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Intercâmbio e Comércio: as “Economias” da Idade do Bronze (1)

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Page 1: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

Intercâmbio e Comércio: as “Economias”

da Idade do Bronze (1)

Page 2: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

As Economias da Idade do Bronze:a problemática do comércio e intercâmbio.Uma introdução ao tema

❚ MANUELA MARTINS* ❚

O contexto ideológico: oportunidades e justificação de um debate

As abordagens do intercâmbio e comércio na Pré-história tornaram-se recorrentes na litera-

tura arqueológica dos últimos anos. O mesmo aconteceu com os estudos sobre a Idade do

Bronze. Por detrás deste interesse súbito, quer pelas temáticas económicas referidas, quer

pelo período em questão, podemos encontrar razões que se prendem com a evolução teóri-

ca da disciplina, mas, também, com motivações de natureza ideológica.

De facto, sendo o intercâmbio e o comércio considerados processos privilegiados de

interacção entre as sociedades, são supostos possuírem valor explicativo relativamente ao

seu desenvolvimento, tendo, sido, por isso, valorizados no quadro de estudos de natureza

processual e funcionalista, dominantes na bibliografia arqueológica das últimas décadas.

Por sua vez, a Idade do Bronze vem sendo considerada um período crítico, quer para a com-

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RESUMO O presente texto constitui uma curtaintrodução ao tema das economias da Idade doBronze, encontrando-se estruturado em trêspontos fundamentais. Os dois primeiros abordamquestões de ordem ideológica e disciplinar,centrando-se o terceiro na problemárica concretada Idade do Bronze Atlântico.

No primeiro ponto é realizada uma breveanálise relativa à oportunidade e justificação doassunto em debate no Colóquio, indissociável dopresente contexto ideológico europeu. Nosegundo, avalia-se o contexto disciplinar quepermitiu o desenvolvimento de diferentesparadigmas relacionados com a Idade do Bronze,que deram origem a diferentes questões,conceitos e discursos. O terceiro ponto incide nospressupostos subjacentes à conceptualização deuma identidade cultural atlântica, desenvolvidacom base em esquemas evolutivos recorrentes,análise de artefactos, ideias e comportamentos. Da análise das assimetrias regionais decorrentesde diferentes contextos ambientais, estratégias depovoamento e economias de subsistência,podemos, contudo, considerar que a criação deentidades arqueológicas e culturais nada mais ésenão um discurso académico dependente danossa habilidade para estudar o passado.

ABSTRACT This text is a brief introduction to thesubject of Bronze Age economies, organisedaround three main points. The first and secondones are dedicated to ideological and disciplinarcontexts of the problem. In the third pointAtlantic Bronze Age is under consideration.

A short analisis about the oportunity andjustification of the meeting subject, related withthe present European ideological context, is donein the first point. In the second one is evaluatedthe disciplinar context in which differentparadigms connected with the Bronze Age studieswere settled, giving origin to also differentquestions, concepts and discourses.In the thirdpoint the underpinnings of an atlantic culturalidentity during Bronze Age, created on the bias ofrecurrent evolutive processes, artifacts, ideas andbehaviours, are analised. Nevertheless, emphasisin regional assymetries related with differentenvironmental contexts, settlement patterns andsubsistence economies is underlined to justifythat the creation of cultural or archaeologicalentities is nothing more than a convinientacademic discourse dependent of ourcircunstancial ability to deal with the past.

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preensão das especificidades evolutivas do continente europeu, face a outras regiões do

mundo, quer para o entendimento dos processos de interacção alargada, uma vez que é con-

siderado o primeiro período da História europeia durante o qual as fronteiras culturais

foram ultrapassadas por contactos intensivos de natureza económica, social e política.

É fácil de compreender que a tónica colocada no esforço de afirmação da individualida-

de europeia, por um lado, e no reconhecimento da existência de uma era pré-histórica de

mercado aberto, já designada por primeira “Idade de Ouro da Europa”, por outro, se insere

num quadro ideológico, relacionado com a realidade político-económica de uma Europa que

se pretende afirmar pela lógica da CE.

A conferência “Trade and Exchange in Prehistoric Europe”, que teve lugar em Bristol, em

Abril de 1992, cujo tema foi escolhido para coincidir com a inauguração do Mercado Único

Europeu, em vigor desde 1 de Janeiro de 1993, o volume monográfico, recentemente edita-

do com o nome “Development and Decline in the Mediterranean Bronze Age”, publicado em

1994 e a actual campanha da “Idade do Bronze, a Primeira Idade de Ouro da Europa”, pro-

movida pela Comissão Europeia, constituem apenas alguns actos que reflectem a influência

dos factos políticos e económicos, específicos da Europa dos anos 90, sobre o debate e a

investigação no interior da disciplina arqueológica, pautando e dando significado a um novo

discurso. Se as fronteiras culturais, quer nacionais, quer regionais foram em grande medi-

da construídas pela investigação arqueológica dos finais do séc. XIX, sob o signo da identi-

dade, a sua superação, no presente, não deixa de se construir sobre o mesmo signo, ainda

que a identidade agora procurada não sirva mais a construção das nacionalidades, mas sim

a sua superação, através da valorização de uma consciência europeia, alimentada por supos-

tas origens comuns.

Independentemente dos contrangimentos criados por tais pressupostos e intenções é

inevitável reconhecer que eles não deixaram de ter importantes consequências ao nível do

discurso arqueológico, possibilitando um considerável alargamento de horizontes sobre o

desenvolvimento das comunidades europeias nos dois milénios que precedem a nossa era e

sobre os mecanismos de interacção, responsáveis pela transferência de produtos, tecnolo-

gias, comportamentos e ideologias. A articulação de tais conhecimentos pauta uma fase de

produção de sínteses arqueológicas centradas nas explicações da evolução cultural e das

mudanças sociais operadas nas comunidades da fase final da Pré-História europeia, que não

deixa de estar conectada com desenvolvimentos da pesquisa arqueológica das últimas déca-

das e com a própria evolução dos paradigmas interpretativos.

O contexto disciplinar: diferentes olhares, diferentes realidades

Se o paradigma histórico-cultural criou um verdadeiro mosaico de entidades culturais,

baseado numa perspectiva normativa da Cultura, que valorizava fundamentalmente os

artefactos, permitindo acumular um considerável saber sobre as sequências regionais, o

paradigma processual-funcionalista viria a possibilitar um aprofundamento desses mes-

mos contextos regionais, servido por uma maior acumulação de dados empíricos, resul-

tantes da prospecção sistemática, de estudos sobre as suas diferentes ecologias e de análi-

ses sobre as bases de subsistência das comunidades. Ambos os paradigmas valorizaram,

também, de modo diferenciado, o papel dos materiais alógenos e o seu valor explicativo na

evolução cultural. De facto, num primeiro momento a ocorrência de tais items alimentou

explicações simplistas de natureza migracionista e difusionista, que viriam a ser ultrapas-

sadas por conceitos mais elaborados de intercâmbio restricto e alargado, com toda a sua

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gama de consequências, mais caras ao quadro das explicações processualistas, em voga a

partir de finais dos anos 60.

A evolução das concepções que subjazem às noções de intercâmbio e comércio,

enquanto processos de interacção, lidas a partir do registo artefactual, merece, pois, alguma

reflexão, uma vez que permite precisar o actual contexto de conhecimentos relativos, quer

ao contacto cultural entre as comunidades, quer à sua importância no âmbito das economias

da Idade do Bronze europeia.

Os contactos entre diferentes Culturas, estabelecidos com base nos objectos e tecnolo-

gias alógenas começaram a ser valorizados nos anos 30 com Gordon Childe, alimentando

então explicações de natureza difusionista. A partir de então podemos registar dois contri-

butos importantes para a compreensão desses processos: um refere-se aos objectos em si,

sendo fornecido pelos estudos de caracterização física dos artefactos, que ajudam a fixar os

seus contextos de origem, favorecendo ilações relativas à sua produção e circulação; o outro,

diz respeito à valorização das relações de troca e suas implicações de âmbito social, sendo

fornecido, fundamentalmente, pelas análises da Antropologia Económica. Ambos os contri-

butos melhoraram significativamente a nossa capacidade de lidar com os aspectos materiais

relacionados com o comércio e o intercâmbio, precisando a origem, os padrões de distribui-

ção, ou sistemas de transporte, permitindo mesmo inferências de natureza social relativas

às comunidades envolvidas. Neste contexto, assumiu particular importância o debate entre

substantivistas, interessados nos princípios que governam a distribuição de excedentes e o

valor dos objectos (commodities) e formalistas, que valorizam sobretudo os mecanismos da

oferta e da procura, em que o preço actua como regulador das mercadorias (goods). Desse

debate emergiu, naturalmente, uma maior consciência da complexidade de conexões entre

factos económicos e sociais no quadro das sociedades pré-capitalistas, que irá influenciar

profundamente as análises e interpretações dos processos de interacção no âmbito da Pré-

História.

O reconhecimento de que intercâmbio e comércio não são motivações primárias das

sociedades pré-históricas, de que os processos de natureza económica estão profundamente

imbuídos de valor social e ritual e de que intercâmbio e comércio são importantes formas de

comunicação que dão acesso a informações e a práticas de natureza simbólica, irá, entre-

tanto, permitir especulações de dupla natureza, bem patentes na bibliografia arqueológica:

uma centra-se no valor dos objectos transaccionados; a outra diz respeito à correlação entre

sistemas de troca e níveis de complexidade social. Ambos os níveis de debate se têm depa-

rado com sérios constrangimentos, ainda que seja de destacar a importância de algumas das

asserções que os alimentam.

Relativamente ao valor dos objectos transaccionados, e porque lidamos com sociedades

não mercantis, apercebemo-nos hoje que ele não é estabelecido pelo valor de uso (valor dos

objectos em si), mas pela carga ideológica que lhes é conferida, advenha ela da sua raridade,

exotismo e simbolismo, ou do simples prestígio que acrescentam a quem os possui. De

facto, a aquisição de matérias-primas e produtos com distribuição natural restricta, porque

implica esforço e perigo e porque permite o acesso a conhecimentos, também eles exóticos

(crenças, técnicas, cultivos, relações sociais diferentes), constitui um facto de amplo signifi-

cado social e político, cujo alcance depende dos agentes envolvidos e dos beneficiários das

redes de intercâmbio e, naturalmente, também, do grau de complexidade das próprias socie-

dades. A este nível as discussões estão naturalmente limitadas pela nossa incapacidade de

aceder ao significado polissémico dos objectos. De facto, considerando que o valor atribuído

a um objecto é sempre uma construção simbólica, específica do contexto social que o pro-

duz, que se altera com a sua integração noutros contextos, é fácil de compreender as nossas

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limitações interpretativas, inevitáveis pelo papel activo desempenhado pela cultura material,

na construção da realidade social.

Mais alargado tem sido o debate relativamente à correlação entre sistemas de troca e

níveis de complexidade social. Se aceitamos que as relações de intercâmbio perseguem sem-

pre a manutenção e ampliação das redes sociais, sejam elas de parentesco, religiosas, ou

políticas, reconhecemos, também, que os objectos legitimam actividades sociais e rituais,

transportam consigo informações úteis e acrescentam prestígio a quem os possui, de acor-

do com a sua raridade e acesso diferencial. Neste sentido, é possível correlacionar os siste-

mas de troca com a complexidade social, assumindo-se que o intercâmbio restricto e alarga-

do funciona como motor de desenvolvimento das comunidades.

Neste âmbito, assistiu-se a uma importante evolução, dentro da qual cabem, natural-

mente, vários contributos analíticos, entre os quais podemos referir, como mais relevantes:

os estudos processualistas dos anos 60 e 70, designadamente de Flannery (1968), Rathje

(1973), Frankenstein e Rowlands (1978), que analisam as trocas como factor de desenvolvi-

mento da complexidade e hierarquia sociais, conducentes à emergência do Estado: o con-

ceito de peer polity interaction, proposto por C. Renfrew e Cherry, nos anos 80, que ressalta

a influência diferencial das trocas sobre o desenvolvimento dos sistemas sociais nelas envol-

vidos e as análises dos anos 80 e 90 que valorizam e interdependência das economias pos-

tas em contacto por sistemas de troca alargados, usando, o modelo do sistema mundo

(Kristiansen, 1987; Rowlands, 1987; Sherratt, 1993a, 1993b), olhando os seus efeitos con-

forme as comunidades se situam no centro, na periferia e na margem (Sherratt, 1994).

Se tais contributos não lograram esclarecer os mecanismos de troca e os seus efeitos

complexos na evolução social, não há dúvida que alargaram consideravelmente os nossos

horizontes de análise relativamente às economias das sociedades pré-históricas, que têm

sido particularmente valorizados no âmbito dos estudos da Idade do Bronze europeia.

De facto, o estudo do intercâmbio alargado em que estiveram envolvidas as comunidades

da Idade de Bronze europeia, implica reconhecer que estamos a lidar com um complexo fenó-

meno, simultaneamente, de natureza económica e social, que inclui a produção, troca e con-

sumo de objectos, a manipulação de informações e a construção simbólica de significados. Por

outro lado, temos que aceitar que as trocas processadas no âmbito das sociedades da Idade do

Bronze não podem ser olhadas como fenómeno isolado, específico de cada comunidade, ou

área cultural, mas antes compreendidas num sistema económico e social alargado.

Mais habilitados a lidar com os aspectos materiais da troca e interacção, representados

nos objectos, presentes no registo arqueológico e com o impacto que tais processos tiveram

sobre o desenvolvimento das sociedades, permanecemos, todavia, incapazes de compreen-

der o diferencial papel desempenhado por certos produtos transaccionados entre contextos

culturais heterogéneos, como aconteceu na Idade do Bronze. De facto, mau grado os estu-

dos relativos à caracterização física dos objectos, aos processos de evolução social resultan-

tes da interacção e à interpretação simbólica da cultura material, permanecemos incapazes

de abarcar a ampla teia de interacções humanas envolvidas nos processos de troca.

A Idade do Bronze na fachada atlântica: identidade e discurso

Centrando-nos no tema deste Colóquio e fazendo uso, tanto dos contributos da investigação

das últimas décadas, como das nossas limitações para lidar com o passado, forçoso é que nos

questionemos sobre a importância do intercâmbio na especificidade dos contextos atlânticos

durante a Idade do Bronze, em contraste com outras áreas europeias.

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Os estudos de natureza processual dos últimos 20 anos, centrados em diferentes con-

textos locais e regionais evidenciaram, entre 2500-600 a. C., uma enorme série de mudanças

e inovações de natureza económica e social, aparentemente comuns ao conjunto das comu-

nidades da Idade do Bronze Europeia, designadamente, no âmbito da intensificação da pro-

dução agro-pastoril, na especialização artesanal e no aumento da interacção entre regiões e

comunidades, processos interpretados como o resultado da introdução de capital intensivo na

agricultura, da revolução dos produtos secundários, ou como uma consequência da adopção

da tecnologia do bronze. Podendo ser genericamente encarados como fenómenos comuns ao

Bronze Europeu, não deixa de ser importante ressaltar a variabilidade das suas expressões

regionais, bem como das suas consequências. De facto, a Europa da Idade do Bronze confi-

gura-se como um verdadeiro mosaico de entidades culturais, que embora registando deter-

minados desenvolvimentos, que afectam a sua organização estrutural e usando alguns itemscomuns, não perdem a sua identidade, que nalguns casos se vê mesmo reforçada.

Na verdade, por detrás da aparente recorrência dos processos e sentidos evolutivos,

desenham-se trajectórias regionais divergentes e assincrónicas, o que nos remete, inevita-

velmente, para a necessidade de valorizar os contextos locais, no que respeita à diversidade

do meio ambiente, dos padrões regionais de povoamento e das formas de subsistência

locais, tendo em vista uma correcta avaliação da intensificação económica, da especialização

e desenvolvimento da interacção local, regional e alargada.

Com base nos dados sincrónicos de natureza comparativa podemos afirmar que a

Europa Ocidental oferece padrões de evolução e involução sociais durante a Idade do Bronze

diferentes daqueles que caracterizam outras regiões. Na verdade, a ampla variabilidade de

entidades culturais conhecidas na área atlântica, da Ibéria à Irlanda, assinala durante a Idade

do Bronze um padrão de complexidade flutuante, que parece resultar de ciclos de desenvol-

vimento variáveis. Nesta região, não assistimos, assim, à institucionalização de poderes,

garantidos pela hereditariedade das posições de status, mas sim, à eclosão sucessiva de pode-

res competitivos e fluidos, que expressam diferentes ciclos de desenvolvimento sócio-eco-

nómico e a importância desigual assumida pelas trocas e interacção entre as comunidades e

regiões.

Diferentes autores vêm considerarando a existência de dois momentos de interacção

alargada na região atlântica, aparentemente correlacionados com mudanças de natureza eco-

nómica e social.

O primeiro deles pode ser situado entre o III/II milénio a.C., sendo conectado com

aquilo que Sherratt designou por revolução dos produtos secundários, que inclui novas tecno-

logias e espécies, tendo como consequência a colonização de novos territórios, o aumento

demográfico e a manipulação de novos equipamentos e símbolos usados no vestuário, na ali-

mentação e nos enterramentos. Constituindo factores comuns no desenvolvimento de

comunidades locais, altamente diferenciadas, até então em larga medida independentes, os

seus efeitos vão-se revelar heterogéneos de acordo com as condições locais e a natureza das

estruturas sociais pre-existentes.

O segundo momento de interacção alargada desenha-se na transição do II para o I milé-

nio a. C., relacionando-se com a estruturação de uma ampla rede de intercâmbios à distân-

cia, com a reorganização de sistemas de povoamento, com a implementação de novas tec-

nologias agrárias associadas ao uso e enriquecimento dos solos e com a generalização de

uma ideologia guerreira que se expressa nos rituais, no vestuário e na alimentação, que apa-

renta constituir um código que une as elites em diferentes contextos culturais.

Parece indiscutível que a intensificação da interacção atlântica no Bronze Final terá tido

importantes consequências a nível económico, demográfico e ideológico, permitindo a

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emergência de uma paisagem social mais sedendária, baseada na apropriação da terra, que

acabará por justificar a transmissão hereditária do poder e liderança. Neste sentido, mesmo

que tenham existido contactos atlânticos precoces, será fundamentalmente no âmbito do

alargamento das interacções durante o Bronze Final, com toda a gama de produtos, tecno-

logias e informações transferidos, que podemos encontrar algum sentido para a expressão

Idade do Bronze Atlântico, supostamente uma entidade cultural alargada, que unificaria a

fachada atlântica de Portugal à Irlanda.

Mas, se é verdade que dentro desta área são comuns produtos e ideias de larga difu-

são, sendo perceptíveis desenvolvimentos sociais similares, que testemunham uma interac-

ção privilegiada, devemos olhar com reserva o significado desse facto, por duas razões: pela

variabilidade dos contextos locais entre os quais se estabelecem essas interacções, que acu-

sam uma acentuada heterogeneidade de expressões habitacionais e de enterramento; pela

convergência de certos desenvolvimentos, comuns ao eixo atlântico e a outras regiões da

Europa, que aconselham a perspectivar as interacções específicas, como será a da fachada

atlântica, num quadro mais alargado, que terá que incluir, inevitavelmente, o Próximo

Oriente e as Civilizações do Egeu.

Explicar o fenómeno de convergência de certos processos, que vêm sendo identifica-

dos como comuns à Europa da Idade do Bronze, ainda que ocorrendo em tempos diferen-

tes e com consequências variáveis, remete-nos, inevitavelmente, para a necessidade de valo-

rizar a diversidade dos contextos locais, pois só eles podem demonstrar a personalidade de

cada área e o significado da recorrência e processos e produtos, impedindo-nos de criar um

passado, que, por razões ideológicas, se pretende mais uniformemente europeu.

