tudo falso! · 2020. 2. 11. · messa do jornal, para de p >‘omp to p r o v i de u c i a r-...
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I V A N N O D O M I N G O , 18 D B D E Z E M B R O D E 1 9 0 4 N * ' 79
SEM A N A R I O N O T I C I O S O , L I T T E R A R I O E A G R Í C O L A
AssignaturaA nn o, iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. Para o Brazil, anno. 2S5oo réis |moeda fortej.Avulso, no dia da publicação, 20 réis.
EDITOR— J o sé ,■Augusto Saloio
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V L D E Í IA I >1. ix ;,v —■-—,
Publicações'A nnuncios— 1.» publicação. 40 réis a linha, nas seguintes,
20 réis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto especial. Os auto- graphos não se restituem quer sejam ou náo publicados.
PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio
E X P E D I E N T E
Rogamos ao» nossos estimáveis assignantes a fineza de nos participarem qualquer falta na remessa do jornal, para de p >‘omp to p r o v i de u c I a r- mos.
Acceitam-se com gratidão quaesquer noticias que sejam de interesse publico.
Tudo falso!E’ já um aphorismo anti
go que anda meio mundo para se enganar um ao outro., Sente-se uma alegria immensa quando se calcula que se deitou poeira nos olhos'do proximo.
Vae a gente a um baile, a um espectáculo onde brilham as mais vistosas joias, que têem reflexos deslumbrantes á luz viva que illu- mina a sala, e fica verdadeiramente extasiado ante aquelle extraordinario ful- gor.
Pois todas aquellas joias são falsas. As verdadeiras, se as havia, foram empenhadas ou vendidas, para se poder gosar no mundo o fausto e a ostentação.
Appareceram agora em Lisbôa uns famosos brilhantes chamados Bera, que imitam perfeitamente os verdadeiros; a casa que os vende têm succursaes em todas as partes do mnndo e está montada com grande esplendor.
Prova isto que a febre de brilhar, seja de que maneira fôr, se alastra pelo mundo todo.
Esses brilhantes compram-se, usam-se e quem ‘os traz imagina que as outras pessoas os tomam por verdadeiros.
Julgam illudir os outros e a final illudem-se a si pro- prios.
Quando é que os homens e as mulheres se hão de pôr no seu logar? Quando comprehenderão que nem todos são para tudo, nem tudo é para todos?
Parece-nos que nunca. A tolice humana não têm limites e ninguém têm em casa um espelho onde possa vêr perfeitamente o que é.
O mundo cada vez está mais torto. E’ uma grande casa de doidos, que todos julgam ter juizo.
JOAQUIM DOS ANJOS.
..........
JOSE A. DA FONSECA YAZ YELHO
S O L IC IT A D O R
Encarrega-se de solicitar em qualquer repartição publica nesta comarca. Preços modicos. ,83
R. da Calçada, Aldegallega.
Já foram collocadas na Praça Serpa Pinto e Largo da Caldeira, as arvores nos logares das que haviam sec- cado.
------------«»— -----------Theatro Popular
Realisaram-se no domingo e quinta feira passados dois excellentes espectáculos neste elegante theatro, subindo á scena no primeiro o drama em 4 actos AD. Igne\ de Castro, e no segundo o drama em 3 actos 0 condemnado, e a comedia em um acto Mar- que1 por meia hora.
O s espectáculos continuam a agradar, o que têm dado motivo a grandes enchentes.
Hoje sobe á scena o drama em 3 actos A inquisição em Portugal e a interessante comedia em um acto A
flo r de laranjeira. E’ de esperar mais uma enchente no theatro popular da rua da Fabrica.
Pedimos
Q ue não seja permittido aos carroceiros guiar de cima das cargas ou dos va- raes;
Q ue seja em cada urinol collocado um candieiro;
Q ue seja feita uma lim- pe\a aos cães vadios;
Que os carreiros sejam obrigados a andar adeante dos bois.
