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Tribunal de Contas da União Número do documento: DC-0576-38/99-P Identidade do documento: Decisão 576/1999 - Plenário Ementa: Auditoria Operacional. SESI SC. Irregularidade na contratação de serviços para a criação e produção de vídeos institucionais. Pagamentos de despesa de propaganda e publicidade sem a certificação do recebimento. Dispensa de licitação na contratação de agência de propaganda e publicidade. Cessão de pessoal. Desvio de função e pagamento de despesa de interesse da Associação dos Funcionários do Sistema FIESC. Juntada às contas. Grupo/Classe/Colegiado: Grupo I - CLASSE V - Plenário Processo: 650.138/1997-0 Natureza: Relatório de Auditoria Operacional. Entidade: Unidade: Unidade Jurisdicionada: Serviço Social da Indústria (Departamentos Regionais de Santa Catarina (1), São Paulo (2), Minas Gerais (3), Piauí (4) e Sergipe (5). Interessados: Responsáveis: Osvaldo Moreira Douat (Diretor do Departamento Regional do SESI/SC, CPF nº 002.913.159-68) e Sérgio Uchôa Rezende (Superintendente do Departamento Regional do SESI/SC, CPF nº 002.637.619-91). Dados materiais: DOU de 14/09/1999 (Com 8 volumes)

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Page 1: Tribunal de Contas da União Número do documento: DC-0576 ... · SENAI, Serviço Social do Comércio ¿ SESC, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC e Serviço Nacional

Tribunal de Contas da União

Número do documento: DC-0576-38/99-P

Identidade do documento: Decisão 576/1999 - Plenário

Ementa: Auditoria Operacional. SESI SC. Irregularidade na contratação deserviços para a criação e produção de vídeos institucionais. Pagamentosde despesa de propaganda e publicidade sem a certificação dorecebimento. Dispensa de licitação na contratação de agência depropaganda e publicidade. Cessão de pessoal. Desvio de função epagamento de despesa de interesse da Associação dos Funcionários doSistema FIESC. Juntada às contas.

Grupo/Classe/Colegiado: Grupo I - CLASSE V - Plenário

Processo: 650.138/1997-0

Natureza: Relatório de Auditoria Operacional.

Entidade: Unidade: Unidade Jurisdicionada: Serviço Social da Indústria(Departamentos Regionais de Santa Catarina (1), São Paulo (2), MinasGerais (3), Piauí (4) e Sergipe (5).

Interessados: Responsáveis: Osvaldo Moreira Douat (Diretor do Departamento Regionaldo SESI/SC, CPF nº 002.913.159-68) e Sérgio Uchôa Rezende(Superintendente do Departamento Regional do SESI/SC, CPF nº002.637.619-91).

Dados materiais: DOU de 14/09/1999 (Com 8 volumes)

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Outra Unidade Técnica: SECEX/SC

Sumário: Auditoria Operacional realizada no "Sistema S". Serviço Social daIndústria ¿ SESI. Decisão nº 334/96 ¿ Plenário. Avaliação documprimento dos objetivos da Entidade. Exame das áreas de recursoshumanos, material, financeira e assistência social ao industriário eseus dependentes. Achados de auditoria associadas ao exame deregularidade/legalidade transferidos para ajuizamento no campo dascontas ordinárias. Julgamento transformado em diligência em ocasiãopregressa. Aporte de elementos complementares. Conclusões positivas nosentido de que o SESI tem suprido a ação do Estado na garantia dedireitos sociais como Saúde, Educação e o Lazer. Recomendações. Prazopara posicionamento junto ao Tribunal. Encaminhamento de cópias àsRegionais do SESI e autoridades interessadas. Juntada. Inclusão empublicação técnica.

Relatório: I -Antecedentes No curso do exercício de 1996 foram veiculadas, nos meios decomunicação escrita, reportagens questionando a atuação de determinadasunidades integrantes dos chamados Serviços Sociais Autônomos. 2. Atento à matéria, na condição de Relator, à época, da sublista deunidades jurisdicionada 9.1, a qual incluia dois entes citados pelamídia, dirigi comunicação ao Colegiado informando que seria orientada,no Plano de Auditoria imediatamente posterior, ação fiscalizadora arespeito do assunto (Sessão Ordinária do Plenário de 29 de maio de1996, Ata nº 20). 3. Logo a seguir, o Ilustre Ministro Humberto Guimarães Souto,igualmente preocupado com os fatos então associados à administração dosServiços Sociais Autônomos, apresentou requerimento ao Colegiado,propondo fosse realizada uma ampla auditoria operacional no ServiçoSocial da Indústria-SESI, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial ¿SENAI, Serviço Social do Comércio ¿ SESC, Serviço Nacional deAprendizagem Comercial - SENAC e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural¿ SENAR (Sessão Extraordinária de caráter reservado de 05/06/1996). 4. Sensível aos argumentos do insigne membro deste Colegiado, oTribunal, naquela oportunidade, assentiu à realização do trabalho de

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auditoria operacional, determinando fosse analisada a efetividade dosresultados apresentados pelas aludidas instituições, de modo a apuraros possíveis desvios denunciados por Parlamentares e imprensa em geral(Decisão nº 334/96-TCU-Plenário, Ata nº 15/96-Plenário). 5. Ato contínuo, foram expedidas as Portarias Conjuntas 1ªSECEX/SECEX-RJ/SAUDI nºs 003, de 27 de junho de 1996, e 004, de 18 dejulho de 1996, designando as equipes responsáveis pelo estágio deLevantamento de Auditoria. II - Levantamento de Auditoria 6. O Relatório resultante dessa etapa do trabalho integra oTC-017.651/96-4. No referido documento é traçado um perfil de cada umdos Serviços Autônomos integrantes da Auditoria Operacional e concebidoo programa de fiscalização, a partir da definição de critérios para aconstituição de amostras, seleção das unidades a serem auditadas norespectivo sistema e orientação para a formação de equipes e realizaçãodos trabalhos. 7. Embora o citado processo contenha o conjunto de informaçõesatinentes ao SESI, SENAI, SESC, SENAC e SENAR, para efeito de exameinicial da matéria, foram destacados como parte integrante do Relatórioapresentado na Sessão Extraordinária de Plenário de 09/12/1998(TC-650.138/97-0), os aspectos associados ao SESI, a partir dostópicos: "estrutura organizacional", "recursos financeiros" e "áreas deatuação". III - Programa de Auditoria 8. Obtidas, na etapa de Levantamento de Auditoria, as informaçõespertinentes à estrutura sistêmica do Serviço Social Autônomo, objeto dafiscalização, e verificada a inviabilidade de auditar todo o universoorganizacional, foram identificadas amostras representativas, as quaisconsideraram, como critérios balizadores para a tomada de decisão, osdados operacionais e as demonstrações financeiras das unidades. 9. No caso do SESI, foi sugerida a seleção dos Departamentos Regionaisde Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Piauí e Sergipe. 10.Em relação a tais Unidades, foram suscitadas questões específicasque deveriam merecer particular atenção, quais sejam: a)DR/SC ¿ o exame das peças orçamentárias da aludida Diretoriaevidenciou, quando do levantamento preliminar, que volume expressivo de

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recursos era destinado à aquisição de "bens para revenda", o quesugeria uma forte atuação comercial (rede de supermercados aberta aopúblico em geral), podendo representar, em princípio, fuga aospropósitos institucionais. b)DR/SP ¿ denúncias veiculadas na imprensa acerca dos seguintesassuntos: .conclusão, há quase dois anos, de um centro de lazer, com hotelpadrão cinco estrelas, no Município de Presidente Epitácio, ao custo deUS$ 15 milhões, e que se encontra abandonado; .locação de parte de edifício situado na av. Paulista, em São Paulo, àFederação das Indústrias de São Paulo ¿ FIESP ¿ ao Centro dasIndústrias de São Paulo ¿ CIESP, a preço 70% inferior ao de mercado; e .aquisição de conjunto de prédios na rodovia Anhanguera em 1992, apreço superior ao dobro do de mercado. c)DR/MG ¿ segundo divulgado por meio da imprensa, estaria havendo aconstrução indiscriminada de Centros de Atividades do Trabalhador ¿CAT, no interior do Estado, ao custo total estimado de US$ 28 milhões,por supostos motivos político-eleitorais. d)DR/PI ¿ alvo de denúncia na imprensa, envolvendo, nesse caso, aconstrução de uma sede em Teresina, ao custo de aproximadamente US$ 6milhões. e)DR/SE ¿ existência de denúncia relativa à construção, ao custo de R$200 mil, de um estádio de futebol em Areia Branca, cidade com 10 milhabitantes e sem qualquer indústria. IV - Aprovação do Planejamento 11. A programação mencionada, acostada aos autos do TC-017.651/96-4,foi submetida à consideração deste Relator em novembro de 1996, ocasiãona qual, verificada a sua adequação aos propósito da Decisão nº 334/96¿ TCU ¿ Plenário (que dispôs sobre a realização da AuditoriaOperacional), mereceu aprovação. 12. Em conseqüência, foram adotadas as providências necessárias àinclusão das cinco unidades do SESI, assim como as dos demais entes do"Sistema S" (SENAR, SENAI, SENAC e SESC) no Plano de Auditoria do 1ºSemestre de 1997. Executados os trabalhos, foram constituídos osprocessos específicos, referentes à amostra representativa do "Sistema

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SESI", os quais passam a ser comentados a partir de agora. V - Auditoria Operacional/Unidades Jurisdicionadas 13. Os assuntos tratados nos Relatórios de Auditoria Operacional,realizada nas Unidades do SESI integrantes da amostra já identificada,mereceram detalhada divulgação por ocasião do julgamento ocorrido naSessão Plenária Extraordinária de 09/12/1998 (Ata nº 49/98-Plenário). 14. Tal fato, aliado à necessidade de racionalizar o acervo deinformações a ser examinado nesta oportunidade, dita a conveniência de,neste tópico (direcionado para o resultado das auditorias processadasem unidades estaduais distintas do SESI), serem apresentados,tão-somente, os pontos considerados de maior relevância, notadamenteaqueles que possam oferecer reflexo em nível de deliberação. A.Departamento Regional de Santa Catarina 15. O Relatório correspondente, alusivo ao trabalho executado noperíodo de 10/03 a 02/05/97, compõe o TC-650.138/97-0, do qual extraioas informações a seguir consignadas. 1. Sumário das principais verificações de índole operacional. 16. Destacam-se, neste sentido, os seguintes registros: 16.1 inexistência de processos que facultem aos servidores ascensão nacarreira, promoção automática por antigüidade e promoção pordesempenho; 16.2 as receitas de serviços comerciais são destinadas à manutenção daspróprias atividades. Contudo, existe um repasse informal de parte dolucro comercial para o DR/SC, com destinação orientada para os serviçoseducacionais; 16.3. nos serviços da área social (como por exemplo assistênciaodontológica) são feitas cobranças de acordo com o serviço e com aregião que sedia a atividade, no intuito de obter ressarcimento departe do custo do serviço; 16.4. nos serviços educacionais (creche e pré-escola) são realizadascobranças de acordo com a faixa salarial dos pais, com o igual intuitode custear parte do valor do serviço; 16.5. os serviços prestados pelo SESI/SC na parte odontológica foram

