tratamento e abastecimento de Água · 2020. 1. 6. · elevação, adução, tratamento,...

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TRATAMENTO E ABASTECIMENTO DE ÁGUA VALDINEI MENDES DA SILVA LUCY ANNE GUTIERREZ JOSÉ ALMIR PEREIRA

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Page 1: TRATAMENTO E ABASTECIMENTO DE ÁGUA · 2020. 1. 6. · elevação, adução, tratamento, preservação e distribuição de água, conforme representado na Figura1.1. Figura 1.1. Unidades

TRATAMENTO E

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

VALDINEI MENDES DA SILVA

LUCY ANNE GUTIERREZ

JOSÉ ALMIR PEREIRA

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INTRODUÇÃO

As demandas de água de uma comunidade, seja para o uso comercial, público,

industrial ou consumo doméstico, são atendidas pelos sistemas de abastecimento de

água (SAA). Desta forma, podemos dizer que um SAA tem a finalidade de produzir e

distribuir água em qualidade e quantidade suficientes para atender as necessidades de

uma população.

A implantação de sistema coletivo de abastecimento de água melhora as

condições de vida e contribui para o desenvolvimento econômico da comunidade, tendo

como atividade inicial a elaboração de projeto em que são determinadas a qualidade e a

vazão de água necessária para atender a população em diferentes horas e dias da

semana.

Para isso devem ser observadas as normas vigentes de qualidade da água, e

conhecidos o período de alcance do projeto, as previsões de crescimento populacional,

os fatores que afetam o consumo, as variações de consumo no tempo (horárias, diárias,

semanais, mensais), a estimativa de perdas de água no sistema de abastecimento, entre

outros.

O período de alcance do projeto é relacionado com a capacidade do sistema em

atender a demanda de água da população futura, a qual é determinada com a utilização

de métodos matemáticos como o aritmético, o geométrico, o da curva logística.

Entre os fatores que afetam e provocam variação no consumo de água de uma

comunidade estão:

Clima, em geral, o aumento da temperatura resulta em maior consumo de

água;

Hábitos higiênicos e padrão econômico da população abastecida;

Industrialização e população flutuante;

Medição de consumo, quando as ligações de água não são micromedidas,

o consumo de água costuma ser maior;

Quantidade e qualidade da água fornecida;

Valor da tarifa de água.

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1. TIPOS DE USO DE ÁGUA NAS CIDADES

Normalmente, as companhias de saneamento classificam seus usuários em

quatro categorias de consumo (residencial, comercial, público e industrial), para

definição da estrutura tarifária dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento

sanitário. O consumo doméstico de água ocorre nas áreas internas e externas das

habitações. Nesse grupo estão incluídos os volumes de água utilizados na preparação de

alimentos, ingestão, lavagem de roupas e utensílios, higiene pessoal, descarga de bacias

sanitárias, eventuais perdas (vazamentos em torneiras, chuveiros e outros), lavagem de

automóveis, etc.

A utilização da água em atividades comerciais é muito diversificada e depende

da atividade e do porte do empreendimento. Entre esses estão os consumos de água em

escritórios, consultórios, livrarias, salões de beleza, lojas em geral, locadoras de vídeo,

mercearias, lanchonete, açougue, oficinas, bares, restaurantes, hotéis, pensões, motéis,

hospedarias, cinemas, teatros, supermercados, postos de gasolina, lava-jato,

laboratórios, academias de ginástica, estacionamentos, hospitais, clínica, farmácias,

escolas, creches, faculdades, instituições financeira etc. No Quadro 1.1são apresentados

os consumos de água em algumas atividades comerciais.

Quadro 1.1 – Consumo de água em atividades comerciais

PRÉDIO UNIDADE CONSUMO DE ÁGUA

(L/hab.dia)

Escritório Pessoa 50

Restaurante Refeição 25

Hotel (sem cozinha e lavanderia) Pessoa 120

Lavanderia Kg/roupa seca 30

Hospital Leito 250

Cinema, teatro e templo Lugar 2

Edifício comercial Pessoa 50

Fonte: Adaptado de Tsutiya (2004)

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A água em uma instalação industrial pode ser utilizada no produto (água

incorporada em alimentos, bebidas, perfumes etc.), no processo de produção (água para

geração de vapor, preparação de argamassa e outros), na higiene pessoal, na preparação

de alimentos, na limpeza geral e manutenção de áreas do estabelecimento e em usos não

rotineiros (água para incêndio). No Quadro 1.2 são relacionados valores do consumo de

água em algumas atividades industriais.

Quadro 1.2 – Consumo de água em algumas atividades industriais

ESTABELECIMENTO UNIDADE CONSUMO (L/dia)

Indústria – uso sanitário Operário 70

Matadouro – animais de grande porte Cabeça abatida 300

Matadouro – animais de pequeno porte Cabeça abatida 150

Laticínio Kg de produto 1 – 5

Curtumes Kg de couro 50 – 60

Fábrica de papel Kg de papel 100 – 400

Fonte: Adaptado de Tsutiya (2004)

A água utilizada para fins públicos é aquela destinada para irrigação de jardins

públicos, limpeza pública, albergues, penitenciárias, escolas, creches, órgão da

administração pública, unidades militares, biblioteca pública, entre outras.

2. SISTEMAS DA ABESTECIMENTO DE ÁGUA

Para a água utilizada nas áreas urbanas ser disponibilizada aos consumidores, é

importante o conhecimento das características do manancial e do consumo previsto para

a comunidade. É importante observar que o volume disponível e a qualidade da água

bruta do manancial podem variar de acordo com a sazonalidade.

De acordo com a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS

(1992), na NBR 12211, é recomendada a utilização de mananciais com condições

sanitárias satisfatórias e que, isolados ou agrupados, apresentem vazão suficiente para

atender à demanda máxima prevista para o abastecimento de água no alcance do plano.

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Normalmente nas áreas urbanas são utilizados mananciais superficiais e subterrâneos,

porém em locais com grande precipitação pluviométrica e pequena densidade

populacional pode ser também aproveitada a água de chuva.

No Quadro 1.3 são relacionadas as principais características dos mananciais de

abastecimento de água.

