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Os acórdãos, as ementas, as decisões de 1º Grau, o artigo e as informações contidos na presente edição foram obtidos em páginas da “internet” ou enviados pelos seus prolatores para a Comissão da Revista e Outras Publicações do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região. Por razões de ordem prática, alguns deles foram editados e não constam na íntegra. Cleusa Regina Halfen Presidente do TRT da 4ª Região José Felipe Ledur Diretor da Escola Judicial do TRT da 4ª Região Alexandre Corrêa da Cruz Vice-Diretor da Escola Judicial do TRT da 4ª Região Leandro Krebs Gonçalves Coordenador Acadêmico Teresinha Maria Delfina Signori Correia João Paulo Lucena Rodrigo Trindade de Souza Comissão da Revista e Outras Publicações Camila Frigo Glades Helena Ribeiro do Nascimento Tamira Kiszewski Pacheco Marco Aurélio Popoviche de Mello Ane Denise Baptista Norah Costa Burchardt Equipe Responsável Sugestões e informações: (51) 3255-2689 Contatos: [email protected] Utilize os links de navegação: volta ao índice volta ao sumário 1 :: Ano XI | Número 177 | Fevereiro de 2015 ::

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  • Os acrdos, as ementas, as decises de 1 Grau, o artigo e as informaes contidos na presente edio foram obtidos em pginas da internet ou enviados pelos seus prolatores para a Comisso da Revista e Outras Publicaes do Tribunal Regional do Trabalho da 4 Regio. Por razes de ordem prtica, alguns deles foram editados e no constam na ntegra.

    Cleusa Regina HalfenPresidente do TRT da 4 Regio

    Jos Felipe LedurDiretor da Escola Judicial do TRT da 4 Regio

    Alexandre Corra da Cruz Vice-Diretor da Escola Judicial do TRT da 4 Regio

    Leandro Krebs GonalvesCoordenador Acadmico

    Teresinha Maria Delfina Signori CorreiaJoo Paulo Lucena

    Rodrigo Trindade de SouzaComisso da Revista e Outras Publicaes

    Camila Frigo Glades Helena Ribeiro do Nascimento

    Tamira Kiszewski Pacheco Marco Aurlio Popoviche de Mello

    Ane Denise BaptistaNorah Costa Burchardt

    Equipe Responsvel

    Sugestes e informaes: (51) 3255-2689Contatos: [email protected]

    Utilize os links de navegao: volta ao ndice volta ao sumrio

    1

    :: Ano XI | Nmero 177 | Fevereiro de 2015 ::

  • A Comisso da Revista e Outras Publicaes do TRT da 4 Regio agradece a valiosa colaborao:

    - Juiz Felipe Lopes Soares,

    - Juza Valdete Souto Severo.

    Para pesquisar por assunto no documento, clique no menu Editar/Localizar ou utilize as teclas de atalho Ctrl+F e digite a palavra-chave ou expresso na caixa de dilogo que ser aberta.

    1.1 Dano moral. Indenizao devida. Ocorrncia, incontroversa, de diversos assaltos ao estabelecimento da reclamada. Situaes que colocam o trabalhador sob ameaa de agresso fsica e geram sentimentos de medo, angstia e ansiedade. Responsabilidade do empregador embora seja a segurana pblica dever do Estado , pois dele o risco da atividade, devendo zelar pela segurana do ambiente de trabalho. Hiptese em que os meios adotados no se mostraram efetivos. Arbitramento em R$ 10.000,00(3 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Gilberto Souza dos Santos.

    Processo n. 0001156-15.2013.5.04.0104 RO. Publicao em 19-12-2014)....................................................20

    1.2 Justa causa. Configurao. Vigilante. Ameaa a colega com arma de fogo, portada em razo da atividade profissional. Ocorrncia durante o intervalo, mas dentro do ambiente de trabalho. Legtima defesa no configurada. Desproporcionalidade da reao diante da alegada ofensa moral sofrida. Conduta faltosa suficientemente grave a ensejar a quebra de confiana. Art. 482, j, da CLT.(10 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Rejane Souza Pedra.

    Processo n. 0001295-10.2013.5.04.0025 RO. Publicao em 19-12-2014)....................................................23

    2

    :: Ano XI | Nmero 177 | Fevereiro de 2015 ::

  • 1.3 Nulidade da despedida. Reintegrao. Danos materiais e morais. Motorista de nibus. Acidente de trnsito com morte de motociclista. Nexo de causalidade com estresse ps-traumtico e quadro depressivo do autor, conforme laudo psicolgico. Responsabilidade da reclamada, quer pela natureza da atividade, quer pela ausncia de medidas para minimizar os efeitos do trauma. Reintegrao to logo cesse a reconhecida incapacidade para o trabalho. Indenizaes que devem observar a reparao do dano, as condies pessoais das partes e o grau de culpa da empresa. Devido o custeio de tratamento psicoterpico. Majorao, quanto ao dano moral, para R$ 15.000,00.(5 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Brgida Joaquina Charo Barcelos Toschi.

    Processo n. 0000204-23.2013.5.04.0561 RO. Publicao em 19-12-2014)....................................................25

    1.4 Relao de emprego. Configurao. Motorista de txi. Demandados que eram proprietrios de mais de um veculo e que no eram condutores. Inaplicabilidade da Lei 6.094/74. Presena dos pressupostos legais do vnculo jurdico de emprego: a pessoalidade, pela impossibilidade de subcontratao ou substituio; a onerosidade, pelo pagamento semanal da fria; a subordinao objetiva, pela predeterminao do ponto de txi, dos horrios e da forma de trabalho; e a habitualidade, pela exigncia de trabalho dirio. Condenao solidria que decorre de fraude (art. 9 da CLT).(6 Turma. Relator o Exmo Juiz Jos Cesrio Figueiredo Teixeira Convocado. Processo n. 0000490-08.2013.5.04.0203 RO. Publicao em 22-01-2015)....................................................30

    volta ao sumrio

    2.1 Acidente do trabalho. Culpa exclusiva da vtima. Configurao. Empregado que descumpriu procedimento sobre manuseio de mquinas, de que conhecedor em virtude de treinamento. Inexistncia de nexo causal e do dever de indenizar.(7 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Wilson Carvalho Dias.

    Processo n. 0001236-58.2013.5.04.0304 RO. Publicao em 19-12-2014) ...................................................35

    2.2 Acidente do trabalho. Responsabilidade do tomador de servios. Empregador e tomador que devem zelar pelo ambiente de trabalho e que respondem solidariamente pelo infortnio.(11 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Ricardo Hofmeister de Almeida Martins Costa.

    Processo n. 0000264-89.2013.5.04.0821 RO. Publicao em 19-12-2014)................................................... 35

    3

  • 2.3 Adicional de insalubridade. Devido em grau mdio. Ingresso e sada de cmara fria. Ausncia de EPIs adequados. Alteraes bruscas de temperatura. Japonas que protegem apenas tronco e braos. Choque de temperaturas que reduz defesas.(5 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Brgida Joaquina Charo Barcelos Toschi.

    Processo n. 0001247-75.2013.5.04.0017 RO. Publicao em 19-12-2014)....................................................35

    2.4 Adicional de insalubridade. Devido em grau mdio. Ingresso em cmara fria. Norma regulamentadora que no fixa limites de tolerncia para exposio ao agente frio. Exposio habitual que dispensa consideraes sobre frequncia ou tempo de exposio.(11 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Maria Helena Lisot.

    Processo n. 0000370-44.2013.5.04.0015 RO. Publicao em 19-12-2014)....................................................35

    2.5 Adicional de insalubridade. Devido. Trabalho de abate em frigorfico. Contato permanente com agentes biolgicos (sangue, vsceras, ossos, couro e demais partes dos animais abatidos). Anexo n 14 da NR 15 da Portaria n. 3214/78.(10 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Rejane Souza Pedra.

    Processo n. 0001388-02.2010.5.04.0017 RO. Publicao em 12-12-2014) ...................................................35

    2.6 Adicional de periculosidade. Devido. Conceito de contato permanente (art. 193 da CLT) que deve qualificar o trabalho que no seja eventual, espordico, incerto, fortuito, acidental. Rejeio ideia gramatical de s ser permanente o contnuo e ininterrupto. Habitualidade demonstrada.(1 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Iris Lima de Moraes.

    Processo n. 0000597-46.2013.5.04.0205 RO. Publicao em 09-12-2014)....................................................35

    2.7 Adicional de periculosidade. Devido. Vigilante. Autoaplicabilidade da Lei n. 12.740/12. Norma expressa e de aplicao imediata. Desnecessidade de regulamentao.(3 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Maria Madalena Telesca.

    Processo n. 0000237-14.2013.5.04.0011 RO. Publicao em 19-12-2014)....................................................36

    2.8 Agente comunitria de sade. Municpio. Manuteno no cargo. EC n. 51 que passou a exigir submisso e aprovao em processo de seleo pblica. Autora que tem garantida apenas a manuteno precria das atividades desempenhadas, at a concluso de processo seletivo pblico. (3 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Maria Madalena Telesca.

    Processo n. 0000343-17.2013.5.04.0741 RO. Publicao em 19-12-2014) ...................................................36

    4

  • 2.9 Agravo de instrumento. Depsito recursal. Justia gratuita. Benefcio concedido ao empregador pessoa fsica que demonstra insuficincia de recursos. Abrangncia das despesas processuais e do depsito recursal. Indemonstrada, porm, a condio, no h falar no benefcio.(5 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Brgida Joaquina Charo Barcelos Toschi.

    Processo n. 0000944-13.2014.5.04.0733 AIRO. Publicao em 19-12-2014).................................................36

    2.10 Agravo regimental. Manuteno da deciso monocrtica agravada. Deciso de primeiro grau que no recebeu agravo de instrumento. Cabimento de mandado de segurana, no de novo agravo de instrumento, incabvel e que no possibilita a fungibilidade.(4 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Marcelo Gonalves de Oliveira.

    Processo n. 0007039-27.2014.5.04.0000 AG. Publicao em 19-12-2014)....................................................36

    2.11 Auto de infrao. Multa devida. Inobservncia do art. 93 da Lei n. 8.213/91. Preenchimento de percentual de cargos com beneficirios reabilitados ou pessoas com necessidades especiais. Proteo da coletividade dos trabalhadores. Incluso social. Desrespeito que autoriza lavratura de auto de infrao, com penalidade pecuniria. Indemonstradas alegadas dificuldades para o preenchimento das vagas.(8 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Francisco Rossal de Arajo.