Sendo necessário precavermo-nos contra as armadilhas do nosso próprio conheci-

mento, espero que este Colóquio constitua uma oportunidade para avaliar o significado de

certas construções discursivas do passado, tais como “entidades culturais”, ou “entidadesarqueológicas”, considerando que elas mais não são do que criações académicas presentistas

que apenas expressam a nossa avaliação daquilo que entendemos por registo arqueológico,

ele também, uma “entidade” modernista.

Braga, Outubro de 1995

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* Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho. Av. Central, 39, 4700 Braga.

80

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Page 10: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

“Precolonización” y Cambio Socio-Culturalen el Bronze Atlántico

❚ MARTÍN ALMAGRO-GORBEA* ❚

En la Protohistoria del extremo occidental del Mediterráneo, la “precolonización” es un

tema tópico (Almagro-Gorbea, 1977, p. 496s., 1983, p. 437s, 1989; Moscati, 1983, 1989;

Niemeyer, 1981, 1984, p. 79s; Schubart y Arteaga, 1986; etc.). Pero su estudio objetivo exige

analizar los elementos precoloniales de origen oriental aparecidos a partir del Bronce Final

en la Península Ibérica y el Círculo Atlántico, para precisar su orígen y ayudar a compren-

der los cambios que en el campo tecnológico y social supuso este fenómeno de tanta tras-

cendencia cultural.

La situación de la Península Ibérica en el extremo Suroeste de Europa entre el

Mediterráneo y las regiones atlánticas hace que quede abierta a contactos llegados a través

del Mediterráneo. Estos contactos, a parte de su interés cronológico, permiten comprender

los cambios culturales anteriores al inicio de los procesos coloniales en el Mediterráneo

Occidental. Por ello, la investigación sobre las colonizaciones históricas ha constatado la

presencia de gentes “fenicias” del Mediterráneo oriental establecidas en el Sur de la

Península Ibérica, donde fundaron factorías y colonias (Aubet, 1987, p. 228s; Olmo y

Aubet, 1986) cuya firme cronología a partir del siglo VIII a. C. supone un seguro horizon-

te cronológico y cultural para todo el Occidente de Europa. Pero en contextos del Bronce

Final anteriores a los establecimientos coloniales aparecen algunos elementos de origen

81

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

ABSTRACT “Precolonial” elements arrived in the

Late Bronze Age to Iberia and the Atlantic area,

are of greatest importance to understand the

process of evolution in the Western

Mediterranean and the Atlantic cultures from the

late II millennium.

Between this “precolonial” relations of the

Late Bronze Age, particularly interesting are some

new prestige armours as shields and helmets, a

ritual “banquet set” spread from the East

Mediterranean to the Atlantic and some new

funerary practices of oriental origin.

All these elements help to explain the

evolution of the Atlantic Bronze Age socio-cultural

system to a more developed one, with rich élites

which became characteristic of the Orientalizing

Tartessian Period after the beginning of the

phoenician colonization in the VIII century B.C.

RESUMEN Los elementos “precoloniales” llegados

durante el Bronce Final a la Península Ibérica y

las regiones atlánticas son de gran importancia

para comprender la evolución cultural que

experimentan las culturas del Mediterráneo

Occidental y del Atlántico desde fines del II

milenio a. C.

Dentro de estas relaciones “precoloniales”

del Bronce Final, cabe considerar de particular

interés la aparición de nuevas armas de parada,

como escudos y cascos, de un ajuar para el

“banquete ritual” originario del Mediterráneo

Oriental y de nuevas costumbres funerarias y

rituales de origen oriental.

Todos estos elementos ayudan a

comprender la evolución del sistema socio-

cultural del Bronce Atlantico hacia formas de vida

más desarrolladas, caracterizadas por la aparición

de élites cada vez más suntuosas que

caracterizarán el mundo orientalizante de

Tartessos a partir de la colonización fenicia de

inicios del siglo VIII a. C.

Page 11: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

oriental que documentan una fase “precolonial” (Almagro-Gorbea, 1989, 1991; etc.) a veces

negada o discutida (Aubet, 1987, p. 180s) por la dificultad de su identificación. Frente a las

importaciones coloniales, dichos elementos sólo representaciones gráficas (Almagro,

1966; Galán, 1994, p. 93s) u objetos locales derivados de prototipos orientales. Pero su cro-

nología del Bronce Final permite establecer un teórico proceso “Proto-orientalizante”

(Almagro-Gorbea, 1973, p. 15-17, 1977, p. 491s, 1983a, p. 435-6, 1986, p. 432s, 1989, 1991,

1992, etc.) que preludia las transformaciones de la actividad colonial fenicia del “Período

Orientalizante” en Tartessos y sus áreas de influencia (Almagro, 1978; Almagro-Gorbea,

1977, p. 496s, 1983a, p. 437s, 1989; Aubet, 1982, p. 309s; Niemeyer, 1984, p. 79s; Olmo y

Aubet, 1986, p. 163s, etc.).

Elementos de cultura material

Dichos elementos se pueden agrupar según su funcionalidad. Un grupo lo forman las

armas, ofensivas y defensivas, que denotan nuevas tácticas guerreras y el uso de armas sun-

tuarias entre las élites indígenas (fig. 1): escudos, especialmente de escotadura en V

(Almagro-Gorbea, 1977, p. 167, 178-9; Celestino, 1985; Chenorkian, 1988, p. 262s; etc.), cas-

cos, de cuernos (Almagro, 1966, p. 170s) y cónicos (Schauer, 1983, p. 185, f. 5), espadas de

un solo corte (Almagro, 1966), puñales de lengüeta y rebordes (Fernández, 1995), hachas de

combate (Almagro, 1966, p. 177-179; Monteagudo, 1977, p. 266-7, l. 124, no 1793-1794), pun-

tas de lanza de bordes sinuosos (Ruiz-Gálvez, 1984, p. 242-3; Coffyn, 1985, p. 387, fig. 72

no 2, lám. 52,2, map. 7) y puntas de flechas de aletas y pedicelo adelgazado (Quesada, 1989,

p. 162-3; Almagro-Gorbea, 1992, f. 4).

Entre los instrumentos destacan las azuelas de apéndices laterales (Monteagudo, 1977,

p. 135-147, l. 50-55 y 136B) y, posiblemente, las hoces y azuelas de enmangue tubular (id.,

1992, p. 643s) y un posible gancho de pastor (Museo de Cáceres, inédito), que pudiera tener

una clara connotación ideológica. Pero una importancia especial ofrecen los elementos de

banquete (Fig. 2). Los cuencos de Berzocana (Almagro-Gorbea, 1877, p. 29 y 243-244, f. 6,3)

y Senhora da Guia (Silva [et al.], 1984, p. 81s, l. 6 y 14, 2) replantean el discutido origen de

los calderos atlánticos (Gerloff, 1986), pues a ellos se asocian los soportes de Senhora de

Guia y de Calaceite y Las Peiros (Almagro-Gorbea, 1992). A estos elementos se añaden los

asadores (Almagro-Gorbea, 1974), ganchos para carne (Delibes [et al.], 1993), cuelgavasos

(Silva [et al.], 1984, p. 89, l. 9,6) y cuchillos (Schubart, 1975, p. 52 y 91, l. 59; Coffyn, 1985,

p. 158, l. 18,1). También existen instrumentos musicales de orígen oriental, como liras

(Blázquez, 1983; Bendala, 1983) y un posible calcofón, seguramente asociables a banquetes

y otros actos rituales.

Otros objetos se asocian al vestido, tocado y adorno personal, como fíbulas de codo y de

apéndices (Almagro, 1966, p. 182s; Schüle, 1969, p. 143s; Ruiz Delgado, 1989), broches de

cinturón, pinzas, peines y espejos (Almagro, 1966, p. 188s; Almagro-Gorbea, 1997a), así

como adornos y colgantes en forma de keftiu, de bipennis, pendientes amorcillados y cuentas

de vidrio, etc.

Muy importantes son las evidencias de transformaciones tecnológicas. Las representa-

ciones evidencian nuevos elementos de transporte, como barcos (Almagro-Gorbea, 1988) de

cronología incierta, y los carros de las estelas extremeñas (Celestino, 1985; Fernández-

-Miranda y Olmos, 1986; Quesada, 1994) y en el posible stimulus de Senhora de Guia (Silva

[et al.], 1984, p. 89, l. 9,5 y 14,3). Muy significativa es la introducción del hierro, el perfec-

cionamiento de la minería de la plata (Blanco y Rothenberg, 1981, p. 96-115; Ruiz Mata y

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EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Page 12: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

83

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Fig. 1 – Panoplia de élite del Bronce Final de la Península Ibérica: A, hacha de combate de Muros, alabarda de rebordes de La

Lanzada y guerrero de los Pueblos del Mar de Enkomi, Chipre (Según Monteagudo, Coffyn y Murray - Walters). B, recons-

trucción de un casco de la Ría de Huelva por un paralelo de Enkomi, Chipre (Según Schauer y Karageorgis). C, Escudos de

escotadura en V de la estela de Brozas, Cáceres, y del Idalion de Chipre (Según Almagro y Gjerstad). Escalas diversas.

Page 13: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

Fernández Jurado, 1986), la introducción de la filigrana en la orfebrería (Heleno 1935,

p. 245s) y cambios en la metalurgia del bronce (Coffyn, 1985, p. 399, l. 49,5). Más discutible

es la aparición de la cerámica a torno, vinculado a las cerámicas micénicas importadas

(Martín de la Cruz, 1988, 1992) y al uso del torno en toreútica (Almagro-Gorbea y Fontes,

1997) y orfebrería (Armbruster, 1993).

Las transformaciones del sistema socio-político

Más importante que los cambios en la cultura material es analizar las innovaciones

sociales e ideológicas introducidaos paralelamente, pues ofrecen idéntico origen, de parti-

cular interés para comprender el efecto de estos contactos en el cambio cultural.

Estos elementos permiten conocer el campo tecnológico, social, ideológico, estilístico y

religioso no sólo de los agentes de dichos contactos precoloniales, sino, especialmente, de

las poblaciones del Bronce Final de la Península Ibérica que los asimilaron, cuyo desarrollo

socio-cultural entra plenamente en esta problemática de “precolonización”.

Todos estos elementos resultan por sus características aún más difíciles de identificar

en sus orígenes que los de cultura material. Sin embargo, resulta patente su relación con

los elementos de cultura material analizados, cuya interpretación socio-ideológica ofrece

interesantes conclusiones en este último campo. La variedad y número de elementos pre-

coloniales hace suponer la llegada de influjos paralelos en el campo social e ideológico.

Pero en estos campos, destaca la introducción de nuevas costumbres funerarias, como la

tumba de Roça do Casal do Meio (Spindler y Ferreira, 1973, p. 107) que documenta una

cámara circular con dromos (Almagro-Gorbea, 1986, p. 363) precedente de las orientali-

zantes o la estela de Ategua (Bendala, 1977, p. 191s) con un ritual de prothesis. A su vez, los

instrumentos de bronce para banquetear documentan un sofisticado ritual de banquete

aristocrático indígena (Gómez de Soto, 1991, 1992) de indudable origen oriental (1 Sam.,

2,13-14), seguramente asociado a “pactos de hospitalidad” entre las élites, estructura social

necesaria para mantener contactos e intercambios comerciales (Almagro-Gorbea, 1995). A

un contexto aristocrático también se asocia los instrumentos de música y los aedos, evi-

denciados por la aparición de liras (Bendala, 1983; Almagro-Gorbea, 1992, p. 655). Por otra

parte, en el campo estilístico, se constata la introducción de un estilo geométrico (Bendala,

1977, 1985, p. 602s) con las primeras figuras iconográficas y, quizás, de divinidades

(Almagro, 1980; Bisi, 1986), hecho que supone la introducción de un lenguaje iconográfi-

co y de nuevas creencias que alcanzan su máximo desarrollo en el Periodo Orientalizante.

Elementos de estatus

La gran mayoría de elementos de la Península Ibérica relacionables con el

Mediterráneo Oriental se pueden interpretar como objetos de prestigio, lo que ayuda a com-

prender la estructura social e ideológica del Bronce Final Atlántico, así como los mecanis-

mos de dichas relaciones.

Entre los elementos ideológicos, hay que destacar los que explicitan estatus social,

aunque se deba valorar al mismo tiempo su significado simbólico. Entre los elementos

señalados destacan las armas de prestigio, especialmente escudos y cascos (Fig. 1), así

como los carros. Aunque estas armas pueden interpretarse como un avance en las tácticas

defensivas, ante todo eran armas de parada, esto es, objetos de prestigio y símbolos de sta-

84

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Page 14: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

tus social. El uso de armas como elemento de prestigio está atestiguado desde plena Edad

del Bronce en las estelas (Almagro-Gorbea, 1994) y por algunos depósitos de armas

(Almagro-Gorbea 1996b), por lo que no pueden interpretarse como una innovación del

Bronce Final, aunque los escudos como arma defensiva aunarían a su alto costo, su nove-

dad, su exotismo y su calidad técnica. Todos estos objetos serían deseados por las élites

sociales para resaltar su preeminencia y acabarían por convertirse en símbolos de poder

social, lo que explica su amplia difusión y su representación sistemática en las estelas de la

Península Ibérica y del Sur de Francia.

El mismo contexto social cabe atribuir a los nuevos instrumentos, que aparecen con-

trolados o al servicio de dichas élites sociales. Aún más evidente como símbolo de prestigio

social son los instrumentos de banquete documentada por toda el área atlántica, que forma-

ban un juego integrado por calderos y vasos de bronce, asadores, ganchos para carne y sopor-

tes rituales. Su empleo supone una innovación en las técnicas culinarias, pero, sobre todo,

representa la ritualización del banquete como acto social entre las élites de tipo heroico (vid.infra).

También los diversos objetos de tocado y adorno reflejan esta misma función de obje-

tos de pretigio. Este hecho explica la rápida difusión de fíbulas de codo por toda la Península

Ibérica (vid. supra) y el Atlántico (Duval [et al.], 1974) en el Bronce Final. Fíbulas y cinturo-

nes suponen nuevas costumbres en el vestir y en la forma de presentarse en sociedad, pero

es lógico que llegaran asociadas a telas, en los que tanto destacaba el artesanado oriental y

que eran una de los más importantes mercancías del comercio colonial fenicio. Estas inno-

vaciones en la moda de vestir, probablemente repercutirían en nuevas técnicas de hilado y

tejido, actividades de las damas nobles que pueden explicar los cambios paralelos en la tipo-

logía de los telares. Los modelos orientales de fíbulas y broches y la importancia del comer-

cio de telas fenicio, así como el marcado carácter simbólico, cuasi sacro, de los cinturones

en Oriente (Blázquez, 1993), explica su uso ritual en Occidente y como símbolo de estatus,

según evidencian los ajuares funerarios orientalizantes.

Igualmente, las navajas y pinzas de depilar indican nuevas modas de peinado y afeita-

do seguramente relacionadas con las del atuendo personal. Más complejo es el tema de los

espejos y peines, pues junto a este aspecto funcional para el atuendo de las élites sociales,

debieron tener un marcado carácter ritual y mágico, que tales objetos han conservado muy

largo tiempo. Y este mismo carácter mágico hay que atribuir a los diversos tipos de colgan-

tes de tipología oriental, cuyas formas y significado suponen la intrioducción de nuevas cre-

encias en el campo religioso.

Ritos funerarios

Entre los cambios ideológicos hay que señalar algunas significativas transformaciones

iniciales en los rituales funerarios, que alcanzan su pleno desarrollo en el periodo

Orientalizante.

El monumento de la Roça do Casal do Meio, en la Estremadura portuguesa, es de

cámara cubierta por falsa cúpula y corredor (Fig. 3A). Sus descubridores lo interpretaron

como una pervivencia o renacimiento de los enterramientos megalíticos (Spindler y

Ferreira, 1973, p. 107), pero su carácter no colectivo, al contener dos inhumaciones, su

pequeña estructura arquitectónica y su ajuar comparable al de las estelas del Suroeste

hacen suponer que se trata de una creación local de tumba “de cámara circular con dro-

mos”, construida originariamente bajo un túmulo (Almagro-Gorbea, 1986, p. 363). Este

85

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Page 15: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

tipo de sepultura carece de precedentes en la Península Ibérica lo que hace suponer que

refleja contactos precoloniales. Pequeñas cámaras con corredor se generalizan en el Egeo

a partir del Heládico Ultimo II-III (Pelon, 1976), pero estructuras semejantes también se

documentan en Oriente, especialmente en Chipre (Gjerstad, 1948, p. 33s.; Karageorghis,

1967, p. 121-122, l. 117, f. 7-12; etc.), habiéndose llegado su influjo también al Mediterráneo

Central, como en Pantálica y Monte Desueri (Orsi, 1912a, f. 9s, 1912b, f. 26s; Tusa, 1983,

p. 457s), relacionadas con posibles contactos con gentes micénicas, quizás del Peloponeso

(Pelon, 1976). También en Sant’Angelu Muxaru (Fatta, 1983, p. 123), en el centro meridio-

nal de Sicilia, aparecen sepulturas circulares con dromos, de carácter orientalizante muy

arcaico que pudieran reflejar una continuidad de contactos con gentes del Mediterráneo

Oriental, aparentemente del ámbito palestino, desde la fase de Pantálica. Pero este tipo de

sepulcro de cámara se puede considerar el precedente de los túmulos orientalizantes con

cámara y corredor de tipo Setefilla (Aubet, 1975), característicos del Período Orientalizante

Tartésico.

Este contexto socio-ideológico permite analizar la estela de Ategua, Córdoba, fechable

hacia el 700 a. C. por su tipología avanzada (Fig. 3B). Su compleja iconografía se ha inter-

pretado como una escena de próthesis (Bendala, 1977, p. 191s), con paralelos en el ámbito

egeo (Andronikos, 1968, p. 43s) y en el del Mediterráneo Oriental. Además, el uso del carro

en ritos funerarios (Celestino, 1985; Fernández Miranda y Olmos, 1986) hace pensar en

escenas de ekphora, tan relacionadas ideológica, social y ritualmente con las anteriores y cuya

existencia, así como su lugar de orígen, quedaría indirectamente documentada para estas

representaciones del Mediodía de la Península Ibérica.

El ritual del banquete

Los utensilios para banquete, algunos tan generalizados por el área atlántica como los

calderos, asadores y ganchos de carne (vid. supra), más los cuchillos y soportes rituales supo-

nen un instrumental especializado para un ritual de banquete formalizado entre las élites

sociales, seguramente de tipo heroico (Fig. 2).

Los calderos es lógico considerarlos asociados a los ganchos para carne, pues unos y

otros indican una técnica culinaria de hervido o estofado bien documentada tanto en Oriente

(1 Sam., 2,13-14) como en el ámbito atlántico (Jockenhöfel, 1974, p. 334s). Los espetos o asa-

dores evidencian técnicas culinarias de asado de carne al fuego, cuya difusión parece com-

pelementaria y más meridional que la anterior. A su vez, los vasos de bronce como los de

Berzocana y Senhora da Guia deben considerarse destinados a bebidas verosímilmente alco-

hólicas, pudiendo explicar la difusión de costumbres semejantes a las que paralelamente

parecen testimoniarse por Centroeuropa (Piggott, 1965, p. 155). Finalmente, los soportes

rituales, sobre ruedas como los carritos de Senhora da Guia, o estantes, de tipo Calaceite-Las

Peyros, confirman la existencia de rituales conexos de ofrenda y libación, probablemente rela-

cionados con estas costumbres del banquete, pero evidencian al mismo tiempo un significa-

do religioso asociado a creencias solares de tipo cosmológico (Almagro-Gorbea, 1996a).

