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Transcrição da Teleconferência Resultados do 1T13 Braskem (BRKM3 BZ) 13 de maio de 2013 1 Operadora: Bom dia e obrigada por aguardarem. Sejam bem vindos à teleconferência da Braskem para discussão dos resultados referentes ao 1T13. Estão presentes hoje conosco os senhores Carlos Fadigas, Diretor-Presidente; Marcela Drehmer, Vice-presidente de Finanças e RI; e Guilherme Mélega, Diretor de RI e Controladoria. Informamos que esse evento está sendo gravado e que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Companhia, e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de assistência durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Esse evento também está sendo transmitido, simultaneamente, pela internet, via webcast, podendo ser acessado no endereço www.braskem.com.br/ri, onde se encontra disponível a respectiva apresentação. A seleção dos slides será controlada pelos senhores. O replay deste evento estará disponível logo após seu encerramento. Lembramos que os participantes do webcast poderão registrar antecipadamente, no website, perguntas a serem respondidas durante a sessão de perguntas e respostas. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante essa teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Braskem, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais, podem afetar o desempenho futuro da Braskem, e podem conduzir a resultados que diferem, materialmente, daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora, gostaríamos de passar a palavra a Guilherme Mélega, Diretor de RI e Controladoria da Braskem, que iniciará a apresentação. Por favor, Guilherme, pode prosseguir. Guilherme Mélega: Bom dia senhoras e senhores, gostaria de agradecer a todos pela participação em mais uma teleconferência da Braskem. Hoje discutiremos os resultados do 1T13. Inicialmente, lembramos que, em atendimento à lei 11.638/07, os resultados aqui demonstrados refletem a adoção de regras contábeis internacionais IFRS. Vale ainda lembrar que a companhia mantém ativos em processo de venda e, por consequência, os seus resultados estão contabilizados como “resultado com operações descontinuadas”. As informações aqui apresentadas foram revisadas por auditores externos independentes. Vamos então para o slide seguinte, por onde iniciaremos nossos comentários. No slide de número 3, falaremos dos principais destaques do 1T13. A taxa média de utilização dos crackers foi de 90%, 8 pontos percentuais superior à média do último

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Operadora: Bom dia e obrigada por aguardarem. Sejam bem vindos à teleconferência da Braskem para discussão dos resultados referentes ao 1T13. Estão presentes hoje conosco os senhores Carlos Fadigas, Diretor-Presidente; Marcela Drehmer, Vice-presidente de Finanças e RI; e Guilherme Mélega, Diretor de RI e Controladoria. Informamos que esse evento está sendo gravado e que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Companhia, e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de assistência durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Esse evento também está sendo transmitido, simultaneamente, pela internet, via webcast, podendo ser acessado no endereço www.braskem.com.br/ri, onde se encontra disponível a respectiva apresentação. A seleção dos slides será controlada pelos senhores. O replay deste evento estará disponível logo após seu encerramento. Lembramos que os participantes do webcast poderão registrar antecipadamente, no website, perguntas a serem respondidas durante a sessão de perguntas e respostas. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante essa teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Braskem, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais, podem afetar o desempenho futuro da Braskem, e podem conduzir a resultados que diferem, materialmente, daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora, gostaríamos de passar a palavra a Guilherme Mélega, Diretor de RI e Controladoria da Braskem, que iniciará a apresentação. Por favor, Guilherme, pode prosseguir. Guilherme Mélega: Bom dia senhoras e senhores, gostaria de agradecer a todos pela participação em mais uma teleconferência da Braskem. Hoje discutiremos os resultados do 1T13. Inicialmente, lembramos que, em atendimento à lei 11.638/07, os resultados aqui demonstrados refletem a adoção de regras contábeis internacionais IFRS. Vale ainda lembrar que a companhia mantém ativos em processo de venda e, por consequência, os seus resultados estão contabilizados como “resultado com operações descontinuadas”. As informações aqui apresentadas foram revisadas por auditores externos independentes. Vamos então para o slide seguinte, por onde iniciaremos nossos comentários. No slide de número 3, falaremos dos principais destaques do 1T13. A taxa média de utilização dos crackers foi de 90%, 8 pontos percentuais superior à média do último

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trimestre de 2012, que sofreu com problemas operacionais decorrentes da volatilidade do fornecimento de energia. O mercado brasileiro de resinas termoplásticas teve alta de 5,6%, atingindo 1,3 milhão de toneladas. A Braskem acompanhou a tendência da demanda local e seu volume de vendas totalizou 921 mil toneladas, o que levou à expansão do market share para 71% no trimestre. O EBITDA foi de R$937 milhões ou US$470 milhões, positivamente influenciado pelo maior volume de vendas para o mercado brasileiro e pela recuperação de spreads de resinas e principais petroquímicos básicos, que seguiram em linha com o mercado internacional. Na comparação com o 4T12, excluindo-se os efeitos extraordinários, o EBITDA em dólares do 1T13 apresentou uma alta de 10%. No que tange sua estratégia de diversificação de matéria-prima, a Braskem seguiu avançando no projeto greenfield do México a fim de assegurar o start-up da operação no 1S15. O progresso físico de construção do empreendimento atingiu 26%, em linha com o cronograma previsto, e a Companhia expandiu ainda suas atividades de pré-marketing com os clientes locais. Destaca-se também a evolução do cumprimento das condições precedentes para o 1º desembolso do project finance, que deve ocorrer no 2T. O governo brasileiro tem reagido às incertezas do cenário global e com o objetivo de resgatar a competitividade da indústria química e petroquímica brasileira e estimular novos investimentos, foi aprovada em maio a medida que reduz a tarifa de PIS/COFINS para a compra de matéria-prima e insumos da 2ª geração, que são consumidos por cerca de 50 empresas. Os tributos ficarão em 1% de 2013 a 2015 e, a partir de 2016, as alíquotas voltam a subir gradativamente até 2018. Passando para o slide de número 4. No slide 4 observamos o desempenho do mercado brasileiro de resinas termoplásticas e das vendas da Braskem. A demanda por resinas termoplásticas atingiu 1,3 milhão de toneladas no 1T13, um crescimento de 5,0% em relação ao mesmo período do ano anterior, explicado pelo bom desempenho dos mercados de alimentos e construção civil. Em relação ao 4T12, a demanda apresentou alta de 5,6%, refletindo a recomposição de estoques na cadeia e o bom desempenho de diferentes segmentos, como de alimentos e construção civil. As vendas da Braskem apresentaram alta próxima de 9% quando comparadas com o mesmo período do ano anterior, em linha com sua estratégia de expansão no mercado brasileiro, que foi ainda beneficiada pela nova planta de PVC em alagoas. Com isso, o market share da Companhia atingiu 71% no final do 1T13, uma expansão de 3 p.p. em relação ao 1T12. Na comparação com o quarto trimestre, as vendas apresentaram crescimento de 6,2%. Passando para o slide de número 5. Neste slide, apresentamos os fatores que influenciaram o EBITDA no 1T13 na comparação com o último trimestre do ano anterior. O EBITDA consolidado da Companhia foi de R$937 milhões, um crescimento de 6% em relação ao EBITDA recorrente do 4T, que havia sido positivamente impactado pela alienação de ativos não estratégicos no valor de R$516 milhões. A alta nos spreads de resinas termoplásticas e dos principais petroquímicos básicos no mercado internacional, que tiveram crescimento de 24% e 6%, respectivamente e o melhor mix de vendas, com destaque para o mercado doméstico, foram os principais

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responsáveis pela recuperação do resultado. A apreciação média do real, que gerou um efeito positivo de R$223 milhões positivo na receita e R$287 milhões negativos no custo. Passando para o próximo slide. O slide 6 ilustra o endividamento da Braskem. Em 31 de março de 2013, a Companhia apresentou dívida bruta consolidada de US$9 bilhões, 5% superior à registrada em 31 de dezembro de 2012, explicada, principalmente, pela captação adicional de US$305 milhões via bridge loan para o projeto integrado no México, e que será repago no momento do recebimento da primeira parcela do project finance, prevista para junho de 2013. Quando medida em reais, a dívida foi 3% superior. A dívida bruta atrelada ao dólar foi de 70%. O saldo de caixa e aplicações, que no trimestre anterior foi positivamente influenciado pela venda dos vagões da Braskem America, apresentou redução de US$95 milhões, totalizando US$1,6 bilhão.Por consequência, a dívida líquida consolidada da Braskem, tanto em dólares quanto em reais, apresentou alta de 8% e 6%, respectivamente, totalizando US$7,4 bilhões e R$14,9 bilhões. A dívida líquida atrelada ao dólar foi de 75%. Excluindo do saldo da dívida o bridge loan referente ao projeto México, que totaliza US$619 milhões até o 1T do ano, a dívida líquida foi de US$6,9 bilhões. A melhora do EBITDA dos últimos 12 meses compensou parcialmente o aumento da dívida líquida. Por consequência, a alavancagem financeira, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, que era de 3,42x em dezembro foi para 3,62x em março, quando mensurada em dólares. Excluindo-se dessa análise o projeto México, a alavancagem financeira medida pela relação dívida líquida/EBITDA foi de 3,34x, em linha com a apresentada no trimestre anterior. Em 31 de março de 2013, o prazo médio do endividamento era de cerca de 14 anos e se considerarmos apenas a parcela da dívida em dólares, o prazo médio fica em 19 anos. O custo médio da dívida da Companhia em 31 de março de 2013 era de 5,98% em dólares e 8,00% em reais versus o trimestre anterior de 6,24% em dólares e 7,58% em reais. Excluindo-se o projeto México da agenda de amortização da dívida da Companhia, que será repago com o recebimento da 1ª parcela do project finance, conforme já mencionado, apenas 5% do total da dívida têm vencimento em 2013. E, o elevado patamar de liquidez da Braskem garante que seu saldo de disponibilidades cubra os vencimentos dos próximos 25 meses. Considerando as linhas de crédito rotativo, a cobertura é de 34 meses. Passando para o próximo slide. No slide 7 apresentamos o CAPEX no 1T13. A Braskem, mantendo seu compromisso com a realização de investimentos com retorno acima de seu custo de capital, realizou investimentos operacionais que totalizaram R$297 milhões. Cerca de R$260 milhões, ou 90% desse montante foram direcionados à manutenção e melhoria dos ativos. Em relação ao projeto México, os investimentos do 1T foram feitos via bridge loan. A Companhia estima que o investimento via equity seja retomado a partir do 2T13, quando teremos o recebimento do 1º pagamento do project finance. No que tange o desembolso para 2013, o investimento estimado é de R$2,2 bilhões, sendo cerca de 70% direcionados à manutenção, melhoria da produtividade e

