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Délio José Prates do Amaral
Advogado, contador, membro-fundador da
Transparência Capixaba e tesoureiro da OAB-ES
Linhares-ES, de agosto de 2011
Ética nas relações entre Ética nas relações entre o público e o privado e o o público e o privado e o
combate à corrupçãocombate à corrupção
A pergunta é: E essa combinação é possível?
SIM!
Um sim de quem acredita em transformações progressivas e verifica que elas estão acontecendo.
Exemplos: Lei da Ficha Limpa, Portal da Transparência, controles externos sobre o Judiciário e o Ministério Público, Conselho Estadual de Ética Pública, Conselho Estadual de Transparência Pública e Combate à Corrupção.
Antes de começar...“Os tempos de máxima opressão [se trocarmos
por decepção temos um quadro bem similar ao de nosso país] são aqueles em que quase sempre se fala de causas grandiosas. Em tais épocas, é necessário ter coragem para falar de coisas pequenas e mesquinhas como a comida e a moradia dos que trabalham”.
Bertold Brecht.
As principais vertentes da ética no pensamento ocidental
Ética Prática – Peter SingerFins devem levar em consideração os meios.
Tem algo da ética utilitarista
tica Consequencialista –
eremy Bentham e J. S. Mill
vita princípio geral. Estuda cada caso. O melhor resultado possível.
Ética nas atitudes pessoais
O valor das atitudes e do exemplo.
Um outro título possível quando se fala de ética
“O ponto cego no olhar adentro é o avesso do olho de lince no olhar afora”
Eduardo Giannetti no livro Auto-engano
Vamos falar mal dos outros...
Corrupção no Cotidiano: alguns exemplos
– O que você tem a ver com a corrupção?
– Campanha da CGU
- Propaganda
Vídeo
Vídeo
Vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=hblBL1KTTfwhttp://www.youtube.com/watch?v=Kk_7oW7OM8M http://www.youtube.com/watch?v=C2x6uTYWXBE
O problema é sério...
Ética na Web: 53.000.000 páginasCidadania na Web: 24.200.000 páginas
Direitos Humanos na Web: 17.200.000 páginas
PARA COMPARAR:
Dinheiro na Web: 166.000.000 páginasSexo na Web: 405.000.000 páginas
pesquisa feita no Google dia 02/08/2011
Ética é uma coisa fácil de resolver?
Sim. Algumas vezes é.
Corrupção é algo sempre errado.
Ética é uma coisa fácil de resolver?
Mentir, por exemplo, nem sempre é errado.
caso do judeu, do amigo e do membro da SS nazista.
Não.Não.
Uma pergunta e uma definição
Uma pergunta provocativa: será que a corrupção é um fenômeno presente apenas nos grandes escândalos que aparecem na mídia envolvendo políticos e empresários, ou seja, restrita às elites e ao poder? Será que podemos nos autodeclarar como imunes à bandalheira e à imoralidade?
Uma definição simples: a corrupção é todo ação que “quebra”uma regra estabelecida (norma, lei, etc) em benefício individual ou de um determinado grupo em detrimento do interesse coletivo.
E o que eu tenho a ver com isso?Vejam as seguintes ações e condutas comportamentais ilegais e/ou anti
éticas presentes no dia a dia:
Comprar produtos piratas; colar em provas; furar filas; sonegar impostos; votar num candidato apenas por que lhe prestará um favor; contrabandear mercadorias; aceitar e obter cargo público proveniente de concurso público forjado; participar de licitações viciadas; aceitar pagar algum serviço mais barato sem nota fiscal; pagar propina ao “guardinha” para não ser multado etc
As microcorrupções acima, se disseminadas na sociedade, acabam por legitimar a
macrocorrupção que tanto nos deixa indignados.
O problema da punição
A diferença é que aqui pune-se menos. Há casos notórios no mundo. E muito corrupto na cadeia. Há uma preocupação crescente com o tema. Instituições multilaterais estão montando redes de vigilância. Estudos de casos ajudam a construir táticas de investigação e ação para proteger o interesse comum.
É difícil, é demorado, é coletivo
Reduzir a corrupção, no entanto, não é tarefa fácil; não é tarefa rápida, não é tarefa individual. É difícil, demorado e coletivo.
Precisamos de auditoria, precisamos de controle social e transparência, precisamos de participação e precisamos de punição.
Somos um país pouco auditado, com pouca transparência e controle social e com pouca punição.
A corrupção compensa?
Por isso qualquer tipo de corrupção compensa. As chances de dar errado são pequenas.
Toda pessoa que vai cometer uma ato desse – de corrupção – faz instintivamente um cálculo de custo
benefício.
Por que combater a corrupção?
Fere os direitos da cidadaniaFere o princípio republicano (igualdade de todos
perante a lei)Subverte os padrões éticos e morais da sociedade
Causa perda de investimentos sociaisCausa perda da eficiência e eficácia econômica da
sociedade
Alguns números da corrupção:
Estimativas da ONU apontam para US$ 1 trilhão/ano do total de US$ 2 trilhões movimentados pelo crime organizado
Pesquisa do Professor Marcos Fernandes (FGV-SP) aponta perda de R$ 300 bilhões para o Brasil (2002-2006).
Estudo mais recente da FIESP apontou
custo anual de R$ 72 bilhões.
Por causa disso...
A ONU tem uma Convenção contra a corrupção e uma Convenção de combate ao crime
organizado transnacional.
A OEA e União Africana têm convenções contra a corrupção.
A OCDE tem convenção contra a corrupção.
Combater a GRANDE e.... a pequena
A tolerância a pequenas transgressões à lei, leva a grande corrupção.
A pena de não combatermos a corrupção, seja privada ou pública é vivermos no pais:
INGANAImpostos ingleses e serviços ganenses.
O papel da educação
O papel da educação na construção de uma sociedade cidadã e ética é dos
mais valorosos.
Povo educado dificilmente se deixa enganar por promessas vãs.
É possível então?Acabar com a corrupção?
Basta olhar para a história. Os exemplos estão todos à nossa disposição. O que fomos capazes de construir ao longo dessa maravilhosa e dolorosa experiência humana nos permite pensar assim.
Claro!Claro!
Quase terminando...
“A injustiça social ainda precisa ser combatida. O mundo não vai melhorar sozinho.”
Eric Hobsbawm ao final de sua autobiografia Tempos interessantes: uma vida no século XX
no entanto...
Bibliografia bem básica• ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 4. ed. São Paulo:
Martins Fontes, 2000.
• ASHLEY, Patrícia Almeida (coord.). Ética e responsabilidade nos negócios. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
• FABRIZ, Daury Cesar. Bioética e direitos fundamentais. Belo Horizonte: Mandamentos, 2003.
• LIPOVETSKY, Gilles. A Era do Vazio. São Paulo: Manole, 2005.
• PEGORARO, Olinto. Ética dos maiores mestres através da história. Petrópolis: Vozes, 2006.
• SINGER, Peter. Ética prática. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
• ___________. Vida ética. São Paulo: Ediouro, 2002.
Contatos
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