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2017
União Brasileira de TrovadoresPorto Alegre - RS
Coleção
Terra e Céu
Trovas de
Arlindo Tadeu Hagene
Célio Grunewald
LII
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Rua Otto Niemeyer, 2460 - CEP 91910-001 Bairro CavalhadaFones: 0**51 3243 8400SITE: www.ubtportoalegre.com.brE-mail: [email protected]ório do Registro Especial n° 6.405Fundada em 08 de março de 1969.
União Brasileira de TrovadoresSeção de Porto Alegre
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Para bem comemorar o centenário de nasci-mento de Luiz Otávio, idealizador e fundador damaior entidade congregadora de cultores do gê-nero poético TROVA do mundo, a seção de Por-to Alegre da mesma criou a coleção “LUIZ OTÁ-VIO É CEM”, com o intuito de editar cem livrosde trovas até o final do ano.
E agora, em cima disso, uma outra, comple-mentando-a: “TERRA E CÉU”. Ou seja, os trova-dores vivos homenagearão os falecidos, seusamigos, com a edição de um livro duplo, com tro-vas de um e de outro.
A ideia é sempre a mesma, mudou um pouqui-nho a forma. E, com certeza, teremos uma por-ção de belos livros, uns virtuais, outros físicos,mas serão sempre livros. Dessa forma, lavra-semais um tento nesta busca incansável, nesta ver-dadeira cruzada de que os trovadores brasilei-
Palavras Iniciais
ros participam, qual seja a de ver, um dia,este gênero poético devidamente valoriza-
do e divulgado, inclusive pelachamada grande mídia.
Flávio Roberto StefaniPresidente
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DIRETORIA - GESTÃO 2015/2016
Presidente: FLÁVIO ROBERTO STEFANIVice-Presidente de Administração:LISETE JOHNSONVice-Presidente de Cultura: SONIA LINDEMAYERVice-Presidente de Relações Públicas: CLÁUDIO DERLISILVEIRAVice-Presidente de Finanças: DORALICE GOMES DA ROSASuplente de Diretoria:JOSOEVERTON LOPES
União Brasileira deTrovadores - Seção de
Porto Alegre
Conselho Municipal(Titulares)
MÍLTON SOUZADELCY CANALLESCLÊNIO BORGES
Conselho Municipal(Suplentes)
NEOLY DE OLIVEIRA VARGASJANAÍNA SCARDUA BONATTOJANETE VARGAS
Secretária: SONIA LINDEDMAYERAssessor de Imprensa: SÉRGIO BECKERAssessora Especial: ANGELA PONSICoord. Do Juventrova: LÚCIA BARCELOS
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Arlindo Tadeu Hagen
Arlindo Tadeu Hagennasceu em Juiz deFora-MG, em 01 deagosto de 1964, filhode Arlindo Hagen eIsaura Pinto Hagen.Casado com Terezinhade Fátima FerreiraHagen.
Profissionalmente éEngenheiro Civil, formado pela UFJF e atuano ramo da construção civil.
Trovador atuante, pertence à UniãoBrasileira de Trovadores, Seção de Juizde Fora. Atualmente é o Presidente Es-tadual da UBT em MG e Vice-Presidenteda UBT-Nacional.
Magnífico Trovador nosJogos Florais de Nova Fri-burgo e Notável Trovadornos Jogos Florais de Pou-so Alegre, tem centenas
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de troféus e medalhasobtidos em Concursos deTrovas e Jogos Floraispor todo o Brasil. Possuitambém premiações emPoesias, Contos, Crônicas, Haicais eoutros gêneros menos visitados.
Pertence à Academia Juizforana deLetras, cadeira nº 07 - Patrono Oscarda Gama, cujo ocupante anterior foiCélio Grunewald, seu tio e grande in-centivador na Trova.
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Infância é um brinquedo usadoque um dia a vida resolvetomar um pouco emprestadoe nunca mais nos devolve.
Pobre horizonte pequenode quem crê, sem ver mais nada,que uma rosa com serenoé só uma rosa molhada!
Há sonhos da mocidadeque não se cumprem jamais.Seus prazos de validadesão sempre curtos demais.
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Partiste... Eu sonho... Tu sonhase nós seguimos mentindo...Nós somos dois sem-vergonhasque vivem se despedindo.
O nosso maior pecadode nossas vidas errantesfoi sonharmos lado a ladonossos sonhos tão distantes.
Mil conquistas... sonhos vãosque se foram como a bruma...Eu apertei tantas mãose não segurei nenhuma.
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Garimpeiro, pelos vãosdos teus dedos que envelhecem,muda a riqueza de mãospara mãos que não merecem.
Eu te imploro, por favor,não insistas neste adeus.Se não for por meu amor,fica pelo amor de Deus.
