trabalho médico

12
LUTAS SINDICAIS Betim: depois de várias denúncias e situações de violência, segurança do hospital e das unidades de saúde entra na pauta da Prefeitura PÁG 5 Médicos de Contagem reestruturam o Plano de Cargos, Carreira e Salários. Documento já está nas mãos do secretário municipal de Saúde PÁG 9 Em Uberlândia, médicos aguardam realização de concurso e encaminhamento das questões relacionadas à gestão da saúde no município PÁG 10 Já colocando em prática uma das principais propostas da nova diretoria, o Sinmed-MG realiza, junto com a Direção Executiva Nacio- nal dos Estudantes de Medicina (Denem), dia 9 de novembro, encontro para discutir a aten- ção básica PÁGINA 11 A presidente do Sinmed-MG, Amélia Pessôa, foi enfática nas críticas ao pro- grama, na Assembleia Legislativa, refle- tindo o pensamento das entidades médicas regionais e nacionais PÁGINA 4 PÁGINA 3 As armadilhas da "pessoa jurídica". Fique atento! Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais Impresso Especial 9912286770/2011 DR/MG/MG Sind. dos Médicos Estado MG ...CORREIOS... Ano 7 - nº 48 - setembro/outubro 2013 TRABALHO MÉDICO Mais Médicos: programa polêmico é discutido em audiência na ALMG Sindicato cada vez mais próximo dos estudantes de Medicina CAMPANHA Os médicos têm até 15/novembro para pagarem as contribuições social e sindical 2013. Participe e concorra a um carro PÁG 3 PÁG CONSELHO MUNICIPAL Os Conselhos são um espaço impor- tante para discutir a saúde no município. Veja entrevista com o presidente do CMS PÁG ATESTADO DE ÓBITO Sindicato participa de discussões sobre as dificuldades na emissão de atestado de óbito nos postos de saúde 7 12 Diretores e representantes dos estudantes, em reunião no sindicato Encontro reuniu entidades, usuários, gestores e deputados na ALMG SEUS DIREITOS O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais é contra a terceirização dos serviços de saúde. Atraídos pelas pro- postas dos consórcios de saúde, muitos médicos estão se tornando pes- soa jurídica. Em entrevista, o advoga- do Alexandre Ferreira, do departa- mento Jurídico do Sinmed-MG, fala dos perigos dessa opção

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Page 1: Trabalho Médico

LUTAS SINDICAIS

Betim: depois de várias denúncias e situaçõesde violência, segurança do hospital e dasunidades de saúde entra na pauta da Prefeitura

PÁG 5

Médicos de Contagem reestruturam o Plano deCargos, Carreira e Salários. Documento já estánas mãos do secretário municipal de Saúde

PÁG 9

Em Uberlândia, médicos aguardam realizaçãode concurso e encaminhamento das questõesrelacionadas à gestão da saúde no município

PÁG 10

Já colocando em prática uma das principaispropostas da nova diretoria, o Sinmed-MGrealiza, junto com a Direção Executiva Nacio-

nal dos Estudantes de Medicina (Denem), dia9 de novembro, encontro para discutir a aten-ção básica PÁGINA 11

A presidente do Sinmed-MG, AméliaPessôa, foi enfática nas críticas ao pro-grama, na Assembleia Legislativa, refle-

tindo o pensamento das entidades médicasregionais e nacionais

PÁGINA 4

PÁGINA 3

As armadilhas da"pessoa jurídica".Fique atento!

Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

ImpressoEspecial

9912286770/2011 DR/MG/MG

Sind. dos Médicos Estado MG

...CORREIOS...

Ano 7 - nº 48 - setembro/outubro 2013

TRABALHO MÉDICO

Mais Médicos: programa polêmico é discutido em audiência na ALMG

Sindicato cada vez mais próximodos estudantes de Medicina

CAMPANHA

Os médicos têm até 15/novembropara pagarem as contribuiçõessocial e sindical 2013. Participee concorra a um carro

PÁG3

PÁG

CONSELHO MUNICIPAL

Os Conselhos são um espaço impor-tante para discutir a saúde no município. Veja entrevista com o presidente do CMS

PÁG

ATESTADO DE ÓBITO

Sindicato participa de discussõessobre as dificuldades na emissão de atestado de óbito nos postos de saúde7 12

Diretores e representantes dos estudantes, em reunião no sindicato

Encontro reuniu entidades, usuários, gestores e deputados na ALMG

SEUS DIREITOS

O Sindicato dos Médicos de MinasGerais é contra a terceirização dosserviços de saúde. Atraídos pelas pro-postas dos consórcios de saúde,muitos médicos estão se tornando pes-soa jurídica. Em entrevista, o advoga-do Alexandre Ferreira, do departa-mento Jurídico do Sinmed-MG, falados perigos dessa opção

Page 2: Trabalho Médico

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2013 SINMED-MG EM FOCO2

EXPEDIENTE

Publicação do Sinmed-MG

Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

Avenida do Contorno, 4.999 – Serra30110 921 - BH - MG Fone: (31) [email protected] – www.sinmedmg.org.br

Diretoria:

Diretor Presidente: Amélia Maria Fernandes Pessôa Diretor Secretário Geral: Fernando Luiz de Mendonça Diretor Administrativo Financeiro: Ariete doPerpétuo S. D. de Araújo Diretor Jurídico: Artur Oliveira Mendes Diretor de Comunicação: André Christiano dos SantosDiretor de Campanhas Salariais: Jacó Lampert Diretor de Defesa Profissional: Eduardo AlmeidaCunha Filgueiras Diretor de Formação Sindical e Sindicalização:Paulo Eustáquio Marra Pinto (licenciado)Diretor de Relação com Acadêmicos: César Miranda dos Santos Diretor de Residência Médica: Margarida ConstançaSofal Delgado Diretor de Honorários Médicos: Ewaldo Agrippino F.de Mattos Júnior Diretor de Saúde Pública: Élson Violante Diretor de Saúde Suplementar: Andréa LúciaResende Martins Donato Diretor do Interior e Regionais: Sandra Márcia de FariaDiretor de Saúde do Trabalhador: CristovamChiaradia Barbosa Diretor de Relações Institucionais: Maria Madalenados Santos e Souza (licenciada) Diretor de Pesquisas e Projetos: José Sérgio Carriero JúniorDiretor Sociocultural: Maria Mercedes Zucheratto CastroDiretor de Tecnologia da Informação: Samuel dos Reis GarciaDiretor de Previdência Social e Aposentados: CláudioSaliba de Avelar Diretor de Assuntos Legislativos: Cristiano TúlioMaciel Albuquerque

Conselho Fiscal: Efetivos: Érika Monteiro Pinheiro Mourão,José Alvarenga Caldeira, Raidan de Carvalho CanutoSuplentes: Andréa Chaimowicz, Helena Pinheiro Garrido (licen-ciada), Alex Sander Ribas de Souza.

Ouvidoria Sindical: Membro titular: CristianoGonzaga da Matta Machado. Membro suplente:Brunno de Amério Ney

Departamento de Comunicação:

Diretor: André Christiano dos SantosJornalista: Rosângela Costa (MT 11.320/MG)

Trabalho Médico:

Jornalista Responsável: Regina Perillo (MT 11.697/SP)Textos e Edição: Regina Perillo (MT 11.697/SP) eRosângela Costa (MT 11.320/MG) Projeto Gráfico: Zoo ComunicaçãoDiagramação e Ilustrações: Genin GuerraImpressão: Imprimaset Tiragem: 1.500 exemplares

A VERSÃO ON LINE DO "TRABALHO MÉDICO" ESTÁ DISPONÍVEL NO SITE DO SINMED-MG - www.sin-medmg.org.br.

CONTRIBUIÇÕES 2013

Acerte as contribuições social e sindical de 2013 e concorra a um carro 0 km

EDITORIAL

Dia do Médico, o que comemorar?

Os médicos que ainda não pagaram as contri-buições social e sindical de 2013 têm uma novachance. A situação poderá ser regularizada até 15 denovembro. Os médicos, em dia, concorrerão aosorteio de um carro 0 km, dia 6 de dezembro.

É com os valores arrecadados nas contribuiçõesque o Sinmed-MG pode realizar ações em prol da ca-tegoria em todo o Estado. Participando, o médicoajuda a entidade a lutar por melhorar condições sala-riais e de trabalho para todos.

