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DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃO Ano V – nº 102 Disponibilização: quinta-feira, 06 de maio de 2010 – Porto Alegre/RS TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO PUBLICAÇÕES JUDICIAIS SECRETARIA DO PLENÁRIO, CORTE ESPECIAL E SEÇÕES TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO Boletim Nro 72/2010 Secretaria do Plenário, Corte Especial e Seções 00001 QUESTÃO DE ORDEM NO PROCED. INVESTIGATÓRIO DO MP (PEÇAS DE INFORMAÇÃO) Nº 2009.04.00.009433-2/PR RELATOR : Des. Federal PAULO AFONSO BRUM VAZ AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL EMENTA PENAL. ARTIGO 168-A DO CÓDIGO PENAL. OMISSÃO NO RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. OPÇÃO POR REGIME DE PARCELAMENTO. LEI N.º 11.941/2009. 'REFIS DA CRISE'. SUSPENSÃO DA PUNIBILIDADE E DO CURSO PRESCRICIONAL. A simples adesão ao regime de parcelamento instituído pela Lei n.º 11.941/2009 implica a suspensão da punibilidade e do curso do respectivo prazo prescricional, ao menos precariamente, até que se torne definitiva a situação do crédito em face da manifestação da autoridade tributária na fase de consolidação. Inteligência do parágrafo único do artigo 1º da Portaria Conjunta PGFN/RFB n.º 13/2009, que determina a retroação dos efeitos do deferimento do benefício à data do requerimento de adesão. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 4ª Seção do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, acolher questão de ordem para declarar a suspensão da pretensão punitiva da respectiva prescrição, determinando o sobrestamento do feito, nos termos do relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Porto Alegre, 15 de abril de 2010. TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO Expediente SPLE Nro 76/2010 Secretaria do Plenário, Corte Especial e Seções AUTOS COM DESPACHO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA Nº 2006.04.00.027126-5/RS DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4º REGIÃO 1 / 1234

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DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIOAno V n 102 Disponibilizao: quinta-feira, 06 de maio de 2010 Porto Alegre/RS

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

PUBLICAES JUDICIAIS

SECRETARIA DO PLENRIO, CORTE ESPECIAL E SEES

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIOBoletim Nro 72/2010

Secretaria do Plenrio, Corte Especial e Sees

00001 QUESTO DE ORDEM NO PROCED. INVESTIGATRIO DO MP (PEAS DE INFORMAO) N

2009.04.00.009433-2/PR

RELATOR : Des. Federal PAULO AFONSO BRUM VAZ

AUTOR : MINISTRIO PBLICO FEDERAL

EMENTA

PENAL. ARTIGO 168-A DO CDIGO PENAL. OMISSO NO RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIO PREVIDENCIRIA.

OPO POR REGIME DE PARCELAMENTO. LEI N. 11.941/2009. 'REFIS DA CRISE'. SUSPENSO DA PUNIBILIDADE E

DO CURSO PRESCRICIONAL.

A simples adeso ao regime de parcelamento institudo pela Lei n. 11.941/2009 implica a suspenso da punibilidade e do curso do

respectivo prazo prescricional, ao menos precariamente, at que se torne definitiva a situao do crdito em face da manifestao da

autoridade tributria na fase de consolidao. Inteligncia do pargrafo nico do artigo 1 da Portaria Conjunta PGFN/RFB n.

13/2009, que determina a retroao dos efeitos do deferimento do benefcio data do requerimento de adeso.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 4 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por unanimidade, acolher questo de ordem para declarar a suspenso da pretenso punitiva da respectiva prescrio,

determinando o sobrestamento do feito, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo parte integrante do

presente julgado.

Porto Alegre, 15 de abril de 2010.

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIOExpediente SPLE Nro 76/2010

Secretaria do Plenrio, Corte Especial e Sees

AUTOS COM DESPACHOCUMPRIMENTO DE SENTENA N 2006.04.00.027126-5/RS

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 1 / 1234

http://www.trf4.gov.br/

RELATORA : Des. Federal MARIA DE FTIMA FREITAS LABARRRE

EXEQUENTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

EXECUTADO : TRANSTECH ENG/ E INSPECAO S/C

ADVOGADO : Ahmad Mohamad El-Tasse

: Eurolino Sechinel dos Reis

DECISO

Trata-se de pedido de reconsiderao do despacho que condenou a executada ao pagamento da multa prevista no art. 475-J do CPC

(fls. 410/411).

Em petio juntada s fls. 384/386 a Unio (Fazenda Nacional) requereu a intimao da parte executada, para efetuar o pagamento

dos honorrios advocatcios a que foi condenada, conforme acrdo das fls. 317/322.

Procedida a intimao para o pagamento dos honorrios em 17.11.2009 a executada apresenta petio requerendo a concesso do

prazo de 90 (noventa) dias prazo para o pagamento (fls. 391/396).

Intimada, a Unio (Fazenda Nacional) manifesta sua desconformidade com o pedido, alegando falta de amparo legal, bem como

requer a aplicao da multa prevista no art. 475-J (fls. 401/402).

s fls. 404 foi determinada a expedio de carta de ordem para citao e penhora de bens da executada, suficientes para garantir o

pagamento dos honorrios advocatcios a que foi condenada, acrescidos do valor da multa.

A multa em questo incide sobre o total do dbito ou do saldo, quando houver pagamento parcial, e decorre do inadimplemento. No

tem cunho de direito material, mas legal. Sua incidncia ope legis e no depende de ato ou da vontade do juiz. Incide "de forma

automtica caso o devedor no efetue o pagamento no prazo concedido em lei", como manifesta o ex-Ministro Athos Gusmo

Carneiro, em artigo na REVISTA AJURIS N 102, p.63, junho/2006.

Ainda, conforme Acrdo proferido pelo Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul :

"AGRAVO INTERNO. DECISO MONOCRTICA QUE NEGOU SEGUIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

CUMPRIMENTO DA SENTENA. ART. 475-J DO CPC. MULTA. IMPOSIO LEGAL.

A multa prevista no art. 475-J do CPC, com a redao dada pela Lei n 11.232/2005, configura-se como medida coercitiva ope

legis. O descumprimento da obrigao reconhecida na sentena condenatria enseja, independente de pedido da parte credora, a

incidncia da penalidade prevista em lei. A medida no tem sua aplicao sujeita ao arbtrio do juiz, visto que a norma taxativa

ao impor a incidncia da multa no caso de no pagamento, no sendo faculdade do magistrado aplic-la, ou mesmo deliberar

acerca do percentual a ser imposto. Agravo Interno n 70016938706, Relator Desembargador Andr Luiz Planella Villarinho"."

Ante o exposto, indefiro o pedido de reconsiderao. D-se prosseguimento ao feito.

Intimem-se.

Porto Alegre, 26 de abril de 2010.

AO RESCISRIA N 2002.04.01.025292-4/RS

RELATORA : Des. Federal MARIA DE FTIMA FREITAS LABARRRE

AUTOR : BRIGIDA MARCA DUARTE e outros

ADVOGADO : Jorge Py Moreira do Couto e Silva e outros

REU : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF

ADVOGADO : Luiz Carlos Krammer e outros

DESPACHO

Diga a parte autora, Brigida Marca Duarte e outros, sobre a petio da fl.768.

Porto Alegre, 03 de maio de 2010.

CONFLITO DE COMPETNCIA N 2008.04.00.037406-3/SC

RELATOR : Des. Federal FERNANDO QUADROS DA SILVA

PARTE AUTORA : PAULO JOSE BITTENCOURT

ADVOGADO : Sandro Spricigo e outro

PARTE R : ESTADO DE SANTA CATARINA

ADVOGADO : Celia Iraci da Cunha

PARTE R : UNIO FEDERAL

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 2 / 1234

http://www.trf4.gov.br/

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Unio

SUSCITANTE : JUZO FEDERAL DA 02A VARA FEDERAL DE CHAPEC

SUSCITADO : JUZO SUBSTITUTO DA VARA JEF CVEL DE CHAPEC

DECISO

Trata-se de conflito de competncia entre o Juzo Especial Federal Cvel e o Juzo Federal, no qual se pretende determinar qual o

competente para processar e julgar ao na qual se busca o fornecimento de medicamentos, materiais, exames ou a prestao de

tratamento mdico pelo Sistema nico de Sade.

O Juizado Especial Federal aponta sua incompetncia com lastro no argumento de que seria incabvel a interveno de terceiros no

mbito desse rgo, a existncia de pessoas que no possuem capacidade para ser parte nos JEF Cveis e a discusso acerca da

validade de ato administrativo. O Juzo Federal, por sua vez, alega que a competncia do Juizado Especial Federal, seja pelo valor

da causa, seja pela menor complexidade da causa, alm de inexistir bice legal para a formao de litisconsrcio passivo necessrio

nas demandas manejadas com o referido escopo.

o breve relatrio.

DECIDO.

A jurisprudncia desta Corte j se pronunciou sobre a matria:

"VOTO

A douta representao do Ministrio Pblico Federal nesta instncia, em seu parecer de fls. 108/109, assim se pronunciou:

"2. Com razo o MM. Juzo suscitante ao sustentar a competncia do MM. Juzo Federal da 2 Vara Federal de Florianpolis - SC

para processar e julgar a ao.

Nos termos do artigo 6 da Lei n. 10.259/2001, podem ser rs no Juizado Especial Cvel a Unio, as autarquias, as fundaes e as

empresas pblicas federais, o que demonstra a inteno em se manter a competncia dos Juizados Especiais Federais Cveis, no

obstante a presena desses entes como sujeitos passivos na ao. Verifica-se, portanto, inexistir bice formao de litisconsrcio

no mbito dos Juizados Especiais, desde que se mantenha no plo passivo da demanda uma das pessoas indicadas no artigo 6

acima referido.

Todavia, no presente caso o autor ajuizou a ao to somente contra o Municpio de So Jos - SC, sendo que posteriormente este

requereu o chamamento ao processo da Unio e do Estado de Santa Catarina.

Ao contrrio do sustentado pelo MM. Juzo suscitado, no se trata de hiptese de litisconsrcio passivo necessrio. Isso porque o

objeto da ao trata do fornecimento de medicamentos autora e, de acordo com o artigo 196 da CRFB, a sade constitui dever de

todos os entes da Federao, de modo que desse imperativo constitucional resulta a solidariedade entre os entes federativos em

prestar o servio pblico de sade. Contudo, tal solidariedade no implica a formao de litisconsrcio passivo necessrio,

podendo a parte ajuizar a demanda contra um ou todos os entes federados; por outro lado, com fulcro nessa solidariedade,

possvel ao ente federativo demandado requerer o chamamento ao processo dos demais coobrigados, nos termos do artigo 77,

inciso III, do CPC.

Portanto, embora o valor da causa originria sob comento se encontre dentro do limite estabelecido pelo artigo 3 da Lei n.

10.259/2001, inexiste competncia do Juizado Especial Cvel Federal para apreciar a ao, conforme previsto no artigo 10 da Lei

n. 9.099/1995, que veda a interveno de terceiros no Juizado Especial Cvel, aplicvel por fora do artigo 1 da Lei n.

10.259/2001.

Em face da incompetncia do Juizado Especial Federal Cvel apreciar o chamamento ao processo requerido na ao orginria,

esta deve ser processada e julgada perante o MM. Juzo suscitado."

Esse pronunciamento deve ser ratificado, convertendo-se em razo de decidir.

Ante o exposto, voto por acolher o conflito negativo de competncia para declarar competente o juzo suscitado.

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETNCIA. ACOLHIMENTO.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 3 / 1234

http://www.trf4.gov.br/

Conflito negativo de competncia acolhido para declarar competente o juzo suscitado (CC 2009.04.00.041041-2/SC, 2 Seo, Rel.

Des. Federal Valdemar Capeletti, D.E. 18-01-2010).