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confiabilidade dos ativos, incluindo a despesa adicional decorrente da parada programada de manutenção em uma das linhas do cracker da unidade de Camaçari, prevista para o 4T e com duração de 30 dias; e 25% para a construção do novo complexo petroquímico no México. O restante está relacionado a outros investimentos operacionais e demais projetos em andamento, como os estudos relacionados ao Comperj, a construção do pipeline para futuro fornecimento de propeno ao polo acrílico da Bahia, entre outros. Passando para o slide 8. No slide de número 8 falaremos sobre a evolução do projeto integrado para produção de polietileno no México. O projeto, que entra em operação no final do 1S15, é o primeiro projeto greenfield base gás, com referência de preço baseada no gás EUA, a entrar em operação na região. A construção está de acordo com o cronograma planejado, com avanço físico de 26% e mais de 6 mil trabalhadores nas obras. Além do diferencial de matéria-prima, o projeto também se beneficiará do mercado mexicano de polietileno, que hoje já é deficitário e tem cerca de 70% de sua demanda suprida por material importado. A Braskem seguiu expandindo suas atividades de pré-marketing. No que tange à sua estrutura de financiamento, a equipe tem avançado no cumprimento das condições precedentes para que o primeiro desembolso do project finance, assinado em dezembro, ocorra até junho de 2013. Para o ano, as prioridades são o início da montagem eletromecânica com a chegada dos principais equipamentos e materiais na obra, a ampliação das atividades de pré-marketing e a contratação e capacitação de profissionais para conduzir a operação industrial. Passando para o slide 9. No slide de número 9 falaremos da indústria petroquímica mundial. O cenário ainda é de cautela. A contínua incerteza em relação à crise financeira europeia, seu impacto na economia global e no crescimento dos países emergentes continua sendo ponto de atenção. No que tange ao mercado petroquímico, a expectativa para 2013 é de uma melhora nos spreads, ainda que tímida, em relação a 2012. Para o médio e longo prazo, espera-se uma recuperação gradual nos spreads, refletindo uma melhora na demanda global, positivamente influenciada pelo crescimento dos países emergentes. Destacam-se ainda as incertezas em relação à entrada de alguns projetos na região de Ásia e Oriente Médio, que poderão influenciar no balanço de oferta e demanda mundial, levando a uma recuperação mais acentuada na rentabilidade da indústria petroquímica mundial. Os projetos competitivos à base gás de xisto, anunciados nos EUA, deverão começar a entrar mais fortemente no mercado a partir de 2017. Todavia, não é esperado que esse adicional de capacidade altere a dinâmica de precificação do mercado petroquímico global, que ainda terá a nafta como sua principal matéria-prima. No caso do Brasil, a contínua melhoria de rendas das famílias e as recentes medidas adotadas pelo governo, com o objetivo de impulsionar a demanda e trazer mais competitividade para os produtores nacionais, também poderão afetar positivamente a cadeia química e de plásticos local.

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Passando para o último slide. Neste último slide apresentamos as principais concentrações da administração. A Braskem, em linha com sua estratégia de fortalecimento do negócio e de elevação da sua competitividade, permanece comprometida com o abastecimento local, e segue investindo na área de inovação, desenvolvendo novas aplicações e apoiando o crescimento da indústria; com consequente expansão de seu market share no mercado brasileiro. Todavia, o cenário global ainda é desafiador o que reforça a necessidade de uma política industrial mais ampla e que siga fortalecendo a competitividade da cadeia petroquímica e de plásticos brasileira, viabilizando novos investimentos no setor. Nesse contexto a Braskem tem investido em projetos que buscam diversificar sua matriz de matéria-prima e melhorar sua competitividade na curva de custos global, através da construção do projeto petroquímico integrado no México para produção de polietileno e do avanço nos estudos de engenharia para implementação do novo complexo petroquímico no Rio de Janeiro. A companhia permanece focada ainda na constante busca de sua eficiencia operacional, através da elevação da sua taxa de operação e valorização das correntes já existentes, como a nova planta de PVC e a expansão de butadieno, que foram entregues em 2012 e sem descuidar da manutenção de sua higidez financeira em um cenário de crise global. Encerramos aqui a nossa apresentação e passamos para a sessão de perguntas e respostas. Paula Kovarsky, Banco Itaú BBA: Obrigada. Bom dia a todos. Queria começar com duas perguntas. A primeira delas é um pouco mais geral, sobre competitividade da indústria. Estamos vendo, óbvio que esse movimento não é novo, mas estamos vendo um pouco mais de barulho da indústria local reclamando da competitividade de gás natural e inclusive alguns agentes aí da indústria química de transformação reclamando inclusive de um aumento da importação de produto acabado vindo dos Estados Unidos, o crescimento de produção lá etc. Queria ouvir de vocês como vocês estão vendo esse movimento da indústria, se vocês acham que isso pode eventualmente culminar no governo propor alguma coisa de melhora de preço de gás natural, se poderia ser o elemento que está faltando para vocês darem o “go ahead” pra COMPERJ, queria ouvir um pouco de vocês, como vocês estão vendo essa questão e até que ponto isso é realmente uma ameaça pras operações da Braskem no Brasil. E a segunda pergunta é sobre demanda doméstica, estamos vendo, na verdade os dados da indústria, de movimentação da indústria e os dados da indústria petroquímica são meio, está um pouco difícil de entender se de fato a demanda desse 1T, ela melhorou, mas aparentemente continua a quem das expectativas, o que vocês estão vendo pra 2T, 2S do ano, como vocês estão vendo demanda doméstica pra esse ano agora de 2013? Carlos Fadigas:

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Paula, bom dia. Deixa eu começar pela sua primeira pergunta que é mais estrutural, de fato. Falando de competitividade de indústria. Eu vou tentar resumir porque daria pra passarmos boa parte da manhã falando só desse ponto. Mas eu diria o seguinte: eu vejo duas coisas acontecendo antes de focar especificamente na questão de gás natural. Mas eu vejo duas coisas acontecendo. Tem uma medida de longo prazo do governo que vem trabalhando pra reduzir o custo, digamos assim, o custo Brasil de maneira geral. Mão-de-obra via desoneração, infraestrutura, tem pacote pra rodovia, tem pacote pra ferrovia, tem pacote pra portos. E a parte tributária de custo Brasil via desoneração direta pra indústria. Então, quando olhamos pro longo prazo, vemos que estamos trabalhando na direção correta. Claro que o movimento de câmbio que não sabemos no longo prazo como fica, e afeta muito a manufatura do país, mas o longo prazo vemos sendo administrado. Nós estamos falando ai provavelmente no final de década. Alguma coisa entre quatro, cinco anos pra frente, para vermos os efeitos de redução de custo do país. Até chegarmos lá, e exatamente por isso que a gente pediu o regime especial para indústria química, a indústria precisa resistir e chegar lá. Esse programa que foi divulgado na semana passada, saiu na passada o regime especial de desoneração de PIS/COFINS nas matérias primas, é exatamente a ponte pra que a indústria chegue num momento futuro onde entendemos que os custos de manufatura do país serão menores. Sobre a questão de preço de gás natural, acho que tem que fazer uma separação aqui importante entre preço de gás de uma maneira geral, preço de gás pra indústria e por fim, etano, propano, butano, eventualmente frações do gás natural que seriam utilizadas pra produção de petroquímico, no caso, por exemplo, do COMPERJ. Então, começando do mais genérico, o gás natural de uma maneira geral, conversamos com “N” players dessa indústria e existe, de uma certa forma, uma tendência de aumento da oferta de gás no Brasil, seja por produção associada, gás produzido com petróleo, seja por produção específica de gás em campos on shore que vão ser licitados inclusive com expectativa de maior produção de gás. Isso tende a reduzir o preço. O que estamos pedindo é que o gás que é usado como matéria prima pela indústria, ou seja, que ganha valor pela sua industrialização, tenha um preço diferenciado pelo efeito multiplicador no tempo. Essa é uma das bandeiras do conselho de competitividade da indústria química ao abrigo do plano Brasil Maior, mesmo conselho de competitividade que conseguiu a redução do PIS/COFINS. Essa é, digamos, uma das próximas bandeiras. E por fim, como eu te falei, além de falar de gás, falar de gás e matéria-prima pra indústria e falar do COMPERJ, no caso do COMPERJ, nosso diálogo com a Petrobras é exatamente esse. Os números são muito públicos, a Petrobras tem um domínio grande no preço de etano, no preço de propano, do preço de butano nos Estados Unidos. Estamos discutindo com Petrobras e estamos discutindo com o próprio governo o que é possível e o que é preciso para tornar o COMPERJ viável.

