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1 TRANSPORTE DE CARGA GERAL DE MERCADORIAS PERIGOSAS ENQUADRAMENTO As mercadorias perigosas assumem uma importância fulcral nas economias das sociedades modernas, quer por questões relacionadas com a atividade industrial quer por questões que se prendem com o consumo em geral. O risco que envolve o acondicionamento, as operações e o transporte destas mercadorias, com a consequente visibilidade exterior decorrente do poder dos média e os custos humanos e monetários resultantes das consequências dos acidentes, têm vindo a merecer uma atenção acrescida por parte dos agentes económicos e das autoridades com responsabilidades nesta área. Com o surgir das dificuldades operacionais, cada modo de transporte desenvolveu regras de segurança no transporte de mercadorias perigosas. Essas regras, que foram criadas em momentos diferentes, sob distintos interesses e condicionamentos, tornam ainda hoje, apesar das tentativas encetadas para a sua harmonização, difícil a circulação internacional de mercadorias perigosas, no cumprimento estrito de todas as regras aplicáveis. QUE REGULAMENTAÇÃO SE APLICA AO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE MERCADORIAS PERIGOSAS? O transporte rodoviário de mercadorias perigosas tem de cumprir o estipulado pelos anexos técnicos do ADR (Acordo Europeu Relativo ao Transporte Internacional de Mercadorias Perigosas por Estrada) em todo espaço dos Países Partes Contratantes (atualmente 48). O ADR, revisto de dois em dois anos (anos ímpares), nas suas 9 Partes, define os critérios de aplicabilidade, classificação, acondicionamento, sinalização e transporte das mercadorias perigosas, sendo aplicáveis regras de carácter geral, particular e especial em que é imprescindível, por parte do expedidor, a determinação correta e completa da classificação da mercadoria, segundo os princípios neles estabelecidos. Cada nova versão do ADR entra em vigor a 1 de janeiro com um período transitório de 6 meses, em que coexiste com o anterior. Devemos ainda salientar que as condições definidas nos anexos A e B foram anexadas à Diretiva 94/55/CE, do Conselho (Diretiva-Quadro ADR), no sentido da aproximação das leis dos Estados-Membros da União Europeia, no que respeita ao transporte de mercadorias perigosas, tornando estas condições aplicáveis, não só no transporte internacional, mas também no transporte doméstico em todos os países da União Europeia desde 1 de janeiro de 1997. Neste momento a Diretiva 2008/68/CE, alterada pelas Diretivas 2010/61/UE, 2012/45/UE e 2014/103/UE impõe a transposição para o modo rodoviário, ferroviário e fluvial.

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TRANSPORTE DE CARGA GERAL DE MERCADORIAS PERIGOSAS ENQUADRAMENTO As mercadorias perigosas assumem uma importância fulcral nas economias das sociedades modernas, quer por questões relacionadas com a atividade industrial quer por questões que se prendem com o consumo em geral. O risco que envolve o acondicionamento, as operações e o transporte destas mercadorias, com a consequente visibilidade exterior decorrente do poder dos média e os custos humanos e monetários resultantes das consequências dos acidentes, têm vindo a merecer uma atenção acrescida por parte dos agentes económicos e das autoridades com responsabilidades nesta área. Com o surgir das dificuldades operacionais, cada modo de transporte desenvolveu regras de segurança no transporte de mercadorias perigosas. Essas regras, que foram criadas em momentos diferentes, sob distintos interesses e condicionamentos, tornam ainda hoje, apesar das tentativas encetadas para a sua harmonização, difícil a circulação internacional de mercadorias perigosas, no cumprimento estrito de todas as regras aplicáveis. QUE REGULAMENTAÇÃO SE APLICA AO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE MERCADORIAS PERIGOSAS? O transporte rodoviário de mercadorias perigosas tem de cumprir o estipulado pelos anexos técnicos do ADR (Acordo Europeu Relativo ao Transporte Internacional de Mercadorias Perigosas por Estrada) em todo espaço dos Países Partes Contratantes (atualmente 48). O ADR, revisto de dois em dois anos (anos ímpares), nas suas 9 Partes, define os critérios de aplicabilidade, classificação, acondicionamento, sinalização e transporte das mercadorias perigosas, sendo aplicáveis regras de carácter geral, particular e especial em que é imprescindível, por parte do expedidor, a determinação correta e completa da classificação da mercadoria, segundo os princípios neles estabelecidos. Cada nova versão do ADR entra em vigor a 1 de janeiro com um período transitório de 6 meses, em que coexiste com o anterior. Devemos ainda salientar que as condições definidas nos anexos A e B foram anexadas à Diretiva 94/55/CE, do Conselho (Diretiva-Quadro ADR), no sentido da aproximação das leis dos Estados-Membros da União Europeia, no que respeita ao transporte de mercadorias perigosas, tornando estas condições aplicáveis, não só no transporte internacional, mas também no transporte doméstico em todos os países da União Europeia desde 1 de janeiro de 1997. Neste momento a Diretiva 2008/68/CE, alterada pelas Diretivas 2010/61/UE, 2012/45/UE e 2014/103/UE impõe a transposição para o modo rodoviário, ferroviário e fluvial.

