trabalho infidelidade

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL - ULBRA FACULDADE DE PSICOLOGIA EDUINO TAVAR VANESSA NUNES INFIDELIDADE CONJUGAL CICLO VITAL PROFª.: LIGIA SCHERMAN

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Page 1: TRABALHO INFIDELIDADE

UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL - ULBRA

FACULDADE DE PSICOLOGIA

EDUINO TAVAR

VANESSA NUNES

INFIDELIDADE CONJUGAL

CICLO VITALPROFª.: LIGIA SCHERMAN

CANOAS, JUNHO DE 2008

Page 2: TRABALHO INFIDELIDADE

SUMÁRIO

Introdução 03

1 . A modernidade e o casamento 04

2. Casamento x idealização 04

3. Infidelidade 05

4. A dor da traição 06

5. Tipos e traição 07

5.1 Traição corriqueira 08

5.2 Traição corriqueira em série 08

5.3 Traição com importante envolvimento emocional 08

5.4 Traição por baixo auto estima 09

5.5 Traição por necessidade do novo 09

5.6 Traição como manobra de ponte 09

6. A infidelidade conjugal na visão psicanalítica 10

7. A infidelidade no cinema 11

7.1 Atração Fatal 11

7.2 Proposta Indecente 12

7.3 Infidelidade 12

Conclusão 14

Referências Bibliográficas 15

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Page 3: TRABALHO INFIDELIDADE

INTRODUÇÃO

A palavra traição mexe com a maioria dos casais. Homens e mulheres estão cada

vez mais preocupados porque a infidelidade tem crescido em grande proporção.

Trair está ficando comum, apesar de não ser normal nem tampouco aceitável.

Quando duas pessoas entram de comum acordo em um relacionamento, seja

namoro, noivado ou casamento, a confiança e o respeito se tornam base para que

dê certo. Desse modo, a infidelidade desrespeita e quebra este acordo, desfazendo

as fantasias e idealizações projetadas tanto em relação ao outro como no

relacionamento.

A infidelidade não significa, necessariamente, falta de amor ou de tesão. Os motivos

que levam alguém a trair podem ser os mais evidentes como também, os mais

íntimos e aparentemente inexplicáveis, porém, independente da razão, a traição dói,

pois leva-nos a estados emocionais bastante intensos e muito pouco razoáveis.

Nosso trabalho teve como objetivo, o entendimento a respeito do funcionamento

desta dinâmica dentro do casamento, já que se trata de uma possibilidade muito

presente nas relações conjugais. O entendimento inicia a partir da relação do

casamento com a modernidade e idealização. Abordamos também questões como a

dor causada pela traição e os tipos de traição. Identificamos os fenômenos que

acompanham o dilema infidelidade e discutimos um pouco sobre a complexidade

das motivações internas e externas no estabelecimento das relações paralelas, bem

como a maneira em que a situação é abordada pelos cônjuges. Com o intuito em

construir um entendimento dentro da perspectiva psicológica, buscamos referências

da questão infidelidade dentro de uma visão psicanalítica. Para melhor compreensão

da fundamentação teórica, utilizamos 3 filmes que abordam a questão da

infidelidade em diferentes dimensões e a forma como estas são compreendidas.

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Page 4: TRABALHO INFIDELIDADE

1. A MODERNIDADE E O CASAMENTO

Até o século XVIII, havia uma diferença básica entre o amor no casamento e o amor

fora do casamento. O amor não era necessário ao casamento, cuja função principal

era a procriação. O casamento, só ganhou feição a partir do século XVIII, quando a

sexualidade passou a ocupar um lugar importante dentro do casamento. O amor, no

sentido moderno de escolha e paixão amorosa, não existia no casamento que tinha

como função específica a reprodução. A paixão, a sexualidade e seus prazeres

eram vivenciados nas relações de adultério .

As grandes mudanças no casamento, segundo Ariès (1987), se iniciam com a

modernidade. A valorização do amor individual, estabelece o casamento por amor,

paixão e predomínio do erotismo na relação conjugal. Esse novo ideal de casamento

impõe aos esposos que se amem ou que pareçam se amar e que tenham

expectativas a respeito do amor e da felicidade no matrimônio. Essa imposição teve

muitas conseqüências e contradições. Uma delas é que acabou criando uma

armadilha para os casais na medida em que se acentuaram as “idealizações” e

conseqüentemente os conflitos resultantes da desilusão pelo não atendimento das

expectativas.

