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Transcrição da Teleconferência Resultados do 3T14 Q&A Braskem (BRKM3 BZ) 06 de novembro de 2014 1 Operadora: Boa tarde e obrigada por aguardarem. Sejam bem vindos à teleconferência da Braskem para discussão dos resultados referentes ao terceiro trimestre de 2014. Estão presentes hoje conosco os senhores Carlos Fadigas, Diretor- Presidente, Mario Augusto da Silva, Vice-presidente de Finanças e RI, e Roberta Varella, responsável pela área de RI. Informamos que esse evento está sendo gravado e que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Companhia, e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de assistência durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Esse evento também está sendo transmitido, simultaneamente, pela internet, via webcast, podendo ser acessado no endereço www.braskem.com.br/ri, onde se encontra disponível a respectiva apresentação. A seleção dos slides será controlada pelos senhores. O replay deste evento estará disponível logo após seu encerramento. Lembramos que os participantes do webcast poderão registrar antecipadamente, no website, perguntas a serem respondidas durante a sessão de perguntas e respostas. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante essa teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Braskem, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais, podem afetar o desempenho futuro da Braskem, e podem conduzir a resultados que diferem, materialmente, daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora, gostaríamos de passar a palavra a Roberta Varella, responsável pela área de RI da Braskem, que iniciará a apresentação. Por favor, Roberta, pode prosseguir.

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Page 1: Transcrição da Teleconferência Resultados do 3T14 Q&A ... · Resultados do 3T14 — Q&A Braskem (BRKM3 BZ) 06 de novembro de 2014 2 Roberta Varella: Boa tarde senhoras e senhores,

Transcrição da Teleconferência Resultados do 3T14 — Q&A Braskem (BRKM3 BZ) 06 de novembro de 2014

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Operadora:

Boa tarde e obrigada por aguardarem. Sejam bem vindos à teleconferência da

Braskem para discussão dos resultados referentes ao terceiro trimestre de

2014. Estão presentes hoje conosco os senhores Carlos Fadigas, Diretor-

Presidente, Mario Augusto da Silva, Vice-presidente de Finanças e RI, e

Roberta Varella, responsável pela área de RI.

Informamos que esse evento está sendo gravado e que todos os participantes

estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da

Companhia, e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas,

quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite

de assistência durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de

um operador, digitando *0.

Esse evento também está sendo transmitido, simultaneamente, pela internet,

via webcast, podendo ser acessado no endereço www.braskem.com.br/ri, onde

se encontra disponível a respectiva apresentação. A seleção dos slides será

controlada pelos senhores. O replay deste evento estará disponível logo após

seu encerramento. Lembramos que os participantes do webcast poderão

registrar antecipadamente, no website, perguntas a serem respondidas durante

a sessão de perguntas e respostas.

Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que

possam ser feitas durante essa teleconferência, relativas às perspectivas de

negócios da Braskem, projeções e metas operacionais e financeiras,

constituem-se em crenças e premissas da diretoria da Companhia, bem como

em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são

garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois

se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que

podem ou não ocorrer.

Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições

da indústria e outros fatores operacionais, podem afetar o desempenho futuro

da Braskem, e podem conduzir a resultados que diferem, materialmente,

daqueles expressos em tais considerações futuras.

Agora, gostaríamos de passar a palavra a Roberta Varella, responsável pela

área de RI da Braskem, que iniciará a apresentação. Por favor, Roberta, pode

prosseguir.

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Roberta Varella:

Boa tarde senhoras e senhores,

Gostaria de agradecer a todos pela participação em mais uma teleconferência

da Braskem. Hoje discutiremos os resultados do terceiro trimestre e dos nove

meses de 2014.

Lembramos que em atendimento à lei 11.638/07, os resultados aqui

demonstrados refletem a adoção de regras contábeis internacionais IFRS.

Vale ainda ressaltar que, em decorrência da decisão de manter os

investimentos na Quantiq, que é a empresa responsável pela distribuição de

produtos químicos, a demonstração financeira trimestral da Braskem de 2013

foi reapresentada para incluir o resultado dessa operação.

As informações financeiras aqui apresentadas foram revisadas por auditores

externos independentes.

Vamos então para o slide seguinte, por onde iniciaremos nossos comentários.

No slide de número 3, falaremos dos principais destaques operacionais e

financeiros do terceiro trimestre de 2014:

A taxa média de utilização dos crackers foi de 90%, 6 pontos percentuais acima

da taxa do segundo trimestre, refletindo a retomada da operação do cracker de

triunfo, após parada programada de manutenção, e a normalização do

fornecimento de matéria-prima no site do rio de janeiro; que parcialmente

compensaram a parada programada do cracker de São Paulo, que teve início

em setembro e foi finalizada em outubro.

O mercado brasileiro de resinas termoplásticas atingiu 1,4 milhão de toneladas,

um crescimento de 5% em relação ao segundo trimestre, positivamente

influenciado pelo melhor desempenho dos setores relacionados à bens de

consumo, bem como a sazonalidade do trimestre. As vendas da Braskem

acompanharam esta tendência e cresceram 7%.

As vendas de polipropileno da unidade de negócios EUA e Europa, por sua

vez, apresentaram retração de 2% na comparação com o trimestre anterior,

refletindo, principalmente, o arrefecimento do mercado europeu. Na

comparação com o 3º trimestre de 2013, as vendas da Braskem expandiram

9%, em decorrência do melhor ambiente macroeconômico.

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O EBITDA consolidado do terceiro trimestre foi de R$ 1,5 bilhão, explicado (i)

pelo melhor patamar de spreads no mercado internacional e (ii) pelo maior

volume de vendas totais. Em dólares, o EBITDA foi de US$ 660 milhões.

Nesse contexto, a Braskem registrou lucro líquido de R$ 230 milhões.

A alavancagem da companhia, medida pela relação dívida líquida/EBITDA,

quando mensurada em dólares, foi de 2,7 vezes, praticamente em linha com o

trimestre anterior.

Em outubro, a Fitch revisou a perspectiva do rating da Braskem de negativa

para estável, refletindo seu (i) comprometimento com a desalavancagem; (ii) o

avanço na estratégia de diversificação de matéria prima; (iii) e a melhoria

contínua do resultado operacional. A expectativa de melhor patamar dos

spreads petroquímicos no mercado internacional também foi fator positivo para

a mudança de perspectiva.

Passando para o slide de número 4...

Nesse slide falaremos sobre os destaques do trimestre relacionados aos

projetos e reconhecimentos recebidos pela companhia:

Em linha com sua estratégia de diversificação e acesso à matéria-prima

competitiva, o progresso físico do projeto do México atingiu 82%. As atividades

de pré-marketing seguiram avançando e atingiram 276 clientes ativos.