Quadro 1.3. Relação entre quantidade e qualidade de água em função do tipo de manancial.

Manancial Quantidade de água Qualidade de água

Superficial

Depende de fatores como:

Área e bacia de contribuição;

Relevo da bacia;

Condições da superfície do solo;

Constituição geológica do subsolo;

Clima;

Existência de obras de controle e

utilização da água a montante do local

de captação.

Depende de fatores como:

Grau de ocupação da bacia de

contribuição;

Prática de atividades potencialmente

poluidoras na área da bacia;

Existência de pontos de lançamento de

esgoto a montante

Subterrâneo

Freático

Geralmente capaz de atender a uma

família ou a um pequeno grupo de

famílias.

Água sofre infiltração natural pelas

camadas do solo;

Grande exposição à contaminação por

organismos patogêncios, devido

principalmente à proximidade de

fossas, falta de higiene no manuseio

ou entrada de água de chuva.

Subterrâneo

Confinado

Pode atender a cidades de pequeno,

médio ou grande porte, dependendo

das características geológicas do

subsolo, entre outros fatores.

Pouca exposição à contaminação por

atividades humanas, podendo haver

presença de substâncias químicas

nocivas ao homem;

Água da chuva Depende da pluviosidade do local

Por não possuir sais dissolvidos é

insípida e pouco digestiva;

Pode sofrer contaminação nos telhados

por partículas ou por fezes de

pequenos animais

Fonte: Heller e Casseb (1995)

Na área da bacia do manancial é indispensável que sejam identificadas as

atividades potencialmente poluidoras (ocupações populacionais, indústrias, atividades

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agropecuárias, etc.), bem como avaliada a qualidade da água do manancial, o que requer

coleta de amostras e realização de análises laboratoriais.

A definição do manancial deve ocorrer no estudo da concepção do sistema de

abastecimento de água, que normalmente é constituído pelas unidades de captação,

elevação, adução, tratamento, preservação e distribuição de água, conforme

representado na Figura1.1.

Figura 1.1. Unidades constituintes de um sistema de abastecimento de água.

A água do manancial pode ser retirada por gravidade ou bombeamento e

transportada em canal ou tubulação até a estação de tratamento. Após o tratamento, a

água é encaminhada para reservatórios e, então, para a rede de distribuição. Esse

sistema deve atender as demandas doméstica, comercial, pública e industrial.

Segundo a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT),

na NBR 12211 (1992), a demanda de água deve ser obtida a partir do cálculo do

coeficiente do dia de maior consumo (k1), que consiste na relação entre o maior

consumo diário de água e o consumo médio diário no mesmo período, e nas mesmas

ligações. Também deve ser considerado o coeficiente da hora de maior consumo (k2),

que é a relação entre a máxima vazão horária e a vazão média do dia de maior consumo.

Estação Elevatória (EE)

EE

Estação de Tratamento de Água (ETA)

Elevatória

Reservatório elevado Cisterna

Adutora de água tratada

Adutora de água

bruta

Reservatório da ETA

Manancial

Captação

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A melhoria progressiva das instalações sanitárias domiciliares no decorrer dos

anos e o próprio crescimento das cidades implicam em novos usos e maiores perdas de

água, ou seja, o índice de consumo por habitante cresce anualmente, sendo necessário

considerar esse incremento sempre que forem realizadas projeções de demanda de longo

alcance (AZEVEDO NETTO et al. 2002).

3. CAPTAÇÃO

De acordo com a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS

(1992), na NBR 12213, a unidade de captação é o conjunto de estruturas e dispositivos

construídos ou montados junto a um manancial, para a retirada de água destinada ao

sistema de abastecimento.

Heller e Casseb (1995) recomendam que sejam avaliados os seguintes fatores na

seleção do ponto de captação:

Possíveis custos de desapropriação;

Distância da captação à estação de tratamento de água;

Necessidade de estações elevatórias;

Disponibilidade de energia elétrica;

Facilidade de acesso.

Segundo Pereira etal. (1987), a captação das águas superficiais é geralmente

constituída das seguintes partes:

Barragens para manutenção do nível ou regularização de vazão – São obras

executadas em um curso d’água, ocupando toda sua largura, para manter o nível

da água em cota pré-estabelecida de modo a permitir o bom funcionamento do

sistema de captação.

Órgãos de tomada d’água com dispositivos para impedir a entrada de materiais

flutuantes ou em suspensão na água. Para este fim são utilizados grades, crivos,

telas e outros. Estes dispositivos têm a finalidade de remover sólidos decantáveis

(areia), materiais flutuantes e em suspensão (folhas, galhos, plantas aquáticas),

além de peixes, répteis, moluscos e qualquer outro material que possa impedir o

bom funcionamento das unidades a jusante.

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Dispositivos utilizados para controlar ou impedir a entrada de água no sistema,

possibilitando a operação e a realização de manutenções no sistema.

Normalmente, para este fim são utilizadas comportas, válvulas, registros e

adufas.

Canais e tubulações – condutos utilizados para interligação entre as unidades do

sistema.

Poços de tomada – poço destinado para instalação da tubulações de sucção das

bombas.

Na Figura 1.2 são mostradas grades para a remoção de material grosseiro e o

sistema de bombeamento utilizado na unidade de captação de água superficial.

a b

Figura 1.2. Grade utilizada para retenção do sólidos grosseiros (a), Sistema de bombeamento de água

bruta do rio Guamá Belém -PA (b).

Na captação de águas de chuvas devem ser utilizados reservatórios para

acumulação do volume captado nos telhados das edificações. Contudo, a sua utilização

segura depende do condicionamento adequado, já que a água de chuva captada pode ser

poluída/contaminada por impurezas dos telhados, como dejetos de pássaros, folhas,

partículas etc.

Para captação de água subterrânea de aqüíferos livres ou confinadossão

construídos poços, bem como são utilizadas caixas de tomada para captação de água de

fonte de encosta ou de fonte de fundo de vale.

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4. ADUTORAS

As adutoras são grandes tubulações ou canais utilizados no transporte de água

entre as unidades do sistema de abastecimento de água, como da captação para as

estações de tratamento e destas para os reservatórios. Em alguns casos, são instaladas

ramificações na linha de adução, as quais são denominadas de subadutoras.