    Processo n. 0001574-87.2013.5.04.0512 RO. Publicao em 10-12-2014)....................................................36

    2.12 Carga horria. Alterao. Viabilidade. Empregados pblicos. Determinao de respeito carga horria prevista em Lei Municipal e no edital do concurso. Mitigao das normas protetivas da CLT quando em conflito com interesse pblico. Smula 473 do STF. OJ 308 da SDI-I do TST.(6 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Raul Zoratto Sanvicente.

    Processo n. 0000382-95.2013.5.04.0811 RO. Publicao em 22-01-2015)....................................................37

    2.13 Cargo de confiana. Art. 62, II, da CLT. No configurao. Exigncia do efetivo exerccio de funo de confiana, com poderes de mando e gesto e fidcia especial. Necessidade da presena de atos concretos, como aumento de remunerao, reais poderes de representao e autonomia para tomada de decises, elementos no demonstrados.(8 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Francisco Rossal de Arajo.

    Processo n. 0001112-36.2013.5.04.0511 RO. Publicao em 10-12-2014)....................................................37

    2.14 Cerceamento de defesa. Configurao. Dever de zelar pela celeridade que no autoriza o julgador, na hiptese, a recusar a produo de provas. Improcedncia por insuficincia de provas que configura inequvoco prejuzo. Retorno dos autos origem.(3 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Gilberto Souza dos Santos.

    Processo n. 0000966-35.2012.5.04.0024 RO. Publicao em 19-12-2014)....................................................37

    5

  • 2.15 Cerceamento de defesa. No configurao. Indeferimento de juntada de contestao. Reclamada que, sem justificar, no comparece audincia inicial de que regulamente cientificada. Revelia e confisso. Art. 844 da CLT. Smula 122 do TST.(6 Turma. Relator o Exmo. Juiz Jos Cesrio Figueiredo Teixeira Convocado.

    Processo n. 0000743-33.2013.5.04.0029 RO. Publicao em 11-12-2014)....................................................37

    2.16 Concurso para provimento em emprego pblico. Exame psicotcnico. Ilicitude da exigncia. Inexistncia de previso legal. Smula 686 do STF.(11 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Maria Helena Lisot.

    Processo n. 0000420-28.2012.5.04.0202 RO. Publicao em 19-12-2014)....................................................38

    2.17 Dano moral coletivo. Configurao. Indenizao devida. Ao civil pblica. R que obsta a ao fiscalizatria do Ministrio do Trabalho e Emprego e deixa de apresentar documentao solicitada por Auditor Fiscal do Trabalho. (8 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Fernando Luiz de Moura Cassal.

    Processo n. 0000634-45.2013.5.04.0861 RO. Publicao em 22-01-2015)....................................................38

    2.18 Dano moral. Configurao. Reiterada mora e fracionamento no pagamento do salrio. Natureza alimentar que faz presumir dificuldade em honrar compromissos. Reparao devida.(1 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Maral Henri dos Santos Figueiredo.

    Processo n. 0000477-46.2013.5.04.0611 RO. Publicao em 16-12-2014)....................................................38

    2.19 Dano moral. Indenizao devida. Acusao indevida de furto de numerrio, perante clientes e colegas. Situao humilhante. Repercusses na honra, na imagem e na intimidade. Dano in re ipsa.(7 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Wilson Carvalho Dias.

    Processo n. 0000699-43.2012.5.04.0451 RO. Publicao em 23-01-2015) ...................................................38

    2.20 Danos morais. Indenizao devida. Assalto em instituio bancria. Atividades de risco aos trabalhadores. Responsabilidade objetiva do empregador. Fato de terceiro que no se reconhece, pois bancos so alvos frequentes de assaltos e devem zelar pela incolumidade fsica e psquica de seus empregados.(2 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Marcelo Jos Ferlin D'Ambroso.

    Processo n. 0002093-74.2013.5.04.0411 RO. Publicao em 19-12-2014)....................................................38

    2.21 Danos morais. Indenizao indevida. Ato ilcito no comprovado. Procedimento para verificao de irregularidades na empresa que no constitui ato ilcito ou violao de direitos fundamentais.(2 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Marcelo Jos Ferlin D'Ambroso.

    Processo n. 0000536-77.2010.5.04.0372 RO. Publicao em 19-12-2014)....................................................38

    6

  • 2.22 Despesas com telefone celular. Indenizao devida. Utilizao de celular sem ressarcimento. Transferncia dos nus do empreendimento. Art. 2 da CLT. Ausncia de comprovao dos valores que no afasta o direito. Uso em servio que gera presuno de despesas. Viabilidade de arbitramento pelo Juzo.(4 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Andr Reverbel Fernandes.

    Processo n. 0000426-38.2012.5.04.0201 RO. Publicao em 15-12-2014)....................................................39

    2.23 Diferenas salariais. Devidas. Salrio mnimo. Parcelas pagas em razo de condies especiais (p. ex., adicional de insalubridade e horas extras) que no devem ser computadas para a aferio do salrio mnimo. Vantagens que no se incluem dentre as verbas objeto da OJ 272 da SDI-I do TST e da Smula Vinculante 16, que aludem a parcelas decorrentes do trabalho prestado em condies normais.(1 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Las Helena Jaeger Nicotti.

    Processo n. 0000269-47.2013.5.04.0131 RO. Publicao em 09-12-2014)....................................................39

    2.24 Diferenas salariais. Indevidas. Ru ente da Administrao Pblica Indireta. Equiparao salarial afastada (art. 37, XIII, da CF). Reconhecimento de desvio de funo que demanda prova da execuo de todos os atos de outra funo, o que no restou demonstrado.(1 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Iris Lima de Moraes.

    Processo n. 0001175-67.2013.5.04.0024 RO. Publicao em 16-12-2014)....................................................39

    2.25 Dono da obra. Responsabilidade subsidiria. Reconhecimento. Concepo de dono da obra que no alcana o tomador do servio (contratante) quando a obra tenha relao com a consecuo dos fins empresariais. Benefcio inequvoco da fora de trabalho alheia. Assuno da condio de tomador de servios. Aplicao da OJ 191 da SDI1 do TST.(8 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Joo Paulo Lucena.

    Processo n. 0000308-46.2013.5.04.0292 RO. Publicao em 22-01-2015)....................................................39

    2.26 Dumping social. Ilegitimidade ativa. Reconhecimento. Reclamante que postula em nome prprio indenizao por leses causadas a uma coletividade. Legitimidade, alm do Ministrio Pblico do Trabalho, dos integrantes do rol estabelecido no artigo 5 da Lei 7.347/85.(8 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Fernando Luiz de Moura Cassal.

    Processo n. 0000384-90.2014.5.04.0371 RO. Publicao em 22-01-2015)....................................................39

    2.27 Embargos de declarao. Cabveis contra despacho com contedo decisrio, que no de mero expediente ou de impulso processual.(Seo Especializada em Execuo. Relatora a Exma. Desembargadora Rejane Souza Pedra.

    Processo n. 0000727-14.2012.5.04.0741 AP. Publicao em 22-01-2015) ....................................................40

    7

  • 2.28 Equiparao salarial. Diferenas devidas. Ao pretrita em que declarada a existncia dos elementos caracterizadores da equiparao. Incogitvel modificao da situao ftica que autorize a cessao do pagamento das diferenas. Acrscimo incorporado ao patrimnio jurdico. Vedao de supresso, sob pena de afronta ao princpio da irredutibilidade salarial.(8 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Joo Paulo Lucena.

    Processo n. 0001446-62.2011.5.04.0019 RO. Publicao em 10-12-2014)....................................................40

    2.29 Execuo. Reunio de processos contra o mesmo executado. Inocorrncia de violao ao devido processo legal ou negativa de prestao jurisdicional. Art. 28 da Lei n. 6.830/80. Art. 109 da Consolidao dos Provimentos da Corregedoria.(Seo Especializada em Execuo. Relatora a Exma. Desembargadora Lucia Ehrenbrink.

    Processo n. 0000273-27.2013.5.04.0732 AP. Publicao em 22-01-2015).....................................................40

    2.30 Frias. Fracionamento. Possibilidade, em casos excepcionais, em dois perodos, um deles no inferior a dez dias (art. 134, 1, da CLT). Hiptese em que no houve fracionamento em perodo inferior ou em mais de dois perodos, no frustrada a finalidade do instituto.(4 Turma. Relator o Exmo. Desembargador George Achutti.

    Processo n. 0001001-48.2013.5.04.0383 RO. Publicao em 19-12-2014)....................................................40

    2.31 Grupo econmico. Configurao. Responsabilidade solidria. Similitude no objeto da atividade econmica. Comunho de interesses e de relacionamento entre as empresas. Art. 2, 2, da CLT.(11 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Herbert Paulo Beck.

    Processo n. 0000657-68.2013.5.04.0512 RO. Publicao em 19-12-2014)....................................................40

    2.32 Horas extras. Adicional devido. Tempo destinado a treinamentos fora da jornada de trabalho. Inaplicabilidade de clusula normativa que prev sua remunerao como hora normal. Princpio da autonomia sindical que no fim em si mesmo, mas instrumento de concretizao do princpio da proteo. Inviabilidade de sobreposio regra constitucional especfica mais favorvel.(4 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Andr Reverbel Fernandes.

    Processo n. 0000546-11.2012.5.04.0871 RO. Publicao em 15-12-2014)....................................................40

    2.33 Horas extras. Devidas. Prestao de sobrejornada habitual e de trabalho em sbados que invalida o regime de compensao, ainda que haja conveno coletiva em contrrio. Sistema que tem como objetivo principal a supresso do labor naqueles dias. (6 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Raul Zoratto Sanvicente.

    Processo n. 0001222-89.2013.5.04.0008 RO. Publicao em 11-12-2014)....................................................41

    8

  • 2.34 Horas extras. Indevidas. Ausncia de assinatura do trabalhador que no invalida os controles de jornada. Prova de fato constitutivo que cabia reclamante, de que no se desvencilhou. Arts. 818 da CLT e 333, I, do CPC.(2 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Tnia Regina Silva Reckziegel.

    Processo n. 0000999-24.2013.5.04.0013 RO. Publicao em 11-12-2014)....................................................41

    2.35 Indenizao. Devida. Reclamante que teve de instalar rastreador em seu veculo por determinao da reclamada. Riscos do empreendimento econmico que incumbem ao empregador.(4 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Marcelo Gonalves de Oliveira.

    Processo n. 0000889-86.2013.5.04.0025 RO. Publicao em 15-12-2014)....................................................41

    2.36 Justa causa. Nulidade do ato punitivo. Exigncia de quatro requisitos: tipificao legal, relao de causalidade e proporcionalidade entre falta e sano, alm de atualidade. Ainda que demonstrado o ato faltoso, inobservadas a proporcionalidade e a gradao da punio aplicada.(11 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Ricardo Hofmeister de Almeida Martins Costa.