Quanto alegao de que a demanda busca anular ou cancelar ato administrativo federal, mister considerar que esse no o

provimento jurisdicional buscado pela parte, mas sim o fornecimento de medicamentos, materiais, exames ou a prestao de

tratamento mdico pelo Sistema nico de Sade.

Ante o exposto, com fulcro no art. 120, nico do CPC, desacolho o presente conflito, fixando a competncia do juzo suscitante

(Juzo Federal da 2 Vara de Chapec-SC).

Intime-se.

Porto Alegre, 26 de abril de 2010.

CONFLITO DE COMPETNCIA N 2008.04.00.037423-3/SC

RELATOR : Des. Federal FERNANDO QUADROS DA SILVA

PARTE AUTORA : VINICIUS ANTONIO BASSO

ADVOGADO : Fernando Jose De Marco e outros

PARTE R : ESTADO DE SANTA CATARINA

ADVOGADO : Daniel Rodriguez Teodoro da Silva

PARTE R : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Unio

SUSCITANTE : JUZO FEDERAL DA 02A VARA FEDERAL DE CHAPEC

SUSCITADO : JUZO SUBSTITUTO DA VARA JEF CVEL DE CHAPEC

DECISO

Trata-se de conflito de competncia entre o Juzo Especial Federal Cvel e o Juzo Federal, no qual se pretende determinar qual o

competente para processar e julgar ao na qual se busca o fornecimento de medicamentos, materiais, exames ou a prestao de

tratamento mdico pelo Sistema nico de Sade.

O Juizado Especial Federal aponta sua incompetncia com lastro no argumento de que seria incabvel a interveno de terceiros no

mbito desse rgo, a existncia de pessoas que no possuem capacidade para ser parte nos JEF Cveis e a discusso acerca da

validade de ato administrativo. O Juzo Federal, por sua vez, alega que a competncia do Juizado Especial Federal, seja pelo valor

da causa, seja pela menor complexidade da causa, alm de inexistir bice legal para a formao de litisconsrcio passivo necessrio

nas demandas manejadas com o referido escopo.

o breve relatrio.

DECIDO.

A jurisprudncia desta Corte j se pronunciou sobre a matria:

"VOTO

A douta representao do Ministrio Pblico Federal nesta instncia, em seu parecer de fls. 108/109, assim se pronunciou:

"2. Com razo o MM. Juzo suscitante ao sustentar a competncia do MM. Juzo Federal da 2 Vara Federal de Florianpolis - SC

para processar e julgar a ao.

Nos termos do artigo 6 da Lei n. 10.259/2001, podem ser rs no Juizado Especial Cvel a Unio, as autarquias, as fundaes e as

empresas pblicas federais, o que demonstra a inteno em se manter a competncia dos Juizados Especiais Federais Cveis, no

obstante a presena desses entes como sujeitos passivos na ao. Verifica-se, portanto, inexistir bice formao de litisconsrcio

no mbito dos Juizados Especiais, desde que se mantenha no plo passivo da demanda uma das pessoas indicadas no artigo 6

acima referido.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 4 / 1234

http://www.trf4.gov.br/

Todavia, no presente caso o autor ajuizou a ao to somente contra o Municpio de So Jos - SC, sendo que posteriormente este

requereu o chamamento ao processo da Unio e do Estado de Santa Catarina.

Ao contrrio do sustentado pelo MM. Juzo suscitado, no se trata de hiptese de litisconsrcio passivo necessrio. Isso porque o

objeto da ao trata do fornecimento de medicamentos autora e, de acordo com o artigo 196 da CRFB, a sade constitui dever de

todos os entes da Federao, de modo que desse imperativo constitucional resulta a solidariedade entre os entes federativos em

prestar o servio pblico de sade. Contudo, tal solidariedade no implica a formao de litisconsrcio passivo necessrio,

podendo a parte ajuizar a demanda contra um ou todos os entes federados; por outro lado, com fulcro nessa solidariedade,

possvel ao ente federativo demandado requerer o chamamento ao processo dos demais coobrigados, nos termos do artigo 77,

inciso III, do CPC.

Portanto, embora o valor da causa originria sob comento se encontre dentro do limite estabelecido pelo artigo 3 da Lei n.

10.259/2001, inexiste competncia do Juizado Especial Cvel Federal para apreciar a ao, conforme previsto no artigo 10 da Lei

n. 9.099/1995, que veda a interveno de terceiros no Juizado Especial Cvel, aplicvel por fora do artigo 1 da Lei n.

10.259/2001.

Em face da incompetncia do Juizado Especial Federal Cvel apreciar o chamamento ao processo requerido na ao orginria,

esta deve ser processada e julgada perante o MM. Juzo suscitado."

Esse pronunciamento deve ser ratificado, convertendo-se em razo de decidir.

Ante o exposto, voto por acolher o conflito negativo de competncia para declarar competente o juzo suscitado.

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETNCIA. ACOLHIMENTO.

Conflito negativo de competncia acolhido para declarar competente o juzo suscitado (CC 2009.04.00.041041-2/SC, 2 Seo, Rel.

Des. Federal Valdemar Capeletti, D.E. 18-01-2010).

Quanto alegao de que a demanda busca anular ou cancelar ato administrativo federal, mister considerar que esse no o

provimento jurisdicional buscado pela parte, mas sim o fornecimento de medicamentos, materiais, exames ou a prestao de

tratamento mdico pelo Sistema nico de Sade.

Ante o exposto, com fulcro no art. 120, nico do CPC, desacolho o presente conflito, fixando a competncia do juzo suscitante

(Juzo Federal da 2 Vara de Chapec-SC).

Intime-se.

Porto Alegre, 20 de abril de 2010.

AO RESCISRIA N 2009.04.00.020476-9/SC

RELATOR : Des. Federal LVARO EDUARDO JUNQUEIRA

AUTOR : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

REU : ALUTEC IND/ DE FUNDIO LTDA/

ADVOGADO : Marcelo Almeida Tamaoki e outros

DESPACHO

Presentes os pressupostos de existncia e vlido desenvolvimento da relao processual e tratando-se de matria de direito,

inexistindo provas a serem produzidas, dou por encerrada a instruo, na esteira de precedente do Superior Tribunal de Justia (EAR

n 729/PB, Primeira Seo, DJ 12/11/2001), restando dispensada a apresentao das razes finais.

Remetam-se os autos ao Ministrio Pblico Federal para elaborao de parecer conclusivo. Aps, voltem os autos conclusos para o

julgamento do mrito da presente ao rescisria.

Intimem-se.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 5 / 1234

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Porto Alegre, 14 de abril de 2010.

CONFLITO DE COMPETNCIA N 2009.04.00.044737-0/SC

RELATOR : Des. Federal FERNANDO QUADROS DA SILVA

PARTE AUTORA : ANTONIO FRANCISCO CARDOSO

ADVOGADO : Defensoria Pblica da Unio

PARTE R : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Unio

PARTE R : ESTADO DE SANTA CATARINA

ADVOGADO : Adriano Zanotto

PARTE R : MUNICPIO DE FLORIANOPOLIS/SC

ADVOGADO : Lilia Alexandrina da Silva Maryama

SUSCITANTE : JUZO FEDERAL DA 01A VARA FEDERAL DE FLORIANPOLIS

SUSCITADO : JUZO SUBSTITUTO DA VARA JEF CVEL DE FLORIANPOLIS

DECISO

Trata-se de conflito de competncia entre o Juzo Especial Federal Cvel e o Juzo Federal, no qual se pretende determinar qual o

competente para processar e julgar ao na qual se busca o fornecimento de medicamentos, materiais, exames ou a prestao de

tratamento mdico pelo Sistema nico de Sade.

O Juizado Especial Federal aponta sua incompetncia com lastro no argumento da complexidade da causa (necessidade de percia),

por no possurem o Estado e o Municpio legitimidade para figurar no plo passivo das aes no JEF, bem como em face da norma

cogente que veda a interveno de terceiros nos Juizados Especiais. O Juzo Federal, por sua vez, alega que a competncia do

Juizado Especial Federal, seja pelo valor da causa, seja pela menor complexidade da matria, alm de inexistir bice legal para a

formao de litisconsrcio passivo necessrio nas demandas manejadas com o referido escopo.

o breve relatrio.

DECIDO.

A controvrsia foi bem solvida em caso semelhante pelo ilustre representante do Ministrio Pblico Federal nos autos do conflito de

competncia 2009.04.00.041026-6/SC, razo pela qual adoto seu parecer como razo de decidir:

"(...) 2. Com razo o MM. Juzo suscitante ao sustentar a competncia do MM. Juizado Especial Federal Cvel da Seo Judiciria

de Florianpolis-SC para processar e julgar a ao.

Nos termos do artigo 6 da Lei n. 10.259/2001, podem ser rs no Juizado Especial Cvel a Unio, as autarquias, as fundaes e as

empresas pblicas federais, o que demonstra a inteno em se manter a competncia dos Juizados Especiais Federais Cveis, no

obstante a presena desses entes como sujeitos passivos na ao. Verifica-se, portanto, inexistir bice formao de litisconsrcio

no mbito dos Juizados Especiais, desde que se mantenha no plo passivo da demanda uma das pessoas indicadas no artigo 6

acima referido, como no presente caso.

Com efeito, a autora ajuizou a ao, visando ao fornecimento de medicao para o tratamento de sua sade, contra a Unio, o

Estado de Santa Catarina e o Municpio Florianpolis-SC. A formao de litisconsrcio passivo entre os entes federativos

encontra-se em consonncia com o entendimento jurisprudencial majoritrio segundo o qual, de acordo com o artigo 196 da CRFB,

a sade constitui dever de todos os entes da Federao, de modo que desse imperativo constitucional resulta a solidariedade entre

os entes federativos em prestar o servio pblico de sade. Assim, diante do litisconsrcio passivo entre os trs entes federativos,

plenamente vivel seja a ao processada perante o Juizado Especial Federal.

Portanto, considerando que o valor da causa da ao originria sob comento se encontra dentro do limite estabelecido pelo artigo

3 da lei n. 10.259/2001, competente o Juizado Especial Cvel Federal para apreciar a ao.

Cabe atentar que a competncia do Juizado Especial Civil mantida mesmo diante da necessidade de eventual produo de prova

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 6 / 1234

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pericial, conforme previsto no artigo 12 da Lei n. 10.259/2001.

Acerca da matria, o precedente do Egrgio Superior Tribunal de Justia cuja ementa segue transcrita:

CONFLITODE COMPETNCIA. AGRAVO REGIMENTAL. AO PARA FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS.

VALOR DA CAUSA INFERIOR A 60 SALRIOS MNIMOS. ART. 3, 1, DA LEI N 10.259/01. COMPLEXIDADE DA

CAUSA. PERCIA.

1. O art. 3, 1, da Lei n 10.259/01 estabelece que 'compete ao Juizado Especial Federal Cvel processar, conciliar e julgar causas

de competncia da Justia Federal at o valor de sessenta salrios mnimos, bem como executar as suas sentenas.

2. Se o valor da ao ordinria, proposta com o fim de compelir os entes polticos das trs esferas de governo a fornecer

medicamentos pessoa carente, inferior ao limite de sessenta salrios mnimos previstos no artigo 3 da Lei 10.259/01, deve ser

reconhecida a competncia do Juizado Especial Federal para processo e julgamento da demanda.

3. No h vedao legal de que conste no plo passivo de demanda ajuizada nos Juizados Especiais Federais entes pblicos diversos

daqueles mencionados no 6, II, da Lei 10.259/01, em face do carter suplementar emprestado ao artigo 8 da Lei 9.099/95.

4. A Lei n. 10.259/2001 no exclui de sua competncia as disputas que envolvam exame pericial. Em se tratando de cobrana

inferior a 60 salrios mnimos deve-se reconhecer a competncia absoluta dos Juizados Federais.