É importante observar que não deve ocorrer distribuição de água diretamente

das adutoras aos consumidores, pois isso reduz a vazão transportada e desequilibra

hidraulicamente o sistema de abastecimento de água.

De acordo com a natureza da água transportada, as adutoras são classificadas:

em adutora de água bruta ou de água tratada, Uma outra classificação é quanto a energia

utilizada para movimentação da água, existindo adutoras com escoamento por

gravidade, por recalque ou misto.

O escoamento da água na adutora por gravidade é tipo conduto livre, com a água

sujeita a pressão atmosférica no deslocamento de ponto mais alto para ponto mais

baixo.

Na adutora por recalque ocorre transporte da água em conduto forçado, que é

caracterizado pela água apresentar pressão maior que a da atmosfera e ocupar

totalmente a seção de escoamento. Isso ocorre em sistemas que utilizam equipamentos

para impulsionar a água.

A adutora é considerada mista quando apresenta trechos por gravidade e por

recalque. Normalmente, a interrupção do funcionamento da adutora compromete o

abastecimento de água na cidade, em proporções que podem variar com a vazão de água

transportada e com o tempo de interrupção.

No projeto da adutora devem ser consideradas a vida útil, a vazão de água e o

tempo de funcionamento diário. A vida útil da adutora é relacionada com a evolução da

demanda de água, com o custo da obra e com a flexibilidade da operação.

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O tempo de funcionamento da adutora é relacionado com a variação diária da

demanda de água na comunidade, com o custo de energia elétrica e com a existência de

reservatório no sistema de abastecimento de água. É oportuno observar que a

acumulação de água em reservatório reduz o tempo de funcionamento da adutora e da

estação elevatório (bombeamento).

Por sua vez, a vazão de adução deve ser estabelecida com base na população

abastecida e no valor do consumo médio per capita de água, observando, ainda, o

coeficiente de segurança para as variações de demanda e o valor da perda de carga (de

energia) na adutora.

A perda de energia é relacionada com a redução da pressão da água e ocorre ao

longo e em pontos localizados da adutora, como mudanças de direção, mudanças de

diâmetro, órgãos acessórios, registros, válvulas, conexões etc.

5. TRATAMENTO DE ÁGUA

A escolha da tecnologia de tratamento da água depende das características da

água bruta e da qualidade desejada para a água final. No entanto, fatores como os custos

de implantação, exigências operacionais, área disponível, entre outros, devem ser

considerados quando existe a possibilidade de aplicação de mais de uma tecnologia de

tratamento.

A potabilização de qualquer tipo de água é possível tecnicamente, no entanto, os

riscos sanitários e os custos envolvidos no tratamento de águas contaminadas podem ser

muito elevados, exigindo o emprego de tecnologias cada vez mais caras e sofisticadas

(PÁDUA, 2006).

No Brasil, os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e

vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade são

estabelecidos pela Portaria 2914 do Ministério da Saúde.

Segundo Pádua (2006), o tratamento da água tem as seguintes finalidades:

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Remover da água os organismos patogênicos e as substâncias químicas

orgânicas e inorgânicas que podem causar danos à saúde humana;

Atender aos parâmetros estabelecidos pela portaria 2914 (Brasil, 2004);

Deixar a água esteticamente agradável;

Produzir água quimicamente estável, para que não provoque incrustações ou

corrosão excessiva nas tubulações de distribuição.

Os principais tipos de estação de tratamento de água para abastecimento público

são convencional, filtração direta e de desferrização.

5.1. Tratamento convencional ou completo

No tratamento convencional ou completo a água passa pelas etapas de mistura

rápida, floculação, decantação, filtração, desinfecção, fluoração e se necessário correção

de pH.conforme representado na Figura1.3.

Figura 1.3. Fluxograma de tratamento da ETA Bolonha Belém-PA. Fonte: Companhia deSaneamento do

Pará - COSANPA

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Mistura rápida

A mistura rápida é utilizada para dispersão de produtos químicos na água bruta,

tendo pequeno tempo de detenção (tempo de permanência da água na unidade) e

elevado gradiente de velocidade (relacionado com a agitação da massa líquida).

A dispersão do produto químico é conseguida hidraulicamente(vertedores e

medidor Parshall etc.) ou mecanicamente (turbinas, rotores de bombas centrífugas etc).

Nas ETA’s brasileiras é muito empregado o medidor hidráulico Parshall1, conforme

mostrado na Figura 1.4.

a b

Figura 1.4. Medidor Parshall da ETA Moro Redondo – Belo Horizonte – MG (a), Ajuste de pH

ETA Morro redondo – Belo Horizonte – MG (b)

Os produtos químicos reagem quimicamente com as impurezas presentes na

água, em geral de carga negativa em meio aquoso, reduzindo a força de repulsão entre

essas impurezas (coagulação) e possibilitando, assim, a sua aglutinação na unidade

seguinte (floculação).

Os principais produtos químicos coagulantes são o sulfato de alumínio, o sulfato

ferroso, o sulfato ferroso clorado, o sulfato férrico e o cloreto férrico, os quais têm

eficiência que dependem das características da água bruta e das condições operacionais.

Em algumas situações, é necessário a utilização de produtos químicos complementares,

como os auxiliares de floculação e os que alteram o valor do pH da água bruta.

1 Também utilizado para medição indireta d vazão

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Comumente, são realizados ensaios em equipamento jarteste (Figura 1.5) ou em

escala piloto para determinação da(s) dosagem(ns) do(s) produto(s) químico(s). Nesses

ensaios são avaliadas a agitação da massa líquida (determinada pelo gradiente de

velocidade) e a remoção de impurezas presentes na água.

Figura 1.5. Equipamento de jarteste

Floculação

A floculação pode ser hidráulica ou mecanizada, tendo a finalidade de aglutinar

as partículas desestabilizadas (redução da força de repulsão) na unidade de mistura

rápida, ou seja, é empregada para a formação de flocos de tamanho e massa especifica

adequados para remoção na unidade seguinte (decantação ou flotação).