    Processo n. 0000070-21.2013.5.04.0003 RO. Publicao em 12-12-2014)....................................................41

    2.37 Legitimidade ativa. Sindicato. Reconhecimento. Substituio processual. Ao coletiva que visa tutela de interesses coletivos e individuais homogneos dos integrantes da categoria. Defesa da categoria que abarca a totalidade dos trabalhadores vinculados ao sindicato.(6 Turma. Relator o Exmo. Juiz Jos Cesrio Figueiredo Teixeira Convocado.

    Processo n. 0000144-12.2014.5.04.0821 RO. Publicao em 11-12-2014)....................................................41

    2.38 Multa do art. 477, 8, da CLT. Indevida. Pagamento no prazo legal. Irrelevante que a homologao da resciso, pelo sindicato profissional, tenha ocorrido posteriormente.(11 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Herbert Paulo Beck.

    Processo n. 0000336-84.2013.5.04.0010 RO. Publicao em 12-12-2014)....................................................42

    2.39 Penhora. Possibilidade. Bem gravado com cdula rural pignoratcia. Gravame em favor da Unio que no constitui privilgio que se sobreponha ao do crdito trabalhista, de natureza alimentar.(Seo Especializada em Execuo. Relatora a Exma. Desembargadora Lucia Ehrenbrink.

    Processo n. 0185100-14.2005.5.04.0811 AP. Publicao em 09-12-2014).....................................................42

    2.40 Prescrio. Doena ocupacional. Perda auditiva. Marco inicial que coincide com a extino do contrato, quando se d a consolidao da leso. Presuno de que a patologia deixa de evoluir com o fim da exposio ao rudo ocupacional.

    9

  • (2 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Tnia Regina Silva Reckziegel.

    Processo n. 0000518-08.2013.5.04.0451 RO. Publicao em 19-12-2014)....................................................42

    2.41 Regime de compensao 12x36. Trabalho em feriados que, quando no compensado, deve ser pago em dobro. Nmero de feriados que no idntico em todas as semanas ou meses. Compensao pelo regime de 12x36 que seria aleatria.(1 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Las Helena Jaeger Nicotti.

    Processo n. 0000300-23.2013.5.04.0663 RO. Publicao em 09-12-2014)....................................................42

    2.42 Resciso indireta. Configurao. Art. 483, "d", da CLT que autoriza justa causa do empregador por descumprimento contratual. Caso em que no disponibilizadas condies adequadas de trabalho. Reclamante que no tinha acesso a banheiro e gua durante a jornada.(1 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Maral Henri dos Santos Figueiredo.

    Processo n. 0000800-08.2013.5.04.0205 RO. Publicao em 16-12-2014) ...................................................42

    2.43 Sobreaviso. Configurao. Regime que tem como fundamento a disponibilidade do empregado fora da jornada de trabalho. Necessidade de efetiva restrio dos perodos de descanso e de cerceamento liberdade de locomoo, no aguardo de possvel chamado.(4 Turma. Relator o Exmo. Desembargador George Achutti.

    Processo n. 0001311-21.2013.5.04.0103 RO. Publicao em 19-12-2014)....................................................42

    2.44 Unicidade contratual. Inexistncia. Lapso temporal entre contratos superior a doze meses. Invivel a soma dos perodos descontnuos. Hiptese de vnculo nico afastada.(3 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Gilberto Souza dos Santos.

    Processo n. 0000253-16.2013.5.04.0383 RO. Publicao em 19-12-2014)....................................................42

    volta ao sumrio

    3.1 1 Estagirio. Bolsa estgio e recesso remunerado. Diferenas devidas. Vantagens previstas nas convenes coletivas prprias dos bancrios. Estipulao em favor de terceiro. Viabilidade. Artigos 436 e seguintes do Cdigo Civil. Obrigao de aplicabilidade imediata e geradora de direito subjetivo. Estipulantes a quem no dado o direito de exonerar os bancos da obrigao assumida. Invalidade das disposies de acordo coletivo de

    10

  • trabalho em tal sentido. Teoria do conglobamento que no tem lugar, por incompatvel com a situao. 2 Ofcio ao Ministrio Pblico do Trabalho. Conduta da reclamada inserida na sua administrao de pessoal. Possibilidade de ajuizamento de ao civil pblica.(Exmo. Juiz Felipe Lopes Soares. Processo n. 0021439-62.2014.5.04.0027 - Reclamao Trabalhista. 27 Vara do Trabalho de Porto Alegre. Julgamento em 28-01-2015).............................................................44

    3.2 Acidente de trabalho. Nexo causal. Responsabilidade do empregador. Danos morais e estticos. Despesas mdicas. Penso vitalcia. Empregada de condomnio. Sequelas graves (queimaduras extensas e profundas) em virtude de exploso. Teste para canalizao de gs natural. Procedimento sem os cuidados necessrios, alm de alterada a data prevista sem a devida divulgao. Utilizao de fogo durante o procedimento, o que provocou a exploso. Causas em uma srie de fatores interligados, conforme percia. Negligncia do empregador quanto a procedimentos de segurana. Instalao do sistema em local inadequado. Vlvula reguladora de presso defeituosa e fora do prazo de validade. Fogo localizado em rea fechada. Jurisprudncia que, ainda, vem consolidando a possibilidade de responsabilizao objetiva. Indenizaes por danos morais e estticos fixadas, respectivamente, em R$ 200.000,00 e R$ 110.000,00. Ressarcimento de despesas mdicas vencidas e vincendas. Penso vitalcia equivalente a 100% da remunerao. Comando de constituio de capital. Segunda e terceira reclamadas que se mostraram negligentes na execuo do servio contratado, a justificar a responsabilizao solidria.(Exma. Juza Patricia Iannini dos Santos. Processo n. 0000297-95.2011.5.04.0030 Ao Trabalhista

    Rito Ordinrio. 30 Vara do Trabalho de Porto Alegre. Julgamento em 26-01-2015)........................................47

    volta ao sumrio

    O Desmanche do Direito do Trabalho e a Recente Deciso do STF sobre a PrescrioValdete Souto Severo................................................................................................................................56

    volta ao sumrio

    11

  • Destaques Maria Helena Mallmann toma posse no

    Tribunal Superior do TrabalhoAdministradoras do TRT-RS analisam

    o papel da mulher na sociedade

    Presidente e Corregedora do TRT-RS so eleitas para integrar comisses do Coleprecor

    TRT-RS e MPT-RS firmam convnio sobre o sistema MPT-Digital

    Rio Grande do Sul cumpriu trs metasdo CNJ para a Justia do Trabalhoem 2014

    Comit Gestor Regional de Priorizao do Primeiro Grau define aes

    Sade psquica dos trabalhadores tema de aula inaugural da Escola Judicial do TRT-RS em 2015

    Magistrados falam sobre a nova lei do recurso de revista em evento da Escola Judicial

    Aumento de demanda Justia do Trabalho gacha chega a quase 40% em cinco anos

    Ouvidoria do TRT-RS recebe mais de 6,2 mil manifestaes em 2014

    Varas do Trabalho de Viamo, Guaba e Caxias do Sul tero regime de lotao com dois juzes

    TRT-RS altera cronograma de implantao do PJe-JT em 2015

    Site do TRT-RS facilita o acesso a guias para recolhimentos no mbito da JT

    Alerta: falsos e-mails em nome da Justia do Trabalho

    12

  • 5.1 Supremo Tribunal Federal STF (www.stf.jus.br)

    5.1.1 Parceria com CIDH prope desenvolvimento do Judicirio na rea de direitos humanosVeiculdada em 10-02-2015............................................................................................................72

    5.1.2 ADI discute exerccio da advocacia para servidores do Judicirio e do MPUVeiculada em 13-02-2015..............................................................................................................73

    5.1.3 MP que alterou regras da Previdncia volta a ser questionada no STFVeiculada em 17-02-2015..............................................................................................................74

    5.1.4 Farmcias questionam contribuies e multas cobradas por conselhosVeiculada em 25-02-2015..............................................................................................................75

    5.1.5 Supremo julgar aplicao de novo teto de RPV a execues em cursoVeiculada em 02-03-2015..............................................................................................................76

    5.1.6 Sindicato no tem legitimidade para ajuizar ADIVeiculada em 02-03-2015..............................................................................................................77

    5.1.7 Negado seguimento a reclamao contra execuo trabalhista de empresa em falnciaVeiculada em 02-03-2015..............................................................................................................79

    5.1.8 STF afasta intempestividade de recurso apresentado antes da publicao de acrdo Veiculada em 05-03-2015..............................................................................................................80

    5.1.9 Smula Vinculante n 8 no aplicvel a crditos no tributriosVeiculada em 10-03-2015..............................................................................................................80

    13

  • 5.2 Conselho Nacional de Justia - CNJ (www.cnj.jus.br)

    5.2.1 Instituies da Justia discutem interao entre sistemas de informtica Veiculada em 11-02-2015..............................................................................................................80

    5.2.2 CNJ e OAB avaliam verso-teste do Escritrio Digital do Processo Judicial Eletrnico Veiculada em 24-02-2015..............................................................................................................82

    5.2.3 Nova verso do PJe permite acesso com login e senha Veiculada em 25-02-2015..............................................................................................................83

    5.2.4 Justia do Trabalho promove campanha Nacional de Conciliao Veiculada em 26-02-2015..............................................................................................................84

    5.2.5 Nova verso do Bacenjud ser lanada em abril Veiculada em 27-02-2015..............................................................................................................85

    5.2.6 CNJ aprova resoluo que estende impedimento de atuao de magistrados em processos patrocinados por parentes Veiculada em 03-03-2015..............................................................................................................86

    5.2.7 CNJ lana diretrizes de gesto para binio 2015-2016 Veiculada em 04-03-2015..............................................................................................................87

    5.2.8 Presidente do CNJ destaca, na abertura da 204 Sesso, aes de combate violncia contra a mulher Veiculada em 10-03-2015.............................................................................................................88

    5.3 Tribunal Superior do Trabalho TST (www.tst.jus.br)

    5.3.1 TST mantm cassao de aposentadoria do ex-juiz Nicolau dos Santos Veiculada em 09-02-2015..............................................................................................................89

    14

  • 5.3.2 rgo Especial reitera condenaes de entes pblicos em processos sobre terceirizao Veiculada em 09-02-2015..............................................................................................................90

    5.3.3 Corregedoria Nacional de Justia ressalta iniciativa do TST para agilizar exame de agravos de instrumento Veiculada em10-02-2015...............................................................................................................91