O projeto, que entra em operação ao final de 2015, é o primeiro projeto

greenfield a entrar em operação na região da América do Norte e utilizará etano,

a preço competitivo, para a produção de polietileno. Além da competitividade de

matéria-prima, outro diferencial do projeto é o foco no atendimento do crescente

mercado doméstico mexicano, hoje já deficitário, e que tem cerca de 70% de

sua demanda suprida por material importado.

Destaca-se ainda o saque da quarta parcela do project finance, no montante de

US$ 383 milhões, pela subsidiária Braskem Idesa.

No que tange o seu comprometimento com o desenvolvimento da cadeia de

plásticos brasileira, a Braskem tem avançado no programa criado em conjunto

com a indústria, denominado PIC ou plano de incentivo à competitividade da

cadeia do plástico. No trimestre, destaca-se a criação do “projeto de

capacitação em exportação”, uma ação estruturante com foco em aspectos

técnicos e mercadológicos e que já atingiu cerca de 70 empresas. O objetivo

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deste projeto é dobrar as exportações de produtos transformados plásticos de

polietileno e polipropileno ao longo de 2 anos.

Destaca-se ainda o recebimento do troféu transparência da ANEFAC -

associação nacional dos executivos de finanças, administração e contabilidade;

sendo que a Braskem recebeu pela primeira vez o prêmio de melhor

demonstração financeira anual para empresas com faturamento superior a R$ 5

bilhões.

Passando para o slide de número cinco...

Nesse slide observamos o desempenho do mercado brasileiro de resinas

termoplásticas e das vendas da Braskem.

No terceiro trimestre de 2014, a demanda por resinas termoplásticas

apresentou um crescimento de 5% em relação ao trimestre anterior, refletindo a

retomada, principalmente dos segmentos relacionados à bens de consumo, e a

sazonalidade do período. As vendas da Braskem acompanharam a dinâmica

de mercado e totalizaram 939 mil toneladas, um crescimento de 7%. O market

share foi de 68%, um ponto percentual acima do segundo trimestre.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2013, que havia sido impactado

pela desaceleração da produção industrial e pelo movimento de estocagem no

2t13, tanto as vendas da Braskem como o mercado apresentaram expansão de

5%.

No acumulado do ano, o mercado brasileiro de resinas termoplásticas totalizou

4,0 milhões de toneladas, em linha com a demanda apresentada no mesmo

período de 2013. As vendas da Braskem, por sua vez, apresentaram redução

de 2%.

Passando para o próximo slide...

No slide de número 5 apresentamos os fatores que influenciaram o EBITDA no

terceiro trimestre de 2014 na comparação com o trimestre anterior.

O EBITDA consolidado da companhia foi de R$ 1,5 bilhão, um crescimento em

torno de 30% em relação ao segundo trimestre, refletindo, principalmente, o

crescimento do volume de vendas; e a expansão dos spreads no mercado

internacional; que foram parcialmente compensados pela despesa não-

recorrente de R$ 34 milhões da adesão ao refis.

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A depreciação média de 2% do real em relação ao dólar também foi fator

positivo e impactou o resultado em R$ 54 milhões; sendo R$ 215 milhões

positivo na receita e R$ 161 milhões negativo no custo.

Em dólares, o EBITDA do trimestre foi de US$ 660 milhões, 30% superior ao

EBITDA do segundo trimestre.

Passando para o slide de número 7...

No slide de número 7, apresentamos a comparação do EBITDA nos nove

meses de 2014 com o mesmo período de 2013.

O EBITDA consolidado da companhia atingiu R$ 4,3 bilhões, um crescimento

de 16% em relação aos 9 meses de 2013. Em base recorrente, a alta foi de

10%.

Destacam-se a recuperação dos spreads de resinas termoplásticas no

mercado internacional e a apreciação do dólar médio de 8%, que gerou um

efeito positivo de R$ 567 milhões, sendo R$ 2,6 bilhões positivo na receita e R$

2,1 bilhões negativo no custo.

Passando para o slide de número 8...

Esse slide ilustra o endividamento da Braskem.

Pelo fato do investimento do projeto México, feito pela subsidiária Braskem-

Idesa, ser financiado pela modalidade de project finance; onde a dívida deve

ser repaga com a geração de caixa do próprio projeto, a análise do

endividamento, aqui apresentada, não considera essa estrutura de

financiamento.

Nesse contexto, em 30 de setembro de 2014, a companhia apresentou dívida

bruta de US$ 7,8 bilhões, 4% inferior à registrada no segundo trimestre.

Quando medida em reais, a dívida foi 7% superior, influenciada pela

apreciação da moeda norte-americana em 11% entre o fim dos períodos. A

dívida bruta atrelada ao dólar foi de 68%.

O saldo de caixa e aplicações totalizou US$ 1,4 bilhão, praticamente em linha

com o apresentado no trimestre anterior. A companhia, em função de sua

estratégia de liquidez, todavia, possui linhas de crédito rotativo (stand by), que

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não apresentam cláusulas restritivas de saque em momentos adversos de

mercado.

Por consequência, a dívida líquida da Braskem totalizou US$ 6,4 bilhões.

Quando medida em reais, a dívida foi 7% superior, totalizando R$ 15,8 bilhões.

A dívida líquida atrelada ao dólar foi de 74%.

A alavancagem financeira medida pela relação dívida líquida/EBITDA,

mensurada em dólares, encerrou o trimestre em 2,71x. Em reais, a

alavancagem foi para 2,90x, um aumento de 11%, influenciada pela

depreciação do real entre os períodos.

Em 30 de setembro de 2014, o prazo médio do endividamento era de cerca de

16 anos. Se considerarmos apenas a parcela da dívida em dólares, o prazo

médio fica em 21 anos e meio.

Apenas 3% do total da dívida tem vencimento no ano de 2014, e o elevado

patamar de liquidez da companhia garante que seu saldo de disponibilidades

cubra os vencimentos dos próximos 27 meses.

Passando para o próximo slide ...

No slide 9 apresentamos o Capex dos nove meses de 2014.

A Braskem, em linha com seu compromisso na realização de investimentos

com retorno acima de seu custo de capital, desembolsou cerca de R$ 2,0

bilhões no período.

Do total, (i) 60% foram direcionados às operações industriais, incluindo parte

do desembolso das paradas programadas de manutenção; e cerca de (ii) 30%

direcionados à construção do novo complexo petroquímico no México.