O encontro das partículas para formação dos flocos é conseguido pela redução

na agitação da massa líquida (gradiente de velocidade menor do que na unidade

anterior), as unidades de floculação podem ser hidráulicas ou mecanizadas, Nos

floculadores mecanizados são utilizados equipamentos que promovem a agitação da

massa líquida, enquanto na floculação hidráulica, a agitação da massa líquida é

conseguida, geralmente, pela constante mudança de velocidade e direção do escoamento

água.

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A floculação hidráulica apresenta as seguintes vantagens: a) menor custo de

construção e manutenção, pois não necessita equipamentos eletromecânicos; b) não

consome energia elétrica e apresenta maior simplicidade operacional. No entanto, esses

floculadores apresentam a desvantagem de não permitir a alteração do gradiente de

velocidade, o que, segundo Di Bernardo et. al. (2003), pode inviabilizar a sua utilização

em ETA’s em que a qualidade da água bruta apresenta grande variação sazonal.

Por sua vez, os floculadores mecanizados alteram o gradiente de velocidade e

proporcionam agitação mais homogênea da massa líquida. No entanto, consomem

energia elétrica e necessitam de mão de obra especializada para manutenção.

A agitação da massa líquida (gradiente de velocidade) e o tempo de detenção são

parâmetros fundamentais para o bom desempenho da unidade de floculação, os quais

devem ser primeiramente determinados em sistema piloto ou em equipamento de

jarteste.

No início da floculação são numerosas e menores as partículas desestabilizadas

(coagulação), as quais vão sendo aglutinadas em flocos que aumentam de tamanho e se

tornam mais sensíveis, Portanto, é importante determinar a redução gradativamente do

gradiente de velocidade (agitação da massa líquida) nas câmaras de floculação, visando

evitar a quebra de flocos já formados.

A eficiência da unidade de floculação pode ser melhorada com a utilização de

auxiliares de floculação, como polímeros naturais e sintéticos.

Decantação / Flotação

A clarificação da água ocorre pela remoção dos flocos na unidade de decantação

ou de flotação, Quando o peso específico dos flocos é maior que o da água é utilizado

decantador para sedimentação dos flocos para o fundo (ação da gravidade), conforme

representado na Figura 1.6

Page 15: TRATAMENTO E ABASTECIMENTO DE ÁGUA · 2020. 1. 6. · elevação, adução, tratamento, preservação e distribuição de água, conforme representado na Figura1.1. Figura 1.1. Unidades

Água Cagulada

Floculador DecantadorCanal de descarga de lodo

Água Clarificada

Figura 1.6. Decantador convencional

A unidade de flotação é utilizada nos casos em que os flocos apresentam baixa

decantabilidade, Nesse processo é empregado dispositivo para introduzir água

pressurizada e liberar microbolhas de ar (solução Ar+Água), as quais no movimento

ascendente, arrastam os flocos formados na unidade de floculação, sendo a água

clarificada removida no fundo e os flocos na superfície do tanque de flotação, conforme

representado na Figura 1.7.

Flotador

Água Clarificada

Água Cagulada

Floculador

Sistema de raspagem de lodo

Microbolhas Ar+Água ( )

Câmara de Saturação

Canal de coleta de lodo

Figura 1.7. Unidade de Flotação

No projeto da unidade de remoção dos flocos devem ser consideradas as

velocidades de sedimentação (VS) e de flotação (VF), as quais podem ser determinadas

em sistema piloto, equipamento de jarteste (VS) ou de flotateste (VF).

Em comparação com a sedimentação, normalmente a flotação tem área menor,

menor consumo de coagulante primário, menor tempo de detenção da massa líquida e

produção de lodo com maior teor de sólidos. Contudo, PÁDUA (2006) observa que a

Page 16: TRATAMENTO E ABASTECIMENTO DE ÁGUA · 2020. 1. 6. · elevação, adução, tratamento, preservação e distribuição de água, conforme representado na Figura1.1. Figura 1.1. Unidades

flotação requer equipamento para a formação das microbolhas, o que aumenta o

consumo de energia elétrica e exige operadores mais qualificados.

O material formado pelos flocos retidos no fundo do decantador ou na superfície

dos flotadores é denominado de lodo e é potencialmente perigoso (apresenta

microrganismos, metais etc). Portanto, deve ser removido, de forma contínua ou

periódica, e condicionado/tratado antes da sua destinação final.

Filtração

Na unidade de filtração ocorre a remoção de partículas suspensas e

microrganismos ainda presentes na água. É importante ressaltar que a filtração é o

último processo de remoção de impurezas na ETA, tendo, portanto, grande influência na

qualidade da água final produzida.

A remoção de impurezas na unidade de filtração ocorre quando a massa líquida

atravessa a camada filtrante, que geralmente é constituída de areia (filtros da camada

simples) ou de areia e antracito (filtros de dupla camada).De acordo com a

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, na NBR 12216, as

características granulométricas (tamanho efetivo e coeficiente de uniformidade) e a

espessura da camada filtrante devem ser determinadas com base em ensaios realizados

em filtro-piloto. NaFigura 1.8 são mostrados sistemas piloto de filtração em areia e de

filtração em areia e antracito.

Figura1.8. Sistema piloto de filtração com areia (a) e com areia e antracito (b)

Page 17: TRATAMENTO E ABASTECIMENTO DE ÁGUA · 2020. 1. 6. · elevação, adução, tratamento, preservação e distribuição de água, conforme representado na Figura1.1. Figura 1.1. Unidades

O meio filtrante de camada dupla (carvão antracitoso e areia) permite carreiras

de filtração mais longas e uso de taxas de filtração mais altas. No entanto, requer maior

atenção e tem custo de aquisição do antracito superior ao do leito formado apenas por

areia.

No projeto da unidade de filtração devem ser estabelecidas a taxa de filtração e a

carreira de filtração. A taxa de filtração é a quantidade de água que pode ser filtrada por

área de filtro em determinado tempo. Os filtros de camada dupla possibilitam que seja

filtrado maior volume de água por unidade de área de filtro, quando comparado aos

filtros de camada simples, o que implica em menor área construída.

