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TT75 IMPACTOS NOS RECURSOS HÍDRICOS E A QUALIDADE DE VIDA DA COMUNIDADE RURAL DIANA OLIVEIRA DOR ANJOS END.: COND.CASABLANCA VILLAGE, MÓD 03, CS 18, PIATÃ, -41.650-000, SALVADOR FONES: 3377- 1586/9126-5072, [email protected] FORMAÇÃO: ENGENHARIA AMBIENTAL. FTC. PERÍODO: 2002.2 A 2006.1. ENGENHARIA DE PROD. MECÂNICA. UNIDADE BAIANA DE ENSINO, PESQ. E EXTENSÃO. PERÍODO: 2000.1 A 2002.1, 5º SEM. CONCLUÍDO. EXP. PROF.: EMPRESA: CEDEP COMÉRCIO E INDUSTRIA LTDA ATIVIDADE: DISTRIB. DE ÓLEOS LUBRIFICANTES EM TODA BAHIA. CARGO: GERENTE ADMINISTRATIVO. PERÍODO: 01.08.2000 ATÉ PRESENTE DATA

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IMPACTOS NOS RECURSOS HÍDRICOS E A QUALIDADE DE VIDA DA COMUNIDADE RURAL

DIANA OLIVEIRA DOR ANJOS

END.: COND.CASABLANCA VILLAGE, MÓD 03, CS 18, PIATÃ, -41.650-000, SALVADOR FONES: 3377-1586/9126-5072, [email protected] FORMAÇÃO: ENGENHARIA AMBIENTAL. FTC. PERÍODO:

2002.2 A 2006.1. ENGENHARIA DE PROD. MECÂNICA. UNIDADE BAIANA DE ENSINO, PESQ. E EXTENSÃO. PERÍODO: 2000.1 A 2002.1, 5º SEM. CONCLUÍDO. EXP. PROF.: EMPRESA: CEDEP

COMÉRCIO E INDUSTRIA LTDA ATIVIDADE: DISTRIB. DE ÓLEOS LUBRIFICANTES EM TODA BAHIA. CARGO: GERENTE ADMINISTRATIVO. PERÍODO: 01.08.2000 ATÉ PRESENTE DATA

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IMPACTOS NOS RECURSOS HÍDRICOS E A QUALIDADE DE VIDA DA COMUNIDADE RURAL DIANA OLIVEIRA DOR ANJOS

TRABALHO ACADÊMICO

Avalia impactos ambientais nos lagos da cidade de Feira de Santana – Bahia, Brasil,

com enfoque na Lagoa Grande e fronteira hídrica a jusante área rural Lagoa de Berreca,

subdistrito do Registro - distrito de Jaíba. Foi verificada a ocupação do solo nas margens de seus recursos hídricos não respeitando, o recuo determinado por lei, e de seu uso para a

diluição dos efluentes. A Lagoa Berreca possui comprovada importância econômica e ambiental para a comunidade ao seu entorno apresentando percentual reduzido de seus

múltiplos usos, impondo atualmente, de forma indireta, o afastamento da comunidade Procedeu-se pesquisa de campo verificando níveis das condições de vida de seus habitantes;

análise documental; plano diretor; registro fotográfico, e, entrevistas com a comunidade rural analisando os reflexos sócio, econômico e ambiental, gerados pela degradação. O modelo

usado para avaliação dimensiona qualitativamente a realidade da comunidade, por meio de indicadores sociais, econômico e ambiental, sustentando-se nos paradigmas rural e urbano.

Tal modelo articulado com a minimização dos conflitos de interesses entre comunidades locais, propõe ser instrumento de tomada de decisão de sustentabilidade regional planejada.

Concluímos o estudo indicando proposta de ferramentas para garantir e preservar os recursos hídricos ainda existentes, na perspectiva de alcançar o desenvolvimento sustentável.

Palavras-chave: Planejamento urbano, Impactos nos recursos hídricos, Qualidade de vida rural, Ferramentas para gestão municipal.

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1 INTRODUÇÃO

A sociedade humana interfere e transforma a natureza como nenhuma outra

espécie. Ela é capaz de explorá-la irracionalmente não se dando conta de que ambos afetam-se mutuamente.

O ser humano caracteriza-se desde a mais remota antiguidade, á uma tendência gregária, fundamentada inicialmente na constituição de famílias e com estreita interdependência entre seus membros. Desta forma, constituiu grupos para maior facilidade de defesa e para a aquisição de energias necessárias a sua sobrevivência, dando origem às cidades nas margens dos rios.

Na década de 70, começara a surgir no Brasil associações ambientalistas com intuito de denunciar e conscientizar a população a respeito da degradação do meio ambiente, bem como em preservá-lo. Estes movimentos ecológicos foram ganhando força e após 1981 estabeleceu no Brasil uma política nacional para o meio ambiente, que procurava conciliar o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental. Hoje, em termos ambientais, a constituição brasileira é considerada uma das mais avançadas e inovadoras, dando autonomia aos estados e municípios para executar políticas ambientais.

As cidades brasileiras de pequeno e médio porte, ao contrário dos grandes centros urbanos encontram-se em situação onde é possível reverter o comprometimento da qualidade de vida, por se tratar de administrações mais simples. A classificação de desempenho ambiental nas cidades foi avaliada por Satterthwaite (2004, p.136) em cinco categorias: controle de doenças contagiosas e parasitárias; redução dos perigos químicos e físicos no lar, no local de trabalho e na cidade em geral; universalização de um ambiente urbano de boa qualidade para todos; minimização da transferência de custos ambientais para os habitantes e ecossistemas no entorno da cidade e a quinta e última: incentivo ao ‘consumo sustentável’. Segundo o autor, estas categorias permitem considerar que elementos comuns são compartilhados por todas as cidades e, a partir disso, entender como devem ser distinguidas essas prioridades permitindo assim um melhor índice de qualidade de vida.

Nosso objeto de estudo, o município de Feira de Santana, tratou dos problemas ambientais mais freqüentes são os ligados à poluição dos rios, lagos, lagoas, contaminação da água por agrotóxicos e a ocupação irracional das margens dos recursos hídricos entre outros. O crescimento das cidades, com índices de expansão acelerados com a lógica de produção do ambiente construído tende a reproduzir impactos cada vez maiores aos recursos hídricos.

O município de Feira de Santana, localizado ao norte do estado da Bahia, possui como característica ambiental marcante, suas inúmeras lagoas, entrelaçando o espaço natural e o espaço urbano com o rural. A Lagoa de Berreca em Feira de Santana é situada no subdistrito do Registro, comunidade inserida no distrito de Jaibá e pertence à bacia hidrográfica do Rio Pojuca.

Nas últimas décadas, estas lagoas na região de Feira de Santana, estão sendo impactadas como conseqüência do processo de urbanização, o qual vem

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acarretando progressivos problemas quanto à preservação e conservação ambiental.

A proposta deste trabalho é avaliar o resultado desses processos na configuração da Lagoa de Berreca, verificando como está estruturada e identificando as transferências de impactos hídricos provindo da zona urbana, além de configurar os conflitos nos múltiplos usos da microbacia. Também serão abordadas as potencialidades capazes de proporcionar uma melhor integração ao ambiente, respeitando e valorizando os recursos hídricos e a qualidade da vida da sociedade rural à jusante da zona urbana.

O crescimento urbano desordenado da cidade de Feira de Santana fez surgir grandes assentamentos populares de baixa renda, que utilizam as margens das lagoas e vem comprometendo a existência e a qualidade dos seus recursos hídricos, como também transportando estes problemas para comunidades a sua jusante. Em conseqüência deste crescimento desordenado, principalmente, no uso dos recursos hídricos as autoridades vêm permitindo a externalização dos problemas em forma de poluentes e efluentes.

Por algum tempo, esta lagoa e os seus riachos desempenharam importante papel nas atividades de lazer, como a prática de esportes e recreação para a população local, rural e regional. Hoje, os impactos causados nestes recursos promovem o afastamento da comunidade, e é possível perceber a crescente indisponibilidade de espaços livres de uso público, que possibilite a integração destes, nas atividades de recreação. A Lagoa possui também grande potencial paisagístico e produtivo.

Os reflexos da destruição, a jusante dos recursos hídricos urbanos, são visíveis nos ambientes nas margens dos seus recursos hídricos. E é aqui que precisamos buscar novas diretrizes para um modelo de desenvolvimento urbano sustentável, sendo importante fazer uma reflexão sobre os impactos diretos da urbanização negativos para o meio ambiente e a conseqüente qualidade de vida rural.

Para a realização dessa pesquisa, partiu-se da hipótese principal de que a urbanização de Feira de Santana gera impactos em seus recursos hídricos e compromete a qualidade de vida regional. Nosso objeto de estudo, em especial, pretende avaliar a qualidade de vida da comunidade rural, inserida na microbacia do Rio Pojuca. Por meio da observação nas intervenções naturais do seu entorno e pela coleta dos dados administrativos e de informações das autoridades públicas responsáveis em primeira instância, pela preservação ambiental e qualidade de vida da região. Este estudo pretende a construção de quatro ferramentas para tomada de decisão especifica, quanto aos seus pontos de vista, e em conjunto, quanto as suas coerências de identificação dos impactos nos recursos hídricos, quanto aos seus resultados em conjunto.

A busca de qualidade de vida e segurança, associadas à infra-estrutura do município de Feira de Santana, com sua proximidade a Salvador, grande centro urbano, vem se tornando um vetor populacional e foco de investimentos de grupos empresariais do comercio e indústria. Uma mudança de ação se faz necessária em toda malha urbana, com o intuito de evitar atender aos interesses particulares de investidores em prol dos interesses da comunidade local e regional. Ações bem

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sucedidas precisam de ferramentas de decisão capazes de contribuir apoiando as administrações públicas.

A elaboração das quatro ferramentas contou com a atribuição de pesos aos indicadores de acordo com suas importâncias na preservação ambiental da microbacia. Para estruturar as ferramentas, tomamos como base as redes de interações que contribui para promover uma abordagem integrada à análise dos impactos ambientais.

A metodologia utilizada para a realização desta pesquisa, visa atingir aos objetivos propostos, possui caráter qualitativo e exploratório e pressupõe analisar o impacto do desenvolvimento dos recursos hídricos da Lagoa de Berreca, além de mapear suas conseqüências para a população rural.

Foram realizados estudos exploratórios para demonstrar através de pesquisa de campo, com entrevistas à comunidade local, incluindo pescadores e agricultores, o grau e a natureza dos reflexos socioeconômico e ambiental da região afetada, assim como, o registro fotográfico das áreas degradadas, às margens do recurso hídrico, e da flora, existente em suas margens, a fim de subsidiar as entrevistas.

A pesquisa documental foi realizada com uma perspectiva histórica crítica, associada a análise acerca do processo de ocupação residencial das margens de recursos hídricos e dos afluentes lançados neles. Estes dados foram solicitados da prefeitura de Feira de Santana, e as Secretarias de Planejamento, Estatística e Ambiental.

Este estudo visa contribuir ás metodologias de avaliação de impactos ambientais, com proposta para um sistema mais próximo da realidade local e regional, que contemple processos participativos para ações de transformação.

O trabalho está estruturado em cinco tópicos além da conclusão e introdução, com conteúdos a seguir. No segundo tópico, contextualizam-se o processo histórico da ocupação humana e uso da água as margens dos recursos hídricos, com base no desenvolvimento e processos de apoio necessários ao desenvolvimento da metodologia. Para seguir contextualizando e analisando os dados coletados e apresentando as Ferramentas sugeridas. 2 DESENVOLVIMENTO E PROCESSOS DE APOIO

Nesta seção, encontra-se uma revisão bibliográfica de métodos de investigação e avaliação de A.I.A, métodos de avaliação da qualidade de vida humana, os conceitos do desenvolvimento das cidades em seus aspectos hídricos, e da sustentabilidade das bacias hidrográficas, do desenvolvimento sustentável rural e das interações dos diversos agentes regionais. Esta seção relata também, o desenvolvimento das bases de conhecimento atuais necessários para que se possa contribuir com um novo método de avaliação de impacto ambiental levando em conta os impactos sobre tempo e combinando as possíveis interações sociais, ambientais e econômicas da comunidade afetada. 2.1 MODALIDADES DE VIDA

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Retratando as duas modalidades de vida para o homem, a do campo e a da cidade, que formam um grande ecossistema humano, caracterizado como em todo ecossistema por um imenso fluxo de materiais e energia circulante, tornando possível entender as inter-relações entre as duas modalidades de vida, apesar das modalidades de vida serem distintas entre si, são ao mesmo tempo interdependentes uma da outra. Enquanto o campo funciona como fonte de alimento, matéria prima e também lazer, a cidade volta-se para o processo produtivo, consumo, cultura e lazer, concentração da geração de renda e busca de conhecimento. “...parece-nos, entretanto, que a troca entre estas duas modalidades não é bem sucedida” (BRANCO, 1991). As grandes atrações de conforto, atividades econômicas e culturais dos centros urbanos favorecem o deslocamento das pessoas do campo, ficando o mesmo esquecido pela administração pública. Esta tendência à aglomeração urbana, e a transformação dos ambientes naturais, em grandes centros urbanos, com atividades humanas mal gerenciadas, configuram sérias ameaças aos recursos hídricos.

As cidades com suas complexas organizações culturais e estruturais, propiciam um estilo de vida mais voltado à preservação e ao desenvolvimento das atividades intelectuais, entre muitas outras, para satisfazer os desejos humanos. Com isto, é estabelecida uma concepção de conforto mais exigente e melhor condições de vida condição de vida do que aquelas encontradas no campo, criando um sério problema para o homem moderno, o ambiente da cidade tornou-se de tal forma atraente e sofisticado que boa parte da população rural já não deseja ficar no ambiente de origem, migrando para os centros urbanos. Desta forma, as cidades têm ficado cada vez mais populosas, concentrando e propiciando uma maior geração de resíduos e efluentes que eventualmente contaminam os recursos hídricos.

O homem consegue viver em quaisquer dos ambientes habitados pelas outras espécies de animais, não dependendo de habilidades inatas ou hereditárias. Além disso, é capaz de ajustar-se espontaneamente usando recursos artificiais e podendo construir de forma conjunta o seu próprio ambiente e abrigos. Para as cidades constituírem-se em um ambiente saudável é preciso que exista certo equilíbrio entre as ações do homem e o meio ambiente, como ocorre, por exemplo, de forma espontânea nos ambientes naturais equilibrados. Na dinâmica dos ecossistemas há uma tendência de formar inter-relações entre os sistemas constituídos. Ora estes se comunicam, ora encaixam-se uns nos outros para compor sistemas maiores.

As cidades, construídas para abrigar o homem e facilitar suas atividades essenciais, destroem os ecossistemas verdadeiros, não sendo auto-suficientes, necessitam da importação de matérias-primas e geram uma série de subprodutos que precisam ser eliminados, sob pena de causar poluição em todos os sistemas naturais. Quando não são adequadamente reutilizados, estes subprodutos favorecem na maioria das vezes, processo de destruição de ecossistemas, principalmente nos recursos hídricos. Efetivamente tais processos de degradação vão transformando os recursos hídricos em córregos de esgotos e efluentes industriais, gerando a sua jusante, impacto no meio rural, refletindo assim a incompreensão de que cidade e campo são interdependentes.

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Quando as ações do homem são mal planejadas no nível ambiental, quando só estão preocupados em atender determinadas demandas ambiciosas, quando as aquisições energéticas simplificadas desconsideram seus efeitos nocivos aos processos naturais, tais ações, geralmente, colocam as práticas da satisfação das necessidades humanas em oposição às condições e características naturais, quase sempre negando a existência das leis naturais. É fundamental a reflexão acerca das interações entre o homem e a natureza. Esta reflexão sugere não apenas a necessidade intrínseca do homem enquanto dependência para com a natureza, mas também, a sua responsabilidade com o desenvolvimento sustentável, para que estes recursos naturais disponíveis hoje sejam não apenas aproveitados pelo homem, mas também, que sejam um legado as gerações futuras.

A poluição ambiental, aliada a outros fatores de degradação do meio ambiente, são aspectos problemáticos da relação entre os seres humanos e a natureza. Quando a poluição incide sob os recursos hídricos, as águas dos rios que cruzam os centros urbanos ficam com sua qualidade comprometida, não podendo ser usadas para abastecimento e tornando-se necessário o abastecimento de água em mananciais cada vez mais distantes, a custos crescentes e gerando conflito de uso na microbacia.

As conseqüências dessas agressões ao meio natural, são particularmente negativas para as populações mais pobres dos centros urbanos e das zonas rurais a jusante das cidades, pois, as cidades estendem os impactos dos recursos hídricos ao campo, comprometendo a qualidade de vida das pessoas que desejam continuar lá.

O grande filósofo e cientista inglês, Francis Bacon, (apud BRANCO, 1991) já no século XVI, afirmava que: “.para se dominar a natureza é preciso primeiramente obedece-la. Desde então, a evolução da humanidade vem desconsiderando tal advertência, embora ela esteja implicada nas causas de vários de nossos problemas ambientais atuais”.

O homem, alheio aos ensinamentos deste sábio, vem desde o inicio de sua evolução, desconsiderando os efeitos da destruição e das interferências sofridas ao meio ambiente. Embora a própria natureza, ao longo da História, tenha demonstrado as implicações e conseqüências dos vários efeitos causados ao planeta através de sérios problemas ambientais que o homem assiste.

2.2 REDES DE INTERAÇÕES

O futuro de nossa sociedade está na dependência de o Homo sapiens aprender a viver sem danificar a natureza, respeitando as interações entre os organismos e o ambiente físico. Entendendo como ela opera hoje, mas também como foi construída nesses bilhões de anos.

O processo de construção foi sendo alterado por vários e incontáveis eventos, desde os progressos e domínio da natureza até destruições catastróficas. Um grande desafio para a população mundial hoje é também o esgotamento de recursos hídricos, causados entre outros fatores pela degradação. A principal causa de degradação dos recursos hídricos é a poluição que contamina não somente o solo como as águas.

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É importante distinguir a diferença entre os conceitos de poluição e contaminação para que possamos ao final do tratamento dos resultados, definir os resultados em que se encontra a microbacia em estudo.

A contaminação refere-se à transmissão de substâncias ou microrganismos nocivos á saúde pela água, não implicando necessariamente em um desequilíbrio ecológico, ou seja, a presença de organismos patogênicos prejudiciais à saúde do homem.

Poluição (do latim poluere, manchar, poluir) (AURÉLIO, 2000) é a presença concentrada de determinadas substâncias ou agentes físicos no ambiente genericamente denominados poluentes, em geral produzidos pelas atividades humanas.

Os poluentes afetam a vida de uma ou mais espécie de organismos de um hábitat. As atividades humanas, principalmente, nas sociedades industriais. Geram diversos tipos de poluentes: lixo, fumaça e resíduos industriais, gases e resíduos orgânicos etc.

De maneira análoga, a ocorrência de poluição, não implica necessariamente em riscos a saúde de todos os organismos que fazem uso dos recursos hídricos afetados. Portanto, o trabalho identificará como as ações administrativas mal planejadas e suas conseqüências para o meio ambiente vão por meio de inter-relações causarem profundas alterações ao meio ambiente, e em especial, aos recursos hídricos. Estes por sua vez, afetam as questões econômicas e sociais, os quais significam riscos e restrições do uso da água à comunidade tradicionalmente rural.

Os efeitos resultantes da introdução de poluentes no meio hídrico dependem da natureza poluente introduzida e pelo caminho que esse poluente percorre no meio além do uso que se faz do corpo d’água. Os poluentes podem ser introduzidos no meio aquático de forma pontual e/ou difusa. Este estudo define as poluições pontuais, na maior parte nas zonas urbanas, como sendo, onde sua drenagem é feita por lançamentos individualizados, despejos de esgoto sanitários ou de afluentes industriais. As poluições pontuais são fáceis de serem identificadas, e, portanto, seu controle é mais eficiente e mais rápido.

As poluições difusas por não terem um ponto de lançamento especifico se iniciam na zona urbana, devido à intensificação da impermeabilidade do solo, e as áreas ao longo da zona de transferência, ou seja, ao longo dos riachos de drenagem das águas, até chegarem à zona rural. Essas fontes difusas de poluição envolvem tipicamente substancias provenientes dos campos agrícolas, como também, o escoamento superficial urbano e a deposição atmosférica. Espalham-se por toda a cidade, são difíceis de identificar e tratar. A REVISTA BIO (2005), registra a concentração aumentada da produção de resíduos nas cidades que é enviada diretamente para os esgotos, e destes, sem tratamento prévio, para os cursos d’água. Aponta como sendo esta a principal causa da poluição da água no Brasil.