Os demais gastos estão relacionados aos outros projetos anunciados pela

Braskem, como, o investimento para a produção de UTEC no site de La Porte,

nos estados unidos; e a conversão e expansão de uma das linhas de produção

de polietileno na Bahia para base metaloceno.

É importante lembrar que o valor do investimento do projeto México, aqui

demonstrado, não inclui os recursos do project finance e do acionista

minoritário do projeto.

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Para 2014, o investimento estimado se mantém em torno de R$ 2,7 bilhões.

Passando para o próximo slide...

No slide de número 10 falaremos do cenário petroquímico internacional.

A maior produção de petróleo, principalmente nos EUA e Líbia, tirou o foco das

questões geopolíticas no Iraque, Ucrânia e Rússia, revertendo a tendência de

alta do preço da commodity. O crescimento da demanda, abaixo do previsto,

também influenciou para que o preço de petróleo saísse de um patamar

superior à US$ 100/bbl para uma faixa de US$ 85-90/bbl. Neste contexto, o

preço da nafta, principal matéria-prima utilizada pela indústria petroquímica e

que tem forte correlação com o preço do petróleo, seguiu em linha com a

dinâmica do mercado de petróleo e também recuou, impactando positivamente

os spreads petroquímicos.

Todavia, a expectativa é de que, nos próximos meses, os preços de

petroquímicos sigam a tendência de queda observada nos preços de nafta,

reequilibrando assim o patamar de spreads, ainda que em níveis elevados.

Para o médio e longo prazo, a expectativa para a indústria petroquímica global

permanece positiva.

A incerteza em relação à entrada de alguns dos projetos anunciados continua a

ser um dos fatores favoráveis para a recuperação da rentabilidade do setor.

Para o período entre 2014 e 2017, ao compararmos a expectativa de entrada

de novas capacidades apresentada ao final de 2013 com a atual expectativa de

mercado, observa-se que o total de atrasos e cancelamento na entrada de

novas capacidades de eteno foi de 7,6 milhões de toneladas, sendo 4 milhões

deste montante vindo de projetos anunciados na china.

No caso da demanda, o crescimento médio anual foi revisado para cima,

refletindo, principalmente, a recuperação das economias maduras, em especial

dos EUA.

Nesse contexto, espera-se que os spreads de petroquímicos permaneçam em

patamares favoráveis ao longo dos próximos anos.

O ponto de atenção é a entrada dos projetos anunciados para 2017/2018,

principalmente nos EUA, cuja capacidade supera o crescimento da demanda

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estimada para o período, e que deverá voltar a pressionar as margens da

indústria.

Passando para o último slide...

No slide de número 11 falaremos das perspectivas e concentrações Braskem.

As boas perspectivas para a economia norte-americana não foram suficientes

para compensar o fraco desempenho esperado das economias centrais da

zona do euro e do menor crescimento dos mercados emergentes. Com isso, o

fundo monetário internacional revisou o crescimento do PIB global de 2014

para 3,3%, 0,1 p.p. Inferior ao dado divulgado em julho.

No caso do Brasil, a cenário continua desafiador. O PIB foi mais uma vez

revisado para baixo, 0,3% a.a., influenciado pela redução da produção

industrial e do consumo, bem como pelo fraco patamar de investimentos e do

baixo nível de confiança do empresariado.

Nesse contexto, a estratégia da Braskem continua pautada no investimento em

projetos que buscam diversificar sua matriz de matéria-prima e melhorar sua

competitividade na curva de custos global, através da construção do projeto

petroquímico integrado no México, para produção de polietileno e do avanço

dos estudos do projeto Ascent, cujas tecnologias para a produção de polietileno

e do cracker já foram definidas.

A companhia permanece focada ainda no desenvolvimento da cadeia

petroquímica e de plásticos brasileira; na renovação dos contratos de

fornecimento de nafta com a Petrobras e de energia com a Chesf; na constante

busca de sua eficiência operacional, através da elevação da sua taxa de

operação; na conclusão da aquisição do controle da Solvay Indupa; e na

manutenção da sua higidez financeira e disciplina de custos.

Encerramos aqui a nossa apresentação e passamos para a sessão de

perguntas e respostas.

Diego Menedef, Itaú BBA:

Bom dia. Eu tenho, na verdade, três perguntas. A primeira é com relação à demanda

doméstica, se vocês poderiam falar um pouco sobre como já está o 4T e o que estão

esperando para 2015; e, nesse cenário, como está também a atividade do importador

frente esse aumento do câmbio que vimos no último mês?

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O segundo ponto é com relação aos spreads internacionais. A Roberta comentou um

pouco, mas eu gostaria de saber com que patamares vocês estão trabalhando para

2015. Vimos uma expansão bastante grande nos últimos dias, mas será que esses

750 que estamos vendo são sustentáveis para o ano que vem, dado que a demanda

por petroquímicos continua forte e o petróleo não dá sinais de subir muito mais em

relação ao patamar atual?

E por último, se poderiam dar um pouco mais de detalhes sobre a renovação desse

contrato de energia com a Chesf.

Carlos Fadigas:

Boa tarde. Primeiro, com relação ao mercado, no 4T14, o que vemos é um movimento

de sazonalidade normal. Tivemos um 3T bom, com avanço de vendas, compensando

o 2T excepcionalmente fraco, e acho que agora seguimos a sazonalidade normal de

mercado.

É difícil precisar o número, porque tem dinâmicas de câmbio também, e o mercado às

vezes antecipa ou posterga um pouco a compra em função da expectativa de comprar

mais cedo ou mais tarde, mas na comparação de um trimestre com o outro, um recuo

de 4% a 6% de volume é uma coisa normal, porque o 4T é mais fraco naturalmente.

Em importador, não vemos nenhum movimento excepcional. Fechamos o market

share no trimestre de 68%, portanto tem 32% de resina que vem de fora, e isso foi

parecido com o trimestre anterior. Naturalmente, a Braskem pretende usar a subida de

câmbio para avançar em market share, mas não estamos falando de nada muito

radical; estamos falando de 1 p.p. aqui ou ali, até porque um avanço maior seria

possível, mas em detrimento de preço, e não é essa a nossa intenção.

Passando para o seu segundo ponto, sobre spreads internacionais, eu acho que tem

duas considerações a serem feitas: primeiro, no fim do 3T e no 4T houve uma queda

no preço da nafta, que aconteceu no 3T, no meio do ano chegou a estar em US$950

por tonelada, veio caindo, essa queda se acentuou agora dentro do 4T14 e está por

volta de US$650 por tonelada, então perdeu quase 1/3 do valor nesse período; essa

queda mais rápida abriu o spread, e não vejo essa abertura como tão sustentável.