5. Agravo regimental no provido. (AgRg no CC 97377/SC, 1 Seo, Rel. Min. Castro Meira, DJE 13-10-2008)

3. Diante do exposto, este agente do Ministrio Pblico Federal opina pelo provimento do presente conflito para que seja

reconhecida a competncia do MM. Juzo Substituto da Vara JEF Cvel de Florianpolis - SC."

Nessa mesma linha de entendimento, a jurisprudncia desta Corte:

"PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETNCIA. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS.

IMPROCEDNCIA.

O simples fato de ser necessria prova pericial no induz complexidade da causa, tampouco h restrio legal quanto essa

espcie de prova no mbito dos Juizados Especiais. A existncia de litisconsrcio entre a Unio e outro Ente Federado no afasta a

competncia do Juizado Especial Cvel. Competncia do Juizado Especial Federal para a apreciao da presente causa" (CC

2007.04.00.020444-0, Segunda Seo, Relator Des. Federal Valdemar Capeletti, D.E. de 17-8-2007).

Por fim, no h falar em chamamento ao processo porquanto a ao ordinria foi direcionada originariamente contra os trs entes

pblicos da federao: Unio Federal, Estado de Santa Catarina e Municpio de Florianpolis-SC (fl. 2 destes autos).

Ante o exposto, com fulcro no art. 120, nico do CPC, acolho o presente conflito, fixando a competncia do juzo suscitado

(Juizado Especial Federal Cvel de Florianpolis-SC).

Intime-se.

Porto Alegre, 19 de abril de 2010.

AO RESCISRIA N 0004186-68.2010.404.0000/RS

RELATOR : Des. Federal FERNANDO QUADROS DA SILVA

AUTOR : ELIO TOLENTINO DOS SANTOS

: THERESA ALMEIDA SANTOS DOS SANTOS

: MARA REGINA ALMEIDA DOS SANTOS

ADVOGADO : Luis Alberto da Silva

REU : HABITASUL CREDITO IMOBILIARIO S/A

: CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF

DECISO

Defiro o pedido de assistncia judiciria gratuita formulado pela parte-autora, isentando-a do recolhimento das custas processuais e

do depsito previsto no art. 488, II, do CPC.

Passo a examinar o pedido de antecipao da tutela jurisdicional formulado nesta causa, destacando que articulado com o escopo de

suspender o curso da execuo do julgado rescindendo, efeito a ser alcanado mediante o impedimento da liberao da garantia

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 7 / 1234

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hipotecria havida em mtuo habitacional firmado na rbita do SFH, assim como do levantamento de diferenas apuradas em favor

dos ora rus.

A presente demanda desconstitutiva impugna sentena que decidiu pelo reconhecimento de diferenas advindas de implantao de

ttulo judicial pagos a menor durante a relao contrautal relativa ao mtuo habitacional regido pelo SFH segundo a clusula PES.

Esta ao rescisria tem enquanto fundamento o inciso V do artigo 485 do CPC, laborando quanto hiptese de violao literal

disposio de lei, essa representada pelos artigos 1, 1, e 2, 3 da Lei 10.150/00 e seguintes.

Sustenta a parte-autora que no existe na Lei 10.150/00, na qual se funda a ao, o condicionamento do deferimento da quitao de

100% (cem por cento) do saldo devedor, ao adimplemento integral das parcelas do mtuo, ou quaisquer diferenas.

Afirma ainda a existncia de risco de dano irreparvel ou de difcil reparao ante a execuo do julgado atacado.

o sucinto relatrio.

Decido.

Evidenciada a verossimilhana das alegaes articuladas pela parte-autora, tendo em linha de conta que, ao que por ora se apresenta,

houve violao aos preceitos arrolados na exordial.

Tal afirmo, considerando que a eleio do critrio de reajuste do saldo devedor segundo a clusula PES afronta os termos do

contrato firmado, assim como a legislao de regncia do SFH, conforme bem se v dos seguintes precedentes jurisprudenciais,

verbis:

(...) legal a correo monetria do saldo devedor do contrato vinculado ao SFH pelo mesmo ndice aplicvel ao reajuste das

cadernetas de poupana, j que o Plano de Equivalncia Salarial - PES no constitui ndice de correo monetria, mas apenas

critrio para reajustamento das prestaes (...)." (AgRg nos EREsp 772.260/SC, Corte Especial, Rel. Min. Francisco Falco, DJ de

16-4-2007);

"(...) 1. O mtuo de dinheiro contrato oneroso, sujeito ao pagamento de juros proporcionais ao tempo de resgate da dvida, no

sendo admissvel interveno maior se os ndices dos salrios no acompanham os da inflao. Pelas regras do PES existe a

amarrao da prestao, mas no do saldo devedor. O dinheiro que foi emprestado recebe correo monetria; h uma defasagem

que o muturio sabe que existe. (...)". (TRF4, EIAC 1999.70.07.002436-2, Segunda Seo, Relator Carlos Eduardo Thompson

Flores Lenz, D.E. 29-02-2008).

A respeito do alegado risco de dano de difcil reparao, anoto que igualmente comprovado em funo da remota possibilidade de

recuperao dos montantes que se encontram em vias de pagamento em favor dos rus, bem assim da reverso da hipoteca sobre o

bem dado em garantia, acaso liberada.

Ante o exposto, defiro a antecipao da tutela para o efeito de determinar a suspenso da execuo do ttulo judicial rescindendo at

a final apreciao desta ao rescisria por esta Corte. Intimem-se. Comunique-se.

Aps, citem-se os rus para responderem presente ao rescisria, querendo, no prazo que lhes assino de 30 (trinta) dias.

Porto Alegre, 23 de abril de 2010.

EXECUO CONTRA A FAZENDA PBLICA N 98.04.05281-4/RS

RELATOR : Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK

EXEQUENTE : ZAMPROGNA S/A IMP/ COM/ E IND/

ADVOGADO : Cesar Loeffler e outros

EXECUTADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DESPACHO

Expea-se alvar, conforme o requerimento de fl. 601.

Intime-se.

Porto Alegre, 28 de abril de 2010.

Fica intimado o Dr Csar Loeffler de que o Alvar de Levantamento foi expedido em 29/04/2010 e encontra-se disposio nesta

Secretaria pelo prazo de 30 dias.

CONFLITO DE COMPETNCIA N 0004476-83.2010.404.0000/PR

RELATOR : Juiz Federal JORGE ANTONIO MAURIQUE

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 8 / 1234

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PARTE AUTORA : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF

ADVOGADO : Alceu Paiva de Miranda e outros

PARTE R : RUI ARAUJO PIRES FILHO

SUSCITANTE : JUZO FEDERAL DA VF E JEF DE APUCARANA

SUSCITADO : JUZO FEDERAL DA 02A VF DE LONDRINA

DECISO

Trata-se de conflito de competncia estabelecido entre os Juzos acima nominados, em execuo de ttulo extrajudicial.

Aduzidas razes por ambos os conflitantes, o parecer oferecido pelo MPF no sentido de que seja desacolhido o conflito.

o sucinto relatrio.

Tendo em vista o volume de conflitos submetido a esta Casa versando sobre o tema ora exposto, considerando, tambm, a reiterada

apreciao das mesmas questes e a necessidade de agilizao jurisdicional na prestao da tutela, a fim de que a mesma seja til,

efetiva e qualificada, e, observada, ainda, a consonncia dos julgamentos exarados por este Tribunal que, de forma coesa, vm

enfrentando o tema, com base no art. 557 do CPC, c/c art. 37, 1, II, do RI-TRF/4 Regio,

DECIDO.A questo aqui trazida, no merece maiores digresses. Os fatos e fundamentos apresentados pelos conflitantes e pelo Agente

Ministerial demonstram, claramente, tratar-se de questo j apreciada e solvida perante este Corte, unanimidade, verbis:

" ... O Juzo Federal, de ofcio (antes da citao), determinou a remessa dos autos ao juzo do domiclio do executado

(Cachoeirinha-RS), fl. 09-10.)

O Juzo de Direito da Comarca de Cachoeirinha /SC, ao receber os autos, suscitou o presente conflito negativo de competncia, sob

o fundamento, em sntese, de que a competncia territorial relativa e no pode ser declinada de ofcio.

O Ministrio Pblico Federal opinou pela declarao da competncia do juzo suscitante ...

A Primeira Seo desta Corte j firmou entendimento de que lcito ao magistrado, antes da citao, determinar a remessa dos

autos da execuo ao juzo competente se a execuo proposta em foro diverso do domiclio do devedor, a fim de evitar os

embaraos da previsvel exceo de incompetncia e, mais que tudo, a demora do feito decorrente da execuo por precatria.

Nesse sentido o Conflito de Competncia n 2007.04.00.023378-5/SC, julgado unnime da 1 Seo deste Tribunal, de relatoria doDes. Federal Antonio Albino de Oliveira, publicado em 18.09.2007:"1 - O Juzo de Direito, onde no for sede de Vara Federal, o competente para processar e julgar execues fiscais movidas pela

Fazenda Pblica Federal contra devedor residente na respectiva comarca. Esse entendimento decorre da interpretao conjunta

dos arts. 109, 3, da Constituio Federal, 15, I, da Lei n. 5.010/66 e Smula n. 40 do extinto TFR. So numerosos os

precedentes do Superior Tribunal de Justia nesse sentido.

2 - Esta Seo j assentou que o art. 87 do CPC deve ser lido em conjunto com os arts. 263, 264 e art. 267, VIII e 4, do mesmo

diploma legal, entendendo que, se a ao proposta, equivocadamente, em foro diverso daquele do domiclio do devedor,

lcito ao juiz, antes da citao, determinar a remessa dos autos ao juzo competente, evitando assim os embaraos da previsvel

exceo de incompetncia e, mais que tudo, o retardo de uma execuo por carta precatria.(grifei) Nesse sentido, destaco o

seguinte precedente, em que fui relator:

CONFLITO DE COMPETNCIA. EXECUO FISCAL. REMESSA DOS AUTOS AO JUZO COMPETENTE ANTES DA

CITAO. ADMISSIBILIDADE PERPETUATIO JURISDICTIONIS - TEMPERAMENTOS.

1 - A Smula n 58 do Superior Tribunal de Justia s cuida da hiptese de a mudana de domiclio do executado ter ocorrido

depois de proposta a execuo, no anteriormente a ela. Seu fundamento est na chamada perpetuatio jurisdictionis, que torna

irrelevantes as modificaes de fato ou de direito posteriores propositura da ao; no, porm, as anteriores.

2 - Se a ao proposta, equivocadamente, em foro diverso daquele do domiclio do devedor, lcito ao juiz, antes da citao,

determinar a remessa dos autos ao juzo competente, evitando assim os embaraos da previsvel exceo de incompetncia e, mais

que tudo, o retardo de uma execuo por carta precatria.

3 - A regra contida no art. 87 do CPC deve ser lida em conjunto com o art. 263 do CPC, que define o que se entende por

propositura da ao e o art. 264, que deixa claro quando se d a estabilizao do processo e, ainda, com o art. 267, VIII e 4, que

autoriza a desistncia da ao at o final do prazo para a resposta.

4 - S com a citao o processo est realmente estabilizado. At ento, o autor poder alterar o pedido ou a causa de pedir,

modificar a composio subjetiva da lide e, se necessrio, tambm a competncia. Caso em que poderia o autor, simplesmente,

desistir da execuo e propor outra no juzo do real domiclio do devedor. A soluo da remessa dos autos, muito mais razovel,

atende ao princpio da economia processual, evitando desperdcio de atos, em desprestgio do Judicirio.

5 - Conhecido o conflito e declarada a competncia do MM. Juzo Federal da Vara de Execues Fiscais de Londrina. (CC2005.04.01.047994-4/PR, DJU 15/02/06)"

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No caso, antes da citao do executado, o Juzo Federal remeteu os autos ao juzo do domiclio do executado (Cachoeirinha-RS).

Assim, ajusta-se este conflito jurisprudncia pacificada neste Tribunal.