A maioria dos resíduos urbanos, ao serem lançados ou dispostos inadequadamente, demonstrados não só acentuam os problemas de poluição, como causam conflitos dos diversos usos dos recursos hídricos. Estas após a utilização do meio ambiente urbano, transforma-se em resíduos sólidos e líquidos, desconsiderando o seu poder de autodepuração das águas, que expande os seus impactos as sua fronteira regionais.

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Em alguns pequenos municípios observa-se os depósitos de lixo nas beiras de rios, córregos e lagoas, o que além de acarretar a proliferação de vetores transmissores de doenças, traz fortes odores e impactos visuais. Os resíduos sólidos de uma área urbana são constituídos por aquilo que vulgarmente se denomina “lixo”. Isto é uma mistura de resíduos produzidos nas residências, comércio e serviços e nas atividades publicas, na preparação de alimentos no desempenho de funções profissionais, até resíduos especiais, muitas vezes problemáticos e perigosos proveniente dos processos industriais e de atividades médico-hospitalares.

As margens dos recursos hídricos são transformadas em depósitos de “lixo” e suas águas recebem toda sorte de esgoto e efluentes líquidos. O tratamento de esgotos é ainda um desafio de grandes dimensões no Brasil. Cerca de apenas 20% do esgoto urbano passa por alguma estação de tratamento para a remoção de poluentes antes do despejo final em algum rio ou no mar, A REVISTA BIO (2005). O resto é lançado sem tratamento nos cursos d água, transformando-os em disseminadores de doenças. O fato é que na maioria dos casos, hoje em dia no Brasil, ou não há tratamento, ou se utiliza tecnologia convencional para o tratamento dos esgotos, com seus altos custos associados, dificultando assim, a resolução da situação.

Não são apenas os resíduos urbanos que poluem e degradam as águas, uma outra externalidade da indústria é a liberação de calor na água, que também é considerado um contaminador, principalmente quando se verte em cursos naturais. A água usada para a refrigeração de fábricas e centrais energéticas com elevação da temperatura tem efeitos nocivos sobre a fauna e flora aquáticas.

Os lagos são especialmente vulneráveis à contaminação. O problema principal é a eutrofização que se produz quando a água se enriquece com nutrientes de modo artificial levando a uma falta de oxigênio dissolvido na água. Isto pode provocar problemas estéticos, como mau sabor ou odor, e um acúmulo de algas ou limo desagradáveis.

A ocupação do solo desde as fundações de povoados, cidades até as grandes metrópoles, acompanharam as etapas de desenvolvimento principalmente o industrial. As faixas populosas das grandes cidades, geralmente, são concentradas no entorno industrial, com maior concentração humana e conseqüente maior utilização do espaço físico. O crescimento desordenado das cidades e a necessidade cada vez mais premente de construir habitações e vias de acesso, geram entre outras, a ocultação dos recursos hídricos nos vales das grandes cidades contribuindo para a concentração de habitantes nos centros urbanos, o que demanda uma maior locomoção e assim são construídos as faixas de asfaltos para pistas de alta velocidade, necessárias para o deslocamento prático nas cidades. Essas são na maioria, construídas nos vales, considerados ideais para áreas de deslocamento. No entanto, isso oculta os recursos hídricos destes vales.

A falta de zoneamento de ocupação do solo, nas cidades, provoca os desmatamentos das matas ciliares e contribuem para entulhar as suas margens alagadiças e nascentes, alterando o ciclo hidrológico de suas bacias. Sem matas ciliares, os rios sofrem assoreamento, o que pode transformar as cheias em enchentes e as estiagens em secas.

A expansão de terras cultivadas e o crescimento das cidades têm causado, também, a destruição das florestas e de outros habitats naturais. As florestas são

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derrubadas, ou pior ainda são queimadas, o que prejudica o solo como também causa poluição atmosférica. O desmatamento indiscriminado, além de levar comunidades bióticas e espécies à extinção, tem outras graves conseqüências: a erosão e o empobrecimento do solo.

Figura I

Redes de Interações de Impactos Sócio-Enonômico-Ambiental

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Quando o solo possui cobertura vegetal, parte da água é absorvida pelas

raízes e outra parte vai para a atmosfera, como também aumentam a capacidade de infiltração no solo e reduz o volume do escoamento superficial. Já o solo nu, sem

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vegetação, embora mais permeável que o asfalto, infiltra bem menos que o solo com vegetação, neste caso, as águas que escorrem em forma de enxurrada ainda produz um dano adicional ao rio, a erosão, e em seguida quando a água carrega terra para dentro do rio causando o assoreamento figura (I).

Nessas condições, ao receber um volume de água muito superior ao que pode suportar, e ainda obstruído pelo assoreamento, o rio reage provocando enchentes e a inundação na cidade. E, se o rio for poluído, as conseqüências são severas, a inundação provoca epidemias e devolvem à contaminação às pessoas que o contaminaram. Por outro lado, a utilização de defensivos agrícolas pelas práticas inadequadas de manejo do solo, promove uma modificação na sua composição.

Os defensivos agrícolas são produtos compostos orgânicos, usados na agricultura, que atingem as pessoas por meio de transporte por correntes atmosféricas e pela água, como também, no processo de bioacumulação. Dejetos de restos de soluções, limpeza de acessórios, e recipientes empregados na aplicação desses produtos, como também pelo carreamento do material aplicando no solo pela ação da chuva. Devido aos mecanismos de transporte característicos dos meios aquáticos, alguns desses defensivos têm sido detectados até na região Antártica (BRAGA, 2002).

As atividades econômicas de pecuária e a monocultura, para atender a uma crescente demanda provinda do aumento populacional dos grandes centros urbanos, precisam cada vez mais utilizar defensivos agrícolas devido as grandes áreas de plantio. Com a finalidade de atender a crescente produção, a conseqüência é que acaba por retirar a cobertura vegetal natural do solo, chamada de mata ciliar. Esta mata ciliar tem a finalidade de proteger o solo, atuando como filtro natural e evitando a erosão, o carregamento de terra, e outros resíduos, para dentro do corpo d’água. As práticas de desmatamento para a agricultura deixam o solo descoberto sujeito à erosão, criando inúmeros problemas como é mostrado por Mota e Santana (2004).

Perca de nutrientes e matéria orgânica ao solo, que dariam a substancias coloidais capazes de garantir uma certa coesão do solo, reduzindo a produtividade primaria do solo,

Assoreamento do leito de rios e lagos. Risco de secar as nascentes. Aumento da possibilidade de inundação e a poluição das águas, por presença

de resíduos diversos. Desaparecimento da fauna e flora importante para o equilíbrio da natureza,

favorecendo o aparecimento de pragas e doenças. O uso do solo relativo às zonas urbanas e de transferência, citadas

anteriormente, é de importância fundamental na ocorrência natural de água. Os desmatamentos, assim como as urbanizações, modificam o ciclo hidrológico ao diminuírem, por exemplo, a evapotranspiração. O desmatamento sozinho é responsável por menor presença de umidade no solo e a conseqüente diminuição de sua capacidade de infiltração.

As fontes de poluições difusas da zona urbana são fundamentais para o entendimento das transferências de problemas à zona rural. Esta expansão das fronteiras das áreas urbanas com as rurais veio ocorrendo à velocidade crescente

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pela ocupação desordenada de novos solos das periferias urbanas, a retirada da mata ciliar para a construção de casas, entre outras atividades urbanas. Este estudo trata dos múltiplos usos das margens e da água dos recursos hídricos, que se diferenciam tanto pelas causas como pelos efeitos aos recursos hídricos que permeiam as zonas em estudo, tornando possível melhor visibilidades dos impactos diretos e indiretos ao meio hídrico.

O equilíbrio do meio hídrico depende dos usos racionais que se façam dos corpos de água, sendo necessário garantir a existência de concentrações mínimas de oxigênio dissolvido e de sais, nutrientes na água. Ela não deve conter substâncias tóxicas acima de concentrações capazes de serem absorvidas pelos organismos aquáticos sob pena de destruir a complexidade do sistema organizacional.

As condições a jusante do lançamento, dependem das concentrações do poluente a sua montante, que por sua vez, dependem, em parte da razão ou diluição, isto é da relação entre a vazão do rio e vazão do dejeto.

Também se deve considerar que os corpos de água oferecem várias alternativas de recreação para o homem de contato primário, como o que ocorre quando o contato físico é proposital com a água.. Para esta atividade, a água não pode apresentar organismos patogênicos, substâncias tóxicas em concentração que possam causar danos à saúde pelo contato com a pele ou por ingestão. Outra alternativa de recreação é o secundário, que ocorre de forma acidental em atividades como a navegação esportiva (BRAGA, 2002).

Do ponto de vista estético, os corpos d’água poluídos são inconvenientes ao homem, devido à liberação de odores desagradáveis, presença de substâncias flutuantes e turbidez excessivas. Freqüentemente, tais corpos d`água estão próximos dos centros urbanos, não sendo utilizados para fins recreativos. Existe um valor econômico bastante expressivo associado ao aspecto estético. As águas, por exemplo, são bastante valorizadas principalmente quando estão próximas de propriedades. Problemas com o corpo d’água desvalorizam estas propriedades e prejudicam a utilização dos rios e lagos como recursos paisagísticos e de lazer. 2.3 A ÁGUA DO PONTO DE VISTA PSICOLÓGICO

A água sempre foi um recurso atrativo aos olhos do ser humano. O homem considera importante viver próximo aos recursos hídricos, por eles se constituírem em importante elemento paisagístico e de beleza. E inegável a importância da qualidade de vida proporcionada pela relação que estabelece, no nível emocional, com os rios, lagos e mares.

Segundo o filósofo grego Tales de Mileto (apud MOORE, 1998), “Tudo é água e a água é o elemento básico de toda a vida”. Aos nossos ouvidos modernos, essa afirmação pode soar como um fato científico, mas ao longo dos séculos, muitos compreenderam que a água é não só H2O, como também um elemento da alma - fluido, profundo, mutável, influenciado pela maré, purificador, amniótico, sustentador e ameaçador. Conhecer a água intimamente é conhecer algo sobre nós mesmos e perceber sua presença como um meio de reforçar a vida da alma. O filósofo grego Heráclito, (apud MOORE, 1998), numa frase que ficou famosa, afirmou: “Panta rhei” – tudo flui. Ele disse também: "Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio”.

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Heráclito falava não só sobre rios de verdade, mas também sobre o fluido da vida e a passagem do tempo. Quando ficamos algum tempo à margem de um rio, aprendemos muitas coisas; uma delas é o fluido da vida, seu movimento constante, e está claro que a vida ao entorno dos recursos hídricos, torna-se mais saudável.

Do ponto de vista de Moore (1998), uma pessoa que convive com a água tem a mesma em sua alma, ou seja, que a paisagem com a beleza da água influencia no encantamento da vida. No entanto, este estudo pretende refletir sobre a valorização do ambiente natural protegido. Pode-se citar como exemplo, para esta reflexão, a situação de dois apartamentos de luxo de um mesmo prédio e no mesmo andar, porém, o que possui vista para o mar, ou um lago, o valor monetário é maior que o outro que possui uma vista para uma área degradada ou poluída. A demanda por beleza paisagística é de valor monetário inegável, e também justifica a sua importância psicológica.

Com estas observações, pretende-se investigar melhor o sentimento de quem vive em um ambiente degradado, conseqüentemente é reforçada a percepção de valor de um indivíduo, menos ou mais do que outros. Uma vez estabelecido a percepção de que algo essencial sobre si mesmo tem menos valor, a degradação ambiental influencia a causar no indivíduo sentimentos de profunda dor e vergonha. Precisamos refletir mais sobre a importância dos recursos hídricos naturais do ponto de vista psicológico, pois não é a toa que encontramos nas galerias e museus de artes tantas artes famosas retratando rios e lagos, com suas pontes, suas embarcações e suas margens arborizadas.

Alexandre et. al. (1977) aborda que as estradas, rodovias e indústrias, destroem a beira da água, como produção desonesta e traiçoeira que resulta em áreas virtualmente inacessíveis e quando essa beira se conserva, cai sempre em mando privado. Destaca ainda os acesso bloqueado de água e a necessidade vital e profunda que a população tem desta. O autor interpreta as massas de água que aparecem como uma representação coerente do inconsciente das pessoas. Explica que o problema é possível de resolução se compreender a necessidade de construir lugares próximos da água, porque é comum a todos e que a terra imediatamente continua a beira da água e de reservas em uso comum.

Com este fim, devem separa–se a beira da água das estradas que podem destruí-la e permitir apenas sua proximidade quando estiver em ângulo reto com ela. Quando há corpos naturais de água nas proximidades de assentamentos, só quando solidários e tratados com grande respeito. Sendo imprescindível que se reserve sempre um terreno publico ao redor das suas imediações. Em alguns casos podem não ser mais que uma simples calçada até o comprimento da beira do rio ao de um lago, indicando que em nenhum caso se pode construir estradas ao longo a menos de 1 KM, pois estes lugares devem ter as vias de aproximação do homem a massa de água.

É importante refletir que uma criança que não tenha um contato significativo com a água, não pode aprender a nadar. De outra forma, os que aprendem a nadar, são os que têm acessos às piscinas privadas, abertas ou cercadas e cheias de cloro, tão comum nas zonas nobres, atuando diariamente contra as forças da água natural e que priva de todo significado ao contato com a água, transformando a experiência em algo privado e anticéptico.

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Alexandre também chama a atenção que em geral, o limite natural entre a água e a terra está marcada por uma transição lenta. Há uma seqüência muito marcada de mudanças nos materiais, as texturas e a ecologia, entre a terra e a água. As conseqüências entre as transições são muito importantes para os homens, significa que a gente pode caminhar despreocupadamente a beira sem perigo, podendo sentar-se nas beiradas com os pés na água e caminhar por ela sem que suba acima dos tornozelos. Alexandre também enfatiza:

Quando as beiradas são regulares as crianças podem brincar com total segurança um bebe que se arrasta pela beirada de um lago não sofre acidentes; param quando a água alcança certa profundidade. É mostrado inclusive que as crianças só aprendem a nadar quando tem liberdade para brincar ao redor de um lago com uma decida muito pequena em direção a zona mais profunda. Nessas condições as crianças aprendem antes a nadar do que a andar. Nem se quer as rochas da beirada de um lago são surpreendentes pois, a terra arenosa que se estende a partir dela do espaço às rochas combinadas a inclinação e a textura na qual serve de aviso(ALEXANDER et al., 1977, tradução do autor)

Alexandre afirma ainda que crianças com acesso aos recursos hídricos, aprendem antes a nadar do que a andar, e nos diz também que as bordas acidentadas de uma piscina não são adequadas para as crianças e também influenciam psicologicamente nos adultos.

2.4 GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

As cidades transformaram importantes recursos de rios e lagos em resíduos repugnantes e indesejáveis (REVISTA BIO, 2005), por meio de sua expansão territorial se faz necessário à adequada gestão pela qual se pretende equacionar e resolver a escassez e uso de tais recursos. Assim, busca-se aperfeiçoar os recursos hídricos em benefício da sociedade, devendo contemplá-los na sua grande importância ornamental e de preservação da qualidade de vida, valorizando-os, respeitando suas margens e a qualidade de suas águas. Esta afirmação é reforçada por Setti (2000) quando declara:

A gestão dos recursos hídricos, portanto, realiza-se mediante procedimentos integrados de planejamento e de administração. O primeiro, visa a avaliação prospectiva das demandas e das disponibilidades desses recursos e sua alocação entre seus múltiplos usos, de modo a obter os máximos benefícios econômicos e sociais com mínima degradação ambiental. Já o segundo, é o conjunto de ações necessárias para tornar efetivo o planejamento com os devidos suportes técnicos, jurídicos e administrativos.

Outra questão fundamental é a falta de planejamento do desenvolvimento econômico, provocando o desequilíbrio em suas características ambientais e sociais, privilegiando uma classe social minoritária e estimulando a miséria que expõe a maioria da população rural ao desconforto, às doenças, à fome e à mortalidade. Assim “[...] é de fundamental importância o planejamento transversal”, confirmado por Rolim (2003), na sua função coordenadora dos recursos hídricos, resulta do

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reconhecimento da água como recurso indispensável à atividade da maioria dos setores que impulsionam o desenvolvimento econômico-social.

Tal necessidade faz-se sentir na medida da importância e complexidade da atividade econômica a ser planejada. Quanto maior tal importância e complexidade, maiores serão as ligações ou implicações com outras atividades econômicas e com os recursos humanos, técnicos e financeiros envolvidos, isto é reforçado por Rolim (2003), quando diz:

Nesse contexto, não basta considerar o planejamento dos recursos hídricos como uma ação a ser levada a cabo, apenas no âmbito da gestão dos mesmos. É necessário integrar o planejamento de tais recursos com o desenvolvimento econômico-social, de modo a intervir de forma adequada nos demais planejamentos global, setorial e regional, assim como considerar os inevitáveis reflexos na política de ordenamento do território.

A água vem sendo abordada cada vez mais do ponto de vista de sua utilização, em detrimento de uma visão holística, de que este elemento pertence a um meio natural e deve ser pensado e analisado considerando todos os elementos que a compõem. Assim,

[...] numa bacia hidrográfica, teorias e metodologias de gestão ambiental devem se basear em um conceito superior, integrador do sistema como um todo, para que a análise detalhada de cada parte faça sentido: ou seja, o tratamento detalhado de cada parte pode ser realizado coerentemente, apenas se isto não resultar na perda da visão integradora do conjunto (LANNA,1995 p.50).

E, finalmente, o mesmo autor conclui:

[...] os problemas gerenciais de uma bacia hidrográfica englobam uma multiplicidade de fatores (ecológicos, sociais e econômicos), que somente poderão ser adequadamente avaliados mediante uma abordagem sistêmica, onde a consideração do todo é referência fundamental para a consideração das partes (LANNA, 1995, p.53).

Complementando o pensamento de Lanna (1995), este estudo visa refletir sobre os processos naturais enquanto ecossistemas que se formam espontaneamente, selecionando seus elementos por adaptação às características locais, já que as cidades, como ambiente antrópico, foram construídas por meio de ações transformadoras artificiais, a fim de atender determinadas conveniências, não levando em conta às alterações naturais do meio ambiente.

Concordando com Lanna, é possível ao homem satisfazer suas demandas, respeitando os limites naturais do meio ambiente, desde que se desenvolva uma visão sistêmica do conjunto de sua relação. Portanto, é de extrema importância, que os instrumentos elaborados a partir do presente estudo, sejam utilizados conjuntamente dentro de uma visão integrada dos recursos da bacia hidrográfica considerada. Com o objetivo de assegurar à atual e às futuras gerações, a necessária disponibilidade de água em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos. Assim como se deve promover a utilização racional dos Recursos Hídricos, propiciando instrumentos para a prevenção e a defesa contra eventos hidrólogos críticos (Lanna apud SILVA, 1998).

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2.5 MÉTODOS DA AIA NO BRASIL

As ferramentas que estão sendo propostas neste estudo pretendem colaborar com os métodos de AIA no Brasil, e estão sintetizados na “Síntese e Comparação dos Principais Tipos de Métodos de AIA”, como um instrumento de apoio para governos, contemplando a Administração Pública. Como método de trabalho, estas ferramentas, auxiliam a minimizar o efeito desestruturador da ação do homem no meio ambiente. Iniciativas individuais e coletivas que contribuam para o fortalecimento de uma consciência ecológica são de estrema necessidade neste fim de milênio, onde o homem se vê confrontado com o grande mistério da vida e sua interdependência com o ambiente em que vive. Morin (2001) considera que a eco-organização é uma organização espontânea, necessária e tão parte da vida que sem ela a vida não existiria e complementa:

É maravilhoso que exista organização quando os excessos de diversidade, de desordem, a ausência de aparelho central, deveriam, logicamente, impedi-la. É maravilhoso que essa organização não seja frágil, instável e desequilibrada, mas sólida, estável e regulada. Que não seja reduzida à sua mais simples expressão, mas, ao contrário, voltada para a sua expressão mais completa; que seja complexa precisamente porque nela a unidade e a diversidade extrema, a ordem e a desordem extrema, a solidariedade e o antagonismo extremo, não apenas coexistem, mas estão ligados pela necessidade. È esse vínculo de necessidade que se precisa elucidar caso se queira começar a penetrar no problema da espontaneidade eco-organizadora (MORIN, 2001, P. 37).

Em 1987, foi firmado um convênio de cooperação técnica entre o governo do Brasil e da Alemanha. Tal colaboração culminou na criação do Programa de Impactos Ambientais de Barragens – PIAB, promovido pela Superintendência de Recursos Hídricos e Meio Ambiente – SUREHMA, órgão ambiental do estado do Paraná, seu gestor e executor.

