trilhares e olhares - themaeducando · o sol a brilhar , as árvores a cantar ... diante de...

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Parece uma simples brincadeira Parece uma simples brincadeira Mas lá no fundo eu estou aprendendo Observando, imitando, inventando, continuando e sendo Em cada peça que encaixo, em cima ou embaixo Em cada pedrinha que eu acho Atento e assim, tem um mundo esperando por mim Em cada brinquedo que invento Em cada gramado que sento Em cada passeio ao vento Fico sabendo e assim Tem um mundo esperando por mim Tem um mundo lá fora, veloz e sedento Tem um mundo lá fora e eu estou dentro Curioso e atento e assim Tem um mundo esperando por mim Ale Carmani THEMAeducando - 2016 Trilhares e Olhares Miguel Marinelli Valentini Maternal 1.1

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Page 1: Trilhares e Olhares - THEMAeducando · O sol a brilhar , as árvores a cantar ... diante de berçário para o maternal. , ... mesa e passa de um lado para o outro por trás dos amigos

Parece uma simples brincadeira Parece uma simples brincadeira

Mas lá no fundo eu estou aprendendo Observando, imitando, inventando, continuando e sendo

Em cada peça que encaixo, em cima ou embaixo

Em cada pedrinha que eu acho Atento e assim, tem um mundo esperando por mim

Em cada brinquedo que invento Em cada gramado que sento

Em cada passeio ao vento Fico sabendo e assim

Tem um mundo esperando por mim

Tem um mundo lá fora, veloz e sedento Tem um mundo lá fora e eu estou dentro

Curioso e atento e assim Tem um mundo esperando por mim

Ale Carmani

THEMAeducando - 2016

Trilhares e Olhares

Miguel Marinelli Valentini

Maternal 1.1

Page 2: Trilhares e Olhares - THEMAeducando · O sol a brilhar , as árvores a cantar ... diante de berçário para o maternal. , ... mesa e passa de um lado para o outro por trás dos amigos

As histórias do Miguel no maternal

quando encontra algum brinquedo, mochila tantas novidadesnessa transição do

Certa vez, encontra uma mochila igual a sua

outra criança. Retirado lugar ecaminhaprofessora ao perceber sua ação dialoga dizendo que a moolha a foto na plaquinha, reconhece queencontrou.

Terminado a volta, acomodamoquando termina de beber a quantidade deseja, acontece de engraçado. Quando a educadora sinaliza: “Bandeja”.

Posteriormente, seguimos para a sala cantando “Bom dia começa com alegria, bom dia começa com amor. O sol a brilhar, as árvores a cantar...” e formamos a roda de conversa, p

As histórias do Miguel no maternal

O semestre começou acompanhado de vários novos caminhos para o maternal: sala espaços que eram desconhecidos, arrastar mochila, manipular alguns pertences com o apoio das educadoras, subir e descer a rampa, brincar no parque, aventuescorregador, andar pelos corredores e fazer a roda na sala.

Dar a volta pela escola e cantarolar canções acompanhadas de palmas e instrumentos é uma vivência que faz parte do nosso cotidiano. Quando percebe que o grupo se organizará para passear, Miguel fica animado e aguarda para receber o objeto que iremos levar. Gesticula e diferentesmúsicas. Além disso, durante as voltas ou em momentos de locomoção de um espaço para o outro é comum se envolver com o que está em torno.

quando encontra algum brinquedo, mochila ou diferentes objetos. Esse movimento é natural, diante de berçário para o maternal.

ma mochila igual a sua, mas não percebe que a placa caminha até o final do corredor em direção ao galpão

dialoga dizendo que a mochila é do amigo de outro grupo. Miguel olha a foto na plaquinha, reconhece que não é a sua, retorna o caminho e deixa no mesmo lugar que

acomodamo-nos para beber água. Gosta de hidratarseu corpo, porém a de beber a quantidade deseja, acontece de despejar água no chão ou na roupa e acha

engraçado. Quando a educadora sinaliza: “Quem terminou devolve o copo na...”,

Posteriormente, seguimos para a sala cantando “Bom dia começa com alegria, bom dia começa , as árvores a cantar...” e formamos a roda de conversa, p

As histórias do Miguel no maternal

O semestre começou acompanhado de vários novos caminhos para o maternal: sala de referência, acesso a espaços que eram desconhecidos, arrastar mochila, manipular alguns pertences com o apoio das educadoras, subir e descer a rampa, brincar no parque, aventurar-se no escorregador, andar pelos corredores e fazer a roda na sala.