Descubro marco após marcoque eu finco em meu rumo tortoque a felicidade é um barcoe eu pensei que fosse um porto.
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Doce ilusão passageira,já no fim do meu viver,foste a pinga saideiraque eu fiz questão de beber.
Se um sonho que se esfacelanão passa de um cão vadio,a ilusão é uma cadelaeternamente no cio.
Vejo crianças sem casas,órfãs de amar e carinho.É a vida cortando as asasde quem mal saiu do ninho.
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Artista dos mais brilhantes,o tempo segue, inclemente,redesenhando semblantessobre os semblantes da gente.
Meu rosto esconde as torturasdas mágoas que eu não mereçoporque os pontos das costurasdevem ser dados no avesso.
As leis do sangue são vãspois eu sinto, em horas calmas,nossas almas tão irmãse não há sangue nas almas.
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UM amor grande se feze nós DOIS em nossas redesem breve seremos TRÊSna paz de QUATRO paredes.
Ousadia foi pousar,num momento passional,os ímãs do meu olharnos teus olhos de metal.
Enfrento a dor com firmezae conservo em minha féa altivez da vela acesaque se desmancha de pé.
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É nossa união perfeitamagia para os ateus;se este amor for “coisa feita”foi coisa feita por Deus!
Era um tango... Foste embora,me deixando em desatinoe a minha saudade agoratem um sotaque argentino.
Em voos plenos de gala,o colibri na roseirafaz lembrar um mestre-salaaos pés da porta-bandeira.
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Maria é um resto somente,no cais, largada ao desdém.Quem foi mar de tanta gentehoje é porto de ninguém.
Chegando a maturidade –nova etapa a ser vivida –que eu sinta o peso da idademas nunca o peso da vida.
Guio meu pai pelos braçose vou, em gestos certeiros,guiando os últimos passosde quem guiou meus primeiros.
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Meu coração tem lutadona guerra contra a razão;soldado à força alistadono exército da paixão.
Sou, no final da existência,em meu cansaço, grisalho,folha seca na iminênciade desprender-se do galho!
Na vida eu busco tirarsempre o máximo de mim.só digo NÃO se esgotartodas chances de um SIM.
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Prometo estrelas... e é bomnão duvidar do que é dito;pois o amor me trouxe o domde pôr a mão no Infinito.
Trata o amor com fantasiapara fazê-lo viver;o amor que perde a magiatem muito pouco a perder!...
Se a solidão me dominae chegas sem me avisar,a minha alma de neblinavive instantes de luar.
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Se o desespero flagelachore o quanto desejar.Na vida somente a velamorre de tanto chorar!
De festa alguma eu me gabotanto quanto a que retratao alegre abanar de rabodo meu velho vira-lata!
Se eu voltasse a ser criança...Se um dia eu fosse feliz...É uma cigarra a esperançaenchendo a vida de “sis”...
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Despedida... e por consolo,deste encontro derradeiro,só me resta o orgulho tolode ter dito adeus primeiro.
Passei a vida juntandobrinquedos sem importânciaque a gente guarda tentandoguardar um pouco da infância.
Ternos...leis... dedos em ristee um discurso que impressiona.Nem todo palhaço é triste!...Nem todo circo é de lona!...
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A cola de sapateirodo pivete que a consomeé um disfarce traiçoeirocobrinho a face da fome!
Nenhuma rosa, nenhuma,minha mãe, das que plantaste,mais que a saudade perfumao jardim que me deixaste.
Na penumbra mais espessa,sem a luz do teu olhar,a vida é um quebra cabeçaimpossível de montar!
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És Terra Santa e, no entanto,em nome de um de um deus cifrão,que não tem nada de santo,mancham de sangue teu chão!
Se a oração foge da menteno instante da dor pior,solta um murmúrio somente.Deus sabe as preces de cor!
Por magia o sonho lindoque me segue ao fim da estradaé um pombo alegre fugindode uma cartola surrada!
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Célio Grunewald
Celio Belmiro Gru-newald nasceu emJuiz de Fora a 26de agosto de 1923.Filho de Pedro JoséGrunewald e de Ana-ir dos Santos Gru-newald. Casado comIlva Marques Gru-newald, teve dois fi-lhos.
Formado em Ciên-cias Comerciais e Contabilidade, foi fun-cionário do antigo Departamento de Cor-reios e Telégrafos, por onde se aposen-tou.
Pertencia à Academia Juizforana deLetras, cadeira número07 (Patrono Oscar daGama) e à União Brasi-leira de Trovadores, se-ção de Juiz de Fora, sen-
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do seu Presidente deHonra.
Publicou, em parceriacom outros três poetas,o livro "Quatro Cami-
nhos".Foi inúmeras vezes premiado em con-
cursos nacionais e internacionais depoesias e trovas.