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DERROGAÇÕES No âmbito do ADR, é permitido estabelecer derrogações temporárias, acordadas entre as Partes Contratantes, no sentido de autorizar o transporte de mercadorias perigosas no seu território em condições diferentes das prescritas no ADR (consultar site do IMT). TRANSPORTE NACIONAL No que se refere aos transportes rodoviários com origem e destino em território português, as prescrições aplicáveis são as mesmas do ADR (com ligeiríssimas alterações). O enquadramento legal é estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 41-A/210, de 29 de abril (ADR 2009), alterado pelo Decreto-Lei n.º 206-A/2012, de 31 de agosto e pelo Decreto-Lei n.º 19-A/2014 de 7 de fevereiro (ADR 2011 e ADR 2013, respetivamente). Aguarda-se a publicação do Decreto-Lei que transponha a Diretiva 2014/103/UE (ADR 2015). CLASSIFICAÇÃO COMO SE CLASSIFICAM AS MERCADORIAS PERIGOSAS? Cada matéria ou objeto referido no ADR estará afeto a um número de quatro algarismos extraído de acordo com a Regulamentação Modelo das Nações Unidas, a que se dá o nome de “número ONU” ou “Nº ONU” (UN). As mercadorias perigosas são agrupadas em CLASSES, de acordo com o estado físico e os riscos apresentados, e sub-agrupadas em função do grau de perigosidade para o transporte, a que na maioria dos casos corresponde o GRUPO DE EMBALAGEM. Existe uma lista de mercadorias perigosas, ordenadas de forma crescente por Nº ONU, e é partindo dessa lista (designada por Quadro A), e com base no Nº ONU, CLASSE de PERIGO e GRAU de PERIGOSIDADE, que se estabelecem as prescrições particulares e especiais relativas ao acondicionamento, expedição, carregamento, movimentação, transporte e operação, envolvendo mercadorias consideradas como perigosas à luz destes regulamentos. No entanto, existe um quadro auxiliar (Quadro B) que possibilita uma procura por ordem alfabética e que permite encontrar o respetivo Nº ONU, que é a chave de entrada no quadro A. As prescrições encontram-se indexadas por códigos nas células do Quadro A cujos conteúdos específicos poderão ser encontradas na Parte (1 a 9), Capítulo, Secção ou Subsecção indicada no cabeçalho da respetiva coluna.

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Quadro A (extrato)

ONU

Nome e descrição

Classe

Código de

classificação

Grupo de

embalagem

Etiquetas

Disposições

especiais

Quantidades limitadas e excetuadas

Embalagem Cisternas móveis ONU e contentores para granel

Cisternas ADR

Veículo para transporte em cisterna

Categoria de transporte (Código de

restrição em túneis)

Disposições especiais de transporte

Número de identificação

de perigo Instruções

de embalagem

Disposições especiais de embalagem

Disposições de

embalagem em comum

Instruções de

transporte

Disposições especiais

Código-cisterna

Disposições especiais

Volumes Granel Carga, descarga e

movimentação

Operação

3.1.2 2.2 2.2 2.1.1.3 5.2.2 3.3 3.4.6 3.5.1.2 4.1.4 4.1.4 4.1.10 4.2.5.2 7.3.2

4.2.5.3 4.3 4.3.5, 6.8.4 9.1.1.2 1.1.3.6 (8.6)

7.2.4 7.3.3 7.5.11 8.5 5.3.2.3

(1) (2) (3ª) (3b) (4) (5) (6) (7ª) (7b) (8) (9ª) (9b) (10) (11) (12) (13) (14) (15) (16) (17) (18) (19) (20)

3242 AZODICARBONAMIDA 4.1 SR1 II 4.1 215 638

1 Kg E0 P409 MP2 T3 TP33 AT 2 (D)

CV14 S24 40

3243 SÓLIDOS CONTENDO LÍQUIDO TÓXICO, N.S.A.

6.1 T9 II 6.1 217 274 601

500g E4 P002 IBC02

PP9 MP10 T3 BK1 BK2

TP33 SGAH TU15 TE19 AT 2 (D/E)

VC1 VC2 AP7

CV13 CV28

S9 S19 60

3244 SÓLIDOS CONTENDO LÍQUIDO CORROSIVO, N.S.A.

8 C10 II 8 218 274

1 Kg E2 P002 IBC05

PP9 MP10 T3 BK1 BK2

TP33 SGAV AT 2 (E)

VC1 VC2 AP7

80

3245 MICROORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS ou ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS

9 M8 9 219 637

0 E0 P904 IBC08

MP6 2 (E)

CV1 CV13 CV26 CV27 CV28

S17

3245 MICROORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS ou ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS, em azoto líquido refrigerado

9 M8 9 +2.2

219 637

0 E0 P904 IBC08

MP6 2 (E)

CV1 CV13 CV26 CV27 CV28

S17

3246 CLORETO DE METANOSSULFONILO 6.1 TC1 I 6.1 +8

354 0 E0 P602 MP8 MP17

T20 TP2 TP37

L10CH TU14 TU15 TE19 TE21

AT 1 (C/D)

CV1 CV13 CV28

S9 S14 668

3247 PEROXOBORATO DE SÓDIO ANIDRO 5.1 O2 II 5.1 1 Kg E2 P002 IBC08

B4

MP2 T3 TP33 SGAN TU3 AT 2 (E)