Dar a volta pela escola e cantarolar canções acompanhadas de palmas e instrumentos é uma vivência que faz parte do nosso cotidiano. Quando percebe que o grupo se

sear, Miguel fica animado e aguarda para receber o objeto que iremos levar. Gesticula e canta diferentesmúsicas. Além disso, durante as voltas ou em momentos de locomoção de um espaço para o outro é comum se envolver com o que está em torno. Curioso, aprecia

sse movimento é natural, diante de

, mas não percebe que a placa de identificação é de corredor em direção ao galpão. No entanto, a

chila é do amigo de outro grupo. Miguel e deixa no mesmo lugar que

osta de hidratarseu corpo, porém água no chão ou na roupa e acha

“Quem terminou devolve o copo na...”, finaliza dizendo:

Posteriormente, seguimos para a sala cantando “Bom dia começa com alegria, bom dia começa , as árvores a cantar...” e formamos a roda de conversa, para desvendar

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quais plaquinhas sairão de dentro da caixa surpresa.No começo do semestre, quando seu nome era sorteado, Miguel ficava receoso em pegar a plaquinha e suas mãos, jogava no chão. Com o passar dos meses, aos poucos familiarizouidentificação e atualmente canta, gesticula e aprecia ajudar a professora na entrega da plaquinha seus companheiros, chamando-os pelo nome.

No dia a dia é natural vermos Miguel

amigos, fala cada vez mais com clareza e as educadoras chama‘Rafa”.

Certa manhã, ao perceber que sua amiga e fala: “Oi, Sassa! ” - Referindo-se à Sabrina.

Se vamos para algum ambiente que não seja a nossa sala, diz animado: ““parque, parque! ”. Quando questionado sobre quem chegou para buscá“mamãe”,“papai”.

Depois que todos participam desse momento, guardamos as plaquinhas na caixa e cantamos cada dia uma canção. Desta forma as crianças ampliam suas relações, dançam juntos, dão as mãos, formam roda, abraçando uns aos outrosuma oportunidade de significar gestos de carinho, cuidado e respeito.

Dançar é prazeroso para Miguel, que ao ouvir uma música não hesita mexer o corpo para lá e para cá. As canções que escutamos no dia a dia sabe cantar, atentaletras falando à sua maneira.

Certo dia convida sua amiga para dançar. Ambosuma dança em dupla. Mexe para cá, mexe para lá, desequilibragargalhada.

sairão de dentro da caixa surpresa.No começo do semestre, quando seu nome era sorteado, Miguel ficava receoso em pegar a plaquinha e se a educadora ou um amigo

, jogava no chão. Com o passar dos meses, aos poucos familiarizouidentificação e atualmente canta, gesticula e aprecia ajudar a professora na entrega da plaquinha

os pelo nome.

No dia a dia é natural vermos Miguel se expressando por meio da oralidadeada vez mais com clareza e as educadoras chama pelo apelido

Certa manhã, ao perceber que sua amiga chega com seu pai na sala do berçário, olha para ela se à Sabrina.

Se vamos para algum ambiente que não seja a nossa sala, diz animado: “Quando questionado sobre quem chegou para buscá-lo sorri entusiasmado e fala:

Depois que todos participam desse momento, guardamos as plaquinhas na caixa e cantamos cada dia uma canção. Desta forma as crianças ampliam suas relações, dançam juntos, dão as mãos,

aos outros, como também se envolvem em diferentes brincadeirasuma oportunidade de significar gestos de carinho, cuidado e respeito.

