trecho do livro catacomb

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O último ano de colégio enfim chegou. Depois de tanto tempo juntos, Dan, Abby e Jordan resolvem fazer uma viagem e o destino escolhido é a casa do tio de Jordan em New Orleans. Abby está muito ansioso e entusiasmado para a aventura, pois a viagem irá ajudá-lo no projeto fotográfico de locais e monumentos históricos. Mas toda essa euforia diminui quando, no caminho, os três amigos percebem que estão sendo seguidos. E ainda começam a receber mensagens misteriosas, pelo celular de Dan, de um amigo que morreu no último Halloween. Os três amigos vasculham pistas sobre acontecimentos do passado para obter respostas sobre as tais mensagens, sobre um fotógrafo não identificado e sobre a história familiar de Dan. Neste incrível episódio da série Asylum, a única esperança que resta é sair vivo desta viagem.

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Page 1: Trecho do livro catacomb

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Page 2: Trecho do livro catacomb

título original  Catacomb© 2015 by HaperCollins Publishers. Publicado com a autorização da HaperCollins Children’s Bppks, uma divisão da HaperCollins Publishers.© 2016 Vergara & Riba Editoras S.A.

Plataforma2¹ é o selo jovem da V&R Editoras

edição  Fabrício Valério e Flavia Lago editora-assistente  Marcia Alvespreparação  Isadora Prosperorevisão  Juliana Bormio de Sousadireção de arte  Ana Soltdiagramação  Pamella Desteficapa  Cara E. Petrus e Sammy Yeunimagens  menina © 2015 by Stephen Carroll / Trevillion Images

textura © 2013 by Naoki Okamoto / Getty Imagesarabescos das laterais © 2013 by iStockphotochaves © 2013 by Dougal Waters / Getty Imagesmáscara © 2015 by VanessaGF / iStockphoto

Todos os direitos desta edição reservados à VERGARA & RIBA EDITORAS S.A.Rua Cel. Lisboa, 989 | Vila MarianaCEP 04020-041 | São Paulo | SPTel.| Fax: (+55 11) 4612-2866vreditoras.com.br | [email protected]

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Roux, Madeleine

Catacomb / Madeleine Roux; tradução Alexandre Boide. – 

São Paulo: Vergara & Riba Editoras, 2016. – (Coleção asylum)

Título original: Catacomb.

ISBN 978-85-507-0004-5

1. Ficção juvenil 2. Suspense – Ficção I. Título. II. Série.

16-02987 CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático:

1. Ficção: Literatura juvenil   028.5

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Nos domínios da mente, 

aquilo em que a pessoa acredita 

ou é verdade ou se torna verdade.

— JoHn lillY

Os homens não são prisioneiros 

do destino, e sim de sua própria mente.

— franKlin d. roosevelt

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Para Andrew e Kate

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E stas eram as regras estabelecidas desde o início:

Primeira, o Artista deveria escolher um Objeto impor-

tante para o falecido.

Segunda,  o  Artista  não  deveria  sentir  culpa  nem  remorso 

pela apropriação.

Terceira, e a mais importante, o Objeto não teria nenhum 

poder  até  entrar  em  contato  com  o  sangue.  E,  quanto  mais 

inocente fosse o sangue, mais poderoso o resultado.

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A princípio, a ideia de uma viagem de carro atravessando 

o país de cima a baixo foi difícil de digerir. Como se 

dormir em uma barraca não fosse ruim o suficiente, Dan ainda 

tinha que lidar com a ideia nauseante de ficar longe de seu com-

putador, de seus livros e de seus momentos a sós por duas semanas 

inteiras. Mas foi isso que Jordan propôs quando escreveu dando 

a grande notícia: ele ia se mudar para New Orleans, onde ia mo-

rar com seu tio.

É a chance perfeita, ele disse no e-mail, para passarmos um tempo juntos.

Vocês bobalhões podem me ajudar com a mudança, e nós podemos curtir uns últi-

mos momentos juntos antes de ir cada um para sua faculdade.

Disso Dan não tinha como discordar, nem de qualquer moti-

vo que o levasse a passar mais tempo com Abby. Ela o visitou em 

Pittsburgh uma vez alguns meses antes, e eles conversavam pela 

internet quase toda semana. Mas duas semanas longe das vistas 

de pais e monitores… Ele não queria se precipitar, mas talvez o 

relacionamento dos dois finalmente engrenasse, ou pelo menos 

sobrevivesse, depois de um tão necessário tempo juntos.

O Grande Êxodo dos Formandos foi a expressão que Jordan usou. 

E  agora,  um  dia  depois  de  se  despedir  dos  desolados  pais  de 

Jordan na Virgínia, a viagem enfim estava começando a fazer 

jus ao nome.

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–  Ficou  incrível  –  Jordan  comentou,  olhando  as  fotos  que 

Abby tirou e carregou no  laptop dele para não perder. – Dan, 

você precisa ver isso.

