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COORDENADORES ALAN MARTINS DIMAS Y AMADA SCARDOELLI Tribunal de Contas 2017 2ª EDIÇÃO REVISTA, AMPLIADA E ATUALIZADA Coleção RE 9 I SAÇO TCU, TCEs e TCMs Tribunal_de_Contas_Livro.indb 3 25/08/2017 17:23:50

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COORDENADORES

ALAN MARTINS

DIMAS YAMADA SCARDOELLI

Tribunal de Contas

2017

2ª EDIÇÃOREVISTA, AMPLIADA E ATUALIZADA

Coleção

RE ISAÇO

TCU, TCEs e TCMs

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 3 25/08/2017 17:23:50

Questões 1321

Economia e Regulação

Felipe Viana de Paula

TABELA DE INCIDÊNCIA DE QUESTÕES

Distribuição das questões organizada

por ordem didática de assuntos

AssuntoNúmero de

QuestõesPeso

MACROECONOMIA 0 0,00%

O SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS E IDENTIDADES MACROECONÔMICAS BÁSICAS 7 16,28%

O MODELO KEYNESIANO BÁSICO E O MODELO IS/LM 9 20,93%

ECONOMIA ABERTA, INFLAÇÃO E CRESCIMENTO 4 9,30%

MICROECONOMIA 0 0,00%

TEORIA DO CONSUMIDOR E TEORIA DA PRODUÇÃO 7 16,28%

ESTRUTURAS DE MERCADO 2 4,65%

FALHAS DE MERCADO 3 6,98%

TEORIA DA REGULAÇÃO 2 4,65%

ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO 6 13,95%

ECONOMIA BRASILEIRA 3 6,98%

Total 43 100%

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Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1322 25/08/2017 17:34:53

Questões 1323

Economia e Regulação

Felipe Viana de Paula

QUESTÕES

1. MACROECONOMIA

1.1 O SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS E IDENTIDADES MACROECONÔMICAS BÁSICAS

Produto agregado e os problemas de mensuração.

Produto nominal x produto real.

Contas do sistema monetário.

Noções básicas do balanço de pagamentos.

01. (FCC – Auditor TCU/AM - 2013) Em macroeconomia, sabendo que: Y é o Produto Interno Bruto (PIB), C é o consumo das famílias, I é investimento privado, G são os gastos do governo, X são as exportações e M são as importações, a identidade macroeconômica básica, também conhecida como equação do PIB pelo lado da demanda, é dada por:

a) Y = C + G + I

b) Y = C + G + I - (X - M)

c) Y = C + G + I + (X - M)

d) Y = C + G + I + (M - X)

e) Y = C + X + I - (G-M)

COMENTÁRIOS .

Alternativa correta: letra “c”: O Produto Agregado de um economia (PIB) equivale à soma do consumo das famílias (C), do investimento (I )privado, dos gastos do governo (G) e das exportações líquida (X – M). Assim, a identidade macroeconômica básica é dada por: Y = C + I + G + (X – M).

02. (FCC – Auditor TCU/AM - 2013) São funções da moeda:

a) meio de pagamento e reservas internacionais.

b) meio de pagamento, unidade de conta e reserva de valor.

c) reserva de valor e seguro contra a inflação.

d) meio de pagamento e preço da moeda estrangeira.

e) meio de pagamento e custo do dinheiro.

COMENTÁRIOS .

Alternativa correta: letra “b”: A moeda desempenha três funções: meio de trocas, unidade de conta e reserva de valor. Como meio de troca a moeda é utilizada para liquidar as transações, revestindo-se em um

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1323 25/08/2017 17:34:53

Felipe Viana de Paula1324

intermediário das trocas. A função de unidade de conta faz com que a moeda seja o referencial para que as demais mercadorias expressem seus valores. Por fim, ao ter a função de reserva de valor, a moeda permite a separação temporal entre os atos de compra e de venda, ao manter o seu poder de compra entre os dois atos.

Alternativa “a”: As reservas internacionais são os de moedas estrangeiras depósitos no Banco Central, como o dólar, o euro, o peso. Não têm a ver com as funções da moeda.

Alternativa “c”: A moeda não é, jamais, um seguro contra a inflação, já que esta equivale à perda do valor da moeda no tempo. Em período de alta de preços, reter moeda faz com que haja perda do poder de compra. Para se resguardar da inflação, os indivíduos devem adquirir outros ativos, como aplicações financeiras que remuneram à taxa da inflação, moedas estrangeiras (dólar), etco bem é consumido apenas em 2013 pelas famí-lias, ele vai compor o PIB de 2013. Ressalta-se que se o bem acabado colaborasse para uma variação positiva dos estoques da empresa em 2012, ele seria computado como Investimento no PIB de 2012.

Alternativa “d”: O preço da moeda estrangeira por de ser dado em moeda nacional, através da conversão de valores. Mas esse preço é dado através da oferta e demanda no mercado de câmbio, não sendo umas das funções da moeda.

Alternativa “e”: O custo do dinheiro está relacionado ao preço que se paga ao se optar por reter moeda, que é um ativo finan ceiro que não rende juros e cujo valor é corroído pela inflação. Ao se reter moeda deixa-se remunerar seu dinheiro, o que ocorreria na aplicação em títulos. Não é, assim, uma das funções da moeda.