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considerados relevantes pelo grupo auditor, pois estão situados empadrão superior aos que são oferecidos por outros órgãos ou entidades,como sindicatos e prefeituras, além de satisfazer necessidade dapopulação em área de atendimento precário por parte das autoridadesgovernamentais; 16.6. a atividade em medicina é absolutamente incipiente no SESI/SC eas ações na área de enfermagem estão concentradas em serviços depromoção da saúde da mulher, que são prestados apenas em alguns CAT's,principalmente através de atividades educativas; 16.7. as ações empreendidas na área de creches e pré-escola, inseridasno Programa de Desenvolvimento Infantil ¿ PDI, mereceram as seguintesobservações: - existe uma demanda não atendida por turmas de tempo integral,principalmente nos locais em que as empresas empregam grandecontingente de mulheres trabalhadoras; - apesar do pequeno valor cobrado para os trabalhadores de baixa renda,a representatividade da cobrança no salário do usuário é significativa; - o material didático comprado de maneira centralizada foi distribuídoa todos os CAT's visitados, sendo que as opiniões dos professoresentrevistados foram favoráveis, posto ter sido assegurada a qualidade.Registraram-se algumas sugestões no sentido de aumentar a quantidade ouretomar a compra em âmbito local; 16.8. a pré-escola do SESI é tida no Estado de Santa Catarina comoreferência de padrão de qualidade para outras instituições, sejamparticulares ou públicas; 16.9 o critério de localização dos Centros de Atividades obedece adistribuição das indústrias no Estado de Santa Catarina. Já as redes desupermercados, farmácias e cozinhas industriais, atividades de naturezacomercial, representam a ação da DR/SC na área de cooperação eassistência, também chamada Área Comercial, não havendo vínculo desubordinação aos CAT's, mas sim a uma divisão administrativa própria; 16.10por ocasião da auditoria, a direção do DR/SC estava decidida pelofechamento de toda sua rede de supermercados, o que estava programadopara ocorrer ao longo do exercício de 1997; 16.11. as visitas feitas aos centros esportivos de Joinville, São Bentodo Sul e às instalações esportivas do CAT de Videira causaram, de um

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modo geral, boa impressão à equipe. As construções mostraram-seadequadas e as instalações achavam-se limpas e organizadas, àdisposição do público-alvo; 16.12. a rede de farmácias do SESI/SC contava, em abril de 1997, com 59unidades espalhadas pelo Estado. À época da auditoria, representava amaior rede de farmácias naquela Unidade Federada; 16.13. a rede de farmácias do SESI no Estado de Santa Catarina, à épocada auditoria, possuía convênios com mais de 800 empresas, permitindofossem descontadas as compras dos funcionários em folha de pagamento,além de servir de referência de preços para o mercado catarinense; e 16.14. no campo gerencial, o grupo auditor assinalou a preocupação doente auditado no sentido de melhorar a qualidade da administração,posto ter acionado, à época, diversas medidas voltadas para oaperfeiçoamento da administração. 2. Sumário dos achados de auditoria associados a exame delegalidade/regularidade 17. O trabalho de auditoria centrou atenção em uma série de ocorrênciasassociadas a despesas, entendidas indevidas, processadas à conta de: a) propaganda e publicidade ¿ irregularidade na contratação de serviçosvoltados para a criação e produção de vídeos institucionais, pagamentosde despesas de propaganda e publicidade à agência EXA sem a devidacertificação de recebimento dos produtos e/ou serviços prestados,disfunções na contratação de serviços para a produção e publicação darevista SESINHO e contratação de agência de propaganda e publicidadesem licitação; e b) gastos com o condomínio ¿ verificação de diversos gastos de elevadamonta, os quais não são passíveis de enquadramento como despesas doedifício e tampouco de estabelecer correspondência com aspossibilidades de gastos previstas no Regulamento do SESI. Dada amaterialidade do assunto, esta questão mereceu tratamento específico,mediante a constituição de Representação autuada sob o nºTC-650.071/97-2. 18. O assunto tratado no item "b" do parágrafo precedente foi objeto dedeliberação na assentada de 02/06/1999 (Decisão nº 325/99 ¿ Plenário),ocasião na qual o Colegiado compreendeu que a responsabilidade sobre osfatos questionados deve ser investigada junto aos administradores doCondomínio, razão pela qual foi determinada a citação dos agentes em

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questão. 19. Foram levantadas, ainda, no presente trabalho de AuditoriaOperacional, as práticas alusivas à cessão irregular de pessoal e aodesvio de função, além de pagamentos de depesas de interesse daAssociação dos Funcionários do Sistema FIESC. 3. Desdobramentos processuais. 20.Tramitação complementar: 20.1. O Relatório de Auditoria Operacional, a título de conclusão,propôs fosse promovida a audiência-prévia do Sr. Osvaldo Moreira Douat,Diretor do Departamento Regional do SESI/SC, a respeito das práticasentendidas irregulares, consideradas infringentes a normas delicitação, ao Estatuto do SESI, aos princípios norteadores daAdministração Pública Federal, à Lei nº 4.320/64, a boa técnica deadministração de pessoal e à adequada orientação gerencial. 20.2. O Sr. Diretor de Divisão, ao concordar em linhas gerais,compreendeu conveniente chamar aos autos, além do Diretor-Regional, oSuperintendente do SESI/DR/SC, contando, para tanto, com a anuência doSr. Secretário de Controle Externo (fls. 42/46 e 47). 20.3. Instados a se defenderem (fls. 48/53 e 54/59), os Srs. SérgioUchôa Rezende, Superintendente do SESI/DR/SC, e Osvaldo Moreira Douat,Diretor Regional do SESI/DR/SC, apresentaram o arrazoado de fls. 60/73do TC-650.138/97-0, acompanhado de anexos numerados de 01 a 14 (fls.01/36, vol. VI e vols. VII e VIII). 20.4.A análise das razões de justificativa está contemplada às fls.82/126, quando a instrução, com o aval do escalão dirigente (fl. 127),sugere, entre outras medidas, a transformação do processo em tomada decontas especial e a citação dos responsáveis, para que ofereçam defesaou procedam ao recolhimento dos valores especificados, os quaisdecorrem de práticas questionadas em relação à preparação de VT's depropaganda institucional e à confecção da revista do SESINHO. 20.5. Posteriormente, veio ao processo a procuração de fl. 129,elaborada pelo Sr. Sérgio Uchôa Rezende, habilitando a pessoa indicadaa requerer vista do processo e a obter as cópias compreendidasnecessárias. 20.6. Fornecidas as peças processuais solicitadas (fl. 133), esteRelator determinou a aposição da chancela de sigiloso aos autos (fl.

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134) e determinou a juntada dos elementos de fls. 135/161, apresentadospelos responsáveis anteriormente nominados, como complementação dedefesa. 20.7. Mais tarde, definida a forma de apresentação dos distintosprocessos correspondentes à Auditoria Operacional no Serviço Social daIndústria (orientada para julgamento na mesma assentada sob a condiçãode relatório consolidado), entendeu este Relator não subsistir motivopara a manutenção do sigilo aposto aos autos, razão pela qual foiconsignado o despacho de fl. 162. 20.8. Recentemente, veio aos autos o Ofício nº 1187/99 ¿ PDRC (fl.439), oriundo da Procuradoria da República no Estado de Santa Catarina,por meio do qual foi solicitada cópia completa dos autos, com vistas asubsidiar investigação em curso naquela esfera (Dossiê nº 1163/99). 20.9. Ante as prerrogativas conferidas ao Relator, para decidir quantoà solicitação do gênero, autorizei à SECEX/SC a fornecer o materialsolicitado, mediante a advertência de que a matéria está a merecerjulgamento de mérito por parte desta Corte (fl. 435). 20.10. O expediente inserto à fl. 436, acusa o recebimento dadocumentação pela Procuradoria em 9 de julho último. B. Departamento Regional de São Paulo 21.O Relatório pertinente integra o TC-700.199/97-7. 1. Sumário das principais verificações de índole operacional. 22.Sobressaem, neste sentido, os seguintes pontos assinalados: 22.1.o encerramento das atividades de 121 Postos de Abastecimento,operado em janeiro de 1997, resultou na dispensa de 1.040 empregados.Tal decisão, provocada por reiterados prejuízos gerados pelossupermercados da rede SESI/SP, levou a direção da entidade a extinguira Divisão de Abastecimento ¿ DAB, assim como o respectivo setorfinanceiro; 22.2. são apontados alguns entraves à melhoria no gerenciamento derecursos humanos no âmbito do SESI/DR/SP, a saber: elevado número defuncionários no controle da freqüência de pessoal, falta de utilizaçãode meios informatizados; excessiva burocracia, alta centralização dopoder de decisão e multiplicidade de setores;

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22.3. desponta, dentre os aspectos que têm concorrido para o estado dedesmotivação do corpo técnico, a ausência de qualquer instrumento deavaliação de desempenho dos funcionários; 22.4. a avaliação das atividades desenvolvidas por professores está acargo dos orientadores pedagógicos, todavia, não existem instrumentosformais para o cumprimento de tal atribuição; 22.5. por ocasião da auditoria (17/03 a 30/05/97), o SESI/DR/SP nãodispunha de um Plano de Cargos e Salários. Existia, tão-somente, umarelação de cargos e respectivos requisitos exigidos (nível deescolaridade e experiência profissional); 22.6. com relação à frota de veículos do Regional, não foramencontrados estudos destinados a dimensioná-la adequadamente em razãoda demanda efetiva, de modo a minimizar os custos de operação e aredução no tempo requerido para uso dos veículos; 22.7. nas verificações in loco realizadas em diversos Centros deAtividades, foi assinalado que, em relação à manutenção das instalaçõesprediais, havia preocupação com a diminuição e a racionalização doscustos; 22.8. nos CAT's antigos estava sendo processada apenas a manutençãocorretiva, resultando em maiores custos operacionais; 22.9. foi verificado, também, que a localização de diversos CAT'sestava condicionada à doação de terrenos pelas prefeituras, de modoque, em muitos casos, as construções foram situadas em áreasperiféricas, sem infra-estrutura e de difícil acesso aos usuários; 22.10. a área forte do SESI/DR/SP, na oportunidade da auditoria, era osetor educacional, envolvendo gastos diretos de R$ 123,5 milhões, em1996, o que correspondeu a 58,8% das despesas alocadas na área fim.Nesse segmento, a ênfase ficou para o ensino fundamental, com R$ 76,7milhões, seguido pelo ensino supletivo, com a destinação de R$ 20,5milhões; 22.11. o SESI/DR/SP contava, em fevereiro de 1996, com 166.089 alunosmatriculados, sendo que, embora a capital São Paulo represente a áreamais industrializada do Estado, a participação relativa em relação aouniverso de alunos estava na faixa de 16,68%;

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22.12. na área de educação básica (1º grau) o SESI/DR/SP apresentavantagens sobre a rede estadual de ensino, principalmente no aspectodisciplinar (inexistência de greves) e na rápida substituição deprofessores; 22.13. a clientela da Divisão de Alimentação ¿ DAL vem reduzindo nosúltimos anos, devido, provavelmente, ao processo de mudanças naestrutura do parque industrial paulista e à conseqüente redução deempregos. A situação observada concorre para a elevação do custo fixopor refeição; 22.14. são ministrados nos Centos de Atividades curso de aprendizagemdoméstica nas áreas de saúde, educação familiar, corte e costura,artesanato e terceira idade. Mantêm-se, ainda, cursos de corte ecostura fora da estrutura dos CAT's. A equipe de auditoria entendeu queestas atividades fogem do escopo de criação do SESI, muito embora sejambastante valorizadas pela comunidade e autoridades municipais; 22.15. a área de saúde do SESI/SP, quando da auditoria, apresentouimpressão de subutilização, haja vista a expressiva quantidade deambulatórios médicos e odontológicos com longo período de inatividade; 22.16. entre outros motivos, o excesso de burocracia foi considerado umentrave ao adequado desempenho da área de saúde, visto que o tempodecorrido entre o primeiro contato e o efetivo atendimento médico criadificuldade para os usuários e para a indústria; 22.17. o número de participantes nos eventos esportivos tem diminuídogradativamente nos últimos três anos (tendo como marco para aobservação o ano de 1997), o que concorre para a existência decapacidade ociosa da ordem de 49% em relação ao melhor índice deatendimento verificado em ano anterior. A razão dessa queda estáassociada a vários fatores, sendo os principais: falta de divulgaçãodos serviços oferecidos pelo SESI, crescente desemprego na áreaindustrial, localização indevida dos centros esportivos, correção dastaxas e mensalidades e sazonalidade na freqüência; e 22.18. a equipe técnica, ao formular diagnóstico acerca dos fatorescapazes de interferir no efetivo alcance dos objetivos institucionaisdo SESI/DR/SP, conferiu ênfase às seguintes questões de índoleadministrativa: concentração de poderes, excesso de níveis deautoridade e ausência de setor administrativo nos centros deatividades.