Con estas innovaciones parecen relacionarse los escasos cuchillos documentados, que

permiten suponer la posible introducción paralela al banquete de nuevos ritos sacrificiales

del animal destinado a ser comido. Este hecho es de interés explicaría la tradición de utilizar

para fines sacrificiales cuchillos de dorso curvo, un instrumento de indudable orígen orien-

tal (Keel, 1972, p. 307) que se documenta desde fechas muy tempranas en Italia (Bianco

Peroni, 1976) y que también se atestigua en Grecia (Detienne y Vernant, 1979) y en la

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EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Page 16: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

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INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Fig. 2 – Ajuar de banquete del Bronce Final Atlántico: vaso de Berzocana y cuencos, gancho de carne, asador y soporte sobre

ruedas de Senhora da Guia, caldero de Lois y soportes rituales de Las Peyros y Calaceite (según Almagro, da Silva, Schubart,

Solier [et al.] y Cabré). Escalas diversas.

Page 17: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

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EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Fig. 3 – Sepultura de cámara y dromos de Roça do Casal de Meio con su ajuar protoorientalizante y estela de Ategua con esce-

na de prothesis de estilo geométrico (Según Spindler - Ferreira y Almagro).

Page 18: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

Península Ibérica (Almagro-Gorbea, 1983b, p. l. 23c), lo que hace suponer una generaliza-

ción de tales rituales desde el Oriente en fechas muy antiguas, ya que los cuchillos de tipo

Caracupa (Bianco Peroni, 1976, p. 40s), deben situarse muy al comienzo del periodo

Orientalizante o ligeramente antes, dentro de estos contactos precoloniales.

Todas estas técnicas culinarias y gastronómicas aparecen ritualizadas a juzgar por su

instrumental y sus contextos, evidenciando un complejo ritual con connotaciones sociales y

religiosas. Por ello, los objetos de banquete son uno de los indicios más expresivos de la

transformación de las formas de vida durante el Bronce Final, al menos, entre las élites

sociales, pues no se conocen precedentes en anteriores etapas de la Edad del Bronce.

Costumbres semejantes se documentan en Oriente (1 Sam. 2,13-14) y la Grecia preclásica

(Bruns, 1970, p. 45s), en contextos cortesanos, como evidencia su frecuente alusión en tex-

tos egeos y orientales, pero aún resulta más significativo el orígen fenicio-chipriota de sus

elementos materiales, que hace suponer que su introducción sea debida a influjos orienta-

les explicando su aparente asociación al desarrollo del canto y la música, hecho que resalta

su significado cultural y social (Bruns, 1970, p. 5; Wegner, 1968, p. 30s). En su conjunto

parecen ser uno de los indicios más expresivos de la transformación de las formas de vida,

al menos, de las élites sociales.

Música y aedos

Este contexto del banquete de élite explica la aparición de instrumentos musicales y el

desarrollo del canto y la música, lo que acentúa su significado cultual y social a fin de resaltar

la preeminencia social de la élite en ceremonias y actos sociales solemnes, como banquetes,

funerales, etc. La representación de liras en diversas estelas y la posible existencia de algún otro

instrumento, como calcofones evidencian la introducción del canto y lógicamente de aedos. En

efecto, la presencia de la lira o phorminx presupone la existencia de algún tipo de cantos o com-

posiciones poéticas, que, en este contexto socio-cultural, cabe pensar que serían de tipo épico,

sin excluir su utilización en rituales sacros y funerario como los citados (vid. supra).El desarrollo de música instrumental y del canto y poesía conexas debe considerarse un

importante fenómeno cultural cuya introducción durante el Bronce Final queda confirma-

da, lo que denota una avanzada especialización social y de conocimientos musicales y lite-

rarios inherentes. Las representaciones de liras siempre van asociadas a escudos, confir-

mando su orígen exótico, relacionado con el comercio de objetos suntuarios. Además, la aso-

ciación de la lira al escudo es indicio de su pertenencia a la élite social, como manifiesta la

idea de la estela donde aparecen representados (Almagro-Gorbea, 1994). Pero la lira también

supone la existencia de un aedo o o bardos capaz de tocarlos, que es lógico suponer actuarí-

an al servicio de las cortes de régulos y de las élites sociales para sus ceremonias, fiestas y

banquetes, lo que denota una dependencia social, quizás servil, del detentador de tales sím-

bolos de prestigio, tal como se deduce de los paralelos egeos y orientales citados. Este hecho

supone también una especialización social, así como conocimientos musicales y literarios,

aspecto de gran interés cultural hasta ahora no valorado a pesar de su singular importancia.

Dichos aedos serían capaces de componer, cantar y transmitir dichos poemas al servicio de

las élites guerreras con las que aparecen relacionados tales instrumentos musicales por su

representación conjunta en sus estelas funerarias. Tales costumbres se documentan en la

literatura homérica, en poemas célticos y en representaciones de las culturas hallstátticas

centroeuropeas (Kruta, 1992, p. 248s), así como en Tartessos, pues según Estrabón (III,1,6),

éstos tenían poemas de varios miles de versos (Schulten, 1945, p. 229s).

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INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Page 19: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

En efecto, la lira es un instrumento de orígen oriental característico de rituales de corte,

especialmente del banquete, que se solía acompañar de músicos y cantores (Amós, 6,5),

como confirma la iconografía oriental en marfiles y relieves (Dentzer, 1982, p. 27, 28, 33, 37).

Pero su uso supone conocimientos musicales pues no se puede adquirir un instrumento

especializado y complejo como la lira de la estela de Luna, de 7 o más cuerdas, si no se sabe

tocar. En consecuencia, la introducción de un instrumento de orígen oriental como la lira

hace suponer la paralela introducción de conocimientos musicales, que es lógico suponer

irían asociados a poesía y cánticos, seguramente con una fuerte componente oriental, como

atestigua el paralelo desarrollo de la música en Grecia y Etruria (Aign, 1963, p. 172 y 109s;

Wegner, 1968, p. 2s y 25s; Akurgal, 1969, p. 211; etc.), lo que parece evidenciar que los ins-

trumentos musicales tuvieron el mismo orígen e idéntico contexto social que las armas sun-

tuarias o los objetos de banquete a los que se asociaban.

Por ello, estas costumbres ayudan a comprender la estructura ideológica de las élites

dirigentes y la complejidad social de las poblaciones del Bronce Final. Su evidente desarro-

llo, superior a lo hasta ahora supuesto, es esencial para explicar su creciente apertura a nue-

vos influjos y su correspondiente capacidad de cambio, que anuncia las estructuras del

Periodo Orientalizante.

Elementos estilísticos: el estilo geométrico

Dentro de estas corrientes culturales es posible incluir también algunos elementos estilísti-

cos, con la aparición de un estilo geométrico documentado en cerámicas (Cabrera, 1981;

Pellicer, 1982, p. 220, f. 6-7; Buero, 1984; Ruiz Mata, 1985; Carrasco [et al.], 1986; etc.), en

estelas como la de Ategua (Fig. 3B) (Bendala, 1977, p. 191-192), en peines de marfil (Almagro-

-Gorbea, 1997) y en el caballito del “candelabro” de Calaceite (Fig. 2,9) (Cabré, 1942).

La decoración de todos estos objetos, desde el punto de vista estilístico, se pueden rela-

cionar entre sí, aunque no es seguro que todas respondan a los mismo patrones y corrien-

tes estilísticas. Por ello, plantea la existencia de un “Período Geométrico” en la Península

Ibérica (Bendala, 1985, p. 602s), denominación que refleja la aparición de estos elementos

estilísticos. Las cerámicas de estilo geométrico se denominan generalmente de “tipo

Carambolo” (Almagro-Gorbea, 1977, p. 120s y 459; Ruiz Mata, 1985) y se caracterizan por

su perfecta técnica de pastas y de tratamiento de superficie, fechándose a partir del siglo IX

a. C. con anterioridad a la colonicación fenicia (Carrasco [et al.], 1986, p. 212s). Su decora-

ción geométrica pintada (Cabrera, 1981; Pellicer, 1982, f. 5 y 6; Bueno, 1984; etc.), de tonos

por lo general rojizos sobre el fondo pardo de la pasta con una estructura geométrica que

ofrece frisos de animales, a veces exóticos (Bueno, 1984), supone la generalización de un

gusto estético geométrico, difundido por todo el Mediterráneo, cuyo desarrollo más occi-

dental serían estos productos (Almagro-Gorbea, 1977, p. 123; Pellicer, 1982) y que pudo

verse favorecidom por la tradición geométrica rectilínea de la orfebreria atlántica del Bronce

Final (Almagro-Gorbea, 1977, p. 18s).

Aunque no se puede precisar un foco de orígen, se ha insinuado la Grecia Oriental

(Bueno, 1984, p. 362) o Chipre (Pellicer, 1982, p. 222; Bendala, 1985, p. 602) sin argu-

mentos suficientes, ofreciendo un mayor parecido estilístico y temático en la decoración de

algunos huevos de avestruz fenicios peninsulares (Astruc, 1951, p. 128s, l. 55s; Pellicer,

1963; San Nicolás, 1975, f. 5). Su estilo resulta aparentemente próximo a productos del

Geométrico Antiguo y Medio, salvo los frisos de animales que ya parecen corresponder

mejor al Geométrico Reciente. Sin embargo, los paralelos apuntados son ya del siglo VIII

90

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Page 20: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

a. C. avanzado y de inicios del VII a. C. la decoración zoomorfa en cerámicas (Almagro-

-Gorbea, 1977, p. 123-124; Cabrera, 1981, p. 328), la estela de Ategua y el “candelabro” de

Calaceite, lo que evidencia que su máximo desarrollo coincidió ya con plena fase colonial,

bien establecida en las costas meridionales de la Península Ibérica a partir del siglo VIII a. C.

(Olmo y Aubet, 1986).

Pero el interés de estas nueva concepción estética es que, a través de ella se constata la

introducción de la iconografía figurada, no abstracta, siguiendo una tendencia muy general

a lo largo de toda Europa (Kruta, 1992) y, que representa el inicio del proceso que llevó a la

aparición de un arte narrativo en el que son evidentes los estímulos recibidos de la icono-

grafía oriental. Este hecho es trascendental, pues supone la ruptura de la larga tradición ani-

cónica de la Edad del Bronce, proceso bien apreciable en la evolución de las estelas penin-

sulares (Almagro-Gorbea, 1994), que, como en todas las culturas mediterráneas, condujo

también en la Península Ibérica a la aparición y desarrollo de un Arte narrativo cuya máxi-

ma representación es el Arte Ibérico (García Bellido, 1980).

Transformación socio-económica y substrato cultural tartésico

Los elementos analizados, de cultura material o del sistema social e ideológico, aparecen asi-

milados por las élites dirigentes de la sociedad del Bronce Final de la Península Ibérica para

cuyo uso se introdujeron, denotando la paralela asimilación de costumbres y creencias por

las élites que los adoptaron y utilizaron. Tales objetos, a su vez, servirían a dicha élites para

reforzar su preeminencia social, lo que se evidencia por el control de la producción de los

instrumentos (Fig. 4). De este modo se desarrollaría una creciente jerarquización social,

potenciando el proceso surgido a lo largo de la Edad del Bronce, que tan bien evidencia la

tradición de las estelas. Dicho proceso alcanza en este período sus últimas consecuencias,

cristalizando en las jerarquías del Período Orientalizante, cuyo carácter de “monarquía

sacra” evidente en Tartessos, en Etruria y en otras partes del Mediteráneo, reflejo de cre-

cientes influjos orientales (Almagro-Gorbea, 1992).

Pero el carácter jerárquico y simbólico que debieron tener dichos objetos refleja la exis-

tencia de costumbres y de rituales difícilmente explicables sin un influjo oriental (Fig. 1 a 3).

Además, la continua renovación tipológica de los objetos siguiendo modas generalizadas

por gran parte del Mediterráneo debe considerarse un indicio de que dichas élites manten-

drían crecientes contactos con áreas cada vez más alejadas, que se reflejan en la asimilación

de nuevos usos culturales en el vestir, el banquete o la manifestación del estatus social. En

este sentido, es importante valorar que los objetos citados proceden del Mediterráneo

Oriental tras un largo proceso, en muchos casos con escalas intermedias, dado el sistema

de regalos de prestigio que su aparición implica. Pero estos objetos no deben considerar

excepcionales, a pesar de ser costosos y escasos por su exotismo, ya que se irían geralizan-

do entre la élite social, siendo su rareza actual consecuencia en gran medida de vacíos en la

investigación.

Por ello no resulta sorprendente la aparición de tales objetos no ya en el mundo tarté-

sico o en el Atlántico, más abiertos a tales influjos, sino tambien en la Cultura de Cogotas I

en la Meseta o en la de los Campos de Urnas del NE. Estos elementos revelan una estruc-

tura social claramente jerarquizada, incluso ya con algún tipo de dependencia social como

evidencian artesanos, aurigas y aedos, hecho que no puede considerarse anómalo, aunque

no se haya hasta ahora evidenciado en el registro arqueológico de los poblados y necrópolis

de dichas culturas.

91

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Page 21: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

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EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Fig. 4 – Elementos más representativos del depósito de una vivienda de élite de Senhora de Guia (Según da Silva [et al.].

Page 22: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

La existencia de esta organización social jerarquizada, muy generalizada, incluso se

llega a rastrear hasta el mundo campaniforme y prosiguió durante toda la Edad del Bronce

como documentan las estelas (Almagro-Gorbea, 1994). Estas élites, a partir del Bronce

Final, jugaron un papel esencial en los procesos de cambio cultural a causa de su interés

por aprovechar los contactos transmediterráneos que les permitía una creciente capacidad

de obtención de objetos de prestigio para reforzar su preeminencia social. De este modo, ya

en pleno Bronce Final se fue conformando un sistema social basado en el intercambio y la

distribución, cuyo desarrollo definitivo se alcanzaría en el Periodo Orientalizante desarro-

llado durate el proceso colonial, cuya máxima expresión fue la cultura tartésica.

Con todas las dificultades teóricas que supone la falta de documentación para estas

fases iniciales, es evidente que un fenómeno de aculturación tan complejo, que incluso ofre-

ce escritura en fechas del siglo VIII a. C. (Hoz, 1991), no se pudo transmitir en un lapso

breve de tiempo, por exigir, como mínimo, el desarrollo previo de una sociedad capaz de uti-

lizarla, esto es, de una élites que necesitaran este elemento para el control de sus activida-

des económicas.

Orígen y cronología

La interpretación histórica de estos cambios exige precisar su cronología y focos de orígen,

superando hipótesis hasta ahora teóricas (Niemeyer, 1981, 1984; Almagro-Gorbea, 1983,

1989, 1992; Moscati, 1983, 1988., 1989; Acquaro [et al.], eds., 1988; etc.). La presencia micé-

nica en la Península Ibérica resulta todavía incierta y de escasa intensidad (Martín de la

Cruz, 1988, 1992), en especial comparada con el Mediterráneo Central (Vagneti, 1982,

1984, 1992; Marazi [et al.], 1986; v. Hase, 1990; etc). Algunos elementos del último cuarto

del II milenio a.C. como los cuchillos (Sandars, 1955) o puntas de lanza (Avila, 1983) evi-

dencian contactos con el Egeo, pero es la zona sirio-fenicio-chipriota postmicénica la que

ofrecen mayor relación con los elementos documentados. En efecto, elementos del

Mediterráneo Oriental fechados al menos en el siglo XII a. C. son las hachas de enmangue

directo de Muros y de las losas alentejanas (Almagro, 1966, p. 177s; Almagro-Gorbea, 1992,

f. 3), las azuelas de apéndices antiguas, asociadas en Osuna a un hacha de talón de tipo

Rosnoën, del Bronce Final I-II (Almagro-Gorbea, 1996) y las puntas de lanza de bordes

sinuosos (Avila, 1983, p. 66s, l. 59B) que llegan al Círculo Atlántico (Briard, 1965, p. 171,

fig. 51, l. 51 no 1), los cuchillos de bronce, semejantes a los del Micénico Ultimo III (Harding,

1975, p. 195s, 1984, p. 131s) y, tal vez, las puntas de flecha con aletas y pedicelo adelgazado

(Buchholz, 1962, f. 13g-2, 14, 15a-g). Estos objetos parecen tenar su orígen directo en el

Mediterráneo Oriental, más que en Sicilia o Cerdeña. Más discutible es incluir en estos pri-

meros contactos las fíbulas derivadas de las arco de violín y las primeras de codo asimétri-

co, así como la introducción del hierro a juzgar por los primeros objetos férricos que copian

tipos orientales (Almagro-Gorbea, 1993). Piezas comparables aparecen por el Sur de Italia

y Sicilia en el periodo de Pantálica II (Bernabó Brea, 1957; Peroni, 1956, p. 411s; Tusa, 1983,

p. 460s; Albanese Procelli, 1993), como el hierro o las fíbulas de bucle y puente liso de la

Península Ibérica y del mundo atlántico (Duval [et al.], 1974).

Aunque existen contactos con Sicilia y con Cerdeña (Ruiz Gálvez, 1986; 1995, p. 141s;

Coffyn, 1985, p. 146s), confirmando alguna referencia mítica (García Bellido, 1935; id.,

1952a), a fines del II milenio debieron llegar a la Península Ibérica estímulos del

Mediterráneo Oriental de forma paralela pero independiente a los del Mediterráneo Central,

siguiendo una ruta meridional paralela a la costa africana con escala en Sicilia (Bernabó

93

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Page 23: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

Brea, 1965; Bisi, 1968), quizás ya abierta por micénicos orientales de Chipre y Palestina

(Garbini, 1988; Schubart y Arteaga; 1986, p. 505s), ruta más tarde seguida por la coloniza-

ción fenicia (Aubet, 1987, p. 165s). Estos elementos del Micénico Ultimo pudieran explicar-

se como indicio de expediciones y contactos hasta el extremo Occidental del Mediterráneo de

gentes contemporáneas a los “Pueblos del Mar” (Sandars, 1978; Garbini, 1988), quizás de

orígen chipro-micénico y levantino más que del Egeo, lo que se adecúa al orígen de los ele-

mentos documentados.

Hacia fines del II e inicios del I milenio a.C. se incrementan los hallazgos, pero con

nuevos influjos chipro-sirio-fenicios que parecen continuar los de fase anterior, lo que expli-

ca una paulatina transición hacia la colonización fenicia, a medida que las costas orientales

del Mediterráneo oriental se fueron estabilizando tras las convulsiones de los “Pueblos del

Mar”, a fin de abastecer de materias primas el creciente consumo comercial y artesanal sur-

gido de la reorganización de las ciudades fenicias y de la demanda de los grandes imperios

de Oriente que constituían su hinterland comercial (Frankenstein, 1979, p. 263s; Aubet,

1987, p. 94s).

Entre ellos destacan los elementos de banquete, con buenos paralelos en el Chipro-

Geométrico I, como vasos de tipo Berzocana (Mattäus, 1985), asadores de tipo Amatunte

(Karageorghis y Lo Schiavo, 1989), ganchos de carne de tipo Solveira (Kalb, 1980, p. 29,

f. 6, 29-4), semejante al cetro was egipcio y palestino de fines del II milenio (Dothan, 1982,

p. 284, f. 20) y el hiq o gancho de pastor, elemento también procedente de Egipto y

Palestina que pasó a Chipre después del 1200 a.C. (Catling, 1964, f. 7-8 y 11). El mismo orí-

gen chipriota pueden tener hoces de tubo (Deshayes, 1960, l. 16, no 1188; Catling, 1964,

p. 78s, f. 7, l-4; 11, 7-9; etc.) y, probablemente, la metalurgia de la plata y la introducción del

hierro, relacionable con el desarrollo minero-metalúrgico en Cerdeña a fines de la Edad del

Bronce (Lo Schiavo [et al.], 1985, p. 10s, 62-3) de origen chipro-oriental (A.A.V.V., 1982,

etc.). La seriación de las estelas del Suroeste confirma la coetaneidad de las fíbulas de codo

iniciales y los más antiguos escudos de escotadura en V, ya dentro del siglo X a. C.

