tratamento de alvÉolo pÓs exodontia - bone heal · ajuda muito na vida profissional e pessoal....
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FELIPE GUERREIRO FERREIRA VALERIO
TRATAMENTO DE ALVÉOLO PÓS EXTRAÇÃO
Monografia apresenta à Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Cruzeiro do Sul como requisito parcial, para aprovação e obtenção de grau, no Curso de Pós-Graduação ``Lato Sensu`` em implantodontia
ORIENTADOR: Prof. Dr. Pierângelo Angeleletti
CO-ORIENTADOR: Prof. Hid Miguel Jr.
UNICSUL
SÃO PAULO-SP
2010
3
Dedicatória
Dedico esta monografia ao meu pai, Clovis da Prato Ferreira Valerio, meu
exemplo a seguir, que sempre acreditou em mim, por todo apoio, amor e
confiança.
A minha mãe, Gislayne Guerreiro Ferreira Valerio, minha heroína, pelo carinho,
amor e dedicação na perfeita criação dada aos seus filhos.
A minha irmã, Marcella Guerreiro Ferreira Valerio, pela grande pessoa e
amizade. Tenho muito orgulho de ser seu irmão.
A minha avó, Celia Fonseca Guerreiro Borin, minha segunda mãe, a pessoa
com o maior coração do mundo, meu anjo que amo muito.
Amo muito vocês.
4
AGRADECIMENTOS
Ao meu amado Deus, pelas bênçãos e por cuidar de todos os detalhes em
minha vida.
Ao professor Hid Miguel, a quem eu admiro e tenho como referencial, por toda
dedicação e ensinamentos a mim dedicados.
A assistente Aline, por toda ajuda em nossos atendimentos na clinica.
A toda equipe de professores, pela paciência e por todos os ensinamentos
científicos e clínicos, fundamentais para minha formação como especialista em
implantodontia.
Ao Dr. Munir Salomão, por todo apoio durante a criação de minha monografia.
Ao Dr. Fernando Tai, pelos conselhos, por toda amizade e dedicação que me
ajuda muito na vida profissional e pessoal.
Aos meus amigos de turma, Luiz Fernando, Gustavo, Marceleny, Ivan, Verena,
Angela e Adriana.
Aos pacientes por terem contribuído para nosso desenvolvimento clínico e
científico.
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EPÍGRAFE
``Não tente ser bem sucedido, tente antes ser um homem de valor.``
Wiliam Shakespeare
``A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces.``
Aristóteles
6
RESUMO
Tratamento de alvéolo pós extração em implantodontia
Após a extração de um dente, o rebordo alveolar comumente vai
diminuir de volume e ocorrerão alterações morfológicas ósseas de rebordo
alveolar, incluindo a redução da altura. A implantodontia está relacionada com
diferentes protocolos de reabilitação oral, nos quais, atualmente, com a
evolução da implantodontia temos algumas alternativas que podem diminuir
essas perdas de dimensões alveolares. Estas alterações são clinicamente
significativas e podem criar um problema estético e na confecção de uma
prótese convencional ou uma coroa implanto-suportada, além de fazer com que
a instalação de um implante se torne um desafio. No entanto, é possível
minimizar estes problemas através da simples realização de procedimentos de
manutenção do rebordo alveolar em alvéolos de extração utilizando materiais
de enxertia, com ou sem membranas. Após a exodontia, a manutenção do
rebordo alveolar minimiza a reabsorção do rebordo residual e, portanto, permite
a instalação de um implante que satisfaz os critérios estéticos e funcionais.
Recentes avanços em técnicas e em materiais de enxerto ósseo, permitem ao
dentista, instalar implantes em locais que foram considerados comprometidos
no passado.
Palavras chave: regeneração óssea; reparo alveolar; terapia de tratamento de
aléolo.
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ABSTRACT
After extraction of a tooth, the alveolar ridge will commonly decrease in
volume and morphological changes occur in the alveolar bone, including
reducing the height. The implant is related to different protocols of oral
rehabilitation, in which, currently, with the evolution of implantology have some
alternatives that can reduce this loss of alveolar dimensions. These changes
are clinically significant and may create an aesthetic problem and the
manufacture of a conventional prosthesis or an implant-supported crown, and
make installation of the implant becomes a challenge. However, it is possible to
minimize these problems by simple procedures of maintenance in the alveoli of
the alveolar ridge of extraction using materials of grafting, with or without
membranes. After extraction, the maintenance of the alveolar ridge minimizes
the residual ridge resorption and therefore allows the installation of an implant
which meets the functional and aesthetic criteria. Recent advances in
techniques and bone graft materials, allow the dentist, implants installed in
locations that were considered committed in the past.
Key-words: bone regeneration; socket healing; alveolar wound healing.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01 – Cortes histológicos mostrando cicatrização de ferida depois de 07,
14 e 21 dias após a extração de dentes tratados com diclofenaco...................25
Figura 02 - Os ratos tratados apenas com HA revelaram tecido de granulação,
com fibroblastos e neoformados capilares em torno de grânulos de material e
menos tecido ósseo imaturo em relação ao grupo controle…………………….27
Figura 03 - Os animais que receberam HA / BMPs não apresentaram
neoformação óssea adjacente ao material, mas havia uma grande quantidade
de tecido conjuntivo e fibroblastos em cerca de grânulos de material, e um
intenso infiltrado inflamatório composto principalmente de linfócitos…………..27
Figura 04 - Nos 21 dias seguintes, os alvéolos controle foram preenchidos por
trabéculas ósseas bem organizadas e rodeado por osteoblastos……………...27
Figura 05 - Os alvéolos implantados apenas com HA apresentou um tecido
conjuntivo rico em fibroblastos, menos capilares neoformados e osso do que o
controle em algumas áreas, o material foi cercado por osso……………………28
Figura 06 - Grupo tratado com HA / BMPs, havia uma pequena quantidade de
osso neoformado imaturo e uma grande quantidade de tecido conjuntivo rico
em fibroblastos forrada com grânulos. Ainda era possível observar restos na
coágulo na organização……………………………………………………………..28
Figura 07 - Depois de 42 dias, a cavidade alveolar do grupo controle foi
preenchido com trabéculas ósseas espessas e maduro, rodeado por espaços
medulares preenchidos por tecido conjuntivo frouxo…………………………….29
Figura 08 - Grupo implantado com HA, as trabéculas maduras foram menores
do que os do grupo controle, cercado por grânulos de material, pouco tecido
conjuntivo e capilares neoformados……………………………………………….29
9
Figura 09 - Animais tratados com HA / BMPs tinham trabéculas ósseas
menores do que os animais implantados apenas com HA e o grupo controle.
Material de grânulos de foram cercado por osso e por tecido conjuntivo. Havia
também infiltrado inflamatório ósseo………………………………………………29
Figura 10 - Nos três grupos, o tecido ósseo aumentou progressivamente 7-42
dias após a extração…………………………………………………………………30
Figura 11 - Altura e espessura óssea apos extração e 4 meses após o
tratamento…………………………………………………………………………….32
Figura 12 - Redução da altura do rebordo alveolar após a extração do canino
inferior esquerdo e primeiro pré-molar……………………………………............34
Figura 13 - "Colapso" de parede, 2 meses após a extração do incisivo central
superior esquerdo. O enxerto ósseo será necessário se o paciente quiser
realizar a instalação de um implante…………………........................................35
Figura 14 - A frágil parede vestibular dos dentes anteriores superiores é
susceptível a danos durante as manobras de extração. As margens dos
alvéolos são finas, principalmente cortical (embora em casos raros, eles
contenham osso esponjoso)………………………………………………………..35
Figura 15 - Quando uma deiscência estiver presente, a dimensão vestíbulo-
lingual do ápice após exodontia, é susceptível de constituir desafios para a
colocação de implante futuro……………………………………………………….36
Figura 16 - Incisivo lateral superior que foi extraído usando periotomos. Seu
alvéolo foi então preenchido com osso bovino mineral poroso. Imagens após 6
10
meses de tratamento, mostra a preservação bem-sucedida para a colocação
de um implante de plataforma estreita…………………………………………….37
Figura 17 - Uso de incisão com periótomo intrasulcular com bisturi é o primeiro
passo para a extração atraumática do dente.....................................................40
Figura 18 - Após a extração do dente, explore as paredes da cavidade de
extracção para garantir que todas as paredes ósseas estão intactas. Em
seguida, curete as paredes com uma cureta. Garanta que não há tecido de
granulação apical deixado para trás. Use grandes quantidades de água estéril
ou soro fisiológico para irrigar e lave o alvéolo para que você possa facilmente
visualizar o interior do alvéolo antes da enxertia...............................................40
Figura 19 - Vista pré-operatória antes da extração do 21.................................41
Figura 20 - Pós operatório imediatamente após a extração do usando
periótomo e luxador. Curetagem da cavidade de extração é fundamental neste
momento............................................................................................................41
Figura 21 - Vista oclusal após a instalação de enxerto com BioOss e barreira
Colatape. Fechamento com 5-0 Vicryl que são deixados no local por 10
dias..................................................................................................................42
Figura 22 - Instalação do implante com colocação de cicatrizador no mesmo
momento da instalação do implante. Observe a excelente preservação do perfil
dos tecidos moles...........................................................................................42
Figura 23 - Quadro clínico no dia da instalação final da coroa sobre o implante
21. O mínimo de alterações na altura do tecido marginal é anotado. Um ligeiro
sangramento no sulco está relacionado à remoção de cimento em
excesso..........................................................................................................43
11
Figura 24 – Diagrama mostrando a posição e extensão do curativo de colágeno
(Colatape) que é cortado para caber sobre os alvéolos enxertados. As bordas
da membrana são dobradas sob as bordas do retalho na bucal / labial e
palatino, como mostrado. A membrana em si não é suturada no lugar neste
caso. Em vez disso, o retalho é adaptado sobre a maior parte da membrana
(em torno das bordas) e as suturas colocadas por cima da membrana,
mantendo assim, a estabilidade de barreira......................................................43
Figura 25 - Visão pré-operatória para a extração dos 11 e 21 devido a uma
falha endodôntica...............................................................................................44
Figura 26 - Visão pós-operatória após a extração dos incisivos e debridamento
dos alvéolos.................................................................................................44
Figura 27 - Instalação de enxerto BioOss nos alvéolos antes da colocação da
membrana Colatape....................................................................................45
Figura 28 - Membrana Colatape colocada sobre o enxerto para conter as
partículas. Sutura Vicryl usada para fechar as bases de extracção..................45
Figura 29 - Vista vestibular do local da extracção pouco antes da montagem da
prótese removível parcial provisória..............................................................46
Figura 30 - Uma visão transversal e oclusal sobre o uso da membrana ‘’Socket
Repair’’ (Zimmer). Observe a posição da membrana interna à tomada na visão
transversal. As dimensões da membrana também são mostradas. A membrana
pode ser cortada e moldada para encaixar melhor.........................................46
Figura 31 - Diagrama mostra a secção transversal da prótese parcial ideal para
uso sobre um alvéolo que foi enxertado. Inicialmente, deve-se evitar um pôntico
ovóide. A prótese parcial deve ser suportada sobre os tecidos moles para evitar
pressão......................................................................................................47
12
Figura 32 - Caso apresenta um defeito de 5 paredes relacionado a um incisivo
central superior direito que apresentava extensa reabsorção radicular e foi
tratado através da técnica de implante imediato………………………………....51
Figura 33 - Caso apresenta extensa perda óssea e foi submetido a remoção do
implante do dente 36 e do elemento 37 por uma lesão endoperio. Após as
extrações, abriu-se mão da técnica ROG. Foi removido osso autógeno do ramo
da mandíbula para preenchimento dos ‘’gaps’’ existentes e após 13 meses, um
excelente resultado na ROG foi observado na plataforma dos implantes
instalados……………………………………………………………………………..52
Figura 34 – Caso com fratura no segundo pré molar direito superior. O
tratamento foi realizado em dois estágios cirúrgicos. No primeiro estágio foi
realizado uma curetagem severa do alvéolo para remoção do tecido de
granulação e no segundo estágio foi colocado Bio-Oss e membrana para
preenchimento dos ‘’gaps’’. Após 6 meses foi realizada a instalação de um
implante de 3,25 x 14 mm e 6 meses após a cicatrização, foi instalado uma
coroa definitiva………………………………………………………………………..53
Figura 35 - Dente 14 foi extraído após constatar imagem radiolúcida em ápice
de raiz. Após a exodontia uma barreira de polipropileno foi utilizada para
promover regeneração óssea guiada, sendo removida sete dias após. Após 21
dias, observa-se a completa cicatrização dos tecidos moles, e manutenção da
espessura do rebordo alveolar……………………………………………………..54
Figura 36 - Área radiolúcida envolvendo a raiz distal dente 36. Foi verificada a
presença de um implante do tipo cilindro, com imagem radiográfica sugerindo
perfeita osseointegração. Com relação ao elemento dental, foi detectada a
presença de doença periodontal grave, evidenciando ausência da tábua óssea
13
vestibular em ambas as raízes. Foi indicada então, a
exodontia………………………………................................................................55
Figura 37 – Elemento 17 com doença periodontal avançada. Diante da
gravidade do quadro clínico, foi indicada a exodontia e colocação de uma
barreira de polipropileno para regeneração óssea……………………………….56
Figura 38 – Caso apresenta fratura dentária que, após exodontia, apresentou
extensa perda óssea. Em seguida foi realizada a técnica de ROG e removida 7
dias. Depois 90 dias após a cirurgia o paciente recebeu o implante………......58
Figura 39 – Elemento 24 com indicação de exodontia…………………………..59
Figura 40 – Radiografia periapical do elemento 24 com reabsorção óssea
horizontal e evidências radiográficas de apicectomia…………………………....59
Figura 41 – Exodontia realizada……………………………………………………59
Figura 42 – Remoção do cisto e ausência de parede vestibular……………….60
Figura 43 – Defeito ósseo sendo preenchido com sangue……………………...60
Figura 44 – Adaptação da barreira, que deve isolar completamente o defeito
ósseo dos tecidos moles…………………………………………………………….60
Figura 45 – Barreira em posição recobrindo todo o defeito sobre o rebordo.