CH RO N ICA A G R ÍC O L A
S u m m a r i o : 0 tempo e os trabalhos da quadra; cuidados com os géneros armazenados — Embaraços no commercio de vinhos; falsificações; companhias vinícolas; tratados de commercio; propaganda de consummo nas nossas co- lonias.
Inverno rigoroso em todo o paiz; nevadas nas regiões montanhosas do norte e centro e chuvas na beira-mar e sul. E’ tempo natural e bem vindo na sua quadra; assim as outras sigam a mesma norma.
Entretanto o agricultor, preso em casa, revê as contas da sua lavoura e pensa em modificar o seu plano de cultura, se lhe não dá resultado o que tem seguido, e occupa o pessoal limpando e concertando a mo- bilia agraria, examinando os generos armazenados, padejando quando podér os cereaes para afugentar o gorgulho, desgrelando os tubérculos e collocan- do-os em sitio escuro e sec- co, levemente ventilado,para que não rebentem de novo nem se engelhem, sec- cando.
O s vinhos devem merecer especial attenção, tiran-, do desde já os brancos das vasilhas onde tiverem tido a fermentação, e, quanto aos tintos, conservando-se turvos por dôces, pódem esperar o declinar do frio para terminarem a fermentação; se a turvação não acompanha ou não é mantida pela doçura, devem ser passados para vasilha sulfurada.
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O commercio de vinhos está, como ha.tres annos, embaraçado com a crise da abundancia, e a primeira victima de tal crise são os viticultores, que tendo gasto importantes sommas na cultura da vinha, não acham agora mercado para seus vinhos, nem adquirem capital para as despe- zas incessantes e agora urgentes da vinha.
E’ curioso que depois de dois anno‘S' àe meàíõcre e' muito fraca colheita, se veja estabelecer uma crise de abundancia. Com certeza que tal abundancia só pó- de provir das sobras da desenfreada falsificação,feita durante todo o anno passado.
E’ muito natural que actualmente, com vinho á farta e barato, se não falsifique por algum tempo, pois alcool, baga, etc., custam dinheiro; mas que a falsificação concorreu para a crise é evidente.
— Procuram-se meios de desenvolver o consumo interno e externo,e entre esses tentou-se fundar em Lisbòa uma companhia ou sociedade commercial intitulada fusão vinícola, que pelo nome não perca, se tiver de resuscitar. Essa f u são morreu, como devia morrer, porque encerrava um monopolio e um lado odioso. Queria fechar á metade norte do paiz a liberdade de commercio na metade sul, como se fosse em paiz estranho.
A substituir a idéa da fundação d’esse syndicato- fusão veio a de duas companhias no centro e sul com certas garantias; mas companhias, pelo exemplo de outras já existentes, seriam mais uma ou duas casas commerciaes que viriam fazer seu negocio sem au- gmentar o consumo? Para tal fim não merecem garantias e no seu proprio interesse deve entrar como meio principal concorrer para melhorar o fabrico e e unificar os typos.
De todas as idéas emitti- das a tal respeito nada, por certo, daria o resultado da supressão do real dagua, e o que pódem dar os tratados de commercio, especialmente com o Brazil e a Inglaterra, bem como a propaganda de consumo nas nossas colonias. Mas, e sobretudo, é necessário que se procure remedio radical com modificações no sys- tema cultural cultural, tendente, principalmente, a au- gmentar a producção de
leite e carne, sempre qv ̂meio o permVtia, re^ ’ ando o augmento ua vinha embora tão apropriada nosso paiz.
Felizmente que já corre a noticia de que o sr. ministro dos extrangeiros terá assignado em Londres um contrato que favorecerá a entrada dos nossos vinhos na Inglaterra; mas forçoso é tambem que se proceda identicamente com o Brazil; facilitando-lhe a entrada de alguns de seuspro- duetos mais importantes, como são café e assucar.