2. CASAMENTO X IDEALIZAÇÃO

De acordo com JABLONSKI (1998), a maioria das pessoas sobem ao altar por

amor, permanecendo quase que como e única razão para casar-se. O casamento,

bem como o amor, pode ser confundido a uma realização daquela pessoa que o

individuo deseja para si, projetar no outro, aquilo que está esperando para completar

os seus desejos, suas ansiedades, preencher os seus sonhos, mas quando isto não

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Page 5: TRABALHO INFIDELIDADE

ocorre desta maneira, pode surgir uma frustração, uma provável quebra desta

relação sendo um dos principais motivos que causa uma crise no casamento. Por

outro lado este amor pode ser visado por ambos como meio de desejo de sentir

ternura, sentimento de responsabilidade, desejo de partilhar emoções , incluindo

uma atração sexual, um conjunto de sentimentos que possibilitem uma felicidade e o

fortalecimento desta relação dando espaço ao companheirismo, onde a ternura e a

amizade é o que vai ser ressaltado, visado por ambos, perdendo assim, a idéia do

príncipe encantado que surge no início da relação. Porém para algumas pessoas,

estas mudanças podem simbolizar o fim do amor e com isso romper relações.

GONÇALVES (1999) demonstra que para que se tenha uma boa relação de

casamento, é importante que haja na convivência diária a fidelidade sexual e afetiva,

onde a fidelidade é associada ao respeito que se deve ter pelo outro.

Dado exposto, na concepção de GOLDENBERG (1990), o casamento é um

vínculo forte, mas não indissolúvel, pois precisa de uma conquista diária, há um

investimento, um trabalho permanente para que o casamento não se burocratize,

não caindo na rotina do cotidiano. É necessário, portanto, um bom relacionamento

sexual , onde a atração sexual do marido pela esposa ( vice versa ) é uma condição

muito importante, dando um resultado fisiológico e psicológico de plenitude e

satisfação

3. INFIDELIDADE

Quando o sexo passa a acontecer fora do casamento a questão da infidelidade

passa a ser abordada. Para alguns, o sexo fora do casamento é visto como

infidelidade, para outros é apenas um complemento para a relação do casal. Para os

monogâmicos a fidelidade é vista como necessidade amorosa e a infidelidade um

sintoma de que a relação está com problemas, podendo ocorrer por parte de

qualquer um dos cônjuges. Os monogâmicos, percebem o desejo sexual como

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exclusividade à quem se ama, por isso, quando acontece a infidelidade, esta vem a

ser causadora de muito sofrimento. No grupo dos poligâmicos a infidelidade não tem

como indicador a crise no relacionamento, sendo uma necessidade natural

decorrente da própria constituição do ser humano. A atração por outras pessoas é

natural , assim como a prática da infidelidade. Neste último grupo, a infidelidade

pode acontecer por parte do homem, da mulher ou de ambos, e não causar

sofrimento à nenhuma das partes, pois é vista como um processo natural.

Segundo MATARAZZO (2001), alguns autores acreditam que a fidelidade é uma

característica da paixão, não do ser humano, ou seja, quando a pessoa está

apaixonada, surge uma sensação de plenitude, que não dá espaço a outros desejos.

Os apaixonados têm um desejo de fusão, por isso, nada e nem ninguém mais

importa, não é que estão ou se consideram impedidos de sentirem atração por

outros, mas porque nada ao seu redor tem significado. Quando a paixão acaba, o

sentimento resulta no amor, sendo que este não tem a mesma configuração da

paixão, sendo necessário reprimir os impulsos para tentar garantir a fidelidade.

Para a antropóloga Miriam Goldenberg da Universidade Federal do Rio de Janeiro

(UFRJ), de acordo com a sua pesquisa realizada envolvendo 1.270 pessoas com

idades compreendidas entre 20 à 50 anos, os números de homens e mulheres que

traem está quase que equiparado, porém, a descoberta da traição ainda provoca

divórcios. Em virtude desta problemática, a autora conclui uma tendência à

monogamia sucessiva: as pessoas casarem, separarem, casarem novamente,

separarem... Assim, casos eventuais são mais prováveis do que um longo

relacionamento paralelo.