(Almagro-Gorbea, 1977, p. 189; Barceló, 1989), como confirma la tumba del BF II de Buoux

(Müller et al., 1988), aparentemente anteriores a la Ría de Huelva. En esta fase aparecen

también cascos cónicos y espejos y peines, en su mayoría documentados en estelas

(Almagro-Gorbea, 1977, p. 189-190), así como azuelas de apéndices, hoces y azuelas de

tubo y la introducción de la siderurgia (Almagro-Gorbea, 1993). A partir del siglo X a. C.,

fecha aproximada de la Ría de Huelva (Almagro-Gorbea, 1977, p. 186 y 524s; Ruiz Gálvez,

1984, f. 16), parece apreciarse un nuevo incremento de contactos con Oriente, sin solución

de continuidad con la fase precedente. Cabe suponer la generalización de las fíbulas de

codo agallonadas, tipo Huelva, de las de dos piezas agallonadas y la mayor parte de los escu-

dos de escotadura en V interna de estelas de tipo II-C (Almagro-Gorbea, 1977, p. 167, 190),

cuya difusión evidencia un uso plenamente integrado en la sociedad, como el carro, confir-

mado por el stimulus de Senhora da Guia. También aparecen espadas de un solo corte, cas-

cos de cuernos, liras, espejos y peines. Además, la tumba de cámara y dromos de Casal do

Meio (Spindler y Veiga Ferreira, 1973) supone innovaciones ideológicas contemportáneas a

Pantálica III que preludian las orientalizantes. Más incierto es fechar las representaciones

de barcos de Laja Alta, quizás contemporáneas de las primeras navegaciones coloniales a

partir del siglo VIII a. C. Igualmente, el depósito de Senhora da Guia, con vasos de bronce,

instrumentos de cocina y carros rituales (Silva [el al.], 1984), de orígen sirio-chipriota y

sardo, es de cronología incierta en Occidente pero no alejada a una fecha del siglo VIII a. C.

Este incremento de los contactos a partir del 1000 a. C. se explica por los mismos

mecanismos que en tiempos de los “Pueblos del Mar”, sin que sus orígenes ni sus vías de

94

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Page 24: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

llegada al Occidente reflejen variación significativa. Pero este ambiente precolonial puede

ya considerarse “fenicio” pues prosigue hasta la etapa colonial sin solución de continuidad,

dando paso a la koiné colonial fenicia, en la que Chipre, por su estratégica posición y su

riqueza, siguió ocupando un importante papel. En efecto, tras el cambio de milenio los

hallazgos, más abundantes y diversificados, ofrecen la misma procedencia, incluidos los

primeros escudos con escotadura en V, de orígen oriental, posiblemente chipriota, como

las fíbulas de codo más antiguas. La dispersión de estos objetos de inicios del I milenio a.

C. por el Mediterráneo Oriental, desde el Egeo a la costa sirio-palestina con cierta concen-

tración en Chipre, refleja una koiné cultural sirio-palestino-chipriota heredera de elemen-

tos postmicénicos y de los Pueblos del Mar (Garbini, 1988) así como de la reactivación de

las ciudades fenicias, en cuyas actividades precoloniales parece haber tenido un destacado

papel Chipre. En esta isla se conocen fíbulas de codo desde época micénica (Blinkenberg,

1926, p. 54; Birmingham, 1963; Catling, 1964, p. 42,a-d) siendo características las agallo-

nadas del Chipro-Geométrico al Chipriota Arcaico (Borchhardt, 1977, f. 5,d), a veces aso-

ciadas a cascos puntiagudos (Karageorghis, 1967, p. 234) y escudos de escotadura en V (id.,

1963, p. 273, f. 10-11). También es frecuente la vajilla de bronce, en especial, los soportes

sobre ruedas y otros elementos de bronce trenzado (Catling, 1964, p. 147s, 190s; Mattäus,

1985, p. 299s y 326s), llegados al Mediterráneo Central (Lo Sciavo [et al.], 1985, p. 30s) y a

Senhora de Guía como los asadores “atlánticos” (Karageorghis y Lo Schiavo, 1989).

Igualmente, desde época micénica Chipre fue un destacado centro de producción de ins-

trumentos, muchos de tipología oriental (Deshayes, 1960; Maxwell-Hyslop, 1953), como

hoces de tubo o azuelas de apéndices (Catling, 1964, p. 78s, 87), que también aparecen en

Cerdeña en ambientes de actividades minero-metalúrgicas de orígen chipriota (Lo Sciavo

[et al.], 1985), lo que ayuda a suponer que la introducción del hierro y la metalurgia de plata

en Tartessos fueron fenómenos paralelos. También es peculiar del ámbito cultural chi-

priota la tradición de tumbas de cámara y dromos (Gjerstad, 1948, p. 29s; Karageorgis,

1973, etc.), documentada en Roça do Casal de Meio, o la de deponer un carro como ajuar

(Karageorghis, 1973), de las estelas extremeñas. Por ello, no parece aceptable el supuesto

orígen egeo de escudos en V, calderos de bronce, liras y carros (Bendala, 1979, 1983;

Quesada, 1994), aunque los topónimos en -oussa puedan apoyar dicha teoría (García

Alonso, 1990).

A partir del siglo IX a. C. y hasta el VII a. C., las estelas de tipo de tipo II C-D

(Almagro-Gorbea, 1977, p. 190), las más evolucionadas, abundantes y de ajuar más rico,

evidencian el incremento de los contactos coetáneos al inicio de las fundaciones coloniales.

En esta última fase la continuidad en las estelas de escudos, cascos de cuernos, peines,

espejos y carros (Almagro-Gorbea, 1977, 1995) es el precedente de los depositados en las

tumbas de élite orientalizantes, como en La Joya (Garrido; Orta, 1978; Almagro-Gorbea,

1996b), en las que ya han desaparecido fíbulas de codo, escudos en V, etc., igualmente

ausentes en las estelas de tipos más tardíos. En esta fase también debió introducirse la fili-

grana, el estilo geométrico y el inicio de la iconografía, como evidencian las cerámicas de

“tipo Carambolo” (vid. supra), la estela de Ategua (Bendala, 1977, p. 191-192) o el thimyate-

rion de Calaceite (Cabré, 1942; Almagro-Gorbea, 1992), generalizándose el uso del hierro

(Almagro-Gorbea, 1993) y del torno de alfarero en yacimientos indígenas (Almagro-Gorbea

y Fontes, 1997). Aunque no es posible distinguir talleres y centros de producción, la difu-

sión de estos objetos evidencia su asociación a la koiné fenicia oriental, siendo, por tanto,

creaciones del artesanado sirio-fenicio-chipriota características del inicio del comercio colo-

nial y cuyo papel sería cada vez más importante en los procesos orientalizantes del

Mediterráneo.

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INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Page 25: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

Conclusión

Los elementos “precoloniales” llegados a través de la Península Ibérica hasta el Bronce Final

Atlántico explican contactos de gran significado cultural e histórico en los procesos de acul-

turación y cambio que caracterizan las transformaciones ocurridas en el Bronce Final del

Mediterráneo Occidental y del Atlántico desde fines del II milenio a. C. Dichos contactos,

para los que cabe suponer un modelo aun mal conocido distinto del colonial y más próximo

al de las expediciones y viajes de los “Pueblos del Mar”, explican la formación de la estruc-

tura socio-económica de Tartessos a partir de la substrato cultural del Bronce Final Atlántico,

así como su evolución hacia una sociedad compleja con la formación de una élite social antes

del inicio de la colonización fenicia. Por ello, estos contactos, que irradiaron por buena parte

del mundo atlántico, pueden considerarse el precedente de los fenómenos coloniales y de

aculturación extendidos a partir del siglo VIII a. C. desde el Mediterráneo, entre los que des-

taca la presencia “colonial” fenicia en la Península Ibérica.

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100

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Page 30: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

Peripheral, but not that much…!❚ MARISA RUIZ-GÁLVEZ* ❚

The organizers of this Conference have raised the question of the very existence of an

Atlantic Bronze Age. I do hope that this modest paper can contribute to throw some light on

the problem.

A suitable way to approach it could be the use of the World System Models. Anyway,

I admit to being a bit reluctant about them, thus in my opinion, the Centre/Periphery bino-

mial describes a too general and very static situation. But foremost, because it seems to the

writer, that at the background of such Models underlies the conscious or unconscious

search for a “People’s Europe” identity rooted in the Bronze Age, within which the concept

of Europe is mainly applied to its Western, Central and Northern parts, while its Eastern

part seems quite faded, and its Southern one is included under the wider, ambiguous and

even opposite concept of “The Mediterranean”. As inhabitant of a land like the Iberian

Peninsula, that from a geographical as well as from a cultural point of view, is a bridge

between the Atlantic and the Mediterranean, between Europe and Africa, between West

and East, such sharp divisions are hardly understandable. Even less understandable to the

writer, born in a Country colonised by Phoenicians and Greeks, invaded by Romans,

Westgoths and Muslims, and once considered by the Jewish to be their Second Promised

Land, is the idea, based on a Medieval tradition and conveyed in some processual approach-

es, after which Europe would have been born at the fringes of the Roman Empire. Thus, if

we bring it to its very extreme – and I know I’m exagerating things too much – we could

conclude that there is a first and a second class European citizenship, depending on how

far are we able to trace back our neither aculturated nor transformed european prehistoric

ancestry.

But, in spite of all their possible shortcomings, World System Models have obvious

advantages too. They are an useful and balanced alternative, both to autoctonism and to dif-

fusionism and could help us to understand the complex and movable relations handled by

the western populations of Europe during the Bronze Age. It can help us as well, to find an

answer to the pivotal question of this Conference: Is there an Atlantic Bronze Age…?

101

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

RESUMEN En años recientes so han venido

aplicado al estudio de la Edad del Bronce Europea,

modelos basados en la teoría de los Sistemas

Mundiales. En ollos, la Península Ibérica bien no

juega papel alguno, o bien es considerada una

región marginal.

La autora mantiene que tal perespectiva

refleja menos un hecho real que la escasa

familiaridad on el registro arqueológico de la

Península Ibérica durante el Bronce Final.

ABSTRACT In recent years, World system models

have been widely applied to the interpretation of

the European Bronze Age. In them, the Iberian

Peninsula either played no role at all or it was just

a marginal land.

The author claims that such perspective

reflects less a real fact than a scarce familiarity

with the Late Bronze Age Iberian record.

Page 31: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

If we think of it as an Archaeological Culture in Childe’s sense, my answer is negative:

No, there isn’t an Atlantic Bronze Age. But, if we think of it in a Braudelian sense, in the

sense of a Cultural Identity forged through time around a common link – the sea as a way

of transport and communication – that doesn’t determine but slowly and gradually shapes

the mentality and the character of their populations, my answer is affirmative. Yes, there is

an Atlantic Bronze Age, indeed…!

In the first volume of his work “The Mediterranean and the Mediterranean World in

Philip the Second’s Time”, Braudel (1976), payed much attention to the geographical analy-

sis of the region as one important clue to understanding the common features of the

Mediterranean World. And although the physical and structural characteristics of the

Mediterranean lands are very peculiar and not transferable to the Atlantic region, we can

briefly try to make some Braudelian-like reflexions upon the existence of some structural

features, that parsimoniously but inexorably, have been shaping a set of common patterns,

which allow us to talk about an Atlantic World in the same sense that we talk about a

Mediterranean one (Fig. 1).

102

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

FIG. 1 – Main geographical features of the Atlantic area.

Mountains

Acid Soils

Marshes

Heathlands, Landes & Heide

Page 32: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

I beg my audience to think, for instance, of its heavily indented coast, plenty of good

shelters and bays, contrasting with its uneven topography, that isolates, makes

Centre/Periphery communications difficult and invites its population to live face to the coast

and back to the interior. Think of the insular character of 60% of its territory. (And I mean

not only Ireland and Great Britain, but also Cornwall, Wales, Britanny and so many other

peninsulae, that in many aspects have behaved traditionally like islands). Think lastly, of its

poor and acid soils, with only scattered and very fragile tracts of loess here and there, soon

transformed by human action, and where the best soils and milder weather conditions are to

be found on the coast instead of in the interior.

Think of all these characteristics and you’ll probably agree with me that to these pop-

ulations the sea, however wild and dangerous as it was, never meant a wall, but a gate.

Myths, such as those included in the Irish Book of the Conquests, frequently make men-

tion of hero travellers arrived from Spain, who either stablished their rule or introduced the

Goidelic language in Ireland. Likewise Norax, the mythical founder of the Sardinian city of

Nora was reputed to have arrived from Tartessos. And in spite of their uncertainty and

phantasy, all these myths convey at least the memory of a tradition of communications

through the sea.

In a recent paper, Finney (1991) has proved that the non instrumental canoe voy-

ages between Hawaii, Tahiti and New Zealand, transmitted by Maori myths and gener-

ally dismissed in academic spheres due to the long distances involved, were experimen-

tally feasible by using quite simple, non instrumental means. Such methods are quite

similar to those still employed by skillful sailors of the Red Sea and according to

McGrail (1987), probably don’t differ very much from those used by Atlantic sailors in

the Bronze Age.

Skin and, specially, timber boats still in use, or which have been until recently in use

at the Atlantic shore, not only for fishing activities but as a mean of coastal transport for

commodities as well as for people, remind us that, until the introduction of the railway, it

was easier and safer for the coastal populations to move by sea than by land. This long tra-

dition of communications could perhaps help us to understand so many common features,

which translate similar symbolic codes, similar ways of perceiving the landscape, similar

patterns of social consumption and display, similar ways of conveying the relations between

the living and the dead…and perhaps, similar elite’ languages as well, although not neces-

sarily, similar material cultures (Waddell, 1991, 1992).

But, if these contacts along the sea have been probably going on from the Mesolithic

times onwards, as the findings of “cardial type” impressed pottery at several Portuguese and

French sites allow us to think (Scarre, 1992), longer maritime enterprises, on a more regu-

lar basis and devoted to the exchange of goods and not mainly to fishing activities, were only

probable to have taken place at periods of generalized agrarian intensification, as for

instance the Copper Age/Bronze transition – i.e. the Beaker period – and the Late Bronze

Age/Iron Age transition (Fig. 2). At both periods common patterns of symbolical display are

visible along the Atlantic region and what is more important, they are linked both to those

of Central Europe and the Mediterranean, even though they differ from the formers.

That doesn’t mean that long distance exchange relations couldn’t have been working

well before the Bronze Age, or that they ceased abruptly at the Iron Age. What makes the

Bronze Age exchange relations so peculiar is metal, that substitude the role of local raw

materials like the stone in the interplay of the social relations. And that is so, because as

Bradley (1990) pointed out, contrary to the local raw materials, metal is not universally avail-

able but it must be brought from distant lands. Together with metals, others less detectable

103

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Page 33: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

104

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

FIG. 2 – A) After Ruiz-Gálvez 1979 with additions. B) After

Galán 1993 with additions.

gold button

v perforated button

dress attached gold plates

gold beard comb

gold wristguard

gold earring

gold hairring

gold diadem

“gargantillas de tiras”

gold drinking set

beaker potery (textiles?)

beard comb

knee fibulae

belt brooch

dress button

cosmetic tweezers

gear

geometric pattern

hand made painted ware (textiles)

Main S/N natural way

(Iter ab Emerita Asturican)

a) Bell beaker/early bronze age (2600-1600 B.C.)

items linked to new dress fashions and to the build-

ing of the leader’s image.

b) Late bronze age (1000-800 B.C.)

Page 34: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

but equally unevenly distributed commodities as, perhaps salt, cattle, hides, rich textiles, étc

that conveyed social status and, which is not less important, meant a storage of value, could

have moved through these exchange networks (Fig. 3).

105

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Self-sufficient or surplus producting areas

Demanding areas

Salt mining

Sea salt (salines)

Production of sea salt by ignition and refining of imported salt from the Atlantic

FIG. 3 After Hocquet & Huvet-Martinet with additions by the author.

Page 35: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

Not less important is the fact that,

obtaining them meant to cope with the per-

ils and misteries of travelling and of people

and things from distant realms, but also to

win prestige and leadership. And we know

by both historical and ethnographic

accounts, the prestige and special powers

granted to things, people and knowledge

coming from afar among traditional soci-

eties (Helms, 1988) (Fig. 4). But it also

meant the construction of a net of social

relations, in order to support the regular flux

of commodities, what again, was an impor-

tant source of power for the elites whithin

their own societies.

And as some of the contributors to the

Bronze Age/Iron Age trasition Conference

(Stig Sørensen and Thomas, eds.- 1989)

claim, these long distance relations didn’t

arrive abruptly to an end at the coming of

the Iron Age. Just simply, the kind of rela-

tions was different because the social orga-

nization was now different too, and together

with it, the role and meaning of metal and

exotic objects.

At this point it’s worth the trouble to go

back to the World System Models to try

understanding how these relations could

have worked. And the most suitable version

of them is, in my view, Sherratt’s Centre/Periphery and Margin one (Sherratt, 1993a,

1993b), because the word “Margin” introduces an important shading of meaning into the

general Model. After Sherratt (1993a, p. 6), the concept of Margin would describe areas to

which some items and even knowledge could have arrived without creating inter-depen-

dence, but in a sense, putting the Margin in the orbit of the System, even though at its most

external sphere.

What I desagree with, is the Marginal role granted to the Iberian Peninsula in

Sherratt’s Model, before the Phoenician colonization of it. Quite on the contrary I agree with

Aubet (1990, 1995a y b) on the fact, that the Phoenicians would hardly have sailed to the

Peninsula if a complex reorganization of the territory, which put their various resources into

value, wouldn’t have been taking place previously. And also, on the fact, that the native pop-

ulations did played an active role in interegional, and even long distance exchange. This last

point especially, is worth to be pointed out, in view of the pivotal position of the Peninsula

in East/West sea routes.

At the beggining of the Late Bronze Age, only two regions, the SE. Andalucia and the

Levant wittness a dense and permanent settlement, going on from the Copper Age onwards,

as a result of the use of an efficient farming technology, that provoked changes in the long

run in social organization as well as in property and inheritance systems, attested in grave

goods (Ruiz-Gálvez, 1994). Quite on the contrary, the Western part of the Peninsula shows

106

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

FIG. 4 – How a 14 th. A.D. traveller percived people from dis-

tant realms. (From Sir John Mandeville’s Book)

Page 36: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

a fairly ephemeral pattern of settlement at that time and only gradually the landscape began

to be transformed into territory, as the appearance of stone built castros and the setting up

of the SW warrior’s stelae show us (Galán, 1993).

That’s probably the reason and not simply the fact of being placed on the maritime

routes to the West, which explains the finding of Late Mycenean ware in east-andalucian

sites (Martín de la Cruz; Pertines, 1994). They may be understood as representing explorato-

ry journeys in search for new routes and markets, instead of regular merchantile enterpris-

es, of which we haven´t had any evidence until now.

Anyway, things began to change from the 13th B.C. onwards, when the palace-oriented

thalasocraties collapsed (Sherratt, 1993a) (Fig. 5A). This gave many chances for entrepre-

neurship to those areas well placed to act as middlemen. That’s the case of Italy, which con-

nects Northen and Central Europe with the eastern Mediterranean across the amber route.

