trabalho frederico

19
CAROLINA BARROS DE SOUZA DIREITO DO TRABALHO BACHARELADO EM DIREITO

Upload: carolina-barros

Post on 19-Dec-2015

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

CAROLINA BARROS DE SOUZA

DIREITO DO TRABALHO

BACHARELADOEMDIREITO

FIC-MG2014CAROLINA BARROS DE SOUZA

DIREITO DO TRABALHO

Trabalho desenvolvido em funo da disciplina Direito do Trabalho da faculdade de direito das faculdades integradas de Caratinga, como exigncia parcial de obteno dos crditos distribudos pelo professor Frederico no 7 perodo noturno.

FIC-MG20141.6 PROTEO AO SALRIO

A Conveno n. 95 da OIT, de 1949, que foi aprovada pelo Decreto Legislativo n. 24, e promulgada pelo Decreto n. 41.721, trata da proteo ao salrio, o salrio deve ser pago em moeda de curso legal como previsto no art. 31. proibido o pagamento do salrio sob a forma de bnus, cupons ou outra forma que se suponha representar a moeda de curso legal art. 31, poder ser permitido pagamento por meio de cheque ou vale postal art. 32, o salrio ser pago diretamente ao empregado art.5, sendo assim o empregador fica proibido de restringir a liberdade do trabalhador de dispor de seu salrio da maneira que lhe aprouver art. 6. Os descontos dependero da lei ou da norma coletiva art. 8, ademais o salrio impenhorvel como previsto art. 101. O inciso X, do art. 7, da Constituio da Repblica, menciona a proteo do salrio na forma da lei, constituindo crime sua reteno dolosa, a lei que define o crime ainda no foi editada, mas as regras da CLT e da legislao ordinria j servem para a proteo ao salrio. A Constituio tambm no esclarece se a reteno total ou parcial ou se feita uma vez ou vrias vezes, posto que uma questo a ser decidida pela lei ordinria. O inciso X, do art. 7, da Constituio regulamentado indiretamente pelo Cdigo Penal quando trata do crime de apropriao indbita, pois implica reteno dolosa do salrio.A proteo refere-se ao salrio, incluindo verbas de natureza salarial, no menciona a Constituio que se trata de proteo da remunerao, mas do salrio, logo, no esto includas nesse conceito as gorjetas, que so remunerao, mas no salrio.Prev o art. 4, do Decreto-lei n. 368/68 que os diretores, scios gerentes, membros de rgos fiscais ou consultivos, titulares de firma individual ou quaisquer outros dirigentes de empresa que estiver em dbito salarial com seus empregados e distribuir lucros, bonificaes e dividendos aos seus dirigentes, ficam passiveis de pena de deteno de um ms a um ano.

Defesa do salrio em face do empregador:

O salrio deve ser pago ao prprio empregado (pessoalidade no pagamento), sob pena de no ser considerado realizado tal pagamento, salvo se houver prova no sentido de que o salrio efetivamente reverteu ao obreiro ou se procurador devidamente habilitado o receber. A Conveno n. 95 da OIT, ratificada pelo Brasil, prev que o salrio ser pago diretamente ao empregado art. 5.O menor de 18 anos poder firmar recibo de pagamento de salrios, porm na resciso do contrato de trabalho devera estar assistido art. 439 da CLT.O pagamento ser feito mediante recibo art. 464 da CLT. No se admite a prova do pagamento de salrio por meio de testemunhas, pois pode dar ensejo a fraudes, contudo, se o empregado confessar que recebeu o salrio, estar suprido a falta de recibo. A exceo ocorre com relao ao empregado domstico, neste caso ser possvel ser utilizado qualquer meio de prova para demonstrar o pagamento do salrio, em razo de o art. 464 da CLT no lhe ser aplicvel o art. 7 , a, da CLT, alm de se presumir que o pagamento do ltimo salrio importou pagamento dos anteriores art. 322 do Cdigo Civil. Se o empregado for analfabeto ou estiver impossibilitado de assinar, dever ser colhida sua impresso digital ou, no sendo possvel, algum ir assinar por ele, na presena de testemunhas.O recibo deve discriminar todas as verbas que sero pagas, quando o empregador paga englobada mente os valores de todas as parcelas, considera-se tal pagamento como SALRIO COMPLESSIVO, sendo proibido por lei.Ter fora de recibo o comprovante de depsito em conta bancria, aberta para esse fim, em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de crdito prximo ao local de trabalho.No poder ser feita uma conta bancria coletiva, mas as contas devero ser individuais, em nome de cada empregado. O recibo de depsito em conta bancria faz prova do pagamento do salrio e tambm das prprias verbas rescisria, quando, por exemplo, se discute o atraso em tal pagamento.O salrio irredutvel, mas no a remunerao, pois nela esto compreendidas as gorjetas.As razes que impedem a reduo salarial so econmicas, de manter o padro de vida do empregado. A verba salarial em natureza alimentar, com a qual o empregado conta todo o ms para assumir e pagar seus compromissos.O princpio da inalterabilidade prega que no pode ser alterada a forma de pagamento do salrio.O pagamento dever ser feito em dia til e no local de trabalho, dentro do horrio de servio ou imediatamente aps o encerramento deste (art. 465 da CLT), salvo quando efetuado por depsito em conta bancria, isto , no precisar ser feito no prprio local de trabalho, nem no horrio de servio ou imediatamente aps o encerramento deste. Basta que seja feito mediante depsito em conta bancria, que tambm provar o pagamento. Agora, a lei dispe que no s o recibo de pagamento, mas tambm o depsito em conta bancria so provas do pagamento do salrio.Qualquer que seja a modalidade do trabalho, o pagamento do salrio no pode ser estipulado por perodo superior a um ms, salvo quanto s comisses, percentagens ou gratificaes art. 459 da CLT. O salrio, portanto, deve ser pago com pontualidade, mais precisamente at o 5 dia til do ms seguinte ao vencido pargrafo nico do art. 459 da CLT, j as comisses, entretanto, devero ser pagas mensalmente, medida que haja a concluso dos negcios art. 4 da Lei n 3.207/57. O prazo de pagamento de comisses pode ser dilatado para trs meses, mediante acordo das partes pargrafo nico do art. 4 da Lei n 3.207/57. Mesmo para efeito dos depsitos na conta do empregado, deve-se observar que o numerrio dever estar disposio do empregado, o mais tardar at o quinto dia til, caso o ltimo dia de pagamento do salrio seja o sbado e o empregador faz deposito bancrio, deve fazer o deposito na sexta-feira para estar disposio do empregado. Observa-se no Direito do Trabalho o princpio da intangibilidade salarial, pois os descontos que podem ser feitos no salrio do obreiro so apenas os previstos em lei, norma coletiva ou decorrentes de adiantamentos art. 462 da CLT.Havendo resciso do contrato de trabalho, seja por parte do empregado ou do empregador, este dever pagar as verbas rescisrias incontroversas na primeira audincia em que comparecer Justia do Trabalho, sob pena de pag-las com acrscimo de 50% art. 467 da CLT. Se o empregador revel, por no ter apresentado defesa, presumem-se verdadeiros os fatos alegados na inicial, devendo a empresa pagas as verbas rescisrias na primeira audincia, sob pena de pag-las com acrscimo de 50% (S. 69 do TST).

Defesa do salrio em face dos credores do empregado:Os salrios so impenhorveis, salvo para efeito de pagamento de prestao alimentcia art. 649, IV, do CPC, estando o salrio na conta corrente, j no mais salrio, mas numerrio disposio do cliente, podendo ser penhorado.

Defesa do salrio em face dos credores do empregador:

O Brasil aprovou a Conveno n. 95 da OIT pelo Decreto-legislativo n. 24, de 26-5-56, e foi promulgada pelo Decreto n. 41.721, de 25-6-57, estabelece-se que em caso de falncia ou de liquidao judiciria de uma empresa, os empregados sero credores privilegiados dos salrios, que lhes so devidos a ttulo de servios prestados no decorrer de perodo anterior falncia ou liquidao e que ser prescrito pela legislao nacional, desde que no ultrapasse os limites previstos na legislao nacional art. 111. O salrio ser pago integralmente antes dos demais credores art. 11, 2, a ordem de prioridade do crdito privilegiado constitudo pelo salrio, em relao aos outros crditos privilegiados, deve ser determinada pela legislao nacional (art. 11, 3). A Lei n 11.101 est de acordo com a norma internacional, pois estabeleceu o privilgio do salrio e os limites a serem observados como pagamentos prioritrios.

Defesa do salrio em face dos interesses da famlia do empregado:Determina o art. 5 da conveno n 95 da OIT que o salrio ser pago diretamente ao empregado, mas a legislao brasileira no trata do tema, e se o empregador pegar o salrio mulher ou ao marido de seu empregado ou empregada, dever provar que o pagamento reverteu em benefcio do obreiro, sob pena de pagar novamente, pois quem paga mal, paga duas vezes.

2. EQUIPARAO SALARIAL

O princpio de que todos devem ter salrio igual, para trabalho igual, sem distino de sexo, nasce com o art. 427 do Tratado de Versalhes, no qual se estabeleceu: salrio igual, sem distino de sexo, para trabalho igual em quantidade e qualidade.