O tempo decorrido entre duas lavagens consecutivas é denominado de carreira

de filtração, sendo determinado pelo valor da perda de carga ou pela característica do

efluente do filtro, os quais são relacionados com a quantidade de impurezas retida no

leito filtrante.

A água utilizada na lavagem dos filtros é um resíduo do tratamento de água,

devendo ser tratada antes da sua destinação final.Após a filtração, a água é encaminhada

para e etapa de desinfecção, fluoretação e caso necessário correção de pH.

Desinfecção fluoretação e Correção de pH

Na desinfecção ocorre a inativação de microrganismos ainda presentes na massa

líquida, com a finalidade de garantir a qualidade microbiológica da água na saída da

ETA. Essa inativação pode ser obtida com a utilização de agentes físicos (radiação

ultra-violeta) ou produtos químicos (compostos de cloro, ozônio etc). Na Figura 1.9 são

mostrados cilindros que armazenam cloro utilizado na desinfecção de água de

abastecimento.

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Figura 1.9. Cilindros de cloro gasoso da ETA Bolonha Belém-PA

Os fatores relacionados com a eficiência da desinfecção são as características do

desinfetante, a dosagem e o tempo de contato do desinfetante, as características dos

microrganismos, a homogeneidade da dispersão do desinfetante na massa líquida e as

características da água, como o pH, compostos inorgânicos, presença de matéria

orgânica e turbidez (DANIEL, 2001). Após o processo de desinfecção, a água deve ter

residual mínimo do agente desinfetante, para garantir a qualidade microbiológica da

água entre a ETA e o consumidor final.

PÁDUA, (2006) observa que a portaria no 635/75 do Ministério da Saúde

recomenda a fluoretação da água de abastecimento. Para isso é adicionado flúor na água

na forma de ácido fluorsilícico, fluorsilicato de sódio, fluoreto de sódio ou fluoreto de

cálcio, para agir preventivamente contra a decomposição dos esmaltes dos dentes.

Em algumas situações, é necessária a correção do pH da água tratada,

especialmente em águas corrosivas ou incrustantes, que podem causar danos nas

adutoras, tubulação de distribuição, bombas e outros. As incrustações geralmente estão

relacionadas com águas de pH elevado, enquanto as águas com baixo pH são corrosivas.

Na Figura 1.10 émostrada tubulação com processo de corrosão.

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Figura 1.10. Tubulação que sofreu processo de corrosão

5.2 Filtração direta

Em algumas situações a água coagulada e floculada é encaminhada diretamente

para a unidade de filtração, ou seja, não existe unidade para sedimentação ou flotação.

As impurezas são removidas diretamente na unidade de filtração. Nessa configuração de

ETA a água ainda passa pelas etapas de desinfecção, correção de pH (se for o caso) e

fluoretação, descritas anteriormente.

Segundo Di Bernardo (2003), a filtração direta apresenta as seguintes vantagens

em relação ao tratamento convencional:

Menor número de unidades envolvidas;

Menor consumo de produtos químicos no processo de tratamento;

Menor geração de lodo (resíduo do tratamento de água).

No entanto, esse mesmo autor comenta que nem todas as águas tratadas por

meio de ETA’s de ciclo convencional podem ser potabilizadas com a utilização da

filtração direta, ou seja, existem limites de aplicabilidade da filtração direta em relação à

qualidade da água bruta.

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Assim, a utilização da filtração direta é indicada para águas brutas que

apresentem cor e turbidez relativamente baixas e que não apresentem variações bruscas

de qualidade durante as estações do ano.

5.3. Estação de desferrização

As estações de desferrização são utilizadas normalmente para tratamento de

águas subterrâneas, as quais apresentam boas características físicas, químicas e

biológicas, porém com elevadas concentrações de ferro.

Dependendo das concentrações, o ferro presente na água quando oxidado,

confere a água coloração amarelada, podendo causar manchas em roupas e aparelhos

sanitários, sabor desagradável, interferência em processos industriais e outros

inconvenientes. Para as águas destinadas ao consumo humano, a portaria 2914 do MS

estabelece limite máximo de 0,3 mg/l de ferro.

A remoção de ferro pode ser realizada pela transformação do ferro solúvel na

água em insolúvel, com posterior remoção por decantação e /ou por filtração da massa

líquida. Após a remoção de ferro, a água deve passar pelas etapas de desinfecção,

correção de pH (se for o caso) e fluoretação, descritas anteriormente.

A transformação FeO2 em FeO3 pode ser realizada pelos seguintes métodos:

Aeração – consiste na exposição da massa líquida ao ar atmosférico, para

introdução de oxigênio responsável pela oxidação do ferro presente na água.

Segundo a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, na NBR

12216, esse sistema tem a finalidade de introduzir ar na água para a remoção de

compostos voláteis e oxidáveis e gases indesejáveis. Na Figura 1.11 é mostrado

aerador tipo bandeja.

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Figura 1.11. Aerador tipo bandeja da ETA de desferrização da UFPA Belém -PA

Utilização de oxidantes químicos – oxidação do ferro com a utilização de cloro,

ozônio, permanganato de potássio e outros. Segundo Pádua (2006), o tempo de

oxidante químico, sua dosagem e o tempo de contato devem ser estabelecidos

em laboratório, em função da qualidade da água bruta, sendo necessário avaliar

os subprodutos gerados;

Controle do pH da água – a precipitação do ferro também pode ser realizada

com a modificação do pH da água, pois a solubilidade do ferro, assim como de

outros metais, apresenta valores deferentes em função do pH da massa líquida.

5.4. Tratamento e classificação das águas

A seleção da tecnologia utilizada no tratamento da água depende,

principalmente, das características da água bruta e da qualidade da água final desejada,

sendo sempre recomenda a realização de ensaios em laboratório ou em sistema piloto.

A resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 357, 17

de março de 2005, que dispõe sobre qualificação das águas doces, salobras e salinas em

função dos usos preponderantes atuais e futuros, indica a classificação do corpo d’água

e o tipo de tratamento necessário para águas destinadas ao abastecimento para consumo

humano, conforme apresentado no Quadro 1.4.