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2. Sumário dos achados de auditoria associados a exame delegalidade/regularidade 23. São evidenciadas, nesse campo, basicamente, as seguintes situações: 23.1. concentração de recursos para convênio celebrado entre aFIESP/SENAI e CIESP, em 02/01/96, cuja parcela integralizada peloSESI/SP (40%) é desproporcional em relação ao benefício auferido peloente repassador, porquanto grande parte dos recursos do citadoinstrumento é utilizada para ações dirigidas aos industriais eentidades patronais; 23.2. realização de vultosos gastos com consultorias, a despeito dasituação deficitária dos últimos exercícios, excedendo a despesaautorizada em mais de R$ 2,8 milhões (1996), em detrimento do empregode recursos na atividade-fim, especialmente nos Centros de Atividadesem funcionamento; 23.3. aquisição e conclusão de hotel em Presidente Epitácio, sem prévioestudo de viabilidade econômica, ao custo de R$ 16,9 milhões, noperíodo de junho/91 a junho/95, com a avaliação de mercado em R$ 6milhões; 23.4. serviços de manutenção no empreendimento retrocitado, a cargo daConstrutora Fakiani, com a presença de engenheiro e pessoal de faxina,numa obra concluída desde 1992, devendo-se, ainda, encaminhar orespectivo contrato, solicitação não atendida durante a auditoria, parase aferir o custo/benefício da contratação; 23.5. inobservância do princípio constitucional da isonomia no art. 2ºda Lei nº 8.666/93, tendo em vista contratação, desde 1983, semprocedimento licitatório, de serviço de vigilância e segurança com aEmpresa de Segurança em Estabelecimentos de Crédito ¿ Protec BankLtda.; e 23.6. contratos de locação no Edifício Thomas Edison por preçosirrisórios, muito aquém do praticado no mercado. 3. Desdobramentos processuais 24.Tramitação complementar: 24.1. Em termos conclusivos, o Relatório de Auditoria Operacional,considerando detectadas práticas de gestão ilegais, ilegítimas eantieconômicas, propôs, liminarmente, fosse promovida a audiência do

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Sr. Carlos Eduardo Moreira Ferreira, acerca dos fatos elencados. 24.2. O Sr. Secretário de Controle Externo, por seu turno, recepcionoua orientação preconizada para a matéria, ressaltando, todavia, aconveniência de chamar aos autos, também, o Sr. Carlos Cardoso deAlmeida Amorim, no tocante à questão especificada. 24.3. Os fatos argüidos por meio da audiência foram os mencionados notópico anterior (sumário dos achados de auditoria associados a exame delegalidade/regularidade). 24.4. Chamados à lide, por meio dos Ofícios nºs 979 e 980, de 24/10/97,os responsáveis em questão apresentaram, a título de razões dejustificativa, os elementos contidos nos Volumes I e II doTC-700.199/97-7 e demais documentos, inseridos nos volumes de III aXIX, anexos ao processo principal. 24.5. A análise levada a termo pela SECEX/SP centra atenção nosargumentos expendidos pelos interessados, para, ao final, posicionar-sefavorável à aceitação dos esclarecimentos pertinentes às ocorrênciasrelacionadas à Empresa de Segurança em Estabelecimentos de Crédito ¿Protec Bank Ltda. e aos contratos de locação no Edifício Thomas Edison. 24.6. Em etapa seguinte, a Drª Rita de Cássia Gomes Fontoura, nacondição de representante legal do Serviço Social daIndústria/Departamento Regional de São Paulo e dos interesses do Sr.Carlos Cardoso de Almeida Amorim, dirigiu a este Relator solicitaçõesespecíficas com o objetivo de, à época do julgamento doTC-700.199/97-7, ser credenciada a oferecer sustentação oral eapresentar memorial aos Senhores Ministros. 24.7. Os referidos pedidos foram aprovados em 02/12/98 pelo Sr.Ministro Homero Santos, então presidente desta Corte. 24.8. Por último o Sr. Max Heinz Gunther Schappe, Diretor Regional emexercício, à data de 14 de julho de 1998, conferiu à Drª ChristinaAires os poderes da cláusula ad judicia, com reservas de iguaisprerrogativas aos advogados Rita de Cássia Gomes Fontoura e BernardoSinder, para as iniciativas que são previstas no Termo de Procuração. 24.9. Diante do pedido de vista dos autos e fornecimento de cópiasmovido pela Drª Christina Aires Côrrea Lima, autorizado por esteRelator, foram atendidas as providências requeridas. C) Departamento Regional de Minas Gerais

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25.O trabalho de Auditoria Operacional correspondente deu origem aoTC-375.273/97-2. 1. Sumário das principais verificações de índole operacional 26.Merecem destaque as seguintes observações feitas pela equipe deauditoria: 26.1 o SESI/MG tem apresentado dificuldades no cumprimento de suasfinalidades institucionais, tendo sido verificado decréscimo nosatendimentos realizados por programa a partir do exercício de 1994; 26.2. a disposição organizacional da unidade de controle interno, nacomplexa estrutura do Sistema FIEMG, sugere existir relação dedependência da área de fiscalização em relação à Diretoria Regional doSESIMINAS; 26.3. a reestruturação administrativa implementada no âmbito do SistemaFIEMG (no qual se encontra incluído o SESI/MG) provocou uma drásticaredução no quadro de pessoal lotado na Auditoria Interna; 26.4. locação de imóveis de terceiros, sem que ficasse evidenciada aimpossibilidade de acomodação das atividades em imóveis próprios; 26.5. cessão gratuita a terceiros (sindicatos patronais e outros) deáreas prediais do patrimônio do SESI/MG, ou permissão de uso de áreasmediante a contraprestação de serviços que não correspondem ao preço demercado de uma locação análoga; 26.6. inexistência de razão, de conteúdo logístico, que justifique alocação do galpão localizado no bairro São Francisco, na cidade de BeloHorizonte, o qual está destinado à guarda de material inservível (emprimeiro plano) e de material em trânsito ou sujeito a reformas (emsegundo plano); 26.7. concessão de subvenções passíveis de questionamento quanto àfinalidade, economicidade e continuidade; 26.8. ausência de comprovação, por parte de instituições beneficiadascom subvenções, quanto ao bom e regular emprego dos recursos recebidose aos resultados alcançados; 26.9. o setor de Planejamento do SESI/MG é responsável pelo Plano deMetas, o qual contempla os objetivos das atividades-fim em termos

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quantitativos, e o de Orçamento e Custos, responde pelo processamentodos objetivos em nível financeiro, qual seja: em termos de receitas edespesas; 26.10.o acompanhamento da execução orçamentária, correspondente àmatéria de cunho financeiro, e da realização das metas, vinculado aosobjetivos quantificados, são feitos mensalmente, de forma sistemática,em relatórios próprios. Como os dados são orçados em bases anuais, acomparação da execução mensal com o que foi orçado pressupõe que sefaça a projeção anual da execução mensal, ou a adequação do que foiorçado aos meses transcorridos, de forma linear, sem levar em conta assazonalidades existentes no período de um ano. Em suma, qualquer um doscritérios escolhidos prejudica a análise dos resultados; 26.11.o setor de Orçamentos e Custos não tem participação na formaçãode preço dos diversos produtos do SESI, nem, tampouco, considera oscustos unitários dos produtos na determinação dos custos incluídos nosorçamentos; 26.12. o grupo auditor compreendeu existir margem para que o SESI/MGmaximize os resultados de sua gestão financeira. Vislumbra, para tanto,conveniente que sejam canalizados todos os recursos gerados pelasunidades operacionais para o Caixa Central logo após a ocorrência dofato gerador da receita. A centralização da aplicação financeira naUnidade Central representa um volume maior de recursos a ser aplicadopela Entidade, aumentando o poder de negociação e assegurando, para oSESI/MG como um todo, a obtenção de melhores receitas financeiras; 26.13. existência de débitos significativos de empresas, junto aoSESI/MG, relativas ao fornecimento de refeições por parte doRestaurante do Trabalhador, situado em Contagem; 26.14. o projeto SESINHO, de educação infantil, não havia sidoimplantado nos Departamentos Regionais, em função da inadequação dosequipamentos adquiridos, não obstante os equipamentos terem ficado nasunidades operacionais; 26.15. identificada, no trabalho de auditoria, a obtenção de auxíliofinanceiro pelo SESI/MG, muito embora o Departamento Regionalapresentasse tendência de capitalização crescente; 26.16. observados, também, casos nos quais recursos doados ao SESI/MG,por parte do Departamento Nacional e do Conselho Nacional do SESI,foram disponibilizados ao beneficiário com antecedência, favorecendo aprática de aplicação financeira, em momento em que a situação

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financeira do SESI/MG estava superavitária; 26.17. evidências de que o Sistema FIEMG tem enfatizado a sua própriaparticipação, em detrimento do SESI/MG, nas publicidades e propagandasdas diversas realizações do SESI/MG; 26.18. casos de participação financeira do SESI/MG junto a empresaspromotoras de eventos, sem que ficassem comprovados os proveitosdecorrentes da iniciativa para os propósitos da Instituição; 26.19. o Plano de Demissão Voluntária ¿ PDV implantado no SESI vigorouno período de maio a setembro de 1996 e resultou apenas na demissão de115 funcionários, devido à pouca atratividade das vantagens oferecidas.Todavia, quando da vigência do PDV, continuaram ocorrendo demissões enovas admissões; 26.20. a política de investimentos praticada na Entidade, quando daAuditoria Operacional realizada, tinha como escopo otimizar autilização do patrimônio existente, reformando-o e suprindo-o debenfeitorias e equipamentos adequados ao seu bom funcionamento; 26.21. após a conclusão dos novos CAT's, em 1995/96, o SESI evitouinvestir em novas construções, priorizando a manutenção e oaprimoramento de suas instalações; 26.22.nas visitas realizadas em diversas localidades do Estado de MinasGerais, a equipe de auditoria observou que existem cidades comconcentração razoável de industriários que não estavam sendoassistidas, a contento, pelos serviços do SESI/MG, como por exemplo,Barbacena e Congonhas; 26.23. o acesso ao Restaurante do Trabalhador, localizado na cidadeindustrial de Contagem, é prejudicado pelo excesso de tráfego naregião, o que o torna atrativo apenas para os empregados de indústriassituadas na proximidade; 26.24. no exercício de 1995, foi implantado na estrutura do SESI/MG, oNúcleo de Oportunidade de Trabalho, com a finalidade, em síntese, derealizar a requalificação e reconversão profissional do trabalhador,com vistas a sua inserção no mercado de trabalho; 26.25. observa a equipe de auditoria que verificou, em diversasUnidades do SESI/MG, certo grau de insatisfação com os serviçosterceirizados, principalmente em relação à limpeza, dada a faltaintermitente de material e atrasos de pagamentos por parte do prestador

