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TURISMO RELIGIOSO NO SANTUÁRIO DE SCHOENSTATT EM GUARAPUAVA O trabalho foi desenvolvido junto ao Santuário de Schoenstatt no Município de Guarapuava- Pr, objetivando analisar fatores no Santuário de Schoenstatt que determinem as suas bênçãos religiosas e as suas possibilidades turísticas. Desta forma faz-se um estudo sobre o turismo religioso, histórico geral do santuário original com seus símbolos culturais e do movimento do Santuário de Guarapuava,.verificando a viabilidade de transformar o potencial turístico num produto turístico para melhor aproveitamento do local e assim valorizar, dinamizar e complementar a rentabilidade da propriedade. Palavras-chaves: Turismo religioso, Movimento Schoenstatt, Santuário Schoenstatt.

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TURISMO RELIGIOSO NO SANTUÁRIO DE

SCHOENSTATT EM GUARAPUAVA

O trabalho foi desenvolvido junto ao Santuário de Schoenstatt no Município de Guarapuava-Pr, objetivando analisar fatores no Santuário de Schoenstatt que determinem as suas bênçãos religiosas e as suas possibilidades turísticas. Desta forma faz-se um estudo sobre o turismo religioso, histórico geral do santuário original com seus símbolos culturais e do movimento do Santuário de Guarapuava,.verificando a viabilidade de transformar o potencial turístico num produto turístico para melhor aproveitamento do local e assim valorizar, dinamizar e complementar a rentabilidade da propriedade.

Palavras-chaves: Turismo religioso, Movimento Schoenstatt, Santuário Schoenstatt.

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INTRODUÇÃO

O presente artigo tem por finalidade pesquisar o valor turístico do Santuário de

Schoenstatt, localizado no Município de Guarapuava-PR. Trata-se de um lugar muito

aconchegante com uma área verde, uma bela vista, convidando o visitante a efetuar a

contemplação, como também a meditação, peregrinação, romaria e oração.

O Santuário movimenta, além de pessoas leigas de várias religiões, principalmente

pessoas que participam ou tem uma afinidade com o movimento de Schoenstatt. O

movimento surgiu no início do século XX como um movimento popular, apostólico e mariano

dentro da Igreja católica e é orientado principalmente a leigos. Foi fundado em 1914 pelo

Padre Palotino José Kentenich em Schoenstatt na região do Rio Reno.

Uma característica do movimento é a reprodução da primeira capela de Schoenstatt

em todos os lugares onde existem maiores grupos do movimento. Atualmente, são 21

santuários no país, sendo que quatros são localizados no Estado do Paraná, em Londrina,

Curitiba, Cornélio Procópio e Guarapuava. Cada santuário possui uma missão

específica/espiritual; o santuário de Guarapuava é dedicado às vocações. Assim, desenvolve-

se no santuário um trabalho de formação religiosa e moral, com famílias, mães, jovens,

adolescentes e crianças, bem como um trabalho social com pessoas carentes. Em Guarapuava

atuam três Irmãs de Maria de Schoenstatt e dois funcionários, e existe uma participação

significativa de leigos da comunidade que trabalham na peregrinação, concretizando assim o

objetivo primordial que reside na evangelização. Como o santuário atrai visitantes,

principalmente no final da semana, necessita de uma infra-estrutura que ultrapassa a mera

questão religiosa. O Turismo Religioso é uma modalidade social importante no Brasil e

bastante comum, porém falta ainda uma definição clara para este tipo de turismo. Discute-se

hoje no meio científico, se trata primordialmente de uma atividade social (ócio), e assim,

turística ou de uma atividade religiosa. O exemplo do Santuário de Schoenstatt pode servir,

neste contexto, como um caso interessante para desenvolver recomendações para a integração

da atividade religiosa com a atividade turística.

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Portanto, este artigo analisa os possíveis fatores no Santuário de Schoenstatt de

Guarapuava-PR que determinem as suas bênçãos religiosas e as suas possibilidades turísticas.