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Paula Kovarsky: Se o senhor me permite, Fadigas, só voltando um pouco na questão de desoneração da cadeia e tirar o PIS e COFINS da NAFTA, do ponto de vista de competitividade da indústria, isso só é verdade se a gente assumir que pelo menos uma parte desse benefício vai pra terceira geração, correto? Porque se não, o pessoal vai importar produto acabado e é isso. Está certo esse pensamento? Carlos Fadigas: Uma parte dele sim. Então, deixe eu falar de transformado, o que de fato você perguntou e eu terminei não cobrindo. No caso das resinas, a gente sabe que as resinas são um mercado global. E elas são transportadas e vendidas em todo o mercado, no caso de transformados isso não é verdade para todos os transformados. Então, você tem desde transformados com muito pouco fluxo de produtos de um mercado pro outro porque simplesmente não faz sentido e outros que viajam melhor, ou seja, o custo de transporte é menor, e aí você tem uma competição mais global. O que temos feito é, junto com o setor de transformação, trabalhado numa forma de também apoiá-los exatamente nesses produtos. Eu não tenho um percentual pra te dar, mas eu te diria que a maioria dos transformados, a maior parte dos transformados sofre menos pressão de mercado concorrencial internacional. Por quê? Porque ele tem um componente, ou ele é difícil de ser transportado, ou ele está vinculado a uma embalagem, a uma impressão por embalagem pra um cliente específico, porque simplesmente não faz na China e traz pra cá. Então, também tem uma agenda nossa com o setor de transformação. Então, acho que a primeira parte tentei te responder em relação, deixa eu só fechar a Braskem e volto pro transformado. No caso da Braskem, você conhece nossos programas de aumento de taxa de operação de central, de redução de custo fixo, todo esforço de Braskem para estar mais competitiva. Nossa central de matéria-prima do Rio de Janeiro que hoje já roda, a antiga Riopol é base de gás, o COMPERJ será base de gás e isso vai dar um mix pra Braskem muito mais equilibrado no Brasil, sem que falar naturalmente do market share que temos e os outros componentes e que ajudam a preservar a nossa competitividade no tempo. Lembrando também que a quantidade de PE que vai ser produzida a partir de shale tem um limite e lembrando também que mesmo o produtor de PE a partir do shale não transfere isso pro cliente, ele fica com a margem pra ele. Ou seja, só uma parte pequena disso, dessa vantagem competitiva do shale é transferida para o transformador pelo produtor americano. Quem olha o resultado das empresas americanas vê que eles estão se apropriando dessa margem e vendendo o PE, digamos, pelo mesmo preço que vende o produtor base nafta. Então, essa é a lógica econômica para o nosso setor. Podemos até voltar a explorar ela em uma outra conversa se vocês quiserem, mas isso tem a ver com produção de resina. Para o transformado, era o que eu tava colocando e eu vou expandira agora um pouco mais. Tem uma parcela que tem a ver com a competitividade local, porque é um mercado de concorrência local, regional, às vezes Brasil, às vezes até região do país.

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E para esses clientes é muito mais uma dinâmica interna, de concorrência entre eles aqui. No produto que viaja e que chega ao Brasil, essa mesma ponte que nós recebemos com o regime especial da indústria química, a gente vem discutindo com eles qual é a forma também de essa indústria ser competitiva, crescer sua capacidade de concorrência no tempo. Vou te dar o exemplo de BOPP, que é filme biorientado de PP, essas embalagens metalizadas pra alimentos, batata frita por exemplo é feito de BOPP. Esse é um produto que viaja bem, esse é um produto que sofre concorrência internacional e que também nós trabalhamos com a cadeia para durante um período subir a alíquota de importação. Então, entre apoio à cadeia pra investimento e para crescimento de competitividade, entre também temporariamente subir a alíquota de imposto de importação, tem um trabalho pra que o setor de transformação também evolua junto com a nossa indústria. O Exemplo que eu gosto de dar é exatamente o exemplo da desoneração porque foi um trabalho conjunto da Braskem com cinquenta empresas químicas, foi um trabalho de cadeia, Basf, Bayer, Lê Queiroz, Oxyteno, Unigel, trabalhamos todos juntos para primeira e segunda geração. Tem trabalho em curso também com terceira geração pra que eles tenham essa evolução. A maioria dos transformados levam concorrência interna, o restante a gente vai trabalhar junto com eles pra evoluir. É uma resposta que está em construção, viu Paula? Porque a gente está exatamente a quatro mãos discutindo com eles. De qualquer sorte, eu não trabalho com o cenário do setor de transformação se esvaziando no Brasil para a maioria dos transformados plásticos. Paula Kovarsky: Ok. Se você puder falar então só um pouquinho de demanda doméstica,agora no curto prazo. Carlos Fadigas: Falo. Nosso mercado de primeiro trimestre cresceu em relação ao quarto trimestre 5.6%, que é um número até um pouco melhor do que a gente esperava. A nossa venda especificamente cresceu 6.2, um pouco acima do 5.6 porque a Braskem avançou um pouco mais em market share. É bom lembrar que a gente tem por exemplo uma planta nova de PVC. E essa planta, na medida em que ela vai rodando cada vez mais próxima do seu limite de capacidade a gente tem que de fato conquistar market share. Quando a gente olha pra um ano atrás o mercado cresceu 5%. Então, quando a gente olha de uma maneira mais longa em relação ao ano anterior a gente vê 5%, quando a gente olha em relação ao 4T a gente vê 5.6. Eu diria que é cedo pra rever uma estimativa que a gente fez ainda no fim do ano passado de que o mercado cresceria por volta de 4. Eu acho que o 1T teve um efeito de recomposição de estoque na cadeia. O preço lá fora de resina cresceu ao longo do 1T e os clientes tendem a comprar quando o preço está subindo exatamente pra se antecipar aos preços mais altos lá na frente. Quando acurva inverte, começa a cair, eles seguram compra esperando o preço cair. Então, se eu tivesse que te falar de uma tendência mais de longo prazo, a nossa visão ainda

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continua por volta de 4% de crescimento de demanda de resina para 2013 contra 2012. Tivemos um começo de ano melhor, mas está cedo pra dizer que os 5.6 contra o 4T ou os 5% contra o 1T do ano passado são uma nova tendência. A gente tem visto também como todo ano a gente vê a expectativa de PIB começa o ano em 3.5 e ela vem diminuindo ao longo do ano e está a essa altura por volta de 3. Eu acho que o quatro continua mais realista. Não sei se respondi sua pergunta. Paula Kovarsky: OK. Muito obrigada. Bruno Varella, Bradesco BBI: Oi, Fadigas, bom dia. Bom dia, Mélega. Bom dia a todos. Eu tenho duas perguntas. A primeira delas sobre investimentos e desinvestimentos. Começando pela parte de investimento. Está saindo em jornais uma potencial aquisição dos ativos de PVC da Solvay, eu queria entender se existe uma intenção mesmo de Braskem de expandir nesse mercado vis-à-vis a recente expansão em Alagoas e as taxas de ocupação que ainda são um pouco baixas, gostaria de entender qual será o racional. E segundo em relação a desinvestimento, também está rodando a questão de Quantiq, outros ativos ambientais. Existe um target de vocês para desinvestimento no ano em reais milhões, alguma coisa do gênero. E a minha segunda pergunta, pegando um pouco de carona na pergunta da Paula, em relação à demanda local, vocês veem ainda espaço de ganho market share com o fim oficial de guerra dos portos, gradualmente aumentando demanda por conta de imposto de importação de PE também? Carlos Fadigas: Ok Bruno, sua pergunta segunda é de market share, deixa eu começar pela primeira, ok? Investimento e desinvestimento. Vou começar por Solvay. A Solvay é produtora de PVC, em duas plantas na região, lembrando que a gente sempre pensa Mercosul, você tem zero de imposto de importação e de movimentação dentro do Mercosul. A Solvay tem duas plantas de PVC, uma aqui em São Paulo dentro Brasil, uma na província de Buenos Aires, na Argentina, na região de Baía Blanca. PVC é uma resina estratégica pra Braskem. Nós investimos R$1bilhão na construção de uma planta nova como você bem colocou, foi inaugurada em Alagoas em agosto do ano passado. Agora eu vou te lembrar que mesmo com a nossa planta nova o Brasil continua um pouco deficitário de produção de PVC. Então, acho que a Braskem tem obrigação de estar atenta aos movimentos que acontecem dentro do seu mercado. PVC é uma das três resinas chave junto com PE e junto com PP. O mercado do Mercosul é o mercado chave da Braskem, nós estamos falando de uma planta da Solvay em São Paulo e uma outra na Argentina onde a Braskem na Argentina tem uma presença de longa data por uma exportação muito grande de PE, uma exportação muito grande de PP a partir do Brasil pra Argentina e nós compramos inclusive nafta da Argentina também. Ou seja, é de uma certa forma, se não é mercado doméstico, é um mercado natural para a Braskem. Então a Braskem tem obrigação de estar atenta ao que vai acontecer com esses ativos.

