tumor odontogênico adenomatoide

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA Histologia Geral Andreza Garibaldi Júlia Freire Danigno Laura Fang Victor Cavadas TUMOR ODONTOGÊNICO ADENOMATÓIDE: Definição e Histopatologia Pelotas Julho de 2013

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Page 1: Tumor Odontogênico Adenomatoide

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

Histologia Geral

Andreza Garibaldi

Júlia Freire Danigno

Laura Fang

Victor Cavadas

TUMOR ODONTOGÊNICO ADENOMATÓIDE:

Definição e Histopatologia

Pelotas

Julho de 2013

Page 2: Tumor Odontogênico Adenomatoide

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1. Tumores Odontogênicos 4

1.1. Definição Geral 4

1.2. Classificação dos Tumores Odontogênicos 5

2. Tumores Odontogênicos Adenomatóides 6

2.1. Definição Geral 6

2.2. Classificação 7

2.2.1. Foliculares 7

2.2.2. Extrafoliculares 7

2.2.3. Extraóssea ou periférica 7

2.3. Tratamento 8

2.4. Histopatologia 8

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS

Page 3: Tumor Odontogênico Adenomatoide

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INTRODUÇÃO

Tumores odontogênicos compreendem grupos de neoplasias que tem como

origem os tecidos formadores dos dentes, dentre eles encontra-se o tumor

odontogênico adenomatóide, no qual o presente trabalho busca a maior

compreensão, realizando uma breve introdução sobre os tumores odontogênicos em

geral, depois tomando o foco no adenomatóide e suas características, classificações

e principalmente sua histopatologia.

Page 4: Tumor Odontogênico Adenomatoide

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1. Tumores Odontogênicos

1.1. Definição Geral

Os tumores odontogênicos são lesões dos tecidos epiteliais ou mesenquimais

que fazem parte do processo da odontogênese (período em que os dentes são

formados), e são classificados histologicamente de acordo com a sua origem em

epiteliais, mesenquimais ou mistos.

Essas alterações ocorrem por causa de problemas no desenvolvimento dos

dentes e estruturas associadas.

A parte que mais é afetada é o tecido ósseo dos maxilares.

Normalmente, esse tipo de tumor tem crescimento lento e não são percebidos

sintomas.

Sua incidência tem prevalescência normalmente devido a fatores como idade,

sexo, raça, porém já foram computados até variações geográficas na distribuição e

freqüência (vide tabela 1).

O comportamento biológico varia desde hamartomas (anomalias no

desenvolvimento do tecido dentário, má formação) e neoplasias (alteração com

crescimento autônomo e independente) até tumores agressivos e malignos.

Tabela 1 - Frequência dos tumores Odontogênicos (TOA é o tratado nesse trabalho)

Page 5: Tumor Odontogênico Adenomatoide

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1.2. Classificação dos Tumores Odontogênicos

Não existe realmente uma classificação universal, principalmente quanto à

histogênese dessas lesões.

A tabela seguinte classifica por dois aspectos, que dependem diretamente do

tecido de origem e do comportamento biológico: características histológicas e

propriedades.

Como visto, o tumor odontogênico adenomatóide é classificado como de

origem epitelial e benigno.

Tabela 2 – Classificação dos Tumores Odontogênico

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2. Tumores Odontogênicos Adenomatóides

2.1. Definição Geral

O Tumor Odontogênico Adenomatóide (TOA) é uma lesão relativamente

incomum, antes de 1969 era tida como uma variante do ameloblastona, sendo

chamada de "odontoameloblastoma" ou “tumor adenomatoide ameloblástico”.

A lesão é definida como um tumor odontogênico benigno, composto por

epitélio odontogênico, em variados padrões histológicos, e por estroma de tecido

conjuntivo maduro.

São conhecidas três variantes do tumor: folicular, extrafolicular e extraóssea

ou periférica, que serão melhores caracterizadas no item 2.2.

Apresenta-se mais comumente assintomática e com crescimento lento e

progressivo (vide imagem 1). Deslocamentos de dentes vizinhos devido à expansão

do tumor podem ser observados.

Imagem 1 – Estado Pré-operatório

O tumor pode ser parcialmente cístico, e em alguns casos, a lesão sólida

pode estar presente somente como massas na parede de um grande cisto.

Ocorre tipicamente em jovens, por volta dos 10-20 anos e em mulheres.

Normalmente ocorre mais na maxila que na mandíbula, a parte anterior perto dos

caninos é o maior lugar de incidência.

O tumor está relacionado normalmente com um dente não erupcionada (vide

imagem 2), e pode parecer na verdade um cisto dentígero (cisto dentígero é uma

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patologia que se forma a partir de um dente não erupcionado e origina-se por

alterações no epitélio reduzido do órgão do esmalte) porém, cisto dentígero não tem

presença de material calcificado, o que difere do tumor adenomatóide.

