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Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Escola de Enfermagem “Magalhães Barata” Mestrado Associado de Enfermagem UEPA-UFAM Marcia Helena Machado Nascimento Tecnologia para mediar o cuidar-educando no acolhimento de “familiares cangurus” em unidade neonatal: Estudo de Validação Belém Pará 2012

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Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Escola de Enfermagem “Magalhães Barata” Mestrado Associado de Enfermagem UEPA-UFAM

Marcia Helena Machado Nascimento

Tecnologia para mediar o cuidar-educando no acolhimento de “familiares cangurus” em unidade

neonatal: Estudo de Validação

Belém – Pará

2012

Page 2: Trata-se do estudo tipo pesquisa de desenvolvimento ... · cumprimento às exigências para obtenção do título de Mestre em Enfermagem. Data ... não importa de qual ... "O nascimento

Marcia Helena Machado Nascimento

Tecnologia para mediar o cuidar-educando no acolhimento de

“familiares cangurus” em unidade neonatal: Estudo de Validação

Dissertação apresentado ao Programa de Mestrado

Associado de Enfermagem da Universidade do Estado do

Pará e Universidade Federal do Amazonas, como requisito

para Exame de defesa. Linha de pesquisa: Educação e

tecnologias de enfermagem para o cuidado em saúde a

indivíduos e grupos sociais. Em cumprimento às exigências

para obtenção do título de Mestre em Enfermagem.

Orientadora: Profª. Drª. Elizabeth Teixeira.

Belém

2012

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Dados Internacionais de Catalogação na publicação

Biblioteca do Curso de Enfermagem da UEPA – Belém - Pá

N244t Nascimento, Marcia Helena Machado

Tecnologia para mediar o cuidar-educando no acolhimento de “familiares cangurus” em

unidade neonatal: Estudo de Validação/ Marcia Helena Machado Nascimento; Orientadora:

Elizabeth Teixeira - Belém, 2012.

172 f.; 30 cm

Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Universidade do Estado do Pará, Belém,

2012.

1. Enfermagem Neonatal 2. Método Mãe-Canguru. 3. Tecnologia educacional. 4. Estudo

de Validação, 5. UTI neonatal I. Teixeira, Elizabeth. (Orient.) II. Título.

CDD: 21 ed. 618.9201

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Marcia Helena Machado Nascimento

Tecnologia para mediar o cuidar-educando no acolhimento de

“familiares cangurus” em unidade neonatal: Estudo de Validação

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado

Associado de Enfermagem da Universidade do

Estado do Pará - UEPA e Universidade Federal do

Amazonas - UFAM como requisito para defesa. Em

cumprimento às exigências para obtenção do título de

Mestre em Enfermagem.

Data: ___/___/___.

Banca Examinadora

_____________________________________ - Orientadora Profa. Dra. Elizabeth Teixeira Dra. em Ciências Sócio Ambientais (NAEA/UFPA) Universidade do Estado do Pará – UEPA

______________________________________ - Examinador interno

Profª Drª. Mary Elizabeth de Santana Dra em Enfermagem Fundamental (USP) Universidade do Estado do Pará-UEPA

_____________________________________ - Examinador externo Profª Drª. Márcia Maria Bragança Lopes Dra em Enfermagem (UFSC) Universidade Federal do Pará - UFPa

______________________________________ - Membro suplente interno Profª Drª. Arinete Veras Fontes Esteves Dra em Psicologia (USP) Universidade Federal do Amazonas- UFAM

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À minha mãe, nossa “rainha”.

... que ,mesmo no momento de fragilidade, por instabilidade de sua saúde, me

incentivou a participar do processo seletivo do mestrado, pois se aprovada, dar-lhe-

ia o bálsamo de que estava necessitando...

À minha ”riqueza”, minha filha.

... que, com sua tranquilidade, amor, cumplicidade, pôde compreender os

momentos de ausência, e ainda me ajudou, nas leituras informais e interpretação

dos textos desse estudo...

Ao meu irmão, cunhada e sobrinhos.

... que ,mesmo morando em outra cidade, abdicaram de seus afazeres para se

dedicar à minha mãe enquanto eu escrevia a dissertação e ainda era agraciada com

momentos de risos e amor...

Ao meu pai,

... que, com a força de suas orações, de seu amor e confiança, me deu

sustentabilidade na fé para superar barreiras na vida...

Aos recém-nascidos da UTI neonatal e seus familiares

... que foram a grande inspiração do tema desse estudo...

As enfermeiras da UTI neonatal da FHCGV

... que, desde o início do mestrado, me apoiaram no desenvolvimento do tema e

não mediram esforços durante nossos plantões em colaborar com esse estudo...

Aos técnicos de enfermagem, em especial aos que compõem a minha

equipe de plantão.

...que compreenderam a essência do acolhimento e por se dedicarem com

entusiasmo na luta pela recuperação da saúde dos bebês entregues aos nossos

cuidados...

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A Profª Dra Elizabeth Teixeira,

Profª Dra Mary Elizabeth de Santana,

Profª Dra Antonia Margareth Moita Sá,

... que sustentaram com conhecimento, responsabilidade, compromisso e dedicação

o primeiro Mestrado em Enfermagem da região norte e o primeiro em enfermagem

de Belém e nos proporcionaram mudanças de atitude...

Só existe generosidade na medida em que percebo o outro como outro e a diferença

do outro em relação a mim.

(Frei Bento)

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AGADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por estar comigo a cada instante.

À minha família: “rainha” Amazonita, minha filha Emily, meu irmão Márcio, minha

cunhada Kátia, meus sobrinhos, Bruno, Diego, José Reinaldo Neto, Ricardo e Pedro,

meu pai José Reinaldo, pelo amor que todos expressam por mim, “a verdadeira

felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família”.

Léon Tolstoi)

À Nádia Reis, pela paciência, carinho na organização da nossa casa e

companheirismo diário e ao meu filho do coração Marcos Vinícius, pela sua

agradável inocência que fez de mim sua segunda mãe. “A linguagem da amizade

não é de palavras, mas de significados”.

( Henry David Thoreau)

À minha sábia orientadora, magnífica metodóloga, Profª. Dra. Elizabeth Teixeira,

pelas travessias compartilhadas no mestrado, pela sua brilhante orientação, pela

amizade, pela oportunidade de aprender e crescer com seus conhecimentos e,

sobretudo, por acreditar no meu potencial, “ensinar não é transferir

conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a

sua construção”.

(Paulo Freire)

A Profª. Dra. Antonia Margareth Moita Sá, pelos seus ensinamentos filosóficos, pelo

seu agradável humor, pelas reuniões gastronômicas, pela sua contribuição na minha

transformação pessoal “a alegria evita mil males e prolonga a vida”.

(William Shakespeare)

A Profª Dra Mary Elizabeth de Santana, pela sua perseverança para o crescimento e

reconhecimento da enfermagem, pelos fundamentos sobre o cuidar “a sabedoria

da vida não está em fazer aquilo que se gosta, mas gostar daquilo que se faz” .

(Leonardo da Vinci)

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A minha prima Profª Waldinette Nascimento Torres, pela amizade e dedicação na

correção ortográfica da dissertação, “feliz aquele que transfere o que sabe e

aprende o que ensina”. (Cora Coralina)

As amigas do mestrado, Esleane, Marcandra, Marcia Simão, em especial Margareth

Braun e Vera Gomes, pelo aprendizado mútuo, pela amizade construída, pelo apoio

nas horas sufocantes e gratificantes momentos de estudos. Nós vencemos! “a

amizade é Indispensável ao Nosso Ser”

(Marcus Tullius Cícero)

A minha amiga Vera Gomes, pela amizade sincera e dedicação comigo e com a

minha família, “grande parte da vitalidade de uma amizade reside no respeito

pelas diferenças, não apenas em desfrutar das semelhanças”.

(James Fredericks)

Aos membros da banca examinadora Profª. Drª. Márcia Maria Bragança Lopes-

UFPA, Profª. Drª. Mary Elizabeth de Santana- UEPA, Profª. Drª. Arinete Veras

Fontes Esteves- UFAM, pelas considerações pontuais desse estudo "O saber

"entra" pelos sentidos e não somente pelo intelecto".

(Frei Betto)

As amigas Patrícia Martins e Virna Deusdará pelos momentos de colaboração nos

plantões para que eu fizesse as atividades do mestrado, “Quando uma amizade é

verdadeira não há fim, há sempre um recomeço, não importa de qual forma”.

(Grazielle de Moura Ferreira)

A enfermeira Auxiliadora Pantoja, colega de trabalho, Tutora do método canguru,

pela sua grandiosa e cientifica contribuição na construção da tecnologia educativa

desse estudo, "O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma

criança: tudo começa com um ato de amor”.

(Rubem Alves)

A secretária do Mestrado em Enfermagem Nelma pela sua organização

administrativa e o cuidado com os nossos documentos, “o que vale a pena ser

feito vale a pena ser bem feito”.

(Nicolas Poussin)

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Quando passamos a aceitar as pessoas como elas são,

fica mais fácil enxergar qualidades que antes não víamos.

Quando não nos relacionamos bem com determinada

pessoa, damos ênfase às suas características negativas.

Mas, se mudarmos para melhor nossos pensamentos e

sentimentos, então teremos interesse em melhor

conhecer essa pessoa. E como todo ser humano tem

qualidades positivas, nossa aproximação fará com que as

enxerguemos. E enxergando essas qualidades, iremos

melhor compreender a pessoa e, por incrível que possa

parecer, iremos descobrir que temos a aprender com ela.

Em conformidade com esse exemplo, uma das formas de

exercitarmos a alteridade é: conhecermos a diferença;

compreendermos a diferença e aprendermos com a

diferença.

(Alkindar de Oliveira)

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NASCIMENTO, Marcia Helena M. Tecnologia para mediar o cuidar-educando no acolhimento de “familiares cangurus” em unidade neonatal: Estudo de Validação. 2012. 172 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Universidade do

Estado do Pará, Belém, 2012.

RESUMO

A dissertação tem como foco uma cartilha para mediar o acolhimento de familiares de recém-nascidos em unidade de terapia intensiva neonatal. O sentido do cuidado nesse estudo está voltado aos cuidados neonatais e cuidados centrados na família na concepção da estratégia método canguru; a educação emerge na terapia intensiva neonatal, como indispensável no tocante a assistência, ao serviço, as relações interpessoais, na interação família/recém-nascido/enfermagem, pois, por meio dela, as ações se transformam e se geram possibilidades para reflexões sobre o cuidar, criando espaços para as decisões. O objetivo geral: validar uma cartilha para mediar o acolhimento de familiares de recém-nascidos internados na unidade de terapia intensiva. Os específicos: verificar se a cartilha é um instrumento estatisticamente válido para ser usado com o público-alvo segundo os juízes-especialistas; analisar os comentários/sugestões dos juízes e público-alvo que sustentam a validação da cartilha para mediar o acolhimento dos familiares em unidade de terapia intensiva neonatal. Pesquisa de desenvolvimento metodológico, com abordagem quanti-qualitativa. Os sujeitos foram 15 juízes e 20 familiares. A produção dos dados ocorreu em seis momentos. Aplicaram-se dois instrumentos, organizados em escala Likert com itens distribuídos em 3 a 5 blocos. Os dados foram analisados pela estatística descritiva e análise de consenso com base na última etapa da técnica de Delphi modificada. Os resultados da validação quantitativa atingiram o valor mínimo proposto pela literatura para a maioria das respostas (80%); 16 itens ultrapassaram tal valor, 4 tiveram índices limítrofes e 2 abaixo do parâmetro. Nos resultados da validação qualitativa com os juízes nos três blocos, expressam satisfação pela iniciativa e apontam que a cartilha, tem grande possibilidade de otimizar o acolhimento dos familiares na terapia intensiva neonatal. Os familiares da unidade de terapia intensiva neonatal avaliaram a cartilha como adequada, deram contribuições e afirmaram que a cartilha tem “valor para os familiares porque eles podem conhecer melhor as técnicas para cuidar do seu bebê”. Conclui-se que a cartilha é válida e pode contribuir para o acolhimento dos familiares em unidade de terapia intensiva neonatal.

PALAVRAS-CHAVE: Estudos de validação, Enfermagem neonatal, Acolhimento,

Tecnologia educacional, UTI neonatal, Método Mãe-Canguru

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NASCIMENTO, Marcia Helena M. Technology to mediate the care-educating in hosting "family kangaroos" in neonatal unit: validation study. 2012. 172 f.

Dissertation (Master's in Nursing) - University of Pará, Belém, 2012.

ABSTRACT

The thesis focuses on a booklet to mediate the reception of newborns family in intensive neonatal care. In this study, the sense of care is based on the neonatal cares and cares centralized in the family with a strategy conception kangaroo method; the education in intensive neonatal care is indispensable to assistance, to service, to interpersonal relationship, in the interaction family/newborns/nursing, because with this education the actions change and create possibilities to thought about the care and open more spaces to make decisions. The general objective: validate a booklet to mediate the reception of newborns family in intensive neonatal care. Specifics objectives: check if the booklet is a statistically valid instrument to be used with the target audience according to the expert judge; analyze the judge‟s and target audience‟s comments/suggestions which helping in the booklet validation to mediate the reception of newborns family in intensive neonatal care. It‟s methodological development research with quantitative and qualitative deal. The subjects were fifteen judges and twenty family members. The data production happened in six steps. Two instruments were put into practice, organized according to Likert with items distributed in three-five blocks. The data were analyzed through descriptive statistics and analysis of consensus based on the last step of Delphi‟s modified technique. The validation results achieve the minimum value proposed in the literature to majority answers (80%), and sixteen exceed this value, four had limiting indexes and two were below parameter. In the results of qualitative validation with the judges in the five blocks, they express satisfaction with the initiative and indicate witch the booklet have a big possibility to optimize the reception of family in intensive neonatal care. The family of intensive neonatal care evaluated the booklet as appropriate, they gave contributions and said which the booklet have “value to the family because they can meet better the techniques to take care your baby”. It is concluded that the booklet is valid and can contribute to the reception of family in the intensive neonatal care.

KEYWORDS: Validation Studies, Neonatal nursing, User Embracement, Educational

Technology, Neonatal intensive care, Kangaroo-Mother Care Method

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 Critérios de seleção para os juízes-especialistas da

área da saúde...............................................................

35

Quadro 2 Critérios de seleção para os juízes-especialistas de

outras áreas da saúde.................................................

36

Figura 1 Diagrama dos passos da elaboração da tecnologia

educativa ....................................................................

37

Figura 2 Diagrama dos graus de valoração............................... 38

Figura 3 Diagrama da produção de dados com os juízes-

especialistas ...............................................................

39

Figura 4 Diagrama da produção de dados com o público-

alvo.............................................................................

41

Figura 5 Etapas/momentos metodologia (Metodologia

resumida)......................................................................

44

Fotografia 1 Conversa com os familiares sobre o Método

canguru........................................................................

53

Fotografia 2 Mãe amamentando...................................................... 54

Fotografia 3 Incubadora coberta para diminuir a intensidade da

luz.................................................................................

55

Fotografia 4 “Bebê aninhado”........................................................... 55

Fotografia 5 Mãe com o seu bebê na posição canguru....................

56

Fotografia 6,7e 8 Passos para troca de fralda na posição lateral............

58

Fotografia 9,10 Enfermagem prestando cuidados em UTI neonatal.....

59

Quadro 3 Perfil dos juízes de outras áreas...................................

67

Quadro 4. Perfil dos juízes da área da saúde...............................

69

Quadro 5 Perfil dos familiares de recém-nascidos na UTI

neonatal........................................................................

71

Quadro 6 Perfil dos familiares de recém-nascidos de alta...........

72

Diagrama 1 Temas na experiência da autora para elaboração da

cartilha...........................................................................

111

Quadro 7 Temas da cartilha........................................................

112

Fotografia 11 Ambiente da UTI neonatal............................................

113

Fotografia 12 “Bebê entubado”.......................................................... 113

Fotografia 13 Recém-nascido posicionado adequadamente............. 114

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Fotografia 14 Mãe posicionando o peito em “V” (inadequado) ..........

115

Fotografia 15 Mulher segurando o peito em “C”.................................

115

Fotografia 16 Digitais de prematuros..................................................

116

Fotografia 17 Mãe com seu bebê na posição canguru.......................

116

Fotografia 18 e 19 UTI neonatal sem a equipe de enfermagem ................

117

Fotografia 20 e 21 A equipe de enfermagem cuidando dos bebês em UTI

neonatal.......................................................................

117

Diagrama 2 O ambiente da UTI neonatal......................................... 118

Diagrama 3 Os cuidados com os recém-nascidos........................... 119

Diagrama 4 Orientação de alta....................................................... 120

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Ordenamento das respostas dos juízes segundo

objetivos, estrutura, apresentação e índice

percentuais de concordância de cada item..................

83

TABELA 2 Distribuição dos escores obtidos dos familiares da

UTI neonatal segundo os objetivos, organização,

estilo da escrita, aparência e motivação......................

87

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................

16

1.1 A aproximação com a temática e primeiras inquietações...................... 17

1.2 Fortalecendo a interface tecnologia-cuidar-educando-acolhimento....... 20

1.3 Destacando o contexto-problema, as questões e os objetivos do

estudo...........................................................................................................

25

2 METODOLOGIA....................................................................................... 30

2.1 Anunciando o caminho da metodologia.................................................. 31

3 BASES TEÓRICAS................................................................................... 45

3.1 O ambiente da unidade de terapia intensiva neonatal............................ 46

3.2 Os cuidados com os recém-nascidos internados na UTI neonatal ....... 47

3.2.1 Sobre o Método Canguru..................................................................... 49

3.2.2 Cuidados de enfermagem na aplicação do método canguru............... 53

3.3 A enfermagem na unidade de terapia intensiva neonatal....................... 57

3.4 A enfermagem e o cuidado centrado na família na unidade de terapia

intensiva neonatal..........................................................................................

59

3.5 Tecnologias educacionais na enfermagem............................................. 63

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 66

4.1 Perfil dos juízes........................................................................................ 67

4.2 Perfil do público-alvo................................................................................ 70

4.3 Validação quantitativa do conteúdo e semântica (Manuscrito 1) ........... 73

4.4 Validação qualitativa do conteúdo e semântica (Manuscrito 2) .............. 91

5 CARTILHA PARA MEDIAR O CUIDAR-EDUCANDO NO

ACOLHIMENTO DE “FAMILIARES CANGURUS” EM UTI NEONATAL:

travessias entre textos e imagens................................................................

109

5.1 Construção de uma tecnologia educacional impressa: A cartilha ......... 110

5.2 Travessias entre textos............................................................................ 111

5.3 Travessias entre as imagens................................................................... 113

5.4 A tecnologia-cartilha validada ................................................................. 118

5.5 Versão final da cartilha........................................................................... 121

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 140

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 144

APÊNDICES ................................................................................................. 156

ANEXOS......................................................................................................... 166

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16

1 INTRODUÇÃO

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17

1.1. A APROXIMAÇÃO COM A TEMÁTICA E PRIMEIRAS INQUIETAÇÕES

O interesse pela área da saúde surgiu na adolescência ao expressar o

desejo de “cuidar de crianças com problema no coração” e se concretizou, em

1986 quando fui aprovada no vestibular para Enfermagem pela Universidade

de Fortaleza (UNIFOR). Durante a graduação fui selecionada para ser Bolsista

do Núcleo de Saúde da UNIFOR, a equipe do núcleo atendia a comunidade

Edson Queiroz (bairro da universidade) e passei a desenvolver atividades com

gestantes e crianças; e assim crescia minha afinidade com o cuidado à criança.

Obtive o grau em Bacharelado em Enfermagem em 1990.

Graduada, retornei para Belém do Pará e fui aprovada em um processo

seletivo de estágio para enfermeiros recém-formados, oferecido pelo Hospital

dos Servidores do Estado, atualmente Hospital Ofir Loyola. No decorrer desse

estágio, defini minha aptidão para trabalhar com neonatologia e o aprendizado

foi positivo, pois fiquei mais um ano fazendo plantões extras na UTI neonatal a

pedido dos enfermeiros, com retorno remunerado.

Nesse período, além do aprendizado, pude observar entre outras coisas,

que a rotina de visita aos recém-nascidos era restrita; as mães entravam na

UTI neonatal, mas não permaneciam por tempo prolongado, o incentivo ao

vínculo era pouco valorizado e os pais olhavam seus filhos através do vidro. O

cuidado neonatal era direcionado para o recém-nascido, sem preocupação com

o papel da mãe e da família na UTI neonatal.

Logo após essa experiência, meu serviço foi ganhando destaque no

meio profissional e fui convidada para trabalhar em uma clínica particular de

pediatria e neonatologia. Na UTI neonatal dessa clínica, a família se restringia

à mãe e ao pai, que tinham uma hora para visita, geralmente no final da manhã

e final da tarde, por determinação da clínica. Novamente o cuidado centrado na

família não era visto como cuidado neonatal. O vínculo afetivo era estimulado

naquelas horas de visita, ainda que restrito à prática da “mãe canguru”, assim

inicialmente denominada.

Paralelamente, em outro emprego, também em hospital particular,

desenvolvi atividades em clínica médica, cirúrgica, maternidade, pronto

atendimento e terapia intensiva de adulto, mas o olhar para o cuidado com

recém-nascido e seu familiar em UTI neonatal persistiram até os dias atuais.

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18

Em 1992, fui contratada como servidora temporária da Secretaria de

Saúde do Estado do Pará (SESPA) para exercer atividades em uma Unidade

Básica de Saúde; a pedido fui transferida em 1994 para a Unidade de

Referência Materno-Infantil (URE-MIA), e assumi atividades no setor de

estimulação precoce. Nessa unidade, realizava consulta de enfermagem

ambulatorial a crianças com potencial para atraso no desenvolvimento

neuropsicomotor ou com atraso confirmado necessitando de reabilitação.

Foi uma experiência interessante, porque acompanhava crianças (de

dois meses até dois anos e 11 meses) que, enquanto recém nascidos (RN),

estiveram internados na unidade de terapia intensiva neonatal onde atuava

como enfermeira. Essas crianças, após alta hospitalar, necessitavam de

encaminhamentos para o programa de acompanhamento de RN de alto risco e

para o programa de estimulação precoce (ou direto para esse); Desde então,

passei a observar que possíveis causas iminentes do atraso no

desenvolvimento neuropsicomotor poderiam está associadas aos cuidados

inadequados recebidos na UTI neonatal, incluindo a relação mãe-recém-

nascido-pai.

Em 2000, aceitei convite para participar do planejamento das instalações

da UTI - neonatal da Fundação Hospital das Clínicas Gaspar Viana (FHCGV),

para isso tive que solicitar transferência da URE-MIA, deixando uma realidade

ambulatorial, para me dedicar a área hospitalar que reafirmaria uma “paixão

profissional” que é cuidar de recém-nascidos em UTI neonatal.

Tamanha era a minha motivação para trabalhar em terapia intensiva

neonatal que, a partir da inauguração da FHCGV, participei de inúmeras

capacitações funcionais, organizou estruturalmente o serviço, desenvolvi

instrumentos para serem utilizados no dia-dia do serviço (controle de balanço

hídrico e ventilação mecânica) e implantei a Sistematização da Assistência em

Enfermagem com a criação de um plano de ação que é utilizado até hoje;

também construí folder informativo sobre UTI- Neonatal para as mães e pais do

recém-nascido (minha primeira tecnologia para mediar o cuidar-educando).

O folder foi construído a partir de questionamentos das mães e dos pais

ao vivenciarem a hospitalização de seu recém-nascido na UTI - neonatal.

Muitas eram as perguntas destas mães e pais, como: “Por que meu filho está

na UTI?”; “Quem trabalha aqui?”; “Como posso ajudar meu filho?”; “O que é

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19

incubadora?”; “O que é RN no tubo?”; “Por que nosso horário de visita é

diferente?”; “Por que só entra pai e mãe?”; “Como posso evitar infecção pro

meu filho?”; “Se eu não tocar no meu filho, ainda assim preciso lavar as

mãos?”. Perguntas que foram respondidas verbalmente sem auxilio de um

instrumento, porque não foi utilizado pelo serviço e a idéia de utilizar uma

tecnologia com os familiares foi adormecida.

Durante este período de atuação na SESPA (1992-2000), entrei para a

Universidade do Estado do Pará por meio de processo seletivo para professor

substituto em CTI adulto. Depois de aprovada, ministrei aulas teórico-práticas

em disciplinas como centro cirúrgico, enfermagem nas clínicas e enfermagem

pediátrica e neonatal. Em 2005 fui efetivada pela mesma Universidade em

concurso público para enfermagem pediátrica e neonatal, permanecendo nesta

área até os dias atuais.

Enquanto docente observo que os alunos se inquietam com os familiares

dos recém - nascidos, no que diz respeito ao relacionamento afetivo,

família/recém nascido/enfermagem, e tento incentivá-los a desenvolverem

estratégias para lidar com esses casos; também busco nortear os cuidados

necessários ao acolhimento desses familiares no contexto do método canguru.

Na qualidade de orientadora de trabalhos de conclusão de curso, tenho

apreciado várias pesquisas relacionadas a temas como: sentimentos das

mães, vínculo afetivo das mães, método mãe canguru, satisfação dos pais,

todos inseridos no contexto da UTI neonatal. Não identifiquei, até o momento,

temas relacionados ao acolhimento dos familiares e/ou cuidar educando como

recomenda o método canguru.

Quando aprovada no Mestrado Associado de Enfermagem

UEPA/UFAM, despertei para a possibilidade de retomar a idéia adormecida há

11 anos e comecei a pensar em produzir uma nova tecnologia (mais ampla que

um folder) para entregar aos familiares e assim mediar o cuidar/educando das

famílias na situação de acolhimento.

A vivência com mães e pais de recém-nascidos procedentes de vários

municípios do Estado do Pará, principalmente de vilarejos ribeirinhos, onde a

acessibilidade aos serviços é por canoas e barcos, a comunicação é ainda por

mensagem através de rádios e não há conhecimentos sobre a existência de

um ambiente hospitalar para internação de recém-nascidos, revelou-me que as

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20

dificuldades desses familiares são maiores que as dos familiares que residem

na capital. Por isso, as orientações inerentes à situação da visita, ao incentivo

da presença dos pais na hospitalização e as relações com o recém-

nascido/enfermagem/família precisam contemplar diferentes necessidades e

perfis familiares.

Nesse sentido, emerge a necessidade de buscar estratégias para melhor

acolher esses familiares e, para tanto, utilizar tecnologias sensibilizadoras da

importância da interação desses familiares com o recém- nascido.

1.2 FORTALECENDO A INTERFACE TECNOLOGIA-CUIDAR-EDUCANDO-

ACOLHIMENTO

Com base na minha vivência como enfermeira-docente, posso afirmar

que as tecnologias educacionais são vistas como técnicas não convencionais

para os cuidados de enfermagem neonatal. Entretanto, quando aliadas ao

conhecimento científico e vinculada às necessidades do cotidiano de uma

unidade de terapia intensiva neonatal (UTI neonatal), podem auxiliar na

construção de um novo olhar para o cuidar-educando.

A tecnologia ainda é muito relacionada a máquinas, computadores,

equipamentos, e pouco relacionada com saberes. No entanto, é considerada

como um elemento essencial na construção do “saber-fazer” da saúde e mais

especificamente da enfermagem, permeando e influenciando suas bases

teórico-práticas (MEIER, 2004).

É entendido como o resultado de processos concretizados a partir de

experiências empíricas vividas no cotidiano e da pesquisa, tornando-se assim,

um conjunto de conhecimentos científicos utilizados para a construção de

produtos materiais ou não, com a finalidade de provocar intervenções sobre

uma determinada situação prática. Além disso, as tecnologias desenvolvidas

por enfermeiros devem ter como finalidade facilitar seu trabalho e melhorar a

qualidade da assistência por eles prestada (NIETSCHE, 2000).

Para a enfermagem, as tecnologias são um conjunto de ferramentas

capazes de oferecer por si mesmas múltiplas alternativas, sendo significativas

no sentido de conduzir e aperfeiçoar os cuidados de enfermagem dando

respostas e enriquecendo a prática profissional de cuidar (FIGUEIROA, 2000).

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Acreditamos que cuidar da família seja uma responsabilidade e compromisso moral do enfermeiro e para tanto é necessário que haja um ambiente de cuidado que favoreça o relacionamento entre enfermeiro-família, a fim de construir uma prática que a ajude no enfrentamento de dificuldades, em especial em situação de doença (PINTO; PETTENGILL; BALIEIRO, 2010, p.135).

Na concepção filosófica, a palavra “cuidado” é cura. Deriva de cogitare-

cogitatus, como também de suas modificações como coyedar, coidar, cuidar.

Assim, cogitare é o mesmo que cura, cogitar, pensar, colocar atenção, mostrar

interesse, revelar atitude de desvelo e de preocupação. O cuidado só acontece

quando a existência de alguém tem importância em mim (BOFF, 1999).

No contexto da enfermagem, o cuidado é a essência da profissão, ou

seja, é a característica constitutiva do fazer da enfermagem. É terapêutico e

humano; deve ser operacionalizado como relação de ajuda terapêutica ou de

educação para a saúde (NEWMAN et al, 1991).

O cuidado de enfermagem é transcendental, pois se trata de união espiritual entre duas pessoas, que transcende o self, o tempo, o espaço e a história de vida de cada uma delas. Portanto, como derivado da perspectiva humanística, o cuidado é o compromisso com o cuidar do outro e o atributo mais valioso que a enfermagem oferece à humanidade. Afinal, o enfermeiro é um existente-no-mundo-com-o-outro (WATSON, 1988).

O sentido do cuidado nesse estudo está voltado aos cuidados neonatais

e centrado na família na concepção da estratégia método canguru; os

familiares precisam ser orientados sobre como esse método promove o

cuidado com o ambiente da UTI neonatal e relacionamento com o

RN/enfermagem/hospitalização.

Na unidade de terapia intensiva neonatal (UTI neonatal), o cuidado com

os familiares deve ser específico, justificado pelo impacto que o ambiente

causa, pois é “recheado” de equipamentos sofisticados e pessoas estranhas e

pelas dificuldades em entender, conviver e colaborar com a situação da

hospitalização do recém-nascido. Tais dificuldades são atribuídas aos aspetos

emocionais que esses familiares vivenciam com a separação de seu filho. Para

os familiares, a internação de um filho na UTI neonatal, seja ele prematuro ou

recém-nascido a termo, é quase sempre um momento difícil, pois a UTI

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neonatal é um ambiente estranho, gerador de insegurança, sobretudo quando

a criança existente não é aquela imaginada (SANTOS, 2006).