    5.3.4 TST libera bloqueio em penso de anistiado poltico para pagamento de dbitos trabalhistas Veiculada em 11-02-2015..............................................................................................................92

    5.3.5 Sexta Turma julga primeiros recursos com base nos requisitos da Lei 13.015/14 Veiculada em 17-02-2015..............................................................................................................93

    5.3.6 Turma mantm desmembramento de sindicato para criao de sindicato especfico Veiculada em 19-02-215...............................................................................................................94

    5.3.7 Empresa e sindicato so condenados por dano moral coletivo por conduta antissindical Veiculada em 20-02-2013..............................................................................................................95

    5.3.8 Empregado de Banco Postal da ECT ganha jornada de seis horas Veiculada em 09-03-2015..............................................................................................................96

    5.3.9 Turma confirma competncia de auditor-fiscal do Trabalho para determinar pagamento de periculosidade Veiculada em 10-03-2015..............................................................................................................96

    5.3.10 Maria Helena Mallmann toma posse no Tribunal Superior do Trabalho Veiculada em 10-03-2015..............................................................................................................97

    5.4 Conselho Superior da Justia do Trabalho CSJT (www.csjt.jus.br)

    5.4.1 CNJ aprova recomendao sobre o envio de ordens judiciais pelo Bacenjud, Renajud e InfojudVeiculada em 10-03-2015. ............................................................................................................98

    15

  • 5.4.2 CSJT regulamenta a poltica de suporte ao PJe-JTVeiculada em 04-03-2015..............................................................................................................99

    5.4.3 Cooperao tcnica promove a integrao entre o e-Recurso e o PJe-JTVeiculada em 27-02-2015............................................................................................................100

    5.4.4 Comit Gestor do PJe-JT lana novo site do sistema durante Reunio Ordinria do ColeprecorVeiculada em 26-02-2015............................................................................................................100

    5.4.5 Mais de 111 mil pessoas sofreram acidentes de trajeto em 2013Veiculada em 20-02-2015............................................................................................................101

    5.5 Tribunal Regional do Trabalho da 4 Regio TRT4R (www.trt4.jus.br)

    5.5.1 Ouvidoria do TRT-RS recebe mais de 6,2 mil manifestaes em 2014Veiculada em 09-02-2015.

    5.5.2 TRT-RS altera cronograma de implantao do PJe-JT em 2015Veiculada em 10-02-215..............................................................................................................103

    5.5.3 Comit da Poltica de Ateno ao Primeiro grau estabelece primeiras prioridadesVeiculada em 10-02-2015............................................................................................................104

    5.5.4 Encerrado o 8 Congresso Internacional da AnamatraVeiculada em 18-02-2015............................................................................................................105

    5.5.5 Empregado despedido ao manifestar convico poltica diferente da expressada pelo dono da empresa deve ser indenizado Veiculada em 20-02-2015............................................................................................................108

    5.5.6 Duas sedes da Justia do Trabalho gacha tm alteraes no endereo postalVeiculada em 24-02-2015............................................................................................................109

    16

  • 5.5.7 Site do TRT-RS facilita o acesso a guias para recolhimentos no mbito da JTVeiculada em 25-02-2015............................................................................................................109

    5.5.8 Feriado do Dia do Servidor Pblico ser comemorado em 30 de outubroVeiculada em 27-02-2015............................................................................................................111

    5.5.9 Coleprecor: presidente do TST aborda PJe-JT e oramentoVeiculada em 26-02-2015............................................................................................................111

    5.5.10 Comit Gestor Regional de Priorizao do Primeiro Grau define aesVeiculada em 03-03-2015............................................................................................................113

    5.5.11 Varas do Trabalho de Viamo, Guaba e Caxias do Sul tero regime de lotao com dois juzesVeiculada em 03-03-2015............................................................................................................114

    5.5.12 Defensoria Pblica da Unio realizar correio em unidade de Porto AlegreVeiculada em 04-03-2015............................................................................................................115

    5.5.13 Sade psquica dos trabalhadores tema de aula inaugural da Escola Judicial do TRT-RS em 2015Veiculada em 05-03-2015............................................................................................................115

    5.5.14 TRT-RS solicita melhorias na sinalizao da Av. Praia de Belas aps alterao do sentido da viaVeiculada em 05-03-2015............................................................................................................116

    5.5.15 Administradoras do TRT-RS analisam o papel da mulher na sociedadeVeiculada em 06-03-2015............................................................................................................117

    5.5.16 TRT-RS apresenta PJe-JT a diretores das unidades judicirias que recebero o sistema em 2015Veiculada em 06-03-2015............................................................................................................119

    5.5.17 TRT-RS e MPT-RS firmam convnio sobre o sistema MPT-DigitalVeiculada em 06-03-2015............................................................................................................120

    17

  • 5.5.18 Alerta: falsos e-mails em nome da Justia do TrabalhoVeiculada em 06-03-2015............................................................................................................121

    5.5.19 Magistrados falam sobre a nova lei do recurso de revista em evento da Escola JudicialVeiculada em 10-03-2015............................................................................................................122

    5.5.20 Presidente e Corregedora do TRT-RS so eleitas para integrar comisses do ColeprecorVeiculada em 10-03-2015............................................................................................................124

    5.5.21 TRT-RS representado em posse solene de desembargador da 9 RegioVeiculada em 10-03-2015............................................................................................................125

    5.5.22 Presidente e corregedor do TST confirmam presena na solenidade que marcar o fim da implantao do PJe-JT na 4 RegioVeiculada em 12-3-2015..............................................................................................................125

    5.5.23 Rio Grande do Sul cumpriu trs metas do CNJ para a Justia do Trabalho em 2014Veiculada em 12-03-2015............................................................................................................127

    5.5.24 Maria Helena Mallmann toma posse no Tribunal Superior do TrabalhoVeiculada em 12-03-2015............................................................................................................127

    5.5.25 Aumento de demanda Justia do Trabalho gacha chega a quase 40% em cinco anosVeiculada em 12-03-2015............................................................................................................129

    5.5.26 Desembargadora do TRT-RS Tnia Reckziegel palestrar durante o 2 Congresso Nacional de Direito do Trabalho, em CuritibaVeiculada em 12-03-2015............................................................................................................131

    5.5.27 PJe-JT ser implantado em Santo ngelo, Iju, Camaqu e So Loureno do SulVeiculada em 12-03-2015.............................................................................................................132

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  • SIABI - SISTEMA DE AUTOMAO DE BIBLIOTECASServio de Documentao e Pesquisa - Tribunal Regional do Trabalho da 4 RegioDocumentos Catalogados no perodo de 09/02 a 06/03/2015

    Livro........................................................................................................................................................133

    Seo Especial: Novo Sistema Recursal Trabalhista.........................................................................133

    Artigos de Peridicos.............................................................................................................................134

    volta ao sumrio

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  • volta ao ndice volta ao sumrio

    1.1 Dano moral. Indenizao devida. Ocorrncia, incontroversa, de diversos assaltos ao estabelecimento da reclamada. Situaes que colocam o trabalhador sob ameaa de agresso fsica e geram sentimentos de medo, angstia e ansiedade. Responsabilidade do empregador embora seja a segurana pblica dever do Estado , pois dele o risco da atividade, devendo zelar pela segurana do ambiente de trabalho. Hiptese em que os meios adotados no se mostraram efetivos. Arbitramento em R$ 10.000,00.

    (3 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Gilberto Souza dos Santos. Processo n. 0001156-15.2013.5.04.0104 RO. Publicao em 19-12-2014)

    EMENTA

    DANO MORAL. ASSALTO. Situaes de assalto, que colocam o trabalhador sob ameaa de agresso fsica e geram sentimentos de medo, angstia e ansiedade, so passveis de caracterizar dano moral. Cabe ao empregador, em face do risco da atividade, criar as condies para que seu estabelecimento seja um ambiente seguro para seus empregados e clientes. Recurso da autora provido.

    ACRDO

    por unanimidade, DAR PROVIMENTO AO RECURSO ORDINRIO DA RECLAMANTE para condenar a reclamada ao pagamento de indenizao por dano moral no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

    Custas de R$ 200,00 calculadas sobre o valor da condenao ora arbitrado em R$ 10.000,00, revertidas reclamada (artigo 789, 1, da CLT).

    [...]

    VOTO RELATOR

    DESEMBARGADOR GILBERTO SOUZA DOS SANTOS:

    INDENIZAO POR DANO MORAL

    O Juzo de origem indeferiu o pedido de indenizao por dano moral.

    A autora volta-se contra a deciso. Alega que, mesmo aps diversos assaltos, a reclamada no tomou providncias a fim de evitar novas ocorrncias. Aduz que deve ser adotada a teoria da responsabilidade objetiva. Pede a condenao da r ao pagamento de indenizao por dano moral.

    Ao exame.

    Nos termos do artigo 5, V, da Constituio, " assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alm da indenizao por dano material, moral ou imagem". O inciso X do mesmo

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    :: Ano XI | Nmero 177 | Fevereiro de 2015 ::

  • volta ao ndice volta ao sumrio

    dispositivo constitucional estabelece que "so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao".

    Alice Monteiro de Barros define o dano moral como "O menoscabo sofrido por algum ou por um grupo como consequncia de ato ilcito ou atividade de risco desenvolvida por outrem capaz de atingir direitos da personalidade e princpios axiolgicos do direito, independentemente de repercusso econmica" (Curso de Direito do Trabalho. 4 ed. So Paulo: LTr, 2008, p. 643).

    Entendo que situaes de assalto, que colocam o trabalhador sob ameaa de agresso fsica e geram sentimentos de medo, angstia e ansiedade, so passveis de caracterizar dano moral. Embora a segurana pblica seja um dever do Estado, no se pode afastar a responsabilidade do empregador, pois dele o risco da atividade. Ainda que o empregador tambm seja vtima da violncia, o fato que a ele cabe criar as condies para que seu estabelecimento seja um ambiente seguro para seus empregados e clientes.

    No caso dos autos, incontroversa a ocorrncia de diversos assaltos ao estabelecimento da reclamada, conforme comprovam os documentos de fls. 08/23.