Ante o exposto, autorizado pelo pargrafo nico do art. 120 do CPC, rejeito o presente conflito negativo, reconhecendo competente

o Juzo suscitante (de Direito da Comarca de Cachoeirinha/RS), para processar e julgar a execuo fiscal. (TRF4R, SE1, CC2008.04.00.017780-4/RS, Rel. Luciane Mnch, DE 15/09/08).O referido julgamento, que bem espelha o entendimento pacificado na 1 Seo desta Casa, encontra consonncia com o

entendimento firmado pela 2 Seo deste Regional, v.g:

torrencial a jurisprudncia no sentido de que a competncia para processar e julgar os executivos fiscais da Unio e de suas

autarquias, ajuizados contra devedores domiciliados nas comarcas do interior onde no funcionar vara da Justia Federal, ser da

Justia Estadual, que atuar investida de jurisdio federal delegada pelo art. 15, I, da Lei 5.010/66, em combinao com o art.

109, 3, in fine, da Constituio da Repblica.

Confira-se, a propsito, alguns julgados, cujas ementas vo transcritas:

"CONFLITO DE COMPETNCIA. EXECUO FISCAL PROMOVIDA POR AUTARQUIA FEDERAL. COMARCA QUE NO

SEDE DE VARA FEDERAL. COMPETNCIA DA JUSTIA ESTADUAL. (...) (CC 1998.04.01.082137-8/RS, Rel. Fbio Rosa, DJU24.02.99)"PROCESSO CIVIL. COMPETNCIA . EXECUO FISCAL. DOMICLIO DO DEVEDOR. (...) (AI n 1998.04.01.033324-4/RS,Rel. Camargo, DJU 23.12.98)"CONFLITO DE COMPETNCIA . EXECUO FISCAL. FAZENDA PBLICA. SMULA 40 DO EXTINTO TFR, ART. 15, INC. I

DA LEI 5.010/66. (...) (CC 199804010757706/RS, Rel. Germano da Silva, DJU 14.04.99)"CONFLITO DE COMPETNCIA . EXECUO FISCAL. LEI N 5.010/66, ARTIGO 15. JUZES ESTADUAIS. SMULA 40 DO

TFR. (...)(STJ, CC 22.422/PR, Rel. Garcia Vieira, DJU 15.03.99)Com efeito, na hiptese vertente, prevalece, como critrio de definio da competncia, a regra inscrita no art. 109, 3, in fine, da

Lei Maior.

O argumento de que as expresses "comarca" e "circunscrio" estariam equiparadas para efeito de definir o territrio de

abrangncia do funcionamento da Justia Federal no procede. que o constituinte fez uso do vocbulo "comarca" no art. 109,

3, tendo em mira a circunscrio territorial fixada pela organizao judiciria da Justia Estadual. De tal premissa deriva que se

o municpio onde domiciliado o devedor no for sede de vara federal, o juiz de direito da respectiva comarca ter jurisdio federal

delegada para processar e julgar os executivos fiscais da Unio e suas autarquias; se a jurisdio da comarca abarca mais de um

municpio, e nenhum deles for sede de vara da Justia Federal, aplica-se a mesma regra.

Cumpre, ainda, na hiptese, assentar a natureza absoluta da competncia outorgada ao Juzo do domiclio do autor. A eleio do

foro do domiclio do executado como o competente para aforamento da demanda fiscal, fora de dvida, visa facilitar o exerccio da

sua defesa; a acessibilidade aos elementos que envolvem o dbito fiscal e a maior dificuldade do contribuinte para constituir

procurador fora do seu domiclio , em contraste com a ampla rede de defensores armada pela Fazenda Pblica, justificam a

providncia. -me de difcil aceitao que o contribuinte, o qual, devo gizar, goza do privilgio legal de ser demandado no foro do

seu domiclio (art. 578 do CPC e art. 15, I, da Lei n. 5010/66) pela desvantajosa condio de que se encontra frente Fazenda

Pblica, tenha que superar tais empeos no fito de fazer valer seu direito subjetivo. Se a garantia legal almeja precatar o interesse

do contribuinte, elo processualmente frgil em vista tambm dos privilgios do ente fazendrio, ela dissolvida pela exigncia do

contribuinte ter de comparecer a juzo diverso daquele que lhe ofertado para excepcionar o foro. A reside o capital fundamento

da atuao do Estado-juiz em recusar a competncia para processar o executivo fiscal fora do domiclio do executado. Preside,

ainda, em sede de execuo fiscal, a regra da execuo pelo meio menos gravoso (art. 620 do CPC).

O domiclio , por outro lado, figura de identificao da competncia territorial, in casu, serve de discrimen para configurao da

natureza absoluta do foro para propositura das execues fiscais, como dimana da interpretao do art. 109, 3, in fine, da CF/88

c/c art. 15, I, da Lei n. 5.010/66.

Colho idntico entendimento na jurisprudncia dos demais Tribunais Regionais:

PROCESSUAL CIVIL. EXECUO FISCAL. FORO DO DOMICLIO DO EXECUTADO. SUM 40. COMPETNCIA ABSOLUTA

CONSTITUCIONAL (art.109, 3 CF).(TRF1, AI 199801000034041/PA, 4T, Rel. Eliana Calmon).PROCESSUAL CIVIL. EXECUO FISCAL. DOMICLIO DO DEVEDOR. SMULA N. 40/TFR. - competente para processar e

julgar execuo fiscal promovida pela Unio contra devedor domiciliado no interior o juiz de direito da respectiva comarca. -

Tratando-se de incompetncia absoluta do juiz federal para tais feitos, impe-se o reconhecimento de ofcio. - Agravo desprovido

(TRF 1, AG 9001002951/MT, 3T, Rel. Vicente Leal).PROCESSUAL CIVIL. EXECUO FISCAL. FORO. ART. 15, I, DA LEI N 5.010/66. 1) O art. 15 da Lei n 5.010/66 estabelece

foro especial em favor do devedor ou do executado. 2) Trata-se de competncia de natureza absoluta , e no relativa, tendo em vista

o princpio de que a execuo deve ser menos gravosa para o devedor.(TRF 2, AI 9502071956/RJ, 2T, Rel. Ney Valadares)

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PROCESSO CIVIL E CONSTITUCIONAL. EXECUO FISCAL PROPOSTA POR AUTARQUIA FEDERAL. CONSTITUIO

FEDERAL., ART. 109, PARGRAFO 3 E LEI 5010/66, ART. 15.

1. Competente para processar e julgar executivo fiscal da Unio e suas Autarquias a Justia Estadual da comarca onde for

domiciliado o executado, desde que esta no seja sede de vara federal.

2. Recepcionada a regra do art. 15, I, da Lei 5010/66 pela C.F., vigente em seu art. 109, pargrafo terceiro, in fine.

3. Precedente desta Corte alega se tratar de competncia absoluta : CC 021-AL, Rel. J. Jos Delgado.(TRF5, AI 07492/RN, 2T,Rel. Araken Mariz)Tida por absoluta a competncia do foro do domiclio do executado, manifesta a possibilidade de o Magistrado, ex officio,

promover a correo de rumo da demanda aforada erroneamente.

Inspirado em tal entendimento, em casos que tais, tenho entendido pela competncia do Juzo Estadual do domiclio do devedor.

Todavia, in casu, houve requerimento por parte da Unio (Fazenda Nacional) no sentido de que a execuo fiscal fosse remetida

para a Justia Federal de Florianpolis, em razo de mudana de domiclio do ru, nos termos do art. 578 do CPC (fls. 33/34).

Frisa o parecer ministerial:

"... Na hiptese dos autos, a construo de uma relao processual que respeite o direito de acesso justia, com todas as

garantias que lhe so inerentes, passa, necessariamente, pela interpretao sistemtica de norma inserta no art. 87 do Cdigo de

Processo Civil. Assim, a regra de perpetuatio jurisdictionis deve ser considerada de forma relativa, propiciando o deslocamento da

competncia mesmo aps o ajuizamento da ao, desde que ainda no tenha sido citado o ru. Isso porque a relao processual

somente pode ser tida por estabilizada depois de efetuada a citao regular do demandado. (...)

O deslocamento da competncia, portanto, mesmo que realizado de ofcio e aps a propositura da ao, no se caracteriza como

medida contrria ao ordenamento jurdico, uma vez que encontra respaldo no sistema do Cdigo de Processo Civil e na prpria

Carta da Repblica. A medida privilegia a celeridade e a economia processual, antecipando-se a atos que, eventualmente,

poderiam truncar a marcha da demanda, como a exceo de incompetncia relativa e a execuo por carta precatria."

Ante o exposto, voto no sentido de conhecer do conflito e declarar a competncia do Juzo Suscitante.

O referido julgamento restou assim ementado:

CONFLITO DE COMPETNCIA NEGATIVO. EXECUO FISCAL. DOMICLIO DO EXECUTADO. COMPETNCIA

ABSOLUTA .

1. absoluta a competncia do Juzo que jurisdiciona sobre o domiclio do executado para processar e julgar execuo fiscal;

hiptese em que pode ser declinada ex officio a competncia.

2. Noticiada a mudana de endereo do executado antes da citao, impe-se o deslocamento do feito executivo da competncia

para a sede de seu domiclio, em observncia aos princpios da celeridade e da economia processual. (TRF4, SE2, CC200704000433970/SC, Rel. Luiz Lugon, DE 08/09/08, unnime)Assim, firmada jurisprudncia nas 1 e 2 Sees desta Casa acerca do tema, tenho que de ser desacolhido o conflito.

Diante do exposto, nos termos do disposto no art. 120, nico, do CPC, declaro competente o Juzo suscitante. Publique-se.

Comuniquem-se os conflitantes e, com as formalidades de estilo, d-se baixa na distribuio e remetam-se os autos ao Juzo

competente - Juzo Federal da VF e JEF de Apucarana/PR.

Porto Alegre, 28 de abril de 2010.

EMBARGOS INFRINGENTES N 95.04.04218-0/RS

RELATOR : Des. Federal FERNANDO QUADROS DA SILVA

EMBARGANTE : MIGUEL FRANCISCO SCHNEIDER e outros

ADVOGADO : Jose Luis Wagner

EMBARGADO : UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - UFSM

ADVOGADO : Irineu Claudio Gehrke

DESPACHO

Intimem-se as partes acerca do trnsito em julgado do feito para, querendo, manifestarem-se no prazo de 10 (dez) dias.

Nada sendo requerido, arquive-se.

Porto Alegre, 27 de abril de 2010.

CONFLITO DE COMPETNCIA N 0005116-86.2010.404.0000/SC

RELATOR : Juiz Federal JORGE ANTONIO MAURIQUE

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PARTE AUTORA : REGINA SOFIA REINERT

ADVOGADO : Diana Correa e outro

PARTE R : ESTADO DE SANTA CATARINA

ADVOGADO : Renato Domingues Brito

PARTE R : MUNICIPIO DE GUARAMIRIM

ADVOGADO : Paulo Luiz da Silva Mattos e outro

SUSCITANTE : JUZO SUBSTITUTO DA VF E JEF CRIMINAL DE JARAGU DO SUL

SUSCITADO : JUZO FEDERAL DA VARA JEF CVEL DE JARAGU DO SUL

DECISO

Trata-se de conflito de competncia estabelecido entre os Juzos acima nominados, relativamente a ao cujo valor da causa

inferior a sessenta salrios-mnimos e h litisconsrcio passivo.

Aduzidas razes por ambos os conflitantes, vieram os autos a julgamento, com Parecer do MPF.

o sucinto relatrio.

Tendo em vista o volume de conflitos submetido a esta Casa versando sobre o tema ora exposto, considerando, tambm, a reiterada

apreciao das mesmas questes e a necessidade de agilizao jurisdicional na prestao da tutela, a fim de que a mesma seja til,

efetiva e qualificada, e, observada, ainda, a consonncia dos julgamentos exarados por este Tribunal que, de forma coesa, vm

enfrentando o tema, com base no art. 557 do CPC, c/c art. 37, 1, II, do RI-TRF/4 Regio,

DECIDO.