Entretanto, tudo quanto o governo pudésse fazer pelo desenvolvimento do consumo de nossos vinhos, como tambem de lacticínios e outros produetos, nas nossas colonias, seria a fórma mais segura de os valorisar e compensar o trabalho da nossa lavoura incitando-a para progredir.
M. RODRIGUES DE M O RA E S Agrónomo.
iDa Gaveta das Aldeias).---------------------- -------------------
Recebemos ha dias uma carta em que nos pédem para levarmos ao conhecimento das auctoridades o seguinte:
Serafim Marques, creado do sr. José Julio da Veiga Marques, estando na taberna pertencente a João Faria (cabo-chefe), no sitio denominado o Passil, concelho de Alcochete, na noite de 3 para 4 do corrente, lhe fôra furtada por Anto- nio Faria, filho do dono da taberna, a importancia de 2$ooo réis e um relogio de prata. Como o Serafim se queixasse de que estava roubado e se dirigisse a Antonio Faria, este lançou- se sobre elle espancando-o e negando ter sido o au- ctor do furto. Metteu-se na questão o cabo-chefe, pae do aggressor, que ainda lhe deu razão, comquanto, segundo nos affirmam, tinha conhecimento de que 0 filho é que havia commettido o furto. Passado algum tempo, foi elle quem levou o relogio ao Serafim, que lhe respondeu que aonde esti-
2 O D O M I N G O
vera o relogio também estava o seu dinheiro.
Está, portanto, provado, que o tal figurão, faz as suas proezas á sombra da auctoridade do pa"e.
Pedimos providencias sobre este facto.
AsEasivcirsarso
Completou no dia i 3 do corrente mais um anniver- sario natalício, a menina Maria Antonia, filha do nosso amigo Edmundo José Rodrigues.
Eecrntaiaicffito iniSitar
A commissão do recenseamento militar, em desempenho do § 2.° artigo 22 do regulamento dos ser- viços de recrutamento, faz saber que, na primeira quinta feira do mez de Janeiro de 1904 terá logar a primeira sessão para a inscripção no recenseamento militar de todos os mancebos dentro da eda- de legal.
Mais faz saber que todos os mancebos que até 3 i de dezembro de 1904 já tiverem completado 19 annos de edade, e que ainda não tenham sido recenseados, são obrigados a participar, durante o mez de janeiro, á- commissão de recenseamento, que chegaram á edade de serem ins.criptos no recenseamento militar. Eguai participação deve ser feita pelos paes, tutores ou pessoas de que os mancebos dependam.
A ’ falta de cumprimento d’esta obrigação corresponde a pena de 20^000 a 5o$oc-o réis de multa.
O que se faz publico, para conhecimento dos interessados e para que quaesquer pessoas possam apresentar á commissão os esclarecimentos que julgarem convenientes.
I Grandes na noite de domingo para segunda feira pelo regedor daquella fie- guezia, sr. Severo da Silva Firmino, pelo facto de arrombar a porta da casa da sr.a Elisia Emilia da Conceição, com o intuito de a roubar, o que não conseguiu em consequencia de ter sido presentido, o conhecido gatuno João Rodrigues Corregedor, o Abranteiro, viuvo, natural do Rocio de Abjrantes e sem domicilio certb>Qoris- ta que o Abranleird fòra acompanhado demais dois gatunos de quem ainda nega os nomes. Tem este individuo ainda pendente em juizo um processo por crime de egual natureza.
No dia i 5 do corrente se procedeu ao exame directo pelo juizo de paz deste districto, no referido arrombamento.
Lutuosa
Falleceram nesta villa:Dia 5, pelas 5 hora da
manhã, Manuel da Costa Caldeireiro, de 65 annos de edade; dia 10, pelas 6 horas da manhã, Izabel Maria, de 44 annos; dia 14, pelas 7 horas da manhã, Antonio Tavares d'Almeida, de 33 annos; dia 16, pelas 11 horas da manhã, Je- suina de Jesus Mónica, de 62 annos.