V11 CV24 50

3248 MEDICAMENTO LÍQUIDO INFLAMÁVEL, TÓXICO, N.S.A.

3 FT1 II 3 +6.1

220 221 601

1 L E2 P001 MP19 L4BH TU15 FL 2 (D/E)

CV13 CV28

S2 S19 336

3248 MEDICAMENTO LÍQUIDO INFLAMÁVEL, TÓXICO, N.S.A.

3 FT1 III 3 +6.1

220 221 601

5 L E1 P001 R001

MP19 L4BH TU15 FL 3 (D/E)

CV13 CV28

S2 36

3249 MEDICAMENTO SÓLIDO TÓXICO, N.S.A. 6.1 T2 II 6.1 221 601

500g E4 P002 MP10 T3 TP33 SGAH L4BH

TU15 TE19 AT 2 (D/E)

CV13 CV28

S9 S19 60

3249 MEDICAMENTO SÓLIDO TÓXICO, N.S.A. 6.1 T2 III 6.1 221 601

5 Kg E1 P002 LP02 R001

MP10 T1 TP33 SGAH L4BH

TU15 TE19 AT 2 (E)

VC1 VC2 AP7

CV13 CV28

S9 60

3250 ÁCIDO CLOROACÉTICO FUNDIDO 6.1 TC1 II 6.1 +8

0 E0 T7 TP3 TP28 L4BH TU15 TC4 TE19

AT 0 (D/E)

CV13 S9 S19 68

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EXIGÊNCIAS COLOCADAS A UM TRANSPORTE EFETUADO AO ABRIGO DO ADR DOCUMENTAÇÃO

Documento de transporte (emitido e preenchido pelo expedidor);

Instruções Escritas (Ficha de Segurança), na(s) língua(s) que a tripulação compreenda;

Certificado de Formação do Condutor (Curso de Base e Especializações, se necessário)

Documento de identificação com fotografia, por cada membro da tripulação;

Certificado de Aprovação do(s) Veículo(s) (apenas no transporte em cisterna e no transporte de explosivos).

EQUIPAMENTOS Qualquer unidade de transporte deve ter a bordo os seguintes equipamentos:

Um calço para as rodas por veículo, de dimensões apropriadas à massa máxima do veículo e ao diâmetro das rodas;

Dois sinais de aviso portáteis;

Líquido de lavagem para os olhos (para cada membro da tripulação);

Um colete ou fato retrorrefletor;

Um aparelho de iluminação portátil de acordo com as prescrições da secção 8.3.4;

Um par de luvas de proteção;

Uma proteção para os olhos (por ex.: óculos de proteção). Equipamento suplementar prescrito para determinadas classes:

Uma máscara de proteção antigás a bordo, para cada membro da tripulação do veículo que transporte mercadorias com as etiquetas de perigo 2.3 ou 6.1;

Uma pá;

Uma proteção para grelhas de esgotos;

Um recipiente coletor. Cada unidade de transporte tem de possuir, pelo menos, dois extintores com as capacidades definidas no ADR (em função da MMA da unidade de transporte – acima das 7,5 toneladas a quantidade mínima é de 12 Kg). SINALIZAÇÃO No transporte de mercadorias perigosas embaladas a unidade de transporte tem de ostentar, à frente e à retaguarda, painéis laranja de acordo com as exigências do ADR. No transporte de mercadorias perigosas a granel ou em cisterna, os painéis laranja deverão ter números e a unidade de transporte tem de ostentar as placas-etiquetas adequadas e, se necessário, ainda as marcas previstas no ADR.

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CONSELHEIRO DE SEGURANÇA As empresas cuja atividade inclua operações de transporte, de carga ou de descarga de mercadorias perigosas por estrada (também por via férrea ou vias navegáveis interiores) têm necessidade de nomeação de um Conselheiro de Segurança, cujas funções e tarefas estão definidas no ADR. A empresa tem de comunicar essa nomeação ao IMT,I.P., no prazo de cinco dias úteis após a nomeação, assim como a desvinculação. No caso de ocorrer um acidente envolvendo as mercadorias perigosas (durante o transporte ou nas operações de carga e descarga) e desde que esse acidente seja considerado um acidente reportável, o conselheiro tem de elaborar um relatório, de acordo com o modelo estipulado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), num prazo máximo de 20 dias úteis e a empresa tem de enviar uma cópia para a ANPC, no prazo máximo de 5 dias úteis após a sua conclusão. MERCADORIAS PERIGOSAS DE ALTO RISCO Quando a empresa transportar mercadorias perigosas de alto risco (aquelas que têm como potencial o uso indevido num ato terrorista e que podem, como resultado, produzir consequências graves, como mortes em massa, destruição em massa ou, especialmente para a classe 7, disrupção socioeconómica em massa) nas quantidades que ultrapassem os limites estabelecidos no ADR, deve adotar e aplicar efetivamente um plano de proteção física com os requisitos e conteúdo mínimo exigido. Devem estar instalados no veículo ou material circulante que transporte mercadorias perigosas de alto risco dispositivos, equipamentos ou sistemas de proteção que impeçam o seu roubo bem como da sua carga, e devem ser tomadas medidas que assegurem a permanente operacionalidade e eficácia desses dispositivos de proteção. A aplicação dessas medidas não pode comprometer as intervenções de socorro em caso de emergência.