O cuidado de enfermagem deve estar voltado às necessidades do

recém-nascido e sua família; uma proposta de cuidado centrado na família

encoraja-os ao envolvimento afetivo e ao cuidado de seu filho. Com isso,

pretende-se preservar a indissolubilidade do binômio mãe-filho, reduzindo

assim o tempo de internação, aumentando o calor afetivo e a colaboração da

equipe de saúde, criando um vínculo de confiança entre família e equipe

(OLIVEIRA; COLLET; VIEIRA, 2006).

Muitas UTI neonatais já assumiram esse papel importante de acolher os pais e guiá-los, de modo a reassumirem o relacionamento com o filho e auxiliá-los a passarem pelo período estressante de hospitalização. É essencial que a família acompanhe o filho durante essa fase, participando dos cuidados, para que possa ser capaz de cuidar dele após a alta hospitalar e todos se sentirem seguros quanto a esse aspecto (TAMEZ; SILVA, 2009).

O cuidado centrado na família neonatal no meu entendimento deve ser

prestado considerando suas relações, emoções, dificuldades e mediando a

cuidar- educando com o membro da família que acompanha o recém-nascido

na internação, como por exemplo, ensiná-lo a colocar o recém nascido em

contato pele a pele (posição canguru) que, para os prematuros é fundamental

no ganho de peso e na promoção do vínculo afetivo, entre outros, para que

esses cuidados tenham seguimento no domicilio, assegurando a saúde do

recém-nascido.

Por esse foco, o cuidado em UTI neonatal deve ser proposto um

atendimento de boa qualidade, articulando os progressos tecnológicos com

acolhimento, melhoria dos ambientes de cuidado dos recém-nascidos e das

condições de trabalho dos profissionais (BRASIL, 2004).

O acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de Humanização

(PNH), que não têm locais nem hora certos para acontecer, nem um

profissional específico para fazê-lo: faz parte de todos os encontros do serviço

de saúde. O acolhimento é uma postura ética que implica na escuta do usuário

e suas queixas, no reconhecimento do seu protagonismo no processo de

saúde e adoecimento, e na responsabilização pela resolução, com ativação

de redes de compartilhamento de saberes (BRASIL, 2008).

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Acolher é um compromisso de resposta às necessidades dos cidadãos

que procuram os serviços de saúde. Acolher é dar acolhida, admitir, aceitar,

dar ouvidos, dar crédito a, agasalhar, receber, atender, admitir (FERREIRA,

2010).

O acolhimento em unidade de terapia intensiva neonatal consiste na

atenção oferecida aos familiares, a partir do primeiro contato com a equipe de

saúde da UTI neonatal até a alta, visto que esses familiares necessitem de

apoio e informações em todos os momentos da hospitalização.

Cabe à equipe explicar sobre os equipamentos que fazem parte do

cuidado do RN, informar sobre o quadro clínico atual, a necessidade de

cuidados intensivos e o curso do tratamento, tal como orientar sobre as normas

e rotinas, os cuidados que deverão ter durante o acompanhamento do RN, os

cuidados que favorecem o vínculo afetivo, como: a posição canguru, o “toque

seguro”, aleitamento materno, entre outros e o desenvolvimento

neuropsicomotor, sobre a comunicação da mãe-recém-nascido, prevenção de

infecções, como: lavagem de mãos e “uso de avental”, prevenção dos barulhos

e ruídos, promoção do sono e repouso, auxílio nos procedimentos.

Acolhimento então é o ato de receber e atender os diferentes integrantes

da família do bebê internado na unidade de terapia intensiva neonatal,

procurando facilitar as visitas e também sua inserção nesse ambiente. O

acolhimento envolve uma ação não somente física, mas também de cunho

afetivo (BRASIL, 2007).

Sobre a valoração o acompanhamento e visitas, vale ressaltar que a

visualização e o contato com o RN pelos familiares minimizam o estresse e

favorece o apego (TAMEZ; SILVA, 1999).

Os objetivos do acolhimento na UTI neonatal segundo a Atenção

Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso- Método Canguru (AHRNBP-

MC) são: a) contribuir para a incorporação do acolhimento à família do bebê

como tecnologia necessária para a assistência ao recém-nascido internado em

Unidade Neonatal, b) oferecer subsídios para a equipe refletir sobre as

relações que estabelece com a família no ambiente de trabalho da Unidade

Neonatal, c) apresentar e discutir práticas facilitadoras dos laços afetivos entre

pai, mãe e bebê (AHRNBP, 2011, p.106).

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A partir da minha vivência na UTI neonatal, acredito que, para o

desenvolvimento do acolhimento dos familiares, é necessário ter conhecimento

na estratégia método canguru, uma boa comunicação, interação, e

envolvimento dos membros da família, na perspectiva de melhorar e ampliar

esse acolhimento e fazer com que as experiências emocionais que ocorrem

nesse período sejam compartilhadas e bem entendidas.

Na concepção do método canguru a comunicação é a capacidade de

trocar idéias, transmitir mensagens e sentimentos por meio de gestos, sinais e

verbalizações, propicia trocas e compreensão entre os indivíduos que

compartilham uma mesma situação. A internação de um recém-nascido em

uma Unidade Neonatal representa, para ele e sua família, uma situação de

crise. Isso repercute, de maneira especial, na interação entre pais e seus

bebês, podendo interferir na formação e no estabelecimento dos futuros

vínculos afetivos familiares (AHRNBP, 2009).

Visando a um bom processo de comunicação, a enfermagem e os

demais membros da equipe neonatal devem lançar mão de tecnologias que

favoreçam uma compreensão satisfatória entre a equipe e os familiares, pois

as principais dificuldades que surgem podem ser decorrentes das informações

serem excessivamente técnicas ou, em algumas situações, ocorrer ausência

de informação. Além disso, o medo da perda pode afetar a compreensão de

informações fornecidas.

A equipe não deve antecipar o prognóstico. Melhor do que falar muito é

ouvir, para que possa informar a partir das necessidades de cada família. À

medida que ela se aproxima cada vez mais do bebê e da equipe, estará mais

apta a trocar informações capazes de facilitar o relacionamento com ambos

(BRASIL, 2007).

Diante dessa dificuldade com o processamento das informações, pode-

se, então, pensar o quanto é importante à equipe acolher e oferecer uma

atenção cuidadosa nesses primeiros momentos o que poderá reduzir

ansiedades, medos e descontentamentos. Praticar a escuta sensível dos

temores e preocupações, antes de dar informações sobre a rotina, sobre os

aparelhos e sobre os cuidados a ser prestado a seu filho, poderá, em muitos

casos, facilitar o entendimento, a interação da família/recém-nascido/ equipe e

ainda favorecer o vínculo afetivo.

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O vinculo afetivo é a ligação entre mãe e o recém-nascido em um

processo contínuo, que começa na gestação, ao se confirmar a gravidez, pois

a aceitação da mesma é indício de estabelecimento de futuro vínculo (BRASIL,

2009).

1.3 DESTACANDO O CONTEXTO-PROBLEMA, AS QUESTÕES E OS

OBJETIVOS DO ESTUDO.

No decorrer da internação do recém-nascido na UTI neonatal, o vínculo

fica ameaçado pela separação mãe e filho, pela visita rápida, pela ausência

dos familiares, pelo acompanhamento sem o toque terapêutico e sem

comunicação com o recém-nascido, além do pouco conhecimento sobre o

método canguru.

A separação imposta pela internação na UTI neonatal é dolorosa para os

familiares e o RN. A culpa e a ansiedade são sentimentos característicos dos

pais que permanecem apreensivos quanto à sobrevivência do seu filho e

quanto à sua normalidade. Essa separação pode interferir na formação do

vínculo entre pais e filho (ADREANI; CUSTÓDIO; CREAPALDI, 2006).

Entende-se que o carinho ao RN, o contato pele a pele, a forma de tocar

e o seu manuseio tem particular importância durante a estadia na unidade

neonatal. A sensibilidade tátil é o primeiro sistema sensorial a se desenvolver e

a amadurecer. Ao nascer, o RN já apresenta sensibilidade tátil em todo o corpo

e pode diferenciar o toque leve em relação ao profundo. Uma vez que os

reflexos cutâneos são mais pronunciados, certos toques na pele facilmente

produzem também movimentos de segmentos do corpo. A exposição aos

estímulos cutâneos positivos e negativos permite, após poucos dias, algum

grau de aprendizado pelo bebê pré-termo, interferindo na forma de reação aos

próximos contatos (AHRNBP, 2009).

O método canguru prioriza o atendimento ao recém-nascido de baixo

peso na estadia na UTI neonatal, sem exclusão dos outros casos. Suas ações

inovadoras podem ser aplicadas a todos os recém-nascidos em situação de

terapia neonatal e seus respectivos familiares, já que também experimentam

situações diversas durante a internação, em que algumas se assemelham às

dos recém-nascidos de baixo peso; a enfermagem deve ter conhecimento do

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seu papel no cuidado neonatal fundamentado nas normas do método, para

cuidar/educando.

O enfermeiro de UTI neonatal tem um leque de atribuições; esse setor é

por excelência, o ambiente destinado ao atendimento de recém-nascidos de

alta complexidade e, para tanto, exige do enfermeiro um preparo que sustente

as atividades de cuidar/educando. E esse deve ter capacidades e

responsabilidades que são essenciais para avaliar, entender e apoiar com

segurança o RN e a sua família durante o tempo crítico de permanência no

hospital (MOREIRA, 2001).

O papel do enfermeiro é relevante na manutenção das condições vitais

do recém-nascido, devendo fundamentar suas ações em conhecimentos

científicos. Cabe ao enfermeiro da UTI neonatal organizar o ambiente, planejar

e executar os cuidados de enfermagem de acordo com a necessidade

individualizada e resposta de cada criança, exercendo assim, uma assistência

integral, de qualidade e humanizada (SCOCHI, 2001). O cuidar- educando em

neonatologia é um desafio constante, atribuído à busca incessante do saber

científico, habilidades práticas, e sensibilidade para cuidar do recém-nascido,

que possui neste ambiente, alterações hemodinâmicas; estado geral

extremamente lábil e total dependência da equipe que lhe assiste e para um

atendimento integral, é ainda essencial a inclusão dos familiares nesse

contexto. A presença do enfermeiro (a) na UTI neonatal é indispensável, pois,

atua na identificação das necessidades do RN, no planejamento da assistência

individualizada, na execução dos cuidados, na avaliação e na previsão dos

serviços de apoio necessários à realização dessa assistência (MATSUMOTO,

1997).

Na UTI neonatal, a educação emerge como indispensável no tocante a

assistência, para o serviço, para as relações interpessoais, na interação

família/recém-nascido/enfermagem, pois, por meio dela, as ações se

transformam e se geram possibilidades para reflexões sobre o cuidar de acordo

com o método canguru, criando espaços para as decisões. Atrelado a esses

aspectos, está o cuidado de enfermagem que tem intenção terapêutica e

preocupação com o outro, alicerçado na cientificidade e nas tecnologias do

saber/fazer.

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Frente a este contexto o uso da tecnologia poderá auxiliar o acolhimento

dos familiares na UTI neonatal à luz das recomendações do método canguru,

no sentido de apontar os cuidados neonatais mais relevantes que os familiares

precisam conhecer.

A prática não deve se afastar do discurso teórico, como tal, fundamenta

a teoria dando mais informações e mais poder de argumentação ao discurso

teórico que, ao seu tempo, fortalece a pratica, fornecendo-lhe subsídios para

sua execução (FREIRE, 1996).

O enfermeiro de UTI neonatal como educador- mediador se defronta

com situações de educação em saúde em sua trajetória profissional, através do

contato diário com os familiares de RN; e a cada acompanhamento/visita,

sendo deste modo, uma situação específica a considerar.

Dentre os profissionais que desempenham significativo papel nas

relações entre seres humanos encontra-se o enfermeiro. Este tem o papel de

promover a formação no aspecto individual e coletivo considerando os

problemas que envolvem a saúde, oportunizando com isso, atividades de

prevenção e promoção da saúde e atitudes saudáveis no modo de se viver

(OLIVEIRA; ANDRADE; RIBEIRO, 2009).

A educação em saúde é considerada uma função inerente à prática de

enfermagem e uma responsabilidade essencial da profissão (BRUNNER;

SUDDARTH, 2005).

Uma tecnologia no formato impresso, tipo cartilha, desponta nesse

contexto-problema como dispositivo para mediar à educação em saúde no

acolhimento dos familiares na UTI neonatal. Educação como modo de cuidar,

que transcende os preceitos básicos do cuidado, por meio do educar,

potencializando a capacidade de intervir de forma construtivo-reflexiva,

singular/plural, dinâmica/flexível, num complexo histórico cultural de relações

humanas entre sujeitos, num sistema cíclico de relações, em que um aprende

com o outro, e este aprender converge para a transformação de ambos, de

quem os rodeia e do meio no qual estão inseridos. Este sistema cíclico também

engloba os familiares acolhidos em UTI neonatal (FERRAZ, et al, 2005).

Os familiares dos recém-nascidos internados na UTI neonatal, no

primeiro contato, parecem assustados, e as dificuldades, medos, culpas e

desesperos são percebidos de imediato, interferindo de partida na

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comunicação entre equipe e familiares e na socialização das informações

sobre o motivo da internação do RN e das normas e rotinas. Os familiares no

dia da internação requerem um acolhimento breve; com o passar dos dias e

diante da “aceitação” da situação vivida, esse acolhimento se modifica

concomitante as mudanças do estado de saúde do RN.

Para que haja uma interação com a família, é importante conhecer os

mecanismos envolvidos no estabelecimento do vínculo materno e apego dos

pais ao filho, para que possamos proporcionar um ambiente dentro da UTI

neonatal que incentive e apoie a integração dos familiares no cuidado e

recuperação do recém-nascido (McALLISTER; DIONNE, 2006).

Conforme relato de Gough (1980) as sociedades que, viveram antes do

surgimento do Estado, formaram-se a partir da família. Os seres humanos

uniram-se em busca da perpetuação da espécie e desenvolvimento do

conhecimento. Assim, aprenderam dentre outras atividades, a desenvolver a

capacidade para o amor que, surpreendentemente, já era repassado da mãe

para o filho.

Em minha compreensão, é importante ressaltar que a família é tal qual

um sistema. Por sua “integralidade”; pelo acordo de partes que, organizados,

convergem para certo fim. Por isso, o apoio emocional, social e físico é

fundamental na relação familiar, principalmente aos mais jovens, já que este

apoio contribui para um desenvolvimento saudável do recém-nascido.

A família é vista como um sistema em contínua interação com seus membros e com o ambiente. O destaque é dado sobre a interação entre os membros, de tal modo que, frente a situações de alterações em um dos membros da família gera uma mudança nos outros membros, resultando nova modificação no membro original (WHALEY; WONG, 1999).

No contexto familiar, os avôs possuem um lugar privilegiado. Em geral

são eles que se oferecem como rede de apoio para seus filhos, no que se

refere a dar continuidade as suas atividades ou compromissos extra-

hospitalares, no cuidado com o restante da família. Especialmente a avó

materna sente-se solicitada a participar de forma mais intensa nesse processo

(BRASIL, 2007).

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Tal fato mostra a importância de haver, desde o início da internação, o

acolhimento aos familiares, no ambiente neonatal, para que participem do

processo dos cuidados do recém-nascido (RN) durante esse período.

É importante que, ao mesmo tempo em que os familiares vivenciam as

questões discutidas anteriormente, também experimentem o acolhimento, para

poder compreender o tratamento realizado com o RN, e a importância da sua

participação, oferecendo segurança e amor. Somente se aproximando e

participando de todos esses momentos é que os familiares podem vir a se

tornar grandes companheiros da equipe no que diz respeito à estimulação nos

cuidados com o RN.

Diante do exposto, busco resposta para a seguinte questão de pesquisa:

Uma cartilha-tecnologia sobre cuidado neonatal com base no método canguru

produzida para mediar o acolhimento de familiares de recém-nascidos

internados na unidade de terapia intensiva é adequada para o respectivo

público-alvo segundo juízes-especialistas?

Propõem-se como questões norteadoras: A cartilha é um instrumento-

diapositivo quanti-qualitativamente válido para mediar o acolhimento de

familiares de RN internados na UTI neonatal? Que comentários/sugestões

sustentam a validação da cartilha para mediar o acolhimento dos familiares em

UTI neonatal entre juízes e público-alvo?

O objetivo geral desse estudo é validar uma cartilha para mediar o

acolhimento de familiares de recém-nascidos internados na unidade de terapia

intensiva. Como específicos verificar se a cartilha é um instrumento

estatisticamente válido para ser usado com o público-alvo segundo os juízes-

especialistas, analisar os comentários/sugestões dos juízes e público-alvo que

sustentam a validação da cartilha para mediar o acolhimento dos familiares em

UTI neonatal.

.

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2 METODOLOGIA

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2.1 ANUNCIANDO O CAMINHO DA METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de validação de tecnologia do tipo pesquisa

de desenvolvimento metodológico com abordagem quanti-qualitativa. A

pesquisa metodológica desenvolve instrumentos e costuma envolver métodos

complexos e sofisticados, incluindo o uso de modelos com métodos mistos

(quanti-quali). Refere-se a investigações dos métodos de obtenção e

organização de dados e condução de pesquisas rigorosas. Tratam do

desenvolvimento, da validação e da avaliação de ferramentas e métodos de

pesquisa (POLIT; BECK, 2011).

No estudo metodológico o pesquisador tem como meta a elaboração de

um instrumento confiável, preciso e utilizável que possa ser empregado por

outros pesquisadores e outras pessoas. Esse estudo cabe a qualquer disciplina

científica, lidando com fenômenos complexos como o comportamento ou a

saúde dos indivíduos, tal qual ocorre na pesquisa de enfermagem (POLIT;

HUNGLER, 1995)

Esse tipo de pesquisa é considerado uma estratégia que utiliza de

maneira sistemática os conhecimentos existentes para elaboração de uma

nova intervenção ou melhora significativa de uma intervenção existente, ou

ainda, elabora ou melhora um instrumento, um dispositivo ou um método de

mediação (CONTANDRIOPOULOS, et al, 1997).

A abordagem quantitativa na pesquisa metodológica permite análises do

grau de precisão do instrumento e a abordagem qualitativa permite análises

descritivas das opiniões dos juízes-especialistas, chegando à validação do

instrumento pela concordância das sugestões e valorização da importância e

satisfação desse instrumento para o público-alvo.

As duas abordagens são consideradas importantes, pois possibilitam

precisar e analisar sugestões, opiniões, contribuições e idéias dos sujeitos do

estudo. A abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma relação

dinâmica entre o mundo real e o sujeito, na qual o conhecimento não se reduz

a um rol de dados isolados, conectados por uma teoria explicativa. Nesse

âmbito, o sujeito-observador é parte integrante do processo de conhecimento e

interpreta os fenômenos atribuindo-lhes um significado (CHIZZOTTI, 2009).

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Na abordagem quantitativa, os dados relacionados à realidade social,

produzidos por instrumentos padronizados, visam obter elementos e fontes de

propensões de todos os tipos e se apresenta uma linguagem observacional,

fornecendo possibilidades de expressar generalizações com precisão e

objetividade (MINAYO, 2000). Duas abordagens sustentam o processo de

validação, porque se fizeram necessárias a descrição subjetiva e a precisão

objetiva, já que os estudos de validação têm foco no desenvolvimento,

avaliação e aperfeiçoamento de instrumentos estratégico - metodológicos.

Em se tratando de avaliação de instrumento, devem-se considerar dois

importantes critérios: a confiabilidade primária, que é o grau de consistência ou

precisão com que um instrumento mede o atributo. Quanto maior a

confiabilidade do instrumento, menor a quantidade de erro nos escores obtidos.

O segundo é a validade, que é o grau em que um instrumento mede o que

supostamente deve medir (POLIT; BECK, 2011).

A validação é um processo em que se examina, com precisão,

determinado instrumento ou inferência realizada a partir de escores

estabelecidos. “Validar mais do que a demonstração do valor de um

instrumento de medida é todo um processo de investigação. O processo de

validação não se exaure, ao contrário, pressupõe continuidade e devem ser

repetidas inúmeras vezes para o mesmo instrumento” (RAYMUNDOS, 2009,

p.87).

A validade de um instrumento evidencia se o que está sendo medido é

aquilo que o pesquisador pretende avaliar, ou seja, é a habilidade de um

método em medir o que se propõe. A validade se dá pela consideração de dois

aspectos neste estudo: a validação de conteúdo de um instrumento e a

validação aparente (CLARK-CARTER, 2002; PASQUALI, 1999).

A validação de conteúdo de um instrumento baseia-se,

necessariamente, em um julgamento; indica em que medida o instrumento

possui uma amostra apropriada de itens para medir o construto específico e

cobrir adequadamente seu domínio (POLIT; BECK, 2011). Ela examina a

capacidade dos itens de representar adequadamente todas as dimensões do

conteúdo a ser abordado no instrumento.

Tende a ser julgada de forma empírica, uma vez que não existem

métodos totalmente objetivos para garantir que um instrumento abrange

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adequadamente o conteúdo a ser medido (POLIT; HUNGLER, 1995; FAYERS;

MACHIN, 2007).

Validar conteúdo refere-se à análise minuciosa do conteúdo de um

instrumento, com objetivo de verificar se os itens propostos constituem uma

amostra representativa do assunto que se tenciona medir. Os instrumentos são

submetidos a apreciação de peritos no assunto, os quais podem sugerir,

corrigir, acrescentar ou modificar os itens (PERROCA; GAIDZINSKI, 2003;

POLIT ; HUNGLER, 1995).

A validação aparente ou semântica ou de face, indica se o instrumento

parece, à primeira vista, medir o construto apropriado. A finalidade é saber

como o público-alvo compreende os itens ou se eles modificariam alguns deles.

Podendo ser realizada individualmente ou em grupo, seus resultados devem

ser apresentados de forma padronizada, por meio de instrumentos específicos

de coleta de dados das informações e documentos (SCHMDT; BULLINGER,

2003).

A validade de aparência ou de face, também é considerada uma forma subjetiva de validar o instrumento, e consiste na avaliação de um grupo de pessoas quanto à clareza dos itens, facilidade de leitura, compreensão e forma de apresentação do instrumento. Trata-se de uma avaliação superficial realizada por aqueles que se utilizarão do instrumento. Por conseguinte, não deve ser usada como um critério isolado, pois neste tipo de validade não são conferidas propriedades de medida (WILLIAMSON, 1981; PASQUALI, 1987)

Um instrumento passa a ser validado quando múltiplas medidas são

empregadas para responder a uma única questão de pesquisa. Quanto maior o

número de convergência dos resultados, após a utilização de várias técnicas

para identificar sua viabilidade, maior a possibilidade de comprovar a

confiabilidade e validade nos resultados do estudo. O valor de concordância

entre os juízes-especialistas será considerado de 80%, tendo como referência

os valores empregados em outros estudos (SALMOND, 1994; SILVA, 2005;

FERNANDES, 2005; OLIVEIRA, 2006)

O processo de validação foi realizado em diferentes e diversos

locais, tendo como âncora a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI-

neo) da Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Viana

(Hospital de Belém referência em psiquiatria, cardiologia, nefrologia e gravidez

de alto-risco).

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A opção pelo cenário se deu pelo fato de ser o local onde desenvolvo

minhas atividades como enfermeira assistente-docente e também por ser um

local onde se encontram familiares de recém-nascidos internados e

profissionais especialistas da área.

A referida unidade de terapia intensiva neonatal funciona há 12 anos,

localizada na Clínica Pediátrica, no 2º andar do Hospital e está dividida em

duas alas com capacidade para 10 leitos devidamente equipados (incubadoras,

berços de calor radiante, berço aquecido, respiradores mecânicos, monitores

multiparâmetros, oxímetros, bomba de infusão, entre outros). O atendimento ao

recém-nascido se dá por uma equipe multidisciplinar composta por 16

enfermeiros especialistas na área (todas são do gênero feminino) que atuam

nos períodos da manhã, tarde e noite, com carga horária de 30 horas

semanais; médica chefe e uma de enfermagem, 34 técnicos de enfermagem,

22 intensivistas de neonatologia, fisioterapeutas, fonoaudiólogo, psicólogo,

terapeuta ocupacional e assistente social. Além do pessoal de apoio: agentes

administrativos, técnicos de raios-X, lactaristas, nutricionistas, agentes de

serviço de limpeza.

A internação dos recém-nascidos é via “central de leitos”, obedecendo à

faixa etária de 0 a 28 dias, priorizando-se os casos de cardiopatias e

prematuridade como recomenda a referência do hospital.

Outra rotina a destacar é o método canguru, parcialmente implantado no

setor em 2010. Parcialmente porque a logística do hospital ainda está

adequada para seguir todas as etapas da estratégia método canguru. A equipe

recebeu capacitação sobre o método; porém, percebe-se pouca aplicabilidade

das práticas na assistência neonatal.

O setor possui normas e rotinas escritas, disponíveis em forma de

manual; a rotina de visita recomenda a presença dos pais diariamente e dos

avós, uma vez por semana, após a realização de uma palestra dialogada com

a equipe psicossocial do setor. Não há liberação de permanência além do

horário de visita por não se ter estrutura física adequada para esse fim. As

mães que optam em permanecer todo o horário no setor recebem refeições.

Os sujeitos da pesquisa foram 15 profissionais e 20 familiares. Os

profissionais foram os juízes que fizeram a validação de conteúdo; são

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35

considerados juízes nesse estudo pessoas com alto grau de conhecimento e

experiência em sua área de atuação.

Independente do tipo de avaliação, a ideia de qualidade se faz presente,

pois a essência do ato de avaliar pressupõe o estabelecimento de um juízo de

valor a algo que, quando positivo, significa ter qualidade (NOVAES, 2000).

Os profissionais selecionados como juízes da área da saúde foram 6

enfermeiros, 3 médicos intensivistas neonatal, 1 terapeuta ocupacional, 1

psicólogo e de outras áreas 1 pedagogo, 1 designer gráfico, 1 arte educador e

1 comunicador social.

Para a seleção dos juízes-especialistas da área da saúde foram

estabelecidos os critérios: a titulação, a produção científica e o tempo de

atuação com a temática em discussão. Fizeram parte deste comitê apenas os

juízes cujo perfil teve ocorrência de pelo menos dois critérios.

Quadro 1- Critérios de seleção para os juízes-especialistas da área da

saúde.

CRITÉRIOS

Ter no mínimo três anos de experiência na área neonatal

Ter pós-graduação stricto-sensu

Ter especialização em neonatologia

Ter produção científica

Ter tido participação como tutoria do método canguru

Ter participado em eventos de neonatologia nos últimos 5 anos

Ter experiência como docente

Aceitar a participar da pesquisa

Assinar o Termo de Consentimento Livre Esclarecido

Os juízes-especialistas de outras áreas foram selecionados com base

nos critérios selecionados no quadro 2.

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Quadro 2- Critérios de seleção para os juízes-especialistas de outras

áreas da saúde.

CRITÉRIOS

Ter no mínimo três anos de experiência na área de atuação

Ter pós-graduação stricto-sensu

Ter especialização em sua área de atuação

Ter produção científica

Ter experiência como docente

Aceitar a participar da pesquisa

Assinar o Termo de Consentimento Livre Esclarecido

Os juízes foram convidados a participar mediante contato oral e

receberam uma carta-convite; ao aceitarem, preenchiam o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e recebiam uma cópia da cartilha para ser

avaliada com o respectivo instrumento de avaliação a ser devolvido, dentro de

um prazo de dez dias. Os juízes têm a função de julgar a cartilha quanto à

clareza, compreensibilidade ou redundância e a adequação da representação

comportamental dos itens.

Os 20 familiares dos recém-nascidos constituíram o público-alvo. Foram

14 familiares de RN internado e 6 familiares de RN que recebeu alta recente.

Estes participaram do processo de validação de aparência após a avaliação

dos juízes.

A seleção dos sujeitos foi de acordo com os seguintes critérios de

inclusão: ser familiar (pai, mãe tio (a) e avós) de RN internado; participar do

processo de visita ou ser familiar de RN que recebeu alta recente; aceitar

participar da pesquisa; assinar o termo de consentimento livre esclarecido. O

critério de exclusão dos sujeitos foi não se enquadrar nos critérios de inclusão.

A produção de dados aconteceu no período de outubro de 2011 a

fevereiro de 2012 em seis momentos. A elaboração da tecnologia educativa

(versão 1) (Apêndice A) correspondeu à seleção do conteúdo a partir de

evidências na literatura sobre cuidados neonatais, acolhimento e família na UTI

– neonatal, com base nas recomendações do Manual do Método Canguru com

foco nas práticas de cuidados neonatais voltadas para a promoção do vinculo

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afetivo e desenvolvimento neuropsicomotor normal dos recém-nascidos que

internaram em terapia intensiva. De forma complementar, foram levadas em

conta as dúvidas frequentes dos pais frente à internação do seu filho na UTI

neonatal.

Após a seleção dos conteúdos, deu-se a construção da tecnologia, com

a digitação e ilustração do conteúdo da primeira versão da cartilha, algumas

fotos foram copiadas da internet e outras capturadas na própria UTI neonatal

cenário do estudo, sem retratar seres humanos; por fim ocorreu a impressão.

A figura 1 resume os passos da elaboração da tecnologia educativa.

Primeiro momento: Adequação da cartilha. A cartilha (versão 1) sofreu

as primeiras adequações após sugestões da banca de qualificação do projeto

da dissertação e da equipe de consultoria da Atenção Integrada às Doenças

Prevalentes na Infância no período Neonatal (AIDPI NEONATAL), da qual sou

membro; acatei as contribuições antes da avaliação dos juízes, e houve

necessidade de acrescentar na cartilha imagens da UTI neonatal local do

estudo (versão 2).

Segundo momento: Avaliação da cartilha por juízes-especialistas, A

avaliação da versão 2 aconteceu, inicialmente, com os juízes de outras áreas:

•A partir das evidênciasda literatura

•A partir das dúvidasfreqüentes dos paisfrente à internação doseu filho na UTIneonatal

SELEÇÃO DO CONTEÚDO

•Digitação

•Ilustração comfotos da internet efotos do ambientede UTI neonatal.

CONSTRUÇÃO

•Impressão em papel A4 (Versão 1).

