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Santa Catarina se prepara para suspender o sistema de substituição tributária dos pro- dutos industriais, modelo atual que concentra o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na própria indústria ou impor- tador. O processo de mudança será gradativo, iniciando em abril e finalizando em junho. A decisão pioneira do governo ca- tarinense é motivada por dois fatores principais. O primeiro deles é o enten- dimento recente do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o contribuinte tem o direito de receber, em determinados casos, a diferença do tributo recolhido. Isso ocorre quando o produto é vendido por um valor menor do que o presumido (base de cál- culo). Por se tratar de um pro- cedimento altamente complexo, muitas vezes o preço praticado na venda difere do previsto, quando o produto saiu da indús- tria. Em Santa Catarina, o valor de ressarcimento solicitado che- ga aos R$ 70 milhões. O segundo ponto que motiva a mudança é o esforço do governo do Estado em criar um ambiente mais atrativo ao setor industrial. Isso porque, realizar o cálculo da substituição tributária em cada etapa da cadeia de comercializa- ção, da produção ao consumidor final, torna o processo oneroso, aumentando os custos e afetan- do a competitividade. A medida está sendo come- morada pelo setor industrial. O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catari- na (Fiesc), Glauco José Côrte, afirma que a entidade sempre posicionou-se contrária ao sis- tema de substituição tributária. Ao longo do tempo, diz ele, inú- meros produtos foram sendo incorporados nessa sistemática, dificultando cada vez mais o cál- culo. Atualmente são cerca de 50 mil itens enquadrados nessa sistemática. A expectativa é de que, após a mudança, esse nú- mero fique reduzido a aproxi- madamente 100. Combustíveis, cigarros, bebidas e automóveis permanecem na lista. “É uma grande notícia para a indústria. É extremamente positivo res- tabelecer a condição anterior”, disse Côrte. Regulamentação As mudanças foram regula- mentadas por meio da Medida Provisória 219/2018, editada pelo governador em exercício, Eduardo Pinho Moreira, alte- rando a legislação estadual que dispõe sobre o ICMS. Na prática, a MP cria condições legais para o ressarcimento ou recolhimen- to do imposto devido por substi- tuição tributária (ICMS) até a sa- ída definitiva dessa sistemática. O texto entrou em tramitação na Assembleia Legislativa no dia 6 de março. Os deputados terão 60 dias, prorrogáveis automati- camente por mais 60 dias, para votá-la e transformá-la em lei, ou então derrubar a medida. Conforme a assessoria da Se- cretaria de Estado da Fazenda, produtos alimentícios, materiais de limpeza e utilidades domés- ticas serão os primeiros itens a serem atingidos pelo fim da substituição. O secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, antecipa que outras medidas igualmen- te prevendo a redução da carga tributária da cadeia produtiva poderão ser tomadas em breve. Destaque para alterações na alí- quota de ICMS para vendas in- ternas, que deve passar de 17% para 12%. A medida valeria, por exemplo, para compra de maté- ria-prima e insumos utilizados pela indústria. Segundo o pre- sidente da Fiesc, Glauco Côrte, esta é outra reivindicação histó- rica da Federação. SC Medida faz parte de um conjunto de ações para a desoneração da indústria catarinense. Governo também sinaliza à redução da alíquota interna do imposto TRIBUTAÇÃO RCN - 461 | Edição de Março 2018 | Semana III | www.rcnonline.com.br Santa Catarina abandona modelo de substituição tributária do ICMS FIESC/PLINIO BORDIN Iniciativa do governo catarinense, pioneira entre os estados, foi comemorada pelo setor industrial. Assessoria de Imprensa FIESC: (48) 3231 4670 www.fiesc.com.br w f Movimento pela Educação amplia ações de voluntariado Mais catarinenses devem contribuir de forma voluntária com a causa da educação. O Movimento Santa Catarina pela Educação assinou em março termo de cooperação com a Fundação Hermon e com as lojas maçônicas do Estado para ampliar as ações do projeto Eu Voluntário: deixando o meu legado. Pelo segundo ano, FIESC é reconhecida em desenvolvimento associativo A FIESC é líder na promoção do desenvolvimento associativo no País, pelo segundo ano consecutivo em ranking da Confederação Nacional da Indústria (CNI), feito a partir de consulta à Rede de Desenvolvimento Associativo (RDA), composta por técnicos e gestores do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), executado pelas federações de in- dústria do Brasil. O troféu foi entregue em março, durante o 22º Encontro da RDA em Brasília. FIESC capacita entidades sobre incentivos fiscais Profissionais do Educandário Santa Catarina e da Fundação Vidal Ramos participaram em março, na FIESC, de uma capacitação para abordar o uso de incentivos fiscais. A capacita- ção faz parte do Fundo Social, pro- jeto que a Federação conduz por meio do SESI e que estimula a cul- tura de uso dos incentivos fiscais.