4. A DOR DA TRAIÇÃO

A dor de ser traído (a) é, ao lado do luto, um dos maiores sofrimentos de que padece

o ser humano. Há quem a considere até mais dolorosa do que o luto pela morte de

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Page 7: TRABALHO INFIDELIDADE

um ente querido, pois na morte não existe a humilhação de ser preterido no

confronto com outra pessoa. A descoberta da infidelidade faz a inclusão de um

terceiro no enredo do casal e inaugura a dolorosa descoberta de que o parceiro é

capaz de fazer, com outra pessoa, uma aliança da qual estamos excluídos, sendo

acrescentada à traição, a desilusão pela deslealdade e pela quebra de um pacto de

confiança que se julgava eterno. A idéia da relação idealizada em que cada parceiro

se imaginava capaz de suprir todos os desejos e necessidades do outro é destruída,

sendo provocado um golpe mortal no orgulho e na vaidade, pois é intolerável saber-

se limitado e incompetente diante das experiências que o outro deseja viver

( ARATANGY, 2007 ).

Goldenberg, (1991), afirma que descobrir uma traição é constatar que não se é

único, especial e importante para o parceiro. Essa descoberta quebra a fantasia de

que se é insubstituível e de que se pode completar todas as expectativas e desejos

do parceiro. A ilusão romântica de ser única (o) é destruída. Daí a dificuldade de

aceitar a traição. É o fim de uma ilusão, necessária entre quem se ama, por isso,

torna-se tão difícil perdoar. A autora afirma ainda que perdoar é voltar a confiar no

parceiro, acreditando que a relação é mais forte e que a infidelidade. É ter prazer

sem lembranças tristes. A mágoa de quem se descobre traído impossibilita, muitas

vezes, a confiança no parceiro, devido a quebra de um pacto. Raros são os que

voltam a acreditar no pacto estabelecido antes da descoberta da traição. Perdoar é

um processo longo, que exige muita paciência e diálogo entre o casal. Outra

questão muito importante é reconsiderar o significado da traição, o que é chamado

de reconstrução cognitiva, isto é, do enfoque dado pelo cônjuge traído. Muitas

pessoas já estão conscientes que jogar tudo para o alto pode ser uma besteira.

Casais mais maduros tendem a ser mais realistas sobre a questão pois começam a

perceber que a idealização romântica não é verdade.

5. TIPOS DE TRAIÇÃO

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Para a psicóloga Eda Fagundes, são muitas as motivações que envolvem a traição

que não acontece de forma repentina. As motivações estão relacionadas ao tipo de

traição, podendo ser:

5.1 Traição corriqueira

É aquela em que o envolvimento com outra pessoa foi ocasionado por uma

circunstância qualquer, sem nenhum envolvimento afetivo ou elo de comunicação

posterior. O exemplo típico é o do homem que viaja a trabalho e, longe de casa, sai

tentando preencher o tempo e viver uma experiência singular. Ele volta para casa

apaixonado por sua mulher e o fato, a menos que seja revelado, não parece alterar

em nada a dinâmica da relação.

5.2 Traição corriqueira em série

É aquela que ocorre sistematicamente e que por não haver envolvimento emocional,

muitas vezes nem é considerada por alguns como traição e sim como algo sem

importância.

A traição corriqueira, normalmente se sustenta na crença, ainda hoje muito

disseminada, de que homens são assim mesmo e que desde que respeitem suas

famílias e não se apaixonem não há nenhum problema.

Esse tipo de traição não significa necessariamente que o casal esteja vivendo uma

crise ou mesmo tendo uma relação esvaziada ou desinteressante.

5.3 Traição com importante envolvimento emocional

Quando um casal, apesar de junto, está vivendo uma relação já muito desgastada

ou mesmo desconstruída, pode surgir forte envolvimento emocional com outro

alguém. Se isso acontece, a pessoa pode se ver num dilema entre a paixão e o

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casamento ou relação estável que não quer ou teme perder. Normalmente tentam

conciliar as duas relações e uma acaba alimentando a outra. O casamento (já

desgastado) nunca chega a ficar insuportável porque a pessoa apaixonada está feliz

e, portanto, mais tolerante, além evidentemente, existir o sentimento de culpa.