    A testemunha convidada pela autora disse que (fls. 62/63):

    "trabalhou cinco anos para a reclamada; que faz dois anos que terminou o contrato de trabalho; que nos ltimos trs anos trabalhou junto com a reclamante, na mesma filial e no mesmo horrio; que no perodo em que trabalharam junto houve vrios assaltos ao estabelecimento; que houve pelo menos quatro; que dois deles ocorreram numa quinta e numa sexta-feira seguidas, pelos mesmos assaltantes; que o depoente foi abordado no assalto da sexta-feira; que j havia sido abordado em outros assaltos; que a reclamante foi abordada nestes dois assaltos; que no houve agresso por parte dos assaltantes; que eles apontavam a arma de fogo; que no ltimo assalto o assaltante apontou a arma de fogo em direo ao depoente e a reclamante passou na frente, pois no parava de caminhar, nervosa; que o estabelecimento dispunha de alarme, com boto de pnico; que a empresa contratada, no entanto, no era de Pelotas e nunca houve atendimento, embora por vezes tenha sido apertado o boto; que noite o alarme ficava acionado e durante o dia no, apenas o boto do pnico; que no houve outros meios de segurana, mesmo depois dos assaltos; que os ltimos assaltantes foram presos e o depoente esteve no frum para identific-los sem estar acompanhado de advogado da empresa; que no recorda exatamente a data dos assaltos ocorridos na quinta e na sexta; que no primeiro ano de trabalho, quando trabalhava na filial da rua 15 de Novembro, a empresa manteve contrato de monitoramento com a empresa TELE ALARME, sediada em Pelotas; que neste ano, seguidamente, veculos desta empresa compareciam no estabelecimento; que a reclamante no trabalhou com o depoente na filial da 15 de Novembro; que ao que sabe a reclamante no trabalhou nesta filial; que geralmente os assaltos ocorriam no turno da tarde; que em nenhuma oportunidade houve interveno da Brigada Militar durante o assalto; que em todos os assaltos houve comunicao Brigada Militar." (grifei)

    O depoimento acima indica que a r, de fato, deixou de adotar medidas preventivas com o intuito de evitar assaltos, conforme alegou a reclamante nas razes de recurso. Observo que os meios adotados pela reclamada ("boto de pnico" e alarme) no se mostraram efetivos, pois, conforme a prova oral, a empresa de segurana contratada nunca prestou atendimento ao ser

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    :: Ano XI | Nmero 177 | Fevereiro de 2015 ::

  • volta ao ndice volta ao sumrio

    acionada pelos empregados da demandada. Cabia ao empregador tomar as providncias cabveis para minimizar o risco de novos assaltos.

    Assim, faz jus a autora ao pagamento de indenizao por dano moral.

    No tocante ao quantum, a indenizao por danos morais deve contemplar as funes compensatria, punitiva e socioeducativa. Enquanto a primeira diz respeito tentativa de amenizar o sofrimento vivido pelo trabalhador, as duas ltimas levam em conta o perfil do ofensor. Assim, devem ser considerados para a fixao da indenizao informaes diversas como a situao econmica da empresa, a remunerao do empregado, o tempo de durao do contrato de trabalho e a extenso do dano, entre outras que o julgador entender relevantes.

    A indenizao resultante deve ser suficientemente capaz de propiciar ao trabalhador a sensao de que lhe foi feita Justia, sem produzir o enriquecimento da vtima, inibindo o empregador de condutas comissivas ou omissivas lesivas aos seus empregados.

    Oportuna a lio de Maurcio Delgado Godinho:

    "A aferio da efetiva ocorrncia do dano moral (lato sensu) e o prprio clculo da respectiva reparao correspondem a uma das reas em que se apresentam as maiores dificuldades no exerccio da funo judicante. A natureza do dano (no patrimonial, mas apenas moral, esttico ou dano imagem) reduz a possibilidade de aplicar-se um critrio de pleno objetivismo na aferio da ocorrncia efetiva do tipo constitucional (isto , o efetivo prejuzo moral, inclusive esttica, ou imagem).Logo em seguida, desponta novo desafio judicante, qual seja o de fixar o montante financeiro compensatrio pertinente (indenizao pelo dano ocorrido).As duas operaes, de maneira geral, combinam-se, correspondendo a juzos valorativos incorporados pelo rgo judicante e aplicados anlise do caso concreto posto a exame.Trata-se, em substncia, de um juzo de eqidade, em que o rgo sentenciante deve exercitar ao ponto mximo as qualidades inerentes funo de julgador: sensatez, equanimidade, ponderao e imparcialidade." (in "Curso de Direito do Trabalho", 8 ed, LTr: So Paulo, 2009. p. 582).

    No caso, observados os critrios sugeridos pela doutrina, e, em especfico, a situao por qual o reclamante passou durante a jornada de trabalho (assalto), arbitro o valor da indenizao em R$ 10.000,00 (dez mil reais).

    Dou provimento ao recurso para condenar a reclamada ao pagamento de indenizao por dano moral no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

    Desembargador Gilberto Souza dos Santos

    Relator

    22

    :: Ano XI | Nmero 177 | Fevereiro de 2015 ::

  • volta ao ndice volta ao sumrio

    1.2 Justa causa. Configurao. Vigilante. Ameaa a colega com arma de fogo, portada em razo da atividade profissional. Ocorrncia durante o intervalo, mas dentro do ambiente de trabalho. Legtima defesa no configurada. Desproporcionalidade da reao diante da alegada ofensa moral sofrida. Conduta faltosa suficientemente grave a ensejar a quebra de confiana. Art. 482, j, da CLT.

    (10 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Rejane Souza Pedra. Processo n. 0001295-10.2013.5.04.0025 RO. Publicao em 19-12-2014)

    EMENTA

    JUSTA CAUSA. ATOS LESIVOS. OFENSA FSICA. A prtica pelo empregado de conduta que por sua gravidade torne insustentvel a manuteno do vnculo empregatcio autoriza a resciso do contrato por justa causa. Aplicao do art. 482, "j", da CLT.

    [...]

    VOTO RELATOR

    DESEMBARGADORA REJANE SOUZA PEDRA:

    JUSTA CAUSA

    O reclamante postula a reforma da deciso para que seja revertida a justa causa que lhe foi aplicada. Afirma ter sido ameaado por seu colega, o qual tambm foi demitido e que, para se defender, por receio de sua prpria vida, "ousou ameaar seu colega", mas sem inteno de prosseguir com o evento. Salienta que no momento do fato, estava no intervalo de descanso. Argumenta que "somente se descontrolou momentaneamente por se sentir totalmente fragilizado", alegando que o seu colega o ameaou de morte. Ressalta que era portador de arma de fogo, tendo passado por curso de capacitao, alm de ser membro da CIPA. Aponta nunca ter sofrido outra penalidade e que foi desproporcional a injusta demisso, sem observar a gradao de penalidade. Refere no ter havido tentativa de agresso fsica ("vias de fato"), entendendo que a simples circunstncia de que segurava uma arma no momento do desentendimento no suficiente para alterar esta concluso.

    Analiso.

    O autor foi admitido pela reclamada para exercer a funo de vigilante em 09.05.2009 e dispensado por justa causa em 08.07.2013 (fls. 11 e 63).

    A carta de demisso por justa causa (fl. 29 e fl. 61), aponta o motivo da dispensa: "agresso verbal e ameaa armada ao colega P. S. S., no dia 08/07/2013, no cliente BACEN". A base legal indicada o art. 482, "j", da CLT. O Banco Central do Brasil (BACEN) o local onde o autor prestava servios.

    Caracteriza-se a justa causa, quando o empregado pratica atos capazes de, por sua gravidade, tornarem a continuidade do trabalho indesejvel para o empregador.

    Os motivos para justificar o rompimento do contrato de trabalho, por falta grave do obreiro, devem ser objeto de criteriosa avaliao por parte do Judicirio Trabalhista, em virtude de suas devastadoras consequncias pecunirias, profissionais e morais relativas pessoa do trabalhador.

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    Deve-se observar, em cada situao, a presena ou no dos elementos necessrios para a despedida por justa causa, tais como nexo causal, proporcionalidade e imediatidade.

    O ato deve ser provado de forma inequvoca, uma vez que produz efeitos alm do mbito profissional do empregado. Ao reclamado, nesta esteira, cabe o nus de comprovar de forma robusta a prtica do ato imputado ao empregado, vez que tal fato afronta o princpio da continuidade do vnculo de emprego e constitui-se impeditivo ao direito buscado (art. 818 da CLT, combinado com o art. 333, II, do CPC), nus do qual se desincumbiu a contento no caso.

    Dos termos das razes recursais, observo ser incontroversa a ocorrncia do fato apontado na carta de demisso. Alm disso, a reclamada juntou aos autos declaraes prestadas pelo autor, pelo colega P. S. C. S. e tambm pelos seus colegas A. S. Q. e C. P. C., os quais presenciaram os fatos. Tais declaraes foram prestadas ao Departamento Operacional da reclamada e corroboram os fatos narrados na carta de demisso.

    Na declarao das fls. 54-55, o reclamante afirma que no dia 08.07.2013, prestava servio de vigilncia e que foi substitudo pelo colega P. S. C. S., tendo se deslocado para o refeitrio para jantar, mas que foi seguido pelo vigilante P. S. at o local e ofendido por ele. Afirma ter sido chamado de "vagabundo" devido a uma discusso em virtude da cobrana por parte do colega referente a compra e fornecimento do caf, esclarecendo que havia acordo entre os vigilantes para o rodzio na compra do caf, do qual o autor no participava.

    Disse o autor que quando adentraram no refeitrio, o colega continuava a ofend-lo e pressionando-o para que participasse do rodzio do caf, tendo reagido dizendo que no era obrigado a participar. Afirmou ainda o autor:

    "(...) diante desta situao de conflito e os nimos muito exaltados e os nimos muito exaltados, principalmente por parte do vigilante P. S., que continuava a ofend-lo, ele, L. O., afirma que sentiu-se mal e ficou desnorteado a tal ponto que perdeu o controle emocional, sentindo-se como se 'no houvesse cho sob seus ps' e 'ficou fora de si', e neste momento impulsivamente sacou o revolver calibre 38 que portava em seu coldre e apontou para o vigilante P. S." (fl. 77)

    O autor refere que, por medo da reao do vigilante P., que "poderia reagir e mat-lo", exigiu que ele chamasse o chefe da equipe A. Q. via rdio de comunicao, o que foi feito por P. e que logo chegaram A. e o vigilante C. P. C. e ordenaram que entregasse a arma e se acalmasse, o que foi atendido.

    O vigilante C. P. C. disse na sua declarao ao Departamento Operacional da reclamada que o vigilante P. S. C. S. havia solicitado ajuda urgente via rdio de comunicao HT, e que, ao adentrar no refeitrio "visualizou o vigilante 140-L. O. F. R. em frente a porta de acesso apontando um revlver calibre 38 na direo do vigilante P. S., ouviu ele contar de um a trs ameaando disparar contra a cabea do vigilante P.", tendo afirmado que juntamente com o chefe de equipe A. Q. "aproximou-se dele afastando-o do vigilante P. e conseguiram convenc-lo a entregar sua arma (fl. 60).