Petroquímicos básicos naturalmente caem mais rápido, andando junto com a nafta, e

resina demora um pouco mais – aí estou falando do movimento internacional mesmo.

Então, existe uma abertura pontual de spread no 4T, e essa é de fato pontual.

Tendo dito isso, minha segunda consideração é de que, do ponto de vista de balanço

de petroquímicos para o ano de 2015, não temos nenhuma capacidade adicional

relevante se juntando ao mercado, exceto a própria capacidade da Braskem, de 1,05

milhão de toneladas no México no último trimestre.

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Transcrição da Teleconferência Resultados do 3T14 — Q&A Braskem (BRKM3 BZ) 06 de novembro de 2014

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Se considerássemos isso, se pegamos um trimestre só e a planta tem uma curva de

ramp up, não é material. Então, vemos uma sustentação em 2015 de spreads médios

que tivemos em 2014, mais ou menos em linha, especialmente por conta da ausência

de entrada de novas capacidades. Isso se repete para 2016 – não quero ser otimista

demais, mas talvez em 2016 com um aumento gradual da demanda, ainda que não

seja acelerado – e abre até um pouco mais de spread até chegarmos a 2017, e ao

longo de 2017 começa a entrar capacidade nos Estados Unidos, mexendo um pouco

nessa dinâmica de mercado.

Seu terceiro ponto tem a ver com o contrato com a Chesf. A Braskem é consumidora

de energia, ela consome mais ou menos 750 MW, dos quais gera internamente 150

MW – isso falando só de energia elétrica, porque se fôssemos falar de necessidade de

geração de vapor e consumo de outros energéticos, como gás natural e carvão, o

número seria muito maior.

Falando só de energia elétrica, a Braskem consome 600 MW de fora, gera

internamente 150 MW, para completar um total de demanda de 750 MW. Nas

unidades de Alagoas, a unidade de cloro-soda de Alagoas, que é eletrointensiva,

precisamos da energia para fazer o eletrólito lá, quebrar o sal para produção de cloro-

soda, e a partir do cloro fazemos o PVC; e mesmo na central de matérias-primas da

Bahia, a Braskem é grande consumidora de energia.

Ela, junto com um conjunto de seis outras empresas eletrointensivas, é atendida há

várias décadas pelas Chesf. A central da Bahia partiu em 1978, e a empresa que

produzia cloro-soda, a antiga Salgema em Alagoas partiu por volta desse mesmo

período, 1977, mais ou menos isso. Portanto, estamos falando de mais de 35 anos.

Este contrato vence ao final de junho de 2015, e não foi renovado ainda. Esse

conjunto de sete empresas está discutindo com a Chesf a renovação deste contrato.

Hoje, ele está por volta de R$105 por MW, então neste exato momento está abaixo do

custo de mercado spot, muito mais pelo mercado spot estar alto do que pelo fato de

esse preço estar baixo; quase toda sua vida esse contrato foi mais caro, inclusive, que

o mercado spot, mas pontualmente agora, como vocês sabem, nos últimos anos o

mercado spot está muito apreciado.

Nossa discussão é exatamente de renovação deste contrato. Enxergamos uma

legitimidade grande na renovação, na medida em que foram essas as empresas que,

ao longo das últimas décadas, viabilizaram o investimento e a depreciação do

investimento nas usinas que geram essa energia.

Estamos discutindo com Chesf e com o próprio Governo essa renovação, e este é um

ponto importante nosso de atenção, inclusive uma de nossas concentrações já para o

final de 2014 para o ano de 2015.

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Transcrição da Teleconferência Resultados do 3T14 — Q&A Braskem (BRKM3 BZ) 06 de novembro de 2014

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Diego Menedef:

OK. Só mais uma pergunta: dentro desse volume de 600 MW, quanto vem da Chesf,

mais ou menos?

Carlos Fadigas:

Eu prefiro não abrir esta informação no momento. Eu entendo sua pergunta, vamos

evoluir um pouco mais na negociação. No começo do ano que vem podemos dar um

pouco mais de visibilidade, mas existem vários cenários de renovação, então prefiro,

neste exato momento, não entrar em mais detalhes.

O que posso lhe dizer é que para a atividade eletrointensiva, especificamente cloro-

soda, ele é vital para continuidade da operação. No cracker da Bahia ele é importante,

mas o cracker é um business maior. Ele é importante também, mas não é,

naturalmente, tão relevante quanto é para cloro-soda, onde a renovação está

vinculada à própria continuidade operacional da operação de cloro-soda.

Diego Menedef:

Está ótimo. Muito obrigado.

André Sobreira, Credit Suisse:

Bom dia. Queria fazer algumas perguntas, Fadigas. Na medida do possível, gostaria

de entender sua linha de raciocínio na negociação com a Chesf. O argumento do lado

de lá provavelmente será que tanto as usinas que geram energia elétrica, como as

plantas industriais, já estão completamente depreciadas, todo mundo teve o retorno

que deveria ter. Queria entender um pouco sua linha de argumentação contra este

raciocínio.

Em uma questão menor, queria entender também se, no Reintegra, já está fechado

que a Braskem estará na categoria dos 3%, ou se eventualmente vocês podem ir até

5%.

E queria ouvir também um pouco sobre Solvay, se possível. Obrigado.

Carlos Fadigas:

O primeiro ponto é o seguinte: a depreciação ou não da unidade da Braskem deveria

estar refletida na dinâmica de formação de preço do produto que ela vende, que está

determinado pelo mercado. Então, não está sendo discutido o preço de soda, preço de

cloro, preço de PVC, até porque tudo isso é dado por um mercado global.

Vamos voltar para a relação entre geração de energia – Chesf – e consumidores, são

sete empresas. Seguramente, quem poderia falar melhor sobre esse tema seria a

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própria ABRACE, que reúne os grandes consumidores de energia e está liderando

essa discussão.

Mas para responder sua pergunta, meu ponto é o seguinte: eu entendi da lógica de

Governo que a energia elétrica deveria cair de preço porque a sociedade havia pago

pelo investimento nas hidrelétricas. E para ser bastante sincero, eu fui me educar um

pouco melhor no assunto exatamente quando o Governo fez esse movimento, e

descobri que o custo de gerar energia em uma usina já depreciada é muito menor.

Você só precisa pagar pelo que se convencionou chamar de O&M, operação e

manutenção.

Então, se você não está pagando por um investimento de uma usina da Chesf que já

foi depreciada e já retornou o investimento, fala-se agora só em operação e

manutenção, fala-se de um custo por volta de R$35 por MW.