Aspecto da adaptação antes da sutura……………………………………...........60
Figura 46 – Sutura sobre a barreira nos retalhos vestibular e palatino, sem
envolver a barreira……………………………………….......................................60
Figura 47 – Pós operatório de 7 dias antes da remoção da sutura...................60
14
Figura 48 – Aspecto clínico do coágulo organizado, imediatamente após a
remoção de sutura…………………………………………………………………...60
Figura 49 – Aspecto clínico após 90 dias de pós operatório. Observar a
manutenção da espessura do rebordo e a quantidade de tecido
queratinizado…………………………………………………….............................60
Figura 50 – Aspecto clínico do tecido ósseo. Regeneração da parede
vestibular…………………………………………………………….........................60
Figura 51 – Implante inserido………………………………………………............60
Figura 52 – Pós operatório de 7 dias após a remoção da sutura……………....60
Figura 53 – Aspecto clínico do incisivo central esquerda que está levemente
extruído, além da fístula na região de periápice................................................61
Figura 54 - A radiografia periapical mostrou a condição do dente………..........62
Figura 55 - Foi realizada incisão intra-sucular entre as faces mesiais dos dentes
23 e 13………………………………………………………………………………...62
Figura 56 - Formando um retalho de espessura total…....................................63
Figura 57 - E realizada a exodontia…………………………...............................63
Figura 58 - Foi usada a barreira de polipropileno para isolar o defeito e cobrir o
coágulo…………………………………………………………………………..........64
Figura 59 - A barreira foi mantida em posição apenas pelos retalhos vestibular
e palatino que foram suturados sem tensão ou aproximação………………......64
Figura 60 - Uma semana depois a barreira foi removida………………………..65
15
Figura 61 - Após 90 dias da cirurgia inicial foi instalado um implante
osteointegrável e reabilitada provisoriamente………………………………........65
Figura 62 - Apresentação inicial do caso...........................................................67
Figura 63 - Vista oclusal....................................................................................67
Figura 64 - Extração atraumática com aloenxerto e membrana
reabsorvível.......................................................................................................68
Figura 65 - Vista oclusal....................................................................................68
Figura 66 - Vista vestibular após três meses.....................................................68
Figura 67 – Vista oclusal....................................................................................69
Figura 68 - Restauração final.............................................................................69
Figura 69 - Fotografia clínica da biópsia; manchas de tinta na apical do
núcleo................................................................................................................70
Figura 70 - Ampliação da biópsia da figura A....................................................70
Figura 71 - Ampliação de 4x da área mostrada na figura B, mostrando
formação de osso novo em contato íntimo com as partículas do enxerto
residual..............................................................................................................70
Figura 72 – Ampliação de 10x mostrando lacunas vazias em RG (enxerto
residual) e osteócitos em NB (formação óssea)................................................71
Figura 73 - Ampliação de 40x mostrando lacunas vazias em RG (enxerto
residual) e osteócitos em NB (formação óssea)................................................71
16
Figura 74 – Vista oclusal da membrana mantida em posição por meio de
suturas...............................................................................................................74
Figura 75 – Formação de tecido compatível com gengiva queratinizada após a
remoção da membrana. Note a demarcação da região da membrana
exposta..............................................................................................................75
Figura 76 – Alvéolo após extração dental..........................................................77
Figura 77 - A membrana de politetrafluoroetileno foi analisada em microscópio
digital com aumento de 2.000 vezes, mostrando uma superfície plana e regular
sem porosidades................................................................................................77
Figura 78 - A membrana foi estendida de 2mm a 3mm para as paredes
vestibular e lingual, formando uma tenda sobre o alvéolo.................................78
Figura 79 - Usando uma técnica de sutura interrompida e colchoeiro horizoltal
modificado para manter a membrana na posição..............................................78
Figura 80 - Duas semanas após a cirurgia, as suturas foram removidas e da
membrana pode ser visualizada, sem mudanças na posição...........................79
Figura 81 - Após três semanas, a membrana foi facilmente removida e o tecido
fibroso subjacente apresentou cor mais vermelha em comparação com o tecido
da mucosa adjacente.........................................................................................79
Figura 82 - Os retalhos mucoperiostais vestibular e lingual foram levantados
seis meses após a cirurgia, novas medições foram feitas e locais com altura e
espessura ósseas adequadas receberam implantes.........................................80
Figura 83 - Após oito semanas, um tecido queratinizado maduro foi visto
cobrindo os locais do alvéolo que foram recobertos pela
membrana..........................................................................................................80
17
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 - Volume de coágulo de sangue nos terços apical, médio e cervical,
nos alvéolos de ratos tratados com diclofenaco, de 1 a 3 semanas após a
extração do dente..............................................................................................24
Tabela 02 - Fração de volume (%) de tecido conjuntivo nos terços apical e
cervical alveolar em ratos tratados com diclifenaco 1-3 semanas após a
extração do dente..............................................................................................24
Tabela 03 - Fração de volume (%) de trabeculado ósseo na região dos terços
apical, médio e cervical alveolar em ratos controle tratados com diclofenaco 1-3
semanas após a extração do dente...................................................................25
Tabela 04 - No dia 7, o volume de tecido ósseo de controle, os grupos HA e HA
/ BMPs foram 25,0 ± 0,9, 25,6 ± 1,2 e 22,9 ± 1,6, respectivamente, sem
diferença estatística entre eles..........................................................................30
Tabela 05 - Altura e espessura óssea em 4 meses...........................................33
Tabela 06 - Comparação entre altura e espessura óssea.................................33
Tabela 07 - Vantagens, desvantagens e exemplos das duas categorias
principais de membranas utilizadas em procedimentos de regeneração óssea
guiada incluindo a preservação do alvéolo........................................................36
Tabela 08 - Fontes de material de enxerto para regeneração óssea
guiada................................................................................................................37
Tabela 09 - Participação de anaeróbios obrigatórios, anaeróbios facultativos,
Gram-positivos e Gram-negativos.....................................................................49
18
Tabela 10 - Resistência dos microrganismos aos antimicrobianos
selecionados......................................................................................................49
Tabela 11 – Análise histomorfométrica..............................................................72
Tabela 12 - Alterações nas dimensões das cristas...........................................72
Tabela 13 – Resultados clínicos grupo experimental........................................81
Tabela 14 – Resultados clínicos grupo controle................................................81
Tabela 15 – Média das alterações clínicas........................................................82
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS:
ACS esponja de colágeno reabsorvível
AINES antiinflamatórios não esteróides
BMP bone morphogenetic protein (proteínas óssea morfogenéticas)
Ca cálcio
Clav. Acid ácido clavulanato
d-PTFE membrana de Politetrafluoretileno denso
gaps lacunas
HA hidroxiapatita
HA/BMPs hidroxiapatita com proteínas óssea morfogenéticas
K potássio
Mg magnesio
min minuto
N Newton
Na sódio
NB formação óssea
RG enxerto residual
rhBMP Recombinante humano proteína morfogenética óssea
ROG Regeneração óssea guiada
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LISTA DE SÍMBOLOS
% porcentagem
mm milímetros
mg/ml miligrama por mililitro
mg / kg miligrama por quilo
ºC graus
mcg / ml micrograma por mililitro
± aproximadamente
mg miligrama
X multiplicação
> maior
≥ maior ou igual
I um
II dois
III três
IV quatro
= igual
® marca registrada
21
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO……………………………………………………................22
2- REVISÃO DA LITERATURA...................................................................23
3- DISCUSSÃO...........................................................................................78
4- CONCLUSÕES.......................................................................................52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................53
22
1 – INTRODUÇÃO:
Histórias e evidências clínicas são revistas para fornecer uma
compreensão aprofundada da lógica e o valor da preservação do alvéolo. Após
a extração do dente, o rebordo alveolar comumente vai diminuir de volume e
irão ocorrer alterações morfológicas ósseas de rebordo alveolar, incluindo a
redução da altura. Isso levou os implantodontistas a procurarem métodos
alternativos para a simples realização de procedimentos de manutenção do
rebordo alveolar em alvéolos de extração utilizando materiais de enxertia, com
ou sem membranas. Após a exodontia, a manutenção do rebordo alveolar
minimiza a reabsorção óssea e, portanto, permite a instalação de um implante
que satisfaz os critérios estéticos e funcionais. Recentes avanços em materiais
de enxertos ósseo e técnicas que permitem ao dentista, instalar implantes em
locais que foram considerados comprometidos no passado. O sucesso dos
implantes osseointegrados depende se há um volume suficiente de osso
saudável no local receptor, no momento da instalação do implante. Exemplos
de possíveis problemas são a falta de osso apical adequado para uma boa
ancoragem primária do implante, ausência de parede, área onde a estética é
importante e que o cirurgião prefere esperar a formatação adequada de
tecidos. As indicações para a instalação de implantes imediatos acabam sendo
comprometidas. Uma das novidades de tratamento para a preservação de
alvéolo é a utilização de uma membrana de Polipropileno. Os resultados
mostram que essa técnica é viável, como já é amplamente conhecida, e
também pode ser realizada com material biocompatível. Talvez seja uma
mudança de paradigma que ainda nos assusta, mas que é desafiador e pode
ser altamente benéfico aos pacientes.