    No caso, est evidenciada a conduta faltosa suficientemente grave a ensejar a quebra de confiana e a impossibilidade de manuteno do vnculo de emprego. O ato faltoso praticado pelo autor est tipificado na alnea "j" do artigo 482 da CLT e se traduz na prtica de "ato lesivo da honra e boa fama praticado no servio, ou ofensas fsicas, nas mesmas condies" forte a justificar o justo despedimento. A gravidade do fato inequvoca, na medida em que evidenciado que o

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    autor ameaou seu colega com arma de fogo, a qual portava em razo da sua atividade profissional, o que, embora tenha ocorrido no perodo de intervalo, deu-se no ambiente de trabalho. Considerando a prpria declarao do reclamante, verifico no configurada legtima defesa, e que foi ele quem teve a iniciativa de sacar a arma de fogo aps sentir-se "desnorteado" em razo das alegadas ofensas morais dirigidas a ele pelo colega.

    Como bem analisado na sentena, "a gravidade do ato, que j evidente, haja vista que a conduta do reclamante configura delito tipificado na legislao penal brasileira, desponta ainda mais intensa no caso em exame, haja vista que, sendo o reclamante vigilante que utiliza arma de fogo para exerccio das atribuies do cargo, deve ter absoluta serenidade quanto ao porte e uso da arma". Alm disso, a ameaa com emprego de arma de fogo municiada " manifestamente desproporcional agresso moral suportada, no havendo falar em exerccio de legtima defesa" (fl. 79).

    Assim est caracterizada a justa causa por atos lesivos da honra e boa fama, fato suficientemente grave a ensejar a ruptura contratual, no presumando a aplicao de outras penalidades prvias, principalmente considerando a natureza da ocupao do autor, que carrega arma de fogo e necessita ter razovel equilbrio emocional, sob pena de causar danos graves a terceiros.

    O fato de o reclamante ser membro da CIPA, poca, no afasta a despedida por justo motivo, na medida e que a estabilidade provisria de que trata o art. 10, inciso II, letra "a", do ADCT s se justifica em caso de despedida imotivada, que no ocorre nos autos.

    Nego provimento.

    Desembargadora Rejane Souza PedraRelatora

    1.3 Nulidade da despedida. Reintegrao. Danos materiais e morais. Motorista de nibus. Acidente de trnsito com morte de motociclista. Nexo de causalidade com estresse ps-traumtico e quadro depressivo do autor, conforme laudo psicolgico. Responsabilidade da reclamada, quer pela natureza da atividade, quer pela ausncia de medidas para minimizar os efeitos do trauma. Reintegrao to logo cesse a reconhecida incapacidade para o trabalho. Indenizaes que devem observar a reparao do dano, as condies pessoais das partes e o grau de culpa da empresa. Devido o custeio de tratamento psicoterpico. Majorao, quanto ao dano moral, para R$ 15.000,00.

    (5 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Brgida Joaquina Charo Barcelos Toschi. Processo n. 0000204-23.2013.5.04.0561 RO. Publicao em 19-12-2014)

    EMENTA

    ACIDENTE DO TRABALHO. ACIDENTE DE TRNSITO. MOTORISTA DE NIBUS. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MATERIAIS E MORAIS. NULIDADE DA DESPEDIDA. REINTEGRAO. Reclamante motorista de

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    nibus que se envolve em acidente de trnsito que resultou na morte de um motociclista. Demonstrado o nexo de causalidade entre o acidente de trnsito e de trabalho e o estresse ps-traumtico e quadro depressivo acometido pelo autor, mostra-se correta a sentena que responsabiliza a empresa civilmente. Valor das indenizaes que devem observar a reparao do dano, as condies pessoais das partes e o grau de culpa da empresa. Tendo a reclamada despedido o autor que ainda encontra-se incapaz ao trabalho em decorrncia do acidente sofrido, nula a despedida e correta a determinao de reintegrao no emprego to logo cesse a incapacidade.

    ACRDO

    [] No mrito, unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO ORDINRIO DA RECLAMADA (L. L. TURISMOS E TRANSPORTES LTDA.). E, unanimidade de votos, DAR PROVIMENTO AO RECURSO ADESIVO DO RECLAMANTE (E. G.), para majorar a condenao ao pagamento de dano moral em R$10.000,00, totalizando o importe final de R$ 15.000,00, mantidos os demais consectrios da sentena. Valor da condenao que se acresce em R$ 10.000,00 e custas adicionais de R$ 200,00, pela reclamada.

    [...]

    VOTO RELATOR

    DESEMBARGADORA BRGIDA JOAQUINA CHARO BARCELOS TOSCHI:

    [...]

    II - MRITO.

    1. RECURSO ORDINRIO DA RECLAMADA. RECURSO ORDINRIO DO RECLAMANTE. MATRIA COMUM/CONEXA.

    1.1. ACIDENTE DE TRABALHO. REINTEGRAO. DANO MORAL.

    O Juzo de Origem declarou a nulidade da extino do contrato de trabalho do autor, estando este suspenso enquanto perdurar a incapacidade temporria do reclamante, determinou a reintegrao do reclamante ao emprego aps a cesso desta incapacidade e condenou a reclamada ao pagamento de indenizao por danos morais no valor de R$ 5.000,00 e tratamento psicoterpico de, no mnimo, vinte sesses psicolgicas ao autor.

    Insurge-se a reclamada alegando que no restou comprovado o estresse ps traumtico e os danos supostamente causados por ele. Destaca que o laudo do perito do Juzo, da mesma forma que o laudo do perito assistente, afirmou que o autor no est impossibilitado ao trabalho, tendo ele prprio afirmado que possui condies de dirigir nibus com passageiros. Aduz que, por mais que o autor tenha sofridos distrbios em funo do acidente ocorrido, no h resqucios deste que o impeam de exercer suas atividades laborais, conforme se depreende do laudo pericial. Salienta que em resposta ao quesito n 11 (fl. 252) o reclamante reafirma possuir condies para o trabalho, o que por si s afastaria os efeitos da sentena, a qual, em determinando a emisso de CAT, ser o autor submetido a percia da Previdncia Social e ficar afastado das atividades laborais. Diz que a sentena no se mostra coerente ao afirmar que o autor no tem condies ao trabalho,

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    quando ele prprio afirma ter. Pleiteia a excluso da condenao ao pagamento de danos morais, expedio da CAT, reintegrao ao emprego e tratamento psicoterpico.

    O reclamante, por sua vez, requer a majorao da indenizao por danos morais, alegando que a quantia de R$ 5.000,00 muito branda, no servindo para fins de sanso pedaggica. Sustenta que o ato ilcito da reclamada restou comprovado e que esta no se importou com a sade do trabalhador, vindo a despedi-lo logo aps o acidente de trnsito ocorrido. Destaca que a percia mdica e psicolgica reconheceram que o autor no tinha condies de laborar e estava doente poca da resciso contratual.

    Ao exame.

    Em sua petio inicial o autor informou que foi admitido na reclamada em 07.05.12 na funo de motorista de nibus, atuando em vrias linhas, com roteiro alternado. Relatou que no dia 01.11.12 envolveu-se em acidente de trnsito quando em viagem (Carazinho-RS a Chapado do Cu-GO), no qual uma motocicleta colidiu frontalmente com o nibus conduzido pelo autor, acidente este que resultou na morte do motociclista. Sustentou que, desde o dia do acidente, ficou em trauma e depresso profunda e, em decorrncia disso, no conseguia realizar suas atividades laborais, tendo sido demitido pela reclamada em 26.11.12, quando enfrentava essa situao. Mencionou, ainda, que foi taxado de criminoso por seus colegas

    Atribuindo reclamada a culpa pelo seu adoecimento, o reclamante postulou a reintegrao ao emprego com emisso da CAT referente ao acidente de trabalho, o pagamento de indenizao por danos morais no valor de 200 vezes o maior salrio do autor, alm de tratamento psicolgico a ser custeado pela r.

    Houve a produo de prova pericial mdica e psicolgica.

    No laudo apresentado pelo perito mdico do trabalho (fls. 308/311, complementado s fl. 322/323), concluiu o perito que o autor apresenta processo depressivo, estando incapaz de exercer a funo que realizava na reclamada, qual seja, motorista de nibus. Porm, disse no ser possvel precisar com segurana que o acidente de trnsito que se envolveu o autor tenha sido causa desta patologia (fl. 310).

    Referiu, ainda, em resposta aos quesitos formulados pelas partes, que o acidente de trnsito referido pode ter ensejado problemas de sade (quesito "d", fl. 310v), e que o autor, em virtude da medicao de que faz uso, no pode dirigir veculos (quesitos "5" e "7", fls. 311/v).

    J, o laudo psicolgico apresentado s fls. 345/357 e complementado s fls. 376/378, concluiu que o autor apresenta quadro de estresse ps-traumtico, com sintomas de pnico e depresso (fl. 349), o qual possui nexo de causalidade com o acidente de trnsito a que se envolveu o autor (resposta ao quesito "5", fl. 351).

    Em resposta aos quesitos das partes, disse a perita psicloga que "Pela entrevista, ficam claros os sintomas de sofrimento emocional relacionados ao evento vivido pelo Sr. E., sendo que este tipo de ocorrncia abala qualquer ser humano saudvel, o doentio seria ele no se abalar com a morte do motociclista" (quesito "3", fl. 351). Tambm mencionou que a despedida do autor no foi o procedimento adequado, tendo ela notado agravamento dos sintomas depressivos do reclamante aps sua dispensa da reclamada (quesitos "4" e "7", fls. 351/352)

    Quanto atual condio do autor, o laudo psicolgico ressaltou, em suma, que, ainda que o autor se considere apto e com condies para dirigir um nibus com passageiros, h a necessidade de prvio tratamento psicolgico para lhe ajudar a dar segurana na atividade, necessitando

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    fortalecer-se para o exerccio da funo de motorista (resposta aos quesitos "6", "11", "p" e "b", fls. 351/353, 357, 377)

    Pois bem.

    Embora a percia mdica no tenha conseguido esclarecer, de forma precisa, se o quadro depressivo apresentado pelo autor foi consequncia do acidente de trnsito ocorrido no dia 01.11.12, que resultou na morte de um motociclista, o mdico do trabalho no descartou tal hiptese.

    Por outro lado, a percia psicolgica foi conclusiva no sentido de que de fato o acidente de trabalho ensejou estresse ps-traumtico do autor, tendo sido a causa da patologia a ele acometida.