A contribuição sindical é um tributo federal, equi-valente a um dia de trabalho, obrigatório, previsto naConstituição Federal e nos artigos 578 e 580 da Con-solidação das Leis do Trabalho (CLT). A contribuiçãosocial é uma contribuição paga pelo profissional que seassocia, espontaneamente, ao Sinmed-MG.Atualize seu cadastro: é muito importante que os

médicos mantenham seu cadastro em dia no Sinmed-MG. Só assim, poderão acompanhar de perto a atu-ação do sindicato e receber correspondências diversas.A atualização pode ser feita pelo próprio site da enti-dade: www.sinmedmg.org. br.

18 de outubro. Dia do Médico. Sempre vem apergunta: o que comemorar? No fundo, cada umde vocês sabe a resposta. A começar pelo orgulhode ter escolhido uma profissão que salva vidas, mastambém exige tanto de cada um de nós - emo-cionalmente, no contato com o paciente, e profis-sionalmente, trabalhadores que somos. É umaprofissão de dedicação, de amor, de entrega.

Os tempos mudaram e com ele a Medicina eos caminhos da profissão, nos colocando diantede novas realidades. Temos escolhas – trabalharno serviço público, na saúde suplementar, optarpor consultório particular? O importante é bus-car o que nos realiza mais. Considerando todosos fatores, ainda somos uma categoria que podeescolher o seu destino.

Nestes momentos de comemoração, osindicato se sente ainda mais gratificado pelasua função na sociedade, especialmente nomundo médico. Somos uma diretoria formadapor médicos com diferentes vivências. Umadiretoria plural, representativa do universo dacategoria. Conhecemos os problemas e as vi-cissitudes da profissão. Nossa missão é de-fender os médicos, e, para cumpri-la, da me-lhor forma, dedicamos grande parte das nos-sas vidas.

O caminho das mudanças com certeza passapelo sindicato. A ele cabe o papel de aglutinar a ca-tegoria para lutar por seus direitos, onde elesestiveram sendo desrespeitados. Nosso foco é avalorização do profissional, esteja ele onde estiver.

Por outro lado, vemos que a corrente se tornacada vez mais forte. A união das entidades médi-cas fortalece a luta por melhorias. Esse já é umgrande passo para novas conquistas. Nunca osmédicos estiveram tão presentes nas pautas dosveículos de comunicação, por esforço das enti-dades, mas também evidenciando a importânciada nossa profissão perante a sociedade. Nãoexiste saúde sem médicos.

Nesta ocasião, a diretoria do Sinmed-MGdeseja que todos os colegas médicos consigamrealizar seus objetivos profissionais e pessoaisnessa nobre profissão. O sindicato é a casa domédico. Estamos de portas abertas para recebervocês. Os problemas existem - precariedade,salários baixos, soluções inadequadas como oprograma “Mais Médicos”, falta de financiamen-to da saúde, entre tantos outros, mas juntosficamos mais fortalecidos para enfrentá-los ecomemorar, de fato, o Dia do Médico.

Diretoria Sinmed-MG

Page 3: Trabalho Médico

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2013 SEUS DIREITOS 3

Os Consórcios Intermunicipais deSaúde são uma prática de gestão ino-vadora dentro do SUS. Ora apresen-tando-se como associações parareunir recursos e prover o sistema desaúde, ora constituindo-se como enti-dades civis de direito privado parareunião e produção de recursos, uti-lizando-se de verbas públicas ou dedoações para serem usadas exclusiva-mente no provimento da saúde públi-ca, valendo-se das leis que regem aslicitações e contratos.

A previsão legal para a instituiçãodo Consórcio Público encontra-se naLei 11.107/2005 que dispõe sobrenormas gerais para a União, osEstados, o Distrito Federal e osMunicípios contratarem consórcios

públicos para a realização de objetivosde interesse comum. A função pri-mordial do consórcio é a gestão asso-ciada de serviços públicos, e NÃO aabsorção majoritária dos serviços aserem desempenhados pelo ente con-sorciado.

Para o diretor Jurídico do sin-dicato, Artur Oliveira Mendes, a"figura jurídica" adotada pela maio-ria dos consórcios, apesar de agilizaros processos burocráticos da gestão,torna-os alvo fácil de interessesclientelistas de gestores inescrupu-losos, facilitando a contratação depessoal sem concurso, aquisição demateriais sem licitação e outras prá-ticas que ameaçam a transparênciada utilização de recursos públicos, o

que deve ser alvo de constante vig-ilância por parte da população orga-nizada.

“O Sindicato dos Médicos de Mi-nas Gerais é contrário à terceirizaçãodos serviços de saúde nos municípios,defendendo a contratação legal deprofissionais por meio de concursopúblico e vínculo empregatício (es-tatutário ou CLT), com garantia dosdireitos legítimos da categoria médica.A contratação de médicos temporari-amente e por meio de pessoa jurídicanão apenas viola os princípios consti-tucionais que regem a administraçãopública, mas ameaçam o bom desem-penho da prestação de serviço desaúde por parte do Consórcio”, dizo diretor.

Consórcios Intermunicipais de Saúde devem ser alvo de constante vigilância

Em Betim, o Sinmed-MG pro-move Ação Civil Pública em des-favor do Consórcio Intermunicipalde Saúde do Médio Paraopeba(Cismep) e do município. A açãovisa a declaração de ilegalidade dacontratação de médicos para atua-rem por meio de pessoa jurídica ede contrato temporário.

A ação é fundamentada na ino-bservância das normas que cogno-minam a legalidade, impessoalidade(e necessidade de realização de con-curso público), moralidade dos atospúblicos, demandando enérgica rea-ção em face da aludida autarquia afim de obstar práticas abusivas quesão observadas.

Ação civil pública contra o Cismep, em Betim

O que é pessoa jurídica? Pessoa jurídica é sujeito de direito

constituído pelo médico ou médicos(sociedade), podendo praticar atos devariada natureza, como assinatura docontrato ou prestar serviços. Dessa for-ma, a pessoa jurídica tem direitos pró-prios. Quem contrata a pessoa jurídicatem deveres com esse “ente”, e não como médico que presta o serviço. A pes-soa jurídica também possui deverespróprios, podendo ser responsabilizadapor atos e crimes que praticar.

Quais as armadilhas do médico setornar um pessoa jurídica?

Quem será contratado para prestaçãode serviços médicos é a pessoa jurídica, enão o médico. Logo, como pessoa jurídi-ca o médico não terá os direitos daquelescontratados com base na CLT (celetista)como férias (e seu acréscimo de 1/3),horas extras, gratificação natalina (13ºsalário), adicional insalubridade, adicionalnoturno, proteção contra despedida arbi-trária, FGTS, licença maternidade, pisosalarial, irredutibilidade de salário, entreoutros previstos na Constituição. Damesma forma, não terá os direitos do

médico concursado (investido em cargopúblico) previstos no estatuto do servi-dor (como férias, 13º salário etc.).

Tem alguma vantagem para o médicose tornar pessoa jurídica?

A vantagem é mínima, já que a pessoajurídica constituída pelos médicos tam-bém estará sujeita à incidência de tri-butos, podendo haver, inclusive, reten-ções pelo contratante. A título de exem-po, poderão incidir sobre a prestação deserviços médicos: imposto de renda(15% em média); Contribuição SocialSobre o Lucro (9%); PIS (0,65%); Cofins(3%); ISS - Imposto Sobre Serviços (va-riável de 1% a 5%); INSS (20% pessoajurídica + 11% sócio). Não podemosesquecer que verbas remuneratórias denatureza laboral (férias + 1/3, 13ºsalário) não serão pagas, minimizandobastante as vantagens de constituição deuma pessoa jurídica para prestação deserviços médicos.

O que o médico deve fazer quandorecebe uma proposta para ser tornar pes-soa jurídica?

Deve avisar o sindicato ao qual é fili-

ado, bem como às autoridades com-petentes, notadamente o MinistérioPúblico e Ministério da Saúde, para queinvestiguem e tomem as medidas ade-quadas contra conduta ilícita de tercei-rização de médicos. Conduta essa que,além de violar disposições legais conti-das na Constituição, compromete a efi-ciência na prestação de serviços públi-cos. Destaco que, quando os profis-sionais são selecionados por concursopúblico, não há privilégios ou discri-minações. Há uma escolha pautada naqualidade técnica, culminando com a efi-ciência no serviço a ser prestado, bemcomo criação de um corpo clínico coesoe articulado no qual todos os profis-sionais da área de saúde atuam para o me-lhor atendimento ao usuário do serviço.

É legal contratar um médico como pes-soa jurídica?