Dançar é prazeroso para Miguel, que ao ouvir uma música não hesita mexer o corpo para lá e tamos no dia a dia sabe cantar, atenta-se para o tempo

sua amiga para dançar. Ambos se divertem com os contratempos possíveis de uma dança em dupla. Mexe para cá, mexe para lá, desequilibram, apoiam-se um no outro e caem na

sairão de dentro da caixa surpresa.No começo do semestre, quando seu nome era a educadora ou um amigo entregasse em

, jogava no chão. Com o passar dos meses, aos poucos familiarizou-se com este recurso de identificação e atualmente canta, gesticula e aprecia ajudar a professora na entrega da plaquinha para

se expressando por meio da oralidade. O nome dos pelo apelido “Bia”,DéouDédé”, “Ari” e

chega com seu pai na sala do berçário, olha para ela

Se vamos para algum ambiente que não seja a nossa sala, diz animado: “deck, deck” ou o sorri entusiasmado e fala:

Depois que todos participam desse momento, guardamos as plaquinhas na caixa e cantamos cada dia uma canção. Desta forma as crianças ampliam suas relações, dançam juntos, dão as mãos,

, como também se envolvem em diferentes brincadeiras. É

Dançar é prazeroso para Miguel, que ao ouvir uma música não hesita mexer o corpo para lá e se para o tempo e acompanha a

se divertem com os contratempos possíveis de se um no outro e caem na

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No cotidiano, aprecia receber com abraços e carinh

escuta a música “Amigo, pode contar comigo, para o que der e

Em momentos de frustrações,

adulto para se acalmar. Nas situações de conflito, podede conviver em grupo. Utilizou variadasalegrias. Aos poucos tem demonstrado palguma atitudeque não foi bacana, sorri e olha para as quatro educadoras, a fim de validar sua mas ao perceber que todas sinalizampelo o que fez, rapidamente muda seu semblante e fica cabisbaixo.

Terminado a volta, nos acomodamos na escada para beber água nos copos. Miguel gosta de hidratar seu corpo, porém quando termina de beber a quantidade deseja, despeja água no chão ou nroupa e acha engraçado. Quando a educadora sinaliza: dizendo: “Bandeja!”.

Antes de participarmos do lanche, caminhamos para o lavatório, cantando “Lava uma mão, lava a outra, lava uma...”. Nesse momento, seja enquanto aguarda para lavar as mãos ou depois que termina, aproveita para se divertir, aperta a ponta da torneira e espir

aprecia receber com abraços e carinho os amigos que chegam escuta a música “Amigo, pode contar comigo, para o que der e vier...”, procura alguém para acariciar.

Em momentos de frustrações, às vezes fica chateado, chora e precisa dadulto para se acalmar. Nas situações de conflito, pode-se dizer que viveu com intensidade os desafios de conviver em grupo. Utilizou variadas ações para comunicar sobre os seus desejos, angustias e alegrias. Aos poucos tem demonstrado perceber o outro, pois nota-se que quando é sinalizado por

não foi bacana, sorri e olha para as quatro educadoras, a fim de validar sua sinalizam por meio de expressões faciais e de forma verbal

pelo o que fez, rapidamente muda seu semblante e fica cabisbaixo. Terminado a volta, nos acomodamos na escada para beber água nos copos. Miguel gosta de

hidratar seu corpo, porém quando termina de beber a quantidade deseja, despeja água no chão ou nroupa e acha engraçado. Quando a educadora sinaliza: “Quem terminou devolve o copo

Antes de participarmos do lanche, caminhamos para o lavatório, cantando “Lava uma mão, lava a outra, lava uma...”. Nesse momento, seja enquanto aguarda para lavar as mãos ou depois que termina, aproveita para se divertir, aperta a ponta da torneira e espirra água em seu corpo e em quem

o os amigos que chegam ao grupo e se ”, procura alguém para acariciar.

fica chateado, chora e precisa do acolhimento de um se dizer que viveu com intensidade os desafios

sobre os seus desejos, angustias e se que quando é sinalizado por

não foi bacana, sorri e olha para as quatro educadoras, a fim de validar sua postura, e de forma verbal, insatisfeitas