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A nossa planta não está operando a plena carga porque quando você bota uma planta dessa pra operar você tem uma curva de aceleração que tipicamente demora um ano. Nós estamos falando que em algum ponto do segundo semestre essa planta já estará operando a plena carga. Então a plena carga, ou não, da planta nova é uma questão de curto prazo, se encerra dentro do exercício. Uma questão de consolidação de PVC cai numa outra dimensão de médio e de longo prazo, é uma estratégia mais de médio e longo prazo. Então não é o fato de a nossa planta rodar um pouco a baixa da carga plena que mudaria a nossa forma de ver o desinvestimento da Solvay dessas duas plantas. Então, como é um tema um pouco mais delicado, vou evitar entrar mais em detalhes, mas acho que te dei uma indicação de que esse movimento da Solvay é um movimento que nós estamos acompanhando muito de perto. Bruno Varella: Está ótimo. Carlos Fadigas: Com relação a desinvestimentos, no ano passado, só relembrando, fizemos desinvestimento de dois ativos, um de tratamento de água em Camaçari e outro de tratamento de efluente em Camaçari. São ativos que não fazem parte do core da Braskem e nós consideraríamos sim a venda de outros ativos nesse mesmo perfil. A Quantiq, nossa distribuidora de produtos químicos também não é um ativo core na nossa atuação e que portanto estaria sim sujeita a uma eventual venda. Nós não temos um target. E aí, Bruno, diferente de investimento, no caso de desinvestimento nossa principal preocupação está vinculada a criar valor pra Braskem. Investimento você controla o timing. Eu vou fazer a parada, vou construir o projeto do México, vou construir uma planta nova de PVC, nós controlamos. Desivestimento tem um pouco a ver com o apetite do comprador. Portanto, a gente não tem meta de prazo pra venda de ativos. A venda de um ativo tem que atender três requisitos básicos. Primeiro deles é não ser uma ativo estratégico, segundo ter uma contribuição pra equação financeira, desalavancagem pra permitir que a gente siga investindo e o terceiro é criar valor. Exatamente por conta do terceiro é que a gente não tem prazo pra vender ativo a gente quer vender da melhor forma que crie valor para a Braskem e a gente não tem uma data específica pra fazer isso. Por isso que a gente não pode te dar um guidance de volume que vai ser desinvestido em 2013. Vou passar pra sua outra pergunta sobre market share. A Braskem evoluiu de 70% pra 71% de market share do 4T para o 1T. Eu acho que tem espaço sim. A Braskem tem um production share de 100% em PE e PP, naturalmente não é esse o alvo do market share, mas só pra te dar uma ideia de que como o produtor no Brasil de PE e PP gente tem espaço ainda pra seguir crescendo. Só para você ter uma ideia, nosso market share de PVC, quando a gente pega esse 71% que é para as três resinas e quebra nas resinas, o de PVC é de 54% numa planta que, como você mesmo colocou, está aumentando sua produção. Então, a gente acha

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que tem um espaço ainda pra crescer. Naturalmente não é mais um movimento como a gente viu, vindo lá de 2011 com 64, 65 para 71, teve um crescimento aí de 6, 7 pontos percentuais, mas eu acho que o intervalo em uma zona acima de 70, não sei se a gente tem uma zona alvo não, mas assim, fazendo só um exercício de razoabilidade o intervalo entre 70 e 75 me parece razoável, não é alvo obrigatoriamente 75, mas é uma zona razoável que a gente enxerga para a Braskem e tem , por tanto, aí um espaço para a gente continuar recuperando mercado. Guerra dos porto que você comentou, só agora a gente começa, já vimos algum efeito estamos num volume de venda que já viu o efeito, mas tem uma fase final de ajuste. A gente está acompanhando pela imprensa reunião de Confaz, como é que destaca na nota fiscal o produto importado ou não, a gente entende que o mecanismo vai continuar sendo aperfeiçoado pelo governo, a gente já viu algum efeito e espera ver mais algum efeito pra frente. Bruno Varela: Ótimo, Fadigas, obrigado. André Sobreiras, Credit Suisse: Oi, bom dia a todos. Eu tinha três perguntas Fadigas, Marcela e Guilherme, primeira: eu queria entender um pouco mais o efeito de estoque para o 2T. Me parece que no 2T você vai beneficiar bastante da forma móvel da nafta, mas você já está muito estocado, o custo benefício não vai acontecer tão forte, então eu queria entender como a gente deve pensar sobre isso. A segunda pergunta: houve comentários recentes sobre o projeto da Venezuela. Então eu queria entender como vocês estão pensando, se aconteceu alguma coisa no país que “trigou” os comentários recentes etc. E a terceira pergunta é sobre o pólo acrílico da Basf. Você vai ter que aumentar a sua capacidade de produção ou atualmente a produção que você está exportando, queria só entender um pouco da dinâmica. Obrigado. Carlos Fadigas: OK, André. Eu vou começar pela terceira e pela segunda e aí passo para Marcela falar um pouco sobre sua primeira pergunta. O polo acrílico da Basf, a Basf está fazendo o investimento dela, a expectativa é que rode no 1S do ano que vem, eu confesso a você que eu não tenho uma data específica de cabeça, mas é lá pela metade do ano que vem. E a Braskem está fazendo um investimento pequeno de interconexão. Duto. Duto ligando a nossa central de matéria-prima, nosso cracker de Camaçari, ao site da Basf que é lá mesmo em Camaçari, é um investimento pequeno que a gente está fazendo em logística, em duto. A Braskem não vai precisar ampliar capacidade de produção do seu cracker pra atender a Basf. Nós vamos redirecionar propeno que nós exportávamos e soda cáustica que nós vendíamos em outros mercados para atender ao projeto. Portanto, o único investimento da Braskem para atender o polo acrílico da Basf vai ser de logística de interconexão e de duto, que não é material dentro dos números da Braskem.

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Com relação ao projeto da Venezuela, a Venezuela é um pais hoje de onde a Braskem compra Nafta, é um fornecedor importante, a PDVSA nos vende nafta. Eu até já comentei na pergunta anterior compra de nafta da Argentina, então só pra eu dar uma ideia para vocês, uma parte importante da nafta da Braskem vem da Venezuela, uma parte vem da Argentina e uma parte vem da costa lesta da África, região do mediterrâneo, costa leste da África, são os lugares de onde a gente importa Nafta. Mas, focando em Venezuela, é um mercado importante tanto de compra de nafta pra Braskem quanto de venda de resinas, a gente vende PE e PP para a Venezuela e abastece o mercado Venezuelano também. A gente tem uma presença lá há algum tempo com escritório, um projeto que nós hoje estamos mais focados no projeto de PP do que no projeto de PE, nós estamos acompanhando a evolução. Teve uma sucessão presidencial recente, o presidente eleito, Maduro, esteve com a presidente Dilma Roussef na semana passada. Ou seja, permanece a relação político-estratégica entre Brasil e Venezuela e por tanto permanece a nossa boa relação, perdão, a nossa boa relação tanto com a Peqven que é a petroquímica estatal quanto com a PDVSA que é a national oil company da Venezuela. Nosso foco continua sendo um projeto de PP, polipropileno, que é um projeto que vocês conhecem, a gente vem estudando esse projeto há algum tempo. E recentemente, na semana passada, nós assinamos um MOU pra fazer um estudo conjunto, Braskem como minoritária no estudo, muito preliminar, num assunto de produção de ureia. Aí um pouco dentro de uma relação de parceria, entramos com participação pequena em um estudo de longo prazo pra produção de ureia. Eu diria que a nossa internacionalização continua tendo as mesmas prioridades que vocês conhecem e que a gente vem discutindo dos outros projetos, mas nós vamos continuar presentes na Venezuela comprando matéria-prima, vendendo resina e tentando desenvolver os projetos especialmente projetos de PP. Marcela Drehmer: Oi, André, vou falar um pouco sobre a questão do estoque. A gente teve um incremento de estoque nesse trimestre, resultado de dois itens basicamente. Um aumento no valor de polipropileno em função de uma parada que vai acontecer agora no 2T. Então, como a gente tem variedades grandes de produtos de PP, vários grades, fizemos um estoque maior pra suprir a demanda do mercado em função dessa parada. É uma parada da segunda geração e não do cracker. E, adicionalmente, alguns dos nossos clientes que compram produtos de petroquímicos básicos também tiveram algumas dificuldades operacionais e também estavam operando a taxas menores de utilização, em função da competitividade dessa indústria. O que vemos daqui para a frente? O PP, com a parada, a gente vai reduzir o volume desse estoque porque a gente vai vender esse estoque no mercado, foi justamente essa a estratégia. E com relação à questão dos petroquímicos básicos, em função dessa desoneração da matéria-prima que foi anunciada semana passada, a medida provisória, prevemos que as taxas de utilização das empresas de segunda geração, elas vão subir e vão possibilitar a desova desse estoque também.