A contratação de prestação de ser-viços médicos não é proibida, a teor doCódigo Civil. Porém, não raro, o verda-deiro intuito de alguns gestores na con-tratação de serviços médicos por meiode pessoa jurídica é burlar deveres con-stitucionais, como o de realizar con-

ORIENTAÇÕES

MÉDICO, PESSOA JURÍDICA: SINDICATO ALERTA PARA ESSA ARMADILHA

Alexandre Ferreira

curso público previsto na Constituição,sendo tal conduta - ilegal - passível de sercontestada em sede judicial.

Como pessoa jurídica o médico setorna uma "empresa”? Sendo assim, setiver algum problema ele pode recorreraos serviços do sindicato?

A Constituição da República diz noart. 8º, II, que ao sindicato cabe a defesados direitos e interesses coletivos ou indi-viduais da categoria médica, inclusive emquestões judiciais ou administrativas.Nesse contexto, o Sinmed-MG atuará nadefesa dos interesses coletivos da catego-ria médica e não de empresários.Portanto, o o sindicato não poderádefender os interesses da pessoa jurídica.

Muitos médicos, atraídos pelas propostas dos Consórcios Intermunicipais de Saúde, têm se tornado pessoajurídica. O advogado Alexandre Ferreira, do depto. Jurídico do Sindicato dos Médicos, aprofunda o assunto

Page 4: Trabalho Médico

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2013DESTAQUE4

O programa federal “Mais Médi-cos” continua mobilizando as enti-dades médicas e os vários segmentos en-volvidos. No dia 25 de setembro, umaaudiência pública, conclamada pelaComissão de Saúde da AssembleiaLegislativa de Minas Gerais (ALMG),discutiu o assunto com entidades mé-dicas, gestores, Ministério Público,Conselho Municipal de Saúde, entreoutros. A presidente do sindicato,Amélia Pessôa, esteve presente.

O debate foi bem representativo dapolêmica sobre o assunto, com opi-niões a favor e críticas severas ao pro-

grama. As entidades deixaram bemclaro que não são contra o “MaisMédicos” mas, sim, à forma como elefoi estruturado pelo governo. O pon-to comum, entre todos, foi a neces-sidade de oferecer melhores condiçõesde trabalho aos profissionais.

Posicionamento do Sinmed-MG

A presidente do Sinmed-MG, Amé-lia Pessôa, teve importante parti-cipação no encontro, expressando aposição do sindicato sobre a questão,sendo ao final cumprimentada por

vários dos presentes.Amélia iniciou lembrando que, na

teoria, o modelo brasileiro de as-sistência à saúde (SUS) é muito bom,mas sofre de vários problemas, sendoo maior deles a falta de financiamento.

O “Mais Médicos” foi classificadopor ela como uma solução simplista eapressada, que não mexe no cerne daquestão, para um problema complexoe crônico. Também criticou a formacomo o programa chegou comopouca democrática, por meio de umamedida provisória, o que mostra afalta de planejamento do governo para

MAIS MÉDICOS

Audiência na ALMG foirepresentativa das

várias opiniões sobre o “Mais Médicos”

Debate teve presença marcante da presidente do Sinmed-MG, que mostrou o posicionamento da entidade

A Associação Mineira dos MédicosResidentes esteve representada na au-diência na ALMG pelo seu presidente,Bernardo Luiz Silva de Matosinhos.

Bernardo questionou o fato dos re-sidentes receberem bem menos doque o oferecido aos médicos do pro-grama. Atualmente, os bolsistas resi-

dentes recebem R$ 2,9 mil por mês,para uma jornada de 60 horas por se-mana na rede pública, enquanto osmédicos do programa recebem R$ 10mil. Também abordou a questão daremuneração dos preceptores dosmédicos residentes que não recebemdo governo a mais por isso. O pro-

Isonomia da bolsa e remuneração para preceptoriasão propostas dos residentes, apoiadas pela Fenam

Manifestação em Belo Horizonte

Amélia Pessôa (à dir.) apontou os principais problemas do programa

o setor saúde.Para ela, “a medida provisória

621/2013 quebra a espinha dorsalde um arcabouço jurídico que opaís demorou anos para construir,sendo um desrespeito às leis tra-balhistas”, disse.

A presidente lembrou que a questãoda remuneração e das condições detrabalho sempre caminharam juntasnas campanhas do sindicato: “O MaisMédicos representa tudo o que semprefomos contra - a falta de concurso, deum plano de carreira, de vínculos tra-balhistas; é um exemplo claro de pre-cariedade no trabalho”.

“Se os médicos vão trabalhar elesprecisam ter seus direitos garantidos.O que temos é um trabalhador pre-carizado, vulnerável, à mercê do poderdo governo. Sob o ponto de vista dapopulação não há como ter um aten-dimento de qualidade sem o vínculodo profissional e condições para eletrabalhar”, avalia.

Defendeu, como as outras enti-dades, o exame Revalida: “Vivemosnum mundo dos certificados, das vali-dações, negar isso é dar um passo paratrás”. E questionou a eficácia de umcurso de três semanas para alguémaprender a língua e conhecer a reali-dade do país.

Para ela, se o foco é a atenção bá-sica, é preciso dar oportunidade paraque os jovens se aprimorem e, não,trazer médicos de fora: “Temos muitosprofissionais que gostariam de sededicar ao SUS, mas, do jeito que ascoisas estão, acabam desistindo”.

Terminou o depoimento, fazen-do um desafio: “Proponho visitar,daqui a seis meses, as unidades desaúde que receberão os médicosdo programa. Garanto que os pro-blemas serão os mesmos. Só maismédicos não resolve”.

grama “Mais Médicos” oferece R$ 5mil para o médico preceptor à dis-tância enquanto a preceptoria daresidência é presencial.

Bernardo também manifestoupreocupação com a falta de precep-tores para supervisionar o trabalhode novos 17 mil médicos que che-garão ao mercado. “Se o número jáé insuficiente, como vai ficar ago-ra?”, questiona.

A Fenam não está alheia ao as-sunto e já entrou com ação judicialcontra a União, pedindo equipa-ração no valor pago em bolsa paramédicos residentes, em relação aovalor pago no programa “MaisMédicos”. Além de pedir a equi-paração da bolsa, a presidente daAssociação Nacional dos MédicosResidentes (ANMR), Beatriz Cos-ta, que encabeça a ação, tambémirá pleitear remuneração para opreceptor da residência.

Page 5: Trabalho Médico

5

Obras no Hospital Regional de Betim

Embora o reajuste salarial oferecidopela Prefeitura de Barão de Cocais este-ja longe de contemplar os médicos queatuam no Hospital Municipal Waldemardas Dores e no PSF, a cate-goria deliber-ou por aceitar a proposta do prefeitoArmando Verdolim Brandão.

A decisão foi tomada em assem-bleia realizada no dia 26 de setembrono município. Na questão salarial, aPrefeitura ofereceu aumento do abo-no de urgência de R$201 para R$370 ecriação do abono por produtividadepara o médico especialista de R$125para cada 30 consultas agendadas enão mais “atendidas”.

As reivindicações dos médicos foram

enviadas à Prefeitura no dia 10 de junho,contemplando, entre outros itens, pisosalarial Fenam de R$10.412; criação doPlano de Cargos, Carreira e Vencimentos(PCCV); realização de concurso públicoe reajuste no valor do plantão.

Outros ganhos

Na assembleia do dia 26, os mé-dicos avaliaram a proposta da Pre-feitura e demais questões trazidas dareunião entre representantes do sindi-cato e dos médicos com os gestores.

Foram consideradas algumas ques-tões conjunturais como a manutenção damesa de negociação e o encaminha-

mento do PCCV, que permitirá novosmomentos de debate da remuneração.

Quanto ao pagamento do adicionalde insalubridade retroativo, a as-sem-bleia decidiu, por unanimidade,encaminhar a demanda para a via judi-cial, por ação coletiva, por meio daassessoria Jurídica do Sinmed-MG.

O sindicato também aguarda o pa-recer jurídico da Prefeitura sobre o adi-cional noturno. A assembleia já deliber-ou, por unanimidade, que, se a respostafor negativa, o tema deverá ser encami-nhado também por via judicial.

A proposta da Prefeitura tambémcontemplava um convite para que osmédicos e sindicato integrem o

Grupo de Trabalho sobre o futurodo Hospital Municipal. Os profis-sionais se preocupam em acompan-har e contribuir com as discussõessobre o futuro do Hospital diante daperspectiva de queda da receitamunicipal nos próximos anos.Foram indicados para integrar ogrupo os diretores Técnico eClínico, bem como um represen-tante do Sinmed-MG.

As discussões sobre o Plano deCargos, Carreira e Vencimentos e rea-lização do concurso público irão con-tinuar entre o Sinmed-MG e osgestores em próxima reunião, a seragendada.