Imagem 2 - Aspecto da unidade dentária associada à lesão

2.2. Classificação

2.2.1. Foliculares

Intraósseas, associadas à coroa de um dente não irrompido.

2.2.2. Extrafoliculares

Posicionam-se interradicularmente (entre raízes) e provocam afastamento radicular

das unidades vizinhas.

2.2.3. Extraóssea ou periférica

São mais raras e podem provocar discreta erosão da cortical óssea alveolar.

Foliculares e Extrafoliculares compõem 97% dos casos.

As variedades intraósseas são geralmente esféricas e contêm uma cápsula

fibrosa com material amarelado proteináceo semissólido em seu interior como visto

na imagem 3, onde observa-se macroscopicamente a presença de cápsula bem

definida (seta) envolvendo o tumor, contendo diversas estruturas novelares.

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Imagem 3 – Observação macroscópica

2.3. Tratamento

Considerando que é benigno, de comportamento não agressivo com baixa

tendência a afetar tecidos vizinhos, o tratamento é o cirúrgico por excisão (ato de

cortar) e curetagem. De acordo com a posição e o envolvimento do dente não

irrompido pode-se ou não preservá-lo, tracionando-o ortodonticamente.

2.4. Histopatologia

O tumor odontogênico adenomatóide é uma lesão bem definida que

geralmente está envolvida por uma espessa cápsula fibrosa (vide imagem 4).

Imagem 4 - Vista em pequeno aumento demonstrando a capsula espessa envolvendo o tumor

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É um tumor do epitélio odontogênico com estruturas semelhantes a ductos

(estruturas canaliculares) e é capaz de modificar o tecido conjuntivo subjacente.

Imagem 5 – Aspecto histopatológico geral

Células colunares (oriundas do epitélio odontogênico) em formato circular dão

aspecto de ductos, denominadas de pseudoductos, com núcleos polarizados

opostamente ao lúmen, que lembram estruturas glandulares. Essas mesmas são

agrupadas em nichos ou estruturas semelhantes a rosetas (vide imagens 6,7,8).

Imagem 6 – Pseudo-ductos e rosetas

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Imagem 7 - Estruturas em roseta (seta menor) e pseudo-ductos (seta maior)

Imagem 8 - Aumento maior da imagem 4, mostrando os pseudo-ductos

Entre fileiras dessas células colunares, existem normalmente materiais

acidófilos.

O tecido conjuntivo inclui muita quantidade de material hialino acidófilo

(parecendo dentina displástica - anomalia dentária de malformação).

As células epiteliais podem ainda formar arranjos complexos, sob a forma de

cordões, que comumente apresentam invaginações.

Verifica-se, em quantidades variáveis, depósitos de material amorfo e

calcificações em alguns tumores.

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CONCLUSÃO

Em suma, os tumores odontogênicos adenomatóides são raros, porém,

provêm de algo muito comum na sociedade que são os dentes não erupcionados.

O trabalho mostrou suas características e demonstrou que histologicamente é

que se diferem tais tumores de diferentes patologias muitas vezes similares

externamente.

O tumor adenomatóide apesar de benigno precisa ser diagnosticado

rapidamente, pois pode atingir tecidos vizinhos, por isso o conhecimento de tal

estudo retratado no trabalho deve ser conhecido.

Page 12: Tumor Odontogênico Adenomatoide

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REFERÊNCIAS

CASTRO, C.H.S.; MENDES, R.B,; CARNEIRO, M.C.; JÚNIOR, B.C.; AZEVEDO,

R.A.A. Tumor odontogênico adenomatoide: aspectos relevantes ilustrados por

um caso clínico. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, Bahia, v. 9, p 179-182,

2010.

DAMM, D.D.; NEVILLE, B.W.; BOUQUOT, J.E.; ALLEN, C.M. Patologia Oral e

Maxilofacial. São Paulo:Elsevier, 2009. 992 p.

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UNICAMP. Tumores Odontogênicos.

Disponível em:

<http://www.fop.unicamp.br/ddo/patologia/downloads/db301_un5_Aula51NeoOdonto

genicos.pdf>. Acesso em: 5 de julho de 2013.

GOMEZ, R.S. Tumor Odontogênico Adenomatoide. Disponível em:

<http://www.ricardosgomez.com/casos-clinicos/tumor-odontog%C3%AAnico-

adenomatoide/>. Acesso em: 5 de julho de 2013.

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<http://pt.scribd.com/doc/16001504/Tumores-Odontogenicos>. Acesso em 5 de julho

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SCIUBBA, J.J. Patologia Oral. São Paulo: Elsevier, 2008. 512 p.

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Tumores Odontogênicos que podem acometer a cavidade bucal das crianças.

Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, v. 19, p

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