Arroinbanceato
Foi preso em Sarilhos
“Passatempo.,
Recebemos o n.° 100 desta interessante publicação, cujo summario é o seguinte:
A primeira fumaça — il- lustração.
Chronica, por Antonio de Campos Junior.— O primeiro tratado de com- mercio com a Inglaterra, feito pelos mercadores de Lisbôa e Porto; vinte-ânuos mais antigo que o primeiro tratado de alliança politica; um convénio de arbitragem ha seiscentos annos. — Tres iIlustrações
Os grandes homens da plebe — Um alfaiate.
Rua Portugal em Londres — P hotogràvura.
Rio de Janeiro — A cidade em obras — photo- gravura.
O lord-mayor— Photo- gravura.
A/rica portuguesa — Uma rua de Móssamedes— photogravura.
Epopêa eleitoral— Caricatura.
Aguia Morta — Continuação do romance de Antonio de Campos -lunior. com duas illustraçõès.
Cada numero semanal de 16 paginas 20 réis, trimestre 25o réis.
ANNUNCIOS
A N N U N C I O
5 de dezembro de 1904.o E S C R IV Ã O ,
Antonio Julio Pereira Moutinho.
Verifiquei a exactidão:
O JUIZ DE DIREITO,
S. Motta.
IIMTEJ(8 / publicação)
Em cumprimento da carta precatória vinda do juizo de direito da terceira Vara Civil da comarca de Lisbôa, e pelo inventario orphanologico a que alli se procede por obito de Manuel Paulo Rocha e cabeça do casal a viuva Maria do Carmo Rocha, vai á praça á porta do tribunal judicial de esta comarca de Aldegal- lega do Ribatejo no dia 25 do corrente mez de dezembro pelas 11 horas da manhã para ser vendido pelo maior preço que for offerecido, e sobre o abaixo declarado, o seguinte predio:
Uma morada de casas baixas com quintal e poço no Largo do Braga fre- guezia do Samouco, de esta comarca no valor de 280^000 réis.
Fica á custa do arrematante o pagamento completo da contribuição de| registo.
j
Aldegallega do Ribatejo,
E D IT A LA Camara Municipal do
Concelho de Aldegallega do Ribatejo manda annun- ciar que resolveu suspender a adjudicação do fornecimento da illuminação publica no sitio do Casal, cuja arrematação se.deveria realisar no proximo domingo, 18 do corrente.
Aldegallega, 12 de dezembro de 1904.
O secretario da camara,
Antonio Tavares da Silva.
A Camara Municipal do Concelho de do Ribatejo.
Aldegallega
Faz saber que no dia 18 do corrente mez de dezembro, pela uma hora da tarde, ha de andar novamente em praça para ser arrematado em glebas ou em todo o terreno que ficou por aforar na extensão de 22 metros de frente, no arraial de Nossa Senhora da Atalaya.
As condições para estas arrematações, acham-se patentes todos os dias não santificados, nesta secretaria.
Aldegallega, 12 de dezembro de 1904.
O secretario da camara,
Antonio Tavares da Silva.