Para isso, analisou-se o funcionamento do Santuário de Schoenstatt e a partir daí investigou-

se o potencial turístico deste santuário. Em seguida, são apresentadas sugestões de conciliação

entre a atividade religiosa e turística mostrando a viabilidade do Santuário como

empreendimento cristão, social e até comercial (pelo menos nos moldes da atividade de

arrecadação de recursos para a manutenção do movimento).

Esta pesquisa foi realizada em sintonia com as Irmãs de Maria de Schoenstatt e as

Faculdades de Guarapuava, durante um estágio de mais de um meio ano. Foram realizados

levantamentos e uma análise da bibliografia referente à temática do turismo religioso, como

também do Movimento de Schoenstatt. Investigações em forma de observação participativa

no Santuário e entrevistas com as irmãs esclareceram os assuntos da instituição em termos

organizacionais e sociais.

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1 TURISMO RELIGIOSO

Na sociedade brasileira a religião sempre teve um papel importante. Neste contexto,

o turismo religioso é um ramo do turismo que merece uma atenção especial. Com base em

Dias (2003, p.17), pode-se definir turismo religioso de:

[…] empreendido por pessoas que se deslocam por motivações religiosas e/ou para participação em eventos de caráter religioso. Compreende romarias, peregrinações e visitação a espaços, festas, espetáculos e atividades religiosas. […] O turismo religioso apresenta características que coincidem com o turismo cultural, devido à visita que ocorre num entorno considerado como patrimônio cultural, os eventos religiosos constituem-se em expressões culturais de determinados grupos sociais ou expressam uma realidade histórico-cultural expressiva e representativa de determinada região.

1.1 RELIGIÃO E TURISMO

O turismo religioso é provavelmente uma das atividades mais antigas de viajar.

Podemos encontrar os seus antecedentes já nas peregrinações da Antiguidade e, no contexto

ocidental, principalmente na Idade Média da Europa.

A peregrinação é uma forma de viagem que se relaciona perfeitamente com o

turismo e a religião em conjunto, pois se trata de uma forma de viajar motivada pela livre

escolha do indivíduo, mesmo sendo embutido numa obrigação moral e religiosa. Mas com as

peregrinações percebe-se também um aspecto filosófico-intelectual-emocional, que muitas

vezes ultrapassa a idéia moderna do turismo, por isso questiona-se às vezes a atribuição do

termo turismo a essa atividade social.

De fato, ambos: peregrinação e turismo – compartilham a existência de uma jornada

voluntária e temporária para um lugar diferente de sua residência habitual e, assim, podem ser

fenômenos do turismo de massa. O fato de que as atividades de peregrinação geram

conseqüências econômicas, urbanas e demográficas, cabe igualmente neste raciocínio. Sob

este aspecto a peregrinação é uma forma de turismo.

Entretanto, a apropriação do espaço religioso é basicamente um ato social e

filosófico que varia de acordo com a crença religiosa, com a pessoa e seu status social. Para

um peregrino, o deslocamento ao santuário ocorre devido a sua espiritualidade. Ele vai à

busca de um aperfeiçoamento, para cumprir votos feitos anteriormente, pagar uma promessa,

agradecer uma benção. Neste sentido, o peregrino não se sente como turista e, embora utilize

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as instalações em forma turística, na realidade, não apresenta um comportamento turístico,

mas religioso.

Nesta pequena reflexão podemos concluir que o turismo religioso está interligado

tanto no ato intelectual-espiritual, como no ato na busca de lazer, inclusive com todas as

condições que este fato gera.

1.2 RELIGIÃO E LAZER

Na sociedade moderna, a religião ocupa um novo espaço. Ela não representa mais a

base da organização social como na Idade Média, mas representa um instrumento contra o

"pensar mecanicista" (Kentenich, 1996, p. 71) e tecnológico da modernidade, expressando

uma saudade para "uma atmosfera sobrenatural que significa uma irrupção de Deus no

Mundano" (Kentenich 1996, p. 34). Neste sentido, a religião permite a recreação da pessoa

humana como ser, um papel que a sociedade pós-moderna atribuí ao lazer. É possível, assim,

considerar o turismo religioso como atividade de lazer?