Through it, new forms of tableware, cooking equipment and aesthetic codes related to the

symbolic leader’s image, arrived to Central Europe and were translated and adapted to its

own social and ritual language. And through Central Europe, its Periphery, the Atlantic

region, adopted and adapted to its own codes, new weapons and fighting forms, as well as

new aesthetics, i.e. the razor which is linked to the beard care, as a symbol of age, hierarchy

and wisdom. And it’s now too when, after a long lasting break at the Middle Bronze Age, the

atlantic routes to the Peninsula started to be sailed again, as the finding of two rapiers at the

outlet of Ulla river, the main way into the Galician interior, seems to prove (Peña, 1985;

Ruiz-Gálvez, 1995a). Even more evident of it is the finding of a Ronsnöen type sword at the

107

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Fig. 5 – Ruiz-Gálvez’s version of Sherratt’s Center/Periphery/Margin model.

Page 37: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

mouth of the Larache river, on the Atlantic coast of Morocco, where centuries later, the

Phoenician will set the colony of Lixus (Ruiz-Gálvez, 1983) (Fig. 6).

Other areas, well placed to deal as middlemen were Cyprus and Sardinia, on the nat-

ural sailing routes. Sardinia specially, could be seen actually as a “gateway community” in

Hirt’s (1978) sense, since it will connect two areas, the eastern and the western

Mediterranean, with different technological and social organization. We should probably

attribute the Villena treasure to either the Cypriots or their middlemen, the Sardinian (Fig. 6)

(Ruiz-Gálvez, 1994, 1995b). The treasure is a lavish gold a silver dinner set, which conveys

the oriental concept of the princely tableware and attest the arrival of know how to the

region, under the form of exotic – amber – and new technology – iron inlaid in gold and the

use of nails instead of rivets. Villena should probably be seen as the first serious attempt to

establish trade routes to the Western Mediterranean, profiting from the position of Villena

on the sailing routes, the many good shelters of the Levantine coast but, especially a preex-

isting complex organization on the Levantine region, rich in salt and cattle and controling

the land routes the Upper Andalucía metals.

The second step will be the Margin transformed in Periphery’s Periphery (Fig. 5B).

From now on, we start to find evidence of changes going on in the western part of the

Peninsula, in the form of the first permanent and stone built castros, of the set up of war-

rior’s stelae defining territories and of the increasing interest in controling routes and their

entry and crossing points (Galán, 1993; Ruiz-Gálvez, 1995c).

It is now too, when the links between the Iberian Peninsula and the Central

Mediterrenean islands, particularly Sardinia, become stronger, probably according to the

Sherratts (1993), due to the greater authonomy won by the Sardinian, after a brief period of

recession in Cyprian-Sardinian contacts around the 11th. century B.C. The best evidence of

the Sardinian links with the Peninsula is the Roça de Casal do Meio vault grave, whose

108

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Fig. 6 – Location of places named.

Page 38: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

shape, grave goods and setting at the Sado estuary let us think of a Mediterranean, probably

Sardinian traders’ burial (Spindler and Ferreira, 1973; Belén; Escacena, 1991) (Fig. 6).

And I would like to draw my Audience’s attention to the burial grave goods, because

they refer to dressing and aesthetic codes. In other words, they conspicously convey the

leader’s symbolic image. But in this case, instead of the razor, the comb and the tweezers

are, what refer to the “Pastor hominum” (the men’s shepherd), beard care, in a very mediter-

ranean-like image (Fig. 7). Because, from now on, two different but related symbolic lan-

guages, will distinguish the Northen and Southern part of the Atlantic region.

Knee fibulae and the cosmetic items are restrained mainly to the SW. Outside the

Peninsula, knee fibulae are to be found only in France and only in mixed hoards, what prob-

109

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Fig. 7 – The iconography of the “Pastor Hominum”. A-D)

Eastern Gods and Kings. E. from the “Doctrinal de

Caballeros” by Alonso de Cartagena. 15 th. A.D.

A B C D

E

Page 39: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

ably means, that they were appreciated just as scrap (Fig. 8A). The same could be said of the

cooking service. On the contrary, flesh hooks and caudrons are mainly concentrated on the

Northern half, while spits are on the Southern one (Fig. 8B). That makes me think of

Bradley’s (1985), exchange and social distance model, i.e. the very existence of two, not dif-

ferent but differentiated, symbolic codes, one of them more related to Central Europe, the

other to the Mediterranean.

Two other aspects deserve to be pointed out; First the importance of Central Portugal as

middlemen, as a genuine gateway community, connecting different social and technological

regions; Second, the active role of the native population in interregional exchange (Fig. 5C).

A paradigmatic example of what I’m saying is the Peña Negra workshop. The site is

placed, as was Villena, upon the Vinalopó river but nearer to the coast (Fig. 6). Two differ-

ent but probably, not simultaneous activities took place in it: the casting of atlantic, Vénat-

like metallurgy, similar to that recorded as well in Portuguese castros as in the Meseta “Soto

Culture” sites, and textiles very possibly oriental ones, by specialised craftmen, who I have

reasons to think, didn’t belong to the local community although they frequented it on a reg-

ular basis (Ruiz-Gálvez, 1990, 1993, 1995b).

Metallurgy and textiles as specialised crafmanship are recorded at that time in Central

European hillforts, as well as in western sites set on a commercial basis as Choisy au Bac,

110

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

FIG. 8 – A) After Ruiz-Gálvez 1986; Karageorghis & Lo Schiavo 1989 and Vilaça 1995.

SPITS

Hoard

Settlement

Offering

Unknown

Uncertain

Page 40: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

Caldicot or Runnymede Bridge and all of them are probably related with the expansion of

the vertical loom (Ruiz-Gálvez, 1995b). What makes Peña Negra different from its western

relatives, it’s the presence at the site of knee fibulae, tweezers. etc, which denounces a

Mediterrenean dressing fashion. The same fashion we saw in the SW part of the Peninsula

(Fig. 2B). Most important of all, the archaeological record is in tune with metal analysis.

Thus, in his study of the Ría de Huelva alloys, Rovira (1995), points out that binary alloys

similar to those of the Mediterranean, characterise the Later Bronze Age metallurgy of the

SW Peninsula, while its NW and Meseta regions are more similar to the ternary alloys com-

mon in other atlantic areas at that time.

Should we thus conclude that only the NW part of the Peninsula should be considered

as belonging to the Atlantic Community? I don’t think so. The building of a cultural identi-

ty is a task, which is a complex one and of many facets. That’s probably why, since we are in

the long run the inheritors of so many and so enriching human and cultural experiences,

that I find so exciting the fact of being a European.

Madrid. October 1995/January 1996

111

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

CAULDRONS MEAT HOOKS

Hoard

Settlements

Votive

Uncertain

FIG. 8 – B) After Delibes [et al.] 1992/3.

Page 41: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

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112

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

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113

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Page 43: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

Flux et Reflux du Bronze Atlantique vus d’Armorique. Le Bronze Ancien

❚ JACQUES BRIARD* ❚

Evolution du concept atlantique

En 1946 J.M. Santa Olalla distingua deux phases dans l’Age du Bronze ibérique: le Bronze

méditerranéen (1800-1200) et le Bronze atlantique (1200 à 650 avant J.-C.). Longtemps cette

notion de Bronze atlantique fut, pour l’Europe même, restreinte au Bronze final. Ses carac-

tères furent affirmés et M. Almagro-Basch (1957), publiant le dépôt de La Huelva, souligna

la nature atlantique de l’épée en langue de carpe qu’E. Evans considérait comme d’origine

suisse. H. N. Savory (1948) confirma dans son article “The Sword’bearers, a reinterpreta-

tion”, l’existence d’une communauté atlantique au Bronze final et considéra plus tard que

les ateliers de haches à talon du Bronze moyen constituaient aussi une entité atlantique.

La tradition méditerranéenne ibérique remontait au Chalcolithique. Los Millares ou

Villa Nova de San Pedro étaient considérés comme des “comptoirs égéens” où les méditer-

ranéens auraient initié les autochtones à la métallurgie du cuivre. Ensuite le centre primor-

dial du Bronze ancien, le mieux étudié alors, fut El Argar. Et systématiquement on rappor-

ta à El Argar tout ce qui touchait au Bronze ancien comme ces grandes lames d’épées “arga-

riques” du Nord-Ouest ibérique imitées par la suite en Armorique. Ainsi curieusement les

échanges établis dans la zone atlantique européenne au Chalcolithique, céramique campa-

niforme, cuivre arsénié, pointes de Palmela etc.. auraient brusquement disparu au Bronze

ancien. Certes il est indéniable que c’est au Bronze final que les relations du monde atlan-

114

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

RÉSUMÉ Le Bronze ibérique fut considéré

comme une première phase ancienne

«méditerranéenne» et une phase récente

«atlantique» suivant des auteurs comme Santa

Ollala. Pourtant, au Chalcolithique et au Bronze

ancien, la réalité des relations atlantiques est

évidente avec les grandes épées

épicampaniformes et les bijoux en or comme les

gargantillas exportés dans le Centre Ouest de la

France et en Bretagne. Quelques lunules ou

boucles d’oreilles en or du Portugal sont

d’inspiration britannique de même que les

hallebardes des Asturies, de Galice ou du

Portugal. La réalité d’un Bronze ancien ibérique

de nature atlantique se précise mais cette entité

s’atténuera au Bronze moyen malgré des

productions communes comme les haches à

talon. Elle renaîtra vigoureusement au Bronze

final.

ABSTRACT Iberic Bronze Age was consirated

Santa Ollala as a Early Mediterraneen Bronze Age

and a Late Atlantic Bronze Age. However there

are chalcolithic and Bronze Age relations with

atlantic Europe with epicampaniform swords gold

neck-bands like gargantillas and copper halberds

knows in Asturia, Galicia, Portugal, West of

France and Brittany. An atlantic Early Bronze Age

was existing in Iberia but disappeared in Middle

Bronze Age, except the same production of

palstaves. The atlantic Bronze Age still strongly

relives in Late Bronze Age with Carp’s tong sword

complex (hoard of Huelva).

Page 44: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

tique furent les plus importantes de l’Irlande au Portugal et les publications exhaustives de

dépôts comme ceux de Nantes, Vénat ou Huelva l’ont confirmé.

Toutefois dans notre étude des dépôts atlantiques de Bretagne (Briard, 1965) nous

avions souligné la pérennité des échanges atlantiques tout au long de l’Age du Bronze avec

une phase initiale importante (haches plates, pointes de Palmela, gargantillas). Par la suite

A. Coffyn (1985) insista sur ces qu’il appela poétiquement l’ancienneté des “solidarités atlan-

tiques”.

Au Portugal l’existence de multiples entités occidentales a été mise en évidence par les

récents travaux. H. Schubart (1974) a montré la réalité d’un centre original au Sud-Ouest

(Atalaia, Beja). Les travaux de S. et V. Jorge et de leur école comme ceux de M. Varela Gomes

ont prouvé les différents faciès du Portugal central et septentrional. Les récents travaux en

Galice et aux Asturies (Blas Cortina, 1983) ont confirmé l’existence au Portugal et en

Espagne de multiples entités occidentales assez indépendantes les unes des autres, perpé-

tuant la tradition campaniforme et exploitant les ressources locales en cuivre. Ces cultures

sont-elles autonomes ou peuvent-elles s’intégrer dans un contexte atlantique plus élargi ? La

question reste ouverte entre la conception de civilisations n’ayant au Bronze ancien que des

relations épisodiques sinon accidentelles avec l’Europe occidentale et celle qui peut les inté-

grer à un système commun social, religieux et économique. M. Ruiz Gálvez Priego (1987)

pense que si des échanges de cuivre eurent lieu précocement, l’entité atlantique fut une réa-

lité plus tangible au Bronze final avec le commerce de l’étain.

Cependant on peut affirmer une continuation des échanges culturels et économiques

après le Chalcolithique au Bronze ancien entre en particulier l’ouest de la péninsule ibérique

et la Bretagne. Le troc économique est essentiellement basé sur le possible trafic de mine-

rais arséniés ou au moins d’objets manufacturés en cuivre à l’arsenic, haches plates, poi-

gnards campaniformes et leurs dérivés du Bronze ancien, pointes de Palmela. Nous ne

redonnerons pas ici les cartes de répartition des pointes de Palmela reproduites de multiples

fois (Briard, 1990; Senna-Martinez, 1994, etc...). En France on notera que beaucoup de ces

pointes sont en cuivre arsenié et probablement importées d’Ibérie. L’exemple le plus frap-

pant est celui de la pointe retrouvée sur le site minier des Condamines à Cabrières, Hérault

(Ambert [et al.], 1986). Elle se trouve sur le site de production locale de cuivres chalcoli-

thiques à antimoine et argent et peut attester de contacts entretenus avec les diverses écoles

métallurgiques du Chalcolithique. Quelques pointes de Palmela sont associées à des haches

plates. Celle de Trentemoult, Nantes, Loire-Atlantique (Briard, 1965, fig. 14) était associée à

6 haches plates dont l’analyse récente par J.R. Bourhis a révélé la composition arséniée. Ces

grandes haches se rapprochent plus des exemplaires ibériques comme celles du dépôt de

Asiégo, Cabrales aux Asturies (Blas Cortina, 1983, fig. 32) que des usuelles haches armori-

caines. La Vendée fournit un excellent terme de passage pour ce type de matériel

(Joussaume, 1981, p. 511). C’est une région également riche en pointes de Palmela impor-

tées ou imitées. Au Bronze ancien les échanges liés aux ressources métallurgiques ibériques

continuèrent sans qu’il y ait une “communauté atlantique étroite”. Les sociétés sont diffé-

rentes, très régionalisées en Ibérie comme du reste dans le Centre-Ouest de la France et

l’Aquitaine alors que la Bretagne, avec la civilisation armoricaine des Tumulus, entre dans

le cycle des civilisations “princières” établies des deux côtés de la Manche. Un fait important

en dehors des exportations métallurgiques est l’échange d’objets de prestige en or ou en

cuivre et celui suivant un double courant, courant chalcolithique remontant de la péninsule

ibérique vers les côtes atlantiques françaises et un courant de “reflux” amenant de nouvelles

impulsions aussi lointaines que d’Irlande au Portugal avec les lunules ou les hallebardes.

C’est à ce phénomène d’échanges de prestige que nous nous attacherons principalement.

115

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Page 45: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

Epées epicampaniformes et gargantillas

Le Bronze ibérique initial comprend quelques ensembles sépulcraux témoignant d’une aris-

tocratie possédant des produits de luxe qui ne sont pas sans rappeler les tombes épicampa-

niformes de Grande Bretagne appartenant au même phénomène comme celles de Driffield,

Yorkshire ou Culduthel Mains, Inverness. Ces sépultures comprennent en particulier des

brassards d’archer d’apparat à clous en or que l’on peut ranger dans la même famille que

celui de Vila Nova de Cerveira, Viana do Castelo.

Une des tombes portugaises les plus intéressantes est celle de Quinta da Agua Branca,

Lovelhe (Ambruster et Parreira, 1993, p. 37). Elle comprend des spirales et anneaux en or,

un diadème formé d’une bande d’or décorée de chevrons et un poignard à languette en

cuivre arsénié de 390 mm de long. Son aspect brillant argenté rappelle celui des lames des

épées de Carnoët en Bretagne et de Gaubickelheim en Hesse dont la surface avait été enri-

chie en arsenic (Briard et Mohen, 1974). Ces longs poignards ou courtes épées se retrouvent

au Bronze ancien au Nord-Ouest de l’Espagne et au Portugal à Pinhal de Melos, Viseu et

Saint-Jacques-de-Compostelle et en France à Vernet, Ariège, Nantes, Loire-Atlantique ou

Orléans, Loiret. Des épées plus évoluées avec rivets à la garde et filets décoratifs vont pro-

longer cette tradition en conservant la languette typique. Elles furent autrefois abusivement

qualifiées d’argariques alors qu’elles relèvent d’une entité atlantique comme l’a montré M.

Almagro-Gorbea (1972). Ces épées de Entrambaragas ou Cueva Llusa, Santander, sont

proches de celles des Tumulus armoricains comme à Carnoët, Quimperlé, Morbihan, ou le

Rumédon à Prat, Côtes-d’Armor. Il faut noter que cette composante ibérique des armes

armoricaines est totalement inconnue de l’autre côté de la Manche dans la Civilisation des

Tumulus du Wessex. En Bretagne elle pourrait être liée aussi à la présence d’objets en

argent: collier de Carnoët, vases de Melrand et Saint-Adrien, épingles de Ploumilliau. La

source de cet argent pourrait-être ibérique. La civilisation d’El Argar semble en effet le pre-

mier centre européen d’argent dans le Bronze ancien.

Au Bronze initial ibérique de nombreux bijoux et colliers d’or témoignent d’une cer-

taine prospérité économique et peut être d’élites dirigeantes. Les plus originaux sont les

“gargantillas”, colliers plats à incisions longitudinales en lanières (Fig. 1). Au Portugal

on connaît les beaux exemplaires du Camp de Goyas (Fig. 1, no 3), de Monte do Mouros

ou de Quinta de Vale de Moinhos (Ambruster et Parreira, 1993, p. 63; Monteagudo,

1953). L’inhumation en coffre de São Bento de Balugães, Barcelos au Nord du Portugal,

associe le gargantilla à quatre pointes de Palmela (A.A.V.V., 1995, p. 23; Schubart, 1971,

fig. 8). Ces ensembles, qu’ils soient au Nord du Portugal ou au Sud (horizon Ferradeira

de H. Schubart), sont considérés comme appartenant à la phase ancienne de l’Age du

Bronze.

L. Monteagudo (1953) avait remarqué la présence de gargantillas dans l’Ouest de la

France. Ce sont souvent des découvertes anciennes mal connues quant à leurs associations.

Le collier à lanières de Saint-Laurs, Deux-Sèvres (Fig. 1, no 2), aurait été trouvé “au pied d’un

chêne”. La paire de gargantillas du dolmen nord de Rondossec à Plouharnel (Fig. 1, n0 1)

aurait été déposée dans une poterie... disparue. Moins typique un collier plat avec simula-

tion de lanières fut trouvé “sous un dolmen” à Saint-Père-en-Retz, Loire-Atlantique en 1831

avec deux haches plates en cuivre (Briard, 1965, p. 70). Tous ces colliers indiscutablement

d’origine ibérique attestent la diffusion de ces objets de prestige dans la zone atlantique fran-

çaise et de relations affirmées par l’échange de ces “symboles de pouvoir” suivant une tra-

dition qui se développera au Bronze ancien européen.

116

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Page 46: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

117

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

FIG. 1 – 1. Les deux colliers à lanières de Rondossec, Morbihan; 2. Collier de Saint-Laure, Deux-Sèvres; 3. Gargantilla du Camp

de Goyas, Portugal; 4 et 4’. Lunules et torque à palette de Bourbriac, Côtes-d’Armor.

1

2

4

4’

3

Page 47: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

Lunules, bijoux et disques en or du Bronze Ancien

Les lunules ou croissants en feuille d’or sont parmi les plus prestigieux du Bronze

ancien d’Irlande (Eogan, 1994). Ils furent exportés ou imités en Grande Bretagne et sur le

continent en Bretagne et en Normandie en particulier. Les premières études les considé-

raient comme des objets exportés suivant les optiques diffusionnistes en vigueur. Les études

spectrographiques d’A. Hartmann aussi bien que les études stylistiques de J. J. Taylor (1980)

ont montré qu’en réalité les lunules de Grande Bretagne ou du continent étaient des imita-

tions régionales avec un style plus “régional” dans la réalisation des motifs que pour les pro-

totypes irlandais. La finesse des exemplaires irlandais (Fig. 2, no 1 et 2) ne se retrouve pas

sur ceux d’Armorique même s’ils sont de très bonne facture (Fig. 1, no 4).

En Ibérie un seul bijou en or peut être comparé aux irlandais, celui de Cabeceiras de

Basto, Braga au Nord du Portugal (Ambruster et Parreira, 1993, p. 57-59). Son style à poin-

tillé marqué sur les bords et rainures médianes dénote nettement une fabrication locale

mais l’ensemble du bijou est sans doute d’inspiration britannique bien que la lunule danoi-

se de Skovshojrup, Odense, lui ressemble (Taylor, 1980, pl. 22). Cette possibilité est renfor-

cée par l’association de deux petits disques en or décorés de cercles concentriques (fig. 3, B).