O art. 41 da Constituio da OIT de 1919 prev salrio igual, sem distino de sexo para trabalhos de igual valor, mas a Conveno n. 100 da OIT, aprovada pelo Decreto Legislativo n 24, de 29-5-56, e promulgada pelo Decreto n. 41.721, de 25-6-57, prev igualdade de remunerao entre homens e mulheres. Essa regra complementada pela Recomendao n 90, de 1951, prevendo igualdade de remunerao entre homens e mulheres. Estabelece a Conveno n 111 da OIT, aprovada pelo Decreto Legislativo n. 104, de 24-11-64, e promulgada pelo Decreto n 62.150, de 19-1-68, regras vedando a discriminao no emprego, proibido qualquer distino, excluso ou preferncia, baseada em sexo, que tenha por efeito anular ou alterar a igualdade de oportunidade ou de tratamento no emprego ou na ocupao (art. 1, a). O art. XIV da Conveno n 117, aprovada pelo Decreto Legislativo n 65, de 30-11-66 e promulgada pelo Decreto n 66.496, de 27-4-70, estabelece que um dos fins da poltica social ser o de suprimir qualquer discriminao entre trabalhadores por motivo de raa, cor, sexo, crena, filiao a uma tribo ou a um sindicato, no que diz respeito ao contrato de trabalho, inclusive quanto a remunerao.O princpio da igualdade foi inserido, originariamente, na CLT, assegurando a igualdade de salrio para trabalho de igual valor, independentemente de sexo. A partir da Lei n. 1.723/52 foi ampliada a proibio tambm por motivo de nacionalidade e idade, e com a Constituio de 1988, no inciso XXX do art. 7, consagrou que a igualdade deve existir no somente em razo dos salrios, mas tambm quanto a funes e critrios da admisso por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil, mais se aproximado da orientao da Conveno n 111 da OIT.Identidade de Funes:

No Direito Administrativo, feita distino especfica entre cargo e funo, como ressalva Leciona Hely Lopes Meirelles que cargo pblico:

o lugar institudo na organizao do servio pblico, com denominao prpria, atribuies e responsabilidades especificas e estipndio correspondente, para ser provido e exercido por um titular, na forma estabelecida em lei.Funo a atribuio ou o conjunto de atribuies que a Administrao confere a cada categoria profissional ou comete individualmente a determinados servidores para a execuo de servios eventuais, sendo comumente remunerada atravs de pro labore.Todo cargo tem funo, mas pode haver funo sem cargo as funes do cargo so definitivas, j as funes autnomas so provisrias, data a transitoriedade do servio. Os servidores adquirem estabilidade nos cargos, mas no nas funes.

Trabalho de igual valor:

A CLT considera trabalho de igual valor:

o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeio tcnica, entre pessoas cuja diferena de tempo de servio no for superior a dois anos ( 1 do art. 461 da CLT).A Jurisprudncia do STF firmou-se no sentido de que a contagem do tempo de servio feita na funo e no no emprego smula n. 202, e Smula n. 6,II, do TST. Os dois anos de tempo de servio na funo sero contados na mesma empresa e no em outra empresa. No se toma o tempo de servio do empregado exercido na mesma funo em relao ao trabalho realizado em outra empresa, mas no prprio empregador em que o empregado est trabalhando.

Mesmo empregador:

O trabalho realizado pelo equiparando e pelo paradigma deve ser prestado ao mesmo empregador. certo que se o equiparando labora para a empresa de trabalho temporrio e o modelo presta servios para a empresa tomadora de servios, no se pode falar em equiparao salarial, pois o servio prestado a empregadores distintos. Nesse caso, a norma que regula o trabalho temporrio Lei n 6.019/79 assegura ao trabalhador temporrio remunerao equivalente percebida pelos empregados da tomadora de servios, calculada base horria art. 12, a.Na hiptese do trabalho prestado ao mesmo grupo econmico este considerado como o verdadeiro empregador 2 do art. 2 da CLT, H a possibilidade de o obreiro ser transferido de uma empresa para outra do grupo, no qual contado o tempo de servio para todos os efeitos frias, 13 salrio, etc., implicando dizer que o verdadeiro empregador o grupo. Assim, as empresas do grupo sero consideradas uma nica, para efeitos de equiparao salarial.

Mesma localidade:

O trabalho deve ser prestado na mesma localidade para efeito da equiparao salarial. Roberto Barreto Prado 1971, v. 1:314 entende que mesma localidade significa mesmo estabelecimento. Contudo, h possibilidade da equiparao salarial entre duas pessoas que trabalhem para a mesma empresa, embora em estabelecimentos distintos.