PRODUÇÃO

Figura 1- Diagrama dos passos da elaboração da tecnologia educativa

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comunicador social, pedagogo, designer gráfico e arte educador, que tiveram a

função de avaliar a comunicação, grafismo, linguagem, diagramação, imagem

e arte. A cartilha foi revista e atualizada a partir das referidas contribuições e

disponibilizada aos juízes da área da saúde na versão 3.

O instrumento de coleta de dados dos juízes foi um questionário,

organizado conforme a escala de Likert, com itens distribuídos em três blocos,

contendo perguntas referentes à avaliação do conteúdo do material educativo.

A escala de Likert é uma técnica de classificação, que consiste em

várias declarações (itens) que expressam um ponto de vista sobre um tópico.

Nessa abordagem, colocam-se os respondentes em contato com os itens

expressos de modo positivo ou negativo em relação ao fenômeno.

Os juízes-especialistas responderam o questionário, considerando as

pontuações adotadas para julgamento da cartilha (1,2,3 ou 4) e seguiram uma

escala contendo quatro graus de valoração, destacadas na figura 2

z

Figura 2: Diagrama dos graus de valoração

As questões do instrumento estão divididas por blocos; em cada bloco

em itens com escores de 1 a 4 representados da seguinte forma: objetivos-

correspondem aos propósitos, metas ou fins que se deseja atingir com a

utilização da tecnologia educativa; estrutura e apresentação - refere-se à

forma de apresentar as orientações. Isto inclui sua organização geral, estrutura,

estratégia de apresentação, coerência e formatação; relevância- refere-se às

características que avaliam o grau de significação do material educativo

apresentado; comentários gerais e sugestões dos juízes-especialistas. A

produção de dados com os juízes-especialistas está ilustrada na Figura 3.

TOTALMENTE

ADEQUADA

(TA)

ADEQUADA

(A)

PARCIALMENTE

ADEQUADA

(PA)

INADEQUADA

( I )

1 2 3 4

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Figura 3- Diagrama da produção de dados com os juízes-especialistas

Terceiro momento: Validação de conteúdo. As respostas que indicam

um nível específico de concordância ou discordância com cada declaração,

foram pontuadas e somadas, gerando uma pontuação total. Coube, ainda, aos

juízes descrever suas opiniões (POLIT; BECK, 2011).

Para a análise quantitativa da validação dos juízes foi calculada a

adequação da representação comportamental dos itens. Com vistas a essa

análise, reagrupou-se as opções de respostas de 1, 2, 3 e 4 com 1 e 2 (+1), 3

(0) e 4 (-1), a resposta de cada juiz poderia variar de –1 a +1 e quanto mais

próxima de +1, maior a concordância entre eles de que o item era pertinente

JUÍZES-ESPECIALISTAS

Tem a função de julgar a cartilha quanto à clareza,

compreensibilidade ou redundância e à adequação

da representação comportamental dos itens

Receberam orientação sobre a carta convite, um TCLE, a cartilha, um questionário e sobre o prazo da

devolução da cartilha.

Os questionário apresentamas pontuações: Totalmenteadequada, adequada,parcialmente adequada einadequada; assinalandoseus escores de 1 a 4 paracada item.

1

2

3

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(índice de concordância). A partir das respostas dos juízes foi possível calcular

as médias de concordância que variaram, entre –1 e +1. Na sequência ocorre à

análise de cada item, em relação a essas médias obtidas, e a maioria dos itens

deverá alcançar média acima de 80% (médias positivas); os itens que

obtiverem médias inferiores ao esperado, deverão ser modificados.

Para a análise qualitativa, agruparam-se as respostas, com intuito de

descrever a adequação da representação comportamental dos blocos gerados

pelos comentários e sugestões. Com vista a essa análise, manteve-se a

mesma valoração para as opções de respostas (1,2,3 e 4), considerando as

opções 1e 2 (+1)= positivas e positivas com ressalvas- P/PR, 3 (0)=

duvidoso-D e 4 (-1) = negativa com ressalva- NR; as respostas de cada juiz

poderia variar de positivas e positivas com ressalvas a negativa com

ressalva e quanto mais próximo de P/PR maior a convergência de consenso

entre eles. A partir das respostas dos juízes foi possível analisar

qualitativamente o grau de concordância, que confirma a média alcançada na

análise quantitativa que foi acima de 80%; os itens que tiveram médias

inferiores ao esperado foram modificados. Convém destacar que a maioria das

respostas dos avaliadores foram repetidas e acatadas em sua integralidade e

houve necessidade de reavaliação de algumas fotos para enfatizar o cuidado

pelo método; esse fato não interferiu nas respostas e não indicou reavaliação

dos demais itens. A cartilha foi atualizada e preparada para o momento a

seguir (versão 4).

Quarto momento: Avaliação da cartilha pelo público-alvo. Consiste na

avaliação da clareza e compreensão dos itens, facilidade de leitura,

compreensão e forma de aparência do instrumento. O processo de avaliação

da versão 4 com os familiares de RNs internados foi realizado individualmente,

na UTI neonatal, no momento do sono dos bebês, antes ou após o momento

de acompanhamento/visitas; com os familiares dos recém nascidos com alta

recente o encontro foi também na UTI neonatal antes do “exame do olhinho”.

Entregamos a cartilha aos “familiares cangurus” e realizamos uma leitura

compartilhada que aconteceu em torno de 40 a 60 minutos. Após a leitura e

avaliação da cartilha, os familiares responderam ao formulário também

organizado conforme a escala de Likert, com itens distribuídos em cinco

blocos, representados da seguinte forma: objetivos- referem-se aos

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propósitos, metas ou fins que se deseja atingir com a utilização da cartilha;

organização – refere-se à forma de apresentar as orientações. Isto inclui sua

organização geral, estrutura, estratégia de apresentação, coerência e

formatação; estilo da escrita – refere-se a características linguísticas,

compreensão e estilo da escrita do material educativo apresentado; aparência-

refere-se às características que avaliam o grau de significação do material

educativo apresentado; motivação - refere-se à capacidade do material em

causar algum impacto, motivação e/ou interesse, assim como ao grau de

significação do material educativo apresentado; comentários gerais e

sugestões. A produção de dados com o público-alvo está ilustrada na figura 4.

Figura 4- Diagrama da produção de dados com o público-alvo

2

Público-ALVO

Tem a função de avaliar a cartilha quanto aos objetivos,

organização, estilo da escrita, compreensão, aparência e

grau de significação do material educativo apresentado.

Receberam orientação sobre o estudo, um TCLE, a cartilha, um

formulário referente aos itens avaliativos da cartilha.

Os questionário apresentam aspontuações: Totalmenteadequada, adequada,parcialmente adequada einadequada; assinalando seusescores de 1 a 4 para cada item.

1 3

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Quinto momento: Validação da semântica. De posse da cartilha e dos

formulários respondidos verificou-se o grau de concordância do público-alvo

utilizando o mesmo cálculo da validação dos juízes. Os ajustes da cartilha

foram a partir das sugestões dos “familiares cangurus” registrados no

formulário.

Os dados captados dos instrumentos na primeira e segunda avaliação

foram armazenados em bancos de dados numéricos do Sistema Gerenciador

EpiData, e foram tratados quantitativamente.

A análise quantitativa dos resultados numéricos foram com base na

análise estatística descritiva por meio dos recursos de computação do sistema

Data Analysis and Statistical Software (STATA 12) e apresentados em quadros

e tabelas.

A análise quantitativa no processo de validação sistematiza os

resultados numéricos das avaliações atribuídos em pontos. Na concepção de

Polit e Beck (2011, p. 430) “os dados quantitativos seriam uma massa caótica

de números. Os procedimentos estatísticos possibilitam aos pesquisadores

organizar, interpretar e transmitir informações numéricas”. Sobre a estatística

descritiva os mesmos autores ressaltam que é usada para sistematizar e

descrever os dados. A estatística descritiva é a parte da estatística que

abrange métodos destinados a resumir a informação contida nos dados,

destacando os aspectos mais marcantes.

A análise qualitativa dos resultados foi com base na descrição da

convergência das respostas satisfatórias (consenso dos comentários,

sugestões, pontos de vista e ideias registradas dos juízes-especialistas e

público-alvo), uma adaptação segundo a técnica de Delphi modificada.

A análise qualitativa valoriza a subjetividade e dá ênfase a ela. Para Polit

e Beck (2011) é um empreendimento particularmente desafiador por três

razões principais. Em primeiro lugar, não há regras universais de análise desse

tipo de dado. A falta de procedimentos analíticos padronizados dificulta as

explicações de como essas análises podem ser feitas e como as descobertas

devem ser apresentadas de modo a evidenciar sua validade. Em segundo

lugar, os analistas qualitativos têm de organizar e dar sentido a materiais

narrativos. Em terceiro lugar, para uma boa análise, são necessárias

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habilidades indutivas potentes (indução de universais com base em

particulares) e criatividade.

A técnica de Delphi busca estabelecer um consenso de opiniões em um

grupo formado por especialistas sobre eventos futuros (WRIGHT;

GIOVINAZZO, 2000). Esta técnica de criação de consenso utiliza respostas

escritas dos membros do grupo, ou ainda um método para a sistemática coleta

e comparação crítica de julgamentos, de participantes anonimamente isolados,

sobre um tópico, através de um conjunto de questionários cuidadosamente

desenvolvidos, intercalados com informações sumarizadas e “feedback” das

opiniões, derivadas das respostas anteriores (CHAPMAN, 1998); (CHAPMAN,

2004); (DEY; OGUNLANA, 2004); (KERZNER, 2001); (MORANO, 2003);

(PMBOK - PMI, 2004).

Na técnica denominada de Delphi modificada, propõe - se um limite no

número de ciclo de execução, para a busca do consenso. Nesse caso, o

"consenso" representa o nível conseguido na última etapa da aplicação dos

questionários determinada, geralmente, num ponto de corte previamente

definido pelo pesquisador (SILVA; TANAKA, 1999)

Sexto momento: Elaboração da última versão da cartilha (versão 5).

Consistiu na construção da cartilha a partir das considerações do público-alvo

com o objetivo de dar qualidade ao instrumento para mediar o cuidar-educando

dos familiares na UTI neonatal.

Como destaca Pasquali (1997), há necessidade de completar

posteriormente o instrumento que se propôs elaborar para que realmente se

torne válido e confiável dentro dos padrões científicos de validade.

O trabalho foi encaminhado ao Comitê de Ética e, conforme os

preceitos ético-legais, a pesquisa atendeu as normas da Resolução N° 196/96,

além da aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação Pública

Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Viana, no qual obteve a anuência com o

protocolo de Nº 154/2011.

Para facilitar o entendimento desse estudo, optei por apresentar as

etapas da metodologia de forma resumida, como mostra a Figura 5.

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4

4

M

E

T

O

D

L

O

G

I

A

R

E

S

U

M

I

D

A

TIPO DE

ESTUDO

Validação de tecnologia impressa, do tipo cartilha, por meio de uma pesquisa de desenvolvimento metodológico com abordagem quanti-qualitativa

Pesquisa metodológica- trata do desenvolvimento, da validação e da avaliação de ferramentas e métodos

de pesquisa.

Validação: é um processo que se examina, com precisão, determinado instrumento ou inferência realizada a partir de escores estabelecidos.

LOCAL DO

ESTUDO

ESTUDO

A validação de consenso por juízes-especialistas ocorreu nos locais onde trabalham e o processo de

validação pela população-alvo se deu na UTI-neo da FHCGV

SUJEITOS

Juízes-especialistas: 6 enfermeiros, 3 médicos intensivistas neonatal, 1 terapeuta ocupacional, 1 psicólogo, 1 pedagogo, 1 designer, 1 comunicador social, 1 arte educador.

Validação de conteúdo – julgamento da cartilha quanto à clareza, compreensibilidade ou redundância e à adequação da representação comportamental dos itens

População-alvo: 20 familiares dos RNs internados na UTI-neo (pai, mãe, avós e tia)

Validação da semântica - avaliação da cartilha quanto aos objetivos, organização, estilo da escrita, compreensão, aparência e grau de significação do material educativo apresentado

PRODUÇÃO

DE DADOS

Adequação da cartilha (versão 1) PRIMEIRO MOMENTO

SEGUNDO

MOMENTO

QUARTO MOMENTO

QUINTO MOMENTO

Avaliação da cartilha por juízes-especialistas

Avaliação da cartilha pelo público-alvo

Validação da semântica

Receberam uma carta-convite; assinaram TCLE; receberam a cartilha e o questionário tipo escala de Lickt

Receberam uma carta-convite; assinaram TCLE; receberam a cartilha e responderam um

formulário tipo escala de Lickt

TERCEIRO MOMENTO

Validação de conteúdo

ANÁLISE DOS DADOS

QUANTI

QUALI Análise qualitativa (Adaptação segundo a Técnica de Delphi modificada)

Estatística descritiva

SEXTO MOMENTO

Elaboração da última versão da cartilha

Figura 5- Etapas/momentos metodologia

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3 BASES

TEÓRICAS

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3.1 O AMBIENTE DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

O ambiente da UTI neonatal pode se apresentar em duas situações distintas:

uma que é a UTI em si, com finalidade para tratamento de recém-nascido que

necessita de cuidados intensivos, de observação rigorosa, tratamento meticuloso. A

maioria é prematuro, entretanto RNs a termo e pós-termo podem precisar de terapia

intensiva.

São considerados critérios de internação em UTI neonatal RNs com distúrbios

metabólicos, icterícia neonatal, indicação de exosanguíneotransfusão, RN com peso

baixo peso, com desconforto respiratório necessitando de oxigenoterapia (halo,

Cpap, ventilação mecânica), com síndrome hemorrágica, com episódios de apnéia,

com qualquer distúrbio gastrintestinal que necessite jejum prolongado e Nutrição

Parenteral Prolongado (NPP), com problemas respiratórios, hemodinamicamente

instáveis, com cardiopatias, com patologia do SNC, e entre outras situações.

Esse ambiente pela estrutura física fechada e pela quantidade de

equipamentos pode ser classificado como um local de excessos e potencial para

desenvolvimento de estresse, devido ao barulho (de equipamentos e principalmente

da atividade do pessoal da UTI); iluminação intensa e contínua, sem alternância de

dia-noite; manuseio excessivo em torno de 134 vezes em 24hs por recém-nascido;

posturas pouco adequadas dos recém-nascidos do ponto de vista de

desenvolvimento e procedimentos dolorosos. Todos estes elementos ocorrem em

um esquema variado e absolutamente imprevisível para o bebê (AHRNBP, 2011);

(TAMEZ; SILVA, 2009); (COSTA; MARBA, 2003).

O método canguru por reconhecer os excessos que o ambiente da UTI

neonatal ocasiona aos recém-nascidos e familiares propõe uma atenção

humanizada, aplicando as práticas de cuidados recomendadas pelo método, visando

diminuir o stress do ambiente e das atividades diárias. Essas práticas se

referem a recepção dos familiares na UTI neonatal, promovendo a comunicação

entre a família e equipe de saúde, organização do recém nascido no berço ou

incubadora, orientação do contato pele a pele, promoção do sono, formação

do vínculo afetivo, planejamento dos momento e sequência das manipulações

(reduzir ao mínimo os procedimentos dolorosos, ajustando seu momento

durante o dia), facilitando os contatos dos pais com o bebê, alimentação

(gavagem) com boa postura, sem estímulos concomitantes, com oportunidades para

sucção não nutritiva, banho de imersão, tem efeito calmante, organização

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comportamental antes e depois de procedimentos dolorosos, entre outros

(AHRNBP, 2011).

A outra situação é a de processo de alta, no qual o recém-nascido se

encontra com quadro clínico estável; os pais se preparam para cuidar do seu bebê

no domicílio, a partir das práticas executadas na UTI neonatal sob a supervisão da

enfermagem que cuida-educando fundamentada na segunda e terceira etapa do

método canguru (AHRNBP, 2011).

3.2 OS CUIDADOS COM OS RECÉM-NASCIDOS INTERNADOS NA UTI

NEONATAL

Não haviam instituições destinadas aos cuidados neonatais no século XIX e a

taxa de mortalidade era elevada; a atitude médica era de considerar que os

prematuros eram desprovidos de sobrevida. “Havia um sentimento de que a seleção

natural se encarregaria das crianças „menos adaptadas‟ à sobrevivência, tal como o

sugerido pelo termo „fracote‟ atribuído às crianças prematuras” (AVERY, 1999, p.3).

Perante a crescente mortalidade de recém-nascidos, principalmente os prematuros,

o cuidado preventivo ganhou destaque e passou a ser praticado; as maternidades

passaram por adequações, ampliação dos espaços físicos e aumento do número de

leitos; para evitar a morte entre os recém-nascidos, foi criada uma incubadora

semelhante a uma “chocadeira de ovos de galinha”, pelo funcionário do zoológico

Stephane Etienne Tarnier, com finalidade manter a termorregulação dos recém-

nascidos. Este equipamento ganhou destaque por diminuir a mortalidade neonatal.

“(...) esta incubadora fez decrescer a taxa de mortalidade de 66% para 38% entre

crianças pesando menos que 2000g ao nascimento” (LUSSKY, 1999, p.1) e

favorecendo a recuperação de outros recém-nascidos a termo com necessidades de

aquecimento.

É denominado de recém-nascido, crianças com idade de 0 a 28 dias de vida;

classificados de acordo com a idade gestacional em pré-termos- idade gestacional

inferior a 37semanas - a termo: idade gestacional entre 37 e 41 semanas e 6 dias;

pós-termo - idade gestacional igual ou maior que 42 semanas. A Identificação dessa

classificação é importante, pois direciona os cuidados prestados na terapia intensiva

neonatal, comprovado desde a origem dos cuidados neonatais, diante da

preocupação do obstetra francês Pierre Budin, criador da neonatologia, o qual, além

da assistência à mulher no parto, também se preocupou com as condições de saúde

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dos recém-nascidos fora da sala de parto. Esse obstetra foi responsável pelo

desenvolvimento dos princípios e métodos que passaram a formar a base da

medicina e criou um ambulatório de puericultura em Paris (LUSSKY, 1999).

No final do século XIX, Martin Coney, aluno de Budin, em 1896 nos Estados

Unidos foi considerado o primeiro a oferecer cuidados especializados a crianças

prematuras (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2005). Entretanto, a criação de incubadoras

não foram suficientes para o tratamento dos recém-nascidos, visto que no início do

século XX os avanços tecnológicos apontam também para criações de

equipamentos para auxiliar os recém-nascidos com problemas respiratórios;

transformações nos saberes dos pediatras, que estendiam o tratamento aos recém-

nascidos, além dos lactentes e resultados significantes do índice de mortalidade

neonatal com a diminuição de sua taxa.

Na primeira metade da década do século XX, ocorreu a contribuição dos

pediatras para a ciência no tocante à neonatologia, com estudos sobre a

alimentação (natural e artificial) e a prematuridade (LUSSKY, 1999). O início da

neonatologia foi biomédico, no entanto a enfermagem teve importante participação

no desenvolvimento do cuidado neonatal evidenciado pelo pediatra Julius Hess

(1975) de que os melhores resultados obtidos no cuidado aos recém-nascidos

prematuros eram alcançados quando enfermeiras bem treinadas estavam à frente

do serviço.

O desenvolvimento do cuidado neonatal no Brasil iniciou em meado século

XX, na década de 50, sob forte influência dos países americanos, com elevado

índice de abandono de crianças, elevadas taxas de natimortalidade e a inauguração

da Policlínica das Crianças, mantida pela Santa Casa de Misericórdia no Rio de

Janeiro (OLIVEIRA; RODRIGUES, 2005).

Na contemporaneidade, o cuidado neonatal tem sido ponto primordial do

Ministério da Saúde, visto que nesse componente há um relevante desafio para a

redução da mortalidade infantil. Que preocupado em encontrar uma metodologia de

abordagem perinatal “adequada para sua realidade e sua cultura” com interesse em

mudar a postura técnica/profissional relacionada à humanização da assistência

prestada aos recém-nascidos e em UTI neonatal e seus familiares, lançou, por meio

da Portaria nº 693 de 5/7/2000, a Norma de Atenção Humanizada do Recém-

Nascido de Baixo Peso (Método Canguru) (BRASIL, 2009).

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A Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso- Método

Canguru, foi lançada em dezembro de 1999 e publicada através da Portaria

Ministerial nº 693 de 05/07/2000, aborda sobre conhecimentos referentes às

particularidades físicas e biológicas e das necessidades especiais de cuidados

técnicos e psicológicos desde os aspectos gerais da gravidez, situação da mãe, do

pai, do recém-nascido de baixo peso e de toda a sua família, a enfermagem e os

demais profissionais de saúde responsável por esse atendimento, objetivando

transformações importantes em suas ações como cuidadores, pensando em um

melhor prognóstico para o recém nascido, um melhor desenvolvimento

neuropsicomotor, aprimorar e adequar os cuidados neonatais as normas, favorecer

ao acolhimento efetivo, bem como aguçar a percepção do cuidador quanto ao

ambiente de trabalho e sua atuação profissional e ainda, contribuir a redução da

mortalidade neonatal (MAIA. et al,2011); (AHRNBP, 2011); (LAMY, 2005; )

A implantação e o impacto das ações desenvolvidas na área perinatal,

somadas ao desenvolvimento da neonatologia e às novas tecnologias surgidas nas

duas últimas décadas, têm possibilitado a sobrevida de recém-nascidos (RN) cada

vez menores (HENNIG, et al, 2006).

3.2. 1 Sobre o método canguru (MC)

O Método Canguru e um tipo de assistência perinatal que visa à melhoria da

qualidade do cuidado. É desenvolvido em três etapas conforme Portaria GM/MS no

1.683, de 12 de julho de 2007 que: parte dos princípios da atenção humanizada;

reduz o tempo de separação entre mãe e recém-nascido e favorece o vinculo;

permite um controle térmico adequado; contribui para a redução do risco de infecção

hospitalar; reduz o estresse e a dor do recém-nascido; aumenta as taxas de

aleitamento materno; melhora a qualidade do desenvolvimento

neurocomportamental e psicoafetivo do recém-nascido; propicia um melhor

relacionamento da família com a equipe de saúde; possibilitam maior competência e

confiança dos pais no cuidado do seu filho inclusive após a alta hospitalar; reduz o

número de reinternacões; e contribui para a otimização dos leitos de Unidade de

Terapia Intensiva e de Cuidados Intermediários Neonatais (AHRNBP, 2011).

Esse método surgiu pela primeira vez em 1979, na Colômbia, na cidade de

Bogotá, tendo seu desenvolvimento no Instituto Materno-Infantil da mesma cidade.

Desde essa data vem sendo utilizado em vários países, visando à redução dos

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custos da assistência perinatal e a aplicação do contato pele a pele (posição

canguru) precoce entre a mãe e o seu recém-nascido como método único na

promoção do vínculo afetivo, termorregulação estável dos recém-nascidos e

desenvolvimento normal dos mesmos, tendo como resultado positivo a alta

hospitalar mais rápida (AHRNBP, 2011); (MAIA. et al,2011) .

No Brasil surgiu em 1991, previamente adotada pelo Hospital Guilherme

Álvaro em Santos/SP nas enfermarias do Alojamento Conjunto. Posteriormente,

alguns hospitais brasileiros passaram a utilizar as praticas da posição canguru para

a população de “mães e bebês prematuros” sem critérios técnicos bem definidos

(LAMY, 2005).

Em 1997, o Instituto Materno Infantil de Pernambuco, hoje Instituto de

Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), foi o primeiro hospital

brasileiro a criar um espaço exclusivo para esse método e é considerado Centro de

Referência pelo Ministério da Saúde. Durante os 16 anos de existência, essa prática

foi disseminada em todo o país. O IMIP foi responsável pela implantação do método

nos estados da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Em 1997, o IMIP conquistou

o Prêmio da Fundação Getúlio Vargas de Gestão Pública e Cidadania e o I Prêmio

Unibanco de Saúde e Medicina, 1º lugar na área social. O IMIP sediou o 1° Encontro

Nacional Mãe Canguru, de 27 a 29 de janeiro de 1999, no qual participaram

representantes dos hospitais que já realizavam a metodologia, como Cesar Calls

(Fortaleza), Frei Damião (Paraíba), Alexandre Fleming (Rio de Janeiro), Sofia

Feldman (Minas Gerais) e Guilherme Álvaro (São Paulo) e componentes da Área

Técnica da Saúde da Criança do Ministério da Saúde (AHRNBP, 2011); (LAMY,

2005).

Ainda nesse contexto, a estratégia no Brasil, tem uma conotação diferente da

pratica da posição canguru como método único. A norma visa principalmente, a uma

mudança de atenção à saúde, centrada na humanização da assistência e no

princípio de cidadania da família (BRASIL, 2007).

No Pará o MC foi instituído pioneiramente na cidade de Belém, em março de

1998, na Fundação Santa Casa de Misericórdia (FSCMP), onde se realizava apenas

a “posição canguru” em uma enfermaria específica para esses fins, denominada

“enfermaria mãe canguru”. Nenhum outro hospital aplicava o método. A

reestruturação do método na FSCMP aconteceu a partir da Norma de Orientação

para implantação do MC, de 12 de julho de 2007, na qual a operacionalização do

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método modificou, para atender as etapas do método. Agora não mais mãe canguru

e sim método canguru.

Em 2010, o método canguru foi parcialmente implantado na Fundação Pública

Estadual Hospital de Clinicas Gaspar Viana, instituição cenário desse estudo, pelos

tutores do MC da FSCMP. Atualmente aplica-se na prática da UTI neonatal a

primeira e segunda etapa do método.

Recentemente o Manual Técnico do Método Canguru (2011) ressalta na

Norma de atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso, a “prática canguru”

associa a todas as correntes mais modernas da atenção ao recém-nascido,

incluindo, necessariamente, os requisitos da atenção biológica, dos cuidados

técnicos especializados, com igual ênfase a atenção psicoafetivo, a mãe, a criança e

a família. Especial preocupação também foi destinada aos cuidados com o cuidador,

tendo como principio básico para uma boa atenção perinatal o cuidado com a equipe

de saúde. Dessa forma, no dia 8 de dezembro de 1999, em evento realizado no Rio

de Janeiro, no auditório do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES), a Norma de Atenção Humanizada foi lançada e apresentada pelo então

Ministro da Saúde à comunidade científica brasileira (AHRNBP, 2011).

As normas gerais do método canguru sob a luz do Manual Técnico de

Atenção ao recém-nascido de baixo peso, 2011, apontam: 1. A adoção do Método

Canguru visa, fundamentalmente, a uma mudança de atitude na abordagem do

recém-nascido de baixo peso, com necessidade de hospitalização; 2. O método

descrito não é um substitutivo das unidades de terapia intensiva neonatal, nem da

utilização de incubadoras, já que estas situações têm as suas indicações bem

estabelecidas; 3. O Método não objetiva economizar recursos humanos e recursos

técnicos, mas fundamentalmente aprimorar a atenção perinatal; 4. O início da

atenção adequada ao RN antecede o período do nascimento. Durante o pré-natal, é

possível identificar mulheres com maior risco de terem recém-nascidos de baixo

peso; para elas, devem ser oferecidas informações sobre cuidados médicos

específicos e humanizados; 5. Nas situações em que há risco de nascimento de

crianças com baixo peso, é recomendável encaminhar a gestante para os cuidados

de referência, uma vez que essa é a maneira mais segura de atenção; 6. Na 2a

etapa não se estipula a obrigatoriedade de tempo em posição canguru. Essa

situação deve ser entendida como um fato que ocorre com base na segurança do

manuseio da criança, no prazer e na satisfação da criança e da mãe; 7. Deverá ser

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também estimulada a participação do pai e de outros familiares na colocação da

criança em posição canguru; 8. A presença de berço no alojamento de mãe e filho,

com possibilidade de elevação da cabeceira, permitirá que a criança permaneça na

hora do exame clínico, durante o asseio da criança e da mãe e nos momentos em

que a mãe e a equipe de saúde achar necessários; 9. São atribuições da equipe de

saúde: orientar a mãe e a família em todas as etapas do método; oferecer suporte

emocional e estimular os pais em todos os momentos; encorajar o aleitamento

materno; desenvolver ações educativas abordando conceitos de higiene, controle de

saúde e nutrição; desenvolver atividades recreativas para as mães durante o

período de permanência hospitalar; participar de treinamento em serviço como

condição básica para garantir a qualidade da atenção; orientar a família na hora da

alta hospitalar, criando condições de comunicação com a equipe, e garantir todas as

possibilidades já enumeradas de atendimento continuado.

As vantagens do método envolvem o psicoafetivo, o desenvolvimento

neuropsicomotor, o aleitamento materno, interação família/recém-nascido/equipe de

saúde, stress, o acolhimento dos pais, entre outros descritos a seguir: aumenta o

vinculo mãe-filho; reduz o tempo de separação mãe-filho; melhora a qualidade do

desenvolvimento neurocomportamental e psicoafetivo do RN de baixo peso;

estimula o aleitamento materno, permitindo maior frequência, precocidade e

duração; permite um controle térmico adequado; favorece a estimulação sensorial

adequada do RN; contribui para a redução do risco de infecção hospitalar; reduz o

estresse e a dor dos RN de baixo peso; propicia um melhor relacionamento da

família com a equipe de saúde; possibilita maior competência e confiança dos pais

no manuseio do seu filho de baixo peso, inclusive após a alta hospitalar; contribui

para a otimização dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva e de cuidados

Intermediários devido a maior rotatividade de leitos.

O método canguru deve atender as gestantes de risco para o nascimento de

crianças de baixo peso; recém-nascidos de baixo peso; mãe, pai e família do recém-

nascido de baixo peso. 10. Recursos Humanos necessários no método canguru.

Para funcionamento do método canguru se faz necessária a formação de

uma equipe multiprofissional constituída por: médicos; pediatras e/ou

neonatologistas (cobertura de 24 horas); obstetras (cobertura de 24 horas);

oftalmologista; enfermeiros (cobertura de 24 horas); psicólogos; fisioterapeutas;

terapeutas ocupacionais; assistentes sociais; fonoaudiólogos; nutricionistas; técnicos

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de enfermagem (na 2ª etapa, um técnico para cada seis binômios com cobertura 24

horas). 11. Recursos Físicos. Os setores de terapia intensiva neonatal e de cuidados

intermediários deverão obedecer às normas já padronizadas para essas áreas e

permitir o acesso dos pais com possibilidade de desenvolvimento do contato tátil

descrito nas etapas 1 e 2 dessa Norma. É importante que essas áreas permitam a

colocação de assentos removíveis (cadeiras– bancos) para, inicialmente, facilitar a

colocação em posição canguru; Os quartos ou enfermarias para a 2ª etapa deverá

obedecer à Norma já estabelecida para alojamento conjunto, com aproximadamente

5m2 para cada conjunto leito materno/ berço do recém-nascido; Recomenda-se que

a localização desses quartos proporcione facilidade de acesso ao setor de cuidados

especiais; Objetivando melhor funcionamento, o número de binômios por enfermaria

deverá ser de, no máximo, seis; O posto de enfermagem deverá localizar-se próximo

a essas enfermarias; Cada enfermaria deverá possuir um banheiro (com dispositivo

sanitário, chuveiro e lavatório) e um recipiente com tampa para recolhimento de

roupa usada.