Desenvolve-se vida dupla e quando descoberto gera grande crise pessoal e familiar.

5.4 Traição por baixa auto-estima

Típico de pessoas que precisam estar o tempo todo tendo a sensação de que são

atraentes e que podem seduzir quem quiserem a qualquer momento. Essas pessoas

pouco pensam no outro, parecem estar mais interessadas em sua sensação de

poder pessoal e magnetismo. Muitas vezes escondem um medo horrendo de perder

e de serem traídos.

5.5 Traição por necessidade do novo

Praticado por pessoas que não conseguem se manter sensibilizados por muito

tempo com o mesmo estímulo. Estão sempre buscando situações novas e migrando

de relação em relação. São condenados a uma busca incessante e frustrada porque

não há nada que com o tempo não se torne conhecido e habitual. Estes acabam

ficando sozinhos e deprimidos.

5.6 Traição como manobra de ponte

Às vezes, as pessoas já infelizes em suas relações não se sentem com coragem de

enfrentar o medo de terminar com tudo e constroem paixões que as ajudam a migrar

para a separação. Uma vez feito o movimento, a paixão termina. Parece já ter

cumprido sua função.

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6. A INFIDELIDADE CONJUGAL NA VISÃO PSICANÁLITICA

De acordo com Zimerman ( 2001 ), a infidelidade conjugal é uma situação bastante

freqüente e que tem merecido atenção de muitos autores psicanalíticos. A

infidelidade conjugal tem, mais do que se acredita, uma origem neurótica, não

representando sinal de liberdade e potência , senão ao contrário. Algumas pessoas

buscam a estabilidade conjugal, buscando uma relação medianamente terna e

sexual, porém, dada a impossibilidade estrutural de satisfazer-se plenamente com o

cônjuge, desenvolvem a fantasia ( que pode ou não concretizar-se ) de que uma

terceira pessoa completará felicidade emocional e sexual. Para certos homens,

existe uma dissociação da figura feminina, ou seja, de que a mulher é uma santa e a

amante uma perversa. Esta dissociação decorre da imagem que se tem da figura

materna, fazendo com que a esposa seja a mãe, cuidadora do lar e família e a

amante a responsável pela realização das fantasias sexuais, já que possui um

significado atrelado à liberdade sexual.

O autor enfatiza que as variações do tipo de infidelidade são infinitas sendo possível

citar:

Homens que desenvolvem um don juanismo ou seja, uma característica

narcisistica. Os sujeitos “amam” aqueles que o fazem sentir-se amados, ou

seja, a intensa atividade genital, que exige uma contínua e ininterrupta troca

de parceiros que obedece a uma irrefreável e vital necessidade primitiva de

obter o reconhecimento do quanto são capazes de serem amados e

desejados ( o equivalente na mulher consiste numa ninfomania );

Homens que buscam prostitutas para realização de suas fantasiais, já que

estas representam liberdade sexual;

Casais que inconscientemente buscam a partilha por terceiros, com

amantes, como uma forma de resgatar uma perdida relação triangular;

Homens que buscam amantes para poder praticar atos sexuais perversos que

o superego proíbe num casamento formal.

Homens que inconscientemente induzem suas mulheres a estabelecer

relações sexuais com algum homem excitante para satisfação de um possível

lado homosexual oculto.

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Apesar das infinitas variações, não se pode descartar a possibilidade de que a

infidelidade possa representar um passo para ingressar numa relação amorosa mais

completa e sadia .

7. A INFIDELIDADE NO CINEMA

Bundt (2007), objetivou em seu artigo analisar três formas específicas de

representação da infidelidade, encontradas em três filmes, do cineasta britânico

Adrian Lyne, cuja filmografia chama atenção a repetida abordagem das relações

amorosas . Os três filmes analisados que tratam diretamente sobre a questão da

infidelidade conjugal, a saber: Atração Fatal, Proposta Indecente e Infidelidade.