    Aliado a isso, h laudo neurolgico juntado fl. 93, datado de 12.03.13, o qual refere possuir o autor sintomas depressivos desenvolvidos aps o acidente de trnsito referido, o afastamento previdencirio do autor de 15.03.13 a 30.09.13 por auxlio doena (fls. 98 e 329), e h, tambm, o depoimento da testemunha trazida pela reclamada, I. R., a qual referiu o seguinte:

    "que a depoente estava presente quando do retorno do reclamante empresa, tendo essa constatado que ele estava "para baixo", mencionando que "a culpa no pera dele"; que no sabe se o reclamante chegou a solicitar que no o despedissem; que a oferta de tratamento psicolgico acompanhada pela depoente se deu apenas verbalmente; que acredita que o reclamante no foi conduzido ao hospital na oportunidade do acidente; (...) que o problema constatado em relao ao reclamante em face ao acidente era o fato de que esse ia viajar nervoso, acreditando a depoente que esse sofreu algum trauma em razo do acidente e que por essa razo a empresa ofereceu tratamento psicolgico; que viu o reclamante chorando ao retornar da viagem do acidente; que quanto ao acidente a depoente acredita que o reclamante se sentia um pouco culpado, porque esse comentou que tentou desviar, mas no conseguiu" (fl. 374)

    Considerando todas essas informaes, em especial o laudo pericial psicolgico, entendo que resta caracterizado o nexo de causalidade entre o quadro depressivo apresentado pelo autor e o acidente de trnsito ocorrido no dia 01.11.2012, o qual se considera acidente de trabalho face ocorrncia de danos, mesmo que apenas de ordem psicolgica, ao empregado, motorista do nibus.

    No que tange responsabilidade da empregadora por danos morais e materiais decorrentes de acidente do trabalho, em face do que estabelece o art. 7 da Constituio Federal de 1988, esta , em regra, subjetiva. H, contudo, uma tendncia crescente na doutrina e na jurisprudncia no sentido de que esta norma no exclui a possibilidade de responsabilizao do empregador com base na teoria do risco criado. De fato, no parece justificvel interpretao restritiva de tal norma constitucional no sentido de que somente caberia a responsabilidade subjetiva do empregador. Nesse sentido, as lies de Maurcio Godinho Delgado:

    "Note-se a sabedoria da ordem jurdica: a regra geral mantm-se com a noo da responsabilidade subjetiva, mediante aferio de culpa do autor do dano (art. 159, CCB/1916; art. 186, CCB/2002). Entretanto, se a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano (no estudo em questo, a empresa) implicar, por sua natureza, risco para os trabalhadores envolvidos, ainda que em decorrncia da dinmica laborativa imposta por esta atividade, incide a responsabilidade objetiva fixada pelo Direito (art. 927, pargrafo nico, CCB/2002)" ("in" Curso de Direito do

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    Trabalho, Editora LTr So Paulo, 4 edio - 3 tiragem atualizada - outubro, 2005, pg. 620).

    Seguindo essa linha de raciocnio, tem-se que a responsabilidade do empregador pelos danos sofridos por seus empregados em face de acidente ou doena do trabalho ser subjetiva, salvo se configurada hiptese legal de responsabilidade objetiva. Assim, no caso do acidente do trabalho ter sido resultado de uma atividade que, por sua natureza, implicasse risco, incidiria a norma contida no pargrafo nico do artigo 927 do Cdigo Civil, autorizando a responsabilizao do empregador de forma objetiva.

    Relevante destacar que o risco gerador de responsabilidade objetiva de que trata o citado art. 927, pargrafo nico, o risco inerente, prprio atividade, e no qualquer risco, o que fica claro na redao do dispositivo ao mencionar, atividades que, "por sua natureza", impliquem risco.

    inegvel que sendo o reclamante contratado para atuar como motorista de nibus, estava ele mais suscetvel a acidentes de trnsito do que o restante dos indivduos, pois necessitava passar toda a jornada de trabalho exposto aos perigos do trnsito. Assim, inegvel a existncia de responsabilidade objetiva da reclamada no caso dos autos.

    Registro que, ainda que se entenda pela responsabilidade objetiva, a culpa da reclamada, como bem observado pelo MM. Juzo "a quo", tambm se evidencia em razo da inexistncia de provas no sentido de que foram tomadas medidas com o fito de evitar a ocorrncia do trauma aps o acidente ou minimizar os efeitos que este causaria no empregado envolvido. Veja-se que a perita psicloga referiu, in verbis:

    "Pelo prisma da psicologia organizacional, o procedimento da reclamada em demitir o Sr. E. no foi correto, mas, em primeiro lugar, no foi correto ignorar o sofrimento de um colaborador que se envolveu num acidente com vtima fatal, observa-se na fala do Sr E. a importncia de seus colegas apoiarem-no, observa-se que o Sr E. verbaliza que a Sra C. uma pessoa sensacional, porque o abraou e disse que sentia muito. Ento, se o procedimento da reclamada tivesse sido de acolhimento, de apoio, de escuta, talvez esta reclamatria nem existisse." (fl. 352)

    Assim, reconhecida a responsabilidade objetiva da reclamada pelo acidente de trabalho que resultou no quadro depressivo do autor e, ainda, constatado que este encontrava-se enfermo quando da sua despedida, correta a sentena que determinou a sua reintegrao no emprego.

    Com efeito, tendo sido constatada por ambos os peritos (mdico e psicloga) a incapacidade temporria do autor para o exerccio da funo de motorista, correta a determinao de expedio de CAT para o encaminhamento do reclamante ao INSS, permanecendo seu contrato de trabalho suspenso at ser constatada a sua aptido laboral.

    Ainda, reconhecida a responsabilidade da reclamada, exsurge o correlato dever de indenizar o empregado pelos danos sofridos em razo do infortnio ocasionado.

    O dano na esfera da personalidade decorrente de acidente do trabalho prescinde de demonstrao, pois evidente que causa sentimentos de angstia e sofrimento ao trabalhador. Para a fixao do montante indenizvel, necessrio tomar em considerao vrios fatores, como o carter compensatrio pelo labor em condies de risco, a capacidade econmica e a condio social dos envolvidos. Nesse sentido, considero que o valor de R$ 5.000,00 arbitrado na sentena a

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    ttulo de indenizao por danos morais merece majorao, como postulado pelo reclamante, pois no se mostra adequado ao caso dos autos.

    Levando em considerao o abalo sofrido pelo reclamante que, alm do quadro depressivo que se desenvolveu, foi despedido pela reclamada ficando desamparado, entendo que a indenizao merece ser majorada para 15.000,00, de acordo com os princpios da razoabilidade e proporcionalidade.

    Por fim, com relao condenao de custear o tratamento psicolgico do autor, entendo que tambm no comporta reforma, pois restou comprovada a necessidade do autor em realizar tratamento psicoterpico para conseguir retomar a atividade de motorista de nibus, conforme ressaltou a perita psicloga, a qual referiu ser necessrio, no mnimo, vinte sesses (fl. 350).

    Assim, nego provimento ao recurso da reclamada e dou provimento ao recurso adesivo do reclamante para majorar a condenao ao pagamento de dano moral em R$10.000,00, totalizando o importe final de R$ 15.000,00, mantidos os demais consectrios da sentena.

    []

    Brgida Joaquina Charo Barcelos ToschiRelatora

    1.4 Relao de emprego. Configurao. Motorista de txi. Demandados que eram proprietrios de mais de um veculo e que no eram condutores. Inaplicabilidade da Lei 6.094/74. Presena dos pressupostos legais do vnculo jurdico de emprego: a pessoalidade, pela impossibilidade de subcontratao ou substituio; a onerosidade, pelo pagamento semanal da fria; a subordinao objetiva, pela predeterminao do ponto de txi, dos horrios e da forma de trabalho; e a habitualidade, pela exigncia de trabalho dirio. Condenao solidria que decorre de fraude (art. 9 da CLT).

    (6 Turma. Relator o Exmo Juiz Jos Cesrio Figueiredo Teixeira Convocado. Processo n. 0000490-08.2013.5.04.0203 RO. Publicao em 22-01-2015)

    EMENTA

    VNCULO DE EMPREGO. MOTORISTA DE TXI. Comprovado que os demandados eram proprietrios de mais de um veculo e que no eram eles tambm condutores, so inaplicveis as disposies da Lei 6.094/74. Impe-se o reconhecimento do vnculo jurdico de emprego, pois presentes os pressupostos legais para tanto.

    [...]

    VOTO RELATOR

    JUIZ CONVOCADO JOS CESRIO FIGUEIREDO TEIXEIRA:

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    [...]

    II - MRITO.

    [...]

    2.2 MATRIA PREJUDICIAL E COMUM AOS APELOS DOS RECLAMADOS. VNCULO DE EMPREGO. MOTORISTA DE TXI.

    O Juzo de origem reconhece o vnculo de emprego entre o reclamante e o segundo reclamado, de 01.06.2011 a 23.11.2012, em ateno ao princpio da primazia da realidade sobre a forma, entendendo ter sido comprovado que o segundo reclamado era, de fato, o empregador do reclamante, uma vez que presentes a pessoalidade, no-eventualidade e onerosidade, bem como configurada a subordinao, sob o enfoque objetivo, pelo simples fato de ser o segundo reclamado o gerenciador das atividades desempenhadas pelos motoristas do txi de prefixo 109 (entre os quais o reclamante), no claro intuito de organizao do seu empreendimento. Logo, restam verificados os pressupostos constantes dos artigos 2 e 3 da CLT. Refere o julgador que os reclamados no negam a prestao de servios pelo reclamante, mas apresentam bice ao reconhecimento do vnculo de emprego, qual seja, a autonomia no labor e a natureza da atividade (transporte rodovirio de passageiros - txi em regime de colaborao). Por conseguinte, com a oposio do fato impeditivo ao acolhimento da pretenso do autor, os reclamados atraram para si o nus da prova acerca das suas alegaes. Analisando o CONTRATO DE CESSO DE VECULO DE TRANSPORTE RODOVIRIO DE PASSAGEIROS - TAXI EM REGIME DE COLABORAO (fl. 21), verifica que, embora conste, como permissionrio do txi 109, o primeiro reclamado e, como condutor auxiliar, o reclamante, quem firma o contrato o segundo reclamado, inclusive com firma reconhecida, mas sem a comprovao da outorga dos poderes de mandatrio do primeiro reclamado. mngua de prova dos poderes conferidos pelo primeiro reclamado ao segundo reclamado, entende que o referido contrato ineficaz, nos termos do art. 662 do Cdigo Civil.