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Santa Catarina se prepara para suspender o sistema de substituição tributária dos pro-dutos industriais, modelo atual que concentra o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na própria indústria ou impor-tador. O processo de mudança será gradativo, iniciando em abril e finalizando em junho. A decisão pioneira do governo ca-tarinense é motivada por dois fatores principais.

O primeiro deles é o enten-dimento recente do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o contribuinte tem o direito de receber, em determinados casos, a diferença do tributo recolhido. Isso ocorre quando o produto é vendido por um valor menor do que o presumido (base de cál-culo). Por se tratar de um pro-cedimento altamente complexo, muitas vezes o preço praticado na venda difere do previsto, quando o produto saiu da indús-tria. Em Santa Catarina, o valor de ressarcimento solicitado che-ga aos R$ 70 milhões.

O segundo ponto que motiva a mudança é o esforço do governo do Estado em criar um ambiente mais atrativo ao setor industrial. Isso porque, realizar o cálculo da substituição tributária em cada

etapa da cadeia de comercializa-ção, da produção ao consumidor final, torna o processo oneroso, aumentando os custos e afetan-do a competitividade.

A medida está sendo come-morada pelo setor industrial. O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catari-na (Fiesc), Glauco José Côrte, afirma que a entidade sempre posicionou-se contrária ao sis-tema de substituição tributária. Ao longo do tempo, diz ele, inú-meros produtos foram sendo incorporados nessa sistemática, dificultando cada vez mais o cál-culo.

Atualmente são cerca de 50 mil itens enquadrados nessa sistemática. A expectativa é de que, após a mudança, esse nú-mero fique reduzido a aproxi-madamente 100. Combustíveis, cigarros, bebidas e automóveis permanecem na lista. “É uma grande notícia para a indústria. É extremamente positivo res-tabelecer a condição anterior”, disse Côrte.

Regulamentação

As mudanças foram regula-mentadas por meio da Medida Provisória 219/2018, editada pelo governador em exercício, Eduardo Pinho Moreira, alte-

rando a legislação estadual que dispõe sobre o ICMS. Na prática, a MP cria condições legais para o ressarcimento ou recolhimen-to do imposto devido por substi-tuição tributária (ICMS) até a sa-ída definitiva dessa sistemática. O texto entrou em tramitação na Assembleia Legislativa no dia 6 de março. Os deputados terão 60 dias, prorrogáveis automati-camente por mais 60 dias, para votá-la e transformá-la em lei, ou então derrubar a medida.

Conforme a assessoria da Se-cretaria de Estado da Fazenda, produtos alimentícios, materiais de limpeza e utilidades domés-ticas serão os primeiros itens a serem atingidos pelo fim da substituição.

O secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, antecipa que outras medidas igualmen-te prevendo a redução da carga tributária da cadeia produtiva poderão ser tomadas em breve. Destaque para alterações na alí-quota de ICMS para vendas in-ternas, que deve passar de 17% para 12%. A medida valeria, por exemplo, para compra de maté-ria-prima e insumos utilizados pela indústria. Segundo o pre-sidente da Fiesc, Glauco Côrte, esta é outra reivindicação histó-rica da Federação.

SC

Medida faz parte de um conjunto de ações para a desoneração da indústria catarinense. Governo também sinaliza à redução da alíquota interna do imposto

TRIBUTAÇÃO

RCN - 461 | Edição de Março 2018 | Semana III | www.rcnonline.com.br

Santa Catarina abandona modelo de substituição tributária do ICMS

FIESC/PLINIO BORDIN

Iniciativa do governo catarinense, pioneira entre os estados, foi comemorada pelo setor industrial.

Assessoria de Imprensa FIESC: (48) 3231 4670 www.� esc.com.br w f

Movimento pela Educação amplia ações de voluntariado

Mais catarinenses devem contribuir

de forma voluntária com a causa

da educação. O Movimento Santa

Catarina pela Educação assinou em

março termo de cooperação com a

Fundação Hermon e com as lojas

maçônicas do Estado para ampliar

as ações do projeto Eu Voluntário:

deixando o meu legado.

Pelo segundo ano, FIESC é reconhecida em desenvolvimento associativo

A FIESC é líder na promoção do desenvolvimento associativo no País,

pelo segundo ano consecutivo em ranking da Confederação Nacional

da Indústria (CNI), feito a partir de consulta à Rede de Desenvolvimento

Associativo (RDA), composta por técnicos e gestores do Programa de

Desenvolvimento Associativo (PDA), executado pelas federações de in-

dústria do Brasil. O troféu foi entregue em março, durante o 22º Encontro

da RDA em Brasília.

FIESC capacita entidades sobre incentivos fiscais

Profissionais do Educandário Santa

Catarina e da Fundação Vidal Ramos

participaram em março, na FIESC,

de uma capacitação para abordar o

uso de incentivos fiscais. A capacita-

ção faz parte do Fundo Social, pro-

jeto que a Federação conduz por

meio do SESI e que estimula a cul-

tura de uso dos incentivos fiscais.