3.2.2 Cuidados de enfermagem na aplicação do método canguru

A aplicação do método se refere ao desenvolvimento das práticas de

cuidados através das três etapas que o compete.

Primeira etapa: período que se inicia no pré-natal da gestação de alto risco

seguido da internação do RN na Unidade Neonatal. Nessa etapa, os procedimentos

deverão seguir os seguintes cuidados especiais: acolher os pais e a família na

Unidade Neonatal; esclarecer sobre as condições de saúde do RN e os cuidados

dispensados; sobre a equipe, as rotinas e o funcionamento da Unidade Neonatal.

Fotografia 1- Conversa com os familiares sobre o Método canguru

Fonte: UTI neonatal - FHCGV

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Estimular o livre e precoce acesso dos pais à Unidade Neonatal, sem

restrições de horário; propiciar sempre que possível, o contato com o bebe por meio

de orientação aos pais como ”tocar” no bebê (toque terapêutico); como colocar o

bebê em contato pele a pele com os pais (posição canguru); garantir que a primeira

visita dos pais seja acompanhada por pelo menos um membro da equipe de

profissionais; oferecer suporte para a amamentação, orientando a mãe quanto á

importância do aleitamento materno, da retirada do leite materno para alimentar o

bebê na sua ausência ou para dieta por sonda orogástrica.

Fotografia 2- Mãe amamentando

Fonte: UTI neonatal - FHCGV

Estimular a participação do pai em todas as atividades desenvolvidas na

Unidade; assegurar a atuação dos pais e da família como importantes moduladores

para o bem estar do bebe; comunicar aos pais as peculiaridades do seu bebe e

demonstrar continuamente as suas competências; garantir a puérpera a

permanência na unidade hospitalar pelo menos nos primeiros cinco dias, oferecendo

o suporte assistencial necessário; diminuir os níveis de estímulos ambientais

adversos da unidade neonatal, tais como odores, luzes e ruídos; adequar o cuidar

de acordo com as necessidades individuais comunicadas pelo bebe; garantir ao

bebe medidas de proteção do estresse e da dor.

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Fotografia 3 – Incubadora coberta Fotografia 4 “Bebê aninhado”

para diminuir a intensidade da luz

Fonte: UTI neonatal – FHCGV Fonte: UTI neonatal - FHCGV

Segunda etapa: na segunda etapa o bebê permanece de maneira contínua

com sua mãe e a posição canguru ser realizado pelo maior tempo possível. Esse

período funcionará como um “estágio” pré-alta hospitalar.

São critérios de elegibilidade para a permanência nessa etapa: a) do bebê:

estabilidade clínica; nutrição enteral plena (peito, sonda gástrica ou copo); peso

mínimo de 1.250g. b) da mãe: desejo de participar, disponibilidade de tempo e de

rede social de apoio; consenso entre mãe, familiares e profissionais da saúde;

capacidade de reconhecer os sinais de estresse e as situações de risco do recém-

nascido; conhecimento e habilidade para manejar o bebê em posição canguru; c)

permitir o afastamento temporário da mãe de acordo com suas necessidades. d)

acompanhar a evolução clínica e o ganho de peso diário. e) Cada serviço deverá

utilizar rotinas nutricionais de acordo com as evidências científicas atuais. f) A

utilização de medicações orais, intramusculares ou endovenosas intermitentes não

contra-indica a permanência nessa etapa.

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Fotografia 5 - Mãe com o seu bebê na posição canguru

Fonte: UTI neonatal - FHCGV

São critérios para a alta hospitalar com transferência para a 3ª etapa: mãe

segura; psicologicamente motivada; bem orientada; e familiares conscientes quanto

ao cuidado domiciliar do bebê; compromisso materno e familiar para a realização da

posição pelo maior tempo possível; peso mínimo de 1.600g; ganho de peso

adequado nos três dias que antecederem a alta; sucção exclusiva ao peito ou, em

situações especiais, mãe e família habilitada a realizar a complementação;

assegurar acompanhamento ambulatorial até o peso de 2.500g; a primeira consulta

deverá ser realizada até 48 horas da alta e as demais no mínimo uma vez por

semana; garantir atendimento na unidade hospitalar de origem, a qualquer

momento, até a alta da terceira etapa.

Terceira etapa: esta etapa se caracteriza pelo acompanhamento da criança e

da família no ambulatório e/ou no domicílio até atingir o peso de 2.500g, dando

continuidade à abordagem biopsicossocial.

O ambulatório de acompanhamento e suas atribuições: realizar exame físico

completo da criança tomando como referências básicas o grau de desenvolvimento,

o ganho de peso, o comprimento e o perímetro cefálico, levando-se em conta a

idade gestacional corrigida; avaliar o equilíbrio psicoafetivo entre a criança e a

família e oferecer o devido suporte; apoiar a manutenção de rede social de apoio;

corrigir as situações de risco, como ganho inadequado de peso, sinais de refluxo,

infecção e apnéia; orientar e acompanhar tratamentos especializados; orientar

esquema adequado de imunizações.

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O seguimento ambulatorial deve apresentar as seguintes características: ser

realizado por médico e/ou enfermeiro, que, de preferência, tenha acompanhado o

bebê e a família nas etapas anteriores; o atendimento, quando necessário, deverá

envolver outros membros da equipe interdisciplinar; ter agenda aberta, permitindo

retorno não agendado, caso o bebê necessite; o tempo de permanência em posição

canguru será determinado individualmente por cada díade; após o peso de 2.500g, o

seguimento ambulatorial deverá seguir as normas de crescimento e

desenvolvimento do Ministério da Saúde.

3.3 A ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

O trabalho do enfermeiro é indispensável, pois ele une o conhecimento

científico à realidade e à prática da UTI neonatal. Com efeito, pode reconhecer as

necessidades do bebê e planejar sua assistência e aplicá-la de modo sistematizada

(ROLIM; CARDOSO, 2006)

A enfermagem no cuidado ao ambiente da UTI neonatal deve ser responsável

em promover a adaptação do RN ao meio externo fazendo a manutenção do

equilíbrio térmico adequado (controlando a temperatura corporal; do ambiente e dos

berços e incubadoras); controle do ambiente da UTI neonatal (diminuindo a luz no

momento de sono e repouso dos recém-nascidos, cobrindo as incubadoras com

tecidos); controle do som (diminuindo o tom da voz, evitar toques altos de telefones

e celulares, evitar rádio com volume alto).

No contexto do cuidado com a prevenção de infecções a enfermagem deve

controlar estímulo cutâneo (evitar punção venosa periférica sem visualização das

veias, manuseios desnecessários, agrupar os cuidados, realizar controle de infecção

(lavando as mão corretamente, utilizando o álcool gel antes e depois dos

procedimentos e do manuseio dos equipamentos), cuidando da pele do RN.

A enfermagem na monitorização neonatal consiste, primordialmente, na

vigilância no quadro clínico (observação para as alterações físicas, no choro,

hemodinâmicas, cardiorrespiratórias, monitorar os sinais vitais e oximetria), dor;

aspectos e quantidades das eliminações; tolerância alimentar e flebites.

A enfermagem no cuidado com o desenvolvimento neuropsicomotor do

recém-nascido, deve adotar o toque e o contato manual adequado aos manuseios.

Toda a atenção deverá estar focalizada para garantir a estabilidade e a

organização do recém-nascido (RN), oferecendo suporte necessário para facilitar a

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recuperação (momento adequado, contenção, redução de luz e ruídos,

oportunidades para preensão e sucção, oportunidades de abraçar e levar as mãos à

boca) e adequar manejo à dor (CRUVINEL; PAULETTI, 2009).

A enfermagem no cuidado com o acolhimento em UTI neonatal deve

acolher os familiares, envolvendo-os em um processo de educação em saúde,

estimulando-os ao acompanhamento do RN, do o vínculo afetivo, orientando-

os quanto os cuidados neonatais, quanto o ambiente, incentivando-os ao

relacionamento com a equipe, praticando a escuta sensível. Quanto ao cuidado

individualizado, a enfermagem deve orientar e acompanhar os familiares na

higiene, na troca de fralda lateral, pois, de acordo com o MC, essa posição evita a

pressão abdominal, o refluxo gastresofágico e broncoaspiração. Conforme indicação

das fotos a seguir.

Fotografia 6, 7 e 8: Passos para troca de fralda na posição lateral.

Fonte: UTI neonatal – FHCGV Fonte: UTI neonatal – FHCGV Fonte: UTI neonatal - FHCGV

Sobre a troca de fraldas o Ministério da Saúde (2002) orienta colocar o

neonato em decúbito elevado (posição anti-refluxo), retirar a fita adesiva da fralda

com delicadeza (devido ao ruído excessivo), observar a integridade da pele, limpar a

região perianal e nádegas, lateralizando o bebê, nunca elevando os quadris

(risco de aumentar a pressão abdominal, favorecer refluxo gastresofágico e

broncoaspiração), secar a pele e colocar a fralda limpa.

Promover assistência na UTI neonatal exige do enfermeiro conhecimento e

responsabilidade, o cuidado é permeado de tecnologias para atender os RNs em

situações graves. O enfermeiro deve valorizar o RN tornando a assistência mais

2º Passo: “Colocando a

fralda na posição lateral”

3º Passo: “Colocando a

fita adesiva da fralda”

1º Passo: “Bebê

na posição lateral”

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humanamente possível neste aspecto particular de sua vida, ou seja, quando o

enfermeiro dirige o seu cuidar a esse bebê, vendo-o em sua totalidade, busca

maneiras de valorizar o seu potencial, considerando suas limitações e imaturidade

psicobiológica (SILVA; VIEIRA, 2008).

Fotografia 9 e 10: Enfermagem prestando cuidados em UTI neonatal

Fonte: UTI neonatal – FHCGV

Na responsabilidade do enfermeiro em cuidar-educar os familiares para

conviverem na UTI neonatal são necessários treiná-los, pois o cuidado

proporcionado por eles na unidade neonatal é limitado e está ligado ao sucesso do

treinamento, formal ou informal, em que as mães aprendem sobre os cuidados, em

especial a alimentação, e de acordo com o estado clínico do filho, fazem alguns

cuidados especiais que dependerão delas no domicílio. Esse treinamento é

realizado principalmente pelo enfermeiro (BARBOSA, 1990).

3.4 A ENFERMAGEM E O CUIDADO CENTRADO NA FAMÍLIA NA UNIDADE DE

TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

Conforme a Declaração sobre a sobrevivência, a proteção e o

desenvolvimento da criança do Encontro Mundial de Cúpula pela Criança foi

realizado nas Nações Unidas, em Nova Iorque, no dia 30 de setembro de 1990,

afirma que a família tem primordial responsabilidade pela alimentação e pela

proteção da criança, da infância à adolescência. É base da cultura, valores,

normas sociais, desenvolvimento da personalidade da criança. Essa deve crescer

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em um ambiente familiar, recheado de amor, respeito e compreensão. Todos os

esforços devem ser feitos para evitar que a criança seja separada de sua família.

“O nível de bem estar infantil se manifesta de forma precisa, podendo ser

medido e percebido através das condições gerais de sobrevivência, consumo de

alimentos e grau de nutrição, nível de educação e respeito dos seus direitos

humanos básicos, entre os quais o de manter um vínculo estável com a família”

(KALOUSTIAN, 2002, p. 13).

A família è entidade não apenas como unidade biológica e material, mas

como um espaço social, portanto, interacional onde cada evento é vivido a partir de

significados constituídos simbolicamente (ANGELO, 1997). No entanto, a MC

trabalha com o conceito de família ampliada, que consiste na presença de outros

membros familiares, além do pai e da mãe, que participam na atenção e no cuidado

aos RN no Serviço de Neonatologia (AHRNBP, 2011).

Os diferentes integrantes da família experimentam situações muito diversas

quando da internação de um RN. Sabe-se que o somatório desses momentos pode

determinar dificuldades futuras ou possibilitar a elaboração adequada das vivências

ocorridas nesse período (BRASIL, 2009).

Os especialistas harmonizam em que a família exerce suas funções na

sociedade de diversas maneiras, a saber: na economia - cabe aos pais a

manutenção de sua prole; produzem e consomem bens e serviços; no lar e de

cuidados com a saúde - oferecer abrigo, alimentação, cuidados com a higiene e

saúde; na recreação - propiciar aos filhos momentos de lazer; socialização -

desenvolver nos filhos a capacidade de se relacionar em outros grupos, auto-

identidade - oferecer aos filhos noção de realidade e consciência dos limites: Quem

sou? Qual o meu valor?, Transmitir seu conhecimento, costumes, valores e crenças

para os mais jovens; afeição - oferecer afeto, possibilitando aos filhos desenvolver a

capacidade de amar a si e aos outros, de expressar emoções; na educacional/

vocacional - preparar sua prole para ser no mundo (REGEN; CORTEZ; ARDORE,

2008)

A família deve cuidar da criança, entretanto quando se depara a

hospitalização de um recém-nascido em UTI neonatal, apresenta-se frágil, insegura,

sensível ao ponto de não sustentar esse cuidar, passando a ter necessidades de

cuidados tanto quanto o RN. Nessa perspectiva o cuidado na família pode ser

considerado essencial.

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O termo cuidado centrado na família teve início em meados de 1969 com o

propósito de definir a qualidade do cuidado prestado no hospital, segundo a visão

dos pacientes e suas famílias, e de discutir a autonomia do paciente frente às suas

necessidades de saúde, sendo empregado como medicina centrada no paciente,

evoluindo para cuidado centrado no paciente. A partir da constatação de que este

não descrevia a abordagem pretendida, foi incluído o termo família, em 1990,

direcionando a elaboração dos pressupostos atuais do Instituto de Cuidado

Centrado na Família (ICCF). Desde então, surgiu o termo cuidado centrado no

paciente e família, empregado como sinônimo de cuidado centrado na família, sendo

o segundo, mais divulgado na literatura de enfermagem (ICCF, 2008).

Os pressupostos centrais do cuidado centrado na família são assim

apresentados pelo Instituto: dignidade e respeito: os profissionais de saúde ouvem e

respeitam as escolhas e perspectivas do paciente e da família; o conhecimento, os

valores, as crenças e a cultura do paciente e da família são incorporados ao

planejamento e prestação do cuidado; informação compartilhada: os profissionais de

saúde comunicam e dividem as informações úteis de maneira completa e imparcial

com os pacientes e a família; estes recebem informações acuradas, no momento

oportuno, a fim de efetivar sua participação no cuidado e na tomada de decisão;

participação: pacientes e famílias são encorajados e apoiados a participarem do

cuidado e da tomada de decisão, escolhendo seu nível de atuação; colaboração:

pacientes e famílias são incluídos como base de apoio da instituição; os líderes de

cuidado à saúde colaboram com os pacientes e família no desenvolvimento,

implantação e avaliação das políticas e programas, na facilitação dos cuidados à

saúde, na educação profissional e na prestação de cuidado.

Nessa sequência, o ICCF (2008) ressaltar que o cuidado centrado na família

tem o objetivo de promover a saúde e o bem-estar dos indivíduos, família,

restaurando seu controle e dignidade. De acordo com ele, a definição de família é

dada pelos seus próprios membros e as ações não se restringem ao corpo biológico,

tendo em vista que o apoio emocional, social e de desenvolvimento são

considerados componentes do cuidado à saúde. Embora seja centrado na família, o

cuidado não elimina a competência individual de cada membro em relação à tomada

de decisão de sua própria saúde.

Na enfermagem, esse cuidado tem compreendido a família como sistema ou

unidade familiar, acrescentando, aos pressupostos do ICCF, o termo unidade. No

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entanto, é possível afirmar que os pressupostos, descritos pelo ICCF, contemplam a

visão de unidade, mesmo que esta não apareça com esse nome (PINTO et al,

2010).

Na UTI neonatal, o Cuidado Centrado na Família é uma filosofia que além de

cuidar do recém-nascido também reconhece a sua família como unidade de cuidado.

Na concepção de Winkelstein (2006) tal definição considera a família como

constante na vida da criança e a unidade básica de saúde na qual a criança

receberá os cuidados de promoção à saúde e prevenção de doenças, além dos

primeiros atendimentos.

O cuidado centrado na família foi então, definido como a maneira de cuidar da

criança e sua família assegurando que haja um planejamento em torno da família

como unidade, na qual todos os membros sejam reconhecidos como foco do

cuidado e não somente a criança (SHILDES; PRATT; HUNTER, 2006).

O cuidado à família requer uma avaliação da unidade familiar com dados

sobre seu ciclo vital, sua composição, uso dos recursos sociais e pessoais, atenção.

às crenças, aos processos de comunicação e todos os esforços para o manejo das

situações vividas (WERNET; ÂNGELO, 2007). Entretanto, o enfermeiro deve

conduzir a sua equipe a prestar cuidados neonatais juntamente com os pais, para

que eles aprendam como cuidar de seus filhos dentro da UTI neonatal e mantenham

uma interação efetiva.

O cuidar-educando à família é necessário tanto para a formação do vínculo

afetivo, bem como para a promoção do desenvolvimento neuropsicomotor normal do

recém-nascido e sua inserção na comunidade (GAÍVA; SCOCHIL, 2005).

Para que se estabeleça o vínculo afetivo durante a hospitalização do recém-

nascido é preciso que os pais tenham um tempo para aproximação, para o toque

terapêutico, aconchego com o RN. O processo de vínculo entre pais e filhos possui

duas características únicas: uma antes e depois do nascimento (KLAUS; KENNELL;

KLAUS, 2000)

O primeiro contato dos pais com a UTI neonatal causa espanto e surpresa

pelos equipamentos ligados ao seu filho e também pelo fato de estar todo este

aparato voltado para salvaguardá-lo. A visão de um bebê extremamente doente,

cercado de cuidados e de aparelhos, pode ser dolorosa para os pais e certamente

influenciará na qualidade do contato inicial (FROTA, 2007).

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A equipe da UTI neonatal deve encontrar no cuidar-educando opções

capazes de mediar às situações de perdas resultantes desse momento vivido

possibilitando uma atenção adequada a esta família durante a internação e

contribuindo para a continuidade dos cuidados com o recém-nascido ao sair de alta

(TAVARES et al, 2006).

Os pais dos neonatos internados em UTI neonatal apontam que o cuidado de

enfermagem não enfoca apenas procedimentos técnicos, mas também o cuidado

em tratá-los bem, incentiva a aproximação com o bebê, que tenham contato com

pele- a pele, que sejam informados quanto ao estado clínico do filho, os levam a

perceber que são considerados importantes pela enfermagem e, juntos farão o

melhor pelo RN (MONTANHOLI; BUENO, 2009). Ainda os pais, enfatizam que a

presença constante do enfermeiro na unidade, proporciona segurança, confiança

para o RN e para eles próprios (BUTLER; GALVIN, 2003).

3.5 TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NA ENFERMAGEM NEONATAL

A palavra “tecnologia” tem origem nas palavras gregas: Techné – de onde

derivou a palavra “técnica” (que significa saber fazer); Logia – que significa

conhecimento organizado e que deu origem à terminação de muitas disciplinas (por

exemplo: Biologia, Geologia, Ecologia, etc.). Daí resulta que o significado de

tecnologia é: conhecimento voltado para a prática (saber fazer); conhecimento esse,

adquirido e organizado em relação a uma determinada área de intervenção do ser

humano na realidade que o cerca (DOMINGUES, 2011).

Tecnologia é o estudo dos procedimentos técnicos, naquilo que eles têm de

geral e nas suas relações com o desenvolvimento da civilização (LALANDE, 1999).

Para Kawamura (1990) tecnologia consiste no saber (conhecimentos científicos

aplicados à produção) historicamente acumulado através da apropriação sistemática

dos conhecimentos intrínsecos à própria prática do trabalho. As classes dominantes

obtêm o controle do saber, sistematizados nos padrões científicos e tecnológicos,

mediante a pesquisa e a elaboração científica do conhecimento inserido nessa

prática.

Tecnologia Educacional (TE) se refere “[...] a forma sistemática de planejar,

implementar e avaliar o processo total da aprendizagem e da instrução em termos

de objetivos específicos, baseados nas pesquisas de aprendizagem humana e

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comunicação e materiais, de maneira a tornar a instrução mais efetiva” (LUCKESI,

1986, p.56).

No contexto da saúde, as Tecnologias Educativas são ferramentas

importantes para a realização do trabalho educativo e do desempenho do processo

de cuidar. As tecnologias educativas em saúde integram o grupo das tecnologias

leves, denominadas tecnologia de relações, como acolhimento, vínculo, automação,

responsabilização e gestão como forma de governar processos de trabalho

(MEHRY, 2002)

Na prática diária da enfermagem o profissional tem à sua disposição diversas

tecnologias capazes de ajudá-lo a prestar uma assistência eficiente e de qualidade.

Porém, um número considerável de pessoas não utiliza adequadamente todo o

potencial desses recursos, muitas vezes por falta de conhecimento teórico-prático

(CAMPOS, 2007).

A tecnologia, como fundamento do cuidado neonatal, requer um repensar de

todas as formas de relacionamento entre bebês, profissionais e família, na

adequação de sua utilização a diversos saberes, oferecendo cuidado

individualizado, seguro, ético e humano (SÁ NETO; RODRIGUES, 2010).

Utilizar as tecnologias nos cuidados neonatais não significa o uso dos

equipamentos somente, ou limitar-se apenas ao aspecto técnico; à realização de

tarefas ou procedimentos; envolve atitudes que possibilitam atender o recém

nascido e seus familiares com dignidade. De acordo com Waldow (2004); Mehry

(2002) a tecnologia é um processo que envolve ações, atitudes e comportamentos

que se fundamentam no conhecimento científico, técnico, pessoal, cultural, social,

econômico, político e psico-espiritual, buscando a promoção, manutenção e/ou

recuperação da saúde, dignidade e totalidade humana.

Neste sentido, a tecnologia não pode ser vista como algo concreto, mas como

resultado de um trabalho que envolve um conjunto de ações com a finalidade de

aumentar e melhorar o conhecimento sobre o tratamento e o cuidado por meio da

prática em saúde. Também se manifesta na forma de conhecimentos e habilidades

associadas ao uso e à aplicação destes recursos dentro de um sistema

governamental, organizacional e de pessoas integradas, com o objetivo de

maximizar a eficiência e a racionalidade da tecnologia aplicada. No contexto da UTI

neonatal, considera-se a tecnologia do cuidado como um conjunto de técnicas,

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ferramentas e saberes científicos aplicados nas ações de enfermagem (SÁ NETO;

RODRIGUES, 2010).

Nessa perspectiva Oliveira, Collet, Vieira (2006) apontam que a tecnologia é

dividida em duas categorias: as de produto, que se constituem em equipamentos,

instalações físicas, ferramentas e outros; e as de processo, que se referem às

técnicas, métodos e procedimentos utilizados para obtenção de um determinado

produto.

Torna-se prudente refletir quanto ao uso das tecnologias impressas

produzidas como folderes, cartazes, cartilhas, manuais, cadernos de orientação ou

apostilas, que são produzidas e aplicadas sem terem sido submetidos à avaliação

de juizes–especialistas e do público-alvo. Isso parece convergir ao pouco

conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre essa metodologia. Cabe

atentar se as tecnologias impressas que circulam no contexto do cuidar-educando

foram testados ou validados antes de ser distribuídas para uso (TEIXEIRA, 2010).

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4 RESULTADOS

E

DISCUSSÃO

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4.1 Perfil dos juízes

Foram juízes, profissionais de áreas sócio-humanísticas e da área da saúde.

O primeiro conjunto foi denominado “juízes de outras áreas”, e se fez necessário

no processo de validação da cartilha “familiares cangurus” pela importância do

julgamento do conteúdo e aparência no que se refere à organização do processo de

formação cultural e transmissão dos saberes; linguagem, grafismo, diagramação,

comunicação visual; julgamento da arte como linguagem expressiva e forma de

conhecimento; da mensagem que se quer passar; dos layouts das informações. O

objetivo é que o material educativo seja adequado para o público-alvo. Para compor

esse grupo foram selecionados 1 pedagogo, 1 designer gráfico, 1 arte educador e 1

comunicador social.

Os resultados apresentados no Quadro 3 referem-se à graduação, idade, ao

tempo de formação, tempo de atuação, à pós-graduação, produção científica,

participação em eventos e ao tempo de docência. Para análise das sugestões,

optou-se pela identificação dos juízes de outras áreas, utilizando 2 letras JO,

seguidas de numeração crescente da seguinte forma: JO1, JO2, JO3 e JO4.

QUADRO 3: Perfil dos juízes de outras áreas

Profissão ID Código Área e

tempo de formação

Área e

tempo de atuação

Pós-graduação Produção

científica

Participação

em eventos de nos últimos 5

anos

Tempo

de docência

Arte educador 35 JO1 Pedagogia 15 anos

Docência 14 anos

Mestrado em educação/ Doutorado em andamento

29 11 14 anos

Comunicadora social

42 JO2 Comunicação social-Jornalismo 18 anos

Publicidade propaganda

Doutorado em Ciências: Desenvolvimento Socioambiental

05 03 2 anos

Designer 25 JO3 Design Gráfico 5 anos

Imagem e grafismo 5 anos

Não 00 01 Não atua

Pedagogo 36 JO4 Pedagogia e Arquitetura 7 anos

Assessoria pedagógica 3 anos

Especialização em Psicopedagogia

02 06 2 anos

Todos os juízes são adultos, com idade entre 25 a 42 anos, tempo de

formação no mínimo 5 anos e no máximo 18 anos. No tocante ao tempo de atuação,

o menor tempo é 3 anos e o maior 14 anos. A maior titulação é doutor; o maior

número de produção científica entre os juízes de outras áreas é de 29, pertencente

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ao arte educador. Todos tiveram participação em eventos nos últimos 5 anos dentro

de sua área de atuação. Quanto à docência, confere para a maioria dos juízes.

O segundo conjunto foi denominado de “juízes da área da saúde” e foram

necessários no processo de validação pela importância do julgamento do conteúdo

específico e temático da cartilha, para ser representativo frente ao contexto teórico

que se desejava medir. Para compor esse conjunto foram convidados 15 juízes,

selecionados de acordo com os seguintes critérios: tempo de atuação, tempo de

formação, pós-graduação na área de neonatologia, produção científica, tutoria ou

curso no método canguru, participação em eventos na área de neonatologia nos

últimos cinco anos e docência na área neonatal. Todos obtiveram 3 ou mais

critérios, conforme descritos na metodologia. Esses juízes foram representados por

6 enfermeiros, 3 médicos intensivistas de neonatologia, 1 terapeuta ocupacional e 1

psicóloga. Foram identificados com 2 letras JE para enfermeiras, JM para médico,

JP para psicóloga e 3 letras JTO para terapeuta ocupacional, seguida de numeração

crescente: JE1,JE2, JE3, JE4, JE5, JE6, JM1, JM2, JM3, JP e JTO.

Os resultados apresentados no Quadro 4 referem-se à profissão, idade, ao

código, tempo de formação, tempo de atuação, à pós-graduação, produção

científica, tutoria ou ao curso no método canguru, à participação em eventos e ao

tempo docência.

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QUADRO 4. Perfil dos juízes da área da saúde

Profissão ID

Código Área de

formação Tempo de formação

Área e tempo de

atuação

Pós-graduação Produção científica

Tutoria/ curso

em método canguru

Eventos em Neo

nos últimos 5 anos

Tempo de

docência na área

Enfermeira

44 JE1

Enfermagem

11 anos UTI neonatal 10 anos

Esp. em neonatologia

00 Tutora 16 Não atua

28 JE2 5 anos UTI neonatal 4 anos

Esp. em neonatologia

15 Curso 03 1 ano

49

JE3

27 anos

UTI neonatal 11 anos

Esp. em neonatologia e Esp.

Obstetrícia.

00

Curso

03

Não atua

34

JE4

10 anos

UTI neonatal 7 anos

Esp. em neonatologia e Esp.

Obstetrícia e Mestrado em andamento.

03

Curso

07

4 anos

52

JE5

22 anos

UTI neonatal/ pediátrica 22 anos

Mestra em motricidade humana Esp. em pediatria e

neonatologia

14

NÃO

05

9 anos

31

JE6

Enfermagem/ Biologia

7 anos

UTI neonatal 5 anos

Mestra e doutoranda em Ciências

Ambientais: enfoque interdisciplinar/

UFPa

6

NÃO

10

5 anos

Médica

50

JM1

Neonatologia

27 anos

UTI neonatal 27 anos

Doutora em Pediatria

16

Curso

45

21 anos

37 JM2 Neonatologia 13 anos UTI neonatal

10 anos

Esp. neonatologia 4 NÃO 10 6 meses

46

JM3

Neonatologia e Pediatria

20 anos

UTI

neonatal 10 anos

Mestra em Medicina Tropical Esp. Em

perinatologia

3

Tutora

10

2 anos

Psicóloga

34

JP

Psicologia

11 anos

UTI

neonatal 6 anos

Mestranda em psicologia

Especialista em saúde pública

2

Tutora

05

Não atua

Terapeuta ocupacional

36

JTO

Terapia

Ocupacional

15 anos

UTI

neonatal 6 anos

Mestra em terapia e pesquisa do

comportamento Esp. Em

neuroreahabilitação

3

Tutora

10

9 anos

Verificou-se que as enfermeiras aparecem em maior número. Essa escolha foi

intencional, considerando que a cartilha é um dispositivo para o cuidar-educar-

acolher em enfermagem.

Quanto ao tempo de formação, dos 11 juízes, 3 estão formados de 5- 10 anos

(27,27%), 4 de 11-15 anos (36,36 %), 2 de 16-20 anos (18,18 %), e 2 com mais de

21anos (18,18 %)). Quanto à área e o tempo de atuação, os 11 (100%) juízes atuam

em UTI neonatal, sendo que o menor tempo é de 4 anos e o maior é de 27anos.

Esses dados confirmam a experiência profissional dos juízes em terapia intensiva

neonatal, garantindo uma avaliação da cartilha sustentada na vivência.