O objetivo deste trabalho é realizar uma breve revisão sobre os
requisitos fundamentais para a conquista da manutenção das dimensões
alveolares pós-extração, utilizando materiais de enxertia, com ou sem
membranas, demonstrando a aplicabilidade desses conhecimentos na clínica
diária.
23
2 – REVISÃO DA LITERATURA:
YUGOSHI, et al3, em 2002, investigaram se a administração de
diclofenaco interfere no tempo de cicatrização da ferida alveolar em ratos. O
diclofenaco é um anti-inflamatório não-esteróide. Há evidências, que os AINEs
podem retardar a reparação de tecidos danificados, tais como a pele,
musculatura uterina, cartilagem, osso fraturado e nova formação óssea após
extração de dente. Estudos realizados em roedores têm
mostrado que os AINEs podem perturbar não só a cura dos ossos
mas também o crescimento do osso normal. A ação inibitória dos
antiinflamatorios não esteóides na cicatrização de feridas parietal, no entanto,
parece ser mais fraco do que o do medicamento dexametasona. Um prejuízo
acentuado da cicatrização alveolar após a prednisolona (anti-inflamatórios
esteróides para tratamento da toxicodependência) foi observado em ratos.
Quarenta e dois ratos Wistar foram usados, 21 ratos receberam 10 mg / kg / dia
de diclofenaco, um dia antes e Quatro dias após a extração dos incisivos
maxilares direito e 21 ratos receberam solução salina. Os animais foram
sacrificados 7, 14 e 21 dias após um extração do dente. Observou-se uma
formação progressiva de osso e uma diminuição de volume de coágulo de
sangue e de tecido conjuntivo de 1 a 3 semanas após a extração do dente e foi
quantificada pelo método de contagem de pontos histométrica. As diferentes
fases de cicatrização alveolar, observado por exame histológicos de 1 a 3
semanas após a extração dental, se assemelhava muito à dados histológicos
realizado em ratos. No final da primeira semana, os alvéolos dos animais
controle foi preenchido com tecido conjuntivo rico em fibroblastos imaturos e
capilares neoformados (tecido de granulação), recentemente formado osso
trabecular foi observado principalmente nas superfícies internas do alveolo e
restos de coágulo de sangue foram observadas principalmente no terço apical.
Comparados aos controles, ratos tratados pareciam apresentar uma maior
quantidade de coágulo de sangue em associação com menores quantidades
de tecido conjuntivo e osso. A partir da segunda semana em diante, ratos
controle tratados tiveram um aumento no volume relativo de osso trabecular em
paralelo a uma diminuição na quantidade de coágulo sanguíneo e tecido
24
conjuntivo. Em ratos tratados, no entanto, a fração de volume de coágulo de
sangue e tecido conjuntivo foi maior, causando uma menor quantidade de osso
trabecular. Como mostra a tabela.
Tabela 01: (YUGOSHI et al.3) Braz Dent J, v. 13, n.2, p.92-96, 2002.
A tabela 2 mostra em fração de volume (%) de tecido conjuntivo nos terços
apical e cervical alveolar em ratos tratados com diclifenaco 1-3 semanas após
a extração do dente.
Tabela 02: (YUGOSHI et al.3) Braz Dent J, v. 13, n.2, p.92-96, 2002.
Tabela 03: (YUGOSHI et al.3) Braz Dent J, v. 13, n.2, p.92-96, 2002.
25
A tabela 3 mostra em fração de volume (%) de trabeculado ósseo na região
dos terços apical, médio e cervical alveolar em ratos controle tratados com
diclofenaco 1-3 semanas após a extração do dente.
A figura a seguir mostra a análise de cortes histológicos da ação de diclofenaco
Figura 01: (YUGOSHI et al.3) Braz Dent J, v. 13, n.2, p.92-96, 2002.
O objetivo do presente trabalho foi investigar se a administração de diclofenaco
interfere no processo de reparo alveolar em ratos. Foram utilizados 42 ratos
26
Wistar, dos quais 21 receberam 10mg/ kg/dia de diclofenaco e o restante,
solução salina. Os animais foram submetidos a extração dos incisivos
superiores direito, e sacrificados 7, 14 e 21 dias após a avulsão dental. A
formação progressiva de osso e a redução do volume de coágulo sangüíneo e
tecido conjuntivo no período de 1 a 3 semanas após a extração dental foram
quantificadas através do método histométrico de contagem de pontos. Os
autores concluíram que o tratamento com o diclofenaco causou significante
atraso na neoformação óssea, associado a um atraso na organização e
remissão do coágulo sangüíneo.
BRANDÃO, et al4, em 2002, compararam diversos materiais e técnicas
que têm sido propostas para melhorar a cicatrização alveolar e perda óssea em
altura e espessura que normalmente seguem as extrações dentais. O objetivo
era estudar, por meio de análise histológica e histométrica, o potencial
osseoindutivo de uma combinação de hidroxiapatita com proteínas óssea
morfogenéticas (HA/BMPs) implantadas em alvéolos dentais de ratos. Foram
utilizados 45 ratos Wistar, adultos, machos, separados em três grupos de 15
animais: controle (não-tratados), implantados com hidroxiapatita pura (HA) e
implantados com hidroxiapatita acrescida com BMPs. Cinco animais de cada
grupo foram sacrificados em 3 períodos. Nos primeiros 7 dias, nos alvéolos do
grupo controle, o tecido conjuntivo era rico em fibroblastos e capilares, com
poucos linfócitos. Os alvéolos foram parcialmente preenchidos por delicadas
trabéculas ósseas imaturas forrada com osteoblastos.
27
Como mostra a sequência de figuras abaixo.
Figura 02: (BRANDAO et al.4 ) - Braz Dent J, v.13. n.3, p.147-154, 2002.
Os ratos tratados apenas com HA revelaram tecido de granulação, com
fibroblastos e neoformados capilares em torno de grânulos de material e menos
tecido ósseo imaturo em relação ao grupo controle.
Figura 03: (BRANDAO et al.4 ) - Braz Dent J, v.13. n.3, p.147-154, 2002.
Os animais que receberam HA / BMPs não apresentou neoformação óssea
adjacente ao material, mas havia uma grande quantidade de tecido conjuntivo
e fibroblastos em cerca de grânulos de material, e um intenso infiltrado
inflamatório composto principalmente de linfócitos.
Figura 04: (BRANDAO et al.4 ) - Braz Dent J, v.13. n.3, p.147-154, 2002.
28
Nos 21 dias seguintes, os alvéolos controle foram preenchidos por trabéculas
ósseas bem organizadas e rodeado por osteoblastos.
Figura 05: (BRANDAO et al.4 ) - Braz Dent J, v.13. n.3, p.147-154, 2002.
Os alvéolos implantados apenas com HA apresentou um tecido conjuntivo rico
em fibroblastos, menos capilares neoformados e osso do que o controle em
algumas áreas, o material foi cercado por osso.
Figura 06: (BRANDAO et al.4 ) - Braz Dent J, v.13. n.3, p.147-154, 2002.
No grupo tratado com HA / BMPs, havia uma pequena quantidade de osso
neoformado imaturo e uma grande quantidade de tecido conjuntivo rico em
29
fibroblastos forrada com grânulos. Ainda era possível observar restos na
coágulo na organização.
Figura 07: (BRANDAO et al.4 ) - Braz Dent J, v.13. n.3, p.147-154, 2002.
Depois de 42 dias, a cavidade alveolar do grupo controle foi preenchido com
trabéculas ósseas espessas e maduro, rodeado por espaços medulares
preenchidos por tecido conjuntivo frouxo.
Figura 08: (BRANDAO et al.4 ) - Braz Dent J, v.13. n.3, p.147-154, 2002.
No grupo implantado com HA, as trabéculas maduras foram menores do que
os do grupo controle, cercado por grânulos de material, pouco tecido conjuntivo
e capilares neoformados.
Figura 09: (BRANDAO et al.4 ) - Braz Dent J, v.13. n.3, p.147-154, 2002.
30
Animais tratados com HA / BMPs tinham trabéculas ósseas menores do que os
animais implantados apenas com HA e o grupo controle. Material de grânulos
de foram cercado por osso e por tecido conjuntivo. Havia também infiltrado
inflamatório ósseo .
Figura 10: (BRANDAO et al.4 ) - Braz Dent J, v.13. n.3, p.147-154, 2002.
Nos três grupos, o tecido ósseo aumentou progressivamente 7-42 dias após a
extração. Como analisam as tabelas a seguir.
Tabela 04: (BRANDAO et al.4 ) - Braz Dent J, v.13. n.3, p.147-154, 2002.
31
No dia 7, o volume de tecido ósseo de controle, os grupos HA e HA / BMPs
foram 25,0 ± 0,9, 25,6 ± 1,2 e 22,9 ± 1,6, respectivamente, sem diferença
estatística entre eles.
Os autores concluíram que, os materiais implantados produziram atraso na
cronologia do reparo alveolar em comparação aos animais controle, avaliado
pela porcentagem de tecido ósseo formado nos alvéolos. O tratamento com
HA/BMPs esteve associado com a menor porcentagem de formação óssea no
período de 21 dias, embora tenha produzido níveis próximos do controle aos 42
dias. Os materiais parecem não trazer benefícios à formação óssea no período
normal de reparação alveolar e a associação HA/BMPs não apresentou
propriedades osseoindutoras nas condições em que foi enxertada ou tendo
como veículo a hidroxiapatita em formato granular.
FIORELLINI, et al9, em 2005, realizaram um estudo para avaliar a
eficácia da indução óssea após o uso de duas diferentes concentrações de
BMP – 2 associada a uma esponja de colágeno reabsorvível (ACS) em relação
a um placebo de ACS sozinho e nenhum tratamento, em casos de extração
recente com defeito de parede óssea vestibular. No presente estudo foram
selecionados 80 pacientes que necessitavam de manutenção de rebordo
alveolar com defeito de parede óssea vestibular após exodontia de pré molares
superiores. Dois grupos de 40 pacientes foram organizados de forma duplo
cego, para receber 0,75 mg/ml ou 1,5 mg/ml de rh BMP 2/ACS, placebo (ACS
sozinho e nenhum tratamento na proporção 02:01:01.
O volume ósseo adequado para colocação de implantes foi definido como ≥
6mm de largura no ponto mais estreito (vestibular para palatino) e ≥ 12 mm de
altura. A densidade óssea foi definida através do uso de bloco sobrepostos ao
osso adjacente ( usando média de 3 medidas). Todos os pacientes do estudo
foram submetidos ao mesmo procedimento cirúrgico, foram extraídos os dentes
e feitas perfurações com broca esférica, para então serem preenchidos com o
material, BMP-2 ou placebo. No momento da inserção dos implantes, também
foi colhido uma amostra de osso para análise histológica, avaliando a qualidade
óssea.