Depois de várias denúncias, Prefeitura deBetim implementa medidas de segurança

Em Betim, os avanços estão sendoobtidos na Mesa de Negociação Per-manente do SUS, onde o Sinmed-MG érepresentado pelo diretor César Mi-randa dos Santos.

Depois de várias denúncias, a Pre-feitura está investindo na questão dasegurança, um dos itens da pauta dereivindicações dos médicos no mu-nicípio. Recentemente foi aprovado ocercamento do entorno do estacio-namento do Hospital Público Re-gional Professor Osvaldo Franco.As medidas de segurança incluem,além das grades, portão, cancelas eguaritas, um sistema informatizadoque enviará as informações da en-trada do estacionamento direto paraa recepção.

O local era palco constante dearrombamento de carros e furtos,sendo os médicos as principais ví-timas. Alguns chegavam a tirar ojaleco para não serem identificados.A situação piorou depois do seques-tro relâmpago de uma pediatra ocor-rido no último dia 29 de junho, nolocal. O estacionamento continuarágratuito, segundo afirmaram os re-presentantes da Prefeitura na Mesade Negociação Permanente.

BETIM

Proposta salarial não atende, mas diálogo avança em relação a outras conquistas

BARÃO DE COCAIS

Estudo realizado pela psicó-loga da UFMG, Renata Cristina deSouza Ramos, recentemente di-vulgado, mostra que os profis-sionais da saúde têm dificuldadede lidar com o atendimento devítimas da violência.

A pesquisa foi realizada em 58unidades de atenção primária deRibeirão das Neves. As 316 entre-vistas demonstraram um ambienteem que a violência se faz presenteno cotidiano. Entre os entre-vista-dos, 58,2% afirmaram ter co-nhecido alguém que foi assassinado.

Segundo a psicóloga, embora oíndice de violência e homicídiosna região seja alto, a ficha de noti-ficação, que é de preenchimentoobrigatório para encaminha-mento às secretarias municipais,costuma não ser preenchida, pormedo ou despreparo dos profis-sionais. O prenchimento é impor-tante para dimensionar os índicesde violência no município, em-bora a prevenção demande umconjunto de fatores.

Violênciaassusta profis-

sionais

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2013LUTAS SINDICAIS

UAI Teresópolis

A Prefeitura também apresentou namesa do SUS um plano piloto de segu-rança envolvendo a UAI Tere-sópolis.Situada em área de risco, os fun-cionários da UAI são vítimas con-stantes de problemas de violência eagressões, o que gera estresse e inse-gurança nas equipes.

Desde 2010, o sindicato e osmédicos vinham denunciando a situa-ção precária da UAI Teresópolis, comsituações como troca de tiros dentroda unidade, falta de controle na en-trada e na saída de veículos e usuários,o que tem levado a furtos constantes;

sem falar das frequentes ameaças queos médicos sofrem durante os atendi-mentos.

Entre as medidas apresentadasestão o controle de entrada e saída deveículos do estacionamento e de fun-cionários e usuários; colocação degrades nas janelas, sistema de vigi-lân-cia por câmeras e de instalação de ilu-minação nas áreas externas.

Segundo o diretor César M. Santos,o Sinmed-MG estará atento para queas medidas de segurança sejam real-mente implementadas o mais rápidopossível, e estendidas às demais uni-dades, conforme promessa da pró-pria Prefeitura.

RIBEIRÃO DAS NEVES

Page 6: Trabalho Médico

Indignados, os médicos ouviram emassembleia geral extraordinária realizadadia 8 de outubro, no Sindicato dosMédicos de Minas Gerais, o retorno daPBH sobre a questão do Plano deCargos, Carreira e Salários: a Prefeituranão tem dinheiro para aprovar a propos-ta de PCCS.

Elaborada pelo Sinmed-MG, jun-tamente com médicos da Comissão deMobilização da PBH, a proposta estavanas mãos dos gestores desde o dia 12 deagosto para avaliação. A mudança noPlano de Carreira foi uma promessa decampanha, como uma forma de com-pensar a categoria pelas perdas salariais.Na hora “h”, a Prefeitura deu para trás!

A postura intransigente da Prefeitura foiuma decepção para todos.

O diretor Samuel dos Reis Garciarelatou que os gestores apresentaram umestudo sobre os impactos da proposta dacategoria, mostrando que sua imple-mentação geraria um aumento de R$ 400milhões, dobrando os gastos com osmédicos, em um orçamento atual de R$2 bilhões para toda a área de saúde (pes-soal e insumos).

O diretor André Christiano dos San-tos destacou que o item mais concretoapresentado pelos gestores foi uma grat-ificação atrelada aos resultados doPrograma Nacional de Melhoria doAcesso e da Qualidade da Atenção

PBH não cumpre o que prometeu em relação ao PCCS

PBH

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 20136 LUTAS SINDICAIS

Básica (PMAQ) para os médicos da áreabásica. A gratificação seria proporcionalà carga do médico e também ao resul-tado alcançado pela equipe no PMAQ.Poderia chegar, no máximo, a R$ 4.800 acada seis meses para o médico comcarga horária de 40 horas semanais, casoa equipe atingisse avaliação de 100%.

Os diretores incentivaram os mé-dicos a participarem das conferênciaslocais e distritais de saúde, encontrospreparativos para a ConferênciaMunicipal de Saúde, dias 28, 29 e 30de novembro, em Belo Horizonte(veja entrevista com Ederson Alves daSilva, presidente do Conselho Muni-cipal de Saúde). A próxima assembleiada categoria foi marcada para o dia 23de outubro.

Demais itens da pauta

Concurso público: a Prefeitura secomprometeu a publicar o edital entrejaneiro e fevereiro de 2014.

Reclassificação das Unidades deSaúde: os gestores apresentaram umnovo cronograma - das 147 unidadesbásicas de saúde, 32 subiriam um nívelreferente à reclassificação de risco dasunidades. A alteração seria dividida emtrês etapas (janeiro, maio e julho), adepender do resultado da avaliação das

equipes no PMAQ - projeto do gover-no federal que tem como objetivo ampli-ar o acesso e promover a melhora daqua-lidade da atenção básica de saúde,garantindo um padrão comparável na-cional, regional e localmente.

Internet lenta: gestores disseram queo problema da internet já está sendoresolvido. Segundo eles, todas asunidades de saúde da PBH já contamcom pelo menos 1 mega de velocidade.

Impressoras: a PBH apresentou umprograma de substituição dos equi-pamentos. Disse que vai contratar umaempresa para fornecer as impressoras eos insumos, como tonner e papel, ecuidar da manutenção. Manteve, noentanto, a lógica do compartilhamento.A proporção seria de uma impressoracom senha para cada cinco consultórios,dependendo do espaço físico das uni-dades de trabalho.

Progressão por escolaridade: APrefeitura disse que vai apresentar embreve uma solução para reconhecer oscursos feitos à distância na progressãopor escolaridade.

Acompanhamento do Manchester:já existe um documento pronto sobreo assunto.

O Sinmed-MG denunciou àimprensa a falta de respeito e com-promisso da Prefeitura de BeloHorizonte com os médicos e asaúde da população. Para piorar oquadro caótico de falta de mé-dicos, além da precariedade e au-sência de estrutura física, leitos esubsídios para a Saúde, a PBH tevemais uma iniciativa arbitrária: estádemitindo alguns médicos que játrabalham nas unidades de saúdebásica para dar lugar aos profis-sionais estrangeiros selecionadosno programa “Mais Médicos”. E omais grave: não está colocando

esses médicos nos centros desaúde que realmente precisam deprofissionais. A denúncia foi feitapor uma médica demitida doCentro de Saúde Cachoerinha.

Diante da gravidade do fato, oSinmed-MG informa que já pro-tocolou a denúncia contra a de-missão de médicos no Ministé-rio Público e no Ministério daSaúde.

Enganar o povo

A Prefeitura insisti em gas-tar com propagandas engano-

sas no rádio e TV para mostrarque a saúde da capital mineiraanda a mil maravilhas. Mas arealidade é outra:

A PBH diz que ampliou arede para 11 UPAs, com 7novas unidades: essa é umapromessa da outra gestão e sóagora algumas obras estão co-meçando, mas com muito atra-so. E, com isso, centenas depessoas continuam esperandohoras nos corredores das uni-dades, sem ter vagas e profis-sionais para atender;

A Prefeitura fala sobre ainauguração de um novo hos-pital mas não cumpre a promes-sa. As obras estão completa-mente paradas;

PBH prometeu construção denovos centros de saúde: entretanto éuma inverdade, pois não há novasunidades para a população;

Promessa de novos profissionais:essa é a grande inverdade e ela estádemitindo os que estão aí. Com a faltade médicos, mais de 500 mil pessoasestão desassistidas em BH.