ISENÇÕES EXISTEM TRANSPORTES ISENTOS DO CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS GERAIS? Sim, o ADR contempla:

Isenções totais ou quase, ligadas:

À natureza da operação de transporte;

Ao transporte de gases;

Ao transporte de carburantes líquidos;

As quantidades limitadas/excetuadas;

Às embalagens vazias por limpar;

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Isenções parciais ligadas às quantidades transportadas por unidade de transporte;

Isenções por via de disposições especiais. O ADR prevê a possibilidade de mencionar particularmente para cada matéria, situações de isenção (total ou parcial), o que obriga a um conhecimento específico da regulamentação aplicável. ISENÇÕES LIGADAS À NATUREZA DA OPERAÇÃO DE TRANSPORTE As prescrições do ADR não se aplicam:

Ao transporte de mercadorias perigosas efetuado por pessoas singulares quando as mercadorias em questão estão acondicionadas para a venda a retalho e se destinam ao seu uso pessoal ou doméstico ou para atividades de lazer ou desportivas, na condição de serem tomadas medidas para impedir qualquer fuga de conteúdo em condições normais de transporte;

Quando estas mercadorias são líquidos inflamáveis transportados em recipientes recarregáveis cheios por, ou para, um particular, a quantidade total não deve ultrapassar os 60 litros por recipiente e os 240 litros por unidade de transporte. As mercadorias perigosas em GRG, grandes embalagens ou cisternas não são consideradas como estando embaladas para a venda a retalho;

Ao transporte de máquinas ou de equipamentos não especificados no ADR que comportem acessoriamente mercadorias perigosas na sua estrutura ou nos seus circuitos de funcionamento, na condição de serem tomadas medidas para impedir qualquer fuga de conteúdo em condições normais de transporte;

Ao transporte efetuado por empresas mas acessoriamente à sua atividade principal, tal como para aprovisionamento de estaleiros de construção ou de engenharia civil ou para os trajetos de retorno a partir desses estaleiros, ou para trabalhos de medição, de reparação ou de manutenção, em quantidades que não ultrapassem 450 litros por embalagem, incluindo os grandes recipientes para granel (GRG) e grandes embalagens, nem as quantidades máximas totais especificadas em 1.1.3.6. Devem ser tomadas medidas para impedir qualquer fuga de conteúdo em condições normais de transporte. A presente isenção não se aplica à classe 7. Os transportes efetuados por essas empresas para o seu próprio aprovisionamento ou para a sua distribuição externa ou interna não são contudo abrangidos pela presente isenção;

Aos transportes realizados pelas autoridades competentes para as intervenções em caso de emergência ou sob o seu controlo, na medida em que esses transportes sejam necessários em função da resposta de emergência, em particular os transportes efetuados:

Por veículos pronto-socorro que reboquem veículos avariados ou sinistrados contendo mercadorias perigosas;

7

Para conter, recuperar e deslocar para o local seguro e apropriado mais próximo as mercadorias perigosas envolvidas num incidente ou num acidente;

Aos transportes de emergência destinados a salvar vidas humanas ou a proteger o ambiente, na condição de terem sido tomadas todas as medidas para garantir que esses transportes se efetuem em completa segurança;

Ao transporte de reservatórios fixos de armazenagem, vazios, por limpar, que tenham contido gases da classe 2 dos grupos A, O ou F, matérias dos grupos de embalagem II ou III das classes 3 ou 9, ou pesticidas dos grupos de embalagem II ou III da classe 6.1, nas seguintes condições:

Todas as aberturas, com exceção dos dispositivos de descompressão (quando estiverem instalados), sejam hermeticamente fechadas;

Tenham sido tomadas medidas para impedir qualquer fuga de conteúdo nas condições normais de transporte;

A carga seja fixada em berços, cestos ou outros dispositivos de manuseamento ou fixada ao veículo ou contentor de forma a não oscilar nem se deslocar nas condições normais de transporte.

Não são abrangidos pela presente isenção os reservatórios fixos de armazenagem que tenham contido matérias explosivas dessensibilizadas ou matérias cujo transporte seja proibido pelo ADR. ISENÇÕES LIGADAS AO TRANSPORTE DE GASES As prescrições do ADR não se aplicam ao transporte:

Dos gases contidos nos reservatórios dos veículos que efetuem uma operação de transporte e que se destinem à sua propulsão ou ao funcionamento de qualquer dos seus equipamentos (frigoríficos, por exemplo);

Dos gases contidos nos reservatórios de carburante dos veículos transportados. A válvula de alimentação situada entre o reservatório de carburante e o motor deve estar fechada e o contacto elétrico deve estar cortado;

Dos gases dos grupos A e O (de acordo com 2.2.2.1) se a sua pressão no recipiente ou na cisterna, a uma temperatura de 20 °C, não ultrapassar 200 kPa (2 bar) e se o gás não for um gás liquefeito nem um gás liquefeito refrigerado. Isto é válido para todos os tipos de recipientes ou de cisternas, por exemplo, também para as diferentes partes das máquinas ou da aparelhagem;

Dos gases contidos no equipamento utilizado para o funcionamento dos veículos (por exemplo os extintores), mesmo enquanto peças sobressalentes (por exemplo os pneus cheios). Esta isenção abrange igualmente os pneus cheios transportados enquanto carga;