32
A eficácia da rh BMP 2/ACS foi avaliada pelos parâmetros de tomografia, assim
a avaliação de altura e largura óssea foi feita a partir de 3 medições do alvéolo
( 25%, 50% e 75%), após 4 dias do tratamento de estudo e após 4 meses do
mesmo, subtraindo os valores iniciais e após 4 meses obtinha–se o valor de
altura e espessura óssea, após extração e 4 meses após o tratamento, como
mostra a figura a seguir.
Figura 11: (FIORELLINI et al.9 ) - J Periodontol, v. 76, n. 4, p. 605-613, 2005.
Os resultados dos dados de indução óssea estão resumidos nas tabelas 5 e 6.
Pacientes submetidos ao tratamento com 1,5mg/ml de rh BMP-2 mantiveram a
parede palatina do alvéolo após extração, enquanto os outros grupos houve
redução da mesma. A largura óssea no topo da extração (25%) aumentou em
todos os grupos de estudo, sendo que as diferenças de aumento nos grupos
com 1,5mg/ml e 0,75mg/ml foram significativas. Na região média (50%) houve
aumento significativo, principalmente em 1,5mg/ml de rh BMP 2, não tanto se
comparado ao local de base (75%). Pacientes sujeitos ao tratamento com
1,5mg/ml conseguiram um volume para colocação dos implantes muito superior
se comparado aos pacientes com tratamento de 0,75ml/mg de rh BMP 2. A
densidade óssea reparada histologicamente apresentou espessura de osso
trabecular de moderada a grande e o que mais comumente se viu nas
amostras foi a remodelação do tecido ósseo em osso lamelar, com presença
de osteoblastos.
33
A tabela abaixo mostra os valores de Altura e espessura óssea em 4 meses.
Tabela 05: (FIORELLINI et al.9 ) - J Periodontol, v. 76, n. 4, p. 605-613, 2005.
A tabela abaixo mostra os valores de comparação entre altura espessura
óssea.
Tabela 06: (FIORELLINI et al.9 ) - J Periodontol, v. 76, n. 4, p. 605-613, 2005.
Os autores concluíram que, em locais que se utilizou enxerto com uma 1,5
mg/ml, o crescimento ósseo foi maior.
34
IRINAKIS, et al10, em 2006, avaliaram os padrões de cura de alvéolos,
com e sem o uso de materiais de regeneração, e as razões para preservar as
dimensões do alvéolo. Historia e evidência clínica é revisto para fornecer uma
compreensão aprofundada da lógica e o valor da preservação do alvéolo. Após
a extração do dente, o rebordo alveolar comumente vai diminuir de volume e
ocorrerão alterações morfológicas ósseas de rebordo alveolar, incluindo a
redução da altura. Estas alterações são geralmente clinicamente significativas
e podem criar um problema estético para a fabricação de uma restauração de
uma ponte convencional ou uma coroa implanto-suportadas, fazendo com que
a instalação de um implante se torne um desafio. No entanto, é possível
minimizar estes problemas através da simples realização de procedimentos de
manutenção do rebordo alveolar em alvéolos de extração utilizando materiais
de enxertia, com ou sem membranas. Após exodontias, a manutenção do
rebordo alveolar minimiza a reabsorção do rebordo residual e, portanto, permite
a colocação de um implante que satisfaz os critérios estéticos e funcionais.
Recentes avanços em materiais de enxerto ósseo e técnicas permitem ao
dentista, colocar implantes em locais que foram considerados comprometidos
no passado.
Figura 12 – (IRINAKIS et al.10) - J Can Dent Assoc, v. 72, n. 10, p. 917-922, 2006.
35
Redução da altura do rebordo alveolar após a extração do canino inferior
esquerdo e primeiro pré-molar.
Figura 13 - (IRINAKIS et al.10) - J Can Dent Assoc, v. 72, n. 10, p. 917-922, 2006.
"Colapso" de parede, 2 meses após a extração do incisivo central superior
esquerdo. O enxerto ósseo será necessário se o paciente quiser realizar a
instalação de um implante.
Figura 14 - (IRINAKIS et al.10) - J Can Dent Assoc, v. 72, n. 10, p. 917-922, 2006.
A frágil parede vestibular dos dentes anteriores superiores é suscetível a danos
durante as manobras de extração. As margens dos alvéolos são finas,
36
principalmente cortical (embora em casos raros, eles contenham osso
esponjoso).
Figura 15 - (IRINAKIS et al.10) - J Can Dent Assoc, v. 72, n. 10, p. 917-922, 2006.
Quando uma deiscência estiver presente, a dimensão vestíbulo-lingual do
apice após exodontia, é susceptivel de constituir desafios para a colocação de
implante futuramente.
Tabela 07: (IRINAKIS et al.10) - J Can Dent Assoc, v. 72, n. 10, p. 917-922, 2006.
Vantagens, desvantagens e exemplos das duas categorias principais de
membranas utilizadas em procedimentos de regeneração óssea guiada
incluindo a preservação do alvéolo.
37
Tabela 08: (IRINAKIS et al.10) - J Can Dent Assoc, v. 72, n. 10, p. 917-922, 2006.
Fontes de material de enxerto para regeneração óssea guiada.
Incisivo lateral superior (a) que foi extraído usando periotomos (evitando
traumas nas paredes do alvéolo); seu alvéolo (b) foi então preenchida com
osso bovino mineral poroso (c). Imagens (d) para (f) foram realizadas após 6
meses de cura e mostra a preservação bem-sucedida para a colocação de um
implante de plataforma estreita.
Figura 16 - (IRINAKIS et al.10) - J Can Dent Assoc, v. 72, n. 10, p. 917-922, 2006.
38
Os autores concluíram que, o sucesso dos implantes osseointegrados depende
se há um volume suficiente de osso saudável no local receptor, no momento da
colocação do implante. E que, exemplos de possíveis problemas são a falta de
osso apical adequado para uma boa ancoragem primária do implante, ausência
de parede, área onde a estética é importante e que o cirurgião prefere esperar
a formatação adequada de tecidos; as indicações para a colocação de
implantes imediatos acabam sendo comprometidas.
MEYER, et al5, em 2008, abordaram a instalação de implante em casos
de extração de dentes comprometidos, tratando e preservando as estruturas do
alvéolo com enxerto e barreira intra-alveolar. Embora a instalação de implantes
imediatos pós extração tenha ganhado popularidade nos últimos anos, há uma
série de casos em que não se pode prosseguir com carga imediata de
implante. As contra-indicações são geralmente quando há infecção periapical;
quando não se conseguiu uma suficiente estabilidade primária do implante;
pacientes descompensados; perda de osso vestibular devido a drenagem
decorrente de infecção apical, ocasionando um comprometimento estético
devido a uma estabilização crítica de tecidos moles. Nos casos em que a
instalação do implante imediato é contra-indicada, a instalação tardia do
implante é mais apropriada, e muitas vezes vale a pena abrir mão de um
tratamento de enxertia. Principalmente em casos que se necessita de estética
ou nos casos em que há uma limitada altura óssea para posterior instalação de
implante. A capacidade de preservar a área marginal dos tecidos moles é uma
consideração importante na zona estética principalmente em casos com osso
vestibular. Em circunstâncias normais, a extração de dente unitario nestas
áreas irá resultar em perda de placa labial e colapso de tecido mole na tomada
de extração em questão de semanas, resultando em perda de volume ósseo e
gengival. A preservação de alvéolo através de tomada de enxertia, ajudará a
preservar a estrutura óssea dentro da cavidade de extração, mantendo assim
altura de osso vertical e ajudar a estabilizar os tecidos marginais no local. Isto
geralmente resultará em um tratamento de alvéolo, que resultará em uma
instalação de implante com um alto grau de previsibilidade, bem como o
contorno dos tecidos moles e melhora de estética. O paciente deve passar por
39
uma cuidadosa avaliação clínica e radiográfica antes de abrir mão de uma
enxertia. A qualidade e a quantidade dos tecidos gengivais ao redor do dente
também devem ser avaliados para avaliar se há a necessidade de melhorar os
biótipos existentes através do uso de técnicas de enxerto de tecido conjuntivo.
Se o paciente apresentar uma infecção aguda, deve-se realizar a drenagem do
abscesso realizar uma antibioticoterapia de 5 a 7 dias antes da extração e
tomada do procedimento de enxerto. Para uma extração atraumática é
necessário uma correta técnica e instrumentação. O uso de um periótomo é
fundamental para se conseguir uma correta extração atraumática. Porém, ele
não deve ser usado como um elevador para a extração do elemento dental.
Uma vez que o dente foi extraído, é necessário realizar o debridamento das
paredes do alvéolo, utilizando uma cureta para total remoção dos ligamentos
periodontais remanescentes. O que provavelmente ocasionará um
sangramento no interior do alvéolo, sendo benéfico para a instalação de
material de enxertia. Caso o sangramento não ocorra, o cirurgião poderá abrir
mão de uma broca esférica de tamanho pequeno para perfurar a cortical e
estimular células osteoprogenitoras para o tratamento da extração. A decisão
sobre o que é utilizado deve ser baseada em princípios biológicos. Um material
de enxerto deve ser biocompatível e ser reabsorvíveis. Assim, os materiais de
escolha incluem osso autógeno. O material utilizado para o aumento do alvéolo
deve apoiar a formação de osso, a fim de permitir a osseointegração bem
sucedida do sucedida do implante dentário, que serão posteriormente
instaladas. Além da hidroxiapatita, outros material tem sido recentemente
sugeridos para uso em cavidades de extração. Entre elas estão partículas de
enxertos esponjosos (Zimmer Dental®) e Bone Ceramic (Straumann®). Após
debridamento do alvéolo, o material de enxerto deve ser posicionado logo após
a extração de uma forma incremental. Evite uma pesada condensação das
partículas do enxerto, pois isso pode comprometer a vascularização dentro do
alvéolo e posterior perda óssea. A principal função da membrana é conter o
material de enxerto durante a cicatrização dos tecidos moles na área da
extração. A seguir, é ilustrada psso a passo a sequencia de um tratamento.
40
O primeiro passo para a extração atraumática do dente, é a incisão com
periótomo intrasulcular com bisturi.
Figura 17: (MEYER et al.5) - Australasian Dental Practice, p. 150-158,
March/April 2008.
Após a extração do dente, explore as paredes da cavidade de extracção para
garantir que todas as paredes ósseas estão intactas. Em seguida, curete as
paredes com uma cureta. Garanta que não há tecido de granulação apical
deixado para trás. Use grandes quantidades de água estéril ou soro fisiológico
para irrigar e lave o alvéolo para que você possa facilmente visualizar o interior
do alvéolo antes da enxertia.
Figura 18: (MEYER et al.5) - Australasian Dental Practice, p. 150-158,
March/April 2008.
41
A seguir, a sequência do primeiro caso clínico apresentado pelos autores.
Vista pré-operatória antes da exodontia do dente 21.
Figura 19: (MEYER et al.5) - Australasian Dental Practice, p. 150-158,
March/April 2008.