Observa-se no cotidiano da modernidade que a maioria das peregrinações está

estruturada no tempo de lazer da população. Desta forma representa, sim, uma experiência de

lazer. A esta conclusão junta-se a afirmação de que eventos de natureza religiosa sempre

envolvem várias dimensões, entre as quais a maioria é do campo do lazer: espiritual, social,

familiar, recreacional e até ambiental, que podem complementar-se uma a outra.

Conforme Dias (2003, p. 24), o lazer é uma necessidade na vida de todo cidadão que

se encontra cercado por uma extensa rede de obrigações pessoais e profissionais. Estas

obrigações de diversas atividades durante a maior parte do seu tempo “produtivo” deixam

pouco espaço para a recriação nos períodos de férias. Conforme este argumento, a religião

serve como uma das formas naturais de desligamento das atividades rotineiras, ou seja, ela

proporciona ao indivíduo um certo grau de descanso mental.

Dumazedier (1976, p. 31), contudo, relata na sua teoria do lazer uma série de

atividades que se colocam contrárias ao lazer, a saber: o trabalho profissional, o trabalho

suplementar, os trabalhos domésticos, as atividades de manutenção biológica, as atividades

ligadas ao estudo e – as atividades rituais (entre eles as atividades religiosas). Para ele a idéia

de lazer é restrita a um conjunto de ocupações referidas à espontaneidade e ao indivíduo:

[…] às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou livre capacidade

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criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais. (DUMAZEDIER, 1976, p. 34).

Neste conjunto, a religião faz parte da vida organizada e não da vida de livre

espontaneidade. Mas as afirmações do próprio Dumazedier são contraditórias. Para ele, o

lazer leva a pessoa a voltar-se para si mesma, dedicando algum tempo para os seus anseios

sem uma interferência direta e opressiva do mundo que cerca o homem (Dumazedier, 1976, p.

34). Conseqüentemente, ele apresenta três funções que podem ser consideradas fundamentais

para o lazer: descanso, divertimento/recreação e desenvolvimento (Dumazedier, 1976, p. 32).

Nesta visão a atual busca de recreação e desenvolvimento pela grande maioria das pessoas

encaixa no conjunto de ações que tentam evadir do cotidiano sendo diretamente conectadas ao

lazer. E assim a religião é uma estratégia de afastamento do cotidiano rotineiro, uma forma de

“lazer”.

A questão do lazer como um tempo livre é ainda mais contraditória. Geralmente,

uma peregrinação é realizada com motivos delimitados restritamente à religião que obedecem

a uma programação intensa de elementos sacros onde os viajantes cumprem obrigações nos

cultos e em outras manifestações de fé. O viajante está convicto de que está responsável com

obrigações religiosas e que tem de segui-las e observá-las de acordo com rigoroso grau de

autodisciplina. Desse modo, a peregrinação não pode, em instancia alguma, ser considerada

uma atividade de lazer. Mas existe um outro lado a ser verificado dentro desta situação. Hoje,

a peregrinação é uma decisão individual de livre escolha. A liberdade de escolha repousa no

fato de que hoje se opta por uma determinada crença. Nesse sentido, a ocupação do tempo de

lazer é livremente escolhida pelo indivíduo. Concluímos que enquanto a peregrinação

antigamente não fez parte da vida livre, entretanto, ela pode ser considerada como atividade

de lazer, pois numa sociedade dominada pelo trabalho, se encontra estruturada no tempo livre.

Ainda sabe-se que o turismo religioso não envolve somente a visitação aos locais

sagrados, pois o religioso também pode usufruir de bens e serviços nesta situação. Por isso,

uma atividade social motivada pela fé traz consigo outras atividades, como a de diversão, de

alimentação, de visitas a outros pontos turísticos, que atualmente fazem parte do conjunto de

uma peregrinação. Esta junção entre várias funções sociais não é nova, mas remonta já aos

tempos antigos, quando o exercício de peregrinação envolvia outros motivos como festas, a

manutenção de tradições.

Atualmente, a fé inclui também um grande componente cultural. O turista religioso

geralmente procura locais sagrados que representam também estruturas de significação, os

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quais lhe interessem. Muitos lugares de peregrinação até são grandes patrimônios históricos e

podem ter este valor para ele também.