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de serviços aos seus funcionários; 26.26.consta do Relatório de Auditoria que o SESI/MG é proprietário devários terrenos e edificações que, à época, encontravam-se ociosos; 26.27. na área de serviços odontológicos houve diminuição na quantidadede tratamentos curativos e aumento de procedimentos preventivos (degrande importância também, mas de custo mais baixo e possibilidade deatender público maior, não surtindo efeito, todavia, em relação àdemanda pré-existente de tratamentos curativos); 26.28. quanto à área de Educação, houve um redirecionamento de suasações, conferindo-se prioridade a cursos profissionais e supletivos,com a conseqüente retração de investimento no Ensino Pré-Escolar eFundamental, os quais estavam sendo gradualmente desativados; 26.29. em relação aos serviços de saúde, a partir das NR nºs 7 e 9 doMinistério do Trabalho, orientadas para a obrigatoriedade da elaboraçãoe implementação dos Programas de Prevenção de Riscos Ambientais e deControle Médico de Saúde Ocupacional, houve uma mudança de postura nasações de saúde do SESI/MG, que desativou o atendimento médico clínico,assumido pelas empresas ante a exigência de estruturação do Setor deMedicina do Trabalho, de modo a poder se dedicar ao cumprimento dascitadas normas; e 26.30. na parte de lazer, foi consignado que, em diversos eventos, apresença de público não atinge sequer a 50% da capacidade de ocupaçãodo auditório do Teatro SESIMINAS, o que pode ser atribuído àlocalização da citada sala de espetáculo, distante da região de maiorconcentração de industriários, e à divulgação restrita junto aos meiosde comunicação, dado o alto custo de veiculação de publicidade; 2. Sumário dos achados de auditoria associados a exame delegalidade/regularidade 27. Destacam-se, neste aspecto, as seguintes ocorrências: 27.1. com relação ao aspecto contábil, o Relatório de Auditoriaregistra as seguintes ocorrências: mais de uma conta para um único nomee contabilização em contas não apropriadas; 27.2. são questionados, também, fatos relacionados a procedimentos egastos com viagens, especialmente aquelas realizadas para o exterior,conforme situações retratadas no trabalho de auditoria; e

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27.3. outros assuntos relacionados a questões que reclamam exame sob aótica da legalidade foram destacados e autuados no TC-375.274/97-9 ¿Sigiloso, para exame específico. 3. Desdobramentos processuais 28.Tramitação complementar: 28.1. A partir da situação retratada, a equipe de auditoria assinalou oelenco de recomendações que julgou pertinente à Entidade. 28.2.O escalão dirigente da SECEX/MG, após detido exame da matéria,recepcionou a orientação preconizada pelos seus imediatos, conferindo,todavia, nova redação para as sugestões a serem dirigidas ao SESI/MG. 28.3. Há de se registrar, ainda, que, mediante solicitação do Sr.Diretor Regional do SESI/MG, foram autorizadas as providências de vistaao processo e fornecimento de cópias à procuradora, Drª Christina AiresCorrêa Lima. Tais medidas, uma vez realizadas, foram objeto dedeclaração constante no processo. D) Departamento Regional do Piauí 29.A Auditoria Operacional realizada no SESI/DR/PI, no período de31/03/97 a 06/05/97, consta do TC-525.131/97-3. 1. Sumário das principais verificações de índole operacional: 30. Ganham relevo, neste aspecto, as seguintes observações: 30.1. não há diretrizes no Departamento Regional quanto à contratação,demissão ou cessão de servidores, sejam eles efetivos ou não-efetivos,ou seja, tais atos não estão devidamente formalizados por meio denormas que determinem quando, como e em que quantidade os servidores(efetivos ou não) poderão ser contratados, demitidos ou cedidos; 30.2. o DR/SESI/PI não tem um programa de capacitação profissional,valendo-se do que é oferecido pelo Departamento Nacional. Ocorre,porém, que o referido programa só abrange a área fim; 30.3. não existe Plano de Cargos e Salários no Departamento Regional doSESI/PI; 30.4. no que se refere às atividades dos servidores nas unidades doSESI/PI, o único controle existente é a folha de freqüência, não há

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avaliação de desempenho nem indicadores de produtividade estabelecidos; 30.5. levantamento realizado pela equipe de auditoria, medianteaplicação de questionário, detectou que 79,8% dos servidores estãoinsatisfeitos com o salário que recebem e 73% afirmaram não recebernenhum estímulo para a capacitação profissional; 30.6. a pesquisa também apontou que 63,8% dos servidores entrevistadosacusaram não receber estímulo algum para que bem desempenhem suasatribuições, enquanto 31,9% afirmaram existir estímulo para odesempenho do servidor; 30.7. a maioria dos servidores do DR/PI está concentrada no municípiode Parnaíba (45%), que abriga somente 8,5% dos industriários existentesno Estado, enquanto que o município de Teresina, com 82,4% dosindustriários, tem somente 28,5% dos servidores do Regional; 30.8. quanto às instalações físicas, as áreas subutilizadas em algumasUnidades Operacionais poderiam ser utilizadas em prestação de serviçosà clientela do SESI/PI. Os gastos com a manutenção do Edifício Sede doDR/PI e do Edifício Albano Franco, assumidos quase que na totalidadepelo SESI/PI, apesar de dividir a área dos mesmos com o SENAI, SEBRAE eFIEPI, são antieconômicos, gerando aumento de despesas; 30.9. o uso de equipamentos pertencentes ao SESI/PI por outrasentidades é habitual. O controle existente sobre esses equipamentos éprecário. A inexistência de programas que objetivem a racionalização nouso dos equipamentos existentes no Regional, bem como o planejamentoquanto à aquisição, concorreram para agravar as dificuldades causadaspela carência de recursos; 30.10. a maioria dos 48 veículos então existentes naquela Regional doSESI está localizada na cidade de Parnaíba. A concentração dosveículos, principalmente das ambulâncias, no referido município, alémde injustificável (dada a menor participação relativa da clientela, emrelação à cidade de Teresina), dificulta o uso das ambulâncias, ônibuse unidades móveis de atendimento odontológico pelos industriários edependentes, vez que não estão disponíveis à clientela específica doSESI quando necessários; 30.11. parcela significativa da receita disponível do SESI/PI, tanto aarrecadada pela Entidade quanto aquela referente à auxílio e subvenção,não está sendo aplicada para custeio dos serviços ou realizações queatendam aos reclamos dos trabalhadores da indústria, sugerindo, assim,gastos estranhos às finalidades da Instituição;

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30.12. a ausência de controle e de planejamento na área de recursosfinanceiros, aliada ao déficit de arrecadação, prejudicam a boaoperacionalidade do Regional e dificultam a missão do SESI/PI de ser umcentro de excelência na prestação de serviços sociais; 30.13. de um modo geral, podem ser citados como fatores que concorrempara a inibição e para dificultar a expansão e melhoria dos serviçosprestados e a boa operacionalidade do Regional, os seguintes: a). atendimento ao segmento "extra-SESI", não pertencente à clientelaregulamentar do DR/PI, em detrimento ao público alvo do SESI, qualseja: trabalhador da indústria, das comunicações e da pesca, e seusdependentes; b)) inadimplência na arrecadação direta das contribuições compulsórias; c) inexistência de um plano de cargos e salários para os servidores doSESI/PI; d) concentração excessiva de poder e decisão na pessoa do DiretorRegional do DR/PI; e) inexistência de controle interno; f) falta de intercâmbio com a clientela sesiana e ausência dedivulgação dos serviços oferecidos pelo DR/PI junto ao público alvo; g) carência de profissionais em áreas fins do SESI/PI; h) concentração dos serviços ofertados e, conseqüentemente, dasUnidades Operacionais longe da grande clientela sesiana; i) carência de equipamentos e instalações adequadas em UnidadesOperacionais do DR/PI; j) descontrole na realização de despesas; k) falta de implementação de programas nacionais; e l) inexistência de planejamento das ações e conseqüente fixação demetas a serem seguidas pelo DR/PI; m) inexistência de organogramas das unidades operacionais e centros deatendimento, existindo apenas o organograma do Departamento Regional;

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n) a quantidade de indústriários atendidos por município, no exercíciode 1996, não guarda relação direta com a quantidade de industriáriosresidentes em cada localidade; o) os valores cobrados para hospedagem no Centro Recreativo Lagoa doPortinho são elevados, comparativamente a colônias de férias do SESC eGoverno do Estado, existentes na proximidade; p) locação de imóveis, sem destinação justificada para o SESI/PI,servindo, na realidade, para aproveitamento de atividades estranhas aosobjetivos institucionais, como no caso do imóvel alugado à rua Cearás/n, no qual funciona o Centro de Treinamento e Aprendizagem do SENAI; q) os equipamentos comprados para a implantação do programa "SESINHOMultimídia Interativo", pelo Departamento Nacional, não estavam sendoutilizados; r)) os Centros de Atividades localizados nas cidades de Picos eFloriano estão funcionando juntos aos Colégios CIAC's do Governo doEstado. Os imóveis pertencentes ao SESI onde funcionavam os CAT's estãosem atividade; s) realização de gastos com festividades e homenagens, em momento deescassez de recursos enfrentado pelo SESI/PI; t) realização de despesas cujos propósitos não se coadunam com osobjetivos institucionais do SESI/PI; e u) o Edifício Senador Albano Franco tem área de construção de 11.956m2, e é compartilhado entre o SESI, FIEPI, SENAI e Sindicatos. Apesardesta composição, não havia, quando da auditoria, instrumento legaldispondo acerca da propriedade das diversas áreas do imóvel, bem comonão havia escritura pública no cartório de registro de imóveis. 2. Sumário dos principais achados de auditoria associados a exame delegalidade/regularidade 31. No presente caso, a Secretaria de Controle Externo no Estado doPiauí ¿ SECEX/PI, atenta à orientação expressa no art. 28, § 1º, daInstrução Normativa TCU nº09/95, elaborou relatório e autuou processoapartado (TC-525.187/97-9) retratando os fatos apurados no curso daAuditoria Operacional, cujos teores poderão ensejar a imputação dedébito ou cominação de multa ao(s) responsável(eis).