Pós operatório imediatamente após a exodontia utilizando periótomo, seguido
de curetagem da cavidade de extração é fundamental neste momento.
Figura 20: (MEYER et al.5) - Australasian Dental Practice, p. 150-158,
March/April 2008.
42
Vista oclusal após a instalação de enxerto com BioOss® e barreira Colatape.
Fechamento com 5-0 Vicryl® que são deixados no local por 10 dias.
Figura 21: (MEYER et al.5) - Australasian Dental Practice, p. 150-158,
March/April 2008.
Instalação do implante com colocação de cicatrizador no mesmo momento da
instalação do implante. Observe a excelente preservação do perfil dos tecidos
moles.
Figura 22: (MEYER et al.5) - Australasian Dental Practice, p. 150-158,
March/April 2008.
43
Quadro clínico no dia da instalação final da coroa sobre o implante 21. O
mínimo de alterações na altura do tecido marginal é anotado. Um ligeiro
sangramento no sulco está relacionado à remoção de cimento em excesso.
Figura 23: (MEYER et al.5) - Australasian Dental Practice, p. 150-158,
March/April 2008.
Diagrama mostra a posição e extensão do curativo de colágeno (Colatape®)
que é cortado para caber sobre os alvéolos enxertados. As bordas da
membrana são dobradas sob as bordas do retalho na bucal / labial e palatino,
como mostrado. A membrana em si não é suturada no lugar neste caso. Em
vez disso, o retalho é adaptado sobre a maior parte da membrana (em torno
das bordas) e as suturas colocadas por cima da membrana, mantendo assim, a
estabilidade de barreira.
Figura 24: (MEYER et al.5) - Australasian Dental Practice, p. 150-158,
March/April 2008.
44
A seguir, a sequência do segundo caso clínico apresentado pelos autores.
Figura 25: (MEYER et al.5) - Australasian Dental Practice, p. 150-158,
March/April 2008.
Visão pré-operatória para a extração dos 11 e 21 devido a uma falha
endodôntica.
Figura 26: (MEYER et al.5) - Australasian Dental Practice, p. 150-158,
March/April 2008.
Visão pós-operatória após a extração dos incisivos e debridamento dos
alvéolos.
45
Instalação de enxerto BioOss® nos alvéolos antes da colocação da membrana
Colatape.
Figura 27: (MEYER et al.5) - Australasian Dental Practice, p. 150-158,
March/April 2008.
Membrana Colatape colocada sobre o enxerto para conter as partículas. Sutura
Vicryl® usada para fechar as bases de extração.
Figura 28: (MEYER et al.5) - Australasian Dental Practice, p. 150-158,
March/April 2008.
46
Vista vestibular do local da extracção pouco antes da montagem da prótese
removível parcial provisória.
Figura 29: (MEYER et al.5) - Australasian Dental Practice, p. 150-158,
March/April 2008.
Uma visão transversal e oclusal sobre o uso da membrana ‘’Socket Repair’’
(Zimmer®). Observe a posição da membrana interna à tomada na visão
transversal. As dimensões da membrana também são mostradas. A membrana
pode ser cortada e moldada para encaixar melhor.
Figura 30: (MEYER et al.5) - Australasian Dental Practice, p. 150-158,
March/April 2008.
47
O diagrama a seguir mostra a secção transversal da prótese parcial ideal para
uso sobre um alvéolo que foi enxertado. Inicialmente, deve-se evitar um pôntico
ovóide. A prótese parcial deve ser suportada sobre os tecidos moles para evitar
pressão.
Figura 31: (MEYER et al.5) - Australasian Dental Practice, p. 150-158,
March/April 2008.
Os autores concluiram que, a preservação dos alvéolos, fornece estabilidade
dos tecidos duros e moles na área de extração. O suporte da placa labial
através do tratamento de alvéolo pós extração, mantém o contorno ósseo
simplificando a instalação do implante. Isto é extremamente importante para
tratar a estética na região anterior. Deve-se esperar 4 meses para a posterior
instalação de implante em uma região anterior onde ocorreu o tratamento com
material de enxertia, para permitir a cicatrização correta e a consolidação
suficiente do osso enxertado garantindo a estabilidade inicial na instalação do
implante.
BOSCO, et al15, em 2008, avaliaram os efeitos do uso tópico de
tetraciclina sobre a ocorrência de alveolite em ratos e sobre a microbiota a ela
associada. A osteíte alveolar permanece uma das complicações mais comuns
após extrações dentárias e é um bom modelo para estudar infecções ósseas
na cavidade oral. A tetraciclina tem sido amplamente utilizada na odontologia,
48
especialmente como coadjuvante ao tratamento de doenças periodontais e
outras infecções e deve ser testado para verificar sua capacidade de evitar as
infecções oportunistas em cirurgia dentária, quando as condições
predisponentes estão presentes. Quarenta ratos foram divididos, ao acaso, em
4 grupos (n=10): No grupo I, realizou-se somente a extração do incisivo
superior direito e a hemostasia foi feita por compressão; No grupo II, além da
extração dental, soluções de adrenalina foram introduzidas por 1 minuto dentro
do alvéolo e 0,1 ml de soro tratado (Na, K, Ca, Mg, glicose) foram introduzidas
no interior do alvéolo; No grupo III, a ferida alveolar foi preenchido com 3 ml de
solução salina por 30 segundos e, logo em seguida, 0,1 ml de soro tratado foi
liberado na ferida; No grupo IV, a ferida alveolar foi irrigada com solução
aquosa de cloridrato de tetraciclina a 10% esterilizados por filtração. Em todos
os grupos, os procedimentos foram realizados sob anestesia geral dos animais
com tiopental sódico (50mg / kg). A gravidade da infecção foi registrado de
acordo com as seguintes categorias: (-) ausência de sinais clínicos de osteíte
alveolar; (+) alvéolo com pouca quantidade de secreção purulenta; montante (+
+) moderada quantidade de secreção purulenta ; (+++) secreção purulenta
obliterando a entrada do alvéolo; (++++) secreção purulenta abundante
acompanhada por inchaço dos tecidos. No 2 º dia pós-cirúrgico, foram colhidas
amostras dos alvéolos de todos os animais e alíquotas foram inoculadas e
suplementados com sangue de cavalo (5%), sem e com tetraciclinas (8mcg /
mL), e incubadas em aerobiose ou anaerobiose a 37ºC por 2-14 dias. Os ratos
do grupo II apresentaram uma osteíte alveolar mais intensa seguido pelo grupo
III. No grupo IV, essa patologia esteve presente em apenas 40% dos animais e
muito mais sinais clínicos foram encontrados. Osteíte alveolar não foi
observada o grupo I (controle). Foi possível verificar a presença de
microrganismos resistentes à tetraciclina em todos os grupos, variando de
4,5% para 23,58%. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os
grupos I, II e III em relação à porcentagem de tetraciclina isolados resistentes,
mas esses grupos foram significativamente diferentes do grupo IV.
49
A participação de anaeróbios obrigatórios, anaeróbios facultativos,
Gram-positivos e Gram-negativos é apresentado na tabela abaixo:
Tabela 09: (BOSCO et al.15) - Braz Dent J, v. 19, n. 2, p. 119-123, 2008.
Tabela 10: (BOSCO et al.15) - Braz Dent J, v. 19, n. 2, p. 119-123, 2008.
A tabela seguinte apresenta a resistência dos microrganismos aos
antimicrobianos selecionados.
A microflora recuperou os grupos experimentais foi predominantemente de
anaeróbias, e era muito semelhante a um dos associados com gengivite em
50
ratos. No entanto, alguns anaeróbios facultativos, especialmente as entéricas,
representaram 8% da microbiota cultivável. Tetraciclina é um dos
antimicrobianos mais usados em terapia periodontal e o principal objetivo deste
estudo foi avaliar a real capacidade desta droga para evitar ou pelo menos
reduzir o risco de infecções no tecido ósseo, quando as condições clínicas são
muito favoráveis para o estabelecimento de um processo infeccioso. A osteíte
alveolar estava presente em apenas uma parte dos animais tratados com
tetraciclina local e um elevado nível de resistência a antibióticos pode ser
encontrado nos microrganismos recuperados de todos os grupos
experimentais, mas esta ocorrência foi mais acentuada no grupo tratado.
Os autores concluíram que, embora o uso tópico de solução de tetraciclina em
alvéolos de ratos reduziu a ocorrência de osteíte alveolar, também causou
mudanças significativas na microbiota, diminuindo o número de anaeróbios e
aumentar a participação de microrganismos resistentes a tetraciclina e multi-
resistente.
BARCELOS, et al1, em 2009, descreveram os parâmetros clínicos que
devem ser observados no diagnóstico e tratamento de alvéolos de extração por
meio da instalação de implantes através da apresentação de casos clínicos,
enfatizando a importância do número de paredes ósseas. Descrevendo assim,
a necessidade ou não de se realizar uma ROG (reparação óssea guiada) para
a instalação de implante. O diagnóstico baseou-se na análise de parâmetros
clínicos e radiográficos (p. ex: morfologia do defeito ósseo, volume ósseo
remanescente, presença de infecção na área receptora).
51
O Caso 1 apresenta um defeito de 5 paredes relacionado a um incisivo
central superior direito que apresentava extensa reabsorção radicular e foi
tratado através da técnica de implante imediato ( 4,3 x 16mm – 40N / abutment
de zircônia – 20N / Coroa metel-free: 3 meses depois).
Figura 32- (BARCELOS et al1) - Braz Dent J, v. 19, n.2, p. 159-164, 2008.
O Caso 2, apresentado a seguir, o paciente apresentava extensa perda óssea
e foi submetido a remoção do implante do dente 36 e do elemento 37 devido a
ocorrência uma lesão endoperio. Após as extrações, restaram apenas as
paredes apical e distal e abriu-se mão da técnica ROG e uma rigorosa
curetagem para remoção do tecido de granulação. O implante foi submetido a
jateamento por bicarbonato de sódio por 1 minuto, aplicação de ácido cítrico
por 3 min e intensa lavagem com soro. Foi removido osso autógeno do ramo
da mandíbula para preenchimento dos ‘’gaps’’ existentes e após 13 meses, um
52
excelente resultado na ROG foi observado na plataforma dos implantes
instalados.
Figura 33: (BARCELOS et al1) - Braz Dent J, v. 19, n.2, p. 159-164, 2008.
No caso 3, ocorreu uma fratura no segundo pré molar direito superior, o que
ocasionou um defeito ósseo na parede mesial, distal e apical. O tratamento foi
realizado em dois estágios cirúrgicos. No primeiro estágio foi realizado uma
curetagem severa do alvéolo para remoção do tecido de granulação e no
segundo estágio foi colocado Bio-Oss® e membrana para preenchimento dos
‘’gaps’’.
53
Após 6 meses foi realizada a instalação de um implante de 3,25 x 14 mm e 6
meses após a cicatrização, foi instalado uma coroa definitiva.
Figura 34: (BARCELOS et al1) - Braz Dent J, v. 19, n.2, p. 159-164, 2008.
Os autores concluíram que, a avaliação periodontal dos dentes adjacentes e da
morfologia dos defeitos ósseos são extremamente importantes, uma vez que
determinam se determinada área será tratada pela técnica de ROG ou pela
técnica de implantes imediatos.