– Eu sei que é uma coisa meio clichê,  fotografar paisagens 

tipicamente americanas em preto e branco, mas ultimamente 

eu ando obcecada por Diane Arbus e Ansel Adams. Eles são o 

foco do meu trabalho do último semestre, e o sr. Blaise adorou.

Dan se inclinou sobre o espaço entre os assentos para exami-

nar as fotos junto com Jordan. 

– Valeu a pena ter parado para fazer essas fotos – ele falou. 

Eram  realmente  especiais.  Paisagens  abertas  e  construções 

abandonadas. Pelos olhos de Abby, a desolação se transformava 

em beleza. 

– Então o Blaise finalmente deu um dez para você?

– Pois é. Chega de nove e meios toscos para mim. – Ela abriu 

um sorriso. Jordan ofereceu a mão para um cumprimento, que 

Abby aceitou sem tirar os olhos da estrada. – Ele foi criado no 

Alabama. Me deu boas dicas de lugares para fotografar.

Eles já tinham parado algumas vezes – na verdade várias – para 

Abby tirar fotos, mas Dan não se incomodou em passar mais 

tempo  na  estrada.  Podia  passar  a  vida  inteira  naquele  carro 

com os amigos, ainda que na sua vez de dirigir a coisa ficasse 

meio tediosa.

– Eu sei que é meio chato ficar desviando a gente do caminho, 

mas você não está com muita pressa de chegar, né, Jordan?

– Você já se desculpou um milhão de vezes. Não se preocupa. 

Se estivesse chato eu falaria.

– Pois é – ela disse, dando risada. – Aposto que falaria mesmo.

Para ser sincero, Dan também não estava com muita pressa.

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Fazia  nove  meses  desde  que  tinham  visto  o  manicômio 

Brookline queimar até ruir. Os três escaparam vivos por pouco, 

o que só conseguiram com a ajuda de um rapaz chamado Micah, 

que morreu tentando deter seus perseguidores. Micah teve uma 

vida curta e conturbada, e era nascido e criado na Louisiana – 

um fato que Dan não contou para Abby e Jordan. Agora que os 

fantasmas do passado pareciam enfim ter abandonado Dan e 

seus amigos, eles estavam indo para a cidade mais assombrada 

dos Estados Unidos. Era como se estivessem abusando da sorte, 

para dizer o mínimo.

– Está tudo bem aí atrás? – Abby perguntou enquanto viaja-

vam tranquilamente pela Highway 59.

–  Sim,  tudo  certo,  Ab  –  respondeu  Dan.  Ele  não  sabia  ao 

certo se era verdade ou mentira. Mas, antes que Abby pudes-

se questioná-lo, o  telefone de  Jordan  tocou. Ou melhor, um 

pedaço de uma música da Beyoncé tocou alto o bastante para 

provocar um susto nos três.

Dan sabia o que isso significava. 

– Você ainda fala com o Cal?

–  Mais  ou  menos  –  Jordan  respondeu,  lendo  rapidamente  a 

mensagem. – E esse é o motivo por que a minha mãe não quer pa-

gar a minha faculdade. Não sei o que eu faria sem o meu tio Steve.

– Você podia parar de falar com o Cal – sugeriu Dan.

– E dar razão para os meus pais? Sem chance. – Ele virou a 

cabeça para trás para olhar para Dan, e apoiou os pés sobre o 

painel  dianteiro.  O  sol  do  fim  de  tarde  se  refletia  no  piercing  

labial  preto  que  Jordan  insistiu  em  colocar  quando  estavam 

em Louisville. – Ele diz que a fisioterapia é uma merda às ve-

zes, mas que sua vida parece um paraíso agora que saiu do New 

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Hampshire College. Ei! Acabei de perceber que, quando esti-

ver na casa do tio Steve, vou poder falar com ele pelo Skype sem 

ter que aguentar o choro e o drama da minha mãe.

Dan se remexeu no assento, ainda mais desconfortável ao ou-

vir  a  menção  ao  New  Hampshire  College.  Caso  deixasse  sua 

mente divagar, ainda conseguiria sentir o calor das chamas que 

envolveram o Brookline e tudo o que havia lá dentro. Precisava 

acreditar que o efeito que o manicômio tinha sobre ele termi-

nou naquele dia – que aquele mal morreu junto com o diretor 

Crawford e a professora Reyes –, mas seus últimos momentos 

no campus lhe deram motivos de sobra para duvidar disso.

Ele  teve  outra  visão.  Viu  o  fantasma  de  Micah,  acenando 

em  despedida.  Não  teve  mais  nenhuma  visão  desde  então,  e 

se sentia grato por isso. Parecia um sinal: era o momento de 

deixar aquilo tudo para trás e seguir em frente. Nem mesmo 

os arquivos e diários que conseguiu salvar do incêndio o inte-

ressavam mais.

Bom, a não ser por uma coisinha.

Antes da viagem, Abby e Jordan ameaçaram revistar a bagagem 

de Dan para se livrar de qualquer porcaria trazida do Brookline. 