Considerando todas estas premissas, tem-se que o turismo religioso não perdeu sua

raiz peregrina e continua motivado pelo exercício místico da celebração. A festa religiosa,

entretanto, neste cenário, é uma celebração capaz de motivar o peregrino a se locomover de

seu local de origem em direção aos locais sagrados onde esta se realiza. Assim, o turismo

religioso não pode ser pautado apenas pelo princípio devocional, mas sim pelo sentido amplo

da religiosidade e da cultura, na vida cotidiana representando uma forma de vivencia pós-

moderna.

1.3 O TURISMO RELIGIOSO E O MERCADO

A forma mais problemática da multifuncionalidade do turismo religioso e

provavelmente a sua inserção no mercado capitalista. Tanto de religiosos como da sociedade

civil, ambos visando estruturar adequadamente tais os grandes centros religiosos que atendem

um grande fluxo de peregrinos precisa-se de uma infra-estrutura adequada.

O atual mercado turístico encontra-se em plena expansão no Brasil, observação que

vale também para o mercado do turismo mundial. Conseqüentemente, o Turismo Religioso é

um importante segmento deste mercado turístico envolvendo dois dos mais importantes

fenômenos sociais do mundo contemporâneo: Turismo e Religião.

No início do século XXI, o turismo representa uma das principais atividades em

resultados econômicos e em ascensão e pode-se afirmar que tal atividade emprega um número

significativo de pessoas. Como a atividade turística é uma das maiores movimentadoras de

pessoas, precisa de uma capacidade adequada para recebê-las. Este deslocamento e a

permanência das pessoas longe de seu local de origem modificam geralmente o quadro

econômico do destino e de sua região, onde se encontram os atrativos turísticos religiosos.

Neste contexto surge a questão ética se o turismo religioso pode servir para uso

comercial. Enquanto uns não vêem nenhuma objeção, outros avaliam a sociedade atual tão

permeada pela ação capitalista que eles vem na religião um contra-força, um espaço livre

dessas atividades. Como esta questão não pode ser decidida aqui, precisamos ainda investigar

um pouco melhor o funcionamento dos santuários na sociedade moderna.

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2. O SANTUÁRIO COMO DESTINO TURÍSTICO

Os santuários representam um espaço privilegiado para o turismo religioso. Por isso

analisamos agora o ambiente destes espaços, para poder avaliar o seu potencial e sua atração.

Os ambientes dos santuários variam bastante (Oliveira, 2004, p.50-52). Podem ser do

meio rural e até natural. O meio natural é considerado o local mais autêntico para a formação

de santuários ligados à reverência mística das forças e elementos da natureza. O meio-urbano

industrial, entretanto, apresenta santuários construídos com características mais artificiais e

distantes dos elementos naturais. Santuários podem também depender do meio simbólico-

ritual, e assim são identificados com o comportamento coletivo idealizado para qualquer um

desses meios.

Independente de seu ambiente, o turismo religioso pode também apresentar um valor

social. Os santuários naturais, localizados em áreas de conservação ambiental possuem, além

da capacidade de atrair turistas, a qualidade de contribuir para a defesa do meio ambiente. Os

santuários tradicionais permitem uma interação dos peregrinos com a natureza do passado e

com a história. Outros santuários estabelecem uma relação estreita entre um santo e o fiel,

motivando ainda mais a peregrinação, principalmente na época de festas em comemoração ao

seu nascimento, sua beatificação ou a época em que sua imagem foi identificada com a cidade

ou com a localidade onde se ergueu o santuário.

Os santuários tradicionais influenciam principalmente a constituição do espaço

urbano, devido ao grande número dos peregrinos, que afluem para estes espaços. Assim, um

santuário pode se tornar um importante meio para o progresso de uma localidade, como é o

caso no Santuário da Fátima em Portugal.

Santuários metropolitanos, por sua vez, representam muitas vezes todo um complexo

de santuários, onde o peregrino pode ter fácil acesso a parques, templos religiosos e

construções laicas que possuem um simbolismo místico. Por meio dessa estrutura, há uma

dinâmica de intercâmbios e movimentação populacional.

