!i$ da Terceira Turma do STJ$entendeu 1ue o curador tem direito de receber remunerao pela administrao dopatrimAnio do interdito$ conforme dispFe o artigo -".G/$ caput$ do CC"Segundo o dispositi(o$

  • 7/22/2019 tutuela x curatela.doc

    3/6

    >iante disso$ o 'uiz de primeiro grau decidiu afastar a curadora do cargo$ pela

  • 7/22/2019 tutuela x curatela.doc

    4/6

    3o caso$ o 7inistrio )?blico do 4io de Janeiro recorreu ao STJ contra uma deciso 1uedeterminou a inter(eno da >efensoria )?blica em processo a'uizado pelo Consel!oTutelar contra pais de menores$ acusados de abuso se;ual", ministro Sidnei Neneti entendeu 1ue$ para a proteo do destinatrio da deciso 'udicial*e no das partes+ atua$ em primeiro lugar$ o 'uiz e$ em segundo$ o 7inistrio )?blico$

    como representante da sociedade"Entretanto$ efensoria )?blica (ir a usardos instrumentos processuais dispon(eis para atuao$ podendo promo(er aFes e$ mesmo$inter(ir como assistente de alguma das partes em casos especficos em 1ue se legitimeconcretamente a atuao="Detit"io de poder $!mi#i!r

    #o 'ulgar um agra(o de instrumento em dezembro de /B--$ em deciso monocrtica$ oministro )aulo de Tarso Sanse(erino mante(e acrdo 1ue indeferiu a nomeao de curadorespecial em processo relati(o % destituio de poder familiar$ no 1ual o 7) autor$ os paisdos menores so os rus e os incapazes no so partes")ara o ministro$ a tese da obrigatria e automtica atuao da >efensoria )?blica noprocesso no poderia ser confirmada$ por trs moti(osO os menores no so partes doprocesso$ mas destinatrios da proteoH a ao de destituio do poder familiar estinserida nas funFes institucionais do 7) e no !ou(e pre'uzo aos menores",s recorrentes no ficaram satisfeitos com a deciso do ministro e pediram a suareconsiderao em agra(o regimental" )ara eles$ (edar % >efensoria )?blica o e;erccio dafuno de curador especial de criana institucionalizada significaria ofensa ao estadodemocrtico de direito e ao princpio da proteo integral do menor"Entretanto$ em abril de /B-/$ ao 'ulgar o agra(o regimental$ a Terceira Turma mante(e adeciso$ sustentando 1ue Psomente se 'ustifica a nomeao de curador especial 1uandocolidentes os interesses dos incapazes e os de seu representante legalP"# 9uarta Turma se manifestou sobre o mesmo tema no 'ulgamento do #g -"I-G"BI" #Curadoria Especial da >efensoria )?blica do 4io de Janeiro recorreu ao STJ sustentandosua legitimidade para atuar como curadora especial na defesa dos direitos da criana e doadolescente$ em procedimento de a(aliao de reintegrao de menor ao con((io familiar$pre(isto no Estatuto da Criana e do #dolescente *EC#+"# ministra Msabel Kallotti$ relatora do recurso$ sustentou 1ue efensoria )?blica em fa(or de um adolescente 1ue supostamente recebeu$transportou e conduziu uma bicicleta$ mesmo sabendo 1ue era roubada"# >efensoria sustentou 1ue a me do adolescente no pAde comparecer % audincia porabsoluta falta de recursos e 1ue$ nesse caso$ de(eria ter sido nomeado curador especial")ediu a nulidade do processo$ a partir da audincia de apresentao"

  • 7/22/2019 tutuela x curatela.doc

    5/6

    , ministro Jorge 7ussi$ relator do recurso especial$ entendeu 1ue no !ou(e nulidade$ poisa me do menor foi localizada e de(idamente cientificada da data de realizao daaudincia$ no tendo a ela comparecido" #lm disso$ a >efensoria )?blica foi nomeada paraatuar no caso", STJ entende 1ue$ mesmo 1uando os representantes do adolescente no so notificados$ se

    a >efensoria )?blica fizer o acompan!amento$ a audincia no nula"

  • 7/22/2019 tutuela x curatela.doc

    6/6

    1ue a ad(ogada foi nomeada curadora especial da pensionista$ a procurao concedida a elapela autora tornou&se in(lida" # deciso foi mantida na segunda inst2ncia"# ministra 7aria T!ereza de #ssis 7oura e;plicou 1ue a nomeao de curador especialpara a1uele 1ue citado por edital e no comparece em 'uzo para apresentar defesa tem afinalidade de e(itar a 1uebra do princpio constitucional da ampla defesa e do contraditrio$

    (isto 1ue no se tem certeza de 1ue o ru foi informado a respeito da demanda"esse modo$ no me parece razo(el 1ue a parte r possa ser representada 'udicialmentepor um dos patronos da parte autora no mesmo processo$ por1uanto patente o conflito deinteresses=$ disse a ministra"# ministra discordou das inst2ncias ordinrias a respeito da in(alidao da procuraoconcedida % ad(ogada pela autora$ sob o fundamento de 1ue a situao no se en1uadra nas!ipteses legais de e;tino de mandato 'udicial pre(istas no C)C e no CC"Alguns dos processos citados no tiveram o nmero divulgado em razo de sigilo judicial.