Então, o raciocínio dessas empresas que consomem é que elas pagaram pelo

investimento via tarifa ao longo de três décadas. Agora que a energia está depreciada

e poderia cair de preço, a proposta é de não renovar o contrato, jogando essas

empresas para irem buscar energia ou em distribuidoras, ou em mercado livre.

Veja que essas empresas não estão sequer buscando a compra de energia

depreciada, dado que elas pagaram pela depreciação. Então, o pleito não é energia a

R$35, é a mera continuidade de um contrato que existe há muito tempo, fornecendo

energia por cerca de R$100, que, como sabemos, não só remunera muito bem

operação e manutenção, como também remunera até um investimento que já foi feito.

A canalização dessa energia para outros usos poderia ser muito ruim, na medida em

que deixa essas empresas eletrointensivas sem energia necessária para rodar, e pode

ter um impacto importante na operação industrial no Nordeste e, por conseguinte, na

operação da própria Braskem.

A lógica é um pouco essa. Eu confesso que, de certa forma, acho até que seria

razoável ter energia ao preço de O&M, mas estamos meramente tentando manter as

plantas rodando com o custo de energia no patamar que sempre existiu.

Avançando um pouco, com relação ao Reintegra, que está em vigência desde o início

deste mês na alíquota de 3%, já pega, portanto, o 4T da Braskem. A Abiquim está

fazendo um estudo para ver exatamente quanto de imposto fica preso na cadeia

produtiva dos produtos químicos.

Como é uma cadeia longa, intensiva em capital, temos uma percepção de que tem

base técnica para suportar uma alíquota de 5%. Mas esse trabalho não foi concluído,

a Abiquim está fazendo e, uma vez concluído, levará o Governo a dar uma

sustentação no pedido da alíquota de Reintegra para o nosso setor de 3% a 5%. De

novo, esse é mais um tema da Associação que da Braskem propriamente dita.

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Com relação à aquisição de Solvay, no final deste ano, novembro para dezembro,

encerra-se o prazo de avaliação que o CADE determina para ele mesmo – não somos

nós que determinamos esse prazo, é o próprio CADE – e estamos em diálogo com o

CADE buscando a aprovação da aquisição, confirmando nossa percepção de que o

mercado é global, a Braskem não ter a menor condição de formar preço em PVC,

portanto a operação deveria ser aprovada.

Estamos em diálogo com o CADE, ele está fazendo suas avaliações para tomar sua

posição, e nós seguimos otimistas de que conseguiremos uma aprovação. O CADE

deve definir isso nas próximas semanas, e nossa posição é essa.

Tendo uma luz verde, o próximo passo seria começar um processo de integração e

avançar junto com a CVM da Argentina, que chama-se CNV – Comisión Nacional de

Valores –, para realizar uma OPA para os minoritários que detém 30% da Solvay

Indupa.

André Sobreira:

OK. Muito obrigado, Fadigas.

Gustavo Gattass, BTG Pactual:

Bom dia, Fadigas. Eu tenho duas perguntas. A primeira parte, só para entender um

pouco como está a dinâmica de negociação de preço com a indústria aqui no Brasil.

Eu vi que você mencionou que vocês, hoje, estão esperando uma sazonalidade

normal para o 4T, você deu a sinalização de que não tem intenção de ganhar market

share às custas de preço, mas eu gostaria de um pouco da sensação de vocês, tanto

no correr do 3T, o quanto vocês estão enxergando agora, quanto a qual foi a facilidade

e habilidade de repasse que tiveram nesses últimos meses e esperam ter nos

próximos para conseguir manter os preços em uma condição mais equilibrada com o

mercado internacional.

A segunda pergunta, eu sei que potencialmente são duas ou três coisas diferentes que

estão em jogo, mas o conceito dessa negociação da Chesf, ele está bem fechado e

amarrado em cima da Chesf mesmo, ou é algo que está um pouco mais amplo com o

Governo, tem uma fronte de parte do Reintegra, tem a nafta, tem a Chesf? Isso está

sendo feito de forma mais centralizada ou é realmente ponta a ponta que a

negociação está acontecendo?

E, por acaso, se eu tiver a chance de fazer mais uma pergunta, temos ouvido de muita

gente um pouco de reclamação de preço alto de eteno nos Estados Unidos. Queria

saber se vocês acham que isso é algo que se sustenta, e, caso se sustente, se facilita

a situação de precificação dos spreads como uma razão para o spread ficar um pouco

mais forte por mais tempo no mercado internacional. Obrigado.

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Carlos Fadigas:

Obrigado a vocês, Gustavo. Vou tentar falar um pouco sobre dinâmica de preço,

tomando naturalmente o cuidado de não antecipar nossa estratégia comercial, até

porque este call é feito para discutirmos com vocês o resultado, mas o pessoal da

imprensa sempre participa ouvindo nossas discussões, então termina sendo uma

conversa bastante pública.

O que posso falar sobre preço sem gerar prejuízo à nossa estratégia comercial é que

o que estamos vendo lá fora é uma pequena redução de preço de resina, menor do

que a redução de preço de nafta. Nafta teve redução mais acentuada, o preço médio

de nafta no 3T está pouco acima de US$850 por tonelada, e este número deve cair,

em média, para um número entre US$700 e US$750 por tonelada. Pontualmente, está

em US$650, mas a média deve ser entre US$700 e US$750, então isso foi uma queda

mais acentuada.

Felizmente, resina está demorando um pouco mais a cair. É difícil precisar, temos

apenas um mês fechado dentro do 4T, que é o mês de outubro, mas é uma queda

pequena, muito menor que a queda do preço da nafta.

Quando trazemos isso para o Brasil, o que vemos, naturalmente, é um comportamento

que não é tão diferente disso, mas, como os preços são determinados em Reais, e

nós poupamos nossos clientes da exposição cambial, ela termina sendo tomada pela

Brasil, o que haverá no Brasil é o repasse da apreciação do USD, que, inclusive,

quando expressa em Real, supera a pequena queda de preço de resina lá fora.

Só para você ter uma ideia, o câmbio médio do último trimestre foi R$2,275, e

seguramente ficará acima disso. Estamos hoje com R$2,53, então seguramente ficará

acima disso.

É nesse cenário de preço caindo pouco lá fora e câmbio subindo bastante aqui dentro

que faremos uma política de alinhamento com o preço internacional, enquanto

tentamos avançar um pouco em market share, nada muito radical.