O Manual de Avaliação de Impactos Ambientais – MAIA é um documento pioneiro em âmbito nacional. Ele foi elaborado por vários especialistas dedicados à área de avaliação de impactos ambientais, visando inicialmente, contribuir de forma técnico-científica, com a efetiva ação do Programa de Impactos Ambientais de Barragens - PIAB. O manual tem o objetivo de estimular a busca contínua de instrumentos e procedimentos mais adequados para a Avaliação dos Impactos Ambientais – AIA, a fim de manter o equilíbrio entre o homem e a natureza, e garantir a melhoria da qualidade de vida.

Este estudo pretende contribuir ao desenvolvimento dos métodos da AIA, abordados em MAIA, focalizando numa visão sistêmica específica para microbacias. Pretende ser um instrumento para administradores e/ou gestores da água, contribuindo para a tomada de decisões mais eficazes a conservação dos recursos hídricos. Também busca incentivar a aplicação dos instrumentos técnicos, e práticas facilitadoras, em concordância com o conceito de sustentabilidade e qualidade de vida. Pois, inexiste método que sirva para o tratamento de todas as etapas e tarefas de um estudo de impacto ambiental (MAIA,1992).

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A partir das investigações dos principais métodos de AIA, descritos no manual produzido pelo MAIA, foram extraídos princípios básicos que poderiam vir a auxiliar a visão global e interdisciplinar dos sistemas ambientais em estudo. Estes princípios foram adaptados às condições particulares do estudo de caso proposto. A elaboração do método proposto neste estudo possui caráter especifico para microbacias, podendo ser empregado em estudo de impactos nos recursos hídricos, que venham comprometer a qualidade de vida da comunidade rural. Tal método deverá levar em conta:

Recursos técnicos e financeiros disponíveis, Tempo de duração, Dados e informações já existentes e os possíveis de se obter, Registros legais, Termos de referencia a serem atendidos. Visando custo e beneficio coerente a realidade econômica dos setores públicos

que se encontre em situações restritas de recursos econômicos disponíveis. 3 CARACTERIZAÇÃO ESPECÍFICA DO OBJETIVO

O estudo visa contribuir com os métodos analíticos da AIA, com as redes de

interações em âmbito nacional, abrangendo áreas de microbacias, com ênfase na construção de uma metodologia de avaliação e no comprometimento com a qualidade de vida rural, em conjunto com a participação da comunidade, por meio de indicadores ambientais no processo de urbanização regional.

Aborda a transferência de impactos ambientais, sociais e econômicos de áreas urbanas para rurais pela degradação dos recursos hídricos. Procura-se desenvolver um instrumento que norteie as prioridades na tomada de decisões relativas aos investimentos públicos e administrativos, das atividades econômicas que influenciam e/ou encontram-se inseridas na região de estudo. 3.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral se limita a construir uma metodologia de avaliação comprometida com a qualidade de vida rural, com a participação da comunidade, por meio de indicadores ambientais no processo de urbanização regional. Também contextualiza a transferência de impactos associados à degradação dos recursos hídricos e seu caráter social, econômico e ambiental, atuando sobre a população rural e formando instrumentos que priorize investimentos públicos.

O problema da pesquisa resume-se na seguinte questão: Quais os impactos sócio-economico-ambientais, causados à população rural, proveniente da degradação dos recursos hídricos regionais?

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos podem ser resumidos da seguinte forma: Identificar as principais redes de interações dos impactos, no estudo de caso,

seus agentes de interferência no equilíbrio natural dos recursos hídricos.

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Reconhecer a importância da microbacia e seus critérios de coleta e análise de dados.

Situar principais métodos de avaliação da qualidade da água, na gestão dos recursos hídricos, aplicáveis ao estudo da microbacia, que venham contemplar a identificação da causa-transferência-efeito, na alteração natural da água.

Levantar os indicadores qualitativos da qualidade de vida rural mais sensível à degradação dos recursos hídricos, que contemple as questões sócio-econômico-ambientais em âmbito regional.

Verificar as categorias de análise da qualidade de vida rural e os seus níveis de comprometimento vinculados à degradação dos recursos hídricos.

Avaliar a quantidade de indicadores de qualidade de vida rural na Lagoa de Berreca.

Construir a estrutura do instrumento de tomada de decisão, sistematizando as informações, coletadas garantindo sua eficiência como ferramenta.

4 PROCEDIMENTOS

A metodologia adotada para este estudo foi desenvolvida por meio dos procedimentos descritos e pressupõe analisar as redes de interações dos impactos sócio-econômico-ambiental na caracterização da microbacia, além de mapear a forma como a comunidade em torno da Lagoa de Berreca vem lidando com as mudanças ambientais e sócios econômicas provindas das agressões sofridas ao meio ambiente.

Foram elaboradas quatro Ferramentas através da atribuição de pesos aos indicadores de acordo com sua importância na preservação ambiental da microbacia. Cada ferramenta de decisão surgiu de pontos de vista distintos entre si, porém, com a mesma metodologia estrutural. Essa estrutura tem como base as redes de interações que promoveram uma abordagem integrada à análise dos impactos ambientais, tendo como objetivo final o trabalho em conjunto dos vários pontos de vista das ferramentas. 4.1 REDES DE INTERAÇÕES DOS IMPACTOS SÓCIO-ECONÔMICO-AMBIENTAL

As redes de interações dos impactos dos impactos sócio-econômico-ambiental, pautaram-se em pressupostos do método das Redes de Interação do processo de alterações decorrentes da Dragagem de Estuário (SORENSON apud MAIA,1992), e descreve como promover uma abordagem integrada a análise dos impactos indiretos. As matrizes e listagens de controle, de modo geral, limitam-se ao pensamento dos técnicos à apreciação de cada fator ambiental isoladamente. As redes de interações, induzem a visão de se trabalhar em conjunto, organizando as discussões e as trocas de informações sobre os impactos indiretos. Este método, destaca-se com grande valia, já que o mesmo, trata apenas de impactos negativos e coincide ao mesmo com o estudo de caso proposto. De qualquer forma, foram feitas as devidas adaptações do desenvolvimento de método de Sorenson, que se baseiam em identificação dos fatores causais, seus impactos primários (iniciais), de

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segunda ordem (conseqüentes) e de terceira ordem (efeitos). Com o objetivo de desenvolver um método que promova a possível associação de medidas mitigadoras e mecanismos de controle dos impactos. A metodologia da pesquisa buscou a inter-relação entre três micro-áreas: de processos dos efeitos a montante, Zona Urbana; Zona de Transferência, sendo a de causas e impactos ambientais e por final a afetada a jusante, Zona Rural; integrando as suas realidades atuais locais no seu meio físico, biótico e antrópico. As redes de interações dos impactos figura (I) basearam-se em pressupostos do método das Redes de Interação dos impactos primários e secundários, contemplando os impactos sócio, econômico e ambiental à população rural.

O desenvolvimento e processos de apoio do estudo propiciaram uma grande participação na construção das redes de interações dos impactos, tornando possível sintetizar os possíveis usos dos recursos hídricos, que afetam terceiros, sem que o usuário pague por isso, gerando externalidades negativas, ou seja, conseqüências negativas externas ao evento causador.

A partir da consolidação da matriz de interações, dos sistemas em estudo, foram extraídos os fatores mais relevantes ao comprometimento das demandas rurais, a fim de elaborar uma planilha que contextualize os elementos indicadores, que deram origem a 4° Ferramenta, QAR – Qualidade Ambiental Rural. Esta, foi organizada por categorias e suas respectivas variáveis, alocados em diferentes pesos de acordo com os seus níveis de importância, compondo assim um banco de dados. O banco de dados é totalmente formulado referente às prioridades rurais afetadas, como Ferramenta básica, para quantificar indicadores das principais dimensões da sustentabilidade regional. Deste modo, tornou-se perceptível na metodologia à importância da formulação das três primeiras ferramentas, antes mesmos, de se aplicar a 4° Ferramenta, viabilizando a questão custo e beneficio de futuros estudos, assim como a visão global de vários pontos de vistas das distintas ferramentas. Em consulta a 1° Ferramenta, QARH - Qualidade das Águas dos Recursos Hídricos, o principio básico foi à identificação do nível de comprometimento da qualidade das águas da microbacia, assim sendo, confirmado a QARH, partiu-se para o segundo passo, o da 2° Ferramenta, QAIP – Qualidade da Administração X Informação Públicas, de sistemas de administração, com o objetivo principal de coletar dados secundários disponíveis, e assim mensurar o gerenciamento de preservação do recurso hídrico do município. Sugerindo na terceira consulta a 3° Ferramenta, QAPNR – Qualidade Ambiental do Processo Natural Regional, já que a 1° Ferramenta exige a pesquisa de campo o pesquisador também deve registrar as intervenções naturais do entorno da microbacia, de forma observacional técnica para compor a 3° Ferramenta, com a finalidade de otimizar tempo e de viabilidade econômica da pesquisa. Dando origem ao quarto banco de dados com perspectivas distintas das quatro Ferramentas.

A 4° Ferramenta – QAR contou com a elaboração do questionário, e o processo de entrevista em nível local envolvendo indicadores que contemplassem os processos participativos da população afetada, com a finalidade, de obtenção de resultados mais próximos da realidade, visando testar a metodologia de avaliação proposta.

Estes quatro banco de dados serão úteis para avaliar a qualidade: das águas da microbacia, da administração publica de gerenciamento dos recursos hídricos,

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dos processos naturais ao longo da microbacia e como também da qualidade de vida rural; de determinado distrito municipal afetado pelos impactos dos recursos hídricos. Acredita-se, que a partir das informações de cada banco de dados, será possível realizar a fase de planejamento de microbacias, e em um segundo nível, abordar as dimensões políticas e culturais, finalizando no terceiro nível, a dimensão ética.

As redes de interações, demonstrada em figura (I), poderá contemplar no futuro estudos complementares, ampliando e constituindo-se na própria ferramenta, com a finalidade de avaliar o nível de qualidade de vida. Favorecendo desta forma uma ampliação das ferramentas sugeridas por este estudo.

4.2 RECONHECIMENTO DA MICROBACIA

Para o reconhecimento da microbacia, foi necessária uma pesquisa de campo, às margens dos recursos hídricos na região da área piloto, na cidade de Feira de Santana. Esta dividida em três micro-áreas: área de processo dos efeitos ambientais – urbanização (zona urbana); área de transferência das causas - recurso hídrico (zona de transferência); e da área afetada - impacto à comunidade rural (zona rural). O estudo de caso visa testar a metodologia de avaliação proposta, já que o estudo trata de uma área sem série histórica dos indicadores ambientais, o que é freqüente principalmente nos interiores dos estados do País.

Para realizar o estudo de impacto ambiental, também foi necessário o reconhecimento da microbacia. A etapa inicial foi: diagnósticos ambientais, elaborados a partir de duas fontes: a primeira é a tomada de dados primários em campo, ou seja, dados atuais levantados com a metodologia empregada e possível de serem avaliados. A segunda fonte é constituída por dados secundários: informações institucionais, por meio de séries históricas de dados da microbacia em estudo. Também, foram realizados, levantamentos de dados em órgãos governamentais como as secretarias do município INEMET, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, e outros. Envolve também consultas em bibliotecas, museus históricos e de história natural. 4.2.1 Dados Secundários

Tendo em vista a relevância dos problemas destacados, a pesquisa focou na análise do processo de urbanização da cidade de Feira de Santana, a transferência por meio hídrico, seus impactos à sua fronteira, ou seja, a comunidade Rural. Foi necessário à coleta dos dados secundários, pautando-se no cenário histórico da cidade em estudo com a finalidade tanto a sua composição hidrográfica e de como foi desencadeada a ocupação do solo na implantação da cidade. Desta forma, se faz necessário, à solicitação aos órgãos públicos do município e entidades não governamentais, o acesso às informações disponíveis que comprovem os dados secundários em estudo.

Relacionamos abaixo os documentos solicitados para consulta e análise, com o propósito de fundamentar a pesquisa e representar a situação real da microbacia, definindo assim os seus indicadores de qualidade, atribuindo seus devidos pesos de acordo com a sua importância para construir a 2° Ferramenta – QAIP.

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Mapa dos recursos hídricos referentes ao trecho Lagoa Grande – Lagoa de Berreca – Rio Pojuca, com suas respectivas locações (bairros: Rocinha, Casebe, Santo Antonio..., e distritos, propriedades rurais...);

Mapeamento de nascentes e da mata ciliar que permeia a microbacia em estudo (foto aérea de 1985 e 2005);

Mapa da cidade com as ruas (perímetro urbano e rural); APA do Rio Pojuca; Plano diretor do município; Plano de zoneamento da ocupação do solo entorno da microbacia em estudo; Dados estatísticos da ocupação do solo no entorno da microbacia, por

numero de domicilio e empreendimentos (dados de 1985 e 2005); Dados estatísticos do crescimento demográfico dos bairros que se situa

entorno da microbacia (dados de 1985 e 2005); Planta com representação da rede coletora de esgoto dos bairros do entorno

da microbacia; Cobertura do sistema de tratamento de esgoto (% de tratamento) dos bairros

do entorno da microbacia e destinação final dos mesmos; Dados pluviométricos da bacia hidrográfica e/ou da cidade nos últimos anos.

4.2.2 Dados Primários

O método utilizado no reconhecimento da microbacia, para a obtenção dos dados primários, foram:

4.2.2.1 Leitura espacial

Pautou-se na metodologia do levantamento das condições ambientais das micro-áreas (BORJA,1998), contribuindo a uma pesquisa de análise das condições físicas, ou da realidade visível. Ao fixar o olhar sobre este espaço, obtêm-se informações sobre as condições naturais em que se encontram o meio ambiente da microbacia, permitindo o registro das ocorrências por parte do pesquisador e dando seus devidos pesos aos seus respectivos indicadores, servindo de base futura para a construção da 3° Ferramenta - QAPNR. Portanto, com o olhar, é possível perceber inter-relações da zona rural, passando pela zona de transferência e finalmente chegando ao espaço produzido - a zona urbana. Assim, realizamos uma leitura do todo, a microbacia. Este processo varia em função do olhar técnico de quem observa, onde os dados são influenciados por fatores sociais, culturais, intelectuais, econômicos etc.

Para realizar a análise espacial da microbacia, optou-se pela observação ambiental do traçado do recurso hídrico que usa como instrumento a percepção sobre o lugar. Nessa observação, entretanto, o olhar é direcionado e o ato de perceber funciona como o foco registrador. a) Registros fotográficos

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Durante a visita de campo foi realizado registro fotográfico dos principais acidentes geográficos da microbacia, das suas margens, no raio inferior a 30m, área considerada de conservação permanente por lei. Os registros foram feitos a fim de catalogá-los e posteriormente eles foram utilizados no processo de entrevista, facilitando desta forma a lembrança ambiental histórica do local.

Basearam-se em três objetivos distintos. O primeiro, foi o registro das ocorrências de intervenções naturais atuais, por meio da leitura espacial do trecho Lagoa Grande (urbana) a Lagoa de Berreca (rural), objetivando fundamentar a mensuração observacional técnica, demonstrando as três Seções fotográficas da: Zona Rural, Zona de Transferências e Zona Urbana.

O segundo passo para os registros fotográficos foi do mapeamento demonstrando os procedimentos da técnica de croqui, para a elaboração do inventário especial de localização da Lagoa de Berreca, que compete à administração pública de Feira de Santana.

No terceiro registrou-se a vegetação do entorno da Lagoa de Berreca, catalogadas e apresentadas às famílias entrevistadas A finalidade de fazer o reconhecimento e o levantamento das espécies vegetais que ainda existem serviu para contribuir no processo de recordação do passado dos entrevistados, no momento da aplicação do questionário.

Estes levantamentos poderão ser utilizados pelo setor educacional do município, bem como apoiar futuros projetos fundamentados no estudo de caso das seleções de prioridade de ações, como também, poderá ser utilizado como fundamentação para mensuração dos indicadores da 3° ferramenta - QAPNR de tomada de decisões.

b) Mapeamento

Foi adotada a técnica não sistemática de croqui, com o propósito de produzir o reconhecimento espacial da área afetada do estudo de caso, zona rural, utilizando os equipamentos: trena para distâncias em metros; bússola para azimutes das coordenadas polares; e GPS - Global Position System, para posição x,y no território.

A vantagem desta técnica é a produção de um inventário espacial, do estudo de reconhecimento e investigação, em que a precisão admitida é bem mais flexível que as práticas na produção de cartas, como também na utilização de equipamentos menos sofisticados e mais baratos, quando comparados aos mapas de precisão. O objetivo de uso do croqui foi facilitar a visão espacial da área de investigação, da análise das condições físicas, ou seja, da realidade visível da leitura espacial.

Com o programa ArcGIS, os pontos coletados em GPS foram inseridos no programa de estrutura padrão, gerando um mapa de localização da rede de amostragem e tornando possível uma abordagem espacial da microbacia. Com os conhecimentos deste mapa e os princípios de organização do espaço, ampliamos o foco da regulamentação para a avaliação da qualidade das águas como um todo, fugindo da abordagem tradicional de “ponto de poluição”.

Tornou-se possível à objetivação da documentação referente às mudanças ambientais, freqüências, taxas e fenômenos específicos ao longo do recurso hídrico. Os indicadores ambientais, coletados nesta etapa do trabalho, foram integrados ao banco de dados espaciais, permitindo a sua integração múltipla e multidisciplinar,

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junto à representação da localização da superfície da área em estudo, nos próximos procedimentos de coletas das amostras de água e de entrevistas, visto ser os dados isolados, difíceis de serem localizados, acessados e interpretados. Tal método deu origem ao banco de dados da localização da Lagoa de Berreca: as proximidades de estabelecimentos no entorno da Lagoa, a localização da estrada principal, a localização do riacho, a presença de mata ciliar e o perímetro da lagoa.

Em posse das coordenadas foi realizado o mapeamento, primeiro foi elaborado o croqui, a mesma técnica utilizada para a produção de mapas, como um inventário especial do estudo de caso para seu reconhecimento e investigação. Foram também consideradas as precisões admitidas em croquis, bem mais flexíveis, que as praticadas na produção de cartas, admitindo este como facilitador das próximas etapas de investigação e diagnóstico da leitora espacial, promovendo a visão espacial do estudo. As informações georeferenciadas, foram traduzidas em linguagem acessível pela produção dos mapas, que exemplifica a localização da Bacia Hidrográfica do Recôncavo Norte, da Lagoa de Berreca, nos pontos de coleta das Entrevistas e de Água da microbacia

Em posse das coordenadas geográficas, os pontos foram georeferenciados gerando quatro mapas de localização. Estes mapas de localização, em virtude de não possuir documentação pré-existente, foram construídos em conjunto com o Professor Cândido Sales da Faculdade de Tecnologia e Ciências e Taís Furtado, sua colaboradora. Esta técnica de comunicação visual proporcionou a visualização espacial da microbacia e seu melhor entendimento nos processos ambientais. Ounde foram confeccionados os:

Mapa de localização da Bacia do Recôncavo Norte, representando as bacias hidrográficas e a hidrologia da Bahia. Em função da área delimitada do estudo de caso, a microbacias, que faz parte da Bacia do Rio Pojuca, que por sua vez pertence à Bacia do Recôncavo Norte, no Estado da Bahia. Para este estudo construímos este mapa de localização, com o propósito de melhorar o reconhecimento da área em estudo.

Mapa de localização da Lagoa de Berreca, construído com o propósito de demonstrar espacialmente à localização específica na microbacia, inserida na delimitação do limite Municipal da Cidade de Feira de Santana, e sua localização na Bacia do Recôncavo Norte, objeto de nosso estudo.

Mapa da Lagoa de Berreca com pontos de entrevistas, representando a localização das vias de acessos, do riacho, do Rio Pojuca e as distâncias dos pontos.

Mapa da Lagoa de Berreca com pontos de coletas de água, ilustrando a localização: de algumas intervenções naturais do ponto de coleta de água, do Rio Pojuca, Riacho, vias de acessos, de alguns estabelecimentos e do Distrito de Jaíba e seus sub-distritos. Neste mapa estão ilustrados os dez pontos de coleta d’água, que foram utilizados na rede de amostragem,que representa a microbacia em estudo e define as três zonas: a urbana, a de transferência e a rural, até chegar ao curso do Rio Pojuca, apontando algumas de suas respectivas intervenções ambientais. Este mapa, objetivou, facilitar o processo das avaliações de impacto ambiental analisado nas Ferramentas 1° e 3°, bem como todas as conseqüências ambientais causadas pelos impactos negativos aos recursos hídricos, regionais e sua trajetória da zona urbana até

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a rural com destaque as proximidades das comunidades, distrito e sub-distritos, que permeiam a microbacia, bem como a localização dos pontos de coleta das amostras de água.