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3. Desdobramentos processuais 32. Tramitação complementar: 3.2.1. Diante de tal contexto de exame, o grupo de auditoria consignouo rol de recomendações que entende conveniente dirigir à UnidadeJurisdicionada. 3.2.2. O posicionamento da equipe técnica foi devidamente recepcionadopela Srª Diretora da 2ª Divisão Técnica e pelo Sr. Secretário deControle Externo, conforme pronunciamentos de fl. 74 doTC-525.131/97-3. E. Departamento Regional de Sergipe 33. A Auditoria Operacional a cargo da SECEX/SE, realizada no períodode 24/03 a 21/07/97, consta do TC-675.113/97-0. 1. Sumário das principais verificações de índole operacional 34. Dá-se ênfase, neste tópico, aos seguintes registros: 34.1 o Relatório de Auditoria Operacional indica que houve umadiminuição gradual do número de funcionários do SESI/SE, a partir doexercício de 1994, sem que se desse a consecutiva redução da folha depagamentos; 34.2. a explicação apresentada pela equipe de auditoria está calcadanos aumentos salariais havidos no período (46,1% de dez/94 até omomento da fiscalização) e nas promoções periódicas (anuênios) ehoras-extras; 34.3. em termos de distribuição geográfica, o acervo imobiliário doSESI/SE está voltado para o atendimento de 21% dos municípiossergipanos, com forte concentração na área desportiva, assumindo,praticamente um perfil de clube recreativo; 34.4. com o intuito de perquirir os critérios utilizados para adefinição de investimentos, no âmbito da DR/SESI/SE, a equipefiscalizadora realizou inspeção in loco em algumas das unidades. Osachados de auditoria resultantes podem ser sumariados da seguinteforma: a) em situação de abandono (Centros Sociais de Apicum Merém e de NossaSenhora da Vitória, em São Cristóvão);

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b) desativados, sem aparato de vigilância e/ou manutenção (CentroSocial da Av. Paulo Barreto de Menezes, em São Cristóvão); c) em comodato (unidade utilizada pelo Centro Espírita Antônio dePádua, em São Cristóvão e estádios de futebol nas localidades de AreiaBranca, Malhador e Barra dos Coqueiros, cedidos às Prefeituras); e d) em exploração pelo SESI (Centro Social da Rua João Bebe Água, em SãoCristóvão); 34.5. no que se refere aos estádios de futebol edificados em AreiaBranca, Malhador e Barra dos Coqueiros, cedidos em comodato à época daauditoria, a equipe verificou que os investimentosapresentaram-se inoportunos, pelos enfoques da capacidade instalada(superdimensionamento do projeto) e da demanda específica (reduzidapresença na comunidade da clientela do SESI); 34.6. o grupo auditor entende que o SESI/SE não vem decidindocorretamente os locais adequados para as suas instalações; 34.7. em relação aos recursos financeiros, no que se refere à opçãopela arrecadação direta das contribuições compulsórias, consta que oDR/SE oferece 6% de desconto, no que se refere à sua parte, comoatrativo a qualquer empresa detentora de contribuição representativa,sem maiores exames das circunstâncias especiais que devem amparar estacondição; 34.8. na área de educação, a análise retratada no trabalho de auditoriaprocurou enfocar o contexto educacional empreendido pelo SESI/SE,naquilo que foi possível alcançar, excluindo dos comentários somente osdados relativos ao Ensino Supletivo, por tratarem-se de númerosinexpressivos do ponto de vista quantitativo; 34.9. desponta, como um dos principais pontos analisados, o aumento daparticipação relativa da comunidade na absorção dos serviçoseducacionais prestados pelo SESI-DR/SE; 34.10. afastando-se do seu principal objetivo, ou seja, propiciareducação pré-escolar e fundamental para os industriários e seusdependentes, o SESI/SE, a partir do exercício de 1994, vem atendendonúmero significativo de pessoas da comunidade, caracterizando aprestação de serviços a uma clientela estranha a sua missãoinstitucional;

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34.11. em relação às unidades escolares visitadas ficou a seguinteimpressão: a) precariedade em nível de material pedagógico e instalações físicas,porém dotada de consultório para a assistência médica e/ou odontológicaao alunato: Unidade de 1º grau Integrada Roberto Simonsen/Aracaju; b) precariedade em nível de material pedagógico e instalações físicas: b.1) Jardim de Infância Pequeno Polegar I/Aracaju; e b.2) Unidade Pré-escolar Sacy Pererê II/Estância; e c) satisfatórias condições operacionais em nível de ensino eassistência médico/odontológica: c.1) Unidade de 1º Grau Nossa Senhora de Guadalupe/Estância; e c.2) Unidade Pré-escolar Sacy Pererê I/Estância; 34.12. no que se refere aos atendimentos na área de saúde, 29% dosserviços prestados no segmento odontológico são direcionados àcomunidade, enquanto na parte médica a faixa é de 38%; 34.13. os indicativos dos atendimentos à comunidade sãorepresentativos, principalmente quando se tem em conta que a receitagerada cobre apenas cerca de 20% do 'Custo Paciente SESI'; 34.14. entende a equipe de auditoria que o SESI, por força de umapolítica de relacionamento com a comunidade e pelo desemprego relevanteque vem ocorrendo no setor industrial, assumiu grande parcela deresponsabilidade afeta originalmente ao Poder Público, nas três esferasde governo; 34.15. no setor de esporte e lazer, as visitas feitas em determinadasunidades detectaram a seguinte situação: Ginásio de Esportes CarlosCruz/Aracaju (em funcionamento/situação de precariedade); ComplexoDesportivo Idalito de Oliveira/Aracaju (em funcionamento/estado deprecariedade); Clube do Trabalhador (estado de precariedade); Ginásiode Esportes Augusto Franco/Itabaiana (conservação razoável/capacidadeociosa); Ginásio de Esportes Júlio César Leite/Umbaúba (bom estado deconservação/capacidade ociosa); Complexo Esportivo Horácio FernandesFontes/Boquim (bom estado de conservação/capacidade ociosa); Ginásio deEsportes Albano Franco/Estância (estado de precariedade); EstádioFutebol Floro Alves Araújo/Malhador (cedido em comodato à

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Prefeitura/capacidade ociosa); Estádio de Futebol Manoel do PradoFranco (cedido em comodato à Prefeitura/estado de precariedade); eComplexo Poli Esportivo Estância (parte das instalações abandonadas); 34.16. na maioria dos complexos desportivos foi verificada uma grandeociosidade, passando, grande parte do ano com seus portões fechados àatividade a que se destinam, em razão, principalmente, da inexistênciade beneficiários (público-alvo), assim como da própria condiçãoeconômica desses beneficiários e da comunidade de um modo geral; 34.17. algumas construções de porte foram edificadas em localidadescujo público-alvo existente, a priori, não justificaria oempreendimento, como no caso do Ginásio de Esportes Júlio CésarLeite/Umbaúba, Complexo Esportivo Horácio Fernandes Fontes/Boquim,Complexo Esportivo Idalito de Oliveira/Carmópolis, Estádio de FutebolFloro Alves Araújo/Malhador, Estádio de Futebol Manoel do PradoFranco/Areia Branca e Estádio de Futebol João Rodrigues da Cruz/Barrados Coqueiros; 34.18. as unidades cedidas em comodato, em via de regra, não estãotendo, sob o aspecto dos serviços de manutenção e utilização, o efetivocumprimento do compromisso acordado; 34.19. até o exercício de 1994, a cozinha industrial operava bem abaixode sua plena capacidade, a qual oferece evidências de que tenha sidosuperdimensionada. Após ser executada a reforma das instalações, foirompido o entendimento entre o SESI/SE e as indústrias que autilizavam, sendo que não mais ocorreu o seu funcionamento (observaçãoválida para a data em que ocorreu a fiscalização, qual seja:março/1997); e 34.20. quanto à utilização dos recursos disponibilizados pelainformática, foi assinalado que o SESI/SE não detém um adequado aparatonessa área. Informações que seriam essenciais ao processo decisório(como centro de custos) demoraram mais de 4 dias úteis para seremfornecidos à equipe do TCU. 34.21. Associação de imagens pessoais às ações do SESI/SE. 2. Sumário dos Achados de Auditoria associados a exame delegalidade/regularidade 35. O Relatório de Auditoria Operacional trouxe a lume aspectospeculiares ao exame de regularidade/legalidade, quais sejam: realizaçãode despesas incompatíveis com as finalidades institucionais do SESI/SE,

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tais como custeio de passagens aéreas e hospedagens para pessoasestranhas ao quadro funcional da Entidade e aplicação de critériossubjetivos de julgamento, quando da condução de processos licitatórios. 36. Tendo em vista, todavia, que as contas anuais correspondentes(exercício de 1996 e 1997) já foram julgadas por este Tribunal emmomento antecedente, não será solicitada, neste caso, a juntada doprocesso aos de Prestações de Contas, como operado nas situaçõesanteriores. 3. Desdobramentos processuais 37. A equipe de auditoria, diante do cenário encontrado, propugna sejamfeitas, ao SESI/SE, as recomendações que entende apropriadas,merecendo, nesse sentido, o beneplácito do Sr. Secretário de ControleExterno. 38. O Sr. Idalito de Oliveira, na qualidade de Diretor do DepartamentoRegional do Serviço Social da Indústria de Sergipe, por meio deprocuradora devidamente credenciada (fl. 78), solicitou vista doprocesso e cópias dos elementos de seu interesse, no que foi atendidoem suas pretensões (fl. 77 do TC-675.113/97-8). VI ¿ Decisão nº 873/98 ¿ Plenário/TCU 39. Em Sessão Plenária Extraordinária de 09/12/1998, o Tribunal, aoexaminar os TCs 650.138/97-0, 700.199/97-7, 375.273/97-2, 525.131/97-3e 675.113/97-0, assim dispôs acerca da matéria (Ata nº 49/98): "8. Decisão: O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator,DECIDE converter o julgamento em diligência, para que a 6ª SECEX, noprazo de 180 (cento e oitenta) dias, adote as providências necessáriascom vistas à instrução complementar do processo, de modo a consignar oretorno oferecido pelo SESI à sua clientela, no que se refere aosserviços prestados, indicando, por meio de amostra representativaconstante dos autos, o que o Serviço Social da Indústria significa paraa sua clientela e para a sociedade." VII ¿ Instrução complementar a cargo da 6ª SECEX 40. A Unidade Técnica, diante do posicionamento adotado pelo ÓrgãoColegiado, empreendeu diligência junto ao Departamento Nacional doSESI, obtendo, em atenção, o dossiê intitulado "Tribunal de Contas ¿Dados Complementares", o qual oferece informações acerca dos seguintesassuntos:

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a) efetivo de pessoal, distribuído por atividade-fim e atividade-meio,no período 1994-1998, por Departamento Regional e consolidado no"Sistema SESI"; b) número de unidades operacionais, no período 1994-1998, porDepartamento Regional e consolidado do "Sistema SESI"; c) forma de atendimento da clientela do SESI, no período 1994-1998, porDepartamento Regional e consolidado do "Sistema SESI"; e d) avaliação sucinta do impacto social das atividades do SESI. 41. A 6ª SECEX, a partir das informações pré-existentes e dos elementostrazidos à colação, elaborou consistente exame do Sistema ServiçoSocial da Indústria, centrado nos seguintes pontos de abordagem: a)recursos humanos; b) instalações físicas; e c) recursos financeiros. 42. Assim, adoto como parte complementar do presente Relatório excertosda bem elaborada instrução de autoria da Srª Assessora Maria Rosângelade Oliveira Andrade, cujos termos foram devidamente recepcionados peloSr. Secretário de Controle Externo, a saber: "(...) III ¿ ANÁLISE 8.A análise em questão será realizada tendo como base os dados obtidosjunto ao Departamento Nacional, bem assim os relatórios de auditoriaelaborados pelas SECEX's dos Estados de Santa Catarina, São Paulo,Minas Gerais, Piauí e Sergipe. Serão objeto de exame a distribuição dosrecursos humanos nas áreas meio e fim; a relação desses recursos comseu público-alvo (industriários); os quantitativos de instalaçõesfísicas; a evolução da receita e sua composição de acordo com a fontede recursos; a evolução das despesas e sua distribuição nas áreas meioe fim; o comportamento dos atendimentos do Sistema à sua clientela e àsociedade; a situação financeira dos regionais (déficit ou superávit). 1) Recursos Humanos 1.1) Área Meio x Área Fim 9.A distribuição dos recursos humanos nas áreas meio e fim encontra-se