Denúncia: PBH substitui médicos dos postos por outros do “Mais Médicos”

Assembleia do dia 8 de outubro no sindicato

Page 7: Trabalho Médico

ENTREVISTA

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2013 7LUTAS SINDICAIS

Estamos às vésperas de uma novaConferência Municipal de Saúde. Quetemas serão prioritários?

O tema da conferência será “Aces-so, qualidade e transparência na Aten-ção a Saúde em Belo Horizonte paraconstrução do Plano Municipal de Saú-de, período de 2014 a 2017”. As nos-sas conferências já iniciaram com ascomissões locais (11 a 26/10), a distri-tal vai de 1 a 18/11 e a municipal acon-tece dias 28,29 e 30/11. É muitoimportante que todos participem des-se espaço – médicos, trabalhadores,usuários, população. Vão ser discutidosos principais problemas que afetam apopulação e os profissionais da áreadesde a falta de equipes, o atendimento,financiamento do sistema até o controlesocial. Sentimos que ainda falta umenvolvimento maior de todos.

Qual a importância dessas reuniões?O Plano Municipal de Saúde para os

próximos quatro anos (gestão 2014 a2017) é elaborado a partir dessas reu-niões. O prefeito tem o compromisso deexecutar o que o que for deliberado naConferência Municipal de Saúde e vaiser cobrado por isso.

Como o sr. avalia a atuação da PBHem relação à valorização dos profis-sionais?

Acho que a saúde tem melhorado emBelo Horizonte, mas infelizmente aindanão é o que a população almeja. Para ter-mos um atendimento de qualidade é pre-ciso valorizar os profissionais do SUS,melhorar os salários, até para atrair novosprofissionais. No caso dos médicos, elesestão ganhando abaixo de outros merca-dos. Além de faltar profissionais, a estru-tura de saúde também não é adequada,faltam medicamentos, falta transporte, osexames são demorados.

O sr. disse que a Saúde já melhoroubastante, o que falta para atingir umnível satisfatório?

Falta compromisso da Prefeitura coma Saúde. Junto com a educação, a saúdedeve ser prioridade dos gestores emqualquer escala.

Como vê a participação do Sindicatodos Médicos no Conselho Municipal deSaúde?

Hoje, o Sindicato dos Médicos émuito atuante dentro do Conselho , napessoa do dr. André Christiano dosSantos e, agora, também do dr. Samueldos Reis Garcia. É importante que omédico mostre a sua realidade para ousuário, mostre para a população porqueo atendimento não está adequado, porque faltam médicos, a consulta demoraetc. O usuário é leigo nessa discussão.Ele vê que o atendimento não é ade-quado, mas muitas vezes não sabeporque. É preciso que o médico seenvolva mais com a população, escute ousuário, humanize o atendimento e tam-bém se aproxime mais da equipe. OConselho é um espaço importante, omédico não pode ficar de fora de jeitonenhum dessas discussões.

O Conselho tem se posicionado a favordo programa “Mais Médicos”. Gostariaque o sr. falasse sobre isso.

Essa é uma discussão muito polêmi-ca. Primeiramente, o programa veiocom o objetivo de preencher as vagasnas periferias e interior do estado. Então,a preferência é para o profissionalbrasileiro. Não preenchendo a vaga vaipara os médicos estrangeiros. O CMSde BH ainda não fez uma discussãoespecífica sobre o assunto, mas aplenária de usuários foi chamada e tirouuma deliberação favorável ao programa.O entendimento é que o importante éter um médico para salvar vidas, nãoimporta de onde ele venha, e mesmoque seja em detrimento da qualidade.Então nós apoiamos essa decisão porrespeito à população. Por outro lado,acho que o salário oferecido aos médi-cos efetivos do SUS é um grande desre-speito, agora pior ainda se comparado

Conselho Municipal de Saúde: um espaço para discutir a problemática da saúde em BH

O “Trabalho Médico” conversou com o presidente do Conselho Municipal de Saúde (representa os usuários), Ederson Alves da Silva, sobre aConferência Municipal de Saúde e sobre a posição do Conselho na questão da saúde em Belo Horizonte e programa “Mais Médicos”

Atenção Primária em SaúdeAssistência FarmacêuticaSaúde MentalAtenção em Saúde BucalVigilância à SaúdePromoção de Saúde e Ações IntersetoriaisAtenção Especializada em SaúdeContratos e ConvêniosServiços de Urgência

e EmergênciaGestão do Cuidado em RedesAtenção à Saúde do TrabalhadorEducação Permanente e Qualificação ProfissionalGestão do Conhecimento e do TrabalhoPlanejamento, Financiamento e LogísticaControle Social

Principais eixos da ConferênciaMunicipal de Saúde – Belo Horizonte

Mesa diretora do Conselho Municipal de Saúde, com o presidente Ederson (à dir.)

com o que está sendo oferecido para osmédicos de fora. Da forma como está, oprofissional do SUS não vai ficar no sis-tema público, vai querer ir para a inicia-tiva privada.

As entidades médicas têm batido natecla que não adianta ter o médico se elenão tem condições para trabalhar?

Acho que a realidade de cada mu-nicípio é diferente. Uns têm estruturae não têm profissionais e outros nãotêm estrutura para acolher um médicoestrangeiro. Não adianta colocar um

profissional para trabalhar sem teruma estrutura e uma equipe adequada.O médico sozinho não vai conseguirtrabalhar. Acho que esse é um planoemergencial, mas a situação só vairesolver quando houver maior in-ves-timento do governo na saúde e naeducação, inclusive com a abertura denovas escolas públicas de Medicina,para formar cidadãos brasileiros quepossam atender à população. Hojeinfelizmente o curso de Medicina émuito caro, restringindo o acesso àmaioria dos trabalhadores.

Acesso, qualidade e transparência na:

Page 8: Trabalho Médico

O sindicato está propondo açãocoletiva de cobrança em face daAdministração Pública de NovaLima, pleiteando o pagamento doadicional de insalubridade dosprofissionais médicos contratadospelo regime de CLT (concursopúblico), no período anterior a2012, bem como eventual diferençana base de cálculo da verba.

O adicional de insalubridade éum direito de todos os servidoresque trabalham em condições insa-lubres, submetendo-se a agentes

prejudiciais à saúde. Entretanto a Administração Pú-

blica de Nova Lima somente passoua efetuar o pagamento a partir de2012, prejudicando, assim, os ser-vidores médicos que laboram con-stantemente em ambientes in-salu-bres sem receber a verba devida. “Oobjetivo da ação é beneficiar osprofissionais médicos que traba-lham no município e que têm direitoao benefício”, explica o diretorJurídico do Sinmed-MG, ArturOliveira Mendes.

Sindicato acompanha situação dos plantonistas de João MonlevadeApós as constantes ameaças de

demissão em massa dos profissionais darede pública de saúde de João Mon-lev-ade, médicos reuniram-se em assem-bleia geral, dia 1º de outubro, junta-mente com a diretoria e assessoriajurídica do Sinmed-MG.

Na mesma data da assembleia, odiretor do sindicato, Eduardo Filgueiras,e o presidente da Associação Médica deJoão Monlevade, Manuel Furtado,reuniram-se com representantes da Pre-feitura para tratar do assunto, principal-mente após a publicação, dia 18 desetembro, de um edital de credencia-mento para médicos plantonistas doPronto Atendimento Municipal.

Atualmente cerca de 30 médicos tra-balham no serviço municipal de JoãoMonlevade em plantões de clínica epediatria. Os médicos são contratadospelo Regime CLT e, em função deTermo de Ajustamento de Conduta do

JOÃO MONLEVADE

Atenção, médicos de Nova Lima:ação coletiva para pagamento de

adicional de insalubridade

NOVA LIMA

Depois de receber denúncias dosmédicos do Hospital e MaternidadeSão Vicente de Paulo, de Ipanema,cidade da região do Rio Doce deMinas Gerais, o Sindicato dos Mé-dicos se mobilizou e realizou duasreuniões, dias 15 e 22 de agosto, coma presença do diretor, EduardoFilgueiras, e do promotor José Bor-ges Teixeira Júnior, da Promotoriade Justiça da Comarca local.