ACERCA DAS RELAÇÕES TEÓRICAS ESTABELECIDAS PELAS CONTAS NACIONAIS E DO BALANÇO DE PAGAMENTOS, JULGUE OS ITENS SEGUINTES.

03. (CESPE/Unb – Auditor TCU – 2015) O saldo da balança comercial corresponde à diferença entre a expor-tação e a importação de bens, enquanto os valores dos serviços relativos a transporte e viagens internacionais são computados na conta capital.

COMENTÁRIOS .

Errado. A primeira parte da afirmativa está correta. A balança comercial corresponde basicamente às exportações e as importa ções de bens, utilizando-se o conceito FOB (free on board), ou seja, o valor contabili-zado é livre de frete e seguro de transporte. Já a segunda parte da assertiva é inexata: os valores dos serviços referentes a transporte e viagens internacionais são contabilizados na conta de serviços e rendas, que faz parte do balanço de transações correntes e não da conta capital.

04. (CESPE/Unb – Auditor TCU – 2015) A renda agregada é sempre igual ao produto agregado.

COMENTÁRIOS .

Certo. Define-se produto agregado como a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em uma economia durante determinado período de tempo. Já a renda agregada equivale à a remu neração dos fatores de produção na economia: salários (remuneração do fator trabalho), juros (remuneração do dinheiro), lucros (remuneração do risco) e aluguéis (remuneração do capital): Renda Agregada = salários + juros + aluguéis + lucros

Existe ainda o conceito de despesa agregada, que diz respeito às pos síveis destinações do produto. Os três conceitos anteriormente descritos são equivalentes. Vajamos o porquê.

As empresas produzem os bens e serviços utilizando-se dos fatores de produção fornecidos pelas famílias. A utilização desses fatores é remunerada, o que gera renda para famílias. Essa renda, inicialmente, é destinada à aquisição dos bens e serviços produzidos pelas empresas. Esse fluxo estabelece a identidade macroeco-nômica básica:

Produto Agregado = Despesa Agregada = Renda Agregada

(valor da produção final) (despesa com o produto) (salários + lucros + juros + aluguéis)

05. (CESPE/Unb – Auditor TCU – 2015) O deflator do PIB consiste em uma medida de preço e, por ser calcu-lado pela divisão do PIB nominal pelo PIB real, proporciona informações semelhantes às do índice de preços ao consumidor.

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1324 25/08/2017 17:34:53

Questões 1325

COMENTÁRIOS .

Errado. A inclinação O deflator do PIB é a razão PIB Nominal e o PIB Real. Cor responde à divisão da soma de todos os preços no período atual multiplicado pelas quantidades do período anterior com a soma de todos os preços do período anterior multiplicado pelas quantidades do instante anterior:

Deflator Implícito do PIB = PIB Nominal

PIB real x 100

Embora não seja como o IGP-DI (Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna) e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que são índices pesquisados diretamente, ele também é considerado um indicador de preços. Tem maior abrangência que os anteriores, inclusive, uma vez que leva em conta informações não contidas nos demais índices, como os preços implícitos relacionados à administração pública.

Sua medida não é idêntica à do índice de preços ao consumidor, mas é bem próxima, podendo eventualmente se distanciar. Por esse motivo, acreditamos que a assertiva está correta, embora a banca tenha considerado errada. A curva LM depende de dois fatores: a elasticidade da demanda de moeda em relação à renda e a elasticidade

06. (CESPE/Unb – TCE/ES – Analista Administrativo – Adm. e Econ. /2013) Considerando os principais agregados macroeconômicos e as identidades do sistema de contas nacionais, assinale a opção correta.

a) Quando um agente retira recursos da caderneta de poupança e compra um imóvel residencial usado, ocorre redução da poupança agregada e elevação do consumo das famílias no cálculo do PIB.

b) Um bem produzido em 2012 e vendido em 2013 contribui para o PIB de 2012.

c) Nas contas nacionais, os desembolsos das famílias relativos à aquisição de casa própria nova são compu-tados na formação bruta de capital fixo.

d) O produto interno bruto (PIB) a preços de mercado deriva da soma da remuneração de todos os fatores de produção.

e) A venda de um imóvel comercial usado é computada, para fins de apuração do PIB, pelo valor da venda do imóvel e não pelo valor contábil.

COMENTÁRIOS .

Alternativa correta: letra “c”: Correto. A aquisição da casa própria, desde que seja nova, é computada como Formação Bruta de Capital Fixo. Perceba que a casa nova atende aos critérios para ser considerada Inves-timento, uma vez que é um capital físico (edificação) e gera renda (aluguel).

Alternativa “a”: A compra de um imóvel usado não é calculada no PIB, já que não há produção de coisa nova. Nesse caso, ocorre apenas transferência de renda dentro da economia.

Alternativa “b”: Se o bem é consumido apenas em 2013 pelas famílias, ele vai compor o PIB de 2013. Res-salta-se que se o bem acabado colaborasse para uma variação positiva dos estoques da empresa em 2012, ele seria computado como Investimento no PIB de 2012.

Alternativa “d”: A assertiva refere-se ao PIB a custo de fatores, que equivale à soma dos salários, juros, aluguéis e lucros. Para se obter o PIB a preços de mercado, deve-se incluir os impostos indiretos e subtrair os subsídios do PIB a preços de mercado.

Alternativa “e”: A venda de um imóvel usado não é calculada no PIB. Seu valor foi computado quando ocorreu sua primeira compra.