Passando para sua segunda pergunta, sobre Chesf, essa discussão está sendo

liderada pela ABRACE, que é associação dos grandes consumidores de energia

elétrica, especificamente pelo grupo da ABRACE Nordeste, que está mais impactado

por isso. E mais que uma negociação ponto a ponto, como você chamou, ela é um

pouco mais ampla, dado que toda essa política de energia passa por decisões

estratégicas do Governo com relação à destinação de cotas, busca de redução do

preço de energia; todo esse setor de energia tem uma dinâmica na qual o Governo,

sabemos disso, está bastante envolvido.

Então, é um diálogo que talvez até extrapole a questão somente de preço de energia,

passe por industrialização do Nordeste, passe pela economia do Nordeste, pelo peso

dessas empresas na economia do Nordeste.

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É claro que eu enxergo uma legitimidade enorme na renovação do contrato, como

você me viu colocar na resposta para o André, logo antes de você, na medida em que

foram essas empresas que pagaram pela depreciação desses ativos, e o volume de

energia que essas empresas precisam não é o tipo de energia que elas teriam como

buscar de outra fonte.

É uma conversa mais ampla. Acho que com isso eu respondo sua pergunta. Não é

uma conversa ponta a ponta, é mais ampla, porque ela é mais ampla também em seu

conceito. Não só são mais atores envolvidos na conversa, como mais conceitos. Não é

só o contrato, passa por impacto econômico, industrialização e uma série de outros

fatores.

Eu vou pedir uma ajuda do Mario e da Roberta no comentário com relação a eteno nos

Estados Unidos.

Mario Augusto da Silva:

Gattass, vou fazer um comentário rapidamente sobre a dinâmica que aconteceu em

relação ao preço de eteno no mercado americano. Mais recentemente, alguns

crackers estavam em parada e, como consequência disso, na dinâmica de preço de

curto prazo, no 3T houve um impacto no preço do eteno nos Estados Unidos. Com a

retomada de produção desses crackers no 4T, a expectativa é que esse preço volte

para um patamar um pouco mais normal.

Só comentando novamente em relação à questão dos spreads, porque é importante

comentar, nossa expectativa para o 4T e para o ano de 2015 é de um patamar de

spreads estável em relação ao que temos visto ao longo de 2014.

Gustavo Gattass:

Está ótimo. Obrigado.

Vicente Falanga, Bank of America:

Boa tarde. Eu tenho duas perguntas, a primeira em relação a volume: vimos um

comportamento no mercado doméstico até que bom, não só trimestre contra trimestre,

mas ano contra ano, e o que chamou a atenção foi o PVC. Há algum comportamento

específico de alguma indústria que valha destacar aqui? E se dá para observarmos

algum sinal de ligeira recuperação na economia versus o que se estimava antes.

E minha segunda pergunta em relação ao México, vocês colocaram no press release

que já têm 276 clientes comprometidos com o pré-marketing. Vocês conseguem com

isso nos dar um número aproximado de utilização de capacidade que pretendem

começar a rodar, ou pelo menos chegar ao fim de 2015 rodando? Obrigado.

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Carlos Fadigas:

Vicente, deixe-me responder suas duas perguntas, na ordem que você fez. Volume,

eu concordo com você que o volume do 3T do mercado teve um crescimento, foi bom

quando comparamos com o trimestre anterior, e foi bom quando comparamos com o

mesmo trimestre do ano passado; em relação aos dois, foi de 5%.

Mas foi bom em relação ao 2T porque o 2T foi fraco, tem uma sazonalidade, e foi bom

em relação ao 3T13 porque também tivemos a sazonalidade do ano anterior. Quando

fazemos uma comparação de 9M com 9M, o que vemos é um crescimento de zero,

nós não crescemos, o que, sinceramente, é uma evolução em relação a -3% que

tínhamos seis meses contra seis meses, quando fechamos junho.

Então, talvez, trimestre contra trimestre, melhor, mas do ponto de vista de crescimento

é um ano perdido. Em uma economia emergente, temos uma demanda de resina que

está igual. Sou um pouco menos otimista que você na interpretação desse dado,

apesar de entender o seu ponto de trimestre contra trimestre, que de fato tem uma

evolução.

Quando olhamos para segmento de economia, e isso me ajuda até a comentar sua

pergunta sobre PVC, o que vemos é uma fotografia parecida com a que víamos em

outros trimestres. A indústria não vai bem, no PIB industrial brasileiro a CMI projeta

uma queda para este ano de 1,7%; consumos industriais de plástico também ficam

afetados por isso. O automobilístico talvez até tenha um trimestre melhor, o 4T, mas

terminará o ano também na zona negativa, estamos vendo o que está acontecendo

com as montadoras. A mesma coisa vale para construção civil e infraestrutura,

também um ano que não é tão bom, e nesse sentido bate no PVC.

O que tem de positivo, então? O que sobra de positivo não é diferente do que era

positivo no passado, que é exatamente a agricultura e varejo, de certa forma.

Tem plásticos usados na agricultura, não é um volume muito expressivo, mas sempre

ajuda, e no varejo o receio é exatamente que ele esteja vendendo cada vez mais os

produtos industrializados fora; e não falo só de plásticos, falo de importação de

manufaturado.

Para resumir, PVC não foge à regra. É um ano no qual andamos de lado. Talvez haja

uma pequena redução, 1% ou 2%, nada dramático, mas se você considerar uma

agenda de crescimento, é um ano perdido nesse sentido.

Com relação a México, sua segunda pergunta, estamos fazendo um processo de ter

marketing no México, ter uma equipe dedicada lá; contratamos, inclusive, um

executivo bastante experiente, mexicano, conhecedor dos clientes e do mercado

mexicano. Ele se junto a nós há dois meses.

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Estamos abrindo uma relação importante com todos os grandes clientes no México,

exatamente para colocar o volume. E 2016 é mais crítico que 2015, porque a planta

entra em operação no último trimestre do ano, e tem sempre uma curva de aceleração

e de produção, então você não começa o primeiro dia, como você sabe, rodando a

100%.

Então, vamos falar um pouco agora de 2016, que é o mais importante para a

estratégia comercial. A ideia é maximizar a colocação de produtos no México – o

México é um mercado deficitário, importa muita resina dos Estados Unidos – e

exportar o excedente. Nós não pretendemos reduzir taxa de produção por conta de

mercado.

Esse projeto é muito competitivo, ele é base gás, o preço do gás está atrelado ao

preço do gás americano; então, vamos rodar a planta para produzir tudo o que

pudermos produzir, e vender é outra questão. Com a competitividade que teremos,

vender exigirá um esforço da equipe, mas se isso acontecer, e deverá acontecer nos

primeiros anos, não será por necessidade de exportar uma parte que reduziremos taxa

de operação. Pela competitividade, tem baixa na produção e colocação de produto

onde for possível, tendo a vantagem, isso é importante, de ser o primeiro projeto green

field de entrar na América do Norte.