O diretor do sindicato relatou aopromotor que a situação do hospital épreocupante, devido ao prejuízo finan-ceiro que se acumula em função dodéficit operacional da entidade hospita-lar gerando inclusive a falta de paga-mento dos honorários. Destacou osprejuízos que isso poderá trazer paraos médicos e população. “A dis-posição da mantenedora do hospitalera fechar o hospital se não houvesse

complementação de recursos porparte do poder público – tanto domunicípio de Ipanema quanto deoutros vizinhos”, destaca.

Mostrando-se preocupado com asituação, o Ministério Público for-mou um grupo de trabalho para bus-car solução quanto ao financia-mento do hospital, evitando assim onão pagamento dos honorários e ofechamento da unidade.

Com a intervenção do MinistérioPúblico, o Sinmed-MG espera quehaja uma proposta efetiva para solu-cionar a complementação de recur-sos quanto ao financiamento do hos-pital. O sindicato destaca que vaiacompanhar o trabalho da co-missãoe continuar a luta em defesa da dig-nidade do trabalho dos mé-dicos epor um atendimento de qua-lidade àpopulação de Ipanema.

Em Ipanema, Sinmed-MGaciona Ministério Público embusca de soluções para o

Hospital São Vicente de Paulo

IPANEMA

Somente terão direito a requerer obenefício os médicos sindicalizados eem dia com o pagamento das con-tribuições sindical e social. Os custos dedespesas processuais extras ficarãosob a responsabilidade do médico.

Procure o sindicato para pro-mover a atualização de seus dados everificar se está em dia com as con-tribuições (departamento Jurídi-co -telefone (31) 3241- 2811 - falar comRosemeire).

Como requerer o benefício

Segundo a Prefeitura, para atenderrequisito de convênio com o Estadono atendimento de urgência e emer-gência, o município deve demitir osprofissionais contratados em regimede CLT e chamar novos profissionaisem contrato administrativo até que aregularização de seu vínculo seja feitapor concurso.

Os gestores explicaram que, porocasião das exonerações, os profissio-nais terão direito às verbas rescisóriasproporcionais exceto o FGTS, uma

vez que, por dispositivo de lei muni-cipal que regulamenta a contrataçãopelo regime CLT, o município nãodeveria fazer o recolhimento de FGTSpara os contratados. Assim sendo, mes-mo tendo quantia em conta, a multarescisória não será paga. Disseramainda que, em função da alta rotati-vidade de médicos, não estabeleceuainda o prazo de encerramento do edi-tal de credenciamento para plantonistas.

“O certo é que enquanto não hou-ver inscritos no edital de cre-dencia-

mento, os médicos lotados no PA nãoserão demitidos, fato que agravariaainda mais a condição atual de carênciade profissionais para cobrir as escalasde plantão”, explica Filgueiras.

Em relação ao convênio com oEstado que requer a demissão dosprofissionais contratados em regimede CLT, o Sinmed-MG destaca quevai avaliar o que a lei preconiza paraque não haja nenhum prejuízo para acategoria e vai acompanhar o casode perto.

Sinmed-MG esclarece direitos dos médicos que serão exonerados

município com o Ministério Público(MP), estão entre os servidores munici-pais que deverão ser demitidos em vistados contratos irregulares.

Em João Monlevade, não existe umplano de cargos e salários para a categoria ea Prefeitura afirma que pretende implemen-tá-lo no próximo ano. “Esse é o momento

para influenciarmos na elaboração desseplano, assegurando o cargo de médico ecarreira dos profissionais no municí-pio”, avalia Eduardo Filgueiras.

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2013 8 LUTAS SINDICAIS

Page 9: Trabalho Médico

Médicos da rede pública de saúdede São João del Rei reuniram-se, no dia30 de setembro, com o diretor deDefesa Profissional do Sinmed-MG,Eduardo Filgueiras, na AssociaçãoMédica do município. Insatisfeitoscom os baixos salários e desvalo-riza-ção profissional, eles enviaram umdocumento solicitando a intervençãodo sindicato junto aos gestores.

Durante a reunião, os médicos mos-

traram-se muito desmotivados com odescompromisso, por parte dos ges-tores, e com a falta de estrutura para aSaúde. Desde 2009, após campanhasalarial da categoria, os médicos de SãoJoão del Rei receberam uma propostaque previa o aumento salarial escalonadoa ser pago em janeiro de 2010, 2011 e2012 e a redução do número de consul-tas/dia de 11 para 8.

Entretanto, em 2010, o projeto foi reti-

rado da pauta de votações da CâmaraMunicipal sem dar nenhuma satisfação àcategoria e ao Sinmed-MG que estava àfrente das negociações. A alegação daPrefeitura era de que o orçamento domunicípio já estava comprometido e porisso não havia verbas suficientes paraaprová-lo. E, desde então, nenhum rea-juste salarial foi concedido à categoria.

As condições de trabalho tambémpreocupam. Os médicos relataram, entre

outras situações, a degradação dos postosde saúde com sérios problemas estru-turais; a carência de recursos materiaispara o bom andamento da assistência;precariedade de medicamentos e examese dificuldade de encaminhar pacientes.

O sindicato já solicitou uma reunião àSecretaria Municipal de Saúde, com oobjetivo de levar os problemas relatadospelos médicos e pedir uma propostaurgente para a categoria.

MP visita Hospital Municipal de ContagemPor sugestão do Sinmed-MG, o pro-

motor de Saúde, Fabiano MendesCardoso, fez uma visita ao HospitalMunicipal José Lucas Filho, emContagem. “O objetivo era que o MPviesse a conhecer de perto a realidadeassistencial no hospital que atende nãoapenas a Contagem, mas também é refe-rência de Brumadinho e Sarzedo”, expli-ca o diretor Eduardo Filgueiras, queacompanhou a visita.

No hospital, o promotor foi cicero-neado pelos médicos Claúdio Rocha eClaúdio Tannus, respectivamente anes-tesista e coordenador da cirurgia geral doHMC, conhecedores da realidade assis-tencial da casa, uma vez que são médicosefetivos lá lotados desde a fundação daunidade.

A visita foi concluída com uma reu-nião com o diretor geral, FernandoEustáquio Palhares, e gerente administra-tiva do hospital, Olivia Fernandes Bon-fim, quando informações estruturais, definanciamento e de necessidade de pes-soal foram apresentadas.

O diretor Eduardo Filgueiras destacaque a visita foi mais uma ação de defe-sa profissional do direito social de as-sistência, pois permitiu a aproximaçãoda categoria com o MP; permitiu aoMP conhecer de perto o que se passano hospital e suas necessidades; for-taleceu a resistência que tem sido ofere-cida à implantação do ConsórcioIntermunicipal de Saúde do MédioParaopeba (Cismep) em Contagem; evi-denciou que a escassez de médicos éum grande problema e apontou que asolução é a valorização do trabalho.

O diretor do hospital, Fernando

CONTAGEM

Em São João del Rei, médicos retomam luta por melhorias SÃO JOÃO DEL REI

Promotor (de terno) com representantes do Hospital, médicos e sindicato

No dia 2 de outubro, o diretorde Campanhas do Sinmed-MG,Jacó Lampert, acompanhado domédico Bruno Chamone, da Pre-feitura de Contagem, entregou aosecretário de Saúde do município,Ricardo Faria, uma proposta dereestruturação do Plano de Car-gos, Carreira e Salários já existenteno município.

O documento foi elaborado poruma comissão de médicos de Con-tagem, que se debruçaram sobreoutros modelos para sugerir al-ter-

ações no plano em curso. Os médi-cos se reuniram no sindicato aolongo de várias semanas bus-candoa melhor solução. Essa participaçãofoi muito importante e fundamentalpara que o plano reflita realmente arealidade do município.

A proposta apresentada contem-pla os médicos da atenção básica ehospitalar, geridas pela Prefeitura. Aescala valoriza tanto a dedicação etempo de trabalho do profissional,como seus esforços no quesito es-colaridade e qualificação profis-

sional. O retorno da Prefeitura deveacontecer em um mês.

Segundo os médicos, a situaçãoem Contagem é muito preocupante.Vários profissionais estão deixandoo município e no último concursorealizado, no início do ano, o nú-mero de candidatos foi inferior aonúmero de vagas. Os motivos são,principalmente, os baixos salários econdições de trabalho. O plano su-gerido, se aprovado, será um grandeimpulso para melhorar a situação dasaúde no município.

Eustáquio, avaliou a visita como muitopositiva: “Acho muito importante essainteração entre sindicato, MP, profis-sionais de saúde, população e gestores

para que novas ideias surjam e o debateseja ampliado, sempre tendo como obje-tivo constatar e buscar soluções para osproblemas existentes”.