Terminado a volta, nos acomodamos na escada para beber água nos copos. Miguel gosta de hidratar seu corpo, porém quando termina de beber a quantidade deseja, despeja água no chão ou na

“Quem terminou devolve o copo na…”, finaliza

Antes de participarmos do lanche, caminhamos para o lavatório, cantando “Lava uma mão, lava a outra, lava uma...”. Nesse momento, seja enquanto aguarda para lavar as mãos ou depois que

ra água em seu corpo e em quem

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estiver por perto. Além disso, em situações como esta em que o grupo está fora da sala, desfruta da oportunidade de livre movimento, para ir até o galpão, mexer nas mochilas que estão no banheiro, ir para o Deck e observar os objetos e brinquedos que estão no corredor.

E quando todos finalizam a higienização, continuamos cantando “É hora de lanchar é hora de alegria...” até chegarmos ao refeitório. complemento e por último o suco. No mês de novembro acontece uma novidade para esse momento: descascar os pedaços de fruta para depois comer.

Após esse momento, seguimos novamente para o lavatório, nos organizamos e damos continuidade para uma manhã com mais vivências. Uma caixa, uma casa ou um esconderijo? Miguel não hesita e decide se achegar. Averigua o espaço, percebe que cabe lá dentro e ali resolve ficar. Maria Eduarda, interessada, contempla a nova moradia de seu amigo. Logo, Elizabeth se aproxima e parada o observa sentindo

Portas fechadas e lá no fundo Miguel olha atentamente para os seus amigos e educadoras, demonstrando desejo de se esconder. Não, espera, é preciso bisbilhotar! Quem está lá fora? Será que estão me vendo?

estiver por perto. Além disso, em situações como esta em que o grupo está fora da sala, desfruta da oportunidade de livre movimento, para ir até o galpão, mexer nas mochilas que estão no banheiro, ir

objetos e brinquedos que estão no corredor.

quando todos finalizam a higienização, continuamos cantando “É hora de lanchar é hora de ao refeitório. Com o pote em mãos o grupo aguarda pela fruta, depois o

por último o suco. No mês de novembro acontece uma novidade para esse momento: descascar os pedaços de fruta para depois comer.

Comer é prazeroso para Miguel. Suas opçõeamplastanto no lanche, quanto no almoço e é comum repetir a refeição. Nesse momento, possui necessidade de movimento, pois enquanto come ou aguarda a sobremesa, gosta de ficar em pé no banco, sobe na mesa e passa de um lado para o outro por trás dos amigos. Se a posição em que está sentado é na ponta do banco, sai do lugar e anda pelo refeitório.

Após esse momento, seguimos novamente para o lavatório, nos organizamos e damos continuidade para uma manhã com mais vivências.

Uma caixa, uma casa ou um esconderijo? Miguel não hesita e decide se achegar. Averigua o aço, percebe que cabe lá dentro e ali resolve ficar.

Maria Eduarda, interessada, contempla a nova moradia de seu amigo. Logo, Elizabeth se sentindo seu novo espaço.

Portas fechadas e lá no fundo Miguel olha atentamente para os seus amigos e educadoras, demonstrando desejo de se esconder. Não, espera, é preciso bisbilhotar! Quem está lá fora? Será que

estiver por perto. Além disso, em situações como esta em que o grupo está fora da sala, desfruta da oportunidade de livre movimento, para ir até o galpão, mexer nas mochilas que estão no banheiro, ir

quando todos finalizam a higienização, continuamos cantando “É hora de lanchar é hora de Com o pote em mãos o grupo aguarda pela fruta, depois o

por último o suco. No mês de novembro acontece uma novidade para esse momento:

é prazeroso para Miguel. Suas opções são nto no lanche, quanto no almoço e é comum refeição. Nesse momento, possui necessidade

de movimento, pois enquanto come ou aguarda a sobremesa, gosta de ficar em pé no banco, sobe na mesa e passa de um lado para o outro por trás dos amigos. Se a posição em que está sentado é na ponta

do lugar e anda pelo refeitório.