4.2.2.2 Coleta e Análise da Água

a) Rede de amostragem A partir do croqui da área, foram escolhidos dez (10) pontos ao longo da

microbacia, para fazer a coleta de água, sendo organizada uma seqüência destes pontos de coleta, no curso principal na microbacia. Tendo como ponto de partida a Lagoa Grande, zona urbana; riacho, zona de transferência; Lagoa de Berreca como zona rural afetada até chegar no curso principal do Rio Pojuca, bacia principal do estudo de caso. A rede de amostragem foi feita com a utilização de um aparelho de GPS, foram tomadas as coordenadas dos pontos escolhidos. Com o programa Arco de Sistema de informação Geográfica – ArcGIS os pontos coletados em GPS foram inseridos no programa, gerando um mapa de localização da rede de amostragem. Os pontos de coletas d’águas foram georeferenciadas e de localização específica na microbacia definindo as três zonas (urbana, transferência e rural), através do perímetro urbano da cidade.

b) Análise das amostras

Com a utilização dos equipamentos, a sonda multiparâmetro e o oxímetro, foi possível obter no ato da coleta das amostras de campo, os seguintes parâmetros: Amônia Nitrogênio Amoniacal Total, Amônio, Nitrato, Salinidade, Condutividades, Resíduos Sólidos Dissolvidos, OD, Turbidez, pH, T°, Profundidade, de água. Estes parâmetros foram representados e os seus resultados contruido uma planilha de Resultado dos Parâmetros Coletados em Campo com a Sonda Multiparâmetro e o Oxímetro, 31/10/2005.

.As amostras de águas coletadas foram analisadas pelo laboratório do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI / Centro de Tecnologia Industrial Pedro Ribeiro – CETIND onde analisou o DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio. O laboratório Espaço Ambiental realizou análises nos parâmetros: Coliformes Totais e Fecais e Nitrogênio Total. Já o laboratório da Faculdade de Tecnologia e Ciências - FTC realizou as seguintes análises dos parâmetros: Fosfato, Fósforo Total e Sólido Totais. Os resultados das análises laboratoriais dos seus parâmetros foram utilizados para o estudo definindo as condições da água na lagoa.

Através da elaboração e análise de gráficos, foi realizada a avaliação da variação espacial da poluição ao longo da microbacia. A partir dos dados das análises obtidas, aplicou-se à metodologia de cálculo e classificação do IQA – Índice de Qualidade da Água, a fim de identificar a sua calcificação quanto à qualidade.

c) Índice de qualidade das águas

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O método utilizado para chegar ao Índice de Qualidade das Águas foi empregado uma planilha de “Descrição do Modelo e Planilha do Calculo do IQA”, elaborada pelo coordenador do Desenvolvimento Científico e Tecnológico do governo do Estado de Alagoas, Engenheiro Civil, Mestre em Recursos Hídricos, Fernando Fernandes da Silva e pelo graduando de engenharia civil, Alexandre Malta Silva. O modelo utilizado é multiplicativo, possuindo vasta aplicação para a avaliação e interpretação da qualidade de águas de rios, praias, reservatórios de acumulação, e outros. Foi desenvolvido pela National Sanitation Fundation, EUA e tem sido bastante utilizado neste país, com resultados positivos.

O modelo utiliza nove parâmetros físico-químicos e bacteriológicos, e para a interpretação da qualidade da água A análise é feita através de curvas de variação de qualidade sendo traçadas curvas médias para cada parâmetro. Os nove parâmetros escolhidos para determinação do IQA e os seus pesos são os seguintes:

Quadro I

Os nove Parâmetros do IQA, desenvolvido National Sanitation Fundation, EUA. PARÂMETRO UNIDADE PESO

1. Oxigênio Dissolvido % 0,17

2. Coliforme Termotolerante NMP/100mL 0,15

3. pH pH 0,12

4. DBO5 Mg/L 0,10

5. Nitrogênio Total Mg/L 0,10

6. Fósforo Total Mg/L 0,10

7. Temperatura °C 0,10

8. Turbidez UNT 0,8

9. Sólidos Totais Dissolvidos Mg/L 0,8

4.2.2.3 Indicadores de QAR – Qualidade Ambiental Rural a) Indicadores da QAR

As quatro Ferramentas propostas neste estudo pretendem atender ao conjunto de inter-relações entre as micro-áreas de efeitos ambientais, transferência de causas e também aos impactos ambientais, sociais e econômicos, integrando suas realidades atuais locais contemplando os seus meio físico, biótico e antrópico.

A revisão bibliográfica sobre estudos de qualidade de vida, sustentabilidade local e processos de impactos aos recursos hídricos, foi de grande valia para a seleção dos indicadores de QAR, sintetizada nos próximos parágrafos.

Utilizando o CENSO PLAMUDES como ferramenta básica, a área de drenagem de uma determinada bacia hidrográfica como um agrossistema ou espaço ambiental, será possível quantificar indicadores para as principais dimensões da sustentabilidade (CAPORAL e COSTABEBER, 2002). Segundo esses autores, a análise da sustentabilidade deve ser elaborada em três níveis e seis dimensões. No primeiro nível, devem ser consideradas as dimensões ecológica, econômica,

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ambiental e social; no segundo, as dimensões política e cultural e no terceiro, a dimensão ética.

O estudo considera e faz adaptações do primeiro nível, ou seja, as dimensões ecológicas, econômica social e ambiental, no entanto não descarta a importância das três dimensões da pesquisa. Portanto, foi descrita uma metodologia que permite quantificar os indicadores das dimensões: econômica, ambiental e social. Propondo-se formar um agregado de quatro bancos de dados que serão utilizados para a construção das respectivas Ferramentas, à serem utilizadas em nível municipal.

Seguindo as redes de interações que demonstramos em figura (I), foram extraídos indicadores com vista a obter maior eficiência na avaliação da qualidade de vida rural afetada pela degradação regional dos recursos hídricos, dando origem a um instrumento apropriado para transmitir informações reais, por meio da elaboração de questionário e aplicação de entrevistas à comunidade de interesse.

Os métodos acima descritos, possuem, de modo geral, as desvantagens de não destacarem a importâncias relativas aos impactos, de não prevêem cálculo da magnitude dos indicadores de qualidade de vida. Para superar estas desvantagens, fez-se consulta paralela a metodologia para avaliação da Qualidade de Vida Urbana – QAU, em nível local (BORJA,1998). Metodologia esta, que se pautou em pressupostos do método DELPHI, contemplando os sistemas de indicadores qualitativos e quantitativos da QAU, e fizeram grandes contribuições à construção da ferramenta para tomada de decisões proposta neste trabalho. Também, contribuiu na organização de sua estrutura da ferramenta por categorias de análise, suas respectivas variáveis e indicadores QAU. Entretanto, foram feitas as devida adaptações para a qualidade de vida rural, adequando aos indicadores, que expressassem o comprometimento da qualidade de vida, proveniente da degradação dos recursos hídricos regionais, dando origem aos indicadores, construídos posteriormente e especificados na tabela (I), página 56, deste estudo.

A avaliação de impacto ambiental como instrumento de decisão, baseia-se na participação pública, direito este garantido por lei. Nada impede que se utilizem outros mecanismos para garantir uma melhor qualidade de vida. Esta participação, por meio de uma visão sistêmica das interações dos diversos sistemas de apoio, que nas suas possíveis interações com os agentes em variados contextos constrói o sistema maior.

A escolha dos indicadores de qualidade de vida e a formatação da ferramenta de decisão tiveram como guia os pressupostos dos Sistemas de Interações do método de Bradley (2005), que analisa a dinâmica das cidades. Há uma tendência de inter-relações entre sistemas que a constituí. Ora eles se comunicam, ora encaixam-se uns nos outros, para compor sistemas maiores. Com o objetivo de construção de um sistema de avaliação da QAR, vinculada à degradação dos recursos hídricos, foi dividido e demonstrado na tabela (I), a seguir. Todas as Ferramentas utilizaram em suas variáveis e nas suas categorias o contexto de competitividade. Este contexto aborda as interações negativas entre os agentes analisados, ou seja, quando um agente para atender sua demanda indisponibiliza as demanda de outro agente gera o que chamamos aqui competitividade.

Quadro II

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Sistemas de Interações Competitividade (interações negativas) Comunicação (informacional / analítico) Educação social (formação) Condições físicas e espaciais (urbanism /material de deslocamento/fatores físico–químicos) Tecnologia (infra–estrutura) Estratégia (pensamento futuro / preventivo) Administração Economia Aplicabilidade (obras / manutenção / estrutura) Instituições

Fonte: (BRADLEY, 2005)

Assim, o sistema de qualidade ambiental rural foi dividido em cinco categorias (sistemas). As categorias em oito variáveis (contextos) distintas, algumas destas repetidas nas diversas categorias e suas variáveis, que por sua vez, divididas em quarenta e quatro indicadores específicos, ou seja, indicadores que fornecem medidas qualitativa e quantitativa da magnitude do impacto, a seguir na tabela (I). Estes dados, foram analisados com o objetivo principal de estruturar a 4° Ferramenta - QAR, sendo esta, a principal Ferramenta. A partir desta Ferramenta e de sua metodologia de estruturação se adequou as demais Ferramentas ou seja a 1° Ferramenta – QARH a 2° Ferramenta - QAIP, e a 3° Ferramenta - QAPNR.

Tabela I

As 5 categorias, as categorias em 8 variáveis e estes em 44 indicadores de qualidade de vida, vinculados ao recurso hídrico.

CATEGORIAS VARIÁVEIS INDICADORES (1) a. Social/ Educativo/ Formação

a.1. Educativo a.2. Infra–estrutura a.3. Econômico a.5. Físico espacial a.6. Competitividade

(1) a.1. Aprender a nadar; (2) a.2. Outras opções de lazer, alem da lagoa, e (3) a.2. Suas acessibilidades (tempo / distância); (4) a.3. Diversidade das atividades de lazer na lagoa; e (5) a.3. Quanto sua qualidade; (6) a.5. Freqüência de uso das margens da lagoa como local de troca, afeto e amizade entre os moradores locais; e (7) a.5. E quanto a se conhecer mais pessoas de outras regiões (8) a.5. Qual era a freqüência de uso da lagoa como lazer (9) a.6. Descontinuidade da aproximação familiar da 1° geração,e (10) a.6. Quanto a 2° geração.

(2) b. Infra-Estrutura

b.3. Econômico b.5. Físico espacial b.6. Competividade

(11) b.3. Opções para consumo da água, e (12) b.3. Uso da lagoa para hifenização; (13) b.5. Odor desprendido da lagoa, e (14) b.5. Sentimento quanto ao humor; (15) b.6. População de vetores.

(3) c. Econômico/ Estratégico/ Administrativo

c.1. Educativo c.2. Infra – estrutura c.3. Econômico c.5. Físico espacial c.6. Competitividade

(16) c.1. Ocorrências da marginalidade; (17) c.1. Proteção policial, (18) c.2. Uso para dessedentação, e (19) c.2. Agregar valor ao processo produtivo; (20) c.3. Vendas das pescarias, (21) c.3. Movimentação econômica nos dias de lazer; (22) c.3. Valorização imobiliária; (23) c.5. Comprometimento da administração nas informações de preservação; (24) c.6. Incidência de pragas na lavoura, (25) c.6. Estratificação das atividades econômicas,

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c.7. Tecnológico c.8. Institucional

(26) c.6. Tráfego de pessoas estranhas, e (27) c.6. Freqüência de se alimentar dos peixes; (28) c.7. Retirada d’água para diversos fins; (29) c.8. Linha de credito par agricultura.

(4) d. Comunicação/ Analítico/ Informacional

d.3. Econômico d.8. Institucional

(30) d.3. Instituição que se manifeste a favor da preservação, e (31) d.3. Meios de comunicação para denuncias; (32) d.8. Grupos de disseminação da cultural, e (33) d.8. Ter a que reclamar sobre qualquer ação irregular.

(5) e. Físico/ Espacial Urbano/ Deslocamento/ Físico-Químico

e.3. Econômico e.5. Físico espacial e.6. Competitividade

(34) e.3. Tráfego intenso de veículos pesados comprometendo a qualidade do ar, e (35) e.3. Que provocam emissão de ruídos, (36) e.3. Quantidade e variedade das espécies aquáticas; (37) e.5. Quantidade e variedade das espécies terrestre, e (38) e.5. Quanto às espécies aves, e (39) e.5. Quanto a vegetação do entorno da lagoa, (40) e.5. Vegetação submersa e flutuante na água, (41) e.5. Redução do espelho d’água, e (42) e.5. Coloração da água; (43) e.6. Desconforto climático, e (44) e.6. Condições de ruídos provenientes da área urbana.

A metodologia sugerida define quais os indicadores e suas variáveis, suas

respectivas categorias, relacionadas às demandas humanas que tenham relações diretas ou indiretas com os recursos hídricos, avaliando a realidade em questão. Ela também privilegia como em todas as interações entre os componentes e suas magnitudes e são apresentadas a seguir na tabela (II), que descreve o sistema em sua forma mais global, sem desconsiderar as partes, portanto privilegia uma abordagem sistêmica.

b) Hierarquia das categorias, variáveis e indicadores propostos

Para classificar as categorias, variáveis e indicadores, foram atribuídos pesos que variam de um a dez, em que o peso um é o menor e o dez, o maior grau de importância de cada grupo de categorias, variáveis e indicadores. Esta hierarquia, parte do princípio de que o pesquisador faz um reconhecimento da microbacia, fixando o olhar sobre o local, a fim de identificar a relação da qualidade de vida e as condições físicas dos seus recursos hídricos. Este processo pode variar em função do ponto de vista do pesquisador quanto às prioridades em que acredita, e tornando possível a origem de uma 3° Ferramenta - QAPNR.

O peso utilizado para a construção do índice de QAR, por família entrevistada, atribui o grau de importância de cada indicador de qualidade de vida rural, com as suas respectivas variáveis e categorias de análise. Em cada grupo de indicadores específico para uma determinada questão, obteve um produto padrão de cem pontos, e para cada grupo de variáveis mil pontos, que representa 100% de qualidade do índice resultante.

Tabela II

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Hierarquia das categorias de análise, de suas variáveis e este em indicadores

de uso dos recursos hídricos locais, com respectivos pesos CATEGORIAS VARIÁVEIS INDICADORES (1) a. (peso 2,5) 25% / 2.500

a.1. (peso 1) a.2. (peso 2) a.3. (peso 3) a.5. (peso 2) a.6. (peso 2) 10% / 1.000

(1)a.1. (peso 10) 100 (2)a.2. (peso 5),(3)a.2.(peso 5) 100 (4)a.3. (peso 5),(5)a.3.(peso 5) 100 (6)a.5. (peso 3),(7)a.5.(peso 3),(8)a.5.(peso 4) 100 (9)a.6. (peso 5),(10)a.6.(peso 5) 100

(2) b. (peso 2,5) 25% / 2.500

b.3. (peso 3) b.5. (peso 4) b.6. (peso 3) 10% / 1.000

(11)b.3.(peso 5),(12)b.3.(peso 5) 100 (13)b.5.(peso 4),(14)b.5.(peso 6) 100 (15)b.6.(peso 10) 100

(3) c. (peso 2,0) 20% / 2.000

c.1. (peso 2) c.2. (peso 1) c.3. (peso 1,5) c.5. (peso 1,5) c.6. (peso 1,5) c.7.(peso1,5) c.8. (peso 1) 10% / 1.000

(16)c.1.(peso 5),(17)c.1.(peso 5) 100 (18)c.2.(peso 6),(19)c.2.(peso 4) 100 (20)c.3.(peso 3),(21)c.3.(peso 3),(22)c.3.(peso 4) 100 (23)c.5.(peso 10) 100 (24)c.6.(peso 2),25)c.6.(peso3),(26)c.6.(peso2),(27)c.6.(peso 3)100 (28)c.7.(peso 10) 100 (29)c.8.(peso 10) 100

(4) d. (peso 1,5) 15% / 1.500

d.3. (peso 6) d.8. (peso 4) 10% / 1.000

(30)d.3.(peso 5),(31)d.3.(peso 5) 100 (32)d.8.(peso 5),(33)d.8.(peso 5) 100

(5) e. (peso 1,5) 15% / 1.500

e.3. (peso 3) e.5. (peso 4) e.6. (peso 3) 10% / 1.000

(34)e.3.(peso 5),(35)e.3.(peso 5),(36)e.3.(peso 1) 100 (37)e.5.(peso 1),(38)e.5.(peso 1),(39)e.5.(peso 1,5), (40)e 5.(peso 1,5),(41)e.5.(peso 2),(42)e.5.(peso 2) 100 (43)e.6.(peso 5),(44)e.6.(peso 5) 100

• Fatos de importâncias das respectivas representatividades da Ferramenta por pontos • Fatos de importâncias das respectivas representatividades da Ferramenta por

percentual A 4° Ferramenta – QAR totalizou com dez mil pontos equivale a 100% da

QAR, como mostra a seguir na tabela (II). Este procedimento possibilitou posteriormente a avaliação do índice de qualidade ambiental rural. Esta metodologia foi utilizada e sofreram adaptações atendendo desta forma, as necessidades específicas dos indicadores das demais Ferramentas.

c) Classificação da QAR

A análise dos dados consistiu basicamente no julgamento a partir da atribuição de pesos. Os resultados permitiram o estabelecimento de uma hierarquia dos problemas, de uma compatibilidade das propostas e de uma melhor solução dentre as apresentadas, tendo em vista a relação custo benefício. A execução deste projeto exigiu uma participação permanente da comunidade. Um dos aspectos que caracterizam o processo de planejamento é a sua natureza cíclica, exigindo um constante acompanhamento dos resultados e a cada nova verificação de desvio, demandar-se-ão novas pesquisas. Entretanto, esta mesma metodologia de atribuição de pesos, serviu para atender todas as necessidades de formulação das quatro Ferramentas propostas.

O primeiro passo para a aplicação do método de avaliação de impacto ambiental para as quatro Ferramentas foi a transformação de cada parâmetro em

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índice de qualidade ambiental, de modo a uniformizá-los em números de zero a dez, no qual zero de nota é o menor índice de qualidade, extremamente baixo, e dez representa o máximo índice de qualidade, ou seja muito bom. Deste modo, as alterações a serem produzidas em cada parâmetro pela degradação dos recursos hídricos regionais, serão consideradas impactos positivos ou negativos, conforme representem uma melhoria ou uma perda nos índices de Qualidade Ambiental Rural – QAR, vinculada a degradação hídrica regional, como mostra a tabela (III).

A transformação do valor parâmetro da água, se faz de acordo com: os padrões da definição dos níveis da qualidade do IQA - Índice de Qualidade Ambiental a portabilidade das condições e padrões do Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA, Resolução no 357, de 17 de Março de 2005, classe 2 sessão II das águas doces art.14.e a balneabilidade submetidas às categorias da classe 2 definidas no inciso 10 art.20 da resolução CONAMA 247/2000. Demonstrado nos dois últimos índices de QAR na tabela (III), com p objetivo de atender a necessidade da 1° Ferramenta – QARH.

Para atender a necessidades da 2° Ferramenta - QAIP e 3° Ferramenta – QAPNR, foi definido padrão dos índices de QAR demonstrado em penúltimo lugar na tabela (III), demonstrada acima. Quanto a 4° Ferramenta – QAR foram estabelecidos os cinco primeiro índices de QAR da tabela (III).

O segundo passo para a aplicação do método, gerou a atribuição do grau de importância de cada categoria, variável e indicadores. Para isto, o método propõe a distribuição de um total de zero a dez pontos. O número de pontos atribuídos a cada um reflete a sua importância em relação aos demais.

Tabela III

Índice de qualidade ambiental rural Índice de QAR 0 EB R S E

Peso 0 2 4 7 10 Classificação, Satisfação, Conceito Qualitativo

Zero Extremamente Baixo

Regular Bom Excelente

Escala Variedade

0 1>3 3>6 6>9 9>10

Demográfico 0 1>30% 30>60% 60>90% 90>100% Conceito quantitativo

Nenhum Quase nenhum Pouco Médio Muito

Freqüência de uso

Nunca 1 x em 2 meses 1 x em 1 mês 1x por semana 2 x por semana

Dados Secundários Leitura Espacial

<10 % 10>20% 20>40% 40>60% 60>90%

IQA Qualidade Péssima (a água é imprópria)

0 < IQA < 20

Qualidade Ruim(a água é

imprópria para tratamento

convencional) 20 < IQA < 37

Qualidade Regular

(a água é aceitável)

37 < IQA < 52

Qualidade Boa

52 < IQA < 80

Qualidade Ótima

80 < IQA < 100

Balneabilidade Imprópria >2.500/100mL

- Satisfatório <1.000/100mL

Muito boa <500/100mL

Excelente <250/100mL

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Deste modo, procuram-se mensurar a capacidade de carga do ecossistema local, bem como as assimetrias, desigualdades espaciais, sociais, temporais, no uso dos recursos da natureza.