Page 22: TRATAMENTO E ABASTECIMENTO DE ÁGUA · 2020. 1. 6. · elevação, adução, tratamento, preservação e distribuição de água, conforme representado na Figura1.1. Figura 1.1. Unidades

Quadro 1.4. Tipo de tratamento de acordo com a classe da água

Classificação da água Tipo de Tratamento

Classe especial Desinfecção (remoção ou inativação de organismos

potencialmente patogênicos)

Classe 1 Tratamento simplificado (clarificação por meio de filtração,

desinfecção e correção de pH quando necessário)

Classe 2

Tratamento convencional (clarificação com utilização de

coagulação e floculação, seguida de desinfecção e correção de

pH)

Classe 3

Tratamento convencional ou avançado (técnicas de remoção

e/ou inativação de constituintes refratários aos processos

convencionais de tratamento, os quais podem conferir à água

características, tais como: cor, odor, sabor, atividade tóxica ou

patogênica)

Fonte: Conselho Nacional do Meio Ambiente (2005)

Em função da origem da água e de alguns parâmetros físicos, químicos e

biológicos,A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, na NBR

12216/1992, apresenta a seguinte classificação das águas a serem utilizadas para

abastecimento público

Tipo A - Águas subterrâneas ou superficiais, provenientes de bacias

sanitariamente protegidas, com características básicas definidas no Quadro 1.5 e

as demais atendendo aos padrões de potabilidade;

Tipo B – águas subterrâneas ou superficiais, provenientes de bacias não

protegidas, com características básicas definidas na Quadro 1.5 e que possam

enquadrar-se nos padrões de potabilidade, mediante processo de tratamento que

não exija coagulação;

Tipo C – águas superficiais provenientes de bacias não protegidas, com

características básicas definidas na Quadro 1.5, e que exija coagulação para

enquadrar-se nos padrões de potabilidade;

Tipo D – águas superficiais provenientes de bacias não protegidas, sujeitas a

fontes de poluição, com características básicas definidas na Quadro 1.5, e que

exijam processos especiais de tratamento para que possam enquadrar-se nos

padrões de potabilidade.

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Quadro1.5 - Características básicas

TIPO A B C D

DBO 5 dias (mg/L)

Média Até 1,5 1,5 – 2,5 2,5 – 4,0 > 4,0

Máxima, em

qualquer amostra 1 – 3 3 - 4 4 - 6 > 6

Coliformes (NMP/100ml) -

Média mensal em

qualquer mês 50 – 100 100 - 5000 5000 - 20000 > 20000

Máximo

> 100 cm menos

de 5% das

amostras

> 5000 cm

menos de 20%

das amostras

> 20000 cm

menos de 5%

das amostras

-

pH 5 – 9 5 - 9 5 - 9 3,8 – 10,3

Cloretos < 50 50 – 250 250 – 600 > 600

Fluoretos < 1,5 1,5 – 3,0 > 3,0 -

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (12216)

Em função da classificação da água, a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

NORMAS TÉCNICAS, na NBR 12216/1992, estabelece os seguintes tratamentos

mínimos:

Tipo A – desinfeção e correção de pH

Tipo B – desinfecção e correção de pH e, além disso:

o Decantação simples, para águas contendo sólidos sedimentáveis, quando,

por meio desse processo, suas características se enquadrem nos padrões

de potabilidade ou;

o Filtração, precedida ou não de decantação, para águas de turbidez

natural, medida na entrada do filtro, sempre inferior a 40 unidades

Nefelométricas de turbidez (UNT) e cor sempre inferior20 unidades,

referidas aos padrões de platina;

Tipo C – coagulação, seguida ou não de decantação, filtração em filtros rápidos,

desinfecção e correção do pH;

Tipo D – Tratamento mínimo do tipo C e tratamento complementar apropriado a

cada caso.

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6. RESERVATÓRIO E ELEVATÓRIA

Na unidade de reservação ocorre o armazenamento de água em períodos

determinados. A capacidade de reservação deve ser suficiente para compensar as

variações horárias e diárias de consumo, manter a distribuição de água durante a

paralisação de unidades instaladas a montante e dispor de volume de água para combate

de eventual incêndio.

De acordo com a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS

(1004), na NBR 12217, o reservatório de distribuição é um elemento do sistema de

abastecimento de água destinado a regularizar as variações entre as vazões de adução e

de distribuição e condicionar as pressões na rede de distribuição.

Os reservatórios podem ser construídos em concreto armado, concreto

protendido, aço, fibra de vidro, PVC etc. De acordo com a ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1004), o material da estrutura do

reservatório deve ser escolhido após estudos técnico e econômico que considere as

condições de fundação, a disponibilidade do material na região e a agressividade da

água a armazenar e do ar atmosférico.

A estrutura do reservatório pode ser construída toda em cota inferior a do

terreno (enterrado), toda acima da superfície do terreno (elevado) ou apenas com parte

abaixo da superfície do terreno (apoiado ou semi-enterrado).

No sistema de abastecimento de água pode ser utilizado apenas o reservatório

inferior (apoiado, enterrado ou semi-enterrado), com o bombeamento de água sendo

realizado diretamente na rede de distribuição.

Contudo, a maioria dos sistemas apresenta reservatório inferior, estação

elevatória (bombeamento) e reservatório superior, para que a maior parte da água

demandada seja armazenada no reservatório inferior e, então, bombeada para o

reservatório superior, que tem a finalidade de estabilizar a pressão narede de

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distribuição de água. Na Figura 1.12 são mostrados conjuntos motor e bomba da estação

elevatória e o reservatório superior (elevado).

Figura 1.12. Reservatório elevado (a) e conjuntos motor e bomba do 3º setor de distribuição de

água da COSANPA (b).

Tsutiya (2004) observa que o volume do reservatório superior é menor do que o

do reservatório inferior, sendo, comumente adotado valores de 10 e 20% do valor total

da capacidade de reservação.

A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, na NBR

12217/1994, recomenda que o fundo do reservatório enterrado ou apoiado esteja acima

do nível de água máximo do lençol freático e da cota de inundação máxima.

Em relação ao ponto de instalação no sistema, os reservatórios podem ser

localizados antes (montante), no meio ou depois (jusante) da rede de distribuição. Na

Figura 1.13 são mostrados reservatório de montante e de jusante.