A Dow está construindo também um complexo, a Chevron está construindo um

complexo petroquímico novo, a Exxon-Mobil, recentemente a Sasol anunciou o início

de construção de um novo, mas de todos esses, o que parte primeiro é o nosso, e isso

ajuda na colocação do produto em um primeiro momento. Mas a taxa de operação

será tão alta quanto o possível com a planta que está começando a operar. É isso.

Vicente Falanga:

Perfeito, Fadigas. Obrigado.

Pedro Medeiros, Citigroup:

Bom dia. Eu tenho duas perguntas sobre a estratégia no mercado americano. Na

verdade, são atualizações de etapas de projetos. A primeira pergunta é sobre a

Ascent. Diante do seu press release, ela aparece hoje estar em fase relativamente

avançada. Quanto se faz de regulagem de um projeto desse porte? E queria perguntar

se você poderia elaborar sobre as etapas pendentes para a aprovação final desse

projeto, e quais são os aspectos objetivos que estão sendo considerados para

definição final do modelo de negócio societário dele para a Braskem.

E minha segunda pergunta é se você tem como passar uma fotografia do andamento

do investimento na planta de desidrogenadora de propano nos Estados Unidos. E se

possível, caso essa planta estivesse operando hoje, com os spreads de propano e

propeno atuais no mercado americano, e diante dos acordos comerciais que a

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Braskem estabeleceu para operação desse ativo, quanto de contribuição de EBITDA

esta planta poderia prover para o seu resultado trimestral?

Carlos Fadigas:

Pedro, deixe-me começar pelo Ascent. Na definição da indústria, em um linguajar um

pouco mais técnico, de três fases de projeto FEL, front-end loading, nós estamos na

etapa dois. Tem um investimento maior para ser feito em uma etapa três, que é uma

etapa que tipicamente toma mais ou menos um ano para ser feita, quando tomada a

decisão de entrar em FEL 3. Nós ainda não entramos no FEL 3.

O que é feito de agora em diante em um projeto como esse? Você perguntou aspectos

objetivos em relação ao projeto. Neste exato momento, contratos de matéria-prima já

são uma preocupação menor, já temos um conjunto importante de volume contratado,

e mais a possibilidade de conversas avançando para contratar o restante. O que pesa

um pouco mais nesta fase é exatamente a pré-engenharia e engenharia, o

planejamento e engenharia do que será construído. É nessa fase que fazemos uma

estimativa muito mais apurada do custo de construção.

Cotamos efetivamente equipamentos no mundo inteiro, fazemos estimativas de

demanda de mão-de-obra, estimativas de custos de montagem e mobilização de

equipamentos de montagem, tempo de construção do projeto, custo de interligações

para fornecimento de água, fornecimento de energia, tratamento de afluentes. É uma

fase pesada de engenharia, por isso até que ela toma um ano.

Ao final dela, tendo uma visão clara do custo de construção é que a Administração

pode chegar a uma conclusão e fazer uma recomendação ao Conselho. Então,

pretendemos em algum momento avançar para o FEL 3; estamos avançados, já temos

a visualização das tecnologias que serão usadas. Acho que não há muita surpresa,

estamos usando as tecnologias que usamos no México, então tem um ganho de

transpor muito do conhecimento do México.

Temos uma equipe que está ‘mergulhada’ no projeto do México há vários anos, então

tem um aprendizado bem interessante interno da Braskem de administrar um

megaprojeto como este. Esse é o ponto no qual estamos neste planejamento.

Do ponto de vista societário, junto conosco tem outras empresas avaliando o projeto.

Não é avaliando projetos concorrentes, é junto conosco avaliando este projeto. Nós

temos uma conversa em aberto acontecendo com a própria Odebrecht,

especificamente com a Odebrecht Ambiental, que pode ser investidora do projeto;

temos conversa aberta com alguns investidores, alguns interessados em serem

acionistas do CAPEX, donos do ativo, portanto em um papel um pouco mais de dono

da propriedade; alguns interessados em off-take de produto para levar para outras

regiões, mas tem diálogo com outros investidores.

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E esse é um pouco o esforço daqui para frente: primeiro, fazer o esforço de

engenharia de FEL 3, nesse processo entender o custo, viabilidade do projeto, e

definir também a estrutura societária.

A Braskem, seguramente, será off-taker, no seu negócio de vender o polietileno;

receber esse polietileno e vender. Tem envolvimento, naturalmente, também na

questão de compra do etano, na matéria-prima, portanto, na outra ponta para

abastecer o complexo. Pode ou não operar, isso também está sendo avaliado, e pode

até ser acionista também do próprio ativo, com uma participação no ativo. Isso vai

depender de que outros investidores teremos. Mas essa é a fase na qual estamos

neste exato momento no projeto.

Com relação à PDH, só relembrando, que converterá propano em propeno, ela está

sendo construída pela Enterprise, empresa norte-americana, que será nossa

fornecedora de propeno. Nossa forma de compra de propeno é a preço de propano

mais custo de industrialização. Portanto, o risco e o benefício do spread que você

mencionou são da Braskem. Hoje, esse é um spread muito saudável, e tende a

continuar muito saudável, e a previsão é de conclusão da construção para daqui a

mais ou menos um ano e meio, meados de 2016, quando passamos a receber.

Do ponto de vista de volume, estamos falando de um pouco mais de 300.000

toneladas, que é mais ou menos metade da nossa necessidade no Texas. A Braskem

faz mais ou menos 1,4 milhão de toneladas de resina, e o Texas responde por

aproximadamente 700.000, 800.000 toneladas. Portanto, esse contrato atende metade

da necessidade do Texas.

Aí teria uma contribuição importante de EBITDA. Pelos preços de hoje, teria uma

contribuição importante de EBITDA, mas como esse é um número volátil, não só o

propeno muda de preço, como o propano também tem mudado bastante; aliás, temos

visto desconexões entre propeno em algumas partes do mundo, eu não vou arriscar

um número.

Nós acompanhamos esse número, ora ele pode representar 50% a mais de EBITDA,

ora ele pode representar até um número maior do que temos apurado, mas ele é

volátil.

Quando isso chegar um pouco mais perto, quem sabe no fim de 2015, já começamos

a acompanhar esse número um pouco melhor com vocês; quando tivermos já a uns

nove, seis meses da entrada de operação, poderemos antecipar um pouco mais qual é

a expectativa de contribuição de EBITDA desse projeto.