Após esse momento, seguimos novamente para o lavatório, nos organizamos e damos

Uma caixa, uma casa ou um esconderijo? Miguel não hesita e decide se achegar. Averigua o

Maria Eduarda, interessada, contempla a nova moradia de seu amigo. Logo, Elizabeth se

Portas fechadas e lá no fundo Miguel olha atentamente para os seus amigos e educadoras, demonstrando desejo de se esconder. Não, espera, é preciso bisbilhotar! Quem está lá fora? Será que

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Decide sair, sorri e feliz permanece acolá. Luca o encontra, abre e fecha a caixa, brinca de escondecontagiantes de gargalhadas eternizam o momento. Mais uma vez, Elizabeth senteacolhe os amigos para conversar, trocar e compartilhar brincadeir Quantas tentativas é preciso para se equilibrar? É certo que Miguel adquiriu incontáveis habilidades ao longo de vida. Cada progresso, novas conquistas e assim tem sido, pois aprecia movimentardia apropriar-se de elementos, a fim de testar novas possibilidades. Certo dia, bacias espalhadas pelo deck, despertam sua atenção. Inicia tentativas de manter em pé, apoia as mãos e depois os pés na beirada. Esforçasustentar. Dessa maneira, permanece na relação com a bacia, com tentativas, deslizes, desequilíbrios e equilíbrios.

orri e feliz permanece acolá. Luca o encontra, abre e fecha a caixa, brinca de esconde-esconde com seu parceiro. Minutos

contagiantes de gargalhadas eternizam o momento. Mais uma vez, Elizabeth senteacolhe os amigos para conversar, trocar e compartilhar brincadeiras.

Quantas tentativas é preciso para se equilibrar? É certo que Miguel adquiriu incontáveis habilidades ao longo dos seus um ano e nove meses

. Cada progresso, novas conquistas e assim tem sido, pois aprecia movimentarse de elementos, a fim de testar novas possibilidades.

Certo dia, bacias espalhadas pelo deck, despertam sua atenção. Inicia tentativas de em pé, apoia as mãos e depois os pés na beirada. Esforça-se mais um pouco e consegue se

sustentar. Dessa maneira, permanece na relação com a bacia, com tentativas, deslizes, desequilíbrios

esconde com seu parceiro. Minutos contagiantes de gargalhadas eternizam o momento. Mais uma vez, Elizabeth sente-se atraída e Miguel

dos seus um ano e nove meses . Cada progresso, novas conquistas e assim tem sido, pois aprecia movimentar-se e no dia a

Certo dia, bacias espalhadas pelo deck, despertam sua atenção. Inicia tentativas de se se mais um pouco e consegue se

sustentar. Dessa maneira, permanece na relação com a bacia, com tentativas, deslizes, desequilíbrios

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O cotidiano desafia oportunidades inusitadas, cheias de mistérios e tensão. O que é isso? Convidado a participar da proposta de modelagem, Miguel demonstra estranhamento ao olhar para a argila disposta sobre o círculo de madeirmantém resistênciase envolver com o material A educadora ao observar a sua reação, decide disponibilizar palitos de sorvete a fim de possibilitar o contato. Assim, cautelosamente Miguel pega o palito e o afunda na argila, logo dededos. Sente-se animado e indica prazer com o que aparentemente era algo desconhecido e ao mesmo tempo novo em seu repertório de experimentos. causando impactos, desperta sensações e reações enquanto a manuseia.

No entanto, outro riscador parece ser mais aprazível para ele. Quando a professora informa que o grupo fará pintura, sorri animado e aguarda com expectativa pela atividadepintura! ”. No encontro com a tinta guache, encantaesponja e outras diferentes ferramentas, percebe as marcas em suportes variados. A pintura se estende para o corpo. A vivacidade do riscador é convidativa e experimentapor ele seja na pele ou de maneira oral.

O cotidiano desafia oportunidades inusitadas, cheias de mistérios e tensão.