SALOMÃO, et al13, em 2009, apresentaram três casos clínicos de
regeneração óssea alveolar pós-exodontias, em que se usou o artifício de
barreira de polipropileno. Após as exodontias, na maioria das vezes, ocorrem
reabsorções ósseas alveolares que dificultam ou até mesmo impedem a
reabilitação protética convenientemente, seja do ponto de vista estético e/ou
funcional. Muitos tipos de barreiras têm sido descritos para uso na cavidade
oral, como de ouro, mamona e politetrafluoretileno. Vários materiais
aloplásticos são considerados biocompatíveis e utilizados em diferentes tipos
54
de cirurgias para contenção de tecidos, como as telas de polipropileno. No
caso 1, dente 14 foi extraído após constatar imagem radiolúcida em ápice de
raiz. Após a exodontia foi verificada a ausência das tábuas vestibular e palatina
e uma barreira de polipropileno foram utilizadas para promover regeneração
óssea guiada, sendo removidos sete dias após. Clinicamente, após 21 dias,
observa-se a completa cicatrização dos tecidos moles, e manutenção da
espessura do rebordo alveolar. O caso ilustrado abaixo.
Figura 35: (SALOMAO et al.13) - Rev. Bras. Implant, p. 12-15, Abr-Jun 2009.
O caso 2, Uma área radiolúcida foi observada em toda extensão periodontal,
comprometendo um prognóstico mais otimista. Próximo a área radiolúcida.
envolvendo a raiz distal, foi verificada a presença de um implante do tipo
cilindro, com imagem radiográfica sugerindo perfeita osseointegração. Com
relação ao elemento dental, foi detectada a presença de doença periodontal
grave, com envolvimento de furca de grau IV, mobilidade III, presença de
sangramento à sondagem, radicular comprometendo cerca de metade do
comprimento da raiz mesial e 1/5 da raiz distal, evidenciando ausência da
tábua óssea vestibular em ambas as raízes.
55
Somando-se os achados, clínicos e radiográficos, foi indicada a exodontia,
como mostrado abaixo.
Figura 36: Rev. Bras. Implant, p. 12-15, Abr-Jun 2009.
56
No caso 3, o exame radiográfico, revelou imagem radiolúcida que envolvia
completamente as raízes do elemento 17, com quadro de doença periodontal
avançada, mobilidade III e envolvimento de furca grau IV. Diante da gravidade
do quadro clínico, foi indicada a exodontia e colocação de uma barreira de
polipropileno para regeneração óssea, como podemos verificar a seguir.
Figura 37: Rev. Bras. Implant, p. 12-15, Abr-Jun 2009.
57
Os autores concluíram que, essa técnica é viável, como já é amplamente
conhecida, e também pode ser realizada com esse material biocompativel.
SALOMÃO, et al11, em 2010, descreveram várias técnicas e materiais
que foram descritos para a realização da Regeneração Óssea Guiada (RGO), e
a maioria tem em comum o fato de ser recoberto por retalho total. Doença
periodontal, fraturas dentárias, infecções periapicais crônicas, traumatismo
alveolar ou complicação cirúrgica trans ou pós-operatórias são exemplos de
situações que podem causar defeitos ósseos alveolares em diferentes níveis
de extensão e complexidade. A prevenção da reabsorção inicia com a
manutenção do coágulo dentro do alvéolo ósseo remanescente, pois este tem
rico suprimento de fatores envolvidos na cicatrização e evitam o infiltrado de
células epiteliais. A Regeneração Óssea Guiada (RGO) contribui na
cicatrização alveolar e por diferentes tipos de materiais, como ouro, mamona e
politetrafluoretileno, ou polipropileno usado em cirurgias abdominais, sendo
incomuns as barreiras expostas ao meio bucal. O defeito foi protegido por uma
barreira regenerativa de polipropileno, deixada intencionalmente exposta ao
meio bucal, e removida uma semana após a cirurgia. A viabilidade deste tipo
de técnica, aliada à sua reduzida morbidade, abre novas perspectivas nessa
área da odontologia. O artigo apresenta um caso clinico, que apresenta fratura
dentária que, à exodontia, apresentou extensa perda óssea. Em seguida foi
relalizada a tecnica de ROG com enxerto e removida 7 dias pós exodontia.
Após 90 dia a cirurgia o paciente recebeu o implante, como mostrado a seguir.
58
Figura 38 – (SALOMAO et al.11) - Revista catarinense de implantodontia,
ano. 10, n. 12, p. 26-28, 2010.
Os autores concluíram que, o uso deste tipo de membrana é altamente
promissor em ROG e, inicialmente, confronta conceitos rígidos da
implantodontia, como da necessidade de enxertos para recuperar defeitos
ósseos ou de que não se pode deixar a barreira exposta no meio bucal, pois
contaminaria o coágulo, como se o coágulo de milhões de dentes extraídos até
a presente data não ficasse em contato com o meio bucal. Talvez seja uma
mudança de paradigma que ainda nos assusta, mas que é desafiador e pode
ser altamente benéfico aos pacientes.
59
SALOMÃO, et al7, em 2010, constataram que a maioria dos pacientes
apresentam perda óssea nos primeiros seis meses após a exodontia, e essa
perda continua por vários anos. O objetivo deste artigo é apresentar um novo
biomaterial, para ser usado como rotina sempre que uma exodontia for
realizada, por meio de uma manobra simples, a fim de prevenir as inevitáveis
seqüelas. Conhecida como Bone Heal®. Bone Heal® é uma barreira
impermeável, não reabsorvível, aprovada pela Anvisa para ser usada nos
procedimentos de ROG; não apresenta os inconvenientes comumente
observados em outras barreiras. Pode ser usada com implantes imediatos,
inclusive nos casos em que há perda de parede alveolar. A membrana é
inserida entre os retalhos vestibular e lingual-palatino, ultrapassando as
margens do defeito em cerca 2 a 3 milímetros. Deve ser adaptada de tal modo
que sua parte côncava fique voltada para a superfície óssea, permitindo que
toda a área isolada seja completamente preenchida por sangue. Não há a
necessidade de preencher o alvéolo com outro tipo de biomaterial, nem suturar
as margens dos retalhos. A membrana pode ser retirada entre 7 a 10 dias. O
paciente deverá higienizar a área com clorexidina a 0,12% por 7 a 10 dias. Em
90 dias, após o procedimento de colocação da barreira, o implante poderá ser
inserido. A sequência de tratamento é ilustrado abaixo.
Figura 39: (SALOMAO et al.7) - Revista APCD, ano.8, n. 38, 2010.
Figura 40: (SALOMAO et al.7) - Revista APCD, ano.8, n. 38, 2010.
Figura 41: (SALOMAO et al.7) - Revista APCD, ano.8, n. 38, 2010.
60
Figura 42: (SALOMAO et al.7) - Revista APCD, ano.8, n. 38, 2010.
Figura 43: (SALOMAO et al.7) - Revista APCD, ano.8, n. 38, 2010.
Figura 44: (SALOMAO et al.7) - Revista APCD, ano.8, n. 38, 2010.
Figura 45: (SALOMAO et al.7) - Revista APCD, ano.8, n. 38, 2010.
Figura 46: (SALOMAO et al.7) - Revista APCD, ano.8, n. 38, 2010.
Figura 47: (SALOMAO et al.7) - Revista APCD, ano.8, n. 38, 2010.
Figura 48: (SALOMAO et al.7) - Revista APCD, ano.8, n. 38, 2010.
Figura 49: (SALOMAO et al.7) - Revista APCD, ano.8, n. 38, 2010.
Figura 50: (SALOMAO et al.7) - Revista APCD, ano.8, n. 38, 2010
Figura 51: Revista APCD, ano.8, n. 38, 2010.
Figura 52: Revista APCD, ano.8, n. 38, 2010.
61
Os autores concluíram que, essa técnica é viável, como já é amplamente
conhecida, e também pode ser realizada com esse material biocompatível.
SALOMÃO, et al14, em 2010, abordaram a manutenção do rebordo
alveolar após a perda do dentes que tornou-se um dos principais objetivos do
cirurgião-dentista quando visa a reabilitação do seu paciente através de
implantes osseointegráveis. Muitos desses defeitos, quando não corrigidos,
dificultam ou até mesmo impedem a instalação de implantes. Doença
periodontal, fraturas dentárias, infecções periapicais crônicas, traumatismo
alveolar ou complicação cirúrgica trans ou pós-operatória são exemplos de
situações que podem causar defeitos ósseos alveolares em diferentes níveis
de extensão e complexidade. Através da técnica da ROG, é possível manter as
dimensões ósseas, ou reduzir a gravidade dos defeitos após exodontias, as
quais podem ser formadas por diferentes tipos de matérias, como ouro,
mamona e politetrafluoretileno. Mantendo sempre o coágulo dentro do alvéolo
durante a primeira semana de cicatrização, quando ele será substituído por
tecido de granulação e reduzir a infiltração do tecido epitelial. O artigo mostra
um caso clinico de uma mulher de 55 anos, que apresentava edema e eritema
no terço cervical com presença de flutuação. A seguir, é mostrado passo a
passo a sequencia de tratamento adotado.
Vista inicial do caso.
Figura 53: (SALOMAO et al.14) - Revista APCD, v. 64, n.3, p.184-188, 2010.
62
A radiografia periapical mostrou a condição do dente.
Figura 54: (SALOMAO et al.14) - Revista APCD, v. 64, n.3, p.184-188, 2010.
Foi realizada incisão intra-sucular entre as faces mesiais dos dentes 23 e 13.
Figura 55: (SALOMAO et al.14) - Revista APCD, v. 64, n.3, p.184-188, 2010.
63
Formando um retalho de espessura total.
Figura 56: (SALOMAO et al.14) - Revista APCD, v. 64, n.3, p.184-188, 2010.
E realizada a exodontia.
Figura 57: (SALOMAO et al.14) - Revista APCD, v. 64, n.3, p.184-188, 2010.
64
Foi usada a barreira de polipropileno para isolar o defeito e cobrir o coágulo.
Figura 58: (SALOMAO et al.14) - Revista APCD, v. 64, n.3, p.184-188, 2010.
A barreira foi mantida em posição apenas pelos retalhos vestibular e palatino
que foram suturados sem tensão ou aproximação.
Figura 59: (SALOMAO et al.14) - Revista APCD, v. 64, n.3, p.184-188, 2010.
65
Uma semana depois a barreira foi removida.
Figura 60: (SALOMAO et al.14) - (SALOMAO et al.14) - Revista APCD, v. 64,
n.3, p.184-188, 2010.
Após 90 dias da cirurgia inicial foi instalado um implante osteointegrável e
reabilitada provisoriamente.
Figura 61: (SALOMAO et al.14) - Revista APCD, v. 64, n.3, p.184-188, 2010.
Os autores concluíram que, o uso deste tipo de membrana é altamente
promissor em ROG e, inicialmente, confronta conceitos rígidos da
implantodontia, como da necessidade de enxertos para recuperar defeitos
ósseos ou de que não se pode deixar a barreira exposta no meio bucal, pois
contaminaria o coágulo. Conclui-se que no caso clinico apresentado o uso da
barreira exposta ao meio bucal contribuiu a manutenção do rebordo alveolar
acompanhado longitudinalmente.