Os filmes exibem três momentos ou idéias diferentes sobre fidelidade e o papel da

mulher, socialmente e na relação conjugal, apoiando-se em reflexões sobre o dever,

moral, ética e a liberdade sexual. A idéia que permeia este artigo é que os três filmes

analisados exibem três momentos ou idéias diferentes sobre fidelidade e o papel da

mulher, socialmente e na relação conjugal, apoiando-se em reflexões sobre o dever,

a moral, a ética e a liberdade sexual .

7.1 Atração Fatal

Conta a história de um bem sucedido advogado que aproveita uma viagem da

mulher e filha para consumar um romance de fim de semana com uma executiva de

comportamento sexualmente agressivo e liberal.. O caso tem um cunho

eminentemente sexual e quando a família de Dan retorna, ele interrompe a relação.

A partir daí, a amante, que antes se comportava como uma mulher liberada e

independente, passa a exigir dele cada vez mais atenção, tentando o suicídio

quando é abandonada, simulando uma gravidez, intrometendo-se na vida

familiar e profissional do advogado ameaçando contar à sua esposa sobre o caso. A

situação chega a um ponto em que ele se vê obrigado a contar tudo para esposa.

Inicialmente contrariada, ela se alia ao marido para combater a ameaça que a

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amante passa a representar para cada um deles. A ex-amante leva sua obsessão

às últimas conseqüências invadindo a residência da família e acaba morta pela

esposa-rival, defendendo seu marido.

7.2 Proposta Indecente

Retrata as dificuldades financeiras de um apaixonado casal que corre o risco de

perder seu parco patrimônio, inclusive a casa em que vivem.

Depois de tentarem a sorte num cassino e perderem mais dinheiro ainda, eles

conhecem um charmoso bilionário que ao conhecer o casal, imediatamente,

interessa-se pela mulher. Após uma afável conversa sobre dinheiro e posses, ele

alega que tudo está a venda, ao que o casal contesta. Para comprovar seu ponto de

vista, o bilionário propõe aos dois pagar um milhão de dólares por uma noite com a

mulher deixando-os primeiro ofendidos e depois confusos. Eles cedem à proposta e

após alguns meses, iniciam os desentendimentos devido ao ocorrido, separando o

casal . A mulher passa a encontrar o bilionário, mas posteriormente, retorna para o

marido.

7.3 Infidelidade

Retrata um casal que leva uma vida normal e feliz. A esposa passa a ter um caso

extraconjugal , com um rapaz que conhece em um dia qualquer, após tombar com

ele na rua. O rapaz, sedutor, a convida para ir até sua casa. Curiosidade

transformada em atração, ela procura o rapaz e após algumas hesitações, os dois

iniciam um romance que altera o comportamento dela o que imediatamente

desperta a desconfiança do marido, levando-o a contratar um detetive para seguir a

mulher e confirmar suas suspeitas. O marido procura o rapaz, eles conversam

abertamente sobre ela . O rapaz acaba sendo agredido pelo marido com

um golpe fatal. O marido, começa a apagar suas pistas e a desfazer-se do cadáver.

O telefone toca e ele escuta a voz de sua esposa deixando um recado no telefone

terminando seu caso com o amante, dizendo que isso está prejudicando

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sua família. Posteriormente , a esposa descobre que foi o marido quem assassinou

o amante, e os dois passam a dividir a culpa pelo crime, carregando-a junto com o

casamento, que se refaz nessa necessidade de cumplicidade entre os dois.

Nos três filmes, é possível compreender, nas relações dos casais quando

confrontados com a questão da infidelidade a discussão que é muito mais

contemporizadora do que acusadora sobre o caso do cônjuge. Em nenhum dos

filmes o cônjuge parece esperar pela traição, mas também não esboça uma reação

exacerbada ao saber sobre a mesma, como se fosse algo normal, ao menos

não completamente impossível ou distante de suas vidas .