Os indicadores propostos constituirão um guia para os gestores, por apresentarem a interpretação do conceito de gestão sustentável, dentro de um plano da própria unidade de gestão. Os indicadores que irão compor um sistema de informação, aplicado ao diagnóstico sobre os impactos, deverão ser advindos das formas de utilização do solo nas margens dos recursos hídricos, bem como o seu uso na diluição de efluentes, fornecendo informações para o desenvolvimento de uma política de desenvolvimento sustentável em nível regional dos recursos hídricos.

4.3 ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO E APLICAÇÃO DE ENTREVISTAS

a) Elaboração do questionário

Com a construção do método de avaliação do QAR, vinculada à degradação dos seus recursos hídricos, foi possível a construção do questionário a ser aplicado na comunidade afetada. Por se tratar de uma pesquisa de avaliação dos impactos ambientais, aborda tanto o estabelecimento de uma rede de relações das causas–condições–efeitos, quanto à extração de dados através de indicadores. Tudo isso com a participação da comunidade local afetada visando à estruturação e formatação da ferramenta de transmissão das soluções reais e atuais que norteiem a tomada de decisões.

O planejamento do questionário e a elaboração das perguntas pautaram-se na definição de várias questões específicas. Portanto, foram elaboradas questões objetivas e subjetivas, com a finalidade de conseguir informações mais exatas que a pergunta geral não poderia mensurar. Para esta elaboração foi observado:

O lugar da pergunta na seqüência das questões tornou-se importante para analisar todas as perguntas do ponto de vista das respostas, com tendência a ser influenciada pelo conteúdo das anteriores, ficando atento às respectivas possibilidades de:

Criar determinada predisposição mental ou expectativa que possa influir nas respostas à pergunta.

Auxiliar a recordação de idéias que se ligam à pergunta. As possibilidades estão conotadas em um resultado que pode ser favorável

ou não, logo se optou em apresentar em primeiro lugar os mais gerais. Além das perguntas consideradas essenciais, foi considerada a inclusão de

algumas perguntas destinada a verificar a precisão das respostas e/ou medir a influência de mudanças nas frases, com a finalidade de medir a consistência das respostas.

Foi empregado um padrão para atender a necessidade das perguntas, em alguns casos com múltiplas escolhas, mas sempre acompanhada da prioridade consistindo uma escala com itens que são dispostos em uma ordem do menos elevado para o mais elevado de acordo com o que se pede na pergunta, já definido anteriormente na Tabela (III).

A metodologia empregada na elaboração do questionário é descritiva e utiliza ajudas psicológicas naturais para recordação, ou seja, que recorde as experiências

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em seqüência temporal, fazem com que a pessoa recorde da época anterior e específica, a partir do presente (JAHOBA; DEUTSCH; COOK, 1951).

b) Aplicação de entrevistas

A área de abrangência descrita a seguir destina-se à zona rural da microbacia, com seus distintos indicadores de qualidade de vida, associada aos recursos hídricos, que por sua vez, tem objetivos distintos. Para se manter a qualidade da entrevista, foi preciso um planejamento adequado ao objetivo do estudo. Adotando os seguintes procedimentos: Para se obter dados úteis e válidos, a ficha de perguntas foi padronizada e adequada ao objetivo do levantamento como também o cuidado na arte do entrevistar que consistiu em:

Criação de uma atmosfera, que deixe a pessoa à vontade, e com a sensação de liberdade, que seja estimulada a apresentar francamente sua opinião,

Evitar os temores de quem responde, quanto ao sigilo das respostas, tranqüilizando quanto a entrevista não ser um teste (que não existe respostas “certas” ou “erradas”);

Atitude agradável e de confiança, com questões iniciais fácil e informal, realizada por meio de conversa, para “quebrar o gelo”. A Apresentação das perguntas de maneira adequada e inteligível, registrando

a respostas de maneira exata e integral, sem quaisquer expressões de surpresa ou julgamento de valor pelo entrevistador, a fim de obter respostas válidas e precisas,

Cuidado de não sugerir uma possível resposta, mesma nos casos de uma resposta inadequada, geral, muito vaga e/ou “não sei”. Isso é muito comum quando a pessoa compreendeu mal a pergunta, logo com uma simples repetição da pergunta, com a acentuação adequada, é suficiente para obtenção da resposta satisfatória.

O questionário sendo pré-codificado, os erros e omissões no registro consistem em uma forte freqüência de erro do entrevistador. Para evitar falsos resultado, o entrevistador manteve a atenção do entrevistado durante as perguntas não perdendo o contato com a pessoa, importante lembrar da pergunta seguinte.

As entrevistas foram seguidas de análise, com base observacional dos entrevistados, como também, registra as observações espontâneas dos entrevistados, para auxiliar o futuro tratamento dos seus dados.

Quanto à amostragem, foram traçado critérios de escolha das pessoas, para a aplicabilidade dos questionários e são definidos em:

A escolha dos entrevistados foi aleatória, contanto que nascidos e criados na região, dos que conviveram com os recursos hídricos quando ainda preservados naturalmente, com moradia mínima de trinta anos.

Sendo estipulada uma cota mínima de dez (10) famílias, estruturada de forma tradicional, com propriedades rurais existentes na área de drenagem da bacia em estudo. As coordenadas geográficas foram georeferênciadas e originou o mapa de localização dos pontos para a aplicação das entrevistas.

Foi estipulado uma área de controle aproximadamente em um raio mínimo de 70m a máximo de 1.241m em torno do recuso hídrico, porém, contida em diferentes comunidades do distrito de Jaiba.

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As áreas escolhidas para controle e seleção das amostras, tiveram como preocupação manter certa distância de moradia, entre um entrevistado e outro, para evitar a super-representação, da aproximação de convivências, ou seja, com a concentração, opinião especifica de determinado grupo religioso, profissional entre outros.

A entrevista com a comunidade, objetivou reproduzir resultados de temporalidades das condições ambientais atuais como também de mais de trinta anos atrás, resgatando e confirmando a situação dos recursos hídricos ainda preservados. Esta situação ficou comprovada pelos níveis de qualidade de vida rural, estabelecendo um link com a matriz de interações dos sistemas, objetivando a construção da 4° Ferramenta – QAR. Estes dados serviram como base de referência da situação ideal quando os recursos hídricos ainda eram preservados e foram utilizados quando analisadas as quatro Ferramentas em conjunto, sinalizada pelas primordiais interações dos contextos das avaliações, em que o mesmo se deu à elaboração das outras três Ferramentas. 5 PROCESSO ANALÍTICO

5.1 Reconhecimento da Microbacia 5.1.1 Dados secundários

Foram solicitados aos órgãos públicos do município, os dados sobre a microbacia, não obtivemos pleno sucesso pela falta de séries histórica do próprio município, como também, as dificuldades de acesso aos dados atuais existentes. Estes dados foram objetivados para responder as perguntas dos seus respectivos indicadores da Ferramenta QAIP – Qualidade Ambiental do Sistema de Informação das administrações Públicas, pautando-se nos pressupostos das inter-relações entre os sistemas de Administração e de Informação Pública.

Nesta segunda consulta definiu-se oito indicadores da QAIP, que atendem as demandas do sistema de gerenciamento das águas em âmbito municipal, foram agrupados em três variáveis nos contextos: de Infra – Estrutura, Físico Espacial e de Competitividade. Este procedimento deu origem a 2° Ferramenta - QAIP, e para sua elaboração, adotamos o ponto de vista dos sistemas: Administração X Informação Pública, e a mesma estrutura metodológica do sistema de avaliação da 4° Ferramenta - QAR, demonstrado na tabela I. O ponto de partida para o tratamento dos dados obtidos resultou da avaliação da QAIP, assim tornou-se possível calcular o produto das suas perdas.

Neste primeiro momento, os dados coletados serão tratados apenas com o cálculo das perdas QAIP e seus indicadores, como também, a estruturação da Ferramenta quanto aos índices de importância dos indicadores e variáveis que a compõem e suas respectivas representatividades para com a Ferramenta.

Os indicadores da QAIP foram atribuídos pesos variados conforme o seu grau de importância e os seus dados obtidos foram transformados índice de qualidade com 10 pontos para 100% da QAIP.

A tabela IV, representada abaixo, objetiva mensurar as inter-relações entre os sistemas: Administração Pública e de Informação. As informações que não foram

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obtidas. e que são necessárias, foi atribuído peso 0 (zero) por ser o de maior perda QAIP, já que a Ferramenta pretendeu avaliar também o acesso às informações do setor administrativo do Município.

Tabela IV

Estrutura da 2° Ferramenta QAIP, das inter-relações entre os sistemas Administração e de Informação Pública, com as respectivas representatividades quanto à síntese de perda da QAIP por

indicadores

Item VARIÁVEIS INDICADOR DE QAIP Total Repres. C 2. Infra – Estrutura

(peso 3,5) 350 35%

1. % da cobertura da rede coletora de esgoto dos bairros da cidade, no entorno da micro-bacia. (peso 5) (não obteve retorno da Embasa)

0 x 5 0

-100%

175 17,5%

2. % de tratamento do sistema de tratamento de esgoto dos bairros do entorno da microbacia e destinação final dos mesmos. (peso 5) (não obteve retorno da Embasa)

0 x 5 0

-100%

175 17,5%

E 5. Físico Espacial Urbano Deslocamento Físico-Químico (peso 3)

300 30%

3. % de modificação nos dados pluviométricos da bacia hidrográfica nos últimos anos. (peso 3,5) (não obteve retorno da UFBA)

0 x 3,50

-100%

105 10,5%

4. % dados estatísticos da ocupação do solo no entorno da microbacia. (peso 4) (não obteve retorno da Secretaria de Planejamento)

0 x 4 0

-100%

120 12%

5. % da variação de vazão em distinta estação do ano, Inverno (setembro) e verão (dezembro). (peso 2,5) (não obteve retorno da UFBA)

0 x 2,50

-100%

75 7,5%

F 6.Competitividade (peso 3,5)

350 35%

6. % dados estatísticos do crescimento demográfico dos bairros que se situa entorno da microbacia. (peso 2) (Taxa de crescimento demográfico do bairro Lagoa Grandeentre 1996 e 2000 = 29,7%) = peso 4 Fonte: IBGE 2000

4 x 2 8

-60%

70 7%

7. % da redução das nascentes, responsáveis pela recarga da microbacia. (peso 4) (não obteve retorno da Secretaria de Planejamento)

0 x 4 0

-100%

140 14%

8. % de supressão da mata ciliar que permeia a microbacia. (peso 4) (não obteve retorno da Secretaria de Planejamento)

0 x 4 0

-100%

140 14%

(350+300+350) = 1.000 Representatividade de importância das variáveis para 100% Ferramenta da QAIP (175+175+105+120+75+70+140+140)=

1.000 Representatividade de importância dos indicadores para 100% Ferramenta da QAIP (ex: indicador 1. (5x10) x 3,5 = 175)

(4x2) = 8 Ex.6. Calculo e resultado da QAIP dos indicadores (8 /20)–1x100=60% Ex.6. Calculo e resultado das perdas da QAIP dos indicadores

• Respectivos pesos de importâncias • Origem do índice resultante

Os indicadores tiveram suas significâncias e representatividade quanto a

Ferramenta, da seguinte forma descrita e considerando os indicadores de: coberturas da rede coletora de esgoto e tratamento de esgoto obtiveram cada um peso 5 totalizando 100 pontos para a sua variável de Infra–estrutura, representando os de maior significância e cada um com 17,5% de maior representatividade para com a Ferramenta. Os indicadores com a segunda maior importância foram as de

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peso 4: Preservação das nascentes e de mata ciliar como as de segunda representatividade com 14% e como também o de Ocupação do solo porém de terceira representatividade como 12%. O de Pluviometria nos últimos anos com peso 3,5, como o de terceira maior significância e de quarta representatividade com 10,5%. Os de menores significâncias e de representatividades foram os da Variação de vazão nas estações do ano com 2,5 pontos e representatividades de 7,5% e o de Crescimento demográfico, com peso 2 e representatividades de 7%.

Este mesmo índice 10 foi adotado para as variáveis em suas respectivas escalas de importâncias e estruturadas da seguinte forma: nos contextos de Infra-estrutura e de Competitividade como os de maior significância. Foram definidos pesos de 3,5 totalizando 350 pontos para 100% da QAIP e cada uma com representatividade de 35% para o resultado da Ferramenta. Para a variável no contexto Físico Espacial se atribuiu peso 3, totalizando 300 pontos para 100% da QAIP, com representatividade de 30% para o resultado da Ferramenta; gerando um produto de 1.000 pontos para 100% da QAIP da Ferramenta proposta.

Em posse dos resultados de QAIP, foi possível obter o produto de suas perdas resultante de 100% para todos os indicadores que não tiveram sucesso nas acessibilidades de seus dados necessários para as suas medidas. Com exceção do único dado fornecido pela Secretaria de Planejamento Municipal, segundo dado do IBGE de 2000 a Taxa de crescimento demográfico do bairro Lagoa Grande entre 1996 e 2000 foi igual a 29,7%, transformado em índice de qualidade ambiental igual a 4 que representou 60% de perda de sua qualidade. Além dos dados acima adquiridos, alguns dos mapas da cidade foram fornecidos pala Secretaria de Planejamento do Município, sendo:

Mapa da Zona Urbana de Feira de Santana; Mapa Geral Limites dos Bairros e Sub-Bairros; Mapa do Trecho Urbano da Lagoa Grande.

Estes mapas se fossem digitalizado, viabilizaria melhor o mapeamento de localização da microbacia, delimitando assim o perímetro urbano da cidade de Feira de Santana, o estudo de caso realizado define o trecho urbano.

5.1.2 Dados Primários 5.1.2.1 Leitura espacial

Por se tratar de uma investigação em recursos hídricos, optou-se em realizar a leitura espacial em conjunto com o mapeamento da lagoa de Berreca. O reconhecimento da área ficou restrito a um raio máximo de 30m da microbacia, devidamente estruturados conforme a metodologia de avaliação da QAR, apresentada na tabela (I). Foram registradas, organizadas e mensuradas as ocorrências de intervenções naturais. Com o ponto de vista observacional técnico do pesquisador, com a finalidade de responder as perguntas dos indicadores QAPNR – Qualidade Ambiental do Processo Natural Regional, sendo esta a 3ª Ferramenta para tomada de decisões. Esta Ferramenta, construída a partir das análises dos dados, teve como ênfase as inter-relações entre os sistemas Físico-Espaciais e de Competitividade.

A tabela (VI) abaixo, objetiva mensurar as inter-relações entre os sistemas Físico-Espaciais e de Competitividade. As informações obtida em campo das

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ocorrências visíveis das intervenções naturais da microbacia, foi fundamentada em registros fotográficos e foram necessárias para a mensuração dos indicadores e suas variáveis de pesos e mensurações distintas, para a avaliação da QAPNR.

Tabela VI

Estrutura da 3° Ferramenta QAPNR, da leitura espacial das inter-relações

entre os sistemas Físicos Espacial e de Competitividade, com as respectivas representatividades quanto à síntese de perda da QAPNR por indicadores

Item VARIÁVEIS INDICADOR DE QAIP Total Repr.

3. Econômico / Estratégico Administrativo (peso 5)

500 50%

1. Conceito qualitativo da degradação visual do embelezamento da paisagem da vegetação, por atividades econômicas. (peso 3) (Areal= 486m + Pastagem= 1.916m / Perímetro Total = 3.030m x 100) = 79,3%

10 x 3 30

- 100%

150 15%

2. Conceito qualitativo da degradação visual do embelezamento da paisagem do espelho d’água. (peso 3) (produto observacional) = 100%

10 x 3 30

- 100%

150 15%

3. % de áreas com relevo e topografia alterada de ocorrências se solo desnudo. (peso 4) (Areal= 486m / Perímetro Total = 3.030m x 100) = 0,16% x 10 = 16%

2 x 4 8

- 80%

200 20%

F 6. Competitividade (peso 5)

500 50%

4. Nível de águas estagnadas permitindo a proliferação de mosquitos vetores/ insetos que propagam micróbios de varias doenças. (peso 2) (produto observacional) = 50%

7 x 2 14

- 30%

100 10%

5. % da retirada da mata ciliar. (peso 2) (Areal= 486m + Pastagem= 1.916m / Perímetro Total = 3.030m x100) = 79,3%

10 x 2 20

- 100%

100 10%

6. % de sítio notáveis do entorno da lagoa, com efeito, de alteração em sua composição vegetal original, descaracterização da composição da paisagem. (peso 2) (Areal= 486m + Pastagem= 1.916m / Perímetro Total = 3.030m x100) = 79,3%

10 x 2 20

- 100%

100 10%

7. Nível de incomodo da claridade, proveniente da maior incidência de luz refletida no solo desnudo? (peso 2) (Perímetro Total = 3.030m / Areal = 486m) = 0,16% x 10 = 16%

2 x 2 4

- 80%

100 10%

8. Freqüências significativas de valas e boçorocas, que provocam erosão e assoreamento do curso d’água. (peso 2) (Perímetro Total = 3.030m / Areal = 486m) = 0,16% x 10 = 16%

2 x 2 4

- 80%

100 10%

(500+500) = 1.000 Representatividade de importância das variáveis para 100% Ferramenta da QAIP

(150+150+200+100+100+100+100+100) =

1.000 Representatividade de importância dos indicadores para 100% Ferramenta da QAIP (ex: indicador 1. (3x10) x 5 = 150)

(2x4) = 8 Ex.3. Calculo e resultado da QAIP (8/20)–1x100=80% Ex.3. Calculo e resultado das perdas da QAIP dos indicadores

• Respectivos pesos de importâncias • Origem do índice resultante

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Neste primeiro momento, vamos tratar os dados coletados e apenas calcular as perdas QAPNR quanto aos seus indicadores, como também, tratar a estruturação da Ferramenta quanto aos índices de importância dos indicadores e variáveis que a compõem, levando em consideração as suas respectivas representatividades para com a Ferramenta.

Nesta terceira consulta aos dados, definiram-se oito indicadores da QAPNR, com pesos variados ao seu grau de importância que atendem as demandas do sistema de preservação ambiental da mocrobacia. Estes indicadores foram agrupados em duas variáveis nos contextos Econômicos / Estratégicos / Administrativos e de Competitividade com pesos 5 cada, totalizando 500 pontos para 100% da QAPNR, a soma gerou um produto de 1.000 pontos para 100% da QAPNR da Ferramenta proposta. Cada variável teve 50% de representatividade para com a Ferramenta.

Os dados observacionais dos indicadores da QAPNR foram transformados em índices de qualidade, com atribuição de 10 pontos para 100% da QAPNR. Os indicadores tiveram suas significâncias e representatividade quanto a Ferramenta, da seguinte forma: o de maior importância e representatividade, foram o de Preservação do solo com peso 4, ou seja, de 20% da Ferramenta. A de segunda maior significância e representatividade, foram os de Embelezamento paisagístico do espelho d’água e Embelezamento paisagístico da vegetação, obtendo cada um peso 3 e totalizando 100 pontos para a sua variável Econômica / Estratégica / Administrativa. Estes com 15% de representatividade para com a Ferramenta. Os de menor significância e representatividade foram os de peso 2 e com 10% de representatividade: Composição vegetal original, Incidência de luz refletida no solo, Escoamento superficial e Drenagem natural da águas, como demonstra a tabela (VI).

A partir do tratamento dos dados, foi possível identificar os indicadores mais

críticos com produto de 100% de perdas QAPNR, sendo estes os de Embelezamento paisagístico da vegetação, Embelezamento paisagístico do espelho d’água, Preservação da mata ciliar e Composição vegetal original. O segundo indicador crítico possui 80%, foram os de Incidência de luz refletida no solo, Escoamento superficial e Preservação do solo. O menos crítico ficou sendo o de Drenagem natural da águas com 30% de perdas QAPNR

a) Registros fotográficos

Os registros fotográficos feitos na coleta de água foram realizados no percurso ao longo da drenagem da microbacia do Rio Pojuca, iniciando-se na zona urbana, Lagoas Grandes, passando pela zona de transferência e posteriormente pela Lagoa de Berreca, zona rural, finalizando o último ponto de coleta, no Rio Pojuca. Catalogados em registros fotográficos:

Ocorrências de Intervenções Naturais Atuais, da Leitura Espacial na Visita de Campo, do Trecho Lagoa de Berreca à Lagoa Grande, que Compete a Administração Pública de Feira de Santana – Bahia;

Procedimento da Técnica de Croqui; Vegetação do Entorno da Lagoa de Berreca; Pontos de Coletas das Amostragens d’água da Microbacia do Rio Pojuca;

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Serie Histórica das Diferentes Situações dos Efeitos Paisagísticos da Lagoa, Quando Ainda Preservada;

Variação Sazonal do Ano de 2005 Este procedimento teve como objetivo, o registro do método utilizado para as

coletas das amostras, e os parâmetros adquiridos no campo. Com a finalidade de demonstrar as variações das interferências ambientais em cada ponto de coleta citados. Estes registros fotográficos tiveram a intenção de promover as correlações entre as interferências ambientais e os resultados da análise da água.