MERCEARIA ALDEGALLENSE
-----D E ------
JOSE ANTONIO NUNES
ig , Largo da Egreja, ig
O proprietário deste estabelecimento, previne os seus estimáveis fregue- zes e o publico em geral que deve receber esta semana, para as festas do Natal e Anno Bom, o seguinte:
Especialidade em broas de milho com cidrão e finas de especie, bolos finos sortidos, differentes bolos seccos, taes como: palitos de amêndoa e de côco, cavacas, bolos de gemma, bolos de amor, fatias de pão de ló; abo- bora coberta, peras dôces e cidrão; differentes farinhas para puding; queijo flamengo- e amanteigado da Serra da Estrella e gruyère; figo flor, passa de uva de Alicante, nozes, e amêndoa torrada sobre- meza; differentes vinhos finos do Porto, crémes de Pére Kermann verde e amarei Io, Chartreuse, aniz escarchado, hortelã pimenta e granito, genebra e cognac primacial; macarrão do Natal, sopa ju- lienne, conserva em fras-
11 o FOLHETIM
Traducçáo de J. DO S AN.IOS
D E P O I S f i T P E C C A D OLivro Segmado
1 1 1
— Quero crel-a; comprehendo que tivesse medo de m’a dizer, e até hon- tem não tinha obrigação d'isso, por que, no fim de contas. não animava o meu amor. Mas hontem. quando a sua bôca me enchia de embriaguez, quando dizia que me tinha amor. quando eu a interrogava agitado por uma suspeita mysteriosa que renascia incessantemente na minha alma. sem cu mesmo querer, como teve*
coração rara me ouvir e me responder, para me provocar até. porque eu nunca teria a audacia de falar n’is- sò sé não fosse animado por si? Não teve receio de me armar um laço, de me expôr a ser infame, porque eu teria sido e flecti vãmente infame, sem o querer e sem a saber, se tivesse coberto os seus erros com o meu nome, se tivesse acceitado compartilhar comsigo uma fortuna que tem origem ignominiosa.
— Oh! ouvil-o falar d'essa maneira! Pedro, tenha compaixão de mim!
— Compaixão de si! E 'is s o possível! A ventura que sonhei não está destruída, anniquilada para sempre? Pois eu posso unir a minha vida a uma vida deshonrada? E afortuna que possue, fruc.o dos seus desregramentos, não está entre nós?
— Essa fortuna detestada dou-a aos pobres. Já teem uma parte p o dem ficar com o resto; não preciso de mais nada!
— E ’ muito tarde! disse o Pedro abanando a cabeça.
— Mas não me vae abandonar? exclamou Magdalena, levantando-se cheia de medo.
— Não tenho outra coisa afazer.— E' impossível!— Ainda é mais impossível dar-lhe
o meu nome.— Pois bem, não serei tua mulher,
mas serei tua escrava, tua criada.Tinha-se approximndo d'elle. pe-
gava-lhe nas mãos, agarrava se-lhe ao fato, supplicante, com os cabellos em desalinho, desesperada.
— Deixe-me! murmurou elle com desvairamento; deixe-me. causa-me
horror.
— Pedro! Pedro! exclamou ella. mata-me, mas não me abandones assim.
D’esta vez elle não respondeu. Com um movimento rapido. atirou para longe a infeliz Magdalena e depois fugiu emquanto ella, ann:quilada de todo, cahia desmaiada no tapete.
Antes de se ir embora, elle viu-a cahir; fez um movimento para voltar atraz. mas quasi logo, obedecen do ao impulso da sua ira, poz-se a correr, descendo a quatro e quatro, como um doido, os degraus d'aquella escada que ainda na vespera subia com o coração cheio de felicidade.
No dia seguinte sahia d'aqulla terra e a Magdalena não pensava senão em morrer.
IV
Chegou o inverno; os montes es
tão cobertos de neve e quando o sol se ergue, deixa cahir os seus primeiros raios no cimo todo branco dos seus cumes. O castello, deJoyeuse, cuja fachada cinzenta estava occulta por uma cortina de castanheiros, de tilias e de platanos, vê-se agora de longe entre os ramos despojados das folhas que estão substituídas por g e lo pulverisado como bocados de vidro.
T u d o é triste e sombrio e o frio que reina em toda a parte penetra-nos até ao coração.
Apezar d ’aquelle rigoroso inverno, não tinha sahido da sua terra.
(Continua,).
O D O M I N G O
cos, azeitonas verdes de Eivas e pretas do Douro em latas de kilo e a miúdo e ervilhas enlatadas, peixes de conserva em latas: savel, goraz, pescada e congro com ervilhas.