Falaram isso como se fosse uma piada, como se não acreditas-

sem que Dan faria isso com eles.

Mas, no fim, não mexeram em sua mala, o que significava 

que não tinham visto o arquivo que estava lá. Aquele que en-

controu dobrado no fundo da pilha de coisas resgatadas entre 

os pertences da professora Reyes. Aquele intitulado POSSÍVEIS

LIGAÇÕES FAMILIARES?,  dentro  do  qual  ele  encontrou  papéis 

presos com um clipe, sob um nome que fez seu coração querer 

sair pela boca.

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MARCUS DANIEL CRAWFORD.

Nove meses antes, esses papéis lhe pareceram uma bênção, a 

recompensa pelo  fim de uma  longa e difícil busca por  infor-

mações sobre seu passado misterioso. Uma árvore genealógica 

fraturada confirmou aquilo do qual ele já desconfiava: Marcus 

era seu pai, e sobrinho do diretor, filho de seu irmão mais novo 

Bill. Mas então havia uma única linha traçada de Marcus para 

alguém chamada Evelyn. Seria sua mãe? A informação parecia 

incompleta demais. Ele tentou procurar Evelyn Crawford pela 

internet, e encontrou uma pessoa com esse nome, mas com re-

sultados não muito promissores. Sem um sobrenome de solteira 

para pesquisar, não restava muito mais o que fazer.

Havia mais coisas entre os papéis – um cartão-postal antigo, um 

mapa, até um relatório policial detalhando uma ocasião em que 

seu pai foi preso por arrombamento e invasão de propriedade –,  

mas,  para  seu  desespero,  nada  que  pudesse  distingui-lo  dos 

vários outros homens chamados Marcus Daniel Crawford que 

encontrou na internet, e nada mais sobre aquela que poderia 

ser sua mãe.

Mesmo  assim…  Mesmo  depois  que  os  papéis  se  revelaram 

mais uma maldição que uma bênção, ele manteve a pasta bem 

escondida. E, enquanto arrumava a mala para a viagem, a possi-

bilidade de Paul e Sandy mexerem em suas coisas e encontrarem 

a pasta foi suficiente para ele decidir levá-la, só para mantê-la 

em segurança.

Bem naquele momento, o telefone de Dan vibrou, tocando 

uma melodia bem mais discreta que uma música da Beyoncé 

para avisar sobre a chegada de uma mensagem de Sandy. Ele leu 

imediatamente, sorrindo para a tela.

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Como estão os intrépidos viajantes? Por favor, me diga que está comendo

outras coisas além de salgadinhos e balas! Ligue para casa na próxima parada. 

Dan mandou uma resposta garantindo que estavam tentando 

se alimentar bem sempre que possível.

– Como vai a Sandy? – perguntou Jordan, olhando para trás 

mais uma vez.

–  Está  bem.  Pediu  para  a  gente  não  ficar  se  entupindo  de 

porcaria no caminho todo até a Louisiana – respondeu Dan. 

Ele ergueu os olhos e viu Jordan engolindo às pressas as balas 

cor de laranja que tinha na boca.

– Estamos na estrada. O que podemos fazer? – rebateu Jordan. 

– Cozinhar quinoa no radiador?

– Até que não é má ideia – provocou Abby. – Hoje a gente não

vai jantar no McDonald’s.

– Mas…

– Não. Eu fiz uma pesquisa para ver se a gente ia poder comer 

outra coisa além de sanduíches no caminho. A gente pode evitar 

o trânsito de Montgomery e parar em um restaurante familiar 

bacana pegando a 271.

–  Esse  tipo  de  lugar  serve  hambúrguer  também  –  rebateu 

Jordan, triunfal. – Então isso não muda muita coisa.

– Ei, eu só estou tentando dar mais opções. Com o que você 

vai se empanturrar não é problema meu – ela falou.

– Graças a Deus – murmurou Jordan. – Quinoa é comida de cabra.

– Eu estou com a Abby nessa – afirmou Dan. – Uma salada 

cairia bem, ou qualquer tipo de coisa natural. Não aguento mais 

comer porcaria.

Ele ouviu a expressão satisfeita na voz de Abby quando ela se 

ajeitou no banco do motorista e decretou: 

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– Então está combinado. O lugar que eu pesquisei se chama 

Mutton Chop, e pertence à mesma família há várias gerações. 

Vamos conseguir imagens históricas para o meu projeto de fo-

tografia e uma refeição decente ao mesmo tempo.

–  Eu  vou  comer  hambúrguer  mesmo  assim  –  resmungou 

Jordan. Ele se virou para a frente outra vez, soltando um sus-

piro ao deslizar no assento e começar a digitar no celular em 

altíssima velocidade. – Logo mais minha dieta vai se resumir 

a  gumbo  e  jambalaya  o  tempo  todo.  Preciso  mandar  ver  nos 

hambúrgueres enquanto ainda posso.

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