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O perfil dos juízes segundo a pós-graduação aponta que 54,54% têm

formação strictu-sensu e 45,45% lato-sensu; o maior grau é de doutor, o que

fortalece a possibilidade de uma avaliação apoiada num olhar teórico-metodológico.

Quanto à tutoria e /ou ao curso do Método Canguru dos 11 juízes, 4 são

tutoras, 4 fizeram o curso de capacitação e 3 não pontuaram esse critério. Essa

seleção é relevante pelo fato de a cartilha ser fundamentada nesse método e os

juízes, com esse perfil, são detentores de conhecimentos nesse contexto e, por

conseguinte, podem contribuir na validação do material educativo.

No critério eventos, todos os juízes da área da saúde participaram de eventos

em neonatologia; isso sugere uma preocupação com a atualização dos

conhecimentos. Observa-se uma predominância de juízes com experiência em

docência na área neonatal e isso favorece o processo de validação no que se refere

à compreensão do contexto educativo da cartilha.

4.2 Perfil do público-alvo (familiares em UTI neonatal)

O público-alvo foi constituído de dois conjuntos: 14 familiares de RN

internados e 6 familiares de RN de alta num total de 20 familiares. Os resultados

apresentados nos Quadros 5 e 6 referem-se à: idade, escolaridade, profissão e

procedência. A identificação foi por grau de parentesco (mãe, pai, avó e tia), seguido

de numeração crescente.

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QUADRO 5: Perfil dos familiares de recém-nascidos na UTI neonatal.

CÓDIGO

IDADE

ESCOLARIDADE

OCUPAÇÃO

PROCEDÊNCIA

Mãe I- 1

25 Ensino Fundamental

incompleto

(5ª série)

Cozinheira Interior

Mãe I- 2 33 Ensino médio completo Atendente

Belém

Mãe I -3 18 Ensino médio incompleto Doméstica Belém

Mãe I- 4 19 Ensino Fundamental

incompleto

(1ª série)

Não trabalha Interior

Mãe I-5 32 Ensino Fundamental

incompleto

(5ª série)

Trabalha na roça Interior

Mãe I-6 19 Ensino Superior

incompleto

Não trabalha Belém

Mãe I-7 37 Ensino Superior Enfermeira Belém

Mãe I-8

22 Ensino médio completo Operadora de

Caixa

Belém

Mãe I- 9 31 Ensino Superior Contadora Belém

Mãe I- 10 22 Ensino médio incompleto Doméstica Interior

Mãe I- 11

20 Ensino médio completo Estudante Belém

Pai I- 12

32 Ensino médio completo Motorista Belém

Tia I- 13

23 Ensino médio completo Estudante de

radiologia

Belém

Tia I- 14 24 Ensino médio completo Doméstica

Interior

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QUADRO 6: Perfil dos familiares de recém-nascidos de alta

CÓDIGO

IDADE

ESCOLARIDADE

OCUPAÇÃO

PROCEDÊNCIA

Mãe A- 1

26 Ensino médio completo Não trabalha Interior

Mãe A- 2

28 Ensino médio completo Não trabalha Interior

Mãe A- 3

18 Ensino médio (1º ano) Estudante Belém

Avó A- 4 45 Ensino Fundamental

incompleto

Doméstica Interior

Mãe A- 5 20 Ensino médio (2º ano)

Estudante Belém

Tia A -6 34 Ensino médio completo Não trabalha Belém

Constatou-se que a idade dos vinte familiares variou de 18 a 45 anos; a idade

mínima é de 18 anos entre mães e a máxima é de 45 referente à avó. Destacando a

existência de 2 mães na adolescência.

A adolescência é uma faixa etária bastante vulnerável tanto pelas

características próprias da idade, como por fatores provenientes do mundo externo,

entre os quais sua inexperiência em lidar com os próprios sentimentos. Resultados

de estudos apontaram que as puérperas adolescentes são carentes de orientações

e esclarecimentos acerca dos cuidados com o bebê. Na maioria das vezes esperam

contar com a ajuda dos pais e da família (SOUSA; BEZERRA; CAMPOS, 2005).

Quanto à escolaridade, observa-se que 45 % do total dos familiares possuem

ensino médio completo; 20% ensino fundamental incompleto; 20% ensino médio

incompleto; 10% ensino superior completo; 5% ensino superior incompleto. Esses

resultados revelam uma diversidade de níveis de escolarização entre os familiares;

há um maior número de internações de RNs filhos de mães com ensino fundamental

e médio. O critério escolaridade facilitou a avaliação da cartilha e sustentou uma

melhor compreensão do material educativo.

No critério ocupação dos 20 familiares 5 informaram não trabalhar; 3

estudam e 12 trabalham em diferentes profissões: cozinheira, atendente, doméstica,

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agricultora, enfermeira, operadora de caixa, contadora e motorista. Nesse aspecto,

acredita-se que a cartilha pode ser utilizada pelos familiares independente de sua

ocupação.

A procedência dos familiares nesse estudo aponta 8 do interior e 12 da cidade

de Belém. Pela minha vivência em neonatologia, considero esse resultado

significativo, visto que os familiares procedentes do interior do Estado têm mais

dúvidas sobre UTI neonatal que os familiares da região metropolitana. A cartilha traz

conteúdos que pode diminuir algumas incertezas.

4.3 Validação quantitativa de conteúdo e semântica

A validação quantitativa será apresentada em forma de Manuscrito (1) a ser

submetido à Revista Texto&Contexto Enfermagem.

.

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CARTILHA PARA MEDIAR O CUIDAR-EDUCANDO NO ACOLHIMENTO DE

“FAMILIARES CANGURUS” EM UTI NEONATAL: Estudo de Validação I1

BOOKLET TO MEDIATE THE TAKE CARE OF EDUCATING IN THE

RECEPTION OF "FAMILY MEMBERS KANGOROO” IN INTENSIVE

NEONATAL CARE: Validation StudyI1

CARTILLA PARA MEDIAR EL CUIDAR-EDUCANDO EN EL HOSPEDAJE DE

“FAMILIARES CANGURUS” EM UNIDAD DE CUIDADOS INTENSIVOS

NEONATAL: Estudio de Validación I1

Marcia Helena Machado Nascimento2, Elizabeth Teixeira

3.

1Artigo da Dissertação de Mestrado “Tecnologia para mediar o cuidar-educando no acolhimento de

“familiares cangurus” em unidade neonatal: Estudo de Validação”, do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Mestrado Associado de Enfermagem UEPA-UFAM da Escola de Enfermagem “Magalhães Barata”,Universidade do Estado do Pará, Brasil. 2Mestre em Enfermagem UEPA-UFAM, 2012. Enfermeira da UTI neonatal da Fundação Hospital de

Clinicas Gaspar Viana, Professora da UEPA, Membro do Grupo de Pesquisa – PESCA, [email protected]

3Doutora em Ciências. Orientadora da Dissertação, Coordenadora do Mestrado Associado de

Enfermagem UEPA-UFAM. Diretora de Educação da Associação Brasileira de Enfermagem - Aben-Nacional 2010-2013. Professora Adjunta IV da Universidade do Estado do Pará. Líder do Grupo de Pesquisa Práticas Educativas em Saúde e Cuidado na Amazônia – PESCA

RESUMO: Estudo de validação de uma Tecnologia produzida com base no método canguru, para mediar o acolhimento de familiares de recém-nascidos em UTI neonatal. Pesquisa de desenvolvimento metodológico, com abordagem quanti-qualitativa. Os sujeitos foram 15 juízes e 20 familiares. A produção dos dados ocorreu em seis momentos. Aplicaram-se dois instrumentos, organizados com escala Likert com itens distribuídos em 3 a 5 blocos. Os dados foram analisados pela estatística descritiva e análise ideo-central. Neste artigo as autoras trazem a análise quantitativa. Os resultados da validação atingiram o valor proposto para a maioria das respostas (80%), e 16 itens ultrapassaram a meta proposta, 4 tiveram índices limítrofes e 2 abaixo do parâmetro. Conclui-se que a cartilha está validada e pode contribuir para o acolhimento dos familiares em UTI neonatal. PALAVRAS-CHAVE: Estudo de validação, Enfermagem neonatal, Tecnologia educacional, UTI neonatal, Método Mãe-Canguru. ABSTRACT: This is a validation study of a technology which based on the Kangaroo Method, to mediate the newborn family reception in neonatal intensive care. It‟s a methodological development search, with quantitative and qualitative deal. The subjects were fifteen judges and twenty family members. The data production happened in six steps. Two instruments were put into practice, organized according to Likert with items distributed in three-five blocks. The data were analyzed through descriptive statistics and ideo-central analysis. In this article the authors bring a quantitative analysis. The validation results achieve the proposed value to majority answers (80%), and sixteen exceed the proposed goal, four had limiting indexes and two were below parameter. It finishes that, the booklet is validated and can contribute to help the family members in neonatal intensive care.

KEYWORDS: Validation Studies, Neonatal nursing, Educational Technology, Neonatal intensive care, Kangaroo-Mother Care Method RESUMEN: Estudio de validación de una Tecnología producida con base en el método "canguru", para mediar el hospedaje de familiares de recién nacidos en UCI neonatal. Pesquisa de desarrollo metodológico, con abordaje cuanti-cualitativa. Los sujetos fueron 15 jueces y 20 familiares. La producción de los datos ocurrió en seis momentos. Se aplicaron dos instrumentos, organizados con escala Likert con itemes distribuídos en 3 a 5 bloques. Los datos fueron analizados por la estatística descriptiva y análisis ideo-central. En este artículo las autoras traen el análisis cuantitativo. Los resultados de la validación alcanzaron el valor propuesto para la mayoría de las respuestas (80%), y 16 itemes ultrapasaron la meta propuesta, cuatro (04) tuvieron índices limítrofes y dos (02) abajo del parámetro. Se concluye que la cartilla está validada y puede contribuir para el hospedaje de los familiares en UCI neonatal.

PALAVRAS-CLAVE:Estudios de Validación, Enfermería neonatal, Tecnología educacional, UCI neonatal, Método Madre-Canguro

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INTRODUÇÃO

A tecnologia ainda é muito relacionada às máquinas, computadores,

equipamentos, e pouco relacionada com saberes. No entanto, é considerada como

um elemento essencial na construção do “saber-fazer” da saúde e mais

especificamente da enfermagem, permeando e influenciando suas bases teórico-

práticas1. Para a enfermagem, as tecnologias são um conjunto de ferramentas

capazes de oferecer por si mesmas múltiplas alternativas, sendo significativas no

sentido de conduzir e aperfeiçoar os cuidados de enfermagem dando respostas e

enriquecendo a prática profissional de cuidar2.

Com base na minha vivência como enfermeira-docente posso afirmar que as

tecnologias educativas são vistas como técnicas não convencionais para os

cuidados de enfermagem neonatal. Entretanto, quando aliadas ao conhecimento

científico e vinculadas as necessidades do cotidiano de uma unidade de terapia

intensiva neonatal (UTI neonatal), podem auxiliar na construção de um novo olhar

para o cuidar-educando.

O sentido do cuidado nesse estudo está centrado na família na concepção da

estratégia método canguru (EMC); os “familiares cangurus” precisam ser orientados

sobre como se promove o cuidado neonatal no ambiente da UTI neonatal e como se

dá o relacionamento entre RN/enfermagem/família na concepção da EMC.

Na unidade de terapia intensiva neonatal (UTI neonatal), o cuidado com os

familiares deve ser específico, justificado pelo impacto que o ambiente causa, pois é

“recheado” de equipamentos sofisticados e pessoas estranhas e pelas dificuldades

em entender, conviver e colaborar com a situação da hospitalização do recém-

nascido. Tais dificuldades são atribuídas aos aspetos emocionais que esses

familiares vivenciam com a separação de seu filho. Para os familiares, a internação

de um filho na UTI neonatal, seja ele prematuro ou doente, é quase sempre um

momento difícil, pois a UTI neonatal é um ambiente estranho, gerador de

insegurança, sobretudo quando a criança existente não é aquela imaginada3.

“Acreditamos que cuidar da família seja uma responsabilidade e compromisso

moral do enfermeiro e para tanto é necessário que haja um ambiente de cuidado

que favoreça o relacionamento entre enfermeiro-família, a fim de construir uma

prática que a ajude no enfrentamento de dificuldades, em especial em situação de

doença” 4:136.

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O cuidado de enfermagem deve estar voltado tanto às necessidades do

recém-nascido como da família; proposta de cuidado centrado na família encoraja-

os ao envolvimento afetivo e ao cuidado de seu filho. Com isso, pretende-se

preservar a indissolubilidade do binômio mãe-filho, reduzindo o tempo de internação,

aumentando o calor afetivo e a colaboração da equipe de saúde, criando um vínculo

de confiança entre família e equipe5.

Muitas UTI neonatais já assumiram esse papel importante de acolher os pais

e guiá-los, de modo a reassumirem o relacionamento com o filho e auxiliá-los a

passarem pelo período estressante de hospitalização. É essencial que a família

acompanhe o filho durante essa fase, participando dos cuidados, para que possa ser

capaz de cuidar dele após a alta hospitalar e todos se sentirem seguros quanto a

esse aspecto6.

O acolhimento em unidade de terapia intensiva neonatal consiste na atenção

oferecida aos familiares, a partir do primeiro contato com a equipe de saúde da UTI

neonatal até a alta, visto que esses familiares necessitem de apoio e informações

em todos os momentos da hospitalização.

Cabe à equipe explicar sobre os equipamentos que fazem parte do cuidado

do RN, informar sobre o quadro clinico atual, a necessidade de cuidados intensivos

e o curso do tratamento; orientar sobre as normas e rotinas, os cuidados que

deverão ter durante o acompanhamento do RN, os cuidados que favorecem o

vínculo afetivo, como: a posição canguru, o “toque seguro”, aleitamento materno,

entre outros; os cuidados que favorecem o desenvolvimento neuropsicomotor, a

comunicação mãe-recém- nascido, a prevenção de infecções, como: lavagem de

mãos e “uso de avental”; a prevenção dos barulhos e ruídos, a promoção do sono e

repouso e o auxílio nos procedimentos. Em fim, sobre todos os dispositivos do

cuidado do RN.

Minha experiência com familiares na UTI neonatal procedentes de vários

municípios do Estado do Pará, principalmente de vilarejos ribeirinhos, onde a

acessibilidade aos serviços é por canoas e barcos, a comunicação é por mensagem

de rádios e onde não há um ambiente hospitalar para internação de recém-nascidos,

revelou que as dificuldades desses familiares são maiores que as dos familiares que

residem na capital. Por isso, as orientações precisam contemplar diferentes

necessidades e perfis familiares.

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Nesse sentido, emerge a necessidade de buscar estratégias para melhor

acolher esses familiares e, para tanto, tecnologias educacionais que contenham

informações sobre a importância da interação-ação desses familiares com o recém-

nascido na concepção do método canguru.

Percebo que o método canguru prioriza o atendimento ao recém-nascido de

baixo peso na estadia na UTI neonatal, mas sem exclusão dos outros casos. Suas

ações inovadoras podem ser aplicadas a todos os recém-nascidos em situação de

terapia neonatal e seus respectivos familiares, já que também experimentam

situações diversas durante a internação, em que algumas se assemelham às dos

recém-nascidos de baixo peso. A enfermagem deve ter conhecimento do seu papel

no cuidado neonatal fundamentado nas normas do método para cuidar/educando do

binômio RN-familia.

A educação em saúde com os “familiares cangurus” na UTI neonatal emerge

como indispensável no tocante a assistência, o serviço, as relações interpessoais, e

a interação família/recém-nascido/equipe de enfermagem, pois, se criam

possibilidades para reflexões e se abrem espaços para as decisões. Atrelado a

esses aspectos está o cuidado de enfermagem que tem intenção terapêutica e

preocupação com o outro, alicerçado na cientificidade e nas tecnologias do

saber/fazer.

A produção e a validação de uma cartilha para os “familiares cangurus”

tornam-se relevantes, pois irá auxiliar o acolhimento desses familiares à luz das

recomendações do método canguru, no sentido de apontar os cuidados neonatais

mais relevantes que precisam conhecer.

O enfermeiro de UTI neonatal como educador- mediador se defronta com

situações de educação em saúde, especialmente no contato diário com os familiares

de RN; cada dia e cada visita é uma situação específica a considerar.

Uma tecnologia educacional no formato impresso, tipo cartilha, despontou

nesse contexto-problema como dispositivo para mediar a educação em saúde,

entendida como modo de cuidar, por meio de modos de educar para potencializar as

capacidades do outro; nessa perspectiva ampliada, a educação em saúde também

nos capacita a intervir de forma construtivo-reflexiva, singular/plural,

dinâmica/flexível, num complexo histórico cultural de relações humanas entre

sujeitos, num sistema cíclico de relações, em que um aprende com o outro; este

aprender converge para a transformação de ambos, de quem os rodeia e do meio no

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qual estão inseridos. Este sistema cíclico também engloba os familiares acolhidos

em UTI neonatal7.

Diante do exposto, buscou-se resposta para a seguinte questão de pesquisa:

Uma cartilha-tecnologia sobre o ambiente e cuidados neonatais produzida para ser

entregue aos “familiares cangurus” de recém- nascidos é adequada para o

respectivo público-alvo segundo juízes-especialistas?

Propõem-se como questão norteadora: A cartilha é um instrumento

estatisticamente válido para ser usado com os familiares em UTI neonatal segundo

os juízes-especialistas? O objetivo geral desse estudo é validar uma cartilha para

mediar o acolhimento de familiares de recém-nascidos internados na unidade de

terapia intensiva. Como específico, verificar se a cartilha é um instrumento

estatisticamente válido para ser usado com o público-alvo segundo os juízes-

especialistas.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de validação de tecnologia, do tipo pesquisa de

desenvolvimento metodológico, com abordagem quanti-qualitativa.

A pesquisa metodológica desenvolve instrumentos e costuma envolver

métodos complexos e sofisticados, incluindo o uso de modelos com métodos mistos

(quanti-quali). Refere-se a investigações dos métodos de obtenção e organização de

dados. Tratam do desenvolvimento, da validação e da avaliação de ferramentas e

métodos de pesquisa8.

No estudo metodológico o pesquisador tem como meta a elaboração de um

instrumento confiável, preciso e utilizável que possa ser empregado por outros

pesquisadores e outras pessoas. Esse estudo cabe a qualquer disciplina científica,

lidando com fenômenos complexos como o comportamento ou a saúde dos

indivíduos, tal qual ocorre na pesquisa de enfermagem9.

A abordagem quantitativa na pesquisa metodológica permite análises do grau

de precisão do instrumento e a abordagem qualitativa permite análises descritivas

com base nas sugestões e comentários dos avaliadores e valorizando a importância

e a satisfação desse instrumento para o público-alvo. Nesse artigo é apresentada

a validação da cartilha na abordagem quantitativa.

A validação é um processo em que se examina, com precisão, determinado

instrumento ou inferência realizada a partir de escores estabelecidos. “Validar mais

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79

do que a demonstração do valor de um instrumento de medida é todo um processo

de investigação. O processo de validação não se exaure, ao contrário, pressupõe

continuidade e deve ser repetido inúmeras vezes para o mesmo instrumento”10:87. A

validade pode ser avaliada por meio de dois aspectos que serão considerados neste

estudo: a validação de conteúdo de um instrumento e a validação aparente11.

Validar conteúdo refere-se à análise minuciosa do conteúdo de um

instrumento, com objetivo de verificar se os itens propostos constituem uma amostra

representativa do assunto que se tenciona medir. Os instrumentos são submetidos à

apreciação de peritos no assunto, os quais podem sugerir corrigir, acrescentar ou

modificar os itens12, 9.

A validação aparente ou semântica ou de face, indica se o instrumento

parece, a primeira vista, medir o construto apropriado13. A finalidade é saber como o

público-alvo compreende os itens ou se eles modificariam alguns deles.

Um instrumento passa a ser validado quando múltiplas medidas são

empregadas para responder a uma única questão de pesquisa. Quanto maior o

número de convergência de resultados, após a utilização de várias técnicas,

proporciona-se maior confiabilidade e validade nos resultados do estudo. O valor da

concordância entre os juízes-especialistas será considerado de 80%, tendo como

referência os valores empregados em outros estudos14, 15,16,17.

O processo de validação foi realizado em diferentes locais, tendo como

âncora a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI-neo) da Fundação Pública

Estadual Hospital de Clinicas Gaspar Viana - Belém-PA.

Os sujeitos da pesquisa foram quinze profissionais e vinte familiares. Os

profissionais foram os juízes que fizeram a validação de conteúdo; são considerados

juízes nesse estudo pessoas com alto grau de conhecimento e experiência em sua

área de atuação.

Os profissionais selecionados como juízes da área da saúde foram seis

enfermeiros, três médicos intensivistas neonatal, um terapeuta ocupacional, um

psicólogo e de outras áreas um pedagogo, um designer gráfico, um arte educador e

um comunicador social.

Para seleção dos juízes da área da saúde foram estabelecidos os critérios:

tempo mínimo de três anos de experiência na área neonatal, titulação, produção

cientifica, participação em eventos do método canguru, participado em eventos de

neonatologia nos últimos cinco anos, experiência como docente. Para os juízes de

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80

outras áreas: tempo mínimo de três anos de experiência na área de atuação,

titulação, produção científica, experiência como docente. Fizeram parte deste comitê

apenas os juízes cujo perfil preenchia pelo menos três ou mais critérios.

Os juízes foram convidados a participar mediante contato oral e receberam

uma carta-convite; ao aceitar, preenchiam o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido e recebiam uma cópia da cartilha para ser avaliada com o respectivo

instrumento de avaliação a ser devolvido, dentro de um prazo de dez dias. Os juízes

têm a função de julgar a cartilha quanto à clareza, compreensibilidade ou

redundância e a adequação da representação comportamental dos itens.

Os vinte familiares dos recém-nascidos constituíram o público-alvo. Estes

participaram do processo de validação de aparência após a avaliação dos juízes. A

seleção dos familiares foi de acordo com os seguintes critérios de inclusão: ser

familiar (pai, mãe, tio (a) e avós) de RN internado; participar do processo de visita ou

ser familiar de RN que recebeu alta recente; aceitar participar da pesquisa; assinar o

termo de consentimento livre esclarecido. O critério de exclusão foi não se

enquadrar nos critérios de inclusão.

O público-alvo tem a função de avaliar a cartilha quanto aos objetivos,

organização, estilo da escrita, compreensão, aparência e grau de significação do

material educativo apresentado.

A produção de dados aconteceu no período de outubro de 2011 a fevereiro de

2012 em seis momentos descritos a seguir:

Primeiro momento: Adequação da cartilha. A cartilha (versão 1) sofreu as

primeiras adequações após sugestões da banca de qualificação do projeto da

dissertação e da equipe de consultoria da Atenção Integrada às Doenças

Prevalentes na Infância no período Neonatal (AIDPI NEONATAL), da qual sou

membro; acatei as contribuições antes da avaliação dos juízes, e houve

necessidade de acrescentar na cartilha imagens da UTI neonatal local do estudo

(versão 2).

Segundo momento: Avaliação da cartilha por juízes-especialistas. A

avaliação da versão 2 aconteceu, inicialmente, com os juízes de outras áreas:

comunicador social, pedagogo, designer gráfico e arte educador, que tiveram a

função de avaliar a comunicação, grafismo, linguagem, diagramação, imagem e arte.

A cartilha foi revista e atualizada a partir das referidas contribuições e disponibilizada

aos juízes da área da saúde na versão 3. O instrumento de coleta de dados dos

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81

juízes é um questionário, organizado conforme a escala de Likert, com itens

distribuídos em três blocos, contendo perguntas referentes à avaliação do conteúdo

do material educativo. Os juízes-especialistas responderam o questionário,

considerando as pontuações adotadas para julgamento da cartilha (1,2,3 ou 4) e

seguiram uma escala contendo quatro graus de valoração: totalmente adequada

(TA), adequada (A), parcialmente adequada (PA), inadequada (I).

Terceiro momento: Validação de conteúdo. As respostas que indicam um

nível específico de concordância ou discordância com cada declaração, foram

pontuadas e somadas, gerando uma pontuação total. Coube ainda aos juízes,

descrever suas opiniões18.

Para a análise quantitativa da validação dos juízes foi calculada a adequação

da representação comportamental dos itens. Com vistas a essa análise, reagrupou-

se as opções de respostas de 1, 2, 3 e 4 com 1 e 2 (+1), 3 (0) e 4 (-1), a resposta de

cada juiz poderia variar de –1 a +1 e quanto mais próxima de +1, maior a

concordância entre eles de que o item era pertinente (índice de concordância). A

partir das respostas dos juízes foi possível calcular as médias de concordância que

variaram, entre –1 e +1. Na sequência ocorre à análise de cada item, em relação a

essas médias obtidas, e a maioria dos itens deverá alcançar média acima de 80%

(médias positivas); os itens que obtiverem médias inferiores ao esperado, deverão

ser modificados. Convém destacar que a maioria das respostas dos avaliadores

foram repetidas e acatadas em sua integralidade e, assim, houve necessidade de

reavaliação de algumas fotos para enfatizar o cuidado pelo método; esse fato não

interferiu nas respostas e não indicou reavaliação dos demais itens. A cartilha foi

atualizada e preparada para o momento a seguir (versão 4).

Quarto momento: Avaliação da cartilha pelo público-alvo. O processo de

avaliação da versão 4 com os familiares de RNs internados foi realizado

individualmente na UTI neonatal, no momento do sono dos bebês, antes ou após o

momento de acompanhamento/visitas; com os familiares dos recém nascidos com

alta recente o encontro foi também na UTI neonatal antes do “exame do olhinho”.

Entregamos a cartilha aos “familiares cangurus” e realizamos uma leitura

compartilhada que aconteceu em torno de 40 a 60 minutos. Após a leitura e

avaliação da cartilha, os familiares responderam ao formulário também organizado

conforme a escala de Likert, com itens distribuídos em cinco blocos.

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82

Quinto momento: Validação da semântica. De posse da cartilha e dos

formulários respondidos verificou-se o grau de concordância do público-alvo

utilizando o mesmo cálculo da validação dos juízes. Os ajustes da cartilha foram a

partir das sugestões dos “familiares cangurus” registrados no formulário.

Os dados captados dos instrumentos na primeira e segunda avaliação foram

armazenados em bancos de dados numéricos do Sistema Gerenciador EpiData, e

foram tratados quantitativamente. A análise quantitativa dos resultados numéricos

foram com base na análise estatística descritiva por meio dos recursos de

computação do sistema Data Analysis and Statistical Software (STATA 12) e

apresentados em quadros e tabelas.

Sexto momento: Elaboração da última versão da cartilha (versão 5).

Consistiu na construção da cartilha a partir das considerações do público-alvo com o

objetivo de dar qualidade ao instrumento para mediar o cuidar-educando dos

familiares na UTI neonatal.

Conforme os preceitos ético-legais, a pesquisa atendeu às normas da

resolução N° 196/96, além da aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da

Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Viana, do qual obteve a

anuência com o protocolo de Nº 154/2011.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quanto à avaliação dos juízes, constatou-se um valor de concordância maior

que 80%.

A Tabela 1 segue a ordem do instrumento de avaliação de acordo com a

divisão dos blocos de itens e questões julgadas.

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83

Tabela 1- Ordenamento das respostas dos juízes segundo objetivos, estrutura e apresentação, relevância e índice percentuais de concordância de cada item. Belém-PA, 2012

Escores: TA=Totalmente adequada, A=Adequada, PA=Parcialmente adequada, I= Inadequada

A Tabela 1 mostra os índices percentuais de concordância entre juízes

organizados por itens de cada bloco. Nessa etapa da validação as respostas foram

consideradas válidas, pois obtiveram concordância maior ou igual a 80%, como

indica a literatura.

Para calcular o percentual por coluna de escore (TA, A,PA,I) multiplica-se o

subtotal de um escore por 100 e divide-se pela soma dos mesmos.

Conforme a Tabela 1, houve propensão a respostas concordantes entre os

juízes para valoração TA 192 (59,25%) e A 95 (29,32%). Frente ao exposto, pode-se

ITENS ESCORES (N=15) Índice de concordância por item

TA+A X 100/Total de juízes

Escore x100/TA+A+PA=Percentual por escore

Bloco 1 TA A PA I

0,93 1.1 10 4 1 0

1.2 13 2 0 0 0,100

1.3 9 5 1 0 0,93

1.4 8 4 3 0 0,80

1.5 10 5 0 0 0,100

Subtotal 50 20 5 0

Percentual por bloco 99,98%

Bloco2

2.1 10 4 1 0 0,93

2.2 4 9 2 0 0,86

2.3 7 6 2 0 0,86

2.4 6 7 2 0 0,86

2.5 8 5 2 0 0,86

2.6 6 5 2 2 0,73

2.7 5 7 3 0 0,80

2.8 8 4 2 1 0,80

2.9 8 4 2 1 0,80

2.10 5 6 4 0 0,73

2.11 8 5 2 0 0,86

2.12 10 3 2 0 0,86

Subtotal 85 59 26 4

Percentual por bloco 99,99%

Bloco 3

3.1 13 2 0 0 0,100

3.2 11 4 0 0 0,100

3.3 11 4 0 0 0,100

3.4 12 2 1 0 0,93

3.5 10 4 1 0 0,93

Subtotal 57 16 2 0

Percentual por bloco 99,99%

Total 192 95 33 4

Percentual geral 99.98%

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deduzir que não houve elucidação significativa de discordância, pois dos 22 itens

apenas quatro obtiveram escore I (inadequada).

BLOCO 1: Objetivo- é referente aos propósitos, metas ou fins a serem

atingidos com a utilização da cartilha. Na avaliação das respostas deste bloco

verificou-se que: 50 (66,66%) para TA, 20 (26,66%) para A, 5 (6,66%) e 0 (0%) para

I. De acordo com as opções de respostas acima das 75 (100%), 70 (93,32%) foram

para TA e A, conferindo a aceitação dos itens desse bloco, tornando a cartilha

adequada quanto aos objetivos.

Diante desse resultado para o primeiro bloco observou-se que a concordância

entre os juízes quanto ao objetivo da cartilha diz respeito a um fim que se quer

atingir com o material educativo, qual seja, o cuidar- educando no acolhimento dos

“familiares cangurus” de UTI neonatal de acordo com o método canguru.

O uso de tecnologias educacionais na UTI neonatal, nos diversos âmbitos,

considera as transformações que podem imprimir e, assim, deve incluir as

características marcantes do público-alvo relevantes para desenvolver, de forma

competente, qualquer atividade profissional19; considera-se ainda que a produção de

um material educativo deve ser cuidadosa em relação à linguagem de seus textos,

qualquer que seja o nível cultural ou grau de escolaridade de seu público-alvo.