Preambularmente, ressalto que este Tribunal j manifestou o entendimento firmado pelo STJ no sentido de que se tratando de ao

relativa sade, o dever constitucional recai sobre o Estado, nas suas trs esferas, constituindo-se, ento, em litisconsrcio passivo

necessrio e no em interveno de terceiro.

De igual forma essa Casa de Justia j havia firmado posio no sentido de que nem a complexidade da lide, nem a multiplicidade

de partes em litisconsrcio afastam a competncia absoluta dos JEFs, fixada em razo do valor da causa.

Assim, a questo aqui trazida, no merece maiores digresses. Os fatos e fundamentos apresentados pelos conflitantes e pelo Agente

Ministerial demonstram, claramente, tratar-se de questo j apreciada e solvida perante este rgo colegiado em total consonncia

com a decises proferidas pelo Superior Tribunal de Justia.

Diante de tais razes e atento ao tempo razovel de tramitao dos feitos, adoto, na ntegra, a deciso cujo trecho a seguir transcrevo,

que bem demonstra o entendimento firmado:

"...

O MM. Juizado Especial declinou de sua competncia, pois a complexidade da causa, bem como a presena de entes pblicos na

causa, retiram o julgamento da lide por aquele Juzo. Afirma que inexiste litisconsrcio passivo necessrio, mas litisconsrcio

passivo facultativo. Alega que inadmissvel a interveno de terceiros, no gnero chamamento ao processo, nos Juizados Especiais.

Por sua vez, o MM. Juzo Federal suscitou o presente conflito, alegando que o valor da causa inferior ao limite previsto no art. 3

da Lei n 10.259/2001, sendo que a complexidade da causa e a presena de entes pblicos no plo passivo da causa, no possuem o

condo de afastar a competncia dos Juizados Especiais.

...

A jurisprudncia desta Corte j se manifestou no sentido de que a competncia dos Juizados Especiais tm como regra geral, em

matria cvel, o valor da causa, o qual no pode ultrapassar sessenta salrios mnimos, conforme previso do art. 3 da Lei n

10.259/2001.

...

Destarte, a teor do art. 12, 2, da Lei n 10.259/2001, a produo de prova pericial no afasta a competncia dos Juizados

Especiais.

Ademais, evidencia-se a competncia solidria entre a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios para responder pela

prestao do servio de sade populao, sendo o Sistema nico de Sade composto pelos referidos entes, conforme se pode

depreender do disposto nos arts. 196 e 198, 1, da Constituio Federal, os quais prescrevem, litteris: ...

Portanto, plenamente cabvel aos Juizados Especiais o julgamento de lide em que existente litisconsrcio passivo necessrio entre a

Unio, o Estado e o Municpio, inexistindo qualquer bice presente no art. 6, inciso II, da Lei n 10.259/2001.

Por fim, no mesmo sentido, confira-se a deciso exarada no CC n 92.607/SC, da Relatoria do Ministro JOS DELGADO, DJ de

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10/03/2008.

..." STJ, CC n 103.373/SC, Rel. Min. Francisco Falco

A deciso foi mantida quando do julgamento do AgReg interposto no mesmo feito, unanimidade, pela Colenda 1 Seo da Corte

Superior:

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETNCIA ENTRE JUZO COMUM FEDERAL E JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.

COMPETNCIA DO STJ. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. VALOR DA CAUSA. REGRA GERAL. COMPETNCIA DO

JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.

I -...

II - A jurisprudncia desta Corte j se manifestou no sentido de que a competncia para julgar as aes de fornecimento de

medicamentos, com valor inferior a sessenta salrios mnimos, em face da natureza absoluta prevista na Lei 10.259/2001, do

Juzo Federal do Juizado Especial, conforme previso do art. 3 da Lei n 10.259/2001. Precedentes: AgRg no CC n 96.687/SC,

Rel. Min. DENISE ARRUDA, DJe 16/02/09; AgRg no CC n 1.01.126/SC, Rel. Min.CASTRO MEIRA, DJe 27/02/09; AgRg no CC n

95.004/SC, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJe 24/11/08 e AgRg no CC n 97.279/SC, Rel. Min. BENEDITO GONALVES, DJe

03/11/08.

III - "A presena, como litisconsorte passivo da Unio, de entidades no sujeitas a juizado especial federal (no caso, o Estado de

Santa Catarina e o Municpio de Governador Celso Ramos), no altera a competncia do Juizado. Aplica-se situao o princpio

federativo (que d supremacia posio da Unio em face de outras entidades) e o da especialidade (que confere preferncia ao

juzo especial sobre o comum)" (CC 99.368/SC, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe de 19/12/08).

IV - A teor do art. 12, 2, da Lei n 10.259/2001, a produo de prova pericial no afasta a competncia dos Juizados Especiais.

Precedente: AgRg no CC n 99.618/SC, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJe de 20/02/09.

V - "A ao que se pretende compelir o Estado ao fornecimento de medicamentos, como forma de assegurar o direito sade, no

mostra complexa. Isso porque a prova pericial prescindvel, quando a prescrio medicamentosa se der por mdico legalmente

habilitado. Descabida, portanto, a pretenso de afetar quaestio iuris Corte Especial, eis que o julgado oriundo da Terceira Seo

deste STJ, tirado pela agravante como paradigma, no guarda similitude ftica com a questo posta nestes autos" (AgRg no CC n

97.279/SC, Rel. Min. BENEDITO GONALVES, DJe 03/11/2008).

VI - Competncia do Juizado Especial Federal para o julgamento da lide.

VII - Agravo regimental improvido. Em 27 de maio de 2009."

Diante do exposto, nos termos do disposto no art. 120, nico, do CPC, declaro competente para o processamento e julgamento da

lide o Juizado Especial Federal que, tendo em vista a natureza da lide, atento ao contido no art. 120, caput do CPC, desde j designo

para resolver as medidas urgentes que se apresentarem no feito.

Publique-se. Comuniquem-se os conflitantes e, com as formalidades de estilo, d-se baixa na distribuio e arquivem-se os autos.

Porto Alegre, 28 de abril de 2010.

CONFLITO DE COMPETNCIA N 0007375-54.2010.404.0000/SC

RELATOR : Juiz Federal JORGE ANTONIO MAURIQUE

PARTE AUTORA : MAURICIO RIBEIRO DOS SANTOS

ADVOGADO : Roberto Barcelos Caetano

PARTE R : MUNICIPIO DE SAO DOMINGOS/SC

ADVOGADO : Hildegardis Meneguzzi Griss

PARTE R : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Unio

SUSCITANTE : JUZO FEDERAL DA 02A VARA FEDERAL DE CHAPEC

SUSCITADO : JUZO SUBSTITUTO DA VARA JEF CVEL DE CHAPEC

DECISO

Trata-se de conflito de competncia estabelecido entre os Juzos acima nominados, relativamente a ao cujo valor da causa

inferior a sessenta salrios-mnimos e h litisconsrcio passivo.

Aduzidas razes por ambos os conflitantes, vieram os autos a julgamento, com Parecer do MPF.

o sucinto relatrio.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 13 / 1234

http://www.trf4.gov.br/

Tendo em vista o volume de conflitos submetido a esta Casa versando sobre o tema ora exposto, considerando, tambm, a reiterada

apreciao das mesmas questes e a necessidade de agilizao jurisdicional na prestao da tutela, a fim de que a mesma seja til,

efetiva e qualificada, e, observada, ainda, a consonncia dos julgamentos exarados por este Tribunal que, de forma coesa, vm

enfrentando o tema, com base no art. 557 do CPC, c/c art. 37, 1, II, do RI-TRF/4 Regio,

DECIDO.

Preambularmente, ressalto que este Tribunal j manifestou o entendimento firmado pelo STJ no sentido de que se tratando de ao

relativa sade, o dever constitucional recai sobre o Estado, nas suas trs esferas, constituindo-se, ento, em litisconsrcio passivo

necessrio e no em interveno de terceiro.

De igual forma essa Casa de Justia j havia firmado posio no sentido de que nem a complexidade da lide, nem a multiplicidade

de partes em litisconsrcio afastam a competncia absoluta dos JEFs, fixada em razo do valor da causa.

Assim, a questo aqui trazida, no merece maiores digresses. Os fatos e fundamentos apresentados pelos conflitantes e pelo Agente

Ministerial demonstram, claramente, tratar-se de questo j apreciada e solvida perante este rgo colegiado em total consonncia

com a decises proferidas pelo Superior Tribunal de Justia.

Diante de tais razes e atento ao tempo razovel de tramitao dos feitos, adoto, na ntegra, a deciso cujo trecho a seguir transcrevo,

que bem demonstra o entendimento firmado:

"...

O MM. Juizado Especial declinou de sua competncia, pois a complexidade da causa, bem como a presena de entes pblicos na

causa, retiram o julgamento da lide por aquele Juzo. Afirma que inexiste litisconsrcio passivo necessrio, mas litisconsrcio

passivo facultativo. Alega que inadmissvel a interveno de terceiros, no gnero chamamento ao processo, nos Juizados Especiais.

Por sua vez, o MM. Juzo Federal suscitou o presente conflito, alegando que o valor da causa inferior ao limite previsto no art. 3

da Lei n 10.259/2001, sendo que a complexidade da causa e a presena de entes pblicos no plo passivo da causa, no possuem o

condo de afastar a competncia dos Juizados Especiais.

...

A jurisprudncia desta Corte j se manifestou no sentido de que a competncia dos Juizados Especiais tm como regra geral, em

matria cvel, o valor da causa, o qual no pode ultrapassar sessenta salrios mnimos, conforme previso do art. 3 da Lei n

10.259/2001.

...

Destarte, a teor do art. 12, 2, da Lei n 10.259/2001, a produo de prova pericial no afasta a competncia dos Juizados

Especiais.

Ademais, evidencia-se a competncia solidria entre a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios para responder pela

prestao do servio de sade populao, sendo o Sistema nico de Sade composto pelos referidos entes, conforme se pode

depreender do disposto nos arts. 196 e 198, 1, da Constituio Federal, os quais prescrevem, litteris: ...

Portanto, plenamente cabvel aos Juizados Especiais o julgamento de lide em que existente litisconsrcio passivo necessrio entre a

Unio, o Estado e o Municpio, inexistindo qualquer bice presente no art. 6, inciso II, da Lei n 10.259/2001.

Por fim, no mesmo sentido, confira-se a deciso exarada no CC n 92.607/SC, da Relatoria do Ministro JOS DELGADO, DJ de

10/03/2008.

..." STJ, CC n 103.373/SC, Rel. Min. Francisco Falco

A deciso foi mantida quando do julgamento do AgReg interposto no mesmo feito, unanimidade, pela Colenda 1 Seo da Corte

Superior:

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETNCIA ENTRE JUZO COMUM FEDERAL E JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.

COMPETNCIA DO STJ. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. VALOR DA CAUSA. REGRA GERAL. COMPETNCIA DO

JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.

I -...

II - A jurisprudncia desta Corte j se manifestou no sentido de que a competncia para julgar as aes de fornecimento de

medicamentos, com valor inferior a sessenta salrios mnimos, em face da natureza absoluta prevista na Lei 10.259/2001, do

Juzo Federal do Juizado Especial, conforme previso do art. 3 da Lei n 10.259/2001. Precedentes: AgRg no CC n 96.687/SC,

Rel. Min. DENISE ARRUDA, DJe 16/02/09; AgRg no CC n 1.01.126/SC, Rel. Min.CASTRO MEIRA, DJe 27/02/09; AgRg no CC n

95.004/SC, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJe 24/11/08 e AgRg no CC n 97.279/SC, Rel. Min. BENEDITO GONALVES, DJe

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03/11/08.