Torno, por estemeio, a liberdade de convidar os meus respeitáveis freguezes e o publico em geral a visitar o meu esta- belecimento e verificar se os artigos que nelle tenho expostos á venda não são de escolha esmerada e de primeira qualidade.
a m n i u n t c i o
COMARCA BE ALDEGALLEGA
118 RIBATEJO( l . a Pnblicaeáo)
Pelo Juizo de Direito de esta comarca, no inventario por obito de João de Deus Costa Junior, e no qual é inventariante Maria Joaquina de Almeida, hão de ser postos em praça á porta do Tribunal de este Juizo, no dia 25 do corrente pelas 11 horas da manhã, e arrematados a quem maior lanço offere- cer sobre a sua avaliação, os seguintes prédios,
Uma morada de casas abarracadas com seu quintal e mais pertences, situada na rua de Santo Antonio da villa de C a nha, livre, no valor de ioo$ooo réis.
Uma casa abarracada com adega e cocheira, sitas na praça da villa de Canha, livre, no valor de 400^000 réis.
Uma courella de matto e pinheiros sita no Bar- rancão, limites de Canha, livre, no valor de 5o$ooo réis
Uma fazenda composta de terra de semeadura, vinha e olival, denominado Corral do Concelho, limites da mesma fregue- zia, no valor de 5o5$ooo réis.
A contribuição de registo é toda paga pelos arrematantes.
Aldegallega do Ribatejo, 5 de dezembro de 1904.
Verifiquei a exactidáo:
O JUIZ DE D IREITO ,
S. Mutta.
O E SC R IV Ã O ,
José Maria de Mendonça.
1 5 0 : 0 0 0Barbados americanos de
Rupestres Monlicnlo e Ara- mon Rupestres. Vende por preços resumidissimos J. J. C. Figueira, n esta villa.
A N N U N C I O
C O M A R C A DE A L D E G A L L
(A.a pubSicação)
- Pelo Juizo de Direito desta comarca, e cartorio do escrivão d a . i - 0 officio, e na execução que 3, Fazenda Nacional move contra José d’Aveiro Pereira, do Chão Duro, vão á praça pela 3 a vez e sem valor á porta do tribunal Judicial de este Juizo, no dia 18 do corrente, pelas 11 horas da manhã os prédios ou bens penhorados na mesma execução.
Uma courella de terra com vinha e duas moradas de casas contiguas, sitas no Chão Duro.
Outra courella de terra com uma casa de habitação, no Chão Duro, forei- ra em 3$ooo réis annuaes a Maria Teixeira.
São citados para a dita praça os crédores incertos, nos termos e para os effeitos do n.° i.° do artigo 844 do Codigo Processo Civil.
Aldegallega do Ribatejo, 12 de dezembro de 1904.
O E S C R IV Ã O
José Maria de Mendonça.
Verifiquei a exactidão:
O JUIZ DE DIRE ITO ,
S. Motta.
A N N U N C I O
(S.a publicação)
Pelo Juizo de direito de esta comarca e cartorio do primeiro officio, se procede a inventario or- phanologico, por obito de Umbelina Pinto da Silva, e em que é inventariante Emygdio Tavares de Pinho, morador nesta villa; e pelo presente correm editos de 3o dias, citando os crédores residentes fó- ra da comarca, para no dito praso. a contar da ultima publicação deduzirem querendo os seus direitos.
Aldegallega do Ribatejo, 5 de dezembro de 1904.
Verifiquei a exactidáo:
O JUIZ DE DIREITO,
5 . Moita.
O E SC R IV Ã O .
José M ana de Mendonça.
A N N U N C I O
C O M A R C A DE
ALDEGALLEGA
(3.a publicação)
No dia 25 de dezembro proximo, pelas onze horas da manhã, á porta do tribunal judicial de esta villa de Aldegallega, nos autos de inventario orphanolo-
a que se procede por o í/A 4e-"M.aftUJãUio- drigues Pancão, se ha de arrematar em hasta publica a quem maior lanço offerecer sobre o valor da sua avaliação, uma morada de casas abarracadas, com outra pequena anne- xa e um quintal, sitas na rua de José Maria dos Santos, de esta villa de Aldegallega, foreiras em i$5oo réis annuaes aos herdeiros de Joaquim José Marques Contramestre, avaliadas em 45o$ooo réis.