BLOCO 2: Estrutura e apresentação- refere-se à forma de apresentar as

orientações ao público-alvo, sua organização, estrutura, coerência e formatação.

Neste aspecto, as respostas dos juízes foram: 85 (48,85%) para TA, 59 (33,90%)

para A, 26 (14,94%) para PA e 4 (2,29%) para I. Das 174(100%) respostas obtidas

dos itens desse bloco, 144(82,75%) foram para TA e A, indicando aceitação, o que

torna a cartilha válida quanto à estrutura e apresentação.

A estrutura e apresentação da cartilha foi a parte de elaboração de maior

complexidade, considerando o pouco conhecimento da autora sobre aspectos como:

diagramação, layout, cor adequada para o contexto, adequação da linguagem

científica à linguagem do público-alvo, tipo de papel, disposição e seleção das fotos,

títulos. No que tange ao processo de validação, cada item tem sua valoração para

que o material educativo não chegue inapropriado ao público-alvo.

Nesse bloco foram indicados erros ortográficos e expressões fotográficas

insuficientes. Frente ao exposto, a cartilha foi encaminhada a uma professora de

português para a devida revisão e as fotografias foram modificadas. Vale reforçar

que a língua portuguesa é uma disciplina transversal para todos os profissionais.

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Pesquisas antropológicas destacam que a agudeza visual é um veículo de

comunicação que dispõe de grande influência sobre os valores sociais, morais e

éticos, constituindo um código totalmente aceito e compreendido. Somente se os

cartazes, cartilhas, manuais, folhetos e folderes estiverem totalmente integrados ao

imaginário social é que alcançarão seu propósito, veiculando, por símbolos e signos,

as mensagens que se quer passar para o público-alvo20.

BLOCO 3: Relevância trata-se das características que determinam o grau

de significação da cartilha. Nele, as respostas foram: 57 (76%) para TA, 16

(21,33%) para A, 2 (2,66%) para PA e 0(0%) para I. Portanto, das 75(100%) opções

de respostas dos itens desse bloco, 73 (97,33%) foram TA e A, confirmando que a

cartilha é válida quanto à relevância.

As sugestões dos juízes expressam satisfação pela iniciativa e por ter a

cartilha, grande possibilidade de otimizar o acolhimento dos familiares na UTI

neonatal; alguns juízes sugerem que os membros da equipe da unidade leiam a

cartilha para os familiares e não somente as entreguem. Houve um juiz que

comentou que a tecnologia educacional é um avanço na enfermagem neonatal. De

forma geral, a concordância entre os juízes ultrapassou o esperado.

Entender a concepção de tecnologia em enfermagem é um desafio para uma

profissão cujo foco é o indivíduo. Entretanto, a tecnologia não pode ser entendida

como um paradigma de cuidado oposto ao humano, mas, sobretudo, um agente e

objeto em função da pessoa humana. A tecnologia pode ser um fator que humaniza,

mesmo nas arenas mais tecnologicamente intensas de cuidado em saúde21.

O processo de validação dos itens propostos no instrumento de avaliação foi

complementado por uma análise comportamental, que corresponde ao valor da

estatística calculada por média aritmética dos escores dos itens analisados pelos

juízes22.

A avaliação foi realizada a partir da atribuição de valores, considerando +1

para os itens positivo que correspondem as opções TA e A; para a opção PA os

tens não são positivos nem negativos e o valor é 0; e para a opção I, os itens são

negativos com valor de -1. Os escores dos juízes foram reordenados para execução

dos cálculos e classificados por valor e grau de consenso (Quadro 1).

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QUADRO 1: Escores dos juízes quanto à classificação por valor e grau de consenso

Os resultados dessa análise revelam que os itens 2.6 e 2.10 tiveram

avaliação 0,73, isso significa um índice de concordância abaixo do proposto, (0,8).

Essas respostas sinalizaram a necessidade de alterações desses itens para a

cartilha final, que foram acatadas sem causar vieses na validação. É importante

frisar que algumas das respostas com índice igual ou acima do critério anunciado

também apontaram necessidades de ajustes para melhor apresentação da cartilha,

conforme opiniões dos juízes.

Quanto à avaliação do público-alvo verificou-se um percentual total de

concordância maior que o valor proposto.

A Tabela 2 exibe a seriação das respostas alcançadas da análise semântica,

segundo o público-alvo representado pelos familiares da UTI neonatal.

As respostas ordenadas nesta tabela referem-se aos cinco blocos de itens,

com a mesma valoração adotada para os juízes e divididos em objetivos com 3

itens, organização com 7 itens, estilo da escrita com 6 itens, aparência com 4 itens

e motivação com 6 itens.

O índice de concordância da semântica também teve como critério 80% por

cada bloco.

Opção de

avaliação dos

itens

Grau

consenso

Valor do

escore

TA e A Concordância 1

PA Indecisão 0

I Discordância -1

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Tabela 2: Distribuição dos escores obtidos dos familiares da UTI neonatal

segundo os objetivos, organização, estilo da escrita, aparência e motivação.

Belém-PA, 2012

Escoes: TA=Totalmente adequado, A= Adequada, PA= Parcialmente adequada, I= Inadequado.

A análise de todos os itens dessa tabela mostra a superioridade para a

valoração TA (380) e A (123), uma minoria de respostas para PA (16) e nenhuma

resposta para I (0). Diante disso pode-se inferir uma tendência dos familiares da UTI

neonatal a optarem pelas respostas de maneira concordante.

Os percentuais de concordância entre os blocos evidenciaram valores de 95,

55% a 100%. Nesse aspecto, deduz-se que a cartilha alcançou o grau de

significância de validação. Isso corrobora que os familiares da UTI neonatal

avaliaram a cartilha como adequada para uso. No entanto, houve necessidade de

modificações de alguns itens considerando as sugestões dos mesmos para melhoria

do material educativo.

Blocos/ Itens ESCORES Percentual total de concordância

Objetivos: 1.1

1.2

1.3

TA A PA I TA+A

14

12

16

6

6

4

0

2

0

0

0

0

99,99%

TOTAL 42 16 2 0

Organização 2.1

2.2

2.3

2.4

2.5

2.6

2.7

10

8

14

12

15

13

15

6

11

5

5

5

5

5

4

1

1

3

0

2

0

0

0

0

0

0

0

0

95,55%

TOTAL 87 42 11 0

Estilo da escrita 3.1

3.2

3.3

3.4

3.5

3.6

16

14

11

15

15

13

3

6

7

5

5

7

1

0

2

0

0

0

0

0

0

0

0

0

99,99%

TOTAL 84 33 3 0

Aparência 4.1

4.2

4.3

4.4

16

15

17

17

4

5

3

3

0

0

0

0

0

0

0

0

100%

TOTAL 65 15 0 0

Motivação 5.1

5.2

5.3

5.4

5.5

5.6

16

16

17

16

18

19

4

4

3

4

2

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

99,99%

TOTAL 102 17 0 0

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Os diferentes níveis culturais e de escolaridades entre os familiares não

dificultou a validação da cartilha.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação em saúde mediada por uma tecnologia impressa é ação

inovadora em UTI neonatal, principalmente quando relacionada ao cuidar-educando

para o acolhimento dos familiares dos recém-nascidos internados.

Quanto à verificação da validação da tecnologia, concluímos que a cartilha

produzida foi considera adequada para mediar o acolhimento dos “familiares

cangurus” na unidade de terapia intensiva neonatal, segundo a avaliação de juízes-

especialistas e público-alvo. Quanto à validação, houve comprovação do

instrumento como estatisticamente válido para ser usado com o público-alvo, pois a

concordância entre os juízes-especialistas ultrapassou o grau de concordância

proposto de 80%.

Para os “familiares cangurus” a cartilha é relevante, segundo os mesmos, por

amenizar as emoções, os medos e preocupações; auxiliar na aproximação com o

recém-nascido e equipe e dar segurança nos cuidados.

Isso sustenta a utilização da tecnologia educativa no contexto de cuidar-

educando com base no método canguru, voltada para três temas centrais: o

ambiente da UTI neonatal, que trata sobre: “o que é UTI neonatal”, “sobre alguns

equipamentos”, “preparo do ambiente” e sobre a “equipe que cuida do recém-

nascido internado”; os cuidados com os recém-nascidos, que aborda: “ os cuidados

na prevenção de infecções neonatais”, “acompanhando seu bebê na internação”,

“posição canguru”, participando dos cuidados individualizados com seu bebê”

“amamentação e ordenha”; as orientações de alta.

A expectativa, nesse sentido, é que a cartilha para “familiares cangurus”

desperte as enfermeiras que atuam na UTI neonatal para a importância da inclusão

do acolhimento como unidade de cuidado. A educação em saúde não tem lugar e

nem hora certa para ser empregada, assim como a produção e validação de

tecnologias educativas podem ser processo do saber/fazer da enfermagem.

Page 89: Trata-se do estudo tipo pesquisa de desenvolvimento ... · cumprimento às exigências para obtenção do título de Mestre em Enfermagem. Data ... não importa de qual ... "O nascimento

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Fortaleza: Universidade Federal de Fortaleza; 2006.

18 Polit DF, Beck CT. Fundamentos de Pesquisa em enfermagem: avaliação de

evidências para as práticas da enfermagem. 7a ed. Porto Alegre (RS): Artmed; 2011.

669 p.

19 Fundação Oswaldo Cruz / Programa de Educação a Distância. Elaboração de

material didático impresso para programas de formação à distância: orientações aos

autores. Rio de Janeiro: Fiocruz /RJ, 2005.

20 Oliveira VLB, Landim FLP, Collares PM, Mesquita RB, Santos ZMSA. Modelo

explicativo popular e profissional das mensagens de cartazes utilizados nas

campanhas de saúde. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2007 Abr-Jun; 16(2):

287-93.

21 Barbosa SFF, Dal Sasso GTMD, Berns I. Enfermagem e tecnologia: análise dos

grupos de pesquisa cadastrados na plataforma lattes do CNPq. Texto Contexto

Enferm, Florianópolis, 2009 Jul-Set; 18(3): 443-8.

22 Oliveira M.S, Fernandes AFC, Sawada N O. Manual educativo para o

autocuidado da mulher mastectomizada: um estudo de validação. Texto Contexto

Enferm, Florianópolis, 2008 Jan-Mar; 17(1): 115-23.

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91

4.4 Validação qualitativa de conteúdo e semântica:

A validação qualitativa será apresentada em forma de Manuscrito (2) a ser

submetido à Revista da Escola de Enfermagem da USP.

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CARTILHA PARA MEDIAR O CUIDAR–EDUCANDO NO ACOLHIMENTO DE

“FAMILIARES CANGURUS” EM UTI NEONATAL: Estudo de Validação II*

BOOKLET TO MEDIATE THE TAKE CARE OF EDUCATING IN THE

RECEPTION OF "FAMILY MEMBERS KANGOROO” IN INTENSIVE

NEONATAL CARE: Validation StudyII*

CARTILLA PARA MEDIAR EL CUIDAR-EDUCANDO EN EL HOSPEDAJE DE

“FAMILIARES CANGURUS” EN UCI NEONATAL: Estudio de Validación I*

Marcia Helena Machado Nascimento**, Elizabeth Teixeira***

RESUMO: Estudo de validação de uma Tecnologia produzida com base no método canguru, para mediar o acolhimento de familiares de recém-nascidos em UTI neonatal. Pesquisa de desenvolvimento metodológico, com abordagem quanti-qualitativa. Os sujeitos foram 15 juízes e 20 familiares. A produção dos dados ocorreu em seis momentos. Aplicaram-se dois instrumentos, organizados com escala Likert com itens distribuídos em 3 a 5 blocos. Os dados foram analisados pela estatística descritiva e análise de consenso com base na última etapa da técnica de Delphi modificada. Neste artigo as autoras trazem a análise qualitativa. Os resultados da validação atingiram o valor proposto para a maioria das respostas (80%), e 16 itens ultrapassaram a meta proposta, 4 tiveram índices limítrofes e 2 abaixo do parâmetro. Conclui-se que a cartilha está validada e pode contribuir para o acolhimento dos familiares em UTI neonatal. PALAVRAS-CHAVE: Estudo de validação, Enfermagem neonatal, Família, Tecnologia educacional, UTI neonatal ABSTRACT: This is a validation study of a technology which based on the Kangaroo Method, to

mediate the newborn family reception in neonatal intensive care. It‟s a methodological development search, with quantitative and qualitative deal. The subjects were fifteen judges and twenty family members. The data production happened in six steps. Two instruments were put into practice, organized according to Likert with items distributed in three-five blocks. The data were analyzed through descriptive statistics and analysis of consensus based on the last step of Delphi‟s modified technique.. In this article the authors bring a qualitative analysis. The validation results achieve the proposed value to majority answers (80%), and sixteen exceed the proposed goal, four had limiting indexes and two were below parameter. It finishes that, the booklet is validated and can contribute to help the family members in neonatal intensive care. KEYWORDS: Validation study, Neonatal nursing, Family, Educational Technology, Neonatal intensive care RESUMEN: Estudio de validación de una Tecnología producida con base en el método "canguru", para mediar el hospedaje de familiares de recién nacidos en UCI neonatal. Pesquisa de desarrollo metodológico, con abordaje cuanti-cualitativa. Los sujetos fueron 15 jueces y 20 familiares. La producción de los datos ocurrió en seis momentos. Se aplicaron dos instrumentos, organizados con escala Likert con itemes distribuídos en 3 a 5 bloques. Los datos fueron analizados por la estatística descriptiva y analisis de consenso con base en la última etapa de la técnica de Delphi modificada. En este artículo las autoras traen el analisis cualitativo. Los resultados de la validación alcanzaron el valor propuesto para la mayoría de las respuestas (80%), y 16 itemes ultrapasaronm la meta propuesta, Cuatro (04) tuvieron índices limítrofes y dos (02) abajo del parámetro. Se concluye que la cartilla está validada y puede contribuir para el hospedaje de los familiares en UCI neonatal. PALAVRAS-CLAVE: Estudi de validación, Enfermería neonatal, Família, Tecnología educacional, UCI neonatal

_______________________

*Artigo da Dissertação de Mestrado “Tecnologia para mediar o acolhimento de “familiares cangurus” em unidade de terapia intensiva

neonatal: estudo de validação”, do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Mestrado Associado de Enfermagem UEPA-UFAM da

Escola de Enfermagem “Magalhães Barata”,Universidade do Estado do Pará, Brasil,2012 **

Aluna do Curso de Mestrado Associado de Enfermagem UEPA-UFAM. Enfermeira da UTI neonatal da Fundação Hospital de Clinicas

Gaspar Viana, Professora da UEPA, Membro do Grupo de Pesquisa – PESCA, [email protected]

***Doutora em Ciências. Orientadora da Dissertação, Coordenadora do Mestrado Associado de Enfermagem UEPA-UFAM. Diretora de

Educação da Associação Brasileira de Enfermagem - Aben-Nacional 2010-2013. Professora Adjunta IV da Universidade do Estado do Pará.

Líder do Grupo de Pesquisa Práticas Educativas em Saúde e Cuidado na Amazônia – PESCA. [email protected]

Endereço para correspondência: Marcia Helena Machado Nascimento. Rua dos Pariquis 3145/402. Bairro Cremação. CEP: 66045-645 Belém – Pará Fone: (91) 3249-6024. E-mail: [email protected]

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INTRODUÇÃO

Os familiares dos recém-nascidos internados na UTI neonatal, no primeiro

contato, parecem assustados, e as dificuldades, medos, culpas e desesperos são

percebidos de imediato, interferindo de partida na comunicação entre equipe e

familiares e na socialização das informações sobre o motivo da internação do RN e

das normas e rotinas. Os familiares, no dia da internação, requerem um acolhimento

breve; com o passar dos dias e diante da “aceitação” da situação vivida, esse

acolhimento se modifica concomitante as mudanças do estado de saúde do RN.

Para que haja uma interação com a família, é importante conhecer os

mecanismos envolvidos no estabelecimento do vínculo materno e apego dos pais ao

filho, como o acolhimento, para que possamos proporcionar um ambiente dentro da

UTI neonatal que incentive e apoie a integração dos familiares no cuidado e

recuperação do recém-nascido1.

O acolhimento em unidade de terapia intensiva neonatal, na minha

compreensão, consiste na atenção cuidadosa oferecida aos familiares, a partir do

primeiro contato com a equipe de saúde da UTI neonatal até a alta, visto que esses

familiares necessitem de apoio e informações em todos os momentos da

hospitalização.

Na perspectiva do método canguru um dos objetivos do acolhimento são: a)

contribuir para a incorporação do acolhimento à família do bebê como tecnologia

necessária para a assistência ao recém-nascido internado em Unidade Neonatal2.

A partir da minha experiência com familiares na UTI neonatal procedentes de

vários municípios do Estado do Pará, percebo a necessidade da prestação de

cuidados nesse sentido, principalmente aos familiares de vilarejos ribeirinhos, onde

a acessibilidade aos serviços é por canoas e barcos, a comunicação é por

mensagem de rádios e onde não há um ambiente hospitalar para internação de

recém-nascidos, revelou que as dificuldades desses familiares são maiores que as

dos familiares que residem na capital. Por isso, as orientações precisam contemplar

diferentes necessidades e perfis familiares.

Nesse sentido, emerge a necessidade de buscar estratégias para melhor

acolher esses familiares a fim que se tornem “familiares cangurus” e, para tanto,

deve ser contempladas tecnologias educacionais que contenham informações sobre

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a importância da interação-ação desses familiares com o recém-nascido na

concepção do método canguru.

Por esse olhar, a enfermagem e os demais membros da equipe neonatal

devem lançar mão de tecnologias que favoreçam uma compreensão satisfatória

entre a equipe e os familiares, pois as principais dificuldades que surgem podem ser

decorrentes de as informações serem excessivamente técnicas ou, em algumas

situações, ocorrer ausência de informação. Além disso, o medo da perda pode afetar

a compreensão de informações fornecidas.

Nessa intenção, uma tecnologia no formato impresso, tipo cartilha, desponta

nesse contexto-problema como dispositivo para mediar à educação em saúde no

acolhimento dos familiares na UTI neonatal. Tendo a educação como modo de

cuidar na enfermagem neonatal.

A educação, nesse aspecto, transcende os preceitos básicos do cuidado, por

meio do educar, potencializando a capacidade de intervir de forma construtivo-

reflexiva, singular/plural, dinâmica/flexível, num complexo histórico cultural de

relações humanas entre sujeitos, num sistema cíclico de relações, em que um

aprende com o outro, e este aprender converge para a transformação de ambos, de

quem os rodeia e do meio no qual estão inseridos. Este sistema cíclico também

engloba os familiares acolhidos em UTI neonatal4.

Diante do exposto, buscou-se resposta para a seguinte questão de pesquisa:

Uma cartilha-tecnologia sobre o ambiente e cuidados neonatais produzidos para ser

entregue aos “familiares cangurus” de recém- nascidos é adequada para o

respectivo público-alvo segundo juízes-especialistas?

Propõem-se como questão norteadora: A cartilha é adequada para mediar o

acolhimento dos familiares em UTI neonatal? O objetivo geral desse estudo é

validar uma cartilha para mediar o acolhimento de familiares de recém-nascidos

internados na unidade de terapia intensiva. Como específico, analisar se os

comentários/sugestões dos juízes e público-alvo sustentam a validação da cartilha

para mediar o acolhimento dos familiares em UTI neonatal.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de validação de tecnologia, do tipo pesquisa de

desenvolvimento metodológico, com abordagem quanti-qualitativa.

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A pesquisa metodológica desenvolve instrumentos e costuma envolver

métodos complexos e sofisticados, incluindo o uso de modelos com métodos mistos

(quanti-quali). Refere-se a investigações dos métodos de obtenção e organização de

dados. Tratam do desenvolvimento, da validação e da avaliação de ferramentas e

métodos de pesquisa5.

A abordagem quantitativa na pesquisa metodológica permite análises do grau

de precisão do instrumento e a abordagem qualitativa permite análises descritivas

com base nas sugestões e comentários dos avaliadores e valorizando a importância

e a satisfação desse instrumento para o público-alvo. Neste artigo, a validação da

cartilha na abordagem qualitativa é apresentada.

A validação é um processo em que se examina, com precisão, determinado

instrumento ou inferência realizada a partir de escores estabelecidos. “Validar mais

do que a demonstração do valor de um instrumento de medida é todo um processo

de investigação. O processo de validação não se exaure, ao contrário, pressupõe

continuidade e deve ser repetido inúmeras vezes para o mesmo instrumento”6:87. A

validade pode ser avaliada por meio de dois aspectos que serão considerados neste

estudo: a validação de conteúdo de um instrumento realizada por peritos no assunto,

os quais podem sugerir corrigir, acrescentar ou modificar os itens e a validação da

semântica que indica se o instrumento parece, a primeira vista, medir o construto

apropriado para um público-alvo7,8.

Um instrumento passa a ser validado quando múltiplas medidas são

empregadas para responder a uma única questão de pesquisa. Quanto maior o

número de convergência de resultados, após a utilização de várias técnicas,

proporciona-se maior confiabilidade e validade nos resultados do estudo. O valor da

concordância entre os juízes-especialistas será considerado de 80%, tendo como

referência os valores empregados em outros estudos 9,10.

O processo de validação foi realizado em diferentes locais, tendo como

âncora a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI-neo) da Fundação Pública

Estadual Hospital de Clinicas Gaspar Viana - Belém-PA. Os sujeitos da pesquisa

foram quinze profissionais e vinte familiares. Os profissionais foram os juízes que

fizeram a validação de conteúdo; são considerados juízes nesse estudo pessoas

com alto grau de conhecimento e experiência em sua área de atuação. Os

profissionais selecionados como juízes da área da saúde foram seis enfermeiros,

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três médicos intensivistas de neonatologia, um terapeuta ocupacional, um psicólogo

e de outras áreas um pedagogo, um designer gráfico, um arte educador e um

comunicador social.

Os juízes foram convidados a participar mediante contato oral e receberam

uma carta-convite; ao aceitarem, preenchiam o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido e recebiam uma cópia da cartilha para ser avaliada com o respectivo

instrumento de avaliação a ser devolvido, dentro de um prazo de dez dias. Os juízes

têm a função de julgar a cartilha quanto à clareza, compreensibilidade ou

redundância e a adequação da representação comportamental dos itens.

Os vinte familiares dos recém-nascidos constituíram o público-alvo. Estes

participaram do processo de validação da semântica após a avaliação dos juízes.

Selecionados para este estudo os familiares (pai, mãe, tio(a) e avós) de RN

internado; e familiar de RN que recebeu alta recente; aceitaram participar da

pesquisa; assinaram o termo de consentimento livre esclarecido. O público-alvo tem

a função de avaliar a cartilha quanto aos objetivos, organização, estilo da escrita,

compreensão, aparência e grau de significação do material educativo apresentado.

A produção de dados aconteceu no período de outubro de 2011 a fevereiro

de 2012 em seis momentos descritos a seguir:

Primeiro momento: Adequação da cartilha. A cartilha (versão 1) sofreu as

primeiras adequações após sugestões da banca de qualificação do projeto da

dissertação e da equipe de consultoria da Atenção Integrada às Doenças

Prevalentes na Infância no período Neonatal (AIDPI NEONATAL), da qual sou

membro; acatei as contribuições antes da avaliação dos juízes, e houve

necessidade de acrescentar na cartilha imagens da UTI neonatal local do estudo

(versão 2).

Segundo momento: Avaliação da cartilha por juízes-especialistas. A

avaliação da versão 2 aconteceu, inicialmente, com os juízes de outras áreas:

comunicador social, pedagogo, designer gráfico e arte educador, que tiveram a

função de avaliar a comunicação, grafismo, linguagem, diagramação, imagem e arte.

A cartilha foi revista e atualizada a partir das referidas contribuições e disponibilizada

aos juízes da área da saúde na versão 3. O instrumento de coleta de dados dos

juízes é um questionário, organizado conforme a escala de Likert, com itens

distribuídos em três blocos, contendo perguntas referentes à avaliação do conteúdo

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do material educativo. Os juízes-especialistas responderam o questionário,

considerando as pontuações adotadas para julgamento da cartilha (1,2,3 ou 4) e

seguiram uma escala contendo quatro graus de valoração: totalmente adequada

(TA), adequada (A), parcialmente adequada (PA), inadequada (I).

Ao final de cada bloco havia espaço para os comentários e sugestões

referentes a qualquer item que julgasse necessário descrever ou justificar sua

pontuação. Dados esses considerados importantes para análise qualitativa da

validação.

Terceiro momento: Validação de conteúdo. As respostas que indicam um

nível específico de concordância ou discordância com cada declaração foram

pontuadas e somadas, gerando uma pontuação total. Coube ainda aos juízes,

descrever suas opiniões5.

A análise qualitativa foi com base na fase de convergência de consenso da

última etapa da técnica de Delphi modificada11. Uma adaptação com a intenção de

demonstrar a adequação da representação comportamental dos itens pelo consenso

dos dados descritivos (comentários e sugestões). Com vista a essa análise,

manteve-se a mesma valoração para as opções de respostas (1,2,3 e 4),

considerando as opções 1e 2 (+1)= positivas e positivas com ressalvas- P/PR, 3

(0)= duvidosa-D e 4 (-1) = negativa com ressalva- NR; as respostas de cada juiz

poderia variar de positivas e positivas com ressalvas a negativa com ressalva e

quanto mais próximo de P/PR maior a convergência de consenso entre eles.

Considerando o grau de concordância, que confirma a média alcançada na análise

quantitativa que foi acima de 80%; os itens que tiveram médias inferiores ao

esperado foram modificados. Convém destacar que a maioria das

sugestões/comentários dos avaliadores foram repetidas e acatadas em sua

integralidade e, assim, houve necessidade de reavaliação de alguns textos para

enfatizar o cuidado pelo método; esse fato não interferiu na análise quantitativa e

não indicou reavaliação dos demais itens. A cartilha foi atualizada e preparada para

o momento a seguir (versão 4).

Quarto momento: Avaliação da cartilha pelo público-alvo. O processo de

avaliação da versão 4 com os familiares de RNs internados foi realizado

individualmente na UTI neonatal, no momento do sono dos bebês, antes ou após o

momento de acompanhamento/visitas; com os familiares dos recém nascidos com

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alta recente o encontro foi também na UTI neonatal antes do “exame do olhinho”.

Entregamos a cartilha aos “familiares cangurus” e realizamos uma leitura

compartilhada que aconteceu em torno de 40 a 60 minutos. Após a leitura e

avaliação da cartilha, os familiares responderam ao formulário também organizado

conforme a escala de Likert, com itens distribuídos em cinco blocos e espaço para

registro dos comentários e sugestões.

Quinto momento: Validação da semântica. De posse da cartilha e dos

formulários respondidos verificou-se o grau de concordância do público-alvo

utilizando a mesma análise qualitativa da validação dos juízes. Os ajustes da cartilha

foram a partir das sugestões dos “familiares cangurus” registrados no formulário.

Os dados descritivos registrados nos instrumentos na primeira e segunda

avaliação foram agrupados por bloco e tratados qualitativamente utilizando a fase

de convergência de consenso da técnica de Delphi, acompanhados do

percentual de concordância obtido na validação quantitativa.

Na técnica denominada de Delphi modificada, propõe-se um limite no número

de ciclo de execução, para a qual tem sido propostos 2 a 4 ciclos para a busca do

consenso. Assim o "consenso" representa o nível conseguido na última etapa

determinada, geralmente num ponto de corte previamente definido pelo

pesquisador11.

Sexto momento: Elaboração da última versão da cartilha (versão 5).

Consistiu na construção da cartilha a partir das considerações do público-alvo e os

relatos obtidos em todos os momentos da construção da cartilha com o objetivo de

dar qualidade ao instrumento para mediar o cuidar-educando no acolhimento dos

familiares na UTI neonatal.

Conforme os preceitos ético-legais, a pesquisa atendeu às normas da

resolução N° 196/96, além da aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da

Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Viana, do qual obteve a

anuência com o protocolo de Nº 154/2011.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Análise da validação de conteúdo segundo os juízes

Quanto à avaliação dos juízes, constatou-se um valor de concordância maior

que 80%. Foram juízes, profissionais de áreas sócio-humanísticas e da área da

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saúde. O primeiro conjunto foi denominado “juízes de outras áreas”, composto por

1 pedagogo, 1 designer gráfico, 1 arte educador e 1 comunicador social. Para

análise das sugestões, optou-se pela identificação dos juízes de outras áreas,

utilizando 2 letras JO, seguidas de numeração crescente da seguinte forma: JO1,

JO2, JO3 e JO4.

O segundo conjunto foi denominado de “juízes da área da saúde” e foram

necessários no processo de validação pela importância do julgamento do conteúdo

específico e temático da cartilha, para ser representativo frente ao contexto teórico

que se desejava medir. Para compor esse conjunto foram convidados 15 juízes,

representados por 6 enfermeiros, 3 médicos intensivistas de neonatologia, 1

terapeuta ocupacional e 1 psicóloga. Foram identificados com 2 letras JE para

enfermeiras, JM para médico, JP para psicóloga e 3 letras JTO para terapeuta

ocupacional, seguida de numeração crescente: JE1,JE2, JE3, JE4, JE5, JE6, JM1,

JM2, JM3, JP e JTO.

O Quadro 1 apresenta o ordenamento das respostas dos juízes para o Bloco

Objetivo, estrutura e apresentação, relevância, valoração dos juízes índice de

concordância e consenso dos juízes por comentário/sugestões na sequência do

instrumento de avaliação de acordo com a divisão dos blocos e questões julgadas.

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Quadro 1: Ordenamento das respostas dos juízes segundo os itens do instrumento, valoração,

índice de concordância por item e consenso dos comentário/sugestões. Belém-PA, 2012.