Todos os santuários são de certa forma atrelados a um simbolismo religioso, que por

sua vez pode representar um atrativo turístico. Se um atrativo ainda não recebe a devida

atenção dentro do setor de turismo do país, é possível que isto se deve a um desconhecimento

do seu simbolismo. Por isso, o simbolismo deve fazer parte da organização do atrativo

turístico.

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No entanto, para entender que os resultados práticos do desenvolvimento do turismo

não implicam apenas em questões econômicas, mas em uma série de outros fatores que

abrangem várias dimensões, sejam sociais, políticas ou histórico-culturais.

O potencial do turismo religioso e histórico-cultural pode destacar o município de

Guarapuava. No entanto, uma série de fatores ativos necessita de alteração, perspectivando-se

às condições mais adequadas para o desenvolvimento sustentável do turismo no Santuário de

Schoenstatt em Guarapuava, este com um ambiente natural na beira de uma cidade de porte

médio.

2.1 O ESPAÇO DO SANTUÁRIO DE SCHOENSTATT EM GUARAPUAVA

O Santuário de Schoenstatt de Guarapuava se situa as margens da PR 170,

apresentando um ambiente aconchegante. Desde sua entrada, o local é dividido em áreas com

diferentes funções. Ao lado direito da entrada encontra-se um estacionamento. Passando pelo

portão do terreno, a paisagem é embelezada por uma jardinagem com grande número de

flores. Na parte frontal do terreno, encontra-se principalmente uma infra-estrutura que agrega

grupos de pessoas, com as suas obras edificadas, tais como um salão para realização de

eventos para retiros espirituais, festividades, missas, e outros eventos, além de uma loja de

artigos religiosos. Ainda neste espaço existe um lugar para desenvolver atividades de lazer,

com churrasqueiras, banheiros. No fundo, ao lado esquerdo, um pouco afastado das áreas

públicas, temos a residência das irmãs de Schoenstatt, bem como a casa do caseiro que auxilia

na manutenção deste patrimônio na área pública. No lado direito no fundo, localiza-se o

bosque o qual possui uma imagem da Mãe Rainha, Vencedora Três Vezes Admirável de

Schoenstatt, oferecendo um espaço de contemplação num ambiente natural. Todos os três

espaços – de agregação social, de moradia e de contemplação na natureza, são reunidas pela

posição do Santuário, bem no centro do terreno. Trata-se de um espaço sagrado que define e

organiza todas as outras áreas do terreno, como também apresenta a simbologia principal do

movimento. Ao redor deste centro congrega-se num paisagismo agradável o espaço do

Santuário nas suas mais diversas funções atraindo turistas, peregrinos e romeiros

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2.2 O POTENCIAL TURÍSTICO DO SANTUÁRIO DE SCHOENSTATT DE GUARAPUAVA.

O santuário é muito visitado por grupos de várias cidades, sendo estes pessoas

religiosas ou turistas sem fins religiosos. O nosso estudo tem como objetivo verificar a

viabilidade do aproveitamento do local do santuário de Schoenstatt em Guarapuava, para

valorizar, dinamizar e complementar a rentabilidade da propriedade.

O Santuário apresenta um potencial para atividades como evangelização,

contemplação da paisagem e permite uma interação direta entre peregrinos e turistas com a

natureza e com os símbolos culturais.

Nota-se que, até agora, o turismo religioso é um segmento pouco explorado no

santuário, que o mesmo possui um grande potencial turístico. Para desenvolver esse potencial

é necessário um planejamento a longo prazo para transformá-lo em um atrativo turístico

sustentável e integrado nas formas de pensar e viver da sociedade.

O turismo religioso possui amplas condições de se tornar sustentável, mas necessita

um engajamento maior tanto de religiosos como da sociedade civil. Neste contexto podemos

elencar como atrativos do Santuário de Schoenstatt em Guarapuava:

A capela, que apresenta um diferencial dos demais prédios religiosos em seu

tamanho e com seu histórico peculiar. Os seus símbolos retratam características históricas-

culturais que trazem uma grande contribuição para a reflexão e práticas religiosas da região,

aos quais o turismo possa desenvolver-se.