07. (CESPE/Unb – TCE/ES – Analista Administrativo – Adm. e Econ. /2013) Com relação às contas do balanço de pagamentos, assinale a opção correta.

a) Se o Banco Central fixar a taxa básica de juros da economia, o superávit do balanço de pagamentos provo-cará elevação permanente da base monetária.

b) O superávit global do balanço de pagamentos é igual à variação da base monetária.

c) O pagamento de amortização de empréstimo internacional junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) é registrado nas transações correntes do balanço de pagamentos.

d) Afirmar que um país possui poupança externa positiva é equivalente a afirmar que a sua balança comer-cial é deficitária.

e) É suficiente para a perda de reservas internacionais que o país apresente déficit em transações correntes.

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Felipe Viana de Paula1326

COMENTÁRIOS .

Alternativa correta: letra “b”: Um aumento do ativo do balancete do Banco central, não compensado por uma elevação do seu passivo não monetário, acarreta a ampliação da base monetária. Como as reservas internacionais compõem o ativo do balancete do Bacen, um aumento do seu estoque em virtude do superávit do Balanço de Pagamentos resultará no aumento da base monetária na mesma proporção.

Alternativa “a”: Nada garante que a fixação da taxa básica de juros da economia gerará superávits no Balanço de Pagamentos (BP). Existem diversos outros fatores que influenciam o saldo do BP, como o patamar dos juros, a taxa de câmbio, os gastos internacionais, etc. Contudo, um superávit do Balanço de Pagamentos aumentará o estoque de reservas internacionais e, em consequência, provocará a elevação da base monetária.

Alternativa “c”: O pagamento de amortização de empréstimo internacional junto ao FMI é registrado na Conta Capital e Financeira do Balanço de Pagamentos.

Alternativa “d”: A poupança externa equivale ao saldo do Balanço de Transações Correntes que, além da Balança Comercial, engloba a Conta de Serviços e Rendas e as Transferências Unilaterais. Quando ocorre

déficit nas transações correntes, a poupança externa é positiva. Isso se deve ao fato da poupança externa ser avaliada com base nos recursos reais, e não nos financeiros. Quando há poupança externa positiva, o país está absorvendo recursos reais do resto do mundo.

Alternativa “e”: As transações correntes são apenas um componente do Balanço de Pagamentos, sendo que um déficit nessa conta não significa, necessariamente, perda de reservas internacionais. Ocorreria perda variação das reservas internacionais se o país apresente déficit global do Balanço de Pagamentos.

1.2. O MODELO KEYNESIANO BÁSICO E O MODELO IS/LM

O multiplicador e o papel dos gastos do governo. .

O modelo IS/LM

Impactos das políticas monetária e fiscal

Com base nas hipóteses do modelo keynesiano básico e, especificamente, da cruz keynesiana, julgue os próximos itens.

08. (CESPE/Unb – Auditor TCU – 2015) De acordo com a cruz keynesiana, o equilíbrio é representado pelo ponto em que a renda se iguala à despesa planejada.

COMENTÁRIOS .

Certo. A cruz keynesiana é um modelo de determinação da renda que representa o equilíbrio no mercado de bens. É representado graficamente com a despesa planejada no eixo da ordenadas, e a renda no eixo das abcissas.

A despesa planejada (E) representa os valores que as empresas, famílias e governo estão dispostos a gastar na aquisição de bens e serviços. E = C + G + I

Y = E

45°

E = C + I + G

Y Y2

Renda, Produto

Des

pesa

Pla

neja

da

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Questões 1327

“A” é o ponto de equilíbrio do mercado, onde a renda é igual à despesa planejada.

09. (CESPE/Unb – Auditor TCU – 2015) Quando resulta especificamente do aumento nos gastos do governo, a elevação na renda agregada da economia é maior que a variação dos gastos governamentais positiva.

COMENTÁRIOS .

Certo. Um aumento nos gastos do governo faz com que a despesa planejada cresça para qualquer nível de renda. Assim, uma variação G nos gastos do governo desloca a curva de despesa planejada do ponto A para o ponto B, onde está localizado o novo equilíbrio da economia., conforme pode ser visto abaixo.

45°

Y YRenda, Produto

Des

pesa

Pla

neja

da

Perceba, pelo gráfico acima, que um aumento das despesas governamentais ocasionou um aumento ainda maior na renda, isto é, Y > G. Isso ocorre porque o aumento da renda influi positivamente o consumo. O aumento do último, por sua vez, gera um crescimento da renda que impacta novamente no nível de con-sumo, e assim sucessivamente.

Esse processo é explicado pelo multiplicador de gastos, que faz com que uma variação positiva nos gastos autônomos (incluindo os gastos do governo) acarrete uma variação na renda agregada superior à va riação inicial nos gastos. O multiplicador é dado por:

YG

= 1-c

, em que c é a propensão marginal a consumir, que varia de 0 a 1.

Como 0 < c < 1, o denominador do lado direito da igualdade é sempre menor que 1, fazendo com que o

multiplicador dos gastos do governo YG

seja maior que a unidade.

Julgue os itens que se seguem, referentes às análises depreendidas do modelo IS-LM.

10. (CESPE/Unb – TCU – Auditor – 2015) Alterações de política fiscal que aumentem a demanda por ser-viços, assim como o aumento de impostos e a redução de renda por parte do governo, deslocam, a priori, a curva IS para a esquerda.

COMENTÁRIOS .