ITENS

Valoração dos juízes

Índice de

concordância por item

Consenso dos juízes

BLOCO 1: OBJETIVOS

TA A PA I TA+A X 100/Total de juízes

A cartilha atingiu os objetivos por:

1.1 10(P) 4 (PR) 1(D)

0 0,93 - Dá noção aos familiares; - Ajudar na informação dos familiares, a cuidar do seu bebê e no acolhimento. - O conteúdo contribui na melhora da assistência, depois dos ajustes. - Ter uma linguagem clara; - Orientar os familiares na UTI neonatal; - Estimulando mudanças de atitudes; - Deve ser lida junto com o “familiar canguru”;

- Ter condições de ser utilizada em outras UTINs;

1.2 13(P) 2(PR) 0(D) 0 0,100

1.3 9(P) 5(PR) 1(D) 0 0,93

1.4

8(P)

4(PR)

3(D)

0

0,80

1.5 10(P) 5(PR) 0(D) 0 0,100

SUBTOTAL 50(P) 20(PR) 5(D) 0 10 juízes fizeram comentários/sugestões Percentual de

concordância por bloco 99,99% 5 optaram por não comentar

BLOCO 2: Estruturação e apresentação

TA A PA I TA+A X 100/Total de juízes

A cartilha estará adequada após alguns ajustes de:

2.1 10(P) 4(PR) 1 (D) 0 0,93 - Ortografia - Tamanho do título - Número de páginas e grafismo - Papel - Estilo da redação - Ordem de conteúdo -Termos apropriado para os “familiares cangurus”

2.2 4(P) 9(PR) 2(D) 0 0,86

2.3 7(P) 6(PR) 2(D) 0 0,86

2.4 6(P) 7(PR) 2(D) 0 0,86

2.5 8(P) 5(PR) 2(D) 0 0,86

2.6 6(P) 5(PR) 2(D) 2 (NR) 0,73

2.7 5(P) 7(PR) 3(D) 0 0,80

2.8 8(P) 4(PR) 2(D) 1 (NR) 0,80

2.9 8(P) 4(PR) 2(D) 1 (NR) 0,80

2.10 5(P) 6(PR) 4(D) 0 0,73

2.11 8(P) 5(PR) 2(D) 0 0,86

2.12 10(P) 3(PR) 2(D) 0 0,86 SUBTOTAL 85(P) 59(PR) 26(D) 4 (NR) 11 juízes fizeram comentários/sugestões

Percentual de concordância por bloco

99,99% 4 optaram por não comentar

BLOCO 3: Relevancia TA A PA I TA+A X 100/Total de juízes

A cartilha é relevante para:

3.1 13(P) 2(PR) 0 (D) 0 0,100 - O conhecimento dos familiares

- A educação dos familiares

- Experiência do dia/dia dos familiares

- Orientação dos familiares

- Educação dos cuidados em UTI neonatal

- Para ser usada por qualquer familiar da UTI neonatal.

3.2 11(P) 4(PR) 0(D) 0 0,100

3.3 11(P) 4(PR) 0(D) 0 0,100

3.4 12(P) 2(PR) 1(D) 0 0,93

3.5 10(P) 4(PR) 1(D) 0 0,93 SUBTOTAL 57(P) 16(PR) 2(D) 0

Percentual de concordância por bloco

99,99%

Total 192 95 33 4 8 juízes fizeram comentários/sugestões

Percentual geral de concordância

88,57% 7 optaram por não comentar

Legenda: P= Positivas. PR= Positivas com ressalva, D= Duvidosa e NR= Negativa com ressalvas.

TA= Totalmente adequada, A= Adequada, PA= Parcialmente adequada e I= Inadequada.

O Bloco dos objetivos refere-se aos propósitos, metas ou fins a serem

atingidos com a utilização da cartilha. O Quadro 1 revela o grau de consenso dos

juízes representado pelas valorações consideradas 50 (66,66%) para positivas (P)

quando julgadas totalmente adequadas, 20 (26,66%) para positivas com ressalva

(PR) quando adequadas, 5 (6,66%) para duvidosa (D) quando parcialmente

adequada, e 0 (0%) para negativas com ressalva(NR) quando inadequada. De

acordo com as opções de respostas acima das 75 (100%), 70 (93,32%) foram para

Positivas (P) e positivas com ressalva (PA), conferindo a aceitação dos itens desse

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bloco, pelos comentários/sugestões dos juízes, tornando a cartilha adequada quanto

aos objetivos.

Nesse bloco os resultados revelam que houve consenso dos juízes com

percentual de 99.99% quanto ao alcance dos objetivos pela coerência das

informações/conteúdos com as necessidades cotidianas dos familiares da UTI

neonatal; pela importância das informações/conteúdos para a qualidade do cuidado

com o recém-nascido; por convidar e/ou instigar à mudança de comportamento e

atitude dos familiares frente ao recém-nascido internado; porque a cartilha pode

circular no meio científico da área neonatal e atende aos objetivos de instituições

que tem UTI neonatal e seus familiares.

Nessa etapa da validação as respostas foram consideradas válidas, pois

obtiveram concordância maior ou igual a 80%, como indica a literatura, sustentadas

pelos comentários/sugestões dos juízes por itens dos blocos.

Constatou-se que 10 juízes optaram por assinalar e comentar e 5 optaram por

assinalar e não comentar, desses, apenas um juiz sugere ajustes, os demais

sustentam a validação de conteúdo no quesito objetivo com comentários destacando

que a cartilha “dá noção de UTI neonatal”; “informa”; “tem sentido de ajuda para os

familiares”; “contribui na orientação dos familiares”; “pode circular no meio cientifico

neonatal”; “ajuda no cuidado com o bebê e no acolhimento” conforme indicam

algumas falas.

JO1 – “A cartilha atingiu os objetivos e dá uma noção de UTI neonatal

daí acho”.

JE5 – “Acredito que a cartilha atingiu os objetivos e tem condições de

ser utilizada também por outras UTINs”

JE1- “A cartilha vai ajudar os familiares a cuidar do seu bebê”.

JTO – “Acredito que a TE pode ajudar no acolhimento de qualquer UTI

neo”.

Nesse sentido, pode-se afirmar que a cartilha contribuirá no processo de

cuidar educando no que se refere às necessidades específicas dos “familiares

cangurus” na inter-relação RN/equipe de enfermagem. O cuidado centrado nos

familiares é uma das partes mais importantes do cuidado integral dos RNs

internados em UTI. Os familiares têm necessidades específicas e apresentam

frequências elevadas de estresse, distúrbios do humor e ansiedade durante o

acompanhamento da internação na UTI 12.

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Os profissionais da área de saúde que são realmente preocupados com o ser

humano procuram desenvolver meios, instrumentos, técnicas, habilidades,

capacidade e competência para oferecer ao mesmo a oportunidade de uma

existência mais digna, mais compreensiva e menos solitária13.

O Bloco da estrutura e apresentação refere-se à forma de apresentar as

orientações ao público-alvo, sua organização, estrutura, coerência e formatação.

Neste aspecto, revela-se o grau de consenso dos juízes representados pelas

respostas comentadas dos juízes de 85 (48,85%) para positivas (P) quando julgadas

TA, 59 (33,90%) para positivas com ressalva (PR) quando A, 26 (14,94%) para

duvidosa (D) quando PA e 4 (2,29%) para negativas com ressalva(NR) quando I.

Das 174(100%) respostas obtidas dos itens desse bloco, 144(82,75%) foram para

positivas e positivas com ressalva (P/PA), indicando aceitação, o que torna a cartilha

válida quanto à estrutura e apresentação, tendo um percentual de 99.99% de

concordância dos juízes.

Os resultados do Bloco 2 revelam que houve consenso dos juízes com

percentual de 99.99% quanto a apropriação da cartilha para os familiares da UTI

neonatal; objetividade e clareza das mensagens; informações cientificamente

corretas e coerentes com o nível sócio-cultural dos familiares da UTI neonatal;

sequência lógica, estrutura e concordância ortográfica de conteúdo proposto; estilo

da redação correspondente ao nível de conhecimento dos familiares; coerência das

informações da capa, contracapa e apresentação; tamanho do título e tópicos

adequados; expressão das ilustrações, apropriação do papel, impressão e número

de páginas.

Constatou-se que 11 juízes optaram por assinalar e comentar e 4 optaram por

assinalar e não comentar, no entanto, todos os que fizeram comentários sugeriram

mudanças, ainda assim sustentam a validação de conteúdo no quesito estrutura e

apresentação destacando que a cartilha estará adequada após alguns ajustes de:

“grafismo”; “coerência das informações”; “ortografia”; “tamanho do título”; “número de

páginas”; “ mudança do papel”; “estilo da redação”; “ordem de conteúdo”; “termos

apropriado para os “familiares cangurus””. Conforme alguns comentários a seguir.

JO1- “Estará apropriada após receber alguns ajustes de grafismos”

JE4- “Algumas mensagens estão um pouco confusas, as

informações estão adequadas, porém isso não invalida a cartilha”.

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JO2, JE2 – “Há algumas falhas em relação à ortografia, porém

depois de corrigidas a cartilha estará adequada para ser aplicada

com os familiares”.; “O item 2.6 precisa de ajustes ortográficos e na

parte de cuidados, melhorar o título para fortalecer a importância das

lavagens das mãos”.

JO3 – “Nos itens 2.7 (as mensagens estão apresentadas de maneira

objetivas), 2.9 (tamanho do título), o designer poderá dar o

tratamento adequado, porém o conteúdo está muito bom. 2.12

(numero de página), pode ser menor”.

A estrutura e apresentação da cartilha foram a parte de elaboração de maior

complexidade, considerando o pouco conhecimento da autora sobre aspectos como:

diagramação, layout, cor adequada para o contexto, adequação da linguagem

científica à linguagem do público-alvo, tipo de papel, disposição e seleção das fotos,

títulos. No entanto o processo de validação ajudou-me na reestruturação dos itens

para que o material educativo não chegue inapropriado ao público-alvo.

Os resultados dessa análise revelam que os itens 2.6 e 2.10 tiveram

avaliação negativa com ressalva (NR) de 0,73, isso significa um índice de

concordância abaixo do proposto, (0,80).

Nesse bloco foram indicados erros ortográficos e expressões fotográficas

insuficientes. Frente ao exposto, a cartilha foi encaminhada a uma professora de

português para a devida revisão e as fotografias foram modificadas e encaminhadas

a publicitária para o devido tratamento do layout e expressão das fotografias. Vale

reforçar que a língua portuguesa é uma disciplina transversal para todos os

profissionais, diferente dos indicativos da informática que se trata de uma disciplina

específica.

Pesquisas antropológicas destacam que a agudeza visual é um veículo de

comunicação que dispõe de grande influência sobre os valores sociais, morais e

éticos, constituindo um código totalmente aceito e compreendido. Somente se os

cartazes, cartilhas, manuais, folhetos e folderes estiverem totalmente integrados ao

imaginário social é que alcançarão seu propósito, veiculando, por símbolos e signos,

as mensagens que se quer passar para o público-alvo14.

O Bloco da relevância refere-se às características que determinam o grau de

significação da cartilha. Neste aspecto, revela-se o grau de consenso dos juízes

representados pelas respostas comentadas dos juízes de 57 (76%) para as positivas

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(P) quando julgadas TA, 16 (21,33%) para positivas com ressalva (PR) quando A, 2

(2,66%) para duvidosa (D) quando PA e 0(0%) para negativas com ressalva(NR)

quando I. Portanto, das 75(100%) opções de respostas dos itens desse bloco, 73

(97,33%) foram para positivas e positivas com ressalva (P/PA), indicando

confirmando que a cartilha é válida quanto à relevância.

Os resultados do Bloco 3 revelam que houve consenso dos juízes com

percentual de 99.99% quanto a relevância pelos aspectos-chave que os temas

retratam; pela transferência e generalização do aprendizado a diferentes contextos;

pela proposta de construção de conhecimento da cartilha; abordagem dos assuntos

necessários para o saber dos familiares da UTI neonatal e adequação da cartilha

para o uso com familiares de UTI neonatal.

Constatou-se que 8 juízes optaram por assinalar e comentar e 7 optaram por

assinalar e não comentar, os comentários/sugestões desse bloco sustentam a

validação de conteúdo no quesito relevância da cartilha por contribuir para: “O

conhecimento dos familiares”; “A educação dos familiares”; “Experiência do dia/dia

dos familiares”; “Orientação dos familiares”. Corroborando que a cartilha é uma

importante tecnologia para mediar o cuidar educando no acolhimento dos “familiares

cangurus” em UTI neonatal representado pelos comentários a seguir.

JO1- A cartilha é relevante, contribui com a construção do

conhecimento. É adequada para ser usada por qualquer familiar da

UTI neonatal.

JE2 – A cartilha é um recurso importante e eficiente para os

familiares do recém-nascido internados em UTI neonatal, pois

esclarece e proporciona conhecimentos importantes no cuidado do

recém-nascido, fortalecendo a educação em saúde.

JO2 – Os assuntos são necessários para os familiares da UTI

neonatal. Tem conteúdo poderoso para educação dos familiares.

JM3- o material educativo é relevante porque envolve diferentes

contextos para orientação familiares.

JP – o material aborda alguns assuntos necessários para orientação

dos familiares, porém devem ser mais trabalhado a linguagem deles

e menos a linguagem cientifica.

Refletindo sobre a relevância da tecnologia-cartilha no cuidado neonatal para

o acolhimento de “familiares cangurus”, deve-se levar em conta que o que instaura

se “uma tecnologia é boa ou ruim, se ela desumaniza, despersonaliza ou objetifica o

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cuidado, não é a tecnologia por si só, mas de que maneira é utilizada pelos

profissionais, a sua intencionalidade e atitude face às possíveis complicações e

prejuízos advindos do seu uso”15: 377.

Os comentários/sugestões dos juízes nos cinco blocos expressam satisfação

pela iniciativa e por ter a cartilha, grande possibilidade de otimizar o acolhimento dos

familiares na UTI neonatal; alguns juízes sugerem que os membros da equipe da

unidade leiam a cartilha para os familiares e não somente as entreguem. Houve um

juiz que comentou que a tecnologia educacional é um avanço na enfermagem

neonatal. De forma geral, a concordância entre os juízes ultrapassou o esperado.

Entender a concepção de tecnologia em enfermagem é um desafio para uma

profissão cujo foco é o indivíduo. Entretanto, a tecnologia não pode ser entendida

como um paradigma de cuidado oposto ao humano, mas, sobretudo, um agente e

objeto em função da pessoa humana. A tecnologia pode ser um fator que humaniza,

mesmo nas arenas mais tecnologicamente intensas de cuidado em saúde16.

Análise da validação da semântica segundo os “familiares cangurus”

A ênfase nessa etapa é a opinião do público-alvo (“familiares cangurus”)

sobre a cartilha quanto aos objetivos, organização, estilo da escrita, compreensão,

aparência e grau de significação do material educativo apresentado. Os familiares

cangurus avaliaram a cartilha considerando cinco blocos de itens, com a mesma

valoração adotada para os juízes e divididos em objetivos com 3 itens, organização

com 7 itens, estilo da escrita com 6 itens, aparência com 4 itens e motivação com 6

itens.

O índice de concordância da semântica também teve como critério 80% por

cada bloco.

A análise quantitativa de todos os itens mostra percentuais de concordância

entre os blocos de 95,55% a 100%. Nesse aspecto, deduz-se que a cartilha

alcançou o grau de significância de validação.

A análise qualitativa de todos os comentários/sugestões revela que os

familiares da UTI neonatal avaliaram a cartilha como adequada para uso, mas

fizeram suas contribuições no sentido de que a cartilha tem “valor para os familiares

porque eles podem conhecer melhor as técnicas para cuidar do seu bebê”; deve

“Melhorar as cores”; “Usar cor mais alegre”; “Precisa de palavras mais simples”; “tem

ilustrações importantes que passam a ideia do assunto, principalmente para quem

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não sabe ler”. Todos esses foram pertinentes, no entanto o comentário de uma mãe

de RN também internado se destacaram por externar suas satisfações com a

cartilha que considero relevante apresentá-los na integra:

Mãe I-4 “A cartilha é de extrema importância para o momento que é

delicado, em que nós, pais e familiares, ficaram preocupados com a

saúde de nosso filho. É um momento em que precisamos de toda

informação possível para que possamos junto vencer. O momento

em que um filho fica na UTI - Nós, pais, ficamos muitas vezes sem

saber como passar, como controlar nossas emoções. E só com a

ajuda de Deus e de vocês (profissionais) é que conseguimos vencer

esse momento. O meu muito obrigado”.

As colaborações dos próprios usuários do material educativo, neste caso, os

familiares de RN em UIT neonatal, possibilitam fazer a adequação de alguns termos

e de ilustrações de difícil compreensão, segundo a perspectiva deles. 17.

Os comentários/sugestões foram poucos se comparados com a validação dos

juízes, porém, pertinentes, visto que houve sugestões dos juízes quanto a utilização

de cores claras, divergindo de alguns familiares que opinaram por cores mais

alegres. Isso mostra que as opiniões podem dar sustentação ao processo de

validação quantitativo. Outros resultados analisados qualitativamente e considerados

grandiosos foram os diferentes níveis culturais e de escolaridades entre os familiares

não dificultou a validação da cartilha.

“Por um motivo ou por outro não se deve subestimar os saberes prévios de

qualquer interlocutor da mensagem que se intenta transmitir”14:291.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação em saúde mediada por uma tecnologia impressa é ação

inovadora em UTI neonatal, principalmente quando relacionada ao cuidar-educando

para o acolhimento dos familiares dos recém-nascidos internados.

Quanto à verificação da validação da tecnologia, concluímos que a cartilha

produzida foi considera adequada para mediar o acolhimento dos “familiares

cangurus” na unidade de terapia intensiva neonatal, segundo a avaliação de juízes-

especialistas e público-alvo. Quanto à validação, houve compreensão do

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instrumento como válido para ser usado com o público-alvo sustentado pela

convergência de consenso entre os participantes do estudo, corroborando com a

análise quantitativa que obteve concordância entre os juízes-especialistas acima do

grau de concordância proposto de 80%.

Para os “familiares cangurus” a cartilha é relevante, segundo os mesmos, por

amenizar as emoções, os medos e preocupações; auxiliar na aproximação com o

recém-nascido e equipe e dar segurança nos cuidados.

Isso fortalece a utilização da tecnologia educativa no contexto de cuidar-

educando com base no método canguru, voltada para três temas centrais: o

ambiente da UTI neonatal, que trata sobre: “o que é UTI neonatal”, “sobre alguns

equipamentos”, “preparo do ambiente” e sobre a “equipe que cuida do recém-

nascido internado”; os cuidados com os recém-nascidos, que aborda: “os

cuidados na prevenção de infecções neonatais”, “acompanhando seu bebê na

internação”, “posição canguru”, “participando dos cuidados individualizados com seu

bebê” “amamentação e ordenha” e as orientações de alta.

A expectativa, nesse sentido, é que a cartilha para “familiares cangurus”

desperte as enfermeiras que atuam na UTI neonatal para a importância da inclusão

do acolhimento como unidade de cuidado. A educação em saúde não tem lugar e

nem hora certa para ser empregada, assim como a produção e validação de

tecnologias educativas podem ser processo do saber/fazer da enfermagem.

REFERÊNCIAS

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grupos de pesquisa cadastrados na plataforma lattes do CNPq. Texto Contexto

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saúde da gestante. Dissertação (Mestrado). São Paulo: Escola de Enfermagem da

Universidade de São Paulo; 2008. 130p.

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109

5 CARTILHA PARA MEDIAR O CUIDAR-

EDUCANDO NO ACOLHIMENTO DE

“FAMILIARES CANGURUS” EM UTI

NEONATAL: travessias entre textos e

imagens

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5.1 Construção da tecnologia educacional impressa: A cartilha

Existem várias tecnologias impressas sendo utilizadas como subsídio à

educação em saúde em diversos contextos, entretanto, essas tecnologias nem

sempre passam pelo processo de validação e pouco se encontra escrito sobre o

rigor cientifico das “travessias” da elaboração, nesse caso, de uma cartilha

(TEIXEIRA; SABOIA, 2011); (ECHER, 2005).

Por essa razão, senti necessidade de relatar minha experiência na construção

da cartilha destacando, as travessias entre textos e imagens e o desfecho (versão

final). Cabe ressaltar, que a elaboração de tecnologias impressas, por compreensão

própria, requer evidencias científicas; definição do objetivo da tecnologia, finalidades

(para quê?), seleção do público-alvo ao qual se destina a tecnologia (para quem?),

tipo do material (guia, folder, folheto, manual), tipo de papel, temas, ilustrações e

linguagem; requer também, planejar as ações, elaborar uma versão preliminar,

definir os grupos de peritos para julgar o conteúdo do material (validação de

conteúdo); Tudo isso com base no projeto de pesquisa, que norteará o que se quer

construir; o processo de validação deve acontecer após aprovação do Comitê de

Ética e Pesquisa.

Afirma Echer (2005) que para dar o primeiro passo para elaboração de uma

tecnologia educacional é necessária a revisão bibliográfica do tema a ser abordado,

desenvolver um projeto e submetê-lo ao Comitê de Ética e Pesquisa; o processo

como um todo contribui para a realização de trabalhos de melhor qualidade e nos

possibilita contar com recursos financeiros.

Em relação às evidencias científicas para a cartilha, partir do estudo de

Oliveira, (2006) e após definiu-se o público-alvo; para o foco da tecnologia, optou-se

pelo cuidar-educando no acolhimento dos familiares em UTI neonatal com base no

método canguru. Para definição do tipo de tecnologia realizou-se um levantamento e

leitura de dissertação e teses catalogadas no Centro de Estudos e Pesquisas em

Enfermagem (CEPEn) de 2001 a 2010; identifiquei uma dissertação que se

aproximou do foco em estudo (FONSECA, 2002). Esse resultado foi crucial para

definir o tipo de cartilha e produzi-la.

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5. 2 Travessias entre textos

O termo cartilha constitui o desdobramento da palavra “cartinha” que, por sua

vez, era usada em língua portuguesa desde o princípio da Idade Moderna, para

identificar aqueles textos impressos cujo propósito explícito seria o de ensinar a

fazer a leitura do mundo, escrever e contar; é como "[...] um tipo particular de livro

didático [...] [no] qual se encontram o método a ser seguido e a matéria a ser

ensinada, de acordo com certo programa oficial estabelecido previamente” (BOTO,

2004); (MORTATTI, 2000, p.42).

Nesse olhar, a busca da “matéria a ser ensinada” da tecnologia educacional

desse estudo, foram às travessias sobre os textos que iniciaram com a diagramação

dos temas de opção da autora para a elaboração da cartilha, o que é pertinente

apresentar (Diagrama 1):

Diagrama 1: Temas na experiência da autora para elaboração da

cartilha

Esse raciocínio com base na experiência subsidiou a construção da cartilha

para mediar o cuidar-educando no acolhimento de familiares em UTI neonatal,

sustentada nas recomendações do método canguru e fortalecidas com referencias

científicas dos acervos e bancos de dados eletrônicos.

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Os temas para a tecnologia educacional foram selecionados pela relevância

para guiar o cuidar em UTI neonatal e de acordo com o interesse do contexto

apresentado, para tanto, foram consultados livros, artigos científicos, dissertações,

teses e manuais.

Após as leituras, optou-se por três temas centrais para a construção da

cartilha; foram destacados os cuidados neonatais na primeira e segunda etapa do

método canguru e alguns cuidados na alta do recém-nascido. Esses temas-

conteúdos foram agrupados no Quadro 7 com suas respectivas justificativas.

QUADRO 7: Temas da cartilha

TEMAS

CENTRAIS

JUSTIFICATIVA

O ambiente da

UTI neonatal

- As informações, nesse aspecto, objetivam diminuir a ansiedade e os medos dos

familiares; oferecer informações sobre a rotina, sobre os aparelhos e sobre os

cuidados que cercam seu filho, isso, em muitos casos, poderá facilitar a relação tão

especial que deverá surgir com a equipe de saúde (AHRNBP, 2011).

- Os cuidados com o ambiente neonatal auxiliam na redução do estresse dos

recém-nascidos, na promoção do desenvolvimento neuropsicomotor normal entre

outros.

Os cuidados com

o recém-nascido

- Orientar os pais e os cuidadores em UTIN, a realizar os cuidados levando em

conta os sinais e respostas que o bebê da: são os cuidados contingentes. Esses

são realizados com o bebê, exigindo uma observação prévia, análise da real

necessidade do procedimento, realização deste no momento mais adequado ao

bebê e modulado de acordo com suas respostas (AHRNBP, 2011).

- Considerar como um cuidado primordial com o recém-nascido o controle e

prevenção de infecções.

- Incentivar o apego o vínculo afetivo, a relação equipe/RN/família.

A orientação

de alta

- Assegurar a continuidade da assistência ao recém-nascido de baixo peso após a

alta hospitalar.

- Dar, por escrito, orientações sobre os cuidados com o recém-nascido no domicílio.

As evidências na literatura auxiliaram na sistematização dos temas-conteúdos

e sustentaram a cientificidade da cartilha. Cada um foi apresentado e organizado

segundo o perfil do público-alvo.

A qualidade dos temas-conteúdos de tecnologias educacionais poderá ser

obtida por meio de pesquisas a fontes formais confiáveis como: livros, artigos

técnicos e entrevistas com profissionais da área, além de registros fotográficos,

gravações e observações diretas da realidade que se pretende apresentar

(BACELAR, 2011).

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5.3 Travessias entre imagens

A ilustração da cartilha é uma etapa interessante, considerando que as

interpretações são diversificadas. As travessias sobre as imagens aconteceram a

partir da definição dos temas centrais, iniciando pelas imagens da capa.

Fotografia 11: “Ambiente da UTI neonatal”

.

A imagem representando o ambiente da UTI neonatal (Fotografia 11) seria

impactante para ser usado na capa da cartilha, tendo em vista que a primeira visita

à unidade causa certo grau de angústia nos pais, uma vez que ao se depararem

com a realidade de uma UTI se sentem assustados com o grande número de

aparelhos utilizados em seu bebê ou outros em situação semelhante (COSTA;

ARANTES; BRITO, 2010).

Esta imagem foi selecionada para

representar o ambiente da UTI

neonatal e colocada na capa.

Os juízes sugeriram que a imagem

ilustrasse o interior da cartilha na

abordagem sobre o ambiente. Na capa

poderia causar espanto, ansiedade, medo.

Esta imagem foi selecionada para

mostrar para os familiares um bebê

entubado, respirando por aparelhos e

colocada na capa.

A sugestão dos juízes foi retirar da capa

porque a visão é de um bebê estressado com

fácies de dor, desorganizado, o que poderia

aumentar a ansiedade e o medo nas mães, o

que é discordante das normas do MC.

Fonte: UTI neonatal FHCGV

Fonte: UTI neonatal FHCGV

Fotografia 12: “Bebê entubado”

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A Fotografia 12 retrata um bebê em sofrimento, desorganizado, agitado,

“testa” franzida caracterizando dor, uma imagem desagradável para os familiares

diante dos sentimentos que apresentam frente a internação de um RN em UTI

neonatal. Esses detalhes foram percebidos após as contribuições dos juízes.

O método canguru recomenda que o bebê seja organizado durante a

internação, posicionado com rolos de pano em volta do corpo para diminuir o

estresse, a dor ou incômodo; recomenda ainda dar segurança, favorecer o sono

tranquilo e o desenvolvimento neuropsicomotor normal. A Fotografia 13 mostra o

posicionamento adequado do recém- nascido

Fotografia 13: Recém-nascido posicionado adequadamente

Um fator que colabora com a organização comportamental do recém-nascido

seja prematuro ou de termo, e para a diminuição do estresse e o desenvolvimento

motor é o seu posicionamento na incubadora ou berço aquecido. O posicionamento

adequado do recém-nascido em UTI neonatal promove estabilidade fisiológica,

promovendo base para funções posteriores como sugar, sentar, engatinhar e

caminhar; diminui o estresse e reforça o sistema motor (TAMEZ; SILVA, 2009).

Fonte: UTI neonatal FHCGV. Belém-Pa

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Fotografia 14: Mãe posicionando o peito em “V” (inadequado)

A imagem mãe posicionando o peito em “V” (Fotografia 14) mostra a posição

de segurar o peito em “V” ou “tesoura aberta”. Essa não é a posição recomendada

porque o indicador tende a dificultar a descida do leite. Se a mãe precisar segurar o

peito para posicioná-lo na boca do bebê, a forma mais indicada é em “C”.

(Fotografia 15).

Fotografia 15: Mulher segurando o peito em “C”

Fonte: Álbum seriado aleitamento

materno-MS

Esta imagem foi selecionada para

homenagear a dedicação de uma mãe

para com seu filho prematuro de 600g

que saiu de alta da nossa UTI neonatal

e colocada na capa.

A imagem foi julgada inadequada pelos juízes

porque mostra uma posição incorreta da mãe

segurar o peito.

Fonte: UTI neonatal FHCGV. Belém-Pa

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116

A mãe segura a mama de maneira que a aréola fique livre. Não se recomenda

que os dedos da mãe sejam colocados em forma de tesoura, pois dessa maneira

podem servir de obstáculo entre a boca do bebê e a aréola (BRASIL, 2009).

A Fotografia 16 foi considerada pelos juízes fora do contexto método canguru

e foi retira da capa. Isso confirma a importância da validação do uso de imagem

como meio de comunicação visual. A imagem-ilustração funciona na cartilha, em

relação às frases, como verdadeira animação, no sentido mais original, cativando o

leitor para uma maior disposição de aprender (BELMIRO, 2008).

Os juízes sugeriram uma imagem para a capa que representasse o método

canguru, visto que os temas centrais da cartilha são com base no método. Diante

disso, passei a observar as mães e/ou pais que mais praticavam o contato pele a

pele com seu bebê colocando-o na posição canguru. E assim a imagem selecionada

foi a Fotografia 17:

Fotografia 17: Mãe com seu bebê na posição canguru

Esta imagem foi selecionada com a

intenção de divulgar as digitais dos

primeiros prematuros extremos da

UTI neonatal da FHCGV e

colocada na capa.

Os juízes consideraram inadequada para

o contexto da cartilha.

Fonte: UTI neonatal FHCGV. Belém-Pa

Fotografia 16: Digitais de prematuros

Fonte: UTI neonatal FHCGV. Belém-Pa

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Para a organização final da cartilha a publicitária reforçou a sugestão do

designer de que “a capa não deve ter fotografia”, mas uma ilustração gráfica. Mesmo

assim, optamos por seguir as sugestões dos juízes da área da saúde.

No interior da cartilha outras imagens que representavam o ambiente da UTI

neonatal foram substituídas, segundo sugestões dos juízes.

Fotografia 18 e19: UTI neonatal sem a equipe de enfermagem

Fonte: UTI neonatal da FHCGV

Fotografias 20 e 21: A equipe de enfermagem cuidando dos bebês em UTI

neonatal

Estas imagens foram selecionadas

para mostrar o interior da UTI

neonatal.

Os juízes solicitaram substituição das imagens

porque mostram a UTI neonatal “abandonada”

e “solitária”. As mães podem pensar que seus

bebês enfermos ficam sozinhos.