III - "A presena, como litisconsorte passivo da Unio, de entidades no sujeitas a juizado especial federal (no caso, o Estado de

Santa Catarina e o Municpio de Governador Celso Ramos), no altera a competncia do Juizado. Aplica-se situao o princpio

federativo (que d supremacia posio da Unio em face de outras entidades) e o da especialidade (que confere preferncia ao

juzo especial sobre o comum)" (CC 99.368/SC, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe de 19/12/08).

IV - A teor do art. 12, 2, da Lei n 10.259/2001, a produo de prova pericial no afasta a competncia dos Juizados Especiais.

Precedente: AgRg no CC n 99.618/SC, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJe de 20/02/09.

V - "A ao que se pretende compelir o Estado ao fornecimento de medicamentos, como forma de assegurar o direito sade, no

mostra complexa. Isso porque a prova pericial prescindvel, quando a prescrio medicamentosa se der por mdico legalmente

habilitado. Descabida, portanto, a pretenso de afetar quaestio iuris Corte Especial, eis que o julgado oriundo da Terceira Seo

deste STJ, tirado pela agravante como paradigma, no guarda similitude ftica com a questo posta nestes autos" (AgRg no CC n

97.279/SC, Rel. Min. BENEDITO GONALVES, DJe 03/11/2008).

VI - Competncia do Juizado Especial Federal para o julgamento da lide.

VII - Agravo regimental improvido. Em 27 de maio de 2009."

Diante do exposto, nos termos do disposto no art. 120, nico, do CPC, declaro competente para o processamento e julgamento da

lide o Juizado Especial Federal que, tendo em vista a natureza da lide, atento ao contido no art. 120, caput do CPC, desde j designo

para resolver as medidas urgentes que se apresentarem no feito.

Publique-se. Comuniquem-se os conflitantes e, com as formalidades de estilo, d-se baixa na distribuio e arquivem-se os autos.

Porto Alegre, 28 de abril de 2010.

CONFLITO DE COMPETNCIA N 0008485-88.2010.404.0000/SC

RELATORA : Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRA MNCH

PARTE AUTORA : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

PARTE R : UNIAO FOSFOREIRA LTDA/ e outros

SUSCITANTE : JUIZO DE DIREITO DA 1A VARA CIVEL DA COMARCA DE CURITIBANOS/SC

SUSCITADO : JUZO SUBSTITUTO DA VF e JEF DE CAADOR

DECISO

Trata-se de conflito negativo de competncia.

A execuo fiscal foi proposta pela Unio, originalmente perante a Vara Federal de Lages/SC, a qual determinou a remessa dos

autos Subseo Judiciria da Justia Federal em Caador/SC, porquanto o devedor domiciliado em Curitibanos/SC.

O Juzo Federal de Caador/SC determinou a remessa dos autos Comarca de Curitibanos/SC, localidade onde o executado tem

domiclio, em face da competncia delegada da Justia Estadual.

Por sua vez, o Juzo de Direito da 1 Vara Cvel da Comarca de Curitibanos/SC suscitou o presente conflito de competncia, sob o

fundamento, em sntese, de que a competncia territorial relativa e no pode ser declinada de ofcio.

O Ministrio Pblico Federal opinou para que seja declarada a competncia do juzo suscitante.

Relatei. Decido.

Controverte-se acerca da possibilidade do juzo, a quem foi distribuda execuo fiscal, determinar a remessa dos autos ao juzo do

domiclio do executado, independentemente de requerimento da parte.

2. Dispe o art. 109, 2, da CF:

"Art. 109. Aos juzes compete processar e julgar:

2. As causas intentadas contra a Unio podero ser aforadas na seo judiciria em que for domiciliado o autor, naquela onde

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houver ocorrido o ato ou fato que deu origem demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda no Distrito Federal.

A exegese que se extrai da norma constitucional em comento , segundo a jurisprudncia de nossos tribunais, no sentido da

possibilidade do autor ajuizar ao contra a Unio na Vara Federal com jurisdio sobre o seu domiclio, ou na Vara Federal da

Capital do Estado em que domiciliado ou, ainda, na Vara Federal do Distrito Federal.

Ocorre que, uma vez proposta a ao, firma-se a competncia (art. 87 c/c o art. 263, ambos do CPC), sendo a competncia nas varas

federais situadas no interior relativa, inexistindo norma constitucional ou infraconstitucional que considere como absoluta a

competncia de vara federal em cujo foro territorial tenha domiclio a parte autora (com exceo da Lei 10.259/01).

Cuida-se de competncia territorial, relativa, sendo prorrogvel a jurisdio. Incide no caso o princpio da perpetuatio jurisdictionis,

traduzido em nosso ordenamento jurdico no art. 87 do Cdigo de Processo Civil.

Assim, no tendo a parte se manifestado, mediante Exceo de Incompetncia, tempestivamente oposta (art. 114 do CPC),no h possibilidade de declinao, de ofcio, da competncia territorial, mesmo que seja atravs de remessa dos autos,antes da citao, ao juzo do domiclio do executado, prorrogando-se, assim, a competncia (arts. 112, 113 e 114 doCPC).

aplicvel na hiptese o enunciado da Smula 33 do STJ segundo o qual a incompetncia relativa no pode ser declarada de ofcio

.

Nesse sentido foi decidido no CONFLITO DE COMPETNCIA N 2009.04.00.039312-8/SC, do qual fui a relatora, porunanimidade, na sesso de 11/01/2010 da Primeira Seo desta Corte.

A seguir reproduzo outros precedentes ilustrativos da jurisprudncia dominante deste Tribunal e do STJ:

"COMPETNCIA - LITISCONSRCIO FACULTATIVO - AO CONTRA A UNIO - EXCEO DE INCOMPETNCIA.

As causas propostas contra a Unio podero ser aforadas na seo judiciria em que for domiciliado o autor, naquela onde houver

ocorrido o ato ou fato que deu origem demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

No primeiro caso, o Juzo competente o da Vara Federal que jurisdiciona o lugar do domiclio do autor.

Acontece que a competncia firmada em razo do domiclio do autor relativa, como toda competncia territorial. E acompetncia relativa pode ser modificada ou prorrogada, desde que o ru oponha, no prazo legal, a exceo de incompetncia.Por isso, a incompetncia relativa no pode ser conhecida de ofcio ( SUM-33/STJ )." (TRF4R - CC 96.04.10823-9/SC, SEGUNDASEO, DJ 09/07/1997 PGINA: 52622, Relator AMIR JOS FINOCCHIARO SARTI)

"PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUO FISCAL. COMPETNCIA TERRITORIAL.

1. As execues fiscais podem ser ajuizadas perante a Justia Estadual do domiclio do executado, caso a comarca no seja sede de

vara federal.

2. A competncia fixada para o ajuizamento da execuo fiscal por conseguinte, de natureza relativa, no podendo serdeclinada de ofcio. 3. De acordo com o Conflito de Competncia n 2005.04.01.036975-0/PR, julgado pela Corte Especial deste Tribunal, competente

o MM. Juiz de Direito de Pinhais/PR para conhecer e julgar as execues fiscais ajuizadas pela Unio Federal, no obstante a

circunstncia da referida Comarca ter sido transformada em Foro Regional de Curitiba/PR.

4. Agravo de instrumento provido." (TRF4R - 1 T, AG 2006.04.00.003959-9/PR, Rel. Juiz Federal Joel Ilan Paciornik, DJU

03-05-2006, p. 382)

"CONFLITO DE COMPETNCIA. JURISDIO FEDERAL DELEGADA. EXECUO FISCAL. DOMICLIO DO DEVEDOR.

COMARCA E CIRCUNSCRIO JUDICIRIA.

1. da competncia do Tribunal Regional Federal dirimir conflito de competncia entre Juiz Federal e Juiz Estadual investido de

jurisdio federal (Smla 3 do e. STJ).

2. Sempre que a comarca do domiclio do devedor no for sede de juzo federal, caber ao juzo estadual processar e julgar a

execuo fiscal, exercendo a jurisdio federal delegada, independentemente do fato dos municpios abrangidos pela comarca

fazerem parte ou no de circunscrio da Justia Federal.

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3. A instalao de Vara Federal com jurisdio sobre o domiclio do devedor, aps a propositura da ao, no tem o condo de

deslocar a competncia, salvo na hiptese de a implementao na sede da Comarca da execuo, razo pela qual no se verifica,

no caso, a hiptese do art. 87 do CPC." (TRF4R - 1 Seo, CC n 2005.04.01.012993-3/PR, Rel. Des. Federal Marga Inge Barth

Tessler, DJU 28/09/2005, p. 680)

"CONFLITO DE COMPETNCIA. EXECUO FISCAL. CONSELHO DE FISCALIZAO PROFISSIONAL. AUTARQUIAS

FEDERAIS. ADIN N 1.717/DF. COMARCA QUE NO SEDE DA JUSTIA FEDERAL. SUBSEO JUDICIRIA QUE

ABRANGE O MUNICPIO ONDE TEM DOMICLIO O EXECUTADO. JUSTIA ESTADUAL. COMPETNCIA DELEGADA.

ART. 109, 3, DA CF/88 E ART. 15 DA LEI N 5.010/66.

1. A Suprema Corte, em 07 de novembro de 2002, analisando o mrito da ADIn n 1.717/DF, declarou a inconstitucionalidade do

art. 58 e seus pargrafos da Lei n 9.649/98. Mantida a natureza de autarquias federais dos conselhos de fiscalizao profissional,

de se preservar o entendimento sufragado na Smula n 66/STJ.

2. Se na comarca onde reside o executado no houver vara federal, o juzo estadual passa a ser competente para processar e julgar

as execues fiscais promovidas por conselhos profissionais (art. 109, 3, da CF/88 c/c art. 15, I, da Lei n 5.010/66), ainda que o

municpio esteja abrangido pela jurisdio de uma subseo judiciria.

3. Comarca rea de competncia jurisdicional prevista na organizao judiciria do estado. Corresponde, em regra, ao territrio

municipal, mas pode abranger mais de um municpio. Seo Judiciria (em alguns casos subseo judiciria) o equivalente

comarca na organizao judiciria federal. Se na seo judiciria no houver subdivises, ela abrange o territrio do estado. Se

existir seccionamento, cada subseo judiciria abrange a um determinado nmero de municpios.

4. A Constituio e a lei falam em "comarca" e no em "sesso judiciria". A regra de delegao tem por escopo agilizar o trmite

da execuo, considerando que todos os atos processuais teriam que ser deprecados para a comarca do domiclio do executado.

Objetiva tambm facilitar a defesa do demandado, que poder acompanhar o processo na comarca onde reside.

5. Se por um lado verdade que a Constituio no utiliza termos e expresses com rigor cientfico, por outro, tambm

verdadeira a assertiva de que a regra constitucional no deve ser interpretada, margem da literalidade, em prejuzo do

administrado. Assim, no se deve interpretar extensivamente o termo "comarca" para equipar-lo "seo judiciria", sob pena de

prejudicar o executado a quem a regra da delegao visou beneficiar.

6. Conflito de competncia conhecido para declarar competente o Juzo de Direito Suscitado ." (STJ - 1 Seo, CC 61954/BA, Rel.

Min. Castro Meira, DJ 01-08-2006, p. 353). No mesmo sentido: CC 56692/GO, 1 Seo, Rel. Min. Castro Meira, DJ 07-08-2006, p.

198.

"PROCESSUAL CIVIL - COMPETENCIA - INCOMPETENCIA RELATIVA.

I - CABE AO REU ARGUIR A INCOMPETENCIA RELATIVA DO FORO ONDE O AUTOR AJUIZAR A AO. APOSSIBILIDADE DE O JUIZ, DE OFICIO, DECLARAR-SE INCOMPETENTE, OU SUSCITAR CONFLITO NEGATIVODE COMPETENCIA, LIMITA-SE AOS CASOS DE COMPETENCIA ABSOLUTA. II - CONFLITO CONHECIDO, PARA DECLARAR-SE COMPETENTE O JUIZO DE DIREITO DA TERCEIRA VARA DE

CAJAZEIRAS - PB, SUSCITADO." (STJ - CC 1589/RN, Relator Ministro WALDEMAR ZVEITER, S2 - SEGUNDA SEO, DJ

01/04/1991 p. 3413, RSTJ vol. 33 p. 395)

Ante o exposto, autorizada pelo pargrafo nico do art. 120 do CPC, acolho o presente conflito negativo, reconhecendocompetente o Juzo suscitado (Vara Federal de Caador/SC), para processar e julgar a execuo fiscal.