Errado. Políticas fiscais contracionistas descolocam a IS para a esquerda, diminuindo o nível de renda e a taxa de juros, conforme pode ser visto pelo gráfico abaixo.

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1327 25/08/2017 17:34:53

Felipe Viana de Paula1328

LM

r1

IS1

IS2

r2

Y1 Y2 Y

r

Esse e o caso de uma política fiscal que reduz a renda ou eleva os impostos. Já a política fiscal que impac-tem positivamente na demanda por serviços deslocam a IS para direita, e não o contrário. Por isso, a assertiva está incorreta.

11. (CESPE/Unb – TCU – Auditor – 2015) A curva IS descreve as diferentes combinações de produto/renda e taxa de juros que equilibram o mercado de bens e serviços.

COMENTÁRIOS .

Certo. É a definição da curva IS (Investment-Saving, em inglês), que representa os pontos das diversas combinações dos juros e da renda, mantendo-se todas as demais variáveis constantes, que igualam a oferta e demanda agregada.

r1

IS

r2

Y2 Y1 Y

r

12. (CESPE/Unb – TCU – Auditor – 2015) Na construção da tradicional curva LM, a oferta real de moeda tem o formato de uma reta vertical, enquanto a demanda real de moeda é negativamente inclinada. No mercado monetário, o equilíbrio implica uma curva LM de inclinação positiva.

COMENTÁRIOS .

Certo. A curva LM representa as combinações de níveis de renda e de taxa de juros que equilibram o mer-cado monetário. No equilíbrio desse mercado, a demanda por moeda é igual à oferta de moeda. Considera-se que a oferta de moeda depende exclusivamente das autoridades monetárias e, por esse motivo, é conside-

rada uma variável exógena. Assim, a oferta real de moeda (MP

) é constante e independente das variações de

juros, o que implica uma curva de oferta de moeda vertical:

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1328 25/08/2017 17:34:54

Questões 1329

r1

r2

r

MP

MP

Já a demanda de moeda depende de dois motivos: o motivo transação e motivo portfólio. Em relação ao primeiro motivo, a demanda de moeda aumenta na medida em que há um crescimento da renda. Se a renda é maior, o volume de transações cresce e, em consequência, a necessidade de meios de pagamentos também. Em relação ao motivo portfólio, os indivíduos preferirão reter menos moeda quanto maior for a taxa de juros, porque preferirão aplicar o dinheiro a fim de obter os rendimentos que os juros proporcionam. Dessa forma, a demanda de moeda é inversamente proporcional à taxa de juros. Com base no exposto, percebe-se que, no gráfico em que a taxa de juros é representada no eixo vertical e a renda, no horizontal, a demanda de moeda é uma curva negativamente inclinada.

r2

r1

Md (Y)

MP

O equilíbrio no mercado monetário pode ser visto quando as curvas de oferta e demanda de moeda são juntadas em um mesmo gráfico. Ele é representado pelo cruzamento das duas curvas (ponto E)

r*

Md (Y)

MP

MP

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1329 25/08/2017 17:34:54

Felipe Viana de Paula1330

Quando há um aumento na taxa de juros, a demanda por moeda se reduz. Para que ela mantenha-se igual à oferta de moeda (que não varia), a renda tem que obrigatoriamente subir, a fim de compensar, através do efeito transação, a redução da demanda. Percebe-se, dessa forma, que para o mercado monetário se manter em equilíbrio, as variações de renda devem ser diretamente proporcionais às variações das taxas de juros, motivo pelo qual a LM é positivamente inclinada:

LM

r1

r2

Y1Y2 Y

r

Com relação aos modelos keynesiano e IS/LM, julgue os itens a seguir.

13. (CESPE/Unb – TCU – Auditor Federal de Controle Externo/2013) Quanto maior a sensibilidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros, mais inclinada será a curva LM e mais eficaz será a política monetária.

COMENTÁRIOS .

Nota do autor: Questão acerca do assunto IS-LM, recorrente em quase todo certame no qual a matéria macroeconomia é cobrada. Os fatores que afetam a inclinação curva LM estão relacionamos à demanda por moeda. É importante salientar que as palavras elasticidade e sensibilidade são sempre sinônimas nesses casos.

Errado. A inclinação da curva LM depende de dois fatores: a elasticidade da demanda de moeda em rela-ção à renda e a elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros. Se a demanda por moeda for muito sensível a alterações da renda, a LM será mais vertical (mais inclinada). Isso porque qualquer pequena variação na renda ocasionará um grande aumento na demanda de moeda, exigindo uma maior elevação na taxa de juros para manter o mercado monetário em equilíbrio. Com relação à sensibilidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros, quanto mais elevada a mesma for, mais horizontal será a curva LM, isto é, menor será sua inclinação. Sendo a demanda de moeda muito sensível à taxa de juros, qualquer variação na renda precisará de uma pequena alteração na taxa de juros para justar o mercado monetário. Perceba que isso diz o oposto da assertiva. Por fim, a política monetária será mais eficaz quanto mais vertical for a LM, ou seja, quanto menor for a elasticidade da moeda em relação aos juros.

14. (CESPE/Unb – TCU – Auditor Federal de Controle Externo/2013) O aumento dos salários nominais (efeito Keynes) desloca paralelamente a curva LM para a esquerda, o que reduz o produto e o lucro das firmas e aumenta a taxa de juros de equilíbrio.