Pelo presente são citados todos os crédores incertos para assistirem á dita arrematação e ahi uzarem dos seus direitos, sob pena de revelia.
Aldegallega, 29 de novembro de 1904.
o E S C R IV Ã O
Antonio Augusto da Silva Coelho.
Verifiquei a exactidáo.
O JUIZ DE DIREITO ,
S. Motta.
A N N U N C I O
(S.a Publicação)
Pelo juizo de direito de esta Comarca e cartorio do Escrivão do primeiro officio, Mendonça, correm editos de trinta dias citando o herdeiro João Francisco Angelo, casado, au- zente em parte incerta, para assistir a todos os termos, até final do inventario orphanologico a que se procede por obito de seu pae Joaquim Francisco Angelo, morador que foi no sitio da Fonte da Prata, freguezia de Alhos Vedros. de esta mesma Comarca, e n’elie deduzir os seus direitos sob pena de revelia.
Aldegallega do Ribatejo, 23 de novembro de 1904.
o E S C R IV Ã O .
José Maria de Mendonça.
Verifiquei a exactidão:
O JUIZ DE DIREITO,
S Motta.
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presente estação, por pouco dinheiro? Quereis comprar fazendas de lá pelo preço ,
paaEjEo cru?Quereis comprar bons cobertores, por pouco d i
nheiro ?Quereis comprar bons pannos para rouparia, por
pouco d inhe iro?Quereis comprar artigos de retroseiro das u lt i
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possível! descrever, por pouco «Unheiro?
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e ainda muitos outros números de differentes percentagens.
Farinha de tremôço 2^000 rs. sem sacca )2$()6o rs. com sacca
Moagem de tremôço por conta do lavrador, 240 réispor cado sacca
Pelo systema commercial adoptado n’esta empreza, estão inteiramente postas de parte todas as apprehen- sões dos lavradores, com respeito a fraudes de qualquer natureza nos adubos que lhes vendemos.
As analyses são feitas em amostras extrahidas da remessa no acto da expedição, e em qualquer laborato- rio official á escolha do comprador, sendo por conta d’este até ao limite de cinco toneladas (salvo prévia recusa) e de nossa conta dahi por deante.
SACCARIA GRATUITAFabrica e depositos da Sova 1% na j» reza de Adu
bos Arííficiacs em Aldegallega do itihatejo (á beira-mar).
ESCRIPTORIOS:— Em Lisbôa, Largo de S. Paulo, 12,1 ° ; em Aldegallega, Rua Conde Paço Vieira, 24.
G R A N D E A R M A Z É M----- * D E * ------
DOJL\GOS JOSÊ M MORAES& Comp.:l
Farinha, semea, arroz nacional, alimpadura, fava, milho, cevada, 'aveia, sul- phato e enxofre.
Todos estes generos se vendem por preços muito em conta tanto para o consumidor como pai'(3eowe- vendedor. - 178
ISsia do Caes — ALDEGALLEGA
P A R I S
Romance de- acontecimentos sensacionaes e verídicos occorridos na actualidade e mais interessante que os Mysterios de Paris e Rocambole por Dubut de Laforest.
Pedidos á «Editora», largo do Conde Barão, 5o — Lisboa.
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OS DRAMAS DA CORTE
(Chronica do reinado de Luiz XV)
Romance historico porE. LADOUCETTE
Os amores trágicos de Manon Les <aut com o celebre cavnllciro de Grieux, formam o entrecho d ’este romance, rigorosamente historico, a que Ladoucette imprimiu um cunho de originalidade devéras encantador.
A corte de Luiz xv, com todos os seus esplendores e misérias, é escri- pta magistralmente pelo auctor d '0 Bastardo da Rainha nas paginas do seu novo livro, destinado sem duvida a alcançar entre nós exito egual áquelle com que foi recebido em Paris, onde se contaram por milhares os exemplares vendidos.