Intimem-se. Publique-se.

Oficie-se aos Juzos Suscitante e Suscitado, remetendo-lhes cpia desta deciso.

Aps, d-se baixa na distribuio e arquive-se.

Porto Alegre, 07 de abril de 2010.

CONFLITO DE COMPETNCIA N 0009342-37.2010.404.0000/SC

RELATORA : Des. Federal SILVIA MARIA GONALVES GORAIEB

PARTE AUTORA : SUELY GOLON

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ADVOGADO : Silmara Aparecida de Barros Valle

PARTE R : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Unio

PARTE R : ESTADO DE SANTA CATARINA

: MUNICPIO DE SAO JOSE/SC

SUSCITANTE : JUZO SUBSTITUTO DA 01A VARA FEDERAL DE FLORIANPOLIS

SUSCITADO : JUZO SUBSTITUTO DA VARA JEF CVEL DE FLORIANPOLIS

DECISO

Trata-se de conflito negativo de competncia suscitado pelo MM. Juzo Federal da 1 Vara Federal de Florianpolis perante a

Presidncia do e. Superior Tribunal de Justia em ao ordinria cujo objeto o fornecimento de medicamentos.

O juzo suscitante entendeu que a causa da competncia do juizado especial federal cvel, porque seu valor est abaixo do limite de

sessenta salrios mnimos, sendo irrelevante a complexidade da causa ou a eventual necessidade de realizao de percia.

O conflito no foi conhecido pela Relator Ministro Teori Albino Zavascki, que determinou a remessa dos autos a este Tribunal.

O Ministrio Pblico Federal manifestou-se pela competncia da Justia Federal Especial.

o relatrio.

Tendo em vista os termos do enunciado 428 do STJ, fixando a competncia dos tribunais regionais para conhecer da matria, passo a

decidir.

A competncia dos Juizados Especiais Cveis, conforme dispe a Lei n 10.259/01, definida pelo valor da causa, sendo este de at

sessenta salrios mnimos. Alm disso, absoluta, conforme prev o 3 do art. 3 da mencionada Lei.

A discusso envolve ao que objetiva o fornecimento de medicamentos pela Administrao Pblica Federal, Estadual e Municipal,

caso que no figura exceo regra, no se encontrando entre aquelas excepcionadas pelo 1 do art. 3 da lei de regncia.

Trata-se de matria j conhecida em virtude da volumosa quantidade de aes desse tipo, e sabe-se que no envolve procedimento

complexo, sendo, muitas vezes, solucionada a questo com base em prova documental, caracterstica inerente aos feitos atribudos

aos juizados especiais federais.

Nesse sentido o entendimento do E. STJ, conforme se v das ementas a seguir transcritas:

PROCESSUAL CIBIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETNCIA- JUZO DE JUIZADO ESPCIAL FEDERAL E JUZO

COMUM FEDERAL - FORNECIMENTO DE MENDICAMENTOS - VALOR DA CAUSA INFERIOR A 60 SALRIOS MNIMOS -

AUSNCIA DE COMPLEXIDADE - LEI 10.259/01 - PRECEDENTES DO STJ

1. Nos termos da Lei n 10.259/01, "compete ao Juizado Especial Federal Cvel processar, conciliar e julgar causas de competncia

do Justia Federal at o valor de sessenta salrios mnimos, bem como executar as suas sentenas"

2. O fornecimento de medicamentos no considerado complexo, todavia, ainda que seja necessria a realizao de eventuais

exames tcnicos, no se exclui a competncia dos Juizados Especiais Cveis, como se depreende do artigo 12 da Lei n 10.259/01.

3. Competncia do Juzo Federal do Juizado Especial Cvel da Seo Judiciria do Estado de Santa Catarina.

4. Agravo regimental improvido.(AgRg no CC n. 92.628/SC, Primeira Seo, Rel. Ministro Humberto Martins, DJe de 20/10/2008).

CONFLITO DE COMPETNCIA. JUZO FEDERAL DE JUIZADO ESPECIAL E JUZO FEDERAL DE JUIZADO COMUM.

FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. CAUSA DE VALOR INFERIOR A SESSENTA SALRIOS MNIMOS. UNIO, ESTADO

MEMBRO E MUNICPIO NO PLO PASSIVO. ART. 6, II, DA LEI 10.259/2001.

INTERPRETAO AMPLA. COMPETNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS.

1.A Lei 10.259/01, que instituiu os Juizados Cveis e Criminais no mbito da Justia Federal, estabeleceu que a competncia desses

Juizados tem natureza absoluta e que, em matria cvel, obedece como regra geral a do valor da causa: so da sua competncia as

causas com valor de at sessenta salrios mnimos (art. 3). A essa regra foram estabelecidas excees ditadas (a) pela natureza da

demanda ou do pedido (critrio material), (b) pelo tipo de procedimento (critrio processual) e (c) pelos figurantes da relao

processual (critrio subjetivo).

2. certo que a Constituio limitou a competncia dos Juizados Federais, em matria cvel, a causas de "menor complexidade"

(CF, art 98, nico). Mas, no se pode ter por inconstitucional o critrio para esse fim adotado pelo legislador, baseado no menor

valor da causa, com as excees enunciadas. A necessidade de produo de prova pericial, alm de no ser o critrio prprio para

definir a competncia, no sequer incompatvel com o rito dos Juizados Federais, que prev expressamente a produo dessa

espcie de prova (art. 12 da Lei 10.259/01).

3. A presena, como litisconsorte passivo da Unio, de entidade no sujeita a juizado especial federal (no caso, o Estado de Santa

Catarina e o Municpio de So Jos), no altera a competncia do Juizado. Aplica-se situao o princpio federativo (que d

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 18 / 1234

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supremacia posio da Unio em face de outras entidades) e o da especialidade (que confere preferncia ao juzo especial sobre

o comum). Precedentes.

4. Conflito conhecido, declarando-se a competncia do Juizado Especial, o suscitado.(STJ, CC n 97.273/SC, Primeira Seo, Rel.

Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 20/10/2008.)

Assim, e considerando os princpios da economia e da celeridade processuais, bem como o excessivo nmero de processos que

tramitam nesta Corte, a questo fica sujeita hiptese do art. 120, pargrafo nico, do Cdigo de Processo Civil, porque submeter

Segunda Seo para decidir o que j est pacificado, acarretaria o acrscimo de trabalho para o Gabinete, a Seo e a Secretaria.

Em face do exposto, com fundamento no dispositivo antes mencionado, acolho o presente conflito para declarar competente para

processar e julgar a ao o Juizado Especial Federal Cvel de Florianpolis.

Publique-se e intimem-se.

D-se cincia ao representante do Ministrio Pblico Federal.

Decorrido o prazo legal, d-se baixa na distribuio e remetam-se os autos Vara de origem.

Porto Alegre, 23 de abril de 2010.

CONFLITO DE COMPETNCIA N 0009350-14.2010.404.0000/SC

RELATORA : Des. Federal SILVIA MARIA GONALVES GORAIEB

PARTE AUTORA : ANTNIO CARLOS PADILHA

ADVOGADO : Andrea Sodre Luckmann

PARTE R : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Unio

PARTE R : ESTADO DE SANTA CATARINA

: MUNICPIO DE BIGUACU

SUSCITANTE : JUZO SUBSTITUTO DA 01A V F CRIMINAL DE FLORIANPOLIS

SUSCITADO : JUZO SUBSTITUTO DA VARA JEF CVEL DE FLORIANPOLIS

DESPACHO

Trata-se de conflito negativo de competncia suscitado pelo MM. Juzo Federal da 1 Vara Federal de Florianpolis perante a

Presidncia do e. Superior Tribunal de Justia em ao ordinria cujo objeto o fornecimento de medicamentos.

O juzo suscitante entendeu que a causa da competncia do juizado especial federal cvel, porque seu valor est abaixo do limite de

sessenta salrios mnimos, no envolve questo de alta complexidade, sendo indiferente a presena de ente estatal e municipal no

feito.

O conflito no foi conhecido pelo Relator Ministro Humberto Martins, que determinou a remessa dos autos a este Tribunal.

O Ministrio Pblico Federal manifestou-se pela competncia da Justia Federal Especial.

o relatrio.

Tendo em vista os termos do enunciado 428 do STJ, fixando a competncia dos tribunais regionais para conhecer da matria, passo a

decidir.

A competncia dos Juizados Especiais Cveis, conforme dispe a Lei n 10.259/01, definida pelo valor da causa, sendo este de at

sessenta salrios mnimos. Alm disso, absoluta, conforme prev o 3 do art. 3 da mencionada Lei.

A discusso envolve ao que objetiva o fornecimento de medicamentos pela Administrao Pblica Federal, Estadual e Municipal,

caso que no figura exceo regra, no se encontrando entre aquelas excepcionadas pelo 1 do art. 3 da lei de regncia.

Trata-se de matria j conhecida em virtude da volumosa quantidade de aes desse tipo, e sabe-se que no envolve procedimento

complexo, sendo, muitas vezes, solucionada a questo com base em prova documental, caracterstica inerente aos feitos atribudos

aos juizados especiais federais.

Nesse sentido o entendimento do E. STJ, conforme se v das ementas a seguir transcritas:

PROCESSUAL CIBIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETNCIA- JUZO DE JUIZADO ESPCIAL FEDERAL E JUZO

COMUM FEDERAL - FORNECIMENTO DE MENDICAMENTOS - VALOR DA CAUSA INFERIOR A 60 SALRIOS MNIMOS -

AUSNCIA DE COMPLEXIDADE - LEI 10.259/01 - PRECEDENTES DO STJ

1. Nos termos da Lei n 10.259/01, "compete ao Juizado Especial Federal Cvel processar, conciliar e julgar causas de competncia

do Justia Federal at o valor de sessenta salrios mnimos, bem como executar as suas sentenas"

2. O fornecimento de medicamentos no considerado complexo, todavia, ainda que seja necessria a realizao de eventuais

exames tcnicos, no se exclui a competncia dos Juizados Especiais Cveis, como se depreende do artigo 12 da Lei n 10.259/01.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 19 / 1234

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3. Competncia do Juzo Federal do Juizado Especial Cvel da Seo Judiciria do Estado de Santa Catarina.

4. Agravo regimental improvido.(AgRg no CC n. 92.628/SC, Primeira Seo, Rel. Ministro Humberto Martins, DJe de 20/10/2008).

CONFLITO DE COMPETNCIA. JUZO FEDERAL DE JUIZADO ESPECIAL E JUZO FEDERAL DE JUIZADO COMUM.

FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. CAUSA DE VALOR INFERIOR A SESSENTA SALRIOS MNIMOS. UNIO, ESTADO

MEMBRO E MUNICPIO NO PLO PASSIVO. ART. 6, II, DA LEI 10.259/2001.

INTERPRETAO AMPLA. COMPETNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS.

1.A Lei 10.259/01, que instituiu os Juizados Cveis e Criminais no mbito da Justia Federal, estabeleceu que a competncia desses

Juizados tem natureza absoluta e que, em matria cvel, obedece como regra geral a do valor da causa: so da sua competncia as

causas com valor de at sessenta salrios mnimos (art. 3). A essa regra foram estabelecidas excees ditadas (a) pela natureza da

demanda ou do pedido (critrio material), (b) pelo tipo de procedimento (critrio processual) e (c) pelos figurantes da relao

processual (critrio subjetivo).