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demonstrada na Tabela I, em anexo. A priori, deve-se mencionar que nãoconstam os dados pertinentes ao exercício de 1994 dos DepartamentosRegionais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o que não prejudica aanálise, haja vista a pequena quantidade de servidores desses regionaisdiante do total do Sistema (1,18% e 0,82%, respectivamente, noexercício de 1998). Não está incluído, também, o pessoal daAdministração Nacional, valendo ressaltar que, em maio de 1996, oDepartamento Nacional contava com 988 servidores, conforme item 24 doRelatório do Exmo. Ministro Lincoln Magalhães da Rocha. 10.Considerando o total de servidores, verifica-se uma redução gradualna quantidade de pessoas empregadas no Sistema SESI, no decorrer dosexercícios. Havia 37.273 empregados em 1994, 37.108 em 1995, 36.145 em1996, 33.070 em 1997 e 32.373 em 1998. Decerto, isso pode serexplicado, em parte, pela implementação de programas de demissãovoluntária, consoante ventilado nas auditorias realizadas nosDepartamentos Regionais de Sergipe, Minas Gerais e Piauí, bem assimpelo encerramento das atividades de postos de abastecimento esupermercados, como ocorrido em São Paulo e Santa Catarina,respectivamente. 10.1Na auditoria efetuada em Minas Gerais constatou-se que a redução donúmero de empregados não veio acompanhada de redução proporcional dafolha de pagamento, tendo, na verdade, 'prejudicado a prioritáriaatividade de assistência social aos industriários e seus dependentes'.O elevado número de demissões, segundo o Relatório de Auditoria,reflete a tendência de terceirização na atividade-meio e de celebraçãode parcerias na atividade-fim, sendo também conseqüência da integraçãodo Sistema FIEMG, SESI, SENAI, CIEMG, IEL e CASFAM, que propicia autilização comum dos empregados pelas entidades. 11.Ainda tendo em vista o total de funcionários, nota-se uma boaconcentração do pessoal na área finalística do SESI, conforme gráficoque se segue (76,7% em 1994; 76,9% em 1995; 73,9% em 1996; 74,1% em1997; 74,6% em 1998), não significando, contudo, a eficiência doSistema. Isso se comprova pela constatação efetuada pela equipe querealizou a auditoria no Departamento Regional do Piauí de esvaziamentode algumas das atividades para as quais o SESI foi criado, em face dosignificativo número de serviços não ofertados e da carência deprofissionais em áreas prioritárias, como docentes, médicos eassistentes sociais, apesar de haver 81,2% dos servidores naatividade-fim da Unidade, em fev/97. VIDE GRÁFICO NO DOCUMENTO ORIGINAL

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12.Esses resultados são influenciados pela boa distribuição do pessoalnos departamentos regionais que possuem maior quantidade de servidores,como é o caso de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grandedo Sul e Minas Gerais, que, no exercício de 1998, por exemplo, detinham38,01%, 7,76%, 6,56%, 5,96%, 5,26%, respectivamente, do pessoal doSistema. A título de ilustração, veja-se a composição do DepartamentoRegional de São Paulo: VIDE GRÁFICO NO DOCUMENTO ORIGINAL 13. Tal situação não reflete a realidade de todos os departamentosregionais, que, embora sujeitos às diretrizes e normas geraisprescritas pelos órgãos nacionais, bem como à correição e fiscalizaçãoinerentes a estes, são entes autônomos no que se refere à administraçãode seus serviços, gestão de seus recursos, regime de trabalho erelações empregatícias (parágrafo único do art. 37 do Regulamento doSESI, aprovado pelo Decreto nº 57.375/65). O gráfico a seguir mostra adistribuição do pessoal nas áreas meio e fim nos diversos regionais noexercício de 1998. VIDE GRÁFICO NO DOCUMENTO ORIGINAL 14. De um modo geral, considerando todo o período objeto da análise(vide Tabela I) sobressai a distribuição desfavorável dos regionais doPará (exercícios de 94 a 96), Rondônia (exercício de 94), Tocantins,Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe e Espírito Santo, observando-se, noentanto, uma tendência à regularização nos dois primeiros casos nosexercícios subsequentes aos mencionados. A seguir é demonstrada asituação dos Departamentos Regionais de TO, CE, RN, SE e ES: VIDE GRÁFICOS NO DOCUMENTO ORIGINAL 15.Destarte, convém recomendar ao Departamento Nacional do SESI queoriente os departamentos regionais, notadamente aqueles em que foidetectada uma maior concentração de servidores na área meio (Tocantins,

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Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe e Espírito Santo), para queprocedam estudos com o objetivo de definir a distribuição ideal depessoal, de acordo com suas necessidades específicas, priorizando aalocação de servidores na área fim. 1.2) Servidores x Industriários 16.A fim de se ter uma noção sobre o tamanho da estrutura funcional dosdepartamentos regionais, elaborou-se a Tabela II, que demonstra arelação entre o número de industriários de cada Estado (público alvo doSESI) e o de servidores da respectiva regional. Estão incluídos nonúmero de industriários o pessoal empregado nas indústrias detransformação, extrativa mineral, construção civil, bem assim nosserviços industriais de utilidade pública, conforme dados fornecidospelo Ministério do Trabalho e Emprego, cabendo ressaltar que osquantitativos pertinentes ao exercício de 1997 são preliminares,sujeitos a alterações. 17.A relação servidores/industriários apresenta um comportamentoconstante ao longo do período analisado (1994 a 1997) na maior partedos estados. Em São Paulo, por exemplo, após uma redução deaproximadamente 14% no número de industriários, no período, a proporçãose manteve em um servidor para cada grupo de 183 industriários. 18.A seguir, é apresentado um gráfico que permite visualizar a referidarelação, no ano de 1997: VIDE GRÁFICO NO DOCUMENTO ORIGINAL 19.Em média, no ano em foco, existe um funcionário para atender 189industriários. Em alguns estados, todavia, tal relação é sensivelmentemenor. É o caso do Acre (44), Amapá (16), Roraima (20), Maranhão (53),Piauí (54) e do Distrito Federal (957). Noutros, a situação é adversa.Em Minas Gerais, a relação é um servidor para cada 456 industriários;no Paraná 01:328; no Rio Grande do Sul 01:315. 20.Note-se que o número de industriários no Amapá caiusignificativamente no ano de 1997 (de 15.242 em 1994 passou-se para2.646 em 1997), provocando queda na relação (de 1:87 em 1994 para 1:16em 1997). Em Tocantins, por outro lado, o número de industriáriosaumentou de 5.101 para 10.715, nos anos indicados, fazendo com que arelação se elevasse de 1:28 para 1:89. Em Minas Gerais, graças àredução na quantidade de servidores e ao aumento no número de

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industriários, também observa-se uma modificação significativa narelação (de 1:224 em 1994 passou-se para 1:456 em 1997). 21.Apesar de não se dispor de instrumentos que permitam quantificar onúmero ideal de funcionários, constata-se que falta ao SESI um estudoque agregue dados sobre recursos humanos e seu público alvo, de modoque é pertinente incluir na recomendação a que se refere o item 15desta instrução o exame dessa questão, a fim de eliminar distorçõescomo as apresentadas no momento. (...) 23.Na Tabela III, em anexo, é demonstrada a distribuição dessasinstalações nos diversos estados da Federação. De início, destaque-se aausência de informações relativas ao Departamento Regional de Sergipeem todo o período analisado, bem assim ao número de UOP e UMO doDepartamento Regional de São Paulo, no exercício de 1994, e de UOP doDepartamento Regional do Rio Grande do Sul, nos exercícios de 1994 a1997. Esse fato prejudica a análise no que tange à distribuição dasinstalações nos vários regionais e ao aumento/redução na quantidade dasmesmas no período, uma vez que é grande a participação dos DR's de SP edo RS no total do Sistema. 24.Apenas para se ter uma noção da situação, sem levar em conta osdados de 1994 e dos DR's de SE e do RS, nota-se um acréscimo naquantidade de instalações nos últimos exercícios, salvo no ano de 1997.Havia 1.793 em 1995, 1.888 em 1996, 1.848 em 1997 e 1.904 em 1998. Noperíodo, verifica-se um acréscimo de 6,19% no total de instalações,tendo ocorrido um aumento de 4,72% na quantidade de Centros deAtividades, 8,19% no número de Unidades Operacionais e 2,52% naquantidade de Unidades Móveis. 25.Numa visão preliminar, o crescimento do número de instalações podesignificar um aumento na oferta de serviços, beneficiando a clientelado SESI e a sociedade. 26.Todavia, isso nem sempre ocorre. Na auditoria realizada noDepartamento Regional de Sergipe, por exemplo, a equipe constatou que aconstrução de vários estádios de futebol não se baseou em critériostécnicos, mas possivelmente políticos, haja vista a pequena populaçãodos municípios beneficiados (como Areia Branca, Malhador e Barra dosCoqueiros) e a modesta quantidade de indústrias nos mesmos, resultando,por vezes, na existência de espaços ociosos. 27.Não se pode deixar de considerar, por outro lado, que no Relatório

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de Auditoria do Departamento Regional de Santa Catarina foi consignadoque a 'localização dos Centros de Atividades obedece a distribuição dasindústrias no Estado...', enquanto no de Minas Gerais registrou-se queo SESI 'abrange razoavelmente bem as diversas regiões do Estado...,mesmo considerando que algumas cidades foram beneficiadas com unidadesde serviço por motivos não exclusivamente técnicos'. 28.Outro ponto importante diz respeito ao estado de conservação dosimóveis. As equipes de auditoria relatam situações discrepantes. De umlado, tem-se instalações de boa qualidade, com elevado grau deconforto, dotadas de mobiliário em excelente estado, como verificado,por exemplo, no Edifício Senador Albano Franco, situado em Teresina/PI.De outro lado, tem-se instalações em estado precário de conservação. Éo que demonstra a equipe que realizou auditoria no DepartamentoRegional de Sergipe quando descreve, por exemplo, a situação do CentroSocial de Nossa Sra. da Vitória, localizado na cidade de São Cristóvão,bem como da Unidade Pré-Escolar Sacy Pererê II, situada na cidade deEstância. Para se visualizar tal discrepância, as fotos respectivas sãoreproduzidas no Anexo I. 29.Além disso, existem instalações com boas condições físicas, porémdesativadas, como ocorre no Centro Social da Av. Paulo Barreto deMenezes da cidade de São Cristóvão/SE, ou carentes de recursosmateriais e/ou humanos necessários ao bom funcionamento da instituição,como verificado no Edifício José de Moraes Correia ¿ Casa da Indústria,na Escola Integrada Deputado Moraes Sousa, localizados em Parnaíba/PI,e no Centro de Educação Familiar Jeanete Moraes Sousa, situado noDistrito Industrial de Teresina/PI. VIDE INTEIRO TEOR NO DOCUMENTO ORIGINAL

Voto: PROPOSTA DE DECISÃO Os processos submetidos a exame nesta oportunidade, capitaneados peloTC-650.138/97-0, retratam, em circunstância primeira, a avaliaçãooperacional realizada em unidades do Serviço Social da Indústria,localizadas nos Estados de Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais,Sergipe e do Piauí. Nessa etapa, verificada a inviabilidade defiscalizar todo o universo organizacional, o trabalho ficou maisdirecionado para questões específicas dos entes estaduais auditados,ressentindo-se, todavia, de elementos que permitissem formular juízosobre o desempenho do SESI em nível de Sistema. 2. Tal carência foi suprida, observados os meios e condições