Simultaneidade na prestao de servios:

Deve haver simultaneidade na prestao de servios entre equiparando e paradigma. Assim, essas pessoas devem ter trabalhado juntas em alguma oportunidade. O TST decidiu que:

desnecessrio que ao tempo da reclamao sobre equiparao salarial, reclamante e paradigma estejam a servio do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com situao pretrita.

Ou seja, no necessrio que estejam na empresa, mas a simultaneidade exigida, e com isto, Inexistindo simultaneidade na prestao de servios, mas sucessividade, ou seja, o empregado vem a suceder outra pessoa que deixou a empresa, no o caso de equiparao salarial.

Quadro organizado em carreira:

H causas que impedem a equiparao salarial. A primeira delas a adoo pelo empregador do quadro organizado em carreira, em que as promoes devem ser feitas por antiguidade e merecimento 2 e 3 do art. 461 da CLT. As determinaes previstas nos 2 e 3 do art. 461 da CLT.No se confunde quadro organizado em carreira com plano de cargos e salrios. Este no organizado em carreira, nem necessita de homologao do rgo competente. O plano no excludente da equiparao salarial.

Nmero de paradigmas:

O reclamante no poder indicar mais de um paradigma para efeito de equiparao salarial. Caso o faa, possvel que se determine a equiparao salarial com uma pessoa em um ms e com outra no ms subseqente, de maneira simultnea. Nessa hiptese, ou todos os paradigmas percebem salrio igual, bastando a indicao de apenas um, ou todos percebem salrios diferentes, preferindo o autor indicar o paradigma de maior salrio para efeito da equiparao salarial. O juiz no tem como saber o que pretende o empregado, se este no o indica na inicial. A exceo diz respeito ao trabalho com os paradigmas em perodos distintos, situao na qual pode-se indicar um paradigma para cada perodo trabalhado.

Equivalncia salarial:

A regra inserta no art. 460 da CLT no de equiparao salarial, mas de equivalncia salarial. Para a caracterizao da equivalncia salarial mister que no haja sido estipulado o salrio ou no exista prova sobre a importncia ajustada, ocasio em que o salrio deva ser pago em razo do servio equivalente, ou do que for habitualmente pago por servio semelhante. o que ocorre quando o ajuste das condies de trabalho tcito, em que h a prestao dos servios do empregado, sem oposio do empregador, mas nada foi contratado expressamente.

Salrio substituio:

O empregado que substitui outro empregado na empresa tem direito a receber o salrio do substituto, desde que atendidas certas condies.Encontramos a origem da idia no art. 450 da CLT, quando estabelece que:

ao empregado chamado a ocupar, em comisso, interinamente, ou em substituio eventual ou temporria, cargo diverso do que exercer na empresa sero garantidas a contagem do tempo naquele servio, bem como a volta ao cargo anterior.

Assim, o substituto ir ocupar praticamente o posto do titular, e claro que o empregador poder mudar o trabalho do empregado, de maneira temporria, que passar a exercer as funes de outra pessoa.Com base nessas orientaes, o TST editou a Smula 159, I, dizendo que: enquanto perdurar a substituio que no tenha carter meramente eventual, inclusive nas frias, o empregado substituto far jus ao salrio contratual do substituto.Entende-se como substituio eventual a que tenha ocorrido uma ou outra vez, em determinado perodo, quando o substitudo teve que se ausentar momentaneamente.A substituio no eventual ocorre quando o substituto passa a ocupar o cargo do substitudo por ocasio de frias, pois h um fato previsvel, compulsrio e peridico; na doena prolongada, licena-maternidade etc.Desvio de funo:Ocorre desvio de funo quando o empregado exerce outra funo, sem que haja o pagamento do salrio respectivo. O desvio cria o direito ao pagamento das diferenas salariais enquanto houver o exerccio da funo. No implica, porm, a reclassificao do funcionrio.No se confunde o desvio de funo com a equiparao salarial. Nesta, h a comparao entre o trabalho de duas pessoas, que exercem funes idnticas. No desvio, o empregado no comparado com outro, mas em razo de exercer funo diversa, seria devido o salrio da funo.A Smula 223 do TFR mostrava que o empregado, durante o desvio funcional, tem direito diferena salarial, ainda que o empregador possua quadro de pessoal organizado em carreira. No existe, porm, previso legal para o pagamento de diferenas salariais decorrentes de desvio de funo.O empregado ter dois anos para ingressar com a ao a contar da cessao do contrato de trabalho, podendo postular os ltimos cinco anos contados da propositura da ao.