2. certo que a Constituio limitou a competncia dos Juizados Federais, em matria cvel, a causas de "menor complexidade"

(CF, art 98, nico). Mas, no se pode ter por inconstitucional o critrio para esse fim adotado pelo legislador, baseado no menor

valor da causa, com as excees enunciadas. A necessidade de produo de prova pericial, alm de no ser o critrio prprio para

definir a competncia, no sequer incompatvel com o rito dos Juizados Federais, que prev expressamente a produo dessa

espcie de prova (art. 12 da Lei 10.259/01).

3. A presena, como litisconsorte passivo da Unio, de entidade no sujeita a juizado especial federal (no caso, o Estado de Santa

Catarina e o Municpio de So Jos), no altera a competncia do Juizado. Aplica-se situao o princpio federativo (que d

supremacia posio da Unio em face de outras entidades) e o da especialidade (que confere preferncia ao juzo especial sobre

o comum). Precedentes.

4. Conflito conhecido, declarando-se a competncia do Juizado Especial, o suscitado.(STJ, CC n 97.273/SC, Primeira Seo, Rel.

Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 20/10/2008.)

Assim, e considerando os princpios da economia e da celeridade processuais, bem como o excessivo nmero de processos que

tramitam nesta Corte, a questo fica sujeita hiptese do art. 120, pargrafo nico, do Cdigo de Processo Civil, porque submeter

Segunda Seo para decidir o que j est pacificado, acarretaria o acrscimo de trabalho para o Gabinete, a Seo e a Secretaria.

Em face do exposto, com fundamento no dispositivo antes mencionado, acolho o presente conflito para declarar competente para

processar e julgar a ao o Juizado Especial Federal Cvel de Florianpolis.

Publique-se e intimem-se.

D-se cincia ao representante do Ministrio Pblico Federal.

Decorrido o prazo legal, d-se baixa na distribuio e remetam-se os autos Vara de origem.

Porto Alegre, 16 de abril de 2010.

CONFLITO DE COMPETNCIA N 0009354-51.2010.404.0000/SC

RELATOR : Des. Federal FERNANDO QUADROS DA SILVA

PARTE AUTORA : TERESINA PERIN MAROCCO

ADVOGADO : Henrique Schuh e outros

PARTE R : MUNICPIO DE CHAPECO/SC

ADVOGADO : Jauro Sabino Gehlen

PARTE R : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Unio

SUSCITANTE : JUZO SUBSTITUTO DA 01A VF e JEF CRIMINAL DE CHAPEC

SUSCITADO : JUZO SUBSTITUTO DA VARA JEF CVEL DE CHAPEC

DECISO

Trata-se de conflito de competncia entre o Juzo Especial Federal Cvel e o Juzo Federal, no qual se pretende determinar qual o

competente para processar e julgar ao na qual se busca o fornecimento de medicamentos, materiais, exames ou a prestao de

tratamento mdico pelo Sistema nico de Sade.

O Juizado Especial Federal aponta sua incompetncia com lastro no argumento de que seria incabvel a interveno de terceiros no

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mbito desse rgo, a existncia de pessoas que no possuem capacidade para ser parte nos JEF Cveis e a discusso acerca da

validade de ato administrativo. O Juzo Federal, por sua vez, alega que a competncia do Juizado Especial Federal, seja pelo valor

da causa, seja pela menor complexidade da causa, alm de inexistir bice legal para a formao de litisconsrcio passivo necessrio

nas demandas manejadas com o referido escopo.

o breve relatrio.

DECIDO.

A jurisprudncia desta Corte j se pronunciou sobre a matria:

"VOTO

A douta representao do Ministrio Pblico Federal nesta instncia, em seu parecer de fls. 108/109, assim se pronunciou:

"2. Com razo o MM. Juzo suscitante ao sustentar a competncia do MM. Juzo Federal da 2 Vara Federal de Florianpolis - SC

para processar e julgar a ao.

Nos termos do artigo 6 da Lei n. 10.259/2001, podem ser rs no Juizado Especial Cvel a Unio, as autarquias, as fundaes e as

empresas pblicas federais, o que demonstra a inteno em se manter a competncia dos Juizados Especiais Federais Cveis, no

obstante a presena desses entes como sujeitos passivos na ao. Verifica-se, portanto, inexistir bice formao de litisconsrcio

no mbito dos Juizados Especiais, desde que se mantenha no plo passivo da demanda uma das pessoas indicadas no artigo 6

acima referido.

Todavia, no presente caso o autor ajuizou a ao to somente contra o Municpio de So Jos - SC, sendo que posteriormente este

requereu o chamamento ao processo da Unio e do Estado de Santa Catarina.

Ao contrrio do sustentado pelo MM. Juzo suscitado, no se trata de hiptese de litisconsrcio passivo necessrio. Isso porque o

objeto da ao trata do fornecimento de medicamentos autora e, de acordo com o artigo 196 da CRFB, a sade constitui dever de

todos os entes da Federao, de modo que desse imperativo constitucional resulta a solidariedade entre os entes federativos em

prestar o servio pblico de sade. Contudo, tal solidariedade no implica a formao de litisconsrcio passivo necessrio,

podendo a parte ajuizar a demanda contra um ou todos os entes federados; por outro lado, com fulcro nessa solidariedade,

possvel ao ente federativo demandado requerer o chamamento ao processo dos demais coobrigados, nos termos do artigo 77,

inciso III, do CPC.

Portanto, embora o valor da causa originria sob comento se encontre dentro do limite estabelecido pelo artigo 3 da Lei n.

10.259/2001, inexiste competncia do Juizado Especial Cvel Federal para apreciar a ao, conforme previsto no artigo 10 da Lei

n. 9.099/1995, que veda a interveno de terceiros no Juizado Especial Cvel, aplicvel por fora do artigo 1 da Lei n.

10.259/2001.

Em face da incompetncia do Juizado Especial Federal Cvel apreciar o chamamento ao processo requerido na ao orginria,

esta deve ser processada e julgada perante o MM. Juzo suscitado."

Esse pronunciamento deve ser ratificado, convertendo-se em razo de decidir.

Ante o exposto, voto por acolher o conflito negativo de competncia para declarar competente o juzo suscitado.

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETNCIA. ACOLHIMENTO.

Conflito negativo de competncia acolhido para declarar competente o juzo suscitado (CC 2009.04.00.041041-2/SC, 2 Seo, Rel.

Des. Federal Valdemar Capeletti, D.E. 18-01-2010).

Quanto alegao de que a demanda busca anular ou cancelar ato administrativo federal, mister considerar que esse no o

provimento jurisdicional buscado pela parte, mas sim o fornecimento de medicamentos, materiais, exames ou a prestao de

tratamento mdico pelo Sistema nico de Sade.

Ante o exposto, com fulcro no art. 120, nico do CPC, desacolho o presente conflito, fixando a competncia do juzo suscitante

(Juzo Federal da 1 Vara e JEF Criminal de Chapec-SC).

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Intime-se.

Porto Alegre, 27 de abril de 2010.

CONFLITO DE COMPETNCIA N 0009788-40.2010.404.0000/SC

RELATORA : Des. Federal SILVIA MARIA GONALVES GORAIEB

PARTE AUTORA : IZIDORO SALOME BARBOSA

ADVOGADO : Defensoria Pblica da Unio

PARTE R : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Unio

PARTE R : ESTADO DE SANTA CATARINA

ADVOGADO : Sadi Lima

PARTE R : MUNICPIO DE FLORIANOPOLIS/SC

ADVOGADO : Lilia Alexandrina da Silva Maryama

SUSCITANTE : JUZO FEDERAL DA 01A VARA FEDERAL DE FLORIANPOLIS

SUSCITADO : JUZO SUBSTITUTO DA VARA JEF CVEL DE FLORIANPOLIS

DECISO

Trata-se de conflito negativo de competncia suscitado pelo MM. Juzo Federal da 1 Vara Federal de Florianpolis perante a

Presidncia do e. Superior Tribunal de Justia em ao ordinria cujo objeto o fornecimento de medicamentos.

O juzo suscitante entendeu que a causa da competncia do juizado especial federal cvel, porque seu valor est abaixo do limite de

sessenta salrios mnimos, sendo irrelevante a complexidade da causa ou a eventual necessidade de realizao de percia.

O conflito no foi conhecido pela Relator Ministro Herman Benjamin, que determinou a remessa dos autos a este Tribunal.

O Ministrio Pblico Federal manifestou-se pela competncia da Justia Federal Especial.

o relatrio.

Tendo em vista os termos do enunciado 428 do STJ, fixando a competncia dos tribunais regionais para conhecer da matria, passo a

decidir.

A competncia dos Juizados Especiais Cveis, conforme dispe a Lei n 10.259/01, definida pelo valor da causa, sendo este de at

sessenta salrios mnimos. Alm disso, absoluta, conforme prev o 3 do art. 3 da mencionada Lei.

A discusso envolve ao que objetiva o fornecimento de medicamentos pela Administrao Pblica Federal, Estadual e Municipal,

caso que no figura exceo regra, no se encontrando entre aquelas excepcionadas pelo 1 do art. 3 da lei de regncia.

Trata-se de matria j conhecida em virtude da volumosa quantidade de aes desse tipo, e sabe-se que no envolve procedimento

complexo, sendo, muitas vezes, solucionada a questo com base em prova documental, caracterstica inerente aos feitos atribudos

aos juizados especiais federais.

Nesse sentido o entendimento do E. STJ, conforme se v das ementas a seguir transcritas:

PROCESSUAL CIBIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETNCIA- JUZO DE JUIZADO ESPCIAL FEDERAL E JUZO

COMUM FEDERAL - FORNECIMENTO DE MENDICAMENTOS - VALOR DA CAUSA INFERIOR A 60 SALRIOS MNIMOS -

AUSNCIA DE COMPLEXIDADE - LEI 10.259/01 - PRECEDENTES DO STJ

1. Nos termos da Lei n 10.259/01, "compete ao Juizado Especial Federal Cvel processar, conciliar e julgar causas de competncia

do Justia Federal at o valor de sessenta salrios mnimos, bem como executar as suas sentenas"

2. O fornecimento de medicamentos no considerado complexo, todavia, ainda que seja necessria a realizao de eventuais

exames tcnicos, no se exclui a competncia dos Juizados Especiais Cveis, como se depreende do artigo 12 da Lei n 10.259/01.

3. Competncia do Juzo Federal do Juizado Especial Cvel da Seo Judiciria do Estado de Santa Catarina.

4. Agravo regimental improvido.(AgRg no CC n. 92.628/SC, Primeira Seo, Rel. Ministro Humberto Martins, DJe de 20/10/2008).

CONFLITO DE COMPETNCIA. JUZO FEDERAL DE JUIZADO ESPECIAL E JUZO FEDERAL DE JUIZADO COMUM.

FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. CAUSA DE VALOR INFERIOR A SESSENTA SALRIOS MNIMOS. UNIO, ESTADO

MEMBRO E MUNICPIO NO PLO PASSIVO. ART. 6, II, DA LEI 10.259/2001.

INTERPRETAO AMPLA. COMPETNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS.

1.A Lei 10.259/01, que instituiu os Juizados Cveis e Criminais no mbito da Justia Federal, estabeleceu que a competncia desses

Juizados tem natureza absoluta e que, em matria cvel, obedece como regra geral a do valor da causa: so da sua competncia as

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causas com valor de at sessenta salrios mnimos (art. 3). A essa regra foram estabelecidas excees ditadas (a) pela natureza da

demanda ou do pedido (critrio material), (b) pelo tipo de procedimento (critrio processual) e (c) pelos figurantes da relao

processual (critrio subjetivo).

2. certo que a Constituio limitou a competncia dos Juizados Federais, em matria cvel, a causas de "menor complexidade"

(CF, art 98, nico). Mas, no se pode ter por inconstitucional o critrio para esse fim adotado pelo legislador, baseado no menor

valor da causa, com as excees enunciadas. A necessidad