O que eu posso lhe passar é que, seguramente, nos parece ter sido uma decisão

acertada, tanto do ponto de vista de garantir fisicamente o volume de matéria-prima

para rodar nossos ativos no Texas, como do ponto de vista de rentabilidade por estar

tomando do risco do spread de propano para propeno nos Estados Unidos.

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Pedro Medeiros:

Perfeito. Tudo esclarecido. Obrigado.

Gustavo Allevato, Banco Santander:

Boa tarda. Minha primeira pergunta é em relação às melhorias das plantas para evitar

quedas de energia. Todas já estão concluídas?

E a segunda pergunta, Fadigas, seria sobre os problemas operacionais de

fornecimento de gás na Riopol. Você pode dar um update de como estão esses

programas? Muito obrigado.

Carlos Fadigas:

Obrigado a você, Gustavo. Só para esclarecer, não estamos falando de racionamento,

estamos falando de apagão, corte de energia, o que tivemos no Nordeste em 2011,

2012 e também 2013; e nossas duas centrais mais vulneráveis, por estrutura das

centrais, são a da Bahia e a do Rio de Janeiro.

Na Bahia, nós concluímos os investimentos para dotar a unidade da capacidade de

conviver com queda de energia. Tem aí uma fase de treinamento de mão-de-obra

associada a isso, treinamento das nossas equipes para conviver com a queda

momentânea de energia.

Então, quando falamos de investimento, estamos falando da capacidade de manter os

fornos operando, ou de fazer com que a planta passe pelo apagão sem perda material;

sem perda de equipamentos, sem problema nos fornos etc.

Então para colocar novamente em contexto, já tivemos problemas de apagão nos

quais, apesar de a energia ficar fora durante alguns minutos, ou até mesmo uma hora,

a central precisou de quase um mês para voltar à taxa de operação, dada a

quantidade de dano que o corte abrupto de energia causou.

Hoje, nossa estimativa está em horas. Em ocorrendo uma queda, em algumas horas,

a central teria condições de operar normalmente, isso pelo fato de termos investido

para preservar os fornos, que são a parte crítica. A central da Bahia tem 22 fornos, e

essa é a parte mais crítica.

No Rio de Janeiro, que é uma central mais nova, mais moderna, com fornos maiores,

são seis fornos, e também é uma central que faz pouco menos da metade do que a da

Bahia faz, mas com um número razoavelmente menor de fornos, e apesar de ser uma

central mais moderna, também tem as suas vulnerabilidades. Lá, ainda temos trabalho

a fazer, que deve nos tomar mais uns seis meses, inclusive buscando interligação

direta com termoelétrica para que, caso o sistema caia, por exemplo, o sistema do

Sudeste caia, a central possa continuar sendo abastecida de energia.

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Essa é a situação que temos e, em essência, o que era mais importante já foi

resolvido, que é a Bahia, que foi a central que sofreu muito em 2011, sofreu menos em

2012, e sofreu muito menos em 2013. Em 2014, não houve apagão, mas essa central

já passou por uma variação de tensão importante; isso é uma coisa que não afeta o

público, mas na operação industrial nós sentimos. Já houve uma variação de tensão

que podia ter desarmado a subestação em polo e em polo petroquímico.

Essa central já passou por essa queda de variação e não passou ainda por um

apagão. E até espero que não precise passar; apesar de termos gasto tanto tempo e

dinheiro para prepará-la para isso, eu prefiro que não aconteça. Mas, enfim,

acontecendo, entendemos que a central está muito melhor preparada.

Na Riopol, a central chegou a rodar perto dos 70%, portanto razoavelmente distante

da sua plena capacidade. Isso é um dado do 2T, ela rodou um pouco acima de 70%. A

Petrobras comentou de paradas de manutenção, inclusive em plataformas que

bombeiam esse gás para costa, entram pelo terminal de Cabiúnas, no norte do Estado

do Rio, e chegam à nossa central de matérias-primas em Duque de Caxias através da

Reduc, da refinaria de Duque de Caxias. Esse fornecimento subiu e ficou sutilmente

acima dos 90%, o que já é um bom número.

Você não verá essa central rodando a 100%; a média da Braskem no 3T foi, inclusive,

90%, então já é um bom número. Isso está em cima de um retorno à normalidade de

fornecimento de Petrobras, e também de importações pontuais que fizemos de

propano; essa é uma central que ‘crackeia’ etano e propano, então houve importações

pontuais que nós fizemos de propano para abastecer a planta. Portanto, uma boa taxa

de operação no 3T, Gustavo.

Gustavo Allevato:

OK, Fadigas. Muito obrigado.

Operadora:

Obrigada. Não havendo mais perguntas, gostaria de passar a palavra para a

Companhia para considerações finais.

Carlos Fadigas:

Obrigado. Eu serei breve. Queria agradecer a participação de vocês no call, reforçar

que a Braskem, como uma das maiores empresas industriais do Brasil, segue

absolutamente empenhada, dialogando com o Governo, buscando a criação de

condições mais favoráveis para o desenvolvimento da indústria brasileira. Isso vale

para a petroquímica, vale especialmente para os nossos clientes do setor de plástico,

vale para a indústria de maneira geral.

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Fiquei particularmente feliz de ver que, no discurso de vitória, a presidente reeleita,

Dilma, comentou da importância da indústria brasileira. Temos um caminho longo pela

frente, o Brasil tem sofrido, o PIB industrial tem caído, mas nós precisamos retomar a

indústria brasileira. Então, em discussões como dificuldade de matéria-prima, custo de

matéria-prima no caso de nafta, disponibilidade de energia elétrica no caso de Chesf,

precisamos seguir avançando.

O governo tem trabalhado, o Reintegra é uma medida importante; o REIF, que foi

conseguido em 2013, foi uma medida importante, mas temos nós temos mais coisas

para fazer. A Braskem continuará engajada, contribuindo nessa discussão.

Enquanto fazemos isso, seguimos também desenvolvendo os projetos que

entendemos que podem dar mais rentabilidade, especialmente México e Estados

Unidos, e o desejo ainda é de industrializar o pré-sal brasileiro em um projeto no Rio

de Janeiro com o Comperj, para atender a demanda do Brasil.

Então, vamos continuar trabalhando do lado de cá, não só para gerar resultado no

curto prazo, mas para continuar investindo no crescimento da Companhia. Obrigado

de novo pelo seu interesse, e até a próxima divulgação. Um abraço.

Operadora:

Obrigada. A teleconferência de resultados da Braskem está encerrada. Desconectem

suas linhas e tenham uma boa tarde!

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completa) da transcrição. Entretanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da

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