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Então, o nosso estoque normalizado é muito mais próximo de 4 bilhões, ele está em torno de 4,5 bilhões. Então, no 2T a gente prevê essa redução no estoque em função desses dois itens que eu te comentei. Com relação a preços, não vemos nenhum impacto substancial porque da mesma forma que existe a média móvel, justamente a média móvel porque gente não consegue re-alinhar preço imediatamente, esse delay existe em função da precificação e por isso foi implementado na matéria-prima. Então, em função disso a gente não espera que a gente tenha nenhuma perda expressiva na desova desse estoque agora no 2T. André Sobreiras: OK. Ótimo, obrigado. Vincente Falanga, Santander: Oi, bom dia a todos. Eu tinha três perguntas também. Primeiro em relação ao EBITDA, na opinião de vocês, como que o REIQ deve trazer benefício pra este trimestre e para o ano, não sei se já conseguem quantificar. A segunda pergunta, em relação ao potencial aumento da tarifa de importação de PP, quando que vocês esperam ou se vocês tem alguma expectativa de quando isso pode sair. Seria em setembro, de repente na renovação da lista de produtos de PE? E por último, com relação a essa possível aquisição de Solvay, vocês estão comentando dos ativos da Solvay de PVC, como ficaria o market share de vocês? Vocês acham que seria possível uma aprovação do CADE, enfim, como é que ficaria isso? Obrigado. Carlos Fadigas: Vicente, vou começar de baixo pra cima, vou comentar da sua última pergunta e avançar na direção da primeira. Eu vou pedir para não ser muito detalhado em relação à questão de Solvay, mas para te dar uma resposta mais estrutural. Não entrar especificamente na Solvay, é planta da Solvay, não é e tudo mais. Veja, no passado, nos últimos dez anos a Braskem teve uma história de consolidação de mercado de PE e de PP. Toda nossa discussão com o CADE foi de que esses mercados são globais e vocês que acompanham a Braskem viram a Braskem perder market share, ganhar market share, baixando nosso market share para 64%, depois subiu de novo. É um mercado aberto. A gente exporta resina. A Braskem é um dos dez maiores exportadores brasileiros. Existe uma entrada grande de resinas no país, vocês sabem disso. Daí toda a nossa discussão sobre market share que a gente está tendo. Então, toda vez que o CADE avaliou fusões em PE e PP e em PVC não seria diferente, ele avaliou que o que vale é o mercado global. Não há o que se falar em monopólio, não há o que se falar, a gente acompanha os 70% que é uma indicação de quanto a gente está colocando localmente versus exportar. Então a gente acompanha o market share aqui interno com vocês, mas pra efeito de determinação de preço, pra efeito de determinação de resultado, para efeito de poder econômico, não há o que se falar em market share de Brasil e de América do sul. Há que se falar em market share global.

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Eu nem sei qual o número de market share global da Braskem deve ser de três, quatro por cento. Mas o CADE sempre entendeu que essas consolidações eram possíveis porque o que vale é o market share global. Nenhuma empresa consolidada numa região consegue mexer os preços, porque os preços são ditados por uma dinâmica global. Especificamente na América Latina, você tem capacidade de produção instalada no México e na Colômbia e essas pertencem à Mexichem, você tem uma capacidade pequena na Venezuela, que pertence a Peqven e você tem as capacidades de Brasil e Argentina com Braskem e Solvay. Então, esses são os atores da região. Se a Solvay sai, os outros três atores da região são Peqven, muito mais focado em mercado doméstico e Mexichem, Braskem do lado do Brasil e Mexichem do lado do México e da Colômbia. Então, para te dar uma resposta mais curta, eu não acredito que concentração de mercado seria um problema seja pra Solvay, seja pra Mexichem, seja pra Braskem, pra quem quer que compre a Solvay. Não acredito que seria um problema, pois a interpretação do CADE tenderia, naturalmente o CADE é soberano pra dizer, mas olhando decisões passadas tenderia a indicar que, de novo, não tem como o produtor local ditar a dinâmica de preço. Com relação a imposto de importação de PP, só relembrando, o governo subiu o imposto de importação de cem produtos de diversos segmentos, vários produtos diferentes da indústria química, transformados plásticos e subiu PE também em outubro do ano passado. O que a gente tem entendido de indicações da Camex e do MDIC, ministério do desenvolvimento da indústria e comércio é que essa revisão e essa discussão, por exemplo, de uma potencial subida de alíquota de PP que aconteceria no 3T, na segunda metade do ano. E você falou de setembro, eu acho uma estimativa razoável. Quando o governo estará decidindo se prorroga ou não as elevações de alíquota dadas no fim de 2012, que é por volta de setembro ou outubro deste ano. É provavelmente quando o governo estaria entrando também junto com a segunda lista de mais cem produtos cuja alíquota subiria. A Braskem é um candidato dentro dessa lista a gente acha que, portanto, esse é assunto pra mais adiante no ano. Com relação à REIQ, a medida provisória saiu na semana passada. Saiu na quarta feira da semana passada. A gente tem inclusive informação de que o governo está soltando uma erratazinha pra corrigir questão de redação, nada de mais, não muda estruturalmente a medida provisória não, é mais questão de redação. Mas é razoavelmente recente. Na semana passada a imprensa nos perguntou e a gente deu indicação de que tinha um impacto nesse ano, exatamente para não pegar o ano inteiro, seria aproximadamente R$600 milhões para a Braskem. É o melhor número que eu posso te dar a essa altura também, com uma medida provisória que tem poucos dias úteis que foi divulgada e foi inclusive uma pequena revisão de redação que está sendo feita, mas acho que já te dá indicação de magnitude dessa desoneração. Redução de imposto sobre nossa matéria-prima seria de aproximadamente R$600 milhões nesse ano. Vincente Falanga: Obrigado, Fadigas, está bem claro. Agora, a gente veria já algum impacto nesse 2T? Aparentemente sim, no final?

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Carlos Fadigas: Em termos práticos a medida provisória passa a valer na sua data de publicação. A data de publicação eu falei que ela foi divulgada no dia 8, mas saiu com data do dia 7. Então ela passa a produzir efeito a partir o dia 7 de maio. Dentro do trimestre o que a gente perde é um mês e sete dias, mais ou menos. Então, vamos fazer conta fácil, meio a meio, impacta metade do trimestre. Vincente Falanga: Está claro. Muito obrigado. Gustavo Gattass, BTG Pactual: Bom dia pessoal. Eu estava aqui com três perguntas também, eu queria abrir uma, Fadigas, falando até da Solvay, eu sei que vocês provavelmente não querem discutir isso aqui tanto, mas eu só queria entender como é que fica a cabeça da empresa para o potencial esforço financeiro que viria de uma aquisição da Solvay tendo em vista que vocês estão em um processo claro de desalavancagem de novo. Só queria entender como é que vocês estão pensando nesse assunto. Talvez seja mais uma coisa pra Marcela do que pra você. A segunda coisa que eu queria ver era mais uma questão pequena mesmo de verificação com vocês. Vocês tiveram a transferência da operação de tratamento de água e de resíduos, eu só queria entender sob que rubrica que isso aí aparece nas suas partes relacionadas. Se isso daí está entrando dentro da Odebrecht Serviços e Participações ou em algum outro lugar. E a terceira coisa é: quando a gente olha pra esse trimestre parece que muita coisa deu certo, Fadigas, você teve preços que foram bem, o market share melhorou muito no Brasil e até market share médio mercado interno, mercado externo também melhorou muito nos resultados, custo fixo ficou razoável, mas acabou que seus resultados nem subiram tanto. Eu só queria entender, teve alguma coisa relevante, extraordinária que possa ter impactado os custos? Carlos Fadigas: Gustavo, deixa eu começar pela sua primeira pergunta. Não teve nada relevante que impactou custo no 1T, mas depois eu passo para o 1T. Com relação à desalavancagem, você sabe que a Braskem tem um compromisso com a higidez financeira, estamos trabalhando pra manter os nossos ratings e portanto manter o nosso investment grade. À luz disso, nós ano passado começamos um programa de desinvestimento, tivemos a venda da unidade de tratamento de água e da central de tratamento de afluentes de Camaçari que deu por volta de R$650 milhões, que é um valor relevante, deixamos claro que a Quantiq e que outros ativos desse tipo também estariam sujeitos a um eventual processo de desinvestimento, atendida a premissa de preço, vender pelo preço certo. Além disso, vimos uma melhora de resultado da Braskem de EBITDA. Seja comparando com o 4T, seja comparando com o 1T do ano passado. E a gente vem de dois anos difíceis, não é, Gustavo? A gente começa a ver agora uma melhora de resultado. Então, antes de ver a melhora de resultado como algo mais extraordinário,