Faleceu em 07 de outubro de 1991em Juiz de Fora.
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Jangada... filhos com fomee Maria a me esperar.Senhor Deus, em Vosso nome,eu lanço as redes no mar.
Se rosa branca é purezae a pureza é doce e franca,na terra, tenho certeza,minha mãe foi rosa branca.
Veleiro de vela panda,perdeste o rumo e, a bailar,vais brincando de cirandanas águas verdes do mar.
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Não julgues nunca a pobreza,nem desmereças ninguémque a porcelana chinesasaiu do barro também.
Com seu açoite, o destinofustiga os corcéis da aurorae num carro purpurinoarranca o sol para fora!
Eu venho sempre tentandoser feliz e não consigo.O destino anda brincandode cabra-cega comigo.
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Sabem os sábios profundos,sabem os crentes e ateus,que a dissonância dos mundostem a regência de Deus!
Somente o vaqueiro tristeentende de uma só veza nostalgia que existeno mugir de cada rês.
Tecendo nuvens de prata,Dona Lua, tecelã,para ouvir-me em serenataficou até de manhã!
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Sol e chuva e, em resplendores,fez a luz, com seus arranjos,tobogã de sete corespara o folguedo dos anjos.
À criança eu rendo um cultoque eu não rendo a mais ninguémpois ela transforma o adultonuma criança também.
Teus olhos, contas divinas,por falsos, minha alma os teme.São iguais às turmalinasno caminho de Pais Leme!
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Quando está junto da criaque procura agasalhar,até a fera mais braviaPossui ternura no olhar!
Vai o sol, pintando agora,na ternura que seduz,os lábios rubros da auroracom pinceladas de luz!
Por ver-te com olhos cúpidos,por querer-te, por amar-te,na procissão dos estúpidos,eu fui o porta-estandarte.
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Todos os picos da serra,dos Andes aos Pirineus,são dedos grandes da Terramostrando a casa de Deus.
Comprido, fino, dengoso,o rio é um traço de prataque alinhava, preguiçoso,a saia verde da mata!
Ai de quem foge, no mundo,dos caminhos da verdadeque a fuga dura um segundoe o remorso... a eternidade.
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Os poetas foram criados,por capricho do Senhorcom seus destinos traçadospor algum lápis de cor!...
É verão... no dia enormede ar parado e de mormaço,parece que a mata dormee o sol cochila no espaço!
A criança quando choraaté no pranto seduz!É como se a própria aurorachorasse gotas de luz!...
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Telegrafista do espaço,o vagalume reluze escreve com ponto e traçosuas mensagens de luz!
Não julgues teu inimigo,não julgues, enfim, ninguém.Quem julga corre o perigode ser julgado também!
Quanta ternura brotavadaqueles olhos divinosquando Jesus exclamava:-Vinde a mim os pequeninos!
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Meu violão, tuas cordas,dispensam qualquer compassose as minhas mágoas acordasnas serenatas que faço.
Caim, irado, inclemente,no seu despeito profundo,foi a primeira sementede toda a inveja do mundo.
O tempo, força estupenda,sempre em cada alvorecer,abre as páginas da Agendapara o Destino escrever!...
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Que importa se em teu caminhohaja presença da dor?No ramo, também, o espinhonasce primeiro que a flor!
Num prenúncio de Evangelho,tu pões, no olhar feiticeiro,ternura de preto velhoem macumba de terreiro.
Nesta casinha modestaque é coberta de sapê,imagine só que festaeu faria com você!...
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Teu sorriso me bastava,muito embora hoje me baste,a ternura que faltavano beijo que me negaste!
Choveu... fez sol e, em resposta,surge um arco de beleza:festa de luz decompostanos prismas da natureza!
Na eternidade indolentemultiplicam-se as aurorase o “segundo” é uma sementena dança eterna das horas.
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Desde os tempos de menino,apesar das restrições,na cartilha do destino,vou soletrando ilusões!
Não chores se na existênciacalejaste os ombros nus:muitas vezes a consciênciapesa mais que qualquer cruz!
Tua ternura é carinhoque não diz nada e diz tudopois é tecida de arminhonum coração de veludo!
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A mulher que eu desejava,meu sonho de perfeição,tinha tudo que eu sonhava.Só não tinha coração!...
Por mais que a vida nos traia,multiplique os nossos ais,nós somos da mesma laia:dois orgulhosos iguais!
Na clave do sol crescente,nas asas da melodia,a semibreve é sementeque produz a sinfonia.
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Edição: Jornalista Milton Souza([email protected])
(51) 9987 7648
Agência Texto CertoAvenida Flores da Cunha, 1643 - Sala 12
Cachoeirinha - RS - CEP 94 910 002
Fone (51) 3471 7741
Contato com Arlindo Tadeu Hagen:
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