As imagens inadequadas foram

substituídas por outras que

mostram a equipe de enfermagem

cuidando dos bebês em uma UTI

neonatal.

Estas foram consideradas

adequadas pelos juízes.

Fonte: UTI neonatal FHCGV. Belém-Pa

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118

“O que significa se comunicar pela imagem - mais do que pela linguagem -

estimula por parte de quem recebe a mensagem, um tipo de expectativa específica e

diferente da que uma mensagem verbal estimula” (JOLY, 1996,60).

5.4 A tecnologia-cartilha validada- Versão Final

A tecnologia possui 20 páginas. No pré-texto temos: capa (titulo e ilustração

gráfica), contracapa, apresentação para os familiares sobre o ambiente e os

cuidados com os bebês em UTI neonatal com base no método canguru; no texto

temos o desenvolvimento dos 3 temas e imagens; no pós-texto temos quarta capa.

Os temas foram organizados em 3 partes conforme os Diagramas 2, 3 e 4:

Diagrama 2: O ambiente da UTI neonatal ( 1ª parte)

Sobre o ambiente da UTI neonatal, a primeira parte da cartilha destaco, que

tem como objetivo situar os familiares dos recém-nascidos com o contexto da UTI

neonatal.

“O cenário de uma UTI neonatal, tão familiar para profissionais de saúde que

nela atuam, é percebido pelos pais como ambiente assustador. Assim, ao verem seu

bebê doente, cheios de aparelhos, tinham dificuldade de reconhecê-lo como seu”

(LAMY; GOMES; CARVALHO, 1997, p .293).

O ambiente da UTI neonatal

Quem cuida dos bebês na UTI

neonatal?

Conhecendo alguns equipamentos

Preparo do ambiente da UTI

neonatal de acordo com o MC

O que é UTI neonatal?

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Diagrama 3: Os cuidados com os recém-nascidos (2ª parte)

A segunda parte, que considero principal da cartilha, visa ressaltar as práticas

que os familiares terão que fazer/executar com seus bebês; é a parte que incentiva o

apego, motiva o acompanhamento e subsidia a equipe de enfermagem no

acolhimento. Esses cuidados, quando realizados de forma eficaz, proporcionam uma

assistência neonatal integral e de qualidade.

Os pais sentem-se gratificados quando são bem orientados e estimulados a participar dos cuidados realizados em seu filho, até em situações de casos graves, com bebês intubados. Esse reconhecimento faz com que os profissionais de saúde sintam-se realizados e estimulados a prestar uma assistência cada vez melhor, contando com a participação dos pais e estimulando a preservação do vínculo pais-filhos (MITTAG; WALL, 2004, p. 144)

Cuidados com o recém-nascido de

acordo com o método canguru

Cuidados que previnem infecções no

seu bebê

Acompanhe o seu bebê na internação

Participe dos cuidados individualizados com

seu bebê

•Aprenda a fazer higiene, dar banho, trocar fralda do seu

bebê; auxilie na dieta e na realização dos procedimentos.

• Retire o leite materno.

•Amamente seu bebê

Vejam outras informações!

•Sobre o leite materno

•Pode perguntar

•Bebê prematuro. Saiba mais um pouco

Passos para os cuidados antes de

entrar na UTI neonatal para

acompanhar o seu bebê

•Seu bebê conta com você!

•Diga para a equipe qual o nome do seu bebê

•Sua presença ajuda no tratamento do seu bebê

•Dê amor e carinho ao seu bebê.

•Coloque o seu bebê na

“posição canguru”

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Diagrama 4: Orientação de alta (3ª parte)

A orientação de alta é a terceira parte da cartilha; considero essa parte

relevante por concordar que a alta é a continuidade dos cuidados neonatais,

devendo contribuir na promoção da saúde do bebê.

A alta da UTI neonatal é uma das muitas fases que integram o processo de

devolução ou resgate das condições de saúde e qualidade de vida dos neonatos

que passam pela experiência da internação em UTI. Sendo assim, ressalta-se a

importância de que, os cuidados tenham continuidade nos demais setores e no

domicilio (OLIVEIRA, 2009).

ORIENTAÇÃO DE ALTA:

1. Sobre a Alimentação

2. Prevenção

de infecções

3. Cuidados

com as visitas

4. Sobre o banho

5. Sobre o umbigo

6. Sobre o sono

7. Sobre as roupas

8. Vacinas

9. Teste do

pezinho e orelhinha

10. Consultas

ao pediatra e enfermagem

11. O pai nos

cuidados com o bebê

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As imagens da cartilha são fotografias feitas pela própria autora na UTI

neonatal da Fundação Hospital de Clinicas Gaspar Viana (FHCGV), durante os

plantões, após autorização de uso de imagem das pessoas envolvidas. Outras

fotografias foram selecionadas da internet (fontes identificadas na ficha técnica da

cartilha).

As ilustrações foram empenho de uma publicitária, como também a

formatação e o layout. Justifico que o designer fez suas considerações para

validação da cartilha, mas não pode fazer o acabamento da mesma. Por esse fato

os procedimentos finais foram realizados por outro profissional.

A contratação de profissionais da área de informática, computação,

publicidade e propaganda são recomendadas para adequação de layouts,

diagramação e editoração. Os conhecimentos com softwares específicos

contribuirão para melhorar a qualidade final e dar um aspecto profissional à

publicação, esses subscrevem idéias criativas e sugestões simples que resultarão

num melhor produto (BACELAR, 2011).

5. 5 VERSÃO FINAL DA CARTILHA

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6 CONSIDERAÇÕES

FINAIS

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A aproximação com a temática se deu com a experiência profissional, o que

possibilitou as primeiras inquietações com “a elaboração de um folder para orientar

os familiares em UTI neonatal”, levando-me ao desenvolvimento de uma tecnologia

do tipo cartilha, com a finalidade de mediar o cuidar-educando no acolhimento dos

familiares em UTI neonatal.

As reflexões sobre a interface tecnologia, cuidar-educando e acolhimento, que

justificaram esse estudo, trouxeram como contexto de referência a tecnologia na

relação com pessoas (enfermagem-RN-familiares); o cuidar em UTI neonatal e a

educação em saúde; o acolhimento de familiares como modo de cuidar tão

importante quanto o cuidado com o RN em terapia intensiva e o acolhimento como

uma tecnologia leve do Método Canguru.

O Método Canguru conduziu a pesquisa, no que se refere à construção do

conteúdo e imagens da cartilha. Ao elaborar a cartilha como tecnologia para

subsidiar a assistência de enfermagem neonatal no cuidado centrado na família, a

idéia central foi despertar entre os que cuidam de RN em UTI neonatal a

necessidade de envolver os familiares nesse contexto e esses se sentirem seguros

para se envolverem.

A cartilha visa ajudar os familiares na compreensão do ambiente de uma UTI

neonatal com vista a praticarem com segurança os cuidados com seu bebê e

participarem dos procedimentos; visa incentivar o vínculo afetivo, diminuir os medos,

ansiedade e estresse; estimular o contato pele a pele (posição canguru); promover o

aleitamento materno e orientá-los quanto ao cuidado com o bebê no domicílio.

O objetivo geral de validar uma cartilha para mediar o acolhimento de

familiares de recém-nascidos internados na unidade de terapia intensiva foi

alcançado; os objetivos específicos nos levam a concluir que a cartilha é um

instrumento estatisticamente válido para ser usado com o público-alvo segundo os

juízes-especialistas.

O processo de validação da cartilha não foi fácil, no entanto é indispensável

para a qualificação de um material educativo impresso. O primeiro desafio foi a

seleção dos profissionais participantes da pesquisa (juízes). A experiência dessa

seleção evidenciou que o grau de escolaridade não mede conhecimentos. O

segundo foi a dificuldade de alguns juízes entenderem o processo de julgamento da

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cartilha. Alguns opinaram assinalando os escores e se sentiram pouco à vontade

para descrever os comentários/sugestões.

Nesse aspecto, é importante a objetividade da coleta de dados, disponibilizar

contatos para o esclarecimento de dúvidas e o pesquisador deve estar preparado

para as mudanças necessárias nas versões da cartilha até se atingir um consenso.

O desapego à primeira versão da cartilha facilita a análise e as modificações.

A adequação dos textos à linguagem, cultura e saberes do público-alvo é

complexa e requer habilidade com a utilização da linguagem científica; daí a

importância de um pedagogo como juiz nesse processo e os familiares como

público-alvo que utilizarão a cartilha. As imagens foram muito bem avaliadas e isso

comprova o poder da comunicação pelas ilustrações.

Os resultados revelam que a cartilha é um instrumento estatisticamente válido

por ter atingido um grau de concordância acima do proposto de 80%, isso significa

que na verificação da validação da tecnologia, a cartilha produzida foi considera

adequada para mediar o acolhimento dos “familiares cangurus” na unidade de

terapia intensiva neonatal, segundo a avaliação de juízes- especialistas e público-

alvo; houve compreensão do instrumento como válido para ser usado com o público-

alvo sustentado pela convergência de consenso entre os participantes do estudo.

Considera-se que é válido o uso de tecnologia do tipo cartilha, para mediar o

cuidar-educando dos enfermeiros de UTI neonatal em variadas situações;

entretanto, ressalta-se que há necessidade de submeter quaisquer tecnologias

produzidas ao processo de validação para que seja reconhecida a comunicação,

formações/informação, sustentando o processo de educação em saúde.

Nesse sentido, sugere-se que a equipe de enfermagem se aproprie da

cartilha como dispositivo educacional na UTI neonatal para o acolhimento dos

“familiares cangurus”. Esse termo foi criado para incentivar as mães, pais, e demais

membros da família a praticarem o contato pele a pele com seu bebê.

No que tange ao ensino e à pesquisa, desponta nesse estudo uma tecnologia

educacional validada com base no método canguru, inovadora e pronta para ser

utilizada. Após o registro de autoria e reprodução, será disponibilizada aos familiares

de recém-nascidos internados na UTI neonatal.

A expectativa, nesse sentido, é que a cartilha para “familiares cangurus”

desperte nas enfermeiras que atuam na UTI neonatal a importância da inclusão do

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acolhimento como unidade de cuidado. A educação em saúde não tem lugar e nem

hora certa para ser empregada, em fim, sem intenção de concluir queremos

ressaltar que a produção e a validação de tecnologias educacionais precisam ser

consideradas um processo do saber/fazer da enfermagem.

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156

APÊNDICES

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157

APÊNDICE A- CARTA CONVITE AOS JUÍZES

Universidade do Estado do Pará

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

Escola de Enfermagem”Magalhães Barata”

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

Mestrado Associado em Enfermagem UEPA / UFAM

CARTA CONVITE

Belém, ___ de __________ de 2011

Prezado (a) Sr (a):

Nós, Marcia Helena Machado Nascimento, mestranda do Curso de Mestrado

em Enfermagem – UEPA/UFAM, juntamente com a professora/orientadora Elizabeth

Teixeira, gostaríamos de convidá-lo (a) a ser um dos Juízes de conteúdo do

material educativo que estamos validando: Cartilha “o ambiente da unidade de

terapia intensiva e os cuidados com os recém-nascidos”: validação de

tecnologia para os familiares.

Trata-se de uma tecnologia educativa com informações/conteúdos que

julgamos importantes para otimizar o acompanhamento do recém nascido pelo

público-alvo (familiares da UTI neonatal)

Desde já agradeço, pois sei o quão é atribulada sua vida profissional, no

entanto, devido o seu alto grau de conhecimento e experiência prática, é

fundamental contar com sua participação o engrandecimento deste trabalho.

Informo que a metodologia do trabalho estipula um prazo de 15 dias para

o julgamento da cartilha.

Um cordial abraço!

Marcia Helena Machado Nascimento e Elizabeth Teixeira

Comitê de Ética em Pesquisa da FHCGV –Tv. Alferes Costa, s/n- 1° andar – Pedreira – Belém/PA- Fone: (091)

4005-2676

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158

APENDICE B- CARTA CONVITE AO PÚBLICO-ALVO (FAMILIARES)

Universidade do Estado do Pará

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

Escola de Enfermagem”Magalhães Barata”

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

Mestrado Associado em Enfermagem UEPA / UFAM

CARTA CONVITE

Belém, ___ de _______ de 2011

Prezado (a) Sr (a): _______________________________________

Nós, Marcia Helena Machado Nascimento, mestranda do Curso de Mestrado

em Enfermagem – UEPA/UFAM, juntamente com a professora/orientadora Elizabeth

Teixeira, gostaríamos de convidá-lo (a) a participar como público-alvo na avaliação

de um material educativo que estamos validando: Cartilha “o ambiente da unidade

de terapia intensiva e os cuidados com os recém-nascidos”: validação de tecnologia

para os familiares.

Trata-se de uma tecnologia educativa com informações/conteúdos que

julgamos importantes para melhorar o acompanhamento do recém-nascido por

vocês.

Desde já agradeço, pois sei o quão é atribulada sua vida, no entanto, devido o

momento novo que você está vivenciando, é fundamental contar com sua

participação o engrandecimento deste trabalho.

Um cordial abraço!

Marcia Helena Machado Nascimento e Elizabeth Teixeira

Comitê de Ética em Pesquisa da FHCGV –Tv. Alferes Costa, s/n- 1° andar – Pedreira – Belém/PA- Fone:

(091) 4005-2676

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APÊNDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DOS JUÍZES

Universidade do Estado do Pará

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

Escola de Enfermagem”Magalhães Barata”

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

Mestrado Associado em Enfermagem UEPA / UFAM

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da Pesquisa

Cartilha “o ambiente da unidade de terapia intensiva e os cuidados com os recém-nascidos”: validação de tecnologia para os familiares

Eu, Marcia Helena Machado Nascimento, Enfermeira, Docente da UEPA, Mestranda do

Curso de Mestrado em Enfermagem Associado - UEPA/UFAM, autora da pesquisa, gostaria de convidá-lo (a) a ser um dos juízes na avaliação de conteúdo da Tecnologia Educacional (TE) que estamos validando. O interesse é desenvolver uma TE com informações que julgamos importantes para o público-alvo. Após sua aceitação em participar deste estudo, iremos enviar uma cópia da TE que pretendemos validar, juntamente com um instrumento avaliativo, a fim de ser validado em sua aparência e conteúdo. O instrumento deverá ser preenchido após sua leitura e avaliação da TE, para poder ser considerado como uma tecnologia educativa e recurso apropriado para ser usado pelo público-alvo à que se destina. Cabe ressaltar que caso não haja concordância entre os juízes de 80% no resultado da avaliação da TE, esta será analisada, reelaborada a partir das sugestões, e reencaminhado para uma nova validação de conteúdo. Informamos, ainda, que lhe são assegurados:

O direito de não participar desta pesquisa, se assim o desejar, sem que isso acarrete qualquer prejuízo.

O acesso a qualquer momento às informações de procedimentos e benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para resolver dúvidas que possam ocorrer.

A garantia de anonimato e sigilo quanto ao seu nome e quanto às informações prestadas no instrumento. Não serão divulgados nomes, nem qualquer informação que possam identificá-lo (a) ou que estejam relacionados com sua intimidade.

A liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento, durante o andamento da pesquisa, sem que isto lhe traga prejuízo na instituição. Além disso:

O estudo não acarretará em maleficências e seus resultados trarão benefícios para o desenvolvimento científico. Portanto, sua colaboração e participação poderão trazer benefícios para o desenvolvimento científico.

Em caso de dúvidas estaremos disponíveis nos telefones abaixo:

Marcia Helena: (91) 3249-6024 ou (91) 8145-8830/ Elizabeth Teixeira: (91) 3244-7368 ou (91) 9982- 8258 Certa de contar com a sua colaboração, desde já agradeço.

Atenciosamente. __________________________

Marcia Helena Machado Nascimento Elizabeth Teixeira

TERMO DE COSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO (JUÍZES) Eu,___________________________________, declaro que tomei conhecimento do estudo e tendo sido devidamente esclarecido (a) sobre seus objetivos, métodos proposto e condições éticas legais, estou de acordo em participar como juiz desta pesquisa, validando o conteúdo e aparência de uma TE, por meio de um instrumento. Belém, ____ de _________ de 2012 ____________________________________ Assinatura do sujeito da pesquisa _____________________________

Assinatura do pesquisador

Comitê de ética em Pesquisa - CEP/Campus IV/CCBS/UEPA. End.Av. José Bonifácio, 1289 CEP: 66063-010 Fone: 32490236 Fax:

32494671 Ramal: 208, Email: [email protected]

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APÊNDICE D - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DO PÚBLICO-ALVO

Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

Escola de Enfermagem”Magalhães Barata”

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

Mestrado Associado em Enfermagem UEPA / UFAM

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da Pesquisa

Cartilha “o ambiente da unidade de terapia intensiva e os cuidados com os recém-nascidos”: validação de tecnologia para os familiares

Eu, Marcia Helena Machado Nascimento, Enfermeira, Docente da UEPA, Mestranda do Curso de Mestrado em Enfermagem Associado - UEPA/UFAM, autora da Cartilha “o ambiente da unidade de terapia intensiva e os cuidados com os recém-nascidos”: validação de tecnologia para os familiares,gostaria de convidá-lo (a) a participar da avaliação de uma Tecnologia Educativa (TE) que estamos validando. O interesse é desenvolver uma TE com informações que julgamos importantes para o público-alvo.

Após a sua aceitação em participar deste estudo, iremos agendar um encontro para a leitura de uma TE que pretendemos validar. Esse encontro será marcado por telefone, conforme conveniência de todos (as) os (as) participantes ou agora se preferir. Esse encontro será realizado onde melhor lhe couber. Durante o encontro, faremos a leitura da TE para depois efetuar a entrega de um questionário de avaliação para ser preenchido individualmente.

Dessa forma, a sua participação neste estudo será muito importante, pois a TE será validada a partir das suas sugestões, e, depois, será colocada à disposição do público-alvo.

Seu nome ou qualquer outra informação que possam identificá-la não serão revelados.

Você poderá deixar de participar desta pesquisa, a qualquer momento, se assim o desejar, sem que isso acarrete qualquer prejuízo.

Você terá acesso a qualquer momento às informações de procedimentos e benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para resolver dúvidas que possam ocorrer.

O estudo não lhe trará riscos, e sua colaboração e participação poderá proporcionar benefícios para o desenvolvimento científico;

Sua participação não será remunerada, mas qualquer despesa que possa surgir será financiada pelos pesquisadores.

Nos casos de dúvidas estaremos disponíveis nos telefones abaixo: Marcia Helena Machado Nascimento: (091) 8145-8830 ou 3249-6024 Elizabeth Teixeira: (91) 3244-7368 ou (91) 9982- 8258 Portanto, com base nesses motivos, lhe convidamos a participar deste estudo. Certos de

contar com sua colaboração, desde já agradecemos.

Atenciosamente,

Marcia Helena

Termo de Consentimento Pós-Esclarecido

Eu,...................................................................................................................................................,

declaro que tomei conhecimento do estudo mencionado, e tendo sido devidamente esclarecido (a)

pelo pesquisador e entendido o que me foi explicado, concordo em participar deste estudo.

Belém, ..... de ............. de 2011

_____________________________________

Assinatura da participante da pesquisa

Comitê de ética em Pesquisa - CEP/Campus IV/CCBS/UEPA. End.Av. José Bonifácio, 1289 CEP: 66063-010 Fone: 32490236 Fax:

32494671 Ramal: 208, Email: [email protected]

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161

APÊNDICE E - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DO USO DE IMAGEM

Universidade do Estado do Pará

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

Escola de Enfermagem”Magalhães Barata”

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

Mestrado Associado em Enfermagem UEPA / UFAM

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da Pesquisa

Cartilha “o ambiente da unidade de terapia intensiva e os cuidados com os recém nascidos”: validação de tecnologia para os familiares

Venho por meio deste, convidá-lo (a) a participar da pesquisa da mestranda Marcia Helena Machado

Nascimento, a qual desenvolve suas atividades na Escola de Enfermagem “Magalhães Barata” – Campus IV da Universidade do Estado do Pará (U EPA), vinculada ao Programa de Pós Graduação em Enfermagem. Mestrado Associado em Enfermagem UEPA / UFAM, tendo como orientadora a Profª Drª Elizabeth Teixeira. Esta pesquisa tem como objetivo: Produzir e validar uma cartilha sobre cuidados neonatais adequada para familiares de recém nascidos internados na unidade de terapia intensiva capaz de mediar o acolhimento do público-alvo. Esclarecemos que o Sr (a) será participante da pesquisa autorizando o uso de sua imagem na referida cartilha. Após a obtenção dos dados, os mesmos serão organizados para análise. O resultado final da pesquisa será apresentado na UEPA e demais eventos científicos e/ou publicado e as cartilhas serão entregues aos familiares da UTI neonatal da Fundação Hospital de Clinicas Gaspar Viana. Será assegurado aos participantes total sigilo sobre sua identidade. A sua participação nesta pesquisa não acarretará nenhum prejuízo de ordem física ou moral. Vale ressaltar que sua participação poderá ser interrompida a qualquer momento e também poderá desautorizar a pesquisadora de fazer uso de suas informações. O benefício advindo da execução e análise deste projeto perpassa pela possível contribuição para melhoria das ações desenvolvidas pelos profissionais da área de saúde e mais especificamente, para os enfermeiros, que saberão como lidar em situações descritas na pesquisa, e assim, poder prestar uma melhor assistência. Marcia Helena: (91) 3249-6024 ou (91) 8145-8830/ Elizabeth Teixeira: (91) 3244-7368 ou (91) 9982- 8258

Certa de contar com a sua colaboração, desde já agradeço. Atenciosamente.

_________________________ __________________________ Marcia Helena Machado Nascimento Elizabeth Teixeira

TERMO DE COSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Eu ______________________________________ declaro que li as informações sobre a pesquisa e que me sinto perfeitamente esclarecido (a) sobre o conteúdo da mesma. Declaro ainda que, por minha livre vontade, autorizo o uso de minha imagem na referida cartilha. Belém, ____ de ______ de 2011

Comitê de Ética em Pesquisa da FHCGV –Tv. Alferes Costa, s/n- 1° andar – Pedreira – Belém/PA – Fone: (091) 4005-

2676

____________________________________ Assinatura do sujeito da pesquisa _____________________________

Assinatura do pesquisador

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APÊNDICE F – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DOS JUÍZES-ESPECIALISTAS

Universidade do Estado do Pará

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

Escola de Enfermagem”Magalhães Barata”

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

Mestrado Associado em Enfermagem UEPA / UFAM

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇAO (JUÍZES-ESPECIALISTAS)

Data: ___/___/___ Nome da Tecnologia Educativa: Cartilha “o ambiente da unidade de terapia intensiva e os cuidados com os recém-nascidos” para os familiares Parte 1- IDENTIFICAÇÃO DOS JUÍZES E ESPECIALISTAS Código/Pseudônimo:____________________________ Idade____ Sexo: ( )M ( )F Área de formação_____________________ Tempo de formação________ Função/cargo na instituição_____________________________ Tempo de trabalho:________

Titulação: Especialização ( ) Concluído ( ) andamento( ) Mestrado ( )

Doutorado( ) Especificar a área:___________________

PARTE II- INSTRUÇÕES

Leia minuciosamente a Tecnologia Educacional. Em seguida analise o instrumento educativo marcando um X em um dos números que estão na frente de cada afirmação. Dê a sua opinião de acordo com a abreviação que melhor represente o grau em cada critério abaixo: Valoração 1-Totalmente adequado 2-Adequado 3-Parcialmente adequado 4-Inadequado

Para as opções 3 e 4, descreva o motivo pelo qual considerou esse item no espaço destinado após o item. Não existem respostas corretas ou erradas. O que importa é a sua opinião. Por favor, responda a todos os itens.

OBJETIVOS – Referem-se aos propósitos, metas ou fins que se deseja

atingir com a utilização da Tecnologia Educativa (TE)

1.1 As informações/conteúdos são ou estão coerentes com as necessidades cotidianas dos familiares da TE

1 2 3 4

1.2 As informações/conteúdos são importantes para a qualidade do cuidado dos familiares da TE

1 2 3 4

1.3 Convida e/ou instiga à mudanças de comportamento e atitude dos familiares frente ao recém nascido internado

1 2 3 4

1.4 Pode circular no meio científico da área 1 2 3 4

1.5 A TE Atende aos objetivos de instituições que tem UTI neonatal e seus familiares.

1 2 3 4

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________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2- ESTRUTURA E APRESENTAÇÃO – Refere-se a forma de apresentar as orientações. Isto inclui sua organização geral, estrutura, estratégia de apresentação, coerência e formatação. 2.1 A cartilha é apropriada para os familiares da UTI neonatal 1 2 3 4

2.2 As mensagens estão apresentadas de maneira clara e objetivas 1 2 3 4

2.3 As informações apresentadas estão cientificamente corretas 1 2 3 4

2.4 O material está apropriado ao nível sócio-cultural dos familiares da UTI neonatal

1 2 3 4

2.5 Há uma seqüência lógica de conteúdo proposto 1 2 3 4

2.6 As informações estão bem estruturadas em concordância e ortografia 1 2 3 4

2.7 O estilo da redação corresponde ao nível de conhecimento dos familiares

1 2 3 4

2.8 As informações da capa, contracapa, sumário, agradecimentos e/ou apresentação são coerentes

1 2 3 4

2.9 O tamanho do titulo e dos tópicos estão adequados 1 2 3 4

2.10 As ilustrações estão expressivas e suficientes 1 2 3 4

2.11 O material (papel/impressão) está apropriado 1 2 3 4

2.12 O número de páginas está adequado 1 2 3 4

______________________________________________________________________________________________________________________________________ 3 – RELEVÂNCIA –Refere-se as características que avalia o grau de significação do

material educativo apresentado. 3.1 Os temas retratam aspectos-chave que devem ser reforçados 1 2 3 4

3.2 O material permite a transferência e generalização do aprendizado a diferentes contextos (unidade de terapia intensiva neonatal)

1 2 3 4

3.3 A cartilha propõe à construção de conhecimento 1 2 3 4

3.4 O material aborda os assuntos necessários para o saber dos familiares da UTI neonatal

1 2 3 4

3.5 A cartilha está adequado para ser usado por qualquer familiar da UTI neonatal

1 2 3 4

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ COMENTÁRIOS GERAIS E SUGESTÕES (Pode utilizar o verso da folha) _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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APÊNDICE G – FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DO PÚBLICO-ALVO

Universidade do Estado do Pará

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

Escola de Enfermagem”Magalhães Barata”

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

Mestrado Associado em Enfermagem UEPA / UFAM

FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO (PÚBLICO-ALVO) Data __/__/__ Nome da Tecnologia Educacional: _____________________________________________ Parte 1 - Identificação Pseudônimo:_______________________________________________________ Escolaridade ________________________________________ Idade ________

Parte II- Instruções

Leia minuciosamente a cartilha. Em seguida utilize responda o formulário a seguir, marcando um X em um dos números que estão na frente de cada afirmação. Dê sua opinião de acordo com a opção que melhor represente o ponto de vista sobre cada critério abaixo:

Valoração: 1-Totalmente adequado 2-Adequado 3-Parcialmente adequado 4-Inadequado

Para as opções 3 e 4, descreva o motivo pelo qual considerou esse item no espaço destinado após o item. Não existem respostas corretas ou erradas. O que importa é a sua opinião. Por favor, responda a todos os itens.

1-OBJETIVOS – Referem-se aos propósitos, metas ou fins que se deseja atingir com a utilização da cartilha.

1.1 A cartilha atende aos objetivos de vocês? 1 2 3 4

1.2 Ajuda na qualidade de vida de vocês nesse momento? 1 2 3 4

1.3 A cartilha está adequado para ser usado por vocês nesse momento de internação do seu bebê?

1 2 3 4

2- ORGANIZAÇÃO – Refere-se a forma de apresentar as orientações . Isto inclui sua organização geral, estrutura, estratégia de apresentação, coerência e formatação.

2.1 A capa é atraente e indica o conteúdo da cartilha. 1 2 3 4

2.2 O tamanho do título e do conteúdo nos tópicos está adequado. 1 2 3 4

2.3 Vocês acham que os tópicos tem seqüência 1 2 3 4

2.4 Há coerência entre as informações da capa, contracapa, sumário, agradecimentos e/ou apresentação

1 2 3 4

2.5 O material (papel/impressão) está apropriado 1 2 3 4

2.6 O número de páginas está adequado 1 2 3 4

2.7 Os temas retratam aspectos importantes 1 2 3 4

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_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3- ESTILO DA ESCRITA – Refere-se a características lingüísticas, compreensão e estilo da escrita do material educativo apresentado.

3.1 A escrita está em estilo adequado 1 2 3 4

3.2 O texto é interessante. O tom da escrita é amigável 1 2 3 4

3.3 O vocabulário é acessível 1 2 3 4

3.4 Há associação do tema de cada sessão ao texto correspondente 1 2 3 4

3.5 O texto está claro 1 2 3 4

3.6 O estilo da redação corresponde ao nível de conhecimento de vocês 1 2 3 4

4- APARÊNCIA- Refere-se as características que avaliam o grau de significação do material educativo apresentado

4.1 As páginas ou seções parecem organizadas 1 2 3 4

4.2 As ilustrações/fotografias são simples 1 2 3 4

4.3 As ilustrações/fotografias servem para complementar os textos 1 2 3 4

4.4 As ilustrações/fotografias estão expressivas e suficientes 1 2 3 4

5- MOTIVAÇÃO - Refere-se a capacidade do material em causar algum impacto,

motivação e/ou interesse, assim como ao grau de significação do material educativo apresentado.

5.1 A cartilha é apropriado para o perfil dos familiares da UTI neonatal 1 2 3 4

5.2 Os conteúdos da cartilha se apresentam de forma lógica 1 2 3 4

5.3 A interação é convidada pelos textos. Sugere ações 1 2 3 4

5.4 A cartilha aborda os assuntos necessários para o dia-a-dia do dos familiares em UTI neonatal

1 2 3 4

5.5 Convida/instiga à mudanças de comportamento e atitude durante a internação

1 2 3 4

5.6 A cartilha propõe conhecimentos para vocês 1 2 3 4

______________________________________________________________________________________________________________________________________ COMENTÁRIOS GERAIS E SUGESTÕES (Pode utilizar o verso da folha)

_________________________________________________________________________________

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ANEXOS

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ANEXO 1

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ANEXO 2

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ANEXO 3

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ANEXO 4

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ANEXO 5

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ANEXO 6

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Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Av. José Bonifácio, 1289, Guamá.

Belém-PA

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