Ces disques en or, probables symboles solaires, se retrouvent au nombre d’une vingtaine en

Irlande (Taylor, 1980, p. 131) au Bronze ancien avec des décors souvent cruciformes comme

à Tedavnet, Co. Monaghan (Eogan, 1994, pl. VII). D’autres variantes britanniques à décors

concentriques comme ceux de Knowes of Trotty aux Orcades (Taylor, 1980, pl. 5) se rappro-

chent d’exemplaires du Nord de l’Europe comme celui de Moordorf en Frise orientale. J. J.

Taylor suppose même que la lointaine origine de ces disques en or pourrait se trouver dans

la civilisation d’Unetice d’Europe centrale avec les épingles à disque du type de Velvary,

Bohême (Taylor, 1980, pl. 4).

Une autre relation atlantique est fournie par des pendentifs en feuille d’or ovale et soie

recourbée. Quatre beaux exemplaires avec double pointillé le long des bords proviennent de

l’hypogée d’Ermegeira, Maxial, Torres Vedras, Lisbonne (Ambruster et Parreira, 1993, p.

156; A.A.V.V., 1995, p. 78). J. J. Taylor (1980, pl. 3) a signalé la paire de pendentifs absolu-

ment semblables provenant de Dacomet, Co. Down, Irlande. Ces bijoux pourraient-être les

prototypes des célèbres “basket ear-rings” du Bronze ancien de Grande Bretagne (Eogan,

1994, p. 17) comme ceux de la tombe à campaniforme de Chilbolton, Hampshire (Fig. 3).

J. J. Taylor (1980) suggère cependant que l’origine de ces bijoux pourrait aussi provenir

d’Europe centrale par l’intermédiaire de la Pologne où quelques variantes sont connues

(Wasosz). Mais la parenté directe des bijoux d’Ermegeira et de Dacomet est indiscutable.

Au Bronze ancien de nombreux anneaux en or spiralés simples: Água Branca, Monte da

Pena, São Martinho, ou emboîtés les uns dans les autres: Vale de Viegas, Serpa, Beja, Cadeia,

Évora sont connus en relative abondance (Armbruster et Parreira, 1993, p. 199). Cette mode

sera exportée jusqu’en Bretagne avec les bijoux à spirales en or et argent du mobilier du

tumulus de la forêt de Carnoët à Quimperlé (Briard et Mohen, 1974, p. 53). Le Sud-Ouest avait

donné quelques possibles relais avec les bracelets du Pouyalet à Pauillac, Gironde. Une décou-

verte plus récente à Mayregne, Haute-Garonne, associe un bijou en bronze à 3 anneaux spi-

ralés emboités à une hache médocaine. Malheureusement il semble que ce relai intéressant

ait disparu dans une collection particulière. Il suggérait une datation de la seconde partie du

Bronze ancien.

Une nouveauté dans la série des bijoux en or du Bronze ancien du Portugal est la pré-

sence de petits anneaux torsadés ouverts dont l’origine précise est cependant mal connue

(“aquisição ao ourives Cunha”) (Armbruster et Parreira, 1993, p. 162). Elle repose la question

de la diffusion de ces bijoux originaires du Proche-Orient (Gaza, Ras Shamra) et Chypre et

118

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Page 48: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

119

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

FIG. 2 – Lunules d’Irlande. 1. Killarney, Co. Kerry; 2. Galway; 3. Basket earrings, Chilbolton, Hampshire (d’après G. Eogan).

2 cm

1 2

3

Page 49: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

qui ont atteint la zone atlantique par la trouée de Narbonne (Carcassonne). On les retrouve au

Centre-Ouest (Le Veillon, Cheix), en Bretagne (Lanrivoaré) et dans les îles Britanniques. On

en connaît une grande variété en Irlande (Taylor, 1980, fig. 31; Eogan, 1994, p. 60). Les

exemplaires portugais pourraient suggérer une deuxième voie de diffusion maritime au sud

de la zone atlantique européenne.

120

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

FIG. 3 – Lunules d’Irlande. 1. Killarney, Co. Kerry; 2. Galway; 3. Basket earrings, Chilbolton, Hampshire (d’après G. Eogan).

A

B

Page 50: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

121

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Les hallebardes

La hallebarde est un instrument de prestige du Bronze ancien. Son rôle cérémoniel est attes-

té par sa fréquente présence dans les gravures des sanctuaires rupestres et sa fonction reli-

gieuse par son offrande répétée dans le lit des fleuves. Objets de prestige, “socio-artefact”

pour reprendre le terme des anthropologues britanniques, elle a joué un rôle majeur dans

les échanges du Bronze ancien. Sa présence est attestée précocement aussi bien en Europe

centrale (Unetice) que dans la zone atlantique, l’Irlande en premier.

Le monde méditerranéen possède aussi ses fabrications originales. La péninsule ibérique

diversifie ses modèles de hallebardes. La civilisation d’El Argar en a fourni une série caractéri-

sée par une base très élargie dont H. Schubart (1973) a précisé la typologie. Les lames présentent

un étroit renflement central parfois bordé de filets parallèles (Fig. 4, no 3). Ce type est localisé au

Sud-Est de l’Espagne et souvent recueilli dans les sépultures. Il s’y associe parfois un autre type

de hallebardes méditerranéen qui diffère des classiques par une longue emmanchure à 2 rivets

(Fig. 4, no 4). H. Schubart l’a dénommé type de Montejicar d’après une découverte de la province

de Grenade. On le retrouve à Séville, El Argar mais aussi à Campino, Argave.

Des hallebardes occidentales sont connues à l’ouest de la péninsule. Aux Asturies, De Blas

Cortina (1983, p. 113) a signalé celle de Puertu Gumial, Aller, à base arrondie et 3 rivets (Fig. 4,

no 1). Bien que décrite comme poignard il la rapproche des “punal de espigo-alabarda” de Finca

da Paloma, Tolède et Gruta de Rodondas. J.C. de Senna Martinez (1994) a publié la hallebar-

de de type occidental de l’habitat das Baútas (Amadora). Elle est en cuivre arsénié avec une lan-

guette bien marquée à 3 rivets disposés en triangle et un fort renflement central (Fig. 4, no 2).

Senna-Martinez redonne à cette occasion une carte de répartition des hallebardes occidentales

en France et en Espagne. Nous l’avons complétée par la répartition des types d’El Argar,

Montejicar mais aussi du type de Carrapatas propre à la péninsule ibérique bien qu’il ait des

affinités occidentales. Les hallebardes de Carrapatas, de la découverte de Carrapatas, Abreiro,

parfois appelées type du Transmontana, sont connues au nombre d’une dizaine dans la région

de Bragança du Trás-os-Montes au Nord-Est du Portugal. Huit trouvées à Vale Bemfeito,

Macedo de Cavaleiros, deux au Monte Cemitério de Mouros et une à Alto de Pereiras (Fig. 4,

no 5). Une seule est signalée par Senna Martinez (1994) dans la vallée de Carvalho au Sud-

Ouest du Portugal et une autre en Andalousie par H. Schubart (1973, Fig. 16). Ces hallebardes

ont une lame très large à la base triangulaire à 3 rivets avec forte nervure centrale. Elles sont en

cuivre arsénié et considérées comme une production épicampaniforme du Bronze ancien ibé-

rique vers 1900-1800 ans avant J.-C. (A.A.V.V., 1995, p. 29). Par leurs affinités occidentales les

hallebardes de Carrapatas peuvent-être considérées comme une production atlantique contre-

point de leurs homologues méditerranéennes d’El Argar-Montejicar.

Le rôle majeur symbolique des hallebardes est aussi affirmé par les gravures de roches

ou de stèles. La dalle de Tabuyo de Montos, Léon, associe une hallebarde schématisée et un

poignard épicampaniforme. Dans la région de Braganca plusieurs stèles portent des repré-

sentations de hallebardes comme celle récemment relevée par M. de Jesus Sanches (1994)

au Vale de Juncal. Elle est associée à un “arc anthropomorphe”, un arboriforme et un jeu de

piquetages. Les figurations de hallebardes sont abondantes au Sud-Ouest de la péninsule

ibérique dans le Bas Alentejo et également au Beira Alta. Il s’est posé la question, pour des

auteurs comme H. Schubart (1973), de la parenté de celles-ci avec celles du Haut-Atlas maro-

cain publiées par J. Malhomme et plus récemment D. Grébenart (1991). Ce dernier recon-

naît des types occidentaux dans cette série, ce qui n’est pas incompatible avec la présence de

poignards campaniformes en Afrique du Nord (Cap Chenoua, Alger). Le Portugal aurait éga-

lement joué l’ultime rôle de relai dans ces relations Afrique du Nord-Europe atlantique.

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Page 51: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

122

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

FIG. 4 – 1 et 2. Hallebardes occidentales.

1. Puertu Gumial; 2. Baútas; 3. Type d’El Argar, El Oficio; 4. Type de Montejicar, El Argar; 5. Type de Carrapatas, Alto de

Pereiras. Carte de répartition des hallebardes. Types: 1. occidental, 2. Carrapatas, 3. El Argar, 4. Montejicar (d’après H.

Schubart, Briard, Senna-Martinez).

1 2 3 4 5

1

2

3

4

Page 52: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

Conclusions. La “recession” du Bronze Moyen

Le Bronze ancien ibérique, particulièrement dans sa phase épicampaniforme, témoigne

de solides relations avec les provinces plus septentrionales de l’Europe atlantique.

Cependant les sociétés sont différentes et les échanges sont principalement d’ordre éco-

nomique avec les cuivres arséniés ou l’argent ou d’ordre symbolique avec les objets de

prestige que sont les gargantillas, les lunules ou les hallebardes. Sur le plan religieux on

peut noter la parenté de certaines représentations rupestres. En Galice les “labyrinthes”

de Laxe de Pumbal, de la Pedra do Lombo sont proches de ceux des îles Britanniques,

Knockamany, Irlande ou Roughting Linn, Northumberland. Ils ont existé en Bretagne

(La Roche Meha maintenant détruite) et un nouvel exemple vient d’être découvert à

Sotteville-sur-Mer, Seine-Maritime, au pied de la falaise. J. P. Watté (1992) y a reconnu

trois labyrinthes et une figuration de main. Ce sont des relais possibles entre les figura-

tions ibériques et britanniques, confirmant l’existence d’une certaine communauté reli-

gieuse de l’Arc atlantique de l’Age du Bronze. Ces figurations peuvent-être datées du

Bronze ancien (poignards triangulaires associés en Galice) et moyen (haches à talon au

Northumberland).

Ces relations s’atténueront au Bronze moyen du fait de la régionalisation générale des

cultures. Un seul objet de prestige, le célèbre collier à 3 joncs parallèles de Casal de Santo

Amaro, Sintra, Portugal (A.A.V.V., 1995, p. 103). L’étude de ce bijou, conservé au British

Museum (Taylor, 1971), montre que la décoration en petits panneaux de motifs géomé-

triques est très proche de celle des torques en or de Massigny, Vendée, Kerviltré, Saint-Jean-

Trolimon, Finistère et Le Hinguet, Côtes-d’Armor. On ajoutera que c’est la décoration clas-

sique des bracelets de Bignan du Bronze moyen armoricain. Le principe de torques à plu-

sieurs brins se retrouve aussi sur celui de Moulsford, Berkshire en Grande Bretagne. Au

Portugal un relai entre ces bijoux est fourni par le torque de Penela, Coimbra, qui possède

une fermeture à deux tenons comme sur des bracelets français de la transition du Bronze

moyen-final: Chery, Cher et Le Lividic à Plounéour-Trez, Finistère.

Il n’y aura pas de contacts notables entre les grands dépôts du groupe de Tréboul et

l’Ibérie. Les parentés avec les haches à talon ne se feront qu’à l’extrême fin du Bronze moyen

qui apparaît comme un phénomène de reflux dans les relations occidentales.

Les premières épées à languette de la famille de Rosnoën marqueront la reprise de rela-

tions de plus en plus importantes. Ce “flux” du Bronze final est magnifiquement illustré par

la métallurgie ibérique dont le dépôt de La Huelva récemment republié (Ruiz-Gálvez Priego,

1995) reste un élément symbolique.

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123

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* Directeur deRecherche au C.N.R.S., Université de Rennes 1, France.

124

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Page 54: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

“Maisons, mythes, mort, metal en France Atlantique”

❚ JOSÉ GÓMEZ DE SOTO ❚ JEAN-PIERRE PAUTREAU ❚

Jacques Briard (1976, p. 325), exprime bien les problèmes soulevés par la définition de

la «communauté atlantique» de l’Irlande à l’Ibérie…: si le commerce des objets métalliques desrégions atlantiques est facile à mettre en évidence, bien souvent les autres aspects de ces civilisationssont difficiles à cerner: la rareté, pour certaines régions atlantiques, des sépultures, de monumentsou d’habitats, ne nous permet pas toujours de connaître avec quelque précision leur vie sociale etleurs croyances religieuses.

Les marqueurs pouvant servir à montrer l’appartenance à une même entité, culturelle

ou autre, de la façade atlantique de la France, entre la pointe de Bretagne et la Péninsule

ibérique, à la fin de l’Age du Bronze, doivent être recherchés au delà des productions métal-

liques dans toutes les manifestations du quotidien. Il n’est toutefois pas aisé de distinguer

ce qui caractérise l’époque à l’échelle européenne, ce qui est propre à la région ou au villa-

ge et ce qui peut être commun à l’ensemble des riverains de l’Atlantique utilisateurs de

l’épée en langue de carpe.

Les maisons, l’habitat

Notre connaissance des habitats, à peine plus explorés en Poitou et dans les Charentes

qu’en Bretagne ou en Aquitaine, demeure encore bien lacunaire.

L’installation sur les hauteurs, sommets de collines, rebords de plateaux, éperons bar-

rés, amorcée au Bronze final IIb/IIIa, s’amplifie fortement au Bronze final IIIb sur l’en-

semble du littoral, du Pays-Basque (Cambo) à la Bretagne en passant par les Landes (Mont-

de-Marsan, Brocas-les-Forges), le Bordelais (Cubzac et Abzac), les Charentes (Merpins,

Recoux) et le Poitou (Camp Allaric, Coulon). L’implantation humaine dans les vallées, plus

difficilement repérable, ne subit pas pour autant d’interruption et des sites nouveaux sont

125

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

RÉSUMÉ La «communauté atlantique» demeure

une entité difficile à cerner. A l’extrême fin de

l’Age du Bronze, les rivages atlantiques de la

France sont occupés par des groupes humains

forts divers dans leurs préoccupations

économiques et religieuses ou leur mode de vie.

L’usage, l’échange, la fabrication, l’évolution de

certaines productions métalliques similaires reste

le principal lien visible commun à tous ces

groupes. Assimiler une même sphère de

production et d’échange à une communauté

culturelle homogène apparaît trop simplificateur.

ABSTRACT The «Atlantic community» remains

an entity difficult to define. During the end of

Late Bronze Age, the human groups established

on the atlantic coasts of France are very various in

the point of view of their economic or religious

practices and their behaviour. Similar use,

exchange, fabrication and evolution of some

metallic products are the principal unity we may

distinguish between all these groups. To

recognize an unique production and exchange

zone as an unique cultural community seems to

be a dangerous simplification.

Page 55: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

126

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

occupés au bord de l’océan ou dans les vallées des cours d’eau. L’utilisation des grottes ou

abris-sous-roche, comme annexes des habitats de plein air, se maintient en Charente ou en

Périgord. La mise en place de grosses bourgades, souvent fortifiées, venant se rajouter aux

habitats existants constitue un phénomène qui, loin d’être limité à la frange atlantique, inté-

resse alors une grande partie de l’Europe occidentale et semble correspondre au renforce-

ment d’une aristocratie terrienne et militaire.

La disposition des maisons souligne les disparités régionales de la façade atlantique.

Toutefois, la plupart des bâtiments possèdent des plans rectangulaires ou sub-rectangulaires

et leurs dimensions varient de 3 à 4 m sur 5 à 8 m, soit les normes européennes d’alors si

l’on excepte les grandes constructions à trois nefs d’Europe septentrionale. Le village de

Mez-Notariou à Ouessant se développe au premier Age du Fer; son organisation sur plan

orthogonal et ses ruelles orientées nord-sud semblent reposer sur une occupation plus

ancienne du Bronze final. Les constructions poitevines, maisons quadrangulaires, annexes

en abside et greniers surélevés sur forts poteaux semblent utilisées sans rupture du Bronze

final au début de l’Age du Fer (Pautreau, 1987, fig. 5). Elles apparaissent disposées autour

d’une «place» à Coulon (Fig. 1, no 1 à 3) ou construites en appentis sur la face interne du rem-

0 10m

FIG. 1 – Plans de bâtiments. 1 à 3.Coteau-de-Montigné à Coulon,

Deux-Sèvres. 5. La Grosse-Roche

à Saint-Jacut-de-la-Mer, Côtes

d’Armor (d’après Pautreau etBriard).

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127

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

part à Aslonnes; cette dernière disposition se retrouvant en Bretagne à Brandivy. Les bâti-

ments du Bronze final II de l’île de Ré, à deux nefs et de St. Hilaire St. Florent dans le val

de Loire, trapézoïdaux, montrent d’autres types de plans au sol (Pautreau, 1987, p. 244-245).

En Bretagne, mais sur les rivages septentrionaux, l’habitat de hauteur de l’îlot de Grosse

Roche à Saint-Jacut était constitué de bâtiments circulaires (Fig. 1, no 4); la tradition des

constructions au plan rond est surtout attestée dans les îles britanniques.

L’organisation de l’espace intérieur est rarement connue; en Poitou, les activités domes-

tiques semblent se cantonner au devant de la maison, la cuisine se déroulant autour du foyer

extérieur et à proximité de l’entrée. Les travaux artisanaux concernent la même zone. Le reste

des habitations paraît consacré au repos. A St. Hilaire-St. Florent, le foyer est interne. La taille

modeste de ces maisons invite à y voir le logement d’une simple cellule familiale.

Les techniques de construction restent mal définies. Les matériaux diffèrent d’une

région à l’autre même si l’utilisation du torchis et du clayonnage sur des poteaux de bois

domine. Le creusement de tranchées de fondation est attesté (phase ancienne de Mez-

Notariou) conjointement au creusement de trous de poteaux sub-circulaires. Les poteaux de

la périphérie semblent porteurs de la charpente des toits à deux pans, aidés souvent par un

pilier central et par sans doute des pannes transversales. Des constructions en pierre sèche,

soubassements ou murs véritables, existent en Bretagne au Bronze final et aussi, de data-

tion plus incertaine, dans l’île de Ré.

Il semble que les vallées aux terres légères accueillent plutôt hameaux et fermes iso-

lées. Les sites fortifiés à longue durée d’occupation se cantonnent plutôt sur des positions

clefs pour le contrôle des voies de communication naturelles. Le Camp Allaric surveille la

principale vallée nord-sud du seuil du Poitou. Le site de Coulon, au fond du Golfe des

Pictons, domine le débouché de la Sèvre Niortaise (Pautreau, [et al.], 1995, p. 11). Affirmant

probablement un certain pouvoir politique, ils constituent de gros bourgs où l’on pratique

des activités artisanales parfois spécialisées. Au Camp Allaric, des fragments de creusets

ayant contenu du cuivre accompagnaient des objets en bronze bruts de coulée (Pautreau,

1984, p. 99). L’économie de ces villages repose sur les activités liées à la terre, l’agriculture

et le pastoralisme, ce dernier connaissant un certain essor comme dans une bonne part de

l’Europe à l’extrême fin de l’Age du Bronze. Sur le littoral, le rôle joué par l’océan dans l’ac-

tivité quotidienne (la mer était alors plus basse d’environ 5 m) reste difficile à évaluer.