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disponíveis, mediante a instrução complementar levada a termo pela 6ªSECEX, em cumprimento à determinação do Colegiado, consubstanciada naDecisão nº 873/98 ¿ TCU ¿ Plenário, Ata nº 49/98 ¿ P). A análisecomplementar, buscou oferecer "uma visão global do 'Sistema SESI', pormeio de dados referentes a todos os departamentos regionais, eavaliando o comportamento de certas variáveis, indicativas do retornodos serviços prestados à clientela específica e à sociedade, no períodode 1994 a 1998", conforme dizeres da própria Unidade Técnica. 3. Procede observar, portanto, que as apurações iniciais estãoescudadas em análise documental e verificação in loco, processadas nasunidades do SESI, instaladas nas 05 (cinco) unidades federadasselecionadas como amostra. Já a instrução final abrange todo o sistemae está pautada no exame de informações obtidas por meio de diligência.Assim, foi possível estabelecer conexão entre os achados de auditoriaespecíficos, encontrados no âmbito da amostra vestibular, e arepresentatividade que eventualmente venham a ter em nível de Sistema. 4. Por via de conseqüência, a proposta de deliberação a ser submetida àconsideração do Egrégio Colegiado, ao término da minha sustentação,está orientada, no que se refere a questões de natureza operacional,para recomendações de ordem geral, suscetíveis de aplicação ao SistemaSESI, e proposições tópicas, direcionadas para cada uma das UnidadesJurisdicionadas integrante da amostra. 5. Situados esses aspectos, e ante o fato de o Voto proferido por esteRelator na assentada de 09/12/98 não ter sido objeto de exame peloCorpo Colegiado, em razão da transformação do julgamento em diligênciainterna, retomo alguns pontos do raciocínio anterior como parteintegrante desta Proposta de Decisão, ao tempo em que trago à colaçãonovos elementos de análise hauridos da instrução complementar. I - Fiscalização. Alcance jurisdicional. Modalidade de auditoria. 6. O Decreto-lei nº 200, de 25/02/67, conhecido como a Lei Orgânica daAdministração Pública, em seu art. 183, consigna que "As entidades eorganizações em geral, dotadas de personalidade jurídica de direitoprivado, que recebam contribuições parafiscais e prestem serviços deinteresse público ou social estão sujeitas à fiscalização do Estado,nos termos e condições estabelecidas na legislação pertinente a cadauma". 7. Posteriormente à promulgação da Constituição Federal de 1988, a LeiOrgânica do Tribunal (Lei nº 8.443/92), ao situar o campo de atuaçãojurisdicional da Corte de Contas, incluiu no seu art. 5º, inciso V, "os

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responsáveis por entidades dotadas de personalidade jurídica de direitoprivado que recebam contribuições parafiscais e prestem serviço deinteresse público ou social". 8. No exercício da sua função fiscalizadora, na atualidade, o TCU temconferido ênfase ao exame do desempenho dos órgãos e entidadesjurisdicionados, quanto aos aspectos da economia, eficiência eeficácia, a exemplo de Entidades de Fiscalização Superior de diversaspartes do mundo. 9. Em sede de auditoria operacional, o foco da análise é o processo degestão nos seus múltiplos aspectos - planejamento, organização,procedimentos operacionais e acompanhamento gerencial, inclusive quantoaos seus resultados em termos de metas alcançadas. 10. Há que se estabelecer, desde logo, a distinção entre os trabalhosde índole operacional e os que se prestam ao exame da regularidade e dalegalidade dos atos de gestão. 11. Na seara operacional, a ênfase está centrada na análise dodesempenho da organização, com vistas ao efetivo cumprimento da suamissão institucional, enquanto na fiscalização tradicional, a atençãorecai sobre a observância das disposições legais que regem a gestão doente jurisdicionado. 12. Sob o prisma da legalidade, o agente público, ou responsável pelaaplicação de verbas públicas, tem que se ater aos estritosprocedimentos que pautam o seu poder de ação. Não há campo para asubjetividade. Daí resultam as funções judicante, sancionadora ecorretiva, exercidas pelo Tribunal de Contas da União, as quais detêmcunho coercitivo. 13. Na modalidade de auditoria operacional, a meu ver, o TCU exerce umafiscalização de natureza didática (com vistas a obter conhecimentoparticularizado do assunto enfocado), cujo resultado assume carátercontributivo (oferecer ao ente auditado e/ou às esferas competentessugestões que visem ao aprimoramento da ação institucional, ou, emnível maior, que possam subsidiar a formulação de políticas públicas). 14. Ao atuar em terreno fundamentalmente discricionário, no qual adinâmica dos acontecimentos endógenos e exógenos ao plano examinadoexige constante monitoramento e definições de conduta, segundo entendo,não há espaço para que as deliberações do Tribunal se revistam denatureza determinativa. Se assim o fosse, o fiscal assumiria a condiçãode parceiro na execução, o que evidentemente afronta princípio basilar

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do controle. 15. A essência deste pensamento não é novidade no âmbito desta Casa,uma vez que o ilustre Ministro Carlos Átila Álvares da Silva, quando dojulgamento do TC-500.304/89-0 (Auditoria Operacional realizada noFINOR, Anexo II da Ata nº 54, Sessão Ordinária de Plenário de 24 deoutubro de 1990), dispôs em seu Voto: "... Na vertente dos aspectosoperacionais, as medidas só podem ser recomendadas. Terão, apenas,força de sugestão, pois não cabe ao Tribunal ingerir na administraçãoda entidade fiscalizada, o que seria descabido e inconveniente" (ogrifo é do original). 16. Compatível com a referida linha de entendimento, a InstruçãoNormativa/TCU/nº 09/95, no seu art. 28, § 1º, firma comando no sentidode que "Quando se tratar de auditoria operacional ou integrada everificada a possibilidade de imputação de débito ou cominação de multaa responsáveis, os fatos ensejadores dessas medidas, bem como oencaminhamento das providências pertinentes, serão objeto de relatórioe processos distintos". II - Auditoria Operacional. Premissas e critérios adotados para o examea cargo do Relator 17. A fim de manter coerência com o entendimento declinado nos itenspregressos, as situações relatadas e os achados de auditoria indicadosnos processos em julgamento, mereceram, na primeira etapa, análisesegundo os seguintes critérios: a) questões relativas à regularidade/legalidade, capazes de refletirnos exames das contas dos gestores, seja com a aposição de ressalvas oucom o comprometimento irremediável das contas (situações ensejadoras demulta e/ou débito), deixaram de ser analisadas conclusivamente nestaoportunidade, na qual se cuida do aspecto operacional, para efeito deremessa/discussão no respectivo processo de contas ordinárias; b) os achados de auditoria, de natureza operacional, cujasrecomendações resultantes tenham ficado comprometidas (dado o tempotranscorrido desde a sua formulação) foram ajustadas à condição atualou dispensadas, para efeito de inserção na Proposta de Decisão; e c) recomendações de caráter gerencial, com repercussão de ordem legal(possíveis somente com a mudança do ordenamento vigente) e/ou deexpressão econômica significativa para a entidade, caso dissociadas decircunstanciada fundamentação de viabilidade, foram igualmentedesconsideradas, para efeito de inserção na Proposta de Decisão.

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III - Departamentos Regionais do SESI. Questões relevantes tratadas naAuditoria Operacional. 18. Os elementos presentes nos processos de Auditoria Operacionaldemonstram que o Sistema Serviço Social da Indústria presta relevantesserviços à parcela significativa da população brasileira, contribuindo,de forma marcante, para o resgate de parte da dívida social do Estadopara com os seus cidadãos. 19. No desempenho da sua missão institucional, o Serviço Social daIndústria, a partir da amostra examinada (Departamentos Regionais deSanta Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Piauí e Sergipe), demonstravirtudes típicas da iniciativa privada e disfunções comumentesassociadas à estrutura do serviço público, conforme situado noRelatório que antecede esta Proposta de Decisão. 20. Para efeito de registro, nesta oportunidade, dedico atenção àsconclusões alcançadas em relação aos pontos identificados comorelevantes, quando da programação inicial. 21. No capítulo III do Relatório precedente, foram indicadas asocorrências, em nível de cada Departamento Regional, que deveriammerecer particular atenção das equipes de auditorias. O teor dessasocorrências e o entendimento firmado pelo corpo técnico desteTribunal/Relator são os seguintes: a) Departamento Regional de Santa Catarina. . questionamento inicial: expressivo volume de recursos destinado àaquisição de bens para a revenda, o que sugeria uma forte atuaçãocomercial (rede de supermercados aberta ao público em geral), comindícios de fuga aos propósitos institucionais; . posição da equipe de auditoria: o SESI/SC estava, na oportunidade dafiscalização, orientando a venda de toda a rede de supermercados, umavez que a forte presença de concorrentes no setor favoreceu equilíbrionos preços de venda das mercadorias, descaracterizando o propósitosocial de assistência, até então inerente ao negócio; b) Departamento Regional de São Paulo. b.1) questionamento inicial: estado de abandono do complexo de lazer noMunicípio de Presidente Epitácio, edificado ao custo de US$ 15 milhões,dois anos antes da realização da auditoria.

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. tratamento dispensado pelo Relator: em se tratando de matériaassociada ao assunto questionado em audiência prévia, o ajuizamentodefinitivo da questão deve ser realizado no âmbito das contasordinárias da entidade; b.2) questionamento inicial: locação de parte de edifício na Av.Paulista, em São Paulo, à Federação das Indústrias de São Paulo ¿ FIESP¿ ao Centro das Indústrias de São Paulo ¿ CIESP, a preço 70% inferiorao de mercado. . posição da equipe de auditoria: o fato questionado, veiculado naimprensa no período anterior ao da realização da Auditoria, tinhafundamento. Contudo, o SESI/SP adotou providências no sentido dereajustar os contratos de locação para valores compatíveis com ospraticados no mercado; b.3) questionamento inicial: aquisição de conjunto de prédios narodovia Anhanguera, no exercício de 1992, a preço superior ao dobro dode mercado;. . posição da equipe de auditoria: a divergência detectada decorre dediferentes fatores de ponderação utilizados pelas avaliadoras, não secaracterizando uma superavaliação; c) Departamento Regional de Minas Gerais. . questionamento inicial: segundo divulgações da imprensa, o SESI localteria favorecido a construção indiscriminada de Centros de Atividadesdo Trabalhador no interior do Estado, ao custo estimado de US$ 28milhões, por supostos motivos políticos-eleitorais; . posição da equipe de auditoria: de acordo com a orientação contida noart. 28, § 1º, da IN 09/95 (parte não operacional:legalidade/regularidade), a matéria foi tratada em processo apartado; d) Departamento Regional do Piauí. . questionamento inicial: segundo veiculado na imprensa, o SESI localconstruiu uma sede em Teresina ao custo, aproximado, de US$ 6 milhões; . posição da equipe de auditoria: apesar de encontrarem-se vagos oandares 2º, 4º, 7º e 50% do 6º, o imóvel não deve ser consideradoincompatível com a estrutura do SESI/PI. Na realidade, trata-se de umprédio com excelentes instalações, bem equipado, mas que necessita ser