Médicos entregam Plano de Cargos e Salários ao secretário

Alguns problemas relatados ao

promotor de Saúde:

Deficit de leitos no bloco cirúr-gico, com pacientes permanecendoentubados por vários dias.

O setor neonatal funciona emespaço provisório há mais de 4anos, com superlotação e falta deequipamentos.

Residentes trabalhando sem pre-ceptoria, por falta de mão de obra.

Problema sério de excesso de RPAs.

3.500 pacientes na lista de esperapara cirurgia eletiva.

Problemas de estrutura como tetocaindo e chuva dentro do hospital,equipamentos quebrados e falta dematerial, inclusive para lavar as mãos.

9LUTAS SINDICAIS TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2013

Page 10: Trabalho Médico

LUTAS SINDICAIS TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 201310

Melhorias estão em andamento mas ainda não foram concretizadas

Mesa contou com presidentes da entidades e gestores

Uberlândia: MP suspende processo seletivo e médicos aguardam concurso

Continua o impasse na gestão dasaúde em Uberlândia. Após váriasreuniões entre Ministério Público doTrabalho, Ministério Público Estaduale Fundação Maçônica Manoel dosSantos houve a assinatura de um Ter-mo de Ajustamento de Conduta (TAC).

O processo de mudanças na gestãoda Saúde no município previa a trans-ferência dos servidores, incluindo a cate-goria médica, da Fundação MaçônicaManoel dos Santos para a Fundasus(Fundação Saúde de Uberlândia). Umadas exigências é que a Fundasus seja umaentidade de natureza público e nãopúblico-privada.

Entre outras medidas, o TAC can-celou o processo seletivo que estava emandamento. Segundo a médica pediatraSandra Márcia de Faria, diretora deInterior e Regionais do Sindicato dosMédicos de Minas Gerais, vários fatoreslevaram ao cancelamento: “O principalseria a demissão em massa de cerca de2.300 funcionários. A Prefeitura nãoconseguiu fazer acordo para que essasdemissões ocorressem, alegando falta deverba para o pagamento à vista de todasas multas”.

Os gestores foram orientados arealizar um concurso público no

A diretora Sandra Márcia explicaque duas unidades de saúde e 21PSFs continuam sendo adminis-trados pela Missão Sal da Terra,com a qual foi realizado um acor-do coletivo.

No entanto a situação dos médi-cos do Hospital Municipal, adminis-trado pela Associação Paulista parao desenvolvimento da Medicina(SPDM), permanece sem solução.

Em fevereiro deste ano, o sindi-

cato entrou com uma ação coletivacontra várias irregularidades traba-lhistas da SPDM, na tentativa de re-gularizar o pagamento dos médicosque atuam no hospital. Tambémreivindica o acerto de direitos cole-tivos que são sonegados como a dife-rença de adicional noturno, paga-mento em dobro dos feriados, aplica-ção de acordo coletivos, pagamentode horas extras, entre outros. O acor-do ainda não foi feito.

O Sindicato dos Médicos (Sinmed-MG), a Associação Médica de MinasGerais (AMMG) e o Conselho Regionalde Medicina (CRM) promoveram umasemana de atividades em homenagemaos 47 mil profissionais atuantes do esta-do. O sindicato esteve representado, emtodas as mesas do evento, pela presi-dente Amélia Pessôa e diretores.

A entidade parabeniza os médicosescolhidos como “Personalidade Médica2013”; os 23 “Médicos Mineiro emDestaque”, láurea concedida àqueles que sedestacaram no exercício digno da Medicinano interior do estado; e os 174 médicos lau-reados como “Jubilados de Ouro”, umreconhecimento pelas suas trajetóriasdurante cinco décadas de Medicina.

UBERLÂNDIA

Sindicato participa das homenagens na Semana do MédicoDIA DO MÉDICO

SPDM ainda sem acordo próximo ano, quando também de-verá fazer as demissões dos fun-cionários e o pagamento à vista dasrescisões trabalhistas. Enquanto isso,a orientação do TAC é que a Pre-feitura faça o pagamento dos saláriosdiretamente para os funcionários enão mais por meio da Funda-ção Maçônica.

Situação em geral

Ao avaliar a saúde no município, adiretora Sandra Márcia de Faria disseque existe a expectativa de implan-tação de vários projetos como o Samu,

Personalidades Médicas 2013

Atividade Associativa / Defesa Profis-sional: Benedictus Philadelpho de Si-queira; Atividade Científica: Cristina deAbreu Ferrari; Atividade Clínica: Már-cio Ibrahim de Carvalho; AtividadeDocente: Marcos Carvalho de Vascon-celos; Atividade Saúde Pública: Antô-nio Jorge de Souza Marques.

Médicos Mineiros em Destaque 2013

Adahilton de Campos Bello – Bar-bacena; Adelino Moreira de Carvalho -Alfenas; Antônio de Pádua Rodrigues -Carangola; Aureliano Pimenta -Curve-lo; Décio Tavares Soares - Ouro Preto;Euclides Garcia de Lima Filho - São

João Del Rey; Eurípedes Barbosa Mo-raes - Varginha; Gilson Brandão Vieira- Monte Carmelo; Homero Afonso deMagalhães - Governador Valadares;Hugo Campos Borges - Juiz de Fora;Jadergudson Freitas - Formiga; JoãoBosco Ottoni Porto - Pedro Leopoldo;João Virgilino Vieira - Teófilo Otoni;José Damásio de Melo - Conselheiro La-faiete; José Luiz Gomes da Silva - Poçosde Caldas; José Luiz Scaglioni Filho -Itabira; Lúcio Moraes Lanziere - Cata-guases; Luiz Adauto Gomes - Ituitaba;Luiz Alberto Murta Peixoto – Alme-nara; Marino Andrade Braga - JoãoMonlevade; Nermeval Ramos de Mo-raes - Pará de Minas; Neuza MariaDuarte de Castro - Uberlândia; WaldirSilveira Duarte - Unaí.

Daniel Nunes

construção de três Unidades dePronto Atendimento (UPAs), novosPSFs e o Consórcio Intermunicipal deSaúde. “Como esses projetos estão emandamento, não houve grandes reper-cussões ainda para o médico e a popu-lação”, diz.

Sobre as equipes incompletas, elainforma que houve uma melhora nacobertura das escalas, mas os salárioscontinuam baixos: “Os médicos tiveramapenas a reposição da inflação ( 6,5%),reajuste menor do que foi dado aosservidores municipais (10%)”.

Page 11: Trabalho Médico

Reunião, no Sinmed-MG, resultou na realização do encontro em novembro

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2013 11MEDICINA

Sindicato amplia rela-cionamento com enti-

dades estudantis

Dentro da proposta da nova di-retoria, de aproximação com os es-tudantes de Medicina, o Sindicatodos Médicos de Minas Gerais pro-moveu, no dia 17 de setembro, umencontro com representantes de or-ganizações estudantis.

Participaram, pelo Sinmed-MG,os diretores de Relação com Aca-dêmicos, de Defesa Profissional e dePesquisas e Projetos, respectiva-mente César Miranda dos Santos,Eduardo Filgueiras e José SérgioCarriero Junior.

Pelas entidades estudantis, es-tavam presentes representantes deCentros e Diretórios Acadêmicos daUFMG, UFOP, Ciências Médicas-MG, Faseh, Faminas e UNI-BH e daDireção Executiva Nacional dosEstudantes de Medicina (Denem).Também participaram representan-tes da Sociedade de Acadêmicos deMedicina de Minas Gerais (SAMMG),Departamento Acadêmico da As-sociação Médica de Minas Gerais.

O diretor César Miranda des-tacou que o objetivo da reunião eraconsolidar o diálogo com os es-tudantes presentes e suas enti-dades. O diretor José Sérgio, queteve uma grande vivência no mo-vimento estudantil, falou do desejode tornar o sindicato um espaço dediscussão e formação política tanto

para os estudantes quanto para osmédicos. Eduardo Filgueiras falouque é importante que o estudantesaiba da existência do sindicato,reforçando que esse é um objetivoda nova diretoria.

Entre os temas de interesse co-mum entre sindicato e estudantesforam destacados a valorização domédico que está com a imagem dis-torcida perante a sociedade; a dis-cussão sobre o Programa “MaisMédicos”; a necessidade de trans-formação do currículo dos cursosde Medicina, com foco na atençãobásica e urgência e emergência; e aimportância da questão do tra-balho em equipe e multiprofis-sional.