Reserv

ató

rio NA

Montante

Jusante

Reserv

ató

rio

Figura 1.13. Reservatórios de montante e de jusante

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De acordo com a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, na

NBR 12217/1994, o volume necessário para atender às variações de consumo deve ser

avaliado a partir de dados de consumo diário e do regime previsto de alimentação do

reservatório, aplicando-se o fator 1,2 ao volume calculado, para levar em conta

incertezas dos dados utilizados.

O estudo da variação horária do consumo de água na comunidade é uma das

maneiras para determinar o volume do reservatório. Para isso são realizados estudos

(volume consumido)x(hora), conforme representado na Figura 1.14.

Figura 1.14. Representação de Curva de Variação horária de consumo de água.

Na curva de variação horária de consumo é possível verificar os horários de

consumo mínimo, médio e máximo. Os valores menores do que o suprimento médio

horário corresponde aos períodos em que o reservatório está enchendo, enquanto os

acima são referentes aos períodos de esvaziamento do reservatório.

Essa variação do consumo de água faz com a unidade de reservação tenha como

principais finalidades:

A1

A2

A3

Consumomédio

m3

h

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1. Regularizar a vazão, acumulando e fornecendo água nas horas em que a

demanda é menor e maior do que o consumo, respectivamente;

2. Propiciar segurança ao sistema, garantindo o abastecimento de água nos

momentos de paralisação de energia elétrica ou manutenção de unidades

anteriores. Além disso, disponibilizar água para combate a incêndios;

3. Reduzir custos operacionais, programando a rotina dos conjuntos motor e bomba

para reduzir os desgastes nesses equipamentos e para que o bombeamento ocorra

em horários diferentes do período em que é maior o custo da energia elétrica.

7. REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

A rede de distribuição é o conjunto de tubulações, conexões, registros e peças

especiais, destinados a disponibilizar a água potável nos pontos de consumo do sistema

(residências, prédios públicos, indústrias, etc.), o que precisa ocorrer com continuidade

e segurança, para que a água seja distribuída na quantidade e na qualidade requerida

pelos consumidores.

As redes são formadas por condutos principais e condutos secundários. Os

condutos principais são os de maior diâmetro e têm a finalidade de abastecer os

condutos secundários que estão mais próximos do ponto de consumo e apresentam

diâmetro menor.

A disposição dos condutos principais e secundários depende de vários fatores,

como: características físicas, topografia, traçado do arruamento e da forma de ocupação

da cidade.

Quanto a disposição dos condutos principal e secundário e ao sentido do

escoamento, as redes podem ser classificadas em ramificada, malhada com anel e

malhada sem anel.

Na rede ramificada ocorre distribuição da vazão do conduto principal (tronco)

para derivações que distribuem as vazões aos coletores secundários. Logo, o sentido do

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escoamento é direcionado do ponto de abastecimento (normalmente da unidade de

reservação) até a ponta da rede (extremidades mortas ou pontas secas).

Os pontos de ramificação e de mudanças de diâmetro recebem a denominação

de nós, sendo o conduto entre dois nós denominado de trecho de rede.

As redes malhadas com anel são constituídas por condutos troncos que formam

anéis ou malhas. Essa configuração em anel possibilita a reversibilidade no sentido das

vazões em função da demanda. Nessa disposição é possível abastecer qualquer ponto do

sistema por mais de um caminho, o que resulta em grande flexibilidade no

abastecimento e na manutenção da rede, porém essa configuração é mais dispendiosa

devido às conexões e acessórios requeridos. Na Figura 1.15 são representadas a rede

ramificada e a rede malhada.

a b

Figura 1.15. Rede ramificada (a) Rede malhadas com anel (b)

Para o funcionamento da rede de distribuição de água, a Associação Brasileira

de Normas Técnica, na NBR 12218/1994, recomenda os limites das pressões estática

máxima e dinâmica mínima de 500 kPa (50 mca) e 100 KPa (10 mca), respectivamente.

Também recomenda que esses valores limites de pressões (estática e dinâmica) sejam

observados em áreas delimitadas, ou seja, a rede deve ser subdividida em zonas de

pressão.

Assim, a medição e o registro das pressões são importantes para garantir o

controle operacional da rede de distribuição de água na área atendida, que deve ser

isolada hidraulicamente de outras áreas (setorização).

Page 29: TRATAMENTO E ABASTECIMENTO DE ÁGUA · 2020. 1. 6. · elevação, adução, tratamento, preservação e distribuição de água, conforme representado na Figura1.1. Figura 1.1. Unidades

A setorização melhora o controle ao possibilitar a adequação e/ou redução de

pressão quando necessário, bem como proporciona maior confiabilidade na análise dos

valores macromedidos (volume de água que entra no setor) e micromedidos (volume de

água consumida no setor), bem como precisão nas ações relativas ao controle de perdas.

Além disso, a vazão de água transportada e distribuída deve atender as variações

na demanda de água, razão para nos projetos serem adotadoscoeficientes de reforço do

dia de maior consumo (K1) e da hora de maior consumo (K2), conforme mostrado na

Equação 1.

Eq1:

.

Onde:

Q= Vazão de distribuição

K1= Coeficiente relativo ao dia de maior consumo

K2=Coeficiente relativo a hora de maior consumo

q= Cota per capita

P= População

8. PERDAS DE ÁGUA EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Atualmente, no Brasil, a identificação e redução das perdas de água nos sistemas

de abastecimento de água tem sido uma meta de muitas das companhias de

saneamento.

O conhecimento dos volumes de água distribuído, consumido e perdido na

entrada, nas etapas e na saída do sistema de abastecimento de água é denominado de

balanço hídrico, e é fundamental para a determinação do consumo e das perdas.

86400

K2.q.P K1.Q

K2.q.P/86400

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Para determinação do balanço hídrico é importante a limitação da área do

sistema de abastecimento de água e a utilização de equipamentos para a medição dos

volumes de água. Segundo Tsutiya (2004), o balanço hídrico permite representar e

quantificar todos os possíveis usos da água no sistema de abastecimento, desde a

captação até a distribuição aos consumidores. No Quadro 1.6são relacionadas

informações necessárias para o balanço hídrico.