BECK, et al2, em 2010, avaliaram se há alguma diferença na quantidade
de formação de osso novo em alvéolos 3 meses após a extração comparada
com alvéolos tratados 6 meses após. Provando a eficiencia do tratamento de
66
alvéolo como uma terapia para evitar a reabsorção óssea grave após a
extração do dente. A Universidade do Texas reuniu um grupo de pacientes, na
qual foi realizado a extração minimamente traumática com a preservação de
crista utilizando enxerto ósseo mineralizado humana foi realizado em 38 dentes
unirradiculares em 33 indivíduos. Dezesseis alvéolos foram tratados em 14
semanas (após a exodontia), enquanto 22 alvéolos foram tratados após 27
semanas (da cicatrização. A análise foi realizada para determinar a
porcentagem de formação de osso novo, partículas residuais do enxerto, e do
tecido conjuntivo / não mineralizado. Os indivíduos receberam uma dose única
de 800mg de ibuprofeno antes da extração. Extração foi atraumática os
alvéolos eram examinados para verificar a presença ou não de uma
frenestração ou deiscência. Além disso, foram utilizadas sondas e pinças para
realização das medidas internas dos alvéolo. Após irrigação abundante, as
partículas de enxerto de osso esponjoso mineralizado não liofilizado ficaram
levemente comprimidas no interior do alvéolo, e cobertas com uma membrana
reabsórvível de colágeno. Todos os pacientes foram prescritos com 100 mg de
doxiciclina duas vezes por dia durante 10 dias e bochecho com clorexidina
0,12% duas vezes ao dia e analgésicos em caso de dor. Suturas foram
removidas após 2 semanas. Pacientes com sinais e sintomas de infecção
foram prescritos amoxicilina 500 mg três vezes ao dia durante 1 semana. Os
pacientes foram convocados para realizar um exame de tomografia e as
cirurgias foram programas entre 3 a 6 semanas. No momento da instalação do
implante, foram mensuradas as medidas internas dos alvéolos e uma broca
trefina de 2mm de diâmetro interno foi utilizada para obter biópsias de tecido
duro.
67
A seguir, fotografias clínicas e a sequeência de tratamento de um paciente do
grupo de tratamento:
Apresentação inicial do caso.
Figura 62: (BECK et al.2) - J Periodontol, v.81, n.12, p. 1765-1772, 2010.
Vista oclusal.
Figura 63: (BECK et al.2) - J Periodontol, v.81, n.12, p. 1765-1772, 2010.
68
Extração atraumática com aloenxerto e membrana reabsorvível.
Figura 64: (BECK et al.2) - J Periodontol, v.81, n.12, p. 1765-1772, 2010.
Vista oclusal.
Figura 65: (BECK et al.2) - J Periodontol, v.81, n.12, p. 1765-1772, 2010.
Vista vestibular após três meses
Figura 66: (BECK et al.2) - J Periodontol, v.81, n.12, p. 1765-1772, 2010.
69
Vista oclusal.
Figura 67: (BECK et al.2) - J Periodontol, v.81, n.12, p. 1765-1772, 2010.
Restauração final.
Figura 68: (BECK et al.2) - J Periodontol, v.81, n.12, p. 1765-1772, 2010.
O aspecto apical de todas as biópsias foram marcadas para identificar a
orientação apico-coronal durante a análise histológica e depois colocadas em
formol neutro tamponado a 10%. Em seguida, foi realizado a análise histologica
com um aumento de 20x e analisados em um software de imagem para
analisar o percentual de osso vital de camadas individuais de osso novo,
particulas de enxerto e tecido conjuntivo não mineralizado. Resultados: Todas
as amostras mostraram evidências claras de formação de osso novo, com a
maioria das partículas de enxerto ósseo residual rodeadas intimamente por
tecido. Não houve diferenças estatisticamente significativas na quantidade de
osso recém-formado ou partículas do enxerto residual que foram encontradas
entre os dois grupos. Globalmente, o grupo de tratamento demonstrou uma
70
media de osso novo de 45.8%, material de enxerto residual de 14,6%, e 39,6%
de tecido tecido / não mineralizado conjuntivo. O grupo de cicatrização tardia
apresentou valores médios de 45%, 13,5% e 41,3%, respectivamente.
Inúmeras estruturas vasculares foram observadas intercaladas nesse tecido
conjuntivo matriz, composto de uma fotografia clínica e quatro cortes
histológicos corados com hemotoxylin e treosin, mostrados a seguir.
Fotografia clínica da biópsia; manchas de tinta na apical do núcleo.
Figura 69: (BECK et al.2) - J Periodontol, v.81, n.12, p. 1765-1772, 2010.
Ampliação da biópsia da figura A.
Figura 70: (BECK et al.2) - J Periodontol, v.81, n.12, p. 1765-1772, 2010.
Ampliação de 4x da área mostrada na figura B, mostrando formação de osso
novo em contato íntimo com as partículas do enxerto residual.
Figura 71: (BECK et al.2) - J Periodontol, v.81, n.12, p. 1765-1772, 2010.
71
Ampliação de 10x mostrando lacunas vazias em RG (enxerto residual) e
osteócitos em NB (formação óssea).
Figura 72: (BECK et al.2) - J Periodontol, v.81, n.12, p. 1765-1772, 2010.
Ampliação de 40x mostrando lacunas vazias em RG (enxerto residual) e
osteócitos em NB (formação óssea). O grupo de tratamento mais antigo tinha
uma porcentagem semelhante de formação de novo osso vital, material de
enxerto residual, comparados ao grupo de tratamento tardio, como mostra a
tabela a seguir:
Figura 73: (BECK et al.2) - J Periodontol, v.81, n.12, p. 1765-1772, 2010.
72
Não houve diferenças significativas entre os grupos em qualquer parâmetro. A
partir de uma largura média inicial do rebordo de 8,47 mm, o grupo de
tratamento precoce teve uma perda média de 1,47 mm de largura do rebordo
(17,3%), enquanto que o grupo tardio de cicatrização teve uma largura média
de 9,38 mm e perderam uma média de 1,43 mm (15,2%), como mostra a tabela
a seguir:
Tabela 11: (BECK et al.2) - J Periodontol, v.81, n.12, p. 1765-1772, 2010.
O número negativo, da tabela abaixo, indica o ganho de altura da crista vestibular
Tabela 12: (BECK et al.2) - J Periodontol, v.81, n.12, p. 1765-1772, 2010.
Os autores concluíram que não há diferenças estatisticamente significativas no
valor de crescimento do osso novo ou partículas residuais de enxerto seis
73
meses após a extração e preservação da crista utilizando enxerto humano
ósseo mineralizado em relação ao tratamento depois de 3 meses. Portanto, a
espera por um longo período de tempo após a extração e a preservação do
alvéolo até a instalação do implante para permitir mais tempo para a formação
óssea e reabsorção do enxerto, não foi mostrado nesse estudo. Estes
resultados não podem se aplicar à enxertia com outros tipos de enxerto como,
xenoenxerto, ou materiais aloplasticos. Baseado na observação de
quantidades similares de crescimento de osso novo, pode se especular que os
implantes colocados três meses após a extração e com a preservação do
alvéolo com aloenxertos e osso humano mineralizado, têm taxas de sucesso
semelhantes aos colocados após longos períodos de cicatrização, no entanto,
mais estudos são recomendados para validar essa hipótese.
FERREIRA, et al6, em 2010, apresentaram casos de manutenção de
rebordos alveolares que foram avaliados clinicamente no momento da
instalação de implantes osseointegráveis. A técnica de Regeneração Óssea
Guiada (ROG) tem sido utilizada para favorecer a cicatrização do alvéolo e
para modificar significativamente o processo de reabsorção do rebordo
alveolar. A membrana de Politetrafluoretileno denso (d-PTFE) apresenta a
vantagem de impedir a penetração bacteriana, mesmo quando exposta,
apresentando ótimos resultados clínicos, principalmente após a exodontia. O
princípio biológico da Regeneração Óssea Guiada (ROG) consiste na
repopulação seletiva de células com potencial osteogênico, através da
utilização de barreiras biológicas (membranas), que cria e mantém o espaço
impedindo a migração dos tecidos não-osteogênicos para o interior dos
defeitos ósseos. Porém, mesmo com a cobertura total da membrana, há riscos
de exposição precoce e conseqüente contaminação, inviabilizando a
regeneração óssea. Após a observação das membranas em microscópio
eletrônico de varredura, foi possível identificar adesão celular na porção interna
e colonização bacteriana na face exposta. Este trabalho apresenta cem casos
de manutenção de rebordos alveolares em regiões de molares e pré-molares
inferiores, que receberam membranas expostas de d-PTFE imediatamente
após a exodontia, analisados no Instituto Brasileiro de Periodontia. No presente
74
estudo, a permanência da membrana exposta na cavidade bucal não
necessitou de seu recobrimento total, dispensando a realização de incisões
relaxantes. Portanto, a linha mucogengival foi mantida inalterada, conservando
o contorno e as características gengivais do rebordo. A membrana foi mantida
exposta intencionalmente em todos os casos, preservando a arquitetura
gengival com a linha mucogengival em sua posição original.
Figura 74- (FERREIRA et al.6) - Revista ImplantNews, v. 7, n.2, p. 175-178,
2010.
75
Clinicamente, os sítios tratados apresentaram formação do tecido compatível
com gengiva queratinizada normal, sem alteração da linha mucogengival em
toda a dimensão do alvéolo, mantendo a anatomia do rebordo alveolar.
Figura 75: (FERREIRA et al.6) - Revista ImplantNews, v. 7, n.2, p. 175-178,
2010.
Os autores concluíram que a manutenção do rebordo alveolar com a utilização
de membranas de Politetrafluoretileno denso não-expandido, intencionalmente
exposta em meio bucal, foi realizada com sucesso em todos os casos
avaliados, possibilitando a posterior instalação de implantes osseointegráveis.
CRAIG, et al12, em 2010, relataram uma serie de casos de uso de
1,5mg/ml de rhBMP-2 para reparação de alvéolos com defeitos na parede
vestibular. A modificação na técnica está em preencher todo o alvéolo com
rhBMP-2 e não obter o fechamento dos tecidos moles. A casuística inclui 10
casos que tiveram falha de tratamento endodôntico nos incisivos centrais. A
cirurgia consistiu em extração dos incisivos e curetagem dos tecidos moles.
Todos os 10 alvéolos possuíam perda vestibular de mais de 50% e um caso
possuía defeito palatino também. Para a reparação dos defeitos foi usado uma
mistura de rhBMP-2 embebido em esponja de colágeno cortado em pequenos
pedaços, misturados a aloenxerto de osso esponjoso (20% do volume), essa
mistura foi então inserida no alvéolo e suavemente comprimido, por fim um
pedaço de esponja de colágeno embebida em rhBMP-2 foi então colocado no
76
local e suturado em foram de cruz. Imediatamente foram feitas tomadas
radiográficas e colados dentes provisórios no local. Após 4 a 6 meses foi feita
tomografia computadorizada para avaliar a cicatrização do enxerto e garantir
apropriado tamanho dos implantes. Com as escolhas dos implantes feitas, a
cirurgia foi então realizada e biopsia do osso também para avaliação da
densidade. 10 implantes foram colocados, submersos e após 2 a 4 meses
foram descobertos para restauração protética. Radiografias foram tiradas para
avaliar a cicatrização dos implantes. Os resultados apresentam que todos os
10 locais apresentavam osso adequado para colocação de implantes. As
mudanças nos alvéolos pré-extração após enxerto foram de ganho de 0,63mm
a perda de 2,18mm. A variação de volume médio foi de perda de 1,07mm.