Também a ambientação do lugar apresenta um grande potencial porque trata-se de

um pequeno parque de contemplação, com jardinagem extraordinária e um espaço para

eventos. Desta forma, o lugar representa uma ilha de recriação espiritual e até física, visto o

estresse dos centros urbanos e da vida moderna. À busca de um contato maior com a natureza

traz em geral um grande número de visitantes leigos para as instalações do Santuário para

viver momentos de descanso e introspecção, além das informações.

Neste sentido, o santuário possui um espaço privilegiado de paisagismo natural e

também em termos históricos culturais. Por isso, pode ser um local cultural onde um turista

leigo procura contemplação e conhecimento, enquanto o peregrino com certeza sairá

renovado e confirmado na sua fé após visitá-lo. Assim, o Santuário de Schoenstatt em

Guarapuava contempla três funções turísticas, reunindo o turismo religioso com o turismo

cultural e o natural.

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3 PROPOSTAS DE MELHORIA

Visto que o Santuário é um local de peregrinação, romarias e visitação, faz-se

necessário apresentar algumas sugestões para o melhor aproveitamento do local para que

satisfazer tanto as necessidades religiosas como também valoriza os elementos culturais.

Três tipos diferentes de elementos são necessários para alcançar uma melhoria.

1. Elementos comunicativos, os quais inserem o inter-relacionam o

Santuário com a sociedade em geral.

2. Elementos da ambientação, os quais melhoram o visual da localidade e

intensificam a relação emocional com o lugar.

3. Elementos da divulgação os quais, no espírito da evangelização, mas

também do trabalho cultural e social, explicam o simbolismo do lugar e

as intenções dos mantenedores.

Sendo assim na seqüência relataremos algumas propostas de melhorias diferenciada

pelos três aspectos.

Os elementos comunicativos inserem o movimento de Schoenstatt e seu lugar no

cenário da cidade como atrativo religioso e turístico.

O logradouro encontra-se às margens da Pr 170 e não possui uma sinalização

adequada, por isso propõe-se:

• PROPOSTA 1: INSTALAÇÃO DE PLACAS DE SINALIZAÇÃO NA PR.

Objetivo: Utilizar a sinalização como ferramenta de identificação e divulgação do

local e do movimento.

Acredita-se que um local atraente, bem freqüentado com fins religioso e turistico

deve ter um portal com identificação e data de fundação, informando ao

peregrino e o turista.

• PROPOSTA 2: PORTAL DE ENTRADA COM O NOME DO SANTUÁRIO E

A DATA DE SUA FUNDAÇÃO.

Objetivo: Despertar o interesse dos visitantes e até mesmo dos viajantes que

trafegam pela BR.

• PROPOSTA 3: LINHA DE TRANSPORTE COLETIVO

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Observa-se que o transporte coletivo existente, tem por hábito parar a cerca de

300 m de distância e com uma rodovia intermediando e que por sua vez dificulta

o acesso das pessoas, principalmente de idosos e crianças.

Objetivo: Transportar os visitantes em determinados pontos da cidade de forma a

deixá-los no portal do Santuário para poder participar no movimento ou

aproveitar linhas existentes.

Estas três propostas são de fundamental importância para dar mais visibilidade e

acessibilidade do Santuário ao público geral. Percebeu-se na pesquisa anterior que o

Santuário, até agora e conforme a sua missão atual, atua mais nas redes informais da

população local e menos na divulgação mais ampla dos seus objetivos num âmbito mais

amplo. Esta situação poderia melhorar através dessas medidas.

Os elementos de ambientação criam um espaço atrativo para as pessoas religiosas

que aqui querem se reunir, como também para estes que procuram um pouco de tranqüilidade

e recuperação do cotidiano agitado. Por isso, necessita-se uma infra-estrutura mais sofisticada.

Seguem algumas sugestões neste sentido.

• PROPOSTA 4: COLOCAÇÃO DE BANCOS NO TERRENO

Sendo um lugar aconchegante, as pessoas gostam de permanecer por algum

tempo no local e se não houver bancos, torna-se difícil

Objetivo: Oferecer lugares de conversação, contemplação e descanso no

ambiente natural do Parque do Santuário.