Dos gases contidos no equipamento especial dos veículos e necessários ao funcionamento desse equipamento especial durante o transporte (sistema de arrefecimento, aquários, aparelhos de aquecimento, etc.) bem como os recipientes sobressalentes para esses equipamentos e os recipientes a substituir, vazios por limpar, transportados na mesma unidade de transporte;

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Dos gases contidos nos géneros alimentícios (com exceção do Nº ONU 1950), incluindo as bebidas gaseificadas;

Dos gases contidos nos balões para uso desportivo. ISENÇÕES LIGADAS AO TRANSPORTE DE CARBURANTES LÍQUIDOS As prescrições do ADR não se aplicam ao transporte:

Do carburante contido nos reservatórios de um veículo que efetue uma operação de transporte e que se destine à sua propulsão ou ao funcionamento de qualquer dos seus equipamentos utilizado ou que se destina a ser utilizado durante o transporte;

O carburante pode ser transportado em reservatórios de carburante fixos, diretamente ligados ao motor ou ao equipamento auxiliar do veículo, que estejam de acordo com as disposições regulamentares apropriadas, ou pode ser transportado em recipientes para carburante portáteis (como, por exemplo, jerricans).

A capacidade total dos reservatórios fixos não deve exceder 1 500 litros por unidade de transporte e a capacidade de um reservatório fixado a um reboque não deve exceder 500 litros. Pode ser transportado em recipientes para carburantes portáteis um máximo de 60 litros por unidade de transporte. Estas restrições não se aplicam aos veículos dos serviços de intervenção de emergência;

Do carburante contido nos reservatórios dos veículos ou de outros meios de transporte (como, por exemplo, barcos) que sejam transportados como carga, sempre que se destine à sua propulsão ou ao funcionamento de qualquer dos seus equipamentos. A válvula de alimentação situada entre o motor ou os equipamentos e o reservatório de carburante deve estar fechada durante o transporte, salvo se for indispensável ao equipamento para continuar operacional. Se for o caso, os veículos ou os outros meios de transporte devem ser carregados de pé e ser fixados para evitar quedas;

Do carburante contido nos reservatórios de máquinas móveis não rodoviárias que é transportado como carga, quando é destinado à sua propulsão ou ao funcionamento de qualquer dos seus equipamentos. O carburante pode ser transportado em reservatórios de combustível fixos, ligados diretamente ao motor do veículo e/ou aos equipamentos que cumpram os requisitos legais. Se necessário, as máquinas devem ser carregadas de pé e protegidas contra a queda.

NOTA: Disposição especial 363 Esta rubrica aplica-se igualmente aos combustíveis líquidos, que não os isentos pelo 1.1.3.3, em quantidades superiores às indicadas na coluna (7a) do Quadro A do Capítulo 3.2, contidos em meios de confinamento integrados em equipamentos ou máquinas (por exemplo, geradores, compressores, unidades de aquecimento, etc.) pela sua conceção original. Não estão submetidos a outras disposições do ADR se satisfizerem as seguintes prescrições:

a) Os meios de confinamento estão em conformidade com as prescrições de construção da autoridade competente do país de fabrico;

9

b) Todas as válvulas ou aberturas (por ex.: dispositivos de respiro) dos meios de confinamento com mercadorias perigosas estão fechadas durante o transporte;

c) A máquina ou equipamento está carregada e orientada de modo a evitar

qualquer fuga acidental de mercadorias perigosas e estivada por meios que permitam reter a máquina ou equipamento de modo a evitar qualquer movimento durante o transporte que possa mudar a sua orientação ou danificá-la;

d) Quando o meio de confinamento tem uma capacidade superior a 60 litros, não ultrapassando os 450 litros, a máquina ou o equipamento são etiquetados numa face exterior, em conformidade com o 5.2.2 e quando a capacidade é superior a 450 litros, não ultrapassando os 1 500 litros a máquina ou equipamento são etiquetados nas quatro faces exteriores em conformidade com o 5.2.2;

e) Quando o meio de confinamento tem uma capacidade superior a 1500 litros, a máquina ou equipamento são sinalizado com placas-etiquetas nas quatro faces exteriores em conformidade com o 5.3.1.1.1, aplicam-se as prescrições do 5.4.1 e o documento de transporte inclui a seguinte menção adicional: "Transporte conforme com a disposição especial 363".

ISENÇÕES LIGADAS ÀS QUANTIDADES LIMITADAS Os transportes de matérias das diferentes classes estão isentos do cumprimento das disposições do ADR se forem cumpridas certas condições relacionadas com a embalagem e massa, não excedendo as quantidades indicadas na Coluna (7a) do Quadro A, nem as quantidades máximas, por volume, indicadas em 3.4.2 e 3.4.3. Devem ser cumpridas algumas prescrições, como sejam, as condições gerais de embalagem e a marcação dos volumes com a marca em forma de losango, tendo as partes superior e inferior a formar um triângulo preto. Esta marca terá as dimensões de 10x10 cm. As unidades de transporte, de massa máxima admissível superior a 12 toneladas que transportam mais de 8 toneladas de massa bruta de volumes, devem ostentar, à frente e à retaguarda, a marcação idêntica à dos volumes, mas medindo 25x25 cm. Esta sinalização não será necessária se, por efeito de outra carga carregada, a unidade de transporte tiver de ostentar painéis laranja. ISENÇÕES LIGADAS ÀS EMBALAGENS VAZIAS POR LIMPAR As embalagens vazias (incluindo os GRG e as grandes embalagens), por limpar, que tenham contido matérias das classes 2, 3, 4.1, 5.1, 6.1, 8 e 9 não estão submetidas às prescrições do ADR se tiverem sido tomadas medidas apropriadas para compensar os eventuais riscos. Os riscos consideram-se compensados se tiverem sido tomadas medidas para eliminar todos os riscos das classes 1 a 9.