COMENTÁRIOS .

Nota do autor: A questão exige conhecimentos de tópicos mais avançados do modelo IS-LM e pode ser considerada difícil. Trata-se de um nível de aprofundamento raramente cobrado em concursos públicos para as carreiras de tribunal de contas.

Certo. O aumento dos salários nominais constitui um aumento dos custos de produção. Esse aumento de custos desloca a curva de oferta agregada para cima e para esquerda, ocasionando a elevação dos preços (P). Se o estoque nominal de moeda permanecer constante, o aumento no nível de preços implicará a redução da oferta real de moeda (M/P). Esse fato ocasiona o deslocamento a LM para a esquerda, elevando a taxa de juros de equilíbrio e, em consequência, reduzindo o investimento e o nível de produto. O aumento dos custos de produção impacta negativamente no lucro das firmas.

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1330 25/08/2017 17:34:55

Questões 1331

r1

r2

15. (CESPE/Unb – TCU – Auditor Federal de Controle Externo/2013) A elevação da sensibilidade do inves-timento em relação à taxa de juros faz com que a curva IS fique mais vertical do que antes do referido aumento.

COMENTÁRIOS .

Nota do autor: Dessa vez a questão aborda a inclinação da curva IS. Perceba que é necessário a com-preensão e memorização tanto os fatores que influenciam a inclinação da IS quanto a inclinação da LM, pois sempre são cobrados. É imprescindível que o candidato tenha em mente o seguinte entendimento: curva mais inclinada, tanto a LM quanto à IS, quer dizer que a curva é mais vertical. Imagine uma rampa: quanto mais inclinada essa rampa, mais próximo da vertical ela estará. A lógica se aplica às duas curvas (IS e LM), indepen-dente do fato da LM ser positivamente inclinada e a IS ser negativamente inclinada. Os economistas, nesse caso, levam em consideração o módulo da inclinação.

Errado. Dois são os fatores que influenciam a declividade da curva IS: a sensibilidade (elasticidade) do investimento em relação à taxa de juros e a propensão marginal a consumir. Entenda: quando os investimen-tos são muito sensíveis às taxas de juros, uma pequena redução dos juros causa uma grande elevação do investimento, e vice-versa. A elevação do investimento causa um impacto positivo na renda. Assim, a IS será menos inclinada (mais horizontal), o que invalida a assertiva. Em relação à propensão marginal a consumir (c), temos que ter em mente o seguinte: como os investimentos são função inversa dos juros, uma redução nas taxas juros aumenta o investimento e, em consequência, a renda. Quanto maior o valor da propensão mar-ginal a consumir, maior o valor do multiplicador de gastos (1/1-c) e, portanto, maior o impacto do aumento do investimento e da taxa de juros sobre a renda. Em suma, quanto maior a propensão marginal a consumir, menor a inclinação da IS e quanto maior a elasticidade do investimento em relação à taxa de juros, menor a inclinação da IS também.

16. (CESPE/Unb – TCE/ES – Analista Administrativo – Adm. e Econ. /2013) Considerando o modelo macro-econômico IS/LM, assinale a opção correta.

a) Ainda que na situação de armadilha da liquidez, o Banco Central possui poder de influência sobre a eco-nomia. Um exemplo desse resultado é a política do quantitative easing.

b) Se o Banco Central fixar a taxa de juros da economia, a LM será horizontal e a economia estará na situação de armadilha da liquidez.

c) A elevação da propensão marginal a consumir altera a inclinação da curva IS em rotação horária.

d) Um aumento do consumo autônomo altera a inclinação da curva IS em rotação anti-horária.

e) O aumento da sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros acarreta a inclinação da IS.

COMENTÁRIOS .

Nota do autor: Questão difícil, uma vez que aborda conceito de quantitative easing, pouco explorado pelos manuais de macroeconomia mais utilizados e muito raro em concursos, por se tratar de um tema mais recente. Além disso, insere a hipótese da taxa de juros exógena, ou seja, fixada pelo Banco Central, algo tam-bém raramente cobrado em concursos.

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1331 25/08/2017 17:34:55

Felipe Viana de Paula1332

Alternativa correta: letra “a”: A política de quantitative easing está relacionada ao elevado aumento da base monetária por meio da compra de ativos financeiros do setor privado, visando a facilitar o acesso ao cré-dito dos agentes e estimular a economia. Em suma, trata-se de uma criação de moeda a níveis consideráveis. Na presença da armadilha da liquidez, as taxas de juros são tão baixas que qualquer expansão da base mone-tária será retida pelo público, mesmo sem alteração da taxa de juros. A demanda por moeda é infinitamente elástica em relação à taxa de juros. Como isso ocorre, a diminuição das taxas de juros costuma ser ineficaz nesses casos. A adoção do quantitative easing pode ser uma alternativa para estimular a economia.

Alternativa “b”: Em uma situação na qual o Bacen fixa as taxas de juros, a LM será de fato horizontal. Nesse caso, a oferta monetária que flutuará para se ajustar à taxa de juros. No entanto, a economia não estará em uma situação de armadilha da liquidez. Na presença desta as taxas de juros são baixas o suficiente para fazer com que o público retenha todo aumento da base monetária. Basta pensarmos no caso brasileiro para refutar essa afirmação. No fim da década de 90 a taxa de juros básica da economia brasileira, a SELIC, foi fixada em 45% ao ano pelo COPOM, em nível bastante elevado, portanto.