• PROPOSTA 5: CONSTRUÇÃO DE SALÃO

Tendo um salão pode-se propiciar eventos para desenvolver um clima de

espiritualidade, dando mais uma opção aos freqüentadores do santuário.

Objetivo: Utilizar o salão para agregar pessoas em festas, reuniões e até para

fazer eventos para estranhos em relação aos objetivos do movimento.

• PROPOSTA 6: LANCHONETE

Com a construção de bancos e de um salão as pessoas podem permanecer mais

tempo, porém, isto advém outro fator, a alimentação, e a criação de uma

lanchonete pode ser uma saída.

Objetivo: Fornecer lanches rápidos aos grupos de visitantes que concentram-se o

dia todo no local e/ou permanecem por bastante tempo. A lanchonete também

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pode ser um elemento para estender a visita de visitantes espontâneos para mais

tempo.

• PROPOSTA 7: COLETA SELETIVA

Se as pessoas permanecem por mais tempo, consomem produto,

consequentemente geram lixos e a coleta seletiva é uma atitude coerente.

Objetivo: Melhorar em pontos estratégicos a conservação do local/ambiente, que

já está bastante agradável, mas ainda não assume o seu papel ecológico.

Estas poucas melhorias poderiam fazer do lugar um ponto de encontro calmo num

ambiente de natureza, incentivando os visitantes religiosos à meditação e a conversa e

oferecendo para outros visitantes um espaço excepcional de recriação.

Os elementos da divulgação são importantes para cumprir a própria tarefa de Pe.

Kentenich e da Mãe Educadora, que é a divulgação do Evangelho e a santificação do mundo.

Para isto, precisa-se um sistema organizado de informações sobre os objetivos do movimento

e a possível participação das pessoas nele.

• PROPOSTA 8: MELHORAR A LOCALIZAÇÃO E AMPLIAR A LOJA DE

ARTIGOS RELIGIOSOS

Instalar num local mais visível e amplo, pois só assim ela cumprirá sua função.

Objetivos: Criar condições para que as pessoas possam se informar e levar

consigo não somente lembranças, mas algumas informações visuais ou escritas

sobre o lugar, o movimento e o Cristianismo.

• PROPOSTA 9: VÍDEO ILUSTRATIVO

Um ambiente como o do Santuário merece ser mais conhecido e explorado, por

isto acredita-se que criando um vídeo ilustrativo pode-se atingir um número

maior de pessoas e consequentemente de freqüentadores do santuário.

Objetivo: Promover a interpretação do Santuário por meios ilustrativos.

• PROPOSTA 10: CRIAR UM FOLDER SOBRE O SANTUARIO

Um folder que demonstre a riqueza do ambiente, serve também como

instrumento de divulgação.

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Objetivo: Divulgar o Santuário de Guarapuava e fornecer informações turísticas

de acesso ao local.

Este terceiro aspecto merece maior atenção no mundo atual, porque o Infotainment1

tornou-se um forte elemento da comunicação social de massa, não deixando a Igreja fora

deste setor. Neste âmbito, métodos modernos e tradicionais de divulgação podem ser

combinados, atendendo tanto os atores religiosos como os turistas culturais.

O conjunto dos três elementos de comunicação, de ambientação e da divulgação

permite uma perfeita mistura entre religião e turismo, sem que um elemento prejudica o outro.

Combina-se, nesta forma, um turismo sustentável que respeita os costumes locais (neste caso

a tradição religiosa) em combinação com uma apresentação cultural inserido num espaço

ambiental de grande destaque.

1 Infotainment – É a junção da informação com o entretenimento (nova palavra no turismo).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo sobre o Santuário de Schoenstatt no Município de Guarapuava –

Pr evidenciou que o local é de grande valor ambiental e cultural. Encontra-se em meio de um

lugar aconchegante, dotado de belezas naturais e ficando inserido num vasto contexto

histórico-cultural e religioso que se traduz em um clima propício para a reflexão,

contemplação e oração.