L’occupation de ces agglomérations fortifiées n’est pas limitée au Bronze final; elle s’éteint,

peut-être brusquement, au début du 5ème siècle, tout comme l’équilibre social qu’elle reflè-

te (Pautreau, 1987). Dans les villages, la fabrication des céramiques reste une activité

domestique, trahissant au sein des modes régionales des originalités locales et des

influences étrangères (Pautreau, 1989, fig. 43). Au nord de la Gironde, de la Vendée et des

Charentes au Périgord, formes et décors, peu originaux, traduisent dès les premières

phases du Bronze final une évolution locale du fond commun européen, sous l’inspiration

du complexe nord-alpin. Les affinités sont nombreuses avec le groupe du Lac du Bourget

mais aussi avec les cultures apparentées de Bourgogne et de la vallée du Rhône (Gómez,

Kerouanton, à paraître). La connaissance des productions céramiques d’entre Gironde et

Pyrénées reste imparfaite en l’absence de grandes stratigraphies; on devine des influences

multiples, languedociennes et pyrénaïques notamment, sur le même fond commun (gobe-

lets bulbeux, écuelles tronconiques) dérivé aussi des traditions des régions nord-alpines. En

Bretagne, les sols peu propices à la conservation des céramiques rendent les documents

plus rares; la région semble assez peu réceptive aux modes des potières orientales.

De tous temps, les contrées atlantiques, ont été réceptives aux mutations écono-

miques, sociales, culturelles ou religieuses nées dans les régions orientales ou sur les

Page 57: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

128

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

côtes méditerranéennes. Cette ouverture vers l’extérieur montre bien des disparités. Le

clivage est sensible entre les régions les plus littorales et les contrées orientales mais

aussi entre les régions situées au nord de la Gironde plus ouvertes aux influences nord-

européennes, la Bretagne conservatrice et le sud-aquitain plus isolé. Ces divisions peu-

vent être liées à des facteurs géographiques mais aussi et surtout ethniques ou politiques.

La mort, les coutumes funéraires

Comme très souvent en Europe à l’Age du Bronze, l’espace funéraire diffère des zones

d’activité domestique. Au Camp Allaric, des restes épars d’adultes, surtout des fragments

crâniens, se retrouvent pourtant dans les niveaux d’occupation du Bronze final III. Cette

présence de restes humains sur les habitats a été bien des fois mentionnée avec des hypo-

thèses variées. Sur le même site un nouveau-né a été inhumé dans le sol d’une maison

du Bronze final III (Pautreau, à paraître). Le dépôt des restes de jeunes enfants à l’inté-

rieur des habitations protohistoriques est un phénomène assez fréquent dans le midi de

la France.

Les espaces géographiques consacrés: Les espaces réservés aux dépôts funéraires

peuvent se ranger en deux grandes catégories. Il faut distinguer les ensembles sépulcraux

liés à une agglomération, assimilables à un cimetière villageois, des dépôts funéraires ras-

semblés sur de vastes nécropoles-sanctuaires, semblant indépendantes des habitats. A

part, quelques incinérations en grottes, d’ailleurs discutables, perpétuent peut-être, dans

les karsts, la tradition des grottes sépulcrales. On observe également des dépôts, de nature

incertaine, dans plusieurs mégalithes en Vendée et dans le Loudunais.

Les cimetières villageois

Au nord de la Gironde on ne connaît pas de vastes «champs d’urnes» semblables à ceux du

littoral méditerranéen ou du Toulousain. Les groupements d’enclos ou de tertres à proxi-

mité des villages n’ont pas la même signification sociologique que les vastes centres funé-

raires et cultuels. Ils se caractérisent avant-tout par la prédominance de leur fonction sépul-

crale et par leur groupement en petites unités marque probable de leur caractère aristocra-

tique (Pautreau, 1993, p. 295). Au Camp Allaric, deux tertres ont été édifiés à 50 m à l’ex-

térieur de l’enceinte; un seul est attribuable au Bronze final III, l’autre date du Premier Age

du Fer. Les deux tumulus aristocratiques de Sublaines dans le val de Loire montrent des

caractères et des datations similaires.

En Aquitaine, l’Age du Bronze final n’est connu que par de rares sépultures à Garin au

pied des Pyrénées et par quelques tombes plates à incinération à Fauillet à Tonneins dans la

vallée de la Garonne et peut-être par le tumulus de Vicq-d’Auribat, dans les Landes. Les

régions du sud de la Garonne ne semblent pas connaître de grands ensembles sépulcraux

avant l’Age du Fer. Si l’on excepte le pied des Pyrénées à Bourgaber, les influences langue-

dociennes ne dépassent pas le département du Tarn (nécropole de Gourjade à Castres).

Les nécropoles de sanctuaires

Dans les vastes sanctuaires (plus de 10 ha), comme c’est le cas en Haut Poitou, des sites

d’Antran et de Cubord, entre le 9ème et le 5ème siècle, le rôle d’enceinte cultuelle semble

Page 58: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

prépondérant, même si les liens avec les activités funéraires restent évidents (Pautreau,

1993, p. 298). A la Croix Verte à Antran, des structures funéraires complexes associent une

aire cérémonielle délimitée par une palissade circulaire de 3 à 15 m de diamètre, un bûcher

qui malgré sa petite taille a pu faire office de crématoire et une urne funéraire accompagnée

d’offrandes. Certains enclos munis d’une ouverture sont signalés par une stèle anthropo-

morphe en pierre (Mataro et Pautreau, 1988, p. 15). A Cubord, à la fin de l’Age du Bronze

ou au 1er Age du Fer, l’incinération centrale d’un enclos en forme de fer à cheval était conte-

nue dans une petite fosse ovoïde signalée par une pierre calcaire. Elle recelait les ossements

désordonnés d’un individu adolescent ou adulte. Aucun élément vestimentaire ni charbon

de bois n’accompagnait les restes humains,la seconde observation nous invitant à envisager

la crémation du cadavre en dehors de l’enclos.

Au même moment on commence à édifier des monuments à fonction cultuelle se dif-

férenciant, notamment par leur plan quadrangulaire et leurs vastes dimensions, des struc-

tures circulaires à vocation funéraire première.

Délimitation et signalisation des dépôts funéraires

La protection du corps du défunt et la signalisation de sa sépulture semblent un souci quasi

permanent pendant les temps protohistoriques. Ces manifestations peuvent se ramener

schématiquement à deux types d’édifices: les sépultures tumulaires en pierre ou en terre et

les tombes plates associées le plus souvent à des enclos.

En Poitou et Charentes, la tradition des enclos circulaires est bien établie, s’ap-

puyant sur une tradition locale remontant au Néolithique final et au Bronze ancien, peut-

être liée au développement des cultes solaires (Mataro et Pautreau, 1988, p. 112). En

Bretagne, on rencontre au Bronze final des sépultures recouvertes de petits tertres de

terre ou de pierres. Plus au sud, le littoral aquitain montre des tombes en fosses et des

tertres mais il demeure parfois difficile de différencier les mobiliers funéraires de l’Age

du Bronze des ensembles du début du premier Age du Fer (Gardes, 1991, p. 191).

L’Aquitaine intérieure connaît quelques vastes nécropoles semblables à celles du

Languedoc et du Roussillon. L’incinération apparaît souvent assez complète; les restes

sont déposés dans une urne placée au fond d’une cavité et accompagnée souvent d’of-

frandes alimentaires et de quelques objets. Les vases sont recouverts d’une dallette ou

d’un autre récipient. Une dalle surmontée d’un petit tertre de terre limité par quelques

pierres verticales obture la tombe.

Inhumation et incinération

A la fin du 10ème siècle des modifications se produisent en Europe occidentale entraînant

une disparition progressive de l’incinération et la reprise de l’édification des tertres funé-

raires. Sur les rivages océaniques, la pratique de l’incinération, connue depuis longtemps,

semble se maintenir jusqu’au début du Second Age du Fer (Mataro et Pautreau, 1988, p. 112).

Dans l’ensemble, les régions atlantiques, bien que sensibles aux nouveaux usages

funéraires, apparaissent conservatrices. Très souvent les sépultures traditionnelles propre à

la région se maintiennent au-delà des évolutions culturelles sensibles dans la culture maté-

rielle. Les pratiques funéraires en place au Bronze final III marquent beaucoup plus une

adaptation à de nouvelles coutumes qu’une rupture brutale avec ce qui a précédé.

129

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Page 59: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

Les mythes, pratiques et croyances religieuses

En France de l’ouest, les pratiques du culte restent encore largement mal connues. On a pu

toutefois identifier divers lieux à usage cérémoniel.

Dans les régions calcaires du Centre-Ouest et de l’Aquitaine, à la suite d’une tradition

remontant au Bronze moyen, voire avant, les grottes reçurent des dépôts interprétés comme

offrandes. Il s’agit généralement de céramiques, qui n’étaient peut-être alors que le récep-

tacle des denrées offertes, parfois de simples tessons, plus rarement des bronzes. De tels

dépôts sont signalés dans les grottes de Fontanguillère à Rouffignac-de-Sigoulès en

Gironde, de La Maurélie à Plazac et de Rouffignac en Dordogne. En revanche, la grotte de

Rancogne en Charente, dans laquelle on a cru reconnaître un champ d’urnes souterrain

comportant des puits sacrificiels ou à offrande ne peut plus être considérée comme un site

funéraire ou religieux.

Cette utilisation des grottes pour des pratiques cultuelles en direction des divinités

chthoniennes rapproche le monde atlantique des pays méditerranéens, Grèce et même

Egypte. La tradition de tels dépôts en grotte traversera le Premier Age du Fer et ne dispa-

raîtra de fait qu’avec le Christianisme.

Les dépôts dans les lieux humides tendent à se multiplier au Bronze final. Ont surtout

été privilégiés les cours d’eau, comme la Loire, la Vilaine, la Vendée, la Charente ou la

Dordogne. Les dépôts dans les marais, moins nombreux, peut-être parce que moins aisés à

retrouver, ne manquent pas non plus de la Brière au Marais-Poitevin. Dans les deux cas, les

objets confiés à l’eau appartiennent à des catégories à haute signification sociale, telles

armes, épées ou pour un exemple unique casque (Port-Sainte-Foy en Dordogne) et

luxueuses pièces du banquet cérémoniel (crochet à viande de Thorigné — infra Fig. 3, no1—

à Coulon et broche de Port-Sainte-Foy) ou à haute charge religieuse, telle la roue de bronze

de Coulon (Pautreau [et al.], 1995). La signification de ces dépôts en milieu aquatique a été

maintes fois commentée (Briard, 1987, p. 53; Brun, 1988, p. 607). De telles pratiques sont

attestées de la France atlantique à l’aire du Rhin-Suisse-France Orientale et au-delà. La fonc-

tion des immenses dépôts ou cachettes de métal qui marquent la fin de l’Age du Bronze a

pu être assez variable. Des rassemblements hétéroclites comme ceux de Vénat en Charente,

Notre-Dame-d’Or en Poitou ou de la Prairie de Mauves dans l’estuaire de la Loire, alliant

bronzes de rebut et objets manqués à la fonte à des lingots, mais aussi à des pièces de luxe

ou à usage religieux (Triou, Challans, Vénat)- désacralisées, ou neuves mais défectueuses

comme certains éléments de char (Vénat) - peuvent ne représenter effectivement que des

stocks de métal dont seule la valeur marchande aurait pu, au besoin, constituer un cadeau

aux dieux (Fig. 4). En revanche, un ensemble comme celui de Verger-Gazeau en Haut-

Poitou, réunissant un harnachement de cheval en bon état et une canine d’ours, mais ne

contenant ni rebuts, ni lingots, apparaît plus clairement en rapport avec la sphère de l’of-

frande (Pautreau [et al.], 1984, p. 100-101).

Le développement de la prospection aéroportée a multiplié la découverte d’enclos fos-

soyés. Certains d’entre-eux correspondent à des sites funéraires dont nous avons fait état ci-

dessus, d’autres souvent assez vastes paraissent bien tout autant être des lieux de culte que

des espaces funéraires. Les structures circulaires pourraient être à mettre en relation avec

les cultes solaires (Pautreau, 1991). Les vastes enceintes rectangulaires, telles celles

d’Antran, en bordure même de la rivière Vienne, rappellent les Langgraben des pays du

Rhin supérieur et de la France du Nord-Est, qui, pour certains, contenaient, à côtés de sépul-

tures, des fosses à offrande ou à sacrifice (Lambot, 1989). L’Armorique, comme l’Aquitaine,

semblent ignorer ce type de lieux de culte.

130

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

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INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

FIG. 3 – Crochet et broches à rôtir. 1. Thorigné, Coulon, Deux-Sèvres. 2.Notre-Dame-d’Or, La Grimaudière, Vienne. 3. Challans, Vendée. (d’aprèsPautreau et Mohen).

0 5cm

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2

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EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

FIG. 4 – Dépôt de Triou, Mougon, Deux-Sèvres. 1. hache à tenons, 2. hache à ailerons sub-terminaux, 3. hache à douille, 4. gouge,

5. poignée d’épée en langue de carpe (d’après Pautreau).

1 2

3

4

5

Page 62: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

Les pratiques de culte elles mêmes nous restent inaccessibles. Mais du moins

connaît-on divers objets probablement utilisés au cours des cérémonies ou des banquets

accompagnant les sacrifices. Les chars processionnels portaient une très riche ornemen-

tation de pièces de bronze, illustrées en particulier par les fragments des dépôts de Vénat

et de Triou et la roue en bronze fondue du marais de Coulon connaissant des homologues

tant dans le Midi (Fà dans l’Aude) qu’en Europe rhénane (Stade près de Spire) (Pare, 1987,

p. 62).

Des modèles réduits de ces chars étaient aussi utilisés: une roue brute de fonte de

Vénat en est la meilleure illustration. Ces maquettes rattachent l’ouest atlantique à une

large aire englobant cette fois l’Europe danubienne, l’Europe nordique et le Proche-Orient.

Actuellement on ne connaît pas de roue ou d’élément de char en bronze, ni de maquette,

au sud de l’estuaire girondin (Schauer, 1987).

Des vaisselles métalliques, des broches à rôtir et des crochets destinés à la manipula-

tion de la viande (Fig. 3), sont désormais répertoriés à un nombre appréciable d’exemplaires

(Gómez et Pautreau, 1988). Bien que leur typologie soit originale, ils possèdent des symé-

triques continentaux et traduisent des pratiques socio-religieuses largement diffusées à tra-

vers l’Europe (Gómez, 1993). Bien que de telles pièces soient connues en Péninsule ibé-

rique, l’Aquitaine sud-girondine en reste encore dépourvue.

Les figurations symboliques, actuellement répertoriées uniquement entre Loire et

Gironde, si l’on excepte un unique exemple en Périgord, n’offrent pas d’originalité, hor-

mis peut-être un «style local», par rapport à celles ailleurs recensées dans une large part

du territoire de la France: figurines en terre cuite (Fig. 2, no1 et 2) et surtout bandes de

133

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

1

2

Page 63: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

134

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

signes incisés sur céramique (Fig. 2, no3 à 5) apparaissent semblables en Languedoc, dans

le Massif-Central, dans les régions rhodaniennes et les vallées alpines (Pautreau, 1986;

Gómez, 1990).

On ignore le sens exact donné localement à ces objets cérémoniels et figurations

symboliques. Nous ne connaissons pas l’emprise de ces cultes, peut-être élitiste, sur la

masse des populations indigènes. L’absence de traces laissées par la plupart des manifes-

tations de la piété populaire ne doit pas être ignorée. Malgré cela, il est absolument clair

que, dans ses manifestations religieuses, la France atlantique s’intègre bien à un vaste

complexe européen.

FIG. 2 – Figurines théromorphes. 1. Camp Allaric à Aslonnes, Vienne. 2. Ermitage à Saint-Michel-Chef-Chef, Loire-Atlantique.

Céramiques à décors anthropomorphes. 3. Le Quéroy à Chazelles, Charente. 4. L’Ilot-les-Vases, Nalliers, Vendée. 5. Rancogne,

Charente (d’après Pautreau, Tessier, Gómez de Soto, Gendron et Gruet)

3

45

Page 64: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

Le métal, échanges et production

Pour établir l’importance du commerce lié aux rivages atlantiques, seuls subsistent les

objets manufacturés, presque toujours métalliques, prestigieux ou d’usage courant, avec les-

quels nous échafaudons toutes nos théories sur les relations commerciales d’alors. Nous

ignorons tout des contreparties laissées par les acquéreurs et négociants des armes et outils

en bronze. Les traces laissées par le passage du minerai ou plus sûrement des lingots, comme

par celui éventuel de l’ambre sont inexistantes. Et que dire de tout ce qui circule sans laisser

la moindre trace, notamment dans le domaine alimentaire? Il reste donc bien difficile de

connaître le caractère même de ces échanges et les chemins utilisés. Des régions de la France

atlantique, seule l’Armorique possède des ressources métallurgiques réelles (Briard, 1965;

Coffyn, 1972; Pautreau, 1984). Or, de la Bretagne à l’estuaire girondin, la période du Bronze

final a été marquée par une importante production métallurgique: il apparaît donc évident

que les métaux nécessaires ne pouvaient provenir que des réseaux d’échanges à longue dis-

tance. Etain britannique ou irlandais, cuivre ibérique, ont sans doute circulé, mais d’autres

sources d’approvisionnement doivent aussi être envisagées, en particulier en provenance des

Alpes. Bien que les lingots abondent dans les grands dépôts de l’horizon de l’épée en langue

de carpe, trop peu ont encore été analysés et nous devons reconnaître notre actuelle incapa-

cité à résoudre le problème des groupes de composition et de leur origine.

A côté des métaux bruts et peut-être des minerais, ont aussi circulé sans doute des

métaux de rebut ainsi que des objets finis. Les deux catégories de biens ont eu une influen-

ce considérable dans la mise en place du «faciès atlantique» de la fin de l’Age du Bronze, à

coup sûr chez les Protohistoriens et très probablement chez les Protohistoriques. Les fon-

deurs locaux ont pu copier sensiblement ou adapter au goût local les types d’objets qui pou-

vaient s’inscrire dans la tradition, voire imposer des formes nouvelles. Les pièces brutes de

fonte défectueuses ou des différences plus ou moins marquées entre originaux et copies per-

mettent d’entrevoir la part de la production locale. L’épée pistilliforme du type de Ewart

Park, aussi abondante outre Manche que sur le continent l’épée en langue de carpe, est

connue sous forme de pièces brutes de fonte à Challans (Vendée) ou à Vénat, par exemple.

Les bracelets du type de Vaudrevanges occidentaux sont plus larges que leurs homologues

orientaux et présentent deux replis à leurs extrémités au lieu d’un. En revanche, les pende-

loques de harnais des dépôts poitevins de Notre-Dame-d’Or ou de Verger-Gazeau en Haut-

Poitou ne rappellent que par leur forme circulaire et leur barre d’attache les types sarro-lor-

rains de Vaudrevanges et font figure de production originale.

Ces considérations montrent bien qu’il n’est pas toujours aisé d’isoler les objets impor-

tés des productions autochtones, à partir de simples critères stylistiques. Une généralisation

des analyses métallographiques et le traitement d’un grand nombre d’entre-elles grâce aux

outils informatiques devraient permettre des avancées notables. Nous n’en sommes pas

encore à ce stade de la recherche.