Convidado a participar da proposta de modelagem, Miguel demonstra estranhamento ao olhar para a argila disposta sobre o círculo de madeira. Inicialmente, recusa to

se envolver com o material. A educadora ao observar a sua reação, decide disponibilizar palitos de sorvete a fim de

possibilitar o contato. Assim, cautelosamente Miguel pega o palito e o afunda na argila, logo dese animado e indica prazer com o que aparentemente era algo desconhecido e ao

mesmo tempo novo em seu repertório de experimentos. E a argila, pegajosa como é, continua causando impactos, desperta sensações e reações enquanto a manuseia.

No entanto, outro riscador parece ser mais aprazível para ele. Quando a professora informa que o grupo fará pintura, sorri animado e aguarda com expectativa pela atividade

No encontro com a tinta guache, encanta-se pelas cores e por meio do pincel, rolinho, esponja e outras diferentes ferramentas, percebe as marcas em suportes variados.

A pintura se estende para o corpo. A vivacidade do riscador é convidativa e experimentaseja na pele ou de maneira oral.

O cotidiano desafia oportunidades inusitadas, cheias de mistérios e tensão.

Convidado a participar da proposta de modelagem, Miguel demonstra estranhamento ao a. Inicialmente, recusa tocar, expressa aflição e

A educadora ao observar a sua reação, decide disponibilizar palitos de sorvete a fim de possibilitar o contato. Assim, cautelosamente Miguel pega o palito e o afunda na argila, logo depois os

se animado e indica prazer com o que aparentemente era algo desconhecido e ao E a argila, pegajosa como é, continua

No entanto, outro riscador parece ser mais aprazível para ele. Quando a professora informa que o grupo fará pintura, sorri animado e aguarda com expectativa pela atividade, dizendo: “Pintura,

se pelas cores e por meio do pincel, rolinho, esponja e outras diferentes ferramentas, percebe as marcas em suportes variados.

A pintura se estende para o corpo. A vivacidade do riscador é convidativa e experimentada

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Na atividade de pintura no plástico bolha, enquanto molha o rolinho com tinta, percebe o corpo da educadora e inicia sua arte, desliza a ferramenta sob as mãos e o pulso, divertindo-se com as marcas e cores que avivam na pele de Ariane.

E as histórias continuam...

“Praia, Praia” assim o grupo canta enquanto se direciona para praia do maternal. Ao chegar no espaço reservado para grupo, Miguel se envolve com baldes e pazinhas. Lança-os

para dentro do tanque vermelho com água, entra e se agrada com a possibilidade de brincar no “mar”.

Com o pote verde na mão, brinca de enchê-lo e despeja toda água em seu corpo. A temperatura da água é diferente! Entusiasmado, sorri, mexe o corpo e permanece na investigação da relação da água e as sensações que ela causa, a partir de uma nova experiência.

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Pelos caminhos do Maternal contamos histórias de brincadeira, exploração e conhecimento. Criamos vínculos de amizade, de afeto e confiança com os amigos e os adultos que nos acompanharam nesse percurso. Tivemos muitos desafios, assim como também, incontáveis aprendizagens que vamos levar para a vida. Agora, estamos prontos para percorrer novos caminhos, criar novos vínculos e aprender coisas novas.

Como professora, agradeço por cada dia no Maternal 1, por cada abraço e sorriso. Agradeço as famílias pelo carinho e confiança, pelas conversas, parcerias e trocas. Desejo que cada uma das “cem linguagens” permaneça viva na vida do Miguel e assim ele cresça descobrindo o que há de mais belo e sensível no mundo!

Profª Beatriz Cruz Gabaci Profª Rafaela Aline de Freitas Bley

Coordenadora Márcia Monteiro Alves Equipe Maternal Dezembro/2016

A criança é feita de cem

A criança é feita de cem. A criança tem cem mãos, cem pensamentos, cem modos de pensar,

de jogar e de falar. Cem, sempre cem modos de escutar as maravilhas de amar.

Cem alegrias para cantar e compreender. Cem mundos para descobrir.

Cem mundos para inventar. Cem mundos para sonhar.

(LorisMalaguzzi)