Foram adquiridas fotos antigas da Lagoa durante o trabalho de campo e a aplicação do questionário nas comunidades circunvizinhas a Lagoa de Berreca. Estas fotos, foram cedidas pela entrevistada Iracema de Oliveira, neta do senhor Jerônimo Machado de Oliveira, nascido em 24 de dezembro de 1895, apelidado por Berreca, homem que protegia a Lagoa, e que deu nome à mesma. Pelo amor e zelo com o qual cuidava a Lagoa.

Estas fotografias foram catalogadas ao longo dos anos e gerou uma série histórica das diferentes situações dos efeitos paisagísticos da Lagoa, promovendo um reconhecimento da paisagem e do estado de conservação aparente da Lagoa.

De posse destes registros fotográficos selecionamos algumas fotos da Lagoa de Berreca, que representaram, distintamente, as duas estações do ano, entre verão e inverno. Esta representação visual teve a intenção de ilustrar os efeitos paisagísticos da Lagoa, levando em conta a sazonalidade em diferentes épocas, a primeira quando a comunidade tradicional fazia uso da lagoa e a segunda o seu aspecto atual que provoca o seu afastamento, sendo valioso instrumento comparativo para o estudo. 5.1.2.2 Análise das Amostras

O objetivo deste item é demonstrar os resultados encontrados nas análises feitas através das coletas de água da microbacia em estudo. Esta análise possibilitou a construção da primeira Ferramenta e define o índice de qualidade da água quanto à valoração de balneabilidade e de potabilidade.

Segundo os resultados dos parâmetros adquiridos no ato da coleta d’água, foi possível identificar por meio das amostras em seus respectivos parâmetros, os resultados mais significativos de não conformidade comparados ao limite máximo permitido por lei, apresentadas e analisadas na tabela VIII, conforme resolução 357/2005 - CONAMA, Art. 4º, sobre as águas doces, classifica a classe 2, como águas que podem ser destinadas a:

a) abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; b) proteção das comunidades aquáticas; c) recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e

mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000; d) irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de

esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e e) aqüicultura e à atividade de pesca. A classe 2 foi escolhida por estar mais próximo das diversas utilizações da

Lagoa de Berreca feita pela comunidade em seu entorno. Com o propósito de

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correlacionar as analises de água com os registros fotográficos e os mapas. A titulo de fundamentar a 3° Ferramenta – QAPNR, que foi avaliada sob o ponto de vista observacional técnico do pesquisador.

Tabela VIII

Pontos amostrados, seus respectivos resultados dos parâmetros, comparados a resolução 357/2005 -

CONAMA, de águas dose na classe 2

Ponto

Horário

Profundidade (m

)

pH

Turbidez

OD

Resíduos

Sólidos D

issolvidos

Condutividade

s Salinidade

Nitrato

Am

ônio

Am

ônia (N

itrogêni am

oniacal total)

RESO

LUÇ

ÃO

357/2005

CO

NA

MA

C

lasse 2

Água dose

6,0 a 9,0

Até 40 U

NT

Não inferior a 6m

g/l O

2

Até 500 m

g/l

- Até 0,50 %

o

Até 10,0 m

g/l N

3,7mg/L pH<7,5 2,0 mg/L pH 7,5<8,0 1,0 mg/L pH 8,0<8,5 0,5 mg/L pH > 8,5

MÉTO

DO

- - Termopar

SM

Nefelom

étr

EW

W

4500H+

ico

Mem

brana perm

eável

SM

EW

W

2540B

SM

EW

W

2510

Conduti

de íon me

tro

Eletrodo

seletivo

Eletrodo

de íon seletivo

Eletrodo

de íon

UNI - cm C° pH UFT mg/L mg/L mS/cm ppt mg/L mg/ mg/L LG1 7:30 20 23,34 5,70 1,7 0,43 0,576 0,869 0,44 0,001 33,28 0,014 R2 8:30 19 25,78 7,55 77,6 0,66 0,591 0,923 0,45 0,000 27,83 0,733 R3 9:10 20 25,58 7,68 5,7 1,04 0,629 0,980 0,48 0,000 26,49 0,732 LB4 9:30 20 26,51 7,56 11,2 1,04 0,631 1,000 0,48 3,437 28,87 0,680 LB6 11:00 20 26,43 7,23 112,9 0,79 0,676 1,068 0,51 0,001 1,800 0,018 LB7 10:40 20 24,57 6,97 31,11 1,12 0,939 1,435 0,72 0,000 4,105 0,020 LB8 10:20 20 26,55 6,91 13,6 1,79 0,684 0,830 0,52 0,000 2,264 0,011 R9 13:00 20 24,82 8,87 1,4 4,75 0,673 1,031 0,51 0,001 3,627 1,249 R10 12:00 20 25,20 8,59 3,4 6,99 0,635 0,982 0,48 0,001 1,981 0,439

Resultados acima do limite máximo permitido por lei. Em posse dos resultados das amostras, demonstrados na tabela acima,

podemos analisar os índices dos parâmetros que não estão em conformidade com o CONAMA, adotados ao longo deste estudo, e suas possíveis causas:

Quanto ao pH a única amostra que apresentou limites inferiores entre o intervalo de 6,0 a 9,0 definido pela classe 2, do CONAMA, foi o posto GL1 com 5,70 pH, Lagoa Grande (lagoa urbana), a causa mais provável deste resultado ser preocupante pode ser porque a carga orgânica de efluentes urbanos são superiores à capacidade de autodepuração do corpo receptor e segundo Braga (2002):

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O pH é a medida da acidez ou alcalinidade negativa de uma determinada solução. O pH é importante porque evitam relações químicas que ocorrem no meio ambiente que são intensamente afetados pelo seu valor, sistemas biológicos também são bastante sensíveis ao valor do pH, sendo que usualmente o meio deve ter pH entre 6,5 e 8,5 para que os organismos não sofram tantos danos. Muita substancia decorrentes da atividade humanas despejadas no meio aquático pode alterar significativamente o valor do pH, dentre as substancias temos o gás carbônico que, ao dissolver-se na água forma o ácido carbônico reduzindo o pH. A água saturada de gás carbônico tem o pH igual a 5,6 (BRAGA, 2002).

Podemos observar que os resultados de turbidez mais elevados estão no R2

com 77,6 UFT, ponto do riacho do bairro Santo Antonio, logo a jusante da Lagoa Grande, sendo provável que existam maiores turbulências devido a maior velocidade, induzida por efluente de esgoto doméstico. O ponto LB6, Lagoa de Berreca apresentou a elevação da turbidez com 112,9 UFT, devido a possível retirada da vegetação e a exploração descontrolada da areia, fundamentado no processo observacional dos registros fotográficos, que por sua vez deve estar reduzindo a capacidade da realização de fotossíntese de suas águas, como Braga (2002) explica a seguir:

A importância da penetração da luz em meio aquático é evidente uma

vez que é um fator essencial para a ocorrência da fotossíntese ao penetrar na água, a luz é absorvida e convertida em calor. Essa absorção diminui de forma aproximadamente exponencial, em função da profundidade. Duas características são importantes do ponto de vista ambiental. A primeira é o comprimento de ondas ou freqüências que é associada a uma determinada cor. A outra característica é a intensidade que é associada à energia transportada pela luz. Existem vários fatores que podem afetar a penetração da luz no meio aquático. Dentre eles desatacam-se a cor e a turbidez do meio. A cor da água é constituída por luz refletida, podendo ser classificada como cor real (que é associada a substancia dissolvida na água e pode afetar a penetração da luz) e a cor aparente (que esta associada a reflexos originados na paisagem ao redor do corpo d água). A presença de material ou suspensão afeta a turbinez da água dificultando ou mesmo impedindo a penetração da luz causada por partículas de minerais e algas. Eles aumentam a turgidez da água que reduz a taxa de fotossíntese e prejudica a procura de alimento para algumas espécies, levando a desequilíbrio na cadeia alimentar. Sedimentos podem carregar pesticidas e outros tóxicos e sua deposição no fundo de rios e lagos prejudicam as espécies bentônicas e a reprodução de peixes (BRAGA, 2002).

Outro parâmetro preocupante é Oxigênio Dissolvido (OD) na água, que

expressa a característica da qualidade de vida do corpo da água, denominada como a sua capacidade de autodepuração. Dentre os resultados, o mais critico, foi o do ponto LG1 com 0,43 mg/L e em segundo lugar o do ponto R2 com 0,66 mg/L. A classe 2 do CONOMA, estipula não inferior a 6mg/L. Este resultado reforça a possível afirmação da turbidez, já mencionado no R2, com baixos índices de OD. È possível supor que a principal causa de poluição seria a elevação das cargas orgânicas de efluentes domésticos, provenientes do centro urbano, sem tratamento adequado, a capacidade de autodepuração do corpo receptor, já que estes dois

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pontos estão dentro do perímetro urbano, com demonstra o mapa representado na figura (V)

Com vista nestes mesmos parâmetros OD, o terceiro índice critico foi o do ponto LB6, índice que confirma as suposições anteriores dos resultados de turbidez, devido a grande extensão do entorno da Lagoa de Berreca, com a presença de areal e solo desnudo com ocorrências erosivas .Os índices que representam o quarto lugar de preocupante foram os pontos: R3, LB4, LB7 e LB8, seus índices se mantiveram entre 1,04 mg/L e 1,79 mg/L, porém, muito crítico, sendo possível supor o desmatamento nas margens do recurso hídrico, facilitando desta forma, o assoreamento do seu leito e as possíveis contaminações por agrotóxicos, estando estes pontos na zona de transferência. Em quinto lugar, com o índice preocupante de OD, foi no ponto R9 com 4,75 mg/L, situado no riacho a jusante da Lagoa de Berreca, e a montante próximo ao ponto do Rio Pojuca, rio de importância para a microbacia em estudo, ilustrado nos mapas. A SIBAC complementa e retrata a importância ambiental do parâmetro e sua magnitude:

O OD é de essencial importância para os organismos aeróbios (que

vivem na presença de oxigênio). Durante a estabilização da matéria orgânica, as bactérias fazem uso do oxigênio nos seus processos respiratórios, podendo causar uma redução da sua concentração no meio. Dependendo da magnitude deste fenômeno, podem morrer diversos seres aquáticos, inclusive os peixes. Caso o oxigênio seja totalmente consumido, têm-se as condições anaeróbias (ausência de oxigênio), com geração de maus odores. O oxigênio dissolvido é vital para os seres aquáticos aeróbios e é o principal parâmetro de caracterização dos efeitos da poluição das águas por despejos orgânicos (SIBAC, 2006)

Os resíduos Sólidos Dissolvidos tiveram seus resultados acima do limite

máximo de 500mg/L para as características da classe 2 do CONAMA, em todos os pontos amostrados que obtiveram resultados entre o de maior significância com 0,939 mg/L, no LB7, e ao de 0,576 mg/L, no ponto LG1. Evidenciando desta forma a possível carga de matéria orgânica ao longo da drenagem da microbacia confirmada na citação do CETESB, quando afirma:

Nos estudos de controle de poluição das águas naturais e principalmente

nos estudos de caracterização de esgotos sanitários e de efluentes industriais, as determinações dos níveis de concentração das diversas frações de sólidos resultam em um quadro geral da distribuição das partículas com relação ao tamanho (sólidos em suspensão e dissolvidos) e com relação à natureza (fixos ou minerais e voláteis ou orgânicos) (CETESB, 2006).

Quanto à forma nitrogenada, o índice da amostra do ponto R9 com 1,249

mg/l, evidência a elevação da concentração do parâmetro Nitrogênio Amoniacal Total (amônia) em não conformidade com os intervalos pré-estabelecidos na classe 2. Sendo possível supor a sua bioacumulação contraposta os índices inferiores das demais amostras dos pontos a sua montante. Esta concentração do penúltimo ponto de coleta R9, conforme a seqüência de coleta seguida no sentido da drenagem das águas, até chegar no último ponto de amostragem, no curso do rio principal, o Rio Pojuca. Entretanto, podendo evidenciar a elevação deste parâmetro no ponto R9

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com as possíveis causas acumulativas das sobrecargas de dejetos de esgotas no curso da microbacia, como também, ao processo de lixiviação de solos agrícolas com uso inadequado de fertilizantes. Como confirma a citação abaixo do CETESB:

São diversas as fontes de nitrogênio nas águas naturais. Os esgotos

sanitários constituem em geral a principal fonte, lançando nas águas nitrogênio orgânico devido à presença de proteínas e nitrogênio amoniacal, devido à hidrólise sofrida pela uréia na água. Alguns efluentes industriais também concorrem para as descargas de nitrogênio orgânico e amoniacal nas águas, como algumas indústrias químicas, petroquímicas, siderúrgicas, farmacêuticas, de conservas alimentícias, matadouros, frigoríficos e curtumes. Nas áreas agrícolas, o escoamento das águas pluviais pelos solos fertilizados também contribui para a presença de diversas formas de nitrogênio. Também nas áreas urbanas, as drenagens de águas pluviais associadas às deficiências do sistema de limpeza pública, constituem fonte difusa de difícil caracterização. Nas zonas de autodepuração natural em rios, distinguem-se as presenças de nitrogênio orgânico na zona de degradação, amoniacal na zona de decomposição ativa, nitrito na zona de recuperação e nitrato na zona de águas limpas. Os compostos de nitrogênio são nutrientes para processos biológicos. São tidos como macronutrientes pois, depois do carbono, o nitrogênio é o elemento exigido em maior quantidade pelas células vivas. Quando descarregados nas águas naturais conjuntamente com o fósforo e outros nutrientes presentes nos despejos, provocam o enriquecimento do meio tornando-o mais fértil e possibilitam o crescimento em maior extensão dos seres vivos que os utilizam, especialmente as algas, o que é chamado de eutrofização (CETESB, 2006).

Na tabela (IX), abaixo, expressa os pontos de amostragem analisadas em

laboratórios, seus respectivos resultados comparados aos padrões máximos permitidos das condições de qualidade de água doces de classe 2, Resolução N° 357 / 2005 e de balneabilidade, Resolução N° 274 / 2000; segundo O Ministério do Meio Ambiente Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. Objetivando em fundamentas e compor aos resultados das Feramentas 1° e 3°.

Tabela IX

Pontos amostrados, suas analises dos parâmetros, métodos e unidades.

Comparados a resolução CONAMA 357 / 2005, de águas dose na classe 2, e 247 / 2000, de condições de balneabilidade.

Ponto Fósforo

Total Fosfato Nitrogênio

Total Resíduos

Total DBO5 Coliformes

Fecais/ Termotolerante

Classe 2 CONAMA 357/2005

Ate 0,025 mg/l P

Dias a 20°C até 3 mg/l O2

Não exceder 200/100 mililitros

em 80% Balneabilidade

CONAMA247/2000 - - - - - Não exceder

2500/100 mililitros em 80%

Unidade CONC (mg/l)

CONC (mg/l)

Mg N/L CONC (mg/l)

mg O/L NMP / 100mL

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Método SMEWW 4500P E

SMEWW 4500-P E

SMEWW 4500 N D

SMEWW 2540

M QGI 056 (SM 5210 B)

SMEWW 9221.B /9221.E

Data do ensaio 14.11.05 14.11.05 30.01.06 14.11.05 03.11.05 30.0106

LG1 0,516 1,58 6,37 578,7 3,50 9,0x106 R2 0,620 1,90 7,15 610,0 27,8 1,6x109 R3 0,587 1,80 1,40 618,7 ND 5,0x103 LB4 0,618 1,90 2,2 631,3 ND 1,4x103 * LB5 - - - - - 3,0x103 * LB6 0,420 1,29 1,25 744,0 ND 1,4x103 * LB7 0,360 1,11 12,35 1079,3 3,70 1,4x103* LB8 0,679 2,08 8,70 1060,7 ND 9,0x105* R9 0,383 1,17 1,04 674,0 ND 5,0x103 R10 0,415 1,27 1,34 686,0 ND 3,0x103

Resultados acima do limite Maximo permitido, resolução 357/2005. ND Não detectado. * Acima do máximo permitido para as condições de balneabilidade. * Dentro do limite estabelecido para a balneabilidade.

Dando continuidade às analise conforme a resolução N° 357 / 2005 – CONAMA, classe 2 chegamos a seguinte conclusão:

Em todos os pontos amostrados os resultados do parâmetro Fósforo Total, apresentaram extremamente acima do limite estabelecido na classe 2, de ate 0,025 mg/L. Estes apresentaram resultados indiscutivelmente altos variando entre 0,360 e 0,679 mg/L, podendo pautar as possíveis causas citadas anteriormente, e seja qual for à origem dos poluentes, fica confirmado as cargas poluidoras excedem aos poderes de autodepuração das águas em todo curso da microbacia o que já esta afetando o Rio Pojuca, rio principal, com resultado de 0,415 mg/L em seu ponto R10. Análise fundamentada na afirmação de Braga (2002) citada a seguir:

A presença de alguns sais dissolvidos na água é fundamental para a

constituição das cadeias alimentares no meio aquático, pois eles servem como nutrientes para os organismos autótrofos. Em geral, os sais de fósforo ou de nitrogênio são fatores limitantes para o crescimento desses organismos no ambiente aquático, de modo que um aumento excessivo da concentração desses sais pode gerar uma proliferação exagerada de algas, ocorrendo o fenômeno denominado eutroficação. Os nutrientes chegam ao corpo de água por meio da erosão de solo, pela fertilização artificial dos campos agrícolas ou pela própria de composição natural da matéria orgânica biodegradável existente no solo e na água (BRAGA, 2002).

A carga de DBO apresentou extremamente alta no ponto R2 com 27,8 mg/L,

muito critico no ponto LG1 com 3,50 mg/L e LB7 com 3,7 mg/L, e para os demais pontos os resultados apresentaram-se de forma não detectados, tendo uma não conformidade com a classe 2, que estabelece um limite de até 3 mg/L. O parâmetro DBO também foi analisado por ser um parâmetro de fundamental importância na caracterização do grau de poluição de um corpo d'água, por estar associados à matéria orgânica disponível no corpo de água, definido tecnicamente como:

Demanda bioquímica de oxigênio (DBO) - A DBO de uma amostra de

água é a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia para uma forma inorgânica estável. A

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DBO é normalmente considerada como a quantidade de oxigênio consumido durante um determinado período de tempo, numa temperatura de incubação específica. Os maiores acréscimos em termos de DBO, num corpo d'água, são provocados por despejos de origem predominantemente orgânica. A presença de um alto teor de matéria orgânica pode induzir à completa extinção do oxigênio na água, provocando o desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática. Um elevado valor da DBO pode indicar um incremento da micro-flora presente e interferir no equilíbrio da vida aquática, além de produzir sabores e odores desagradáveis e ainda, pode obstruir os filtros de areia utilizadas nas estações de tratamento de água. Pelo fato da DBO somente medir a quantidade de oxigênio consumido num teste padronizado, não indica a presença de matéria não biodegradável, nem leva em consideração o efeito tóxico ou inibidor de materiais sobre a atividade microbiana (UNIVERSIDADE DA ÁGUA, 2006).