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ISENÇÕES PARCIAIS QUAIS SÃO AS ISENÇÕES PARCIAIS LIGADAS ÀS QUANTIDADES TRANSPORTADAS POR UNIDADE DE TRANSPORTE? Um transporte encontra-se isento parcialmente do cumprimento das disposições do ADR quando a mercadoria se encontra embalada e:

A quantidade de mercadorias perigosas a bordo de uma única unidade de transporte não ultrapasse os valores indicados na coluna (3) do quadro a seguir indicado para uma dada categoria de transporte e as mercadorias perigosas a bordo da unidade de transporte são da mesma categoria

Ou

As mercadorias perigosas a bordo da unidade de transporte são de várias categorias, e a soma de:

A quantidade de matérias e de objetos da categoria de transporte 1 multiplicada por "50";

A quantidade de matérias e de objetos da categoria de transporte 1 mencionados na nota a de rodapé do quadro do 1.1.3.6.3, multiplicada por "20";

A quantidade de matérias e de objetos da categoria de transporte 2 multiplicada por "3";

A quantidade de matérias e de objetos da categoria de transporte 3; não ultrapasse “1000”.

Por “quantidades máximas totais por unidade de transporte” entende-se:

Para os objetos, a massa bruta em kg (para os objetos da classe 1, a massa líquida em kg de matéria explosiva; para as mercadorias perigosas contidas nas máquinas ou equipamentos especificados no ADR, a quantidade total de mercadorias perigosas contidas no interior em quilogramas ou litros, consoante o caso);

Para as matérias sólidas, os gases liquefeitos, os gases liquefeitos refrigerados e os gases dissolvidos, a massa líquida em quilogramas;

Para as matérias líquidas, a quantidade total de mercadorias perigosas contida, em litros;

Para os gases comprimidos, gases adsorvidos e produtos químicos sob pressão, a capacidade em água do recipiente, em litros.

EM CASO DE ISENÇÃO PARCIAL QUAIS AS EXIGÊNCIAS COLOCADAS AO TRANSPORTE? Entre outras, devem ser respeitadas:

As prescrições de aprovação das embalagens e marcação e etiquetagem dos volumes;

O preenchimento do documento de transporte de acordo com o ADR (No caso em que se encare aplicar o 1.1.3.6, a quantidade total de mercadorias perigosas de cada categoria de transporte deve ser indicada no documento de transporte);

A existência de um extintor de, pelo menos, 2 kg de pó químico.

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Não é exigido, nomeadamente:

A sinalização da unidade de transporte;

A certificação do condutor;

As instruções escritas;

Equipamento de bordo (com exceção do extintor de 2Kg).

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Categoria de transporte

(1)

Matérias ou objetos grupo de embalagem ou código/grupo de classificação ou

Nº ONU

(2)

Quantidade máxima total

por unidade de transporte

(3)

0

Classe 1: 1.1A/1.1 L/1.2 L/1.3 L/1.4 L e Nº ONU 0190 Classe 3: Nº ONU 3343 Classe 4.2: matérias pertencentes ao grupo de embalagem I Classe 4.3: Nºs ONU 1183, 1242, 1295, 1340, 1390, 1403, 1928, 2813, 2965, 2968, 2988, 3129,

3130, 3131, 3134, 3148, 3396, 3398 e 3399 Classe 5.1 Nºs ONU 2426 Classe 6.1: Nºs ONU 1051, 1600, 1613, 1614, 2312, 3250 e 3294 Classe 6.2: Nºs ONU 2814 e 2900 Classe 7: Nºs ONU 2912 a 2919, 2977, 2978 e 3321 a 3333 Classe 8: Nº ONU 2215 (ANIDRIDO MALEICO, FUNDIDO) Classe 9: Nºs ONU 2315, 3151, 3152 e 3432, bem como os aparelhos que contenham essas

matérias ou misturas bem como as embalagens vazias por limpar que tenham contido matérias que figuram nesta categoria de transporte, com exceção das classificadas no nº ONU 2908

0

1

Matérias e objetos pertencentes ao grupo de embalagem I e que não figuram na categoria de transporte 0, bem como as matérias e objetos das classes: Classe 1: 1.1B a 1.1J

a /1.2B a 1.2J/1.3C/1.3G/1.3H/1.3J/1.5D

a

Classe 2: Grupos T, TCa, TO, TF, TOC

a e TFC

Aerossóis: grupos C, CO, FC, T, TF, TC, TO, TFC e TOC Produtos químicos sob pressão: Nºs ONU 3502, 3503, 3504 e 3505 Classe 4.1: Nºs ONU 3221 a 3224 e 3231 a 3240 Classe 5.2: Nºs ONU 3101 a 3104 e 3111 a 3120