Assim, o santuário atende tanto o turismo religioso com a sua clientela de fiéis, como

também o turismo cultural atraindo pessoas em busca de conhecimentos sobre o movimento

de Schoenstatt com seu forte simbologismo ou de contemplação da sua beleza arquitetônica.

Ainda serve como ponto de repouso e de descanso para visitantes que procuram um lugar de

distanciamento da agitada vida cotidiana e, portanto, admiram as belezas naturais deste belo

ambiente paisagístico. Esta múltipla funcionalidade do santuário agrega turistas e visitantes de

diferentes tipos requisitando um planejamento adequado com uma organização espacial clara,

que divide racionalmente as diferentes funções turísticas e sociais, viabilizando um uso

satisfatório do santuário.

Neste contexto, a área natural do Santuário deve ser conservado e utilizado para a

prática de atividades tanto religiosas como turísticas. O grande desafio consiste em

transformar o potencial turístico e evangélico em um produto que contempla tanto os

objetivos do movimento como também os benefícios sociais e econômicos do turismo.

Baseado nesta reflexão, um levantamento do perfil dos visitantes indica esta dupla

função do santuário. Quase a metade dos visitantes vem por motivos religiosos, enquanto a

outra metade busca simplesmente tranqüilidade, descanso e contemplação no local. esta

clientela é, na sua maioria, feminina e origina-se principalmente nas classes média e média-

baixa. Geralmente, os visitantes vêm da própria cidade de Guarapuava. Assim, o santuário

representa mais um atrativo de lazer do que verdadeiramente um atrativo turístico no sentido

restrito, como ainda não alcançou uma repercussão maior do que na própria região.

O planejamento do terreno do Santuário deve responder a esta lógica da

multifuncionalidade, definindo diferentes espaços de tranqüilidade ou de maior

movimentação. Os espaços mais agitados atraem geralmente grandes aglomerações de

pessoas e, por isso, são melhores localizados perto da área da entrada. Espaços privados de

tranqüilidade e de retiro são as moradias das irmãs, que devem ficar longe de qualquer

movimento público, enquanto espaços de contemplação e natureza pública são representados

pela área do bosque no fundo do terreno. Todos os espaços são reunidos pela localização

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central do santuário, lugar que apresenta a mais forte expressão simbólica do movimento e de

oração.

Diante de um cenário cada vez mais competitivo e diferenciado da paisagem urbana

de Guarapuava, com fortes elementos religiosos, como por exemplo a catedral da cidade,

estes elementos poderiam fortalecer a visibilidade e atratividade do lugar atraindo ainda mais

visitantes e manejando a vinda dessas pessoas com um planejamento turístico racional.

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REFERÊNCIAS

ANDRADE, José V. Turismo: fundamentos e dimensões. São Paulo: Pioneira, 1991.

DIAS, Reinaldo. (org.) Turismo religioso: ensaios e reflexões. Campinas: Alínea, 2003.

DOTTO, Ir. M. Áurea. História do Santuário de Schoenstatt. 2. ed. Santa Maria- RS: Sociedade Mãe e Rainha, 2004.

KENTENICH, Josef. Dass neue menschen warden. Eine pödagogische religions psychologie. Schönstatt-Vallendar: Schönstatt-Verlag, 1996.

OLIVEIRA, Christian Dennys Monteiro de Oliveira. Turismo religioso. São Paulo: Aleph, 2004.

SANTUÁRIO no Brasil. Disponível em: <www.sitejufem.vilabol.uol.com.br/simbolos.htm>. Acesso em: 01 jun. 2005.

ANEXOS

FIGURA 1 – SANTUÁRIO DE SCHOENSTATT EM GUARAPUAVA

FONTE: Silva (2003)

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FIGURA 2 – BOSQUE DO SANTUÁRIO

FONTE: Silva (2003)

FIGURA 3 - PAISAGEM DO SANTUÁRIO SCHOENSTATT

FONTE: Rocha (2005)

FIGURA 4 - CAPELA DO SANTUÁRIO DE SCHOENSTATT

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EM GUARAPUAVA

FONTE: Rocha (2005)

FIGURA 5 - BOSQUE DO SANTUÁRIO DE SCHOENSTATT

FONTE: Rocha (2005)

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