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eu prefiro acreditar que nós estamos voltando pra um patamar estrutural um pouco melhor. Além disso, o próprio governo, com a desoneração da matéria-prima fez isso de forma explícita para que as empresas aumentassem o seu investimento. Então o governo falou, a coletiva de imprensa com o Ministro Guido, quando ele anunciou as medidas, ele anunciou junto com etanol, ele falou: recomposição de margem da indústria para que a indústria sustente seu ritmo de investimento. Então, eu não vejo em uma eventual motivação da Braskem de comprar os ativos da Solvay, eu não vejo isso como um elemento material que prejudique a nossa higidez financeira, que prejudique a nossa desalavancagem, que prejudique a manutenção dos ratings da Braskem. Seja por conta do desinvestimento material que já foi feito ano passado, seja por conta do investimento potencial de outros ativos de saneamento, tratamento de água ou mesmo da Quantiq nesse ano, seja por conta da desoneração da matéria-prima e seja por conta da melhoria da geração de EBITDA em nível operacional. Quando você junta esses fatores, eles fariam frente a um aumento de investimento da Braskem que é exatamente o que a gente até pretende fazer. Menos impacto no curto prazo, mas no médio e longo prazo a Braskem vai agora,que tem um ambiente de negócios um pouco melhor, ver como ela segue investindo nos próximos anos. Esse é o meu comentário pra sua primeira pergunta. O número que eu li na imprensa hoje, por exemplo, tem uma reportagem do Valor Econômico sobre os ativos, me parece que o número era um pouco alto. Eu vou evitar entrar em comentário de preço de ativo, mas o meu comentário é: se a Braskem demonstrasse interesse, fizesse algum movimento, mesmo com a venda desse ativo pra quem quer que seja, não é numa magnitude que prejudique nossa estratégia de alavancagem e manutenção de investment grade. Vou começar aqui o 1T e passo pra Marcela comentar sobre parte relacionadas. Mas eu te adianto que no 1T não teve nenhum efeito extraordinário, nada excepcional que tenha reduzido nosso custo de produção de maneira muito significativa. Talvez o custo fixo, não o CPV, mas custo fixo já tenha aí um pequeno efeito de inércia, você começa o ano e você começa a se programar pra fazer treinamento e algumas outras coisas. O 1T pode ter sido um pouquinho menor do que o DVGA recorrente. Mas no estrutural de CPV, lucro operacional não tem nada muito extraordinário. E aí, Gustavo, eu queria colocar como você falou de 1T extraordinariamente bom, ou atipicamente bom, dentro de um contexto mais longo. A gente vem trabalhando pra criar e pra chegar lá. Trabalhamos para reduzir a guerra dos portos e com isso cresceu o market share da Braskem, trabalhamos pra fechar a entrada de produtos por Santa Catarina e com isso cresceu o market share da Braskem, trabalhamos pra subir a alíquota de PE e com isso cresceu o market share da Braskem. Então, essa melhora vem fruto de elevar a taxa de operação da central que saiu de 82 no 4T pra 90 no 1T, o market share que já vem subindo, saiu de 70 pra 71 e felizmente no mercado internacional, depois de dois anos muito difíceis, a gente viu uma melhora no spread lá fora e, claro, que refletiu numa melhora do spread na própria Braskem. Então, talvez a minha síntese seria de que ao invés de achar ele atipicamente bom, eu prefiro acreditar que os últimos dois anos foram atipicamente ruins. É uma questão de

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relativismo, mas eu acredito na capacidade Braskem de manter um desempenho como a gente mostrou no 1T. Gustavo Gattass: Fadigas, eu até peço desculpas, eu achei atipicamente fraco, para falar a verdade, apesar de todos os drivers, eu estava com dúvida até se vocês não tiveram um custo a mais, não algo que tivesse jogado o resultado pra cima para falar a verdade. Carlos Fadigas: Então, veja só, Gustavo, o EBITDA foi melhor do que o do 4T, quando se tira os efeitos extraordinários, ele foi materialmente melhor do que o do 1T12 que a gente sabe que foi um trimestre muito ruim. Então ele foi, na minha visão, na comparação com os trimestres anteriores, positivo. Poderia ter sido melhor? Sempre pode ter sido melhor. A gente vai trabalhar pra isso. A gente não teve, da mesma forma que não teve nenhum custo extraordinariamente a menor, a gente também não teve um custo extraordinariamente à maior. O número de R$937 milhões nos parece em linha com os fundamentos que a gente viu nesse primeiro trimestre do ano. Eu entendi mal sua pergunta também, mas eu na perspectiva com outros trimestres achei ele um pouco melhor. Mas entendo que os acionistas queiram que ele seja sempre melhor e a gente vai trabalhar para isso. Vou passar pra Marcela aqui pra comentar a parte de partes relacionadas. Marcela Drehmer: Gustavo, tudo bem? A gente ficou em dúvida se a sua pergunta está relacionada a onde está o conta a receber com relação ao uso da Cetrel e essa movimentação patrimonial ou se você está falando de custo, ou seja, onde está entrando o custo que atualmente a gente paga pra Cetrel pela própria prestação de serviço, você pode só... Gustavo Gattass: O patrimonial a gente enxerga muito bem. Estou mais pensando no custo mesmo. Marcela Drehmer: O custo entra nos outros custos variáveis, mas é um número muito pequeno, não vai chamar a sua atenção e realmente não teve nenhuma variação grande em relação ao ano anterior. É um número imaterial pra trazer qualquer tipo de efeito. Gustavo Gattass: OK. E deixa só eu fazer uma última pergunta, na verdade na hora da apresentação ele mencionou que vocês estão esperando para esse ano spreads internacionais um pouco melhores do que aqueles vistos no ano passado. E o que a gente viu no 1T foi uma quantidade de spread muito melhor. Vocês estão achando, ou você veem evidencia de um mercado que piora de agora até o final do ano, é isso, ou é mais por cautela mesmo?

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Carlos Fadigas: Um pouco das duas coisas, Gustavo. Depois de dois anos difíceis, um pouco de cautela não faz mal a ninguém. Você tem que tomar cuidado de sair comemorando a melhora do 1T projetando isso pro ano inteiro. Então, ficando primeiro na afirmação sobre melhora de spread médio no ano. Primeiro ponto: a gente entende que 13 tende a ser melhor do que 12, a gente já dizia isso no ano passado. Tem a ver com o fundamento econômico mundial. A gente tem uma Europa onde eu acho que se não tem solução de um lado, do outro lado ninguém imagina o fim da zona do Euro. É bom lembrar que em junho do ano passado as preocupações com a Europa eram muito grandes, os spreads despencaram no mundo, além de a gente ter entrado 2012 com um spread muito baixo. Quando você vai para os Estados Unidos você vê uma recuperação sustentada, 2.5. Um ano atrás falava-se ainda no risco de os Estados Unidos voltarem à recessão, double dip e tudo mais. Também está afastado. E China, o receio do hard land e soft land, quer dizer, foi soft, está aí rodando a 7-8% ao ano de crescimento. E eu acho que se não melhorou muito, eu acho que os fatores de preocupação reduziram e a gente tende a ter um ano com um spread um pouco melhor. Isso vale para uma dinâmica de Brasil para volume de Brasil, menos pra spread, spread é uma lógica internacional. Então é daí que vem um comentário feito durante a apresentação inicial do call. A gente entende que vai ter um ambiente macroeconômico melhor e por consequência spreads melhores como um todo. Difícil dizer se vão ser os spreads que a gente viu no 1T. Para o 2T a gente já vê uma pequena redução desse spread. Quando a gente olha pra preços de Nafta e aí eu esteja falando agora mais de spread de Braskem, porque tem que botar a média móvel também nesse contexto, a nafta ta caindo um pouco menos do que a gente está vendo cair resina e produtos petroquímicos básicos. Então, já para o 2T, você vê que a cautela é justificada, o spread é um pouco menor do que a gente viu no 1T. Então, em resumo, eu continuo acreditando em um ano de 2013 melhor do que 2012. Difícil dizer a essa altura se vai ver o spread que a gente viu no 1T, espero que sim, mas já o 2T sinaliza para uma pequena redução. A gente não sabe o que vai acontecer nos trimestres 3 e 4, espero que a gente volte, mas aí a gente vai testar nossa cautela e evitar dizer que a gente vai ter no ano o que a gente viu no 1T. Gustavo Gattass: Está ótimo. Obrigado. Luis Felipe Carvalho, HSBC: Bom dia, pessoal. Eu queria voltar só em uma pergunta que já foi relativamente batida no call, mas entender um pouco em relação ao seu comentário Fadigas, dizendo que os investimentos você consegue controlar muito mais o timing em função de como a companhia gera caixa e você consegue efetivamente ter um controle um pouco melhor

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e na parte do desinvestimento na verdade você pode efetivamente conseguir segurar um pouco mais em função da necessidade de caixa e de um momento melhor pra venda. Fazendo uma relação um pouco com essa possível negociação aí com a Solvay, eu queria entender como está a conversa de vocês com as agências de rating e efetivamente se você tiver que fazer, vamos dizer assim, investimento esse ano e por ventura a contra parte do desinvestimento não vier, como vocês veem isso em relação a alavancagem especificamente para esse ano e qual é o approach com as agências de rating? E a segunda é mais um follow-up em relação a taxa de fiscalização dos crakers, o que vocês esperam pro ano, você acha que pode crescer ainda um pouco mais em função de uma demanda um pouco mais forte? E o contra ponto disso, vamos dizer assim, operacionalmente falando em termos de parada de manutenção como vocês vêm isso de uma forma recorrente? Obrigado. Carlos Fadigas: Está ótimo, Felipe, deixa eu começar pela segunda pergunta. Rodamos os crakers a 90% de capacidade no 1T, um ponto percentual do que a média do ano passado, a média do ano passado foi 89%. O último trimestre foi ruim, mas a média do ano passado foi 89 e cresceu um ponto percentual. A gente entende que tem como crescer essa utilização dos crakers no ano, em princípio por esforço operacional de nossas equipes. Vai depender um pouco de ter apagão ou não ter, porque os cortes de energia têm acontecido com muito mais frequência, o sistema está menos confiável e nós estamos trabalhando também pra dotar as nossa centrais de um pouco mais de proteção para que em havendo um corte no fornecimento de energia a central não demore uma semana pra voltar à operação, é uma central muito complexa, nós estamos trabalhando nisso também, mas em um cenário minimamente razoável pra frente a gente acha que consegue alcançar pelo menos um, dois pontos percentuais de taxa de utilização das nossas centrais. O que a gente não tem como prever a essa altura, ainda nessa pergunta sua, é qual o efeito de desoneração da matéria-prima na demanda das indústrias químicas dos nossos clientes. Estou falando aí dos clientes das nossas centrais de matéria-prima, não transformador, estou falando da indústria química de uma maneira geral. Como eles tiveram uma desoneração importante, a tributação de PIS/COFINS do que nós vendemos pra eles, em beneficio deles, caiu de 9,25 para 1, então eles tiveram 8,25% de desoneração na matéria-prima. É uma margem importante e a gente entende que eles podem crescer demanda. E isso é um dos fatores que às vezes limita a taxa de operação dentro das nossas centrais. O cliente opera dentro de um contrato de take or pay, mas tem uma banda, muitas vezes ele opera no mínimo. Então, em resumo, nossa central pode operar melhor, tem um efeito externo, corte de fornecimento de energia ou não, mas tem um efeito interno e nisso a gente poderia avanças um ou dois pontos percentuais e tem, por fim, um fator que a gente não tem como determinar a essa altura que tem a ver com a demanda dos nossos clientes de segunda geração e a gente não sabe exatamente o que eles vão querer fazer na medida em que esteja confirmado o benefício dele de 8,25. Talvez eles queiram