Foi adotado um método indireto para os Coliformes Fecais presente no corpo

d'água, para quantificar a disponibilidade de balneabilidade da microbacia. Os índices de coliformes fecais de todas as amostras coletadas de água da microbacia, apresentaram-se em não conformidade quanto ao limite Máximo fixados pelo CONAMA 357/2005 da classe 2. Quanto ao enquadramento de balneabilidade (recreação de contato primário) os pontos da lagoa de Berreca que apresentaram resultados de coliformes 1.400/100 mililitros LB4, LB6 e LB7 ainda tolerável e imprópria para os pontos LB5 com 3.000/100 mililitros e LB8 com 900.000/100 mililitros. Os demais pontos obtiveram resultados com classificação de impróprios. Podemos destacar o ponto R2, localizado no bairro de Santo Antonio, na cidade de Feira de Santana, (Zona urbana), como o ponto de maior carga de esgoto por obter o extremo resultado de 1.600.000.000/100 mililitros. Destacando a importância deste parâmetro a CETESB afirma:

As bactérias do grupo coliforme são consideradas os principais

indicadores de contaminação fecal. As bactérias coliformes termotolerantes reproduzem-se ativamente a 44,5ºC e são capazes de fermentar o açúcar. O uso das bactérias coliformes termotolerantes para indicar poluição sanitária mostra-se mais significativo que o uso da bactéria coliforme "total", porque as bactérias fecais estão restritas ao trato intestinal de animais de sangue quente. A determinação da concentração dos coliformes assume importância como parâmetro indicador da possibilidade da existência de microorganismos patogênicos, responsáveis pela transmissão de doenças de veiculação hídrica, tais como febre tifóide, febre paratifóide, desinteria bacilar e cólera (CETESB, 2006).

a) Classificação das Condições de Balneabilidade (peso 10):

Adotando as categorias de avaliação da resolução CONAMA 247 / 2000, das águas destinadas a balneabilidade (recreação de contato primário). Foram estipulados pesos para cada categoria a fim de quantificar seu valor representativo na posterior formação da ferramenta de decisão demonstrado na tabela (X).

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Tabela X

Resultados quanto às condições de balneabilidade dos pontos amostrados, suas classificações

quanto ser própria ou imprópria, limite estabelecidos e seus respectivos pesos, a serem quantificados.

Balneabilidade Resultado Excelente Muito

boa Satisfatório Toleravel Imprópria

Pontos Coliformes <250/ 100mL

<500/ 100mL

<1.000/ 100mL

2.500> 1.000mL

>2.500/ 100mL

Pontuação 10 8 4 2 0 LG1 9,0x106 - - - - 0 R2 1,6x109 - - - - 0 R3 5,0x103 - - - - 0 LB4 1,4x103 - - - 20 - LB5 3,0x103 - - - - 0 LB6 1,4x103 - - - 20 - LB7 1,4x103 - - - 20 - LB8 9,0x105 - - - - 0 R9 5,0x103 - - - - 0 R10 3,0x103 - - - - 0

Conforme a resolução 247 / 2000, não se pode afirmar sobre as amostras da

Lagoa de Berreca que não foram coletados no mesmo ponto, como exige a resolução, porém, os pontos amostrados, foram muito próximo um do outro. Por lei são cinco amostras e 80% ou mais de um conjunto que não podem passar do limite estabelecido. Porém, mesmo de posse dos resultados, foi realizada uma analogia para as condições de balneabilidade, a título de classificação dos impactos nos recursos hídricos. Esta análise, com apenas quatro das dez amostras coletadas na Lagoa de Berreca, apresentou resultado de condições próprias na classificação de satisfatório. Pressupõe que a Lagoa de Berreca, não se encontra em condições de balneabilidade, como atesta a tabela (X).

b) Classificação dos Índices de Qualidade das Àguas (peso 10):

Para complementar os resultados foram realizados uma comparação dos resultados quanto a Classificação do Índice de Qualidade das Águas, nos pontos amostrados, como demonstra a tabela (XI). Este procedimento objetivou classificar as condições da qualidade das águas brutas para fins de abastecimento público, já que a Lagoa Grande em 1930 abastecia a cidade de Feira de Santana. Dos dez postos analisados, foram classificados quanto a sua qualidade conforme a tabela abaixo (XI).

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Tabela XI

Resultados quanto ao IQA dos pontos amostrados, suas classificações dos níveis de qualidade, limite estabelecidos e seus respectivos pesos, a serem quantificados.

Descrição do IQA

Resultado do calculo

Qualidade Ótima

Qualidade Boa

Qualidade Regular

(a água é aceitável)

Qualidade Ruim

(a água é imprópria para

tratamento convencional)

Qualidade Péssima (a água é

imprópria)

Pontos 79 < IAP

�100 51 < IAP

�79 36 < IAP

�51 19 < IAP

�36 IAP < 19

Pontuação 10 7 4 2 0 LG1 20,35 - - - 20 - R2 17,09 - - - - 0 R3 23,02 - - - 20 - LB4 24,22 - - - 20 - LB5 - - - - - - LB6 20,59 - - - 20 - LB7 31,62 - - - 20 - LB8 19,16 - - - - 0 R9 31,16 - - - 20 - R10 35,28 - - - 20 -

A partir destes cruzamentos de dados, foi possível construir a primeira etapa da ferramenta de decisões. O principal objetivo é a mensuração da qualidade das águas nos recursos hídricos para fins de uso, tanto as condições de portabilidade, quanto às condições de balneabilidade, abordado com maior amplitude no item Ferramentas para tomada de decisões.

5.2 INDICADORES DE QAR – QUALIDADE AMBIENTAL RURAL

A 4° Ferramenta – QAR, totalizou dez mil pontos equivale a 100% da QAR, construída através da agregação de 5 categorias, compostas por diferentes números de variáveis entre si, totalizando 20 variáveis estruturadas, com um total de 44 indicadores.

Os indicadores de QAR, foram agrupados em suas respectivas variáveis, e obtiveram pesos variados, com sua representatividade distinta entre si. Entretanto o total dos pesos de cada variável (contextos) foram padronizadas em mil pontos cada equivalente a 100% da qualidade. Este agrupamento de variáreis totalizou mil pontos, dando origem às categorias.

Entretanto para as categorias atribuíram pesos distintos entre si, com representatividades distintas, de acordo com o seu fator de importância para o estudo, as categorias, terão os seguintes perfis de indicadores, dos sistemas:

Social e de Infra-Estrutura com 2,5 de peso representando cada uma 25% do resultado da Ferramenta. Compostos de indicadores da QAR de uso da lagoa como lazer de contatos primários e secundários, avaliando de forma qualitativa e quantitativa a sua importância para com a saúde física e mental e de socialização da comunidade e região, e quanto ao uso da sua água para higienização e dessedentação.

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Econômica foi adotado peso 2 que representou 20% do total da Ferramenta. Compostas de indicadores da QAR de valoração espacial do entorno da lagoa e uso da Lagoa para movimentação econômica local, a necessidade de segurança publica, incidências de pragas.

Comunicação e Físico Espacial com peso de 1,5 representando cada uma 15% da totalidade da Ferramenta. Compostas por indicadores da QAR quanto a instituições de comunicação e eficiência de preservação ambiental, preservação da cultura local, estratificações econômicas da Lagoa e do seu entorno. O peso utilizado para a construção do índice de QAR, que comporão o

questionário atribui o grau de importância de cada indicador de qualidade de vida rural. Em muitos casos, para satisfazer a amplitude das específicas demandas dos indicadores, foram necessários os usos de mais de um indicador, que posicionaram de forma subjetiva e também objetiva, para responder a questão contextual da referida variável pertencente. Entretanto, os conjuntos de indicadores foram padronizados em sua totalidade de cem pontos para cada indicador referido. A diversidade de indicadores de qualidade de vida, vinculadas aos seus recursos hídricos, se mostraram na visão critica das redes de interações, onde foram priorizadas as demandas da qualidade de vida rural, pautada nos múltiplos usos dos recursos hídricos, como também, nas condições ambientais para uso primário e secundário, importante para lazer, saúde, fatores econômicos entre outros.

Para se chegar ao reconhecimento do QAR, foram tratados os indicadores que mediram o índice de qualidade, por meio dos resultados obtidos nas entrevistas que foram agrupados e seus dados compilados. A avaliação das perdas na qualidade de vida por variáveis e suas respectivas categorias, foi utilizado no estudo comparativo de qualidade de vida. Os resultados comprovaram a perda significativa da qualidade de vida da comunidade rural vinculada aos seus recursos hídricos, melhor apresentada na 4° Ferramenta - QAR. Este procedimento possibilitou posteriormente a avaliação do índice de qualidade ambiental rural.. Este mesmo método estrutural sofreu adaptações para atender as necessidades especificar das demais Ferramentas.

Com os dados dos pontos de amostragens das famílias entrevistadas, foram geoprocessados, deu origem ao mapa de localização da Lagoa Grande até a Lagoa de Berreca, e as redes de amostragem das entrevistas, com suas devidas distâncias. Este mapa (V) tem a finalidade de demonstrar a aproximação da moradia dos entrevistados ao recurso hídrico e posteriormente identificar os seus vínculos, em função da sua aproximação.

A proximidade das moradias não foi refletida neste trabalho, porém, tem o objetivo de posteriores avaliações e ajustes da 1° Ferramenta - QAR de decisão. Favorece também, a localização do distrito de Feira de Santana, Jaíba e seus sub-distritos: Registro, Santo Antonio e São Roque. A finalidade é demonstrar as proximidades das comunidades á Lagoa de Berreca. Comunidades que usufruíam da disponibilidade dos diversos uso a Lagoa de Berreca.

Este trabalho de pesquisa extraiu uma visão holística do sistema de microbacias, identificando as possíveis interações entre os agentes da zona rural, urbana e analisando os mecanismos de transferência responsáveis pelas modificações relativas aos recursos hídricos, em diversos sistemas de apoio. Visou

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entender as transferências de problemas urbanos para as zonas rurais que comprometem tais comunidades. Foi obtido um perfil geral do comportamento dos sistemas chamados de microbacias compostos por duas zonas urbanas e rurais, que os tratamentos dos dados foram sintetizados. 6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

As ferramentas foram organizadas por meio das discussões e das trocas de informações sobre os impactos e interações dos fatores ambientais. Para as ferramentas serem organizadas, as perdas de qualidade da microbacia foram agrupadas em variáveis para serem analisadas distintamente, isto por sua vez definiu o quadro dos seus respectivos indicadores. O mesmo procedimento foi utilizado para os indicadores quantitativos e qualitativos, estes por sua vez, expressam resultados específicos da questão levantada por ordem do grau de perdas de suas qualidades referidas. Para a elaboração dos resultados variáveis / indicadores, foram organizados em dois grupos: o primeiro grupo, as variáveis o segundo grupo os indicadores. Estes grupos foram organizados em ordem decrescente de resultados das perdas de qualidade, obtidos pela pesquisa, com a finalidade de oferecer uma melhor visualização para analisar as Ferramentas. Este procedimento facilitou a identificação dos totais de maior e de menor significância para com o comprometimento da disponibilidade do uso da microbacia em estudo. 1° Ferramenta QARH - Qualidade das Águas dos Recursos Hídricos, do Ponto de Vista no Sistema de Competitividade, quanto ao índice dos Resultados das Amostras de Água ao Longo da Microbacia:

Esta ferramenta é considerada como ponto inicial para a metodologia de avaliação de impactos ambientais de microbacias. Intitulamos como a 1° Ferramenta de investigação sugerida para uma metodologia de trabalho, por se tratar de indicadores quantitativos da primeira consulta da QARH, alimentados com os dados das análises físico, químico e biológico das águas dos recursos hídricos. A base para elaboração tem como ponto de vista padrão as categorias de qualidade das águas, definido pela Lei quanto a balneabilidade e potabilidade das águas. A finalidade desta primeira consulta, é de comprovar o comprometimento da disponibilidade de uso do recurso hídrico, como ponto de partida para as demais ferramentas, fundamentando o desenvolvimento e dando a aplicabilidade a elas.

Esta Ferramenta foi construída a partir da categoria de qualidade das águas dos recursos hídricos. Os resultados dos pontos de análise d’água foram mensurados e chamados de variáveis para ser constituído como sistema de informações da QARH, avaliados em seus respectivos indicadores de Balneabilidade e de IQA, expresso na Tabela (XII), a seguir.

Os dois indicadores sugeridos nesta primeira ferramenta, obtiveram cada um significância de 100%, que somados resultou em 200 para 100% da QARH e foram agrupados em suas respectivas variáveis, pontos de análises das águas, e os seus subtotais, expressam a significância da disponibilidade de uso em toda a drenagem da microbacia. Esta análise verificou que toda a drenagem da microbacia do Rio

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Pojuca encontra-se comprometida com resultados entre 80% e 100% tanto para a balneabilidade e quanto para potabilidade.

Tabela XII

Resultados da 1° Ferramenta QARH - Qualidade das Águas dos Recursos Hídricos, provindo dos dados secundários das analises de água, com as respectivas representatividades quanto à síntese de

perda da QARH por indicadores, agrupados em suas respectivas variáveis de balneabilidade e de potabilidade IQA.

PONTOS DESCRIÇÃO DAS VARIÁVEIS Balneabilidade

(peso 10) 1.000 / 50%

IQA

(peso 10) 1.000 / 50%

TOTAL POR VARIÁVEIS E

SUAS PERDAS

2.000 R2 Riacho

(Bairro S.Antonio) 0

-100% 0

-100% 0

100% LB8 Lagoa de Berreca

(Fim da lagoa) 0

-100% 0

-100% 0

100% R10 Rio Pojuca

(Faz. Boa Esperança) 0

-100% 20

-80% 0

100% LG1 Lagoa grande

(F.de Santana) 0

-100% 20

-80% 20

90% R3 Riacho na ponte

(Romário,Faz.Calixta) 0

-100% 20

-80% 20

90% LB5 Lagoa de Berreca

(Areal) 0

-100% 20

-80% 20

90% R9 Riacho

(Ponte,Faz.Auto) 0

-100% 20

-80% 20

90% LB4 Lagoa de Berreca

(Inicio,Faz.D.Tânia) 20

-80% 20

-80% 60

80% LB6 Lagoa de Berreca

(Areal) 20

-80% 20

-80% 60

80% LB7 Lagoa de Berreca

(Poço, Faz.Bom Sucesso) 20

-80% 20

-80% 60

80% TOTAL POR INDICADORES E SUAS PERDAS (100%=1.000)

60 94%

160 84%

(200 x 10 pontos) = 2.000 Representatividade de importância das variáveis para 100% Ferramenta da QAIP

(100 x 10 pontos) x 2 variaveis= 2.000 Representatividade de importância dos indicadores para 100% Ferramenta da QAIP

(20/100) – 1 x 100 =-80% Ex. LB4. Calculo e resultado da QAIP dos indicadores ((20+20)/200) - 1 x 100 = -80% Ex. LB4 Calculo e resultado da QAIP das variáveis (60/1.000)-1x100 = -94 % Ex. Balne. Calculo e resultado das perdas da QAIP (94%+84%) / 2 89% Media da perda de QAIP

INDICADORES

CONTEXTO DE COMPETITIVIDADE (media do total das perdas dos indicadores) 89%

Sintetizamos o total das perdas da QARH por seus indicadores, em que cada

um deles teve 10 variáveis, cada uma com 100 pontos e totalizando no final 1.000 como 100% da QARH, para cada indicador. Desta forma expressa o comprometimento da QARH, com 94% para balneabilidade quanto para potabilidade 84%, gerando um produto da media das duas em 89% de perda QARH.

49

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2° Ferramenta QAIP – Qualidade da Administração X Informação Públicas, do Ponto de Vista dos Dados Secundários, das Inter-Relações entre os Sistemas Administração X Informação, quanto a Microbacia:

Esta Ferramenta, construída a partir do ponto de vista da categoria dos

Sistemas Administração X Informação Pública, diz respeito ao gerenciamento de preservação do recurso hídrico. A consulta dos indicadores desta ferramenta, que são quantitativo e qualitativo, permitiu avaliar a QAIP, e foram agrupados em variáveis do sistema de informações, estes por sua vez, foram avaliados em seus respectivos indicadores, como mostra na Tabela XIII.

Tabela XIII Resultados da 2° Ferramenta QAIP– Qualidade da Administração X Informação Públicas, provindo dos dados secundários, com as respectivas representatividades quanto à síntese de perda da QAIP

por indicadores, agrupados em suas respectivas variáveis resultando nos produtos das perdas de QAIP.

DESCRIÇÃO DOS

INDICADORES

2. Infra – Estrutura

(peso 3,5) 350 / 35%

5. Físico Espacial Urbano Deslocamento Físico-Químico

(peso 3) 300 / 30%

6. Competitividade

(peso 3,5) 350 / 35%

Total por

Indicadores

1. % Cobertura da rede coletora de esgoto (peso 5) 175 / 17,5%

0 - - 0 -100%

2. % Tratamento do sistema de esgoto (peso 5) 175 / 17,5%

0 - - 0 -100%

3. Pluviometria nos últimos anos (peso 3,5) 105 / 10,5%

- 0 - 0 -100%

4. Ocupação do solo (peso 4) 120 / 12%

- 0 - 0 -100%

5. Variação de vazão nas estações do ano (peso 2,5) 75 / 7,5%

- 0 - 0 -100%

6. Preservação das nascentes (peso 4) 140 / 14%

- - 0 0 -100%

8. Mata ciliar (peso 4) 140 / 14%

- - 0 0 -100%

7. Crescimento demográfico (peso 2) 70 / 70%

- - 4 8 -60%

Total por Variáveis

0 - 100 %

0 - 100 %

28 - 92%

(350+300+350) = 1.000 Representatividade de importância das variáveis para 100% Ferramenta da QAIP

(175+175+105+120+75+70+140+140) =

1.000 Representatividade de importância dos indicadores para 100% Ferramenta da QAIP

(4x2) = 8 Ex. 6. Calculo e resultado da QAIP dos indicadores (0+0) x 3,5 = 0 Ex. 2 Calculo e resultado da QAIP das variáveis (0/350)-1x100 = -100 % Ex. 2 Calculo e resultado das perdas da QAIP

(100%+100%+92%) / 3 97,33% Media da perda de QAIP

VARIÁVEIS

• Respectivos pesos de importâncias

50

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Os totais de perda de qualidade, analisados foram expressos na tabela abaixo com suas respectivas perdas, de forma a oferecer uma melhor visualização às significâncias dos indicadores do sistema Administrativo e de Informação Pública Municipal. Esta análise verificou que todos os setores de informação do município não forneceram dados essenciais para o gerenciamento da microbacia. Quanto às informações dos indicadores de perda de 100% da QAIP, foram identificados os de Cobertura da rede coletora de esgoto, tratamento do sistema de esgoto, Pluviometria nos últimos anos, Ocupação do solo, Variação de vazão nas estações do ano, Preservação das nascentes e da Mata ciliar. A exceção ficou com apenas os dados fornecido para o indicador do crescimento demográfico com aceleramento ao entorno da Lagoa Grande (lagoa urbana) de 29,7% do ano de 1996 para 2000, resultando em uma perda da QAIP de 60%.

Por fim, sintetizamos os totais das perdas da QAIP por suas variáveis, em cada uma delas obtivemos os números de indicadores variados, expressando assim o comprometimento da QAIP, com sua perda de 100% de qualidade para as variáveis nos contextos de Infra – Estrutura e Físico Espacial e de 92% de perda da qualidade no contexto de Competitividade, ou seja, todas as variáveis dos setores de informação do Município tiveram comprometimentos representativos com a media de 97,33% de perda da QAIP. 3° Ferramenta, QAPNR – Qualidade Ambiental do Processo Natural Regional, do Ponto de Vista Observacional Técnico, das Inter-Relações entre os Sistemas Físicos Espacial X Competitividade:

Esta ferramenta, construída a partir da categoria dos Sistemas Físicos Espacial X Competitividade, foi avaliada sob o ponto de vista observacional técnico do pesquisador, mensurada pelas principais intervenções naturais que permeiam a microbacia. Esta terceira consulta aos indicadores qualitativos e quantitativos de preservação natural, do entorno do recurso hídrico rural, foi realizada pela pesquisa de campo, de forma subjetiva e tendo como base nas condições ambientais físicas da microbacia, em que seus indicadores foram agrupados em duas variáveis, demonstrado na Tabela (XIV), abaixo.

Os oitos indicadores sugeridos nesta Ferramenta, obteve significância de 10 para 100% da QAPNR, e foram expressos em totais, com as suas respectivas perdas de qualidade dos indicadores, significantes para a observação técnica das intervenções naturais da microbacia. Esta análise, verificou um resultado crítico de 100% do comprometimento da QAPNR, sendo estes o Embelezamento paisagístico da vegetação, Embelezamento paisagístico do espelho d’água, Preservação da mata ciliar, Composição vegetal original. O segundo resultado de 80% do comprometimento da QAPNR, foram: Incidência de luz refletida no solo e de Escoamento superficial. Os resultados de menos significâncias foram: Preservação do solo com perdas de 60% da QAPNR e Drenagem natural da águas com a perda da QAPNR relativamente semelhantes e apresentando resultado entre 65%.

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Tabela XIV

Resultados da 3° Ferramenta QAPNR – Qualidade Ambiental do Processo Natural Regional, provindo dos dados observacionais primários, com as respectivas representatividades quanto à

síntese de perda da QAPNR por indicadores, agrupados em suas respectivas variáveis resultando nos produtos das perdas de QAPNR.