Alternativa “c”: A elevação da propensão marginal a consumir torna a curva IS menos inclinada (mais horizontal). Como a IS é negativamente inclinada, sua rotação em virtude do mencionado aumento ocorre no sentido anti-horário.

Alternativa “d”: O aumento de qualquer gasto autônomo desloca a IS para a direita, não alterando sua inclinação.

Alternativa “e”: Ao contrário. O aumento da sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros reduz a inclinação da IS, ou seja, a torna mais horizontal.

1.3. ECONOMIA ABERTA, INFLAÇÃO E CRESCIMENTO.

Políticas macroeconômicas em diferentes regimes cambiais

A avaliação do gasto público.

O financiamento do setor público no Brasil

Salários, inflação e desemprego.

17. (FCC –Auditor TCE/AM - 2015) Define-se a política fiscal de um certo país como a administração exclu-sivamente

a) dos impostos dos governos federais, estaduais e municipais.

b) de gastos dos governos federais, estaduais e municipais.

c) de impostos, gastos e transferências dos governos federais, estaduais e municipais.

d) do orçamento federal.

e) dos impostos e gastos dos municípios.

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1332 25/08/2017 17:34:55

Questões 1333

COMENTÁRIOS .

Alternativa correta: letra “c”: Política fiscal diz respeito à atuação do governo na economia a partir de alterações nos seus gastos, transferências e nos níveis de tributos. Abrange a administração pública em todos os níveis: municipal, estadual e federal.

Alternativa “a”: A manipulação dos impostos também pode ser utilizada como política fiscal, mas exis-tem outros meios, além deste, de se efetuar a referida política.

Alternativa “b”: Faltou mencionar as transferências e os impostos.Alternativa “d”: Conforme já exposto, a política fiscal abrange os três níveis de governo e não apenas o

federal.Alternativa “e”: Aqui faltou ser mencionado as transferências e as esferas públicas estaduais e federal.

18. (FCC –Auditor TCE/AM - 2015) Em uma economia aberta com taxas de câmbio flutuantes há uma mas-siva entrada de capitais. Nesse caso, a taxa de juros que é fixada pelo Banco Centrala) permanece inalteradab) desce.c) sobe.d) depende da instância da política fiscal.e) independe da decisão do Banco Central.

COMENTÁRIOS .

Alternativa correta: letra “a”: A massiva entrada de capitais no país faz a taxa de câmbio diminuir (a moeda doméstica valorizar) e não a taxa de juros, pois ela é fixa em função do controle pelo Banco Central.

19. (CESPE/Unb – TCU – Auditor Federal de Controle Externo/2013) Em relação à teoria macroeconômica para pequenas economias abertas, julgue os itens que se seguem.

19.01. No regime de câmbio fixo, o aumento da tributação proporciona redução das reservas internacionais.

COMENTÁRIOS .

Nota do autor: trata-se de uma questão que pode ser resolvida lançando mão do modelo Mundell-Fleming, ou IS-LM-BP, que introduz o mercado externo no modelo IS-LM. Nesse modelo, pequena economia significa que ela é incapaz de afetar os valores dos juros internacionais, ou seja, a taxa de juros doméstica é dada pelo nível dos juros internacionais.

Certo. O aumento da tributação é uma política fiscal contracionista, que ocasiona o deslocamento da IS para esquerda e para baixo. Em uma pequena economia com plena mobilidade de capitais, ou seja, BP hori-zontal, e sob regime de câmbio fixo, a contração da IS colaborará para redução da taxa de juros doméstica, que ficará menor que a taxa de juros internacional. Esse cenário levará há uma fuga de capitais do país, pres-sionando o Banco Central a utilizar suas reservas internacionais, vendendo-as no mercado para manter a taxa de câmbio inalterada. A venda dessas divisas enxugará a base monetária, deslocando a LM para esquerda. A situação final é de renda menor e redução das reservas internacionais.

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1333 25/08/2017 17:34:55

Felipe Viana de Paula1334

19.02. No regime de câmbio flutuante, a expansão dos gastos do governo não é capaz de estimular o produto da economia.

COMENTÁRIOS .

Nota do autor: outra questão acerca do modelo IS-LM-BP. É clássico as bancas fazerem questões desse tipo, apenas alterando as combinações política fiscal e monetária, expansionista ou contracionista, câmbio fixo ou câmbio flutuante.

Certo. A realização de uma política fiscal expansionista desloca, em um primeiro momento, a IS para direita, o que acarreta o aumento da taxa de juros. Esse aumento atrai moeda estrangeira para o país, valori-zando o câmbio, uma vez que no regime de câmbio flutuante o Banco Central não intervém nesse mercado. O câmbio valorizado prejudicará as exportações e fará a IS recuar até o ponto inicial. A política fiscal é, portanto, ineficaz para aumentar a renda.

Y 1,2

19.03. Em um regime com câmbio fixo, a expansão dos gastos do governo leva ao aumento da renda e das exportações líquidas.

COMENTÁRIOS .