Todos os implantes estavam estáveis na reabertura, pareciam imóveis e
integrados. A radiografia periapical, confirmou os resultados obtidos, mostrando
ausência de translucidez local.
Os autores concluíram que, mesmo com a modificação da técnica em
não realizar o fechamento dos tecidos pós-preenchimento do alvéolo com
rhBMP2, há o crescimento ósseo.
MACEDO, et at8, em 2011, avaliaram as alterações na morfologia do
osso após o tratamento de alvéolos dentários de membrana não porosa de
politetrafluoroetileno, utilizando uma técnica cirúrgica baseada no príncipio da
regeneração óssea guiada. A extração dentária, muitas vezes, provoca a
reabsorção óssea progressiva dos alvéolos, impedindo a instalação do
implante. Esta perda óssea anatômica esteticamente prejudica a colocação de
próteses convencionais e implantossuportadas. Técnicas utilizadas para
minimizar a perda óssea e preservar as dimensões do alvéolo dental devem
ser os objetivos primários em extração dental. O uso da ROG com membranas
absorvíveis e não reabsorvíveis, após a extração do dente, tem mostrado que
os alvéolos tratados com as membranas apresentam melhor cicatrização
óssea. O objetivo do artigo foi avaliar as mudanças em altura e largura no osso
alveolar após o tratamento do alvéolo com membrana não porosa de
politetrafluoroetileno usando uma técnica cirúrgica baseada no princípio da
ROG. O artigo mostra casos selecionando 42 alvéolos de 41 pacientes, sendo
77
19 homens e 22 mulheres, faixa etária de 18-67 anos. As avaliações clínicas e
radiográficas confirmaram a necessidade de extração. Os pacientes tiveram
uma história de raiz fraturada, lesões endodônticas ou periodontite crônica. O
dente foi extraído pela técnica atraumática com auxílio de pinça, elevadores
e/ou periótomo com uma manipulação cuidadosa dos tecidos, que foi
assegurada para preservar o remanescente ósseo alveolar, pensando em
preservação de alvéolo e, futuramente, instalar um implante no local. A
ilustração mostra o alvéolo de extração, pós exodontia.
Figura 76- (MACEDO et al.8) - Revista ImpantNews, v.8, n. 3b-PBA, p. 165-
171.
A membrana de politetrafluoroetileno foi analisada em microscópio digital com
aumento de 2.000 vezes, mostrando uma superfície plana e regular sem
porosidades.
Figura 77: (MACEDO et al.8) - Revista ImpantNews, v.8, n. 3b-PBA, p. 165-
171.
78
A membrana foi estendida de 2mm a 3mm para as paredes vestibular e lingual,
formando uma tenda sobre o alvéolo.
Figura 78: (MACEDO et al.8) - Revista ImpantNews, v.8, n. 3b-PBA, p. 165-
171.
Usando uma técnica de sutura interrompida e colchoeiro horizoltal modificado
para manter a membrana na posição.
Figura 79: (MACEDO et al.8) - Revista ImpantNews, v.8, n. 3b-PBA, p. 165-
171.
79
Duas semanas após a cirurgia, as suturas foram removidas e da membrana
pode ser visualizada, sem mudanças na posição.
Figura 80: (MACEDO et al.8) - Revista ImpantNews, v.8, n. 3b-PBA, p. 165-
171.
Após três semanas, a membrana foi facilmente removida e o tecido fibroso
subjacente apresentou cor mais vermelha em comparação com o tecido da
mucosa adjacente.
Figura 81: (MACEDO et al.8) - Revista ImpantNews, v.8, n. 3b-PBA, p. 165-
171.
80
Os retalhos mucoperiostais vestibular e lingual foram levantados seis meses
após a cirurgia, novas medições foram feitas e locais com altura e espessura
ósseas adequadas receberam implantes.
Figura 82: (MACEDO et al.8) - Revista ImpantNews, v.8, n. 3b-PBA, p. 165-
171.
Após oito semanas, um tecido queratinizado maduro foi visto cobrindo os locais
do alvéolo que foram recobertos pela membrana.
Figura 83: (MACEDO et al.8) - Revista ImpantNews, v.8, n. 3b-PBA, p. 165-
171.
81
As medidas registradas durante as extrações e reentradas cirúrgicas foram
apresentadas nas seguintes tabelas:
Os resultados clínicos do grupo experimental mostrados em mm;média, são
mostrados abaixo
Tabela 13: (MACEDO et al.8) - Revista ImpantNews, v.8, n. 3b-PBA, p. 165-
171.
Os resultados clínicos do grupo controle são mostrados na tabela abaixo
Tabela 14: (MACEDO et al.8) - Revista ImpantNews, v.8, n. 3b-PBA, p. 165-
171.
82
A diferença entre as mudanças é mostrada na tabela a seguir:
Tabela 15: (MACEDO et al.8) - Revista ImpantNews, v.8, n. 3b-PBA, p. 165-
171.
Os autores concluíram que, o procedimento utilizado para a extração do dente
não influenciou o resultado da reparação em longo prazo. Neste estudo, a
reabsorção óssea menor após o uso da membrana de politetrafluoroetileno
mostrou que a invasão do tecido conjuntivo não osteogênico pode impdedir a
formação ideal de novo osso e aumentar a reabsorção do rebordo alveolar.
Mesmo a presença de uma crista ósea fina permitiu a estabilização da
membrana de politetrafluoroetileno e menos perda óssea foi demonstrada no
grupo experimental comparado ao controle. Os resultados sugeriram que a
reabsorção do osso alveolar, após a extração do dente, pode ser reduzida
usando uma membrana não porosa de politetrafluoroetileno, sem o fechamento
primário do retalho. A quantidade e a qualidade do osso recém-formado
permitiu a instalação do implante com boa estabilidade primária.
83
3 – DISCUSSÃO:
Segundo Meyer, et al, concluíram que a instalação do implante não deve
ser realizada antes de 4 meses após a exodontia.
Porém, Beck, et al, observaram que os implantes instalados três meses
após a extração e com a preservação do alvéolo com aloenxertos e osso
humano mineralizado, têm taxas de sucesso semelhantes aos colocados após
longos períodos de cicatrização.
BARCELOS, et al, descreveram que problemas periodontais dos dentes
adjacentes e da morfologia do defeito ósseo é a principal contra indicação para
a instalação de um implante imediato.
Porém, segundo MEYER, et al, as contra indicações são geralmente
quando há infecção periapical, quando não se conseguiu uma suficiente
estabilidade primária do implante, pacientes descompensados, perda de osso
vestibular devido a drenagem decorrente de infecção apical, ocasionando um
comprometimento estético devido a uma estabilização crítica de tecidos moles.
Doença periodontal, fraturas dentárias, infecções periapicais crônicas,
traumatismo alveolar ou complicação cirúrgica trans ou pós-operatória são
exemplos de contra indicações que podem causar defeitos ósseos alveolares
em diferentes níveis de extensão e complexidade, segundo SALOMÃO, et al.
Segundo IRINAKIS, et, at, a principal contra indicação para a instalação
imediata de implantes, é a ausência de paredes.
84
Segundo FIORELLINI, et al, a densidade óssea reparada com BMP,
histologicamente apresentou espessura de osso trabecular de moderada a
grande e o que mais comumente se viu nas amostras foi a remodelação do
tecido ósseo em osso lamelar, com presença de osteoblastos. Além de
concluírem que em locais que se utilizou enxerto com uma 1,5 mg/ml, o
crescimento ósseo foi maior.
CRAIG, et al, realizaram um estudo onde concluíram que mesmo com a
modificação da técnica em preencher todo o alvéolo com rhBMP-2 e não obter
o fechamento dos tecidos moles, há formação de osso novo.
O tratamento com HA/BMPs esteve associado com a menor
porcentagem de formação óssea, segundo BRANDÃO, et al.
BOSCO, et al, concluíram que o medicamento que se deve evitar
durante o período de reparação do alvéolo é a tetraciclina, que embora o uso
tópico de solução de tetraciclina em alvéolos de ratos tenha reduzido a
ocorrência de osteíte alveolar, também causou mudanças significativas na
microbiota, diminuindo o número de anaeróbios e aumentando a participação
de microrganismos resistentes a tetraciclina e multi-resistente.
Porém, segundo YUGOSHI, et al, o tratamento com o diclofenaco é o
principal medicamento que deve ser evitado durante o período de reparação
alveolar, pois o diclofenaco causou significante atraso na neo-formação óssea,
associado a um atraso na organização e remissão do coágulo sanguíneo.
85
Porém, MEYER, et al, observaram que é fundamental uma exodontia
atraumática, com a utilização de instrumentais adequados para que o haja a
preservação da estrutura óssea do alvéolo a curto e longo prazo.
MACEDO, et al, concluíram que o procedimento utilizado para a
exodontia do dente (com ou sem a elevação do retalho) não influenciou o
resultado da reparação óssea em longo prazo tratando e preservando as
estruturas do alvéolo com enxerto e barreira intra-alveolar.
Todos os autores, concluírem que, sempre que possível devemos abrir
mão das técnicas de tratamento de alvéolo para preservação das estruturas e
dimensões alveolares.
86
4 – CONCLUSÃO:
Frente ao discutido, parece-nos lícito concluir que sempre que
possível, devemos abrir mão das técnicas de tratamento de alvéolo para
preservação das estruturas e dimensões alveolares.
Observou-se que a técnica de tratamento de alvéolo utilizando
barreira de polipropileno após a extração do dente, além de ser uma
técnica imediata, é um método eficaz na manutenção da arquitetura dos
tecidos ósseos e gengivais presentes nas dimensões de alvéolos. Foram
obtidos ótimos resultados também, com o preenchimento do alvéolo com
enxerto bovino e recobrimento com membrana de colágeno. Outros
estudos que comprovaram promover a formação óssea foram trabalhos
utilizando BMP, porém são necessários mais estudos pelo fato do
crescimento ósseo estar potencializado.
Além disso, podemos concluir que a preservação do alvéolo
através da técnica de enxertia, preserva estrutura óssea no interior do
alvéolo, ajudando na manutenção óssea em altura e a estabilizar tecido
mole.
E que a prevenção da reabsorção se inicia com a manutenção do
coágulo dentro do alvéolo ósseo remanescente, pois este tem rico
suprimento de fatores envolvidos na cicatrização e evitam o infiltrado de
células epiteliais.
87
5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: *
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J, v. 13, n.2, p.92-96, 2002.
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88
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Socket Augmentation. J Periodontol, v. 76, n. 4, p. 605-613, 2005.
10- IRINAKIS T.; D.D.S.; M;S;C;, F.R.C.D. Rationale for Socket Preservation
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11- SALOMÃO M.; SIQUEIRA J. Recuperação do rebordo alveolar através de
barreira exposta ao meio bucal. Novo paradigma?. Revista catarinense de
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Maxillofacial Implants, v. 25, n. 6, p. 1246-1252, 2010.
13- SALOMÃO M.; SIQUEIRA J. Uso de barreira de polipropileno pós
exodontia. Relato de três casos clínicos. Rev. Bras. Implant, p. 12-15, Abr-Jun
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