A edição portugueza do popular e commovente romance, será feita em fascículos semanaes de 16 paginas, de grande formato, illustrados com soberbas gravuras de pagina, e constará apenas de 2 volumes.
30 réis o fascículoÍOO réis o tomo
2 valiosos brindes a todos os assignantes
Pedidos á BibliothecaPopular,Empresa Editora, 162, Rua da Rosa, 162
Lisboa.
S A L C H I C H A R I A M E R C A N T I LD E
N’este estabelecimento encontra o publico, sempre que queira, a excellente carne de porco fresca e salgada, assim como:
GHISPE, C A B E Ç A E TO U C IN H OAeeeio esmerado! — l»reeos lim itados!
RUA DE JOSÉ MARIA DOS SANTOSALDEGALLEGA
JOSÉ DA ROCHA BARBOSACom ofíieina de Correeiro e SelSeiro
18, RUA D O F O R N O , 18 A L 09 Bi « A L S. l i ftí A
DIARIO DE NOTICIASA G U E R R A A N G r L O - B O E R
Impressões do TransvaalInteressantíssima narração das luetas entre inglezese boers, «illustrada»
com numerosas zinro-gravuras de «homens celebres» do Transvaal e cio Orange. incidentes notáveis, «cercos e batalhas mais cruentas da
G U E R R A A N G L O -B O E R Por um funccionario da Cruz Vermelha ao serviço
do Transvaal.Fascículos semanaes de 1 6 paginas................. 3o réisTomo de 5 fascículos.......................................... i 5o »
A G U E R R A A N G L 0 B Ó E R é a obra de mais palpitante actualidade.N ella sao descriptas, «por uma testemunha presencial», as differentes
phases e acontecimentos emocionantes da terrivel guerra que tem espantado o mundo inteiro.
A G U E R R A ANGLO-I O E R faz passar ante os olhos do leitor todas as « grandes batr.lhas, combates» e «escaramuças» d’esta prolongada e acérrima lueta entre inglezes, tra .svaalianos e oranginos, verdadeiros prodigios de heroísmo e tenacidade, em que são egualmente admiraveis a coragem e dedicação p. triotica de vencidos e vencedores.
Os incidentes variadíssimos d’esta contenda e itre a poderosa Inglater ra e as duas pequJnas republicas sul-africanas,.decorrem atravez de verdadeiras peripecias, por tal maneira dramaticas e pittorescas, qiie dão á G U E R RA A N G L O -B O E R , conjunctamente com o irresistivel attractivo dum a nar rativa histórica dos nossos dias, o encanto da leitura romantisada.
A Bibliotheca do DIARIO DE NOTICIASapresentando ao publico esta obra em «esmerada edição,» e por um preço diminuto, julga prestar um serviço aos numerosos leitores que ao mesmo tempo desejam deleitar-se e adquirir perfeito conhecimento dos successos que mais interessam o mundo culto na actualidade.
Pedidos d Emprega do D I A R I O D E N O T IC IA S Rua do Diario de Noticias, 11 o — LISBOA
Agente em Aldegallega— A. Mendes Pinheiro Junior.
Relojoaria e ourivesaria3EW 'BlVrU m
gesé da Silva 5?'himoleo
O proprietário deste estabelecimento vem participar aos seus estimáveis fregue- zes e ao publico em geral, que tem ao seu serviço, no seu estabelecimento, um bom official de relojoeiro, ex-empregado da importante casa J. Maury, de Lisbôa.
Aproveitando esta occasião, roga aos seus numerosos freguezes o favor de visitarem o seu estabelecimento, onde encontrarão um soberbo sortimento de objectos de ouro e de prata e relogios de algibeira, de mesa e de parede. Especialidade em concertos de relogios chronometros, barometros, chrono- graphos e de repetição. Tambem se acceitam propostas para concertos em relogios de, torre, quer nesta villa ou fóra.
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