Errado. Em um regime de câmbio fixo, uma política fiscal expansionista acarreta o deslocamento da IS para a direita, elevando a taxa de juros acima das taxas internacionais. Esse diferencial positivo nos juros incen-tivará a entrada de moeda estrangeira no país, que deverão ser adquiridas pelo Banco Central para manter o câmbio fixo. A aquisição de divisas (moeda estrangeira) pelo BACEN expande a base monetária, deslocando a LM para a direita e, assim, ampliando o efeito da política fiscal expansionista. Na nova situação a renda é mais elevada quando comparada a situação inicial, mas as exportações líquidas não se alteraram. A IS descolou-se somente em virtude do aumento dos gastos públicos. Perceba que como o câmbio não se altera, não existe incentivo para as exportações líquidas se alterarem.

20. (CESPE/Unb – TCE/ES – Analista Administrativo – Adm. e Econ. /2013) Considere uma economia des-crita pelas equações t = t – 1 – 0,7 ( t – *) e * = 0,4 ( t – 1 + t – 2), em que é a taxa de inflação, é a taxa de desemprego, * é a taxa natural de desemprego ou taxa de desemprego não aceleradora da inflação e t é o indicativo de tempo. No que se refere a essa economia, assinale a opção correta.

a) A estratégia gradualista de combate à inflação não gera desemprego.

b) A taxa natural de desemprego é fixa e depende unicamente de fatores estruturais e institucionais.

c) Uma estratégia de redução permanente da taxa de inflação gera desemprego em curto prazo, contudo, em longo prazo, o nível de desemprego natural será igual ao verificado no momento inicial da política.

d) Nessa economia, o Banco Central é mais conservador que a média da sociedade.

e) Nessa economia, verifica-se o resultado clássico da histerese.

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1334 25/08/2017 17:34:55

Questões 1335

COMENTÁRIOS .

Alternativa correta: letra “e”: Histerese de desemprego significa que longos períodos de desemprego aumentam a taxa natural de desemprego da economia. É isso que mostra a equação * = 0,4 ( t – 1 + t – 2), na qual a taxa natural de desemprego é maior quanto maior os níveis de desemprego nos períodos anteriores, t – 1 e t – 2. Portanto, alternativa correta.

Alternativa “a”: Segundo a fórmula t = t – 1 – 0,7 ( t – *), desde que a inflação no período atual seja menor que a do período anterior, ou seja, t < t – 1, a diferença entre a taxa de desemprego e a taxa natural de desemprego, – t – *, aumentará, independente se a inflação é reduzida de forma gradual ou em forma de choque. Não há nenhum componente na equação que diferencie as duas políticas.

Alternativa “b”: Errado. De acordo com exposto no enunciado, a taxa natural de desemprego *é dada pela equação * = 0,4 ( t – 1 + t – 2), ou seja, ela depende do níveis de desemprego dos períodos t – 1 e t – 2. Portanto, * não é fixa.

Alternativa “c”: Conforme se constata pela equação * = 0,4 ( t – 1 + t – 2), o nível de desemprego natural depende das taxas de desemprego passadas. Quanto maior o desemprego em virtude da queda da inflação, maior a taxa natural de desemprego em períodos futuros.

Alternativa “d”: Não existe qualquer dado, tanto no enunciado quanto nas equações, que permitam dizer que essa afirmação é verdadeira.

2. MICROECONOMIA

2.1. TEORIA DO CONSUMIDOR E TEORIA DA PRODUÇÃO

Curvas de indiferença.

Equilíbrio do consumidor.

Efeitos preço, renda e substituição.

Determinação das curvas de procura, Elasticidade da procura.

Fatores de produção.

Produtividade média e marginal

Lei dos rendimentos decrescentes e rendimentos de escala.

Custos de produção: totais, médios e marginais, fixos e variáveis, no curto e longo prazos.

Fronteiras das possibilidades de produção.

Instruções: Para responder às PRÓXIMAS DUAS questões, considere a tabela, a seguir, que apresenta o custo total e a receita total de uma firma competitiva:

Quantidade

(em unidades)Receita Total Custo Total

1 R$ 90,00 R$ 10,00

2 R$ 170,00 R$ 30,00

3 R$ 240,00 R$ 60,00

4 R$ 300,00 R$ 100,00

5 R$ 350,00 R$ 150,00

6 R$ 390,00 R$ 210,00

7 R$ 420,00 R$ 280,00

21. FCC – Auditor TCE/AM /2015) O custo marginal de produzir a sexta unidade será de

a) R$ 80,00.

b) R$ 10,00.

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1335 25/08/2017 17:34:56

DICAS PARA ESTUDO.

1. O SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS E AS IDENTIDADES MACROECONÔMICAS BÁSICAS

Estoques = lprivado + lpúblico = I

2. MACROECONOMIA KEYNESIANA E O MODELO IS-LM

O multiplicador é igual a:

O modelo keynesiano de determinação da renda é:

Y = 1 / (1 – c).(C + I + G + X – M),

onde c é a propensão marginal a consumir

O multiplicador keynesiano com governo é dado por:

Na armadilha da liquidez a LM é horizontal. A política fiscal tem sua eficácia máxima.

No caso clássico, a LM é vertical. A política fiscal é ineficaz, só aumentando os juros e deslocando o investimento privado, efeito conhecido como “crowding out”.

Excluindo-se os casos extremos, uma política fiscal expansionista eleva a renda e os juros.

Já uma política monetária expansionista, sem os casos extremos, aumenta a renda e reduz os juros.

Políticas contracionistas têm efeitos contrários às expansionistas.

A demanda por moeda tem relação direta com a renda e inversa com a taxa de juros.