Cette «internationalisation» de la production métallurgique a conduit à la définition

d’un Bronze atlantique (Briard, 1965; Burgess, 1968; Coffyn, 1972, 1985). Les études de

répartition des types mettent en évidence des formes à très large diffusion, telle l’épée en

langue de carpe et ses variantes, mais aussi un nombre important d’autres dont la diffusion

s’étend du Rhin à l’estuaire girondin, en ignorant tout à la fois les îles britanniques, la

France du Sud et l’Ibérie (Coffyn, [et al.], 1981; Dehon, 1991). Sous l’apparence d’une uni-

formité pourtant réelle, le monde atlantique apparaît, là encore, fort divers.

Les groupes humains installés sur les rivages français de l’Atlantique montrent des

influences culturelles multiples. Le fond de la population paraît bien ancré dans ses tradi-

135

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Page 65: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

136

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

FIG. 5 – Nécropole de Fauillet, Lot-et-Garonne, céramiques: Sépulture du Bronze final (d’après Beyneix [et al.]).

Page 66: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

tions régionales remontant parfois à l’apparition du métal. Les pratiques funéraires et reli-

gieuses font preuve d’une large ouverture vers l’Europe méditerranéenne et l’Europe

moyenne, et témoignent ainsi d’une idéologie non spécifiquement «atlantique» mais bien

au contraire trans-européenne.

La métallurgie du bronze pratiquée dans les villages reste profondément marquée par

l’emprise des traditions atlantiques malgré des apports évidents des régions orientales et

plus rarement du Midi ou des contrées nordiques, tous sensibles au sein des cachettes de

bronze. Dans ce domaine, même si des originalités régionales peuvent être soulignées, un

style occidental ne s’observe pas moins, avec le goût marqué pour certains types d’armes ou

de parures. Ces productions spécifiques témoignent, non de besoins particuliers, mais de

choix pratiques ou esthétiques, eux mêmes probablement significatifs au niveau ethnique:

les communautés atlantiques partagent en fait, entre elles, surtout des traits généraux, suf-

fisamment différents de ceux des populations plus continentales pour qu’on puisse pure-

ment et simplement les assimiler les unes aux autres. Les nombreux facteurs d’originalité

locaux ou régionaux, sensibles dans les vestiges matériels eux-mêmes, vision tronquée de

l’ensemble culturel, montrent une communauté fortement fractionnée.

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INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

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138

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Page 68: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

DEBATEm o d e r a d o r ❚ STEPHEN SHENNAN ❚

STEPHEN SHENNAN

In the papers this afternoon we had a series of descriptive accounts of different patterns

of contact, or lack of contact, in different periods, from the Later Neolithic through to the

Later Bronze Age in the Atlantic area.

In the first paper we had the suggestion that the Atlantic area could be seen in a similar

way in which Fernand Braudel saw the Mediterranean. We had the suggestion that in some

sense there is a natural pattern of contacts over this broad area, and that these natural pre-

conditions perhaps set the constraints for subsequent social and economical developments.

It was also suggested that the Iberian area, through time, becomes less of a margin and

more of a periphery in those social and economical developments, or that it becomes more

directly connected with developments in the Mediterranean and elsewhere in Europe.

What I want to do in my introductory remarks is not to talk about what the speakers

have said this afternoon, but rather what they have not said.

What we have had so far are quite detailed accounts of the state of the problem, but I

am not sure we are that much further forward on how this problem should be analysed.

We have had a series of accounts of differences and similarities between different

regions in different periods, aided by vague references to unspecified ethnographic parallels.

I think we need to get a bit further than this meta-level of debate and get down to some sort

of account of the specific social and economic mechanisms involved in these contacts in

these different periods.

What do these contacts really signify?

What kinds of processes are associated with them?

Perhaps, one of the first things that can be addressed here – and it was addressed this

morning by Patrice Brun – is the question of the nature of these elites. Everybody has, I

think quite rightly, presupposed that they exist, but there has been little attempt to specify

the nature of these elites. If we are talking about them it would be nice to be able to say

something about the nature of that elite power.

Are we talking about elite control over land and stored resources, in the kind of staple

finance system referred to by Antonio Gilman?

Are we talking about something else, in which is the control of people rather than the

control of land that is more important?

How does the scale and nature of political units in different parts of this Atlantic area

change through time?

This morning, Patrice Brun gave us some hints of what he thought was going on.

Certainly, by my way of thinking, what he was suggesting for the Early Bronze Age – the

scale of regional political units he was postulating – could not correspond with the kind of

small scale, staple finance based unit we find in parts of Britain in the Late Bronze and Early

Iron Age. There, political units were clearly focused on control of land, but those units were

much smaller than the scale of units Brun was talking about, or the scale of unit one finds

in Wessex in this Early Bronze Age period.

139

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

Page 69: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

There are questions about the scale and nature of the political units, about which it

would be very helpful for us to be quite specific about; rather than floating slightly above the

archaeological evidence, in terms such that it is rather difficult to maintain or deny a partic-

ular position.

If we move from there, we move into the question of the nature of the links that are

postulated to exist between the various regions. There has been relatively little account of the

impact of these exchanges on these local communities.

Did they have any impact or did they not?

What was the role of these exchanges?

How different would these societies have been if these contacts had not been taking

place?

In that respect it seems to me that Andrew’s Sherrat notion of a margin is the least inter-

esting part of his scheme. It seems to me that the margin is very little more than an area that

received innovation from elsewhere, it is just the ex oriente lux Childean model revisited.

As regards the notions of a periphery and a world system: it implies that social and eco-

nomical developments in one area have some specified impact in economical and social

developments in another area. It would be nice to have those expectations and peoples views

on that explained.

Are we envisaging some central areas that are engaging local elites in a process that

amounts to local exploitation of their populations?

If indeed we are: what kind of economical system, what kind of settlement patterns

would be expected?

If that isn’t the case, if we are not seeing patterns in which certain regions were exploit-

ing other regions (in the classic wallsteinian manner): are we seeing some kind of situation

in which there are linked growth patterns in different areas, so that patterns of regional pros-

perity grow and move in step, from one region to the other?

These are issues that it will be helpful to have explained. When doing this, I think we

do need to think about the nature of the exchange processes and whether these elites result

out of a process of involution – the kind in which a very small minority is able to monopo-

lise and control the resources to the detriment of the rest of the population – or if we are

talking about more open systems, where exchange is more widespread and where the

involvement of these regions in large scale exchange processes leads – in some way – to a

growth of prosperity for the Atlantic area as a whole.

There is a whole set of economical and social questions that need to be addressed and

which are not beyond the archaeological evidence to address. In addressing them we must

give at least some thought to the interests of those involved in these various linkages and

exchanges.

I think it is also in the context of individual people’s interests that issues of cultural

identity arise; clearly, there are very interesting patterns of cultural identity to be traced, with

respect to patterns of material culture. At the moment though, it seems to me, we do not

have any clear idea of the processes involved in identity creation.

Why do certain groups in particular societies choose to identify themselves with partic-

ular cultural patterns?

Why, for example, did others not reject those patterns and create some pattern of their

own in opposition to first ones?

This brings us back to looking at social patterns in a local context, looking at different

interests, looking at patterns of co-operation and conflict, and asking ourselves how the

process of the transmission of culture and cultural identity between people goes on over time.

140

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Page 70: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

141

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

I would like to see this discussion taking for granted what we have seen so far today –

in terms of the patterns that have been documented – and moving towards establishing ways

forward, so we can tackle to identify reasons behind these patterns. That is not to say that it

will be possible to make statements about those reasons for the moment; but if we do not

try to move onto this explanatory and interpretative level it will be difficult to get much fur-

ther forward in defining future research programs, which can throw further light on the pat-

terns and phenomena we have been discussing.

MARISA RUIZ-GÁLVEZ PRIEGO:

I would like to answer to two of S. Shennan’s questions. First, about the nature of elites;

I can only talk about my Iberian experience and not extrapolate it to other areas but, in the

Iberian case, it is difficult to think that the elites could be controlling land. For the most part

of the Bronze Age we have just a very ephemeral settlement pattern. Therefore I think that

only at the Late Bronze Age we are allowed to think that elites could have started to control

land and not only labour; that is when we start to have evidences of permanent settlement

going on, generation after generation, when we start to have evidences of changes of agri-

cultural technologies. Before this period, in my opinion it is quite difficult to think they

could have been controlling land.

Second question, the margin: I really disagree with S. Shennan. The concept of ex ori-ente lux model implies that native populations are only passive receptors of cultural change

and that they are receiving and imitating without knowledge of what that means. Margin

means something different: it means the arrival of technology and knowledge which, even

if it is not transferred in the whole to the native population – because they have a different

social and technological level which doesn’t allow them to use this new technology and

knowledge – does coexist with earlier ones, something quite different from ex oriente lux.

STEPHEN SHENNAN:

About the first point you made – the suggestion that it was not until the Late Bronze Age

that elites were controlling land and that before that were more importantly controlling labour

and animals – certainly there is evidence from Britain that there is a similar pattern there.

Perhaps I could extract comments from other people, on the implications of a switch

from the control of flocks and people to a more staple finance based system, based on land

and its control.

Is this change something that has implications on the nature of the phenomenon the

Atlantic Bronze Age is?

Are we getting a different kind of elite basis?

MARIE LOUISE SØRENSEN:

Could I offer the comment that you are automatically assuming that controlling land is

more stable than controlling people?!

STEPHEN SHENNAN:

I am doing it strictly in using Tim Earl’s concept of staple and wealth finance distinc-

tion, which basically comes down to that exactly. I do not intend to say that it is anymore fun-

damental.

I am raising the question if there are different basis in the power of these elites, in their

involvement in exchange networks and in the role those networks play in the way elites per-

petuate themselves, or fail to do so.

Page 71: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

RICHARD BRADLEY:

Perhaps I could venture one small suggestion.

In the discussion of the earlier phases of interaction, we have been talking about cer-

tain phenomena that become less present or even absent from the archaeological record in

the Atlantic Bronze Age. One of these is the placing of monumental architecture in promi-

nent positions within the natural terrain: in a very crude sense, we see less and less monu-

mental emphasis on the funerary domain. Of course we heard of exceptions – enclosures in

western France are one – but in a very general level, tumuli become less important as foci for

the artefacts we are discussing.

The other example, which I think it is particularly revealing, is the range of abstract

motives that Jacques Briard talked about, because these are not functioning artefacts and

they have very distinct characteristics: one is that they are, by definition, fixed to one partic-

ular place – they are carved at places, they are not really sites – and except for the rather com-

plicated process of moving already carved stones, they are marking particular points in the

terrain that often relate more to paths, to passes, to routes, than they do to settlements.

Chronologically, in both the areas I know first-hand – the British Isles and Galicia –

that way of marking places disappears almost precisely as we see archaeological evidence for

fixed settlement (whether it be fragments buried beneath British hill-forts or buried beneath

Galician castros).

We are talking about entirely different perceptions of the world there. The point I would

make about that particular example, which might be rather different from a functional arte-

fact, is that cup-and-ring carving – or whatever you want to call it – means nothing unless

its meaning can be explained verbally, it does not represent anything naturalistically in the

way a weapon carving does, it is a form of knowledge, not simply a form of naturalistic rep-

resentation.

That seems to relate to rather different things than styles of weapons, for instance, that

become so important in later phases. So, I think we may see hints of a change in the way in

which landscapes are perceived, running in parallel with ways in which an economical

archaeologist would recognise the landscapes as being used. In that one restricted example

at least, we would recognise a change from interaction based upon knowledge of rather

arcane material through to a wider range of exchanges, which on a more basic level include

style of utilitarian materials.

MARIA DE JESUS SANCHES:

I would like to compare, at a very general level, two processes that were mentioned: con-

trol of people and control of land.

I would say that those processes, in the Northwest of Iberia, begin in the Early Bronze

Age, but I do not know whether they were controlling people or land. I do not know if there

is a way, archaeologically speaking, of taking those processes apart.

We know there are regional asymmetries, strongly marked at the Late Bronze Age, all

along Atlantic Europe, and that those asymmetries are also marked at the Early Bronze Age;

but it is sure that already in the Chalcolithic we find different settlement patterns. The indi-

cators that are looked as fundamental for the existence of élite’s and trade in the Atlantic, in

the Late Bronze Age, are already present in the Early Bronze Age.

This does not surprise me, bur I think local studies have to be nurtured, to find what is

the behaviour of élites regarding exchange and control.

The relation of early élites with those of the Late Bronze Age should also be researched;

that is, at a regional level: is there a continuity? if not, what happens?

142

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Page 72: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

143

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)

We shall not come out of the same intelectual circuit if we do not ask other questions:

what are those élites like? How do they behave at a regional level? What is their relationship

with the Late Bronze Age ones?

STEPHEN SHENNAN:

I agree with the point of those questions. What you say fits in very well with what

Richard Bradley was saying.

It seems very obvious to say, on the basis of these suggestions, that one of the things that

characterises the Atlantic Bronze Age, in the narrow sense, is an increase in the scale of the

exchanges and a change in their nature, from the arcane and socially oriented in the earlier

period to exchanges that were much more commercial and profit oriented in the later period.

Does this represent an adequate characterisation of the processes that link these areas

together and have a change through time?

MARISA RUIZ-GÁLVEZ PRIEGO:

I find it difficult to talk about trade when talking about these European societies.

For someone from the Iberian Peninsula it seems we can not speak about trade before

the arrival of the Phoenicians.

That means two quite different economical systems, before that time we just can talk

about exchange on a social basis, but not on a commercial one.

KRISTIAN KRISTIANSEN:

I can not answer the question you were raising about the nature and the changes from

one kind of international network towards a more closed system based on staple finance.

What I can say is that I do not think we have any kind of evolution here; it is not like if it

developed from one to another. It may be to a certain degree, and it does over the millennia,

but I think something else is at work here.

When we look upon interaction between different regions in the Atlantic or other sim-

ilar networks in Europe, we see that they are not active all the time: there are periods when

they are established with lots of exchanges and there are periods in which they tend to

decline and the societies or the systems become more localised or more closed.

We should ask what can trigger the fact that the systems start going and the different

local groups start to exchange and to interact. One of the explanations that has been given

for this is that when two regional systems or traditions, like for instance the Atlantic and the

Mediterranean – one centre and one periphery – start to interact, things are triggered due to

new kinds of information, new kinds of technologies, cosmologies and rituals, new ideas

about dress and so on, being exchanged and, on a selective basis, being locally recontextual-

ized; in a way, this is cyclical, you have cycles of interaction.

The world system approach is one that may address the question.

Why are these things triggered when you fuel something new into the system?

I think we have to address this question also, where we also have the early Phoenicians,

of the X and IX c., as a factor.

STEPHEN SHENNAN:

So what was it before the Phoenicians?

Was it one of those low periods where there is not any particular offering?

Any suggestions on the nature of these patterns that change through time?

Page 73: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

KRISTIAN KRISTIANSEN:

We have to think also here in terms of economical and ecological cycles of expansion

and regression. Burgess, on a recent book about the Atlantic Bronze Age had an illuminat-

ing article where he compared the decline in the Middle Bronze Age with the medieval cri-

sis. This hypothesis may be going rather far. Nevertheless he hints that we may have cycles

of expansion and regression, grounded on local conditions of reproduction: you have cycles

of overexploitation within a certain social and cultural framework, then later on, you have to

readdress the economy on a new basis.

VIRGÍLIO HIPÓLITO CORREIA:

I do not believe – contrary to Marisa Ruiz-Galvez – in such a clear-cut between a Late

Bronze Age exchange pattern and a Phoenician trade. Probably Late Bronze Age exchange

was not such a frail skeleton and early Phoenician trade, or Phoenician trade in general, was

not so strikingly a commercial venture, simply monetarily growth-driven.

This relates to the cycles mentioned by Kristian Kristiansen. These cycles exist not only

in the volume of exchange, in the dimension of the interaction one can detect, but there are

also cycles, pendular oscillations – let’s call them so –, between the areas with which the

interaction is established: at an earlier date interaction is preferentially established with the

Atlantic area; later on it is preferentially established with the Mediterranean.

RUDOLF HAUSE:

About interaction exchange at the beginning of the Bronze Age may I remind you that

we have interaction, or exchange, between armorico-british Early Bronze Age and central

Europe – southern Germany and Switzerland.

There is an example from the Singen cemetery, which is situated in the Lake of

Constanz in the northern range of the Alps. Four armorico-british daggers were found there,

one of them decorated in pointillé technique. With these daggers, tin comes in to the ceme-

tery, which prove at least an exchange – I do not know what about a trade – between the

armorico-british Bronze Age and the nord-alpine Early Bronze Age. I must also remind that

at the same time there is a trade in the north alpine region with ingots and copper ores, so

at least in this region interaction is already working, running on in the Early Bronze Age.

HARRY FOKKENS:

I think I want to address Stephen’s question about what happens to the premises of

power of these elites. Maybe we are making the mistake that we ask a question that we

should not ask. There are several levels of analysis, and I think the solution for a question as

that one would have to be looked at a local or regional level rather than at a European scale.

If you want to look for ways forward, I would suggest that we separate these levels of

analysis. I suggest we try to seek explanations for what happened not on a European level

but rather on the regional level.

SUSANA OLIVEIRA JORGE:

Permettez-moi de reintroduire un thème: le pouvoir. On a déjà beaucoup parlé sur le

sujet. On discute ici, parmi d’autres choses, comment les élites prennent le pouvoir et com-

ment ce pouvoir prend expression dans les témoins archéologiques; c’est un thème trés

important parce que, finalement, il faudra discuter les indicateurs archéologiques de la soci-

eté et du pouvoir. Je ne suis pas d’accord avec Marisa Ruiz-Gálvez quand elle dit que l’affir-

mation des élites est quelque chose qui n’est transparente qu’a partir du Bronze Final dans

la Peninsule Ibérique; au moins, dans la façade atlantique ça n’est pas très expressif, selon

144

EXISTE UMA IDADE DO BRONZE ATLÂNTICO?

Page 74: Trabalhos de Arqueologia 10 - Intercâmbio e Comércio: As

Marisa. Je rappelle que depuis le Chalcolithique, au moins, il y a dans plusieurs zones de la

Péninsule Ibérique des habitats fortifiés. Je vous rappelle les sites classiques de Los Millares,

Zambujal et Vila Nova de S. Pedro. Maintenaint, même au nord, on commence a en avoir

aussi – Castelo Velho, que je fouille, par example. Mais aussi au Bronze Ancien, à la region

argarique ou dans la region des “Motillas”; même dans la façade atlantique, on commence

à decouvrir des habitats fortifiés. Donc, ou on croît que la fortification c’est quelque chose

qui n’a pas seulement à voir avec la complexification sociale et le secteur du pouvoir et sa

croissance, ou bien il faut expliquer comment on trouve ces habitats fortifiés à l’Age du

Bronze. Moi, je pense qu’ils sont en rapport étroit avec plusieurs processus d’intensification

économique et sociale qu’on doit interpreter.

On peut discuter les termes mêmes, ces termes provenants des courants processual-

istes et qui sont, pour le moins, polémiques.

On ne peut pas ignorer que pendant l’Age du Bronze Ancien et Moyen, dans la façade

atlantique, il y en a eu beaucoup d’indices de complexité, et les témoins archéologiques sont

sufisament impressifs pour le démontrer. Donc, je ne pense pas que le Bronze Final soit le

commencement du mode de vie sédentaire.

Je pense qu’il s’âgit d’un problème d’organisation sociale qu’il faut discuter; d’ailleurs

il y a un article de Shennan, qu’il a écrit dans le Journal of European Archaeology, où il parle

précisément de la notion d’organization versus complexité sociale. Il y a quelques formes de

complexité sociale qui ne s’expriment pas dans les témoins archéologiques d’une forme

monumentale. Il faut poser en question la notion processualiste de complexité, surtout en

ce qui concerne la visualisation archéologique de la complexité sociale.

145

INTERCÂMBIO E COMÉRCIO: AS “ECONOMIAS” DA IDADE DO BRONZE (1)