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mais bem utilizado pelas entidades que o habitam. No caso do SESI/PI, oedifício tem as condições ideais para abrigar toda a sede doDepartamento Regional, que se encontra mal alojada em um andar doEdifício José de Moraes Correia, localizado na cidade de Parnaíba. IV ¿ SESI: retorno oferecido à clientela e à sociedade 22. Nesse particular, incorporo como parte da minha proposta de decisãoo seguinte trecho da instrução final a cargo da 6ª SECEX, in litteris: "(...) 106.Conforme visto, as auditorias realizadas apresentaram resultadosdiferentes sobre a eficiência, eficácia, economicidade e efetividade daatuação dos departamentos regionais avaliados. 107.No que pertine ao Departamento Regional de Santa Catarina, a par dese ter proposto a transformação do processo em tomada de contasespecial em face das ocorrências verificadas na área de publicidade epropaganda, apresentou-se uma visão positiva quanto a algumas áreas deatuação, como a odontológica e a pré-escola, tendo-se indicado aexistência de projetos que demonstram a preocupação com a melhoria naqualidade da administração, como a implantação de sistema decontabilidade e de informações (Sistema de Indicadores Gerenciais) e deestudo que permita equilibrar o quadro básico de pessoal em cadaunidade, entre outros (fls. 20-1 do TC 650.138/97-0). 108.No Departamento Regional de São Paulo, a auditoria consignou que oSESI/SP 'apresenta eficiência comprometida e conseqüente geração decustos excedentes. Também não consegue produzir plenamente osresultados positivos esperados, repercutindo negativamente na eficáciade suas ações'. Entre os fatores que contribuem para esse quadro estãoa concentração de poderes, o excesso de níveis de autoridade, aausência de setor administrativo nos centros de atividades, a falta deinvestimentos nos centros de atividades atualmente existentes, a faltade estudos de viabilidade econômica para construção de unidades, aexistência de deficiências no gerenciamento administrativo provocandoociosidade de materiais, equipamentos e pessoal, a ineficácia nadivulgação dos serviços, entre outros (fls. 41-4 do TC 700.199/97-7). 109. Em Minas Gerais, a auditoria demonstrou que o SESI tem apresentadodificuldades no cumprimento de suas finalidades, tendo em vista odecréscimo no número de atendimentos, a crescente alocação de recursosà área administrativa e a existência de crescente situação financeirasuperavitária, indicando que os recursos não estão sendo inteiramente

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aplicados. Por outro lado, constatou que os programas nacionais,patrocinados pelo Departamento Nacional, cumpriram suas finalidades,tendo alcançado os objetivos sociais almejados (fls. 4 e 22 do TC375.273/97-2). 110.No Departamento Regional do Piauí, a equipe de auditoria, apesar deter evidenciado o bom nível do ensino nas escolas do SESI-PI e oempenho dos professores para realizarem seus trabalhos, constatou, emsuma, que a eficiência operacional da Unidade encontra-se prejudicadaem função da carência de profissionais e do significativo número deserviços não prestados. Segundo consta, essa situação decorre dosseguintes fatores: atendimento à clientela 'extra-SESI' em detrimentodo público alvo da Entidade; inadimplência na arrecadação direta dascontribuições compulsórias; inexistência de um plano de cargos esalários; concentração excessiva de poder na pessoa do DiretorRegional; inexistência de controle interno; falta de intercâmbio com aclientela sesiana e ausência de divulgação dos serviços oferecidosjunto ao público alvo; carência de profissionais em áreas fins; málocalização das unidades operacionais; carência de equipamentos einstalações; descontrole na realização de despesas; não-implementaçãode programas nacionais; inexistência de planejamento das ações econseqüente fixação de metas a serem seguidas (fls. 69-70 do TC525.131/97-3). 111.Por fim, a auditoria realizada no Departamento Regional de Sergipeevidenciou, também, a existência de deficiências no Sistema. A equipe,porém, comentou na conclusão de seu trabalho que 'a justificação doSESI está na sua importância para os industriários e na sua açãocomplementar à comunidade carente'. Segundo ela, retirar o SESI docenário nacional significa trocar um ônus por outro, pois, de algumaforma, a sua clientela terá que ser atendida pelo Estado (fl. 74 do TC675.113/97-0). 112.Este trabalho, a despeito de não permitir uma conclusão definitivasobre a eficiência, eficácia, economicidade e efetividade do SESI naprestação de seus serviços, em face das dificuldades expostas no item 5desta instrução, somou elementos àqueles presentes nos processos deauditoria operacional, servindo para confirmar a importância do'Sistema SESI' para os industriários e para a sociedade brasileira. 113.Expôs-se que, muitas vezes, a atuação do SESI não fica adstrita asua clientela específica, atingindo a comunidade. Nesse ponto,verifica-se que o SESI tem auxiliado o Estado a garantir aos cidadãosalguns direitos sociais previstos constitucionalmente, como a educação,a saúde e o lazer (art. 6º da Lei Maior).

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114.Qualquer contribuição na área da educação é válida num país que, noano de 1997, registrava taxa de analfabetismo de 14,9%, segundo dadosdo IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios ¿ PNAD - pessoascom 7 anos ou mais), sendo, pois, relevante a ação do SESI na área,ainda mais quando se considera a qualidade dos serviços, medida, noensino fundamental, pelo alto índice de aprovação e pela baixa taxa deabandono. 115.Quanto aos atendimentos na área médica e odontológica, também nãose pode desprezar a contribuição do SESI, dada a situação da redepública de saúde e os altos preços cobrados pela rede privada. 116.Conforme dados da PNAD/IBGE, em 1997, o rendimento médio mensalreal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, com renda, era de 4,3salários mínimos. Como se sabe, ainda que previsto na Constituição, osalário mínimo nacional não permite suprir as necessidades básicas deuma família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,vestuário, higiene, transporte e previdência social. Tampouco, com 4,3salários mínimos é possível fazê-lo. Quando se tem em vista a grandemassa de desempregados, que sequer têm rendimentos, a situação se tornapior. Daí, a relevância da atuação do SESI junto à população de baixaou nenhuma renda, principalmente no que toca ao lazer, pois, não fossemas atividades desenvolvidas no âmbito desse Sistema, muitos brasileirosnão teriam acesso a qualquer tipo de divertimento. 117.Destarte, este trabalho permite concluir que é valiosa acontribuição do SESI para sua clientela e para a sociedade brasileira,muito embora, dadas as falhas e/ou irregularidades levantadas, possa-seinferir que, agindo com maior eficiência, poderá incrementar suaparticipação no contexto social nacional. Para tanto, na formaalvitrada pela equipe de auditoria do Departamento Regional de SãoPaulo, há 'necessidade de se capacitar a Entidade com recursos humanosadequados, aparato tecnológico e gerência atuante, num esforçoconcentrado para viabilizar o cumprimento de sua importante missãoinstitucional e encontrar alternativas que lhe possibilitem atingirmaior eficácia nas atividades exercidas' (fl. 41 do TC 700.199/97-7). 118.Ressalte-se, ademais, as intenções do SESI no sentido de aprimorarsua atuação, conforme se depreende da leitura do texto 'Impacto Socialdas Atividades do SESI' ('Informações Complementares', páginas 8-16).Além disso, conforme destacado pelo Relator nos itens 26-7 do seu Voto,já estão sendo adotadas medidas, no âmbito do Departamento Nacional,com vistas a favorecer a sua modernização administrativa, as quaisservem de experiência piloto a ser disseminada por todo o 'Sistema

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SESI'". 23. As medidas a que se refere a 6ª SECEX, no último parágrafo datranscrição, constaram do Voto expendido na Sessão de 09/12/98 e são asseguintes: a)implantação do novo Modelo Organizacional e de Gestão Executiva,composto por uma estrutura tridimensional de execução, formada porUnidades de Conhecimento, Unidades de Negócios e Unidades de Apoio,coordenada por um nível de Direção Executiva, apoiada por Unidades deGestão; b)iniciada a implementação do Sistema de Gestão estratégica deRecursos Humanos, visando dotar o Departamento Nacional de um conjuntode normas, procedimentos e práticas que assegurem uma atuaçãotécnico-profissional com foco no cliente; c)implantação do novo Plano de Cargos e Salários (dezembro de 1997), oqual redefine, classifica e hierarquiza os cargos, bem como estabeleceprincípios e diretrizes para progressão e promoção funcional, estruturasalarial, admissão e enquadramento do pessoal do quadro permanente doDepartamento Nacional; d) revisão do Planejamento Estratégico e Desenvolvimento do Sistema deIndicadores de Desempenho Institucional. A fase inicial do projeto,realizada com a consultoria da Fundação Getúlio Vargas, foi concluída.Para as etapas seguintes a previsão é a de suscitar um amplo debatepara a finalização dos modelos e sua implementação, paralelamente àexecução do programa de treinamento em todas as unidades do SistemaSESI; e) unificação do Plano de Contas, em nível sistêmico, visando a ummelhor controle de projetos e processo, ao tempo em que foi definido oCentro de Custo do Departamento Nacional, o qual permitirá o efetivocontrole do desempenho funcional, financeiro e de produção das suasdiversas unidades organizacionais; f) concentração da estrutura operacional do Departamento Nacional emBrasília, mediante a transferência das unidades organizacionais do Riode Janeiro para Brasília, o que concorreu para eliminar a duplicidadefuncional existente e reduzir significativamente o quadro de pessoal (oquantitativo de funcionários caiu de 527, em janeiro de 1997, para 359,em dezembro do mesmo ano, representando uma redução de 34,3% no valorda folha de pagamento e de 10,5% no salário médio, sem que houvesseprejuízo da qualidade técnica funcional); e

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g) realização de levantamento da situação de informática do SistemaSESI e definição de padrões a serem adotados no estabelecimento doProjeto INFOVIA. Dessarte, recepcionando, em parte, a orientação preconizada para amatéria no estágio instrutivo inicial, e in totum o posiconamento da 6ªSECEX, proponho que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto aodescortino dos eminentes Pares. T.C.U., Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza,em 25de agosto de 1999 LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHA Relator

Assunto: V - Relatório de Auditoria Operacional.

Relator: LINCOLN M. DA ROCHA

Unidade técnica: 6ª SECEX

Quórum: Ministros presentes: Iram Saraiva (Presidente), Marcos Vinicios Vilaça,Humberto Guimarães Souto, Bento José Bugarin, Valmir Campelo, AdylsonMotta, Walton Alencar Rodrigues, Guilherme Palmeira e oMinistro-Substituto José Antonio Barreto de Macedo.

Sessão: T.C.U., Sala de Sessões, em 25 de agosto de 1999

Decisão: O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE: 8.1.determinar a juntada do presente processo às respectivas contasordinárias do Serviço Social da Indústria ¿ Departamento Regional deSanta Catarina, para efeito de julgamento de mérito posterior dosseguintes fatos associados ao exame de regularidade/legalidade: 8.1.1.vinculadas a gastos com propaganda e publicidade: irregularidade

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na contratação de serviços voltados para a criação e produção de vídeosinstitucionais, pagamentos de despesas de propaganda e publicidade àagência EXA sem a devida certificação de recebimento dos produtos e/ouserviços prestados, disfunções na contratação de serviços para aprodução e publicação da revista SESINHO e contratação de agência depropaganda e publicidade sem licitação; 8.1.2.associadas à administração de pessoal: cessão irregular depessoal, desvio de função e pagamento de despesas de interesse daAssociação dos Funcionários do Sistema FIESC. 8.2.enviar cópia desta Decisão: 8.2.1.ao Presidente do Departamento Nacional do Serviço Social daIndústria ¿ SESI; 8.2.2.ao Diretor do Departamento Regional do SESI/SC; 8.2.3.ao Ministro do Trabalho e Emprego; 8.2.4.aos Presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, daComissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados,da Comissão de Fiscalização e Controle do Senado Federal, da Comissãode Assuntos Sociais do Senado Federal, e da Comissão de Economia,Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados; e 8.3.enviar cópia desta Decisão, bem como do Relatório e da Propostaque a fundamentam, à Drª Analúcia Hartmann, Procuradora da República noEstado de Santa Catarina, comunicando à digna autoridade que osassuntos correspondentes ao subitem 8.1 pregresso serão examinados nomérito quando do julgamento definitivo das respectivas contas anuais.