3. ECONOMIA ABERTA, INFLAÇÃO E CRESCIMENTO

O multiplicador keynesiano em uma economia aberta é dado por:

Quadro Resumo dos efeitos das políticas no modelo IS-LM-BP

Política monetária

expansionistaPolítica fiscal expansionista

Sem mobilidade

de capital

Regime de câmbio fixoNível de renda e taxa de juros constantes

Nível de renda constante e elevação da taxa de juros

Regime de câmbio flexível Aumento do nível de renda Aumento do nível de renda e da taxa de juros

Perfeita mobili-

dade de capital

(economia

pequena)

Regime de câmbio fixoNível de renda e taxa de juros constante

Elevação do nível de renda e taxa de juros constante

Regime de câmbio flexívelElevação do nível de renda e taxa de juros constante

Nível de renda e taxa de juros permane-cem as mesmas

Economia

e RegulaçãoFelipe Viana de Paula

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1353 25/08/2017 17:34:59

Felipe Viana de Paula1354

A curva de Phillips estabelece um trade-off entre inflação e desemprego;

Ela é dada por: t – t-1 = – ( – N), em que é a inflação, a taxa de desemprego e N a taxa de desemprego natural.

Choques de oferta deslocam a curva de Phillips para direita;

4. MICROECONOMIA

4.1. TEORIA DO CONSUMIDOR

com o mesmo nível de satisfação. São representadas pelo seguinte gráfico:

curva, encontra-se uma cesta de bens.

de indiferença.

ordenadas estiver uma curva de indiferença, maior será o grau de satisfação do consumidor.

poderia existir, pois sua existência violaria o princípio da monotocidade, que diz que mais bens é melhor que menos.

se interceptem.

voltada para cima.

de consumo B e a cesta B, à cesta C, então, ele preferirá a cesta A em relação à cesta C.

por outro no ponto correspondente à cesta ótima do consumidor.

-

elasticidade-cruzada da demanda do bem X em relação ao preço do bem Y é negativa.

ao efeito substituição.

efeito substituição e tem sentido oposto deste. Todo bem de Giffen é bem inferior e nem todo bem inferior é bem de Giffen.

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1354 25/08/2017 17:35:00

Dicas 1355

-nos, terá elasticidade-preço constante e unitária.

4.2. TEORIA DA PRODUÇÃO

que atende a seguinte igualdade:

aos custos de cada fator de produção.

custo marginal é maior que ele. No ponto mínimo do Custo médio, CMe= CMg.

CVMe < CMg, CVMe é crescente. Quando CVMe = CMg, CVMe é mínimo.

competição perfeita o custo marginal e a receita marginal também são iguais aos preços. Nos outros tipos de mer-cado, concorrência monopolística, monopólio e oligopólio, os preços são fixados acima do CMg, no curto prazo.

4.3 ESTRUTURAS DE MERCADO

maximização do lucro da firma ocorre no ponto onde o custo marginal se igual à receita marginal: CMg = RMg.

perfeita.

é fixado acima do custo marginal.

4.4. EXTERNALIDADES, BENS PÚBLICOS E INFORMAÇÃO ASSIMÉTRICA

de maneira direta ou indireta outras partes da economia, sendo que o autor dessas ações não paga nem recebe nenhuma compensação pelo impacto gerado.

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1355 25/08/2017 17:35:00

Felipe Viana de Paula1356

-cando-a.

sociedade do que para a empresa produtora. A empresa geradora da externalidade produz acima da quanti-dade ótima.

para o produtor. Como o produtor só leva em consideração o benefício privado no momento da produção, a quantidade disponibilizada ao mercado é inferior à quantidade socialmente ótima.

demais.

Recursos Comuns, Monopólio Natural e Bens Públicos.

Rival Não-Rival

Excludente Bens Privados Monopólios Naturais

Não-excludente Recursos Comuns Bens Públicos

o privado. São bens excludentes e que podem ser fornecidos pelo setor privado, mas que por gerarem grandes externalidades positivas, são disponibilizados, em parte ou integralmente, pelo setor público. A educação e saúde são exemplos.

que está sendo comercializado. Isso faz com que os compradores selecionem de maneira equivocada os bens do mercado.

têm mais conhecimento sobre os veículos vendidos do que os compradores.

estar segurado. Se ele não estivesse segurado, tomaria mais precauções para um sinistro.

5. ECONOMIA DA REGULAÇÃO

à concorrência.

utilizada na regulação dos setores sob monopólio natural. Esse tipo de regime tarifário requer que os preços sejam fixados de forma que seja que o concessionário tenha uma taxa interna de retorno atrativa após o paga-mento de todos os custos de produção.

economias crescentes de escala.

atuação dos monopólios naturais.

6. ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO

benefícios recebidos por ele do setor público;

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1356 25/08/2017 17:35:00

Dicas 1357

econômica do contribuinte;

-cio fiscal para o consumidor;

consumidores;

indivíduo, geralmente sobre a renda;

comparação aos mais pobres;

7. ECONOMIA BRASILEIRA

mais importantes foram a 70 (instituiu o sistema de taxas múltiplas de câmbio) e 113 (permitia a importação de bens de capital sem cobertura cambial).

monetária.

Bresser (1987) e Plano Verão (1989), com diagnóstico de predominância da inflação inercial e necessidade de desindexação da economia.

Estado mais regulador e fiscal.

Tribunal_de_Contas_Livro.indb 1357 25/08/2017 17:35:00