Compreendeu-se que sindicato eos presentes têm uma luta em con-junto que é a defesa e a cons-trução do SUS como Sistema Na-cional de Saúde: Público, Gratuitoe de Qualidade para todos.

Vinicius Neves, coordenador geralda Denem, destacou que a entidadevê o sindicato como um dos prin-cipais parceiros, principalmente noaspecto da luta pela melhoria dasaúde pública. Ao final, definiu-sepela construção de uma agenda con-stante de encontros para debatertemas relacionados à Saúde, Edu-cação e Trabalho.

Sindicato e Denem promovem encontropara discutir Atenção Básica em Saúde

Participe desse debate!

Já como fruto da aproximaçãoentre o sindicato e as entidadesestudantis, no dia 9 de novembrohaverá um encontro para debater otema “Atenção Básica em Saúde -Interface entre a Educação Médicae o Mundo do Trabalho - Qual seráa nossa orientação?”

O evento, organizado pelo Sin-med-MG e pela Denem, acontecena nova sede do sindicato (Av. doContorno – 4.999, bairro Serra,Belo Horizonte – MG). Como for-ma de organizar melhor o espaço,precisamos da confirmação de pre-sença até o dia 7 de novembro.Inscrições pelo email: [email protected], colocando o no-me completo, CRM, email e te-lefone para contato; ou por tele-fone: (31) 3241-2811- ramal 7- falar

com Myrelle. Participe conoscodesse debate!

Debatedores:

Artur Oliveira Mendes - Médicode Família e Comunidade, DiretorJurídico do Sindicato dos Médicosde Minas Gerais (Sinmed-MG),Preceptor da Residência em Me-dicina de Família e Comunidade doHC-UFMG, ex-Presidente da As-sociação Mineira de Medicina deFamília e Comunidade.

Vinicius Neves - Estudante deMedicina da UFOP (UniversidadeFederal de Ouro Preto), Coor-denador Geral da Denem (DireçãoExecutiva Nacional dos Estu-dantes de Medicina)

EVENTOS

Estudantes da UFMG e Faseh

Estudantes conhecem o sindicato

Dando continuidade ao programa devisita de acadêmicos, o sindicato rece-beu, dia 16 de setembro, estudantes do 5ºperíodo da UFMG e do 3º período daFaseh, acompanhados respectivamentedos professores Carlos Molinari e Aris-

tides José Faria. Foram anfitriados pelodiretor José Sérgio Carriero Junior epela comunicação do sindicato, quefalaram sobre a atuação da entidade esua importância para a defesa do tra-balho médico.

PROGRAMA DE VISITAS

Fotos: Clóvis Campo

Page 12: Trabalho Médico

O Sindicato dos Médicos de MinasGerais, por meio do seu representanteno Conselho Municipal de Saúde, AndréChristiano dos Santos, está buscandojunto à Prefeitura de Belo Horizonteuma solução para a questão da emissãode atestado de óbito pelos médicos defamília que atuam nos postos de saúde.

O assunto foi aprofundado emplenária do Conselho, dia 26 de se-tem-bro, com a presença de usuários, repre-sentantes da Prefeitura, do CRM e dosindicato. Participaram, pela PBH, osecretário adjunto de Saúde, FabianoPimenta, e a gerente dos serviços deurgência e emergência, Paula Martins.

André Christiano conta que a dis-cussão começou na mesa SUS, sendodepois levada para o Conse-lho. Eleexplica que o grande pro-blema é

Implantado pelo Ministério daSaúde em 1976 com um modelopadronizado para todo o territórionacional, o Documento de Óbito(DO) cumpre, na prática, duasimportantes funções. A primeira éser fonte de informações sobre amortalidade da população, pos-sibil-itando a criação de estatísticas a esserespeito e a elaboração de políticaspúblicas de saúde. A se-gunda, decaráter jurídico, é a de ser o docu-mento hábil para a liberação, peloscartórios de Registro Civil, da cer-tidão de óbito.

Para orientar os médicos, oConselho Federal de Medicina edi-tou, em 2006, uma cartilha infor-mativa inteiramente dedicada àDeclaração de Óbito e aos pro-cedimentos inerentes ao docu-mento ( www.portalmedico.org.br/arquivos/cartilha_do_cfm_ms.pdf)

TRABALHO MÉDICO SETEMBRO/OUTUBRO 2013ENDEREÇO PARA DEVOLUÇÃO: Sindicato dos Médicos de Minas Gerais – Sinmed-MG

Avenida do Contorno, 4999 – Serra - CEP: 30.110 921 - BH - MG

ESPECIAL12

Sindicato discute questão da emissão de atestado de óbito nos postos de saúde

ATESTADO DE ÓBITO

MUDOU-SEENDEREÇO INSUFICIENTENÃO EXISTE O Nº INDICADOFALECIDO

DESCONHECIDORECUSADOAUSENTENÃO PROCURADO

OUTROS: INFORMAÇÃO PRESTADA PELOPORTEIRO OU SINDICOREINTEGRADO AO SERVIÇOPOSTAL EM ____ /____ /_______

DATA:RUBRICA:

FECHADO - PODE SER ABERTO PELA ECT

Plenária dos Usuários discutiu o tema, na Secretaria de Saúde

Com base na importância da cole-ta de dados referentes à mortalidadeda população brasileira, o Ministérioda Saúde criou, em junho de 2006, oServiço de Verificação de Óbitos(SVO). O SVO tem como principalobjetivo a realização de necropsias, emcasos de morte natural, para descobrircom precisão a causa mortis.

Antes da instituição dos SVOs, otrabalho de verificação de causas demorte era realizado apenas pelosInstitutos Médicos Legais, criadospara realizar necropsias em casos demortes violentas como assassinatos,suicídios e acidentes.

Seis anos depois de sua insti-tuição pelo MS, a atuação do SVOainda não é completamente abran-gente em Minas Gerais. O serviçoainda não foi implantado em BeloHorizonte e região metropolitana.

Durante a reunião no ConselhoMunicipal de Saúde, dia 26, o se-cretário adjunto de Saúde da PBH,

Fabiano Pimenta, disse que o serviçodeve ser implementado no próximoano para atender BH e a região metro-politana. Segundo ele, a construção doSVO ocorre em parceria com oEstado, que cedeu o terreno e estábancando as obras do prédio. Osmunicípios participantes da redearcarão com os custos de ma-nutenção, em forma de rateio pro-porcional à demanda.

O diretor André Christiano explicaque o SVO vai ser importante princi-palmente para que os médicos dospostos possam encaminhar os casosem que não foi possível identificar acausa mortis.

Enquanto isso não acontece, aproposta da PBH é que os Médicosde Família continuem a dar os ates-tados em caso de mortes natu-raisocorridas durante a semana emdomicílio ou nos postos. O Samudeve emitir o atestado caso o fale-cimento ocorra durante o atendi-

mento do paciente. Se o óbito ocor-rer dentro de uma UPA, a uni-dadeficaria responsável pela emis-são doatestado.

Para os feriados e finais de sem-anais a proposta da Prefeitura é criarum plantão na epidemiologia domunicípio, ficando os médicos lápresentes responsáveis pela emissãodo atestado de óbito.

Sobre as mortes ocorridas noperíodo noturno, a orientação é queas famílias esperem até o dia se-guinte para irem a um serviço de re-ferência que irá emitir os atestados,já que os cartórios também não fun-cionam no período noturno.

O diretor do sindicato, AndréChristiano, considerou a propostainteressante, mas ainda faltam acer-tar detalhes com a Prefeitura. Umadas questões em discussão é a formada população acessar o serviço ecomo informar correta-mente sobresua existência.

Região Metropolitana não tem Serviço de Verificação de Óbitos Cartilha do CFM fala sobre o

Documento de Óbito

que hoje, durante a semana, aresponsabilidade pela emissão doatestado de óbito acaba ficando

quase que exclusivamente para osmédicos dos postos de saúde. “OSamu se nega a dar o atestado de

óbito e as UPAs se responsabilizamsomente pelos pacientes lá inter-nados. Precisamos dividir tarefas eresponsabilidades”, afirma.

O diretor explica que não existe hojeem Belo Horizonte e região metro-poli-tana um serviço estruturado para emitiro atestado aos finais de semana e feri-ados: “Quando uma pessoa tem umóbito em domicílio nesses dias os famil-iares têm que se virar. O caso acabamuitas vezes indo parar no InstitutoMédico Legal (IML)”.

André explica que uma das dificul-dades para emissão do atestado nospostos ocorre quando o médico nãoacompanhou o histórico do paciente,dificultando a redação do relatório.Na maioria das vezes é preciso so-lic-itar a necropsia dos cadáveres.