20

2

Matérias e objetos pertencentes ao grupo de embalagem II e que não figuram nas categorias de transporte 0, 1 ou 4, bem como as matérias e objetos das classes: Classe 1: 1.4B a 1.4G e 1.6N Classe 2: Grupo F Aerossóis: grupo F Produtos químicos sob pressão: Nº ONU 3501 Classe 4.1: Nºs ONU 3225 a 3230 Classe 5.2: Nºs ONU 3105 a 3110 Classe 6.1: Matérias e objetos pertencentes ao grupo de embalagem III Classe 9: Nº ONU 3245

333

3

Matérias e objetos pertencentes ao grupo de embalagem III e que não figuram nas categorias de transporte 0, 2 ou 4, bem como as matérias e objetos das classes: Classe 2: Gupos A e O Aerossóis: grupos A e O Produtos químicos sob pressão: Nº ONU 3500 Classe 3: Nº ONU 3473 Classe 8: Nºs ONU 2794, 2795, 2800, 3028 e 3477 Classe 9: Nºs ONU 2990 e 3072

1 000

4

Classe 1: 1.4S Classe 4.1: Nºs ONU 1331, 1345, 1944, 1945, 2254 e 2623 Classe 4.2: Nºs ONU 1361 e 1362 grupo de embalagem III Classe 7: Nºs ONU 2908 a 2911 Classe 9: Nºs ONU 3268, 3499 e 3509 bem como as embalagens vazias por limpar que tenham contido matérias perigosas, exceto as que figuram na categoria de transporte

Ilimitada

a Para os Nºs ONU 0081, 0082, 0084, 0241, 0331, 0332, 0482, 1005 e 1017, a quantidade máxima

total por unidade de transporte será de 50 kg.

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FISCALIZAÇÃO

COMO SE PROCESSA A FISCALIZAÇÃO DO TRANSPORTE DE MERCADORIAS PERIGOSAS? A fiscalização do transporte de mercadorias perigosas é exercida pelas seguintes autoridades:

IMT, I.P.;

Direções Regionais da Economia;

Guarda Nacional Republicana;

Polícia de Segurança Pública;

Autoridade de Segurança Alimentar e Económica. Na fiscalização realizada no decurso do transporte rodoviário é utilizada a lista de controlo (anexo IV do Decreto-Lei, nº 41-A/2010), devendo o agente da autoridade entregar um duplicado da lista de controlo ao condutor do veículo fiscalizado. OBRIGAÇÕES DO TRANSPORTADOR Constituem obrigações do transportador:

Utilizar apenas veículos ou vagões admitidos e que cumpram as condições técnicas exigidas para o transporte em causa;

Garantir a existência a bordo do certificado de aprovação do veículo, correspondendo às prescrições estabelecidas para o transporte em causa;

Fornecer instruções escritas (fichas de segurança) aos membros da tripulação do veículo ou aos maquinistas do comboio, antes do início da viagem e numa língua que cada um possa ler e entender;

Realizar o transporte em embalagens, cisternas ou contentores para granel que não apresentem fugas da matéria transportada, bem como realizar o transporte em veículos-cisternas ou vagões-cisternas com os equipamentos e acessórios adequados e sem deterioração grave;

Garantir a existência da sinalização adequada nos veículos, vagões ou cisternas, no que se refere aos painéis cor de laranja, placas-etiquetas, marcas e sinais de alerta;

Garantir a existência dos extintores adequados correspondentes ao veículo ou à carga, operacionais, e dentro da respetiva validade;

Garantir a existência dos equipamentos de proteção geral e individual da tripulação do veículo ou do maquinista do comboio, aplicáveis de acordo com as instruções escritas (fichas de segurança);

Garantir a existência e adequação do certificado de formação do condutor do veículo;

Não transportar no veículo quaisquer passageiros para além dos membros da tripulação;

Garantir o cumprimento das regras aplicáveis à vigilância e estacionamento dos veículos específicas do transporte de mercadorias perigosas;

Garantir a existência a bordo dos veículos ou comboios de um documento de identificação, com fotografia, de cada um dos membros da tripulação;

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Garantir, em caso de transporte de mercadorias perigosas de alto risco, a existência e operacionalidade de dispositivos, equipamentos ou sistemas de proteção que impeçam o roubo do veículo, do vagão ou da carga;

Não utilizar a bordo dos veículos aparelhos de iluminação com chama ou suscetíveis de produzir faíscas;

Constitui obrigação comum do carregador e do transportador, nos termos dos anexos I e II, respeitar o limite máximo de quantidades transportadas, específico do transporte de mercadorias perigosas, no transporte em volumes.

Constitui obrigação comum do enchedor e do transportador, nos termos dos anexos I e II, respeitar as taxas máximas de enchimento, específicas do transporte de mercadorias perigosas, no transporte em cisternas.