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operar no limite máximo de take or pay, o que seria positivo pra eles e pra nós e, aliás, é essa a expectativa do governo. Quando o governo anunciou, a própria ABIQUIM se pronunciou dizendo que isso tenderia a elevar a taxa média de utilização da indústria brasileira. Como indústria brasileira é 80%, a Braskem está acima disso, mas a média do setor é 80% então a gente espera um impacto favorável disso daí também. Sobre investimento e desinvestimento, só um primeiro comentário, quando eu falo de previsibilidade de investimento eu não incluo M&A. M&A, aquisição de ativo, assim como venda de ativo tem a ver com uma contra parte. Quando eu falo de previsibilidade de investimento eu estou me referindo aos investimentos que a Braskem faz, a greenfield, a manutenção de planta, parada programada. Então, só pra relembrar, 2012, no começo do ano a gente falou que investiríamos R$1,7 bilhão e fechamos o ano com R$1.7 bilhão. Esse ano, nós estamos sinalizando para R$2,2 bilhões, nós estamos caminhando nessa direção. A gente administra o ritmo de investimento do projeto no México. A gente administra as paradas programadas de manutenção. A gente administra as trocas de equipamento, a gente administra a construção das plantas novas, como foi o caso de butadieno e de PVC Alagoas, feitas no prazo e no custo. Isso que a gente tem previsibilidade e dá pra dar guidance. Não dá pra dar guidance nem de compra de ativo, nem de venda de ativo porque depende de um comprador e de um vendedor. E nós não vamos nos colocar numa posição de deixar claro pra fora que a gente quer vender e em que prazo, por qual preço etc. Isso é uma negociação privada onde a gente entende que a equipe da Braskem tem que sair com o melhor valor seja em uma compra, seja em uma venda. Especificamente com relação à rating de Braskem, todo nosso diálogo com agência de rating é absolutamente transparente, até porque pelo trabalho deles eles são insiders, ou seja, eles, por exemplo, nessa altura sabem exatamente nosso desempenho de abril, que é um numero não divulgado no mercado. Nesse exato momento eles sabem o nosso desembolso de investimento de abril e como está andando mês de maio. Eles, para dar um rating, conhecem a estratégia da empresa por dentro. O que a gente comenta é que eles têm um pouco mais de detalhe porque eles precisam dar uma avaliação. Então, esse diálogo é transparente, esse diálogo é profundo, eles conhecem em detalhes e a gente entende que um eventual movimento nosso de investimento não impactaria o nosso rating por conta, eu diria até de um tripé. Não só os desinvestimentos, cujo timing a gente também pode calibrar, como o REIQ que é um incentivo material dado pelo governo, exatamente na direção de aumentar o investimento das indústrias e a própria melhora do desempenho operacional, a gente teve um EBITDA que foi melhor do que o 4T, melhor do que o ano passado. Então eu não espero que um eventual movimento em acontecendo, se acontecer, tenha impacto em rating. Luis Felipe Carvalho: Perfeito. Obrigado.

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Pedro Medeiros, Citi Group: Bom dia a todos, eu também tenho três perguntas aqui mais rápidas e um tanto quantitativas, Marcela e Fadigas, é possível estimar no 1T quanto foi o benefício do corte de energia elétrica promovido pelo governo federal no resultado, se é que ele foi relevante. A minha segunda pergunta é se também é possível estimar qual será o beneficio total financeiro, dada a queda das tarifas dos impostos sobre o etanol sobre a sua operação do PE verde. E se esse estímulo pode levar a uma reavaliação da sua estratégia com a expansão para o PP verde. E minha ultima pergunta, Fadigas, era um pouco mais sobre o longo prazo. Há algum tempo vocês já mencionam que vêm estudando a possibilidade de construir um craker no mercado americano dado a sua estratégia de expansão naquele mercado. Já é possível pensar em alguma data pra esse projeto? Se você poderia traçar algum tipo de comparação de prioridade entre ele e o COMPERJ aqui no Brasil. Carlos Fadigas: Pedro, três muito boas perguntas. Deixa eu começar pela questão do corte de energia. A redução do preço de energia elétrica representa em base anualizada para a Braskem um número entre 80 e 110. Era um numero de 80 em base anualizada. Nós conseguimos incluir na medida provisória que trata de um contrato nosso no Nordeste, que é um contrato muito assemelhado ao mercado cativo. Então, fica com um número em bases anuais e recorrente para a Braskem de 110/ano pelo corte de energia elétrica. Base anual. Mais ou menos um quarto disso você vai ver no 1T do ano Agora, temos que comentar o seguinte: por conta do despacho das termoelétricas, essa conta é transferida para o consumidor final, o número final de impacto nesse ano a gente não tem porque a gente não sabe se e quando o governo vai desligar as termoelétricas, mas para esse ano nós estamos estimando um efeito negativo para esse fator de por volta de R$40 milhões. Ao longo dos trimestres a gente vai atualizando vocês na medida em que o governo desliga ou não as termoelétricas, mas se quiser ficar com dois números de base anual, um beneficio estrutural de longo prazo de 110 em base anual e um efeito pontual, que espero que se limite ao ano de 2013 de despacho das termoelétricas de mais ou menos uma perda de R$40 milhões. A sua segunda pergunta é sobre etanol. O governo fez uma desoneração do etanol deixando com o produtor de etanol e não com o distribuidor, lembrando que para o etanol chegar no consumidor final você tem um produtor e você tem um distribuidor, aquele de distribuição nos postos. O governo deixou com o produtor o incentivo exatamente para que crescesse a produção de etanol. Isso tem a ver com o crescimento de demanda de combustível no Brasil que fez com que o Brasil passasse a importar gasolina porque a combinação da produção nacional de gasolina e a produção de etanol não são mais suficientes para fazer frente às demandas do mercado. O desejo do governo é exatamente que as usinas invistam em produção de etanol, pra reduzir o volume de combustível líquido importado. Por conta disso, a gente não tem efeito material no etanol que segue para ser industrializado. Então, o etanol para fins da indústria química, que não é usado como combustível, que é usado como matéria-prima na produção por exemplo no nosso caso do nosso PE verde ele não teve efeito

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material e que, portanto, não muda nossa estratégia nesse assunto nesse exato momento. O conselho de competitividade da indústria química, o mesmo conselho que trabalhou com o governo a desoneração da matéria-prima tem esse ponto na agenda. Então até pra ser claro, tem três pontos ainda na agenda com o governo, passada a desoneração de matéria-prima, mais três pontos: incentivo à inovação, incentivo à química verde e gás mais competitivo como matéria-prima pra indústria. Seguem os diálogos. A indústria química, só pra te dar uma informação, esteve em peso com a ministra Gleisi Hoffmann na semana passada, sexta-feira. Estávamos em Brasília discutindo exatamente o que tem pela frente, o que mais podemos fazer pela frente. O diálogo bom entre o governo e a indústria, a indústria estava toda lá, a ABIQUIM muito bem representada, vários presidentes de várias empresas químicas e um diálogo muito positivo. Então, etanol para a indústria química não teve efeito agora, está na pauta, é um dos pontos que estão para frente na discussão com o governo. Sobre cracker no mercado americano. Repassando brevemente, no ano passado a Braskem capturou sinergia, aproximou e unificou a operação das três plantas que ela já tinha desde a compra da Sunoco com as duas plantas adquiridas no ano anterior da Dow. A Braskem adquiriu um splitter pra tornar sua produção de PP mais independente no estado da Pensilvânia e a Braskem fechou um contrato pra que a Enterprise investisse em uma desidrogenadora de propano pra produzir propeno. Então, a estratégia de PP avançou bem. Nós continuamos motivados a fazer um investimento em PE, idealmente um cracker saindo de etano, gás do shale, para fazer eteno e a partir do eteno fazer polietileno. Não descartamos a possibilidade de fazer isso de forma conjunta com outra empresa e tem uma equipe nos Estados Unidos que continua estudando esse assunto. A gente não tem nesse exato momento prazo, não tem escopo. É um desejo, continua sendo. Somos uma das muitas empresas que estão, ou estudando ou já fazendo um investimento. A Braskem, no seu caso inclusive, está fazendo as duas coisas. Está estudando e está fazendo investimento no México, bem ou mal, é América do Norte, mas eu não tenho uma data aqui para te dizer. Especificamente em relação ao COMPERJ, a prioridade é o COMPERJ. Se você tiver de falar entre um cracker nos Estados Unidos e o COMPERJ, a prioridade é o COMPERJ. Primeiro porque está no mercado brasileiro que é um mercado fundamental pra Braskem, segundo que está em linha com o diálogo da Braskem com o governo, que desonerou inclusive matérias-primas pra incrementar o investimento. Então, aí também tem uma contra partida da Braskem de aumentar o seu investimento localmente na medida em que a gente ganha capacidade de investir. E é claro que o COMPERJ vai acontecer e somente se ele for um projeto viável. É essa a discussão entre Braskem, Petrobras e governo para ter um projeto que seja viável. O incentivo de desoneração de matéria-prima ajuda o COMPERJ na medida em que faz a Braskem uma empresa com mais geração de caixa e mais capaz de investir. Mas não mudou em nada a viabilidade do COMPERJ, até porque o incentivo se esgota antes da data que o COMPERJ estaria previsto para partir.