No caso de Proposta Indecente, a noite de mulher com o bilionário foi um acordo

comum entre ela e o marido ou seja, não se pode falar em infidelidade, mas uma

conveniência para se atingir um objetivo. Mesmo tendo sido algo consensual,

posteriormente, houve o fantasma da desconfiança, ciúmes, insegurança e culpa,

por parte do marido. No filme Atração Fatal, quando a esposa ouve a traição do

marido, ela não pergunta por que ele a traiu, mas o que ele pretende fazer agora

que sua aventura se tornou um problema maior do que uma suposta crise do

casamento. Esta questão também pode servir de alerta aos maridos infiéis devido à

idéia de que as amantes por mais liberais que seja, também conservam a fantasia

de assumir o papel de esposa. No filme Infidelidade, quando o marido confronta a

mulher, ele pergunta se não deu tudo que ela queria, pois ele vinha se sacrificando

pela união dos dois. Neste filme é interessante observar que a esposa trai sem

motivo aparente, numa busca por prazer, por aventura, por uma mudança em sua

rotina, porém, no momento que percebe que o exercício da sua liberdade fere o

marido e a família, resolve colocar um final da relação extraconjugal.

CONCLUSÃO

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Existem diferentes circunstâncias, motivações e dinâmicas que envolvem o quadro

da infidelidade. Atualmente a infidelidade faz parte da configuração masculina e

feminina, porém, esta última ainda é menos aceitável e assumida, por questões

culturais. Homens e mulheres possuem a tendência talvez inata em buscar seus

prazeres e satisfações de forma imediata e mágica. A infidelidade faz com que o

cônjuge traído depare-se com uma nova figura, ou seja, uma figura não mais

idealizada, constituída por falhas e defeitos, juntamente com a idéia de crise no

casamento. Embora a descoberta da infidelidade possa ser uma das mais

devastadoras experiências, ela surge como um sintoma de que o relacionamento vai

mal, porém, pode trazer também, a oportunidade do casal refletir a respeito da

relação e procurar resgatar o que não estava indo bem, através da busca em

reformulações nas bases do casamento com vistas a melhorias visíveis na qualidade

de vida a dois e no sentimento de felicidade. Talvez este processo de resgate

somente seja possível se os conceitos sobre o significado da infidelidade sejam

revistos pelos cônjuges. É importante o entendimento sobre o real significado da

relação no casamento e da relação paralela.

O futuro de um relacionamento não é totalmente regido por contrato de casamento,

mas sim na ênfase do compromisso de exclusividade que se vivencia no dia-a-dia, e

esta pode ser uma escolha mútua ou não. Ninguém quer ser traído e apesar da

epidemia da infidelidade, os casais ainda preferem que sua estabilidade não seja

abalada por traições, porém, o que talvez não seja percebido é a pouca disposição

que os casais possuem em investir na relação para que esta seja no mínimo

satisfatória.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 15: TRABALHO INFIDELIDADE

1. Ariès, P. - O amor no casamento. São Paulo: Brasiliense, 1987.

2. Araújo, M.F - Amor, casamento e sexualidade: velhas e novas configurações.

Psicol. ciênc. prof. v.22 n.2 Brasília jun. 2002.

3. Jabolonski, B. - Até que a vida nos separe: a crise do casamento

Contemporâneo - 2ª ed. Rio de Janeiro: AGIR, 1998.

4. Gonçalves, T. A. - E o casamento como vai? Um estudo sobre a

conjugalidade em camadas medias urbanas

Dissertação de mestrado em Antropologia, 1999.

Departamento de Antropologia UFPA

Disponível em : http:/w

1999/gonçalves.htm

Acesso em: 05/06/2008

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Estudos antropológicos. Rio de Janeiro: REVAN, 1991.

6. Matarazzo, M. H. - Namorantes. São Paulo: Mandarim, 2001.

7. Oliveira, M.E. - ORKUT: O impacto da realidade virtual.

Dissertação de mestrado em Psicologia, 2007.

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Departamento de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica RJ.

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http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/cgi-

bin/PRG_0599.EXE/9888_1.PDF?NrOcoSis=31460&CdLinPrg=pt

consultado em 05/06/2008

8. Bundt, R. – A Moral da Infidelidade - 2007

Disponível em :

http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/famecos/article/view/

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Acesso em: 05/06/2008

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Disponível em :

http://msn.bolsademulher.com/amor/materia/tipos_de_traicao/5662/1

Acesso em: 05/06/2008

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