Constituem obrigações do embalador, do carregador, do enchedor, do transportador ou do descarregador, consoante o caso:

Nomear um ou mais conselheiros de segurança, quando a empresa não esteja isenta de tal obrigação;

Comunicar por escrito ao IMT, I.P., a nomeação do conselheiro de segurança, e, quando for o caso, a sua desvinculação, no prazo de cinco dias úteis a contar do ato da nomeação ou desvinculação;

Garantir a existência e a adequação do certificado de formação do conselheiro de segurança nomeado;

Garantir a elaboração do relatório anual de segurança por parte do conselheiro de segurança nomeado, o mais tardar até ao dia 31 de março do ano seguinte a que respeita, de acordo com modelo definido por deliberação do conselho diretivo do IMT, I.P.;

Garantir a existência e adequação por um período de cinco anos, a cargo do conselheiro de segurança nomeado, dos registos da formação recebida pelos intervenientes no transporte de mercadorias perigosas, bem como da documentação escrita sobre procedimentos de emergência;

Garantir a elaboração dos relatórios de acidente por parte do conselheiro de segurança nomeado, de acordo com os critérios e modelos definidos por despacho do presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, no prazo de 20 dias úteis a contar da data da ocorrência do acidente;

Remeter à Autoridade Nacional de Proteção Civil cópia dos relatórios de acidentes elaborados pelo conselheiro de segurança nomeado, no prazo de cinco dias úteis a contar da data da sua elaboração.

Constitui obrigação do expedidor, do embalador, do carregador, do enchedor, do transportador, do descarregador ou do destinatário, consoante o caso, garantir a adoção e aplicação do plano de proteção física para as mercadorias de alto risco.

Constitui obrigação comum do gestor da infraestrutura ferroviária e do transportador, elaborar planos de emergência internos para as gares de triagem e aplicar as respetivas medidas.

SANÇÕES As sanções são punidas em função da gravidade, sendo estabelecidos 3 graus ao qual correspondem 3 Categorias de Risco: I, II e III.

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De notar que, para além das coimas previstas, poderá ser determinada a imobilização do veículo quando se trata de infrações da categoria de risco I (por ex.: a falta de Certificado de Formação do Condutor).

CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS QUE TRANSPORTAM MERCADORIAS PERIGOSAS Como se trata de transporte rodoviário há que, para além das regras do ADR, referentes ao transporte, cumprir com outras regras estipuladas no código da estrada, na regulamentação de sinalização de trânsito e as referentes às restrições à circulação. O próprio ADR impõe algumas regras no que respeita à circulação em túneis e ao estacionamento de veículos. CÓDIGO DA ESTRADA Relativamente aos veículos com mercadorias perigosas, atualmente só existem duas regras específicas:

Circulação com os médios ligados, quando as unidades de transporte ostentem painéis laranja; e

Sancionamento dos condutores que apresentem uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 0,2 g/l.

SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO Há sinalização de trânsito que proíbe o trânsito a:

Todos os veículos transportando mercadorias perigosas (com painéis laranja) – C3p;

Veículos que transportem produtos facilmente inflamáveis ou explosivos – C3q;

Veículos que transportem produtos suscetíveis de poluírem as águas – C3r. RESTRIÇÕES À CIRCULAÇÃO Desde 1998 que, em Portugal, a circulação de veículos pesados com mercadorias perigosas, tem a sua circulação restringida em alguns dias, horas e vias. Em termos genéricos:

Sextas, domingos, feriados e vésperas de feriados, das 18h – 21h, em algumas vias;

Segundas, das 7h – 10h, exceto nos meses de julho e agosto, nos acessos a Lisboa e Porto.

Estão isentos os transportes para unidades de saúde, aeroportos e portos marítimos. Pode ser obtida, desde que devidamente justificada, uma autorização especial de circulação, de modo a ultrapassar estas limitações.

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Há dois locais proibidos a todos os veículos com mercadorias perigosas:

Ponte 25 de Abril e viaduto norte, exceto entre as 2h – 5h;

Túnel da Gardunha, sempre proibido. RESTRIÇÕES EM TÚNEIS Desde que classificados e devidamente sinalizados podem haver:

Túneis que proíbem a passagem a qualquer veículo com painéis laranja e aos sinalizados com a marca das quantidades Limitadas (túneis da Categoria E); e

Túneis que só permitem a passagem a algumas matérias, em função da maneira como são transportadas: volumes, granel ou cisterna (túneis das Categorias B, C e D).

LIMITAÇÕES DE ESTACIONAMENTO Os veículos que transportam mercadorias perigosas nas quantidades indicadas nas disposições especiais S1 (6) e S14 a S24, segundo a coluna (19) do Quadro A do ADR, devem ser guardados à vista ou poderão estacionar, sem guarda à vista, num depósito ou nas dependências de uma fábrica que ofereçam todas as garantias de segurança. Se não existirem tais possibilidades de estacionamento, o veículo, depois de terem sido tomadas apropriadas medidas de segurança, pode estacionar num local isolado que corresponda às condições enunciadas em a), b) ou c) que seguem: a) Um parque de estacionamento vigiado por um guarda que tenha sido informado

acerca da natureza do carregamento e do local em que se encontra o condutor; b) Um parque de estacionamento público ou privado em que o veículo não corra,

provavelmente, qualquer risco de sofrer danos causados por outros veículos; ou, c) Um espaço livre apropriado, afastado das grandes estradas públicas e dos locais de

habitação, e que normalmente não sirva de local de passagem ou de reunião para o público.

Os parques de estacionamento autorizados em b) só serão utilizados na falta dos que são referidos em a), e os que são descritos em c) só podem ser utilizados na ausência dos que são referidos em a) e b).