    Por fim, declara a existncia de vnculo de emprego entre o reclamante e o segundo reclamado, com anotao da CTPS, pelo perodo de 01.06.2011 a 23.11.2012, na funo de motorista de txi, com salrio mensal de R$1.400,00, condenando os reclamados, solidariamente, ao pagamento de dcimos terceiros salrios, repousos semanais remunerados, frias vencidas e proporcionais, acrescidas de um tero, aviso prvio, FGTS e indenizao compensatria de 40%, horas extras, assim consideradas aquelas excedentes da 8 diria ou 44 semanal, acrescidas do adicional legal, com reflexos em aviso prvio, frias acrescidas de um tero, dcimos terceiros salrios, repouso semanal remunerado, feriados, FGTS e indenizao compensatria de 40%, alm da multa prevista no pargrafo 8 do artigo 477 da CLT, no aporte de um salrio mensal.

    O primeiro reclamado, A. C. R., reitera a prestao de servios pelo autor de forma autnoma, nos moldes da Lei n 6.094/74, conforme o contrato da fl. 21, que foi firmado pelo ora recorrente na qualidade de permissionrio do txi prefixo 109 e assinado pelo segundo, tendo o autor como condutor auxiliar. Relata que a procurao que regulariza a representao do primeiro pelo segundo, de fato, permanece arquivada na Prefeitura da cidade, restando impedido de anex-la aos autos. Entende, contudo, que caso houvesse alguma irregularidade, o poder concedente da permisso (municpio) certamente no teria autorizado o ato, o que por si s invalida a tese da sentena. Repisa as mesmas teses do item anterior quanto a ter sido o contrato aceito pelo Poder Pblico Municipal, sendo inadmissvel julg-lo inexistente, mormente porque surtiu seus efeitos. Investe contra a condenao solidria, apontando a contradio na sentena, ao reconhecer como empregador E. M. V., inexistindo "nexo de causalidade laboral" para ser aplicada a solidariedade.

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    Assevera a validade e eficcia do contrato da fl. 21, pois o autor laborou de fato como motorista do txi de prefixo 109, sendo inadmissvel reput-lo inexistente, quando produziu efeitos no mundo jurdico. Assegura que o contrato da fl. 21 atende aos requisitos da Lei 6.094/74, tendo atendido ao fim que se destinou, no havendo falar em inexistncia. Pretende o reconhecimento de validade do Contrato de Cesso de Veculo de Transporte Rodovirio de Passageiros firmado com o reclamante, e julgada improcedente a demanda em relao ao ora recorrente, pois pelo princpio da razoabilidade, inexiste solidariedade e tampouco fraude na relao havida. Busca sua absolvio quanto ao pagamento das verbas consectrias do vnculo de emprego e anotao da CTPS do autor, sustentando mais uma vez, o trabalho autnomo. Entende que a condenao deve ser limitada ao perodo em que a testemunha L. menciona, e no ao lapso temporal noticiado na inicial.

    O segundo reclamado, E. M. V., alega o trabalho em regime autnomo, a partir de 31.08.11 e 23.11.12 e no como constou da sentena. Sustenta ter havido, de fato, o compartilhamento do txi para as tarefas dirias, o que caracteriza o regime de colaborao, e no justifica o reconhecimento do vnculo de emprego. Aduz estar evidenciado pelo conjunto da prova que o reclamante no sofria qualquer controle da jornada, trabalhando em regime de revezamento no uso do txi prefixo 109. Entende ter provado o cumprimento da legislao, sendo o primeiro reclamado detentor de uma nica concesso, observado o limite da cesso de trabalho aos motoristas, e ausentes os requisitos do vnculo de emprego. Investe contra o valor do salrio mensal fixado na origem, entendendo que os documentos das fls. 24/25 no se prestam como parmetros, pois o valor efetivamente percebido era o salrio mnimo poca, ou seja R$ 622,00. Pretende o reconhecimento quanto prestao de trabalho autnomo e sua absolvio quanto anotao da CTPS e pagamento dos valores consectrios ao vnculo de emprego. Caso seja mantida a sentena, busca autorizao para deduzir valores eventualmente pagos. Reitera a limitao ao perodo do pacto laboral ao mencionado pela testemunha L.

    Analiso.

    A Lei 6.094/74 possui alguns requisitos para sua aplicao. O primeiro requisito que o proprietrio da concesso possua apenas um veculo destinado explorao do transporte pblico - descaracterizando o gerenciamento de uma frota de txis; exige-se que o proprietrio do txi tambm o conduza de forma compartilhada com o motorista autnomo. Por fim, a lei determina que o compartilhamento se d com no mximo mais dois motoristas - isso se imaginando um servio de 24 horas em que cada motorista trabalhe por 08 horas. o que prev o artigo 1 da Lei 6.094/74 nos seguintes termos:

    Art . 1 facultada ao Condutor Autnomo de Veculo Rodovirio a cesso do seu automvel, em regime de colaborao, no mximo a dois outros profissionais. [grifo nosso]

    Resta incontroverso nos autos ter o reclamante trabalhado como motorista do txi prefixo 109 de propriedade de A. C. R., primeiro reclamado. O contrato de cesso est firmado por E. M. V., segundo reclamado (fl. 21). A fl. 26, h contrato de cesso tambm entre A. C. R. e E. M. V. como condutor auxiliar.

    A testemunha L. S. V. informa que (fl. 32):

    "que o depoente dirigiu o txi de prefixo 109, por um perodo de 4 a 5 meses, de 06/2012 a 11/2012; que o permissionrio do txi de prefixo 109 o reclamado A.; que o depoente foi contratado pelo reclamado E.; que o depoente dirigia o txi de

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    prefixo 109 no turno da noite, das 17h s 06/07h, de segunda a sbado; que no perodo em que o depoente trabalhou, o reclamante dirigia o txi no turno invertido ao do depoente; que havia um folguista que dirigia o txi em fins de semana; que no perodo em que o depoente trabalhou, os reclamados no dirigiram o txi de prefixo 109; que "tem certeza" de que o reclamado A. permissionrio do txi de prefixo 128; que no sabe se o reclamado A. dirige o txi de prefixo 128; que a fria bruta poderia varia de R$ 100,00 a R$ 300,00, no turno da noite; que firmou contrato de servio com o reclamado E.; que o reclamado E. avisou o depoente que o horrio deste seria no turno da noite; que o reclamante geralmente no trabalhava no sbado nem no domingo, pois quem trabalhava nesses dias era o folguista; que o local da troca do txi normalmente era na residncia do reclamante; que o depoente conhece o reclamado A. h cerca de 3 anos, afirmando que nesse perodo este sempre teve os txis de prefixos 109 e 128; que o ponto do txi de prefixo 109 o Bourbon de Canoas; que o ponto do txi de prefixo a estao Matias Velho; que o reclamado E. o locatrio da placa prefixo 109; (grifei).

    Diante dos depoimentos colhidos, o juzo de origem determina a expedio de ofcio Secretaria Municipal de Transportes para que informe o nome do permissionrio do txi prefixo 128 (fl. 37). Em resposta, o gestor informa que o proprietrio A. G., e A. C. R. o procurador (fl. 39).

    Assim, correto entendimento do juzo de que o segundo reclamado seria o locatrio da placa do primeiro reclamado, e contratava motoristas, o reclamante, a testemunha L. e mais um folguista, mas no dirigia o txi prefixo 109.

    A prova permite concluir que A. C. R. teria mais de um prefixo de txi, alm de no restar demonstrado que ele trabalhava como motorista de forma compartilhada. Como dito em sentena, h intuito de empreender atividade econmica, o que torna inaplicvel a legislao invocada, e revela a tentativa de burla da legislao.

    Ao contrrio do que afirmam os recorrentes, os requisitos para caracterizao da relao de emprego esto presentes: a pessoalidade, pelo fato de que o reclamante no poderia subcontratar, ou fazer-se substituir; a onerosidade, em decorrncia do pagamento semanal da fria; a subordinao objetiva, pela predeterminao do local do ponto de txi, horrios e forma de trabalho; e a habitualidade pela exigncia de trabalho dirio.

    Portanto, considera-se que a sentena, ao reconhecer o vnculo jurdico de emprego, est de acordo com o que preconiza a lei e com o entendimento jurisprudencial dominante, atendidas as particularidades do caso.

    No h falar em limitao do perodo de reconhecimento do vnculo de emprego ao referido pela testemunha L., 06/2012 a 11/2012, quando o prprio contrato de cesso firmado entre as partes data de 31.08.2011, sendo esse apenas um indcio, j que reconhecidamente ineficaz. Mantenho o perodo reconhecido na sentena, e informado na inicial, entendendo que incumbia aos reclamados a prova de suas alegaes, j que no negam a prestao de servios pelo autor.

    Outrossim, entendo que o valor do salrio mensal fixado de R$ 1.400,00 condizente com a prova, inexistindo qualquer amparo para que seja acolhido o salrio mnimo como sendo a contraprestao do trabalho.

    No h valores para deduzir, tendo em vista que o reclamante informa perceber apenas 30% da fria bruta diria, e os reclamados no comprovam outros pagamentos a qualquer ttulo.

    E por fim, quanto condenao solidria, irretocvel a sentena que conclui pela fraude perpetrada pelos reclamados, com o intuito de sonegar direitos trabalhistas, observado o disposto

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    no artigo 9 da CLT, impondo-se a declarao da responsabilidade solidria, nos termos dos artigos 186, 927 e 942 do Cdigo Civil.

    Nego provimento a ambos os apelos no tpico.

    []

    Juiz Jos Cesrio Figueiredo Teixeira ConvocadoRelator

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    2.1 ACIDENTE DO TRABALHO. CULPA EXCLUSIVA DA VTIMA. Caso em que o empregado descumpriu procedimento sobre o manuseio das mquinas, do qual tinha conhecimento explcito, em razo de treinamento recebido, o que afasta o nexo causal entre o evento e o dano e, consequentemente, a responsabilidade do empregador, inexistindo dever de indenizar. Recurso ordinrio do reclamante desprovido. [] (7 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Wilson Carvalho Dias. Processo n. 0001236-58.2013.5.04.0304 RO. Publicao em 19-12-2014)

    2.2 ACIDENTE DO TRABALHO. TERCEIRIZAO. RESPONSABILIDADE DO TOMADOR DE SERVIOS. Na terceirizao de servios, ambos, empregador e tomador, devem zelar pelo ambiente de trabalho, respondendo de forma solidria pelo infortnio. A tomadora, como consequncia de sua atividade empresria, alocou o trabalhador em seu ambiente laboral, tendo, portanto, o dever de zelar, juntamente com a prestadora, pela sade e segurana dos trabalhadores que laboram em seu benefcio. [] (11 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Ricardo Hofmeister