DESCRIÇÃO

DOS INDICADORES

3. Econômico Estratégico Administrativo

(peso 5) 500 / 50%

6. Competitividade

(peso 5) 500 / 50%

Total Por

Indicadores

1. Embelezamento paisagístico da vegetação (peso 3) 150 / 15%

10 - 30 - 100%

2. Embelezamento paisagístico do espelho d’água (peso 3) 150 / 15%

10 - 30 - 100%

5. Preservação da mata ciliar (peso 2) 100 / 10%

- 10 20 - 100%

6. Composição vegetal original (peso 2) 100 / 10%

- 10

20 - 100%

7. Incidência de luz refletida no solo (peso 2) 100 / 10%

- 2

4 - 80%

8. Escoamento superficial (peso 2) 100 / 10%

- 2

4 - 80%

3. Preservação do solo (peso 4) 200 / 20%

2 - 8 - 80%

4. Drenagem natural da águas (peso 2) 100 / 10%

- 7 14 - 30 %

Total por Variáveis

110 - 78%

155 - 69%

(500+500) = 1.000 Representatividade de importância das variáveis para 100% Ferramenta da QAPNR

(150+150+200+100+75+100+100+100) =

1.000 Representatividade de importância dos indicadores para 100% Ferramenta da QAPNR

(10x3) = 8 Ex. 5. Calculo e resultado da QAPNR dos indicadores (10+10+2) x 5 = 0 Ex. 3 Calculo e resultado da QAPNR das variáveis (110/500)-1x100 =-78% Ex. 3 Calculo e resultado das perdas da QAPNR (78%+69%) / 2 97,33% Media da perda de QAPNR

VARIÁVEIS

• Respectivos pesos de importâncias

Nas variáveis, foram sintetizadas os totais das perdas da QAPNR, cada uma delas, tiveram números de indicadores variados, porém com representatividade iguais de 500 para 100% da QAPNR, expressando assim, o seu maior comprometimento na perda do contexto Econômico com 78%. O contexto de Competitividade obteve uma perda de 69%, comprovando com estes resultados, o nível comprometedor do sistema de preservação natural da microbacia.

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4° Ferramenta, QAR – Qualidade Ambiental Rural, com Indicadores do Ponto de Vista da Comunidade Afetada:

Esta quarta investigação foi realizada através da aplicação do questionário a comunidade afetada da Lagoa de Berreca, e pelos resultados obtidos por seus indicadores de avaliação da QAR de cada categoria de análise proposta. A análise destes resultados aponta uma maior concentração de indicadores qualitativos, tendo como índice de avaliação as entrevistas aplicadas. Esta Ferramenta também foi construída levando em consideração o ponto de vista da comunidade afetada, às condições ambientais que são determinantes para a sua utilização e apontam o estado geral da Lagoa. Este método promoveu a obtenção de resultados mais próximos do real da QAR, ou seja, o estado atual da Lagoa confrontado com o estado passado há mais de 30 anos, quando esta se encontrava preservada, tornando possível obter as perdas de QAR atuais comparando com os totais ideais obtidos, demonstrado na tabela (XV). Os resultados atuais de perdas de QRA, foram extremamente superiores quando analisadas com as perdas que poderiam ser admitidas no passado.

Foram sugeridos 44 indicadores, agrupados em suas respectivas variáveis e em suas distintas categorias. Cada um destes indicadores obteve significância de 10 para 100% da QAR, e foram expressos em totais, com suas respectivas perdas de qualidade dos indicadores significantes do sistema de qualidade de vida da comunidade afetada.

Nesta análise verificou que todas as variáveis obtiveram perdas significativas, maiores que 50%. Os indicadores comprometidos com perda QAR maior que 94% foram os dos Contextos: Físico Espacial, Tecnológico e Infra–Estrutura, os mais críticos. Na segunda ordem, foram as variáveis dos Contextos: Comunicação com 86,82% e Econômico de resultado 83,36% da perda da QAR. Os de terceira, foram os dos Contextos: Educativo, Competitividade e Institucional, tendo perdas da QAR relativamente semelhante, com resultado entre 50,37% a 73,76% de perda.

Com relação às análises das categorias, foram sintetizadas os totais das perdas da QAR, cada uma delas teve números de variáveis distintas, porém, com representatividade diferente nos diversos contextos. O de maior peso foi o Social e o Econômico com 25% para 100% da QAR, e em seguida o de Comunicação com 25% para 100%, o de menor representatividade ficou sendo o de Infra-Estrutura e Físico-Espacial com 15% para 100% da QAR.

As análises dos resultados expressam perdas significativas para todas as categorias não inferiores a 69% de perda da QAR. Assim, o comprometimento de perda maior foram nos Contextos: Social, tecnológico o de Infra-Estrutura resultando em totais não inferior a 94% da perda da QAR. O de segunda ordem foram os Contextos: Comunicação, Econômico e o Educativo com perda entre 86,82% e 73,67%; e o de terceira ordem foram os Contextos: Institucional com 67,90% e de Competitividade com 50,37% uma representação semelhante.

53

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Tabela XV Resultados da 4° Ferramenta QAR – Qualidade Ambiental Rural, provindo dos dados primários do

questionário, com as respectivas representatividades quanto à síntese de perda da QAR por indicadores, agrupados em suas respectivas variáveis resultando nos produtos das perdas de QAR.

CATEGORIAS POR ORDEM DE PERDAS

a. Social/ Educativo/ Formação (peso 2,5) 2.500 / 25%

c. Econômico/ Estratégico/ Administrativo (peso 2,5) 2.500 / 25%

d. Comunicação/ Analítico/ Informacional (peso 2,0) 2.000 / 20%

b. Infra-Estrutura (peso 2,5) 2.500 / 25%

e. Físico Espacial/ Deslocamento Físico-Químico (peso 1,5) 1.500 / 15%

Total por Variáveis

(6)a.5.(peso 3) (7)a.5.(peso 3) (8)a.5.(peso 4) (peso 2)

- - (13)b.5.(peso 4) (14)b.5.(peso 6) (peso 4)

(36)e.5.(peso 1) (37)e.5.(peso 1) (38)e.5.(peso 1) (39)e.5.(peso 1,5) (40)e.5.(peso 1,5) (41)e.5.(peso 2) (42)e.5.(peso 2) (peso 4)

5. Físico Espacial 8.000 / 18% 340 / -95,8%

- (28)c.7.(peso 10) (peso 1,5)

- - - 7.Tecnológico 1.410 / 3% 60 / -95,75%

(2)a.2.(peso 5) (3)a.2.(peso 5) (peso 2)

(18)c.2.(peso 6) (19)c.2.(peso 4) (peso 1)

- - - 2.Infra-Estrutura 1.874 / 4% 98 / -94,77%

(23)c.5.(peso 10) (peso 1,5)

- - - 4.Comunicação 1.365 / 3% 180 / -86,82%

(4)a.3.(peso 5) (5)a.3.(peso 5) (peso 3)

(20)c.3.(peso 3) (21)c.3.(peso 3) (22)c.3.(peso 4) (peso 1,5)

(30)d.3.(peso 5) (31)d.3.(peso 5) (peso 6)

(11)b.3.(peso 5) (12)b.3.(peso 5) (peso 3)

(34)e.3.(peso 5) (35)e.3.(peso 5) (peso 3)

3. Econômico 16.104 / 36% 2.634 / -83,36%

(1)a.1.(peso 10) (peso 1)

(16)c.1.(peso 5) (17)c.1.(peso 5) (peso 2)

- - - 1. Educativo 2.820 / 7% 740 / -73,76%

(9)a.6.(peso 5) (10)a.6.(peso 5) (peso 2)

(24)c.6.(peso 2) (25)c.6.(peso 3) (26)c.6.(peso 2) (27)c.6.(peso 3) (peso 1,5)

- (15)b.6.(peso10) (peso 3)

(43)e.6.(peso 5) (44)e.6.(peso 5) (peso 3)

6.Competividade 10.120 / 23% 3.330,5 / -67,90%

- (29)c.8.(peso 10) (peso 1)

(32)d.8.(peso 5) (33)d.8.(peso 5) (peso 4)

- - 8. Institucional 2.680 / 6% 1.330 / -50,37%

22.162,5 / 26% 1.775 / -92%

16.146 / 19% 2.735 / -83%

13.020 / 15% 2.955 / -77,3%

21.887,5 / 26% 5.100 / -76,7%

12.000 / 14% 3.682,5 / -69,3%

Total por Categorias

11.000 = 100% Representatividade de importância das categorias para 100% Ferramenta da QAR (Padrão p/ 8 variáveis = 1.000 = 8.000 = 100%)

44.373 Resultado e respectivos pesos (%) Ideais para QAR por variáveis 85.216 Resultado e respectivos pesos (%) Ideais para QAR por categorias 8.712,5 = 80,37% Calculo e resultado das perdas da QAR por variáveis 16.247,5 = 80,93% Calculo e resultado das perdas da QAR por categorias

• Respectivos pesos de importâncias

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6.1 AS 4 FERRAMENTAS EM QUESTÃO 6.1.1 Gráfico dos índices de importância

A 1° Ferramenta - QARH de Contexto de Competitividade tiveram 50% de representatividade tanto para as questões de balneabilidade como para as de potabilidade que avalia as condições de disponibilidade de uso do recurso hídrico. Em função do seu objetivo peculiar de avaliar a qualidade das águas ele não foi computado para o cálculo do somatório da incidência de importância do Contexto de Competitividade.

Item CONTEXTOS 1° 2° 3° 4° Total (1) a. Social / Educativo / Formação - - - 25 25 (2) b. Infra-Estrutura - 35 - 25 60 (3) c. Econômico / Estratégico / Administrativo - - 50 20 70 (4) d. Comunicação / Analítico / Informacional - - - 15 15 (5) e. Físico Espacial/Urbano/Deslocamento/Físico-Químico - 30 - 15 45 (6) f. Competitividade 100 35 50 - 85

FERRAMENTAS

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

(1) a. (2) b. (3) c. (4) d. (5) e (6) f. Contexto Entretanto o Contexto de Competitividade foi o mais contemplado no conjunto

das quatro Ferramentas, sendo o de maior incidência de importância com um produto de 85%, proveniente do somatório das incidências de importâncias das Ferramentas: QAIP com 35% e a QAPNR com 50%. O Contexto Econômico / Estratégico / Administrativo representou a incidência de importância como o segundo maior com 70%, proveniente das incidências das Ferramentas QAPNR com 60% e a QAR com 20%. E em terceiro o Contexto Infra-Estrutura que representou a incidência de importância de 60%, medidos pelas incidências das Ferramentas QAIP com 35% e a QAR com 25%.

Os menos contemplados foram os Contextos: Físico Espacial / Urbano / Deslocamento / Físico-Químico com a incidência de importância de 45%, proveniente do somatório das incidências de importâncias das Ferramentas: QAIP

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com 30% e a QAR com 15%. O Contexto Social / Educativo / Formação com a incidência de importância de 25% e o Contexto de Comunicação / Analítico / Informacional com a incidência de importância de 15%, estes proveniente apenas de uma só a 4° Ferramenta – QAR, porem muito importantes por se tratar do ponto de vista da comunidade afetada pelos recursos hídricos degradados.

6.1.2 Gráfico das Ferramentas em suas perdas totais e médias de qualidade

As perdas de qualidade admissíveis foram medidas na aplicação das

entrevistas realizadas na comunidade afetada da Zona Rural. Utilizando ajudas psicológicas naturais para recordação, ou seja, que recorde as experiências em seqüência temporal, fazem com que a pessoa recorde da época anterior e específica a mais de 30 anos, a partir do presente. Com a finalidade de obter a importância de perdas QAR quando os recursos hídricos ainda preservados naturalmente, com moradia mínima de trinta anos que foram consideradas admissíveis.

Todas as quatro Ferramentas elaboradas neste estudo, obtiveram resultados das perdas de qualidade superiores a 69%, isto indica que as ferramentas, mesmo com pontos de vistas distintos, os seus resultados apontaram o comprometimento da qualidade da microbacia que foram extremamente alto

em relação às perdas admissíveis. O Contexto de Competitividade das demandas das águas dos recursos

hídricos, a 1° Ferramenta – QARH, apesar de não ser o de maior perda da qualidade, obteve um resultado de 89%, valor relativamente alto, já que se trata do sistema de disponibilidade de uso do recurso hídrico, assim demonstrando que suas águas estão comprometidas para tais fins.

Os Contextos da 2ª Ferramenta – QAIP, obtiveram os resultados mais críticos, e são os de Infra-Estrutura e o Físico Espacial / Urbano/ Deslocamento / Físico-Químico cada um com 100%, o contexto de Competitividade obteve 92%, indicando desta forma, que os sistemas de informações da bacia do Município estão insuficientes. O Contexto de Infra-Estrutura indica a falta de saneamento básico; o Físico Espacial indica às faltas de informações quanto à variação sazonal da vazão do recurso hídrico e pluviometria da microbacia e a ocupação desordenada do solo no entorno da microbacia; o contexto de Competitividade indica e falta de preservação das nascentes e mata ciliar, e o crescimento demográfico acelerado do entorno da Lagoa Grande (urbana). Supomos que o crescimento das demandas urbanas para com a microbacia, está comprometendo os recursos hídricos como também, indisponibilizando no âmbito local do perímetro urbano e transportando seus impactos a comunidade rural a jusante. As dificuldades dos sistemas administrativos e de informações públicas na gestão dos recursos hídricos municipais, afetam de forma indireta e assim compromete a qualidade de vida em âmbito regional.

As médias das perdas encontradas no Contexto Social da comunidade rural foram expressos na 4ª Ferramenta - QAR, com perda de 92%, indicando desta forma a indisponibilidade para uso das águas e das margens da Lagoa para o lazer quanto a suas diversidades e qualidade.

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Item CONTEXTOS 1° 2° 3° 4° Media Admissível

(1) a. Social / Educativo / Formação - - - 92,0 92,00 26(2) b. Infra-Estrutura - 100 - 76,7 88,35 25(3) c. Econômico / Estratégico / Administrativo - - 78 83,0 80,50 19(4) d. Comunicação / Analítico / Informacional - - - 77,3 77,30 15(5) e. Físico Espacial / Urbano / Deslocamento /

Físico-Químico - 100 - 69,3

84,65 14

(6) f. Competitividade 89 92 69 - 82,33 30

FERRAMENTAS

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

(1) a. (2) b. (3) c. (4) d. (5) e (6) f. Contexto

Em segundo lugar e crítico está o Contexto Infra-Estrutura, medido na 2° Ferramenta – QAIP e na 4° Ferramenta – QAR, indica a incidência de odor desprendido pela Lagoa e o crescimento da população de vetores como também a indisponibilidade do uso da água da Lagoa para higiene e dessedentação, além de invocar nos habitantes os sentimentos de tristeza / depressão, repugnância e melancolia.

No Contexto Físico Espacial, a perda média é de 84,65%, medido pelas Ferramentas com índice de perdas em 69,3% da QAR e de 100% da QAIP.

Em terceiro lugar, o mais crítico foram os Contextos: Econômicos com perda

de 80,5%, medidos pelas perdas das Ferramentas com 83% da QAR e 78% da QAPNR; Competitividade com perda de 82%, medidos pelas perdas das Ferramentas com 92% da 86% QARH e QAIP, 69% da QAPNR.

Em quarto lugar mais critico com resultado da perda de 77,3%, medido pela 4° Ferramenta – QAR, contemplou a desfragmentação dos grupos de disseminação da cultural local, a ausência de instituições ou órgão públicos onde o cidadão possa manifestar sua indignação e reclamar sobre qualquer ação irregular e a se manifestar a favor da preservação da Lagoa, como também ao insucesso dos meios de comunicação para denunciar o estado de degradação atual.

Podemos confirmar mais uma vez que o comprometimento demonstrado na 2ª Ferramenta - QAIP, com relação aos sistemas administrativos e de informação do

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Município, se correlacionam, já que eles persistem nos resultados da 4ª Ferramenta– QAR, confirmando a ineficiência deste sistema.

O rápido e crescente processo de urbanização pelo qual passa o município de Feira de Santana têm imposto grande desafio: conciliar o uso e a ocupação do solo necessário para acomodar as atividades humanas e, por outro, a preservação e a conservação ambiental de seus recursos hídricos. A atual situação dos assentamentos humanos, particularmente nos centros urbanos, tem contribuído para evidenciar o alto grau de degradação ambiental das suas inúmeras lagoas. As desigualdades sociais, disparidades regionais e desequilíbrios inter e intra-urbanos são dificuldades a serem superados em curto prazo. Entretanto as ferramentas buscam recuperar a qualidade de vida da população e preparar desde as pequenas comunidades rurais, até de forma indireta as da cidade, para desempenharem seu papel estratégico no desenvolvimento municipal.

Os estudos e a análise das questões ambientais, realizado neste trabalho, atenderam ao entendimento das interações entre os agentes e todos os sistemas predominantes. A investigação neste estudo, partiu das relações e contextos de influências nos recursos hídricos. Deste modo, foi possível perceber por meio de uma visão holística, as redes de interações e estabelecer a relação causas – condições – efeitos, permitindo uma melhor identificação dos impactos primários e secundários.

As redes de interações ajudam a promover uma abordagem integrada, à análise dos impactos ambientais, induzindo o trabalho em conjunto, organizando as discussões e a troca de informações sobre os impactos e interações dos fatores ambientais.

A criação das redes de interações facilitou a possibilidade de identificação dos impactos diretos e principalmente dos indiretos, assim como, das interações das ações. Na grande maioria dos casos, cada ação, gera mais de um impacto, e estes, provocam uma cadeia de impactos. Isso se dá principalmente quando se tratam de recursos hídricos, fluidos que são considerados.

A visão sistêmica dos estudos de impactos ambientais permitiu entender porque regiões beneficiadas com sucesso por elevados investimentos, geram efeitos na contramão do desenvolvimento territorial. A concentração fundiária e o decréscimo da população rural quebram a conexão complexa entre o surgimento de duas distintas modalidades de vida para o homem: do campo e da cidade, reduzindo o atrativo de ambos para jovens em busca de oportunidades de crescimento profissional, e criando um dilema demográfico para os governos locais.

Com a pretensão de verificação e análise, a mais criteriosa possível, tendo a finalidade de avaliar os impactos ambientais provocados na Lagoa de Berreca, que são compostas em sua visão macro de micro e pequenas bacias. Tais recursos estão sujeitos às atividades humanas difusas (agricultura) e concentradas (cidades e áreas industriais), além da complexidade intrínseca da inter-relação entre as partes e o todo, este, apresentando variabilidade temporal com elementos de imprevisibilidade (comportamento aleatório).

Este estudo deu origem à construção de quatro Ferramentas, com pontos de vista distintos, inovadores para a gestão destes recursos, conseqüentemente para o desenvolvimento de processos que favoreçam a tomada de decisões, mais conscientes, e mais próximas do real por parte da Administração Pública. A

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preocupação em promover a implementação de novos padrões de desenvolvimento, que contemplem as interações entre as questões sociais, econômicas e ambientais, a nível local, e regional, foi à preocupação central deste estudo, tendo o conhecimento que iriam apresentar mudanças profundas nos valores éticos. Sendo estes, que norteiam as modelagens dos novos padrões de comportamento para com o meio ambiente.

O método proposto enquanto ferramenta destinada a gestores municipais se propõe como fator melhoria, por meio de uma visão integrada do homem em seu habitat natural, preservando aquilo que lhe é fundamental: o meio ambiente e qualidade de vida. Foram elaboradas as quatro Ferramentas através de atribuição de pesos aos indicadores qualitativos e quantitativos, de acordo com suas importâncias na preservação da qualidade da vida rural. O método proposto, concluído com uma análise das prioridades dos indicadores de desempenho extraídos da matriz das redes de interações, facilitou a visualização dos caminhos de decisão mais eficientes, por meio da visão global do sistema em questão.

O sentimento que é possível desenvolver um aspecto cognitivo aliada ao prático, foi companheiro durante todas as fases de desenvolvimento do estudo. Acreditamos na incorporação de uma alma intuitiva e imaginária do ponto de vista humano. Já que o homem, da idade moderna, transformou seus interesses (demandas) comunitários, em exclusivos interesses individuais, quase sempre dentro de sua própria família.

Temos um sentimento profundo, quando deparamos com o real, quando o homem nega a sua própria existência natural, quando nega as próprias origens. Neste contexto, quase sempre esquece que a Natureza é a grande mãe da sabedoria, e que a ela, deve grande parte dos ensinamentos surgidos principalmente através do processo observacional.

Proponhamos aos administradores públicos uma visão das comunidades como o todo, não somente as humanas, mais também as eco-comunidade que formam o processo de Vida.

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