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Então, a taxa interna de retorno, a viabilidade do COMPERJ, continua sendo hoje, a mesma que era antes da desoneração de matéria-prima, o que de fato ajudou é que a Braskem é uma empresa que tem mais capacidade de investimento e isso daí naturalmente ajuda a Braskem a ter o apetite pra fazer o investimento no COMPERJ. É isso. Pedro Medeiros: Perfeito. Só um follow-up nisso, Fadigas, existe hoje alguma previsão de data pra revisitar a decisão de investir no COMPERJ ou não? Carlos Fadigas: Pedro, ótimo você ter perguntado, porque acho que a imprensa até colocou de forma equivocada na semana passada sobre uma postergação de decisão. O ponto é o seguinte: para vocês que conhecem essa indústria, antes de fazer qualquer investimento físico, antes de comprar equipamento, começar a fazer fundação, começar a travar estaca, você sabe que a gente passa por um projeto de engenharia detalhado, que tem três etapas que a gente chama de FEL. FEL1, FEL2, FEL3. Braskem está acabando o FEL2 do projeto COMPERJ e está começando o FEL3 do projeto, que é onde a gente detalha quantitativos, define tecnologia, para quem conhece engenharia de fato, planta de detalhamento de construção de torre, de construção de flair e tudo mais. O FEL3 do COMPERJ que precisa estar pronto pra gente tomar uma decisão de fazer o investimento, ou não, é uma etapa que demora pelo menos um ano. Ele só vai estar pronto em 2014. Então, diferente do que a imprensa disse, nós não postergamos a decisão de investimento do COMPERJ para 2014. A decisão de investimento no COMPERJ deverá ser tomada dentro do ano de 14 porque a gente espera. Primeiro: a gente espera que até lá seguramente as questões de desoneração para o investimento e a questão de matéria-prima já estejam resolvidas, mas tem um outro fator que vai tomar mais tempo que é exatamente a fase de FEL 3. Então, para eu responder de forma objetiva a sua pergunta, se tem uma previsão de data, tem. A gente espera que na primeira metade de 2014 a gente possa afirmar com clareza se vai fazer investimento, qual o tamanho do investimento, quantos bilhões de dólares vão ser investidos, prazo de construção, data de partida, capacidade de cada planta. Tudo isso a gente vai ter, estamos trabalhando na engenharia pra ter na metade de 2014. Pedro Medeiros: Está ótimo. Obrigado. Ingrid Furtado, Platts: Oi, Fadigas, bom dia. Com relação ao COMPERJ, eu gostaria também de fazer uma pergunta com relação a isso. Quando você diz que vocês não estão excluindo a viabilidade do COMPERJ, é um pouco dramático isso porque depois de tantos investimentos existe então uma possibilidade de o COMPERJ não existir. A interpretação foi correta?

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Carlos Fadigas: Ingrid, eu prefiro começar de uma outra forma. Eu prefiro dizer o seguinte: que a gente acredita que vai viabilizar o COMPERJ, tem muito trabalho sendo feito pela Petrobras, que é a maior empresa do Brasil, tem um compromisso de investir no Brasil, está construindo algumas refinarias, fazendo um investimento bilionário, tem uma motivação do governo brasileiro e tem uma motivação da Braskem que é a maior empresa petroquímica das Américas de fazer isso acontecer. Eu tenho que, na resposta da sua pergunta, dizer o seguinte: eu acredito que essa três partes tem competência, tem capacidade de viabilizar o projeto. Então, eu prefiro dizer que eu acredito que o COMPERJ vai acontecer e que apesar dos desafios pra fazê-lo acontecer, as empresas e o governo que estão engajados em fazê-lo acontecer têm a capacidade disso. Eu diria que esse é o nosso compromisso. Ingrid Furtado, Platts: Na verdade, eu não tenho a menor duvida de que Petrobras e Braskem tenham competência e a infraestrutura em si de fazer esse projeto se tornar realidade, o fato é justamente a viabilidade de mercado. Muitas das pessoas que participam desse mercado estão realmente desacreditando o projeto, e falando que é complicado por causa da alta competitividade dos Estados Unidos. E não tem sentido terminar um projeto que não vai haver tanto, talvez, lucro para o governo e para a Braskem. É nesse sentido que a minha pergunta foi feita. Carlos Fadigas: Ingrid, deixa eu comentar o seu ponto. Veja, eu não tenho a menor dúvida que se eu fosse um produtor americano nos Estados Unidos eu estaria desacreditando dos projetos em outras regiões. Então, a gente viu uma empresa americana anunciar um projeto no Brasil e cancelar. Eu acho que tem um pouco da perspectiva de cada um. Se eu estou na indústria americana olhando pro Brasil eu diria é melhor a Braskem não investir e eu vou lá e tomo conta do mercado. Nosso compromisso é exatamente o oposto desse. É criar as condições pra ter um COMPERJ viável e rentável, viável e rentável. Mas se você não tem um projeto rentável, você nem financia ele. Esses projetos são todos eles financiados ou por bancos de investimentos, ou por agências de crédito a exportação. Eu vou te dar um exemplo, o nosso projeto no México com apoio de sete multilaterais entre agências de crédito a exportação e bancos multilaterais, se nem financia um projeto. Então, veja, primeiro: nosso compromisso é ter um projeto viável e rentável, sem o qual ele não nasce. Não nasce não é nem por decisão nossa, ele não nasce porque sequer o credor viabiliza, quanto mais um investidor de equity. Segundo ponto: eu acredito na capacidade das partes envolvidas pra criar as condições pra ter um projeto viável e rentável e acho que mercado existe. O Brasil, e botaria os Estados Unidos na mesma categoria, tem hoje um tripé que poucos países no mundo tem. Tem a matéria-prima de um lado que é o gás que o Brasil tem associado no pré-sal e o gás on shore. Tem a matéria prima de um lado porque o Brasil é um país rico em hidrocarboneto, nós estamos exportando petróleo a essa altura. O Brasil tem mercado, se você pensa em Oriente Médio, tem muito país no oriente médio que tem matéria-prima e não tem mercado interno. Nós temos um mercado interno grande, a sexta

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maior economia do mundo. E o Brasil tem uma indústria que é capaz de industrializar essa matéria-prima pra atender o mercado, fazer a ponte entre essas duas coisas que é a indústria química brasileira, de uma maneira geral. Não tem só a Braskem, a Braskem ainda é uma das maiores do mundo, a gente também tem uma indústria. Então, eu vou dizer que a nossa interpretação é de que a gente tem o tripé e a questão é achar as condições pra tornar o projeto viável. Essa é nossa posição. Deixa eu aproveitar que a gente não tem mais nenhuma pergunta na fila pra comentários finais. Eu queria de novo agradecer a presença de vocês no call. Queria dizer pra vocês que vocês têm visto a Braskem trabalhar de forma dura pra criar condições melhores para o seu negócio, a Braskem evoluiu em market share, evoluiu em taxa de operação das suas centrais, evoluiu na criação de um ambiente de negócios melhor para o seu setor, com a desoneração, com fim de guerra dos portos, nossos clientes tiveram desoneração de mão de obra, desoneração de folha e a gente tem visto o resultado econômico disso. Crescemos nosso EBITDA em relação ao 4T, crescemos nosso EBITDA em relação ao 1T do ano passado. E temos uma perspectiva positiva pra esse ano. Então, enquanto a Braskem também trabalhou pra criar um curto prazo melhor, o desempenho do ano, o desempenho do trimestre, nós também continuamos focados na produção de uma empresa mais competitiva pra frente. Nosso projeto no México está avançando, está com um quarto de construção, 25%-26% de avanço, nossa posição nos Estados Unidos é sólida, com estratégia boa de matéria-prima. Colocamos duas plantas em operação no ano passado. Estamos discutindo pra construir o COMPERJ competitivo no Brasil. Então, esse é o nosso compromisso, melhor resultado no curto prazo, mesmo em um ambiente que ainda é bastante desafiador e eu espero que a gente vá atendendo no tempo às expectativas do acionista crescendo a capacidade de geração de EBITDA da Braskem e, ao mesmo tempo, com a construção de uma indústria mais competitiva no longo prazo. De novo, obrigado pela participação, desejo a vocês uma boa semana e a gente se vê daqui a noventa dias no call sobre o 2T. Operadora: Obrigada. A teleconferência de resultados da Braskem está encerrada. Desconectem suas linhas, e tenham uma boa tarde. “Este documento é uma transcrição produzida pela MZ. A MZ faz o possível para garantir a qualidade (atual, precisa e completa) da transcrição. Entretanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos palestrantes. Portanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais danos ou prejuízos que possam surgir com o uso, acesso, segurança, manutenção, distribuição e/ou transmissão desta transcrição. Este documento é uma transcrição simples e não reflete nenhuma opinião de investimento da MZ. Todo o conteúdo deste documento é de responsabilidade total e exclusiva da empresa que realizou o evento transcrito pela MZ. Por favor, consulte o website de Relações com Investidor (e/ou institucional) da respectiva companhia para mais condições e termos importantes e específicos relacionados ao uso desta transcrição.”