Quadro 1.6. Balanço hídrico

Fonte: Alegre et al. (2000) apudTsutiya (2004).

Em sistemas de abastecimento os volumes de água que geram faturamento são

micromedidos ou estimados, sendo faturados pela empresa de saneamento. Também

existem volumes de água que não geram receita, pois são utilizados em operações

inerentes à prestação do serviço e em situações especiais, como a lavagem de rede,

limpeza de reservatórios, consumo de água nos processos de tratamento e os usos

especiais (corpos de bombeiros e os suprimentos sociais).

As perdas em sistemas de abastecimento de água são classificadas em perdas

reais e perdas aparentes. As primeiras correspondem aos volumes não consumidos em

decorrência de vazamentos ou de consumo excessivo de água em procedimentos

operacionais, enquanto as outras são relacionadas aos volumes de água não computados

pela empresa, como o uso em ligações clandestinas.

Page 31: TRATAMENTO E ABASTECIMENTO DE ÁGUA · 2020. 1. 6. · elevação, adução, tratamento, preservação e distribuição de água, conforme representado na Figura1.1. Figura 1.1. Unidades

As perdas reais ocorrem entre a captação de água bruta e o cavalete do

consumidor e podem ser classificadas em perdas operacionais e de vazamentos. As

perdas operacionais estão relacionadas ao processo produtivo (ex: limpeza de filtros e

decantadores) ou aos procedimentos operacionais (ex: limpeza de rede ou reservatório)

e ocorrem toda vez que são utilizados volumes superiores ao necessário para o correto

procedimento operacional. Já as perdas por vazamentos são decorrentes de rupturas nas

tubulações, conexões e peças especiais; trinca e/ou problemas de impermeabilidade nas

estruturas das ETA’s e reservatórios, entre outros.

No Quadro 1.7 são apresentados os principais tipos de perdas reais por unidade

do sistema de abastecimento e suas principais causas.

Quadro 1.7. Origem das perdas reais e principais causas por unidade do sistema de abastecimento.

Unidade Origem das Perdas Causa

Adução

Vazamento nas

tubulações

Limpeza de poços de

sucção

Descarga

Pressão;

Características e movimento do solo;

Baixa qualidade de instalações e de

materiais;

Falhas na concepção de projeto;

Falhas na construção e manutenção;

Tráfego de veículos;

Idade das adutoras.

Tratamento

Lavagem de filtros e

decantadores

Descarga de lodo

Vazamentos nas

estruturas, comportas e

válvulas.

Mão de obra não qualificada;

Equipamentos inadequados;

Deficiência de projeto;

Rachaduras e/ou problemas de

impermeabilidade nas estruturas da ETA;

Problemas de vedação em comportas e

válvulas;

Deficiência de projeto.

Reservação Vazamentos nas

estruturas

Rachaduras e/ou permeabilidade das paredes

do reservatório;

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Extravasamentos

Limpeza

Extravasamento devido à operação

deficiente;

Mão de obra não qualificada;

Meios de comunicação ineficientes ou

inadequados.

Distribuição

Descargas

Vazamento nas redes e

ramais

Ligações clandestinas;

Ligações não hidrometradas;

Hidrômetros parados ou que submedem;

Ligações inativas reabertas.

Fonte: Adaptado de BRASIL (2004).

A redução das perdas reais permite a diminuição dos custos operacionais, devido

à redução do consumo de energia elétrica, produtos químicos e outros. Já as perdas

aparentes correspondem aos volumes consumidos e não registrados, ou seja, não

faturados, decorrentes de ligações clandestinas, fraudes, submedição e outros. A

redução das perdas aparentes permite o aumento de receita e ampliação da oferta de

água.

No Quadro 1.8 são apresentados os principais tipos de perdas aparentes e suas

causas.

Quadro 1.8 - Origem e causas das perdas aparentes e suas principais causas.

Origem das Perdas Causa

Desvio fraudulento

Desperdício de

usuários

Falta de manutenção corretiva e preventiva de hidrômetros

Superdimensionamento de hidrômetros

Ligações clandestinas

Ligações inativas reabertas

Ligações não hidrometradas

Hidrômetros parados

Hidrômetros que submedem

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Dessa forma, as perdas em sistema de saneamento provocam, principalmente,

aumento dos custos operacionais, causam redução no faturamento e na arrecadação e

aumento do custo final da água tratada.

Assim, a realização de ações voltadas para a redução das perdas é fundamental

para a redução do desperdício de recursos materiais, produtos químicos, energia elétrica

e outros, bem como, para a utilização racional dos recursos hídricos.

.9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A água deve ser disponibilizada em qualidade adequada e em quantidade

suficiente para que o homem atenda todas suas necessidades, pois é essencial à proteção

da saúde pública e ao desenvolvimento econômico e social das comunidades.

Do ponto de vista da potabilização, somente pequena parcela da água existente

no planeta é facilmente utilizável para consumo humano. Contudo, a degradação da

qualidade dessa água obriga a utilização de corpos d’água cada vez mais distantes e/ou

que empreguem tecnologias sofisticadas.

Nesse sentido, é grande o desafio do poder público de implantar o sistema de

abastecimento de água potável em áreas urbanas, principalmente pelo aumento da

população ocorrer, na maioria das vezes, de forma desordenada, com impacto direto na

degradação dos mananciais e no aumento do consumo de água.

Na tentativa de reduzir os custos da produção, tratamento e distribuição de água,

são realizados estudos de alternativas de concepção do sistema de abastecimento de

água, nos quais são analisados os tipos de manancial disponível (superficial ou

subterrâneo), os custos de implantação e operação de cada unidade do sistema, os

impactos econômicos, sociais e ambientais na área atendida e o período de alcance em

função doincremento populacional.

Portanto, é fundamental que o Sistema de Abastecimento de Água seja

planejado de acordo com as diretrizes e recomendações do Plano Diretor do Município,

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que as etapas de projeto e de construção sejam realizadas de forma rápida, segura

tecnicamente e com custo adequado e, principalmente, que a água potável seja utilizada

adequadamente, não devendo ser perdida nas unidades do sistema e nem desperdiçada

pelos consumidores.

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